Filosofia e o valor do conhecimento

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1 - Ética, sociedade e tecnologia 2 - Os desafios da ciência e da tecnologia para a filosofia do século XXI

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1 - Ética, sociedade e tecnologia

2 - Os desafios da ciência e da tecnologia para a f i losofia do

século XXI

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I – Conceito de FilosofiaI – Conceito de Filosofia Filosofia (do grego Filosofia (do grego philosophiaphilosophia, amor à , amor à sabedoria): sabedoria): philophilo = amigo/amor; = amigo/amor; sophiasophia = sabedoria = sabedoria O termo foi forjado no século VI a.C, por O termo foi forjado no século VI a.C, por Pitágoras; Pitágoras; O que leva o homem a filosofar?O que leva o homem a filosofar? Problemas: a) não apenas questões; b) não Problemas: a) não apenas questões; b) não apenas desconhecimento; c) não apenas apenas desconhecimento; c) não apenas obstáculos;obstáculos; O que caracteriza o problema filosófico?O que caracteriza o problema filosófico? A necessidade. Uma questão cuja resposta se A necessidade. Uma questão cuja resposta se desconhece, mas se necessita conhecer.desconhece, mas se necessita conhecer.

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Características da Filosofia:Características da Filosofia: 1 – A atitude em relação à totalidade dos 1 – A atitude em relação à totalidade dos

objetos;objetos; 2 – O caráter racional dessa atitude.2 – O caráter racional dessa atitude.

Outras formas de conhecimento:Outras formas de conhecimento:Ciência:Ciência:

1 – Conteúdo = domínios parciais;1 – Conteúdo = domínios parciais; 2 – Aspecto cognoscitivo = razão.2 – Aspecto cognoscitivo = razão.

Religião:Religião: 1 – Conteúdo = totalidade;1 – Conteúdo = totalidade; 2 – Aspecto cognoscitivo = fé.2 – Aspecto cognoscitivo = fé.

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Senso comum:Senso comum: 1 – Conteúdo = totalidade;1 – Conteúdo = totalidade; 2 – Aspecto cognoscitivo = sentimentos.2 – Aspecto cognoscitivo = sentimentos.

Algumas definições:Algumas definições:Razão = faculdade de raciocinar. O raciocínio Razão = faculdade de raciocinar. O raciocínio é um gênero especial de pensamento no qual é um gênero especial de pensamento no qual se derivam conclusões a partir de premissas.se derivam conclusões a partir de premissas.Fé = “é o fundamento das realidades que não Fé = “é o fundamento das realidades que não se espera e a prova das realidades que não se se espera e a prova das realidades que não se vêem” (Hb 11. 1).vêem” (Hb 11. 1).

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O que é uma coisa quando ela serve para algo? O que é uma coisa quando ela serve para algo? Um instrumento (martelo) = Um meio (auto-Um instrumento (martelo) = Um meio (auto-estrada) = Filosofia ?estrada) = Filosofia ? Importância de algo = sua utilidade?Importância de algo = sua utilidade? Importância da filosofia X Para que serve a Importância da filosofia X Para que serve a filosofiafilosofiaPerguntas são modos de falar. Falar é um modo Perguntas são modos de falar. Falar é um modo de relacionar-se com o mundo.de relacionar-se com o mundo.É porque vivemos desta e não de outra maneira É porque vivemos desta e não de outra maneira que fazemos essa e não outra pergunta.que fazemos essa e não outra pergunta.

II – Para que serve a II – Para que serve a Filosofia?Filosofia?

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A civilização das vantagens nos leva a perguntar A civilização das vantagens nos leva a perguntar para que “serve” as coisas (e também a filosofia)para que “serve” as coisas (e também a filosofia)

A filosofia, toda vez que “serve”, deixa de ser A filosofia, toda vez que “serve”, deixa de ser filosofia, porque abandona sua liberdadefilosofia, porque abandona sua liberdade

Dessa forma, a filosofia como exercício de Dessa forma, a filosofia como exercício de liberdade nos ajuda a eliminarmos saberes liberdade nos ajuda a eliminarmos saberes preconcebidospreconcebidos

“ “Serve” para nos estimular a suspeitar de que a Serve” para nos estimular a suspeitar de que a importância de algo está em sua utilidade.importância de algo está em sua utilidade.

O que chamamos “nossa liberdade” é mesmo O que chamamos “nossa liberdade” é mesmo liberdade? liberdade?

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III – Senso comumIII – Senso comum É o conhecimento acumulado pelas sociedades É o conhecimento acumulado pelas sociedades

humanas sem um esforço de busca de coerência e humanas sem um esforço de busca de coerência e organicidadeorganicidade

São conceitos, significados e valores que São conceitos, significados e valores que adquirimos espontaneamente, pela convivência no adquirimos espontaneamente, pela convivência no ambiente em que vivemosambiente em que vivemos

Nasce a partir da “naturalização” de Nasce a partir da “naturalização” de determinadas explicações da realidadedeterminadas explicações da realidade

1º desafio1º desafio Mas nem tudo no senso comum é ingenuidade, Mas nem tudo no senso comum é ingenuidade,

pois nele encontramos o pois nele encontramos o bom sensobom senso

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Bom senso defini-se como o conjunto de Bom senso defini-se como o conjunto de elementos de criticidde que existe no seio do elementos de criticidde que existe no seio do senso comumsenso comum

O senso comum precisa ser transformado em O senso comum precisa ser transformado em bom senso.bom senso.

Muitas das concepções do senso comum de um Muitas das concepções do senso comum de um povo transformam-se em ditados populares, povo transformam-se em ditados populares, supertições, preconceitos...supertições, preconceitos...

Se o senso comum não é a melhor, nem a mais Se o senso comum não é a melhor, nem a mais adequada forma de compreensão da realidade, adequada forma de compreensão da realidade, por que continua em nosso meio?por que continua em nosso meio?

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Ética ou Moral?Ética ou Moral?Ética (do grego Ética (do grego ethikósethikós, que diz respeito aos , que diz respeito aos costumes)costumes)Moral (do latim Moral (do latim moralismoralis, costume) , costume) Ética: componente do Ética: componente do campo filosóficocampo filosófico. . Reflexão sobre a moral.Reflexão sobre a moral.Moral: componente do campo religioso. Moral: componente do campo religioso. Conjunto de normas situadas num tempo e Conjunto de normas situadas num tempo e espaço.espaço.Função da moral: garantir a “estabilidade” da Função da moral: garantir a “estabilidade” da vida em sociedadevida em sociedade

IV – Introdução ao estudo IV – Introdução ao estudo da éticada ética

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Problemas teóricos da ética:Problemas teóricos da ética: 1 – Gerais ou fundamentais1 – Gerais ou fundamentais 2 – Específicos, de aplicação concreta2 – Específicos, de aplicação concreta

2º Desafio2º Desafio Relativismo moral:Relativismo moral:

1 – A moral se encarna no contexto histórico-1 – A moral se encarna no contexto histórico-social de cada povo, surgindo variações nas social de cada povo, surgindo variações nas normas moraisnormas morais 2 – O relativismo moral pode acarretar um 2 – O relativismo moral pode acarretar um descrédito da moraldescrédito da moral 3 – Existe uma universalidade de valores 3 – Existe uma universalidade de valores humanos fundamentaishumanos fundamentais

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V – Ética ambientalV – Ética ambiental

3º desafio3º desafio Acrescentar uma dimensão ética e Acrescentar uma dimensão ética e filosófica ao discurso ambientalistafilosófica ao discurso ambientalista As bases:As bases:

1 – Todas as formas de vida possuem 1 – Todas as formas de vida possuem valor independentemente de sua utilidade valor independentemente de sua utilidade para o homempara o homem

2 – A riqueza e a diversidade da natureza 2 – A riqueza e a diversidade da natureza têm valor intrínseco e contribuem para o bem têm valor intrínseco e contribuem para o bem –estar da vida –estar da vida

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3 – Seres humanos não têm o direito de reduzir 3 – Seres humanos não têm o direito de reduzir essa riqueza, a não ser para satisfazer essa riqueza, a não ser para satisfazer necessidade vitaisnecessidade vitais

4 – O impacto da interferência do homem é 4 – O impacto da interferência do homem é excessivo e a situação piora bem depressaexcessivo e a situação piora bem depressa

5 – Para que a vida de todo tipo possa florescer, 5 – Para que a vida de todo tipo possa florescer, a população humana deve ser reduzidaa população humana deve ser reduzida

6 – As estruturas econômicas, tecnológicas e 6 – As estruturas econômicas, tecnológicas e ideológicas devem ser reformuladasideológicas devem ser reformuladas

7 – Mudanças ideológicas são fundamentais 7 – Mudanças ideológicas são fundamentais para melhorar a qualidade de vidapara melhorar a qualidade de vida

8 – Quem concorda com essas formulações 8 – Quem concorda com essas formulações deve contribuir para implementar as mudanças deve contribuir para implementar as mudanças necessárias (Arne Naess, filósofo norueguês)necessárias (Arne Naess, filósofo norueguês)

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VI – Solução?VI – Solução?

“ “O que não desejas para ti, não o faças para O que não desejas para ti, não o faças para os outros” (Confúcio, 551-479 a.C.)os outros” (Confúcio, 551-479 a.C.)

“ “Tudo que desejais que os outros vos façam, Tudo que desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles” (Jesus)fazei-o também vós a eles” (Jesus)

“ “Age apenas segundo uma máxima tal que Age apenas segundo uma máxima tal que possas, ao mesmo tempo, querer que ela se possas, ao mesmo tempo, querer que ela se torne lei universal” (Kant, 1724-1804)torne lei universal” (Kant, 1724-1804)