FISIOLOGIA DA MEMORIA -...

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TlIAis PACHECO FISIOLOGIA DA MEMORIA Monografia apresentada como conclusao do Curso de Especializa~o em Magisterio Superior, as Faculdades Integradas da Sociedade Educacional rulUO. Orientadora: Pror". Carmem Gabardo. \ CURITIBA 1997

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TlIAis PACHECO

FISIOLOGIA DA MEMORIA

Monografia apresentada como conclusaodo Curso de Especializa~o em MagisterioSuperior, as Faculdades Integradas daSociedade Educacional rulUO.

Orientadora: Pror". Carmem Gabardo.

\CURITIBA

1997

SUMARIO

INTRODUQAO ... 03

1. ARtVlAZENAIvIENTO DAS INFOR1'vIAQOES ....

2. 0 QUE E: REMINTSCENCIA "

3. BASES FISrOL6GICAS DA APRENDlZAGEM "

4. T!POS DE MEM6RIA "

5. CONSOLIDAQAO DO APRENDIZADO"

6. FUNQAo TE6RICA DO ARN NA MEM6RIA "

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CONCLusAo.

REFERENCIAS BIBLIOGAAFICAS "

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INTRODU<;Ao

A sempre cl"escente massa de clados que foi emergindo das investigac;6es

experimentais sobre a aprendizagem e a memoria durante os tutimos 80 au 90

anos revelou certo numero de fenomenos que hoje podem sel' considerados

como bem estabelecidos e importantes para a Teoria da Aprendizagem.

EBBINGHAUS (1885) confirmou com suas experiencias de aprendizagem de

silabas scm sentido 0 que sempre fora evidente pal'a 0 "bom senso", ista e, que

e mais facii aprendcl' uma lista curta de itens que uma longa. Esse fata nos e

tao familiar que 0 achamos trivial, mas elc demonstra claramente que a

memoria humana naa e iguaI a urn computador nem a urn gravador de fitas,

que conservam a in.formac;ao armazenada ate que 0 espaGo esteja preenchido

au que 0 mecanismo pal"e. 0 objetivo deste trabalho e demonstrar como as

informa\=oessao recebidas e armazenadas no cerebro, influenciando a forma.;ao

da memoria e por conseqLl.E?ncia0 aprenru7.ado.

1. ARMAZENAMENTO DAS INFORMAQOES

Pade-se afi.rmar que a maiol"ia das pessoas e capa? de guardar

aproximadamente sete fragmentos de infol'llla<;6es numa lmica experiencia

isolada mas que, se um3 I.ista maior for memorizada imeruatamente depois a

capacidade de lembrar a primeira fica perdida. Esse fenomeno deu origem it

noc;ao de urn mecanismo da memoria em pela menDS dois estagios, no qual os

primeiros itens sao armazenados numa memoria "imecUata' , de onde alguns

deles sao transferidos para urn loeceptacuJo mais permanente.

UIll bom exemplo de memoria imeruata e 0 que nos e dado quando

procuramos e discamos um numero de telefone do qual nao esperamos voltar a

tel' necessidade. Em virtu de de alguma atortunada previsao da evo!u<;a.o, a

maioria das pessoas e capaz de reter as scte algarismo necessarios dw'ante a

tempo suficiente para disea-los, contanto que sua atenc;ao nao seja distraida

mais, logo depois de usado, 0 numel'o e esquecido e novos numeros podem ser

gllardados na memoria imediata com pouea interferencia dos anteriores,

'l'odavia, mesmo nesses casos hit alguma l'etell(;ao. Tanto HEBB (1961)

comoMELTON (1963) demonstl'aram que se urn mesmo nlimero e armazenado

na memoria imediata em diversas ocasi6es isoLadas, esses numero mais tarde

sera lembl'ado com mais facilidade que as outl'OSapresentados pela pl'imeira

vcz.

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Outro exemplo de memoria imeruata e a reten<;ao das palavras que estao

senda fOt'madas para dar sentido a este texto. Terminadas as £rases, aeon'e urn

processo de esclarecimento. As palavras do discurso de uma frase, via de regra,

naD se transfel"em para a seguinte.

Quando se pretende I'eter uma entrada complexa durante mais tempo,

nos a "exercitamos" Uma vez incluido urn numero num 8uprimento a longo

prazo e rotulado como numero de telefone de alguem, pOl' exemplo, 0 meSillO

podera sel' evocado como uma unidade, mesma depois cia interpola<;3o de muita

atividade, e toda vez que ele e evocado 0 tra<;opareee refor<;mo-seainda mais.

MELTON deu a esse processo de conversao de elementos em complexos

maiores 0 nome de "encadeamentos'. Os "elos"podem entao passar a constituir

os elementos de lembranc;as ainda mais complexas. Se soubermos "de cor" sete

numeros de telefi:mee alguem os ler para nos numa ordem em particular,

poderernos guarda-Ios na memoria imediata e recital' os 49 algru'ismos na

ordem c~rreta depois de ouvi-Ios apenas uma vez. Os elos de MELTON

correspondem, evidentemente, a conceitos que, de acordo comHEBB (1949)sao

padroes de estimulos para os quais 0 organismo adquiriu representac;oes

neurais. Devemos, par conseguinte, admitir que os elementos de retenc;ao a

curto prazo sao aglomerados celulares.

Outr~ fenomeno relacionado com a teoria do mecanismo da memoria em

dois estagios e a rnaneil-asegundo a qual cedos procedimentos interferem com

a lembranc;a de um material recentemente aprendido. MULLER e

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PILZECKER (1900) chamaram a aten<;ao para 0 fata de que, tendo um sujeito

aprendido uma longa lista de itens (muioo alem do alcance da memoria

imediata), Quando the e apresentada Dutra lista com 0 mesilla nilmero de itens,

que devera ser aprendida logo depois, a memorizac;ao da primeira lista ficaria

p,-ejuclicada. Ele se lembrara. melhor da primei.ra lista se esperar urn au dais

dias antes de memorizru" a segunda.

Ern outras palavras, mesmo depois de tel' sido satisfatoriamente

transferida para 0 estoque a longo pra7..o, a informm;ao continua vulnenlvel it

interferencia da adic;ao de novo material semeJhante aD 8uprimento. 0

processo pelo qual uma informa<;ao vai-se tornando mais fiJ'memente

estabelecida com 0 passar do tempo, e capaz de supol'tar a adic;ao de novas

informac;oes, tem 0 novo de "consoUdac;ao".

A amnesia retr6grada provocada pela concussao e pelas les6es na cabe<;a

tambem poderia l'esultar do rompimento de tracos memorizados consol.idados

de forma incampieta. Depois de um ferimento grave na cabe<;a, acon'e ern

gel'al, w))a perda compieta da memoria cobrindo lUll periodo de alguns

segundos au minuetos imediatamente antes do ferimento, e uilla amnesia

transitoria cobrindo um periodo mais longo. W.R. RUSSEL e NATHAN (1946)

estudaram mil casas de ferimentos na cabec;a e verifie31"am que cerea de

setecentos pacientes tinham soL-ida uma amnesia pel'manente abrangendo de

alguns segundos a meia hora antes do ferimento; cento e trinta haviam sofrido

uma amnesia permanente durante mais de meia hora e urn numero

aproximadamentc igual nao son'era amnesia alguma.

diferen((as foram devidas sobretudo a varia((oes na gravidade ou no tipo do

ferimcnto, implicando pm'em, meslllo assim, uma desconcertante diversidade

no tempo necessaria a consolidac;aa de uma lembranc;a.

2.0 QUE E REMINISCENCIA

A reminiscencia e outro fenomeno que esta relacionado com a

consolidar;30. Vma llsta de itens aprendida de forma incompieta pade sel' mais

bern lembl'ada varias horas depois da sessao de aprendizagem do Que

imeruatamcnte apos 0 mcsmo. Urn fenomeno interessante e provavelmente

J'elacionado, foi descoberto par KLESMINTH e KAPLAN (1983): a

rememorar;ao do material apl'cndido sob um despertar baixo e iniciaLnente

melhor que a do material aprendido sob urn despertar elevado, mas depots de

urn intervalo longo (uma semana), as posic:;oes sao invert.idas e 0 material

aprendido em condic;6es de despertar elevado e rnelhor rememorado que 0

aprendido em condic:;Oes de despertal- haLxa. Esse fenomeno e interessante nao

s6 pOl' indicar que 0 despertar tem um efeita benefico sabre a memoria a lango

prazo, como tambem em virtude das implicac;oes do efeita paradoxalmente

deleterio do despedal' sabre a rememol"ac;ao precace.

Outras expel'iencias pl'Ovaram que a aprendizagem nao e uma questaa

de tudo·ou·nada. Quando um sujeito e incapaz de se lembrar de urn •.} caisa que

ele antes sabia, em gera] e passivel demonstrar que ele padera reconhece·la, e

quando ate 0 recanhecimento e impossivel, ele pode reaprende·la mais

faciJmente que antes (senda que a diferenc;a nas tentativas para aprender edenominada rctcn((ao.

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Verificou-se tam hem que 0 carater distinto de urn acontecimento tem

uma forte influEmcia sabre a facilidade com que ele e aprendicio e sabre a

durabilidade do t1'3(,(0 de memoria resultante. Se lima palavra de uma lista eimpressa com uma cor diferente, por exemplo, ela sera aprendida muito

I'apidamente. Item distintivo e 0 que pade ser classificado num3 dimensao

diferente da dos Dub"os, e c passive I que 0 t1'a«o dessa dimensao son-a menos

interfer€mcia devido ao seu isolamento, senda assim, armazenada de forma

mais eficaz.

Admite-se em geral que urn tipo quaJquer de recornpensa au castigo

aumenta 0 l-itmo da aprendizagem. Esse efeito pade resultar em grande parte

de algum aUlllento no canlter distintivo do estimulo reton;ado. 0 reforc;o

tambem fornece uma motivac;ao para a manifestac;ao subseqiiente da

aprendizagem adquirida, caracteristica muito importante quando sao usados

animai,s como sujeitos.

3. BASES FISIOLOGICAS DA APRENDIZAGEM

o estudo fisio16gicoda aprendizagem oterece dais amp los aspectos. Um

deles se volta para a descoberta dos processos que ocorrem do nivel neural

durante a aprendizagem; 0 Qub-o envolve 0 tipo de circu.ito necessaria para

garantir que a informa~ao adequada seja armazenada e l.ida no momento

adequado, a tim de poder ser utilizada para a produc;:aode urn comportamento

de adaptac;:ao. Evidentemente, esses dais objetivQs sao mutuamente

facilitadores. Quanto maiores conhecimentos vamos adqui.rindo sabre as

propriedades da transformac;ao neural, mais certeza podemos tel' quanta aD

tipo de circuito de que participam as neuronios do "aprendizado" e vice-versa.

o estudo fisio16gicoda aprendizagem nao se torna mms facil em v"ixtude

da garna de a1terac,;:oescomportamentais c1assificadas como aprendizagem.

Parece impossivel que um unico mecanislllo neuronal possa responder por

fenomenos comportamentais tao djferentes quanta aprender a reconhecel'

objetos, andar de bicieleta au toeal' piano, sativar a vista de urn limao,

reajustar a coordenac,;:aodas maos c dos olhos quando se esta usando oculos

que clistorcem ou invertem a imagem, decorar um poema, recordar as palavras

de uma longa sentenc,;:a ouvida ou lida, num lllomento suficientemente

distanciado, para nos permitiT compreende·l,a como um todo porem nao mais

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distante, e recordruo 0 conteudo gera! de lim artigo ou livr~. Alguns desses

desempenhos implicam uma reten'Yao breve, mas completa, com apagamento

subsequente. Outros envolvern alterac;:oes que durarn a vida tocla. Alguns

exigem urn esfon;o voluntal'io, outros oconem involuntariamente. POl"tanto,

aparentemente, devemos estar preparados para descobru' que as diferentes

formas de aprendizagem envolvem nao s6 circuitos neurais diferentes como

tambem diferentes mecanismos neurais fundamentais.

Neill todos os neur6nios pOSSlIeIll mecanismos que part,icipam da

aprendizagem, exigindo assim, variac;:6esadicionais. A teoria dos dois estagios,

pOI' exemp!o, poe em destaque a possibilidade de que a reten<;ao a curto prazo

acorra nUll conjunto de elementos, e ai persiste apenas duxante 0 tempo

necessario para que a informa~ao seja transrnitida a outros elementos ca[pazes

de procedel' a lim al'mazenamento mais duradouro. Uma alternativa mais

provavel e de que os elementos implicados na aprendizagem sejam

inicialmente mudados, mas que essas mudan~as sigam cursos difel'entes nos

diferentcs elementos.

A maiol'ia das tentativas que visam a l'elacionar 0 aprendizado a

mecanismos fisiol.ogicoscnvolvem experiencias com animais. E quase certo que

os animais nao possuem uma memoria imediata, que abranja um campo tao

vasto. Em muitos deles, inclui apenas um item.

Fenomenos como 0 da aprendizagem num3 tentativa e a aprendizagem

incidental (eu latente), caracteristicas muito 6bvias da aprendizagem humana,

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so com grande dificuldade e consideravcl engenbosidade no planejamento

experimental podem ser demonstradas nos animais.

4. TIPOS DE MEMORIA

o mecanisme da memoria precisa sel' igualmente tao complexo quanta 0

mccarusmo do pensamento, porque, para ter a memoria e necessaria que 0

sistema nervoso reerie 0 mesUlOpadrao espaciai e temporal (0 pad.rao holistico)

de estimulo, no sistema nervoso central, em alguma ocasiao futura.

Sabe-se que ocorrcm todos os graus de mem6ria, algumas delas durando

alguns segundos e Qutras durando ho1'a8, dias, meses au an08. Possivelmente,

todos esses tipos de mem6ria sao ocasionados pela mesma mecanismo operando

em graus diferentes de intensidade.

Os tipos de memoria pader sel' classificados em:

1. memoria sensorial;

2. memoria a cm-to pr37..oau memoria primaria;

3. memoria a lango prazo que pade sel' dividida em memoria secundaria

e memoria terciaria.

As caracteristicas de cada tipo de memoria sao:

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Metnoria Sensorial - significa a capacidade de reter as sinais

sensoriais nas areas sensoriais do cerebra, durante UIll intervalo de tempo

111uitocurto, apos a atual experiencia sensorial. Geralmente esses sinais

permanecem disponlveis para a analise dill'ante varias centenas de milesimos

de segundo, pOrE!lnsao substituidos pOl' novas sinais sensoria is, em menos de

um segundo. Durante 0 ClITto intervalo de tempo que a informac;:ao sensorial

instant~lJ1ea permanece no cerebra, eia pade continual' a sel' usada para maior

processamento. 1\IIaisimportante, eia pade ser "esquadrinhada", para retirar os

pontos importantes. Assim, esse e 0 estagio inicial do processo da memoria.

Memoria a Curso Prazo (memoria primaria) - E a mem6ria de

alguns fatos, palavras, numeros, letras e outros tipos de inl'ormac;oes durante

alguns segundos a urn minuto au mais, de cada vez. Essa e exemplificada pela

lembram;a dos aigarismos, do nlllnero de um telefone, durante curo periodo de

tempo, apos have!' olhado 0 catalogo telef6nico. Este tipo de memoria esta,

geralmente, limitado a cerca de sete inforrnal;Oese, quando outras informac;oes

sao acrescentadas a esse reservatoL·io a curto prazo, a informaC;ao antiga

desaparece. Assim, se uma pessoa olha novo numero de telefone, esquece,

geraimente, a primeiro. VITIadas cru'actedsticas mais importantes da memoria

a curto prazo e que a informac;ao nesse armazenamento de memoria esta

instantaneamente disponivei, de forma que a pessoa nao precisa busca-la em

sua mente, como ocone a informal;ao que foi retirada das reservas de memoria

a longo prazo.

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Memoria a Longo Prazo - E 0 armazenamento, no cerebro, de

infol'ma.;ao que pode ser lembrada em ocasiao anterior - muitos minutos,

horas, mas, meses au anos depois. Esse tipo de memoria tem sida denomlnada

memoria fixa ou memoria pennanente. Esta dividida em mem6ria secundiria.

Melnoria a Longo Prazo - que esta. armazenada, seja com um trac;o de

memoria dehu, ou apenas moderadamcnte forte. POl' este motivD, e facil

esquecer e as vezes dificil lClnbrar. Al.ern elissa, 0 tempo necessario para buscar

a inJormacao e relativamente longo. Esse tipo de memoria pode dural' de varias

mjnutos a varias horas. Quando as memol'ias sao tao fracas que dLU'amapenas

alguns minutos e alguns dias, sao denominadas tambem, u'eqiientemente,

memorias recentes.

Memoria Terciaria . E a que tornou-se tao arraigada na mente que

pode dm·ar, geraJmente, toda a vida da pessoa. AlE~mrusso, as tra~os Illuito

fortes de memoria desse tipo tornam a informac;ao rusponiveL dentro de fra~ao

de segundo. Esse tipo de memoria e exemplilicada pelo conhecimento do

proprio nome pela pessoa, por sua capacidade de recordar imediatamente as

numeros de 1 a la, as letras do all'abeto e as palavras que usa na fala, bern

como pela lembranc;a de sua exata estrutura fisica e de sell ambiente familiar

imeruato.

5. CONSOLIDACAO DO APRENDIZADO

Os estudos de consolidac;ao em animais nao forneceram demonstrac;oes

desse fenomeno tao bem definidas quanta as observadas no hornem depois de

traumas cerebrais. Alguns pesquisadores observaram que a lembranC;3de uma

taref'a pade ficar prejudicada por urn choque elctro convulsivo, au por algum

Dutro distw'bio forte da atividade cerebral apticado ate varias horBs depois do

aprendizado. Gub"os verillcaram que a cOl1solida.:;3.oe completada em POllCOS

segundos. Embora sejarn poucas as dtividas referentes aD fato de varios

procedimentos interferirem na consolidaC;3o,nos animais, existem muito

fatores desconcertantes que dificultam a interpretaQ30 das expericncias. Ern

alguns casas, 0 procedimento de anticonsolida~ao tem efeitos comprovados de

fuga, tendo tamb€!Il1,em geral, outros efeitos sobre 0 compol"talllento:

aumental' a atividade gera! ou tornal' 0 animal cansado ou doente, por

exemplo.

Vma das das teol"iasa respeito das mecanislllas de consolida~ao afirllla

que ela envolve a pl'eserva~ao de um gradiente de potencial (superficie

positiva) atraves do cortex. A maiaria dos tl'atamentos de anticonsol.ida~ao

produz gl'adientes de supel'ficies negativQs. Quando 0 cortex se polariza

catodialmente, POI'se ter passado uma pequena corrente atraves dele, entre

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eletrodos implantados, resulta uma indica.-;ao qualquer de que 0 aprendizado

esta diminuido. Esse efeito. pOn§tll, e £i'acD. A superticie do cortex se torna

freqiientemente positiva durante as situac;:6esreforc;antes, mas esse efeito nao

e suficientemente unjversal para justitical' que se postwe uma relaC;ao causal.

Tem sida feitas varias tentativas visando a aumentat' a consolidac;ao e 0

aprendizado com 0 auxilio de drogas, mas com exito duvidoso.

6. FUN.;;Ao TEORICA DO ARN NA MEMORIA

A descoberta de que 0 ADN e 0 ARN podem agir como codigos, para

contl'olar a reprodu<;ao que em si mesma e urn tipo de memoria de uma gerac;ao

pru'a a Dutra, mais 0 fata de que essas substancias, uma vez formadas na celula

tendem a persistir durante toda a vida, ievaram a teoria de que os acidos

l1uc16icos pudessem estar implicados nas aJterac;6es cia memoria dos neur6nios,

alterac;Oes essas que poderiam dural' toda a vida da pessoa. Alem disso,

estudas bioquimicos tem mostrado um aumento do ARN, em certes neuj"(jnios

ativos. Nao foi encontrado 0 mecanismo atraves do qual 0 ARN pudesse causal'

facilitac;ao da transmissao sinaptica. Esta teor1a parece basear-se

princlpalmente mais na anaJogia que na evidencia concreta. A uoica evidencia

de sustentac;ao possivel e que varios pesquisadores sustentaram que a

mem6ria a longo prazo nao ocon'e em significativa extensao, Quando sao

bloQueados os processos quimicos para a formac;a.odo ARN, ja que 0 ARN enecessario para promover a maior parte das alt.erac;oes anat6micas au fisica

nas sinopses. Contudo, essas observac;oes poderiam sustentar Quase Que

quatquer tipo de teoria quanta a mem6ria a longo praw.

CONCLUSA.O

Apos pesquisas para a rcalizac;ao dcste trabalho, um fato fica evidente: 0

individuD, para apresentar urn aprendizado satisfat6rio necessita de condic;oes

ps,icol6gicas e pl'incipalmcnte de condicoes fisio16gicas.

Dentro do aprendizado, ressaltamos as bases fisio16gicas da memoria,

porque sem essa atividade naD existe fixacao dos conhecimentos e por

conseqi..iencia nao existe aprendizado.

lnicialmente a tentatlva de urna consciencia vaga de se lembrar dos

fates era realizada por analogia com rnetodos de armazenamento fisico de

informacocs, que cram familjares.

Em cpocas mais recentes, a apl'cndizagem foi atL'ibuida as mudancas de

condutividade numa rede tipo "quadro de distribuic;6es telefOnicas" e dos

padJ'oes de interferencia de ondas. Com 0 advento dos computadores e

gravadores de fitas, sugeriu-sc que os neuronios corticais talvez fOl"mem

"dominios semi-eshlveis" como as lllo1eculas de ferro num magneto

permanente.

Hoje em ilia, apos pesquisas, podemos afirmar que aprendizado e

memoria sao fum,;6es fisiologicas e que existem iliferentes nlveis de memoria,

de aCOl"docom 0 tipo de circuito neuronal que e estimulado.

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o individuo que apresenta estes tipos de memoria em perfeito estacio,

pade receber cliferentes tipos de informa~6es e armazena·las em sua memoria a

curto prazo Oll na memoria a longo prazo, instalando assim 0 conhecimento e

pOl' consequE!I1cia 0 aprendizado.

\. ..;~/.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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