FoCA - 8ª Edição

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Ano 3 - 8ª Edição. Setembro 2012 Distribuição Gratuita Tribos: jovens encontram nos estilos musicais algo em comum Maconha: com a palavra jovens e usuários. Republicanos: a vida nada fácil de quem sai de casa para estudar Juliana Sandres/FoCA Juliana Sandres/FoCA Anna Paula Matos

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O FoCA é o jornal realizado, como parte das atividades da Aeca, pelos estudantes de Jornalismo da Faculdade de Comunicação, Arte e Designer, do Ceunsp.

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Ano 3 - 8ª Edição. Setembro 2012

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Tribos: jovens encontram nos estilos musicais algo em comum

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Republicanos: a vida nada fácil de quem sai de casa para estudar

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Caros Leitores,

A pausa foi longa, mas a equipe FoCA voltou das férias de julho renovada e pronta para acompanhar mais um semestre na FCAD.

Nesta 8ª edição, o FoCA cobriu de perto os eventos mais importantes do Bloco K, e olha que esse semestre já começou super animado: tivemos a 3ª Semana de Fotografia; a Virada Fashion, que este ano fez uma homenagem a Tim Burton, e o primeiro Insônia, que reuniu dezenas de amantes da sétima arte por uma noite inteira.

E mais, nossos repórteres foram para rua e descobriram quem são os verdadeiros heróis universitários, é isso mesmo, os republicanos. Conheça como é a rotina nada fácil de uma republicana, em Diário de bordo e descubra que morar fora da casa dos pais, nem sempre é um mar de rosas. Leia também um debate sobre a maconha, mas sobre a ótica de quem usa enão vê problema algum nisso. E se você ainda está na dúvida se seu próximo celular será um IPhone ou um Galaxy Note, não pode perder o Vida OnLine desse mês.

Desejamos a todos um ótimo semestre .

Boa leitura,Gisele Gutierrez

FoCA FoCAEDITORIAL

FoCA - 2012Professor Orientador - Roberta SteganhaEditora chefe - Gisele GutierrezEditora assistente - Adla Machado

Repórteres - Adla Machado, Hugo Antoneli, Juliana Sandres, Lenita Lerri, Luiz Vicentin, Ricardo Santos.

Colaboradores: Alexandre Massaharu Tikamori, Anna Paula Matos, Marconi Douetts

O FoCA é um produto da Agência Experimental de Comunicação e Arte (AECA), da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) - CEUNSP

ContatoEmail [email protected] - Foca Ceunsp

Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores.

EXPEDIENTE

VIDA UNIVERSITÁRIA

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O jornal FoCA está no Face! Curta a nossa página:

Foca Ceunsp

MURAL FCA+D

O que rolou em agosto e setembro na FCAD Tim Burton invade a passarela da FCAD

3ª Semana de Fotografia

Professoras Regina Amélio, Sônia Chamon e estudantes da FCAD em passeio cultural por São Paulo.

Insônia: 1ª noite dedicada ao cinema reúne os cinéfilos da FCAD

Na madrugada do dia 24 de agosto rolou nas dependências do Ceunsp o evento mais

esperado pelos estudantes de Moda. A Virada Fashion está em sua 3ª edição e tenta mostrar o que é ser um estilista na prática. “Não basta apenas estudar as teorias, é preciso colocar em prática todo seu conhecimento”, afirma a estudante de Moda, Drielly Menussi, de 21 anos.

O tema escolhido esse ano foi “O estranho mundo de Tim Burton”. Para quem não sabe, Burton é um dos diretores de cinemas mais cobiçados do mundo. “Ousado, original, sombrio, inovador, são apenas alguns dos adjetivos usados pelos críticos quando se referem a Timothy William Burton, um dos diretores mais aclamados do cinema”, afirma Jurandir Filho, do site Cinema com Rapadura.

Drielly Menussi conta que a Virada Fashion é muito importante para a divulgação do curso. Segundo a estudante, a chance de realizar um desfile com suas próprias criações é o sonho de qualquer estudante do curso de Moda. “Sentir na pele como é passar a noite em claro desenhando, costurando e pensando no desfile do dia seguinte é uma experiência incrível que jamais será esquecida” relata. A estudante, que gosta criar roupas desconstruídas, diz que adorou participar do evento.

Atenção senhores passageiros: praia, areia, sol perfeito para o bronzeado.

Malas feitas, passeios turísticos e roteiros de viagem. Do outro lado desse extremo relax estão os estudantes, sempre pilhados com a rotina do semestre. Para os universitários, as férias são o período perfeito para se desconectar da vida universitária. Tudo isso faz cada vez mais parte da realidade dos brasileiros. Os pacotes vantajosos e com parcelas a perder de vista formam um elo positivo, cooperando para a concretização desses planos. Viagens são sempre muito bem vindas e algumas se tornam inesquecíveis. Que tal aliar o prazer de conhecer novos lugares, pessoas e culturas a esse período?

O convite surgiu no fim do ano passado e atiçou a curiosidade da estudante Maressa Rubinato, de Eventos. Sua tia materna veio visitá-la em Indaiatuba e sugeriu que ela

retribuísse a gentileza e fosse para Porto Velho, Rondônia, extremo Norte do Brasil. O nascimento de Valentina, sua prima que mora na cidade, as margens do Rio Madeira, veio a calhar e foi a brecha para a viagem acontecer. Em julho Maressa embarcou rumo Rondônia na sua primeira viagem de avião.

Programas como esses estão virando uma rotina para os brasileiros. Segundo uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo à Fundação Getúlio Vargas, esse mercado cresceu em média 18% em 2011. E não apenas em viagens dentro do território nacional. A estudante Nicolly Gialluca viajou para Cancun, México. “Era um sonho antigo, só que eu não arranjava ninguém para ir comigo”, conta Nicolly, que viajou junto com uma amiga. “É um lugar lindo. Os golfinhos são lindos, dá vontade de levar pra casa. Fomos a um museu muito louco, sobre a Tequila. As baladas de lá são as melhores, deveria ter umas dessas aqui no Brasil”, completou.

Novos mundos estão na outra ponta do destino. A realidade, cultura, cotidiano, tudo influencia para novos aprendizados. Para Maressa essa foi a primeira de muitas: “Já estou planejando fazer outras parecidas”, revela a estudante que, apesar de ter sofrido

com problemas estomacais devido a água da cidade, gostou muito da viagem. “Agora eu quero ir para fora do país!”. Nicolly também já planeja a próxima: “Agora quero ir para uma ilha na República Dominicana, no Caribe!”, revela.

Seja de carro, moto, avião ou ônibus. Por motivos familiares, escolares ou só por lazer. Seja pra Marte, pra Praia Grande ou na maionese, seja um forasteiro. Melhor ainda se esses roteiros forem feitos em grupos de amigos, como no caso de Nicolly. Seja como for, viajar é tudo de bom. Desde que haja planejamento, tudo pode se concretizar. Viajar agrega, você leva um pedacinho de cada lugar que vai, seja no coração ou na memória. Aproveite que o mercado está favorável e boa viagem!

DECOLANDO Estudantes da FCAD aproveitam as baixas nos preços e vão cada vez mais longe

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Lenita Lerri

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Nicolly Gialluca em Cancun: "Era um sonho antigo."

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FoCA FoCACOMPORTAMENTO

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Republicanos: Os heróis da resistência

Por volta dos 17, 18 anos, terminado o Ensino Médio, começa a surgir a

seguinte dúvida na cabeça dos jovens: para qual faculdade prestar vestibular?

Muitas cidades do interior paulista não possuem faculdades. Outras até têm, mas não contam com muitas opções de cursos. Então, uma das alternativas é sair da casa dos pais, bater asas e seguir seu rumo. Mas, como todos sabem, os universitários não são os seres mais ricos do mundo, é aí que entram em cena as repúblicas.

Segundo o escritor J. A. Sardi, autor da tese de doutorado “Una perspectiva analítica sobre el contexto educacional de la UFOP: educación, subjetividad e exacerbación de los placeres”, os primeiros registros oficiais de repúblicas estudantis no Brasil são de 1897, em Ouro Preto (MG), cidade que conta hoje com mais de 400 moradias estudantis.

Hoje em dia existem sites onde é possível encontrar vagas em casas compartilhadas, como o Repúblicas do Brasil (http://republicasdobrasil.com/morar/), mas o velho e bom boca a boca não saiu de moda. É comum ver os estudantes batendo de porta em porta, à procura de uma vaga.

Segundo Caio Silva, 22, para encontrar um bom lugar para morar é preciso sorte. “São muitas coisas envolvidas. As vezes você

encontra um lugar com o preço bom, mas a estrutura da casa é ruim. Ou encontra uma república boa, mas com pessoas de difícil convivência”, explica o estudante de Arquitetura.

Quando um jovem deixa a casa dos pais para ir morar com outras pessoas, ele enfrenta diversas dificuldades, o que desenvolve seu amadurecimento. É o que diz a psicanalista Iona Souza. “Ele (o jovem) precisará se adaptar a novas regras, aprender a respeitar as diferenças, saber impor seus limites e respeitar o limite do outro", explica.

Natali Manzzatto, 20, estudante de Jornalismo, é de Itapetininga e resolveu se mudar para estudar em Salto. Segundo Natali, que divide a casa com outras 9 pessoas, a pia nunca fica vazia. “É difícil dividir cozinha com muita gente, de manhã sempre tem muita louça suja e ninguém sabe de quem é”, revela.

Para Drielly Menussi, 21, a opção de morar em uma casa compartilhada foi necessária, pois Salto é onde tem a faculdade de Design mais próxima de sua cidade, Campinas.

O custo de morar fora de casa é alto, confirma Drielly. “Eu faço um curso em que existe muita matéria prática. Tem que gastar com material e mensalidade. Aí também se gasta com aluguel, comida e outras coisas que acabam comprometendo quase todo dinheiro

diário de bordo

“Vida de universitário não é fácil” é quase um mantra, um slogan, um ditado popular, mas é verdade.. e como é verdade! A semana geralmente é assim:

Às 8 da manhã é hora de ir de casa pro trabalho e às 17h, do trabalho pra casa. Interessante, hein... Às 18h eu chego em casa do trabalho com exatos 45 minutos para tomar banho, trocar de roupa e comer alguma coisa. Comida de república nunca é comida propriamente dita. Café da manhã geralmente é biscoito Trakinas ou Passatempo, pão é produto raro, nunca dá tempo de passar na padaria. Almoço e jantar é uma coisa só. Miojo e salsicha, ou macarrão e salsicha, as vezes ovo e salsicha.

A noite, é hora de ir para a faculdade, por onde fico das 19h às 22h30. Volto pra casa com um único pensamento em mente: cama. Mas a caminhada sempre dá uma fominha. Quem chega primeiro pega a dianteira do microondas. Tem sempre louça suja na pia. É sempre muito cedo ou muito tarde pra lavar um prato. Outro dos mandamentos republicanos.

Depois de comer é hora de dormir, geralmente por volta da meia-noite. Pode não parecer, mas republicano também é gente.

Hoje é segunda, 3 de setembro. Segunda-feira em república é deprimente. Todo mundo voltando da casa dos pais, da viagem com os amigos ou do passeio com os namorados (as) – sem mencionar a ideia da segunda-feira iminente. Uma tristeza só. Também é um dos dias mais agitados da semana, dia de desarrumar as malas, colocar a roupa suja pra fora, tirar o lixo, guardar as compras... Só que ninguém faz isso na segunda. Aliás, nem na terça. Morar em república é, acima de tudo, aprender a conviver com a bagunça alheia.

Outro dia, na mesa do café da tarde que antecede a correria pra faculdade, comentei com os meninos sobre a pilha monstruosa de sacolas de lixo que se empilham já a três semanas do lado de fora. Como tudo vira piada, a única conclusão que chegamos foi que o caminhão de lixo iria ter que arrumar um jeitinho de passar no portão, devido ao volume excessivo da carga. Talvez os vizinhos pensem que foi inaugurado um novo aterro sanitário no bairro.

Há uns três dias tivemos um problema com os chuveiros da casa. Resistência queimada, fios derretendo e cinco universitários fedidos precisando tomar banho. O mais engraçado é que eu sou a única mulher da casa e cabe a mim (quase sempre) resolver esse tipo de problema. Chamamos um eletricista dessa vez e lá se foi aquele dinheirinho a mais que quase nunca sobra no fim do mês.

Se você já ouviu a expressão “universitário é tudo duro” saiba que sim, é verdade. Universitário que mora em república desce mais cinco degraus na escada de pobreza.

O ambiente de uma república é território de ninguém, é campo neutro, é a Suíça de quem quer independência dos pais e autonomia de escolhas, mas sem perder o aconchego do lar doce lar. República com amigos combina super bem, e apesar de todos os problemas, eu recomendo.

A vida em repúblicas pode parecer uma curtição sem fim, mas exige muita paciência e responsabilidadeJuliana Sandres

do mês”, conta a jovem que ainda precisa de ajuda financeira dos pais.

Segundo a psicanalista Iona, embora possa existir alguma dificuldade de adaptação, na maioria das vezes essa mudança é um processo saudável. “Deixar a casa dos pais, local onde o jovem está adaptado, e ir buscar um ambiente novo, beneficia o amadurecimento, a independência. Neste processo ele ganha liberdade a aprende a ser responsável", avalia.

A estudante de Rádio e TV, Anna Paula Matos, diz que apesar das dificuldades iniciais, morar sozinho é bom para o amadurecimento, já que é possível vivenciar as próprias escolhas. “É bom porque te proporciona arcar com suas próprias responsabilidades, desde pagar as contas em dia até a economizar no mercado. Os primeiros meses são terríveis, é desolador não ter ninguém te mandando ir tomar banho. Sem falar que você descobre que a comida passa por um processo longo até chegar ao seu prato fresquinha e quentinha”, lembra.

Já deu para perceber que a vida nas repúblicas não é um mar de rosas como muitos pensam, com festas diárias e curtição 24 horas por dia. Para dividir a casa, sem nenhum adulto por perto, é preciso ter muita paciência, responsabilidade e também suar muito, tanto para pagar as contas como para limpar a bagunça. Republicanos são os verdadeiros heróis da resistência.

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FoCA 7FoCA 6CULTURA

Diversidade SonoraPresente em todos os momentos, a música tem muitas funções na vida

dos seres humanos. Ao longo da história, marcou e influenciou de diferentes formas sociedades interiras, desde em protestos contra governos até no uso em campanhas políticas. Tão antiga quanto o homem, as canções primitivas eram usadas para expor alegria, prazer, amor, dor, religiosidade e vários outros sentimentos. Desde os tempos pré-históricos existem vestígios de instrumentos líricos como a flauta, a lira e a harpa. Com o passar dos séculos foi se abrindo as fronteiras da criatividade e, com o avanço da tecnologia, os instrumentos tornaram-se mais completos e muitas possibilidades se abriram.

A música é de extrema importância social e também cultural, para a psicóloga Paula Mostasso, ela tem o poder de alterar o estado de espírito de uma pessoa. “O corpo reage às vibrações dos sons, são despertadas emoções que interferem no funcionamento de nosso organismo” afirma Paula, “a música tanto ajuda no nosso desenvolvimento intelectual como na criatividade e, também, na possibilidade de expressar nossos diversos sentimentos por meio dos sons”, explica à psicóloga.

VIDA ONLINE

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Tribos – O Brasil é um país rico em cultura musical. Basta um passeio pelas rádios que podemos sentir o quanto a país acomoda diferentes ritmos e batidas, por aqui, o verbo misturar encaixa perfeitamente com os diversos estilos musicais.

Dentro dos próprios gêneros são criados outros tipos de canções que atendem ao apelo do público e das gravadoras. Estilos como axé, funk e sertanejo têm suas raízes alteradas pela nova geração, formando-se subgêneros, cada um com seu público fiel. O rock, por exemplo, possui dezenas de divisões, com características distintas, estilos diferentes, além de variações de comportamento do público e dos músicos. Assim, o hard rock, heavy metal ou punk, embora consideradas formas de rock, representam culturas musicais distintas.

Amante da diversidade musical brasileira, o estudante de Engenharia Ronaldo Carante, 22, gosta do estilo das canções brasileiras, mas faz uma ressalva contra o preconceito. “Onde estiver tocando música eu vou. Acho interessante essa diversidade de sons, o brasileiro inventa canções a todo o momento, só gostaria que todos respeitassem o gosto musical de cada pessoa”, enfatiza Carante.

Já o estudante Bruno Gomes de Oliveira, 19, vocalista de uma banda de punk rock há 5 anos, discorda do Ronaldo Carante. Ele afirma que os diversos estilos musicais são válidos, mas faz

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Duelo de titãsHouve uma época em que ter um celular,

por mais simples que ele fosse, já significava algo muito importante. Poder se exibir para os amigos que não tinham, trocar mensagens de texto, ligar de qualquer lugar, ver a mãe ligando de hora em hora… quem nunca passou por isso? Se antes a discussão era pra ver qual celular era menor e com o design mais bonito, hoje a realidade é bem diferente.

Com o advento da tecnologia e sua rapidez em mudar o que está ao seu redor, os aparelhos telemóveis foram ficando cada vez mais sofisticados e práticos. Dessa forma, o tamanho e modelo deixaram de ter tanta importância. Eles passaram a dar espaço para os famosos sistemas operacionais. Hoje, quando se trata

Adla Machado

de smartphones, é inevitável não mencionar os sistemas IOS e Android, que competem pela preferência do público.

Origens - O sistema IOS, da empresa Apple, surgiu em janeiro de 2007. Com uma tecnologia touchscreen (sensível ao toque), no mesmo ano, lançou seu primeiro celular no mercado, o Iphone. Este ano, no dia 12 de setembro, foi apresentado seu último modelo de smartphone: o iPhone 5. Dono de um iPhone 4, Filipe Gatti, 24, defende o uso do IOS. “Eu gosto mais do sistema IOS, acho ele mais interessante pra mexer, além de achar o design bonito também” declara.

Já o sistema Android, da empresa Google,

baseado no núcleo Linux, foi lançando em outubro de 2008. O primeiro aparelho com o sistema foi o HTC Dream. Hoje, seu modelo mais recente é o Galaxy Note, da marca Samsung, lançando no dia 15 de agosto. A universitária Grecia Baffa, prefere utilizar o Android. “Eu tenho celular e tablet com esse sistema, dá pra baixar vários programas gratuitos” comentou.

Embora os dois sistemas sejam práticos, com aplicativos interessantes, não são iguais e tem seus detalhes em particular que, na hora da compra, fazem toda a diferença. Por esse motivo, resolvemos listar as principais características dos dois sistemas, para que você possa analisar com calma aquele que melhor ira satisfazer suas necessidades.

•Design sofisticado, porém, encontrado somente nos aparelhos iPhone, da Apple.

•Os aplicativos são controlados pela própria Apple, garantindo maior segurança aos usuários. A AppStore e o iTunes possuem mais opções de aplicativos. Transações de arquivo são feitas pelo iTunes.

• Não é possível mudar as configurações e personalizar o smartphone.

• As atualizações são mais rápidas, dificilmente trava.

•Possui assistente com comando de voz (Siri).

•Não se paga menos de R$ 1000 por um iPhone.

•É compatível com diversos aparelhos, entre eles, grandes marcas como Samsung e Motorola.

• O usuário tem liberdade para escolher o aplicativo que quer instalar. Os programas podem ser baixados do Android Market ou direto da internet. Há diversos aplicativos gratuitos.

• Permite o compartilhamento da internet via Wi-Fi e dá ao usuário liberdade para personalizar o smartphone.

• As atualizações são mais demoradas, já que dependem dos fabricante realizar as adaptações para os aparelhos.

• Possui o sistema de voz S Voice, que foi desenvolvido para o Galaxy S3

• O aparelho custa em média R$ 780,00. Mas esse valor varia dependendo do modelo.

IOS X ANDROID

uma queixa: “Particularmente gosto de punk, mas acho que um estilo não deve ser muito misturado porque o resultado pode ser ruim, como se vê hoje em dia no Brasil”. Para Bruno, mixar estilos torna a música sem identidade, “e isso é corriqueiro nesse país”, finaliza o estudante.

Longe de qualquer polêmica e querendo apenas apreciar o som, o técnico em redes Raoni dos Santos, 28, acredita que independente da canção, o importante é curtir o momento. “Gostos de todos os estilos musicais, não ligo para o legado que a canção vai deixar. Gosto de me divertir no momento que a escuto, seja qual for o estilo”, finaliza o técnico.

Muitos grupos sociais são formados em torno dessa diversidade. Indivíduos com os mesmos gostos musicais invariavelmente acabam formando grupos distintos. Em shows, por exemplo, em qualquer lugar do país é possível encontrar estádios lotados com pessoas de todas as partes do país, porém fiéis a um mesmo estilo, e por conta desse gosto em comum, elas se entendem e se identificam como iguais.

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FoCA 8DEBATE Maconha

Uso da droga torna-se mais comum entre jovensLuiz Vicentin

Adolescentes se envolvem cada vez mais com variados tipos de drogas

ilícitas. A maconha é a mais popular entre os jovens, muito pela facilidade em adquiri-la e por ser considerada menos nociva que outras drogas, como a cocaína e crack. Sejam em vias públicas e até mesmo instituições de ensino, não é difícil encontrar grupos de pessoas fumando maconha ou dividindo o mesmo cigarro. O FoCA conversou com um grupo de amigos que se encaixa nesse perfil. André e Thiago, dois membros desse grupo, concordaram em falar o que a maconha significa em suas vidas e se realmente eles sofreram com os efeitos decorrentes do uso.

A VILÃ? - Conhecida pelos efeitos alucinógenos e sua utilidade medicinal, nos últimos anos, a Cannabis Sativa, de onde a maconha é derivada, vem ganhando espaço na mídia brasileira. Não é para menos, segundo estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), cerca de 1,5 milhão de brasileiros, adolescentes e adultos, fumam maconha todos os dias. 62% dessas pessoas têm menos de 18 anos. Para o professor de Sociologia, Ismael Rezende, a tendência é que esse número aumente, pois a grande exposição da maconha gera mais curiosidade no jovem: “Muitos adolescentes, não possuem nenhuma opinião a respeito, e com tamanha exposição nas grandes redes de mídia, pode ser um dos grandes fatores do aumento de usuários nos últimos anos". Para Rezende, é fundamental que se faça a prevenção também entre jovens com menos de 16 anos. Segundo o mesmo estudo, realizado em 2006, um adolescente para cada adulto era usuário. Essa proporção agora é de 1,4 adolescente por adulto.

CONSEQUÊNCIAS - Estudos revelam que, fumar maconha por muito tempo diminui a capacidade mental e a inteligência das pessoas. Os resultados, publicados na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences, apontam que o QI sofre redução pelo contínuo uso da planta, principalmente entre jovens com menos de 21 anos. Os danos são irreparáveis, mesmo com a interrupção do uso, isto pode estar ligado ao fato de que a adolescência é uma fase de amadurecimento dos hormônios e da passagem para a vida adulta.

O estudante do Ensino Médio Thiago Clementino*, 16, fuma desde os 14 anos e admite ter dificuldades em se concentrar nas aulas. “Quando comecei a fumar, muitas vezes entreguei provas em

branco, simplesmente não conseguia escrever o que eu queria”, relembra Thiago, “tinha ideias malucas vindas de minha imaginação. Sentia fortes dores de cabeça, mas isso aconteceu no início, não estava acostumado ainda”, conta.

Para Thiago, a maconha serviu como um meio de se socializar e fugir dos seus problemas. “Comecei a usar por pura curiosidade, passei a ser mais sociável, conversando com as pessoas e fazendo amigos”, conta, “a erva me ajudou a fugir da realidade e esquecer alguns problemas que vinha passando, me libertou.” O psicólogo Alexandre Ferreira, acredita que para um adolescente chegar ao ponto de usar tal argumento sobre a droga, o torna um pré-destinado a ser solitário: “Isso ocorre muito por medo de sofrer e de decepcionar seu círculo de amizade ou seus familiares, não por culpa própria”, explica Ferreira, “muitas vezes a pressão dentro de casa o leva para tal caminho, trilhando uma forma mais fácil de fugir da solidão que lhe é destinada e dos problemas domésticos”, completa. Para o psicólogo, em casos assim, o mais correto seria procurar ajuda profissional e não buscar nas drogas a solução para tais problemas.

André Rios*, 22, estudante de Geografia, fuma desde os 12. Ele encara a droga com outro olhar e nega ter sofrido as consequências do uso em sua iniciação e no decorrer de sua vida adulta. Para ele, a legalização da maconha deveria ser entendido como uma acordo de paz entre usuários e a sociedade, não como motivo para descriminalização. “A maconha tem inúmeras utilidades para a medicina, muitos dos produtos são usados em nosso cotidiano e nem notamos”, afirma André.

DO BEM? - André tem razão, há estudos que provam que os efeitos da maconha beneficiam pessoas com AIDS e esclerose múltipla. O estudo foi divulgado pela revista de medicina Lancet, e foi realizada com 600 pacientes. Mas calma, ela não cura essas doenças. No caso da AIDS, a maconha estimula o apetite. Pacientes soro positivo chegam a perder 5 quilos por mês. Já pacientes de esclerose múltipla, afirmam que a erva alivia alguns sintomas, como espasmos e rigidez muscular. Além disso, o cânhamo, uma fibra natural da planta cannabis, é muito usada na fabricação de roupas, papel e cordas. A Adidas, conhecida mundialmente por patrocinar grandes seleções de futebol do mundo, usa, na fabricação de seus materiais esportivos, o cânhamo da cannabis.

André não concorda com os resultados divulgados pela mídia, de que o uso contínuo da maconha causa danos irreparáveis. “Pra mim isso não existe, se existe vai de cada um. Passei no vestibular da Unicamp, a universidade com a prova mais difícil do Brasil, estou no 2º ano e nunca deixei de fumar, se esses problemas aparecerem, espero que não seja agora, só quando for velho né?”, indaga André em tom irônico.

Para Alexandre, os motivos que levam alguém a se tornar usuário são diferentes para cada um, há os que, como Thiago tentam se enturmar, “diferente de uma pessoa que fuma por opção, ou os músicos que argumentam usar para estimular a criatividade”, explica o psicólogo, “o efeito é diferente de pessoa para pessoa, alguns se sentem mais depressivos, outros felizes, quietos, hiperativos, com dores. É variável e as histórias de cada um também”, completa. Os estudantes dizem não se arrependerem de terem iniciado o uso, “acho que vou começar o cultivo em casa, pouparei tempo e dinheiro, e terei um produto mais confiável”, brinca André.

*Nome fictício para preservar a integridade dos entrevistados.