First Chapter - rl.art.br · Depois dessa breve explicação do velho senho, comecei a me dirigir...

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First Chapter O Despertar Quando me dei conta, abri meus olhos, mas não reconhecia aquele lugar. Onde estava? Que lugar era esse? Próximo a mim havia alguns jovens, que aparentemente como eu, não fazia a menor ideia de onde estávamos ou do que estava se passando. Eu me aproximei de uma Linda Jovem que estava próximo a mim e perguntei: Você sabe onde estamos? Ela me respondeu: Eu não faço a menor ideia Continuei: Ah, me desculpe eu não me apresentei, meu nome é Seika, e o seu? Meu nome é Janne, mas todos me chamam de Anne. Enquanto conversávamos outros jovens pareciam estar se unindo ou coisa do tipo, e então o maior dentre eles se aproximou, era um rapaz que não deveria ter mais de que seus 17 anos, mas sua aparência era de um porte militar. Então ao se aproximar ele se dirigiu a Anne, me ignorando completamente. Oi, estamos formando um grupo para tentar conseguir alguma coisa, você quer vir conosco? Disse o rapaz Anne respondeu: Claro, isso aqui está um tédio. Então ela se levantou e andou na direção do Grandão e disse olhando para trás: Boa Sorte Seika! , nos vemos por aí. Resumindo, eu fui deixado para trás, então eu resolvi seguir adiante sozinho, para buscar alguma civilização em meio daquelas ruínas. Eu não tinha me dado conta, mas aparentemente estávamos dentro de um velho templo ou algo do tipo. Depois de alguns minutos caminhando em linha reta, eu comecei a ver algumas casas, e aos poucos comecei a observar no

Transcript of First Chapter - rl.art.br · Depois dessa breve explicação do velho senho, comecei a me dirigir...

First Chapter

O Despertar Quando me dei conta, abri meus olhos, mas não reconhecia aquele lugar.

Onde estava? Que lugar era esse? Próximo a mim havia alguns jovens, que

aparentemente como eu, não fazia a menor ideia de onde estávamos ou

do que estava se passando. Eu me aproximei de uma Linda Jovem que

estava próximo a mim e perguntei:

Você sabe onde estamos?

Ela me respondeu:

Eu não faço a menor ideia

Continuei:

Ah, me desculpe eu não me apresentei, meu nome é Seika, e o seu?

Meu nome é Janne, mas todos me chamam de Anne.

Enquanto conversávamos outros jovens pareciam estar se unindo ou coisa

do tipo, e então o maior dentre eles se aproximou, era um rapaz que não

deveria ter mais de que seus 17 anos, mas sua aparência era de um porte

militar.

Então ao se aproximar ele se dirigiu a Anne, me ignorando

completamente.

Oi, estamos formando um grupo para tentar conseguir alguma coisa,

você quer vir conosco? – Disse o rapaz –

Anne respondeu:

Claro, isso aqui está um tédio.

Então ela se levantou e andou na direção do Grandão e disse olhando para

trás:

Boa Sorte Seika! , nos vemos por aí.

Resumindo, eu fui deixado para trás, então eu resolvi seguir adiante

sozinho, para buscar alguma civilização em meio daquelas ruínas. Eu não

tinha me dado conta, mas aparentemente estávamos dentro de um velho

templo ou algo do tipo. Depois de alguns minutos caminhando em linha

reta, eu comecei a ver algumas casas, e aos poucos comecei a observar no

que parecia ser um mercado popular. Próximo a mim tinha uma barraca

de um velho senhor, ao qual eu me aproximei e perguntei:

Onde estou?

O velho me respondeu com um rosto de impaciência:

Você está em Pandoran, onde mais estaria garoto?

Desculpe, e que eu não me recordo de onde eu venho.

O senhor olha atentamente para o rapaz, como se não acreditasse na

história, e então ele diz:

Garoto você já possuí uma profissão?

Sem saber do que se tratava perguntei-lhe:

O que é uma profissão senhor?

Nesse momento, o velho já estava demonstrando sua impaciência com as

perguntas... Continuou:

Profissão é um caminho que todo jovem escolhe para traçar até sua

morte, existe três Ramos e seis Profissões. Os Ramos são Força, Magia e

Furtividade, cada um desses ramos possui duas Profissões, sendo todas

elas fundamentais em um grupo de expedição. Então o Velho continuou:

Se você quiser adquirir uma profissão, vá ao Centro de Profissões que fica

no centro da cidade, lá você irá encontrar um representante de cada

Ramo.

Depois dessa breve explicação do velho senho, comecei a me dirigir ao

centro da cidade, e no caminho enquanto andava , comecei a me

questionar qual Ramo e qual Profissão eu deveria escolher, apenas para

relembrar sou um garoto de dezesseis anos, magro, franzino e sem

nenhuma habilidade em especial, então se o requisito mínimo for inútil eu

devo me inscrever.

Após uns vinte minutos de passos ansiosos, eu Havia finalmente chegado

ao Centro de Profissões. Logo de entrada estendia-se um grande hall que

possuía três bancadas, sendo uma bancada pertencente a um

determinado Ramo. A bancada central era a bancada da Força, atrás do

balcão eles exibiam armaduras pesadas, espadas, claymores, escudos,

arcos, bestas e flechas dentre os equipamentos. O responsável era um

homem alto e forte, com um semblante rude e frio. Já a segunda bancada

era a bancada da Magia, bem a segunda bancada eu achei bem peculiar, já

que não exibia, nada mais que um cajado de elementalista, um cetro de

clérigo, quatro cristais e uma dezena de livros com capas exatamente

iguais, exceto os símbolos no centro. Um dos livros possuía uma flame

cravada no centro, deveria ser um livro de um elementalista do fogo. O

responsável pela bancada da Magia, era um Elfo com tranças e braba

entrelaçadas, com um olhar astuto e feroz como de um felino. Agora me

restava apenas ver a terceira bancada, a do Ramo da Furtividade. A

terceira bancada era sem duvidas a mais pobre das três, exibia apenas

uma adaga e um gancho, pendurados atrás do balcão.

Agora que já tinha visto todas as bancadas dos Ramos, só me restava um

ato, a decisão que iria mudar a minha história em Pandoran, qual Ramo

deveria escolher?

Ao fazer uma breve análise, percebi que os Ramos mais apropriados

para mim , seriam ou a Magia ou a Furtividade , já que não tenho uma

força excepcional , descartei a Força de imediato. Como não tenho talento

para ser um elementalista ou um clérigo resta-me apenas o Ramo da

Furtividade.

Me aproximei da bancada da Furtividade e ao ver seu representante

corei de imediato, a representante era um bela mulher com um sorriso

doce,cabelos ruivos e um busto exageradamente protuberante.

Perdeu algo garoto? – Pergunta ao me ver –

Eu lhe respondi que estava interessado em me unir ao Ramo da

Furtividade, então nesse momento ela sorriu tão alto, que os dois outros

representantes chegaram a olha-la atentamente, mas logo depois,fizeram

uma cara de desdém e retomaram suas respectivas tarefas.

Enfim ela continuou:

Garoto, você sabe que cada Ramo necessita de uma determinada quest

para-se poder ingressar, não é?

Eu não faço ideia do que seja uma quest.

Ao terminar a frase ela me olhou dos pés a minha cabeça com um olhar de

puro tédio. E continuou:

Uma quest é uma missão com algum objetivo em Pandoran, no seu caso

o objetivo é ingressar no Ramo da Furtividade. As quests também podem

lhe conceder muitas recompensas, tais como armas, dinheiro e

equipamentos. Agora que você já sabe o que é uma quest eis a missão.

Traga-me dez moedas de ouro, não importa o meio que você leve para

obter. Boa Sorte! e traga minhas moedas de ouro garoto. Ah já ia me

esquecendo, fique com essa adaga como um presente, você pode

precisar, ou melhor, você vai precisar. E então eu peguei aquela adaga e

sai pensando em como iria conseguir dez moedas de ouro para aquela

garota...

A Missão

Depois de sair do Centro de Profissões tudo que vinha a minha mente era

como conseguiria aquelas moedas, mas não devia passar do meio-dia e eu

já estava faminto. Resolvi procurar algo para comer, fui a uma praça que

ficava a alguns metros do Centro. Na praça havia alguns vendedores

ambulantes e varias tavernas, mas o aroma que exalava da primeira

taverna era maravilhoso, sem duvidas era o melhor aroma dentre todas

elas. Resolvi entrar na primeira taverna que exibia uma grande placa que

dizia ‘’ Bem Vindo a Casa do Cloud ‘’.Ao entrar vi um homem de estatura

mediana,com olhos escuros como o céu negro, e um cavanhaque bem

recortado, além de uma careca brilhante que reluzia a fraca luz do interior

da Taverna. Me aproximei e lhe perguntei quanto custava uma porção

daquela carne, que tanto me atraiu. Ele me respondeu, me fitando com

um olhar de como se dissesse; ‘’ Você pode pagar?’’

A Porção de carne custa quinze moedas de Ouro. Vai querer?

Então nesse exato momento percebi que não teria chances de comer

naquele lugar. Então o Homem me perguntou:

Quanto tem ai rapaz?

Respondi-lhe que não tinha nem uma moeda de ouro nos bolsos, e que

estava faminto. Quando terminei de falar percebi um leve sorriso

emanando daquele Homem, o que ele estaria tramando?

Depois de um breve momento ele falou:

Como se chama rapaz?

Me chamo Seika, devo presumir que você seja o Cloud. Então com uma

expressão seria e ao mesmo tempo irônica ele disse:

Tenho uma proposta para lhe fazer... Continuou:

Minha proposta é a seguinte, Cace cinco Javalis e me traga sua carne que

lhe pagarei trinta moedas de ouro. Ao ouvir aquela proposta me animei de

imediato, pois daria para concluir minha quest da furtividade e ainda

sobrariam vinte moedas de ouro para eu fazer o que bem me entendesse.

Aceitei a oferta, mas estava precisando comer algo de imediato pois não

saberia por quanto tempo eu iria levar para terminar de caçar os Javalis .

Perguntei a Cloud se ele tinha algo para comer, então ele me deu duas

maçãs, que comi de imediato. Já estava saindo para caçar , quando me

recordei que não sabia onde encontrar os Javalis, então voltei ao balcão e

perguntei onde poderia acha-los. Ele me respondeu:

Os Javalis podem ser encontrados na Floresta do Fauno nas primeiras

áreas, mas vou logo avisando rapaz sou um caçador de terceira classe e

conheço o lugar melhor que todos e lhe digo; não ataque os Javalis que

estiverem em grupo, procure retardatários, pois assim será mais fácil para

você caça-los e não ser percebido.Qual sua profissão Seika? Respondi com

um pouco de nervosismo já que não tinha nem uma profissão ainda:

Sou um Assassino!

Então ele sorriu para mim e disse:

Desconfiei, pois você não possui armas longas, apenas essa adaga na sua

bainha. Enfim cuidado e não demore muito com minha carne. Ele

finalizou a frase e retomou sua compostura seria.

Ao sair da Taverna do Cloud, me senti mais entusiasmado do que nunca,

estava caminhando para minha primeira batalha em Pandoran.

Após andar um pouco, já conseguia identificar a Floresta do Fauno. Ela era de um tamanho indescritível, que circundava a cidade de leste a oeste com seus galhos imponentes e velhos, que deviam chegar a 50 metros de altura. Quando adentrei a floresta, percebi as ínfimas formas de vida que preenchiam aquele lugar. Por todo lado havia aves e animais, mas quanto mais me aprofundava ali, mais selvagens e perigosos eles ficavam. Comecei a deixar algumas marcas nas arvores, para poder me localizar e

facilitar meu retorno em segurança. Dentro do meu peito corria uma

estranha sensação de familiaridade com tudo aquilo, desde

reconhecimento de terreno, a tática de furtividade. Mas como isso seria

possível? Sou apenas um cara que nem manejar uma adaga sabe. Ao

pensar nisso minha cabeça começou a doer de maneira forte e

insuportável. Resolvi parar para descansar. Sentei-me a sombra de uma

grande Arvore, fechei meus olhos e ao abrir estava fitando seus

numerosos galhos. Notei alguns frutos dourados e resolvi tentar pegar um

fruto daqueles, que se assemelhava muito a uma maça com um tom de

dourado resplandecente. Mas aquela arvore deveria ter mais que setenta

metros e eu não possuo habilidade alguma em escalada. Comecei a

imaginar uma maneira de conseguir escalar aquilo. Cheguei à conclusão

que a maneira mais eficiente seria utilizar minha adaga como suporte,

mesmo assim ainda seria um árduo caminho até os galhos mais baixos.

Comecei minha subida de forma rápida para evitar um desgaste muito

grande de meus músculos. Ainda não tinha utilizado minha adaga como

suporte, estava escalando apenas pelos ‘’Nós’’ da Arvore que deveriam ter

em media vinte centímetros de profundidade, o que dava para colocar

quase meu pé todo dentro das fissões. Ao chegar à metade da Arvore,

comecei a sentir o nível de dificuldade aumentar e decidir usar minha

adaga para facilitar e estabilizar meus saltos. Entorno de dez metros

restantes, meu corpo estava pesado, mal conseguia me mover, nesse

instante resolvi olhar para baixo, então percebi o quão alto já tinha

chegado, e como restava pouco para me obter um daqueles belos frutos.

Eu finalmente havia conseguido subir em um daqueles galhos. O galho

mais baixo o qual eu me encontrava possuía apenas dois frutos. Retirei

aqueles dois frutos e os guardei em minha bolsa de acessórios. Os outros

frutos mais próximos estavam a entorno de dez metros de altura de onde

eu estava, mas meu corpo não suportava mais aquilo, já estava na hora de

voltar ao solo.

Para a descida um modo muito improvável e que me economizaria

tempo me veio à mente; descer utilizando minha adaga para rasgar a

arvore. Eu reconhecia os riscos mais aquela seria a forma mais eficiente de

descer sem precisar de uma grande resistência física (Ao qual a minha já

tinha se esvaído). Preparei-me e saltei de uma forma que eu não me

afastasse do tronco, garantindo que quando necessitasse poderia utilizar a

adaga livremente.

Faltavam alguns metros para o eu chegar ao chão, cravei-a na grande

arvore que de imediato reduziu minha velocidade de queda, mas aquela

distancia seria suficiente para chegar com segurança? A cada segundo

que se passava mais eu me aproximava do solo, mas da maneira que as

coisas estavam andando eu iria colidir de maneira muito brusca, que

resultaria em dezenas de fraturas e ossos quebrados que me impediria de

terminar minha caça, e completar minha quest. Restavam-me apenas

alguns segundos até ato da colisão, e a única forma de não se machucar

seria cravar ainda mais aquela adaga no tronco seco da arvore. E foi o que

eu exatamente fiz, cravei toda ela restando-me apenas o espaço de

segurar. Ao fazer isso senti que não estava mais em movimento, estava

parado a alguns metros do chão com o corpo quase colado com a arvore.

Retirei-a do tronco e cai no chão sentado de maneira vergonhosa, mas

estava vivo o que era minha prioridade total.

Levantei-me e continuei minha jornada em busca dos Javalis, que não

demoraram muito a aparecer. De primeira vista, resolvi me esconder e

visualizar como estava a situação para evitar ser pego de surpresa.

Comecei a analisar os Javalis e cheguei a conclusão que a estratégia do

Cloud iria funcionar bem, pois os Javalis em grupo adotavam uma

formação que seria impossível de romper na minha situação.Depois de um

certo tempo de tocaia e observando os padrões dos Javalis , avistei meu

primeiro alvo. Era um Javali de porte normal que deveria pesar uns

cinquenta quilos. O Javali se encontrava distante do resto do bando, o

qual me daria uma vantagem em relação em não ser visto ou ouvido.

Preparei-me para o ataque com minha adaga em mãos. Estava me

aproximando furtivamente, meus sentidos pareciam que iam estourar,

não conseguia mais distinguir as cores, tudo para mim se mostrava inibido

de tons, e ao me aproximar senti que conseguia escutar os batimentos

cardíacos da minha presa. Então em uma fração de segundos golpeei o

animal na altura de sua jugular, que logo caiu de lado inerte e

ensanguentado.

Eu tinha acabado de matar um animal, mas que sensação incrível era

aquela? A sensação de poder, de ceifar uma vida em uma fração de

segundo, como se aquilo fosse outra realidade ou um sonho.

Segundos após o abate, o animal simples mente desapareceu, e em seu

lugar apareceu uma moeda de ouro e um pernil de javali (Que não pesava

muito). Então aquilo deveria ser meu espolio de caça, o qual eu tenho que

levar ao Cloud. Comecei a me esgueirar por trás das arvores, e tentar

achar outros Javalis retardatários de seu grupo. Após vinte minutos já

tinha conseguido os cinco pernis de Javali, mas tudo estava parecendo

fácil demais ate aquele momento, seria sorte de principiante? Enfim

resolvi voltar para a cidade. O caminho de volta seria fácil, pois já tinha

marcado algumas arvores com setas de localização.

Depois de andar seguindo as setas em meio aquela vasta floresta, estava

ficando cada vez mais próximo da saída. Mas de repente comecei a ouvir

alguns ruídos de passos apressados que eram indescritivelmente

humanos. Imediatamente agachei e me escondi atrás de um pequeno

arbusto, o qual me daria total visão de qualquer um que passasse por ali.

Depois de me esconder os ruídos cessaram, resolvi esperar alguns minutos

para ver se eu tinha sido descoberto e a pessoa tivesse resolvido mudar a

rota. Fiquei esperando em media por uns trinta minutos, mas nada de

nenhum ser passar. Já estava desistindo quando recomecei a ouvir os

ruídos, tive a sensação de algo estar se aproximando, mas não conseguia

ver nada, não tinha percebido ainda que já era noite, e que surgira neblina

na floresta. Concentrei-me e consegui distinguir um espectro em meio

aquela neblina, naquele momento eu tive certeza que deveria segui-lo e

descobrir quem era aquele. Eu estava em torno de vinte metros daquela

pessoa, e ela continuava com seus passos rápidos e ágeis em meio ao

terreno diversificado, com certeza tinha conhecimento do território, mas

em um momento abrupto ele parou de repente. Nesse momento eu

comecei a cogitar se ele teria me descoberto, ou se tinha chegado em seu

destino. A neblina começou a desaparecer e puder ver que a pessoa que

estava em minha frente era sem duvidas um homem. Ele tinha uma

postura ereta, isto mostrava que não deveria ser velho, vestia uma túnica

negra que reluzia com seus detalhes carmesins em meio à luz do

crepúsculo. O homem começou a recitar algumas palavras ao qual não

entendi nenhuma, mas ao finalizar, a terra começou a tremer e surgiu um

corpo imerso em frente ao homem como se o corpo tivesse sido

desenterrado em apenas um instante. Ele continuou a recitar algumas

palavras que deveriam ser encantamentos então o corpo imerso e sem

vida abriu os olhos que passou a reluzir um forte tom de vermelho rubi.

Após o corpo abrir os olhos percebi que ele estava olhando em minha

direção, seria possível um cadáver conseguir me achar em meio daquela

escuridão? Depois de me fitar o cadáver começou a sussurrar algo para o

homem de túnica negra, que virou de costas com um olhar de que

desconfia de algo. Resolvi voltar antes que realmente fosse descoberto.

Após andar sorrateiramente por uns trinta metros decidi que deveria

correr o mais rápido possível daquele lugar. Comecei a correr a luz do

crepúsculo, que deixava a noite com um reflexo alaranjado, lindo, mas ao

mesmo tempo tenebroso.

Estava com a sensação de que estava sendo seguido, e aumentei

insanamente a minha velocidade de corrida. Eu estava descendo uma

pequena montanha e então olhei para trás para ver se algo estava mesmo

me seguindo, mas não havia nada. Ao virar para frente tropecei em uma

raiz grossa de uma daquelas arvores, que me fez rolar montanha abaixo

deixando-me inconsciente.

O Homem de Preto

Acordei de modo abrupto e ofegante, pois ainda estava no meio da

floresta. Saquei minha adaga para me resguardar caso aquele homem

ainda estivesse por ali, mas tudo corria perfeitamente normal sem

nenhum ruído humano, apenas as luzes resplandecentes do sol que

gerava algumas sombras nas imensas arvores .

Depois de me recompor, fui conferir se tudo ainda estava em minha

bolsa. Tudo permanecia no mesmo lugar, as duas maçãs douradas, os

cinco pernis de Javali, mas tinha algo a mais ali. O que seria aquilo?

Parecia ser um livro velho com uma capa descascada e paginas

amareladas. Sem duvidas aquele livro era uma velharia, mas por ora

resolvi manter ele em meu inventario, pois não poderia descartar algo que

poderia estar relacionado á aquele homem de preto. Recomecei a minha

caminhada de volta a civilização da Cidade Central.

Quando sai da Floresta do Fauno me senti muito aliviado, estava a um

passo de pegar minha recompensa e completar minha quest de ingresso

no Ramo da Furtividade. Após caminhar em meio às ruas da cidade tinha

chegado à praça principal, onde se encontrava a Taverna do Cloud. A

taverna já estava aberta, entrei e logo vi o Cloud servindo algumas

pessoas que ocupavam as mesas principais. Ao escutar o barulho da

companhia da porta Cloud se virou e disse com uma expressão seria:

Bem Vindo! – Mas ao me ver ele fez um cara de como se dissesse:

Não é que ele conseguiu mesmo?

Fui conversar no canto da Taverna e, relatei como foi minha caça mas não

mencionei o fato do homem de preto. Cloud pegou sua carne de Javali e

me deu as minhas trinta moedas de ouro, então ele sugeriu que eu usasse

o banheiro para tomar um banho já que estava imundo, e agora que

estava na civilização faminto também.

Após tomar meu banho, comprei uma porção de carne de Javali que

custou quinze moedas de ouro. A carne estava esplendida, tanto em sabor

quanto em aroma, os dotes culinários de Cloud eram evidentes. Depois de

terminar minha refeição, agradeci pela refeição, e segui meu caminho com

destino ao Centro de Profissões que não ficava muito distante dali.

Ainda era cedo, pois o Sol brilhava alto e claro no céu através das nuvens

rasas. Comecei a caminhar em direção ao Centro o qual se destacava no

meio da cidade. No caminho eu pude observar as paisagens que cercavam

a Cidade Central, uma das maiores capitais de Pandoran. No centro da

praça principal, tinha um belo chamariz, onde as pessoas iam para sentar-

se a sombra e brisa. Continuei a minha caminhada, e logo já chegara a

meu destino. Ao entrar observei o grande Hall e o saguão com as três

bancadas dos ramos e profissões. Estava tudo da mesma maneira e estado

o qual eu observara a dois dias atrás, exceto pela Bancada da Furtividade,

que só possuía o Gancho sendo exibido, pois a adaga que era mostrada ali

estava em minha bainha.

Cheguei perto e já podia ver a linda representante daquele ramo, com

seus cabelos ruivos, busto protuberante, e um sorriso doce, aquela mulher

era a definição de sensual e cativante. Me debrucei no balcão, e então ela,

que estava me encarando disse:

Conseguiu as moedas garoto?

Sim, aqui está as dez moedas que você pediu para concluir a quest da

furtividade, e poder me unir ao Ramo. – Respondi –

Como você conseguiu essas moedas garoto? Não que seja de minha

conta. – Afirmou com um tom de interesse –

Contei-lhe que tinha conhecido um dono de uma Taverna e ele havia me

pedido alguns pernis de Javali, e em troca ele me pagaria trinta moedas de

ouro.

Ela me olhou e fez uma cara de tédio, e então disse:

Pensei que você seria mais promissor, com outros serviçinhos, mas o

importante é que você conseguiu reunir as moedas de ouro, e trazê-las á

mim. Ela continuou:

Garoto como devo lhe chamar?

Meu nome é Seika. E você como se chama?

Sou a Ellyn, Assassina de segunda classe e sua nova instrutora em

Furtividade e Saqueamento.

****

Depois de uma curta conversa com Ellyn, ela resolveu me explicar a

respeito do sistema de ensino, e das instalações as quais eu poderia

desfrutar. Ela me explicou que as aulas seriam todas em horários distintos,

pois um assassino ou um saqueador não pode se dar ao luxo de horários,

mas de inicio minhas aulas teóricas seriam na parte das manhãs. Em

relação ás instalações, Ellyn disse:

Cada ramo possui sua instalação de ensino, mas todas as informações

são secretas, então você provavelmente não irá saber onde ficam as

outras instalações dos outros ramos, e além do mais quando entrar na

escola, você será enfeitiçado para que mesmo que queira dizer a

localização, ela não fique clara em sua mente. Mesmo que você queira

revelar a localização você ficaria incapacitado por uma tremenda dor de

cabeça.

Pronto, agora que você já sabe de tudo, vamos nos apressar para

conhecer a Escola de Furtividade logo. Então Ellyn me puxou para o canto

pegou um pergaminho, que parecia estar em branco, recitou algumas

palavras, e em seguida o pergaminho entrou em combustão gerando um

portal, que tremulava em tons verdes. Antes de entrarmos no portal ela

me disse que eu me segurasse nela, pois como ela era a conjuradora, eu

poderia parar em outro lugar. Depois dessa breve explicação agarrei sua

mão, então entramos no portal de mãos dadas.

Tudo foi como num piscar de olhos, um momento eu estava no centro e

em outro eu estava em frente a uma grande arvore, que provavelmente

ficava em algum lugar de Pandoran.

Prontinho, chegamos a Escola de Furtividade e Saqueamento. — Disse

Ellyn —

Aquela arvore, era estranhamente familiar, se parecia muito com á

arvore que eu havia pegado os frutos dourados.

Essa arvore é bem familiar — Falei com um tom distraído —

Então Ellyn continuou:

Vamos entrar logo garoto. Ela me mostrou seu braço e nele havia um

símbolo, que ela me disse que era a marca do Assassino.

Ellyn aproximou se antebraço da Arvore, e em seguida uma passagem

apareceu onde antes era apenas um pequeno pedaço daquele tronco

imenso. Entramos por aquela pequena passagem e logo em seguida ela

desapareceu atrás de nós.

Depois de adentrar totalmente já podíamos ver uma luz no final daquele

túnel. Ao sairmos um grande terraço estendia-se diante de meus olhos.

Aquele lugar parecia um castelo medieval. Continuei a seguir Ellyn, que

me levou para uma espécie de sala de iniciação. A sala era bastante ampla

e sua iluminação era por meio de luminárias de fogo, que ficavam

penduradas nas paredes ressaltando as pedras negras que compunha a

sala. Dentro da sala havia uma dúzia de jovens que também deveriam

estar se iniciando no ramo da furtividade. Todos os jovens presentes

vestiam roupas distintas, desde vestes de couro a trapos esfarrapados.

Bem minha roupa não estava lá essas coisas, pois eu ainda estava usando

as mesmas roupas desde que havia me acordado naquela igreja no meio

das ruínas.

Enfim eu me sentei e Ellyn seguiu para o centro da sala onde já se

encontrava alguns instrutores com seus mantos negros, nesse momento

ela tinha colocado um manto negro que deixava apenas seu rosto

aparente, de modo que tremulava em contraste com a luz. O homem com

o manto negro que estava no centro dos instrutores começou a fazer sua

oratória, desejando-lhes ‘’Boa Sorte! ‘’ em sua nova jornada no ramo da

furtividade e que eles fizessem sabias escolhas, porque o que irá definir o

destino deles serão eles próprios. Após terminar seu discurso o homem

que se encontrava do lado começou a recitar um feitiço complicado, que

me deixou com um enorme dor de cabeça. Naquela hora eu sabia que o

feitiço de obscurecimento havia sido lançado em todos os alunos

presentes ali, para que em futuras ocasiões eles não saibam explicar onde

está situada a instituição.

Quando o instrutor terminou de recitar o feitiço, Ellyn preparou dois

marcadores, que estavam sendo mergulhados em um liquido cor de

magma, era o que eles chamavam de Marca.

A marca é um símbolo que é inserido no braço dos jovens alunos para

poder distinguir, as profissões e os ramos. Existem cinco classes, sendo a

primeira a de mais alto escalão. As marcas do ramo da Furtividade são

essas, respectivamente as marcas de Assassino e Saqueador.