Filosofia da Arte: Sobre Schiller, Hegel e Nietzsche

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  • 8/6/2019 Filosofia da Arte: Sobre Schiller, Hegel e Nietzsche

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    Filosofia da Arte: Sobre Schiller, Hegel e Nietzsche

    Disciplina: Filosofia da Arte UFOP

    Prof Dr Imaculada Kangussu UFOP

    Por: Juliano Gustavo Ozga

    Filosofia UFSM-UFOP

    1- Schiller: A Poesia Ingnua e a Poesia Sentimental.2- Hegel: Arte Simblica, Arte Clssica e Arte Romntica.3- Nietzsche: Impulso Apolneo e Impulso Dionisaco.

    1- Schiller: a) Poesia Ingnua e b) Poesia Sentimental.

    a) Poesia Ingnua: natural e possui a perfeio natural;b) Poesia Sentimental: busca a natureza e possui a imperfeio natural; por isso a

    busca constante por algo que lhe externo, no caso a natureza.A poesia ingnua caracterizada por Schiller como algo interno ao autor e poeta,

    sendo muitas vezes o poeta tratado como insensvel devido ao fato de suas peripciasimaginativas no implicar uma via lgica.

    A poesia ingnua busca expressar suas necessidades em fatos que so coerentes erecorrentes no mundo fsico e natural, onde o que justo em determinado lugartambm o ser em outro (a expressividade do poeta ingnuo busca umauniversalizao, como por exemplo, o grama universal de Shakespeare); a poesiaingnua a genialidade naturalizada atravs das palavras que possuem referncia nomundo factual, por isso a caracterizao natural da poesia ingnua, ou seja, algoessencial e inerente ao poeta, sua marca intrnseca e peculiar.

    Nesse caso o poeta ingnuo no busca nada que lhe externo e sim expressa algointerno que a sua interpretao reflexiva da realidade, podendo ser insensvel eincompreendido pelo pblico.

    Outra caracterstica do poeta ingnuo seu carter atemporal, podendo no sercompreendido ou valorizado na sua poca atual.

    A poesia sentimental caracterizada essencialmente pelo poeta romntico, ouseja, em geral pelo movimento romntico alemo Sturm und Drang (Tempestade empeto) e por sua busca por algo externo ao poeta.

    Por isso, a poesia sentimental expressa pela busca de algo que o poeta no

    possui, no caso, a natureza que lhe alheia. Portanto, o poeta sentimental se senteprivado na natureza e sua projeo literria um desejo para retornar a esse estadoperfeito, ou seja, o poeta sentimental um ser inacabado pelo fato de no ser atingvelesse estado de perfeio natural, sendo que essa perfeio natural est fora (externa -eso) de sua estrutura, algo estranho para seu organismo, no entanto, algo que o

    poeta deseja e busca intensamente expressar e viver (p.e., o Paraso Perdido de J.Milton).

    A distino bsica entre a poesia ingnua e a poesia sentimental clara e evidenteem sua estrutura interna (uma natural e outra romntica e idealista), e esse fatorser expresso atravs da obra literria, ou seja, a poesia ingnua como uma perfeioacabada e a poesia sentimental como imperfeita e inacabada.

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    2- Hegel e a diviso da Arte em trs Formas:

    1. Forma Simblica: a escultura oriental;2. Forma Clssica: a escultura grega e romana;

    3. Forma Romntica: a arte romntica da Idade Mdia.

    Hegel tambm divide a Arte em cinco Tipos:1. Arquitetura;2. Escultura;3. Pintura;4. Msica;5. Poesia.

    Para Hegel a arte como forma simblica expressa primordialmente pelaescultura oriental, onde a forma e o contedo se encontram separados. Na arte

    simblica a forma est alm do contedo, podendo uma flor de ltus significar avoluptuosidade ou a vida.

    O carter simblico e abstrato da arte oriental expressa claramente a diviso entreforma e contedo. A ideia camuflada por smbolos que representam uma ideiaabstrata e muitas vezes no simples de ser entendida e interpretada.

    A forma de arte clssica no pensar de Hegel expressa pela escultura grega eromana, pelo fato de sua expresso mxima estar ligada ao aspecto material e formal.O contedo final da arte clssica, ou seja, o aspecto ideal da forma era expresso pelas

    propores e simetrias que fundamentavam a escultura em pedra, bronze ou mrmore.Na arte clssica o contedo por si s bastava para expressar o auge da sua

    perfeio material. O aspecto sensorial, porm no abstrato, era o que culminava aproporo das belas esttuas e esculturas gregas e romanas. Portanto, o aspectorealstico estava vinculado com o aspecto natural e proporcional.

    No entanto, a forma de arte romntica, para Hegel, a forma mais nobre e dignade perfeio, sendo que ao ser efetuado possui a extraordinria perfeio pelo fato deconseguir unir as duas concepes anteriores, ou seja, forma e contedo com aconcepo abstrata da idia de algo superior e absoluto em excelncia, i.e., o bemnico e final de todo o ser humano (micro-csmico) expresso pela unidade dahumanidade (macro-csmico) que era o esprito absoluto.

    A peripcia da forma de arte romntica foi conseguir unir a abstrao da formasimblica com o contedo e forma da arte clssica, com o intuito de expressar oesprito absoluto atravs da expresso artstica.

    3- Nietzsche: O Impulso Apolneo e o Impulso Dionisaco.

    O impulso dionisaco (Kaos-caos) e o impulso apolneo (Kosmos-ordem), paraNietzsche, eram duas concepes e expresses da mesma totalidade universal ecosmolgica, ao passo que influenciou o esprito artstico, sendo que quando um dosimpulsos sobressaia o outro era ofuscado.

    A arte sobre a influncia do impulso apolneo era a representao do cosmos eordem (do cosmos ordenado e filantrpico), em oposio arte sobre influncia do

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    impulso dionisaco que era a representao do caos e desordem (do caos desordenadoe misantrpico).

    O impulso apolneo poderia ser anlogo ao Eros grego e Afrodite romana, ouseja, ambos deuses do amor e ordem cosmolgica. Sua concepo de gerao eevoluo cclica permite uma analogia ao instinto apolneo por ser um fator positivo e

    construtivo, ao passo que tambm caracterizado pela harmonia e consonnciamusical.O impulso dionisaco pode ser anlogo ao Thnatos grego ou ao romano Mors ou

    Letus/Letum, como sendo o impulso de morte e destruio, expressando assim oaspecto negativo e destrutivo do conceito. Na msica o impulso dionisaco expresso

    pelo xtase e pela dissonncia harmnica.No entanto a tragdia tica foi uma das expresses artsticas que melhor soube

    sintetizar e moldar esses dois impulsos ao servio da arte.