Flambeh #zero
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Transcript of Flambeh #zero
MÃOS DE PINTOR,
junho · 2011edição 1 · ano 1
Leonardo Mathiase suas colagens
Angela Kinacores e tons inusitados
Rodrigo Buenofala sobre infância e técnica
Cine Fantasyconheça a história por trás do festival
pra você.
4>> essencialsaiba um pouco do que está rolando e do que não pode ser esquecido do cenário musical e das artes plásticas sem precisar ir muito longe.
6>> flickr-seconheça alguns artistas que criaram seu espaço virtual no Flickr para divulgar seus trabalhos. Não deixe de apreciar as obras dos novos talentos.
10>> Raphael Gianninidepare-se com delicadas obras feitas com as impressões de objetos do cotidiano. Confira as composições caleidoscópicas do artista.
12>> Angela Kinamergulhe na aquarela, folhas e até fezes de cupim com esta designer que aproveita o mundo digital para dar um toque especial em sua obra.
16>> Vitor Rolim“o estilo simples de Vitor se faz com a linha percorrendo os fatos do dia a dia, suas inpirações, aquilo que gosta.”
24>> Fernanda CésarA beleza dos sketches feitos como distração ao telefone. A arte em esferográfica que encanta pela simplicidade da técnica e a riqueza dos detalhes.
28>> Rodrigo BuenoLeia a entrevista com o quadrinista e artista plástico, ilustrador de “Peixe Peludo”, que conta de tudo: infância, criação e profissão.
32>> CineFantasyConheça a história do festival contada por um de seus idealizadores e o que valoriza no cinema fantástico para promover as novas produções.
34>> Sidney GusmanSaiba o que o organizador das edições especiais Mauricio de Souza Por 50 (MSP) conta sobre esse projeto e como ocorre a seleção dos artistas.
16>> CapaLeonardo
Mathias Sob a pele do vegetal.
Mergulhe nas intimidades do nanquin
ofuscado pelas sobreposições
com o papel leitoso
criando a estética dos Babilaques.
A criação nasce do inusitado. Em cada página que compõe este primeiro número da Revista Flambéh, brincamos com a idéia da novidade que circula silenciosa pela cidade de São Paulo.Selecionamos ambientes virtuais, filmes, artistas pouco conhecidos, mostrando a qualidade que cada uma das categorias possui, enriquecendo esta edição com a variedade de caminhos que temos para encontrar o que nos agrada.Essa é a premissa da publicação: expressar apenas aquilo que nos dá prazer! Desta forma, as produções dos cinco artistas convidados formaram uma trama de trabalhos variados, que pensam a estética das artes plásticas trazendo referências modernas e contemporâneas, cheios de experimentações com as técnicas que quiseram provar e mostrar.O acaso uniu cinco visões distintas tornando essa Revista singular enquanto peça artística. A Flambéh entra em cena para unir o que há de bom, bonito e único e mostrá-los a quem quiser ver.
Editor Responsável | Taís B. Mathias
Projeto Gráfico | Lua Nucci
Modelagem 3D | Anderson J. Pedrosa
Editora | Patuá
Tiragem | 5
Agradecimentos | Vitor Rolim, Rodrigo
Bueno, Diana Barros, Leonardo MAthias,
Angela Kina, Flávio Cescato, Fernanda César,
Raphael Giannini, Tomas, Rajard, Lourenço,
Satrapi, Salem, Thor, Virginia, Mira, Aline
Rocha, Eduardo Lacerda, Sidney Gusman
Site | www.flambeh.blogspot.com
NÓS AQUI DENTROEDITORIAL SUMÁRIO
Taís B. MathiasEditor Responsável
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o bar Syndikat, localizado no bairro Jardim Paulista, possui uma variedade de cervejas nacionais e internacionais além de um ambiente descontraído no subsolo da casa com pufes.Ao descer as escadas, vemos pelas paredes quadros de jazzistas famosos, que dão um clima cool até chegarmos a um pequeno palco, onde o público fica bem próximo das talentosas bandas que tocam no local. Muitos músicos novos do cenário jazzista paulista passam por lá e a Flambeh foi conferir a qualidade do som que o local oferece. O espaço é gostoso e a variedade das músicas trazidas pelas bandas convidadas agrada a todos os gostos. Recomendamos Syndikat para quem gosta de saídas noturnas mais tranqüilas em São Paulo e que garantam uma boa música ao vivo.
é o melhor modo para se referir a De Profundis (animação em 2D com duração de 70 min) do quadrinista Miguelanxo Prado lançado em 2007 e composto por mais de 10 mil pinturas a óleo. O longa-metragem, que não possui falas, conta a história de um pintor que busca aprimorar sua técnica retratando a rotina dos pescadores nas caças em alto mar. Em uma dessas viagens, o artista sofre um acidente caindo na água e não consegue retornar à superfície.Junto com o personagem, descobrimos a beleza fascinante do mundo aquático e somos guiados pela trilha sonora tocada pela figura de uma encantadora sereia. A beldade toca violoncelo e dança pelas águas junto aos animais marinhos numa atmosfera onírica. Assistir a obra prima de Prado, vale a pena pela técnica elaborada e incomum que apresenta. Fica a dica para quem se encanta com produções não comerciais e de qualidade.
ESSENCIALFOI, É, ESTÁ
Impecável
Charmoso e com música ao vivo,
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nome dado à exposição instalada no Itaú Cultural de São Paulo, remonta a cronologia dos trabalhos plásticos do artista pernambucano Leonílson em cada fase de sua vida.Autobiográfica é a palavra que define a exposição composta por desenhos, pinturas, aquarelas e esculturas, todas a mostra aos visitantes que têm a possibilidade de aproximar-se mais da obra produzida pelo poeta das costuras. Leonílson faleceu no ano de 1993 aos 36 anos, por causa da Aids.Além da exposição, a divulgação da obra do artista possui sua extenção no site http://www.itaucultural.org.br/leonilson/em que podemos ouvir entrevistas com amigos e conhecedores de seu trabalho, bem como a imagem de suas obras e um documentário sobre ele. A mostra, com a curadoria de Bitu Cassundé e Ricardo Resende é gratuita e ficará até o último final de semana do mês de maio no prédio do Itaú Cultural localizado na Avenida Paulista.
Pomplamoose No estilo homemade
Sob o Peso dos meus Amores,
A dupla musical conhecida por interpretar canções de estilos variados como: Mister Sandman, das Cordettes; LaVie em Rose, de Edith Piaf; Beat It, de Michael Jackson; até o sucesso de Lady Gaga, Telephone, misturam instrumentos inusitados aos clássicos piano, guitarra e baixo.Nataly Dawn, assume o vocal enquanto Jack Conte brinca com a melodia na percussão e nas cordas. Às vezes o instrumentista se arrisca no microfone enquanto a cantora toca o baixo e o piano criando autênticos arranjos, montados num estúdio caseiro da Califórnia. As gravações podem ser assistidas no canal do Pomplamoose disponível no youtube.
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/33349127@N
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FLICKR-SETÁ NA NET, É SOH FUÇAR – flickr.com/photos/...
/ju-blackcoffee/nadadenada_
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/henrique_vieira
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rtle
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rago
n
/pa_pum
Procurando o conteúdo?www.editorapatua.com.br
As formas inusitadas de um ralo, são
as matrizes das monotipias trabalhadas
artisticamente por Raphael Giannini. Suas
composições são um estudo de texturas
formadas pela própria impressão do objeto
e suas reproduções sobrepostas.
Os elementos que compõe o cenário
do nosso cotidiano aos quais passamos
desapercebidos, para o artista são as matérias
primas para as composições delicadas
sobre o papel vegetal. A escolha do suporte,
essencial para o efeito do trabalho, torna a
repetição dos contornos e dos detalhes dos
objetos como as formas de um caleidoscópio.
Giannini, fortemente inspirado pela artista
MartaCarmela, observa os detalhes dos
cenários em que transita, e quando elege
um deles para lhe servir como matriz, brinca
com as formas e transparências de sua
técnica garantem.
Sobre suas composições o próprio artista diz,
“tenho uma idéia e uma imagem na cabeça,
mas quando acabo a produção ela não fica
igual ao que imaginei. Muitas vezes fica bem
diferente, e mesmo assim fico contente com
o que foi feito”.
É com essa leveza que Raphael cria um tecido
de texturas, confiando nas composições, nem
sempre esperadas, que definem a identidade
de sua obra.
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RAPHAEL GIANNINICARIMBANDO O COTIDIANO
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Nome | Raphael Veiga Giannini
Idade | 23 anos
Nasceu onde? | São Paulo
Vive onde? | São Paulo
Animal de estimação? | Um cachorro com três patas
O que não pode faltar na sua playlist? | Beirut
O que tem em cima da mesa do seu pc/escrivaninha?Um besouro de vidro
Quais sites você mais frequenta? | Facebook
Um personagem de quadrinhos | ...
Um ídolo nacional / Um ídolo mundial | Não sei se tenho ídolos
Costuma desenhar/rabiscar algo enquanto fala ao telefone? Não...mas se possível eu ando de um lado para o outro...
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Angela Kina possui uma técnica
curiosa: pinta o papel com aquarela
e, depois de pronto, digitaliza
o desenho experimentando as
transformações das cores e formas
com as brincadeiras no photoshop.
A sensibilidade da artista mostra esse
despudor ao utilizar técnicas mistas que
não têm limites para as possibilidades
quando a ação de agregar objetos
inusitados inicia, compondo uma nova
textura sob a tinta aquarelável. Utiliza,
para produzir o efeito delicado das
pinturas, colagens de folhas, fios de
cabelo, e até materiais que não havia
planejado como vestígios de cupim.
ANGELA KINAAQUARELAS E O QUE VIER
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Kina admira muito os quadrinhos,
principalmente os dos quadrinistas brasileiros
como Laerte, Angeli e Adão, elegendo
como ídolo nacional, Rê Bordosa – uma
das personagens criadas por Angeli. Porém
acredita que os traços humorísticos não
influenciam em sua obra.
Mesmo sem inspirar-se nas tirinhas,
Angela poderia arriscar um fundo para
uma ilustração da viagem psicodélica das
personagens Wood & Stock, tendo visto
a impressionante mistura de cores e sua
alteração quando negativadas digitalmente.
É dessa experimentação, compondo com
“tudo que estiver perto”, que a artista admite
a influência do cotidiano em sua obra, “neste
caso, as plantas e os cupins contribuíram”
dando um caráter colecionista e variado
às composições.
Nome | Angela Kina
Idade | 24
Nasceu onde | São Paulo
Vive onde | São Paulo
Animal de estimação | Homem
O que não pode faltar na sua playlist | The Baseballs, Rita Lee, Nouvelle Cuisine, SILENCIO tango orchestra, Chico Buarque...
O que tem em cima da mesa do seu computador| Bagunça
Quais sites você mais frequenta | Grooveshark, Designup, Behance e Casa.abril
Um personagem de quadrinhos | Rê Bordosa
Um ídolo nacional | Rê Bordosa
Um ídolo mundial | Homer
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A multiplicidade de estilos, característica da
arte urbana, são completamente absorvidas
por Vitor Rolim. A mistura de referências
contemporâneas com as correntes
modernistas são digeridas pelo artista para
compor sua obra, num passeio pelas pinturas
de Kandinski e Picasso até Keith Haring
e Gêmeos.
VITOR ROLIMCANETAS EM QUALQUER LUGAR
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Nome | Vitor Rolim
Idade | 28 anos
Nasceu onde? | Santos/ SP
Vive onde? | Em São Paulo
animal de estimação? | Gato e cachorro
O que não pode faltar na sua playlist? | AC/DC, Rolling Stones, Beatles, James Brown, Jimmy Hendrix e Vinicius de Moraes
O que tem em cima da mesa do seu computador? | Um mac 24 polegadas e um maço de cigarro.
Quais sites você mais frequenta? | Não frequento nenhum site específico diariamente. Apenas acesso facebook, google e vejo emails e frequentemente olho referencias em diversos sites.
Um personagem de quadrinhos | Homem Aranha
Um ídolo nacional | Raul Seixas
Um ídolo mundial | Herbert Richards
Quer mandar beijo pra alguém? | Para Mônica minha namorada linda.
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foto: Vitor Rolim
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Sua preferência pelo canetão para compor
os desenhos, é explicada pelo fascínio ao
reconhecer que “a linha tem o poder de
guiar o olhar do observador”. É assim que
o estilo simples de Vitor se faz, com a linha
percorrendo os fatos do dia a dia, suas
inpirações, aquilo que gosta. As idéias vão
assentando no papel, na parede, na tela
ao comando de sua batuta-canetão.
Maestro dessa polifonia imagética, o artista
urbano translitera nas cenas esse caos,
filho do centro urbano, com uma ironia bem
humorada e o olhar atento as minúcias
do cotidiano.
A delicadeza do papel vegetal deixa
turvo os traços trêmulos da caneta
nanquim. As imagens sobrepostas
e grampeadas são uma antítese
contrapostas a delicadeza das
transparências. Leonardo Mathias
compõe seus desenhos como se
desafiasse o observador a enxergar
através das camadas da pele de
sua obra.
O olhar do público percorre a
intimidade dos corpos e os cenários
inesperados que são compostos por
uma mistura de técnicas que o artista
diz serem suas preferidas, “gosto
muito do detalhe que o nanquim
pode dar, mas o grafite usado muito
levemente, quase invísivel, pra mim
é o mais atraente”.
Os suportes, técnicas, cores e acabamento, deixam rastros na obra final, realçando a importância
do processo para Mathias, resgatando as influências dos “cadernos babilaques” de Waly Salomão.
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LEONARDO MATHIASSOBREPONDO TUDO
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A delicadeza do papel vegetal deixa
turvo os traços trêmulos da caneta
nanquim. As imagens sobrepostas
e grampeadas são uma antítese
contrapostas a delicadeza das
transparências. Leonardo Mathias
compõe seus desenhos como se
desafiasse o observador a enxergar
através das camadas da pele de
sua obra.
O olhar do público percorre a
intimidade dos corpos e os cenários
inesperados que são compostos por
uma mistura de técnicas que o artista
diz serem suas preferidas, “gosto
muito do detalhe que o nanquim
pode dar, mas o grafite usado muito
levemente, quase invísivel, pra mim
é o mais atraente”.
Os suportes, técnicas, cores e acabamento, deixam rastros na obra final, realçando a importância
do processo para Mathias, resgatando as influências dos “cadernos babilaques” de Waly Salomão.
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LEONARDO MATHIASSOBREPONDO TUDO
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Os sketches da paulistana Fernanda César,
feitos a caneta esferográfica, tem seu encanto
no traço simples que compõe uma espécie
de estudo de ângulos, posições, para as
figuras humanas que desenha. O jeito
descontraído presente seu trabalho, que
o torna lindo e despojado, advém da
delicadeza do esboço e da marginalidade do
suporte, em folhas de rascunho ao lado de
anotações e rabiscos. Não existe um grande
conceito, apenas a exteriorização de um
talento que a artista possui.
Enquanto nos distraímos ao telefone
rabiscando traços sem sentido, Fernanda
treina as curvas com a caneta no papel para
se distrair, e são estes os momentos em que
os rostos, olhares e bocas arredondadas são
produzidos. Ela mesma confirma, “sempre
rabisquei ao telefone, durante a aula, reuniões
etc, etc...”.
FERNANDA CÉSARELEVANDO O ESBOÇO
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Nome | Fernanda César
Idade | 30
Nasceu onde | São Paulo
Vive onde | Sampa City
animal de estimação | Cuidei de um beija-flor até que pudesse voar.
O que não pode faltar na sua playlist | MPB, Rock, Trilhas de filmes.
O que tem em cima da mesa do seu computador Brinquedos Kinder Ovo.
Quais sites você mais frequenta | Facebook, blogs, portais de notícias.
Um personagem de quadrinhos | Cascão e Chico Bento
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Normalmente femininas, com
olhares sedutores, corpos cheios
de curva, os desenhos têm
influência da arte japonesa, os
mangás, que Cesar diz admirar,
além dos desenhos clássicos
de pin-ups desenhados pelos
artistas Elvgren e Vargas.
A artista tem planos em dominar
o traçado em aquarela, mas já
garante a originalidade de sua
arte com um caráter casual,
feita para se distrair, de figuras
femininas impressionantes.
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Como foi quando você percebeu que poderia
ganhar dinheiro com o desenho?
Desenho não dá dinheiro. É o que eu
ouvia de um tio meu, semi-analfabeto que
era pobre mas hoje é rico pra caramba.
Ele dedicou a vida a essa causa: ganhar
dinheiro. Ele é uma autoridade no assunto
então eu acho que ele está certo. Dinheiro
não dá desenho. Ele investiu em gado
e posto de gasolina, coisas cujo consumo
é enorme. Desenho não. Óleo de soja
deve dar uma puta grana. Óleo de soja.
Já parou pra pensar que quase tudo que
comemos tem óleo de soja? Imagina
quantos bilhões de toneladas de óleo
estão nesse exato momento borbulhando,
dando cozimento a coxinhas, risoles,
acarajés, batatas fritas, tudo devorado
em segundos, antes mesmo de esfriar.
Isso deve dar uma grana lascada. Óleo.
Desenho não dá dinheiro. Quero ver
alguém provar o contrário. Quem teima em
viver disso vive no vermelho, trabalhando
muito e ganhando pouco. O que se ganha
não tem valor financeiro. É uma coisa meio
espiritual talvez. Vai entender...
O que não pode faltar na sua playlistTom Zé
O que tem em cima da mesa do seu computador Os livros Sagarana, Crime e Castigo, La Vie em Close e o Código de Hammurabi.
Quais sites você mais frequentaMinha navegação é super promíscua. Visito uma porrada de blogs sem fidelidade, principalmente aqueles em que tem álbuns de MP3 pra baixar grátiz.. E tem a praga do feicebuque que eu entro todo santo dia.
Um personagem de quadrinhos.Ranxerox
Um ídolo nacional.Marcatti
Um ídolo mundial.Goya
Quer mandar beijo pra alguém?Pra Grasiella Drumond
RODRIGO BUENODESENHAR PRA QUÊ?
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Assiste desenho animado até hoje?! Quais?
Gosto muito do Futurama, o Simpsons
do Futuro.
Se não fosse desenhista/ilustrador, seria o
quê?! Já pensou nisso?!
Gostaria de ser marceneiro. Trabalhar com
madeira, acho bem legal isso. Transformar
madeira em cadeira, mesa, armário...
Como desenvolveu seu trabalho? Passou por
muitos estilos até chegar ao atual? Quais?
Como foi?
Basicamente me concentrei em um
único elemento do desenho:
a linha. No caso, a linha preta sobre o
plano branco. Depois fui percebendo que
ficava interessante preencher os espaços
brancos de preto, tinta preta, nanquim, o
máximo possível, tipo xilogravura. Peso
é o nome que o Kandinsky dá a isso, no
desenho. Li isso no livro Ponto e Linha
sobre Plano. Recomendo.
Nessa longa estrada, passei por várias
canetas e pincéis, até aquelas canetas
de nanquim recarregáveis infernais
que entopem pra caramba, dessas eu
quero distância. No fim dos anos 90 me
encontrei com a caneta Futura, ela sim me
Como foi o apoio da famiília e dos amigos?
Minha família apóia bastante,
principalmente meus sobrinhos que são
crianças inocentes. Nunca tive muitos
amigos, principalmente na escola. Nunca
parei pra pensar nesse apoio que eles
certamente me deram... Acho que de um
modo geral o povo curtia, vai em frente...
nada assim muito expressivo. Foi mais
teimosia minha mesmo.
Quais desenhos você gostava de assistir
quando criança?
Eu adorava os Herculóides, aquela família
possuía aqueles animais monstruosos.
Queria que meu pai fosse que nem aquele
cara que ficava atirando nos inimigos com
um estilingue, feito moleque. Era demais,
aquele rinoceronte que atirava pedra pelo
chifre, muito louco!
Tinha um outro desenho também que
eu adorava, tinha um cara que andava
de cavalo e gritava assim “ Ariel, Ucla,
vaaaaaamos!!!!” O Ucla era tipo um
homem macaco-monstro que andava num
cavalo alienígena que tinha chifre na testa
e um rabo que parecido com um pão.
Mó viagem.
Você costumava copiá-los?
Eu não. Eu não conseguia, não tinha
habilidade suficiente.
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realizou. Foi durante a faculdade (fiz desenho
industrial em Londrina – PR) fizemos coisas
lindas juntos. Futura, pretinha, com o tempo
a ponta amolecia, parecia um pincelzinho.
A espessura do traço se dava com a pressão
da mão.
Que caneta a gente consegue fazer isso?
Mas infelizmente a Futura parou de fabricar
no Brasil. Os últimos estoques nas pequenas
papelarias já não encontro mais. Vou querer
amar de novo e se não der não vou sofrer.
Por isso agora eu tenho usado uma caneta
preta japonesa da marca Tombow, com duas
pontas, uma em cada lado. Uma delas tem
forma de pincel, um tesão.
Quais são suas referências?
Nossa, tanta coisa... de quadrinhos tenho
umas preferências mas gosto de tudo, tudo
mesmo. Gosto de xilogravura e arte sacra
antiga, brasileira. Gosto muito de coisas
antigas em geral, que contam histórias
e mitos. Os pintores do século XIX...
muita coisa.
Como nasceu o Cine Fantasy (CF)? Quais foram
os motivos de sua criação?
O CineFantasy nasceu de uma necessidade
de encontrar mais espaço para cinema
de gênero no país, pois somos fãs desde
pequenos dos filmes de horror,
ficção-científica e fantasia.
Quais foram as mudanças do projeto inicial se
comparado com a atual realização do CF?
O projeto nasceu em Ilha Comprida e
tinha apenas uma sala de exibição com
duas sessões diárias. A partir de 2008 o
CineFantasy desembarcou em São Paulo em
seis salas de cinema com três sessões diárias
por espaço. No começo também era uma
Mostra Nacional, hoje o Cinefantasy se tornou
um Festival Internacional competitivo.
O Cine Fantasy é o nome do Festival Internacional de curtas e longas metragens com temática fantástica, ou
seja, que tratam de gêneros com elementos não reais, tais como: ficção científica, horror e fantasia.
O projeto divulga novos produtores, cineastas, roteiristas e atores premiando os melhores filmes por categorias
como melhor longa do gênero, melhor maquiagem, melhor roteiro, melhor vilão, etc.
A Flambeh entrevistou Eduardo Santana, um dos organizadores do evento e agora você pode conferir o que
ele contou sobre a história do Cine e outras curiosidades como quais são as produções cinematográficas que
influenciaram e ainda interferem na idealização da programação.
Se quiser conhecer melhor esse trabalho, no site do Festival estão as informações sobre o regulamento para as
inscrições dos participantes, bem como a apresentação do evento.
O Cine Fantasy acontecerá entre os dias 30 de agosto (ter.) e 11 de setembro (dom.) de 2011. As sessões ocorrerão no Centro Cultural São Paulo (R. Vergueiro, 100 – V. Mariana); no Cine Olido (Av. São João, 473 – República); na Biblioteca Viriato Corrêa (Rua Sena Madureira, 298 – V. Mariana).
Quem assiste o CF? O CF assiste o quê?
O CineFantasy se divide em três públicos:
Cineastas, fãs do cinema do gênero
e o público geek.
Assistem filmes de horror, sci-fi e fantasia, desde
produções profissionais, trabalhos de estudantes
e amadores, principalmente filmes independentes
de vários lugares do mundo e de todas as
regiões do Brasil.
O CF tem parte de sua identidade (o caráter
fantástico) criada por referências artísticas (literatura,
artes visuais, música, etc.)? Cite algumas delas.
Nossa pergunta difícil de responder, pois
o CineFantasy tem duas cabeças pensantes eu
e a Vivi Amaral.Gostamos de tantas coisas, mas
vou tentar citar algumas referências:
Senhor dos Anéis, Guerra nas Estrelas,
30
CINEFANTASYCURIOSAMENTE TENEBROSO
31
Edward, Mãos de Tesouras, Os Gonnies,
O Iluminado, O Labirinto do Fauno - isso
no cinema, na música temos Iron Maiden,
Black Sabbath, NIN, Type O’ Negative, o pós
punk de 80, o dark metal e um monte de
outras referências.
Na literatura, os clássicos Drácula de Bram
Stoker, Anne Rice, Machado de Assis, Álvares
de Azevedo, Stephen King e os novos autores
como o Raphael Draccon, Eduardo Spor,
André Vianco e muitos outros.
Que talentos passaram pelo CF?
Marc Prince, diretor inglês reponsável pelo
longa-metragem Colin, que bombou em
Cannes; Robert Morgan, animador inglês
com vários prêmios nos principais festivais do
Mundo, como Sitges e Fantasporto; Rodrigo
Aragão, do Mangue Negro; Andres Muschietti
do curta Mamá; Victor-Hugo Borges
do Historietas Assombradas para crianças
mal-criadas.
A cada ano vocês selecionam um artista diferente
para criar o material gráfico do festival. Como é
feita essa seleção?
Gosto pessoal. risos
Mentira! Eu e a Vivi sempre curtimos todos
os tipos de arte. Durante esses últimos anos
tivemos um grande prazer de encontrar muitas
pessoas competentes pelo caminho. Este ano
a arte é do cineasta Victor-Hugo Borges, na
edição do ano passado, o responsável foi
o artista Leopoldo Tauffenbach.
Como ocorre a definição do local de exibição
do festival?
Temos uma parceria muito boa com
a Prefeitura de São Paulo, por meio da
Secretaria Municipal de Cultura,
então os espaços de exibição são do
Governo Municipal.
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O que os fãs podem esperar do MSP Novos 50?
Os leitores podem esperar um livro tão bom quanto
os dois anteriores, o MSP 50 e o MSP + 50. São 50
grandes autores que se esforçaram para manter o
alto nível obtido nos dois primeiros. E conseguiram.
O processo de organização dos trabalhos e montagem do
MSP dura em média quantos meses?
Como trabalho com um planejamento bastante
criterioso, sempre faço as coisas com
antecedência. Mas, do convite aos autores ao envio
para a Panini, serão oito meses.
O Mauricio de Sousa acompanha de perto todo o
processo de criação do MSP?
Não. O Mauricio deixa o processo sob o meu
comando, mas ele confere, sim, todas as artes que
chegam. E com uma baita empolgação. Ele parece
uma criança quando vê as versões que os autores
fazem de seus personagens.
Como é feita a seleção dos artistas?
Eu sigo uma série de critérios. O primeiro,
obviamente, é a qualidade, mas levo em
consideração também que o álbum tenha uma
diversidade de estilos e também autores de
diversos pontos do Brasil. Esse projeto se tornou,
também, uma grande vitrine para quem faz (bons)
quadrinhos no Brasil atualmente. Por isso, não
é fácil escolher os 50. E olha que ainda ficou muita
gente talentosa de fora!
edito
r da
col
eção
MS
P 5
0
SIDNEY GUSMANUMA RAPIDINHA
Lançado em 2002, Jimmy, o menino mais
esperto do mundo, é um livro inovador no cenário
da arte sequencial. Seu prefácio contém quatro
páginas explicando a forma de ler as histórias por
sua complexidade na montagem dos quadrinhos.
Porém ficamos na dúvida se Chris Ware, autor
do livro, está explicando ou zombando do
leitor ao dar a orientação. A crítica do artista se
estende às pessoas no mundo contemporâneo
que “mal conseguem construir frases que façam
sentido; [que] estão transformando substantivos
em verbos, empregando o tempo todo palavras
erradas para dizer o que não pretendem”.
Quando abrimos o livro, deixamos nossas
preocupações de lado para assistir a vida
de Jimmy e de sua família narrada fora da
linha do tempo, na qual passado e presente
se confundem desnorteando a leitura linear.
Esse estilo possibilita que estimulemos nossa
sensibilidade deixando em primeiro plano a
atmosfera de insegurança, mistério e frustrações
que o anti-herói vivencia.
Podemos dizer que esse trabalho admirável de
Ware segue a linha da literatura do Absurdo,
com o estilo narrativo parecido com o de Samuel
Beckett. Ler Jimmy, o menino mais esperto do
mundo é um desafio para quem está habituado
com as histórias em quadrinhos convencionais.
JIMMYRESENHA PRA FECHAR
prop
agan
da n
ão a
utor
izad
a
POETA”
“PORTINARI: EXPOSIÇÃO
MÃOS DE PINTOR,CORAÇÃO DE
10h às 18h - 2ª a 6ª feira09h às 12h - sábados
Biblioteca Padre EuclidesR. visconde de Inhaúma, 490 – 1º andar
Centro | Ribeirão Preto | SP
27 de maio a 22 de junho de 2011