Fluxo de Caixa como instrumento de projeção e controle nas micro e pequenas empresas. Marcos...
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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA – SOCIESC FACULDADE DO LITORAL CATARINENSE - FLC
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Marcos Rodrigo Schmitt
O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE PROJEÇÃO E CONTROLE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Balneário Camboriú, SC 2012
Marcos Rodrigo Schmitt
O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE PROJEÇÃO E CONTROLE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso à Faculdade do Litoral Catarinense, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Antonioni Colvara Bernardi Leripio, Esp.
Balneário Camboriú, SC 2012
Marcos Rodrigo Schmitt
O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE PROJEÇÃO E CONTROLE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Esta monografia foi apresentada, como trabalho de conclusão de curso, à
Faculdade do Litoral Catarinense, como requisito parcial para a obtenção do grau de
bacharel, e avaliada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo.
Balneário Camboriú, 13 de dezembro de 2012.
Banca Examinadora:
______________________________________________ Prof. Orientador Antonioni Colvara Bernardi Leripio, Esp.
FLC - SOCIESC
_______________________________________________ Membro da Banca: Prof. Joel Perozo, Msc.
FLC - SOCIESC
_______________________________________________ Membro da Banca: Prof. Mateus Pereira de Souza, Esp.
FLC - SOCIESC
“Nossa maior fraqueza está em desistir,
O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez”.
Thomas Edison
RESUMO
O objetivo geral do presente trabalho consiste em propor um instrumento de projeção e controle de fluxo de caixa para as micro ou pequenas empresas, de forma a subsidiar o administrador com informações gerenciais na tomada de decisão. Para alcançar tal objetivo será apresentada a estrutura e forma de elaboração da DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – aplicável às micro e pequenas empresas conforme estabelece a legislação contábil vigente, bem como demonstrar as suas mudanças separadamente em atividades, os métodos de aplicação dos fluxos, e suas vantagens e desvantagens; além de elaborar a ferramenta de projeção e controle do fluxo de caixa e aplicá-la em uma microempresa. Esta pesquisa pode ser delineada como aplicada, qualitativa, descritiva, documental e um estudo de caso. Verifica-se, na análise da aplicação deste instrumento, que é possível visualizar com maior facilidade os eventos financeiros da empresa. Conclui-se que o fluxo de caixa facilita o empreendedor no planejamento de seus recursos financeiros através do controle de entradas e saídas de numerários, desta forma antecipando os eventos e facilitando a análise e as decisões que possam comprometer esses recursos, utilizando-se de maneira eficaz as disponibilidades de caixa da empresa. Palavras-chave: Micro e pequenas empresas. Demonstrações contábeis. Fluxo de caixa. Tomada de decisão.
ABSTRACT The overall goal of this work is to propose an instrument of control and forecast cash flow for micro and small enterprises in order to subsidize the administrator with information in managerial decision making. To achieve this goal will be presented the structure and form of development of DFC - Statement of Cash Flows - applicable to micro and small enterprises as stated in the accounting legislation in force, as well as demonstrating its changes separately in activities, methods of application flows , and their advantages and disadvantages, besides preparing the tool projection and control of cash flow and apply it in a microenterprise. This research can be applied as outlined, qualitative, descriptive, documentary and a case study. There is, in the analysis of the application of this tool, which you can view with ease the financial events of the company. We conclude that the cash flow facilitates the entrepreneur in planning their financial resources through the control of cash inflows and outflows, thereby anticipating events and facilitates the analysis and decisions that may compromise these features, using so effectively the company's available cash. Word keys: Micro and small enterprises. Financial statements. Cash flow. Decision making.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 – Funcionamento do sistema contábil .................................................... 28
Ilustração 2 – Conjunto do processo de gestão ........................................................ 38
Ilustração 3 – Ciclos de uma empresa ...................................................................... 47
Ilustração 4 – Representação do fluxo de caixa ........................................................ 54
Ilustração 5 – Fluxograma das informações preliminares do fluxo de caixa ............. 57
Ilustração 6 – Ciclo de caixa de uma empresa .......................................................... 58
LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Conceitos Básicos de Contabilidade ...................................................... 21
Quadro 2 – Diferenças entre Cont. Financeira e Controladoria e Gestão ................. 26
Quadro 3 – Usuários Internos da Contabilidade ........................................................ 35
Quadro 4 – Usuários Externos da Contabilidade ...................................................... 35
Quadro 5 – Demonstrativo dos critérios de classificação de MPME’s ....................... 42
Quadro 6 – Fluxo de Caixa pelo Método Direto ........................................................ 64
Quadro 7 – Fluxo de Caixa pelo Método Indireto ...................................................... 65
Quadro 8 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 1° semestre 2011 (Realizado) ....................................................................................................... 85
Quadro 9 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 2° semestre 2011 (Realizado) ....................................................................................................... 86
Quadro 10 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 1° período 2012 (Projetado) ........................................................................................................ 87
Quadro 11 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 2° período 2012 (Projetado) ........................................................................................................ 88
Quadro 12 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 3° período 2012 (Projetado) ........................................................................................................ 89
Quadro 13 – Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos 2011 (Realizado) ................................................................................................................ 91
Quadro 14 – Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos 2012 (Projetado)................................................................................................................. 91
Quadro 15 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 1° semestre 2011 (Realizado) ....................................................................................... 95
Quadro 16 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 2° semestre 2011 (Realizado) ....................................................................................... 96
Quadro 17 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 1° período 2012 (Projetado) .......................................................................................... 97
Quadro 18 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 2° período 2012 (Projetado) .......................................................................................... 98
Quadro 19 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 3° período 2012 (Projetado) .......................................................................................... 99
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Recebimento de Vendas e Desembolsos ano 2011 (Realizado) ............ 92
Gráfico 2 – Recebimento de Vendas e Desembolsos ano 2012 (Projetado) ............ 93
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CCT Curso de Ciências Contábeis (Sociesc)
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CRCSC Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina
CVM Comissão de Valores Mobiliários
DFC Demonstração do Fluxo de Caixa
DLPA Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
DOAR Demonstração de Origens e Aplicações do Resultado
DRE Demonstração do Resultado do Exercício
DVA Demonstração do Valor Adicionado
EPP Empresa de Pequeno Porte
IASB International Accounting Standards Board
IFRS International Financial Reporting Standards
ME Microempresa
NBC Norma Brasileira de Contabilidade
PPC Projeto Pedagógico do Curso (Sociesc)
SOCIESC Sociedade Educacional de Santa Catarina
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 Tema ........................................................................................................... 13
1.2 Problema ..................................................................................................... 13
1.3 Objetivos ..................................................................................................... 15
1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 15
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 15
1.4 Justificativa ................................................................................................. 15
1.5 Estrutura do Trabalho ................................................................................. 16
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 18
2.1 Contabilidade e Gestão ............................................................................... 19
2.1.1 Conceitos Básicos ............................................................................... 19
2.1.2 Áreas de Concentração ....................................................................... 22
2.1.3 Contabilidade como um Sistema de Informação Organizacional ......... 29
2.1.4 Modelos e Processos de Tomada de Decisão ..................................... 36
2.1.5 Processo de Gestão: Planejamento, Execução e Controle ................. 38
2.1.6 Síntese dos Conceitos Básicos............................................................ 40
2.2 Referencial Teórico ..................................................................................... 41
2.2.1 Microempresa e Empresa de Pequeno Porte ...................................... 41
2.2.2 Gestão do Capital de Giro ................................................................... 43
2.2.3 Demonstrações Contábeis ................................................................... 47
2.2.4 Fluxo de Caixa ..................................................................................... 51
2.2.5 Projeção do Fluxo de Caixa ................................................................. 67
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 69
3.1 O Método Científico .................................................................................... 69
3.1.1 Métodos de Abordagem ....................................................................... 71
3.1.2 Métodos de Procedimentos ................................................................. 73
3.2 Tipologia e Classificação da Pesquisa ........................................................ 74
3.2.1 Quanto à Natureza ............................................................................... 75
3.2.2 Quanto à Abordagem do Problema ..................................................... 76
3.2.3 Quanto aos Objetivos .......................................................................... 77
3.2.4 Quanto aos Procedimentos de Coleta dos Dados ............................... 78
3.3 Técnicas de Pesquisa ................................................................................. 81
3.4 Síntese da Classificação da Pesquisa ........................................................ 82
4 Análise dos Dados e Interpretação dos Resultados ..................................... 83
4.1 Caracterização da Organização Objeto de Estudo ..................................... 83
4.2 Construção da Projeção de Fluxo de Caixa da Ômega .............................. 84
4.3 Aplicação da Projeção de Fluxo de Caixa da Ômega ................................. 94
4.4 Análise da Aplicação do Fluxo de Caixa na Empresa Ômega .................. 100
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 102
5.1 Conclusões ............................................................................................... 102
5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros ........................................................... 103
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 104
APÊNDICES ........................................................................................................... 107
12
1 INTRODUÇÃO
A presente Monografia tem como objeto o estudo do fluxo de caixa como
uma ferramenta de gestão nas decisões financeiras nas micro e pequenas
empresas.
O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro
conhecer com antecedência os lançamentos financeiros futuros da empresa, a
fim de programar as entradas e saídas de seus recursos em um determinado
período (ZDANOWICZ, 2000).
Assim, pretende-se com este trabalho, tornar o fluxo de caixa um
instrumento acessível e hábil ao administrador das micro e pequenas empresas
na análise da situação financeira, podendo, deste modo, definir com
antecedência as decisões, evitando acontecimentos inesperados.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(2007), existem cerca de 3,7 milhões de empresas no Brasil, das quais 99%
(noventa e nove por cento) são de micro e pequeno porte. Sabe-se que grande
parte destas empresas encontram dificuldades no controle da sua situação
financeira, haja vista a não utilização de meios eficazes e de baixo custo de
sistemas de controle e gestão.
Com a inexistência da adoção de um fluxo de caixa, pode-se concluir que
seja esta uma das razões que determinam o alto número de mortalidade precoce
das empresas, eis que ausentes as ferramentas necessárias para o
planejamento e controle da sua liquidez, impedindo o administrador de conhecer
a realidade financeira.
Deste modo, no intuito de evitar o fim das atividades das pequenas
empresas num curto prazo, e em consequência da ingerência de seu capital,
verifica-se que a adoção de um fluxo de caixa como ferramenta de gestão nas
decisões financeiras, poderá auxiliar o administrador no controle da liquidez da
entidade.
De acordo com Ferronato (2011, p. 196), o modo como os fluxos de caixa
são administrados pode determinar o sucesso ou o fracasso das empresas, uma
vez que o caixa é vital para o bom andamento do empreendimento.
13
Considerando que parte das microempresas e empresas de pequeno porte
não adotam meios de gestão eficazes, em virtude de não dispor de recursos
financeiros, faz-se necessário a adoção de um fluxo de caixa simplificado,
confeccionado em planilhas eletrônicas, tornando-o um instrumento de
gerenciamento dos processos financeiros, auxiliando o administrador na tomada
de decisões.
Nesta seção, apresentam-se, o tema, problema, objetivo geral e objetivos
específicos, a justificativa e a estrutura geral do trabalho.
1.1 Tema
Área de Concentração: Controladoria e Gestão1.
Tema de Pesquisa: O fluxo de caixa como instrumento de projeção e
controle nas micro e pequenas empresas.
A presente pesquisa tem como objeto o estudo do fluxo de caixa como um
instrumento hábil e eficaz para as microempresas e empresas de pequeno porte, a
fim de auxiliar o administrador financeiro na tomada das decisões.
1.2 Problema
As micro e pequenas empresas representam grande percentual das
entidades em atividade no Brasil, e, consequentemente, são responsáveis por uma
grande fatia de mercado que gira a economia em nosso país. Estas empresas
geram empregos e oportunidades, são os passos iniciais de futuras grandes
empresas, servindo de laboratório para empresários e executivos (KASSAI, 1997).
A sustentação e perpetuação destas empresas de pequeno porte são de
vital importância para a economia nacional, pois são elas que geram a maior parte
dos empregos e rendas. Segundo o SEBRAE (Sistema Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas), são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos
1 Contempla o desenvolvimento de estudos e pesquisas científicas relacionadas ao fornecimento eficiente de informações gerenciais para os usuários internos, combinando contabilidade, finanças e gestão, com as técnicas de ponta necessárias para a formulação e implementação da estratégia organizacional, no contexto da controladoria, com base em uma cultura centrada no valor, na gestão do desempenho corporativo, na eficiência das operações de financiamento, na sofisticação na gestão do capital, na gestão de riscos e na governança corporativa, visando melhores tomadas de decisão. (PPC-CCT, 2012)
14
empreendimentos formais no Brasil. Sendo desse total, mais de 99% micro e
pequenas empresas e empreendimentos individuais. Pesquisas realizadas por esta
mesma fonte no ano de 2010 apontam que as micro e pequenas empresas são
responsáveis por 52% dos empregos formais do Brasil. Além de ter uma
participação de 20% no PIB (Produto Interno Bruto), o que é um percentual baixo
com relação à quantidade de empresas existentes.
Em contrapartida, e não são exceções, devido a fatores inúmeros, tais como:
falta de planejamento, falta de capital de giro (caixa), avanços cotidianos de
tecnologias e crises na economia brasileira, aumento do custo de crédito,
concorrência acirrada, etc., fazem com que muitas dessas empresas, em um curto
espaço de tempo, acabem encerrando suas atividades precocemente.
Estas informações são evidenciadas na pesquisa do SEBRAE (2010), o qual
se constatou que do total dos micro e pequenos empreendimentos que iniciam suas
atividades no Brasil, 22% não conseguem manter as portas abertas por mais de dois
anos, acabam falindo, tendo como algumas das principais consequências, a falta de
planejamento financeiro e a escassez de capital de giro gerada pela inexperiência do
usuário na gestão de caixa.
O capital de giro pode servir de auxílio ao administrador financeiro dos
pequenos empreendimentos, gerando estratégia econômica sólida e eficaz para que
este tenha recursos de liquidez imediata a aplicar na empresa ou gerar lucro em
aplicações diversas. Deve focar a atenção neste sentido, pois a falta de controle nas
entradas e saídas de caixa na empresa está levando-as a encerrar as atividades, em
face da competitividade brutal do mercado atual.
Diante disto é observada a necessidade de um planejamento e controle
eficaz na organização e administração do negócio, independentemente da área de
atuação, sobremaneira, do levantamento de informações no intuito de projetar
receitas e despesas futuras.
Nesse sentido, a questão-problema, que norteia a pesquisa proposta, é:
Como a análise do fluxo de caixa e sua respectiva projeção, pode fornecer
informações financeiras úteis no processo decisório de Micro e Pequenas
Empresas?
15
1.3 Objetivos
A seguir, apresentam-se, o objetivo geral e os específicos da pesquisa.
1.3.1 Objetivo Geral
Propor um instrumento de projeção e controle de fluxo de caixa para uma
microempresa ou empresa de pequeno porte de modo a subsidiar ao administrador,
com informações gerenciais na tomada de decisão.
1.3.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são:
a) Apresentar a estrutura e forma de elaboração da Demonstração do
Fluxo de Caixa aplicável às microempresas ou empresas de pequeno
porte, de acordo com a legislação contábil vigente, assim como suas
atividades, métodos, vantagens e desvantagens;
b) Elaborar instrumento de projeção e controle de fluxo de caixa para
microempresas ou empresas de pequeno porte;
c) Aplicar o modelo elaborado na projeção e controle de fluxo de caixa na
empresa objeto deste estudo.
1.4 Justificativa
De fato, é grande o número de empresas que encerram suas atividades num
curto período de operacionalidade. Entre as micro e pequenas empresas esse
número chega a 57% (cinquenta e sete por cento) dos novos empreendimentos, que
acabam fechando as portas para o mercado em menos de cinco anos, conforme
pesquisa feita pelo IBGE em 2010.
Diante desta estatística, e sabendo que estes empreendimentos são
responsáveis por 52% (cinquenta e dois por cento) dos empregos formais diretos no
mercado nacional, este fato ocasiona reflexos crescentes na taxa de desemprego, o
que acaba influenciando negativamente na economia brasileira.
16
Os pequenos empreendimentos respondem, inquestionavelmente, por
grande parcela da geração de riquezas, o que contribui sobremaneira ao
crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil, além de democratizar o acesso ao
trabalho e possibilitar oportunidades aos novos empreendedores. (FERRONATO,
2011).
Além disto, estudos apontam que um dos motivos do precoce encerramento
desses empreendimentos estaria baseado na ineficaz administração da liquidez
destes negócios, ou seja, ingerência de caixa, e não necessariamente da
inexistência de lucro. Neste sentido, pode-se afirmar que uma empresa quebra pela
falta de caixa e não pela falta de lucro. Muitas empresas, mesmo operando com
lucros contábeis, acabaram se inviabilizando financeiramente. (SÁ, 2012).
Na atual conjuntura econômico-financeira, os empresários devem buscar
mensurar toda informação útil disponível nos relatórios contábeis, tendo em vista a
necessidade de antecipar certos acontecimentos futuros, e manter a situação da
empresa estável no mercado, o que em certas ocasiões, em que não captam
informações relevantes, acabam gerando sintomas de anomalias podendo resultar
na falência do negócio.
Na tentativa de aumentar o percentual das micro e pequenas empresas que
sobrevivem ao mercado competitivo e acirrado, é que se buscam formas de gerir o
empreendimento de modo a evitar que administradores cometam incoerências,
principalmente no que tange as disponibilidades imediatas da empresa, com a
utilização de um fluxo de caixa adequado.
A utilização desta ferramenta serve para facilitar e aprimorar a administração
de uma entidade, haja vista a real necessidade na organização de suas contas
financeiras de entradas e saídas de recursos. Seja para o presente, ou de forma a
projetar um fluxo de caixa útil para a tomada de decisões futuras.
1.5 Estrutura do Trabalho
Este trabalho está dividido em cinco (05) seções, a saber:
A presente seção, onde se expõem: o tema do trabalho, o problema, os
objetivos, geral e específicos e a justificativa.
Na segunda seção, apresenta-se a revisão de literatura, discutindo-se
conceitos e definições necessárias ao desenvolvimento da pesquisa, bem como a
17
fundamentação teórica, com aspectos relevantes, inerentes ao tema principal
proposto.
A terceira seção trata sobre a metodologia da pesquisa, a tipologia da
pesquisa, classificação quanto à natureza, quanto à abordagem do problema,
quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos de coletas de dados e as técnicas
utilizadas.
Na quarta seção é abordado um breve histórico sobre a empresa utilizada no
estudo, e proposto um instrumento de controle e projeção de fluxo de caixa ao micro
e pequeno empreendedor, bem como a sua aplicabilidade na microempresa
referenciada.
Na quinta seção, como considerações finais, apresentam-se as conclusões
do pesquisador e sugestões para pesquisas futuras.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
No auge da evolução econômico-financeira do Brasil, ultrapassando as
barreiras do subdesenvolvimento, cominando com índices crescentes de
desenvolvimento em diversos aspectos, em meio à crise internacional, podemos
encaixar estas vertentes numa projeção animadora, apresentando a contabilidade
como uma ciência em evolução.
Esta seção apresenta conceitos, definições, descrições e detalhamentos
sobre os seguintes assuntos: contabilidade gerencial, em termos gerais e suas
subdivisões, contabilidade tributária, contabilidade financeira, controladoria e gestão
e sistemas de informação contábil.
Ainda com referência a estes temas, são delimitados em suas respectivas
subseções das quais: a parte de contabilidade tributária em planejamento tributário,
contabilidade fiscal e contabilidade pública; a contabilidade financeira em análise de
demonstrações contábeis, perícia e auditoria contábil; a área de controladoria e
gestão em sistemas de planejamento, controladoria e gestão de desempenho; e os
sistemas de informações como ferramentas do processo de gestão estratégica em
gestão do conhecimento, sistemas de informação e tecnologias de apoio à gestão.
Na presente pesquisa será dado maior enfoque ao tema de controladoria e
gestão, haja vista que o tema proposto, fluxo de caixa, com sua utilização específica
como ferramenta gerencial para a tomada de decisão do micro e pequeno
empreendedor na gestão de seus empreendimentos, estarem diretamente
relacionados ao assunto.
Ainda assim, será tratado brevemente sobre cada área de atuação da
ciência contábil, por meio dessa nova conceituação de contabilidade focada na
gestão do empreendimento, tendo como principal objetivo munir o empresário/gestor
de informações relevantes para a tomada de decisão, o tema principal, contabilidade
e gestão, será evidenciado, assim como suas ramificações de atuação.
19
2.1 Contabilidade e Gestão
A contabilidade pode ser conceituada como uma ciência que estuda o
patrimônio de uma entidade. Tem por objetivos captar, mensurar e processar dados
de modo a fornecer informações úteis e fidedignas aos diversos usuários, visando
subsidiar a tomada de decisões dentro e fora das organizações.
Diante desta definição, a seguir serão elencados os conceitos de
contabilidade geral, necessários ao entendimento da matéria.
2.1.1 Conceitos Básicos
A fim de compreender melhor a conceituação dessa ciência social aplicada,
voltada modernamente para o planejamento, controle, execução e gestão dos
procedimentos contábeis de uma organização como um todo, é que se explicam, por
meio de definições e classificações, a matéria proposta.
Em uma definição bem acessível aos conhecimentos diversos, pode-se
concluir que por meio da contabilidade é que se planejam os objetivos, se juntam os
resultados e se avaliam os desempenhos. Tudo gerado com base nas informações
de relatórios confeccionados por intermédio de sistemas de informações contábeis,
o que proporciona aos administradores tomar decisões quanto ao preço utilizado, ao
mix de produtos, à tecnologia a ser empregada, entre outras. (SZUSTER ET AL,
2008).
A contabilidade é proposta aos seus usuários como meio de facilitar o
andamento do negócio, sempre na busca por redução de custos e maximização de
resultados. Tem por escopo e ética, os segmentos indispensáveis à honestidade,
sempre seguindo os princípios fundamentais e pressupostos básicos da
contabilidade.
Segundo Ferronato (2011, p. 117): “a Contabilidade nasceu das mãos do
gestor patrimonial, como instrumento de controle e como uma ferramenta auxiliar do
processo decisório”.
Desde o ano de 2006, quando da criação do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC), é que se passou a centralizar e uniformizar o processo de
emissão de pronunciamentos sobre os procedimentos de contabilidade. Essa nova
20
estruturação conceitual foi atualizada e regulamentada em 2011, conforme
regulamenta o pronunciamento contábil CPC 00.
O fundamento principal de uma entidade empresarial é o cumprimento de
sua missão, respeitando os valores desde a criação e no andamento do processo de
informação que é gerado por meio da contabilidade, até a mensuração desta
informação e utilização no contexto de produzir resultados positivos ao
empreendimento. (PADOVEZE, 2009).
Em se tratando de um novo conceito, totalmente convergente às Normas
Internacionais de Contabilidade (IFRS), a cargo do IASB – International Accounting
Standard Board, os empresários brasileiros, incluindo os pequenos e médios
empreendedores, passaram a se adaptar a esses conceitos, sempre buscando
alcançar os objetivos da contabilidade.
Por se tratar de uma ciência social, a contabilidade tem por objetivo
mensurar as informações, para assim poder informar, aspectos quantitativos e
qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. Serve como instrumento de
gestão e controle das empresas e tem por propósito básico a geração de
informações úteis para a tomada de decisões de seus diretores, administradores,
gestores e todos os interessados. (SZUSTER ET AL., 2008).
Resumidamente, os objetivos da contabilidade, pois, devem ser aderentes,
de alguma forma explícita ou implícita, àquilo que o usuário considera como
elementos importantes para seu processo decisório, conforme define a Comissão de
Valores Imobiliários (CVM) e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
(IBRACON).
Por fim, para um entendimento exacerbado do conteúdo proposto neste
trabalho científico, e pretendendo evidenciar determinados conceitos básicos da
contabilidade geral, no intuito de definir esclarecimentos futuros ao tema
pesquisado, para tanto, é que será apresentado um rol de definições e significados
fundamentais à matéria.
Neste sentido, partindo do pressuposto da necessidade de compreensão
dos termos básicos da contabilidade, Padoveze (2009) define assim alguns
conceitos, como pode ser verificado no Quadro 1.
21
Ativos
São os recursos controlados pela entidade, capazes de gerar fluxos de caixa futuros. Benefício futuro de um ativo significa ter potencial para contribuir para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa. É a parte positiva do patrimônio e está representada pelos bens e direitos da empresa.
Ativos Circulantes ou Financeiros
Entende-se pela facilidade de conversão em moeda. Os itens circulantes e financeiros podem assim ser chamados por se tratarem de contas em que são de imediata liquidez para poder cumprir com as obrigações da empresa.
Ativos Não Circulantes ou Não
Financeiros
São assim definidos, pois, apesar de comporem o capital de bens e direitos, tem um grau de liquidez menor aos disponíveis, assim como os ativos permanentes.
Passivos
São os recursos consumidos pela empresa para a geração de fluxos de caixa futuros. É a parte negativa do patrimônio e está representada pelas obrigações da entidade para com terceiros, no período corrente. São obrigações resultantes de eventos ocorridos e que exigirão de ativos para a sua liquidação.
Passivos Circulantes
Entende-se pelo grau de quitação das obrigações. Os passivos circulantes se tratam de obrigações com vencimentos dentro do período do exercício atual, com menores prazos, no máximo 360 dias. Podemos exemplificar com: fornecedores, empréstimos e financiamentos, salários a pagar, provisões de férias, obrigações sociais, fiscais e tributárias.
Passivos Não Circulantes
Os passivos não circulantes representam as obrigações futuras, com vencimentos no próximo exercício, tais como: financiamentos e empréstimos a longo prazo.
Patrimônio Líquido
É constituído da aplicação dos sócios na entidade, acrescidos dos lucros, ou decrescidos dos prejuízos, no decorrer das atividades da empresa. Definido como a diferença entre ativos e passivos.
Caixa Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.
Equivalentes de Caixa
São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
Quadro 1 – Conceitos Básicos de Contabilidade
Fonte: Padoveze, 2009.
22
A partir do conhecimento destes conceitos essenciais a aplicabilidade da
ciência contábil, a próxima seção discorrerá sobre as áreas que se concentram a
contabilidade.
2.1.2 Áreas de Concentração
Neste tema serão abordadas as definições e conceitos de contabilidade, em
âmbito global, voltada para a gestão, planejamento e controle do negócio,
denominada de contabilidade gerencial, os seus termos gerais e subdivisões,
constituída pela contabilidade tributária, pela contabilidade financeira, pela
controladoria e gestão e por sistemas de informação contábil.
Todas essas áreas contemplam a totalidade dos usuários da informação
contábil, sempre utilizada como ferramenta de gestão, o que com a convergência às
normas internacionais, vem exigindo mais do profissional da contabilidade,
cobrando-o sobremaneira do conhecimento de diversas áreas ligadas a essa
ciência, tais como: conceitos econômicos, governança corporativa, entre outros.
Aqui serão apresentadas as áreas de concentração da contabilidade,
definindo alguns breves conceitos, classificações e objetivos destas, para fins
gerenciais da contabilidade.
2.1.2.1 Contabilidade Tributária
Para obter uma definição concreta do tema contabilidade tributária, é
necessário o discernimento sobre o aspecto tributário de uma entidade. E isto
remete aos princípios diretamente relacionados à cobrança de impostos e taxas de
uma empresa. A contabilidade tributária vem tratar de assuntos relacionados à
tributação, porém direcionada a gestão deste tema, de forma a se utilizar dos
procedimentos contábeis, visando tão e somente à diminuição destes dispêndios
com base na legislação pertinente a cada situação.
Em um conceito resumido, Fabretti (2009, p. 5) diz: “é o ramo da
contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas
básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e
adequada”.
23
De um ponto de vista mais elaborado, o projeto pedagógico deste curso
conceitua a contabilidade tributária como o conjunto dos estudos e pesquisas
científicas desenvolvidos com a finalidade de gestão tributária de uma determinada
organização, por intermédio do fornecimento e análise das informações para o
planejamento, o controle e a tomada de decisões, as quais estejam diretamente
relacionadas com tributos.
Pode-se classificar a parte da contabilidade tributária em três subdivisões
que tratam especificamente da parte do planejamento tributário, da contabilidade
fiscal e da contabilidade pública.
A contabilidade tributária abrange os aspectos de apuração, de gestão e de
planejamento tributário, e é parte do âmbito da Contabilidade Gerencial, uma vez
que qualquer decisão tributária afeta necessariamente os negócios da empresa,
bem como qualquer decisão gerencial só é considerada válida se os impactos
tributários forem devidamente avaliados. A elevada carga tributária apresentada
neste país só faz aumentar a importância desta integração entre as decisões
tributárias e as decisões gerenciais. (PADOVEZE, 2009).
Com a convergência às Normas Internacionais de Contabilidade, tem-se
buscado, através do CFC, e por meio do Comitê de Pronunciamentos Contábeis,
estabelecer a contabilidade não apenas como uma obrigatoriedade de tratamento
dos registros contábeis para os ajustes tributários, e sim como ferramenta de auxílio
ao planejamento tributário. (FEBRETI, 2009)
Desta forma, a área tributária na contabilidade é ferramenta indispensável
aos usuários externos e internos da organização, voltando sua atenção às
necessidades e obrigações das entidades em cumprir com as exigências da
legislação em vigor na atualidade.
Também denominada de Contabilidade Fiscal, tem como objetivo fornecer
dados ao órgão tributante, o Governo, principalmente à Secretaria da Receita
Federal. A elaboração de um planejamento tributário é de fundamental importância
na antecipação dos impostos gerados nas transações e na estruturação das
operações, sempre buscando minimizar a carga tributária, de maneira lícita.
(SZUSTER ET AL., 2009).
O planejamento tributário, em todos os seus aspectos, é de suma
importância para as empresas, levando em consideração as diferentes taxas,
impostos e contribuições existentes em nosso país, pois a carga tributária é elevada,
24
e na atualidade, este fator tem representatividade significativa no montante
financeiro, o qual pode interferir negativamente no resultado econômico das
empresas.
2.1.2.2 Contabilidade Financeira
A contabilidade financeira contempla o desenvolvimento de estudos e
pesquisas científicas relacionadas aos aspectos de identificação, mensuração e
divulgação da informação contábil para usuários externos, mediante relatórios que
evidenciem a situação econômico-financeira e a mutação patrimonial das
organizações, incluindo abordagens preditivas e análises dos aspectos conceituais
e/ou empíricos dos mercados em que tais entidades atuam, e estudos sobre temas
envolvendo as atuais prerrogativas profissionais do contador em auditoria, perícia e
análise das demonstrações contábeis, conforme conceituação do projeto
pedagógico do curso de ciências contábeis da Sociesc.
A área da contabilidade financeira pode ser ramificada em três áreas
distintas de atuação, consideradas de maior importância aos usuários externos da
entidade, que são: a análise das demonstrações contábeis, a perícia e a auditoria
contábil.
O autor ressalta que a contabilidade financeira tem sua finalidade,
principalmente, voltada para o público externo à entidade, ou seja, é relacionada
com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão
fora da organização. (PADOVEZE, 2009).
Por isso a Contabilidade Financeira, também é definida como Contabilidade
Externa, a qual trata dos recursos financeiros, obrigações e atividades da entidade
legal. É direcionada, principalmente, ao público externo, com objetivos de orientar
investidores e credores na decisão de alocarem seus recursos. Também são
utilizadas por muitas outras pessoas, tais como os executivos e empregados da
empresa, fornecedores e outros externos à empresa. (SZUSTER ET AL., 2008).
Tem sua função principal na obtenção de relatórios contábeis, sempre
buscando dar publicidade a realidade econômico-financeira da entidade, no intuito
de proporcionar a inserção de novos investidores ou acionistas, bem como
possibilitar a obtenção de empréstimos, financiamentos ou investimentos de fontes
diversas.
25
Pode-se concluir que a contabilidade financeira é a contabilidade tradicional,
utilizada como instrumento acessório no desenvolvimento dos relatórios contábeis, a
fim de propiciar aos usuários externos informações as suas necessidades de
atender as regras estabelecidas.
2.1.2.3 Controladoria e Gestão
A controladoria pode ser definida como um centro administrativo responsável
pela utilização de toda informação contábil extraída de uma empresa, com a função
de mensurar, analisar, corrigir e coordenar todo o aparato contábil disponível na
organização, para satisfazer os usuários.
A controladoria e gestão, de acordo com o projeto pedagógico do curso de
ciências contábeis da Sociesc, contempla o desenvolvimento de estudos e
pesquisas científicas relacionadas ao fornecimento eficiente de informações
gerenciais para os usuários internos, combinando contabilidade, finanças e gestão,
com as técnicas de ponta necessárias para a formulação e implementação da
estratégia organizacional. Neste contexto de controladoria, com base em uma
cultura centrada no valor, na gestão do desempenho corporativo, na eficiência das
operações de financiamento, na sofisticação, na gestão do capital, na gestão de
riscos e na governança corporativa, sempre visando melhores tomadas de decisão.
Direcionada para atender aos usuários internos, a área de controladoria e
gestão possui três subdivisões, que são: os sistemas de planejamento, a
controladoria e a gestão de desempenho, assim classificadas para poderem atender
especificamente cada necessidade de obtenção da informação contábil.
A Controladoria é responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência
Contábil dentro de uma entidade. Por se tratar de uma ciência do controle em todos
os aspectos temporais (passado, presente e futuro), e por ser social exige a
constante comunicação da informação, neste caso, a informação econômica, assim,
a Controladoria é responsável pela implantação, desenvolvimento, aplicação e
coordenação de toda estrutura contábil, nas mais diversas necessidades.
(PADOVEZE, 2007).
Destarte, com uma definição conceitual destas áreas da contabilidade, pode-
se definir e identificar as principais diferenças entre a contabilidade financeira e a
controladoria e gestão, conforme pode ser observado no Quadro 2.
26
DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE FINANCEIRA E A CONTROLADORIA E GESTÃO
Contabilidade Financeira Controladoria e Gestão
Usuários Externos e internos. Internos.
Relatórios Padronizados. Customizados.
Escopo
Decisões de investimento, crédito, fornecimento de produtos e serviços, parcerias, compras de produtos e serviços.
Apoiar o processo de gestão (planejamento, execução e controle).
Desempenho Global. Situação financeira, resultado, resultado abrangente e fluxo de caixa.
Localizado. Desempenho dos gestores e centros de resultado, e fluxo de caixa específico.
Padrões
Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis e normas por órgãos reguladores e governo.
Definidos pelos gestores.
Critérios
Contábeis, tendendo a econômicos quando aplicadas as normas de contabilidade internacionais.
Econômicos.
Restrições nas informações fornecidas
Princípios contábeis geralmente aceitos.
Nenhuma restrição, exceto as determinadas pela administração.
Pressuposição Objetividade ou subjetividade responsável quando aplicados às normas internacionais. Auditável.
Subjetividade.
Periodicidade Anual, trimestral e mensal dependendo do tipo de empresa.
Especificado pelo usuário interno. Podem ser únicos e específicos ou com periodicidade definida.
Característica da informação fornecida
Deve ser objetiva (sem viés), verificável, relevante e a tempo.
Deve ser relevante e a tempo, podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos precisão.
Temporalidade Pretérita. Atual e Prospectiva.
Quadro 2 – Diferenças entre Cont. Financeira e Controladoria e Gestão
Fonte: Adaptado de Gimenez e Oliveira, 2011.
27
Como está ilustrada no quadro anterior, a diferença evidente entre as
contabilidades financeira e gerencial (controladoria e gestão) são as suas
aplicabilidades, na primeira está mais voltada para atender as exigências da
legislação com a apresentação de relatórios obrigatórios, e na segunda, tem sua
principal utilização na gerência, com a elaboração de relatórios gerenciais.
2.1.2.4 Sistemas de Informação e Contabilidade
O sistema de informação contábil contempla o desenvolvimento de estudos
e pesquisas científicas relacionadas à gestão dos Sistemas de Informações como
ferramentas do processo de gestão estratégica, tática e/ou operacional, e
elementos-chave para a inovação tecnológica nas organizações, promover a
geração e a disseminação do conhecimento, facilitar a comunicação, aumentar a
competitividade e o retorno sobre os investimentos, a maximização do valor e a
otimização organizacional. (PPC-CCT, 2012)
É essencial que uma empresa possua um sistema de informação contábil, e
para o seu estudo, pode-se classificar os sistemas de informações em três
subdivisões essenciais para o seu entendimento e aplicabilidade para o processo de
gestão estratégica. As subdivisões são: gestão do conhecimento, sistemas de
informação e tecnologias de apoio à gestão.
Para que a contabilidade venha a se tornar um instrumento gerencial, é
essencial a construção de um Sistema de Informação Contábil Gerencial.
Resumidamente, é possível fazer e é possível ter contabilidade gerencial dentro de
uma entidade, com a construção de um Sistema de Informação Contábil.
(PADOVEZE, 2009).
Segundo a CVM e o IBRACON, a Contabilidade é, objetivamente, um
Sistema de Informação e Avaliação destinado a prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
Sistema de informação pode ser conceituado como um conjunto de recursos
humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequencia
lógica para o processamento de dados e tradução em informações, para com seu
produto, permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos principais.
(PADOVEZE, 2009).
28
Seguindo o pensamento de Padoveze, a busca da informação contábil que
satisfaça as necessidades dos diversos usuários, é necessário seguir uma rotina de
processos de recebimento, registro, arquivamento, análise, e por fim o
processamento, transformando-os em relatórios, assim como podemos verificar na
Ilustração 1.
Ilustração 1 – Funcionamento do sistema contábil
Fonte: Adaptado de Gimenez e Oliveira, 2011.
Em consonância a matéria, na sua aplicabilidade aos sistemas de apoio à
gestão, o sistema de informação contábil é de suma importância neste processo,
tendo em vista a sua empregabilidade e funcionalidade na área gerencial, auxiliando
sobremaneira na finalidade de gerenciar a informação contábil, quantificando os
resultados, e assim, mensurando em sua qualidade para obter base segura na
tomada de decisão.
São os sistemas ligados à vida econômico-financeira da empresa, e
principalmente para atingir às necessidades de avaliação do desempenho dos
usuários internos. A principal utilização é no planejamento e controle financeiro e a
avaliação de desempenho dos negócios. Deve estar preocupado com as
informações necessárias para a gestão econômico-financeira da empresa, tendo
como base as informações de processo e quantitativas, geradas pelos sistemas
operacionais. (PADOVEZE, 2007).
29
As informações contábeis destinadas a usuários externos não suprem
adequadamente os modelos decisórios dos usuários internos. Os responsáveis pela
gestão econômica da empresa necessitam de informações adequadas aos seus
modelos de decisão. Assim, os sistemas de informações contábeis devem dar o
devido suporte informativo a cada etapa do processo de tomada de decisão.
(GUERREIRO, 1992).
De tal maneira, verifica-se que o sistema de informação na contabilidade é
fundamento básico no processo de transformação da informação contábil, sendo
organizado em todas as suas etapas, com o objetivo final de utilização da
informação gerada pelos relatórios, a fim de controlar o processo de gestão da
empresa.
2.1.3 Contabilidade como um Sistema de Informação Organizacional
A contabilidade tem sua função essencial na busca pela elaboração de um
sistema de informação organizacional, a qual, a tendência é proporcionar, diante de
seus relatórios contábeis, segurança ao administrador/gestor do empreendimento na
tomada de decisão.
Nos pequenos negócios, esta busca ainda é mais preciosa, pois um
pequeno desvio pode gerar impacto fatal na administração do empreendimento.
Uma das dificuldades encontradas é a falta de conhecimento dos pequenos
empresários sobre a contabilidade. Este desconhecimento torna dificultosa a
compreensão da informação contábil, resultando assim, no pouco aproveitamento
dos relatórios contábeis para o processo de decisões econômico-financeiras da
empresa.
Neste sentido, são imprescindíveis no mundo dos negócios algumas noções
básicas de contabilidade, por quatro razões: primeiro que a Contabilidade é a
linguagem dos negócios; segundo que se trata do insumo básico para a tomada de
decisões dos agentes econômicos; terceiro motivo é que de nada adianta o
fornecimento de demonstrações gerenciais sem que o pequeno empreendedor saiba
interpretar essas informações, e por último, a Contabilidade é uma ciência social e o
seu propósito é prover de informações úteis os tomadores de decisões.
(FERRONATO, 2011).
30
Destaca-se assim, que a informação contábil, para que seja utilizada no
processo de projeção e gestão administrativa, é necessário que essa informação
contábil seja desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da
entidade. Uma informação, só é desejável se conseguida a um custo adequado e
interessante para a entidade. (PADOVEZE, 2009).
Na seção seguinte será tratado sobre o ciclo contábil, conceitos, etapas e
características peculiares ao processo como um todo.
2.1.3.1 Ciclo Contábil
O ciclo contábil nada mais é do que o conjunto de todas as etapas que
envolvem a ciência contabilidade e o estudo de seu objeto. O processo no qual
contempla toda a trajetória da informação desde a sua captação, seu
reconhecimento, sua mensuração, sua classificação, sua sumarização até a sua
evidenciação, no que atinge o patrimônio de uma entidade.
Consiste na sequência dos procedimentos contábeis utilizados para
identificar, classificar, mensurar, registrar, acumular, sumarizar e evidenciar a
informação contábil. Trata-se do processo para a elaboração das Demonstrações
Contábeis, partindo das transações econômicas realizadas. O ciclo se refere à
repetição contínua das etapas, o que possibilitará uma atualização constante.
(SZUSTER ET AL., 2008).
Pode ser classificado em cinco fases distintas, sendo elas a captação,
reconhecimento, processo de acumulação, sumarização e evidenciação.
Szuster (2008) classifica o ciclo contábil nestas cinco fases:
A primeira fase começa com a captação dos dados sobre os atos e fatos que
afetam o patrimônio da entidade, isto é, das informações sobre as transações
realizadas por ela e dos demais eventos que afetam seu patrimônio, independente
da ação da entidade. É o ato de analisar os documentos distintos e eventos
macroeconômicos que afetam a entidade.
A segunda fase é a do reconhecimento destes atos e fatos com implicações
em diversas decisões, no reconhecimento das transações, no momento deste
reconhecimento, qual a sua classificação e os critérios adequados da mensuração e
valores.
31
Na terceira fase é que se dá o processo de acumulação, o qual consiste na
estruturação de um banco de dados, elaborado por intermédio dos registros
reconhecidos na fase anterior. A utilização de sistemas informatizados é fato usual
atualmente, devido à agilidade e precisão do processo.
Como quarta fase tem-se o processo de sumarização dos dados, até então
processados e organizados, resumindo-os e transformando-os em informações úteis
aos seus usuários. O primeiro passo desta fase é a identificação das necessidades
e, posteriormente, são elaborados os relatórios contábeis.
Na última e quinta fase do ciclo é que se dá a evidenciação, quando ocorre a
divulgação dos relatórios, tornando-os públicos, isto é, acessíveis ao conhecimento
de seus usuários, de acordo com o exercício social da entidade, realizado pela
administração do empreendimento.
Por meio deste ciclo contábil é que a empresa consegue obter as
informações contábeis necessárias à confecção de um fluxo de caixa de natureza
relevante e útil, possibilitando assim, ao administrador da informação contábil, tomar
decisões para evitar os resultados inesperados no caixa da empresa. Sendo assim,
a informação contábil deverá apresentar características específicas, conforme será
tratada no assunto seguinte.
2.1.3.2 Características Qualitativas da Informação Contábil
Características qualitativas são atributos que tornam as demonstrações
contábeis úteis aos seus leitores. Sua qualidade poderá ser mensurada pelo grau de
satisfação das necessidades dos consumidores, ou seja, dos usuários das
informações contábeis. Uma maior qualidade da informação contábil gera maior
utilidade ao processo decisório e para a compreensão da empresa analisada.
(SZUSTER, 2008).
A qualidade da informação contábil-financeira é de fundamental importância,
e está diretamente ligada a sua utilidade, voltada exclusivamente a atender as
expectativas de investidores, credores e outros potenciais interessados
externamente ao negócio. Necessitam ser altamente relevantes e representarem
com fidedignidade aquilo que se propõem.
As características qualitativas englobam diversos atributos que tornam as
demonstrações financeiras úteis para a grande maioria de seus usuários. Sempre
32
objetivando prepará-la, sem viés, a fim de não interferir na decisão final. (GIMENEZ
e OLIVEIRA, 2011)
Para que exista uma melhor compreensão e possa atender em sua
totalidade as necessidades dos usuários das demonstrações contábeis, estas
precisam ter como características qualitativas fundamentais: a relevância, a
materialidade e a representação fidedigna, e como características qualitativas de
melhoria: a comparabilidade, a verificabilidade, a tempestividade e a
compreensibilidade, conforme o capítulo 3, Pronunciamento Conceitual Básico (R1),
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
A relevância é uma das características qualitativas fundamental, e a
informação para ser relevante necessita ser útil, e, consequentemente,
indispensável às necessidades de cada usuário específico na tomada de decisões.
Para isto, a informação precisa auxiliar na avaliação das atividades já desenvolvidas,
revelando novos fatos e descobrindo novos caminhos a serem explorados, ou ainda,
confirmando fatos já desenvolvidos.
De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, a informação
contábil-financeira tem valor confirmatório se retroalimentar – servir de feedback –
avaliações prévias (confirmá-las ou alterá-las). A relevância é diretamente afetada
pela sua natureza e materialidade. A materialidade é um aspecto de relevância
específico da entidade baseado na natureza ou na magnitude, ou em ambos.
Outra característica qualitativa fundamental da informação é a representação
fidedigna, a qual nos remete a intenção de representar a realidade com maior
autenticidade possível da informação, mediantes relatórios completos, sem
interferências e livre de erros (proximidade máxima da perfeição). Segundo o CPC
(QC12), o objetivo é maximizar os atributos referenciados, na extensão que seja
possível.
Para que o processo seja mais eficiente e significativo na busca de
características qualitativas fundamentais é necessário que se identifique o fenômeno
econômico que seja potencialmente útil para os usuários, extraindo-se daí, a
informação mais relevante, para representá-la com fidedignidade, e então
determinar se esta informação poderá ser representada com autenticidade,
transformando-se num ciclo de análise de relevância dessas informações. (CPC,
QC18)
33
Ainda, podemos observar algumas importantes características qualitativas
de melhoria, as quais tendem a maximizar a utilidade da informação útil, material e
fidedigna.
A comparabilidade é essencial para a avaliação comparativa das
demonstrações contábeis, de períodos divergentes ou entidades distintas, e também
avaliar posições financeiras e patrimoniais de uma entidade, bem como os
desempenhos e fluxos de caixa presentes e futuros.
O CPC define como sendo a característica qualitativa que permite que os
usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre
eles.
Outra característica, a verificabilidade, ajuda a confirmar a relevância e
utilidade da informação contábil econômico-financeira, por diferentes observadores,
chegando num acordo comum de representatividade fidedigna dessa informação.
Para majorar a qualidade dessa informação, deverá ser utilizada de forma
tempestiva, ou seja, oferecer aos usuários dentro do tempo para executar a tomada
de decisão. A elaboração de relatórios em período oportuno às necessidades,
possibilita oferecer informações confiáveis, dentro das imposições impostas pelo
mercado e pela legislação em vigor.
De acordo com Gimenez e Oliveira (2011, p. 69): “a tomada de decisão
exige a informação tempestiva, no momento oportuno, no tempo que é necessária
para apoiar o processo decisório, sendo que o atraso pode tornar a informação
inútil”.
Já a compreensibilidade é uma qualidade essencial, pois é fundamental que
os relatórios contábeis sejam de fácil compreensão pelos seus usuários, incluindo
nesse rol pessoas não contadores, interessados em compreender a situação
patrimonial e financeira da empresa. (SZUSTER ET AL, 2008)
A elaboração de um fluxo de caixa deve contemplar todas essas
características apresentadas, em virtude da necessidade de propiciar aos usuários
dos relatórios contábeis, confiança e, principalmente, relevância e fidedignidade da
informação, propiciando base segura para a tomada de decisões financeiras aos
administradores da entidade.
Na próxima seção trataremos da classificação destes usuários da
informação contábil, apresentando sua descrição e definições.
34
2.1.3.3 Usuários da Informação Contábil
Sabendo do objetivo principal da contabilidade, que é a geração de
informações úteis para os usuários tomarem decisões no processo de gestão
empresarial, cabe aqui classificar e definir quem são os usuários da informação
contábil. Os estudiosos da ciência contábil normalmente dividem em dois grupos
distintos: os usuários internos e os usuários externos.
Nesse sentido, sabe-se que a coleta, o registro e a sumarização da
informação econômica visam fundamentar o processo decisório de todas as pessoas
relacionadas com as entidades, tais como os administradores, os investidores, o
Governo, os empregados, os financiadores e toda a sociedade, entre os agentes
econômicos internos e externos. (SZUSTER ET AL., 2008)
Os usuários internos, assim definidos, são aqueles que exercem suas
funções dentro da entidade, basicamente se utilizam da informação contábil para o
planejamento e controle, tais como: os funcionários, os administradores, os gerentes
etc.
Em contrapartida, os usuários externos podem ser definidos como aqueles
que atuam externamente à empresa, ou seja, utilizam da informação contábil para
fins de fiscalização, investimento, aprovação de financiamentos, entre outros. Como
exemplos têm: os investidores, os sócios, os acionistas, os fornecedores, as
instituições financeiras, o Governo, os sindicatos, a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) etc.
Como principais usuários internos da contabilidade, podemos destacar e
definir de acordo com o exposto no Quadro 3.
Usuário Definição
Gestores
Responsáveis por acompanhar o desenvolvimento da estratégia e garantir que o cumprimento das metas esteja em consonância com a expectativa dos usuários externos.
Financeiro
É onde os números são analisados e comparados, sendo responsável pelo financiamento, investimentos e gestão financeira das operações, sempre buscando a continuidade e crescimento da entidade.
Recursos Humanos
Preocupam-se com a política de recursos humanos, integrando os recursos humanos aos objetivos estratégicos.
35
Marketing
Utiliza da informação contábil para elaborar uma estratégia objetivando atingir uma meta de volumes, preços e lucros previstos no orçamento.
Produção
Se utiliza das informações contábeis para dar apoio no planejamento e controle operacional e estratégico da produção, sempre com a ajuda de aplicativos informacionais e sistemas inteligentes.
Quadro 3 – Usuários Internos da Contabilidade
Fonte: Gimenez e Oliveira (2011) e Padoveze (2009).
Já os principais usuários da informação contábil, denominados de usuários
externos, estão definidos de acordo com o Quadro 4.
Usuário Definição
Investidores
Os quais analisam a empresa como uma oportunidade de maximizar sua riqueza.
Comunidade/ Consumidores
Os quais possuem preocupações mais voltadas aos aspectos socioambientais e têm interesse em conhecer a posição das empresas neste aspecto.
Sindicatos
Têm como escopo negociar junto às entidades patronais, ou empresas, os reajustes dos colaboradores.
Fornecedores
Os quais verificam a capacidade de cumprir com os compromissos pelo fornecimento de mercadorias ou serviços.
Governo
Utiliza das demonstrações contábeis para o controle das obrigações acessórias: arrecadação dos tributos, determinar políticas tributárias, preparar a estatística da renda nacional, ou regulamentar as atividades das entidades.
Quadro 4 – Usuários Externos da Contabilidade
Fonte: Gimenez e Oliveira (2011) e Padoveze (2009).
Enfim, a contabilidade como uma linguagem de processamento de dados e
obtenção de informações, promove aos diversos usuários instrumentos para que
36
exerçam suas atividades como um todo e, assim, cumpram suas tarefas no controle
dos resultados.
O fluxo de caixa, como ferramenta de controle e gestão financeira, tem se
destacado por sua utilidade primordial aos usuários internos da empresa,
principalmente aos administradores e gerentes financeiros, devido a sua eficácia na
utilização do fluxo de caixa projetado, o que tem contribuído sobremaneira na
antecipação de fatores favoráveis e desfavoráveis ao gestor da micro e pequena
empresa. (GIMENEZ E OLIVEIRA, 2011)
Sendo a demonstração do fluxo de caixa uma ferramenta de gestão, que
tem por objetivo propiciar ao usuário desta demonstração tomar decisões com base
em informações relevantes ao processo, destaca-se no próximo item informações
acerca dos modelos e processos de tomada de decisão nos empreendimentos.
2.1.4 Modelos e Processos de Tomada de Decisão
O processo de tomada de decisão em uma empresa passa por algumas
etapas, na busca da informação contábil trabalhada em diferentes fases. É essencial
para o usuário da informação contábil, neste caso o tomador de decisão, obter base
segura e fidedigna, para assim, poder decidir a melhor alternativa a ser tomada,
sempre buscando reduzir custos e maximizar o resultado.
O modelo de decisão é a ferramenta utilizada na gestão com o objetivo de
medir as consequências que surgirão das alternativas disponíveis e para definir as
melhores alternativas. Tem sua busca, principalmente, nas definições das
alternativas a fim de buscar decisões de planejamento para o melhor funcionamento
do sistema de informações. As decisões são embasadas por variáveis
independentes. (MOSIMANN e FISCH, 2009).
Existem diversos modelos de decisão a serem tomadas pelos usuários da
informação contábil, dentre esses modelos podemos destacar: modelo de decisão
para definição da estrutura do ativo, modelo de decisão para emprestar ou não
emprestar, modelo de decisão de preços, modelo de decisão da margem de
contribuição, modelo de decisão geral para política de redução de custos, modelos
de decisão para os principais eventos econômicos, entre outros.
37
Para Mosimann e Fisch (2009), a decisão é a escolha de uma ação definida
em um determinado ponto do tempo, e os elementos essenciais para esta decisão
são:
a) o tomador de decisões – indivíduo ou grupo que está tomando a decisão;
b) os objetivos – fins buscados pelo tomador de decisões quando efetua a
sua escolha;
c) o sistema de valor ou preferências relativo aos critérios utilizados pelo
indivíduo ou grupo quando toma as decisões;
d) as estratégias – os diferentes cursos de ação que o indivíduo ou grupo
pode escolher com base nos recursos sob seu controle;
e) os estados ambientais – fatores que não estão sob o controle do
indivíduo ou grupo, mas que afetam decisivamente na escolha da
estratégia mais adequada;
f) os resultados ou consequências – derivados de uma dada estratégica e
de um dado estado ambiental; e
g) o ponto do tempo em que a decisão foi tomada.
O processo de gestão das empresas está diretamente ligado à necessidade
de se tomar decisões, e assim como a gerência do empreendimento, a tomada de
decisão também passa por um complexo processo, resultando na tomada de
decisão.
A fim de serem tomadas decisões relevantes e oportunas, pode-se definir
uma sequência lógica de eventos para compor o processo de tomada de decisões,
que são: 1) reconhecer um problema ou a necessidade de uma decisão; 2) definir
todas as alternativas possíveis de solução ao problema; 3) reunir as possíveis
informações relevantes às soluções levantadas; 4) avaliar e classificar os méritos
das soluções hipotéticas; 5) selecionar a melhor solução alternativa; e 5) validar a
decisão pelo retorno da informação positiva. (MOSIMANN e FISCH, 2009)
Com isto, o modelo de decisão é suportado por variantes independentes e
dependentes, que formam um conjunto de variáveis de fundamental importância na
tomada de decisões.
Torna-se necessário que sejam tomadas decisões relevantes em todas as
fases do processo de gestão na entidade, chamado de resolução de problemas, pois
se inicia da necessidade de inovar algo ou reparar determinadas falhas.
38
Consequentemente, as decisões são tomadas em todas as fases do processo,
sejam no Planejamento Estratégico, no Planejamento Operacional, na Programação,
na Execução e no Processo de Controle. (PADOVEZE, 2007).
O modelo de decisão deve ser significativo para o tomador de decisão e
atender ao seu processo lógico e específico para cada natureza do evento ou
problema a ser resolvido.
2.1.5 Processo de Gestão: Planejamento, Execução e Controle
O processo de gestão pode ser conceituado como um processo decisório, o
qual se apresenta num conjunto de procedimentos para decisões, em todas as suas
fases, que podem ser definidas como o planejamento, a execução e o controle da
entidade como um todo.
Os processos podem ser entendidos como a sucessão de estados de um
sistema, os quais possibilitam transformar as entradas do sistema nas saídas pelo
mesmo sistema. O processo de gestão está dividido em duas fases: o Planejamento
Estratégico e o Planejamento Operacional, e esta ainda incorpora uma fase
adicional, que finaliza o processo operacional, que pode ser denominada de
Programação, conforme Ilustração 2. (PADOVEZE, 2007).
Ilustração 2 – Conjunto do processo de gestão
Fonte: Padoveze, 2007, p. 27.
39
Entre as três etapas citadas, o planejamento é o ponto inicial para o
processo de gestão de uma empresa. Deve estar sempre em perfeita integração
buscando cumprir a missão e manter a continuidade da organização. Resumindo, o
planejamento, restritamente, trata de um processo que envolve avaliação e tomada
de decisões em cenários prováveis, objetivando atingir um resultado futuro, com
base em diversas informações preestabelecidas, que configurem a situação da
atualidade. (MOSIMANN e FISCH, 2009).
O planejamento deve ser dinâmico, sempre antenado as mudanças
constantes, deve ter compatibilidade entre o que foi proposto ao que será
executado, tem por meta reduzir as incertezas, isto é, os riscos relativos ao processo
decisório, assim, majorando a possibilidade de sucesso aos objetivos pré-
estabelecidos.
A execução é a etapa do processo de gestão em que se põem em prática as
atividades propostas no planejamento, e assim, ações emergem. Tudo deve estar
em consonância ao que foi anteriormente planejado, fazendo com que os resultados
apareçam positivamente. Precisa ter coerência com o que foi programado.
(PADOVEZE, 2007; MOSIMANN e FISCH, 2009).
Por fim, o controle, que se apresenta como a fase contínua e recorrente
deste processo, avalia o grau de aderência entre o planejado e a sua execução,
compreendendo a análise constante dos desvios ocorridos, sempre buscando
encontrar as causas das imperfeições ao proposto e direcionar as correções
necessárias. (PADOVEZE, 2007).
A função de controle, função imprescindível às empresas da atualidade, seja
como cargo específico ou o ato de controle, feito no caso das microempresas,
geralmente pelo sócio proprietário ou administrador. Figura como uma ferramenta
administrativa na busca pelo desempenho de resultados exigidos no complexo
mercado competitivo.
40
2.1.6 Síntese dos Conceitos Básicos
Nesta seção apresentada foi tratada da revisão de literatura inerente a todo
o processo de construção do conhecimento em que se propôs conceituar, de forma
resumida e objetiva, tópicos gerais do conhecimento empírico da ciência definida
como ciência contábil em toda a sua amplitude.
Foram abordados temas gerais sobre a contabilidade e gestão, conceitos,
objetivos e conceitos básicos de termos contábeis necessários ao entendimento da
matéria.
Foram definidas as áreas de concentração da contabilidade como
ferramenta de gestão empresarial, subdividas em contabilidade tributária, financeira,
controladoria e gestão e sistemas de informações contábeis, suas definições e
classificações.
Ainda foi conceituada a contabilidade como sistema de informação contábil,
destacando o ciclo contábil, as características qualitativas da informação contábil e
os seus usuários.
E por fim, destacam-se os modelos e processos de tomada de decisão e o
processo de gestão contábil.
41
2.2 Referencial Teórico
Esta seção trata da fundamentação teórica ao tema proposto. O objetivo de
mensurar os resultados através da apresentação da demonstração do fluxo de
caixa, como instrumento de projeção e controle em uma microempresa ou empresa
de pequeno porte. Uma forma de controle financeiro utilizado pelos usuários internos
da contabilidade, em busca da informação útil e fidedigna deste relatório contábil, no
intuito de proporcionar base sólida para a tomada de decisão gerencial.
2.2.1 Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
As microempresas e as pequenas empresas têm papel fundamental na
economia nacional, pois impulsionam o mercado econômico, sendo celeiros na
empregabilidade, e, por conseguinte, melhoram a qualidade de vida da sociedade
em geral.
A Lei Complementar n° 123/2006 instituiu o Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, trazendo definições acerca de seus
respectivos enquadramentos.
Para denominar-se Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP),
a Lei Complementar em comento, traz em seu artigo 3º, incisos I e II as respectivas
definições, vejamos:
Art. 3° Para os efeitos desta Lei Complementar consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
Nestes termos, cabe informar que algumas definições e classificações não
oficiais, estão sendo utilizados como critérios pelas organizações para caracterizar
as empresas em micro, pequena, média e de grande porte, conforme ilustrado no
Quadro 5.
42
Entidade Critério
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas)
a) Quanto à receita bruta anual: Empreendedor Individual (EI): Até R$ 60.000,00 Micro Empresa: Até R$ 360.000,00 Empresa de Pequeno Porte (EPP): De 360.000,01 até 3.600.000,00 Simples (Lei 123 de 15 de dezembro de 2006) b) Quanto ao número de empregados: Na Indústria: Micro: até 19 empregados Pequena: de 20 a 99 empregados Média: 100 a 499 empregados Grande: mais de 500 empregados No Comércio: Micro: até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Obs.: O presente critério não possui fundamentação legal, para fins legais, vale o previsto na legislação do Simples (Lei 123 de 15 de dezembro de 2006).
BNDES (Banco Nacional do
Desenvolvimento)
Quanto a receita operacional bruta anual: Micro: menor ou igual a R$ 2,4 milhões Pequena: maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões Média: maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões Média-grande: maior que 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões Grande: maior que R$ 300 milhões
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
Quanto ao número de pessoas ocupadas: Micro: até 19 pessoas Pequena: de 20 a 99 pessoas Média: 100 a 499 pessoas Grande: acima de 500 pessoas
Ministério do Trabalho
Quanto ao número de pessoas ocupadas: Micro: até 09 pessoas Pequena: de 10 a 99 pessoas Média: 100 a 499 pessoas Grande: acima de 500 pessoas
Quadro 5 – Demonstrativo dos critérios de classificação de MPME’s
Fonte: Adaptado de Kassai, 1997.
Conforme destaca Ferronato (2011, p.20): “As pequenas empresas prestam
contribuições singulares à economia brasileira. Nossa matriz de empregos é calcada
em um modelo produtivo que depende em demasia dos menores organismos
empresariais, pois fornecem grande parte dos novos postos de trabalho”.
Assim, com base nestes critérios, pode-se identificar em qual grupo de
empreendimentos está focada a pesquisa, e se tratando de microempresas e
empresas de pequeno porte, têm grande importância na economia brasileira, pois
respondem por uma fatia significativa do mercado.
43
2.2.2 Gestão do Capital de Giro
As questões financeiras do dia a dia possuem importância constante para a
administração de qualquer empreendimento, incluindo os micros empreendimentos.
Ferronato (2001, p. 36) esclarece que “a frequente falta de capital aliada aos
problemas de baixa liquidez afeta diretamente o fluxo monetário das pequenas
empresas e é a causa de muitos dos problemas financeiros”.
A administração do capital de giro compreende a gestão dos recursos
responsáveis pelo funcionamento da empresa. Esses recursos correspondem
àqueles aplicados no ativo circulante, formado pelos estoques, contas a receber e
disponibilidades. (SILVA, 2001).
Nesta linha, com base nesses conceitos, a gestão do capital de giro, além
dos componentes do ativo circulante, inclui-se também os componentes do passivo
circulante, como: duplicatas a pagar (fornecedores) e empréstimos de curto prazo.
O termo capital de giro, numa conceituação básica, é a diferença entre o
Ativo Circulante e o Passivo Circulante, em consequência, pode-se entender como
sendo o valor líquido investido nas atividades operacionais correntes dos
empreendimentos.
De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, p. 13), “o montante do capital de
giro é uma tarefa com sensíveis repercussões sobre o sucesso dos negócios,
exercendo evidentes influências sobre a liquidez e rentabilidade das empresas”.
A expressão “giro” se refere aos recursos de curto prazo da empresa, de
liquidez imediata, convertidos em caixa em curto prazo de tempo.
Complementando, o capital de giro corresponde aos recursos aplicados em
ativos correntes e fica girando dentro da empresa. O valor inicial do capital de giro
deve ir sofrendo acréscimo a cada transformação, para que, ao completar o ciclo
operacional, esteja maior do que o valor inicial. (HOJI, 2004).
A administração do capital de giro diz respeito à administração das contas
dos elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos circulantes, e às inter-relações
entre eles. Estuda-se o nível adequado de estoques que a empresa deve manter, os
investimentos de créditos a clientes, critérios de gerenciamento do caixa e a
estrutura dos passivos circulantes, de forma consistente e tendo como base a
manutenção de determinado nível de rentabilidade e liquidez. (ASSAF NETO e
SILVA, 2002).
44
Assim, o administrador financeiro precisa manter certo nível de capital
investido no giro para que as atividades possam permanecer em um nível ideal,
mantendo a liquidez da empresa.
Para Hoji (2004, p. 29): “a liquidez é a capacidade de pagar um
compromisso financeiro no curto prazo”. Portanto, a liquidez é a facilidade em
transformar um ativo em valores para saldar os compromissos financeiros de curto
prazo.
Desta forma, a liquidez está diretamente relacionada com o fluxo de caixa,
devido ao fato de o caixa ser o ativo mais líquido de uma empresa, além de ser
responsável por cumprir as obrigações dentro dos prazos previstos.
O principal objetivo da análise da liquidez de uma empresa reside em
identificar sua capacidade de honrar seus compromissos de curto prazo. Muitas
pessoas, inclusive especialistas, argumentam que as empresas “quebram” por terem
problemas de liquidez. (SILVA, 2001).
Outro conceito importante é o da rentabilidade, o qual segundo Silva (2001)
conceitua-se como o grau de êxito econômico (lucro ou prejuízo) obtido por uma
empresa em relação ao capital investido.
Deste conceito, verifica-se uma ligação com o tema fluxo de caixa, haja vista
que os recursos aplicados em caixa sejam os menores possíveis, somente o
extremamente necessário para as obrigações, uma vez que o que gera rentabilidade
para uma empresa é a aplicação de seus recursos na sua atividade fim.
Nesse sentido, fica evidente a necessidade de manter um equilíbrio entre a
liquidez e a rentabilidade, como perfeitamente descreveram Yoshitake e Hoji (1997,
p. 117): “O equilíbrio entre a liquidez adequada e a rentabilidade satisfatória constitui
constante desafio enfrentado pela administração financeira”.
Assaf Neto (2002, p. 40) trata “a liquidez e a rentabilidade comparando com
o dilema risco e retorno, em que a manutenção da liquidez diminui o risco de
insolvência, porém diminui também o retorno do investimento”.
Para Zouain et al. (2011), as principais dificuldades encontradas nas micro e
pequenas empresas, relacionadas a escassez do capital de giro, são:
1. Escassez de recursos financeiros: a necessidade de adquirir
equipamentos e contratar recursos humanos de alto nível requer muitas
45
vezes volume de recursos superior ao que os empreendedores dispõem
para investir no empreendimento;
2. Aquisição de equipamentos nacionais ou importados: em face da
especificidade de suas atividades, muitas empresas têm dificuldade em
adquirir equipamentos adequados; isso gera a necessidade de realização
de adaptações nos equipamentos disponíveis no mercado ou a utilização
de equipamentos de outras instituições, como universidades ou empresas
de maior porte; e
3. Obtenção dos componentes ou de matéria-prima: muitas vezes o
empresário enfrenta problemas para encontrar empresas que forneçam
os insumos de que precisa para sua produção. E quando encontra
esbarra em outro empecilho, que sua escala de produção requer lote
mínimo da matéria-prima, fato que não interessa ao fornecedor, que
estabelece lotes mínimos para a venda.
Estes fatores nos levam a crer que são evidentes as dificuldades
enfrentadas pelo micro e pequeno empreendedor em razão da escassez de
reservas de capital de giro, entre outros.
Dentro desses conceitos de capital de giro, liquidez e rentabilidade, é
importante discorrer acerca dos ciclos que envolvem as atividades de uma
empresa, que são: o ciclo operacional, ciclo econômico e ciclo financeiro, temas da
seção seguinte.
2.2.2.1 Ciclos Operacional, Econômico e Financeiro
No ciclo operacional estão incluídas todas as fases das atividades de uma
empresa, sejam relacionadas a uma empresa comercial, industrial ou de serviços
(compra de matéria-prima ou produtos, estocagem, recebimento, venda e
pagamento), e como dizem Yoshitake e Hoji (2007, p. 119): “O ciclo operacional
compreende todo o processo da operação”.
O intervalo de tempo que corresponde o ciclo operacional vai desde a
compra das mercadorias ou produtos até o recebimento efetivo pela venda. Assaf
Neto e Silva (2002) consideram que o fundamento da gestão do ciclo operacional
está em imprimir uma alta rotação, ou seja, diminuir o tempo de duração,
46
procedimento que resulta na melhor utilização dos recursos, reduzem-se os custos
e aumentam-se os ganhos.
O ciclo operacional tem seu inicio junto com o ciclo econômico ou ciclo
financeiro, o que ocorrer primeiro, e encerra-se junto com um destes, o que ocorrer
por último. Em condições normais, é a soma de todos os outros ciclos. (HOJI,
2001).
O ciclo econômico, segundo Assaf Neto e Silva (2002, p. 22), “considera
unicamente as ocorrências de natureza econômica”. Este ciclo coincide com o
regime de competência utilizado na quase totalidade dos relatórios contábeis, pois
considera a compra e a venda sem levar em consideração os pagamentos e
recebimentos.
O intervalo do ciclo econômico vai desde a compra de matéria-prima ou
mercadoria até o momento da venda do produto final ou entrega do serviço
realizado.
Já o ciclo financeiro corresponde ao processo de efetivação financeira de
cada evento econômico em termos de fluxo de caixa. (PADOVEZE, 2005). Este
ciclo está diretamente ligado ao regime de caixa utilizado pela gestão financeira,
pois considera o momento dos pagamentos e recebimentos.
O intervalo de tempo que corresponde ao ciclo financeiro vai desde o
pagamento aos fornecedores/credores até o efetivo recebimento das vendas. Vale
destacar que caso haja qualquer desembolso de numerários antes do pagamento
aos fornecedores, então será este o marco de início do ciclo financeiro.
Assaf neto e Silva (2002, p. 20) destacam que “o ciclo financeiro representa
o intervalo de tempo que a empresa ira necessitar efetivamente para as suas
atividades, por isso a importância da utilização de estratégias para a redução desse
tempo”.
Reduzir o tempo significa reduzir os empréstimos e financiamentos,
responsáveis pelas despesas financeiras; e reduzir a necessidade de capital
ocioso, aplicado no giro, o que possibilita investir na empresa, na busca pelo
crescimento e desenvolvimento constante.
A Ilustração 3 representa graficamente todos os ciclos de uma empresa e
seus intervalos.
47
Ilustração 3 – Ciclos de uma empresa
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Assaf Neto e Silva (2002).
A efetiva compreensão dos ciclos de uma empresa é de suma importância
para a gestão financeira como um todo. Desta foram, conclui-se que o ciclo
operacional está diretamente relacionado à gestão do capital de giro da empresa. O
ciclo econômico está diretamente ligado ao resultado operacional – lucro ou prejuízo
– da empresa. E o ciclo financeiro está diretamente relacionado à gestão do fluxo de
caixa.
2.2.3 Demonstrações Contábeis
As Demonstrações Contábeis compreendem o conjunto das informações
apresentadas pela empresa aos usuários externos da contabilidade, composta pela
posição patrimonial (balanço patrimonial), o desempenho (demonstração do
resultado e demonstração do resultado abrangente), e os fluxos de caixa de uma
entidade. (PADOVEZE, 2007).
Assim, pode-se entender que as demonstrações contábeis consistem num
conjunto de demonstrativos, previstos em lei ou consagrados pela prática, os quais,
normalmente, são elaborados ao final do exercício. (REIS, 2006).
48
Segundo Gimenez e Oliveira (2011), o conjunto completo de demonstrações
contábeis deve incluir:
i. Balanço patrimonial ao final do período;
ii. Demonstração do resultado do período de divulgação;
iii. Demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. Esta
pode ser apresentada em qualquer demonstrativo próprio ou dentro das
mutações do patrimônio líquido.
iv. Demonstrações das mutações do patrimônio líquido para o período de
divulgação;
v. Demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação;
vi. Demonstração do valor adicionado;
vii. Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis
significativas e outras informações explanatórias.
Assim, a obrigatoriedade de apresentação das demonstrações financeiras
está contida no art. 176 da Lei n° 6.404/76, como segue:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007); V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007); § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007).
No que tange a aplicabilidade nas microempresas e empresas de pequeno
porte, a Lei Complementar nº 123/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, em seu art. 27 dispõe que as
microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional
poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e
controles das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor.
Todavia, a escrituração simplificada não foi regulamentada pelo Comitê Gestor até a
presente data.
49
Por sua vez, a NBC T 19.13 - Escrituração Contábil Simplificada para
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, aprovada pela Resolução CFC nº
1.115/2007, prevê que a ME e a EPP devem elaborar, ao final de cada exercício
social, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado, em conformidade
com o estabelecido na NBC T 3.1 - Das Disposições Gerais; na NBC T 3.2 - Do
Balanço Patrimonial; e na NBC T 3.3 - Da Demonstração do Resultado, que são
partes integrantes da NBC T 3 - Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das
Demonstrações Contábeis, aprovada pela Resolução CFC nº 686/1990 e alterada
pelas Resoluções CFC nºs 847/1999, 887/2000, 1.049/2005 e 1.283/10.
É facultada à ME e à EPP a elaboração da Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados, da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, da
Demonstração do Fluxo de Caixa e das Notas Explicativas.
No entendimento das exigências quanto a apresentação das demonstrações
contábeis, cabe destacar os conceitos, de forma breve, a respeito de cada um
desses relatórios.
O Balanço Patrimonial, talvez o principal relatório contábil, segundo Reis
(2006, p. 41): “Procura evidenciar, em determinada data, a natureza dos valores que
compõem o patrimônio da empresa – bens e direitos – e a origem desses valores –
obrigações e Patrimônio Líquido”.
Procura evidenciar as posições patrimonial e financeira da entidade, de
forma qualitativa e quantitativamente, numa determinada data. (GIMENEZ e
OLIVEIRA, 2011)
E para um melhor entendimento, Padoveze (2007) define o balanço
patrimonial como o resultado da evidenciação estática do patrimônio da empresa. É
uma demonstração de estoques de bens, direitos e obrigações que permite a análise
do desempenho empresarial.
A DRE, Demonstração do Resultado do Exercício pode ser considerada
dinâmica, a qual evidencia o fluxo de receitas e despesas e finalmente, o controle
entre estas duas contas. (SÁ, 2012). Assim, numa definição direta, é dito como o
relatório contábil que apresenta o resultado do período, lucro ou prejuízo, e as
diversas variantes.
A Demonstração do Resultado é o resumo das operações da empresa
durante o exercício social e precisa destacar, na última linha, o lucro líquido ou
prejuízo, ou o resultado dos acionistas, que se trata do montante que deve ser
50
transferido ao patrimônio líquido, partindo dai a demonstração do resultado
abrangente. (GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011).
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as contas
de receitas e despesas da empresa que são reconhecidas no patrimônio líquido, e
ainda os efeitos das mudanças nas práticas contábeis, os valores integralizados
pelos sócios, bem como os dividendos distribuídos a estes durante determinado
período. Também apontam as correções e erros do período proposto. (GIMENEZ e
OLIVEIRA, 2011).
Em suma, demonstra quais foram as variações ocorridas em todas as contas
do Patrimônio Líquido, incluindo a dos Lucros ou Prejuízos acumulados e os fatores
que originaram tais modificações.
De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, adiante transcrito, a
companhia poderá, à sua opção, incluir a demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados nas demonstrações das mutações do patrimônio líquido. "A
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do
dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."
De acordo com Gimenez e Oliveira (2011, p. 104) esclarecem que “a
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados apresenta o resultado da
Entidade, assim como as alterações nos lucros ou prejuízos acumulados para o
período da divulgação”.
Evidencia a variação ocorrida na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados
de determinado período para o seguinte. De acordo com Reis (2006, p. 41)
“evidencia, principalmente, a destinação dada ao resultado do período e aos de
períodos anteriores”.
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido são relatórios dinâmicos, os quais evidenciam,
principalmente, o fluxo da conta lucros ou prejuízos acumulados.
Além destas demonstrações contábeis relacionadas e conceituadas, ainda
podemos incluir, conforme prevê o pronunciamento técnico CPC 26 - apresentação
das demonstrações contábeis -, que versa sobre a apresentação das
demonstrações contábeis, a Demonstração do Fluxo de Caixa, que segundo Reis
(2006, p. 108) “indica a origem de todos os recursos monetários que entraram no
51
Caixa, bem como onde foram aplicados os recursos monetários que saíram do
Caixa em um determinado período”.
A DFC é um instrumento da administração financeira e diferencia-se das
demais demonstrações contábeis, pois é apresentada pelo regime de caixa,
enquanto que as demais demonstrações contábeis são apresentadas respeitando o
princípio da competência.
De acordo com o pronunciamento técnico CPC 03:
A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades.
Assim, a DFC é considerada um importante instrumento gerencial, pois
evidencia em determinado momento a necessidade de recursos necessários à
empresa, mostrando o confronto entre as receitas e dispêndios do disponível,
transmitindo informações da existência de falta ou sobra de dinheiro, possibilitando à
administração com antecedência tomar decisões seguras e eficientes.
E por último, a Demonstração do Valor Adicionado, que evidencia, de forma
sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa
em determinado período e sua respectiva distribuição.
A DVA, Demonstração do Valor Adicionado destaca a parcela de riqueza
acrescentada pela empresa ao seu produto final (bens ou serviços) e a forma como
essa riqueza foi distribuída entre os vários fatores de produção envolvidos (mão-de-
obra, capital, etc.). (REIS, 2006).
Diante das definições expostas, conclui-se na importância dos diversos
relatórios contábeis emitidos, e segue na próxima seção a referência ao Fluxo de
Caixa.
2.2.4 Fluxo de Caixa
Neste tópico, será tratado o objeto de estudo desta pesquisa como um todo,
o fluxo de caixa, conceito, finalidades e objetivos, características, composição e
classificações.
52
2.2.4.1 Conceito de Fluxo de Caixa
O Fluxo de Caixa evidencia as modificações ocorridas no saldo de
disponibilidades (aqui se entende por caixa e equivalentes de caixa), através dos
fluxos de recebimentos e pagamentos, em determinado período. Possui melhor
comunicação com a maioria dos usuários das demonstrações contábeis. (MARION,
2010).
Zdanowicz (2000, p. 40) diz que “o fluxo de caixa consiste na representação
dinâmica da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de
recursos e todas as aplicações em itens do ativo”.
Caixa, para fins de gestão financeira, são os valores monetários, montante
disponível em saldo, dinheiro ou bancos, para livre movimentação, além das
aplicações financeiras de liquidez imediata. (HOJI, 2004).
Além dos itens expostos como sendo caixa, as aplicações de liquidez
imediata são consideradas como as aplicações de curto prazo, com resgate
imediato. Esse conjunto de ativos descrito anteriormente é para a contabilidade, o
total das disponibilidades de cada empresa. Pode-se utilizar caixa neste caso, como
sinônimo de disponibilidade. (PADOVEZE, 2005)
Mais especificamente, fluxo de caixa pode ser conceituado como o conjunto
das alterações no financeiro da empresa, resultante dos recebimentos e
pagamentos realizados em razão da atividade empresarial e das operações de
captação de dinheiro para a empresa, na forma de empréstimos ou financiamentos e
operações de investimentos de capital.
Para Assaf Neto (2002, p. 39) é o instrumento que relaciona os ingressos e
saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em
determinado intervalo de tempo.
A fim de clarear as informações iniciais ao conceito de fluxo de caixa, faz-se
importante citar algumas atividades que alteram o saldo de caixa nas empresas,
sejam entradas de recursos que aumentam o saldo de caixa, ou saídas de recursos,
as quais diminuem o saldo de caixa.
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000), as atividades que aumentam o
saldo de caixa são denominadas fontes de caixa, pois sempre envolvem o aumento
53
de uma conta de passivo ou patrimônio líquido, ou a redução de uma conta do ativo,
conforme os exemplos:
• Vendas de mercadorias à vista;
• Vendas de bens à vista;
• Obtenção de empréstimo;
• Obtenção de financiamento;
• Recebimentos de Duplicatas a Receber;
• Lançamentos de novas ações;
Já as atividades que reduzem o saldo de caixa são denominadas aplicações
de caixa, as quais acarretam a redução de um passivo por seu pagamento, ou o
aumento de um ativo pela compra de algo, conforme os exemplos:
• Compras de matérias-primas à vista;
• Compras à vista de mercadorias para revenda;
• Pagamentos a fornecedores;
• Liquidação de empréstimos;
• Liquidação de financiamentos;
• Compras de bens à vista;
• Recompra de ações.
Como já abordado anteriormente, as companhias abertas e as companhias
fechadas com patrimônio líquido superior a dois milhões de reais na data do
balanço, têm obrigatoriedade de apresentação da DFC, conforme consta na Lei nº
11.638 de 2007.
Diante do exposto, com base na mesma Lei, o art. 188 dispõe que a
Demonstração do Fluxo de Caixa indicará no mínimo as alterações ocorridas,
durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas
alterações em, no mínimo, três fluxos: das operações, dos financiamentos e dos
investimentos.
54
Zdanowicz (2000) apresenta o fluxo de caixa de uma forma bem
simplificada, onde o tesoureiro recebe os valores monetários, trabalha com os
numerários e as duplicatas, utilizando-se para realizar a circulação do dinheiro, do
disponível, conforme retratado na Ilustração 4.
Ilustração 4 – Representação do fluxo de caixa
Fonte: Zdanowicz, 2000, p. 25.
De forma bem simples, uma empresa realiza suas atividades normais no
mercado dia após dia, sejam de vendas, compras ou investimentos. Partindo do
pressuposto de que em determinada data as entradas são maiores que as saídas ou
vice-versa, desta feita é necessário que a empresa tenha controle sobre a situação
financeira, consiga projetar suas disponibilidades para que possa antecipar os
acontecimentos e saldar seus compromissos. De igual teor, possa investir
disponibilidades ociosas, objetivando render frutos a curto prazo. (ZDANOWICZ,
2000).
Observa-se que estes conceitos abordados, além de caracterizar o fluxo de
caixa como um instrumento que permite ao usuário desta ferramenta projetar e
controlar as atividades financeiras da empresa, permite ainda fornecer informações
capazes de prever situações financeiras futuras com antecedência, possibilitando
assim, a tomada de decisão de forma segura e em tempo hábil.
55
2.2.4.2 Objetivos do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é o utensílio mais importante para o administrador
financeiro, pois, com a sua utilização, o usuário da informação contábil tem a
possibilidade de contar com informações gerenciais, que lhe proporcione uma visão
ampla dos negócios, facilitando, assim, a transmissão desses dados aos executivos,
numa empresa, focando desde o operacional até o estratégico. (ZDANOWICZ,
2000).
O principal objetivo do fluxo de caixa, de acordo com Zdanowicz (2000, p.
41), “é dar uma visão das atividades desenvolvidas, bem como as operações
financeiras que são realizadas diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro das
disponibilidades, e que representam o grau de liquidez da empresa”. E dentro deste
objetivo, Zdanowicz relaciona alguns objetivos básicos do fluxo de caixa:
• Permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as
disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos
vultuosos em época de pouco encaixe;
• Analisar a viabilidade de serem comprometidos os recursos pela
empresa;
• Participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os
controles financeiros;
• Desenvolver o uso eficiente e racional do disponível;
• Verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa; e
• Programar os ingressos e os desembolsos de caixa, de forma criteriosa,
permitindo determinar o período em que deverá ocorrer carência de
recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas
necessárias.
Desta forma, concluindo, o objetivo principal da utilização do fluxo de caixa é
antecipar as oscilações na empresa, isto é, trabalhar com o caixa, otimizar a
aplicação de recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis. Não
deixar dinheiro em caixa ocioso, e tampouco não deixar o caixa aquém das
necessidades para quitar seus compromissos.
56
2.2.4.3 Características do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa se dá a partir da reunião de informações preliminares
oriundas dos diversos departamentos, seções, setores diversos da empresa, com
referência as movimentações periódicas de desembolsos ou entradas de
numerários, pode ser diário, mensal, semestral, de acordo com a necessidade de
controle. São emitidas as informações diretamente ao setor financeiro.
De acordo com Zdanowicz (2000, p. 131), algumas projeções e estimativas
de informações específicas, definidos os períodos, são úteis para a elaboração do
fluxo de caixa, tais como:
• Projeção das vendas, considerando-se as prováveis proporções entre as
vendas à vista e a prazo da empresa;
• Estimativa das compras e as respectivas condições oferecidas pelos
fornecedores;
• Levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de
clientes;
• Determinação da periodicidade do fluxo de caixa, de acordo com as
necessidades, tamanho, organização da empresa e ramo de atividade;
• Orçamento dos demais ingressos e desembolsos de caixa para o
período em questão.
Ainda, segundo Zdanowicz (2000, p. 130) “são necessárias algumas
informações preliminares para a elaboração do fluxo de caixa e a sua melhor
compreensão, discriminados no fluxograma com os principais elementos
envolvidos”, conforme Ilustração 5.
57
Ilustração 5 – Fluxograma das informações preliminares do fluxo de caixa
Fonte: ZDANOWICZ, 2000, p. 130
O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da situação financeira
de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações
da entidade. Assim, o usuário desta informação pode antecipar os acontecimentos,
verificar se há sobras ou escassez de dinheiro, em função do nível desejado e ideal
para a empresa.
2.2.4.4 Composição do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é composto por contas, especialmente que tenha o
envolvimento de recursos financeiros da empresa, necessitando de análise do
deslocamento destes recursos constantemente. Resumidamente, procura-se
acompanhar o deslocamento dos recursos, partindo do disponível (caixa, bancos e
58
aplicações financeiras), analisando suas operações e verificando se estão somando
ou diminuindo o nível de caixa.
Este processo se repete constantemente, formando um ciclo de caixa, com
recebimentos e desembolsos, que podem ser classificados em regulares,
razoavelmente regulares e irregulares. Neste sentido, as entradas e saídas
regulares, são as fixas, que ocorrem mensalmente, como o pagamento de salários;
os ingressos e saídas financeiras razoavelmente regulares são aquelas realizadas
de tempo em tempo, como a aquisição de matérias-primas; e por fim, todos os
aportes de entradas e saídas realizados pela empresa de forma inesperada, não
programada, são os classificados como irregulares, como ao pagamento de uma
ação trabalhista por exemplo. (ZDANOWICZ, 2000).
Este ciclo de caixa da empresa pode ser representado como representado
na Ilustração 6.
Ilustração 6 – Ciclo de caixa de uma empresa
Fonte: Adaptado de Zdanowicz, 2000, p. 142
Para fins gerenciais, a DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) é um dos
principais relatórios contábeis. A Lei n° 11.638/07 tornou obrigatória a apresentação
da DFC para as companhias abertas e as de grande porte. A DFC passou a
substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) a partir
desta publicação.
59
Para Zdanowicz (2000, p. 51), “se pensarmos bem, pouca coisa precisará
ser criada. A maioria das informações já existe na empresa. O problema é que
estão, às vezes, dispersas. Basta alguém coordená-las através de um bom esquema
para transformá-la em fluxo de caixa”.
É importante lembrar que o fluxo de caixa pode ser elaborado por consulta e
reacumulação de dados das contas representativas das disponibilidades, bancos e
aplicações financeiras. Sua construção tem como base a reconstrução de dados
extraídos da demonstração do balanço patrimonial, da demonstração do resultado
do exercício e da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. O fluxo de
caixa não é de competência exclusiva do setor financeiro, pode e deve ser
elaborado pelo setor de contabilidade de uma empresa. (PADOVEZE, 2009)
Por fim, a empresa verifica através do fluxo de caixa se está alcançando os
objetivos traçados anteriormente, no que tange ao resultado, retorno aos seus
sócios, e todos os índices de rentabilidade. Essencial para o controle e projeção do
financeiro empresarial.
2.2.4.5 Classificação em Atividades
De acordo com a Resolução do CFC n° 1.255/09, a qual aprovou a NBC TG
1000 – Contabilidade para pequenas e médias empresas, na seção 7, a
demonstração dos fluxos de caixa fornece informações acerca das alterações no
caixa e equivalentes de caixa da entidade para um período contábil, evidenciando
separadamente as mudanças nas atividades operacionais, nas atividades de
investimento e nas atividades de financiamento, as quais serão tratadas
individualmente.
2.2.4.5.1 Atividades Operacionais
As atividades operacionais são, normalmente, aquelas decorrentes da
atividade principal da empresa. (YOSHITAKE e HOJI, 1997). Geralmente são
divididas em recebimentos operacionais e pagamentos operacionais. (CAMPOS
FILHO, 1999).
É composto em sua totalidade da acumulação dos dados de recebimento e
pagamento oriundos da demonstração de resultados. Têm ligação estreita com os
60
elementos do ativo e do passivo circulante, os quais representam as necessidades
líquidas de capital de giro da empresa. (PADOVEZE, 2009)
De acordo com o pronunciamento técnico CPC 03, os fluxos de atividades
operacionais são aqueles derivados basicamente das principais atividades
geradoras de receita da entidade, apresentando um reflexo na apuração do lucro
líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades
operacionais são:
a) Recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de
serviços;
b) Recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e
outras receitas;
c) Pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
d) Pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
e) Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e
sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice;
f) Pagamentos ou restituições de caixa de impostos sobre a renda, a
menos que possam ser especificamente identificados com as atividades
de financiamento ou de investimento; e
g) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para
negociação imediata ou disponíveis para venda futura.
Os fluxos de atividades operacionais podem ser considerados como o que
se refere a entrada de valores inerentes a atividade normal da empresa, com a
venda de produtos ou serviços, bem como, contempla todas as receitas e dispêndios
não relacionados com os fluxos de investimento ou de financiamento.
2.2.4.5.2 Atividades de Investimento
As atividades de investimento são aquelas em que se realiza a aquisição de
bens produtivos de longo prazo ou qualquer título que não são considerados
equivalentes de caixa. (YOSHITAKE e HOJI, 1997). Campos Filho (1999) resumiu
dizendo que os investimentos correspondem ao grupo do ativo permanente no
balanço patrimonial.
61
É composto pelos dados do ativo permanente ou do realizável a longo prazo,
enfocando o conceito de ativo como aplicações de recursos. Devem ser registrados
os valores de entradas e saídas, pagamento de investimentos novos e venda de
bens anteriores. (PADOVEZE, 2009)
Os fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento, de acordo
com o pronunciamento técnico CPC 03, são:
a) Pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e
outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de
desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria;
b) Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado,
intangível e outros ativos de longo prazo;
c) Pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de
outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto
desembolsos referentes a títulos considerados com equivalentes de caixa
ou mantidos para negociação imediata ou venda futura);
d) Recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos
de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto recebimentos referentes aos títulos considerados como
equivalentes de caixa e os mantidos para negociação);
e) Adiantamentos de caixas e empréstimos feitos a terceiros (exceto
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira);
f) Recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização
de empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e
empréstimos de instituição financeira);
g) Pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap,
exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata
ou venda futura, ou os pagamentos forem classificados como atividade
de financiamento; e
h) Recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap,
exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata
ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades
de financiamento.
62
Os fluxos de caixa de investimentos podem ser considerados como aqueles
relacionados com as operações que irão obter fluxo futuro de caixa.
2.2.4.5.3 Atividades de Financiamento
As atividades de financiamento são os recursos próprios e de terceiros,
inclusive os pagamentos de dividendos e resgates de empréstimos. (YOSHITAKE e
HOJI, 1997).
Este segmento nos leva aos dados do Exigível a Longo Prazo e do
Patrimônio Líquido, tendo como enfoque o passivo como fontes de recursos. Pode-
se acrescentar os dados dos empréstimos e financiamentos contidos no passivo
circulante. (PADOVEZE, 2009)
Como dispõe o pronunciamento técnico CPC 03, o fluxo de caixa de
financiamento serve para prever as exigências futuras de fluxo de caixa pelos
fornecedores de capital à empresa. Fluxos de caixa de caixa decorrentes das
atividades de financiamento são:
a) Caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos
patrimoniais;
b) Pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da
entidade;
c) Caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos,
títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
d) Amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures
emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo
prazos; e
e) Pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo relativo
a arrendamento mercantil financeiro.
2.2.4.6 Fluxo de Caixa Diário
Como um dos principais instrumentos de gestão, o fluxo de caixa vem a
somar no processo gerencial da empresa, auxiliando na tomada de decisões e com
isto, assegurando a prosperidade e continuidade do negócio no mercado cada vez
mais competitivo.
63
Desta feita, tem-se no controle do fluxo de caixa diário uma ferramenta
imprescindível ao sucesso do empreendimento, pois se trata de instrumento de
planejamento e direcionamento dos recursos para as atividades cotidianas, para
apoiar as demais áreas na identificação de oportunidades e na geração de valor, ao
disponibilizar recursos para projetos com retorno superior ao custo de capital.
(GIMENEZ e OLIVEIRA, 2011)
Gimenez e Oliveira (2011, p. 199) acrescentam que “o fluxo de caixa diário
também aponta a necessidade de fluxos para garantir a liquidez da empresa, sua
capacidade de honrar os compromissos”.
Devido à necessidade de a informação contábil ser tempestiva para a
elaboração de um fluxo de caixa diário, e tal fato ser elemento vital para o setor
financeiro, não pode receber tratamento contábil de mais de algumas horas ou de
um dia. Este processo necessita de um sistema de informação contábil que dispõe
de tal tratamento à informação, assim, tem sua aplicabilidade com maior constância
no setor administrativo da tesouraria. (PADOVEZE, 2009)
É de suma importância a adequação do fluxo de caixa às atividades da
empresa e às necessidades informacionais do gestor. E ainda é preciso gerir o fluxo
de caixa constantemente, um aprendizado diário, não somente do setor financeiro,
mas de todos que alimentam as informações para geração dos fluxos.
2.2.4.7 Métodos de Apresentação de Fluxo de Caixa
A movimentação das disponibilidades de uma empresa, num determinado
período, está estruturada na demonstração do fluxo de caixa através dos fluxos das
atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos, conforme tratado
anteriormente. Segundo interpretação dos autores estudados, estas informações
podem ser expostas por dois métodos: o direto e o indireto.
O fluxo de caixa direto para Campos Filho (1999, p. 41) “relata os fluxos de
caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de
recebimentos e pagamentos operacionais”, conforme mostra o Quadro 6.
64
Fluxo de Caixa pelo Método Direto
Saldo Inicial R$ -
(+)
Entradas R$ -
Recebido de Clientes R$ - Outras entradas operacionais R$ - Entradas Financeiras R$ - Entradas Patrimoniais R$ -
Entradas Eventuais R$ -
(+)
Saídas R$ ( - )
Saídas Administrativas R$ ( - ) Saídas Comerciais R$ ( - ) Pagamentos a Fornecedores R$ ( - ) Saídas de Pessoal R$ ( - ) Encargos R$ ( - ) Impostos e Taxas R$ ( - ) Saídas Financeiras R$ ( - ) Saídas Patrimoniais R$ ( - )
Saídas Diversas R$ ( - )
(=)
Saldo Final R$ - Quadro 6 – Fluxo de Caixa pelo Método Direto
Fonte: Adaptado de Sá, 2012.
O método direto, de acordo com o apresentado, é constituído a partir das
informações do controle diário do caixa, facilitando a visualização diariamente da
situação de caixa da empresa.
Ainda de acordo com Campos Filho (1999), verifica-se vantagens na
utilização do método direto: 1. Cria condições favoráveis para que a classificação
das entradas e saídas siga critérios técnicos e não fiscais; 2. Permite que a cultura
de administrar pelo caixa seja introduzida na entidade; e 3. Disponibiliza o acesso as
informações de caixa diariamente.
Campos Filho (1999) ainda destaca duas desvantagens na utilização deste
método, que são: 1. O custo adicional para classificar os recebimentos e
pagamentos; e 2. A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e
financeira em usar as partidas dobradas para classificação das contas.
65
Fluxo de Caixa pelo Método Indireto
FLUXO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS R$ - Fluxo de caixa da atividade principal R$ - Lucro Líquido R$ - (+) Depreciação R$ - (+) Juros provisionados sobre operações financeiras R$ - (+) Provisão de férias e 13° salário R$ - (+) Prejuízo na venda de imobilizado R$ - (-) Fluxo das atividades financeiras R$ - (-) Lucro de equivalência patrimonial R$ - (-) Dividendos recebidos R$ - Fluxo das Atividades Financeiras R$ - (+) Juros Recebidos R$ - (-) Juros pagos s/ empréstimos Curto Prazo R$ - (-) Juros pagos s/ empréstimos Longo Prazo R$ - Fluxo das Participações Acionárias R$ - (+) Dividendos recebidos R$ - Variação da Necessidade de Capital de Giro R$ - Recebíveis R$ - Estoques R$ - Outras contas a receber R$ - Folha e encargos R$ - Fornecedores R$ - Outras contas a pagar R$ - (+) FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO R$ - Variações do Ativo Permanente R$ - Imobilizado R$ - Venda de imobilizado R$ - (+) FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO R$ - Variações do Passivo Financeiro R$ - Empréstimos de Curto Prazo R$ - Empréstimos de Longo Prazo R$ - Variações do Patrimônio Líquido R$ - Lucros distribuídos R$ - (=) FLUXO DE CAIXA DO PERÍODO R$ - (+) SALDO INICIAL R$ -
(=)
SALDO FINAL R$ -
Quadro 7 – Fluxo de Caixa pelo Método Indireto
Fonte: Adaptado de Sá, 2012
Já o fluxo de caixa pelo método indireto demonstra as atividades
operacionais indiretamente. Segundo Silva (2001, p. 448) “A partir do lucro líquido se
faz os ajustes necessários para se obter o fluxo de caixa líquido das operações”.
66
Para a sua elaboração é preciso ter as informações da contabilidade, balanço
patrimonial e a demonstração do resultado, como pode ser visualizado no Quadro 7.
Como vantagens da utilização do fluxo de caixa pelo método indireto,
Campos Filho (1999) destaca: 1. Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços
patrimoniais (o do início e do fim do período), a demonstração de resultados e
algumas informações adicionais obtidas na contabilidade; e 2. Concilia o lucro
contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõe a
diferença.
Campos Filho (1999) ainda cita como desvantagens da aplicação deste
método: 1. O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de
competência e só depois convertê-las para regime de caixa. Se isso for feito uma
vez ao ano, por exemplo, pode revelar surpresas desagradáveis e tardiamente; e 2.
Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o
método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.
Por ser elaborado com base nas informações da contabilidade, pode não
obter resultados totalmente fieis, haja vista que grande número das empresas
maquiam suas demonstrações contábeis.(SILVA, 2001)
De acordo com os autores citados, o método direto tem sido o mais indicado
por apresentar, de forma mais clara, a movimentação dos recursos financeiros da
empresa.
Por outro lado, o método indireto tem sido o mais utilizado pelas empresas.
Assaf Neto e Silva (2002, p. 51) comentam que um aspecto positivo do método
indireto “é que ele parte de uma informação muito utilizada na prática financeira, o
resultado do exercício, para chegar ao fluxo de caixa, demonstrando as razões das
diferenças entre ambos os itens”. De certa maneira, o fluxo de caixa indireto
representa uma forma de conciliação entre o regime de caixa e o regime de
competência.
Para Silva (2001), enquanto o método direto nos permite visualizar com
facilidade quanto a empresa recebeu de clientes, pagou para fornecedores e pagou
de despesas, por exemplo, o método indireto parte do lucro líquido e faz uma série
de ajustes para chegar ao fluxo de caixa operacional líquido.
67
2.2.5 Projeção do Fluxo de Caixa
O conhecimento antecipado das necessidades e sobras de caixa no curto,
médio e longo prazos possibilita aos administradores financeiros tomar decisões que
otimizem os resultados globais. (HOJI, 2004).
A preparação de orçamentos de disponibilidades envolve a projeção de
entradas e saídas de caixa e das necessidades de financiamento, além do controle
de recursos financeiros. Os orçamentos de disponibilidades devem preocupar-se
com a defasagem entre as transações e os fluxos de caixa e elas relacionados
(regime de caixa vs. regime de competência), com necessidades de caixa e com
excessos de fundos que envolvem um custo de oportunidade. (WELSCH, 1983).
Assim, uma das principais vantagens de um programa amplo de
planejamento e controle de resultados possibilita a criação de condições para a
preparação de um orçamento realista de disponibilidades financeiras.
Um orçamento de disponibilidades é uma projeção de saldos de disponível
por subperíodos de um prazo maior. Muitas empresas devem preparar projeções de
sua posição financeira tanto a longo quanto a curto prazo. (WELSCH, 1983).
A determinação das entradas e saídas prováveis possibilita uma avaliação
da provável posição financeira no exercício orçamentário imediatamente seguinte. A
avaliação da posição financeira pode indicar a necessidade de alguma foram de
financiamento para cobrir os déficits projetados ou a necessidade de planejamento
para transferir os fundos excedentes a alguma aplicação proveitosa. (FREZATTI,
2007).
De acordo com Welsch (1983), as principais finalidades da projeção do fluxo
de caixa podem ser:
• Indicar a posição financeira provável em resultado das operações
planejadas;
• Indicar o excesso ou a insuficiência das disponibilidades;
• Indicar a necessidade de empréstimos ou a disponibilidade de fundos
para investimento temporário;
• Permitir a coordenação dos recursos financeiros em relação a capital
de giro total, vendas, investimentos e capital de tercei e capital de terceiros;
• Estabelecer bases sólidas para a política de crédito;
68
• Estabelecer bases sólidas para o controle corrente da posição
financeira.
Hoji (2004, p. 170) complementa dizendo que “a qualidade informativa da
projeção de fluxo de caixa é muito importante, pois quanto melhor for a
previsibilidade, melhor será a maximização dos recursos financeiros”.
A projeção serve para prever eventuais sobras e faltas de caixa e planejar as
ações corretivas, isto é, investimentos em aplicações financeiras de curto prazo,
quando houver sobras, e captação de empréstimos para cobrir a escassez, nas suas
respectivas datas. Já com relação a periodicidade dos fluxos, quanto maior a
proximidade com o evento, maior a necessidade de detalhes, fluxo de caixa diário, e
quanto mais distante estiver do evento, menor será a necessidade de detalhes, fluxo
de caixa semanal, mensal, trimestral, semestral e anual. Quanto maior a constância
no controle dessas informações, mais minuciosas serão as informações obtidas para
a tomada de decisão.
Conclui-se que o fluxo de caixa projetado, portanto, é uma ferramenta
bastante versátil e flexível, pois é facilmente adaptada a realidade do
empreendimento, atendendo as necessidades específicas de cada usuário.
69
3 METODOLOGIA
Neste tópico, serão tratados, basicamente, o delineamento, as limitações do
estudo, e os procedimentos metodológicos, que compreendem a coleta e o
tratamento dos dados.
De acordo com Silva (2010, p. 13), “Entende-se Metodologia como o estudo
do método para se buscar determinado conhecimento”. Assim, pode-se concluir que
existam diversos métodos para se realizar uma pesquisa científica, conforme diz
Silva (2010, p.14) “não existe um único método e sim uma multiplicidade de métodos
que procura atender às necessidades conforme o assunto e a finalidade da
pesquisa, bem como as várias atividades das ciências”.
A metodologia requer conhecimentos específicos para elaboração do
projeto, e consequentemente para a pesquisa. Para Marconi e Lakatos (2007, p.
157): “A pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo,
que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a
realidade ou para descobrir verdades”.
Nesta linha, percebe-se a importância da pesquisa científica na busca pelo
conhecimento, o que segundo Gil (2008, p. 26): “pesquisa é o processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico, e o objetivo fundamental é
descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos
científicos”.
A escolha do método científico tem crucial importância para a pesquisa
científica na obtenção dos resultados esperados. É necessário adotar as técnicas
que melhor se desenvolvem para cada tema ou atividade específica, assim como
será tratado no próximo tópico.
3.1 O Método Científico
A ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade dos fatos.
Neste sentido não se distingue de outras formas de conhecimento. O que torna,
porém, o conhecimento científico distinto dos demais é que tem como característica
fundamental a sua verificabilidade. É necessário verificar as operações mentais e
70
técnicas que possibilitam a sua verificação. Identificar o método que levou a este
conhecimento. O método é o caminho a se chegar a determinado fim e o método
científico é o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos que devem ser
seguidos na busca do conhecimento. (GIL, 2008, p. 8)
Corroborando com este conhecimento, Marconi e Lakatos (2007, p. 83)
definem o método como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com
maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e
verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista.
Para se alcançar os objetivos propostos, por meio dos diversos métodos
científicos existentes, de forma científica, é crucial que se cumpra algumas etapas,
conforme ensinam Marconi e Lakatos (2007):
• Descobrimento do problema, que precisa estar discriminado com clareza,
caso contrário;
• Colocação precisa do problema;
• Procura de conhecimento ou instrumentos relevantes ao problema;
• Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados,
caso contrário;
• Invenção de novas ideias ou produção de novos dados empíricos;
• Obtenção de uma solução problema com auxílio do instrumento
conceitual ou empírico disponível;
• Investigação das consequências da solução obtida;
• Comprovação da solução, confrontando a solução com a teoria, e se não
satisfatória a conclusão;
• Correção das hipóteses, teorias, procedimentos de dados empregados na
obtenção da solução incorreta.
Alguns autores citam a diferenciação entre os métodos aplicáveis a cada
ramo do conhecimento, e cada um destes ramos podem ter sistemas de
classificações distintas. Nesta pesquisa iremos adotar a classificação em dois
grupos, que são definidos como o dos que proporcionam uma base lógica de
investigação científica e o dos que esclarece acerca dos procedimentos técnicos que
poderão ser utilizados. (GIL, 2008, p. 9)
71
Na sequência serão abordados os métodos em duas classificações distintas:
quanto ao método de abordagem e quanto ao método de procedimentos, e os
distintos métodos que compõe cada classificação desta, conforme se destaca no
tópico seguinte.
3.1.1 Métodos de Abordagem
Este método esclarece acerca dos procedimentos lógicos que deverão ser
seguidos no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da
sociedade. Segundo Marconi e Lakatos (2000, p. 46), “os Métodos são
desenvolvidos a partir de elevado grau de abstração, que possibilitam ao
pesquisador decidir acerca do alcance de sua investigação, das regras de
explicação os fatos e da validade de suas generalizações”.
Cada método destes está vinculado a uma corrente filosófica que se propõe
a explicar como se processa o conhecimento da realidade.
Podemos classificá-los em: dedutivo, relacionado ao racionalismo; indutivo,
relacionado ao empirismo; hipotético-dedutivo, que se encaixa ao neopositivismo;
dialético, inerente ao materialismo dialético; e o fenomenológico, que se relaciona à
fenomenologia. (GIL, 2008)
De acordo com Gil (2008), o método dedutivo parte dos princípios
reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e nos permite chegar a um resultado
formal em razão de sua lógica. Vai do geral ao particular, específico. Marconi e
Lakatos (2007) afirmam que o método dedutivo tem o propósito de explicar o
conteúdo das premissas, ou seja, os argumentos sacrificam a ampliação do
conteúdo para atingir a “certeza”. Gil (2008) ainda diz que só a razão é capaz de
levar ao conhecimento verdadeiro, decorrente de princípios irrecusáveis.
Inverso do método dedutivo é o método indutivo, pois vai do particular e
coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados
particulares. Segundo Gil (2008), a verdade deve ser buscada através da
constatação a partir da observação de casos concretos confirmados na realidade.
De acordo com Marconi e Lakatos (2007), o método indutivo tem o desígnio de
ampliar o alcance dos conhecimentos, onde os argumentos indutivos aumentam o
conteúdo das premissas. Gil (2008) conclui que é o Método proposto por empiristas,
72
onde o conhecimento tem sua fundamentação nas experiências, sem levar em conta
conceitos já existentes.
Gil (2008, p.11) diz que “por meio da dedução chega-se a conclusões
verdadeiras, já que baseadas em premissas igualmente verdadeiras e por meio da
indução chega-se a conclusões que são apenas prováveis”.
O método hipotético-indutivo surgiu das críticas atribuídas ao método
indutivo, por Karl Popper, o qual argumenta que a pratica da observação de fatos
isolados nunca chegaria a uma base finita, por maior que fosse a quantidade de
dados observados. Assim, este método procura falsear as hipóteses formuladas, isto
é, do problema proposto são determinadas hipóteses e destas deduzem-se
consequências que serão testadas ou falseadas, e se não obtiver qualquer fato
concreto que torne falsa a hipótese, então, tornar-se-á válida, porém não
definitivamente, pois a qualquer momento poderão surgir novos fatos que a invalide.
(GIL, 2008; MARCONI E LAKATOS, 2007)
O método dialético penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação
recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre
na natureza e na sociedade, e para definir este método, Marconi e Lakatos (2007,
p.100) apontam quatro leis fundamentais, que são:
a. ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”;
b. mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”;
c. passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa;
d. interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários.
O método fenomenológico, segundo ensinamentos de Gil (2008, p. 14) parte
da preocupação por parte do pesquisador em mostrar e esclarecer o que é dado.
Não parte da premissa de dar explicações por meio do que é lei, nem deduzir com
base em princípios, procura enfocar o que está presente na consciência dos
sujeitos.
Este método tem por objeto o mundo subjetivo vivido pelo sujeito. Devido a
inexistência de planejamento rígido e da não utilização de técnicas estruturadas para
coleta de dados, que são características da pesquisa fenomenológica, admite-se o
peso da subjetividade na interpretação dos dados. A pesquisa fenomenológica parte
do cotidiano, da explicação do modo de viver das pessoas, e não através de
conceitos e definições já definidos. (GIL, 2008)
73
Define-se este método de abordagem como um método de finalidades mais
abstratas para a explicação dos conhecimentos, diferentemente dos métodos de
procedimentos, que são mais concretas, conforme tratado no próximo item.
3.1.2 Métodos de Procedimentos
Os métodos de procedimentos são etapas mais concretas da investigação,
com finalidades mais restritas em termos de explicação geral dos fenômenos e
menos abstratas. (MARCONI E LAKATOS, 2007)
Para Gil (2008, p. 12), “estes métodos têm por objetivo proporcionar ao
investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a precisão no estudo
dos fatos sociais”.
Conclui-se que os métodos de procedimentos objetivam orientar o
pesquisador na realização da pesquisa social, sobremaneira na coleta de
informações, processamento e validação dos dados coletados inerentes ao
problema de pesquisa proposto e à sua resolução.
Diversos autores possuem diferentes classificações para estes métodos,
sendo que nesta pesquisa serão tratados o método histórico, comparativo,
estatístico e monográfico, os quais mais se adaptam a pesquisas relacionadas na
área da ciência contábil.
O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e
instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade da atualidade,
pois as instituições de hoje alcançaram a sua forma do presente através de
alterações de seus estruturas, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto
cultural particular de cada época. (MARCONI e LAKATOS, 2007)
Deste modo, conclui-se que o modo de vida social de hoje tem suas origens
no passado, devido a isto que se torna importante a pesquisa das suas raízes, no
intuito de entender a sua razão de existir e a sua natureza.
O método comparativo, de acordo com Gil (2008), procede pela investigação
de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e
similaridades entre eles. Tem sua utilização no estudo comparativo de grandes
grupamentos sociais, separados pelo espaço e pelo tempo. Marconi e Lakatos
(2007) esclarecem afirmando que este estudo, sobre as semelhanças e diferenças
de diversos grupos, sociedades ou povos, contribui para uma melhor compreensão
74
do comportamento humano, na busca pelos esclarecimentos de similaridades e
explicações das divergências entre estes.
O método estatístico permite ao pesquisador desvendar relações entre
divergentes segmentos. Segundo Marconi e Lakatos (2007), o método estatístico
significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos
quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos
fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou
significado.
Gil (2008) diz que as explicações obtidas do método estatístico não podem
ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas possuem boa probabilidade de
serem. Reforça ainda que os procedimentos estatísticos fornecem considerável
reforço as conclusões obtidas, sobretudo mediante a experimentação e a
observação. Marconi e Lakatos (2007, p. 109) concluem dizendo que “a estatística
também é um método de experimentação e prova, pois é método de análise”.
Por fim, o método monográfico consiste no estudo de determinados
indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos, com a finalidade de obter
generalizações, por meio da investigação do tema escolhido, observando todos os
fatores que o influenciaram e analisando-o em todos os aspectos. (MARCONI e
LAKATOS, 2007)
Segundo Gil (2008, p. 18), “parte do princípio de que o estudo de um caso
em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo
de todos os casos semelhantes”.
Conclui Marconi e Lakatos (2007, p. 108) dizendo que: “A vantagem do
método consiste em respeitar a “totalidade solidária” dos grupos, ao estudar, em
primeiro lugar, a vida do grupo na sua unidade concreta, evitando a prematura
dissociação de seus elementos”.
Na seção seguinte será tratada a pesquisa, quanto aos tipos empregados e
suas respectivas classificações.
3.2 Tipologia e Classificação da Pesquisa
As pesquisas podem ser classificadas quanto à natureza, quanto à
abordagem do problema, quanto à realização dos objetivos e quanto aos
procedimentos técnicos, conforme as subseções a seguir.
75
3.2.1 Quanto à Natureza
Do ponto de vista da sua natureza, as pesquisas podem ser classificadas
como básica e aplicada.
Segundo Gil (2008), a pesquisa básica objetiva produzir conhecimentos
novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve
verdades e interesses universais.
O objetivo da pesquisa básica é intelectual, procura alcançar o saber para
satisfação do desejo de adquirir conhecimentos e proporcionar informações
possíveis de aplicações práticas, sendo desvinculada de finalidades utilitárias
imediatas, não sofrendo limitação de tempo.
Conforme Gil (2008, p. 83): “É dirigida à geração do conhecimento científico
não aplicável, imediatamente à solução de demandas tecnológicas específicas. Ela
amplia generalizações, define leis, estruturas, sistemas e teorias”.
Conclui-se que o pesquisador busca saciar a sua necessidade intelectual
pelo conhecimento, tendo como objetivo final o saber sobre determinado fato.
No que tange a classificação em pesquisa aplicada, Gil (2008) relata que ela
gera conhecimentos para aplicação prática, relacionada diretamente à solução de
problemas específicos. Envolve os interesses de determinados locais.
A pesquisa aplicada, como o nome diz, visa aplicações práticas, com o
objetivo de solucionar problemas que surgem no dia-a-dia, que resultam na
descoberta de princípios científicos que promovem o avanço do conhecimento nas
diferentes áreas. Conforme Gil (2008, p. 85): “Ela se empenha em desenvolver,
testar e avaliar produtos e processos, encontrando fundamentos nos princípios
estabelecidos pela pesquisa básica e desenvolvendo uma tecnologia de natureza
utilitária e finalidade imediata”.
Resumidamente, a pesquisa aplicada visa responder e resolver problemas
com a aplicação das suas descobertas científicas.
Portanto, quanto à natureza, esta pesquisa é aplicada, pois irá propor um
instrumento de projeção e controle de fluxo de caixa para as micro e pequenas
empresas e aplica-lo numa micro empresa no intuito de gerar informação gerencial
financeira necessária ao empresário na tomada de decisões.
76
3.2.2 Quanto à Abordagem do Problema
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, as pesquisas
científicas podem ser classificadas em pesquisa quantitativa, pesquisa qualitativa e
pesquisa quali-quanti.
A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classifica-los e analisa-
los. Requer o uso de técnicas estatísticas e de recursos (percentagem, média,
moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, e outros). (GIL, 2008)
Para Silva (2010, p. 28): “Em nenhuma pesquisa pode ser negada a validade
dos aspectos quantitativos, contudo, o que não se deve é colocar em grau superior
de precisão os resultados numéricos”. Assim, a pesquisa quantitativa é focada na
mensuração dos fenômenos, envolvendo a coleta e análise de dados numéricos e
aplicação de testes estatísticos.
A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, ou seja, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação
dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural
é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. (GIL,
2008).
Este tipo de pesquisa compreende os fenômenos sociais de acordo com as
perspectivas dos participantes. Para Silva (2010, p. 31), “os métodos e os processos
são flexíveis, o desenho da investigação é emergente, podendo ser modificadas as
decisões ao longo da investigação”.
E ainda, a pesquisa pode ser classificada como quali-quanti, ou seja,
possuindo características de ambos os tipos de pesquisa, tanto quantitativa, quanto
qualitativa.
Portanto, quanto à abordagem do problema, esta pesquisa é qualitativa,
devido ao fato de não tratar de dados estatísticos.
77
3.2.3 Quanto aos Objetivos
Do ponto de vista de seus objetivos a pesquisa pode ser descritiva,
exploratória ou explicativa.
A pesquisa descritiva esta voltada para descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre certas
variáveis. A forma mais comum de apresentação é o levantamento, em geral
realizado mediante questionário ou observação sistemática, que oferece uma
descrição da situação no momento da pesquisa. Metodologia indicada para orientar
a forma de coleta de dados quando se pretende descrever determinados
acontecimentos. (GIL, 2008).
É direcionada, normalmente, a pesquisadores que tem notório
conhecimento, de forma aprofundada a respeito dos fenômenos e problemas
estudados. (SILVA, 2010)
A pesquisa exploratória proporciona maior proximidade com o problema da
pesquisa, visando torna-lo explícito ou definir hipóteses. Procura aprimorar ideias ou
descobrir intuições. Possui um planejamento flexível, envolvendo, em geral,
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos similares. Assume as
formas de estudo de caso e pesquisas bibliográficas. (GIL, 2008).
Esta pesquisa é voltada para pesquisadores que possuem pouco
conhecimento sobre o assunto pesquisado, pois, conforme destaca Gil (2008, p. 27):
“na pesquisa exploratória, normalmente há pouco ou nenhum estudo publicado
sobre o tema, é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses
precisas e operacionalizáveis”.
A pesquisa explicativa aprofunda o conhecimento da realidade porque
explica a razão, o porquê das coisas e, por isto, é o tipo mais complexo e delicado,
já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Visa identificar os
fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos acontecimentos.
Caracteriza-se pela utilização do método experimental (nas ciências físicas ou
naturais) e observacional (nas ciências sociais). Geralmente utiliza as formas de
Pesquisa Experimental e Ex-post-facto. É o método adequado para as pesquisas
que procuram estudar a influência de determinados fatores na determinação de
ocorrência de fatos ou situações. (GIL, 2008).
78
Portanto, quanto aos objetivos, esta pesquisa é descritiva, pois se trata da
descrição das características de determinado fenômeno, no caso, a utilização do
instrumento de fluxo de caixa pela empresa e suas consequências.
3.2.4 Quanto aos Procedimentos de Coleta dos Dados
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos de coleta de dados, as
pesquisas podem ser classificadas em Pesquisa Bibliográfica, Pesquisa
Documental, Levantamento, Estudo de Caso, Pesquisa-Ação, Pesquisa Participante,
Pesquisa Experimental, e Pesquisa Ex-Post-Facto.
A Pesquisa Bibliográfica utiliza material já publicado, constituído
basicamente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com informações
disponibilizadas na internet. Quase todos os estudos fazem uso do levantamento
bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes
bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de
uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente. (GIL, 2008).
A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e
os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho
científico ou técnico-científico. Podem ser realizadas em bibliotecas públicas,
faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos e bancos de dados que fazem
parte das bibliotecas virtuais nos mais variados segmentos. (DENCKER, 2000).
A Pesquisa Documental é elaborada a partir de materiais que não
receberam tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos
oficiais, reportagens de jornais, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias,
gravações, entre outros, ou ainda, documentos de segunda mão que, de alguma
forma, já foram analisados, como exemplo: relatórios de pesquisa, relatórios de
empresas, tabelas estatísticas, etc. (GIL, 2008).
Na Pesquisa Documental, a documentação utilizada, normalmente é
encontrada nas repartições públicas ou empresas privadas, na forma de manuais,
relatórios dos mais diversos, balancetes contábeis e outros.
O Levantamento envolve a interrogação direta de pessoas cujo
comportamento em relação ao problema estudado se deseja conhecer para, em
seguida, mediante análise quantitativa, identificar as conclusões correspondentes
79
aos dados coletados. O Levantamento feito com informações de todos os
integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 2008).
Nesse sentido, sabe-se que o Levantamento utiliza de técnicas estatísticas,
análise quantitativa, permite a generalização das conclusões para o total da
população e, assim, para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de
erro. Os dados, desta forma, são mais descritivos do que explicativos. (DENCKER,
2000).
De acordo com Gil (2008), o Estudo de Caso envolve o estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e
detalhado conhecimento.
O Estudo de Caso pode abranger análise de exame de registros,
observação de acontecimentos, entrevistas estruturadas e não-estruturadas ou
qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo,
uma organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação.
(DENCKER, 2000).
A maior utilidade do Estudo de Caso é verificada nas pesquisas
exploratórias, e devido a sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais de temas
complexos para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. É utilizado
nas mais diversas áreas do conhecimento. A coleta de dados geralmente é feita por
mais de um procedimento. Entre os mais usados estão: a observação, a análise de
documentos, a entrevista e a história da vida (GIL, 2008), assunto do próximo tópico.
A Pesquisa-Ação é concebida e realizada em estreita associação com uma
ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo
ou participativo. (GIL, 2008). A Pesquisa-Ação não segue um plano rigoroso de
pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade,
os resultados e o andamento da pesquisa. O investigador se envolve no processo e
sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada. (DENCKER, 2000).
Esta pesquisa implica no contato direto com o campo de estudo, envolvendo
o reconhecimento visual do local, a consulta a documentos diversos e, sobretudo, a
discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa. É
delimitado o universo da pesquisa e recomenda-se a seleção de uma amostra. O
critério de representatividade dos grupos investigados na pesquisa-ação é mais
qualitativo do que quantitativo. É importante a elaboração de um plano de ação
80
envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a
definição de medidas, procedimentos e formas de controle do processo e de
avaliação de seus resultados. (GIL, 2008).
A Pesquisa Participante é realizada através da integração do investigador,
que assume uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir a uma
proposta pré-definida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do
grupo. O grupo investigado tem ciência da finalidade, dos objetivos da pesquisa e da
identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento em
que ocorrem. (DENCKER, 2000).
Esta pesquisa necessita de dados objetivos sobre a situação da população.
Isso envolve a coleta de informações socioeconômicas e tecnológicas que são de
natureza idêntica aos adquiridos nos tradicionais estudos de comunidades. Estes
dados podem ser agrupados por categoria, assim como: econômicos, educacionais,
e outros. (GIL, 2008).
A Pesquisa Experimental necessita de previsão de relações entre as
variáveis a serem estudadas e o seu controle. Desta forma, na maioria das
situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. Resumindo, quando se
determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de
influencia-lo, definem-se as forma de controle e de observação dos efeitos que a
variável produz no objeto. Esta pesquisa é utilizada, normalmente, nas ciências
naturais. (GIL, 2008).
A Pesquisa Ex-Post-Facto é assim definida, quando o experimento se realiza
depois dos fatos, onde o pesquisador não tem controle sobre as variáveis. (GIL,
2008).
Esta pesquisa é um tipo de pesquisa experimental, diferindo desta apenas
pelo fato do fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle
sobre ele, isto é, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do
acontecimento. Também é utilizada, geralmente, nas ciências naturais. (DENCKER,
2000).
Portanto, quanto aos procedimentos de coleta de dados, esta pesquisa é
documental e estudo de caso. É documental por utilizar dos relatórios contábeis
elaborados por contabilidade específica da empresa objeto do estudo. E é um
estudo de caso, pois propõe um instrumento gerencial e aplica na entidade
referenciada no capítulo 4.
81
3.3 Técnicas de Pesquisa
Com referências as técnicas de pesquisa utilizadas, diversos autores
enumeram uma variedade destas. Nesta pesquisa serão descritas e caracterizadas
as seguintes: Observação, Entrevista, Questionário e Formulário.
A técnica de Observação é muito comum em várias áreas de pesquisa. Para
Gil (2008) a observação pode ser classificada quanto ao nível de participação do
observador. Pode ser participante, nos casos em que ocorre o contato direto do
investigador com o fenômeno observado para recolher as ações dos atores em seu
contexto natural, considerando sua perspectiva e seu ponto de vista. E não-
participante, onde o investigador observa de maneira espontânea os fatos que
ocorrem, assumindo o papel de expectador.
Para Marconi e Lakatos (2007), a Observação é uma técnica de coleta de
dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Também ocorre o exame dos fatos ou
fenômenos. Gil (2008) ratifica dizendo que a Observação se utiliza dos sentidos com
vistas a adquirir conhecimentos do cotidiano.
A técnica de Entrevista pode ser definida como uma comunicação verbal
entre duas ou mais pessoas com um nível de estruturação previamente
determinado, com a intenção de obter informações de pesquisa. É uma das técnicas
de coleta de dados mais usada nas ciências sociais. (GIL, 2008). Nesse sentido,
Silva (2010, p. 63) colabora, dizendo que é um “excelente instrumento de pesquisa e
largamente usada no mundo das organizações, com diversas finalidades”.
A Entrevista, mediante uma conversação de natureza profissional, é um
procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar
no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. (MARCONI e LAKATOS,
2007).
A técnica de investigação através de Questionário precisa ser composta por
questões apresentadas por escrito às pessoas, com objetivo de identificar o
conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas e outras. (GIL, 2008).
Silva (2010, p. 60) acrescenta que “devem ser observados a clareza das
perguntas, tamanho, conteúdo e organização, de maneira que o informante possa
ser motivado a respondê-lo”.
82
Este instrumento de coleta de dados deve ser enviado ao informante por
correio ou por um portador. É necessário que seja preenchido sem a presença do
entrevistador, e devolvido de igual maneira, dentro de um prazo razoável.
(MARCONI E LAKATOS, 2007).
A técnica de investigação através de Formulário é considerada um dos
instrumentos essenciais para a investigação social, o qual tem por objetivo, colher
informações diretamente do entrevistado, são questões feitas oralmente e
respondidas pelo entrevistador. (MARCONI e LAKATOS, 2007).
De acordo com Silva (2010, p. 66): “o formulário é usado quando se
pretende obter respostas mais amplas, com maior número de informações.
Constitui-se na melhor técnica para coleta de dados em pesquisas de opinião
pública ou mercado”.
Com inerência a este tópico o presente trabalho não se utilizou das técnicas,
tendo em vista que não houve contato diretamente na empresa, por meio de
observação in loco, entrevista, questionário ou formulário.
3.4 Síntese da Classificação da Pesquisa
Em resumo, esta pesquisa classifica-se, de acordo com os seguintes
critérios: quanto à natureza, aplicada; quanto à abordagem do problema, qualitativa;
quanto aos objetivos, descritiva; quanto aos procedimentos de coleta de dados,
documental e estudo de caso.
A seguir, descrevem-se os procedimentos de caracterização da empresa
objeto do estudo, análise dos dados captados, aplicação do instrumento proposto e
a análise dos resultados obtidos.
83
4 Análise dos Dados e Interpretação dos Resultados
No presente capítulo será apresentado um breve histórico da empresa, a
qual foi utilizada como exemplo nesta pesquisa, aqui denominada de Ômega
Comércio de Móveis Ltda ME, assim como sua caracterização, objetivos quanto a
faturamento, lucro e projeção de crescimento.
Para tanto, foram utilizados os dados contábeis da referenciada empresa,
através da utilização de seus livros diários, razão, de entradas e saídas, balanço
social e demonstrativo do resultado, como referência ao último período e servindo
como base a projeção de resultados futuros, apresentando uma proposta de
adaptação de um instrumento de fluxo de caixa a empresa Ômega, facilitando assim
o processo de tomada de decisão para o empresário.
4.1 Caracterização da Organização Objeto de Estudo
A empresa objeto do estudo, nesta pesquisa denominada Ômega Comércio
de Móveis Ltda ME, está localizada no Centro do município de Balneário Camboriú
em Santa Catarina. O micro negócio foi aberto no mês de setembro de 2010 e
iniciou suas atividades em outubro do mesmo ano, em parceria com os proprietários
de uma indústria moveleira situada na cidade de Camboriú.
A microempresa pode ser considerada familiar, haja vista que a sociedade é
formada por mãe e filho e ainda conta com o auxílio de outra filha que trabalha na
área de vendas, sendo a administração do negócio realizada pelo quotista
majoritário, responsável pela parte financeira.
Desta forma, o micro empreendimento possui três colaboradores, dois
sócios quotistas e uma funcionária que atua na área de vendas interna e serviços
gerais.
A empresa Ômega mantém em sua loja produtos única e exclusivamente
fabricados pela empresa parceira, na qual expõe um mostruário de produtos no
comércio em questão por regime de consignação.
O negócio foi inicialmente inaugurado em uma área de pouco movimento, e
consequentemente, de pouca visibilidade ao empreendimento, necessitando assim
de um trabalho de divulgação, através de propaganda impressa e mala direta.
84
No ano de 2011 o negócio foi expandindo e os proprietários locaram um
imóvel em uma Avenida de maior movimentação, na área central de Balneário
Camboriú, desejando assim, maior visibilidade e uma captação maior de clientes em
potencial.
A atividade principal do empreendimento compreende móveis fabricados em
madeira e possui como principais clientes, empresas do segmento de bares,
restaurantes, hotéis e similares, no fornecimento de mesas, cadeiras e outros
móveis em geral.
4.2 Construção da Projeção de Fluxo de Caixa da Ômega
Foi proposto um instrumento de controle e projeção de fluxo de caixa para a
microempresa citada, baseado no conteúdo apresentado, partindo de um referencial
teórico e tendo como referências o material bibliográfico com autores especialistas.
Com base nos relatórios contábeis da empresa Ômega Comércio de Móveis
Ltda ME, dos anos de 2010 e 2011, foram elaboradas planilhas para destacar a
possibilidade de controle dos fluxos de caixa, do ano de 2011, conforme
apresentados nos Quadros 8 e 9, implantados com o uso do método direto e de
forma mensal, haja vista as informações disponíveis, e a melhor visualização pelo
administrador do negócio. Utilizou-se, a partir do modelo apresentado nesta
pesquisa, da obra de Carlos Alexandre Sá (2012), com algumas modificações a
facilitar o seu uso, destacando a inserção da linha “Saldo do Período”.
Igualmente, conforme ilustrados nos Quadros 10, 11 e 12, foram elaboradas
planilhas para utilização como instrumento de projeção do fluxo de caixa para o ano
de 2012, inicialmente de forma semanal, nos três primeiros meses e de forma
mensal nos meses subsequentes, utilizando-se do método direto. Utilizou-se num
primeiro momento de forma semanal, pelo fato de que quanto mais próximo da data
atual, mais detalhado deve ser o fluxo de caixa, podendo assim abranger as
informações necessárias para a aplicação na gestão do negócio.
A escolha pelo método direto se deu em virtude da melhor visualização das
informações por parte do administrador financeiro da empresa, não necessitando de
conhecimento aprofundado de contabilidade, e de forma bastante simplificada, pode
acompanhar as movimentações de entradas e saídas de caixa e tomar decisões
seguras ao empreendimento.
85
Fluxo de Caixa 2011 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Saldo Inicial
(+)
Entradas
Recebido de Clientes
Outras entradas operacionais
Entradas Financeiras
Entradas Patrimoniais
Entradas Eventuais
(+)
Saídas
Saídas Administrativas
Saídas Comerciais
Pagamentos a Fornecedores
Saídas de Pessoal
Encargos
Impostos e Taxas
Saídas Financeiras
Saídas Patrimoniais
Saídas Diversas
(=)
Saldo do Período
(=)
Saldo Final
Quadro 8 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 1° semestre 2011 (Realizado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
86
Fluxo de Caixa 2011 Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Saldo Inicial
(+)
Entradas
Recebido de Clientes
Outras entradas operacionais
Entradas Financeiras
Entradas Patrimoniais
Entradas Eventuais
(+)
Saídas
Saídas Administrativas
Saídas Comerciais
Pagamentos a Fornecedores
Saídas de Pessoal
Encargos
Impostos e Taxas
Saídas Financeiras
Saídas Patrimoniais
Saídas Diversas
(=)
Saldo do Período
(=)
Saldo Final
Quadro 9 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 2° semestre 2011 (Realizado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
87
Fluxo de Caixa 2012 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 6ª semana
Saldo Inicial
Entradas
Recebido de Clientes
Outras entradas operacionais
Entradas Financeiras
Entradas Patrimoniais
Entradas Eventuais
Saídas
Saídas Administrativas
Saídas Comerciais
Pagamentos a Fornecedores
Saídas de Pessoal
Encargos
Impostos e Taxas
Saídas Financeiras
Saídas Patrimoniais
Saídas Diversas
Saldo do Período
(=)
Saldo Final
Quadro 10 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 1° período 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
88
Fluxo de Caixa
2012 7ª semana 8ª semana 9ª semana 10ª semana 11ª semana 12ª semana 13ª semana
Saldo Inicial
(+)
Entradas
Recebido de Clientes
Outras entradas operacionais
Entradas Financeiras
Entradas Patrimoniais
Entradas Eventuais
(+)
Saídas
Saídas Administrativas
Saídas Comerciais
Pagamentos a Fornecedores
Saídas de Pessoal
Encargos
Impostos e Taxas
Saídas Financeiras
Saídas Patrimoniais
Saídas Diversas
(=)
Saldo do Período
(=)
Saldo Final
Quadro 11 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 2° período 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
89
Fluxo de Caixa
2012 Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Saldo Inicial
(+)
Entradas
Recebido de Clientes
Outras entradas operacionais
Entradas Financeiras Entradas Patrimoniais
Entradas Eventuais
(+)
Saídas
Saídas Administrativas
Saídas Comerciais
Pagamentos a Fornecedores Saídas de Pessoal
Encargos Impostos e Taxas
Saídas Financeiras
Saídas Patrimoniais
Saídas Diversas
(=)
Saldo do Período
(=)
Saldo Final
Quadro 12 – Instrumento de Fluxo de Caixa para aplicação na empresa – 3° período 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
90
Este fluxo de caixa proposto pode e deve ser modificado de acordo com a
necessidade do usuário, e se feito de forma diária, ficará mais evidente as entradas
e saídas de caixa, podendo dar uma visão apurada e antecipada das operações na
empresa.
Para tanto, inicialmente foi elaborado um plano de contas (Apêndice A)
específico para a empresa, partindo dos relatórios contábeis (Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício) com contas utilizadas pela empresa em
questão, que são facilmente modificadas, acrescentando e/ou excluindo-as,
buscando a facilidade na utilização da ferramenta e atendendo a realidade e
necessidade do usuário.
Com informações restritas inerentes ao funcionamento do empreendimento,
a fim de elaborar uma projeção foram criados quadros auxiliares, para então,
alimentar o fluxo de caixa, e são eles: quadro auxiliar de recebimentos de vendas e
desembolsos do ano 2011, estes que foram criados com base nos dados oriundos
dos documentos contábeis (na forma Realizada) e fazendo uma projeção para o
próximo exercício (na forma Projetada).
Para a aplicação do instrumento de fluxo de caixa projetado para o exercício
2012, destacados nos Quadros 10, 11 e 12, foram utilizados os dados já obtidos
anteriormente, os quais resultaram no Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e
Desembolsos inerentes ao ano 2011, conforme o Quadro 13, e assim, destes
números, simulou-se um aumento de 10% às Receitas para o próximo período,
conforme o Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos referente ao
ano 2012, conforme o Quadro 14.
O Quadro 13 apresenta informações das entradas e saídas de caixa do
período inerente ao ano 2011, obtidas com base nos relatórios contábeis da
empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME do exercício, o que pode ser mais
bem visualizado no Gráfico 1.
Já a projeção feita para o ano de 2012, de recebimentos e desembolsos de
caixa, destacadas no Quadro 14, pode se dar um melhor entendimento conforme o
Gráfico 2.
91
Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos 2011 – Realizado
Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Recebimentos (R$) 16.625,00 18.330,00 18.640,00 20.390,00 12.700,00 8.400,00 7.395,00 12.280,00 13.420,00 16.000,00 19.150,00 23.870,00
Desembolsos (R$) 14.993,80 15.978,60 17.152,20 17.887,20 12.825,80 10.417,80 9.855,00 13.740,60 14.349,00 15.766,80 17.562,80 20.171,00
Quadro 13 – Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos 2011 (Realizado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos 2012 – Projetado
Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Recebimentos (R$) 18.287,60 20.163,00 20.504,00 22.429,00 13.970,00 9.240,00 8.134,50 13.508,00 14.762,00 17.600,00 21.065,00 26.257,00
Desembolsos (R$) 15.954,86 16.855,08 16.841,04 17.769,04 13.032,00 10.383,20 9.764,12 12.773,28 13.475,52 15.064,80 17.005,20 19.912,72
Quadro 14 – Quadro Auxiliar de Recebimento de Vendas e Desembolsos 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
92
O Gráfico 1 representa o período já realizado, referente ao ano 2011, dos
recebimentos e desembolsos contabilizados pela empresa Ômega Comércio de
Móveis Ltda ME.
Gráfico 1 – Recebimento de Vendas e Desembolsos ano 2011 (Realizado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
É possível perceber que a empresa obteve resultado negativo de caixa nos
meses de maio, junho, julho, agosto e setembro do ano 2011, bem como o fato de o
total dos desembolsos estarem diretamente ligados ao resultado das receitas, isto se
deve ao fato da empresa trabalhar em regime de consignação, efetuando o
pagamento dos custos das mercadorias vendidas somente após o recebimento das
receitas.
Está evidente a linha de baixa nos recebimentos de vendas no mês de maio
de 2011, passando a operar sem prejuízo financeiro, somente no mês de setembro
de 2011. Outra linha de destaque é o crescimento das entradas de outubro a
dezembro de 2011.
93
Já o Gráfico 2, representa o período projetado, referente ao ano 2012, em
que foi simulado um aumento dos recebimentos em referência ao período anterior, e
ainda, consequentemente, um pequeno aumento dos desembolsos.
Gráfico 2 – Recebimento de Vendas e Desembolsos ano 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
Com base na simulação dos quadros, percebe-se que a empresa Ômega só
apresenta resultado negativo de caixa nos meses de junho e julho do ano de 2012,
além de evidenciar um crescimento relevante entre os meses de agosto a dezembro
do ano de 2012.
Na seção seguinte será aplicado o instrumento de fluxo de caixa na empresa
Ômega Comércio de Móveis Ltda ME, conforme mencionados nesta seção.
94
4.3 Aplicação da Projeção de Fluxo de Caixa da Ômega
De acordo com o instrumento proposto e os dados informados na seção
anterior, foram aplicados os valores nos fluxos de caixa dos respectivos períodos
(Realizado e Projetado), como é possível observar nos Quadros 15, 16, 17, 18 e 19.
Para a elaboração do fluxo de caixa projetado do ano 2012 (Quadros 17, 18
e 19) foram levados em consideração os dados já obtidos nos relatórios contábeis e
aplicados no instrumento de fluxo de caixa realizado do ano de 2011 (Quadros 15 e
16).
Diante disto, da análise dos fluxos realizados, foram projetadas médias
partindo dos resultados do período anterior com pequeno crescimento para o
exercício posterior, conforme já foram demonstrados nos Quadros Auxiliares de
Recebimentos de Vendas e Desembolsos dos períodos citados.
Demonstra-se na presente seção a aplicabilidade do instrumento proposto,
extraindo os valores das operações e inserindo nos fluxos de caixa dos respectivos
períodos.
Na elaboração do instrumento, realizado em planilha eletrônica, o usuário
poderá adaptar à sua realidade, conforme foi confeccionado, onde os dados são
alimentados diretamente as suas contas específicas, possibilitando visualizar de
forma clara a situação financeira da empresa no período desejado.
Seguem os Quadros com os valores e na próxima seção será feita uma
análise do instrumento proposto e a sua aplicabilidade na empresa Ômega
Comércio de Móveis Ltda ME.
95
Fluxo de Caixa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
2011 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Saldo Inicial -R$ 716,20 R$ 5.915,00 R$ 8.266,40 R$ 9.754,20 R$ 12.257,00 R$ 12.131,20
(+)
Entradas R$ 21.625,00 R$ 18.330,00 R$ 18.640,00 R$ 20.390,00 R$ 12.700,00 R$ 8.400,00
Recebido de Clientes R$ 16.625,00 R$ 18.330,00 R$ 18.640,00 R$ 20.390,00 R$ 12.700,00 R$ 8.400,00
Outras entradas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Patrimoniais R$ 5.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Eventuais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(+)
Saídas R$ 14.993,80 R$ 15.978,60 R$ 17.152,20 R$ 17.887,20 R$ 12.825,80 R$ 10.417,80
Saídas Administrativas R$ 2.286,00 R$ 2.316,00 R$ 2.316,00 R$ 2.321,00 R$ 2.316,00 R$ 2.316,00
Saídas Comerciais R$ 498,75 R$ 549,90 R$ 1.559,20 R$ 611,70 R$ 381,00 R$ 252,00
Pagamentos a Fornecedores R$ 7.481,25 R$ 8.248,50 R$ 8.388,00 R$ 9.175,50 R$ 5.715,00 R$ 3.780,00
Saídas de Pessoal R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00
Encargos R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80
Impostos e Taxas R$ 1.330,00 R$ 1.466,40 R$ 1.491,20 R$ 1.631,20 R$ 1.016,00 R$ 672,00
Saídas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Diversas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 750,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(=)
Saldo do Período R$ 6.631,20 R$ 2.351,40 R$ 1.487,80 R$ 2.502,80 -R$ 125,80 -R$ 2.017,80
(=)
Saldo Final R$ 5.915,00 R$ 8.266,40 R$ 9.754,20 R$ 12.257,00 R$ 12.131,20 R$ 10.113,40
Quadro 15 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 1° semestre 2011 (Realizado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
96
Fluxo de Caixa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
2011 Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Saldo Inicial R$ 10.113,40 R$ 10.653,40 R$ 9.192,80 R$ 8.263,80 R$ 10.497,00 R$ 12.084,20
(+)
Entradas R$ 10.395,00 R$ 12.280,00 R$ 13.420,00 R$ 18.000,00 R$ 19.150,00 R$ 23.870,00
Recebido de Clientes R$ 7.395,00 R$ 12.280,00 R$ 13.420,00 R$ 16.000,00 R$ 19.150,00 R$ 23.870,00
Outras entradas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Financeiras R$ 3.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 2.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Eventuais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(+)
Saídas R$ 9.855,00 R$ 13.740,60 R$ 14.349,00 R$ 15.766,80 R$ 17.562,80 R$ 20.171,00
Saídas Administrativas R$ 2.316,00 R$ 2.316,00 R$ 2.316,00 R$ 2.319,00 R$ 2.321,00 R$ 2.316,00
Saídas Comerciais R$ 221,85 R$ 368,40 R$ 402,60 R$ 480,00 R$ 574,50 R$ 716,10
Pagamentos a Fornecedores R$ 3.327,75 R$ 5.526,00 R$ 6.039,00 R$ 7.200,00 R$ 8.617,50 R$ 10.741,50
Saídas de Pessoal R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00
Encargos R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80
Impostos e Taxas R$ 591,60 R$ 982,40 R$ 1.073,60 R$ 1.280,00 R$ 1.532,00 R$ 1.909,60
Saídas Financeiras R$ 0,00 R$ 1.150,00 R$ 1.120,00 R$ 1.090,00 R$ 1.120,00 R$ 1.090,00
Saídas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Diversas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(=)
Saldo do Período R$ 540,00 -R$ 1.460,60 -R$ 929,00 R$ 2.233,20 R$ 1.587,20 R$ 3.699,00
(=)
Saldo Final R$ 10.653,40 R$ 9.192,80 R$ 8.263,80 R$ 10.497,00 R$ 12.084,20 R$ 15.783,20
Quadro 16 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 2° semestre 2011 (Realizado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
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Fluxo de Caixa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
2012 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 6ª semana
Saldo Inicial R$ 15.783,20 R$ 17.794,84 R$ 16.090,47 R$ 17.747,11 R$ 18.115,94 R$ 20.333,87
(+)
Entradas R$ 4.571,90 R$ 4.571,90 R$ 4.571,90 R$ 4.571,90 R$ 5.040,75 R$ 5.040,75
Recebido de Clientes R$ 4.571,90 R$ 4.571,90 R$ 4.571,90 R$ 4.571,90 R$ 5.040,75 R$ 5.040,75
Outras entradas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Eventuais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(+)
Saídas R$ 2.560,26 R$ 6.276,26 R$ 2.915,26 R$ 4.203,06 R$ 2.822,82 R$ 6.538,82
Saídas Administrativas R$ 0,00 R$ 1.811,00 R$ 355,00 R$ 150,00 R$ 0,00 R$ 1.811,00
Saídas Comerciais R$ 137,16 R$ 137,16 R$ 137,16 R$ 137,16 R$ 151,22 R$ 151,22
Pagamentos a Fornecedores R$ 2.057,36 R$ 2.057,36 R$ 2.057,36 R$ 2.057,36 R$ 2.268,34 R$ 2.268,34
Saídas de Pessoal R$ 0,00 R$ 1.500,00 R$ 0,00 R$ 1.244,00 R$ 0,00 R$ 1.500,00
Encargos R$ 0,00 R$ 405,00 R$ 0,00 R$ 248,80 R$ 0,00 R$ 405,00
Impostos e Taxas R$ 365,75 R$ 365,75 R$ 365,75 R$ 365,75 R$ 403,26 R$ 403,26
Saídas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Diversas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(=)
Saldo do Período R$ 2.011,64 -R$ 1.704,36 R$ 1.656,64 R$ 368,84 R$ 2.217,93 -R$ 1.498,07
(=)
Saldo Final R$ 17.794,84 R$ 16.090,47 R$ 17.747,11 R$ 18.115,94 R$ 20.333,87 R$ 18.835,80
Quadro 17 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 1° período 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
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Fluxo de Caixa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
2012 7ª semana 8ª semana 9ª semana 10ª semana 11ª semana 12ª semana 13ª semana
Saldo Inicial R$ 18.835,80 R$ 20.698,73 R$ 21.423,86 R$ 23.078,22 R$ 21.166,57 R$ 22.970,92 R$ 24.775,27
(+)
Entradas R$ 5.040,75 R$ 5.040,75 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80
Recebido de Clientes R$ 5.040,75 R$ 5.040,75 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80 R$ 4.100,80
Outras entradas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Eventuais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(+)
Saídas R$ 3.177,82 R$ 4.315,62 R$ 2.446,45 R$ 6.012,45 R$ 2.296,45 R$ 2.296,45 R$ 3.789,25
Saídas Administrativas R$ 355,00 R$ 0,00 R$ 150,00 R$ 1.811,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Comerciais R$ 151,22 R$ 151,22 R$ 123,02 R$ 123,02 R$ 123,02 R$ 123,02 R$ 123,02
Pagamentos a Fornecedores R$ 2.268,34 R$ 2.268,34 R$ 1.845,36 R$ 1.845,36 R$ 1.845,36 R$ 1.845,36 R$ 1.845,36
Saídas de Pessoal R$ 0,00 R$ 1.244,00 R$ 0,00 R$ 1.500,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 1.244,00
Encargos R$ 0,00 R$ 248,80 R$ 0,00 R$ 405,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 248,80
Impostos e Taxas R$ 403,26 R$ 403,26 R$ 328,06 R$ 328,06 R$ 328,06 R$ 328,06 R$ 328,06
Saídas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Diversas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(=)
Saldo do Período R$ 1.862,93 R$ 725,13 R$ 1.654,35 -R$ 1.911,65 R$ 1.804,35 R$ 1.804,35 R$ 311,55
(=)
Saldo Final R$ 20.698,73 R$ 21.423,86 R$ 23.078,22 R$ 21.166,57 R$ 22.970,92 R$ 24.775,27 R$ 25.086,82
Quadro 18 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 2° período 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
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Fluxo de Caixa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
2012 Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Saldo Inicial R$ 25.086,82 R$ 29.746,78 R$ 30.684,78 R$ 29.541,58 R$ 27.911,96 R$ 28.646,68 R$ 29.933,16 R$ 32.468,36 R$ 36.528,16
(+)
Entradas R$ 22.429,00 R$ 13.970,00 R$ 9.240,00 R$ 8.134,50 R$ 13.508,00 R$ 14.762,00 R$ 17.600,00 R$ 21.065,00 R$ 26.257,00
Recebido de Clientes R$ 22.429,00 R$ 13.970,00 R$ 9.240,00 R$ 8.134,50 R$ 13.508,00 R$ 14.762,00 R$ 17.600,00 R$ 21.065,00 R$ 26.257,00
Outras entradas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Entradas Eventuais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(+)
Saídas R$ 17.769,04 R$ 13.032,00 R$ 10.383,20 R$ 9.764,12 R$ 12.773,28 R$ 13.475,52 R$ 15.064,80 R$ 17.005,20 R$ 19.912,72
Saídas Administrativas R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00 R$ 1.811,00
Saídas Comerciais R$ 672,87 R$ 419,10 R$ 277,20 R$ 244,04 R$ 405,24 R$ 442,86 R$ 528,00 R$ 631,95 R$ 787,71
Pagamentos a Fornecedores R$ 10.093,05 R$ 6.286,50 R$ 4.158,00 R$ 3.660,53 R$ 6.078,60 R$ 6.642,90 R$ 7.920,00 R$ 9.479,25 R$ 11.815,65
Saídas de Pessoal R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00 R$ 2.744,00
Encargos R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80 R$ 653,80
Impostos e Taxas R$ 1.794,32 R$ 1.117,60 R$ 739,20 R$ 650,76 R$ 1.080,64 R$ 1.180,96 R$ 1.408,00 R$ 1.685,20 R$ 2.100,56
Saídas Financeiras R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Patrimoniais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Saídas Diversas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(=)
Saldo do Período R$ 4.659,96 R$ 938,00 -R$ 1.143,20 -R$ 1.629,62 R$ 734,72 R$ 1.286,48 R$ 2.535,20 R$ 4.059,80 R$ 6.344,28
(=)
Saldo Final R$ 29.746,78 R$ 30.684,78 R$ 29.541,58 R$ 27.911,96 R$ 28.646,68 R$ 29.933,16 R$ 32.468,36 R$ 36.528,16 R$ 42.872,44
Quadro 19 – Fluxo de Caixa da empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME – 3° período 2012 (Projetado)
Fonte: Elaborado pelo Autor
100
4.4 Análise da Aplicação do Fluxo de Caixa na Empresa Ômega
Após análise da aplicação do instrumento de fluxo de caixa, proposto para a
empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME, observou-se que a empresa possui
certo grau de desorganização quanto a sua situação financeira, o que acaba
gerando dificuldades na gestão do empreendimento.
Observa-se nos Quadros apresentados na seção anterior que a empresa
objeto do estudo não apresenta controle de suas disponibilidades, sendo que o
negócio apresentou resultado de caixa negativo nos meses de maio, junho, agosto e
setembro, e o administrador optou por captar dois empréstimos nos meses de julho
e outubro, nos valores de R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00, respectivamente. Desta feita,
conclui-se a partir da análise do Quadro 13, que o empresário captou recursos
nesses meses por meio de empréstimos, sendo que o saldo apresentado do período
era positivo, com sobras, mostrando que os números não evidenciam a verdadeira
realidade da empresa.
Neste caso, fica explícito que a utilização de um instrumento de controle e
projeção de fluxo de caixa auxiliaria o gestor a manter a organização do
empreendimento quanto aos aspectos financeiros e, assim, demonstrar no fluxo de
caixa a realidade de liquidez da organização, deixando o empresário hábil a tomar
decisões confiáveis para a continuidade do negócio.
Percebe-se também uma linha de decréscimo de receitas que inicia no mês
de maio e permanece em baixa até o mês de setembro, o que poderia ser evitada
com uma política de enxugamento de gastos fixos e ainda um investimento em
publicidade ao público alvo, na busca por novos clientes e aumento do faturamento
do período.
Outro campo a se destacar é o crescimento do faturamento nos meses finais
do ano, deixando evidente que devido à sazonalidade, época de verão, e
consequentemente, um maior movimento de turistas na região, o que acaba
mexendo com a economia local e levantando as vendas, na grande parte, em face
aos investimentos dos empresários nos comércios da região.
Em uma análise criteriosa dos dados levantados na demonstração, em tese,
na obtenção das informações financeiras para a elaboração e apresentação dos
fluxos de caixa, ora pelo método direto, pressupõe da relevância desta ferramenta
101
ao negócio no que tange ao controle financeiro na empresa. Assim, pode-se
trabalhar com a confiabilidade das informações e programar eventos ou ações na
busca pelo crescimento da lucratividade e, consequentemente a continuidade e
longevidade da entidade.
A empresa objeto de estudo necessita de maior controle e organização de
suas contas. Há a necessidade de ter de forma clara e precisa as mutações no
patrimônio, primordialmente no que tange a suas entradas e saídas de numerários.
È essencial que o administrador tenha informações sobre seus clientes e
fornecedores, assim como a forma de pagamentos e recebimentos, a fim de
gerenciar melhor as suas disponibilidades de liquidez imediata.
Percebe-se que o principal motivo para que ocorra a descontinuidade da
empresa Ômega é a falta de controle e planejamento. Para que a aplicação deste
instrumento de projeção e controle de fluxo de caixa consiga obter informações úteis
e relevantes, primeiramente é necessário que haja a alimentação e movimentação
na ferramenta com dados reais e oportunos.
Orienta-se que para uma melhor equiparação de saldos o administrador
tome decisões para soluções de situações negativas, como por exemplo: oferecer
descontos pontuais para clientes que antecipem os pagamentos contratados a
prazo.
Diante das informações oriundas dos fluxos de caixa, sugere-se ao tomador
de decisões, no caso das micro e pequenas empresas normalmente é função do
proprietário, conseguir controlar o seu caixa de forma inteligente, cumprindo com as
obrigações e antecipando os resultados futuros, possibilitando que consiga
aproveitar com segurança as oportunidades do mercado.
Devido aos fatores ora relacionados, conclui-se na importância deste
instrumento de fluxo de caixa proposto a micro e pequena empresa, independente
da atividade de atuação, haja vista a sua real utilidade no auxílio ao administrador no
processo de gestão e consequentemente, na base sólida de informações para a
tomada de decisão.
O próximo capítulo trará as considerações finais da pesquisa, as conclusões
deste estudo, bem como sugestões para trabalhos futuros.
102
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta seção, apresentam-se as conclusões da pesquisa e as sugestões
para futuras pesquisas.
5.1 Conclusões
O fluxo de caixa é um instrumento de projeção e controle que permite ao
usuário demonstrar e estimar as operações financeiras realizadas pela empresa.
Para o micro empreendimento é uma ferramenta de grande utilidade devido a sua
facilidade de implantação e entendimento, o que permite o planejamento de seus
recursos e controle de todas as atividades operacionais e não operacionais,
proporcionando eficaz organização.
Neste trabalho, propôs-se um instrumento de projeção e controle de fluxo de
caixa para a Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, especificamente na
Empresa Ômega Comércio de Móveis Ltda ME, de modo a subsidiar ao seu
administrador, com informações gerenciais na tomada de decisão, conforme consta
nas seções 4.3 e 4.4.
Na seção 2.2.4, apresentou-se a estrutura e forma de elaboração da
Demonstração do Fluxo de Caixa aplicável às Empresas, de acordo com a
legislação contábil vigente, assim como suas atividades, métodos, vantagens e
desvantagens; Buscou-se caracterizar de forma abrangente, o conceito de fluxo de
caixa, as suas características, objetivos dos fluxos e elementos de composição para
a sua elaboração,
Para alcançar o objetivo geral desta pesquisa, elaborou-se um instrumento
de projeção e controle de fluxo de caixa específico para a empresa Ômega
Comércio de Móveis Ltda ME, partindo do pressuposto das necessidades desta
empresa, em manter um controle da situação financeira e gerir o dinheiro com
segurança à realidade do negócio, conforme consta na seção 4.3.
Na sequencia, aplicou-se tal modelo, aos dados coletados da empresa
Ômega Comércio de Móveis Ltda ME, conforme consta na seção 4.4.
Assim, pode-se concluir que o instrumento proposto permite ao empresário
simular situações futuras de aumento ou queda de entradas e/ou saídas de caixa,
visualizar a posição de capital de giro, e assim, antecipar suas necessidades de giro,
103
e ainda possibilitar ao usuário a utilização como ferramenta de planejamento e
controle dos recursos financeiros, gerando informações antecipadas e facilitando a
tomada de decisões.
Nota-se que com a utilização desta ferramenta a empresa possa controlar o
seu fluxo de caixa com excelência. A real necessidade em realizar os fechamentos
em tempo hábil; sejam eles de forma diária, semanal ou mensal; sempre
comparando com as projeções já realizadas, e com apoio dos quadros auxiliares de
recebimentos e desembolsos, buscando assim, evitar que a entidade fique sem
disponibilidades de caixa para saldar seus compromissos.
A conclusão a que se pode chegar, no decorrer do estudo desenvolvido, é
que a gestão adequada de um fluxo de caixa pela empresa Ômega Comércio de
Móveis Ltda ME poderá auxiliar na administração financeira do negócio, pois irá
organizar, controlar e planejar as entradas e saídas de montantes ao longo dos
períodos, sempre posicionando os pagamentos para datas em que projetem
recursos disponíveis, ou ainda vendas a prazo com vencimento em datas que
necessitem cumprir obrigações já programadas.
Assim, fica exposto, que o descontrole do caixa pode prejudicar o resultado
do período e colocar em risco a continuidade do negócio, ou ainda, deixar
numerários de caixa ociosos, perdendo oportunidades de rentabilidade, deixando de
gerar valores em aplicações financeiras.
5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros
Para futuras pesquisas, sugere-se que seja realizado um estudo de caso em
uma empresa de pequeno porte ou não, obtendo informações diretamente do setor
financeiro do empreendimento, a qual não faça uso do fluxo de caixa para sua
gestão de caixa, e realize um acompanhamento, analisando todas as operações
realizadas e apontando as vantagens da utilização desta ferramenta in loco.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Plano de Contas da Ômega Comércio de Móveis Ltda ME ........... 108
108
APÊNDICE A – Plano de Contas da Ômega Comércio de Móveis Ltda ME
Plano de Contas 1 ENTRADAS 1.1 Recebido de Clientes 1.1.1 Recebido em cheque ou dinheiro 1.1.2 Recebido em cheques pré-datados 1.1.3 Recebido de cartão de crédito 1.2 Outras entradas operacionais 1.2.1 Dividendos recebidos 1.2.2 Juros recebidos 1.3 Entradas financeiras 1.3.1 Empréstimos bancários 1.3.2 Desconto de duplicatas 1.3.3 Adiantamento de cartões 1.3.4 Adiantamento de cheques pré-datados 1.4 Entradas Patrimoniais 1.4.1 Aporte de capital 1.4.2 Empréstimos de acionistas 1.4.3 Venda de imobilizado 1.4.4 Diversos 1.5 Entradas Eventuais 1.5.1 Reembolsos diversos 1.5.2 Outras 2 SAÍDAS 2.1 Saídas Administrativas 2.1.1 Aluguel comercial 2.1.2 Condomínio 2.1.3 Luz 2.1.4 Água e esgoto 2.1.5 Seguros 2.1.6 Telefone e internet 2.1.7 Material de escritório e limpeza 2.1.8 Manutenção predial 2.1.9 Manutenção de equipamentos do escritório 2.1.10 Honorários contábeis 2.1.11 Diversos 2.2 Saídas Comerciais 2.2.1 Comissão de vendedores 2.2.2 Publicidade e propaganda 2.2.3 Diversos 2.3 Pagamentos a Fornecedores 2.3.1 Fornecedor A 2.3.2 Fornecedor B 2.3.3 Fornecedor C
2.3.4 Outros
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2.4 Saídas de Pessoal 2.4.1 Folha de Pagamento 2.4.2 Pró-labore 2.4.2 Rescisões 2.4.3 Vale-transporte 2.4.4 Cursos e treinamentos 2.4.5 IRRF 2.4.6 Diversos 2.5 Encargos 2.5.1 INSS 2.5.2 FGTS 2.6 Impostos e Taxas 2.6.1 ICMS 2.6.2 Cofins 2.6.3 PIS 2.6.4 IRPJ 2.6.5 IPTU 2.6.6 Contribuição Social 2.6.7 Simples 2.6.8 Diversos 2.7 Saídas Financeiras 2.7.1 Juros pagos 2.7.2 Pagamento de empréstimos 2.7.3 Diversas 2.8 Saídas Patrimoniais 2.8.1 Obras estruturais 2.8.2 Compra de Imobilizado 2.8.3 Dividendos 2.8.4 Outras 2.9 Saídas Diversas 2.9.1 Cheques devolvidos 2.9.2 Devolução de vendas
2.9.3 Diversos
Fonte: Elaborado pelo autor
Ficha Catalográfica
SCHMITT, Marcos Rodrigo. O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE PROJEÇÃO E
CONTROLE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS / Marcos Rodrigo Schmitt; Antonioni Colvara Bernardi Leripio – Balneário Camboriú, 2012.
109 p.; 06 Ilust., 19 quadros; 02 gráfs.
Monografia (TCC Graduação) – Faculdade do Litoral Catarinense FLC, Sociesc, 2012.
Inclui bibliografia
1. Contabilidade Gerencial. 2. Controladoria e Gestão. 3. Demonstrações Contábeis. 4. Fluxo de Caixa. I. Lerípio, Antonioni Colvara Bernardi. II. Faculdade do Litoral Catarinense FLC. Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis. III. O Fluxo de Caixa como instrumento de projeção e controle nas micro e pequenas empresas.
CDU: