FLOTAÇÃO DE REJEITOS DO BENEFICIAMENTO ... … · Carvão brasileiro - Altos níveis de impurezas...
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FLOTAÇÃO DE REJEITOS DO
BENEFICIAMENTO GRAVIMÉTRICO DE
CARVÃO MINERAL
I. A. S. Brum & L. G. M. de Jesus
Laboratório de Processamento Mineral
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Depósitos de carvão brasileiros
Perfil geológico
Carvão brasileiro
- Altos níveis de impurezas (matéria mineral - pirita)
Percentual de cinzas: 40% - 60%
- Enxofre total 1,5% - 4%
- Poder calorífico: 3.000 kcal/kg
4.200 kcal/kg
- Carvão energético 43% de cinzas
2,3% de enxofre
Carvão brasileiro
Problema
Depois da etapa de concentração:
- 50% - 60% do minério ROM é descartado na barragem de
rejeitos.
- Estima-se que no sul do Brasil existam 300 milhões de toneladas
de rejeito de carvão.
- Esta quantidade de resíduo demanda grande espaço físico.
- Mudanças na topografia
- Geração de drenagem ácida de minas (DAM)
MATERIAIS
Amostras foram recebidas da Mineração Rio Deserto S.A. –
Criciúma – SC
A amostra foi homogeneizada e estocada em galões de 50 L.
Teor de cinzas em torno de 65%.
Teor de enxofre de cerca de 2,75%.
A concentração da matéria volátil era de 15%.
Duas correntes de rejeitos analisadas.
1) Efluente do hidrociclone – material fino do hidrociclone
2) Efluente do tanque – material fino das demais etapas do processo
Essas duas amostras foram estudadas em células de flotação de
bancada.
MÉTODOS
Parâmetros granulométricos e análises de cinzas
dos dois materiais
0
20
40
60
80
100
+0,25 -0,25+0,149 -0,149+0,074 -0,074
Ret
ido
(%
)
Faixa Granulométrica (mm)
Efluente do Ciclone
Efluente do Tanque
Parâmetros granulométricos e análises de cinzas
dos dois materiais E
flu
ente
hid
roci
clon
e
Fração, mm Massa, % Cinzas, %
+0,25 mm 0,9 n.a.
-0,25+0,149 mm 2,4 n.a.
-0,149+0,074 mm 8,6 36,3
-0,074 mm 88,1 65,3
Total 62,7
Efl
uen
te t
an
qu
e
Fração, mm Massa, % Cinzas, %
+0,25 mm 0 n.a.
-0,25+0,149 mm 0,6 n.a.
-0,149+0,074 mm 5,7 43,4
-0,074 mm 93,8 65,6
Total 64,3
Flotação em bancada
Uma máquina de flotação Denver, modelo LA 500, com célula de
acrílico foi utilizada para estabelecer as condições de flotação.
A polpa foi feita com água com concentração de sólidos de 30% e
agitada a uma velocidade de 900rpm em pH natural, em torno de 8.
O tempo de condicionamento de reagentes foi de:
Óleo diesel (5 min)
Óleo de pinho (3 min)
A flotação foi realizada sob agitação de 1000 rpm com fluxo de ar
controlado.
Flotação em bancada
Recuperação de massa e teor de cinzas de ensaios de bancada
– Efluente do ciclone
0
20
40
60
50/200 50/300 100/300 100/400 200/50 200/100 200/300
Rec
. M
áss
ica
/Cin
zas
(%)
[] Óleo diesel (g/t)/[] Óleo de pinho (g/t)
Rec. Mássica
Cinzas
0
20
40
60
50/200 50/300 100/300 100/400 200/50 200/100 200/300
Rec
. M
áss
ica
/Cin
zas
(%)
[] Óleo diesel (g/t)/[] Óleo de pinho (g/t)
Rec. Mássica
Cinzas
Recuperação de massa e teor de cinzas de ensaios de bancada
– Efluente do tanque
A coluna era feita de PVC com 3 m
de altura e 4 polegadas de
diâmetro.
O borbulhador foi confeccionado a
partir de um tecido poroso de um
filtro industrial, o qual foi colocado
sobre a parte cônica da coluna.
Flotação em coluna
COLUNA DE FLOTAÇÃO - BIAS
BIAS
+ : Qalim. < Qrej.
- : Qalim. > Qrej.
Flotação em coluna
Duas bombas peristálticas controlaram a vazão de alimentação e de
rejeito.
A polpa foi completada com água, para diferentes concentrações, em
um tanque de 100 L, a pH 8.
Tempo de adição de reagentes e de condicionamento eram: óleo diesel
(5 min) e óleo de pinho (5 min).
Com base nos resultados obtidos anteriormente foram analisados
concentrações de 100 g / t de óleo diesel e 300 g / t de óleo de pinho.
Flotação em coluna
Os testes de flotação em coluna foram divididos em três grupos. O
primeiro grupo analisou um sistema com alta concentração de
sólidos, cerca de 30%.
0
10
20
30
40
1,1/-0,2 1,5/-0,2 1,3/0,2 1,5/0,2 1,3/0,1 1,5/0,1
Rec
. M
áss
ica/
Cin
za
s (%
)
Var (cm/s)/ BIAS (cm/s)
Rec. Mássica
Cinzas
Flotação em coluna
No segundo grupo de testes, a polpa foi diluída e analisada em dois
sistemas, o primeiro com uma concentração de sólidos de 9% e o
outro com 4,5%.
Ensaio Var
(cm/s)
Cp/p
%
Valim
(cm/s)
Vrej.
(cm/s)
Concentrado Rejeito
Massa,
%
Cinzas,
%
S,
(%)
Cinzas,
%
02_A 1,0
9,0
1,37 1,14
23,82 31,65 2,51 73,98
02_B 1,2 20,92 31,42 2,66 71,13
02_C 1,3 25,67 28,90 2,53 72,71
02_D 1,7 23,93 30,28 2,41 86,20
02_E 1,0
4,5
46,07 31,44 2,52 78,14
02_F 1,2 47,28 31,63 2,34 79,05
02_G 1,3 46,51 31,38 2,54 78,31
02_H 1,7 58,47 30,40 2,59 79,54
0
5
10
15
20
25
30
35
1 1,2 1,3 1,7
Rec
Má
ssic
a/C
inza
s (%
)
Var (cm/s)
Rec. Mássica
Cinzas
Flotação em coluna
No segundo grupo de testes, a polpa foi diluída e analisada em dois
sistemas, o primeiro com uma concentração de sólidos de 9% e o
outro com 4,5%.
Gráfico com resultados dos ensaios com Cp/p de 9%
0
10
20
30
40
50
60
1 1,2 1,3 1,7
Rec
. M
áss
ica/C
inza
s (%
)
Var (cm/s)
Rec. Mássica
Cinzas
Flotação em coluna
Gráfico com resultados dos ensaios com Cp/p de 4,5%
Flotação em coluna
No último grupo de testes, a alimentação de flotação foi previamente
submetida a uma deslamagem, removendo a fração menor que 325 #
(-44 mm).
Com isso, o material utilizado nos testes de flotação mostrou
características granulométricas muito distintas do material das
primeira e segunda baterias de testes, com 50% de material maior do
que 0,149 milímetros.
Após a deslamagem o teor de cinzas caiu para 51,6%. A concentração
de sólidos na alimentação da polpa foi de cerca de 13%.
Gráfico com resultados do último grupo de testes com BIAS negativo.
Flotação em coluna
0
20
40
60
80
100
0,9/-0,05 1,5/-0,05 2,0/-0,05 0,9/-0,3 1,5/-0,3 0,9/-0,5 1,5/-0,5
Rec
Má
ssic
a/C
inza
s
Var (cm/s)/BIAS (cm/s)
Rec. Mássica
Cinzas
O tratamento deste material revela-se muito vantajoso, pois
permite não só a redução da quantidade de material a ser descartado
na barragem de rejeitos, aumentando a vida útil destas últimas, mas
também a recuperação da matéria carbonosa, viabilizando uma
possível blendagem com outros carvões.
Neste estudo, foi possível observar a forte influência da concentração
de sólidos sobre os parâmetros de separação analisados.
Os melhores resultados foram obtidos com baixa concentração de
sólidos, otimizando a capacidade de carga da coluna de flotação.
Conclusões
O funcionamento da flotação em coluna com um valor baixo de
bias negativo pode estabelecer condições de escoamento que
permitam a recuperação de material fino.
No entanto, nestas condições, a recuperação de partículas finas pelo
aprisionamento e / ou arraste tende a ser significativo.
Esses parâmetros devem ser examinados em uma continuação deste
estudo.
Apesar dos resultados obtidos até o momento, mais estudos são
necessários. A questão da concentração de sólidos ainda precisa ser
otimizado, visando um baixo teor de cinzas, recuperação mássica e a
produtividade.
Conclusões
OBRIGADO