Folha da Engenharia - Ed. 102

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CATEDRAL CRISTO REI DE BELO HORIZONTE D epois de cinqüenta anos acompanhando a obra e convivendo com o arquiteto Oscar Niemeyer achava que ele, após sua longa existência, não teria mais sua genial imaginação e criatividade e, provavelmente, passaria a se repetir sob as mes- mas formas. Mas ele completou 104 anos em 15 de dezembro passado, e vem agora apresentar a NOVA CATEDRAL CRISTO REI em BH. Mais uma belíssima forma que supera tudo o que já se criou, uma forma genial. Segundo Dom Walmor (Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte) "a CATEDRAL CRISTO REI projetada por Oscar Niemeyer com traços de uma espécie de gótico moder- no; indica indubitavelmente a transcendência, há linhas arquitetônicas que configuram o momento como convite à implantação. O projeto da CATEDRAL CRISTO REI represen- ta as linhas arquitetônicas desenhando mãos postas em oração, sobrepostas ao globo. É o mesmo caminho para se compreender o caminho da cruz de 20 metros, à entrada, surgin- do de dentro das águas da purificação batismal. Pode-se ler nas linhas arquitetônicas do projeto de Oscar Niemeyer o gesto de condescendência de Deus Filho, o Cristo, que se inclina sobre a condição humana, a ela se assemelhando em tudo, exceto no pecado". Os planos de uma nova Catedral em Belo Horizonte remontam ao inicio da cons- trução da cidade (1894), no fim do século XIX. No antigo Curral Del Rey, a devoção à Nossa Senhora da Boa Viagem já era uma tradição. Como a Capital não tinha sua catedral, a Matriz de Boa Viagem, no centro da cidade, foi alçada ao posto de catedral provisória, como é até hoje. Na época da formação da arquidiocese, na década de 1920, sob o coman- do de Dom Antônio dos Santos Cabral, a idéia era construir a catedral no alto da Avenida Afonso Pena, onde, hoje está instalada a Praça Milton Campos. A retomada efetiva da ideia foi apenas em 2005, sob a direção do Arcebispo Dom Walmor. Naquele ano, foram feitas as primeiras reuniões com o arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelo projeto e realiza- da a compra do terreno. A escolha do local levou em conta a nova fronteira por onde se expande o desen- volvimento de Belo Horizonte através da LINHA VERDE e Avenida Pedro I. Por isso mesmo, a Região Norte foi escolhida para localizar a futura Catedral em um terreno adquirido pela Igreja Católica em frente da ESTAÇÃO RODOMETROVIÁRIA, SHOP- PING ESTAÇÃO BH nas proximidades de NOVO CENTRO ADMINISTRATIVO TANCREDO NEVES, na LINHA VERDE. A CATEDRAL CRISTO REI DE BH deverá ter 50 mil metros quadrados de área construída com três pavimentos e uma praça com altar externo para realização de missa campal para até 20 mil pessoas. Dom Walmor Oliveira de Azevedo (arcebispo metropoli- tano de BH) diz que o novo edifício não deverá ser usado somente como templo católico. Ali, estarão unidos os veículos de comunicação da Arquidiocese a Catedral da Comunicação Católica que inclui Rádio América, Radio Cultura, Jornal de Opinião, a TV Horizonte e o site da Arquidiocese, o Memorial da Igreja e a sede da Região Episcopal. Nossa Senhora da Conceição , no prédio da Catedral serão centralizados, também, serviços dirigidos à comunidade Católica. Dom João Resende Costa e Dom Serafim Fernandes de Araujo optaram por criar CONTINUA NA PÁGINA 2 Perspectiva Ilustrativa

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Jornal Folha da Engenharia - Edição 102

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CATEDRAL CRISTO REI DE BELO HORIZONTE

Depois de cinqüenta anos acompanhando a obra e convivendo com o arquitetoOscar Niemeyer achava que ele, após sua longa existência, não teria mais suagenial imaginação e criatividade e, provavelmente, passaria a se repetir sob as mes-

mas formas.Mas ele completou 104 anos em 15 de dezembro passado, e vem agora apresentar a NOVACATEDRAL CRISTO REI em BH. Mais uma belíssima forma que supera tudo o que jáse criou, uma forma genial.Segundo Dom Walmor (Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte) "a CATEDRALCRISTO REI projetada por Oscar Niemeyer com traços de uma espécie de gótico moder-no; indica indubitavelmente a transcendência, há linhas arquitetônicas que configuram omomento como convite à implantação. O projeto da CATEDRAL CRISTO REI represen-ta as linhas arquitetônicas desenhando mãos postas em oração, sobrepostas ao globo. É omesmo caminho para se compreender o caminho da cruz de 20 metros, à entrada, surgin-do de dentro das águas da purificação batismal. Pode-se ler nas linhas arquitetônicas doprojeto de Oscar Niemeyer o gesto de condescendência de Deus Filho, o Cristo, que seinclina sobre a condição humana, a ela se assemelhando em tudo, exceto no pecado".

Os planos de uma nova Catedral em Belo Horizonte remontam ao inicio da cons-trução da cidade (1894), no fim do século XIX. No antigo Curral Del Rey, a devoção àNossa Senhora da Boa Viagem já era uma tradição. Como a Capital não tinha sua catedral,a Matriz de Boa Viagem, no centro da cidade, foi alçada ao posto de catedral provisória,como é até hoje. Na época da formação da arquidiocese, na década de 1920, sob o coman-do de Dom Antônio dos Santos Cabral, a idéia era construir a catedral no alto da Avenida

Afonso Pena, onde, hoje está instalada a Praça Milton Campos. A retomada efetiva da ideiafoi apenas em 2005, sob a direção do Arcebispo Dom Walmor. Naquele ano, foram feitasas primeiras reuniões com o arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelo projeto e realiza-da a compra do terreno.

A escolha do local levou em conta a nova fronteira por onde se expande o desen-volvimento de Belo Horizonte através da LINHA VERDE e Avenida Pedro I. Por issomesmo, a Região Norte foi escolhida para localizar a futura Catedral em um terrenoadquirido pela Igreja Católica em frente da ESTAÇÃO RODOMETROVIÁRIA, SHOP-PING ESTAÇÃO BH nas proximidades de NOVO CENTRO ADMINISTRATIVOTANCREDO NEVES, na LINHA VERDE.

A CATEDRAL CRISTO REI DE BH deverá ter 50 mil metros quadrados de áreaconstruída com três pavimentos e uma praça com altar externo para realização de missacampal para até 20 mil pessoas. Dom Walmor Oliveira de Azevedo (arcebispo metropoli-tano de BH) diz que o novo edifício não deverá ser usado somente como templo católico.Ali, estarão unidos os veículos de comunicação da Arquidiocese a Catedral daComunicação Católica que inclui Rádio América, Radio Cultura, Jornal de Opinião, a TVHorizonte e o site da Arquidiocese, o Memorial da Igreja e a sede da Região Episcopal.Nossa Senhora da Conceição , no prédio da Catedral serão centralizados, também, serviçosdirigidos à comunidade Católica.

Dom João Resende Costa e Dom Serafim Fernandes de Araujo optaram por criar

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na sua época a Catedral da Comunicaçãocomposta da TV Horizontes, RádioAmérica e Jornal Opinião da Igreja Católicade BH.

O Arcebispo de BH D. Walmor deOliveira teve a coragem de encomendar oprojeto da nova CATEDRAL CRISTOREI ao mesmo arquiteto ateu, OscarNiemeyer, redimindo historicamente DomCabral, que há 67 anos atrás, condenou acapela São Francisco de Assis na Pampulha,renegada por 14 anos, por causa do projetodo arquiteto Oscar Niemeyer e dos painéismodernos pintados pelo pintor marxistaCândido Portinari, a Igrejinha da Pam-pulha, como é conhecida só foi consagradaem 1957.

Setenta e um anos atrás Niemeyerrecém formado em Arquitetura tinha sidoindicado pelo Ministro da Educação eSaúde, Gustavo Capanema e pelo Diretordo IPHAN (Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional) RodrigoMelo Franco ao Prefeito de BH, JuscelinoKubistchek (1940/1944) para projetar oConjunto Arquitetônico da Pampulha,inclusive a Igreja de Francisco de Assis.Niemeyer convidou então o grande pintorCândido Portinari para criar os painéis-murais sobre São Francisco e a via sacra etambém paisagismo de Roberto Burle Max.Dois marxistas projetando esta obra primareligiosa naquela época causaram espanto euma revolução nas artes e na arquiteturabrasileira. Segundo o arquiteto mineiroprof. Sylvio de Vasconcelos (o maiorentendedor do barroco mineiro) e um dosgrandes teóricos da arquitetura brasileira, acapela de São Francisco representa formasonduladas das montanhas de Minas e aessência da capela rural do período colonialmineiro com a nave central independentedo cruzeiro e do campanário (sinos) comotrês elementos distintos e unidos.

Anos mais tarde, diante da CA-TEDRAL DE BRASILIA com FreiMatheus Rocha (prior dos frades domini-canos e reitor da Universidade de Brasília)conjuntamente com o professor EdgarGraeff arquiteto gaúcho fundador daEscola de Arquitetura de Brasília e deGoiânia, que foi um dos maiores teóricosda arquitetura brasileira , tive o privilégio deescutar.

Frei Matheus analisar que OscarNiemeyer era o mais puro cristão, pois elesempre lutou para defender os direitoshumanos, igualdade social e justiça de seusirmãos, de todas as raças e credos. Tantoacreditou nisso que encomendou ao Oscaro projeto do Instituto Teológico da Uni-

versidade de Brasília; De ouvir também oProf. Graeff, analisar quando OscarNiemeyer projetou a CATEDRAL DEBRASÍLIA, ele pensou em criar um túnelde acesso sem luz, com largura e alturacerca de 2 a 3 metros para que os fieiscatólicos saíssem deste mundo profano eentrassem nesse túnel na penumbra parainteriorizar-se e depois chegar à nave cen-tral toda clara, cheia de luz , elevando seupensamento aos céus, acompanhando ascurvaturas das colunas no sentido do alto ,onde a luz eleva seu espírito a Deus . Deuassim à CATEDRAL DE BRASÍLIA, pro-fundo sentido espiritual na forma como foiconcebida definida pela própria estruturade suas colunas curvas elevadas como sím-bolo do poder divino. Terminada a missa,na saída, como sempre acontece, a multi-dão sai toda ao mesmo tempo pelas largasescadarias.

O projeto da Catedral Cristo Rei deBH prevê uma torre de 100 metros dealtura, uma nave interna com capacidadepara até 5.000 fiéis, auditório, sala multimí-dia e praça de alimentação, praça para cele-brações e eventos para ate 20.000 fiéis.Com previsão orçamentária de cerca de R$100 milhões o início das obras está previs-to para o segundo semestre deste ano. Seisgrandes etapas vão marcar a edificação daestrutura: Movimentação de Terra eContenções Fundações; Construção danave da catedral (parte interna que receberámissas); Primeira fase das grandes lajes (queformarão a praça); Auditório e estruturacomplementar; Restante da Praça ePaisagismo. Sobre isso Oscar Niemeyer diz"ultimamente penso muito em construirigrejas e catedrais, mas continuo ateu, masuma catedral abre possibilidades imensas aum arquiteto. Na idade média a Igreja con-cebia esses grandes templos para fascinarfiéis por seu gigantismo e potência, umaprova cabal de grandiosidade divina diantedos minúsculos humanos", Niemeyer com-partilha essa ambição eclesiástica e adoracriar novas formas grandiosas que assom-bram os indefesos homens.

Com relação à localização da novaCATEDRAL CRISTO REI a Igreja católi-ca de BH optou pelo VETOR NORTEBH em frente a ESTAÇÃO RODO-METROVIÁRIA E SHOPPING ESTA-ÇÃO BH em consonância com o GovernoEstadual (Antônio Anastásia e Aécio Ne-ves), próximo ao novo CENTRO ADMI-NISTRATIVO TANCREDO NEVESpela linha verde.

Oscar Niemeyer é arquiteto mar-xista, ateu convicto, mas projetou 22

Templos de orações, inúmeras Igrejascatólicas e uma ortodoxa, um templo doReino de Deus, uma mesquita em Argel(Argélia Norte da África) , um convento naFrança, um convento dominicano emBrasília, a igreja São Francisco de Assis naPampulha, capela Nossa Senhora de Fátimaem Brasília (em forma de chapéu de Freira)a capela do Palácio da Alvorada, a ermidade D. Bosco , a catedral Militar Rainha daPaz, Panteão da Pátria e da LiberdadeTancredo Neves, Catedral de Brasília,Igreja na Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) ca-tedral de Niterói, capela Santa Cecília nointerior do estado do Rio do amigo JoseAparecido de Oliveira (Presidente daFundação Oscar Niemeyer) culminandocom esta fantástica CATEDRAL CRISTOREI de Belo Horizonte

Finalizando com a frase do arquite-to Oscar Niemeyer que nesta idade avança-da já, dizia: "Estou cheio de projetos, nãotenho tempo de morrer".

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Editor: Petrônio Perdigão Godoy Castro Revisora: Vanessa Jaques Libanio Colaboradores: Jornalista José Godoy Castro, DênisKleber Gomide Leite, José Carlos Laender e OscarFerreira, Henrique Campos Vivácqua e RevistaArquitetura e Engenharia.Fotos: Folha da Engenharia, Pedro Moura, anuncian-tes e agências.Redação e Administração:Rua Penafiel, 360 - Anchieta CEP: 30310-420 - Belo Horizonte/MG Telefax: (31) 3221 1553 - Cel.: (31) 8400 8100E-mail: [email protected]: 09.353.211/0001-82Diagramação e Editoração:Jota Peg Comunicação TotalE-mail: [email protected]ão: FumarcTiragem: 5000 exemplares

A Folha da Engenharia não se responsabiliza pelomaterial publicitário e/ou conteúdo dos artigosveiculados nesta edição. Os artigos e matérias pu-blicados não refletem necessariamente a opiniãodos editores.

EXPEDIENTE:

CATEDRAL CRISTO REI DE BHEDITORIAL:

Cartão verde, amareloou vermelho? A Folha daEngenharia está de olho emcada passo dos projetos e obrasprometidos para a Copa de2014. Estamos acompanhandoas obras nos estádios, as obrasde mobilidade e também osaeroportos para verificar se ostrabalhos seguem conforme osplanos. Afinal, tudo tem queficar pronto no início de 2014!

Doze cidades - sedepreparam seus estádios parareceber os jogos da Copa 2014.Os trabalhos envolvem a refor-ma para adequação dos equipa-mentos ao padrão Fifa e a cons-trução de novas arenas.

Felizmente as obras doMineirão estão dentro docronograma, mas em compen-sação, a maioria dos outros está-dios vão precisar acelerar os tra-balhos. Já as melhorias emmobilidade urbana são um dosmaiores legados no pós 2014,mas muitas obras podem nãoficar prontas até a Copa e issoprovavelmente irá ocorrer.

Parece que os políticosbrasileiros estão constante-mente dando um passo maiordo que as pernas e isso causainúmeros prejuízos à imagemdo Brasil.

Nós queremos maisseriedade e mais obras de infra-estrutura, não apenas paraespetáculos como a Copa doMundo ou as Olimpíadas, mastambém obras que atendam asreais necessidades da nossapopulação tão necessitada.

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Arq. José CarlosLaender CastroPresidente D.A.E.AUFMG.(61/62);Presidente IAB-MG(80/81); PresidenteURBEL (90/91)

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Asolenidade de premiação da XXIedição do Prêmio ArcelorMittal deMeio Ambiente, foi realizada na

quarta-feira, 26, no auditório ProfessorFenelon (Usina) às 18h.

A seleção dos melhores trabalhosfoi feita por uma comissão formada porprofissionais das áreas de Artes Plásticas,Comunicação e Educação. O Prêmio é real-izado anualmente com a participação dasescolas públicas e particulares dos municí-pios onde a ArcelorMittal possui unidadeindustrial. Na área de influência daArcelorMittal Monlevade, participam JoãoMonlevade, Nova Era e Rio Piracicaba.

Na edição deste ano concorreramcerca de 12 mil estudantes de 51 escolas. As

categorias são Desenho e Redação, dividi-das entre alunos representantes da comu-nidade e alunos que são filhos de emprega-dos da ArcelorMittal. Ainda há a categoriaProjeto-Escola, que premia as instituiçõesde ensino que concorrem com projetos nasáreas educacional e ambiental. O tema esteano foi “Ideias para sustentar o mundo:como construir juntos um planeta susten-tável”, dando sequência ao tema do anopassado que também tratou da sustentabil-idade.

Os vencedores da região passam aconcorrer ao Prêmio ArcelorMittal deMeio Ambiente no nível corporativo, dis-putando com os vencedores de outrasunidades da empresa no Brasil.

ARCELORMITTAL REALIZA EVENTO DE PREMIAÇÃO

Numa sucinta revisão das etapas daevolução da arquitetura ao longoda história temos em um

primeiro momento o homem se aproprian-do do interior de cavernas e em seguidapercebe que pode ele mesmo construir oespaço. Concebe então os dólmens e o sis-tema trilítico. A evolução técnica e seuspontos de mutação vão fazendo surgirnovas tecnologias e por consequencia,novos estilos arquitetônicos. Mas asgrandes mudanças têm que esperar por umacúmulo de forças antes que possamromper as barreiras. No século XX essamutação foi tão grande que uma extrapo-lação faz surgir uma nova etapa nessaevolução: os arquitetos percebem que como avanço tecnológico podem propor prati-camente o espaço e a forma que quiseremque a estrutura os acompanhará. E haveriaainda o passo seguinte, em que percebe-

riam poder tratar a estrutura como elemen-to plástico.

Por isso, a estrutura parece mesmoter sido a personalidade da arquiteturabrasileira do século XX. O segmento daengenharia no Brasil foi impulsionado pordois fatores: o primeiro corresponde à suaprópria geografia, o que explica a necessi-dade da construção de inúmeras obras paraa transposição de acidentes naturais detoda ordem, e o segundo tem sido as pro-postas arquitetônicas ousadas de seus pro-tagonistas, em que o desenho, de aparentesimplicidade, expõe a sofisticada capaci-dade criativa de seus autores. Se a nossaarquitetura contribuiu significativamentepara o avanço da tecnologia estrutural econstrutiva, o inverso é verdadeiro: ela sófoi viabilizada pelo conhecimento técnicodisponível no país. Além disso, o concretoarmado, material maleável e flexível emtodos os sentidos, revelou-se perfeitamenteapropriado à realidade nacional, no que dizrespeito à materia prima e mão-de-obradisponível.

Se comparado a outros países, évisível que entre as décadas de 1940 e 60 osarquitetos e engenheiros de brasileirosestavam à frente do que se fazia de maisnotável e ousado no mundo. É claro que asconsequencias do conflito mundial e o pós-guerra explicam, em parte, essa posição. Aseguir, Reidy utiliza o concreto armado deforma aparente de maneira expressiva pelaprimeira vez no Brasil e inicia assim a dis-seminação da aceitação estética dessaforma de utilização. Essa expressão da téc-nica construtiva ocorreu em toda aAmérica Latina a partir da influência de LeCorbusier. A 'verdade estrutural', surgecomo estrela-guia do chamado movimentobrutalista.

Foi inaugurada recetemente oStudio Fitness Trilha Delas. Onovo conceito é uma academia

voltada para atender as mulheres de todasas idades.

O acompanhamento é feito pelaprofessora Adriana Vasconcelos (foto),formada em Educação Física.

O treinamento pode contar comas seguintes modalidades:• Ginástica Localizada

• Plataforma Vibratória• Treinamento Funcional Personalizado• Treinamento Aeróbico

De acordo com a professoraAdriana, cada aluna paga uma só mensa-lidade e pode utilizar toda a infra estrutu-ra do Studio e assim, conseguir alcançarseus objetivos individuais, tais como ema-grecimento, fortalecimento muscular,mais saúde, dentre outros.

ESQUELETO OU ESSÊNCIA? CONSIDERAÇÕESSOBRE A CONTRIBUIÇÃO ESTRUTURAL NA

ARQUITETURA BRASILEIRA (PARTE I)TEXTO: ÁLVARO DRUMMOND. CONTINUA NAS PRÓXIMAS EDIÇÕES

Solenidade de premiação ocorrerá no auditório Professor Fenelon (Usina)

Rua Francisco Deslandes, 1068 - Loja 05 - Anchieta - Belo Horizonte/MG - Fone.: (31) 3223-3976

Arquiteto Álvaro Drummond

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Vai usar açona sua obra?

A ArcelorMittal entregaa solução em aço sobmedida para você.Um novo país se constrói com a realização dos projetos da sua vida e com aço produzido no Brasil. Mais que uma linha completa de produtos paraconstrução civil, a ArcelorMittal oferece soluções em aço para obras de todos os portes, como as Telas Soldadas Nervuradas e a Armadura Pronta, um serviço que entrega a estrutura cortada, dobrada e armada, pronta para aplicação na fôrma conforme seu projeto. É o máximo de agilidade comzero desperdício. Tudo com a qualidade e a sustentabilidade do aço ArcelorMittal, que o mundo todo reconhece.

Tela Soldada Nervuradae Espaçador Treliçado

Corte e Dobra de Vergalhõese Armadura Pronta

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Central de Relacionamento

www.arcelormittal.com/br0800 015 1221

A primeira siderúrgica do Brasil a receber o Rótulo Ecológico ABNT e também certificada com o Selo Ecológico Falcão Bauer, queatestam o compromisso da ArcelorMittal com a sustentabilidade.

O escopo da certificação ArcelorMittal junto ao IFBQ refere-se apenas às Telas Soldadas Nervuradas e Espaçador Treliçado.

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Com a proibição do uso das saco-las plásticas poluentes em BH,450 mil deixaram de ser descar-

tadas diariamente no meio ambiente enas bocas de lobo da cidade. Nestes 18meses de vigência da lei, foram 240 mi-lhões de sacolas, o que formaria uma tiraplástica de 48 mil quilômetros de exten-são, suficiente para dar duas voltas emtorno do planeta.

"São dados que indicam aabrangência dessa iniciativa que pre-tendeu minimizar os danos que cau-samos ao meio ambiente. Hoje, quasetoda a população de BH carrega suas

compras em mochilas e sacolas de panoou lona. Agora, sempre haverá umapequena parcela de descontentes. Foiassim com a obrigatoriedade do uso docinto de segurança e com a proibição dofumo em locais fechados", disse ArnaldoGodoy, autor da lei que começa a sercopiada em todo o país.

Ao contrário do que afirmamalguns formadores de opinião cooptadospela indústria do plástico, principal inte-ressada no consumo desenfreado dasacola poluente, 97% dos consumidoresaprenderam a utilizar as sacolas retor-náveis trazidas de casa. Pesquisa realiza-

da pela UFMG no Alto Vera Cruz, tam-bém assinala que 67% concordaram coma proibição e que 72% acreditam que amedida vai contribuir para preservaçãodo meio ambiente.

Essa preocupação se estendetambém aos banners de sua campanhaeleitoral, que após o pleito podem sertransformados em uma sacola retorná-vel. "Do papel, infelizmente, não pudeme livrar ainda, mas tenho utilizado maisos recursos da internet. Uma coisa oeleitor pode ter certeza: não ouvirão meujingle em carros de som, meu nome pin-tado em muros e nem verão o meu rostonos cavaletes que atrapalham as pessoasque caminharem nos passeios", avisa.

Sobre sua campanha, baseada nocurrículo, nas ideias, no apoio de artistase sem a exploração de sua cegueira, re-gistrou o jornalista Marcelo CastilhoAvellar, em uma crônica de set/2000: "Jáimaginaram como o programa eleitoralseria muito mais útil se pelo menos unsdez por cento dos candidatos se apresen-tassem a nós desta maneira?".

Compromisso com a cidadeArnaldo Godoy também é autor

da lei que criou a Escola de TempoIntegral de BH, desdobrada, na gestãoFernando Pimentel, no Programa EscolaIntegrada. Atualmente, a iniciativaatende 45 mil alunos da rede municipal.

Contudo, a transparência admi-nistrativa é um dos principais compro-missos do vereador. Em 2005, ele dividiua autoria do "Projeto Transparência",com outros vereadores petistas, quedivulgaria os gastos de cada vereador, afrequência no plenário e nas comissõeslegislativas, bem como o voto de cadaum nos projetos que tramitam naCâmara. A proposta foi derrotada, mashá sete anos ele disponibiliza voluntaria-mente seus gastos no site pessoal, sus-penso temporariamente conforme deter-mina a legislação eleitoral.

Essa coerência o levou a recusar,desde o início, a proposta de reajuste de62% no salário dos vereadores quetramitou neste ano.

Oarquiteto Oscar Ferreira comunicaaos seus parceiros, amigos e clienteso seu novo endereço em Belo

Horizonte: Rua Padre Rolim, 133 - 3º andar -Santa Efigênia - CEP: 30130-090. O telefoneé (31) 3221-3074.

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NA CONTRAMÃO DO BARULHO E DA SUJEIRAPREOCUPADO COM A POLUIÇÃO VISUAL E SONORA, AUTOR DA LEI DAS SACOLAS PLÁSTICAS FAZ CAMPANHA ELEITORAL ECOLÓGICA

OSCAR FERREIRA DE CASA NOVA

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O vereador Arnaldo Godoy

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ENGENHEIROS PREOCUPADOS COM O RITIMO DASOBRAS PARA A COPA DO MUNDO

Preocupada com o andamen-to das obras nos estádiosque vão receber os jogos da

Copa de 2014, a FederaçãoNacional dos Engenheiros (FNE)alerta para a falta de engenheirosno Brasil. “O país precisa formar60 mil novos profissionais por anopara atender o crescimento e ademanda dos grandes eventosesportivos”, o presidente da enti-dade, Murilo Celso Pinheiro.

De acordo com relatóriodivulgado semana passada peloMinistério do Esporte, faltandopouco mais de três anos para aCopa de 2014, seis, das 12 arenas,ainda estão longe de ficaremprontas. Entre os estádios queainda não atingiram metade docronograma estão os de Cuiabá(47%), Curitiba (45%), Manaus

(44%), Natal (30%), Porto Alegre(33%) e São Paulo (48%). A pre-visão de entrega destas obras é deentre junho e dezembro de 2013.

O Censo de EducaçãoSuperior (Inep/MEC), revela que oBrasil formou apenas 38 milengenheiros em 2010. E para aten-der o crescimento da economia, asobras do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) e osgrandes eventos, como Copa dasConfederações, Copa de 2014 eOlimpíadas.

Segundo a FNE, mais de100 mil alunos entram nos cursosde nível superior de engenharia,mas apenas 30 mil se formam acada ano. O presidente da FNEestima que existam atualmente noBrasil cerca de 500 mil profissio-nais na ativa, número pequeno para

a demanda. Este problemanacional tem explicações que vãodesde a velocidade do crescimentoeconômico no país até a evasão nasfaculdades. “Precisamos tomarmedidas para que os nossosprofissionais aproveitem as opor-tunidades que se abrem, descartan-do a importação de mão de obra”,destaca Pinheiro.

As obras prioritárias para arealização dos jogos no Brasilincluem também melhorias nasáreas de mobilidade urbana, redeaeroportuária, hotelaria, saúde,saneamento e telecomunicações,entre outras.

Soluções

Para discutir os gargalos deinfraestrutura e a falta de profis-

sionais no país, no período de 24 a26 de setembro, centenas de enge-nheiros de todo o Brasil estarãoreunidos no Congresso Nacionaldos Engenheiros (Conse), em SãoPaulo para tratar, entre outrostemas, da escassez da mão de obrapara suprir a carência de infraestru-tura no país. Segundo dados doCenso de Educação Superior(Inep/MEC), o Brasil formou ape-nas 38 mil engenheiros em 2010.Ou seja, a realidade é 63% abaixoda necessidade.

Com a presença do gover-nador Geraldo Alckmin na abertu-ra, a oitava edição do Conse irácontar com palestras do ex-presi-dente do BNDES, Carlos Lessa, edo ministro da Secretaria Geral daPresidência da República, GilbertoCarvalho.

PISOS VINÍLICOS: A SOLUÇÃO PARA OS BARULHOS INDESEJADOSPrincipal motivo das discussões

entre vizinhos, os barulhos costu-mam incomodar moradores de casas eapartamentos. O som dos passos e doarrastar, daquela pequena reforma e,até mesmo, de objetos caindo podemser minimizados com a instalação dospisos vinílicos.

Os produtos desenvolvidos pelaTarkett Fademac – líder mundial na fa-bricação das soluções, com mais de130 anos de mercado – possuem qua-tro camadas de PVC expandido e com-pacto, fibra de vidro e poliuretanoreforçado. Unidos, esses materiaisreduzem os ruídos causados porimpacto e não permitem a troca calorcom o ambiente. Recebem, também,cargas minerais e bacteriostático.

Exclusivamente desenvolvida

para o uso residencial, a linha Essenceé uma ótima opção para deixar osambientes mais aconchegantes. Ospisos reproduzem fielmente a madeiracom os benefícios de não empenar,não dilatar e manter a temperatura re-gulada sem variações. Conseguemreduzir até 10dB e possuem dez coresem duas coleções, lisa e rústica. Assoluções são facilmente instaladas ehigienizadas, podendo ser lavados. Sãoextremamente silenciosos ao andar edispensam mantas acústicas. A sériepossui 10 anos de garantia.

Para os contemporâneos, aTarkett Fademac apresenta a linhaImagine nas coleções Graph, Trend eWood, que seguem o design atual emdecoração e são baseadas no grafismoe rusticidade. A Imagine Graph, traz

estampas em alto contraste e, além deum forte apelo estético, os oito mode-los da linha são antialérgicos, térmicose absorvem os ruídos das passadas. Oque garante às pessoas mais segurançae um ambiente confortável e silen-cioso.

A linha Imagine Trend oferecenove exclusivos modelos que repro-duzem texturas e cores de madeira dedemolição, já a Imagine Wood repro-duz a madeira clássica com a con-veniência de poderem ser lavados enão precisar encerar. Os pisos sãocomercializados em mantas de 2x25m,são antiderrapantes, de rápida apli-cação, fácil conservação e são con-fortáveis ao andar.

A linha Essence também estádisponível no sistema Click, idealizado

principalmente para obras de ambi-entes secos, como salas de estar, jantar,dormitórios e espaços corporativos, ainovação traz uma fórmula de apli-cação por encaixe, que permite a uti-lização imediata do piso, com umainstalação ainda mais rápida.

Os produtos Tarkett Fademacsão fabricados com os mais elevadospadrões ambientais, em instalaçõescertificadas pelos ISO 9001 e 14001.Além disso, a empresa faz parte doPrograma da Indústria de Reciclagemde Piso, que recebe resíduos de reves-timentos de canteiros de obras ouinstalações para, juntamente aos detri-tos de produção, reciclar e fabricarnovas soluções. A ação representa maisde 77 mil toneladas de reciclagem porano.

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MemóriaRaphael Hardy Filho

Lá pelos idos de 1936houve o 1º Salão de ArteModerna de Belo Horizonte. Eu,então com 19 tenros janeiros,participei, muito apropriada-mente, com projetos de creche edispensários na seção de"Architectura".

Como sempre, Minaschegou atrasada: a "Semana deArte Moderna" havia sido rea-

lizada quatro anos antes e São Paulo era uma m...Mas, por incrível que pareça, aqui em Minas, já exis-

tia a primeira Escola de Arquitetura do Brasil, fundada porLuiz Signorelli. Primeira e ímpar. A do Rio (Capital intectu-al do país), era um simples Curso da Escola Nacional deBelas Artes. Nessa década (de 40 - 50), apareceu um "cara"de Marliéria, metido a jornalista e editor.

Veio "cavar" espaços para ele próprio e (dizia) paraos "architectos".

Resolveu lutar conosco pelo reconhecimento daEscola de Arquitetura de Belo Horizonte, hoje EA-UFMG,nos dando a maior força.

Era o Geraldo Godoy Castro. Os professores sóquerem isonomia, maiores salários e férias grevísticas; osalunos não sabem a que vieram, não sabem o que é arquite-tura: estão a cata de diplomas, créditos, festas de formatura,"pesquisas" sem nexo e nada de projetos, com rarasexcessões.

Eis senão quando o Geraldo Godoy (boa praça detudo), por volta de 46, resoveu fundar, arrojadamente, arevista "Arquitetura e Engenharia". Alguns arquitetos:Raphael Hardy Filho (foto), Eduardo Mendes Guimarães,Gaspar Garreto, Shakespeare Gomes, Sylvio deVasconcelos, Luiz Pinto Coelho, Tarcísio Silva, RaffaeloBerti, João Jorge Coury, Vigílio de Castro, nos prontificamosa colaborar. Aí começou a batalha.

Não tínhamos serviço e nenhuma vontade de tê-los.Poucos gatos pingados faziam alguns trabalhos extraídos, a

duras penas, pelo Geraldo que mendigava esses trabalhos.Esse latifundiário do Vale do Aço, "soltava" a revista,

mensal e, às vezes, bi ou tri-mestralmente.Eu, como fundador-honorário, "cometi" alguns pro-

jetos e artigos especiais. Inclusive um, "muy revolucinário",sobre a antiga Fundação da Casa Popular.

Agora, Geraldo sempre atento às crises e às lutas dosarquitetos mineiros, pretende reviver nossas batalhascomuns. Estou com ele, não abro mão. Vevéco (ÁlvaroHardy), Zé Carlos Laender, Joel Campolina, ClaúdioMagalhães, Sérgio Machado, Fernando Graça, o apoiem.

Ele é um precurssor.

Energia eólica comemora 20 anos no Brasil

como a fonte de maior crescimento no sistema elétricoPrimeiro aerogerador foi instalado no Pais em 1992,

hoje são aproximadamentemil equipamentos em

71 parques de ventos em todo o País

Mil aerogeradores por ano. Esse é o ritmo de cresci-mento prometido pelos parques eólicos no Brasil nos pró-ximos três anos. Essa fonte de energia comemora 20 anosem 2012 como a de maior crescimento no País, com inves-timentos estimados em R$ 50 bilhões. O 3º BrazilWindpower comemora a data realizando o maior evento dosetor da América Latina, trazendo 170 empresas paramostrar as últimas inovações em um dos mercados maispromissores do mundo.

O primeiro aerogerador foi instalado no Brasil nailha de Fernando de Noronha em 1992. Desde então, milequipamentos foram instalados em 71 parques eólicos noPaís. O campeão no uso dessa matriz no sistema elétrico é oestado do Ceará, mas estima-se que o Rio Grande do Norteassumirá a liderança em 2014, com 40 usinas que deverãoentrar em funcionamento.

A melhor notícia é a formação de uma indústria coma cadeia de fornecimento completa, estimulada pela obriga-toriedade de 60% de índice de nacionalização dos aeroge-radores que quiserem obter financiamento do BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES). Ao todo, são 12 mil empregos gerados na área,que podem aumentar nos próximos anos.

Silviano Cançado AzevedoReflexões sobre o desenvolvimento de Minas

O BDMG cultural realizou no dia25 de setembro o lançamento do livro “DeMãos Dadas”, de Silviano Cançado deAzevedo (foto).

Caparaó oferece edifício comandares corridos e vagas

rotativas para atender bem os profissionais

Com dois empreendimentos comerciais sendo ergui-dos no momento, a Construtora Caparaó chamou a atençãodo mercado com o lançamento do ABC Emilio Pampolini,no Funcionários. Localizado na Praça ABC, entre asavenidas Afonso Pena e Getulio Vargas e a Rua CláudioManoel, o empreendimento terá 60 salas com espaços de62m² a 215m² e uma vaga de garagem por sala, além de ou-tras 124 vagas rotativas. O projeto prevê uma fachada comvidros especiais, favorecendo a iluminação natural interna,visando a aumentar o conforto visual e acústico.

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NOTAS

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