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Financiamento

Proponente

Parcerias

Apoio

ISBN 85-247-0292-3 (Obra Completa)

ISBN 85-247-0322-9

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁNÚCLEO PEDAGÓGICO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO

CENTRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃOMATEMÁTICA E CIENTÍFICA

EDUCIMAT: Formação, Tecnologia e Prestação de Serviços em Educação em Ciências e Matemáticas

Programa on-line para a Formação Continuada de Professores em Educação Matemática e Científica – ênfase nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental

Coleção Ciências e AmazôniaVolume 1

Um Passeio pela Amazônia

Neivaldo Oliveira SilvaGleiciane de Sousa AlvesOsvando dos Santos Alves

Educimat 63

Belém – Pará – 2005

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Um passeio pela

AmazôniaGleiciane de Sousa AlvesNeivaldo Oliveira SilvaOsvando dos Santos Alves

Apresentação do Programa

E1 - Um Passeio em Belém

E2 - Lenda da Vitória Régia

E7 - Índios Arara

E4 – Rumo a Santarém...

Apresentação do Cd

Referências

Terminal de Embarque

E3 - Lenda do Açaí

E5 – Alter-do-Chão

E6 – Sudoeste do Pará

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Este material é um produto resultante do Projeto EDUCIMAT, proposto pela UFPA, em parceria com a UEPA, UNAMA, SEDUC, CESUPA e financiado pelo MEC/SEB. Trata-se de um programa on line destinado ao Ensino de Ciências e Matemática, que explora o contexto amazônico de modo interdisciplinar. O conteúdo é tratado a partir de um passeio na Região Amazônica e um contínuo diálogo entre os personagens que vão estar fazendo esse passeio.

O material é principalmente para uso do(a) professor(a) das Séries Iniciais, em sala de aula, mas também pode ser utilizado por estudantes das Séries Iniciais. Existem links para aprofundamento e links que podem ser acessados pelo(a) professor(a), com orientações didáticas específicas.

APRESENTAÇÃO DO CD

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Você já imaginou fazer uma viagem pela Floresta Amazônica? Conhecer sobre os índios, seus costumes, suas lendas e povos que vivem nessa região? Então, embarque nessa viagem e conheça Uiara, um curumim da tribo dos Arara que lhe levará para conhecer a riqueza de sua gente e de sua Terra.

Porém, nesta viagem, você também vai conhecer um pouco do Estado do Pará e de sua capital, a cidade de Belém, com suas ruas de mangueiras, suas comidas típicas e sua gente hospitaleira. Igor e Neila serão os seus guias turísticos e, junto com eles, você irá aprender muita coisa interessante. Então vá para o terminal de embarque e escolha a sua rota

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA

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Durante as férias do mês de julho, Igor e Neila foram convidados a visitar seus avós que moram na cidade de Belém, no estado do Pará. Não conheciam quase nada do local, a não ser o que liam nos livros ou das informações fornecida pelo pai, que é paraense.

Ao chegarem à cidade, na companhia do pai, ficaram curiosos em saber se encontrariam jacarés, onças, araras e outros bichos típicos da Região Amazônica andando pelas ruas, pois eram essas as "estórias" que ouviam de alguns adultos sobre o lugar. Porém, puderam ver que Belém é uma cidade como a que moram, São Paulo, só que um pouco menor e com menos movimento de carros e pessoas.

Estação 1 - Um passeio na cidade de Belém

Foto: Gleiciane Alves

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Ficaram felizes ao verem os avós e, muito dispostos, saíram a conhecer tudo o que se referia à cidade. O primeiro lugar visitado foi o Museu Paraense Emílio Goeldi, onde ficaram fascinados ao saber que aquela área era um pedaço da Floresta Amazônica. Conheceram plantas, árvores, animais, pássaros e muitas outras coisas.

-Pai - perguntou Igor - eu já tinha ouvido falar muito da Floresta Amazônica; no livro da escola tem uma foto que mostra grandes árvores e muitas espécies de animais, mas dizem que ela está sendo destruída pelo homem. Isso é verdade?

- Infelizmente, sim, Igor - concordou o pai - o homem está muito preocupado em ganhar dinheiro e para isso corta as grandes e preciosas árvores da floresta, como o mogno, por exemplo.

1- Um passeio na cidade

Foto: Gleiciane Alves

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- E que planta é essa dentro d'água? - perguntou ele - eu nunca tinha visto nada assim.

- Essa planta chama-se Vitória-Régia e tem uma lenda muito bonita sobre sua origem, quando chegarmos em casa seu avô contará a vocês essa lenda, está bem assim?

- Ôba, que legal!

As crianças ficaram empolgadas e curiosas para saber como surgiu aquela linda planta de flores rosadas, que estava no lago. Porém o passeio ainda não havia terminado.

1- Um passeio na cidade

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- Quando é que nós veremos a Floresta Amazônica de verdade pai?

- Calma, Neila, no final de semana começaremos uma viagem para alguns municípios do Estado do Pará e vocês poderão descobrir muitas coisas interessantes sobre a nossa região e a Floresta Amazônica.

1- Um passeio na cidade

Quando saíram do museu o pai os levou para conhecer o monumento símbolo da cidade, o Mercado do Ver-o-Pêso. As crianças ficaram encantadas com aquela enorme feira localizada às margens do rio.

Mercado de peixe – Ver-o –peso – foto: Neivaldo Silva

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1- Um passeio na cidade

- Puxa, pai, lá em Sampa nós não temos nada igual a isso. Quando foi construído esse mercado? - indagou Neila.

- O Ver-o-pêso, explicou o pai, foi construído em 1688, para fiscalizar a saída de especiarias e riquezas da cidade de Belém para Portugal, era um local onde se verificava o peso das mercadorias.

- E esse nome foi preservado pela tradição oral, que já dura quase 400 anos, continuou a explicar. É um importante espaço social, econômico, cultural e simbólico da cidade. Aqui vende-se de tudo: frutas, verduras, artesanato e muitas outras coisas. Querem comer alguma coisa?

Brinquedos em Miriti – foto: Osvando Alves

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- Que legal, aqui sempre tem uma história para contar sobre a origem das coisas, não é o máximo, Neila?

- Se é! – concordou Neila.

-É verdade, o passeio está tão bom que esquecemos de comer. O que o senhor sugere?

Que tal tomarmos um açaí?

Açaí? O que é isso?

- É uma bebída típica do Pará e que também possui uma lenda sobre seu nome.

1- Um passeio na cidade

Foto: Neivaldo Silva

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- Tem mesmo! – concordou o pai - Belém é a capital do Estado do Pará e foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco em 16 de fevereiro de 1616. Localizada na Região Norte, e tem cerca de um milhão e meio de habitantes. Possui uma das festas religiosas mais populares, o Círio de Nazaré, que se tornou patrimônio Histórico Nacional.

Após tomarem o açaí, no Ver-o-peso, as crianças estavam loucas para irem pra casa ouvir as "estórias" e lendas que o avô iria lhes contar, mas teriam que esperar a chuva passar, pois havia começado a cair uma chuva que é característica da nossa cidade de Belém.

1- Um passeio na cidade

Procissão do Círio – Foto: Andrela Parente

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1- Um passeio na cidade

Clique na foto para misturar açaí com Matemática

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Ao chegarem em casa, após o passeio pela cidade, as crianças estavam exaustas, mas com muita vontade de ouvir o que o avô tinha pra lhes contar. No entanto, antes de contar as estórias, o avô sugeriu que os dois fossem tomar um banho para se refrescar, pois durante o mês de julho o calor é muito forte na cidade de Belém.

Depois do banho, lá estavam eles na sala, olhos grudados no livro que o avô tinha nas mãos e ouvidos bem atentos.

Bem, como seu pai prometeu a vocês, começarei com a lenda da Vitória-régia, depois contarei a lenda do açaí, está bem assim?

- Está!!! (Responderam as crianças empolgadas).

Estação 2 - A lenda da Vitória-Régia

Foto: Gleiciane Alves

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- Tudo começou em uma tribo indígena da região amazônica onde, como conta a lenda, havia uma índia cuja a beleza não havia igual. Seu nome era Naiá. Os guerreiros mais corajosos e valentes da tribo faziam disputa para casar com a bela índia.

- Então ela devia ser muito linda, não é, vô?

- Sim era, mas Naiá já tinha uma paixão.

- E quem era, vô?

- Sua paixão era a lua. Ela acreditava que a lua escolhia moças bonitas da tribo para transformá-las em estrelas que brilhariam para sempre no céu. Seu sonho era estar entre as escolhidas e tornar-se uma namorada da lua para ser transformada em estrela.

2- A lenda da Vitória-Régia

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- Mas, vô - questionou Neila - eu aprendi na escola que as estrelas são pedaços de astros iluminados pelo sol e que só conseguimos vê-las à noite, pois durante o dia o sol tem brilho forte e encobre o brilho desses astros.

- Isso é verdade, Neila, mas aqui trata-se de uma lenda, que foi criada para explicar o surgimento da vitória-régia.

- Ah bom, então continua, vô.

- Muito bem. Todas as noites ela saía de sua oca, a fim de ser vista pela lua, mas, para sua tristeza, a lua não a chamava para junto de si. Naiá já não conseguia mais dormir. Passava as noites andando na beira do lago, tentando despertar a atenção da lua, mas nada acontecia, o astro lhe parecia indiferente.

2- A lenda da Vitória-Régia

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- Vô, o que é um astro? - Perguntou Igor.

- Astro, Igor é um ...

Já entendi.

-Continuando... Certa noite, Naiá viu o reflexo da lua nas águas de um lago e imaginou que finalmente a lua havia reconhecido seu desejo de ser uma estrela e tinha vindo para buscá-la.

- E o que aconteceu, então, vô?

- Naiá, então, atirou-se nas águas profundas do lago e nunca mais voltou. A lua, comovida com o sacrifício da jovem índia resolveu transformá-la em uma estrela diferente das que brilham no céu. Quis imortalizá-la na Terra, transformando-a em uma delicada flor, a Vitória-régia (estrela das águas).

2- A lenda da Vitória-Régia

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- Puxa, vô, que estória mais legal! Quer dizer que foi assim que surgiu aquela flor bonita que nós vimos no museu?

- Foi, sim, Neila, e o mais curioso é que suas flores, de cor branca, só se abrem durante a noite e ao aparecerem os primeiros raios de sol suas pétalas brancas tornam-se rosadas.

- E, vô, existem muitas vitórias-régias na Amazônia ou o homem também está acabando com elas assim, como “tá” acabando com a floresta?

- Existem muitas sim, mas se o homem continuar destruindo a floresta e retirando suas riquezas, daqui há pouco tempo não existirá mais nada, só um imenso deserto.

- Isso seria uma pena! Afinal, Naiá morreu para se tornar estrela, para fazer parte da natureza, não seria justo com ela, nem com todos os habitantes da floresta amazônica - Falou Igor.

2- A lenda da Vitória-Régia

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Clique na foto para fazer mais Matemática

2- A lenda da Vitória-Régia

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Responda: - Qual é a forma geométrica da Vitória Régia?

Dica: É uma figura que pode ser relacionada a um Cd.

www.vgmuseum.com/ scans/scans2/bug-cd.jpg

Clique no Cd das formiguinhas para saber mais

Clique aqui para retornar ao terminal de embarque.

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R

Esta figura é um círculo, com raio (r).

Clique aqui para retornar à questão.

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- Ainda no bate-papo em casa, Neila pergunta: - E quanto à lenda do açaí?

- Essa quem conta sou eu. - Falou a avó, que havia entrado na sala.

- Muito antes de existir a cidade de Belém, que é capital de que estado mesmo?

- Do Pará. - Responderam as crianças.

- Isso mesmo. - Disse a avó - Uma tribo muito numerosa ocupava essa região. Os alimentos eram escassos e a vida ficava cada dia mais difícil com a necessidade de alimentar toda a tribo.

- Quer dizer que faltava comida, vó? - Indagou Igor.

- Pois é, já naquela época havia a falta de alimentos. Diante disso, o cacique da tribo, chamado de Itaki...

Estação 3 - A lenda do Açaí

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- Vó, o que é um cacique? - Perguntou Neila.

- Ora, Neila, cacique é o chefe da tribo, é quem tem mais poder na tribo. - Respondeu Igor.

Exatamente - disse a avó - Bem, o cacique, então, tomou uma decisão cruel. Ele resolveu que a partir daquele dia todas as crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento de índios da sua tribo. - Pôxa, que decisão mais cruel mesmo, matar as criancinhas, isso não foi justo. - Lamentou Neila.

- Não era justo, mas foi a única maneira que o cacique encontrou para que a tribo não aumentasse. Porém, um dia, a filha do cacique, que tinha o nome de IAÇÁ, deu a luz a uma linda menina, que também teve que ser sacrificada.

- Que maldade. - Disseram as crianças.

3- A lenda do Açaí

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- IAÇÁ ficou desesperada e todas as noites chorava de saudade de sua filhinha. Durante vários dias a filha do cacique não saiu de sua oca. Em oração, pediu a Tupã que mostrasse a seu pai uma outra maneira de ajudar seu povo, sem ter que sacrificar as pobres crianças.

- E Tupã ouviu a IAÇÁ, vó? - Quis saber Igor.

- Vamos ver. Depois disso, numa noite de lua, IAÇÁ ouviu um choro de criança. - Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua filhinha sorridente, ao pé de uma esbelta palmeira. Ficou espantada com a visão, mas logo depois correu em direção à filha, abraçando-a. Mas misteriosamente a menina desapareceu.

3- A lenda do Açaí

Foto: Neivaldo Silva

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- O que houve depois, vó? Conta logo! -

Apressou-se Neila.

- Bem, depois IAÇÁ ficou inconsolável e

chorou muito até desfalecer. No dia seguinte

seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco

da palmeira. No rosto de IAÇÁ havia um

sorriso de felicidade e seus olhos negros

fitavam o alto da palmeira, que estava

carregada de frutinhos escuros. O cacique

Itaki, então, mandou que apanhassem os

frutos

3- A lenda do Açaí

frutos em um alguidar de madeira, uma espécie de bacia, e amassassem. Dali eles obtiveram um vinho avermelhado que foi batizado de AÇAÍ, em homenagem à IAÇÁ (invertido é igual a açaí).

Foto: Neivaldo Silva

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3- A lenda do Açaí

- Que legal, vó, essa homenagem que ele fez pra filha! - Observou Igor.

- É verdade. E com o açaí, o cacique conseguiu alimentar todo o seu povo e, a partir deste dia, suspendeu sua ordem de sacrificar as crianças.

- É uma estória muito triste - observou Neila -, mas que teve um final feliz.

- Isso mesmo. Agora chega de estórias por hoje, vamos dormir que amanhã tem muito mais coisas pra descobrir e conhecer - disse a avó.

Foto: Neivaldo Silva

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Clique na foto para mais uma questão sobre medidas de açaí

3- A lenda do Açaí

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Na manhã seguinte, todos acordaram muito cedo para viajarem e entrarem em um contato maior com a Floresta Amazônica e com algumas tribos indígenas que habitam essa região do Estado. Para isso, foram até o porto da cidade e compraram passagens para o município de Santarém, que fica no Oeste do Pará e é conhecida como a “Pérola do Tapajós”.

Estação 4 – Rumo a Santarém ...

Foto: Neivaldo Silva

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As crianças ficaram encantadas com o que viram durante os três dias de viagem, as populações ribeirinhas e suas casas construídas nas margens dos rios, com muitas árvores, inclusive os açaizeiros; crianças nadando nos rios ou navegando em pequenas canoas. Viram também muitos pássaros, um lhes chamou bastante atenção.

4 – Rumo a Santarém ...

Foto: Andrela Parente

Foto: Andrela Parente

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- Vô, como é o nome daquele pássaro de cor vermelha bem ali? - indagou Igor.

- Aquele é o Uirapuru. Dizem que é um pássaro que traz muita sorte. - informou o avô.

- Existe alguma história sobre ele? - Quis saber Neila.

- Existe sim - disse o avô, e já foi contando a lenda - Conta a lenda, que um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique. Como não poderia se aproximar dela, pediu a Tupã que o transformasse em um pássaro. Tupã, então, transformou-o em um pássaro vermelho cor de telha que, à noite, cantava para sua amada.

4- Rumo a Santarém ...

www.pantanal-pocone.net/.../ uirapuru_laranja.jpg

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- À noite, o uirapuru voltou e cantou para sua amada. Canta sempre, esperando que um dia ela descubra o seu canto e o seu encanto. É por isso que o uirapuru é considerado um amuleto destinado a trazer felicidade nos negócios e no amor.

Que estória mais bonita, vô! - falou Neila.

- Isso é tão romântico - suspirou Neila.

- É, mas foi o cacique que notou o canto do pássaro. Ficou tão fascinado que perseguiu o pássaro para prendê-lo, só que o uirapuru voou para a floresta e o cacique se perdeu.

- Bem feito - exclamou Igor -, quem manda ele querer engaiolar o bichinho.

4- Rumo a Santarém ...

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Quando as crianças finalmente chegaram a Santarém foram direto para a orla da cidade onde puderam ver o que só conheciam de livros, o encontro das águas dos rios que não se misturam. De um lado, o rio Amazonas, com suas águas barrentas e de cor escura e, do outro, as águas do rio Tapajós, de um azul esverdeado incrível.

-Nossa, pai, eu pensei que as fotos dos livros fossem montagem de computador. Mas é verdade, elas não se misturam mesmo! – Exclamou Igor, em um misto de surpresa e alegria.

- Nosso Estado tem muitas coisas surpreendentes, Igor e vocês só começaram a conhecer – disse o pai.

4- Rumo a Santarém ...

www.pa.gov.br/images_ site2/santarem2.jpg

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www.acessobrasil.org.br/.../ images/mapa_pa.gif

Clique na foto para trabalhar com mapas

4- Rumo a Santarém ...

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- Qual a localização, no mapa, dos municípios de Belém, Santarém e Altamira?

- Agora desenhe um pequeno mapa, localizando seu bairro, a escola e sua casa.

- Trace o percurso percorrido pelos personagens da nossa história.

Clique na foto para saber mais.

www.paratur.pa.gov.br/ images/MapaPara.gif

Clique aqui para retornar ao terminal de embarque.

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Clique aqui para retornar à questão.

www.brasilrepublica.hpg.ig.com.br/ mapapa.jpg

sugestões metodológicas

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Após essa visita, foram almoçar e se deliciaram com a variedade de peixes. Porém o que mais gostaram foi do pirarucu e dos bolinhos de piracuí. Depois de almoçarem, foram para Alter-do-Chão, uma vila que tem como principal atração sua praia de águas cristalinas e que também é conhecida como “Caribe Amazônico”.

Estação 5 - Em Alter-do-Chão

www.pa.gov.br/images_ site2/santarem.jpg

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- Pai, nós vamos até a praia? – perguntou Neila.

- Claro que sim, pois quero que vocês observem com muita atenção o que ocorre no final da tarde quando o sol se põe. – Informou o pai.

Fizeram a travessia em uma pequena canoa até a praia, que fica a alguns metros da vila, prestando sempre muita atenção em tudo, conforme havia pedido o pai. Tomaram banho de rio e ainda brincaram um pouco até que seu pai lhes chamou à atenção.

Estação 5 - Em Alter-do-Chão

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5- Em Alter-do-Chão...

- Olhem para o horizonte, o sol começou a se pôr, prestem muita atenção - falou o pai. As crianças ficaram em silêncio, e depois de alguns minutos Neila e Igor soltaram gritos de alegria...

- Olha, pai, olha só!!! – Exclamaram as crianças.

- Aqueles peixes, pulando ao mesmo tempo – Falou Neila.

- Que peixes são aqueles? – Quis saber Igor.

Foto: Andrela Parente

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- Aqueles são os botos – disse o pai. Sempre ao entardecer, aqui em Alter-do-Chão, eles vêm e fazem esse lindo balé, como se quisessem homenagear o pôr-do-sol. Não é lindo!? Mas atenção: O boto, assim como a baleia, o golfinho, a foca, o leão marinho e o peixe boi, não são peixes. São mamíferos, possuem glândulas mamárias, precisam de água para proteger sua pele e, por isso, convivem no mesmo espaço que os peixes.

5- Em Alter-do-Chão...

- É maravilhoso! – exclamou Neila. Nunca tinha visto nada igual!

- O boto é um animal místico aqui na região Amazônica. – disse o pai.

- Mi... o quê? - Quis saber Igor.

- Mís-ti-co. Quer dizer que ele é misterioso ou sagrado, e existem muitashistórias sobre ele, que a população daqui jura que é verdade - disse o pai.

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- Ah, essa eu quero saber! - Falou Igor sorrindo, olhando para a avó, e já se preparando para ouvir mais histórias.

- Tá bom – concordou a avó. Conta uma das lendas que o boto, nas noites do mês de junho, por causa das festas juninas, sai das águas do rio Tapajós e transforma-se em um belo moço, todo vestido de branco, com um andar engraçado e sempre usando chapéu, porque sua transformação não é completa.

- Por quê, vó? - Quis saber Neila.

- Vocês sabem onde ficam as narinas do boto? – perguntou a avó.

- Ora, vó, essa é fácil – falou Igor. Ficam no topo da cabeça dele.

5- Em Alter-do-Chão

www.criancafazarte.com.br/ datas/img/folc_boto.gif

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- Isso mesmo, Igor, é por isso que ele usa o chapéu, para esconder o buraco de suas narinas que ficam no topo de sua cabeça. Então, depois da transformação ele vai para as festas e como um cavalheiro, ele conquista a jovem que considerar a mais bonita da festa e a leva para o fundo do rio. – Contou o avô.

- Puxa, quer dizer que ele mata as moças bonitas? – Quis saber Neila.

- Não. Contam por aqui que elas se apaixonam e, quando percebem que ele não é um homem e sim o boto, atiram-se nas águas em busca do seu amado. Muitas já sumiram nas noites de festas no mês de junho. Muitos pais nem deixam suas filhas saírem nessa época com medo do boto. – falou a avó.

5- Em Alter-do-Chão

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5- Em Alter-do-Chão

- É, Neila, você tem que ter cuidado, já pensou se o boto te pega!? - brincou Igor, rindo muito de seu comentário.

-Você “tá” é doido! – retrucou Neila furiosa. Pai, vamos embora, já chega de histórias de boto por hoje.

Já se fazia noite em Alter-do-Chão e todos retornaram para a pousada onde estavam, para dormir, e esperar pela manhã seguinte, pois ainda tinham muita coisa por conhecer.

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Estação 6- Viajando para o Sudoeste do Pará ...

Na manhã seguinte, acordaram cedo, novamente arrumaram as malas e partiram para uma nova aventura em um outro local. Foram para Altamira, que fica no Sudoeste do Pará, e iniciaram uma nova aventura. De Altamira viajaram até o vale dos rios Iriri-Xingú, onde foram conhecer a Tribo indígena dos Arara.

A viagem foi bem interessante e as crianças já se sentiam cansadas quando chegaram à Altamira, porém aquele era só o início da aventura, porque de lá eles viajaram até o vale dos rios Iriri-Xingú, onde foram conhecer a Tribo indígena dos Arara.

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Altamira - Pará

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Para as crianças, foi uma grande surpresa quando perceberam que poderiam conhecer índios de verdade, saber mais sobre sua cultura, sua forma de viver e se relacionar com a natureza. Quando chegaram ao parque foram recebidos pelo cacique da Tribo, Apoena, e logo queriam saber de tudo.

- Como é a vida de vocês aqui? - Quis saber Igor.

Estação 6- Viajando para o Sudoeste do Pará ...

- Nossa vida não tem sido muito fácil - lamentou o velho cacique. O homem branco tenta o tempo todo destruir nossas terras, explorando nossas riquezas. Vivem tirando o mogno e outras madeiras que eles dizem ser preciosas.

- E como vocês fazem para sobreviver? Deve ser difícil, não é? - Observou Neila.

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- É muito difícil! Durante a noite, ouvimos barulho de serra elétrica, derrubando nossas árvores e cada vez que eles derrubam uma árvore matam um pouco da floresta. Deixam os animais sem abrigo, então eles fogem para outros lugares e nós ficamos sem caça e desprotegidos - informou o cacique.

- O que é preciso fazer, pai, para que isso não aconteça? - Quis saber Igor.

- É preciso que as autoridades demarquem as terras indígenas para que eles possam viver em paz - informou o pai - e também é necessário que haja fiscalização por parte da FUNAI e do IBAMA, mas essa não é uma guerra fácil de se vencer. É preciso que toda a sociedade se preocupe com a questão indígena, cobre e fiscalize, junto com os órgãos competentes.

6- Viajando para o Sudoeste do Pará ...

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As crianças ficaram impressionadas com o que ouviram e também muito tristes, pois não achavam justo que os primeiros habitantes do Brasil, os verdadeiros donos da Terra, tivessem que viver com medo e aprisionados dentro de suas aldeias.

6- Viajando para o Sudoeste do Pará ...

Quando a noite chegou as crianças ficaram fascinadas em poder ver que era mais fácil observar a lua e as estrelas, pois não havia energia elétrica, o que às vezes só atrapalha no momento de se observar tamanha beleza.

A noite foi muito interessante, pois as crianças ouviram várias histórias, lendas e mitos sobre os habitantes da floresta, porém houve uma que lhes chamou muita atenção, era a lenda da Cobra Grande...

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- Mas, Cacique Apoena, essa cobra existe mesmo? - Indagou o menino.

- Claro que sim, vou contar a estória pra vocês - disse o Cacique. Em uma Tribo do Amazonas existia uma mulher tão feia e má que comia as crianças. Para acabar com tanta maldade, dizem que a Tribo inteira resolveu jogá-la no rio, imaginando que ela morreria afogada e nunca mais iria perseguir ninguém.

- Puxa, essa foi uma decisão radical! - exclamou Neila.

- Mas, para azar da Tribo, Anhangá, o gênio do mal, não quis deixar que ela morresse. Casou com ela e deu-lhe um filho. Para que esse curumim (menino) pudesse viver dentro do rio, ele encantou-o numa cobra. Mas em breve essa cobra começou a crescer ... O rio tornou-se pequeno para ela, já não existiam mais peixes - ela devorava todos. Durante a noite seus olhos iluminavam como dois faróis.

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- Enquanto o Cacique contava a história, as crianças iam se encolhendo, tremendo de medo.

- Essa cobra vagueava por sobre os rios e praias, perseguindo e devorando caças e homens. As tribos, com medo, chamavam-na de Cobra Grande.

- E essa cobra, nunca morria, não ia embora?- Indagou Igor.

- Um dia ela parou de perseguir os homens...

- Por quê? - Apressou-se Neila.

- É que sua mãe morreu, e sua dor transformou-se em um ódio tão violento, que de seus olhos, em vez de lágrimas, jorravam contra o céu flechas de fogo, que - serpeando pela escuridão - se transformavam em coriscos.

6- Viajando para o Sudoeste do Pará ...

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-E ela ainda vive no rio, cacique Apoena? - Perguntou Igor muito curioso.

-Dizem que ela só acorda para anunciar o verão no céu, em forma de Serpentário (forma de serpente), ou nas fortes tempestades para clarear, com a luz dos relâmpagos, as tribos apavoradas.

Igor e Neila ficaram em silêncio durante algum tempo imaginando como seria a Cobra Grande e se, de fato, o que o cacique contou seria verdade, um frio de medo atravessou os dois que, nessa noite, foram dormir bem agarradinhos com seu avô, com medo que a tal cobra pudesse aparecer.

6- Viajando para o Sudoeste do Pará ...

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O sol já brilhava quando todos acordaram. Ficaram felizes em saber que não foram devorados pela Cobra Grande e estavam bem dispostos para conhecer tudo. O cacique Apoena os apresentou a um curumim da tribo de nome Uiara.

Estação 7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

Uiara é um garoto esperto que conhece suas terras como ninguém. Sabe onde tem igarapé, onde têm pássaros, árvores e plantas.

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Ele sabe onde tem igarapés, onde têm pássaros, árvores e plantas. Por isso, ficou responsável por mostrar tudo o que havia na aldeia para os visitantes. Primeiro sugeriu que fossem ver as plantações dos Arara.

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- Eu achei que vocês viviam somente da caça e da pesca - observou Igor.

- Não, nós também plantamos - disse Uiara. Aqui cultivamos mandioca, batata-doce, milho, bananas e abacaxi em roças comunais ou comunitárias. Quando voltamos de uma caçada que foi boa, dividimos a carne com a comunidade inteira e bebemos para comemorar durante vários dias.

- Ah! Então quer dizer que é verdade que todas as tribos indígenas dividem o que tem entre todos! - Exclamou Neila.

- Não é bem assim - explicou Uiara. Nossa tribo age dessa maneira, mas existem tribos que não compartilham do que têm nem mesmo com o seu povo.

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Estação 7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

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- Uiara, e que desenhos são esses no corpo de alguns homens da tribo? - Quis saber o avô.

- São desenhos feitos com o sumo do genipapo, nós usamos em momentos especiais como festas de nascimento, de casamento ou então quando vamos para a guerra.

-E vocês ainda fazem guerra com outros índios? - Quis saber Igor.

7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

-Quando é preciso defender nossa terra sim - explicou Uiara com uma cara zangada.

- Mas, hoje, existem poucos de nós. – continuou. Contando com todos os Arara que vivem ao longo do rio Iriri, devem existir mais ou menos 200 índios.

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- O que aconteceu pra ter tão pouquinho índio assim? - Perguntou Neila preocupada.

-O homem branco trouxe doença de branco pra nossa tribo, e também existem muitos conflitos com o branco que quer roubar nossa Terra. Eles vêm até aqui principalmente para retirar nossa madeira. Levam tudo, destroem tudo, deixam só o vazio, os animais sem lar, e nossa Tribo sem ter como sobreviver. - Falou Uiara tristemente.

- O que podemos fazer para mudar essa situação? - Quis saber Neila.- Se todo o povo se preocupasse com os índios seria mais fácil lutar contra aqueles que querem explorar as riquezas de suas Terras, porque assim, todo mundo unido, seria mais fácil de convencer as autoridades, presidentes, ministros, todos aqueles homens de terno que vivem na capital do país, a fazerem leis melhores que protejam os índios. Não é uma grande idéia, pai? - Opinou Igor.

7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

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- É sim, Igor - disse o pai -, mas para isso é necessário que se façam campanhas de conscientização da importância do índio na história passada e na continuação dessa história no futuro.

- Uiara achou a idéia excelente: Juntar homem branco com índio para lutar pela causa indígena. Depois da conversa, Uiara resolveu levar as crianças e seu avô para tomarem banho nas água do rio Iriri, "E que diferença das praias do litoral paulista”, pensou Igor com alegria. As crianças se divertiram muito, até que chegou o momento de almoçar e, que surpresa gostosa, os Arara haviam preparado peixe assado na brasa. Estava uma delícia...

- Puxa, jamais pensei que gostaria tanto de comer peixe - exclamou Neila -, lá em Sampa não podia nem imaginar a idéia de comer peixe, mas aqui, parece ter outro sabor! - Suspirou.

- Isso é mesmo demais! - Concordou Igor.

7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

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Ao entardecer, as crianças, um pouco tristes, foram informadas que na manhã seguinte viajariam de volta para Altamira, e depois, Belém. À noite, como era de se esperar, os Arara acenderam uma linda fogueira e dançaram, cantaram e contaram ainda muitas lendas para os visitantes que, encantados, viam e ouviam tudo com bastante atenção. Seus olhos brilhavam com tanto encantamento, beleza e magia que aquele povo lhes havia proporcionado.

7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

Foto: Gleiciane Alves Foto: Gleiciane Alves

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Alguns dias depois, com o final do mês de julho, as férias estavam acabando. No último dia, fizeram um último passeio de barco. O dia estava lindo e, ao olharem para a vista de Belém, havia nas crianças um misto de tristeza e alegria. Tristeza por já ter que partir e deixar para trás tanta beleza e história, mas também alegria, por terem podido viver e respirar tanto conhecimento novo e por saberem que levavam em suas malas algo mais do que artesanato, as pequenas lembranças compradas nos mercados de Altamira e Belém, levavam consigo a conquista de ter podido vivenciar as maravilhas da Floresta Amazônica.

7 - Conhecendo mais sobre os Arara...

Foto: Andrela Parente

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• www.abrasofta.org.br/folclore/lendas/cobragrande

• www.google.com.br/imagens

• www.jinkings.com.br/livrariazinha/lendas

• www.pa.gov.br/conheçaopara/santarem.asp

• www.sitededicas.uol.com.br

• www.tg3.com.br/indios

• www.indiosonline.org.br

• www.parati.com.br/guarani

• www.educa.terra.com.br/almanaque/indios

REFERÊNCIAS