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DESAFIO, bom senso e austeridade Judiciário edição 90 Fev/Mar Grupo mineiro Zema compra a Múltipla e ingressa na área de crédito Para Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip, estas são as palavras que devem nortear o resgate da credibilidade do Brasil em 2015 Acrefi patrocina a publicação do Manual de Mediação de Conflitos para Advogados

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Publicação da ACREFI – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento

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Desafio, bom senso e austeridade

Judiciário

edição

90fev/Mar

Grupo mineiro Zema compra a Múltipla e ingressa na área de crédito

Para Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip, estas são as palavras que devem nortear o resgate da credibilidade do Brasil em 2015 Acrefi patrocina

a publicação do Manual de Mediação de

Conflitos para Advogados

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conteúdofinanceiro

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5 Editorial

8 Entrevista do mês Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip,

fala sobre as conquistas e o futuro da empresa, analisa a economia do País e

aborda os desafios para 2015

14 Evento Road Show Acrefi

18 Evento 2 Benefícios do Big Data

20 Evento 3 Prevenção de fraudes

22 Perfil corporativo Grupo Zema

31 Manual de Mediação

de Conflitos

32 Agenda Educação financeira

34 Programação ACREFI

14

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conteúdofinanceiro

Errata Segue-se a legenda correta da foto publicada na pág. 25 da edição 89: Da esq. para a dir.: Paulo César Andrade (CETIP), Fábio Mentone (FGC), Gustavo Loyola (Tendências Consultoria), Pancho (ACREFI) e Marcelo Pereira (CIP)

5038

36 Painel Cetip

38 Carros elétricos

41 Estilo

42 Coleção Brasiliana Itaú

48 Museu da Imigração

50 Spa Med Sorocaba

52 Gastronomia: Food Hall

53 Happy hour: Douce France

55 INEPAD

Artigos26 Roberto Macedo (FEA/USP)

28 Luciane Moessa (Banco Central)

30 Gisele de Andrade (IBCPF)

66 Nicolas Tingas (Acrefi)

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4 financeiro fevereiro/março 2015

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Por sua reconhecida importân-cia econômica, energética e até geopolítica, o petróleo é a com-

modity que desperta maior atenção no mercado mundial. Não é por outro motivo que todo o planeta acompa-nha de perto o movimento de queda abrupta do preço do produto, que despencou de US$ 115 em junho de 2014 para o nível de US$ 45 por barril nos primeiros dias de 2015. Pior: as previsões de especialistas são de que o nível baixo da cotação vai continuar por um longo período.

Claro que a oscilação de preços é natural em todos os mercados, mas a situação atual do petróleo não é corriqueira. Um príncipe saudita che-gou a afirmar em janeiro que os dias do petróleo a US$ 100 “nunca” mais voltarão – um evidente exagero, ainda mais tendo em vista os interesses da Arábia Saudita em relação ao assunto, mas sem dúvida uma indicação de que a expectativa de uma retomada das cotações está cada vez mais distante.

Diante desse quadro, os brasileiros se perguntam: a abrupta redução dos preços do petróleo é positiva ou negativa para o País? A resposta, nada animadora para quem prefere as soluções prontas, é: depende!

Há um lado positivo, na medida em que a hoje combalida Petrobras, tão afetada por inumeráveis denúncias de corrupção de alguns de seus graduados executivos, não precisa mais quebrar a cabeça na ten-tativa de resolver a defasagem de preço do combustível que impactava seu caixa.

Nos tempos de altas cotações, o preço no mercado interno chegou a ser até 25% mais barato que o inter-nacional, mas a situação se reverteu e, no início deste ano, o combustível passou a ser bem mais caro em comparação com o preço externo. Assim, a cotação do petróleo em queda anima o consumidor brasileiro, já que o preço dos combustíveis não precisará aumentar, como parecia inevitável no período em que o petróleo

o peso do petróleo

Foto

: Már

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editorial

estava a mais de US$ 100. Além disso, desaparece um forte foco de pressão à inflação, o que é excelente para nossa economia em geral.

Pelo lado negativo, o preço em queda afeta diretamente o pré-sal, que exige investimentos de bilhões de dólares. Pelos cálculos de técni-cos, US$ 45 é o valor mínimo para viabilizar os aportes no pré-sal, ou seja, estaríamos bem próximos de um cenário alarmante, já que não se pode esquecer a importância estratégica do projeto para o futuro do País. Felizmente, os cálculos da maioria das consultorias especializa-das apontam para uma recuperação parcial das cotações, que, segundo as previsões, deve fechar o ano no nível de US$ 70 por barril.

O atual nível de preço do petróleo pode trazer também notícias negativas vindas do exterior. Quem não se lembra do terremoto causado na economia brasileira a partir de 1973, quando começou a primei-ra onda de grandes altas da cotação por decisão dos países produtores? Naquela ocasião, a alta do preço do produto teve entre suas consequências no País o começo do fim do “milagre econômico”, e dificuldades que se estenderam por décadas.

Desta vez, com o preço em baixa, não há o que indi-que uma repercussão tão forte. Mas não se pode menos-prezar a importância do petróleo, nem esquecer que suas oscilações de preço mexem com todo o planeta.

Dessa forma, 2015 – que já prometia ser um ano de fortes emoções – ganha mais um componente de incerteza. Como todos nós pudemos sentir nos primei-ros dias deste ano, desafios não faltarão até dezembro. Nossa postura terá que ser, mais do que nunca, manter um olho nos nossos negócios e outro nas mudanças que certamente virão, sob o impacto de variáveis como o nível do preço do petróleo. Vamos precisar, mais do que nunca, de uma leitura correta do quadro que nos cerca, e de agilidade na tomada de decisões. f

Érico Sodré Quirino Ferreira: presidente da Acrefi

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expediente

ISSN 1809-8843

Publicação da acrefi – associação Nacional das instituições de crédito, financiamento e investimentorua Líbero Badaró, 425 – 28°andar – São Paulo – SP

Tel: (11) 3107-7177 fax: (11) 3106-6082 – www.acrefi.org.br

PresidenteÉrico Sodré Quirino Ferreira

Vice-presidentesAquiles Leonardo Diniz, Décio Carbonari de Almeida, Felicitas Renner, José Luiz Acar Pedro, Leonardo Marcondes Dadalto, Luís Fernando Staub, Mauro Roberto

Vasconcellos Gouvêa e Rubens Buttion

Diretor TesoureiroJosé Garcia Neto

Diretor Secretário Renato Oliva

Diretores regionais

Carlos Alberto Samogim, Edmar Casalatina, Eliseu Colman, Leonardo Bortolini, Luis Eduardo da Costa Carvalho, Marcos Rosa, Paulo Henrique P. Guimarães e Romeu Zema Neto

Diretores executivos

Alexandre Teixeira, Gabriel José Gama Ferreira, Hilgo Gonçalves, João dos Santos Caritá Júnior e Ronaldo Rondinelli

MontadorasEdson Fróes Castilho, Edson Tadashi Ueda, Eduardo Tavares Nobre Varella, Gunnar Alejo Ramos Murillo, Joelcyr Carmello Filho e Nelson Dias de Aguiar

Diretores conselheiros

José Carlos Alves, Ricardo Janini e Roberto Jabali

conselho consultivoAlkindar de Toledo, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos); Alarico Assumpção Júnior, Décio Carbonari de Almeida, Gilson Finkelsztain,

Ilídio Gonçalves dos Santos, Luiz Tavarez, Miguel José Ribeiro de Oliveira e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)

conselho fiscalDomingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos) e Geraldo Lima Wandalsen (suplente)

Diretor superintendenteAntonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)

controllerCarlos Alberto Marcondes Machado

consultora JurídicaLívia Esteves

economista-chefeNicola Tingas

assessoria contábilAG Silveira Contabilidade

auditoria

Megacont - Auditoria e Assessoria Contábil

assessoria de imprensaTamer Comunicação Empresarial

av. Brigadeiro faria Lima, 1912, cj. 12b - Jardim Paulistano - São Paulo - SP - Tel.: (55.11) 3031.2388 - ceP: 01451-000 – www.tamer.com.br

Publisher Sergio Tamer

redaçãoeditores

Theo Carnier e Gilberto de Almeida

editor assistenteGustavo Girotto

fotografiaAline Araújo, Gabriel Kosman e Mário Bock

arteMoacyr MW e Rafael Pascoal

revisorVicente dos Anjos

impressãoEskenazi Gráfica

As matérias e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

6 financeiro fevereiro/março 2015

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nossasassociadas

AGIPLAN FINANCEIRA S.A. - CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO AGORACRED S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A.

BANCO A.J. RENNER S.A. BANCO BONSUCESSO S.A.

BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. BANCO CACIQUE S.A. BANCO CBSS S.A.

BANCO CETELEM S.A. BANCO CSF S.A. BANCO CIFRA S.A. BANCO CITIBANK S.A. BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A. BANCO DAYCOVAL S.A. BANCO DE LAGE LANDEN BRASIL S.A. BANCO DO BRASIL S.A. BANCO FICSA S.A. BANCO FIDIS S.A. BANCO GMAC S.A. BANCO HONDA S.A.

BANCO INTERMEDIUM S.A. BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A. BANCO ITAUCARD S.A. BANCO LOSANGO S.A. BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. BANCO PAN S.A. BANCO PAULISTA S.A. BANCO PSA FINANCE BRASIL S.A. BANCO RODOBENS S.A. BANCO SAFRA S.A. BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. BANCO SEMEAR S.A.

BANCO TOYOTA DO BRASIL S.A. BANCO VOLKSWAGEN S.A. BANCO YAMAHA MOTOR DO BRASIL S.A. BANIF BANCO INTERNACIONAL DO FUNCHAL (BRASIL), S.A. BMW FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO BRB CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. BRICKELL S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO BV FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO CAIxA ECONôMICA FEDERAL CARUANA S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO DACASA FINANCEIRA S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

FINAMAx S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO FINANCEIRA ALFA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS GAZINCRED S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

HS FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS KREDILIG S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO LECCA CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. MIDWAY S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO MÚLTIPLA CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. OMNI S.A. CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO PERNAMBUCANAS FINANCIADORA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO PORTOCRED S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO PORTOSEG S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO SANTANA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO SAx S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO SENFF S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO SOCINAL S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO SOROCRED CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. SUL FINANCEIRA S.A.- CRÉDITO, FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS

7fevereiro/março 2015 financeiro

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entrevistadomês

Um otimista comedido

Por Theo Carnier e Gustavo Girotto

Fotos: Mário Bock

8 financeiro fevereiro/março 2015

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o presidente da Cetip, Gilson Finkelsztain, além de moderado

com as palavras, é um otimista comedido. Com um nível de leitura afiado, além de capacidade ampla de análise econômica, ele acredita que o Brasil está vivenciando um período necessário de ajuste.

Para ele, é consensual que o ano será altamente desafiador e prevalecerá o resgate da credibilidade. “É um ano de transição não só de equipe econômica, mas de resgate de credibilidade. É uma equipe econômica competente, muito técnica, muito séria e que está tentando passar credibilidade para o mercado na linha da austeridade”, enfatizou Finkelsztain.

O presidente da Cetip acredita que a percepção externa em relação ao País favorece a retomada dos investimentos. “O investidor brasileiro hoje vê o copo meio vazio, mas o estrangeiro vê o copo meio cheio”, acredita. Confira, a seguir, a entrevista.

Revista Financeiro – Qual é a história e qual o campo de atuação da Cetip? Gilson Finkelsztain – A Cetip fará 30 anos de operação em 2016. Nasceu como operadora do sistema nacional de debêntures, tem o nome Central de Títulos Privados, e o objetivo era ser depositária de títulos privados. A Cetip era uma entidade mutualizada, pertencente aos entes de mercado. Os donos da Cetip eram os donos das cotas, os bancos, corretoras, seguradores. E a Cetip permaneceu assim até 2009. No final de 2008, a Advent, um fundo de private equity, comprou 30% de participação.

RF – Isso perto da crise que eclodiu em 2008? Gilson Finkelsztain – Sim, e naquele momento não estava muito fácil, mas o Brasil vinha de um momento muito positivo no mercado de capitais, vinha do ano recorde de IPOs. O Fundo Advent comprou 30% em 2008 com o objetivo de, em três ou quatro anos, fazer a abertura de capital. Óbvio que isso envolvia a profissionalização (da Cetip), trans-formação em uma entidade com fins lucrativos e abertura de capital e pulverização do capital da companhia. A Advent fez isso, foi muito bem--sucedida nesse processo.

RF – E depois do IPO? Gilson Finkelsztain – Fizemos uma grande aquisição em dezembro de 2010 ao comprar a GRV, que hoje é nossa unidade de financiamen-tos e, basicamente, um negócio que interligava os bancos aos Detrans, prestando serviços, interligando e gerenciando o banco de dados de ve-ículos financiados, uma atividade que também vinha crescendo muito dentro do contexto de 2000. De 2006 até 2010 tivemos o maior cres-cimento do portfólio de veículos financiados na indústria e os bancos começaram a aumentar os seus portfólios.

RF – Qual período foi melhor? Gilson Finkelsztain – De 2005 a 2010 a Cetip cresceu bastante ano a ano. De 2010 para agora está mais estável. A Advent, também em 2011, liquidou a parcela final da sua participação. Tinha saído uma parte no IPO em 2009, vendeu um outro pedaço em 2010 e negociou a participação final em 2011. Essa participação final ela vendeu para a Intercontinental Exchange, a dona da New York Stock Exchange – uma das maiores operadoras de bolsas no mundo, e hoje o nosso maior in-

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as grandes tenham que acessar mais o mercado de capitais, daí você tem uma agenda bastante positiva de empresas brasileiras captando com os investidores institucionais brasileiros. Temos uma resolução nova, a 3.709, que também dimi-nuiu o limite mínimo para registro de CDBs de 50 mil para 5 mil. Ela entra em vigor em março, e representa maior supervisão do Banco Central em cima dos ativos de renda fixa. Isso faz com que se tenha um aumento do volume de registro de CDBs, e a Cetip fez um investimento no ano passado para atender ao mercado nisso. Temos também a agenda de infraestrutura, quer dizer, concessões, portos, rodovias e toda a parte tam-bém de mercado de capitais do lado da infraes-trutura, que ajuda o negócio da Cetip. Então nes-se lado de renda fixa, temos uma variedade de potenciais surpresas positivas.

RF – E há também lançamentos?Gilson Finkelsztain – Para citar um produto que lançamos no ano passado, e que vem ganhando representatividade no rol de investimentos, temos o COE – Certificado de Operações Estruturadas. Foi lançado em 6 de janeiro de 2014, e seu volume registrado durante esse primeiro ano passou de 6 bilhões de reais. Hoje temos um estoque um pouco acima de 3,8 bilhões de reais. Foram mais de 20 mil operações feitas pelos 14 bancos emissores. Esse

vestidor individual. É o único acionista com mais de 5% do capital. Vale lembrar que a Cetip é uma das poucas empresas brasileiras sem controlador. O maior acionista individual é a ICE, que tem um assento no conselho. Os demais acio-nistas são os grandes investidores institucionais, tanto estrangeiros quanto brasileiros e algumas pessoas físicas.

RF – E sua história na companhia? Qual é a sua formação? Gilson Finkelsztain – Sou engenheiro, carioca e torcedor do Fluminense (risos...). Tenho, na carreira, 21 anos trabalhando em bancos, como Citi, JP Mor-gan, Bank of America e Santander. Desde 2011, eu era conselheiro da Cetip, indicado pelo Santander. Fiquei no conselho de 2011 a 2013, quando fui convi-dado a ser presidente da companhia.

RF – E a engenharia? Gilson Finkelsztain – Cheguei a trabalhar seis meses com engenharia, mas não era a minha praia.

RF – Olhando para o cenário atual, quais são as expectativas da Cetip para 2015?Gilson Finkelsztain – Acho que 2015 vai ser um ano bastante desafiador. É um ano de transição não só de equipe econômica, mas de resgate de credi-bilidade que essa equipe econômica está tentando passar. É uma equipe eco-nômica com a qual fiquei bastante feliz pela escolha, pois é competente, muito técnica, muito séria e eu acho que está tentando passar credibilidade para o mercado na linha da austeridade. Precisamos ter austeridade com as contas públicas, para resgatar o espírito empreendedor dos empresários. O governo precisa fazer a sua parte para resgatar essa credibilidade e trazer o empresá-rio de volta, vislumbrando, lá na frente, uma agenda que está adormecida, de reformas, produtividade, queda de taxa de juros. É preciso construir uma ponte para um futuro mais promissor.

RF – No curto prazo você vê uma política de inversão de juros?Gilson Finkelsztain – Não. O Banco Central está em um ciclo de aperto monetário. Acho que termina este ano, possivelmente, até com queda de juros. Se a equipe, mesmo com um ano difícil, conseguir um superávit primário de 1% do PIB, o ajuste de contas públicas pode até ter um início de queda de taxa de juros ainda este ano.

RF – Mesmo os Estados Unidos sinalizando uma possível alta de juros no pró-ximo semestre?Gilson Finkelsztain – O juro no Brasil ainda é muito elevado, e temos um cenário de curto prazo com inflação pressionada. Então, esse aperto de juros é necessário para conter a demanda. Teremos reajuste de tarifas públicas e com-bustível, tarifa de ônibus, energia, e vai ser um reajuste muito forte. A política de desonerações e aumento do IPI impacta em nossos negócios com venda de carros financiados. Acho que estou na média de mercado, que é um PIB próximo de zero. Espero que não seja negativo.

RF – Como fica a Cetip nesse cenário ?Gilson Finkelsztain – Começando pela unidade de títulos, temos uma agenda muito positiva nesse lado da renda fixa. Primeiro, o fato de ter menos dinheiro disponível para os bancos públicos faz com que eles te-nham que fazer captações através dos instrumentos tradicionais, que são algo da nossa atividade, registro de CDBs, letras financeiras. O fato de ter o BNDES mais focado em pequenas e médias empresas faz com que

entrevistadomês

“O Banco Central está em um ciclo de aperto monetário. Acho que

termina este ano, possivelmente, até com

queda de juros”

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produto é conhecido como notas estruturadas lá fora e tem um potencial enorme no Brasil de maior penetração no varejo e clientes de private banking.

RF – E em financiamentos?Gilson Finkelsztain – No lado da unidade de financiamentos, em que se sente um impacto maior nessas restrições de consumo de venda de automóveis financiados, trabalhamos com um ce-nário estável no volume. A minha expectativa é de ter um aumento no percentual de veículos usados financiados, mesmo que haja uma retração no vo-lume de automóveis zero-quilômetro. E que essa combinação deixe o ano com estabilidade ou até com ligeiro crescimento.

RF – Haveria migração de novos para usados?Gilson Finkelsztain – Hoje, um pouco abaixo de 50% do financiamento é para veículos zero-qui-lômetro. Para veículo usado esse percentual está abaixo de 23%, ou seja, é quase um carro financiado a cada quatro negócios de carro usado. Esse núme-ro em carros novos já chegou a 70%, caiu para 50%, e em carros usados já chegou a quase 50% e hoje é 23%. No segundo semestre, principalmente se tiver uma retomada da confiança, você pode ter um au-mento da intenção de troca de automóvel.

RF – A inflação vai ultrapassar o teto da meta em 2015?

Gilson Finkelsztain – Não fazemos projeção, mas o mercado acha quer vai estar perto do teto da meta. O governo está comprometido em levar isso para 4,5%, 5% em 2016. Se for 7% este ano, como no Focus, o Banco Central será de alguma forma tolerante e não subirá o juro demais, até para garantir que em 2016 essa agenda de resgate de credibilidade, de austeridade, seja acompa-nhada da meta da inflação voltando para 4,5%.

RF – E temos novidade na área de financiamento?Gilson Finkelsztain – Temos nessa unidade de negócios a maior agenda de inovação, em que temos feito os maiores investimentos em inovação, em pro-dutos – tanto de pós-venda de automóveis como imobiliário – que chamamos de plataforma imobiliária.

RF – A Cetip tinha uma ideia até de criar letras imobiliárias garantidas? Gilson Finkelsztain – A legislação saiu agora. É mais um instrumento de funding para financiamento imobiliário. Estávamos com isso no radar e hoje está bastante consolidado aqui dentro da companhia, em nosso projeto imo-biliário. Sempre naquela linha de prover infraestrutura, melhorar, ganhar efi-ciência no processo de concessão de crédito. É isso o que estamos fazendo e já temos um produto chamado gestão de garantias, já implementado em dois bancos, e agora estamos implementando em outros dois.

RF – É uma plataforma, como funciona? Gilson Finkelsztain – É um software de avaliação de imóveis que imple-mentamos no banco para ganhar agilidade na avaliação. Funciona quando o cidadão vai financiar ou vai fazer um pedido de financiamento de imóveis. É um software muito bem parametrizado que acelera a avaliação do imóvel a fim de facilitar a concessão do financiamento.

RF – Isso faz parte do projeto imobiliário? Gilson Finkelsztain – É uma etapa do nosso projeto imobiliário, a inter-ligação entre bancos, que chamamos de central de registradores. É o nosso projeto mais desafiador, porque é da mesma forma que fazemos na unidade de financiamentos, conectamos bancos aos Detrans. Conectar bancos à cen-tral de registradores de imóveis nos possibilita ficar com o fluxo do início ao fim. Vamos partir para a etapa do registro, que hoje ainda é muito manual, chamamos de registro eletrônico. Queremos fazer isso sem papel, de uma forma eletrônica, e levar até o registrador do imóvel, em que serão feitos a averbação e o registro deste imóvel no cartório, no registro de imóveis, que nos devolve essa informação. E também queremos, assim como fazemos com automóveis, entregar essa informação ao Banco Central. Aguardamos potencialmente esse ano a normatização da Resolução 4.088, que deve exigir dos bancos o registro dos financiamentos imobiliários a uma cen-tral – isso será entregue ao BC. Então, com isso, conseguiremos replicar o que fazemos hoje em veículos para o imobiliário. Nosso projeto imobiliário visa juntar essa primeira fase, que é da avaliação de garantias com regis-tro eletrônico e entrega para o regulador. Isso impacta no sentido de que o regulador começa a ter uma maior necessidade também de supervisão de mercados, então ele deve exigir que os bancos entreguem essa informação para aquele supervisor. Isso evita bolha imobiliária e superexposição dos bancos em algum Estado ou em alguma exposição.

RF – Isso tem potencial? Reduzirá a burocracia? Gilson Finkelsztain – Tem potencial enorme e efetivamente ajudará o cida-

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RF – Aprenderam a operar?Gilson Finkelsztain – Aprenderam da maneira mais difícil, mas hoje você já tem um mercado reto-mando e poucos bancos estão diminuindo ainda a sua concessão de crédito. O mercado tem tido ainda bastante disponibilidade de crédito dentro dos pa-drões mais rigorosos, que é exigir uma entrada de 20% a 30%.

RF – Houve um relaxamento no crédito para veículos?Gilson Finkelsztain – O consumidor ainda não sabia que o automóvel exige gasolina, manutenção, seguro. Mas os bancos hoje já estão bem-ajustados e isso se percebe, monitora-se isso mês a mês, que os bancos estão aumentando os financiamentos e a disponibilidade dos financiamentos de automó-veis. O que é muito positivo e mostra que a gente não tem um problema de oferta, quer dizer, a oferta de crédito vai estar lá. Agora temos o problema de demanda, precisamos garantir que tenha demanda.

RF – Dentro dos planos da Cetip há previsão de aquisição em 2015?Gilson Finkelsztain – Veja, não temos nin-guém que faça exatamente o que fazemos, então nossas premissas são de crescimento orgânico. Dito isso, estamos sempre abertos a novos ne-gócios, a nossa agenda de inovação está sempre aberta. Fizemos um planejamento estratégico um

dão para fazer um pedido de financiamento com redução de tempo. Achamos que isso pode ser reduzido para 12, talvez 15 dias. Então, é justamente essa agenda de desburocratização em que estamos tentando atuar de forma eletrô-nica, facilitando o trabalho do cidadão na concessão de financiamento.

RF – O banco também ganha tempo e redução de custos...Gilson Finkelsztain – O banco ganha, você tem menos distratos. Temos a Lei 13.097, que alguns do mercado chamaram de “Renavam dos Imóveis”, e nós chamamos de centralização de matrícula, isso também dá mais respaldo legal para operação de financiamento imobiliário.

RF – O aumento na alíquota do IOF para pessoa física traz impacto para a Cetip?Gilson Finkelsztain – Mais impostos sobre crédito não é positivo para con-sumo, mas é justamente o que eles estão visando, quer dizer, é uma conten-ção de inflação e esfriamento de demanda necessários para trazer a inflação de volta para 4,5. Então tem um impacto na disponibilidade, na concessão de crédito. Agora, eu acho que esse impacto é bem transitório e que é mais para conter inflação de curto prazo e isso pode ser revertido quando você tiver uma inflação sob controle e uma necessidade de expandir a atividade do País.

RF – Isso não inviabiliza o consumo?Gilson Finkelsztain – Não inviabiliza. Até porque o brasileiro compra muito mais a parcela do financiamento do que efetivamente a taxa de juros.

RF – O brasileiro compra pelo valor da parcela?Gilson Finkelsztain – Se o mercado estiver disposto a alongar um pouco a concessão do financiamento, você naturalmente tem uma queda no valor da parcela, então, como o brasileiro compra a parcela... O mais importante agora, eu diria, é que os bancos não estão tão restritivos na concessão.

entrevistadomês

“Ninguém faz exatamente o que a Cetip faz, então nossas premissas são

de crescimento orgânico. Dito isso, estamos sempre abertos a novos negócios”

12 financeiro fevereiro/março 2015

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ano atrás em que visávamos responder essa per-gunta: deveríamos comprar algum negócio para crescer, tem alguém que seja complementar ao nosso negócio? Vimos que não, mas que temos uma agenda grande de potenciais negócios no en-torno do financiamento do automóvel e no imobili-ário que deveríamos tratar.

RF – Quais seriam esses negócios?Gilson Finkelsztain – Um deles é o pós-venda do automóvel, que chamamos de formalização ele-trônica. Ainda é um processo manual, o consumidor vai à concessionária de automóveis usados, assina contrato, verificação de documento. A Cetip tem a proposta de automatizar esse processo. Temos também a intenção de ajudar o mercado na retoma-da de veículos. Estamos trabalhando muito também em market data – dados de mercado, informações para melhor gerenciamento do negócio. Enfim, di-versas informações que o nosso banco de dados provê para as financeiras para que a atividade seja mais bem financiada.

RF – E sobre a formação de uma nova bolsa?Gilson Finkelsztain – Avaliamos se valeria a pena nos tornar uma bolsa para competir direta-mente nos produtos já existentes, mas achamos que não é o momento. A bolsa tem atividade de trading e atividade de clearing. Algumas atividades de trading de renda fixa nós já fazemos, temos o que chama-mos de plataformas eletrônicas, o Cetip Trader, que são plataformas de negociação de títulos públicos e títulos privados.

RF – Há planos de expansão nessa área?Gilson Finkelsztain – Queremos que a nego-ciação eletrônica cresça cada vez mais e estáva-mos discutindo nos tornar uma clearing, seja de derivativos ou de ações, principalmente de de-rivativos, que é o nosso mercado, o mercado de balcão. Muito se questionava se deveríamos abrir uma clearing disso. Devemos avançar este ano no projeto de nos tornar uma contraparte central – CCP. Hoje não somos aprovados pelo Banco Central como contraparte central de derivativos. Temos o projeto de nos tornar uma CCP.

RF – Pode explicar essa questão de CCP?Gilson Finkelsztain – A CCP é hoje operação de balcão. Se uma empresa fechou um derivativo com um banco ou um fundo com um banco, nós a regis-tramos na Cetip, mas um corre o risco de crédito do outro. Então, se uma empresa faz operação com um banco, é uma operação puramente de balcão. Quan-

do há a contraparte central, você oferece a possibilidade de a Cetip fazer o ne-gócio entre os dois e ambos correm o risco de crédito da Cetip. Você aumenta o escopo do mercado de balcão de forma que se você tem dois participantes que não têm disponibilidade de crédito entre eles, a Cetip corre o risco de crédito dos dois e exige um colateral.

RF – O mercado de derivativos ainda é pequeno…Gilson Finkelsztain – Hoje a bolsa já faz. É um mercado pequeno. Tem pa-íses em que se não tem uma bolsa de derivativos, então o mercado interban-cário acaba sendo bilateral, o banco A com banco B, banco B com banco C e o risco sistêmico cresce. No Brasil esses mercados interbancários já nasceram na bolsa, quem faz operação normalmente no mercado de balcão com garantia são os fundos, fundações, que é por lei. Para a Cetip, que é líder no mercado de balcão, é um complemento à nossa oferta de produto, até porque a regulação internacional vem exigindo de algumas contrapartes, fundos, fundos de pen-são, que derivativos têm que ser feitos em mercados de balcão.

RF – Você acha que o Brasil vai perder o grau de investimento? Gilson Finkelsztain – Acredito que o Brasil vai manter o grau de inves-timento. Acho que há uma consciência da importância de mantermos o grau de investimento e hoje temos todas as premissas desenhadas para que isso aconteça. A equipe econômica é muito séria e o Banco Central com indepen-dência operacional e meta fiscal que não seja simplesmente ignorada, passa credibilidade internacional. Temos tudo para manter.

RF – E o que o governo pode fazer para que o crescimento volte? Gilson Finkelsztain – Se o governo conseguir efetivamente ter um ajus-te fiscal cortando despesa, principalmente mais do que criando impostos, vai ser o maior sinal de credibilidade para os investidores. Acho que veremos isso rapidamente. Vejo uma visão diferente por parte do investidor. O investidor bra-sileiro hoje vê o copo meio vazio, o estrangeiro vê o copo meio cheio. Ele olha para o mundo e vê que o Brasil não está tão ruim assim. Se você garantir essa agenda de austeridade e credibilidade, o investidor estrangeiro vem rapida-mente, você tem fluxo de recursos, fluxo de investimento, fluxo de investimento em portfólios, potencial de queda de taxa de juros muito rápido. E isso é seguido pelo investidor nacional.

RF – A Cetip tem projetos com a CIP?Gilson Finkelsztain – A CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) é um dos nossos grandes parceiros já de longa data, é nossa parceira no processa-mento de DOCs, liquidação de TEDs e boletos. Estamos sempre discutindo no-vas oportunidades. Hoje não temos nenhum grande projeto na agenda, temos uma interlocução muito boa. O que a Cetip faz hoje com eles é muito bem feito, Estamos sempre em contato com a CIP.

RF – Que lugar ocupa a satisfação do cliente nos negócios da Cetip? Gilson Finkelsztain – Nos últimos 18 meses falou-se muito de satisfação de cliente aqui dentro da companhia. Uma das prioridades da nossa missão é surpreender o cliente e garantir que ele aqui na Cetip esteja satisfeito e que perceba que estamos sempre tentando facilitar o serviço dele, dos bancos, fi-nanceiras, corretoras, seguradoras em fazer seus negócios. É uma métrica que a gente persegue, de forma muito séria, a satisfação do cliente e a inovação, em todas as áreas. Somos bem-alinhados com os clientes e pensamos como eles. Estamos bem felizes nessa busca de sermos parceiros dos clientes. f

13fevereiro/março 2015 financeiro

Page 14: Financeiro Ed 90

Em seu último Road Show de 2014, a Acrefi abordou plataformas de tecnologia para operações de crédito, aplicações de longo prazo para pequenos e médios investidores, com garantias do FGC

Na mesma semana em que o Banco Central (BC) aumentou os juros básicos da econo-mia, elevando a taxa Selic em 0,5 ponto

percentual (11,75% ao ano), a Acrefi realizou, dia 4 de dezembro, seu último Road Show de 2014, no Renaissance Hotel, em São Paulo.

Adriano Pahoor, gerente comercial da Cetip, destacou que as plataformas tecnológicas desen-volvidas proporcionam liquidez, segurança e trans-parência para operações financeiras. “O volume de ativos e derivativos custodiados na CETIP ultra-passou a marca de R$ 1 trilhão, consolidando sua posição como a maior na América Latina. Presta-mos serviços para instituições financeiras, esse é o nosso negócio”, enfatizou Pahoor, que apresentou inúmeros produtos e soluções da empresa.

Prateleira de serviços

financeiros

evento

14 financeiro fevereiro/março 2015

Page 15: Financeiro Ed 90

Prateleira de serviços

financeirosClaudio Ferro, diretor executivo do Poupa Bra-

sil, expôs conceitos gerais do projeto que está na fase de ajustes técnicos e revolucionará o conceito de aplicação no longo prazo. “O Poupa Brasil – as-sociação criada por instituições financeiras – visa oferecer aos pequenos e médios investidores, com garantias do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), investimentos de 1 até 250 mil reais. Esses terão taxas acima do CDI (Certificados de Depósito Inter-bancário, além de funding (conversão de um débito de curto prazo em um outro de longo prazo com a emissão de novos títulos) altamente atraente, ge-rando possibilidade de poupança com rentabilida-de e garantias”, informou.

Carlos Fagundes, sócio-fundador da Inte-gral-Trust, que faz parte da elaboração do Poupa

Claudio Ferro: diretor executivo do Poupa Brasil

Adriano Pahoor:gerente comercial da Cetip

15fevereiro/março 2015 financeiro

Page 16: Financeiro Ed 90

Carlos Fagundes: sócio-fundador da Integral-Trust

Brasil, mencionou que essa ferramenta estrutu-ral contribui para melhorar a questão do funding nas pequenas e médias instituições. “Os recur-sos captados são direcionados às instituições associadas ao projeto, com limite assegurado pelo FGC. Na prática, o objetivo é ampliar, diver-sificar, alongar e baratear as fontes de captação das pequenas e médias financeiras”, evidenciou.

O escopo do projeto, segundo Fagundes, está na criação de um pool premiando instituições fi-nanceiras com o objetivo exclusivo de captar re-cursos financeiros de investidores em geral, em que notadamente os pequenos aplicadores, por meio de plataforma de negociação web e anco-rados nas garantias do FGC, estarão desempe-nhando. “O principal módulo lógico da plataforma (sistema carrossel) deverá identificar o limite de CPF/CNPJ em cada instituição financeira partici-pante e direcionar a aplicação de forma à cober-tura”, contextualizou.

Fábio Mentone, executivo do FGC, relatou que o órgão foi criado para proteger depositantes e in-vestidores no âmbito do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação. “Um dos fatores determinantes para a criação do FGC, entidade sem fins lucrativos e com personalidade jurídica de direito privado, foi a grande crise que o sistema financeiro sofreu em 1995. Fomos cria-dos como um sistema pay box clássico, cuja única

evento

“O principal módulo lógico da plataforma (sistema

carrossel) deverá identificar o limite de CPF/CNPJ em cada instituição financeira participante e direcionar a aplicação de forma à

cobertura”

16 financeiro fevereiro/março 2015

Page 17: Financeiro Ed 90

Marcelo Pereira: executivo da Câmara Interbancária de Pagamentos

Fábio Mentone: executivo do FGC

atribuição era o pagamento dos depósitos com ga-rantias e em casos de intervenção ou liquidação de instituições financeiras associadas. Hoje, temos engajamento em atividades mais amplas, contri-buindo com a estabilidade do sistema”, comentou.

Para favorecer o funding para instituições de pequeno e médio porte, após a crise de 2008, o Banco Central do Brasil (BC) criou o Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE). “Esse é um título criado, para o qual o FGC dá garantias até R$ 20 milhões em CPF/CNPJ por instituições/con-glomerados”, explicou Mentone.

Marcelo Pereira, da Câmara Interbancária de Pagamentos, relatou que a instituição foi criada pelos bancos em 2001, sendo uma sociedade ci-vil sem fins lucrativos que participa do sistema de pagamentos brasileiro. “Somos responsáveis pela compensação e pela liquidação de instrumentos

de pagamentos e, desde junho de 2011, também somos considerados uma câmara de custódia de liquidação de ativos. Processamos 2,9 milhões de transações em 2013, R$ 5,9 trilhões de volume fi-nanceiro, que representa 2,1 do PIB nacional”, re-latou Pereira, destacando o “Serviço de Controle de Consignação (SCC), que trata da gestão de con-signações para integrar consignatários – solução que possibilita uma visão estratégica, através do painel de controle, para o monitoramento on-line das mensagens enviadas e recebidas e aumenta a segurança do processo, através de gerenciamento dos acessos”, finalizou. f

“O Depósito a Prazo com Garantia Especial

(DPGE) é um título criado, para o qual o FGC dá garantias até

R$ 20 milhões em CPF/CNPJ por instituições/

conglomerados”

“Somos responsáveis pela compensação

e pela liquidação de instrumentos de

pagamentos e também somos considerados uma

câmara de custódia de liquidação de ativos”

17fevereiro/março 2015 financeiro

Patrocínio CETIP

Page 18: Financeiro Ed 90

Foto

s: A

line

Ara

ujo

Muito se fala dos benefícios que o Big Data e o Analytics podem tra-

zer para os negócios, mas são pouco aqueles sabem extrair todo

o potencial dessas ferramentas. É por isso que a Acrefi realizou,

dia 9 de dezembro, um seminário para tratar apenas desse tema, que será

essencial para o futuro dos negócios. Para abordar o assunto, a entidade trou-

xe os executivos da Data4 Credit, empresa voltada para o uso inteligente da

informação em aplicações de crédito e negócios. “Além de falar a língua dos

negócios e da tecnologia da informação, nossos profissionais sabem juntar as

peças que geram valor tangível para os clientes”, garante Juan Perez, sócio

da Data4 Credit.

Segundo Laércio de Oliveira Pinto, que trabalhou por 37 anos na unidade

de crédito e serviços da Serasa, antes de integrar o time que fundou a Data4

Credit, a empresa é capaz entregar para o cliente a informação certa, no tempo

certo e no lugar certo. Isso é possível porque eles atuam em todas as etapas

das negociações de crédito: aquisição e gestão de clientes, cobrança e preven-

ção de fraudes. “O relacionamento com o cliente não pode ser estabelecido

apenas num momento de inadimplência. Essa relação deve ser permanente

e baseada no conhecimento do perfil das pessoas”, ensina Oliveira Pinto. Um

exemplo disso é o serviço do Sem Parar, que, por meio das informações gera-

das por seus usuários, permite criar ofertas nos shoppings para determinados

clientes, sobre os quais se conhece o perfil pessoal e profissional.

Para Fabio Wendling, que antes de fazer parte da equipe da Data4 Credit

também trabalhou na área comercial da Serasa e da Boa Vista Serviço, o Big

Data reúne dados importantíssimos para a indústria de crédito. Ele armazena

registros de comportamentos gerados nas instituições, dados não estrutura-

Seminário da Acrefi mostra que os dados que circulam na internet podem ser

valiosos para as instituições de crédito

o tesouro contido no evento2

18 financeiro fevereiro/março 2015

Page 19: Financeiro Ed 90

dos em texto, voz e imagem –

interações por meio de contact

centers, e-mails e mensagens

–, além de informações dispo-

níveis na web. “Só para se ter

uma ideia do valor contido no

Big Data, 80% das informações

geradas pelas instituições ain-

da não estão estruturadas. O

nosso trabalho é transformar

esses dados em grandes dia-

mantes que podem ser lapida-

dos dentro das organizações”,

explica Wendling.

Na área de TI, a Data4 Cre-

dit trouxe para o seminário da

Acrefi Wilson Kobayashi, mais

um profissional que atuou por

sete anos na Serasa. O espe-

cialista lembrou que cada vez mais acessórios, como óculos, re-

lógios, anéis e bonés, começam a conectar pessoas e máquinas

com o intuito de facilitar as tarefas diárias e gerar novos dados.

Segundo Kobayashi, até 2020 a chamada Internet das Coisas ofe-

recerá cerca de 50 bilhões de dispositivos. “Talvez hoje isso ainda

não seja tão importante para o setor de créditos, mas no futuro

deve se tornar conteúdo valio-

síssimo”, prevê o especialista

da Data4 Credit.

Mas, até que ponto a pri-

vacidade individual permite

que as empresas se apropriem

das informações geradas na

web e reunidas no Big Data?

Para esclarecer essa e outras

dúvidas, a Data4 Credit trouxe

o advogado Silvânio Covas, es-

pecialista em Direito Digital. De

acordo com o jurista, a captura

de dados em trânsito na web

é regulada pelo Marco Civil da

Internet, pela Lei 12.737/2012

– mais conhecida como Lei

Carolina Dieckmann – e existe

ainda o anteprojeto da Lei de

Proteção de Dados Pessoais,

que será debatido em 2015 no

Congresso Nacional. No entan-

to, as informações disponíveis

na internet devem classifica-

das em quatro categorias. As

informações, pela natureza

da operação que as origina ou

por determinação legal, podem

ser: públicas – provenientes de

registros, de órgãos e entida-

des públicos; privadas – origi-

nárias de pessoas naturais ou

jurídicas de Direito Privado;

sigilosas – que podem ser ob-

tidas por determinação legal

(informações fiscais e bancá-

rias) ou contratual (cláusula

de confidencialidade, por exemplo); ou não sigilosas – compro-

missos assumidos e hábitos de pagamento, entre outras. Diante

de tantas variáveis, Silvânio Covas recorre ao acórdão do Score

(pág. 19/44): “assegurar a adequada proteção da privacidade do

cidadão e possibilitar o tratamento de dados pessoais sob um

patamar de licitude e boa-fé.” f

Juan Perez: sócio da Data4 Credit

Wilson Kobayashi: diretor de TI da Data4 Credit

Fabio Wendling:sócio da Data4 Credit

Laércio de Oliveira Pinto: sócio da Data4 Credit

Silvânio Covas:advogado especialista em Direito Digital

Big Data

19fevereiro/março 2015 financeiro

Page 20: Financeiro Ed 90

Mapa da guerra moderna exige

prevenção de fraudes

scanner de dedo e de mão para clientes, uso

da tecnologia de biometria, leitura facial ou

íris – novas ferramentas aliadas no combate

à fraude no sistema financeiro: o que o futuro nos

reserva? Esse foi o tema que permeou o evento

“Fraude em Debate”, promovido pela Acrefi, em no-

vembro de 2014, no Hotel Renaissance, São Paulo.

Alessandro de Oliveira Faria, sócio proprietá-

rio da NETi Tecnologia, empresa especializada em

desenvolvimento de software e soluções biomé-

tricas, falou sobre o impacto do sistema na pre-

venção de fraudes. “Biometria, em termos práti-

cos, significa o estudo estático de características

físicas e comportamentais dos seres vivos. Esse

termo é utilizado também como uma maneira de

identificar unicamente um indivíduo por meio de

suas características físicas ou comportamentais. É

algo inovador que, com o passar dos anos, tornou-

-se extremamente preciso na prevenção de frau-

des”, ressaltou Oliveira, mencionando que “o avan-

ço da tecnologia proporcionou um custo viável de

aplicação dessas ferramentas”.

Domingo Montanaro, da NS Prevention, expla-

nou sobre a mudança de perfil de fraudes ciberné-

ticas e dos agentes aplicadores desse tipo de golpe.

“A internet é hoje o nosso novo campo de batalha,

uma vez que há uma estruturação especializada

que atua nesse front. Existem cidades como Râm-

nicu Vâlcea, na Romênia, em que a principal ativi-

dade está ligada aos crimes cibernéticos. Saindo

do sistema financeiro, também conhecemos a es-

pionagem pela internet entre países, que ganhou

grande repercussão e problemas diplomáticos. O

desafio que aguarda as empresas que atuam no

segmento é olhar para o que o seu adversário está

fazendo e se antecipar com células de inteligência e

prevenção”, alertou Montanaro.

A operação “Trident Breach”, que reuniu uma

força tarefa contra o crime cibernético, grupos de

trabalho e agentes de polícia dos Estados Unidos,

Holanda, Ucrânia e Reino Unido, para trazer os

responsáveis à justiça, também foi relembrada por

Montanaro. “O grupo tinha como alvo as pequenas

e médias empresas, em que infectava computado-

Alessandro de Oliveira Faria: sócio proprietário da NETi Tecnologia

Evento da Acrefi apresenta novas ferramentas que contribuem para a segurança e o sigilo do sistema financeiro

evento3

20 financeiro fevereiro/março 2015

Page 21: Financeiro Ed 90

Domingo Montanaro: da NS Prevention

Carlos Thadeu de Freitas Gomes:

chefe da Divisão Econômica da CNC

res e roubava os números das contas bancárias,

senhas e outros dados de login. Em todo esse pro-

cesso, os ladrões conseguiram US$ 220 milhões

em tentativas, sendo que US$ 70 milhões foram

confirmados em transferências de contas de ban-

co das vítimas”, exemplificou.

Uma pesquisa da Accenture feita para 184 ins-

tituições dos Estados Unidos e do Reino Unido –

projetada por Laércio de Oliveira Pinto, da Data4

Credit, apontou prejuízos bilionários (entre R$ 2,9

e R$ 3,1 bilhões) em fraudes. “As fraudes mais re-

levantes são 58% internet, 52% cartões, 49% inter-

nas, 45% cadastros e 39% invasões de contas. Para

se ter uma ideia, R$ 54 bilhões foi o lucro dos dez

maiores bancos brasileiros em 2012 e, R$ 3,1 bi-

lhões foi o que perderam em fraudes no ano – o que

representa 5,7% do lucro”, destacou.

Oliveira também falou sobre a importância do

Big Data como braço auxiliar no combate a fraudes.

“Ele processa grande volume de informações cole-

tadas, comportamento de clientes e de múltiplas

fontes de dados de fora das organizações, com alta

capacidade de armazenamento e processamento

de baixo custo. É uma maneira nova com expertise

analítica capaz de lidar com a fraude”, asseverou.

A palestra de Carlos Thadeu de Freitas Gomes,

chefe da Divisão Econômica da Confederação Na-

cional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco

Central, mostrou que o cenário continua desafia-

dor e a normatização das políticas monetárias

será lenta. “O ano de 2015 já está previsto, embora

a nomeação do time de Dilma, composto por Joa-

quim Levy na Fazenda e Nelson Barbosa no Pla-

nejamento, trouxe ânimo ao mercado. Esperamos

que o Brasil não perca seu investment grade e uma

equipe mais conservadora na economia pode aju-

dar”, pontuou Freitas, ressaltando que “seis anos

após o início da crise, a economia global continua

a depender de políticas monetárias acomodativas.

A recuperação deve tomar força em 2015, após vá-

rios anos de frustração em relação ao crescimen-

to da economia mundial. O fantasma da deflação

volta a assombrar os países desenvolvidos, com a

inflação abaixo da meta de 2% ao ano e recuando”,

comentou o economista.

Segundo ele, em termos de perspectivas de

Brasil, estamos agora na aposta de uma matriz

econômica mais conservadora. “Minha perspectiva

nacional para 2015 é de que os apertos monetários

devem continuar, a inflação persistirá alta, com di-

ficuldade de ajuste fiscal significativo, tendência de

desvalorização do real e qualquer indefinição da

política econômica fará aumentar prêmios de risco

e volatilidade. Há perdas de risco do grau de investi-

mento, déficit em conta-corrente crescente, porém,

ainda com condições favoráveis ao financiamento

externo. As notícias não são tão boas, mas precisa-

mos avaliar definições e prioridades”, finalizou. f

Patrocínio CETIP

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

21fevereiro/março 2015 financeiro

Page 22: Financeiro Ed 90

22 financeiro fevereiro/março 2015

Sucesso mineiro, uai!

Os mineiros são conheci-

dos por conquistar o sucesso

em silêncio. Sem qualquer

alarde. Esse é exatamente o

perfil do Grupo Zema, que aca-

ba de se filiar à Acrefi, depois

que adquiriu recentemente a

operação da Múltipla Finan-

ceira. O objetivo do novo in-

vestimento é incrementar as

vendas da Lojas Zema, rede

de varejo do Grupo Zema fo-

cada nos segmentos de mó-

veis, eletroeletrônicos, con-

fecções, ferramentas, pneus

e brinquedos. São 501 filiais distribuídas em 494

cidades nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goi-

ás, Espírito Santo e interior

de São Paulo. “Atuamos,

normalmente, em cidades

com menos de 25 mil habi-

tantes, que geralmente são

pouco bancarizadas. O úni-

co município atendido pelas

Lojas Zema que foge desse

padrão é Uberlândia (MG),

que possui hoje mais de 630

mil habitantes. Além disso,

cerca de 60% dos nossos

clientes são das classes C,

D e E, público que tem his-

tórico de ser bom pagador”,

conta Wagner Bueno de Paula, diretor-adjunto

administrativo financeiro do Grupo Zema. “Ao tra-

Grupo Zema compra a Múltipla Financeira, associa-se à Acrefi e

passa a oferecer crédito direto aos clientes da rede Lojas Zema

Ricardo Zema:presidente do Conselho Administrativo do Grupo Zema

perfilcorporativo

Page 23: Financeiro Ed 90

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

23fevereiro/março 2015 financeiro

de pequena, principalmente,

ninguém quer ser reconheci-

do como inadimplente”, lem-

bra o diretor.

Ainda relativamente dis-

creto em suas aparições na

mídia, o Grupo Zema é um

colosso entre as empresas

mineiras. Fundado há 91

anos por Domingos Zema,

avô de Ricardo Zema, atual

presidente do conselho ad-

ministrativo, o grupo atende

cerca de 3 milhões de clien-

tes por ano e emprega mais

de 7.800 funcionários, sen-

do que 7.300 deles estão dedicados à operação

das Lojas Zema. Os demais estão distribuídos em

outros segmentos: consórcio, postos de combus-

tíveis, lojas de conveniência, lubrificantes, auto-

peças, administradoras de cartões, corretora de

seguros, locadora de automóveis, motos, etc. Esse

perfil reservado não atrapalhou que o grupo fos-

se reconhecido há mais de 10 anos pelo Instituto

Great Place to Work, em parceria com a revista

Época, como “Uma das Dez Melhores Empresas

para se Trabalhar no Brasil”. A companhia tam-

bém já foi destaque entre as “150 Melhores para

Você Trabalhar”, em seleção da revista Exame. O

Grupo Zema conquis-

tou ainda o Selo Abrinq

como “Empresa Amiga

da Criança”.

Essa trajetória de

êxito do Grupo Zema

começou em Araxá –

terra que se tornou

famosa por ter vivido

ali, no século 19, o mito

Dona Beja – quando,

em 12 de maio de 1923, Domingos Zema montou a

Casa Sport, um pequeno comércio de peças, aces-

Romeu Zema Neto: diretor presidente do Grupo Zema

Casa Sport: primeira empresa de serviços no ramo de automóveis de Araxá

balharmos com a nossa pró-

pria financeira, poderemos

explorar melhor o potencial

desse mercado, facilitando

as vendas e oferecendo no-

vos produtos, além do CDC

(crédito direto ao consumi-

dor) e do crédito pessoal,

que negociamos até agora

por meio de outros bancos.

Isso porque, nos últimos

tempos, a maioria dos gran-

des bancos se distanciou

um pouco do varejo. Como o

crédito é estratégico para o

nosso negócio, não podemos

correr o risco de amanhã não termos a opção do

financiamento para oferecer aos clientes”, desta-

ca o executivo.

A nova financeira que, em breve, passará a se

chamar Estrela Mineira, marca que batiza também

a administradora de cartões de crédito e a empre-

sa de seguros do Zema, chega num momento em

que o grupo programa uma forte expansão para

2015, com a abertura de mais 30 lojas. Nada mal,

diante do clima de apreensão com a economia que

predomina entre os empresários. No ano passado,

a Lojas Zema cresceu 11%, em relação ao movi-

mento registrado em 2013. Outro fator que ajuda

a manter o alto-astral

em Araxá, cidade que

abriga a sede do Grupo

Zema, é a possibilidade

de administrar financia-

mentos para os clientes

com prazos mais elásti-

cos e prestações mais

suaves. “O nosso índice

de inadimplência é bai-

xo. Os nossos clientes

zelam pela integridade do seu nome limpo na pra-

ça”, diz Bueno de Paula. “Mesmo porque, em cida-

Page 24: Financeiro Ed 90

perfilcorporativo

24 financeiro fevereiro/março 2015

sórios, lubrificantes e com-

bustíveis, que acabou se tor-

nando a primeira referência

comercial da empresa. Do-

mingos Zema não parou por

aí. Depois de alugar carros e

fabricar carroças, o empre-

endedor inaugurou, em 1936,

o primeiro posto de combus-

tível da cidade. Na década

de 40, Domingos passou o

bastão dos negócios para

os filhos Romeu e Oswaldo.

Com a morte de Romeu, em

um acidente aéreo, em 1957,

seu filho Ricardo, ainda com

14 anos, começou a trabalhar

na empresa. Sete anos mais

tarde, o neto de Domingos

Zema assumiu o controle dos

negócios, que, na ocasião, se

restringiam a uma conces-

sionária Simca Chambord e

um posto de combustível. Em

1969, comprou o segundo

posto, e daí em diante iniciou

o processo de expansão de

forma consistente e contí-

nua. Com a ajuda dos filhos,

a empresa cresceu e adqui-

riu, ao longo dos anos, outros

segmentos de negócios em

Araxá e região.

Segundo Bueno de Paula,

com a aquisição da Múltipla,

que passará a se chamar,

em breve, Estrela Mineira,

existe a expectativa de que

o braço financeiro do Zema

no futuro passará a ter uma

sinergia maior com os de-

mais segmentos do grupo.

Oferecendo, por exemplo,

capital de giro para os pro-

prietários dos 290 postos de

combustíveis franqueados

pelo grupo, crédito consig-

nado, antecipação de crédito

para os fornecedores. “Exis-

te um leque muito grande de

negócios em que poderemos

atuar”, garante o executivo

do Grupo Zema. “Para isso,

contamos com o apoio e a

forte parceria da Acrefi”, fi-

naliza Bueno de Paula. f

Wagner Bueno de Paula: diretor-adjunto administrativo financeiro do Grupo Zema

Page 25: Financeiro Ed 90

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Page 26: Financeiro Ed 90

“A atenção deveria ser focada no

déficit final e no respectivo aumento da

dívida pública”

Foto

: Már

io B

ock

o SP é o resultado das contas governamen-

tais, em que predomina o governo fede-

ral, excluídos os juros da dívida pública. É

usualmente positivo ou superavitário. Mas o resul-

tado final, que inclui esses ju-

ros, é usualmente negativo ou

deficitário. É o chamado défice

fiscal.

O SP serve a governos que

mentem ao apresentá-lo como

medida de seu “esforço fiscal”

ou de uma “poupança”. Coisas

que não integram seus hábitos,

propensos à gastança.

O SP domina o noticiário

sobre as contas públicas, e

desinforma os cidadãos, pois

mensalmente engana ao dar a

impressão de que o governo é

superavitário. Do SP o cidadão

comum só sabe o que é supe-

rávit e é a mensagem que ele

assimila. Ademais, SP é um pa-

lavrão que costuma não caber

nas manchetes. E já vi coisas

assim: “superávit do governo

no mês tal foi de x% do PIB”. O

adjetivo primário sumiu.

A atenção deveria ser focada

no déficit final e no respectivo

aumento da dívida pública. O SP,

contudo, é adorado pelo merca-

do financeiro. Ele sabe que a dí-

vida pública nunca será paga, só

rolada e ampliada, e assim quer

saber mesmo é se os juros serão

pagos. É a primeira coisa que o

governo faz, senão quebraria.

Contabilmente, o superávit pri-

mário não cobre a totalidade dos juros. Sobra um dé-

fice que vira dívida adicional. E assim segue o barco.

O mercado também quer saber se a dívida não cres-

cerá além do razoável, e o SP serve como parâmetro

dessa avaliação.

No Brasil ele ganhou es-

paço no primeiro mandato de

FHC, quando o fim da inflação

elevada evidenciou o gravíssi-

mo problema fiscal. Este ser-

viu naquela e noutras vezes

para justificar aumentos da

carga tributária para gerar SP,

e essa carga foi crescendo. As-

sim, não se pode dizer que o SP

é a “economia ou esforço que

o governo faz, etc.” Quem se

esforça mesmo, quem pagou

e continua pagando o pato é o

contribuinte. Com FHC houve

alguma contenção de despe-

sas, e o programa de privatiza-

ções também contribuiu para

aliviar a situação fiscal. Mas,

o aumento da carga tributária

para gerar SP continuou.

Quando escrevia este texto,

os jornais anunciavam que o

ministro da Fazenda, Joaquim

Levy, cogitava aumentar im-

postos dentro do seu pacote

para entregar um SP de 1,2%

do PIB em 2015. Ao “tossir” es-

ses impostos adicionais, quem

estará poupando ou se esfor-

çando para fazer essa parte

do SP será novamente o con-

tribuinte. Mas, o noticiário dirá

que o mérito foi do governo. f

artigorobertomacedo

o enganoso SuPerávit Primário (SP)

Roberto Macedo: economista (UFMG, USP e Harvard). No governo federal foi funcionário do BB, economista do BC e secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

Art

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8/1/

2015

26 financeiro fevereiro/março 2015

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artigolucianemoessa

N o fim de fevereiro, começa a vigorar a Resolução do Con-

selho Monetário Nacional nº 4.327, de 2014, que veio a

exigir das instituições financeiras a elaboração de políti-

ca de responsabilidade socioambiental, além de outras providên-

cias bastante relevantes, relacionadas ao gerenciamento de risco

socioambiental, o “registro de dados referentes às perdas efeti-

vas em função de danos socioambientais, pelo período mínimo de

cinco anos, incluindo valores, tipo, localização e setor econômico

objeto da operação”.

Entre tantas outras exigências relevantes previstas na norma,

esta merece especial destaque, por conta do risco financeiro que

a responsabilização por danos ambientais (gerando o dever de re-

pará-los integralmente), por infrações administrativas (que geram

a aplicação de penalidades bastante vultosas) ou a eventual perda

ou suspensão do licenciamento ambiental que acarreta para o em-

preendimento que contrata um financiamento. Em outras palavras,

risco ambiental elevado significa risco de inadimplência elevado.

Entretanto, somente quando as instituições financeiras passarem

a registrar que a inadimplência de determinados financiamentos

resultou de fatores socioambientais é que será possível mensurar,

de forma clara, o grau de relevância do gerenciamento do risco so-

cioambiental. Por isso a exigência de registros dessa natureza feita

pela norma é fundamental.

Também merece destaque o risco de imagem, já que nenhu-

ma instituição financeira quer ver seu nome atrelado a empre-

endimentos que causem danos ambientais ou sociais – o que

pode resultar inclusive em corridas bancárias, com migração

em massa de clientes e investidores, com os piores efeitos pos-

síveis para a instituição.

A norma do Conselho Monetário Nacional, pela sua abran-

gência e ineditismo, representa sem dúvida um grande avanço

na regulação financeira do tema. Merece elogio especial tam-

bém a previsão de que a política de responsabilidade socioam-

biental de cada instituição financeira deveria ser elaborada de

forma participativa, ou seja, envolvendo as chamadas “partes

interessadas”, público interno e externo afetado pelos impactos

sociais e ambientais da atividade financeira.

Todavia, a norma deixa ainda grande espaço para aprimora-

mentos. Como se sabe, as grandes instituições financeiras já pos-

suíam tais políticas antes mesmo da sua edição. Entretanto, várias

pesquisas já demonstraram que a aplicação efetiva desses meca-

nismos se dava de forma bastante heterogênea e me parece ser

possível identificar dois fatores para isso: a) a elevação de custos

representada pela análise de riscos ambientais (ou, melhor ainda,

riscos socioambientais) de empreendimentos a serem financia- Art

igo

envi

ado

em 1

9/1/

2015

Regulação financeira e sustentabilidade socioambiental

dos; b) a quase completa ausência de regras cogentes e claras que

estabeleçam de que forma essa análise de risco deve ocorrer, ou

seja, que documentos devem ser exigidos, que inspeções devem

ser realizadas, que fatores devem ser considerados nessa análise,

podendo levar à realização de exigências adicionais ou, eventual-

mente, à própria negativa de financiamento.

O assunto tem muito a ver com a regulação prudencial, qual

seja, aquela voltada à minimização de riscos do sistema finan-

ceiro, a qual, em última análise, visa proteger os investidores e

depositantes, agentes superavitários que têm seus recursos fi-

nanceiros administrados por uma instituição financeira, que os

empresta aos agentes que necessitam de recursos para investir.

Ao deixar de estipular quais são os procedimentos mínimos que

cada instituição financeira deve efetivamente adotar para cada

tipo de atividade financiada, ou seja, quais são as suas obrigações

de forma detalhada, deixando cada instituição livre para definir a

sua própria política, abre-se margem para a continuação dessa

heterogeneidade, o que apresenta dois riscos significativos: a)

prejuízo à livre concorrência, por não se garantirem, pela via da

regulação, as necessárias condições de igualdade; b) nivelamen-

to por baixo dos procedimentos a serem adotados, fazendo com

que todas as instituições financeiras venham a reduzir exigências

ao mesmo patamar da instituição menos cuidadosa nesta seara,

aumentando o risco socioambiental.

Ademais, o detalhamento de tais obrigações, que deve ocor-

rer mediante edição de novas normas regulatórias (e sobretudo

pela devida fiscalização do seu cumprimento), terá como possível

e importantíssima vantagem estabelecer um parâmetro adequa-

do para eventual responsabilização civil ambiental de instituições

financeiras, por estipular quais medidas concretas elas devem

tomar para se proteger do risco de serem responsabilizadas por

danos ambientais causados pelos empreendimentos por elas fi-

nanciados. Sem tais parâmetros, atualmente, existe o risco da res-

ponsabilização objetiva e solidária por danos ambientais.

Por fim, vale dizer, incorporar a variável socioambiental nas

regras sobre concessão de financiamentos pode e deve ir além

da ideia de minimização de riscos para significar também condi-

ções mais benéficas de financiamentos para investimentos que

demonstrem potencial para gerar impactos socioambientais posi-

tivos, ou seja, que não apenas não degradam, mas aprimoram as

condições para um desenvolvimento, em seu mais amplo sentido,

autenticamente sustentável – que é o que nossa sociedade efeti-

vamente merece. Trata-se de concretização da responsabilidade

social e ambiental, colocando, assim, a atividade econômica e fi-

nanceira a serviço das finalidades que efetivamente a justificam. f

Por Luciane Moessa de Souza: Mestra em Direito do Estado (UFPR) e Doutora em Direito, Estado e Sociedade (UFSC), Pós-Doutoranda na USP e Procuradora do Banco Central do Brasil

28 financeiro fevereiro/março 2015

Page 29: Financeiro Ed 90
Page 30: Financeiro Ed 90

C om frequência ouvimos alguém por perto

exclamar frases do tipo “…ah, se eu fosse

rico…” ou “…no dia em que eu for rico…”,

como se a riqueza material fosse a solução dos

problemas da existência.

Essa percepção acaba por se difundir e so-

lidificar-se muito por conta da exaltação de es-

tilos de vida extravagantes, como o champanhe

no café da manhã, viagens a lugares exóticos,

carros possantes, joias exuberantes e a impres-

são de que aquele “dolce far niente” e uma vida

pura de desfrutes é o auge da felicidade… e viva

as publicações voltadas para as “celebridades”!

Mas, será que é assim mesmo?

Dinheiro na mãoAo longo dos anos, atuando com clientes de

diversos níveis econômicos e sociais, pude per-

ceber que ficar rico pode ser bem mais complica-

do que glamoroso.

Indo aos fatos, quando uma pessoa recebe um

valor elevado de recursos e não está devidamente

preparada para isso, é muito comum a perda de

parte da riqueza logo nos primeiros momentos.

Solução e solidão?Essa perda ocorre de diversas formas, quase

simultâneas em alguns casos. A primeira preo-

cupação quando o dinheiro chega é atender às

demandas reprimidas da família. A depender do

caso, podemos falar sobre a primeira casa, ou a

casa para outros membros da família extensa, o

pagamento de dívidas, viagens dos sonhos, etc.

Nesses momentos, é bastante comum cons-

tatarmos o aparecimento de “amigos” de última

hora, apresentando projetos de investimento em

negócios com altíssimo potencial de retorno e

destinado a poucos privilegiados: “Isso é para

você”! Quase sempre, o prazo para análise e de-

cisão é exíguo e ninguém consegue se aprofundar,

mas, afinal, parece tratar-se de alguém confiável…

(isso me lembra que na infância, quando lia os gi-

bis, o Cebolinha sempre tinha um plano “infalível”,

mas não me recordo de a Mônica ter levado a pior).

Brincadeiras à parte, ser dono de um gran-

de patrimônio oferece sim muitos benefícios e

possibilidades, porém traz consigo uma série de

preocupações e exige cuidados bastante exausti-

vos na sua administração.

O vendavalQuando uma família deposita seus maiores va-

lores e seu legado exclusivamente no patrimônio,

com muita frequência, cria herdeiros egoístas, cujo

sentido de viver está unicamente atrelado à acu-

mulação. Pessoas desse tipo não chegam sequer a

desfrutar da riqueza.

Há casos em que os herdeiros, ao contrário, fo-

ram criados para aproveitar o que houver de melhor

pelo caminho, como se fossem seres privilegiados,

sem se preocupar com o futuro. Estes, quando par-

tem os “chefes da família”, encontram-se desprepa-

rados para lidar com seu patrimônio e são comu-

mente ludibriados e envolvidos em situações que os

levam em pouco tempo a perdas importantes.

Existe também aquela lenda de que o rico será

sempre rico…mas quantas famílias, sem a noção de

planejamento financeiro, gastam além das possibi-

lidades de seu patrimônio e acabam “quebradas”?

A discussão aqui tem apenas o objetivo de cha-

mar para uma reflexão importante sobre valores

essenciais para o bem viver, aquele que proporcio-

na um bem-estar de longo prazo com momentos, aí

sim, de felicidade.

Viver não é brincadeira nãoFamílias muito ricas precisam de planejamento

financeiro, tributário, governança familiar e empre-

sarial, planejamento sucessório e cultivo dos va-

lores essenciais para que seu legado se perpetue.

Tudo isso dá muito trabalho, custa tempo e dinheiro.

Claro que há o lado bom de poder acessar pro-

dutos e serviços de alta qualidade, mas depois de

assistir a tantos casos de famílias de elevado pa-

trimônio em que seus integrantes não conseguem

desfrutar da mínima convivência sem conflito,

aumentou minha convicção de que uma vida equi-

librada com trabalho, lazer e boa companhia não

tem preço! Por outro lado, ficar rico demais pode

ter preço sim! f

artigogiseledeandrade

Dinheiro na mão é vendaval: oS riScoS de ficar rico!!!

Gisele de Andrade: planejadora financeira e diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF)

Foto

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ulga

ção

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7/1/

2015

30 financeiro fevereiro/março 2015

Page 31: Financeiro Ed 90

manualparaadvogados

ferramentas para mediação de conflitos

a Escola Nacional de Mediação e Conciliação (ENAM) lan-

çou, dia 17 de dezembro de 2014, o mais abrangente

conjunto de manuais para mediação de conflitos des-

de a criação da Secretaria de Reforma do Judiciário (SRJ). Com

abordagem didática, os guias trazem conceitos e técnicas de

conciliação, mediação e negociação. Todo esse conteúdo teórico

está direcionado à realidade cotidiana com que se deparam es-

pecialistas do Direito, servidores públicos e administradores de

empresas. As publicações são resultado de parceria entre o Mi-

nistério da Justiça, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados

do Brasil, a Escola Nacional de Advocacia (ENA), o Ministério Pú-

blico e a Defensoria Pública.

Como forma de contribuir com a causa, a Acrefi patrocinou a

publicação do Manual de Mediação de Conflitos para Advogados, Es-crito por Advogados. Em sua mensagem deixada aos leitores, Érico

Sodré Quirino Ferreira, presidente da Acrefi, lembra que o Manu-al de Mediação de Conflitos para Advogados, Escrito por Advogados é

um desses trabalhos que comprovam a qualidade e a competên-

cia dos profissionais que atuam na promoção do Direito no Brasil.

“São eles que estão à frente das ações que têm como paradigma

a Constituição Federal. Além disso, com a Reforma do Judiciário,

os cidadãos e as instituições foram favorecidos com respostas

mais rápidas e efetivas. Essa obra é relevante porque atenua a

prática do litígio e estimula a política do diálogo”, afirmou Ferrei-

ra. “Os advogados são guardiões fundamentais na condução dos

processos judiciais. Com sua cultura e seu conhecimento abran-

gente, eles têm colaborado cada vez mais com as atividades do

mundo corporativo. Sua contribuição abalizada pode, em diversas

situações, minimizar problemas e evitar futuros conflitos. Essas

são algumas das razões que motivaram a Acrefi a contribuir com

a divulgação desse documento essencial”, completou o presiden-

te da Acrefi.

Outros destaques do lançamento foram manuais direcionados

a empresários e servidores públicos. Essas publicações fazem

parte dos cursos homônimos

oferecidos gratuitamente pela

SRJ: Resolução de Conflitos para

Representantes de Empresas e

Resolução Consensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas

Públicas. Voltado a advogados e administradores de empresas, o

primeiro manual visa proporcionar procedimentos de resolução

de conflitos nas relações comerciais. São apresentadas técnicas

que permitem melhoria na qualidade do atendimento a clientes

e na negociação produtiva em sessões de conciliação, seja no

âmbito judicial ou extrajudicial. Já a publicação Resolução Con-

sensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas Públicas faz

parte do curso organizado pela SRJ nas modalidades presencial

e a distância para servidores públicos.

O que é a ENAMComo ferramenta de difusão da cultura do diálogo, a ENAM

é um centro de produção de conhecimento sobre a temática da

conciliação e da mediação, observa o secretário de Reforma do

Judiciário, Flávio Crocce Caetano. “O objetivo é o de apoiar aque-

les que diuturnamente se utilizam dessas técnicas de construção

de consensos. Dessa forma, em parceria com os principais atores

do sistema de justiça, promovemos a série de manuais, composta

por materiais didáticos e pedagógicos acessíveis a quem desejar

estudar e se aprofundar nos métodos autocompositivos de solu-

ção de conflitos”, afirma o secretário. f

Acrefi patrocina publicação que atenua prática do litígio

e estimula a política do diálogo

31fevereiro/março 2015 financeiro

Page 32: Financeiro Ed 90

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

orientação financeira é um

tema que sempre merece

atenção. Cumprindo sua

responsabilidade social, a Acrefi pro-

move, durante a Semana de Educa-

ção Financeira do Banco Central, no

dia 12 de março, um encontro com

especialistas que vai tratar exclusi-

vamente desse assunto, que merece

cada vez mais o apoio da sociedade.

Assim como acontece no evento

do BC, a reunião da Acrefi, que acon-

tecerá no Hotel Renaissance, em São

Paulo, também busca promover a

educação financeira, gerar mudanças

no comportamento do cidadão, além

de contribuir para o fortalecimento

da cidadania, aumentando a eficiên-

cia e a solidez do sistema financei-

ro nacional e estimulando decisões

mais conscientes por parte dos con-

sumidores.

Para tratar do tema, Antonio Au-

gusto de Almeida Leite (Pancho),

diretor superintendente da Acrefi,

convidou: Luis Sergio Tamer, CEO da

Tamer Comunicação; Hilgo Gonçal-

ves, presidente da Losango Promo-

ções de Vendas; e Luiz Edson Feltrim,

diretor da área de Relacionamento

Institucional e Cidadania do Banco

Central. Antes do encerramento do

evento, Érico Sodré Quirino Ferrei-

ra, presidente da Acrefi, apresenta-

rá as considerações finais. A inscri-

ção para participação no encontro é

gratuita e pode ser feita pelo e-mail

[email protected] f

agenda

CUiDe do $eu bolso

Luiz Edson Feltrim: Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central

Hilgo Gonçalves: Presidente da Losango Promoções de Vendas

A Acrefi promove, durante a Semana de Educação Financeira do Banco Central, em março, encontro com especialistas, em São

Paulo, para tratar de orientação financeira, tema que merece cada vez mais o apoio da sociedade

Programa8h30 - Café da manhã de boas-vindas

8h50 - AberturaAntonio Augusto de Almeida Leite

(Pancho) Diretor superintendente da Acrefi

9h - PalestraLuis Sergio Tamer

CEO da Tamer Comunicações

9h20 - PalestraHilgo Gonçalves

Presidente da Losango Promoções de Vendas

9h50 - coffee Break10h10 - Palestra

Luiz Edson FeltrimDiretor da área de Relacionamento Institucional

e Cidadania do Banco Central

10h55 - EncerramentoÉrico Sodré Quirino Ferreira

Presidente da Acrefi

ORIENTAçãO FINANCEIRA 12/3/2015

Hotel Renaissance, São Paulo

32 financeiro fevereiro/março 2015

Page 33: Financeiro Ed 90
Page 34: Financeiro Ed 90

o que vem por aíConheça os êxitos

colhidos pelos eventos da ACREFI no ano passado e a programação já

agendada para 2015

Nada como olhar para trás e constatar os bons

resultados colhidos pela Acrefi em 2014. Só em

eventos foram mais de trinta atividades, sem

contar o 9º Seminário Internacional Acrefi (SIAC), que mo-

bilizou mais de 600 participantes. Nos eventos regulares,

a entidade reuniu, em média, 55 convidados, em ações re-

alizadas em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba,

Porto Alegre e Vitória. Como esse sucesso é efeito de uma

programação bem planejada, veja ao lado os eventos que

a Acrefi já agendou para 2015. f

EvEnto Data LocaL REaLização

Painel Cetip 12 de fevereiro Sede da Acrefi - São Paulo, SP Acrefi - Cetip

Road Show Porto Alegre 5 de março Sheraton Hotel, Porto Alegre, RS Acrefi

Orientação Financeira 12 de março Renaissance Hotel, São Paulo, SP Acrefi

Road Show Rio de Janeiro 26 de março Pestana Atlantica Hotel, Rio de Janeiro, RJ Acrefi

Road Show Curitiba 14 de abril Four Points by Sheraton Hotel, Curitiba, PR Acrefi

Fraude em Debate 23 de abril Renaissance Hotel, São Paulo, SP Acrefi

7º Seminário Jurídico Acrefi 26 de maio Centro de Convenções Brasil 21, Brasília, DF Acrefi

Responsabilidade Socioambiental no Sistema Financeiro 16 de junho Renaissance Hotel - São Paulo, SP Acrefi

Road Show Belo Horizonte 23 de junho Quality Hotel, Belo Horizonte, MG Acrefi

Road Show Florianópolis 25 de agosto Sofitel Luxury Hotels, Florianópolis, SC Acrefi

Road Show Vitória 20 de outubro Sheraton Hotel, Vitória, ES Acrefi

10º Seminário Internacional Acrefi 11 de novembro Teatro Cetip Acrefi

34 financeiro fevereiro/março 2015

programação

Page 35: Financeiro Ed 90

Faça parte do maior evento

de crédito do País

11 de novembro de 2015 Teatro Cetip, Rua Coropés, 88 - Pinheiros, São Paulo, SP

INSCRIÇÕES GRATUITAS: www.acrefi.org.br

Patrocínio Apoio Realização

10º SIAC

Page 36: Financeiro Ed 90

2014Resultados

painelcetip

os financiamentos de veículos no Brasil no

acumulado de 2014 somaram 6.392.797

unidades, sendo 3.159.915 unidades no-

vas e 3.232.882 usadas. O volume representa uma

queda de 5,4%, em relação ao ano de 2013. Consi-

derando o mês de dezembro, as vendas financiadas

totalizaram 624.567 veículos, aumento de 15,9%,

em relação a novembro, e queda de 0,3% na com-

paração anual. Os números levam em consideração

automóveis de passeio, motos e pesados.

O volume dos veículos usados financiados mos-

tra que a categoria ficou praticamente estável,

em relação ao ano de 2013, com uma leve queda

de 0,2%. Já em dezembro, os usados totalizaram

310.584 unidades, aumento de 8,2% em relação ao

mesmo período de 2013.

Entre os veículos, em 2014, os automóveis leves

usados foram a única categoria a apresentar alta

na comparação com o ano anterior. Foram finan-

ciados 2.966.503 unidades, aumento de 0,3%. No

mês de dezembro, os carros usados totalizaram

288.248 unidades financiadas, avanço de 8,7% em

relação ao mesmo período de 2013.

O levantamento ainda aponta que, entre as faixas

etárias dos automóveis leves, aqueles de quatro a

oito anos apresentaram o maior avanço e atingiram

137,1 mil unidades em dezembro, com aumento de

15,6%, ante o mesmo período de 2013.

Entre as modalidades de financiamento de

veículos, entre autos leves, motos e pesados, o

consórcio foi o único que cresceu no acumulado

de 2014. Foram financiadas 865,5 mil unidades

36 financeiro fevereiro/março 2015

Page 37: Financeiro Ed 90

em 2014 por meio de cotas de consórcio contem-

pladas, alta de 0,5% na comparação com 2013. O

avanço da modalidade foi puxado pelos automó-

veis leves usados, que somaram 221,4 mil unida-

des comercializadas, representando um aumento

de 21% em relação a 2013.

Apesar de o consórcio ter apresentado cresci-

mento em 2014, o Crédito Direto ao Consumidor

(CDC) se manteve como a opção mais utilizada pe-

los consumidores, com um total de 5,31 milhões

de unidades financiadas ao longo do ano passado.

O levantamento é da Unidade de Financiamen-

tos da Cetip, que opera o Sistema Nacional de

Gravames (SNG), base integrada de informações

que reúne o cadastro das restrições financeiras

de veículos dados como garantia em operações de

crédito em todo o Brasil. O SNG impede que o pro-

cesso de financiamento de veículos seja suscetível

a fraudes sistêmicas. f

Font

e: In

telig

ênci

a de

Mer

cado

Cet

ip

A partir de outubro de 2013 a Cetip adotou nova metodologia para calcular os recursos liberados para financiamentos de veículos. São consideradas apenas inclusões de gravames de automóveis leves, com financiamento de até R$ 200 mil, e cujos prazos não sejam superiores a 120 meses; para motocicle-tas, o montante limite é de R$ 50 mil, com prazo de 90 meses. A metodologia também limita em R$ 500 mil e prazo de até 150 meses as inclusões de grava-mes de pesados. Dessa forma, a Cetip desconsidera operações com valores e prazos destoantes com as práticas do mercado.

37fevereiro/março 2015 financeiro

Page 38: Financeiro Ed 90

tecnologia verde

eles chegaram de maneira discreta, mas

mostram que vieram para ficar. Embalados

pelo conceito da sustentabilidade, os carros

elétricos surgem pouco a pouco como substitutos

naturais das carroças do século xx. Eles aparecem

até como salvadores da pátria da crise que vive a in-

dústria automotiva europeia. Para isso, as montado-

ras começam a investir com maior intensidade nos

modelos híbridos e elétricos. Alguns deles trazem

recursos da eletrônica, como sensores de internet

e se comunicam com o mundo via satélite, via wi-fi

e celular 4G. Conheça algumas dessas maravilhas.

supermáquinas

Lamborghini – Asterion LPI 910-4

O Asterion LPI 910-4 vem com um poderoso

motor a combustão V10 de 5,2 litros, que gera

618 cavalos de potência. Ele é auxiliado por ou-

tro motor elétrico, este ligado somente ao eixo

frontal, somando mais 304 cv. O carro pode

funcionar com todos os seus 922 cv, impulsio-

nado apenas pelo motor elétrico. Quando isso

acontece, o automóvel chega a 125 km/h e é ca-

paz de percorrer até 51 km com uma única carga.

38 financeiro fevereiro/março 2015

Page 39: Financeiro Ed 90

BMW X5 Hybrid eDrive

O BMW x5 Hybrid eDrive apresenta um motor

turbo de quatro cilindros e outro elétrico de

70 cavalos de potência, que juntos geram uma

potência de 272 cv. Ele alcança 100 km/h em

menos de 7 segundos. Para gerenciar a capa-

cidade da bateria, a BMW criou três modos de

condução: inteligente híbrido, elétrico puro e

econômico, que restringe o uso da capacida-

de da bateria, permitindo a utilização do modo

elétrico dentro das áreas urbanas.

Peugeot 208 Hybrid Air

O Peugeot 208 Hybrid Air usa um sistema movido

a ar comprimido no lugar de um motor elétrico.

Ele combina um motor 1.2 a gasolina de três ci-

lindros da nova família Pure Tech da PSA de 82 cv

– 15% mais potente e 25% mais econômico do que

a geração anterior –, um compressor, um cilindro

de ar comprimido instalado no centro do carro e

uma bomba hidráulica de alta pressão. Uma série

de peças da carroceria foi fabricada em alumínio

e fibra de carbono, de forma que, no total, está 100

kg mais leve que o 208 normal, que pesa 960 kg.

Kia Optima T-Hybrid

Por ser o diesel um combustível muito usado

na Europa, a Kia Motors optou por lançar uma

versão híbrida do sedã Optima T-Hybrid, com

um motor 1.7 CRDi, acompanhado de um motor

elétrico de baixa potência e baterias de chumbo-

-carbono de 48 V. A montadora esclarece que o

modelo só pode mover-se com energia em bai-

xas velocidades e que, em desacelerações, o sis-

tema carrega as baterias.

Foto

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gaçã

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39fevereiro/março 2015 financeiro

Page 40: Financeiro Ed 90

Renault Eolab

Baseado na plataforma do Clio europeu, a Re-

nault lançou o Eolab, com motor a combustão

3 cilindros de 1.0 litro, com 75 cavalos de po-

tência, e o elétrico com o equivalente a 68 cv.

Ele vem equipado com um novo câmbio sem

embreagem de 3 velocidades, com as primei-

ras duas marchas ligadas a propulsão elétri-

ca e apenas a terceira acionada pelo motor a

gasolina. A tecnologia híbrida de propulsão

permite que o carro conceito percorra 60 km

sem consumo de combustível, a uma veloci-

dade máxima de 120 km/h.

Tesla Model S

O Model S é um luxuoso sedã que apresenta

tração nas quatro rodas, graças a adoção de

outro motor elétrico. Dessa forma, cada um

deles é posicionado em um eixo. Em uma pri-

meira versão, sua potência atinge 376 cava-

los, com autonomia de 362 km e velocidade

máxima de 201 km/h. Já em segunda opção,

ele mantém a mesma potência, mas a autono-

mia é estendida para 475 km, graças a bate-

rias maiores.

Audi R8 e-tron

O carro é resultado do trabalho pesado da

montadora em busca de tecnologia que per-

mite melhor eficiência dos componentes me-

cânicos e elétricos. Não só o sistema de trans-

missão, como toda a eletrônica consome muito

menos energia do que os protótipos anteriores.

R8 e-tron deve ser lançado em breve, terá au-

tonomia de aproximadamente 450 quilôme-

tros, mais que o dobro dos 215 quilômetros do

protótipo apresentado em 2012. f

supermáquinas

40 financeiro fevereiro/março 2015

Page 41: Financeiro Ed 90

Nó perfeito

estilo

Use a gravata para revelar a sua personalidade e o seu estado de espírito

a gravata é um dos itens mais tradicionais

do vestuário masculino. Ela é também

um dos elementos que permitem tornar

mais divertida a tarefa do homem ao compor seu

look diário. O presidente dos Estados Unidos, Ba-

rack Obama, é um exemplo de quem sabe usar a

gravata para manifestar seu estado de espírito.

A gravata mais longa e estreita, como a co-

nhecemos atualmente, surgiu na primeira meta-

de do século xx, quando o norte-americano Jesse

Langsdorf decidiu cortar a gravata num tecido em

diagonal e mais elástico, que deu origem ao que

passamos a chamar de “gravata moderna”.

Antes as gravatas básicas tinham 10 cm de

largura, agora elas têm 8 cm. Esses 2 cm fazem

a diferença ao identificarmos aqueles que prefe-

rem um visual clássico dos que optam por uma

imagem contemporânea. Há ainda os que ousam

um pouco mais e elegem o modelo borboleta para

fazer a diferença entre os colegas e amigos. Faça

a sua escolha e se divirta antes de sair de casa. f

Ferragamo

Borboleta: Hermès

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41fevereiro/março 2015 financeiro

Page 42: Financeiro Ed 90

cinco séculos de arte brasileira

Acervo da Coleção Brasiliana Itaú ganha

exposição permanente no Espaço Olavo

Setubal, dentro do Itaú Cultural. Entre as obras

exibidas estão trabalhos fundamentais de Frans Post, Rugendas, Debret, Chamberlain, Auguste Sisson e Emil Bauch

Quando Olavo Setúbal (1923-2008), fundador

do Banco Itaú, começou a colecionar arte,

em 1969, ao adquirir o quadro Povoado

numa Planície Arborizada, de Frans Post, não podia

imaginar que, cerca de quatro décadas depois, teria

um dos maiores acervos artísticos do mundo, com

mais de 12 mil itens.

Depois de três anos de intensos preparativos, o

Itaú Cultural abre para o público o Espaço Olavo Se-

tubal – Coleção Brasiliana Itaú, concebido para abri-

gar a exposição permanente de parte da magnífica

seleção de arte e de numismática reunida pelo banco

ao longo das últimas décadas. Da Coleção Brasiliana

foram selecionados 969 pinturas, gravuras, manus-

critos, documentos históricos e livros, entre outros

itens, que percorrem cinco séculos da produção ar-

tística brasileira, desde o descobrimento até o final

do século xx. Entre os trabalhos em exposição estão

cultura

42 financeiro fevereiro/março 2015

Page 43: Financeiro Ed 90

obras fundamentais de Frans Post, Rugendas, De-

bret, Chamberlain, Auguste Sisson e Emil Bauch, en-

tre outros artistas que se dedicaram aos primeiros

registros da paisagem e da vida brasileira.

No campo da numismática, o espaço trará a pú-

blico 395 peças que traçam a história das moedas

cunhadas no Brasil e um panorama abrangente das

medalhas e condecorações confeccionadas desde a

chegada dos portugueses, em 1500. Os dois anda-

res que abrigam o Espaço Olavo Setubal foram rees-

truturados com projeto especial de Daniela Thomas

e Felipe Tassara para expor as obras da coleção. A

curadoria da Brasiliana é de Pedro Corrêa do Lago;

e a de numismática, de Vagner Porto. “Antes de mais

nada, essa é uma exposição de arte. A arte produzida

no Brasil ou sobre o Brasil, por artistas brasileiros ou

estrangeiros, inspirados pelos temas do nosso país”,

lembra Corrêa do Lago. “Com essa iniciativa, o Itaú

traz a público de forma definitiva um dos acervos de

maior valor histórico e artístico do Brasil”, completa

Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

O Espaço Olavo Setubal apresenta, em nove mó-

dulos, peças iconográficas, imagens avulsas ou in-

seridas em álbuns, livros, documentos e mapas que

retratam e revelam o Brasil e sua cultura. Os gran-

des artistas viajantes são representados em gravu-

ras, pinturas, aquarelas ou desenhos originais, assim

como as primeiras obras publicadas a respeito do

País no exterior e álbuns iconográficos, impressos na

Europa e em território nacional. As obras-primas da

literatura brasileira também marcam presença, com

exemplares de primeiras edições, muitas delas com

dedicatória e ilustrações de nomes fundamentais da

arte brasileira. Os conjuntos manuscritos não são me-

nos importantes e trazem peças fundamentais da his-

tória e da literatura produzidas no País ou sobre ele.

Fotos: Divulgação

43fevereiro/março 2015 financeiro

Page 44: Financeiro Ed 90

Diante do visitante, os módulos se desdobram

por temas e períodos históricos, mas não necessa-

riamente por cronologia. O trajeto começa com O Bra-

sil Desconhecido, apresentando desde os primeiros

desenhos – que buscaram dar forma aos índios, re-

velando as primeiras impressões do europeu sobre

o nativo, registrando-os com traço mais próximo ao

Renascentismo, que não lhe era tão estranho, e, por

isso, com distorções sobre seus tipos físicos e costu-

mes –, até a documentação gerada até o século xVI.

Segue com O Brasil Holandês e O Brasil Secreto,

até o século xVIII. O Brasil dos Naturalistas começa a

entrar no século xIx, e, a partir do quinto módulo, O

Brasil da Capital, o visitante mergulha no país constru-

ído até o limiar dos anos 2000 – O Brasil da Província,

O Brasil do Império, O Brasil da Escravidão e O Brasil

dos Brasileiros. Uma série de vídeos com animações

mostram outras obras e páginas de livros que não po-

dem ser manuseados. A Coleção de Numismática, an-

tigamente acondicionada no Museu Herculano Pires,

no último andar do instituto, agora acompanha cada

etapa inserida no contexto histórico brasileiro.

Entre as raridades da Brasiliana estão ilustra-

ções para o relato conhecido hoje como Barleus (de

Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus

mais luxuosos do século xVII, e o primeiro a publi-

car imagens do Brasil. Além de ser o primeiro e, por

quase dois séculos, o mais preciso e completo texto

a respeito do País, o Barleus é considerado a mais

importante obra ilustrada do período. Algumas gra-

vuras foram retiradas do livro, sem prejuízo da en-

cadernação, e são apresentadas nas paredes, acom-

panhadas de vídeos com as pinturas de Frans Post,

permitindo fazer uma comparação entre as imagens.

Há, ainda, publicações do Brasil de grande va-

lor histórico realizadas por exploradores franceses

e holandeses. Destacam-se entre estes, outros au-

tores como Piso e Marcgraf, Jean de Léry, Claude

d’Abbevile, Andre Thevet e Jean le Prest. Também in-

tegra a exposição O Grande Atlas Blaeu, de 1667, que

compreende 598 mapas e foi produzido por Joannes

Blaeu, um dos maiores especialistas em cartografia

do século xVII.

A partir da abertura dos portos houve um sem

número de expedições científicas ao Brasil, reali-

zadas por europeus, para desvendar o território, a

fauna, a flora e os costumes dos nativos. As mais fa-

mosas e completas expedições, que resultaram em

publicações e compõem parte desse acervo em ex-

posição são as dos naturalistas Spix e Martius, e do

Entre as raridades da Brasiliana estão

ilustrações para o relato conhecido hoje como Barleus

(de Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus mais luxuosos

do século XVII, e o primeiro a publicar imagens do Brasil

cultura

44 financeiro fevereiro/março 2015

Page 45: Financeiro Ed 90
Page 46: Financeiro Ed 90

Destaques da NumismáticaMoedas, medalhas, barras de ouro e condecorações abarcam uma extensão temporal desde

a entrada dos portugueses no Brasil até os dias atuais. Destacam-se as moedas obsidionais ho-

landesas, as primeiras cunhadas em território brasileiro, em 1645 e 1646, no Recife, durante a

invasão holandesa no Nordeste do País.

Outro destaque data de 1695: o ensaio monetário Terra de Santa Cruz, cunhado na então re-

cém-fundada Casa da Moeda da Bahia. Na ocasião foram apresentados três modelos de moedas

de prata no valor de 640 réis, para que se escolhesse qual deveria entrar em circulação no Brasil.

Esse ensaio não foi aprovado por apresentar o nome primitivo do País e a cruz do calvário. São

conhecidos apenas dois exemplares no mundo.

Nas moedas de ouro do reinado de D. Maria I (1777-1805), nota-se como a iconografia nu-

mismática do período incorporou as mudanças de sua vida. Até 1786, elas traziam gravadas as

imagens da rainha, legítima soberana, e de seu marido, D. Pedro III, que com ela dividia o trono,

e se chamavam Perfis Sobrepostos. De 1786 a 1789, falecido o seu esposo, D. Maria I expressou

sua viuvez nas moedas batizadas Véu de Viúva. Passados os três anos de luto oficial, o retrato da

soberana passou a apresentar, até 1799, um toucado com joias e fitas.

Entre as aquisições mais recentes encontram-se raras medalhas adquiridas em leilões no ex-

terior: uma de prata, de 1640, que retrata Mauricio de Nassau; uma medalha de 1843 referente ao

casamento de D. Pedro II e Tereza Cristina, possivelmente o único exemplar cunhado em ouro; uma

medalha de 1852 da Campanha do Uruguai, comprovadamente único exemplar de ouro e que per-

tenceu ao Duque de Caxias. Vale ressaltar, ainda, a primeira medalha cunhada no Brasil, em 1820,

com a efígie de D. João VI.

Outras aquisições merecem destaque, como o documento Guia de Fundição de Ouro da Casa da Ad-

ministração Geral dos Diamantes em Tijuco, Minas Gerais, de 1777. De igual relevância, a condecoração

Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, criada por D. João VI em 1816, e uma pulseira

de ouro com condecorações em miniatura do Império. São tantas riquezas culturais que por mais que

os relatos sejam minuciosos nada substituirá uma visita a esse magnífico universo cultural brasileiro.

Itaú CulturalAvenida Paulista, 149 – São Paulo, SP, Tel.: (11) 2168.1777 / 2168.1776 – http://novo.itaucultural.org.br/

Príncipe Maximilian da Áustria, verdadeiros inventá-

rios da natureza brasileira.

A curiosidade dos europeus pelo Brasil não se li-

mitava ao âmbito científico. Abrangia também a con-

templação das belas paisagens, como se pode ver

em alguns dos mais expressivos álbuns de gravuras,

como os de Rugendas, Debret, Chamberlain, Augus-

te Sisson, Schlappriz, Buvelot e Moreau, Bertichem

e Emil Bauch. O Espaço Olavo Setubal exibe, ainda,

diversas primeiras edições das obras de poetas e ro-

mancistas genuinamente brasileiros, como Casemi-

ro de Abreu, Castro Alves, Machado de Assis, e outros

tantos expoentes da literatura do século xIx. f

Olavo Setubal: fundador do Banco Itaú e idealizador da coleção Brasiliana

cultura

46 financeiro fevereiro/março 2015

Page 47: Financeiro Ed 90
Page 48: Financeiro Ed 90

No Museu da Imigração, em São Paulo, é possível mergulhar no cotidiano dos imigrantes que ajudaram a construir o desenvolvimento econômico do País

memória

Müller, Willy, Fava, Lanzellotti, Bochichi,

Pineda, Barreira, Hafez, Baracat, Pola-

cow, Murakami são alguns dos sobreno-

mes de famílias de imigrantes que passaram a fa-

zer parte do cotidiano dos brasileiros. Boa parte da

trajetória dessas pessoas que fincam suas raízes

do Brasil está registrada no Museu da Imigração,

que foi reinaugurado em maio do ano passado, em

São Paulo. Instalado na antiga Hospedaria do Brás,

o espaço resgata o processo migratório a partir da

história das 2,5 milhões de pessoas, de mais de 70

nacionalidades, que passaram pelo prédio entre os

anos de 1887 e 1978.

Como a construção é tombada, a única alteração

no projeto original foi a instalação de um elevador

para cadeirantes. É uma opção de passeio bem di-

vertido e cultura para levar as crianças durante o

período de férias. Elas podem saber como foi pas-

sar por ali décadas atrás por meio de uma exposi-

ção permanente. Há um painel interativo que forma

um mosaico de rostos e a reprodução de um quarto

e do refeitório, nos quais se podem ler cartas reais

deixadas para trás. O lugar também oferece uma

bonita sala para atividades infantis. Além disso, o

Museu da Imigração oferece também loja de suve-

nir, café, biblioteca, wi-fi no jardim e interligação

com a “maria-fumaça” (antiga locomotiva movida a

vapor) – pago à parte; R$ 10.

Essa restauração, concluída no ano passado,

foi a primeira do prédio, aberto em 1888. A refor-

ma custou em torno de R$ 20 milhões, e demorou

três anos e meio para poder se adequar à função

que tem hoje. Além de receber público, o museu irá

preservar seu acervo que, segundo Marília Bonas,

diretora executiva da instituição, tem mais de 12 mil

em algum lugar do passado

48 financeiro fevereiro/março 2015

Page 49: Financeiro Ed 90

itens doados por comunidades de imigrantes, mi-

grantes e descendentes.

Segundo Marília, as reformas permitiram que o

museu ficasse acessível a todos os públicos, mais

seguro e com climatização adequada para o acervo.

“O edifício foi construído em um projeto político para

atrair mão de obra estrangeira para as plantações de

café, depois da abolição da escravatura. Para isso, foi

construído um grande complexo de hospedaria para

acolher a mão de obra desejada pelo governo de São

Paulo, no final do século 19”, conta Marília.

A partir de 1930, a hospedaria passou a fun-

cionar como área de refúgio e de assistência so-

cial, atendendo também a migrantes. Em 1995, foi

criado o Memorial do Imigrante. Alguns atrativos do

antigo Memorial do Imigrante permanecem, como

o passeio de “maria-fumaça”. Uma das novidades é

a exposição de longa duração Migrar: Experiências,

Memórias e Identidades, que conta com oito módu-

los sobre o processo migratório no País. A mostra

apresenta documentos, fotos, vídeos, depoimentos

e diversos objetos. Mais de 200 itens do acervo são

exibidos. São malas, mobiliários da antiga hospeda-

ria, objetos pessoais, etc. Dois espaços atraem mais

a atenção dos visitantes: o refeitório e o dormitório.

A proposta, segundo Marília, é fazer uma apro-

ximação com a questão da imigração contemporâ-

nea. “A exposição faz um panorama da imigração

no Brasil, principalmente em São Paulo. Ela conta

com bastante recurso tecnológico, várias projeções

e multimídias, para que o público viva uma espé-

cie de imersão na experiência da imigração, tanto

no passado quanto nos dias de hoje”, diz a diretora

executiva do museu.

Em seu novo projeto museológico, o Museu da

Recepção do museu: painel de abertura

Imigração valoriza ainda mais o encontro das múlti-

plas histórias e origens e propõe ao público o contato

com as lembranças daquelas pessoas que vieram de

terras distantes, suas condições de viagem, adapta-

ção aos novos trabalhos e contribuição para a forma-

ção do que hoje chamamos de identidade paulista.

A história da migração humana não deve ser

encarada como uma questão relacionada exclusiva-

mente ao passado; há a necessidade de tratar sobre

deslocamentos mais recentes. O Museu da Imigração

estimula o diálogo sobre as migrações como um fe-

nômeno contemporâneo, que não se encerra com o

fechamento das atividades da hospedaria, reconhe-

cendo a recepção dos milhões de migrantes atuais e

a repercussão desse deslocamento para a cidade. f

Flagrante do dormitório da antiga hospedaria dos imigrantes

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

49fevereiro/março 2015 financeiro

Museu da Imigração do Estado de São PauloRua Visconde de Parnaíba, 1316 – São Paulo, SP

Tel. (11) 2692-1866

www.musueudaimigracao.org.br

Page 50: Financeiro Ed 90

saúde&lazer

Mais saúde e menos estresse

O Spa Med Sorocaba Campus é uma das

alternativas para quem busca uma vida mais

saudável em 2015

50 financeiro fevereiro/março 2015

Page 51: Financeiro Ed 90

No início do ano não faltam aqueles que

prometem adotar um novo estilo de vida.

O mais complicado, porém, é sair da pro-

messa e partir para a prática. Muitos começam por

marcar uma consulta com o endocrinologista, ou-

tros optam pela academia de ginástica, há os que

preferem contratar um personal trainer e existem,

ainda, os que não confiam na sua força de vontade

e recorrem aos spas. É nessa última alternativa

que se encaixam alguns dos hóspedes do Spa Med

Sorocaba Campus, em Sorocaba, interior paulista.

Ao perceber as dificuldades encontradas pelos

seus pacientes em seguir as prescrições médicas,

o endocrinologista Mauro Tadeu Moura criou um

espaço que tem o conforto de um hotel, o lazer de

um clube e o atendimento de uma clínica médica.

Sua estrutura oferece diversas atividades físicas,

atendimentos estéticos, acompanhamento multi-

disciplinar (por médicos, psicólogas, nutricionis-

tas, fisioterapeutas, recreacionistas e professores

de Educação Física). Todos atuam de forma inte-

grada em busca de três objetivos: a redução de

peso do hóspede, a adoção de uma reeducação

alimentar e o combate aos males da vida moderna.

Em uma área de 220 mil metros quadrados, o

Med Sorocaba oferece 106 acomodações, que po-

dem acolher até 169 hóspedes. Na casa/sede, di-

vidida em oito espaços, são desenvolvidas as ati-

vidades de integração dos clientes. Os ambientes

são preparados para sessões de cinema, salão de

carteado e jogos de tabuleiros, sala de leitura com

lareira e piano. Nas dependências esportivas, os

hóspedes podem optar pelas atividades do fitness

center, com programas específicos de acordo com

a avaliação cardíaca do cliente. O programa de con-

dicionamento físico é segmentando em diversas

modalidades: caminhada, esteira, bicicleta ergomé-

trica, musculação, alongamento, aerocárdio, aero-

boxe, entre outros. Se o seu negócio são as atividades na água, eles têm quatro

alternativas: hidro light, hidro power, hidro local ou caminhada aquática.

Mas, o que costuma pegar pesado na hora de emagrecer são as dietas

hipocalóricas – aquelas em que consumimos menor quantidade com mais

qualidade. Para evitar surpresa, os hóspedes do Spa Med, após o check-in

no hotel, participam de uma reunião em grupo com a nutricionista, que ex-

plica detalhadamente os benefícios das refeições de baixas calorias. O de-

partamento de nutrição oferece também aulas semanais de culinária light e

saudável, parte essencial do processo de reeducação alimentar, além de ser

uma ótima oportunidade para os clientes se divertirem enquanto aprendem

novas receitas.

Para evitar que os hóspedes caiam nas tentações das calorias após dei-

xarem o spa, os clientes passam por uma consulta individual com a nutricio-

nista, que reforçará quais deverão ser os novos hábitos alimentares, além de

criar um cardápio equilibrado e adequado às necessidades de cada pessoa.

E então, ficou animado em começar 2015 em paz com a balança e com a sua

qualidade de vida?. f

51fevereiro/março 2015 financeiro

Spa Med SorocabaEstrada José Celeste, 1.205 – Sorocaba, SP

Tel.: (15) 3237.9090

www.spamed.com.br

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Page 52: Financeiro Ed 90

Bom apetite!Conheça o novo espaço de São Paulo dedicado exclusivamente à alta culinária

o Shopping Cidade Jardim, em São Paulo,

inaugurou um novo conceito em gastro-

nomia: o Food Hall. Trata-se de um es-

paço de 1.200 metros quadrados dedicados a 28

operações gastronômicas: são produtos e pratos

das culinárias brasileira, japonesa, italiana e ára-

be, incluindo opções de pratos congelados para

programas alimentares, sem glúten e sem lactose.

Há também itens para levar para casa, como

frutas, verduras e legumes orgânicos, carnes, pães

especiais, ervas, grãos, farinhas integrais, sucos

com frutas e vegetais orgânicos, vinhos, conser-

vas, azeites, ragus e pestos, conservas, massas,

molhos para massas e saladas, queijos e balas

artesanais, cafés, geleias, bem-casados, cookies,

pipoca gourmet, pudins, brigadeiros e sorvetes.

Além de degustar alimentos saudáveis e de

alta qualidade, os clientes podem fazer refeições

em um ambiente tranquilo e aconchegante. Tudo

isso com uma das vistas mais bonitas da cidade.

Com luz natural e vista para o skyline de São Pau-

lo, o projeto arquitetônico do Food Hall foi desen-

volvido pelo escritório inglês CADA Design Group,

responsável pelas unidades Dean & Deluca, na

Ásia, nos Estados Unidos e em outros países, e

pela área de gastronomia da Galerie Lafayette,

em Paris. f

gastronomiaFo

tos:

Div

ulga

ção

52 financeiro fevereiro/março 2015

Food Hall (Shopping Cidade Jardim)Av. Magalhães de Castro, 12.000

(Marginal Pinheiros, entre as pontes Cidade

Jardim e Morumbi)

Tel.: (11) 3552.3560

Page 53: Financeiro Ed 90

se você está em São Paulo e bate aque-

la vontade de estar em Paris, sentado

em um café, lendo uma revista e ven-

do a vida passar, saiba que esse desejo está

mais perto do que você imagina. A Patisserie

Douce France, do chef confeiteiro Fabrice Le

Nud, na Alameda Jaú, resgata com fidelida-

de essa atmosfera da Av. Champs Elysées ou

da Place de l´Opéra.

Fabrice encanta os clientes com suas deli-

cadas receitas, como éclair de chocolate, torta

saint honoré e carolinas recheadas de creme.

Mas, é capaz de seduzir os paladares mais

exigentes apenas com um croissant simples,

uma baguete ou um brioche. São tão saboro-

très savoureux

happyhour

sos que você nem sentirá falta da manteiga.

Inaugurada em 2001, logo depois de Fa-

brice deixar a patisserie do Hotel Sofitel, em

São Paulo, atual Grand Mercure, da Av. Sena

Madureira, a Douce France em pouco tempo

ganhou fama. Tanto que em 2003, ele abriu

sua segunda unidade, no Shopping Morumbi.

Hoje, o chef mantém mais uma filial na sede da

Aliança Francesa, na Rua General Jardim, cen-

tro da capital. Seu êxito com a clientela é con-

firmado pelos críticos. Fabrice já foi eleito, seis

vezes consecutivas, o melhor chef patissier do

ano de São Paulo, pela revista Gula. Ou seja,

não é preciso viajar a Paris para experimentar

essas tradicionais receitas francesas. f

Fabrice Le Nud:chef da Douce France

O chef confeiteiro Fabrice Le Nud, da Patisserie Douce France, encanta os paulistanos com suas delícias francesas

Foto

s: D

ivul

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Douce FranceAlameda Jaú, 554, São Paulo, SP

Tel.: (11) 3262-3542

www.patisseriedoucefrance.com.br

Page 54: Financeiro Ed 90
Page 55: Financeiro Ed 90

os tributos são valores que incidem sobre

bens e serviços comercializados e cons-

tituem a principal fonte de receitas dos

governos federais, estaduais e municipais. Os re-

cursos obtidos pelos governos, teoricamente, de-

veriam ser convertidos em serviços de educação,

saúde, segurança, entre outros, para a população.

Entretanto, na prática, nem sempre isso ocorre.

Para mensurar, de certa maneira, o nível de vida

proporcionado à população de um país pode-se

empregar indiretamente o Índice de Desenvolvi-

tributos: a contrapartida

bancodedadosinepad

mento Humano (IDH) que considera longevidade,

acesso ao conhecimento e renda.

Primeiro, no gráfico 1, tem-se a comparação da

carga tributária do Brasil e dos outros países que

compõem o BRIC. Conforme observado, o Brasil é

um dos BRICs em que a carga tributária ultrapassa

os 30% de Produto Interno Bruto (PIB). É possível

ver a estabilidade de todos os países durante o pe-

ríodo, com exceção da China, que apresentou cres-

cimento expressivo, passando de 15% em 2001

para 27% em 2014.

Gráfico 1- Carga Tributária BRICs (% PIB)

55fevereiro/março 2015 financeiro

Page 56: Financeiro Ed 90

bancodedadosinepad

Adicionalmente, com base na tabela 1, é possí-

vel constatar que o Brasil passou da faixa de IDH

médio para alto, a China passou de baixo para alto,

e a Índia, de muito baixo para baixo, enquanto a

Rússia se manteve na faixa de IDH alto.

Ao comparar o Brasil com países desenvolvi-

dos, gráfico 2, é perceptível que a representativi-

dade dos tributos no PIB está no mesmo patamar

do Reino Unido e acima de Japão e Estados Unidos.

Outro ponto que pode ser destacado é a estabilida-

de dos países desenvolvidos, com exceção do Ja-

pão, que cresceu 7,96%, e certa tendência de redu-

ção de Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos,

que reduziram a representatividade dos tributos

no PIB em 0,20%, 0,43% e 2,18%, respectivamente.

Ao observar a tabela 2 percebe-se o cresci-

mento de todos os países analisados. Nesse gru-

po de países o destaque é a Alemanha, que elevou

seu IDH em 6,67%, mesmo com redução da carga

tributária, enquanto Estados Unidos, Reino Unido

e Japão apresentaram 3,36%, 3,51% e 3,73% de

crescimento, respectivamente. Essa tendência de

redução da carga tributária pode ser creditada à

crise e à instabilidade econômica, diminuindo tan-

to o consumo quanto a produção de bens e conse-

quentemente a arrecadação.

Ao cruzar as informações do gráfico 2 com

as da tabela 2 é notável que a carga tributária do

Brasil atualmente ultrapassa a carga de países de-

senvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Reino

Unido, contudo, o retorno para a sociedade se en-

contra em patamares bem diferentes. Além disso,

quando comparado com os BRICs, o Brasil é o país

com a maior carga tributária e ainda assim não

possui o IDH mais elevado do grupo.

País 2000 2005 2008 2010 2011 2012 2013Brasil 0,682 0,705 0,731 0,739 0,740 0,742 0,744China 0,591 0,645 0,682 0,701 0,710 0,715 0,719Índia 0,483 0,527 0,554 0,570 0,581 0,583 0,586

Rússia 0,717 0,750 0,770 0,773 0,775 0,777 0,778

Tabela 1 – IDH: BRICs

Font

e: In

epad

& P

NU

D

Elaborado pelo Centro de Pesquisas do INEPAD - Núcleo CEPEFIN

Elaboração:Alberto Borges Matias – Fundador do INEPAD e orienta-dor do CEPEFIN. Professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da

Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto. Livre docente em Finanças, atuando nos programas de graduação, pós-graduação e MBAs da Universidade.

João Paulo Resende de Lima – Pesquisador do Centro de Pesquisas do INEPAD – Núcleo CEPEFIN. Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto.

Foto

: Div

ulga

ção

56 financeiro fevereiro/março 2015

Page 57: Financeiro Ed 90

País 2000 2005 2008 2010 2011 2012 2013Brasil 0,682 0,705 0,731 0,739 0,740 0,742 0,744

Alemanha 0,854 0,887 0,902 0,904 0,908 0,911 0,911Japão 0,858 0,873 0,881 0,884 0,887 0,888 0,890

Reino Unido 0,863 0,888 0,890 0,895 0,891 0,890 0,892Estados Unidos 0,883 0,897 0,905 0,908 0,911 0,912 0,914

Tabela 2 - IDH: Brasil x Países Desenvolvidos

Gráfico 2 - Carga Tributária (% PIB): Brasil x Países Desenvolvidos

Font

e: In

epad

& P

NU

D

Uma vez que a carga tributária atual está no

patamar de países desenvolvidos e o retorno à so-

ciedade não, a reforma tributária se faz necessária

para diminuir essa disparidade. Desde 2008 a Pro-

posta de Emenda à Constituição (PEC) 233/2008 se

encontra à discussão.

A PEC 233/2008 propõe a simplificação do sis-

tema tributário federal através da criação do Im-

posto sobre Valor Adicionado Federal (IVA-F) que

unifica PIS, COFINS e Cide-combustível. Além da

simplificação do sistema federal, a reforma tri-

butária visa desburocratizar o sistema como um

todo, distribuir de maneira equitativa a carga en-

tre os Estados, eliminar as distorções da estrutura

tributária atual, eliminar a guerra fiscal entre os

Estados e reduzir os custos para empresas e con-

sumidores. Assim, vemos a importância de a PEC

233/2008 ser aprovada e entrar em vigor.

A discussão sobre a aprovação da PEC

233/2008 ainda está ocorrendo e tem causado

conflito de opiniões entre Estados, principalmente,

pelas divergências de interesses. Assim, enquanto

essa reforma continuar na teoria e não for aprova-

da, o Brasil continuará sofrendo com uma estrutu-

ra tributária complicada e cara, que bate recordes

de arrecadação a cada ano, mas com serviços de

qualidade baixa, que não refletem a alta arrecada-

ção do governo. f

57fevereiro/março 2015 financeiro

Page 58: Financeiro Ed 90

Taxas Médias: geralDATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.nov/13 20,0 0,2 8,5 0,3 11,5 -0,1dez/13 19,7 -0,3 8,6 0,1 11,1 -0,4jan/14 20,7 1,0 8,9 0,3 11,8 0,7fev/14 21,0 0,3 8,7 -0,2 12,3 0,5mar/14 21,1 0,1 8,8 0,1 12,3 0,0abr/14 21,1 0,0 8,6 -0,2 12,5 0,2mai/14 21,4 0,3 8,6 0,0 12,8 0,3jun/14 21,1 -0,3 8,4 -0,2 12,7 -0,1jul/14 21,4 0,3 8,3 -0,1 13,1 0,4

ago/14 21,1 -0,3 7,8 -0,5 12,7 -0,4set/14 21,0 -0,1 8,3 0,5 12,7 0,0out/14 21,3 0,3 8,5 0,2 12,8 0,1nov/14 21,3 0,0 8,7 0,2 12,6 -0,2

Variação nov-nov 1,3 0,2 1,1

DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.nov/13 26,1 -0,1 9,1 0,3 17,0 -0,4dez/13 25,6 -0,5 9,2 0,1 16,4 -0,6jan/14 26,8 1,2 9,5 0,3 17,3 0,9fev/14 27,4 0,6 9,2 -0,3 18,2 0,9mar/14 27,7 0,3 9,4 0,2 18,3 0,1abr/14 27,7 0,0 9,1 -0,3 18,6 0,3mai/14 27,9 0,2 9,1 0,0 18,8 0,2jun/14 27,9 0,0 8,8 -0,3 19,1 0,3jul/14 28,2 0,30 8,8 0,00 19,4 0,3

ago/14 27,9 -0,30 8,4 -0,40 19,1 -0,3set/14 27,5 -0,40 8,7 0,30 18,8 -0,3out/14 28,1 0,60 8,9 0,20 19,2 0,4nov/14 28,0 -0,10 9,1 0,20 18,9 -0,3

Variação nov-nov

Taxas Médias: Pessoa física

1,9 0,0 1,9

DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.nov/13 15,2 0,4 8,1 0,3 7,1 0,1dez/13 15,1 -0,1 8,2 0,1 6,9 -0,2jan/14 15,9 0,8 8,3 0,1 7,6 0,7fev/14 16,0 0,1 8,3 0,0 7,7 0,1mar/14 16,0 0,0 8,3 0,0 7,7 0,0abr/14 16,0 0,0 8,2 -0,1 7,8 0,1mai/14 16,3 0,3 8,2 0,0 8,1 0,3jun/14 15,7 -0,6 8,0 -0,2 7,7 -0,4jul/14 16,0 0,30 7,9 -0,10 8,1 0,4

ago/14 15,8 -0,20 8,8 0,90 7,8 -0,3set/14 15,8 0,00 7,9 -0,90 7,9 0,1out/14 15,9 0,10 8,2 0,30 7,7 -0,2nov/14 16,0 0,10 8,4 0,20 7,6 -0,1

Variação nov-nov

Taxas Médias: Pessoa jurídica

0,8 0,3 0,5

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

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bancodedadosinepad

58 financeiro fevereiro/março 2015

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Consignados: saldo de operações de crédito

nov/13 99.423 136.391 18.008 66.356 220.628 320.178 24,5 41,7 17,2 dez/13 97.767 137.169 17.953 66.755 221.841 319.644 24,4 41,3 16,9 jan/14 98.921 138.420 18.050 67.672 224.142 323.063 24,9 43,0 18,1 fev/14 99.503 140.063 18.175 69.344 227.582 327.085 25,1 44,1 19,0 mar/14 100.269 141.516 18.280 69.795 229.591 329.860 25,3 43,9 18,6 abr/14 101.020 143.218 18.522 70.466 232.206 333.226 25,3 45,2 19,9 mai/14 102.162 145.134 18.733 71.249 235.116 337.278 25,5 44,9 19,4 jun/14 102.451 147.050 18.769 72.237 238.056 340.153 25,6 45,5 19,9 jul/14 102.250 148.847 18.913 73.065 240.825 342.787 25,9 45,8 19,9

ago/14 102.902 150.636 19.110 73.418 243.164 346.027 25,8 45,4 19,6 set/14 103.295 151.580 19.233 73.776 244.589 347.884 25,9 44,3 18,4 out/14 104 250 153 670 19 290 75 186 248 146 352 396 25,5 45,9 20,4 nov/14 103 748 154 309 19 353 76 206 249 868 353 616 26,1 46,1 20,0

Mês/Ano Não consignado

ConsignadoServidores

públicosTrabalhadores

do setor privadoBeneficiários

do INSSTotal

TotalConsignado Crédito

PessoalDiferença

Crédito pessoal Taxa de Juros %a.a.

crédito consignado (R$ milhões)

Font

e: B

C /

INEP

AD

59fevereiro/março 2015 financeiro

Page 60: Financeiro Ed 90

nov/13 21.247 -3,68 135.236 1,16 21.416 -0,39 99.423 0,83 220.754 0,90 320.177 0,88

dez/13 20.219 -4,84 144.589 6,92 21.195 -1,03 97.767 -1,67 221.878 0,51 319.645 -0,17

jan/14 21.742 7,53 143.914 -0,47 21.058 -0,65 98.921 1,18 224.143 1,02 323.063 1,07

fev/14 21.926 0,85 139.697 -2,93 20.887 -0,81 99.503 0,59 227.581 1,53 327.085 1,24

mar/14 23.129 5,49 141.616 1,37 20.719 -0,80 100.269 0,77 229.591 0,88 329.859 0,85

abr/14 23.587 1,98 141.324 -0,21 20.598 -0,58 101.020 0,75 232.206 1,14 333.226 1,02

mai/14 23.350 -1,00 143.584 1,60 20.629 0,15 102.162 1,13 235.116 1,25 337.279 1,22

jun/14 23.983 2,71 144.211 0,44 20.430 -0,96 102.451 0,28 238.057 1,25 340.508 0,96

jul/14 23.150 -3,47 145.044 0,58 20.424 -0,03 102.250 -0,20 240.825 1,16 343.075 0,75

ago/14 22.890 -1,12 145.428 0,26 20.431 0,03 102.902 0,64 243.164 0,97 346.066 0,87

set/14 23.458 2,48 147.488 1,42 20.234 -0,96 103.295 0,38 244.590 0,59 347.885 0,53

out/14 23.251 -0,88 150.031 1,72 20.246 0,06 104.250 0,92 248.146 1,45 352.396 1,30

nov/14 22.297 -4,10 150.806 0,52 20.596 1,73 103.748 -0,48 249.868 0,69 353.616 0,35

MÊS

/ A

NO

CHEQUE ESPECIAL

VARIAçãOEM %

CARTãO DE CRÉDITO

VARIAçãOEM %

VARIAçãOEM %

Crédito pessoal não consignado

Variação em %

Crédito pesso-al consignado

total

Variação em %

TOTAL

VAR

IAç

ãO

EM %

CRÉDITO PESSOALCRÉDITO PESSOAL NãO CONSIGNADO VINCULADO À

DÍVIDA

Saldo da carteira de crédito - pessoa físicarecursos livres - (R$ milhões)

nov/13 193.082 0,03 11.191 0,76 204.273 0,07 8.498 -6,24 1.578 3,54 25.723 2,21

dez/13 192.797 -0,15 11.373 1,63 204.170 -0,05 7.906 -6,97 1.564 -0,89 25.930 0,80

jan/14 193.006 0,11 11.460 0,76 204.466 0,14 7.368 -6,80 1.534 -1,92 26.354 1,64

fev/14 191.845 -0,60 12.106 5,64 203.951 -0,25 6.854 -6,98 1.574 2,61 25.397 -3,63

mar/14 189.952 -0,99 12.005 -0,83 201.957 -0,98 6.315 -7,86 1.528 -2,92 24.909 -1,92

abr/14 188.987 -0,51 11.957 -0,40 200.944 -0,50 5.883 -6,84 1.517 -0,72 25.091 0,73

mai/14 188.048 -0,50 11.958 0,01 200.006 -0,47 5.481 -6,83 1.541 1,58 24.863 -0,91

jun/14 186.534 -0,81 11.952 -0,05 198.486 -0,76 5.088 -7,17 1.596 3,57 24.552 -1,25

jul/14 185.273 -0,68 11.937 -0,13 197.210 -0,64 4.694 -7,74 1.550 -2,88 24.982 1,75

ago/14 184.581 -0,37 11.900 -0,31 196.481 -0,37 4.363 -7,05 1.573 1,48 25.371 1,56

set/14 183.918 -0,36 11.983 0,70 195.901 -0,30 4.031 -7,61 1.544 -1,84 26.597 4,83

out/14 183.559 -0,20 11.925 -0,48 195.484 -0,21 3.795 -5,85 1.528 -1,04 26.261 -1,26

nov/14 183.544 -0,01 12.000 0,63 195.544 0,03 3.559 -6,22 1.560 2,09 26.615 1,35

MÊS

/ A

NO

VeículosVariação

em % Outros bens Variação em %

OUTROS CRÉDITOS

LIVRES

VAR

IAç

ãO

EM %

AQUISIçãO

TOTALVARIAçãO

EM %VARIAçãO

EM %

VAR

IAç

ãO

EM %

ARREN-DAMENTO MERCAN-

TIL

DESCONTO DE

CHEQUES

Saldo da carteira de crédito - pessoa física

Saldo da carteira de crédito - pessoa física

recursos livres - (R$ milhões)

recursos direcionados - (R$ milhões)RECURSOS LIVRES - (R$ Milhões)MÊS /

ANOCRÉDITO RU-RAL TOTAL

VARIAçãO EM %

FINANC. IMOBILI-ÁRIO TOTAL

VARIAçãO EM %

FINANC. RECUR-SOS DO BNDES

VARIAçãO EM %

MICROCRÉDI-TO TOTAL

VARIAçãO EM %

OUTROS CRÉDITOS DIRECIONADOS

VARIAçãO EM %

nov/13 110.969 2,71 333.878 2,29 35.688 1,89 4.873 10,17 6.343 2,82dez/13 115.287 3,89 341.465 2,27 37.067 3,86 5.392 10,65 6.745 6,34jan/14 116.353 0,92 347.709 1,83 38.608 4,16 5.450 1,08 6.865 1,78fev/14 117.794 1,24 354.600 1,98 39.102 1,28 5.415 -0,64 6.968 1,50mar/14 119.943 1,82 360.784 1,74 39.328 0,58 5.261 -2,84 6.807 -2,31abr/14 122.988 2,54 367.637 1,90 39.564 0,60 5.172 -1,69 7.030 3,28mai/14 126.200 2,61 376.527 2,42 39.180 -0,97 5.301 2,49 7.277 3,51jun/14 129.165 2,35 384.518 2,12 39.301 0,31 5.458 2,96 7.333 0,77jul/14 127.574 -1,23 392.979 2,20 39.674 0,95 5.513 1,01 6.467 -11,81ago/14 130.981 2,67 401.035 2,05 40.373 1,76 5.609 1,74 6.447 -0,31set/14 134.994 3,06 407.021 1,49 41.178 1,99 5.462 -2,62 4.767 -26,06out/14 135.754 0,56 416.059 2,22 41.735 1,35 5.351 -2,03 4.636 -2,75nov/14 138.416 1,96 424.060 1,92 42.194 1,10 5.385 0,64 4.677 0,88

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

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Font

e: B

C /

INEP

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bancodedadosinepad

60 financeiro fevereiro/março 2015

Page 61: Financeiro Ed 90

Gráfico do crédito pessoal

nov/13 320.177 12.199 3,81% 193.082 15.350 7,95% 11.191 789 7,05%

dez/13 319.645 13.265 4,15% 192.797 14.922 7,74% 11.373 753 6,62%

jan/14 323.063 14.344 4,44% 193.006 14.939 7,74% 11.460 842 7,35%

fev/14 327.085 14.032 4,29% 191.845 14.408 7,51% 12.106 856 7,07%

mar/14 329.859 14.745 4,47% 189.952 16.051 8,45% 12.005 970 8,08%

abr/14 333.226 15.395 4,62% 188.987 15.818 8,37% 11.957 988 8,26%

mai/14 337.279 14.739 4,37% 188.048 15.307 8,14% 11.958 935 7,82%

jun/14 340.508 15.050 4,42% 186.534 15.184 8,14% 11.952 932 7,80%

jul/14 343.075 13.757 4,01% 185.273 14.229 7,68% 11.937 865 7,25%

ago/14 346.066 13.116 3,79% 184.581 13.677 7,41% 11.900 806 6,77%

set/14 347.885 13.881 3,99% 183.918 13.205 7,18% 11.983 778 6,49%

out/14 352.396 13.497 3,83% 183.599 13.072 7,12% 11.925 843 7,07%

nov/14 353.616 13.756 3,89% 183.544 12.866 7,01% 12.000 799 6,66%

MÊS

/ A

NO

% sobre saldo da carteira

% sobre saldo da carteira

% sobre saldo da carteira

Com atraso de 15 a 90 dias

Com atraso de 15 a 90 dias

Com atraso de 15 a 90 diasSaldo total Saldo total Saldo total

CRÉDITO PESSOAL AQUISIçãO DE VEÍCULOS AQUISIçãO DE OUTROS BENS

Saldo da carteira de crédito - pessoa físicaSaldo (R$ milhões) e percentual (%) da carteira de crédito com recursos livres PF - Total e com atraso entre 15 e 90 dias

Data Saldo Taxa de Jurosabr/12 254.431 41,40mai/12 259.656 39,30jun/12 263.702 38,20jul/12 266.503 38,60

ago/12 270.538 38,00set/12 271.628 37,70out/12 275.565 37,80nov/12 278.776 37,10dez/12 279.104 36,90jan/13 283.245 37,30fev/13 287.061 37,90mar/13 291.741 37,17abr/13 296.412 36,83mai/13 301.254 36,74jun/13 304.967 38,02jul/13 307.842 39,75

ago/13 311.515 39,71set/13 314.414 40,34out/13 317.384 42,23nov/13 320.177 41,72dez/13 319.645 41,32jan/14 323.063 43,00fev/14 327.085 44,10mar/14 329.859 43,90abr/14 333.226 45,20mai/14 337.279 44,90jun/14 340.153 45,50jul/14 342.786 45,80

ago/14 345.939 45,40set/14out/14nov/14

347.795351.404351.404

44,3045,9045,90

Data Saldo Taxa de Jurosnov/09 156.259 43,64dez/09 159.692 44,35jan/10 162.446 44,83fev/10 165.543 43,81mar/10 170.393 42,69abr/10 174.442 42,87mai/10 178.844 43,04jun/10 181.458 41,97jul/10 184.359 42,21

ago/10 188.779 41,96set/10 191.969 41,63out/10 195.497 43,55nov/10 198.633 41,99dez/10 201.611 44,11jan/11 205.727 48,32fev/11 209.255 47,96mar/11 210.445 43,01abr/11 213.685 44,34mai/11 216.864 44,56jun/11 220.666 44,52jul/11 224.603 45,01

ago/11 229.192 44,52set/11 232.172 44,64out/11 235.202 45,34nov/11 238.570 43,64dez/11 238.854 42,40jan/12 242.445 44,80fev/12 246.608 45,20mar/12 250.527 43,90

Data Saldo Taxa de Jurosjun/07 96.426 51,06jul/07 100.256 50,61

ago/07 102.555 49,89set/07 104.222 49,43out/07 106.498 48,88nov/07 107.293 46,75dez/07 108.041 45,80jan/08 110.428 53,08fev/08 112.303 52,59mar/08 115.578 50,48abr/08 118.248 50,60mai/08 120.720 48,39jun/08 121.211 51,39jul/08 123.198 53,59

ago/08 125.550 54,49set/08 127.281 56,31out/08 129.704 57,42nov/08 130.039 59,88dez/08 129.741 60,44jan/09 131.707 56,51fev/09 130.219 54,49mar/09 133.330 50,84abr/09 137.539 48,78mai/09 139.997 46,62jun/09 142.569 45,64jul/09 145.446 44,78

ago/09 148.622 44,29set/09 151.359 44,71out/09 154.386 45,74Fo

nte:

BC

/ IN

EPA

DFo

nte:

BC

/ IN

EPA

D

61fevereiro/março 2015 financeiro

Page 62: Financeiro Ed 90

nov/13 320.177 2,95 -0,03 41,72 -0,51 193.082 1,62 0,03 21,28 0,45 11.191 4,65 0,07 72,57 1,38

dez/13 319.645 2,92 -0,02 41,32 -0,40 192.797 1,62 0,00 21,29 0,01 11.373 4,93 0,28 78,13 5,56

jan/14 323.063 3,03 0,10 43,00 1,68 193.006 1,72 0,10 22,74 1,45 11.460 4,73 -0,20 74,16 -3,97

fev/14 327.085 3,09 0,07 44,10 1,10 191.845 1,80 0,08 23,85 1,11 12.106 4,79 0,06 75,36 1,20

mar/14 329.859 3,08 -0,01 43,90 -0,20 189.952 1,78 -0,02 23,54 -0,31 12.005 4,84 0,05 76,43 1,07

abr/14 333.226 3,16 0,08 45,20 1,30 188.987 1,71 -0,06 22,62 -0,92 11.957 4,89 0,04 77,34 0,91

mai/14 337.279 3,14 -0,02 44,90 -0,30 188.048 1,74 0,03 22,99 0,37 11.958 4,93 0,04 78,19 0,85

jun/14 340.508 3,17 0,04 45,50 0,60 186.534 1,74 0,00 23,02 0,03 11.952 4,91 -0,02 77,75 -0,44

jul/14 343.075 3,19 0,02 45,80 0,30 185.273 1,75 0,01 23,14 0,12 11.937 4,95 0,04 78,55 0,80

ago/14 346.066 3,17 -0,02 45,40 -0,40 184.581 1,76 0,01 23,23 0,09 11.900 4,99 0,04 79,38 0,83

set/14 347.885 3,10 -0,07 44,30 -1,10 183.918 1,72 -0,03 22,78 -0,45 11.983 5,02 0,03 79,99 0,61

out/14 351.404 3,20 0,09 45,90 1,60 183.559 1,74 0,02 23,04 0,26 11.925 4,93 -0,09 78,16 -1,83

nov/14 351.405 3,21 0,01 46,10 0,20 183.544 1,81 0,07 24,04 1,00 12.000 4,98 0,05 79,16 1,00

MÊS

/ A

NO

Saldo total

Saldo total

Saldo total

R$ Milhões R$ Milhões R$ Milhões% am % am % am% aa % aa % aaVarição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Taxa de juros Taxa de juros Taxa de juros

CRÉDITO PESSOAL AQUISIçãO DE BENS - VEÍCULOS AQUISIçãO DE BENS - OUTROS

Juros

Atividade Econômica

Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres - Pessoa Física

DATA

"Taxa da Utilização

da Capacidade Instalada"

Var. p.p. DATA

"Índice de Produção Física

Média Móvel Trimestral"

Var. %

out/13 82,20 0,20 set/13 102,7 0,00nov/13 81,90 -0,30 out/13 102,7 0,00dez/13 81,60 -0,30 nov/13 101,0 -0,02jan/14 82,30 0,70 dez/13 100,6 0,00fev/14 82,20 -0,10 jan/14 100,2 0,00mar/14 81,20 -1,00 fev/14 100,8 0,01abr/14 81,10 -0,10 mar/14 100,5 0,00mai/14 80,90 -0,20 abr/14 99,9 -0,01jun/14 80,50 -0,40 mai/14 98,9 -0,01jul/14 81,10 0,60 jun/14 98,4 -0,01

ago/14 80,70 -0,40 jul/14 98,4 0,00set/14 81,10 0,40 ago/14 98,7 0,00out/14 80,60 -0,50 set/14 98,8 0,00

Variação out-out

-1,6 Variação out-out

-3,83%

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

AD

bancodedadosinepad

62 financeiro fevereiro/março 2015

Page 63: Financeiro Ed 90

Anfavea

Rendimento

Produção -Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais, Leves e Pesados (em unidades)

Taxa de Desemprego (%)

Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido (R$)

DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.

nov/13 4,60% -0,6 4,7% -0,900dez/13 4,30% -0,3 4,4% -0,300jan/14 4,80% 0,5 5,0% 0,600fev/14 5,10% 0,3 5,50% 0,500mar/14 5,0% -0,1 5,70% 0,200abr/14 4,90% -0,1 5,20% -0,500mai/14 4,90% 0,0 5,10% -0,100jun/14 4,80% -0,1 5,10% 0,000jul/14 4,90% 0,1 4,90% -0,200

ago/14 5,00% 0,1 5,10% 0,200set/14 4,90% -0,1 4,50% -0,600out/14 4,70% -0,2 4,40% -0,1nov/14 4,80% 0,1 4,70% 0,3

DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.

nov/13 1,9 0,00% 3,4 -2,86%dez/13 1,9 0,00% 3,4 0,00%jan/14 1,9 0,00% 3,5 2,94%fev/14 2,0 5,26% 3,6 2,86%mar/14 2,1 5,00% 4,0 11,11%abr/14 2,1 0,00% 3,9 -2,50%mai/14 2,0 -4,76% 3,7 -5,13%jun/14 1,8 -10,00% 3,3 -10,81%jul/14 1,8 0,00% 3,1 -6,06%

ago/14 1,8 0,00% 3,2 3,23%set/14 1,9 5,56% 3,3 3,12%out/14 1,9 0,00% 3,6 9,09%nov/14 2,1 10,53% 3,9 8,33%

Data Produção Média Trim. Var. MensalVar. Mensal

(%)

nov/13 293.189 312.684 -29.325 -9,1%dez/13 230.892 282.198 -62.297 -21,2%jan/14 237.186 253.756 6.294 2,7%fev/14 281.452 249.843 44.266 18,7%mar/14 271.217 263.285 -10.235 -3,6%abr/14 277.091 276.587 5.874 2,2%mai/14 281.355 276.554 4.264 1,5%jun/14 215.934 258.127 -65.421 -23,3%jul/14 252.635 249.975 36.701 17,0%

ago/14 264.608 244.392 11.973 4,7%set/14 300.806 272.683 36.198 13,7%out/14 293.328 286.247 -7.478 -2,5%nov/14 264.830 286.321 -28.498 -9,7%

Variação nov-nov

-9,67%

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9%

10%

jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14

Taxa de Desemprego Inepad & IBGE

Brasil

São Paulo

Var. p.p.

63fevereiro/março 2015 financeiro

Page 64: Financeiro Ed 90

Exportação de Autoveículos montados (em unidades)

Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados - (em unidades)

Data Exportações Média Trim. Var. MensalVar. Mensal

(%)

set/13 45.441 54.536 -18.630 -29,08%out/13 51.819 53.777 6.378 14,04%nov/13 45.234 47.498 -6.585 -12,71%dez/13 43.298 46.784 -1.936 -4,28%jan/14 22.797 37.110 -20.501 -47,35%fev/14 28.844 31.646 6.047 26,53%mar/14 23.408 25.016 -5.436 -18,85%abr/14 35.637 29.296 12.229 52,24%mai/14 35.194 31.413 -443 -1,24%jun/14 24.425 31.752 -10.769 -30,60%jul/14 34.235 31.285 9.810 40,16%

ago/14 31.668 30.109 -2.567 -7,50%set/14 26.724 30.876 -4.944 -15,61%

Variação set-set

-41,19%

Data Total 1000cc% no Total

+1000cc a 2000cc

% no total

+2000cc% no total

nov/13 223.748 88.745 39,7% 133.291 59,6% 1.712 0,77%dez/13 259.211 101.512 39,2% 155.889 60,1% 1.810 0,70%jan/14 228.670 86.481 37,8% 140.452 61,4% 1.737 0,76%fev/14 183.235 67.317 36,7% 114.515 62,5% 1.403 0,77%mar/14 171.359 68.926 40,2% 101.211 59,1% 1.222 0,71%abr/14 211.225 85.545 40,5% 123.830 58,6% 1.850 0,88%mai/14 207.688 80.139 38,6% 126.019 60,7% 1.530 0,74%jun/14 188.157 75.444 40,1% 111.407 59,2% 1.306 0,69%jul/14 208.642 84.956 40,7% 122.416 58,7% 1.270 0,61%

ago/14 193.767 75.615 39,0% 116.818 60,3% 1.334 0,69%set/14 210.285 84.646 40,3% 124.363 59,1% 1.276 0,61%out/14 217.178 91.192 42,0% 124.597 57,4% 1.389 0,64%nov/14 211.006 85.964 40,7% 123.824 58,68% 1.218 0,58%

Font

e: A

nfav

ea /

INEP

AD

Font

e: A

nfav

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INEP

AD

Macro

bancodedadosinepad

64 financeiro fevereiro/março 2015

Page 65: Financeiro Ed 90

Há 4 semanas Há 1 semana 07/11/2014 Há 4 semanas Há 1 semana 02/01/2015

IPCA (%) 6,38 6,38 6,39 6,50 6,53 6,56 IGP-DI (%) 4,06 3,96 3,96 5,70 5,67 5,67 IGP-M (%) 3,72 3,76 - 5,64 5,71 5,62

IPC-Fipe (%) 5,46 5,44 5,47 5,50 5,23 5,20 Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 2,55 2,65 - 2,70 2,80 2,80

Taxa de câmbio - média do período (R$/US$) 2,35 2,36 - 2,60 2,71 2,71 Meta Taxa Selic - fim de período (% a.a.) - - - 12,50 12,50 12,50

Meta Taxa Selic - média do período (% a.a.) - - - 12,38 12,47 12,47 Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 36,00 35,80 35,90 36,35 37,00 37,30

PIB (% do crescimento) 0,18 0,14 0,15 0,73 0,55 0,50 Produção Industrial (% do crescimento) 2,50 -2,49 -2,49 1,23 1,02 1,04

Conta Corrente (US$ Bilhões) 84,23 -86,10 -86,10 -76,55 -77,79 -77,00 Balança Comercial (US$ Bilhões) - -2,00 -2,00 6,31 5,00 5,00

Invest. Estrangeiro Direto (US$ Bilhões) 60,00 60,00 60,00 58,00 60,00 60,00

Preços Administrados (%) 5,30 5,50 5,50 7,20 7,80 7,85

Previsões Econômicas20152014Mediana - Agregado

Fonte: BACEN - Focus: Relatório de Mercado

65fevereiro/março 2015 financeiro

Page 66: Financeiro Ed 90

artigopalavrafinal

o ano de 2015 começou com indicadores econômicos debi-

litados, incertezas de mercado, volatilidade e aversão ao

risco, tanto no contexto internacional quanto na econo-

mia brasileira. Os desafios são amplos criando maior dificuldade

para a gestão de empresas, bancos, financeiras, famílias e gover-

nos (Federal, Estadual e Municipal). Será necessário que todos os

setores da economia realizem uma gestão objetiva, pragmática

e assertiva, para que haja uma travessia “menos onerosa” nesta

fase de baixo crescimento econômico brasileiro.

Se tudo der certo, com a sinalização efetiva do ajuste fiscal e a

implementação de medidas na direção de resgate de credibilida-

de e gradual atratividade ao investimento privado, poderá ocorrer

um início de recuperação, mesmo que tênue, no segundo semes-

tre de 2015. Assim, também poderá haver expectativa de cres-

cimento econômico mais significativo em 2016. Contudo, essas

hipóteses de resgate macroeconômico são incertas e vulneráveis

ao contexto político, social e econômico local, e sofrerão contágio

do ambiente internacional.

No panorama internacional o destaque positivo é a crescen-

te recuperação da economia norte-americana. Os dois últimos

trimestres de 2014 devem confirmar a maior taxa de aceleração

desde 2009. A ampliação da produção do óleo de xisto, mais a re-

cuperação do mercado de trabalho estão entre os fatores dessa

trajetória favorável. O forte recuo do preço do petróleo de mais 50%

desde julho de 2014 reduziu o preço interno do combustível e am-

pliou a renda das famílias disponível para consumo. Assim, estima-

-se que o PIB norte-americano tenha crescido 2,4 % em 2014 e

amplie sua expansão para 2,8% ou mais em 2015.

Por outro lado, o forte barateamento do custo de energia,

associado ao aumento da produtividade, trouxe melhoria na

matriz de produção e redução de custos, com impacto na re-

dução da inflação esperada, que será muito baixa em 2015.

Com inflação baixa e recuperação do emprego com menor con-

sistência qualitativa, o FED não deve aumentar juros antes do

segundo semestre de 2015.

Por sua vez, a valorização do dólar perante outras moedas,

apesar de ter relação com a melhora dos fundamentos da econo-

Art

igo

envi

ado

em 2

0/1/

2015

eCoNoMia fRaCa afeta eMPRego e requer estratégia empresarial

mia norte-americana, também tem base na aversão ao risco no

cenário global, de baixa indução ao crescimento.

É o caso da China, que tenta acomodar a redução do ritmo do

crescimento econômico para que este não desacelere rapidamen-

te. Na Zona do Euro há ainda baixo espectro de recuperação do

crescimento e crescente risco de deflação, que estimula o BCE a

buscar políticas de afrouxamento de liquidez. Há também riscos

políticos oriundos da eleição geral na Grécia, que poderá questio-

nar o rigoroso modelo de ajuste fiscal implementado na região do

euro desde a crise de 2008.

Portanto, o cenário global traz volatilidade nas moedas, em es-

pecial às de países emergentes, e aversão ao risco; mas ainda há

tempo para que países como o Brasil resgatem seus fundamentos

econômicos e aumentem a atratividade, antes que o ciclo de aper-

to dos juros norte-americanos chegue para desintermediar o fluxo

financeiro para a economia local.

No Brasil, o ambiente é de ajuste econômico, que entre ou-

tros aspectos, já atinge as “pedras intocadas” até recentemen-

te – o emprego e a renda. Busca-se minimamente recuperar as

finanças públicas (“ajuste fiscal”) para recuperar credibilidade na

política econômica e evitar um rebaixamento da nota de crédito

da dívida soberana brasileira, que, se ocorrer, poderá dificultar

mais o equilíbrio das contas externas e atração de capital para

financiar uma desejada “segunda etapa econômica” de ampliação

do investimento privado, em larga escala, para obter crescimento

econômico consistente.

O cenário econômico brasileiro é de recuperação lenta e ain-

da custosa no curto prazo, que é essencialmente de “ajuste” para

governo, empresas e famílias. Ou seja, poderemos ter ainda baixo

crescimento ou desempenho ligeiramente negativo no primeiro se-

mestre de 2015, para, só a partir do segundo semestre ou de 2016,

ter uma retomada mais consistente do crescimento econômico.

Nesse meio tempo, empresas e famílias deverão priorizar uma

gestão calcada em aspectos de liquidez e “fôlego financeiro”, en-

quanto buscam rever seus planos e metas em geral. Entre as es-

tratégias centrais, três focos principais devem estar em pauta para

uma “gestão de excelência”:

1) focar no equilíbrio financeiro e na estabilidade patrimonial; 2) promover, por todos os meios, a inovação e a produtividade; 3) priorizar o cliente e a transparência. f { }

Por Nicola Tingas:economista-chefe

da Acrefi

66 financeiro fevereiro/março 2015

Page 67: Financeiro Ed 90
Page 68: Financeiro Ed 90

ELA QUER UMA MOTO PARA CRUZAR FRONTEIRAS E ELE

QUER FINANCIAR SEMCRUZAR OS DEDOS.

Rafael financiou sua moto e pegou a estrada com a Claudia, graças à rápida aprovação de crédito cedido pelo seu banco. O que o Rafael não sabe é que o trabalho em parceria entre a instituição financeira e a Cetip agilizou a liberação do financiamento, facilitando sua vida.

Para conhecer esta e outras histórias, acesse o site: www.cetip.com.br/financiamentos

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Page 69: Financeiro Ed 90

Caro leitor da Financeiro,Ficamos muito felizes por prestigiar a nossa

publicação bimestral.Para garantir que as edições cheguem

pontualmente ao seu endereço, solicitamos preencher os dados abaixo e enviar o cupom para a Acrefi (Rua Líbero Badaró, 425 - 28º andar - Centro - CEP: 01009-000 São Paulo, SP).

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Caso a Acrefi não receba a sua confirmação, a remessa da revista, infelizmente, será suspensa.

Grato pela atenção, Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)

Diretor Superintendente da Acrefi

• Empresa:_________________________________________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ • Nome:__________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ • Endereço:_______________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________• Complemento:___________________________• CEP:________________• Cidade:________________________ UF:______ • Telefone:______ _________________________• Email:__________________________________ _________________________________________

Novos tempos

Marco Rossi

ENTREVISTA ESPECIAL

edição

86mai

Presidente da CNseg e da Bradesco Seguros fala sobre o crescimento do setor

Belluzzo: o economista que recusou a presidência do BC

Fundação OSESP:modelo de administraçãoRevistaFinanceiro86_R5.indd 1

12/05/2014 11:29:32

Ele sabe

o que diz

Montadoras apostam no crédito para ter sucesso em 2014

Antonio Delfim Netto

edição

85mar

Com sua habitual inteligência e capacidade de síntese, o

ex-ministro da Fazenda esbanja mordacidade ao fazer uma

acurada análise da conjuntura do Brasil

Sinal de alertaReforma do Judiciário

edição87Jul

Responsabilidade socioambiental deve gerar ganhos no setor fi nanceiro

O economista Eduardo Giannetti

da Fonseca diz que o atual

cenário nos encaminha para uma

deterioração e crise financeira

Acrefi apoia o lançamento

da Estratégia

Nacional de Não Judicialização

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21/07/2014 12:10:24

O QUE VEM POR AÍ?

Acrefi reúne os melhores nomes da

economia nacional e internacional para

analisar o Brasil e o mundo em 2015

William R. Rhodes

Barry Naughton

Antonio Delfim Netto Luiz Carlos M. de Barros

Alexandre Schwartsman

Samuel Pessôa: “Crescimento econômico pode não

ser o principal objetivo da sociedade”

Palestrantes:

edição88set

APOSTAS PARA 2015

Conheça os diferentes cenários que os

economistas apresentaram no 9o SIAC para o

segundo mandato de Dilma Rousseff

Pesquisa Acrefi/TNS: 75% das pessoas

consultadas pretendem economizar mais em 2015

edição

89nov