A FLORESTA TEMPERADA DECÍDUA

Com DISTRIBUIÇÃO ORIGINAL que se estendia por grande parte da Europa Central-Ocidental, chegando até a Rússia, onde ocorria entre as florestas de coníferas e as estepes, chegando até a China e o Japão. Ocorriam também bem desenvolvidas na América do Norte. No hemisfério sul, em áreas com clima semelhante o caráter decíduo não se desenvolveu provavelmente por não terem ocorrido ali os prolongados períodos de seca que ocorreram no hemisfério norte em tempos passados.

A DECIDUIDADE (queda de folhas) é uma adaptação ao clima frio e ocorre mesmo quando as plantas são cultivadas em estufas (característica Genética). As mudanças na coloração das folhas não é ainda bem entendida (retirada de nutrientes solúveis das folhas que estão prestes a cair), acredita-se estar relacionada com a redução do comprimento do dia (Fotoperíodo). Variações na Altitude, Latitude e Longitude não afetam drasticamente os padrões de desfolhação. Observa-se que plantas próximas á luminárias em vias públicas permanecem verdes por mais tempo.

A queda das folhas REDUZ A PERDA DE ÁGUA quando o suprimento no solo é muito baixo devido ao congelamento. Quando os invernos são muito rigorosos e os verões são frios as florestas temperadas decíduas são substituídas por florestas de coníferas que são mais resistentes e aproveitam melhor a curta estação de crescimento (máximo de três meses com temperatura maiores que 10° C).

As FLORESTAS TEMPERADAS DECÍDUAS ocorrem em manchas de solo de maior fertilidade e por isso muito procurados para a agricultura. Além disso a clima mais ameno foi a razão para o estabelecimento dos povoados na Europa. O mesmo ocorreu na América do Norte que foi colonizada mais recentemente. Como conseqüência são pequenas as áreas restantes nos dias de hoje.Na EUROPA são grandes os problemas causados pela poluição que afeta profundamente essa vegetação devido a chuva ácida. Além disso a remoção da serrapilheira pelos agricultores, que a utilizam nos estábulos, como palha para os animais dormirem, reduz bastante a produtividade das florestas.

1

A ESTACIONALIDADE permite chuvas que são adequadas ao crescimento por um período de 4 a 6 meses. Essas condições são encontradas em faixas entre as zonas frias e áridas ao norte (Florestas de Coníferas) e as zonas mais quentes e temperadas ao sul no hemisfério norte (Florestas Subtropicais).

Os SOLOS SÃO RICOS EM NUTRIENTES devido a rápida decomposição das folhas que caem anualmente. Um grande número de microorganismos, minhocas, insetos, ácaros e colêmbolas promovem a movimentação dos nutrientes nos horizontes do solo. São as terras marrons muito férteis.

Apesar de sua GRANDE EXTENSÃO ORIGINAL e notável que os mesmos gêneros são encontrados independente de sua localização geográfica (América, Europa ou Ásia). As floras americana e asiática são muito mais ricas que a européia. Acredita-se que a orientação das principais cordilheiras na Europa (sentido leste-oeste) tenham servido de barreira geográfica para a migração das espécies de árvores após as últimas glaciações. Na América do norte as cordilheiras são orientados principalmente no sentido norte-sul o que facilitou a dispersão das espécies para o norte.

AS FLORESTA DE CONÍFERAS NO HEMISFÉRIO NORTE

As grandes áreas de FLORESTAS DE CONÍFERAS são encontradas nas elevadas altitudes que margem a Tundra Ártica (que não possui árvores). Nas latitudes mais baixas, podem também ocorrer sobre as grandes cadeias de montanhas ou nas encostas das colinas sujeitas a períodos de seca.

Além da grande ZONA BOREAL essa floresta são também encontradas na costa pacífica da América do Norte (desde a Califórnia até o Alasca- Montanhas Rochosas), nas regiões montanhosas nos Alpes e nos Himalaias além de áreas no Mediterrâneo. No hemisfério Sul também ocorrem florestas de coníferas mas com áreas muito reduzidas quando comparadas ao hemisfério norte.

2

A ZONA BOREAL começa onde o clima torna-se desfavorável ao estabelecimento das florestas temperadas decíduas, ou seja onde os verões se tornam muito curtos e os invernos muito longos. Temperaturas de 10° C ocorrem em menos de 120 dias durante o ano e o inverno dura mais de 6 meses. Devido a sua enorme extensão territorial (maior floresta do mundo) pode encontrar desde o clima oceânico, onde as variações na temperatura não são muito grandes, até o clima continental com amplitudes de temperatura que variam de +30°até -70° C. As florestas na América do Norte ocupam áreas com clima mais ameno, fato que pode explicar a sua maior diversidade. Há no entanto limites que as coníferas não podem suportar, como a redução do verão e o prolongamento do inverno. Isso reduz a estação de crescimento evitando a produção de sementes, a germinação e o estabelecimento de novos indivíduos. O crescimento é bastante lento e novas árvores conseguem ultrapassas o estrato herbáceo após 25 anos de crescimento.

Os SOLOS são cobertos por uma densa camada de serrapilheira que se decompõe lentamente. Formam-se ácidos mas não ocorre a mineralização evitando a maior disponibilidade de nutrientes. Os ácidos reagem com os cátions (+++) e formam compostos que são acumulados no perfil do solo. Entretanto as reservas de nutrientes disponíveis e a liberação de nutrientes devido as freqüentes queimadas são o suficiente para a manutenção da floresta. Há que se salientar que as coníferas estão entre as árvores de menor exigências nutricionais no mundo. Essas espécies desenvolveram associações com fungos (MICORRIZAS) que vivem em suas raízes e aumentam em muito a sua habilidade para a captação de nutrientes. As Floresta na Sibéria ocorrem sobre os solos denominados PERMAFROST, permanentemente congelados até 400 m de profundidade. No verão a camada superficial de até 50cm descongela permitindo uma maior taxa de crescimento.

O pequeno número de MICROORGANISMOS e outros animais decompositores promovem a lenta decomposição das acículas que além do mais possuem grande quantidade de resina de difícil decomposição. Essas florestas são então caracterizadas por espessa camada de serrapilheira não decomposta. Forma-se então um ambiente ácido e pobre em nutrientes.

3

O FATOR AMBIENTAL que promove a rápida liberação desse nutrientes é o fogo. Incêndios são comuns nessas florestas, principalmente com o aumento da densidade da população humana. Muitas florestas de coníferas são mantidas pelo fogo que evita a colonização de outras espécies (que não coníferas) por não serem resistentes às queimadas.

As ESPÉCIES nessa floresta podem crescer sem maiores limitações por um período de 3 a 4 meses. A grande limitação e a falta de água no solo que quase sempre está congelada. As árvores reduzem a perda de água pela redução de sua área foliar e pela deposição de cera nas acículas. A forma triangular de suas copas não permite o acúmulo de neve que poderia reduzir a fotossíntese além de comprometer a estabilidade da árvore.

A RIQUEZA em espécies é maior ma floresta na América do Norte e na Ásia Oriental e mais pobres nas regiões Européia e na Sibéria.

A TAIGA é um tipo florestal onde o estrato arbóreo, dominado por poucas espécies de coníferas, cobre um estrato herbáceo denso dominado por musgos. As condições climáticas são rígidas e nas áreas de borda com a Tundra as árvores são anãs e raquíticas.

OS CAMPOS TEMPERADOS

As grandes extensões de CAMPOS TEMPERADOS na América e na Rússia estão atualmente tomados pelo cultivo de grão e pela criação de gado. Existem pequenas reservas nos EUA e na Rússia que são a fonte do conhecimento atual da forma original dessa vegetação.

4

A VEGETAÇÃO é dominada por gramíneas adaptadas à seca. Ocorrem também outras herbáceas anuais e perenes. O clima apresenta uma estação seca acentuada. Foram responsáveis pela manutenção de grandes populações de grandes herbívoros que foram dizimados principalmente na América do Norte.

Os SOLOS foram grandemente explorados pela agricultura principalmente pela facilidade para a mecanização.

A VEGETAÇÃO DE AMBIENTES EXTREMOS - LIMITAÇÕES OU EXCESSO DE ÁGUA

AS TERRAS ÁRIDAS - cobrem 35% da superfície do planeta. O volume de precipitação não é adequado a sua classificação uma vez que essas áreas ocorrem em zonas temperadas e tropicais.

O CLIMA é caracterizado por chuvas no inverno e seca no verão: na América do Sul, no oriente médio e no norte do Saara; chuvoso no verão e seco no inverno: Austrália, Chile e sul do Saara; dois período de chuva ou período de chuva não definido (Sudoeste Africano), e regiões extremamente áridas com mais de um ano sem precipitação.Apesar da BAIXA PRECIPITAÇÃO muitas espécies evoluíram para sobreviver nessas condições. A redução da área foliar, redução da parte aérea, sobrevivência por longos períodos sob a superfície, plantas anuais de ciclo de vida curto, sobrevivência como sementes.

AS TERRAS ÚMIDAS - áreas onde o lençol freático está permanentemente próximo ou na superfície. De acordo com a disponibilidade de nutrientes na água a vegetação varia em sua composição florística. O grande desafio das plantas é a obtenção de oxigênio em ambientes saturados.

A TUNDRA

5

Ocorrem nas TERRAS BAIXAS próximas ao círculo ártico e nas terras altas na região dos Alpes. Observa-se muitas vezes as mesmas espécies que no entanto apresentam diferentes variedades. Tem sido demonstrado que diferenças na qualidade de luz são importantes na diferenciação dos habitats e conseqüentemente das variedades. Nas grandes altitudes os níveis de luz ultravioleta são altos e esses podem reduzir as taxas de fotossíntese e de crescimento foliar (nanismo). As espécies competitivas nas grandes altitudes (TUNDRA ALPINA) são resistentes aos raios ultravioleta. Já as espécies das TUNDRAS ÁRTICAS (nível do mar) são sensíveis aos altos níveis de raios ultra violeta.

Os SOLOS estão quase permanentemente saturados, a estação de crescimento é muito curta, é pequena a atividade de microorganismos que promovem a mineralização da matéria orgânica. Essa se acumula formando a turfa que é seca e usada como fonte de energia (carvão) para o aquecimento e para o preparo de alimentos. Nas áreas onde o solo é melhor drenado a microfauna é mais diversa e a decomposição é mais rápida aumentando a disponibilidade de nutrientes. Onde não ocorre o congelamento da água no solo nas proximidades da superfície (PERMAFROST) os roedores assumem um importante papel na ciclagem de nutrientes. Eles consumem uma grande quantidade de matéria orgânica na superfície e nas camadas sub-superficiais no solo.

6