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Filipe José da Fonseca Carvalho A Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, das Organizações Portuguesas Certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança Novembro de 2015

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Filipe José da Fonseca Carvalho A Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, das Organizações Portuguesas Certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança Dissertação de Mestrado Mestrado em Engenharia Industrial Especialização em Qualidade, Segurança e Manutenção Trabalho efetuado sob a orientação do Professor Doutor Paulo Alexandre Sampaio Novembro de 2015

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

DECLARAÇÃO.

DECLARAÇÃO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome do Mestrando: Filipe José da Fonseca Carvalho

Endereço Eletrónico: [email protected]

Número de Aluno: PG9026

Número de Telemóvel: 964126862

Número de Identidade Civil: 10514950

Título da Dissertação: A Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, das

Organizações Portuguesas Certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança

Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre da Costa Araújo Sampaio

Ano de Conclusão: 2015

Designação do Mestrado: Mestrado em Engenharia Industrial (MEI)

Ramo de Especialização em Qualidade, Segurança e Manutenção (QSM)

Entidade de Ensino Superior: Universidade do Minho (UM) | Escola de Engenharia (EEng)

Departamento de Produção e Sistemas (DPS)

Localização: Campus de Azurém | Guimarães

DECLARAÇÃO DO AUTOR

Serve a presente declaração, para comunicar que no âmbito da regulamentação legal aplicável ao

presente trabalho académico (dissertação de mestrado), o autor Filipe José da Fonseca Carvalho,

DECLARA, nos seus direitos, que é autorizada a reprodução integral desta dissertação apenas para

efeitos de investigação, mediante declaração escrita do interessado, que a tal se compromete, cumprir.

Universidade do Minho, 30 de novembro de 2015.

Assinatura: _____________________________________________________

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

TERMO DE RESPONSABILIDADE.

“A política é a arte do compromisso, mas nenhum compromisso

é sólido quando não se parte para ele com convicções

e uma clara perceção do rumo que se quer seguir

e dos limites que não se podem ultrapassar”.

(Fernandes, 2008, p. 50)

As ideias expressas na presente Dissertação de Mestrado

são da inteira responsabilidade do Autor.

____________________________

i) O leitor encontra na contracapa da Dissertação de Mestrado, o perfil de apresentação (resumo do curriculum vitae) do Autor & Orientador (); ii) A estrutura e formatação da Dissertação de Mestrado segue, no geral, as regras estipuladas no Despacho RT-32/2005, de 14 de junho, publicado pela Reitoria da Universidade do Minho (UM), no âmbito da implementação das “Normas de Formatação das Teses de Mestrado e de Doutoramento”; iii) O presente texto da Dissertação de Mestrado foi redigido segundo as regras impostas pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, na sequência da publicação da Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, do Diário da República, N.º 17, Série I, de 25 de janeiro de 2011, que determinou a aplicação do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a partir de 1 de janeiro de 2012, ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades na sua dependência institucional ou tutela, tais como a Universidade do Minho (UM) | (Fonte: https://www.incm.pt/actos/acordo_ortografico.html); iv) O texto integral da redação da Dissertação de Mestrado, apresenta as diversas fontes de informação bibliográfica referenciadas de acordo com o estilo, geral, recomendado pela Universidade do Minho (UM), no seguimento das diretrizes internacionalmente propostas pela American Psychological Association (APA), isto é, o texto da dissertação encontra-se redigido de acordo com as regras impostas, atualmente, pela referência: APA. (2009). Publication Manual of the American Psychological Association. 6th Edition. Washington (USA): American Psychological Association (APA) | (Fonte: http://www.apastyle.org/); v) A versão final da Dissertação de Mestrado foi publicada após a prestação de Provas Públicas de Defesa: Mestrado, em 26 de novembro de 2015 (provas realizadas pelas 11:00 horas na Escola de Engenharia da Universidade do Minho, em Azurém, Guimarães). O Júri das Provas foi constituído pelo Professor Doutor Eusébio Manuel Pinto Nunes, na função de Presidente, pelo Professor Doutor Paulo Alexandre da Costa Araújo Sampaio, na função de Orientador e, por último, pelo Professor Doutor José Pedro Teixeira Domingues, na função de Arguente, todos os três (3) elementos constituintes do Júri das Provas Públicas pertenciam, à data das provas, ao Departamento de Produção e Sistemas (DPS) da Escola de Engenharia (EEng) da Universidade do Minho (UM).

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

iii

DEDICATÓRIA

ele filipe,

dedica a dissertação

de mestrado a todos aqueles …

que têm acreditado, ao longo da sua vida …

académica & profissional, no(s) seu(s) valor(es), como:

homem, amigo, profissional, … à sua querida filha matilde (rosa),

à rosa, pais, irmãos, tios, amigos, … aos familiares, professores, colegas, …

muito obrigado, pela vossa ajuda, força, incentivo, dedicação e amizade, em mais

este (de)grau, marcante da sua vida atual! Regra de São Bento: Ora & Labora

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

iv

AGRADECIMENTOS

Embora a Dissertação de Mestrado seja um trabalho académico de investigação de caráter individual, a

sua preparação e realização só foi possível com os contributos dados por várias pessoas e entidades, a

quem o autor gostaria de expressar publicamente os seus sinceros agradecimentos. Assim, agradece:

ao Professor Doutor Paulo Alexandre da Costa Araújo Sampaio, docente do Departamento de Produção e Sistemas (DPS) da Universidade do Minho (UM), e Orientador da atual dissertação, pela sua visão, orientação, atenção, sabedoria, conhecimento, incentivo, motivação, apoio, disponibilidade, proximidade, companheirismo, amizade, simpatia, paciência, dedicação e, por todas, as sugestões oportunamente feitas durante a orientação do atual trabalho académico;

ao Professor Doutor José Manuel Henriques Telhada, docente do Departamento de Produção e Sistemas (DPS) da Universidade do Minho (UM), e Diretor de Curso do Mestrado em Engenharia Industrial (MEI), pela sua dedicação, disponibilidade, proximidade, amizade e atenção, sempre manifestada junto dos alunos, durante a coordenação do curso de mestrado;

à Doutora Fernanda Pargana, Secretária Geral do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, pela autorização concedida para publicação integral na atual dissertação de mestrado, dos testemunhos citados e publicados por alguns membros do BCSD Portugal, no âmbito da comunicação do “Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável”;

à Professora Doutora Teresa Cristina Pereira Eugénio, docente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), à Professora Doutora Maria Helena Aguiar Pereira Pestana, docente do Instituto Universitário de Lisboa (IUL), ao Professor Doutor Luís Miguel Ciravegna Martins da Fonseca, docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), aos Professores Doutores Manuel Gilberto Freitas dos Santos e Joaquim José de Almeida Soares Gonçalves, docentes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), ao Professor Doutor Manuel Emílio Mota de Almeida Delgado Castelo Branco, docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) e, por último, ao Professor Doutor Fernando Carlos Cabrita Romero, docente da Universidade do Minho (UM), pelos importantes esclarecimentos, informação e documentação disponibilizada;

ao Dr. Luís Paulo Morais, Diretor Geral (Editor) da organização CEMPALAVRAS – Comunicação Empresarial, Lda., pela informação facultada, ao longo dos últimos anos, onde se destaca a disponibilização anual a título gratuito do Guia de Empresas Certificadas em Portugal (GEC);

às Direções Técnicas de todos os Organismos de Certificação, que operam em Portugal, por toda a informação, documentação e esclarecimentos vários, atempadamente disponibilizados;

ao corpo docente que lecionou, a todos os colegas que participaram e aos elementos do secretariado do curso de mestrado, pelo apoio, ajuda, proximidade, disponibilidade e amizade;

à família, em especial aos seus pais, irmãos e sua esposa Rosa e sua filha Matilde Rosa, pelo amor, ajuda, força, apoio, incentivo e compreensão, sem o qual, tudo isto, não seria possível!

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

v

A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO

PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,

DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS

EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

RESUMO

Atualmente, as organizações, a nível mundial, procuram, cada vez mais, legitimar perante as partes

interessadas a sua atuação responsável nas três dimensões do desenvolvimento sustentável, ou seja,

na dimensão económica, ambiental e social. Neste sentido, as organizações portuguesas tem vindo

adotar a certificação dos sistemas integrados de gestão (qualidade, ambiente, segurança e saúde do

trabalho), como forma de demonstrarem o seu compromisso para com o desenvolvimento sustentável.

O objeto de estudo da atual investigação fundamenta-se na comunicação do compromisso para com o

desenvolvimento sustentável, no âmbito da análise dos conteúdos estratégicos que são publicados e

divulgados no website institucional, por 540 organizações portuguesas certificadas em qualidade,

ambiente e segurança. O enquadramento teórico é suportado por três teorias organizacionais: a teoria

institucional, a teoria da legitimidade e a teoria dos stakeholders, comumente associadas na literatura a

processos de divulgação de informação. O método de investigação apoiou-se na técnica de análise de

conteúdo, para explorar os compromissos assumidos pela gestão de topo, aquando da aprovação das

declarações da visão, missão, valores, objetivos, princípios de negócio, estratégia empresarial e

políticas da organização. Entre os compromissos para com o desenvolvimento sustentável analisados,

constatou-se que os três mais frequentes são relativos aos clientes (consumidores), recursos humanos

(colaboradores) e melhoria contínua. O perfil da organização em que a comunicação do compromisso

para com o desenvolvimento sustentável é mais proeminente, carateriza-se por agrupar organizações

com elevado volume de vendas, que assumem a forma jurídica de sociedade anónima (S.A.), que se

localizam nos distritos de Lisboa ou Setúbal, que se designam por entidades públicas, que pertencem a

um grupo membro do BCSD Portugal e que publicam relatórios (contas e sustentabilidade) na Internet.

Palavras-Chave:

Desenvolvimento Sustentável, Sistema Integrado de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança), Análise

de Conteúdo, Comunicação, Teoria Institucional, Teoria da Legitimidade e Teoria dos Stakeholders.

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MASTER DISSERTATION IN INDUSTRIAL ENGINEERING

vi

THE COMMUNICATION OF COMMITMENT

TOWARDS THE SUSTAINABLE DEVELOPMENT,

OF THE PORTUGUESE ORGANIZATIONS CERTIFIED

IN QUALITY, ENVIRONMENT AND SAFETY

ABSTRACT

Nowadays and worldwide, organizations seek increasingly legitimate its responsible behaviour to

stakeholders in three dimensions of the sustainable development, the economic, environmental and

social dimension. In this sense, the Portuguese organizations have adopted the certification of

integrated management systems (quality, environment, occupational health and safety), in order to

demonstrate their commitment towards sustainable development. The object of study of current

research is based on the communication of commitment towards sustainable development within the

analysis of the strategic content that is published and disclosed in the institutional websites of 540

Portuguese organizations certified in quality, environment and safety. The theoretical framework is

supported by three organizational theories: the institutional theory, the legitimacy theory and the

stakeholder theory, commonly associated in the literature to disclosure of information processes. The

method of investigation relied on the content analysis technique to explore the commitments made by

top management when adopting statements of the vision, mission, values, goals, business principles,

corporate strategy and policies of the organization. Among the commitments towards sustainable

development analysed, it was found that the three most common are related to customers

(consumers), human resources (employees) and continuous improvement. The profile of the

organization in which the communication of commitment towards sustainable development is more

prominent, is characterized to group organizations with high volume sales, which take the legal form of

public limited company or corporation (PLC), which are located in the districts of Lisbon or Setubal,

which are called public entities, which belong to an group member of BCSD Portugal (Business Council

for Sustainable Development) and which publish reports (accounts and sustainability) on the Internet.

Keywords:

Sustainable Development, Integrated Management Systems (Quality, Environment and Safety), Content

Analysis, Communication, Institutional Theory, Legitimacy Theory and Stakeholder Theory.

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

vii

ÍNDICE

DECLARAÇÃO i DEDICATÓRIA iii AGRADECIMENTOS iv RESUMO v ABSTRACT vi ÍNDICE vii ÍNDICE DE FIGURAS x ÍNDICE DE TABELAS xii LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS xiii

1. INTRODUÇÃO 2

1.1. ENQUADRAMENTO 2

1.2. MODELO CONCEPTUAL 4

1.3. MOTIVAÇÃO 6

1.4. OBJETIVOS 7

1.5. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO 7

1.6. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 8

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10

2.1. TEORIAS ORGANIZACIONAIS 10

2.1.1. Teoria Institucional 11

2.1.2. Teoria da Legitimidade 13

2.1.3. Teoria dos Stakeholders 15

2.2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 18

2.2.1. O Conceito 18

2.2.2. As Dimensões 21

2.2.3. A Evolução Histórica 23

2.2.4. A Sustentabilidade Organizacional 24

2.2.5. A Responsabilidade Social Organizacional 25

2.2.6. O Desenvolvimento Sustentável nas Organizações 26

2.2.7. A Comunicação do Desenvolvimento Sustentável nas Organizações 28

2.3. SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE 29

2.3.1. Evolução Normativa 29

2.3.2. Modelo do Sistema de Gestão 30

2.3.3. Comunicação com as Partes Interessadas 31

2.3.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável 31

2.4. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 32

2.4.1. Evolução Normativa 32

2.4.2. Modelo do Sistema de Gestão 33

2.4.3. Comunicação com as Partes Interessadas 34

2.4.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável 34

2.5. SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 35

2.5.1. Evolução Normativa 35

2.5.2. Modelo do Sistema de Gestão 36

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

viii

2.5.3. Comunicação com as Partes Interessadas 37

2.5.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável 37

2.6. SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO 38

2.6.1. Evolução Normativa 38

2.6.2. Modelo do Sistema de Gestão 40

2.6.3. Comunicação com as Partes Interessadas 41

2.6.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável 42

2.7. OUTROS SISTEMAS DE GESTÃO NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 43

2.7.1. Sistema de Gestão da Responsabilidade Social 43

2.7.2. Sistema de Gestão do Desenvolvimento Sustentável 44

2.8. CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO EM PORTUGAL 45

2.9. ESTRATÉGIA E POLÍTICAS DA ORGANIZAÇÃO PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL 46

2.9.1. A Visão 48

2.9.2. A Missão 49

2.9.3. Os Valores 50

2.9.4. Os Objetivos 51

2.9.5. Os Princípios de Negócio 52

2.9.6. A Estratégia Empresarial 52

2.9.7. A Política da Qualidade 53

2.9.8. A Política de Ambiente 53

2.9.9. A Política da Segurança e Saúde do Trabalho 53

2.9.10. A Política de Sustentabilidade 54

2.9.11. A Política da Responsabilidade Social 54

2.9.12. A Política de Desenvolvimento Sustentável 54

2.9.13. A Política do Sistema Integrado de Gestão 54

2.9.14. A Gestão do Sucesso Sustentado das Organizações 55

2.9.15. O Governo das Organizações e o Desenvolvimento Sustentável 56

2.10. CULTURA, LIDERANÇA E COMPROMISSO ORGANIZACIONAL 57

2.11. COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 58

2.12. COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 59

2.13. ESTUDOS EMPÍRICOS: A COMUNICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 60

3. METODOLOGIA 64

3.1. QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO 64

3.2. HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO 64

3.2.1. Teorias Organizacionais na Base da Investigação 64

3.2.2. Formulação das Hipóteses de Investigação 66

3.3. PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO 69

3.3.1. Formulação do Projeto de Investigação 69

3.3.2. Fluxograma do Processo de Investigação 70

3.4. ANÁLISE DE CONTEÚDO 71

3.4.1. Descrição da Técnica 71

3.4.2. Corpus de Análise 73

3.4.3. Documentos de Análise 73

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ix

3.4.4. Categorias de Análise 74

3.4.5. Subcategorias de Análise 75

3.4.6. Unidades de Análise 76

3.4.7. Codificação dos Dados 78

3.4.8. Listas de Verificação 78

3.5. BASE DE DADOS DE INVESTIGAÇÃO 79

3.6. UNIVERSO E AMOSTRA DE INVESTIGAÇÃO 80

3.7. VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO 81

3.7.1. Variável Dependente 81

3.7.2. Variáveis Independentes 82

3.8. RECOLHA E TRATAMENTO DOS DADOS 84

3.8.1. Recolha dos Dados 84

3.8.2. Tratamento dos Dados 84

4. RESULTADOS 86

4.1. ANÁLISE DE RESULTADOS 86

4.1.1. Análise Descritiva 86

4.1.2. Análise Univariada 92

4.1.3. Análise Bivariada 94

4.1.4. Análise Multivariada 97

4.2. DISCUSSÃO DE RESULTADOS 100

5. CONCLUSÃO 104

5.1. CONCLUSÕES FINAIS 104

5.2. LIMITAÇÕES E CONSTRANGIMENTOS 106

5.3. FUTUROS DESENVOLVIMENTOS 106

BIBLIOGRAFIA 108

ANEXOS 126

I. LISTAS DE VERIFICAÇÃO 126

I.1. Lista de Verificação I – Recolha de Documentos 126

I.2. Lista de Verificação II – Classificação dos Compromissos 127

II. CORRESPONDÊNCIA DAS NORMAS DA QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA 129

III. CARTA EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 131

IV. ELEMENTOS QUE FUNDAMENTAM A ESTRATÉGIA E POLÍTICA SUSTENTÁVEL 132

V. CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DE RELATO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 133

VI. COMPROMISSO DAS ORGANIZAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 134

VII. ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA 142

VIII. CARATERIZAÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA DE INVESTIGAÇÃO 154

VIII.1. Universo de Investigação 154

VIII.2. Amostra de Investigação 160

IX. TRATAMENTO ESTATÍSTICO 166

IX.1. Testes de Normalidade 166

IX.2. Testes de Homogeneidade de Variâncias 167

IX.3. Testes de Multicolinearidade 168

X. BASE DE DADOS DE INVESTIGAÇÃO 171

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

x

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo conceptual de comunicação da organização com as partes interessadas. ............................................. 5

Figura 2 – Os stakeholders na perspetiva da organização................................................................................................ 15

Figura 3 – Os três aspetos da teoria dos stakeholders. .................................................................................................... 16

Figura 4 – Os conceitos que estão na génese do desenvolvimento sustentável. ............................................................... 20

Figura 5 – As dimensões do desenvolvimento sustentável. .............................................................................................. 22

Figura 6 – A gestão do desenvolvimento sustentável organizacional. ............................................................................... 27

Figura 7 – Benefícios da comunicação do desenvolvimento sustentável........................................................................... 28

Figura 8 – Modelo do sistema de gestão da qualidade. ................................................................................................... 30

Figura 9 – Modelo do sistema de gestão ambiental. ........................................................................................................ 33

Figura 10 – Modelo do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho. ................................................................. 36

Figura 11 – Modelo de integração dos sistemas de gestão.............................................................................................. 40

Figura 12 – Relação do desenvolvimento sustentável com o sistema integrado de gestão. ............................................... 42

Figura 13 – Pirâmide da gestão sustentável organizacional. ............................................................................................ 47

Figura 14 – Modelo triaxial da gestão por valores. .......................................................................................................... 50

Figura 15 – Processo de planeamento estratégico. ......................................................................................................... 52

Figura 16 – O governo das sociedades e o sistema integrado de gestão. ......................................................................... 56

Figura 17 – Estrutura documental de um sistema integrado de gestão. ........................................................................... 57

Figura 18 – Fluxograma do processo de investigação. .................................................................................................... 70

Figura 19 – Fase de preparação, organização e relato, no processo da análise de conteúdo. .......................................... 72

Figura 20 – As dimensões do desenvolvimento sustentável, no suporte às categorias de análise. .................................... 74

Figura 21 – Organizações que divulgam as declarações da estratégia e políticas no website. .......................................... 86

Figura 22 – Organizações que divulgam as políticas da organização no website. ............................................................. 87

Figura 23 – Organizações que divulgam documentos de gestão organizacional no website. ............................................. 88

Figura 24 – Organizações que publicaram anualmente relatórios de gestão no website. .................................................. 88

Figura 25 – Organizações que divulgam certificados de conformidade no website. .......................................................... 89

Figura 26 – Relação dos compromissos com o desenvolvimento sustentável por dimensão............................................. 89

Figura 27 – Organizações que divulgam compromissos com o desenvolvimento sustentável. .......................................... 91

Figura 28 – Organizações enquadradas nas categorias das variáveis independentes. ...................................................... 93

Figura 29 – O compromisso com o desenvolvimento sustentável, segundo os membros do BCSD Portugal. .................. 141

Figura 30 – Organizações do universo distribuídas por distrito ou região. ...................................................................... 154

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

xi

Figura 31 – Organizações do universo distribuídas por unidade territorial. ..................................................................... 154

Figura 32 – Organizações do universo distribuídas por código de atividade económica. ................................................. 155

Figura 33 – Organizações do universo distribuídas por setor de atividade...................................................................... 156

Figura 34 – Organizações do universo distribuídas por forma jurídica. .......................................................................... 156

Figura 35 – Organizações do universo distribuídas por referencial normativo. ............................................................... 157

Figura 36 – Organizações do universo distribuídas por organismo de certificação. ........................................................ 157

Figura 37 – Organizações do universo distribuídas por ranking empresarial. ................................................................. 158

Figura 38 – Organizações do universo distribuídas por tipo de website. ......................................................................... 158

Figura 39 – Organizações do universo distribuídas por caraterísticas do perfil. .............................................................. 159

Figura 40 – Organizações da amostra distribuídas por distrito ou região. ...................................................................... 160

Figura 41 – Organizações da amostra distribuídas por unidade territorial. ..................................................................... 160

Figura 42 – Organizações da amostra distribuídas por código de atividade económica. ................................................. 161

Figura 43 – Organizações da amostra distribuídas por setor de atividade. ..................................................................... 162

Figura 44 – Organizações da amostra distribuídas por forma jurídica. ........................................................................... 162

Figura 45 – Organizações da amostra distribuídas por referencial normativo. ................................................................ 163

Figura 46 – Organizações da amostra distribuídas por organismo de certificação. ......................................................... 163

Figura 47 – Organizações da amostra distribuídas por ranking empresarial. ................................................................. 164

Figura 48 – Organizações da amostra distribuídas por caraterísticas do perfil. .............................................................. 165

Figura 49 – Base de dados de investigação na secção dos dados de identificação. ....................................................... 171

Figura 50 – Base de dados de investigação na secção dos dados da certificação. ......................................................... 172

Figura 51 – Base de dados de investigação na secção das listagens e rankings empresariais nacionais. ....................... 173

Figura 52 – Base de dados de investigação na secção do corpus de análise ou documentos de análise no website. ...... 174

Figura 53 – Base de dados de investigação na secção das políticas da organização. ..................................................... 175

Figura 54 – Base de dados de investigação na secção de outros documentos relevantes na divulgação de informação. . 176

Figura 55 – Base de dados de investigação na secção dos compromissos (dimensões económica e ambiental). ........... 177

Figura 56 – Base de dados de investigação na secção dos compromissos (dimensões social e integrada). .................... 178

Figura 57 – Base de dados de investigação na secção das variáveis de investigação. .................................................... 179

Figura 58 – Base de dados de investigação na secção do tratamento estatístico das variáveis de investigação. ............. 180

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

xii

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Estrutura gráfica da dissertação de mestrado. ................................................................................................. 8

Tabela 2 – Os principais marcos do percurso histórico do desenvolvimento sustentável. .................................................. 23

Tabela 3 – Requisitos da comunicação com as partes interessadas, por referencial normativo. ....................................... 41

Tabela 4 – Organismos de certificação de sistemas de gestão que operam em Portugal. ................................................. 45

Tabela 5 – Fundamentação teórica das categorias e subcategorias de análise, no processo de categorização. ................. 75

Tabela 6 – Relação do corpus, documentos, categorias, subcategorias e unidades de análise. ........................................ 77

Tabela 7 – Organizações que comunicam compromissos no âmbito do desenvolvimento sustentável. ............................. 90

Tabela 8 – Caraterização das variáveis de investigação (dependente e independentes). ................................................... 92

Tabela 9 – Parâmetros descritivos de caraterização estatística da variável dependente. ................................................... 93

Tabela 10 – Resultados estatísticos da análise descritiva da relação entre as variáveis em estudo. .................................. 94

Tabela 11 – Resultados estatísticos do teste – U de Mann-Whitney. ................................................................................ 95

Tabela 12 – Caraterização da variável dependente transformada. ................................................................................... 97

Tabela 13 – Resultados estatísticos do modelo de regressão logística binária. ................................................................. 98

Tabela 14 – Parâmetros estatísticos do modelo de regressão logística binária. ................................................................ 99

Tabela 15 – Resultados das hipóteses de investigação.................................................................................................. 102

Tabela 16 – Estrutura da lista de verificação utilizada na recolha de documentos no website......................................... 126

Tabela 17 – Estrutura da lista de verificação utilizada na classificação dos compromissos. ............................................ 127

Tabela 18 – Matriz de correspondência das normas da qualidade, ambiente e segurança. ............................................ 129

Tabela 19 – Princípios de gestão ambiental da carta empresarial para o desenvolvimento sustentável. ......................... 131

Tabela 20 – Matriz de autoavaliação dos elementos que fundamentam a estratégia e política sustentável. .................... 132

Tabela 21 – Categorias e subcategorias de relato da sustentabilidade. .......................................................................... 133

Tabela 22 – Testemunho de gestores de topo sobre o compromisso com o desenvolvimento sustentável. ..................... 134

Tabela 23 – Lista de organizações portuguesas certificadas em qualidade, ambiente e segurança. ............................... 142

Tabela 24 – Testes de normalidade à variável dependente. ........................................................................................... 166

Tabela 25 – Testes de homogeneidade de variâncias na relação das variáveis. ............................................................. 167

Tabela 26 – Parâmetros estatísticos da correlação entre as variáveis independentes. .................................................... 168

Tabela 27 – Coeficientes estatísticos de colinearidade da variável dependente. ............................................................. 169

Tabela 28 – Diagnóstico de colinearidade da variável dependente. ................................................................................ 170

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

ACE. Agrupamento Complementar de Empresas AENOR Asociación Española de Normalización y Certificación AEP Associação Empresarial de Portugal APA American Psychological Association APCER Associação Portuguesa de Certificação AS Australia Standard B Coeficiente BCSD Business Council for Sustainable Development BM TRADA BM Trada Certification, Ltd. BS British Standard BSI British Standards Institution BVC Bureau Veritas Certification Portugal, Unipessoal, Lda. CCE Comissão das Comunidades Europeias ou Conselho das Comunidades Europeias CCI Câmara de Comércio Internacional CD Committee Draft CDS Comissão para o Desenvolvimento Sustentável ou Comunicação com o Desenvolvimento Sustentável CE Comissão Europeia CEMDS Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável CEO Chief Executive Officer CERTIF Associação para a Certificação CG Corporate Governance CMAD Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento CNUAD Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento CON. Constante CRIS Centro de Responsabilidade e Inovação Social CRL. Cooperativa CS Corporate Sustainability CSC Código das Sociedades Comerciais CSR Corporate Social Responsibility DAS Direct Assessment Services Portugal, Lda. DGAEP Direção-Geral da Administração e do Emprego Público DNV Det Norske Veritas – Classificação, Certificação e Serviços, Lda. DPS Departamento de Produção e Sistemas DQS Sercert – Serviços de Certificação, Lda. DS Desenvolvimento Sustentável ou Dansk Standard DSA Danish Standards Association DVO Dimensão de Vendas da Organização E.M. Empresa Municipal EEDS Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável EEng Escola de Engenharia EIC Empresa Internacional de Certificação, S.A. EMAS Eco Management and Audit Scheme EN European Standard ENDS Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ERM Exposição nos Rankings dos Media ETC. Et Cetera (expressão latina que significa “e outras coisas da mesma espécie”) FEP Faculdade de Economia da Universidade do Porto FJO Forma Jurídica da Organização GEC Guia de Empresas Certificadas gl Graus de Liberdade GMB Grupo Membro do BCSD Portugal GRI Global Reporting Initiative GS Governo das Sociedades HB Handbook IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação IBM International Business Machines ICC Índice de Comunicação do Compromisso ou International Chamber of Commerce IEC International Electrotechnical Commission ILO International Labour Organization IMS Integrated Management Systems IPAC Instituto Português de Acreditação IPCA Instituto Politécnico do Cávado e do Ave IPL Instituto Politécnico de Leiria IPQ Instituto Português da Qualidade

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

xiv

ISBN International Standard Book Number ISEP Instituto Superior de Engenharia do Porto ISO International Organization for Standardization IUL Instituto Universitário de Lisboa LDA. Sociedade por Quotas LGO Localização Geográfica da Organização LRQA Lloyd’s Register EMEA – Portugal (Lloyd’s Register Quality Assurance, Ltd.) LUSAENOR Lusaenor, Lda. MEI Mestrado em Engenharia Industrial MTD Melhor Tecnologia Disponível N Número NP Norma Portuguesa NTS Norwegian Technology Standards Institution NU Nações Unidas NUT Nomenclatura de Unidade Territorial NZS New Zealand Standard OHSAS Occupational Health and Safety Advisory Services OIT Organização Internacional do Trabalho PAS Publicly Available Specification PC Projeto do Comité PDCA Plan, Do, Check and Act PEVA Planear, Executar, Verificar e Atuar PIB Produto Interno Bruto PIENDS Plano de Implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável PLC Public Limited Company PME Pequenas e Médias Empresas QAS Qualidade, Ambiente e Segurança QASST Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde do Trabalho QEC Quality and Environmental Certification, Ltd. QSM Qualidade, Segurança e Manutenção RS Responsabilidade Social RSE Responsabilidade Social Empresarial RSI Relato de Sustentabilidade na Internet S.A. Sociedade Anónima S.E. Erro Normalizado SA Social Accountability SAI Social Accountability International SAO Setor de Atividade da Organização SCCM Stichting Coödinatie Certificatie Milieu SD Sustainable Development SE Sustentabilidade Empresarial SGA Sistema de Gestão Ambiental SGQ Sistema de Gestão da Qualidade SGRS Sistema de Gestão da Responsabilidade Social SGS ICS Serviços Internacionais de Certificação, Lda. SGSST Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho SIG Sistema Integrado de Gestão Sig. Significância SIGQAS Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança SIGQASST Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde do Trabalho SMART Specific, Measurable, Achievable, Relevant and Time-bound SPE Setor Público Empresarial SPSS Statistical Package for the Social Sciences SST Segurança e Saúde do Trabalho TBL Triple Bottom Line TQM Total Quality Management TS Technical Specification TÜV Rheinland Portugal, Inspecções Técnicas, Lda. UE União Europeia UM Universidade do Minho UN United Nations UNE Una Norma Española USA United States of America VIF Variance Inflation Factor WBCSD World Business Council for Sustainable Development WCED World Commission on Environment and Development WWW World Wide Web

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

1

Capítulo 1

INTRODUÇÃO

RESUMO Neste capítulo apresenta-se o enquadramento ao tema da investigação, bem como o modelo conceptual adotado, que esteve na base do estudo desenvolvido. São feitas ainda referências às motivações que estiveram na origem do trabalho, e apresentados os objetivos de investigação, bem como uma breve descrição do método de investigação aplicado e da estrutura gráfica geral da dissertação de mestrado.

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INTRODUÇÃO

2

1. INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO

Atualmente, em Portugal encontra-se em marcha um conjunto de iniciativas políticas no âmbito do

“Compromisso para o Crescimento Verde”, o qual visa estabelecer as bases para um compromisso

estratégico, com o horizonte temporal de 2030, que impulsione um novo modelo de desenvolvimento

do país nos próximos 15 anos, que concilie, de forma integrada, o crescimento económico, o consumo

de recursos naturais, a justiça social e a qualidade de vida das populações (Alvarenga & Meireles,

2015). Desta forma dá-se seguimento à concretização dos desígnios assumidos em 2007, para o ano

de 2015, pela aplicação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS), publicada na

lei pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto, a qual tinha como pilares

estratégicos o desenvolvimento económico, a coesão social e a proteção e valorização do ambiente. A

própria Comissão Europeia considera a “Estratégia de Lisboa” como sendo um compromisso, no qual

se assumiu que as questões económicas, sociais e ambientais, têm de estar integradas nas políticas

europeias. A ideia “subjacente a esta estratégia é a de que uma economia forte ajudará, quer à criação

de emprego, quer à criação de políticas sociais e ambientais que assegurem o desenvolvimento

sustentável e a inclusão social” (Santos, 2008a, p. 77). Embora as estratégias para o desenvolvimento

sustentável sejam definidas em termos macroeconómicos, ou seja, em cada país, em cada espaço

económico, e a nível global no planeta, os seus princípios orientadores podem e devem ser aplicados

às organizações, no geral, no sentido que só as organizações sustentáveis poderão ter lugar na

sociedade do futuro, que se deseja mais coesa, mais solidária e mais desenvolvida (Braga & Morgado,

2007, 2012). Dito de outra forma, o “desenvolvimento sustentável é um conceito macro (económico e

social) à escala planetária, o qual não se pode aplicar diretamente a uma organização”, no entanto

todas as organizações têm obrigação de contribuir para o desenvolvimento sustentável (Sotomayor,

Rodrigues, & Duarte, 2013, p. 330). Na literatura são vários os autores que consideram que o conceito

de desenvolvimento sustentável quando abordado à micro escala, ou seja, ao nível organizacional,

pode assumir a designação de “sustentabilidade organizacional” (Baumgartner & Ebner, 2010, p. 77)

ou “responsabilidade social organizacional” (Steurer, Langer, Konrad, & Martinuzzi, 2005, p. 274;

Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013, p. 330), pois ambos estes conceitos contribuem muito

significativamente para o conceito global de desenvolvimento sustentável (Pogutz, 2007; Baumgartner,

2014). Na abordagem à sustentabilidade organizacional e à responsabilidade social organizacional, as

organizações, além de adotarem práticas adequadas na vertente económica, integram também as

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INTRODUÇÃO

3

preocupações ambientais e sociais nas suas operações e na sua interação com as partes interessadas,

com o objetivo de melhorar a organização, a comunidade local e a sociedade em geral (Zwetsloot &

Marrewijk, 2004). A sustentabilidade é um conceito integrado que agrega todas as principais partes

interessadas de uma organização, bem como o meio ambiente e a sociedade (Parmar et al., 2010). Na

organização, os princípios da responsabilidade social inerentes ao conceito de desenvolvimento

sustentável, devem estar presentes na formulação das declarações da visão, missão e valores, para

assim serem integrados na estratégia e cultura da organização, a ser comunicada às partes

interessadas (Ader & Hansen, 2010). Nos últimos anos, a estratégia de desenvolvimento sustentável

nas organizações tornou-se uma questão muito relevante em todo o mundo (Tsai & Chou, 2009).

Motivada em grande parte pelo número crescente de organizações que se comprometem a aplicar os

princípios do desenvolvimento sustentável nos seus processos, o que faz com que estas organizações

focadas em princípios sustentáveis definam objetivos específicos na vertente económica, ambiental e

social (Rocha & Searcy, 2012). Perrini (2006) considera que as questões económicas, ambientais e

sociais devem estar integradas nas estratégias de negócio e em todas as atividades das organizações,

o que se torna no atual grande desafio para a gestão organizacional. As organizações a nível mundial

estão hoje mais pressionadas a garantir a qualidade dos seus produtos e serviços, mantendo e, até

mesmo, melhorando o desempenho ambiental e a segurança e saúde do trabalho, de acordo com

padrões estabelecidos pela sociedade e em consonância com o conceito de sustentabilidade (Suditu,

2007). As organizações começam agora a entender que podem contribuir para o desenvolvimento

sustentável, através da gestão eficaz e eficiente dos processos, assegurando, desta forma, o

desenvolvimento económico e em particular a competitividade, mas também a defesa do ambiente e a

promoção da responsabilidade social (Pires, 2012). Os sistemas de gestão da qualidade, ambiente,

segurança e saúde do trabalho, são instrumentos importantes que garantem a implementação do

conceito de desenvolvimento sustentável ao nível organizacional (Ejdys & Matuszak-Flejszman, 2010;

Qi, Zeng, Yin, & Lin, 2013). Num sistema de gestão totalmente integrado, qualquer compromisso

formulado ao nível das políticas e objetivos da organização, deve contemplar as três dimensões do

desenvolvimento sustentável (Mežinska, Lapiņa, & Mazais, 2015). Na atualidade, o “sistema integrado

de gestão da qualidade, ambiente e segurança deve ser visto como uma importante ferramenta em

prol do desenvolvimento sustentável” (Carvalho, Santos, & Gonçalves, 2014b, p. 35), onde o website

institucional assume, nos nossos dias, uma posição de destaque nos processos de divulgação de

informação às partes interessadas, ou seja, na comunicação dos compromissos assumidos pela gestão

de topo, em favor de um desenvolvimento sustentável (Carvalho, Santos, & Gonçalves, 2014a, 2014b).

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INTRODUÇÃO

4

1.2. MODELO CONCEPTUAL

A atual investigação foi fundamentada na Figura 1, que retrata o modelo conceptual de comunicação

dos compromissos da organização com as partes interessadas (stakeholders), através da página

institucional da Internet (website), modelo este denominado por “Infosfera da Organização”, o qual foi

desenvolvido segundo os pressupostos teóricos em que assentam outros “modelos conceptuais”

baseados em três (3) teorias organizacionais: a teoria institucional, a teoria da legitimidade e a teoria

dos stakeholders (Asif, Searcy, Zutshi, & Ahmad, 2011, p. 358; Michelon & Parbonetti, 2012, p. 483;

Ali & Rizwan, 2013, p. 601; Asif, Searcy, Zutshi, & Fisscher, 2013, p. 11; Carvalho, 2013, p. 6). No

modelo o eixo central representa a organização, como sendo uma estrutura sólida, alicerçada na visão,

missão e valores, bem como nos objetivos, princípios de negócio e estratégia empresarial, muitas vezes

não divulgados, elementos estes que suportam a estratégia e as políticas da organização (cultura

organizacional) e, promovem, o movimento da organização em direção ao sucesso sustentado. No

modelo, “a organização é vista em termos holísticos como um sistema dinâmico sujeito a ajustes e

reajustes de ordem interna e externa, como os que ocorrem numa estrutura mecânica modular”

(Carvalho, 2013, p. 5), arquitetada por engrenagens onde operam rodas dentadas (sistemas de

gestão). As diversas “áreas temáticas (descritores) que envolvem e integram a organização, tais como:

a qualidade, o ambiente, a segurança, a economia, a sociedade, entre outras, bem como as partes

interessadas, são representadas no modelo como engrenagens mecânicas que promovem e

influenciam o movimento da organização em direção ao compromisso para com o desenvolvimento

sustentável” (Carvalho, 2013, p. 5). Segundo Carvalho (2013), estas áreas temáticas incorporadas na

organização são, por sua vez, orientadas segundo referenciais normativos (nacionais e internacionais),

os quais promovem a implementação de sistemas de gestão suportados nos princípios da metodologia:

“Plan–Do–Check–Act”, ou seja, “planear, atuar, executar e verificar”. No modelo proposto, o ciclo da

melhoria contínua (Ciclo PDCA) toma a posição de eixo central, por ser, no geral, muito relevante para

a estratégia e políticas da organização, “visto representar o fator chave (motor) que permite e promove

a integração dos vários sistemas de gestão” (Carvalho, 2013, p. 5). O Sistema Integrado de Gestão

(SIG) é apresentado no modelo como sendo a “pedra angular” do processo de gestão da comunicação

organizacional, uma vez que este “incorpora e integra os vários requisitos da comunicação (interna e

externa), que estão na génese dos referenciais que suportam os sistemas de gestão” (Carvalho, 2013,

p. 5). No modelo, o website institucional da organização na Internet é representado como uma “porta

aberta” à comunidade mundial, o qual permite demonstrar, de forma transparente, os compromissos

assumidos na estratégia e políticas pela gestão de topo em prol do desenvolvimento sustentável, visto

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INTRODUÇÃO

5

que através deste “canal de comunicação previlegiado” se consegue facilmente efetuar a divulgação de

informação para todo o mundo, nas vertentes da sustentabilidade organizacional e responsabilidade

social organizacional (Carvalho, 2013, p. 6). A informação divulgada no website que é “comunicada

pela organização às partes interessadas é alvo de análise e reflexão”, sendo que a mensagem

percecionada pelas partes interessadas vai ditar a “sentença” destas face à posição da organização no

mercado, contribuindo assim, no geral, para “influenciar a continuidade e legitimidade” da estratégia e

políticas da organização (Carvalho, 2013, p. 6). O retorno da informação (feedback) proveniente das

partes interessadas é comunicado à organização (Figura 1), sob diferentes formas, tais como: estudos

de mercado, inquéritos de satisfação, reclamações, contraordenações, entre outras (Carvalho, 2013).

Figura 1 – Modelo conceptual de comunicação da organização com as partes interessadas.

(Fonte: adaptado de Carvalho, 2013, p. 6)

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

NO ÂMBITO

DO COMPROMISSO

PARA COM O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

NO ÂMBITO

DO COMPROMISSO

PARA COM O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

Economia

Planear

Executar

Verificar

Atuar SIG

Organização

Ambiente Qualidade

Segurança

Sociedade SA 8000

EMAS III

ISO 9001

AA 1000

GRI 4

ISO 14001 BS OHSAS 18001

ISO 26000

NP 4397

W EBSITE

SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL

RESPONSABILIDADE SOCIAL ORGANIZACIONAL

Sistema Integrado de Gestão

SISTEMAS DE

GESTÃO

SISTEMAS DE

GESTÃO

DIVULGAÇÃO DE

INFORMAÇÃO

PARTES INTERESSADAS

INFORMAÇÃO INFORMAÇÃO

INFORMAÇÃO INFORMAÇÃO

PLAN

DO

CHECK

ACT

PLAN

DO

CHECK

ACT

C O M U N I C A Ç Ã O

C O M U N I C A Ç Ã O

SUCESSO SUSTENTADO

Estratégia & Políticas CULTURA

ORGANIZACIONAL

ISO 9004

Política da

Qualidade

Visão Missão Valores

Política de

Ambiente

Política de

Segurança

Política de

Ambiente

Política de

Segurança

Teoria dos Stakeholders

Comunicação de Compromissos

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

E S T R A T É G I A

E S T R A T É G I A

Visã

o, M

issã

o, V

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es e

Obj

etiv

os

Prin

cípi

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e N

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Est

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icas

da

Org

aniz

ação

O R G A N I Z A C I O N A L

O R G A N I Z A C I O N A L

Visão, Missão, Valores e O

bjetivos Princípios de N

egócio e Estratégia Empresarial

Políticas da Organização

Comunicação da

Estratégia & Políticas às

Partes Interessadas (Compromissos da Organização)

Comunicação da

Estratégia & Políticas às

Partes Interessadas (Compromissos da Organização)

P O L Í T I C A S

& &

P O L Í T I C A S

Teorias Organizacionais

MELHORIA CONTÍNUA

Descritores Descritores

Teoria Institucional Teoria da Legitimidade

Comunicação Interna & Externa

Comunicação Interna & Externa

Divulgação de Informação Estratégica no W ebsite

Institucional

Divulgação de Informação Estratégica no W ebsite

Institucional

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INTRODUÇÃO

6

O modelo conceptual proposto encontra-se alicerçado na teoria institucional, na teoria da legitimidade e

na teoria dos stakeholders, por serem consideradas as três (3) teorias organizacionais que melhor se

enquadram nos pressupostos da investigação. Na literatura vários autores recorrem à combinação dos

pressupostos da teoria institucional, da teoria da legitimidade e da teoria dos stakeholders, para

fundamentarem, nas organizações, o processo de divulgação de informação voluntária no âmbito social

e ambiental (Islam & Deegan, 2008; Bauer & Naime, 2012; Ali & Rizwan, 2013). São vários os quadros

teóricos que têm sido usados na investigação para explorar a questão por que as organizações se

comprometem para com o desenvolvimento sustentável, destacando vários autores, como exemplo, a

teoria baseada nos recursos, a teoria institucional, a teoria da legitimidade e a teoria dos stakeholders,

estas últimas tidas como as mais amplamente utilizadas para explicar o desenvolvimento sustentável

organizacional (Roca & Searcy, 2012; Rocha & Searcy, 2012). Montiel e Delgado-Ceballos (2014, p.

124), numa abordagem às teorias organizacionais que são utilizadas no âmbito da investigação do

desenvolvimento sustentável, fornecem a seguinte evidência quantitativa, após consulta de 170 artigos

publicados em revistas cientificas de topo: “18% aplicam a teoria dos stakeholders, 17% a teoria

institucional, e 10% a teoria baseada nos recursos da empresa”. Fonseca (2014) numa abordagem às

teorias organizacionais e aos sistemas da qualidade, enquadrou a teoria institucional e de legitimidade

organizacional, em síntese, como a base à adoção dos modelos das organizações de sucesso. Mota e

Santos (2011) referem que conceitos como sustentabilidade e responsabilidade social organizacional

podem ser explicados à luz da teoria dos stakeholders, teoria da legitimidade e teoria da reputação. Por

sua vez, Garvare e Johansson (2010) propuseram uma análise teórica conceptual, na qual abordaram,

em simultâneo, a relação da gestão da qualidade com a teoria dos satekholders e a sustentabilidade,

numa perspetiva da implementação e gestão do desenvolvimento sustentável ao nível da organização.

1.3. MOTIVAÇÃO

O presente trabalho de investigação teve como elemento fulcral de motivação a necessidade do autor

em criar um instrumento de trabalho de referência e inovador, que o auxilie no desempenho da sua

atividade profissional enquanto consultor, gestor, auditor e formador, em sistemas integrados de gestão

da qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho. A informação agregada neste estudo será

muito útil para suportar tecnicamente atividades de definição e revisão de processos de planeamento

estratégico, em organizações com sistemas de gestão da qualidade, ambiente e segurança, que visem

conhecer a dimensão do seu compromisso para com o desenvolvimento sustentável, que está presente

nos documentos que suportam a sua estratégia e políticas e são divulgados no website da organização.

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INTRODUÇÃO

7

1.4. OBJETIVOS

O objeto de estudo da atual dissertação de mestrado fundamenta-se e centra-se na investigação dos

conteúdos estratégicos de compromisso em prol do Desenvolvimento Sustentável (DS), que são

comunicados através da estratégia e políticas, formuladas pela gestão de topo das organizações

portuguesas certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS). A investigação visa detalhar o

processo de comunicação e divulgação da estratégia e políticas no website da organização, elementos

estes que são divulgados universalmente às partes interessadas, sob a forma das declarações da visão,

missão, valores, objetivos, princípios de negócio, estratégia empresarial e políticas da organização.

Neste sentido, foram estabelecidos os seguintes dois (2) objetivos de investigação (research objectives):

i) Caraterizar os conteúdos estratégicos1 divulgados no website, pelas organizações

portuguesas certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), no âmbito da comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável;

ii) Determinar o perfil da organização2 portuguesa certificada em Qualidade, Ambiente e

Segurança (QAS), em que a comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável divulgado no website, sob a forma de conteúdos estratégicos, é mais proeminente.

1.5. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO

O estudo teve como “pedra angular” uma base de dados de investigação criada no software Microsoft®

Office® Excel®. A base de dados integrou vasta informação atualizada das organizações portuguesas

certificadas em qualidade, ambiente e segurança, até 31 de dezembro de 2013, bem como das

organizações com melhores desempenhos económicos e sociais, nesse mesmo ano (por consulta dos

rankings anuais publicados em jornais e revistas). A monitorização dos conteúdos estratégicos

(expressos na estratégia e políticas da organização) que são divulgados no website das organizações,

no âmbito da comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável, foi efetuada com

recurso à técnica de análise de conteúdo, a qual foi suportada numa lista de verificação (ver Anexo I),

estruturada sob a forma de quatro (4) categorias (dimensão económica, ambiental, social e integrada),

as quais contemplam no total sessenta (60) subcategorias ou itens (compromissos). O tratamento

estatístico dos dados de investigação foi realizado com auxílio dos softwares IBM® SPSS® Statistics e

Microsoft® Office®Excel®, o qual contempla uma análise descritiva, univariada, bivariada e multivariada.

1Conteúdos estratégicos definem-se, no âmbito da atual investigação, como toda a informação relevante que se encontra presente na estratégia e políticas da organização, ou seja, nas declarações da visão, missão, valores, objetivos, princípios de negócio, estratégia empresarial e políticas da organização. 2Perfil da organização define-se, no âmbito da investigação, como a caraterização da organização, em termos da dimensão de vendas, forma jurídica, setor de atividade, localização geográfica, exposição nos rankings dos media, setor público ou privado, membro do BCSD Portugal e a publicação de relatórios.

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INTRODUÇÃO

8

1.6. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A Tabela 1 apresenta a estrutura da dissertação de mestrado nas suas partes constituintes: pré-texto,

texto e pós-texto. O corpo principal da dissertação, denominado por “texto”, é constituído por cinco (5)

capítulos. O capítulo 1 designa-se por Introdução e apresenta o enquadramento ao tema, bem como o

modelo conceptual, as motivações, os objetivos, o método de investigação e a estrutura da dissertação.

O capítulo 2 designa-se por Revisão Bibliográfica e apresenta as teorias organizacionais, o conceito de

desenvolvimento sustentável, os sistemas de gestão relacionados com o desenvolvimento sustentável,

a estratégia e as políticas da organização para a gestão sustentável, uma abordagem aos conceitos

relacionados com a cultura, a liderança e o compromisso organizacional, bem como alguns estudos

empíricos no âmbito da comunicação do desenvolvimento sustentável. O capítulo 3 designa-se por

Metodologia e apresenta uma descrição das questões, das hipóteses e do processo de investigação,

bem como uma caraterização da técnica de análise de conteúdo, da base de dados de investigação, do

universo e da amostra de investigação, das variáveis de investigação e do processo de recolha e

tratamento dos dados. O capítulo 4 designa-se por Resultados e apresenta a análise e discussão dos

resultados da investigação. O capítulo 5 designa-se por Conclusão e relata as conclusões finais obtidas

em termos dos objetivos e questões formuladas, bem como apresenta as principais limitações e os

constrangimentos sentidos e, por último, ainda identifica alguns temas para possíveis trabalhos futuros.

Tabela 1 – Estrutura gráfica da dissertação de mestrado. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO NÚMERO DE PÁGINAS

PRÉ TEXTO

Capa ……………………………………………………………………….. Folha de Rosto …………………………………………………..……… Declaração ………………………………………………………..……… Termo de Responsabilidade …………………………………………. Dedicatória ……………………………………………………………….. Agradecimentos ……………………………………………………..…. Resumo ………………………………………………………………..…. Abstract …………………………………...…………………………..…. Índice ……………………………………………..……………………….. Índice de Figuras ……………………………………………………….. Índice de Tabelas …………………………………………………..….. Lista de Abreviaturas, Siglas e Acrónimos .……………..……....

1 1 1 1 1 1 1 1 3 2 1 2

16 16

198

TEXTO

1. Introdução ………………………………………………………..….. 2. Revisão Bibliográfica ……………………………………............. 3. Metodologia ………………...…………………………………..…… 4. Resultados ……………………………………………..…………..… 5. Conclusão ………………………………………….......................

8 54 22 18 4

106

182

PÓS TEXTO

Bibliografia …………………………………………………………..…... Anexos ……………………………………………….......................... Ficha Técnica ……………………………………………………..…….. Contracapa …………………………………………………………..…..

18 56 1 1

76

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

9

Capítulo 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

RESUMO Neste capítulo referem-se as teorias organizacionais, o conceito de desenvolvimento sustentável, os sistemas de gestão e o desenvolvimento sustentável, a estratégia e políticas da organização para a gestão sustentável, é feita uma abordagem a conceitos relacionados com a cultura, a liderança e o compromisso organizacional, e ainda referem-se estudos empíricos sob a comunicação do desenvolvimento sustentável.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. TEORIAS ORGANIZACIONAIS

A teoria das organizações “contribui para a análise de situações complexas nas organizações, descobre

ou inventa meios eficazes e criativos para lidar com elas, além de abrir a mente para aspetos da vida,

dentro e fora das organizações” (Breitenbach, Brandão, & Souza, 2009, p. 4). Segundo uma perspetiva

holística da literatura, as teorias organizacionais fundamentam-se em pressupostos teóricos válidos que

ajudam a compreender o comportamento das organizações no seio da sociedade onde intervêm.

Contudo, importa referir que a subjetividade muitas vezes impera nesta área, pois o próprio termo

“organizações” apresenta-se na literatura “como de difícil definição, recebendo, ao longo da história,

olhares e preocupações diferenciadas” (Breitenbach, Brandão, & Souza, 2009, p. 2). Fonseca (2014,

p. 28) numa abordagem a Scott (2003), refere que “uma organização é um grupo cujos membros

coordenam os seus comportamentos para atingir objetivos partilhados ou realizar um produto, sejam

empresas, escolas, famílias ou associações de voluntários”. Considerando ainda que “as qualidades

que distinguem estas organizações entre si são os papéis, as regras, os fins, os comportamentos

recorrentes e as fronteiras claramente definidas” (Fonseca, 2014, p. 28). Os investigadores que visam

o estudo da divulgação de informação voluntária pelas organizações, no âmbito social e ambiental,

fundamentam as suas análises em várias teorias, tais como: a “teoria institucional”, a “teoria da

legitimidade” e a “teoria dos stakeholders” (Gray, Kouhy, & Lavers, 1995, p.49; Deegan, 2002;

Eugénio, 2010; Joseph, 2010b, p. 54; Joseph & Taplin, 2011, p. 22; Bauer & Naime, 2012, p. 43;

Michelon & Parbonetti, 2012, p. 481). Na literatura sobre comunicação de informação em relatórios e

websites, no âmbito da divulgação de conteúdos sobre sustentabilidade, responsabilidade social e

desenvolvimento sustentável, são vários os autores que recorreram à teoria institucional (Bansal, 2005;

Joseph, Pilcher, & Taplin, 2009, 2014; Joseph, 2010b; Joseph & Taplin, 2011, 2012a, 2012b), à

teoria da legitimidade (Deegan, Rankin, & Tobin, 2002; Branco & Rodrigues, 2005, 2006, 2008) e à

teoria dos stakeholders (Roberts, 1992; Brammer & Pavelin, 2008; Michelon & Parbonetti, 2012), para

fundamentarem os seus estudos. Contudo, numa organização pode-se aplicar e combinar múltiplas

teorias (Eugénio, 2010; Fonseca, 2014). São vários os autores que, no âmbito do estudo da divulgação

de informação nos websites das organizações, referem a importância de uma abordagem integrada das

teorias organizacionais, pela dificuldade que existe em explicar determinados fenómenos, somente à

luz dos pressupostos de uma única teoria (Barros, 2008a, 2008b; Amorim, 2010; Mahadeo, Oogarah-

Hanuman, & Soobaroyen, 2011; Moura, 2012; Carvalho, 2013; Amran, Ooi, Mydin, & Devi, 2015).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

11

2.1.1. Teoria Institucional

Na origem dos pressupostos da atual teoria institucional estão os estudos realizados, na década de 70,

por Meyer e Rowan (1977, p. 340), os quais referem que as “organizações são levadas a incorporar as

práticas e procedimentos definidos pelos conceitos que prevalecem no ambiente organizacional e se

encontram institucionalizados na sociedade”. As organizações que adotam tais atividades e atitudes

aumentam a sua legitimidade3 e as perspetivas de sobrevivência (Meyer & Rowan, 1977). Para Joseph

(2010b, p. 57), a “sobrevivência de uma organização depende de atender às expectativas das normas

sociais”. Zucker (1987) refere que as organizações são influenciadas por pressões normativas de

origem externa e interna, sendo que sob determinadas condições, essas pressões levam a organização

a ser orientada por elementos legitimados, a partir de procedimentos operacionais normalizados, que

muitas vezes têm o efeito de direcionar a atenção, afastando-a do desempenho da tarefa (Zucker,

1987). Numa organização, “a adoção desses elementos legitimados, levam ao isomorfismo4 com o

ambiente institucional, aumentando a probabilidade de sobrevivência” (Zucker, 1987, p. 443),

reforçando assim a ideia de que “o isomorfismo institucional promove o sucesso e sobrevivência das

organizações” (Meyer & Rowan, 1977, p. 349). Segundo Meyer e Rowan (1977), as organizações

tendem a incorporar nas suas estratégias elementos já institucionalizados, proporcionando assim a

salvaguarda das decisões que proferem e atividades que desenvolvem, com o intuito de proteger a

organização de adotar qualquer conduta imprópria ou mesmo que possa ser questionada. As

organizações quando estruturadas em conformidade com as características dos ambientes

institucionais onde se encontram inseridas, tendem a ficar isomórficas com eles (Meyer & Rowan,

1977). Na organização, a “incorporação de estruturas formais externas legitimadas, aumenta o

compromisso com os participantes internos e constituintes externos” (Meyer & Rowan, 1977, p. 349).

Na literatura são vários os autores que consideram e estabelecem a noção de “legitimidade” como

sendo o “centro da teoria institucional” (DiMaggio & Powell, 1983; Deegan, 2002, p. 293; Joseph,

2010b, p. 56; Sánchez-Fernández, 2012, p. 2). Na organização, a legitimidade pode ser alcançada

mediante o cumprimento de regras, crenças, valores e normas estabelecidas, bem como através da

adoção de determinadas práticas ou estratégias organizacionais que satisfaçam as necessidades da

organização (Sánchez-Fernández, 2012). Para Kondra e Hinings (1998, p. 744), “os valores e as

crenças externas à organização desempenham um papel significativo na determinação das normas 3Legitimidade organizacional “refere-se ao grau de suporte cultural de uma organização – a extensão que um conjunto de fatores estabelecidos culturalmente, fornecem explicações para sua existência, funcionamento e jurisdição [...]. Nessas circunstâncias, a legitimidade refere-se principalmente à adequação de uma organização como teoria. A organização completamente legítima, seria aquela sobre a qual nenhuma questão poderia ser levantada. Legitimação perfeita é a teoria perfeita, completa (isto é, sem incerteza) e confrontada por não existirem alternativas” (Meyer & Scott, 1983, p. 201). 4Isomorfismo é o conceito que melhor retrata o processo de homogeneização organizacional, no geral, “é um processo restritivo que força uma unidade em uma população a assemelhar-se a outras unidades, que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais” (DiMaggio & Powell, 1983, p. 149).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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organizacionais”. DiMaggio e Powell (1983, p. 150) identificaram três (3) mecanismos por meio dos

quais as ditas mudanças isomórficas institucionais ocorrem: o “isomorfismo coercivo”, o “isomorfismo

mimético” e o “isomorfismo normativo”. O isomorfismo coercivo “resulta de ambas as pressões

formais e informais exercidas sobre as organizações por outras organizações, das quais elas dependem

e pelas expectativas culturais da sociedade em que as organizações atuam” (DiMaggio & Powell, 1983,

p. 150). Este tipo de isomorfismo resulta da influência política e do problema da legitimidade, como

seja, por exemplo, a aplicação de regulamentos e leis, capazes de impor procedimentos uniformes às

organizações. O isomorfismo mimético ocorre em situações de incerteza quando se busca a imitação

de modelos aceites. Segundo DiMaggio e Powell (1983, p. 151), “a incerteza é também uma força

poderosa que incentiva a imitação”. Normalmente, quando as tecnologias organizacionais são pobres,

quando os objetivos são ambíguos ou quando o ambiente cria incertezas simbólicas, as organizações

modelam-se nas outras, que já utilizam regras socialmente aceites (DiMaggio & Powell, 1983; Rosseto

& Rosseto, 2005). O isomorfismo normativo tem por base a profissionalização, no que concerne à

definição e partilha de normas, condições e métodos de trabalho pelos membros de cada segmento

profissional, para controlo e estabelecimento de uma base cognitiva e de legitimidade, que reforce a

sua própria autonomia profissional (DiMaggio & Powell, 1983). Por sua vez, Scott (2008, p. 428)

identificou três (3) elementos que fundamentam a ordem institucional, são eles os elementos ditos:

“regulativos”, “normativos” e “culturais-cognitivos”. Joseph (2010b, p. 57) numa abordagem, no geral,

a outros autores (Meyer & Rowan, 1977; Scott, 1987) refere ainda que “através da obtenção de apoio

contínuo da sociedade, a legitimação de uma estrutura formal, das políticas e dos procedimentos de

uma organização é essencial para garantir o cumprimento das regras institucionalizadas”. A teoria

institucional baseia-se na forma como os grupos e organizações melhor protegem as suas posições e

legitimidade, em conformidade com as regras e normas do ambiente institucional (DiMaggio & Powell,

1983; Glover, Champion, Daniels, & Dainty, 2014). Segundo Zilber (2012, p. 90), a “teoria institucional

pode também ajudar aprofundar a nossa compreensão sobre os aspetos políticos da cultura

organizacional”. Para Gauthier (2013, p. 89), “as perspetivas da teoria institucional são lentes úteis

através das quais se pode ver a sustentabilidade nas organizações”. A teoria institucional foi utilizada

de forma isolada ou em conjugação com outras teorias, em investigações, para fundamentar e explicar

a divulgação de informação no âmbito do desenvolvimento sustentável (Bansal, 2005) e na análise de

processos de comunicação organizacional (Lammers & Barbour, 2006). A “teoria institucional tem à

data dominado a literatura, sobre como dirigir para um negócio sustentável” (Grob & Benn, 2014, p.

18), assente na premissa básica das normas predominantes e influências sociais (Rodrigues, 2012).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.1.2. Teoria da Legitimidade

O “conceito de legitimidade tem as suas raízes na teoria institucional e na investigação sociopolítica”

(Aerts & Cormier, 2009, p. 2). Numa abordagem a outros estudiosos, Guthrie e Parker (1989) referem

que a teoria da legitimidade postula que as organizações divulgam informações, como forma de reagir

aos fatores ambientais (económicos, sociais e políticos) e que essa divulgação ocorre com o intuito de

legitimar as ações, por si tomadas, perante a sociedade. Suchman (1995, p. 574) definiu legitimidade,

como sendo “uma perceção ou suposição generalizada de que as ações de uma entidade são

desejáveis, próprias ou apropriadas, dentro de um sistema socialmente construído de normas, valores,

crenças e definições”. Por sua vez, Deegan (2002), numa análise aos estudos realizados por Mathews

na década de 90, refere que a ideia de “legitimidade” está diretamente relacionada com o conceito de

“contrato social”5 (Deegan, 2002, p. 293). Pressuposto este que tem vindo a ser corroborado, ao longo

dos últimos anos, por vários outros investigadores (tais como, por exemplo, Eugénio, 2010, p. 113).

Segundo diversos autores, a teoria da legitimidade “baseia-se na ideia de que existe um ‘contrato

social’ entre a organização e a sociedade” (Guthrie & Parker, 1989, p. 344; Deegan, 2002, p. 293;

Guthrie, Petty, Yongvanich, & Ricceri, 2004, p. 284; Branco & Rodrigues, 2006, p. 236; Magness,

2006, p. 541; Eugénio, Lourenço, & Morais, 2013, p. 571). Segundo Eugénio (2010, p. 113), a

“sobrevivência de uma organização pode estar ameaçada, se a sociedade se apercebe que ela infringiu

o seu contrato social”, pois segundo este autor “as organizações existem porque a sociedade as

considera legitimas, ou seja, a sociedade confere-lhes um estado de legitimidade” (Eugénio, 2010, p.

113). Esta teoria considera que a sociedade permite as organizações existirem e terem direitos,

esperando em troca que elas correspondam às suas expectativas (Branco & Rodrigues, 2006). Perante

esta teoria, a organização, de forma voluntária, deve informar a sociedade em que atua, relativamente

às atividades e operações que desenvolve, mesmo que esta não use tal informação em seu proveito

(Guthrie, Petty, Yongvanich, & Ricceri, 2004). A divulgação de informação de caráter social e ambiental

pela organização pode ser entendida como um método útil para legitimar a sua própria atividade, com

o objetivo de dar a conhecer o que a organização realiza em questões de proteção ambiental e apoio à

sociedade (Eugénio, 2010). Suchman (1995, p. 586) refere que, “tal como a maioria dos processos

culturais, a gestão da legitimidade assenta fortemente na comunicação, neste caso, a comunicação

entre a organização e seus diversos públicos”. A “comunicação é um elemento crucial do processo de 5O termo contrato social “é usado para representar a multiplicidade de expectativas que a sociedade tem, sobre a forma como a organização deve realizar as suas operações” (Guthrie, Petty, Yongvanich, & Ricceri, 2004, p. 284). Na presente investigação, o conceito de “contrato social” pode ser entendido, holísticamente, como o referido na literatura por Glasper (2013), o qual menciona, como exemplo o caso de uma organização (Maricopa Community College Board), em que o seu “contrato social” assenta na visão, missão, valores, objetivos, princípios orientadores e políticas da organização. Elementos estes que evidenciam, pela linguagem utilizada, que o compromisso da organização com a sociedade global, começa na gestão de topo (Glasper, 2013). A legitimidade pode ser perdida, sempre que o “contrato social” não cumpre com os valores existentes na sociedade (Deegan, 2002; Mota & Santos, 2011).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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legitimação”, visto que a sociedade deve ser sensibilizada para as ações ou atividades adotadas pela

organização, em busca da legitimidade (Mahadeo, Oogarah-Hanuman, & Soobaroyen, 2011, p. 160).

Por esse motivo, Barros (2008a) refere que uma qualquer tentativa de abordar a teoria da legitimidade

em atuais estudos de investigação requer uma análise de elementos resultantes do processo de

comunicação organizacional. Deegan (2002, p. 292) considera mesmo que “as políticas de divulgação

organizacional são consideradas um importante meio, através do qual a gestão pode influenciar as

perceções externas sobre a sua organização”. Lindblom (1994) identificou quatro (4) estratégias que

permitem as organizações obterem ou manterem a sua legitimidade organizacional, sendo elas: “(i)

educar e informar o público relevante acerca das alterações recentes no seu desempenho e/ou

atividades; (ii) alterar as perceções do público relevante relativamente à organização; (iii) manipular as

perceções, desviando a atenção de determinado problema, para outras questões relatadas” e, por fim,

“(iv) alterar as expectativas do exterior quanto ao seu desempenho” (conforme texto de Eugénio, 2010,

pp. 113–114). No seguimento desta abordagem, Gray, Kouhy, e Lavers (1995, p. 54) referem que

quando ocorre uma discrepância entre as ações promovidas pela organização e as expectativas da

sociedade, poderá desenvolver-se uma diferença ou desfasamento de legitimidade – “legitimacy gap”,

o que pode ameaçar a reputação e imagem da organização no seu contexto socioeconómico, situação

esta recentemente corroborada também por Eugénio, Lourenço, e Morais (2013, p. 571). Por sua vez,

Suchman (1995) identificou três (3) formas primárias de legitimidade na organização: (i) a pragmática,

que se baseia nos interesses do público-alvo; (ii) a moral, que se baseia na aprovação normativa, isto é,

no cumprimento dos valores considerados socialmente aceitáveis e, por fim, (iii) a cognitiva, que se

baseia em aspetos culturais e cognitivos. Segundo Tilling (2004), a teoria da legitimidade tornou-se

uma das teorias mais citadas na área da contabilidade ambiental e social, visto oferecer aos

investigadores e público, no geral, uma forma de desvendar, criticamente, as divulgações de

informação, que são realizadas pelas organizações. A teoria da legitimidade é entendida por Eugénio

(2010, p. 113), como sendo a “teoria que melhor proporciona os fundamentos para a compreensão de

como e porquê” pode a gestão de topo de uma organização utilizar a divulgação de informação para o

exterior, na perspetiva de beneficiarem a organização, relativamente aos elementos de natureza

ambiental e social, que são comunicados à sociedade. Hybels (1995) considera que para a teoria da

legitimidade ser bem fundamentada é necessário, acima de tudo, identificar os atores críticos, internos

e externos, cuja aprovação é necessária para o cumprimento das funções da organização. Em resumo,

a teoria da legitimidade argumenta que os gestores usam a divulgação para moldar a impressão das

partes interessadas, face ao papel e responsabilidades da organização na sociedade (Magness, 2006).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.1.3. Teoria dos Stakeholders

O conceito stakeholder6 ou parte interessada7, termo adotado na tradução para a língua portuguesa, foi

popularizado por Robert Edward Freeman8, a partir do ano de 1984, com a publicação da sua obra de

referência mundial intitulada “Strategic Management: A Stakeholder Approach”. Conforme Freeman

(1984, 2010, pp. 25 e 46), o termo stakeholder representa um “qualquer grupo ou indivíduo que pode

afetar ou é afetado pela consecução dos objetivos da organização”. No seu livro, R. Edward Freeman

identificou e classificou os vários grupos de stakeholders que, no seu entender, podem interagir com a

organização, segundo uma perspetiva geral de mudança interna e externa. Segundo Freeman (1984,

2010), são exemplos de grupos ou categorias de stakeholders numa organização: os proprietários, os

defensores dos consumidores, as clientes, os concorrentes, os meios de comunicação social (mass

media), os empregados, os grupos de especial interesse, os ambientalistas, os fornecedores, os

governos e, por último, as organizações da comunidade local, como se pode constatar pela Figura 2.

No entanto, a definição do conceito stakeholder ou parte interessada não é linear, a qual tem sido alvo

de diversos estudos de investigação, ao longo dos últimos 40 anos (Friedman & Miles, 2002, 2006).

Figura 2 – Os stakeholders na perspetiva da organização.

(Fonte: adaptado de Freeman, 1984, 2010, p. 25) 6Stakeholder é um termo anglo-saxónico que designa o conjunto de todas as partes interessadas, que estão afetas a uma determinada organização. 7Parte interessada é o termo que na perspetiva normativa, designa a “pessoa ou grupo com interesse no desempenho ou sucesso de uma organização”. São exemplos: os “clientes, proprietários ou acionistas, colaboradores, fornecedores, entidades bancárias, sindicatos, parceiros ou sociedade”. Nesta abordagem “um grupo pode compreender uma organização, partes da mesma ou mais do que uma organização” (IPQ, 2005, p.19; IPQ, 2011, p. 10). Os interesses das partes interessadas têm um valor intrínseco (Friedman & Miles, 2006), significando que “diferentes stakeholders têm exigências específicas o que pode levar à existência de vários contratos sociais negociados entre a empresa e cada um dos stakeholders” (Mota & Santos, 2011, p. 256). 8Robert Edward Freeman, PhD (1951), é um filósofo americano professor em Administração de Empresas na Darden Scholl, Universidade de Virgínia.

Defensores dos

Consumidores

ORGANIZAÇÃO

Proprietários

Organizações da

Comunidade Local

Governos

Fornecedores

Ambientalistas

Clientes

Concorrentes

Meios de

Comunicação Social

Empregados

Grupos de

Especial Interesse

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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A teoria dos stakeholders proposta por Freeman (1984), teve na sua génese a gestão estratégica, a

qual assenta em pressupostos gerais, tais como a responsabilidade económica, legal e ética das

organizações e dos respetivos gestores para com as partes interessadas. A partir desta perspetiva

ampla, Donaldson e Preston (1995) procuraram um melhor entendimento da teoria dos stakeholders e

observaram, com base em estudos e na opinião de outros autores, que esta se revela sob aspetos

diversos e alternativos, podendo ser classificada em três (3) dimensões: a descritiva, a instrumental e a

normativa. A dimensão descritiva descreve a forma como os gestores atuam e o que pensam sobre a

gestão, a dimensão instrumental, procura estabelecer as relações entre a conduta responsável e os

resultados globais da organização e, por fim, a dimensão normativa, que defende que as organizações

devem, agir eticamente e responsavelmente. Donaldson e Preston (1995) consideram que na teoria

dos stakeholders a dimensão normativa assume o núcleo central e os outros dois tipos desempenham

um papel subordinado (ver Figura 3). Para Donaldson e Preston (1995, p. 74), a justificação normativa

“apela para conceitos subjacentes, tais como ‘direitos’, ‘contrato social’ ou ‘utilitarismo’ individuais ou

de grupo”. Em oposição à perspetiva tripartida da teoria dos stakeholders, proposta por Donaldson e

Preston (1995), os investigadores Jones e Wicks (1999) defendem uma teoria dos stakeholders9

convergente, visto que ambos consideram existir um terreno comum entre as dimensões normativa e

instrumental. Perspetiva esta que esteve na base da fundamentação dos estudos desenvolvidos por

Gibson (2000). Por sua vez, Freeman (1999) rejeita explicitamente a ideia proposta de que a teoria dos

stakeholders pode ser entendida, no geral, como sendo composta por diferentes tipos de dimensões.

Figura 3 – Os três aspetos da teoria dos stakeholders.

(Fonte: adaptado de Donaldson & Preston, 1995, p. 74)

9A teoria dos stakeholders estuda os relacionamentos, processos e resultados que existem entre a organização e os stakeholders (Jones & Wicks, 1999). A nível académico a teoria dos stakeholders adota, usualmente, a classificação atribuída por Donaldson e Preston (1995) em três (3) dimensões (ver Figura 3): “a dimensão descritiva, que descreve a forma como os gestores hoje atuam, a instrumental, que procura estabelecer relações entre a conduta responsável e os resultados da empresa, e a normativa, que defende que as empresas devem agir eticamente” (Dias, Barbosa, & Bártolo, 2009, p. 5).

Normativa

Instrumental

Descritiva

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

17

Segundo uma perspetiva holística, a teoria dos stakeholders é baseada na noção geral de que as

organizações têm várias partes interessadas, definidas como “grupos e indivíduos que são beneficiados

ou prejudicados por ações da organização, e cujos direitos são violados ou respeitados por essas

mesmas ações” (Freeman, 1998, p. 174). Esta teoria sugere que todas as partes interessadas têm o

direito de receber informações sobre as atividades como a organização gere os seus impactes (tais

como: ambientais, sociais, segurança, entre outros), mesmo que as partes interessadas optem por não

utilizar tal informação, em seu benefício (Guthrie, Petty, Yongvanich, & Ricceri, 2004). E. Freeman, ao

longo da sua vasta obra publicada no âmbito da teoria dos stakeholders, deixa transparecer a ideia

geral de que os stakeholders não só são parte relevante para o processo de planeamento estratégico

da organização, mas também são fulcrais para a missão e o propósito desta e, como tal, as relações

positivas com os stakeholders deverão contribuir de forma decisiva para o melhor desempenho

económico da organização. Donaldson e Preston (1995, p. 87) concluíram que a satisfação das partes

interessadas decorrentes da “gestão dos stakeholders contribui para o sucesso no desempenho

económico” das organizações, mas que por si só é insuficiente para suportar a teoria dos stakeholders,

a qual atribui às organizações responsabilidades que se estendem para além do seu desempenho

económico ou financeiro, as quais se podem enquadrar na “divulgação voluntária de informação sobre

o desempenho intelectual, social e ambiental, para além dos requisitos obrigatórios” (Guthrie, Petty,

Yongvanich, & Ricceri, 2004, p. 283). Segundo Fonseca (2011), a teoria dos stakeholders recorre a

critérios objetivos para identificar e priorizar as partes interessadas relevantes, que são diretamente

afetadas pelo desempenho da organização em diversas situações, tais como, por exemplo, a qualidade,

o ambiente e a segurança. A teoria dos stakeholders, ao longo dos anos, tem evoluído através da

“reunião de pensamentos sobre questões de ética, responsabilidade e sustentabilidade, na perspetiva

do atual capitalismo económico” (Freeman, Harrison, Wicks, Parmar, & Cole, 2010, p. 29). Nos

últimos anos, o estudo da gestão da sustentabilidade organizacional tem como um dos seus principais

focos a teoria dos stakeholders (Garvare & Johansson, 2010; Wang, 2010; Asif, Searcy, Zutshi, &

Ahmad, 2011; Hörisch, Freeman, & Schaltegger, 2014). Para Huarong e Xiaoming (2012), a teoria dos

stakeholders é fundamental no estudo da estratégia de desenvolvimento sustentável. Em suma, a

teoria dos stakeholders “é uma das principais teorias, se não mesmo a mais frequentemente utilizada

na investigação, na abordagem social, ambiental e gestão da sustentabilidade” (Hörisch, Freeman, &

Schaltegger, 2014, p. 328). Para vários autores, o campo de atuação da gestão estratégica movimenta-

se em direção à teoria dos stakeholders, sendo que um futuro direcionamento desta teoria, aponta

para a sua integração direta em outras teorias organizacionais mais tradicionais (Parmar et al., 2010).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

18

2.2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

2.2.1. O Conceito

Na literatura é unânime que a definição mais difundida e citada de Desenvolvimento Sustentável (DS) é

a mencionada no relatório de trabalho intitulado “Our Common Future”, em português “Nosso Futuro

Comum” publicado, no ano de 1987, no âmbito dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas

pela Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (World Commission on Environment and

Development – WCED), presidida pela então primeira-ministra da Norueguesa, Gro Harlem Brundtland,

cujo apelido ficou, assim, associado ao dito documento, “Relatório Brundtland”, que definiu o conceito

de desenvolvimento sustentável como sendo “a capacidade da humanidade para garantir a satisfação

das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as

suas próprias necessidades” (WCED, 1987, p. 24). Lélé (1991) e Mitcham (1995), na década de 90 do

século XX, deram um contributo importante para a compreensão da origem e estrutura do conceito. O

desenvolvimento sustentável é um conceito global que foi colocado na agenda política mundial durante

os trabalhos da Cimeira da Terra ou Conferência do Rio (ECO 92 ou RIO 92), nomes pelos quais ficou

conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD), realizada no

Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 3 e 14 de junho de 1992. Nesta cimeira foram

publicados três (3) documentos muito importantes com políticas orientadoras e diretrizes globais para

o desenvolvimento sustentável: a “Agenda 21”, a “Declaração do Rio” e os “Princípios para a Gestão

Sustentável das Florestas”. Posteriormente à realização da Cimeira da Terra foi formada pelas Nações

Unidas (NU) a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável (CDS), com o objetivo de orientar os

governos na adoção dos princípios da “Declaração do Rio” e da “Agenda 21” (Santos, Limão, Barbosa,

& Cachaço, 2008). A partir de então, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a constituir um

aspeto central da agenda política nacional, europeia e mundial, visto que têm sido vários os apelos

internacionais no sentido da adoção de princípios estratégicos, que visem reforçar e harmonizar as

políticas nacionais para as diversas questões que se levantam em prol da economia, do ambiente e do

social. Tendo estes apelos vindo a ser reafirmados publicamente ao longo das duas últimas décadas no

âmbito de determinados encontros internacionais, dos quais se destacam: a 19.ª Sessão Especial da

Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova Iorque, Estados Unidos da América, em junho

de 1997 (RIO+5); a Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que teve lugar na cidade de

Joanesburgo, África do Sul, em setembro de 2002 (RIO+10); a Cimeira Mundial das Nações Unidas,

que decorreu na sede deste próprio organismo, na cidade de Nova Iorque, em setembro de 2005 e,

mais recentemente, a Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, realizada novamente no

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

19

Rio de Janeiro, em junho de 2012 (RIO+20). No decurso das cimeiras realizadas, os líderes mundiais

confirmaram o seu compromisso para com o desenvolvimento sustentável e enfatizaram o contributo

primordial das políticas nacionais e das próprias estratégias de desenvolvimento para o alcançar. Neste

seguimento, em dezembro de 1999, durante os trabalhos da União Europeia (UE), realizados em

Helsínquia, na Finlândia, o Conselho Europeu convidou a Comissão Europeia a preparar uma proposta

de estratégia a longo prazo, que integrasse políticas de desenvolvimento sustentável a nível económico,

ambiental e social. Neste sentido, a União Europeia adotou, no seio do Conselho Europeu realizado em

Gotemburgo, na Suécia, em junho de 2001, uma Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável

(EEDS), com o princípio geral intitulado o “Desenvolvimento Sustentável na Europa para um Mundo

Melhor: Estratégia da União Europeia em Favor do Desenvolvimento Sustentável” (CCE, 2001a), em

complemento da Estratégia de Lisboa, adotada em março de 2000. Por sua vez, em fevereiro de 2002,

a Comissão das Comunidades Europeias apresentou em Bruxelas, Bélgica, uma proposta de parceria

global no domínio do desenvolvimento sustentável, a qual contemplava várias ações destinadas a que a

globalização contribua para a integração do desenvolvimento sustentável a nível mundial, nos acordos

bilaterais e regionais, bem como nas futuras políticas sectoriais, completando, assim, a Estratégia do

Desenvolvimento Sustentável (CCE, 2002b). Em termos de Portugal, e no seguimento das diretrizes

emanadas pela União Europeia, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e o

respetivo Plano de Implementação (PIENDS) foram aprovados pela Resolução do Conselho de Ministros

n.º 109/2007, de 20 de agosto. A qual foi elaborada de forma compatível com os princípios da

Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável e, constitui, um instrumento de orientação política

da estratégia de desenvolvimento do país, para o horizonte temporal de 2015. Segundo a Resolução do

Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto (p. 5406), o desígnio integrador e mobilizador

adotado pela ENDS, visou “retomar uma trajetória de crescimento sustentado que torne Portugal, no

horizonte de 2015, num dos países mais competitivos e atrativos da União Europeia, num quadro de

elevado nível de desenvolvimento económico, social e ambiental e de responsabilidade social”. A

concretização do desígnio assumido na ENDS, para o ano de 2015, encontra-se alicerçado em sete (7)

objetivos de ação, os quais se passam agora a enumerar: 1.º Preparar Portugal para a “Sociedade do

Conhecimento”; 2.º Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Energética;

3.º Melhor Ambiente e Valorização do Património; 4.º Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e

Coesão Social; 5.º Melhor Conectividade Internacional do País e Valorização Equilibrada do Território;

6.º Um Papel Ativo de Portugal na Construção Europeia e na Cooperação Internacional; e 7.º Uma

Administração Pública mais Eficiente e Modernizada. Os objetivos ENDS 2015 traçados para Portugal

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

20

no âmbito da Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto (pp. 5406–5407),

respondem, de forma equilibrada, às três vertentes do desenvolvimento sustentável (desenvolvimento

económico, coesão social e proteção e valorização ambiental). No seguimento das estratégias públicas

e privadas decorrentes dos princípios que caracterizam o conceito de desenvolvimento sustentável

(crescimento económico, equilíbrio ambiental e progresso social), foi criado, em janeiro de 1995, o

Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CEMDS) ou do inglês World

Business Council for Sustainable Development (WBCSD), com sede em Genebra, na Suíça. Sendo

atualmente, o WBCSD líder mundial na abordagem empresarial das temáticas do desenvolvimento

sustentável. Por sua vez, em Portugal foi criado, em outubro de 2001, o Conselho Empresarial para o

Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), que é uma associação sem fins lucrativos, membro da

rede regional do WBCSD, que tem como missão apoiar a mudança rumo ao desenvolvimento

sustentável, promovendo nas organizações a ecoeficiência, a inovação e a responsabilidade social

(BCSD, 2015). Os conceitos Desenvolvimento Sustentável (DS), Sustentabilidade Empresarial (SE) e

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) encontram-se intimamente relacionados, cujo foco10 se

centra na gestão das relações com as partes interessadas, mas a diferentes níveis de atuação, sendo o

conceito social (DS) o mais abrangente (Steurer, Langer, Konrad, & Martinuzzi, 2005), ver a Figura 4.

Figura 4 – Os conceitos que estão na génese do desenvolvimento sustentável.

(Fonte: adaptado de Steurer, Langer, Konrad, & Martinuzzi, 2005, p. 275) 10O foco centra-se na implementação de sistemas de gestão, segundo os referenciais normativos da International Organization for Standardization (ISO), os quais são, no geral, a base da responsabilidade social empresarial, sustentabilidade empresarial e desenvolvimento sustentável (ênfase dada ao centro).

Dimensão Ambiental

Dimensão Social

Dimensão Económica

Desenvolvimento Sustentável

Sustentabilidade Empresarial

Responsabilidade Social Empresarial

ISO …

Gestão das Relações com as

Partes Interessadas (Stakeholders)

Gestão das Relações com as

Partes Interessadas (Stakeholders)

Conceito Social

Conceito Organizacional

Abordagem de Gestão

Sistemas de Gestão

Legenda:

Ponto de partida do desenvolvimento conceptual

Direção do desenvolvimento conceptual

Gestão das relações com as partes interessadas (stakeholders)

Nível de especificação

Normas internacionais para sistemas de gestão

(International Organization for Standardization)

ISO

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

21

2.2.2. As Dimensões

No decurso da Cimeira da Terra, em junho de 1992 (RIO 92), foi publicado pelas Nações Unidas (NU)

um importante documento intitulado “Agenda 21”11 (UN, 1992), o qual mencionou, pela primeira vez,

a nível mundial as três (3) dimensões fundamentais em que assenta o conceito de desenvolvimento

sustentável, a saber: a “dimensão económica”, a “dimensão ambiental” e a “dimensão social” (Ramos

& Abrantes, 2008, p. 5). Contudo, alguns autores defendem que somente após a realização da Cimeira

Mundial para o Desenvolvimento Social, ocorrida na cidade de Copenhaga, na Dinamarca, em março

de 1995, foi explicitamente integrada a vertente social como terceiro pilar fundamental do conceito de

desenvolvimento sustentável (Mota, Pinto, Sá, Marques, & Ribeiro, 2004). Atualmente, segundo uma

perspetiva holística, a implementação do desenvolvimento sustentável é realizada com base em três (3)

dimensões essenciais: o “desenvolvimento económico”, a “coesão social” e a “proteção do ambiente”

(Braga & Morgado, 2007, 2012, p. 15). Na literatura são vários os autores que referem que o conceito

de “desenvolvimento sustentável” assenta em três (3) “dimensões”, isto é: a “dimensão económica”

na vertente financeira, a “dimensão ambiental” na vertente ecológica e a “dimensão social” na vertente

ética (WBCSD, 2002, p. 27; Isaksson & Garvare, 2003, p. 652; Fresner & Engelhardt, 2004, p. 628;

Steurer, Langer, Konrad, & Martinuzzi, 2005, p. 269; Isaksson, 2006, p. 632; Braga & Morgado, 2007,

pp. 18–20; Lozano, 2008, p. 1843; Ramos & Abrantes, 2008, p. 5; Searcy, Karapetrovic, & McCartney

2008, p. 183; Baumgartner & Ebner, 2010, pp. 78–79; Nascimento, 2012, p. 55; Baumgartner,

2014, p. 262), sendo que estas dimensões são também frequentemente denominadas por “princípios”

(Bansal, 2005, p. 198; Carstens, 2010, p. 12), “pilares” (Hyršlová, Mísařová, & Némethová, 2007, p.

291; Santos, Limão, Barbosa, & Cachaço, 2008, p. 12; Carstens, 2010, p. 12), “aspetos” (Lozano,

2008, p. 1843; Bonn & Fisher, 2011, p. 6), “questões” (Oskarsson & Malmborg, 2005, p. 126),

“setores” (Giddings, Hopwood, & O’Brien, 2002, p. 188) ou “triple bottom line”12 (Elkington, 1998, p.

37; Rocha, Searcy, & Karapetrovic, 2007, p. 83; Granados & Gámez, 2010, p. 474; Rego, Cunha, &

Ribeiro, 2013, 11). Wexler (2009) considera que John Elkington, enquanto consultor da empresa

consultora “SustainAbility”, enfatizadou os termos “Triple Bottom Line” e “Triple P” ou “3P’s”: “Profits,

People and Planet”, ou do português “Proveitos (lucros), Pessoas e Planeta”, como forma de abordar

as preocupações económicas, sociais e ambientais das organizações. Contudo, importa referir que

apesar de existir um grande consenso na comunidade científica de que o desenvolvimento sustentável 11Agenda 21, documento composto por quatro secções: (i) Dimensões económica e social; (ii) Conservação e gestão de recursos para o desenvolvimento; (iii) Fortalecimento do papel dos grandes grupos; (iv) Meios de implementação (UN, 1992), organizado num plano de ação à escala global, nacional e local, a ser implementado pelos governos de todo o mundo, no sentido de promover o desenvolvimento sustentável (Santos, Limão, Barbosa, & Cachaço, 2008). 12O termo “Triple Bottom Line” ou a sigla “TBL” foram mencionados pela primeira vez, em 1995, por John Elkington, consultor de empresas e defensor da sustentabilidade. Wexler (2009) refere, no entanto, que o conceito “Triple Bottom Line” foi somente introduzido formalmente nos círculos da comunicação organizacional, em 1997, aquando da publicação do livro de John Elkington: “Cannibals with Forks: The Triple Bottom Line of 21st-Century Business”.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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está assente essencialmente em três dimensões (económica, ambiental e social), outros autores, como

por exemplo “Ignacy Scachs”, consideram, além destas dimensões, outras como também relevantes,

como é o caso das dimensões espacial, cultural e temporal (Fialho, Filho, Macedo, & Mitidieri, 2008, p.

107; Nascimento, 2012, p. 55). Conforme refere e afirma Nascimento (2012), a primeira dimensão do

desenvolvimento sustentável é a ambiental, a segunda dimensão a económica e a terceira dimensão a

social. No âmbito da gestão organizacional, a dimensão ambiental contempla normalmente o impacto

dos processos, dos produtos e dos serviços nos sistemas naturais do planeta, incluindo os

ecossistemas, biodiversidade, ar, água e solo (WBCSD, 2002; Ramos & Abrantes, 2008). A dimensão

económica diz respeito ao impacto das organizações nas condições económicas das suas partes

interessadas, bem como de todo o sistema económico (Ramos & Abrantes, 2008). O elemento

económico contempla, no geral, a rendibilidade, os salários, a utilização de recursos, a produtividade, o

emprego, as despesas relacionadas com a subcontratação e o capital humano (WBCSD, 2002). A

dimensão social enquadra, em si, a segurança e saúde no trabalho, as relações com as comunidades

locais, a retenção de colaboradores, as práticas laborais, a ética empresarial, os direitos humanos e as

condições de trabalho (WBCSD, 2002). Lozano (2008), num estudo intensivo sobre a melhor forma de

representar esquematicamente as três dimensões que estão na base do desenvolvimento sustentável,

concluiu que estas dimensões mostram um equilíbrio complexo e dinâmico, devido às inter-relações

que se estabelecem entre os aspetos económicos, ambientais e sociais, com vista à sua integração

total, segundo uma perspetiva a curto, médio e longo prazo (ênfase dada à parte central), ver Figura 5.

Figura 5 – As dimensões do desenvolvimento sustentável.

(Fonte: adaptado de Lozano, 2008)

Dimensão Social

Dimensão Ambiental

Dimensão Económica

Integração Parcial

Integração Total

Integração

Parcial

Integração Parcial

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

23

2.2.3. A Evolução Histórica

Nas últimas quatro décadas, foram vários os intervenientes, momentos e documentos, que ajudaram

na construção do atual conceito de desenvolvimento sustentável. A Tabela 2 mostra uma retrospetiva

resumo dos principais marcos do percurso histórico do desenvolvimento sustentável a nível mundial.

Tabela 2 – Os principais marcos do percurso histórico do desenvolvimento sustentável.

ANO DESCRIÇÃO DOS MARCOS HISTÓRICOS

2015 Realização da 21.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) em Paris, França, com o objetivo principal de alcançar um novo acordo climático.

2014 O Governo Português promove a consulta pública do projeto para o Compromisso para o Crescimento Verde, o qual estabelece bases para um crescimento económico sustentado no ambiente e sociedade.

2012 Realização da Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Sustentável no Rio de Janeiro (RIO+20), Brasil, após 20 anos da realização da Cimeira da Terra (RIO 92), foi o momento de efetuar um balanço global.

2007 É aprovado em Conselho de Ministros pelo Governo Português a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS), bem como o respetivo Plano de Implementação (PIENDS) desta estratégia nacional.

2006 Criação da Aliança Europeia para a Responsabilidade Social Empresarial (RSE), que têm como perspetiva geral a promoção do papel das empresas no desenvolvimento sustentável, ao nível dos países europeus.

2006 Lançamento dos Princípios para o Investimento Responsável das Nações Unidas (NU), que visam, no geral, incorporar aspetos ambientais e sociais nos processos de tomada de decisão, ao mais alto nível.

2005 Entra, oficialmente, em vigor o Protocolo de Quioto, o qual contempla uma proposta de calendário para diminuição de emissões de gases poluentes nos países desenvolvidos que retificaram o referido protocolo.

2002 Realização da Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo, África do Sul (RIO+10), onde se definiu as estratégias e objetivos quantificáveis relativos à aplicação da Agenda 21.

2001 Publicação e apresentação pela Comissão das Comunidades Europeias (CCE) do Livro Verde – “Promover um Quadro Europeu para a Responsabilidade Social das Empresas (RSE)”, onde constam diretrizes gerais.

2001 Criação a nível nacional do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), que integra a nível mundial a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

2001 O Conselho Europeu concorda com a estratégia definida para o desenvolvimento sustentável, e os países membros são convidados a definirem as suas próprias estratégias nacionais, para os próximos anos.

2000 Kofi Annan cria o “The Global Compact”, o qual se define como uma iniciativa das Nações Unidas (NU) que pretende agregar, holísticamente, as organizações, as Nações Unidas e a sociedade mundial global.

2000 Definição dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas, onde os governos de diversos países do mundo, no geral, se comprometem formalmente a atingir os objetivos do milénio até 2015.

1999 Realização do Conselho Europeu em Helsínquia, Finlândia, no qual é feito o convite à Comissão Europeia para preparar, holísticamente, uma estratégia europeia para as políticas económicas, sociais e ecológicas.

1997 Criação da Global Reporting Initiative (GRI), com o objetivo de desenvolver e de divulgar linhas estratégicas de sustentabilidade, bem como as linhas guia para o desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade.

1997 Realização a nível mundial da 19.ª Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas (NU), em Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA), em junho de 1997 (RIO+5), cinco anos após a RIO 92.

1995 Criação a nível internacional do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CEMDS), isto é, o usualmente designado World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

1992 Realização da Cimeira da Terra no Rio de Janeiro (RIO 92 ou ECO 92), no Brasil, na qual foi adotada os documentos: a Agenda 21, a Declaração do Rio e a Declaração dos Princípios para a Floresta Sustentável.

1987 Publicação do Relatório “Our Common Future“ ou em português “Nosso Futuro Comum”, no qual o atual principal conceito de Desenvolvimento Sustentável é pela primeira vez definido (Relatório Brundtland).

1984 Criação a nível internacional da Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (WCED), presidida pela então primeira ministra da Noruega, em exercício, a Excelentíssima Senhora Gro Harlem Brundtland.

1972 Realização da Conferência de Estocolmo, primeira reflexão conjunta de diferentes países sobre a relação entre meio ambiente e desenvolvimento humano, na perspetiva da dimensão ecológica e dimensão social.

1972 Publicação do Relatório “Limites do Crescimento”, no qual o crescimento socioeconómico mundial (global) é confrontado com a escassez dos recursos naturais e a degradação do ambiente geral do planeta Terra.

Fonte: adaptado de Santos, 2008b, pp. 73–75; Santos, Limão, Barbosa, & Cachaço, 2008, p. 9 e Carvalho, 2013, p.11.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.2.4. A Sustentabilidade Organizacional

O conceito de Sustentabilidade Empresarial (SE) ou do inglês Corporate Sustainability (CS) tem sido, ao

longo dos últimos anos, alvo de vários estudos de investigação (Wilson, 2003). Realçando-se o trabalho

de Mebratu (1995), o qual dedicou parte da sua investigação da década de 90, do século XX, ao

estudo histórico e conceptual dos conceitos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Wilson

(2003) considera mesmo que o contributo do desenvolvimento sustentável para a sustentabilidade

empresarial é duplo. Inicialmente, ajudou a definir as áreas de atuação em que as organizações se

devem concentrar (desempenho económico, ambiental e social) e, posteriormente, forneceu o objetivo

social comum das organizações, governos e sociedade, o de trabalhar em direção à sustentabilidade

económica, ecológica e social. Por sua vez, Montiel e Delgado-Ceballos (2014) referem que o conceito

de sustentabilidade empresarial está intimamente relacionado com a definição de desenvolvimento

sustentável, publicada no âmbito do relatório “Nosso Futuro Comum” (WCED, 1987). Baumgartner e

Ebner (2010, p. 76) enfatizam mesmo nos seus vastos estudos que o “desenvolvimento sustentável,

quando incorporado pela organização é chamado de sustentabilidade empresarial”. Dyllick e Hockerts

(2002, p. 131) definem sustentabilidade empresarial “como a satisfação das necessidades das partes

interessadas diretas e indiretas de uma organização (tais como: os acionistas, empregados, clientes,

grupos de pressão, comunidades, etc.), sem comprometer a sua capacidade de atender, também às

necessidades das futuras partes interessadas”. Na perspetiva geral de Van Marrewijk e Werre (2003, p.

107), o conceito de sustentabilidade empresarial “refere-se às atividades da organização – voluntárias

por definição – demonstrando a inclusão de preocupações sociais e ambientais nas operações

comerciais e na interação com as partes interessadas”. Para Searcy (2012), no geral, as definições

sobre sustentabilidade empresarial foram estruturadas segundo os pressupostos da teoria dos

stakeholders. Na literatura sobre sustentabilidade empresarial são vários os estudos que referem que o

conceito está assente, normalmente, em três dimensões, ou seja, a “dimensão económica”, a

“dimensão ambiental” e a “dimensão social” (Dyllick & Hockerts, 2002, p. 132; Wilson, 2003, p. 1;

Epstein, 2008, p. 19; Baumgartner & Ebner, 2010, pp. 78–79; Montiel & Delgado-Ceballos, 2014, p.

132; Sebastiani, Corsaro, Montagnini, & Caruana, 2014, p. 588). Para Wilson (2003), a revisão da

literatura sugere que o conceito de sustentabilidade empresarial deve ser visto como o desdobramento

de quatro (4) conceitos, isto é: desenvolvimento sustentável, responsabilidade social empresarial, teoria

dos stakeholders e teoria da responsabilização empresarial. O conceito sustentabilidade empresarial é,

frequentemente, “usado em conjugação com, e em alguns casos como sinónimo de, outros conceitos,

tais como o desenvolvimento sustentável e responsabilidade social empresarial” (Wilson, 2003, p. 1).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.2.5. A Responsabilidade Social Organizacional

O conceito de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ou do inglês Corporate Social Responsibility

(CSR), nem sempre foi unânime e tem vindo a tomar diversas definições ao longo dos anos. Carroll

(1991, 1999) dedicou parte da sua vasta investigação da década de 90, do século XX, ao estudo do

processo de evolução e construção da definição que sustenta o conceito de responsabilidade social

empresarial. Por sua vez, Dahlsrud (2008), num estudo realizado sobre o conceito de responsabilidade

social empresarial, constatou que este pode assumir 37 definições, suportadas em cinco dimensões

(voluntariado, partes interessadas, social, ambiental e económica). Segundo Dahlsrud (2008), a

definição mais amplamente divulgada do conceito é a da Comissão das Comunidades Europeias (CCE),

publicada, em 18 de julho de 2001, no âmbito do “Livro Verde: Promover um Quadro Europeu para a

Responsabilidade Social das Empresas”. A responsabilidade social empresarial, na perspetiva da

Comissão das Comunidades Europeias (CCE, 2001b) é, essencialmente, um conceito segundo o qual

as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um

ambiente mais limpo, ou dito de outra forma, é um “conceito segundo o qual as empresas integram

voluntariamente preocupações sociais e ambientais nas suas operações e na sua interação com outras

partes interessadas” (CCE, 2002a, p. 5), posição esta reforçada, posteriormente, pela Comissão

Europeia (CE), no ano de 2011, aquando da publicação da nova estratégia da Responsabilidade Social

das Empresas da União Europeia (UE), para o período de 2011 – 2014, onde esta voltou a definir

responsabilidade social empresarial como sendo “a responsabilidade das empresas pelo impacto que

têm na sociedade” (CE, 2011, p. 7). Segundo Oliveira (2014), a responsabilidade social das empresas

é, atualmente, tida como o elemento chave e fulcral do progresso e inovação da União Europeia para

os próximos anos, a qual agrega a dimensão social, ambiental e económica, numa estratégia integrada

que se fundamenta no diálogo com as partes interessadas. Na perspetiva de Oliveira (2014, p. 83), a

“responsabilidade social das empresas constitui uma atuação estruturante em prol do desiderato do

desenvolvimento sustentável”. Na literatura científica são vários os autores e estudos de investigação

que relacionam o conceito de responsabilidade social empresarial com o conceito de desenvolvimento

sustentável (Herrmann, 2004; Ebner & Baumgartner, 2006; Payne, 2006; Moon, 2007; Juščius, 2007;

Debroux, 2008; Kolk & Van Tulder, 2010). Por sua vez, Montiel (2008, p. 246) refere que apesar de os

conceitos sustentabilidade empresarial e responsabilidade social empresarial “terem evoluído a partir

de histórias diferentes, ambos seguem em direção a um futuro comum”, visto que compartilham a

mesma visão, a qual pretende o equilíbrio das responsabilidades económicas, ambientais e sociais,

corroborando, desta forma, com os pressupostos defendidos, anteriormente, por Van Marrewijk (2003).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.2.6. O Desenvolvimento Sustentável nas Organizações

Embora o conceito de desenvolvimento sustentável tenha surgido inicialmente como uma questão

global, a nível mundial, este tem vindo a ser cada vez mais aplicado ao nível organizacional (Rocha,

Searcy, & Karapetrovic, 2007). O desenvolvimento sustentável, à macro escala, quando é incorporado

pela organização, à micro escala, é denominado por sustentabilidade empresarial, conceito este que

também agrega e integra as dimensões económica, ambiental e social (Baumgartner & Ebner, 2010).

Nos últimos anos, a estratégia global de desenvolvimento sustentável nas organizações tornou-se uma

questão importante em todo o mundo (Tsai & Chou, 2009), tendo levado a que várias organizações se

tenham comprometido com a visão do desenvolvimento sustentável (Zink, 2007). Segundo Garvare e

Isaksson (2001), o desenvolvimento sustentável na organização pode ser alcançado através de um

processo eficaz e eficiente de gestão, que visa equilibrar a prosperidade económica, a equidade social

e a preocupação ambiental. Para Bansal (2005), o desenvolvimento sustentável nas organizações só é

alcançado na interseção de três (3) princípios gerais: a integridade ambiental (gestão ambiental), a

equidade social (responsabilidade social) e a prosperidade económica (criação de valor), sendo que as

“organizações devem aplicar estes princípios aos seus produtos, políticas e práticas, a fim de expressar

o desenvolvimento sustentável” (Bansal, 2005, p. 199). No sentido de criar vantagens competitivas e

alcançar o desenvolvimento sustentável, tornou-se prática generalizada a implementação de sistemas

integrados de gestão da qualidade, ambiente, segurança e saúde no trabalho nas organizações

(Jørgensen, Remmen, & Mellado, 2006; Rocha, Searcy, & Karapetrovic, 2007; Tsai & Chou, 2009;

Zeng, Tam, & Le, 2010; Zeng, Xie, Tam, & Shen, 2011). Na literatura são vários os autores, que ao

longo dos últimos anos, consideram os sistemas integrados de gestão da qualidade, ambiente e

segurança, como a ferramenta primordial para implementar o conceito de desenvolvimento sustentável

ao nível organizacional (Fresner & Engelhardt, 2004; Oskarsson & Malmborg, 2005; Isaksson, 2006;

Jørgensen, Remmen, & Mellado, 2006; Rocha, Searcy, & Karapetrovic, 2007; Jørgensen, 2008; Andre,

Afgan, & Carvalho, 2009; Nitu & Nitu, 2009; Tsai & Chou, 2009; Ejdys & Matuszak-Flejszman, 2010;

Ho, 2010; Sealy, Wehrmeyer, France, & Leach, 2010; Asif, Searcy, Zutshi, & Ahmad, 2011; Boiral &

Gendron, 2011; Zeng, Xie, Tam, & Shen, 2011; Rocha & Searcy, 2012; Santos, Rebelo, Barros, &

Pereira, 2012; Qi, Zeng, Yin, & Lin, 2013; Maas & Reniers, 2014; Rebelo, Santos, & Silva, 2014b;

Rusko, Sablik, Marková, Lach, & Friedrich, 2014; Holm, Vuorisalo, & Sammalisto, 2015; Mežinska,

Lapiņa, & Mazais, 2015). Segundo Ejdys e Matuszak-Flejszman (2010, p. 205), os sistemas de gestão

da qualidade, ambiente, segurança e saúde, “são instrumentos de introdução evolutiva, não radical, de

mudanças numa organização que garantem a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável”.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Maas e Reniers (2014) consideram que numa organização o sistema de gestão da sustentabilidade,

baseado na tradicional integração dos sistemas de gestão da qualidade, ambiente e segurança, é

apenas somente o primeiro passo, de um longo caminho, em prol do desenvolvimento sustentável.

Para Tsai e Chou (2009), os sistemas de gestão da qualidade, ambiente e segurança ajudam as

organizações a criar vantagens competitivas sustentáveis e, por fim, a alcançar o seu objetivo do

desenvolvimento sustentável. Segundo Santos (2008, p. 21), a “qualidade, o ambiente e a segurança e

saúde do trabalho são vertentes fundamentais do desenvolvimento sustentável” e, assim, “devem ter

relevância nos atos de gestão e nas estratégias empresariais das empresas de vanguarda”. Fresner e

Engelhardt (2004) referem que os sistemas integrados de gestão (qualidade, ambiente e segurança),

implementados nas organizações são tidos como forças positivas para o desenvolvimento sustentável

das comunidades e sociedade (ver Figura 6). Neste sentido, Asif, Searcy, Zutshi, e Ahmad (2011),

propuseram um modelo para o desenvolvimento sustentável das organizações através da abordagem

de um sistema integrado de gestão (QAS). Sampaio e Saraiva (2011a), numa abordagem aos sistemas

de gestão como um caminho para a sustentabilidade organizacional, concluíram que os sistemas de

gestão demonstram ter relevância económica e social para as organizações em todo o mundo. Chow e

Chen (2012) consideram que o desenvolvimento sustentável organizacional pode ser modelado por

meio da integração das dimensões económica, ambiental e social. Por sua vez, Wolf (2013) considera

que as partes interessadas são um importante vetor do desenvolvimento sustentável organizacional.

Figura 6 – A gestão do desenvolvimento sustentável organizacional.

(Fonte: adaptado de Fresner & Engelhardt, 2004, p. 630)

Segurança &

Saúde

Qualidade Ambiente

Gestão do

Desenvolvimento Sustentável Organizacional

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

28

2.2.7. A Comunicação do Desenvolvimento Sustentável nas Organizações

Atualmente, comunicar o desenvolvimento sustentável faz parte da estratégia das organizações a nível

mundial. Toda a organização que pretenda adotar, holísticamente, os princípios do desenvolvimento

sustentável deve, inicialmente, analisar e reavaliar a sua realidade organizacional em termos de gestão

para, posteriormente, definir os objetivos estratégicos e clarificar quais são, no geral, os seus grupos de

interesse (IMPROVECENTER, 2012). Neste sentido, “o compromisso que a empresa estabelece com o

desenvolvimento sustentável deve ser comunicado a nível interno e externo, para que se promova a

transparência e o envolvimento de todos na operacionalização” (IMPROVECENTER, 2012, p. 11). A

Figura 7 apresenta uma relação dos principais benefícios internos e externos decorrentes do processo

global da comunicação do desenvolvimento sustentável, por parte das organizações (WBCSD, 2012).

Figura 7 – Benefícios da comunicação do desenvolvimento sustentável.

(Fonte: adaptado de WBCSD, 2002, p. 15)

A CDS, indiretamente, tende a refletir a capacidade e rapidez das empresas melhorarem o valor a longo prazo do acionista com os seus ativos intangíveis.

A CDS ajuda a atrair os acionistas «pacientes», com horizontes de longo prazo e pode ajudar a justificar prémios de baixo risco com empresas financeiras e seguradoras.

A CDS pode ajudar a demonstrar que a empresa respeita os seus valores e princípios, relacionados com as questões ambiental e social, tanto internamente como no mercado de trabalho.

A CDS pode encorajar e facilitar a implementação de sistemas de gestão mais rigorosos e fiáveis, para melhorar a gestão dos impactos ambientais, económicos e sociais. Em resumo, pode conduzir a recolha de dados corretos.

A CDS pode espelhar o modo como a empresa gere o risco.

A CDS pode estimular o pensamento e o desempenho inovadores, ajudando a empresa a manter-se competitiva.

A CDS favorece a melhoria e a aprendizagem contínuas. A comunicação estimula a gestão de topo a tomar medidas progressivas, que serão divulgadas no ano seguinte.

A CDS ajuda a construir a reputação, que, a longo prazo, contribuirá para um crescimento do valor da marca, da quota de mercado e da fidelização do cliente. O desempenho comprova a retórica.

A CDS canaliza a informação pertinente para os respetivos grupos de interesse (acionistas, membros das comunidades locais, administração pública, ONGs, etc.), favorecendo a visibilidade corporativa e a demonstração de transparência.

A CDS proporciona uma base sólida para o diálogo e discussão com as partes interessadas, contribuindo, assim, para manter ou reforçar a licença para operar.

Manter a licença para operar

Criar valor financeiro

Atrair capital a longo prazo e condições de financiamento favoráveis

Consciencializar, motivar, solidarizar os colaboradores e atrair talentos

Encorajar a inovação

Consciencialização do risco

Melhorar os sistemas de gestão

Melhoria contínua

Melhorar a reputação

Transparência para os grupos de interesse Benefícios

Internos &

Externos

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

29

2.3. SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

2.3.1. Evolução Normativa

Em termos históricos, as preocupações com a qualidade podem ser remetidas para os primórdios dos

tempos, quando o Homem produzia artesanalmente as suas ferramentas e objetos (Pires, 2004). No

entanto, a Segunda Guerra Mundial marca o início formal das preocupações em termos da qualidade,

onde se destaca o papel exercido pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, que se deparou durante a

II Guerra com a pouca qualidade do material bélico usado (Sampaio & Saraiva, 2011b). Esta situação

motivou o Governo Britânico a promover o desenvolvimento de normas da qualidade, com o intuito de

melhorar, no geral, os processos de melhoria e garantia da qualidade dos produtos (Sampaio &

Saraiva, 2011b). A década de 60, do século XX, fica marcada pelo advento dos grandes investimentos

em prol da indústria pesada (nuclear, petroquímica, defesa, espacial, etc.) que veio institucionalizar a

garantia da qualidade, enquanto requisito dos clientes sobre os fornecedores, perspetiva esta que veio

a ter rapidamente extensão a outras indústrias de produção em série nos anos seguintes (Pires, 2004).

Durante os anos 70, foram publicadas pelo British Standards Institute (BSI) três normas que marcaram

profundamente o percurso mundial do conceito de qualidade. No ano de 1971, foi publicada a primeira

norma britânica de garantia da qualidade sectorial a norma BS 9000 – “General Requirements for a

System for Electronic Components of Assessed Quality” (constituída por oito partes distintas), a qual é

específica da indústria eletrónica. Em 1974, é publicada a norma BS 5179 – “Guidelines for Quality

Assurance”, tida mundialmente como uma das principais fontes do conceito de garantia da qualidade.

Posteriormente, em 1979, é publicada a norma BS 5750 – “Quality Systems”, a qual é tida como a

primeira norma britânica de garantia da qualidade (Sampaio & Saraiva, 2011b). No decurso da década

de 80, o BSI com apoio institucional promoveu junto da comunidade internacional a divulgação e

promoção das três normas da série BS 5750, processo este que resultou, em 1987, na aprovação pela

International Organization for Standardization (ISO) das normas da família ISO 9000 – “Quality

Management and Quality Assurance Standards”, consideradas o “alicerce” dos sistemas de gestão da

qualidade, pelo seu rápido crescimento a nível mundial (Sampaio, Saraiva, & Rodrigues, 2009b;

Sampaio & Saraiva, 2011b). Posteriormente, as normas da família ISO 9000 foram alvo de revisões,

mais ou menos profundas, como são os casos das revisões concluídas em 1994, 2000, 2008 e 2015,

a que se seguiu a respetiva tradução para a língua portuguesa, realizada pela Comissão Técnica 80

(Gestão e Garantia da Qualidade) do Instituto Português da Qualidade (IPQ). Em setembro de 2015, é

publicada a última edição da norma ISO 9001 – “Quality Management Systems: Requirements”, a qual

veio substituir a NP EN ISO 9001:2008 – “Sistemas de Gestão da Qualidade: Requisitos” (IPQ, 2015).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

30

A literatura mostra que nas últimas duas décadas, os sistemas de gestão da qualidade implementados

e certificados segundo o referencial normativo ISO 9001 (versão 1994, 2000 e 2008) tiveram, no

geral, uma grande aceitação a nível mundial e europeu, bem como em Portugal, a partir do ano de

1993 (Sampaio, Saraiva, & Rodrigues, 2009a, 2009b; 2009c, 2011b; Sampaio & Saraiva, 2011b;

Sampaio, Saraiva, & Gomes, 2014). Segundo o Barómetro da Certificação 2014, publicado, em 2015,

no Guia de Empresas Certificadas (GEC), existiam em Portugal, no final de 2013, 7.553 organizações,

nacionais, com sistemas de gestão da qualidade certificados (Sampaio, Saraiva, & Domingues, 2015).

2.3.2. Modelo do Sistema de Gestão

Segundo a norma portuguesa NP EN ISO 9000:2005, o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é

definido como o “sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização no que respeita à

qualidade” (IPQ, 2005, p. 17). A Figura 8 apresenta o esquema do modelo de um sistema de gestão

da qualidade baseado em processos, adotado pela norma NP EN ISO 9001:2008, o qual cobre todos

os requisitos impostos pela norma internacional, com vista a alcançar a melhoria contínua do sistema

de gestão da qualidade. O modelo ilustra as interligações entre os processos referidos na norma, não

identificando contudo em pormenor todos os processos da organização (IPQ, 2008b). No modelo os

clientes (partes interessadas) adquirem um papel de destaque, visto que influenciam a definição dos

requisitos (entrada) e a perceção da satisfação (saída), traduzido no modelo pelo fluxo de informação.

Figura 8 – Modelo do sistema de gestão da qualidade.

(Fonte: adaptado de IPQ, 2008b, p. 8)

Requisitos

Clientes Responsabilidade

da Gestão

Gestão de

Recursos

Medição Análise e Melhoria

Realização do Produto

Satisfação

Clientes

Entrada Saída

Melhoria Contínua do

Sistema de Gestão da Qualidade

Atividades que acrescentam valor

Fluxo de informação

Chave:

Produto

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

31

2.3.3. Comunicação com as Partes Interessadas

Segundo Quintela (2009, p. 4047), o “sistema de gestão da qualidade apresenta-se como um fator

crítico de sucesso, nas interações intra e extra organizacionais e na eficácia da comunicação com as

diferentes partes interessadas”. A norma NP EN ISO 9001:2008 reserva explicitamente dois requisitos

para os processos de comunicação organizacional, ou seja, o requisito “comunicação interna”, no

âmbito das atividades de comunicação entre colaboradores e o requisito “comunicação com o cliente”,

no âmbito das atividades de comunicação com os clientes (IPQ, 2008b). Quintela (2009) refere que o

sistema de gestão da qualidade é um grande aliado das organizações para a área da comunicação.

2.3.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável

Atualmente, as organizações estão cientes que os sistemas de gestão da qualidade podem contribuir

para o desenvolvimento sustentável, através da gestão adequada dos seus processos e atividades,

assegurando assim o desenvolvimento económico e em especial a sua competitividade, mas também a

sua respetiva responsabilidade ambiental e social (Pires, 2012). Existe na literatura vários estudos de

investigação que referem a ocorrência de uma relação positiva entre a implementação de sistemas de

gestão da qualidade (SGQ) e a melhoria do desempenho organizacional (Sampaio & Saraiva, 2011b;

Sampaio, Saraiva, & Rodrigues, 2011a). Sampaio e Saraiva (2011b, p. 36) referem que na literatura

existem grupos de investigação que concluíram nos seus estudos “existir uma relação positiva entre a

implementação e certificação de sistemas de gestão da qualidade e a melhoria do desempenho

económico-financeiro das empresas”. Existindo no entanto, alguns outros autores que não encontraram

evidências significativas no estudo das mesmas relações, o que demonstra a natureza contraditória de

algumas conclusões obtidas e que pode indiciar que as próprias motivações que estão na base da

implementação dos sistemas de gestão da qualidade, podem ser tidas como variáveis explicativas

(Sampaio & Saraiva, 2011b). Segundo Sampaio e Saraiva (2011b, p. 205), em Portugal, “as melhores

empresas nacionais em termos de desempenho económico-financeiro apresentam grande propensão

para implementarem e certificarem sistemas de gestão da qualidade”. Os princípios de gestão da

qualidade, popularizados pelos “gurus” da qualidade, podem desempenhar um importante papel no

âmbito do desenvolvimento sustentável (Isaksson, 2006; Rocha, Searcy, & Karapetrovic, 2007; Kuei &

Lu, 2013), pois visam ajudar as organizações a alcançar o sucesso sustentado (Kaziliūnas, 2008). Os

sistemas de gestão da qualidade baseados em normas internacionais beneficiam os fabricantes,

prestadores de serviços, utilizadores, consumidores e reguladores, promovem a confiança, facilitam o

acesso aos mercados mundiais, bem como apoiam o desenvolvimento sustentável (Kaziliūnas, 2012).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

32

2.4. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

2.4.1. Evolução Normativa

As preocupações humanas com o meio ambiente não são um fenómeno recente, pois o homem teve,

ao longo dos milénios, de aprender a interagir responsavelmente com o ambiente, e sempre que tal

não aconteceu, teve de sofrer as consequências nefastas da sua atuação negligente (Pinto, 2012). Na

caminhada, que é a vida no planeta Terra, são vários os marcos históricos que atestam a necessidade

de uma correta interação do homem com o meio ambiente, onde se destacam os principais desastres

ambientais ocorridos durante o século XX, tais como, por exemplo, os grandes acidentes ambientais de

Minamata (em 1956, no Japão), Seveso (em 1976, na Itália), Bhopal (em 1984, na India) e Chernobyl

(em 1986, na Ucrânia), entre outros. Episódios, trágicos e brutais, que impulsionaram o crescimento

acentuado da consciencialização ambiental na Europa e nos Estados Unidos da América, durante a

década de 80 (Barrow, 2006; Pinto, 2012). O ano de 1987 fica marcado pela publicação do relatório

“Nosso Futuro Comum” pela Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (CMAD), no qual

é abordada a atual problemática do desenvolvimento sustentável (DS). Neste seguimento, em 1991, a

International Chamber of Commerce (ICC) publicou a “Carta Empresarial para o Desenvolvimento

Sustentável: Princípios de Gestão Ambiental” (Barrow, 2006; Valle, 2010; Pinto, 2012). Em 1992, o

British Standards Institution (BSI) publicou o primeiro referencial normativo oficial de sistemas de

gestão ambiental, a norma BS 7750 – “Specification for Environmental Management Systems”. Em

1993, o Conselho das Comunidades Europeias (CCE) estabeleceu no âmbito do Regulamento (CEE) n.º

1836/93, de 29 de junho, um mecanismo voluntário europeu para promover a melhoria contínua do

desempenho ambiental das organizações, mediante o estabelecimento e a implementação de sistemas

de gestão ambiental, denominado “Eco Management and Audit Scheme” (EMAS I) ou em português

“Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria”, o qual estava nesta fase inicial restrito à participação

de organizações do setor industrial. Em 1994, o BSI após os resultados de dois anos de estudos-piloto,

realizados por indústrias de diversos setores industriais, reviu e publicou uma nova edição da norma

BS 7750 (Barrow, 2006). Posteriormente, em 1996, a International Organization for Standardization

(ISO) publicou no âmbito da família da série ISO 14000 – “Gestão Ambiental”, a norma ISO 14001 –

“Environmental Management Systems: Specification with Guidance for Use”, norma esta amplamente

compatível com a norma BS 7750 e o regulamento EMAS (Barrow, 2006). Em 1999, a norma ISO

14001 é traduzida para a língua portuguesa, pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ), no âmbito da

Comissão Técnica 150 (Gestão Ambiental), e adquire a designação de norma NP EN ISO 14001:1999

– “Sistemas de Gestão Ambiental: Especificações e Linhas de Orientação para a sua Utilização”. No

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

33

ano de 2001, é publicado pelo Parlamento Europeu e do Conselho o Regulamento (CE) n.º 761/2001,

de 19 de março (EMAS II), que veio permitir a participação de todo o tipo de organizações, incluindo as

autoridades locais. Posteriormente, em 2004, após um período de revisão, é publicada pela ISO outra

edição da norma ISO 14001, a que se seguiu nesse mesmo ano a respetiva tradução para o português

pelo IPQ. Em 2009, é publicado pelo Parlamento Europeu e do Conselho o Regulamento (CE) n.º

1221/2009, de 25 de novembro (EMAS III), que alargou a participação do EMAS às organizações

situadas dentro e fora da Comunidade Europeia. Em 2012, é publicada pelo IPQ a norma NP EN ISO

14001:2012 – “Sistemas de Gestão Ambiental: Requisitos e Linhas de Orientação para a sua

Utilização”, no seguimento de correções ao texto da norma ISO 14001:2004. Em setembro de 2015, é

publicada a última edição da norma ISO 14001 – “Environmental Management Systems: Requirements

with Guidance for Use”, que substituiu a norma NP EN ISO 14001:2012. O Barómetro da Certificação

2014 (Sampaio, Saraiva, & Domingues, 2015) mostra que existiam em Portugal, no final de 2013,

1.682 organizações com sistemas de gestão ambiental certificados ISO 14001 (1.602) e EMAS (80).

2.4.2. Modelo do Sistema de Gestão

Para a norma portuguesa NP EN ISO 14001:2014 o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), é definido

como a “parte do sistema de gestão de uma organização utilizada para desenvolver e implementar a

sua política ambiental e gerir os seus aspetos ambientais” (IPQ, 2012, p. 10). A Figura 9 mostra o

esquema do modelo do sistema de gestão ambiental, adotado pela norma NP EN ISO 14001:2012,

com o qual se pretende que os compromissos assumidos na política ambiental sejam alcançados.

Figura 9 – Modelo do sistema de gestão ambiental.

(Fonte: adaptado de IPQ, 2012, p. 7)

Melhoria Contínua

Política Ambiental

Planeamento

Implementação e

Operação Verificação

Revisão pela

Gestão

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

34

2.4.3. Comunicação com as Partes Interessadas

A implementação de um sistema de gestão ambiental implica que exista uma comunicação adequada

com todas as partes interessadas, seja esta direcionada para dentro ou para fora da organização

(Pinto, 2005a; SCCM, 2005). A organização que demonstre ambição elevada para o seu desempenho

ambiental, irá escolher uma forma intensiva de comunicação para o exterior, bem como para o interior

(SCCM, 2005). A norma NP EN ISO 14001:2012 prevê o requisito “comunicação”, onde estabelece os

deveres da organização para fazer face às diversas necessidades de comunicação interna e externa.

2.4.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável

Na literatura são várias as investigações que se debruçam no estudo da implementação e manutenção

de sistemas de gestão ambiental nas organizações, com o objetivo de conhecer quais os seus reais

contributos para o conceito de desenvolvimento sustentável (Schaltegger & Figge, 2000; McDonach &

Yaneske, 2002; Bansal & Hunter, 2003; MacDonald, 2005; Seiffert & Loch, 2005; Barrow, 2006;

Hyršlová, Mísařová, & Némethová, 2007; Sebhatu & Enquist, 2007; Fortuński, 2008). Segundo Barrow

(2006, p. 30), o “desenvolvimento sustentável é um dos principais objetivos da gestão ambiental, mas

é um desafio encontrar estratégias eficazes e exequíveis”. Por sua vez, MacDonald (2005) propõe a

utilização da norma ISO 14001, como ponto de partida útil no caminho complexo para se conseguir

alcançar o desenvolvimento sustentável na organização, alertando contudo para possíveis problemas

de conceção da norma ao nível dos requisitos de planeamento estratégico. Um grupo de investigação

constituído por Hyršlová, Mísařová, e Némethová (2007), demonstrou num estudo realizado junto de

222 organizações, que a implementação do sistema de gestão ambiental contribui claramente para o

desenvolvimento sustentável, visto que permite explicitamente melhorar o desempenho ambiental,

aumentar o lucro económico e introduzir melhorias no campo social. Por sua vez, Sebhatu e Enquist

(2007) constataram, através da análise de um caso de estudo, que o sistema de gestão ambiental

implementado segundo a norma ISO 14001, não é apenas um sistema para melhoria do desempenho

ambiental, mas também pode ser usado pela organização como a força motriz para o desenvolvimento

sustentável e a criação de valor. Fortuński (2008) forneceu outros argumentos que ajudam afirmar que

o SGA, baseado na norma ISO 14001, contribui para o desenvolvimento sustentável, em geral, e para

o sucesso sustentado da organização, em particular. Para Bansal e Hunter (2003), a norma ISO 4001

foi concebida para promover o desenvolvimento sustentável e fomentar o comércio internacional, mas

o seu êxito está dependente dos benefícios gerais para as organizações. Barrow (2006, p. 365) refere

que “uma das principais metas para a gestão ambiental é alcançar o desenvolvimento sustentável”.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

35

2.5. SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

2.5.1. Evolução Normativa

As preocupações com a segurança e saúde decorrentes do trabalho começaram a ser manifestadas já

na antiguidade, onde se encontram registos históricos fiáveis à data dos governos do faraó egípcio

Snefru (2500 a.C.) e do rei babilónio Hammurabi (2200 a.C.), bem como estudos pioneiros sobre esta

temática desenvolvidos por vários médicos e filósofos gregos e romanos (entre os séculos I e IV a.C.).

Apesar de vários estudiosos se terem debruçado sobre esta temática até ao século XVIII, é com o

advento da revolução industrial, no início do século XIX, que a problemática da segurança e saúde do

trabalho se generaliza, motivada pela elevada taxa de sinistralidade e mortalidade, como resultado dos

acidentes e doenças profissionais (Pinto, 2012). Em 1919, é criada a International Labour Organization

(ILO) ou em português Organização Internacional do Trabalho (OIT), que visou a regulamentação das

práticas laborais no mundo, contudo, a sua atuação somente veio a surtir efeitos visíveis a partir de

meados do século XX (Pinto, 2012). No seguimento de grandes avanços dados na área da segurança e

saúde do trabalho a nível internacional e europeu, o ano de 1989, fica marcado pela publicação pelo

Conselho das Comunidades Europeias (CCE) da Diretiva do Conselho 89/391/CEE, de 12 de junho, a

qual visou promover a aplicação de medidas de melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores.

Em 1996, no Reino Unido o British Standards Institution (BSI) publicou um documento para gestão da

segurança e saúde do trabalho, inicialmente denominado por norma britânica BS 8750 – “Guide to

Occupational Health and Safety Management”, posteriormente, substituído pela norma BS 8800 –

“Guide to Occupational Health and Safety Management Systems”. Em 1999, o BSI após um trabalho

conjunto de diversos organismos certificadores e entidades de normalização internacionais, publica o

primeiro documento da família OHSAS 18000 – “Occupational Health and Safety Assessment Series”

(OHSAS), a especificação OHSAS 18001 – “Occupational Health and Safety Management Systems:

Specifications”, a qual passa a ser, a nível mundial, o documento de referência mais requisitado para

os processos de implementação e certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho

(Robson et al., 2007; Soares & Kovaleski, 2014). Em 2001, o Instituto Português da Qualidade (IPQ)

no âmbito dos trabalhos desenvolvidos no seio da Comissão Técnica 42 (Segurança e Saúde do

Trabalhador), publica a norma portuguesa NP 4397 – “Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do

Trabalho: Especificações”. Em 2004, o BSI publica uma nova edição da norma britânica BS 8800 –

“Occupational Health and Safety Management Systems: Guide”. Em 2007, após trabalhos de revisão e

melhoria da especificação OHSAS 18001, o BSI publica então a primeira edição da norma britânica BS

OHSAS 18001 – “Occupational Health and Safety Management Systems: Requirements”, a qual foi

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

36

projetada, desenvolvida e estruturada, de forma a ser compatível com as normas internacionais de

sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001:2000) e gestão ambiental (ISO 14001:2004), visando uma

possível futura integração. Em 2008, o IPQ após um processo de revisão coordenado pela Comissão

Técnica 42, publica a segunda edição da norma portuguesa NP 4397 – “Sistemas de Gestão da

Segurança e Saúde do Trabalho: Requisitos”. Posteriormente, após um trabalho árduo de vários anos,

foi tornado realidade, em junho de 2013, o Projeto do Comité ISO/PC 283 estabelecido e acordado

entre a International Organization for Standardization (ISO) e o British Standards Institution (BSI), com o

objetivo de desenvolver e aprovar a norma internacional ISO 45001 – “Occupational Health and Safety

Management Systems: Requirements with Guidance for Use”, estando previsto em projeto a publicação

da versão final da norma ISO, em outubro de 2016 (Kleinová & Szaryszová, 2014; Soares & Kovaleski,

2014). O Barómetro da Certificação 2014 mostra que existiam em Portugal, no final de 2013, um total

de 868 organizações com sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho certificados, segundo

os referenciais normativos BS OHSAS 18001 e/ou NP 4397 (Sampaio, Saraiva, & Domingues, 2015).

2.5.2. Modelo do Sistema de Gestão

A norma britânica BS OHSAS 18001:2007 e a portuguesa NP 4397:2008 definem Sistema de Gestão

da Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST), como a “parte do sistema de gestão de uma organização

utilizado para desenvolver e implementar a política da SST e gerir os riscos correspondentes” (BSI,

2007, p. 3; IPQ, 2008a, p. 9). A Figura 10 mostra o modelo do SGSST, adotado pelas duas normas,

com o qual se pretende que todos os compromissos assumidos na política da SST sejam alcançados.

Figura 10 – Modelo do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho.

(Fonte: adaptado de BSI, 2007, p. vi e IPQ, 2008a, p. 6)

Melhoria Contínua

Política da SST

Planeamento

Implementação e

Operação Verificação

Revisão pela

Gestão

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

37

2.5.3. Comunicação com as Partes Interessadas

Segundo Hughes e Ferrett (2011, p. 43), o sucesso do desempenho de um sistema de gestão da

segurança e saúde do trabalho está muito dependente da comunicação que se estabelece entre os

vários níveis da organização, ou seja, da “comunicação eficaz com os trabalhadores”, bem como

também da “comunicação eficaz com as outras partes interessadas, tais como: entidades reguladoras,

fornecedores, clientes e sindicatos”. Para Pinto (2005b, p. 133), no SGSST a “comunicação deve ser

eficaz pelo que é necessário validar a sua eficácia, verificando se foi compreendida pelos recetores”. As

normas BS OHSAS 18001:2007 e NP 4397:2008 preveem o requisito “comunicação”, que estabelece

os deveres da organização para fazer face às várias necessidades de comunicação interna e externa.

2.5.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável

Chen (2004) numa abordagem aos sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho refere que,

numa organização, a estratégia de desenvolvimento sustentável não deve ser apenas refletida no

aumento do valor da produção, mas sim avaliada em conjunto com outros aspetos, tais como: a

eficácia económica, a utilização dos recursos, a proteção ambiental e a segurança e saúde do trabalho.

Segundo Muruganandan (2007, p. 252), o objetivo do sistema de gestão da segurança, saúde e

ambiente deve-se focar na melhoria, por um caminho de “cultura de trabalho seguro”, sistematizando

práticas, em prol do desenvolvimento sustentável como conceito inovador de gestão. Por sua vez,

Quelhas e Lima (2006) enfatizam, no âmbito da temática da sua investigação, que o sistema de gestão

da segurança e saúde do trabalho é um fator crítico de sucesso no processo de introdução dos

princípios do desenvolvimento sustentável nas organizações. Na literatura são vários os autores e as

obras que associam a dimensão social do desenvolvimento sustentável às questões da segurança e

saúde do trabalho (Azapagic, 2004; Gallego, 2006; Chow & Chen, 2012; Joseph, Lin, Nichol, &

Jussem, 2014). Contudo, existem autores que dedicaram a sua investigação ao estudo da relação dos

sistemas de gestão da segurança com o desempenho das organizações, também na vertente social e

económica, os quais evidenciaram que a “gestão da segurança tem uma influência positiva no

desempenho da segurança, no desempenho da competitividade e no desempenho económico-

financeiro”, visto que reduz a taxa de acidentes e, consequentes, danos pessoais e materiais, melhora

as condições de trabalho, aumenta a motivação dos trabalhadores, reduz o absentismo, melhora a

imagem da instituição e a sua reputação, produtividade e inovação, bem como aumenta as vendas,

lucros e rentabilidade (Fernández-Muñiz, Montes-Peón, & Vázquez-Ordás, 2009, p. 980). Para Quelhas

e Lima (2006), o SGSST é o caminho a seguir, para se alcançar a gestão sustentável na organização.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

38

2.6. SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO

2.6.1. Evolução Normativa

Na década de 90, do século XX, após a publicação dos referenciais normativos da família ISO 9000

(Gestão da Qualidade) e ISO 14000 (Gestão Ambiental) e, posteriormente, das especificações da

família OHSAS 18000 (Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho), as organizações a nível mundial

depararam-se com uma nova problemática, relativa à integração dos sistemas de gestão (ISO 9001,

ISO 14001 e OHSAS 18001). Motivado pela ausência de um referencial internacional aceite no âmbito

dos sistemas integrados de gestão, alguns organismos de normalização nacionais e internacionais,

elaboraram e publicaram, ao longo dos últimos anos, documentos técnicos de apoio à integração. Em

1996, o Norwegian Technology Standards Institution (NTS) publicou uma primeira versão draft da

norma norueguesa intitulada “Management Principles for Enhancing Quality of Products and Services,

Occupational Health and Safety, and the Environment”. Em 1999, em resultado de uma parceria entre

os organismos de normalização da Austrália e da Nova Zelândia (Australia Standard / New Zealand

Standard – AS/NZS) foi publicada a norma AS/NZS 4581 – “Management System Integration:

Guidance to Business, Government and Community Organizations”. No Reino Unido o British Standards

Institution (BSI), elaborou uma série de documentos de referência, com o objetivo de uniformizar os

processos de integração dos sistemas de gestão, assim publicou, no ano de 2000, o handbook HB

10173 – “IMS: Management Systems Integration. A Guide”, no ano de 2001, o handbook HB 10190 –

“IMS: The Framework (Integrated Management Systems Series)” e, por último, em 2002, o handbook

HB 10191 – “IMS: Implementing and Operating (Integrated Management Systems Series)”. Ainda no

ano de 2001, a International Organization for Standardization (ISO) com o objetivo de uniformizar a

estrutura das normas dos sistemas de gestão, publicou o guia ISO Guide 72 – “Guidelines for the

Justification and Development of Management System Standards”. Em 2005, a Asociación Española de

Normalización y Certificación (AENOR) publicou, em junho, a norma espanhola UNE 66177 –

“Sistemas de Gestión: Guía para la Integración de los Sistemas de Gestión” e, nesse mesmo ano, a

Danish Standards Association (DSA) publicou, em julho, a norma dinamarquesa DS 8001 – “Integrated

Management Systems”. Em 2006, o BSI publicou a primeira edição da especificação britânica PAS 99

– “Specification of Common Management System Requirements as a Framework for Integration”

(Nowicki, Kafel, & Sikora, 2013). Em 2008, a ISO com o intuito de promover a integração publicou um

handbook intitulado “The Integrated use of Management System Integration”. Em 2012, o BSI

procedeu à publicação, após revisão, da segunda edição da especificação PAS 99 – “Specification of

Common Management System Requirements as a Framework for Integration”, a qual sofreu uma

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

39

reestruturação profunda com vista a melhorar o processo de integração dos sistemas de gestão

(Miguel, 2013). A especificação PAS 99 apresenta, atualmente, uma estrutura em total sintonia com as

edições finais (and drafts) aprovadas dos referenciais normativos dos sistemas de gestão da qualidade

(ISO 9001), ambiente (ISO 14001), segurança e saúde do trabalho (ISO 45001). Em 2015, a ISO e o

International Electrotechnical Commission (IEC) publicaram a sexta edição do documento ISO/IEC –

“Directives, Part 1: Consolidated ISO Supplement. Procedures Specific to ISO”, o qual integra o Annex

SL (Normative) – “Proposals for Management System Standards” (anterior ISO Guide 8313), no qual

está contemplada a estrutura base proposta para todas as futuras normas de sistemas de gestão, a

qual assenta, genericamente, nos seguintes dez (10) pontos estruturais: (1) Âmbito; (2) Referências

normativas; (3) Termos e definições; (4) Contexto da organização; (5) Liderança; (6) Planeamento; (7)

Suporte; (8) Operacionalização; (9) Avaliação do desempenho; e (10) Melhoria (BSI, 2012; ISO, 2015a,

2015b, 2015d; ISO/IEC, 2015). Em termos históricos a integração de sistemas de gestão em Portugal,

é ainda uma prática recente, com cerca de uma década de existência (Pinto, 2012), sendo ainda

praticada por uma pequena percentagem de organizações a nível mundial (Santos & Vale, 2008;

Santos, Rebelo & Barros, 2013). Em regra, normalmente as organizações, inicialmente, implementam

e certificam o SGQ (ISO 9001), posteriormente, implementam e certificam o SGA (ISO 14001) e,

somente, depois implementam e certificam o SGSST (BS OHSAS 18001), seguindo a ordem natural de

publicação das normas (Santos & Vale, 2008; Santos, Rebelo & Barros, 2013). Quando os sistemas de

gestão (SGQ, SGA e SGSST) implementados individualmente demonstram estar consolidados, as

organizações iniciam de forma faseada o processo de integração dos sistemas, numa primeira fase a

integração de dois sistemas e numa segunda fase a integração dos três sistemas (Santos & Vale,

2008; Santos, Rebelo & Barros, 2013). Esta tem sido a regra geral que as organizações, incluindo as

portuguesas têm adotado, confirmada até pelo número de certificações, onde a qualidade se destaca

em primeiro lugar, seguida da certificação ambiental e, por último, a certificação da segurança e saúde

do trabalho (Santos, Mendes, & Barbosa, 2011). Contudo, refira-se que a implementação simultânea e

integrada dos sistemas de gestão da qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho (QASST) é,

atualmente, uma prática crescente em Portugal e no resto do mundo (Carvalho, 2014). Segundo dados

publicados no Barómetro da Certificação 2014 (ver GEC), constata-se que existiam em Portugal, a 31

de dezembro de 2013, um total de 589 organizações com sistemas integrados de gestão da qualidade,

ambiente, segurança e saúde do trabalho certificados no âmbito dos quatro (4) referenciais normativos:

ISO 9001, ISO 14001, BS OHSAS 18001 e/ou NP 4397 (Sampaio, Saraiva, & Domingues, 2015).

13ISO Guide 83: High level structure and Identical text for management system standards and common core management system terms and definitions.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

40

2.6.2. Modelo do Sistema de Gestão

A definição de Sistema Integrado de Gestão (SIG) tem vindo a ser alvo de intenso estudo e debate, nas

últimas duas décadas, no seio das normas e especificações publicadas (AS/NZS 4581, UNE 66177,

DS 8001 e PAS 99), bem como em diversos trabalhos de investigação (Karapetrovic & Willborn, 1998;

Griffith, 2000; Beckmerhagen, Berg, Karapetrovic, & Willborn, 2003; Labodová, 2004; Suditu, 2007).

Segundo Griffith (2000), o SIG é definido como sendo a combinação dos procedimentos da qualidade,

ambiente, segurança e saúde do trabalho de modo a demonstrar externamente o compromisso da

organização para fornecer um produto/serviço, com preocupações de caráter ambiental e segurança. A

especificação PAS 99:2012 definiu, recentemente, o SIG como sendo o “sistema de gestão que integra

os vários aspetos dos sistemas e processos de uma organização numa estrutura completa, permitindo

à organização satisfazer os requisitos de mais do que uma norma de sistemas de gestão” (BSI, 2012,

p. 2). Vários autores entre os quais Zeng, Shi, e Lou (2007), consideram que o processo de integração

dos sistemas de gestão da qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho é facilitado, visto as

três normas (ISO 9001, ISO 14001 e BS OHSAS 18001) terem subjacente o princípio comum da

melhoria contínua, com base no “Ciclo de Deming”14 ou “PDCA” (Plan–Do–Check–Act), o que permite

estabelecer uma correspondência integral entre estas normas (ver Anexo II), como se vê na Figura 11.

Figura 11 – Modelo de integração dos sistemas de gestão.

(Fonte: adaptado de Carvalho, 2014, p. 102)

14William Edwards Deming (1900–1993) é denominado na literatura como um “guru” da qualidade, o qual ficou mundialmente celebrizado pelo “Ciclo de Deming” (Plan–Do–Check–Act), também conhecido pela abreviatura “Ciclo PDCA”, designação esta que corresponde em português ao “Ciclo da Melhoria Contínua” ou “Ciclo PEVA”, como resultado da conjugação das iniciais das quatro palavras resultantes da tradução: “Planear, Executar, Verificar e Atuar”.

Melhoria Contínua

Política da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde do Trabalho

Planeamento

Implementação e

Operação

Verificação

Revisão pela

Gestão

Planear

Executar Verificar

Atuar

SEG

URA

A

AMBIENTE

QU

ALIDAD

E

INTEGRAÇÃO DE

SISTEMAS DE GESTÃO

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

41

Na literatura são várias as referências, ao longo dos últimos vinte anos, que abordam segundo várias

perspetivas a questão sobre qual a melhor tipologia para o “modelo” do Sistema Integrado de Gestão

da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde do Trabalho (SIGQASST) que deve ser adotado, no geral,

pelas organizações (Karapetrovic, 2002, 2003; Karapetrovic & Jonker, 2003; Labodová, 2004; Jonker

& Karapetrovic, 2004; Jørgensen, Remmen, & Mellado, 2006; Zeng, Shi, & Lou, 2007; Asif, Bruijn,

Fisscher, Searcy, & Steenhuis, 2009; Bernardo, Casadesus, Karapetrovic, & Heras, 2009, 2012; Asif,

Bruijn, Fisscher, & Searcy, 2010; Asif, Fisscher, Bruijn, & Pagell, 2010a, 2010b; Bernardo, Casadesus,

& Karapetrovic, 2011; Sampaio, Saraiva, & Domingues, 2012; Oliveira, 2013; Almeida, Domingues, &

Sampaio, 2014; Bernardo, 2014; Domingues, Sampaio, & Arezes, 2014; Rebelo, Santos, & Silva,

2014a, 2014b). A especificação PAS 99:2012 apresenta, atualmente, um modelo de sistema integrado

de gestão estruturado com base no Ciclo PDCA, e alinhado com a estrutura da atual “nova geração”

das normas internacionais da qualidade (ISO 9001), ambiente (ISO 14001) e segurança (ISO 45001).

2.6.3. Comunicação com as Partes Interessadas

O processo de comunicação (interna e externa) com as partes interessadas é requisito obrigatório dos

principais referenciais normativos e especificações dos sistemas integrados de gestão (ver Tabela 3).

Tabela 3 – Requisitos da comunicação com as partes interessadas, por referencial normativo. REFERENCIAL REQUISITOS DE COMUNICAÇÃO INTERNA EXTERNA

Qua

lidad

e

NP EN ISO 9001:2008 5.5.3. Comunicação Interna 7.2.3. Comunicação com o Cliente

NP EN ISO 9004:2011 5.4. Comunicação da Estratégia e das Políticas

NP EN ISO 9001:2015 ISO 9001:2015

5.2.2. Comunicação da Política da Qualidade 7.4. Comunicação 8.2.1. Comunicação com o Cliente 8.4.3. Informação para Fornecedores Externos

Ambi

ente

NP EN ISO 14001:2012 4.4.3. Comunicação EMAS III:2009 B.5. Comunicação

ISO 14001:2015

7.4. Comunicação 7.4.1. Geral 7.4.2. Comunicação Interna 7.4.3. Comunicação Externa

Segu

ranç

a BS OHSAS 18001:2007 4.4.3.1. Comunicação NP 4397:2008 4.4.3.1. Comunicação

ISO/CD.2 45001:2015 7.4. Informação e Comunicação

Inte

graç

ão AS/NZS 4581:1999

1.4. Comunicação 6.3. Comunicação em Emergências

UNE 66177:2005 Comunicação, Informação e Participação

DS 8001:2005 4.2.8. e 5.3.1. Comunicação Interna 5.3.2. Comunicação Externa

PAS 99:2012 7.4. Comunicação

Fonte: adaptado de Carvalho, 2013, p. 58.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

42

2.6.4. Enquadramento com o Desenvolvimento Sustentável

Atualmente, os sistemas integrados de gestão da qualidade (ISO 9001), ambiente (ISO 14001/EMAS),

segurança e saúde do trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397), são tidos como pilares fundamentais do

desenvolvimento sustentável e, por conseguinte, considerados relevantes para as atividades de gestão

e planeamento estratégico das organizações que perspetivam alcançar a liderança no presente e,

fundamentalmente, no futuro (Rebelo, 2011; Rebelo & Santos, 2013). A Figura 12 esquematiza as

relações existentes na organização, entre o desenvolvimento sustentável e um SIGQASST suportado

nas normas de referência (Rebelo & Santos, 2013). Para Tsai e Chou (2009), a norma ISO 9001 (SGQ)

contribui para uma melhor qualidade, maior produtividade, maior satisfação do cliente e maior lucro. A

norma ISO 14001 (SGA) contribui, no geral, para um melhor desempenho ambiental da organização,

maior transparência e ecoeficiência, produtos mais verdes, bem como a aceitação pelas partes

externas da questão ambiental e, por sua vez, a norma BS OHSAS 18001 (SGSST) contribui para locais

de trabalho mais seguros e saudáveis, processos de trabalho mais eficientes e melhoria da perceção

dos colaboradores relativamente ao ambiente de trabalho (Tsai & Chou, 2009). Na literatura são várias

as referências que enquadram, holísticamente, o desenvolvimento sustentável no âmbito do estudo dos

SIGQASST (Fresner & Engelhardt, 2004; Oskarsson & Malmborg, 2005; Isaksson, 2006; Jørgensen,

Remmen, & Mellado, 2006; Rocha, Searcy, & Karapetrovic, 2007; Jørgensen, 2008; Tsai & Chou,

2009; Ejdys & Matuszak-Flejszman, 2010; Asif, Searcy, Zutshi, & Ahmad, 2011; Zeng, Xie, Tam, &

Shen, 2011; Rocha & Searcy, 2012; Santos, Rebelo, Barros, & Pereira, 2012; Chandra, 2013; Rebelo,

Santos, & Silva, 2014b; Holm, Vuorisalo, & Sammalisto, 2015; Mežinska, Lapiņa, & Mazais, 2015).

Figura 12 – Relação do desenvolvimento sustentável com o sistema integrado de gestão.

(Fonte: adaptado de Rebelo, 2011 e Rebelo & Santos, 2013, p. 247)

Proteção e Promoção Ambiental

Desenvolvimento Social

Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho

(SGSST)

Desenvolvimento Económico

Desenvolvimento Sustentável

Sistema Integrado de Gestão (SIG)

Requisitos ISO 14001 / EMAS

Requisitos BS OHSAS 18001 / NP 4397

Requisitos ISO 9001

Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

43

2.7. OUTROS SISTEMAS DE GESTÃO NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

2.7.1. Sistema de Gestão da Responsabilidade Social

Os anos 50, do século XX, marcam o início da era moderna da responsabilidade social organizacional,

com a publicação, em 1953, por Howard Bowen do livro “Social Responsabilities of the Businessman”.

Para Carroll (1999), o conceito de responsabilidade social organizacional evolui inicialmente nos anos

60 de uma focalização nos aspetos sociais e éticos, para o reconhecimento, na década de 70, de que

a organização necessita de conciliar e equilibrar os múltiplos interesses com a necessidade de alcançar

múltiplos objetivos, em vez da focalização exclusiva na maximização dos lucros (Carroll, 1999), como

defendia Friedman (1970), para o qual a responsabilidade social dos negócios era maximizar o lucro.

No início do novo milénio, as preocupações holísticas com a gestão da responsabilidade social15 ao

nível organizacional alcançaram um novo desígnio de maior exigência em termos mundiais e nacionais

(Rego, Moreia, & Sarrico, 2003; Santos, Santos, Pereira, & Silva, 2006; Almeida, 2010; Leal, Caetano,

Brandão, Duarte, & Gouveia, 2011; Domingues & Remoaldo, 2012; Jaulín, 2012; Rodrigues & Duarte,

2012; Silva, Jorge, & Moura, 2014), o que veio promover o desenvolvimento de referenciais normativos

nesta área de gestão. Em 2001, a Social Accountability International (SAI) com sede em Nova Iorque,

EUA, publica a primeira versão da norma internacional SA 8000 – “Social Accountability”16, a qual veio

rapidamente a impulsionar a implementação pelas organizações de diversas práticas de gestão ao nível

da responsabilidade social. Em 2008, o Instituto Português da Qualidade (IPQ) publica no âmbito da

Comissão Técnica 164 (Responsabilidade Social), a norma portuguesa NP 4469-1 “Sistemas de

Gestão da Responsabilidade Social – Parte 1: Requisitos e Linhas de Orientação para a sua Utilização”,

a qual visa “incentivar e orientar as organizações para uma atuação mais socialmente responsável, no

contexto dos desafios do desenvolvimento sustentável”17 (IPQ, 2008c, p. 8). Em 2010, a International

Organization for Standardization (ISO) publica a norma internacional ISO 26000 – “Guidance on Social

Responsibility”, como contributo para o desenvolvimento sustentável, a qual é traduzida e publicada,

em 2011, pelo IPQ como norma NP ISO 26000 – “Linhas de Orientação da Responsabilidade Social”.

Posteriormente, em 2014, a SAI após revisão, publica a quarta versão da norma SA 8000 – “Social

Accountability”. No panorama internacional e nacional as normas SA 8000, NP 4469-1 e ISO 26000

de responsabilidade social, demonstram ser instrumentos de gestão extremamente importantes para o

processo de operacionalização do desenvolvimento sustentável ao nível organizacional (CRIS, 2012).

15Na literatura “o conceito de responsabilidade social evidencia um elevado potencial propulsor do desenvolvimento sustentável” (IPQ, 2008c, p. 7). 16Norma revista internacionalmente pela Social Accountability International (SAI), nos anos de 2004, 2008 e 2014, com a publicação da segunda versão (SA 8000:2004), terceira versão (SA 8000:2008) e quarta versão (SA 8000:2014) em língua inglesa e, posterior, tradução para a língua portuguesa. 17Segundo a norma portuguesa NP 4469-1:2008, o Sistema de Gestão da Responsabilidade Social (SGRS) é definido, no geral, como sendo o “conjunto de elementos interrelacionados e interactuantes para estabelecer e concretizar a política e objetivos da responsabilidade social” (IPQ, 2008c, p. 14).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.7.2. Sistema de Gestão do Desenvolvimento Sustentável

Após a realização da Cimeira da Terra, em 1992, no Rio de Janeiro, a comunidade internacional focou

muitos dos seus interesses da década de 90, do século XX, e primeira década do século XXI, no estudo

do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, as organizações “começam a apresentar soluções para

alcançar o desenvolvimento sustentável” e, ao mesmo tempo, aumentar os lucros dos seus negócios

(Tachizawa, 2005, p. 26). Surge assim nas organizações, como forma de promover as melhores

práticas em prol do desenvolvimento sustentável, a necessidade de implementação dos referenciais de

sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001), gestão ambiental (ISO 14001 e EMAS), gestão da

segurança e saúde do trabalho (BS OHSAS 18001 e NP 4397) e gestão da responsabilidade social (SA

8000, NP 4469-1 e ISO 26000). No entanto, somente após 14 anos da realização da Cimeira da Terra

(RIO 92), é elaborado o primeiro referencial normativo especifico para a abordagem da questão da

gestão do desenvolvimento sustentável na organização. Assim, em 2006, o British Standards Institution

(BSI) publicou a primeira versão da norma britânica BS 8900 – “Guidance for Managing Sustainable

Development”, a qual se apresentou, em termos gerais, como sendo a primeira norma mundial para

gestão do desenvolvimento sustentável ao nível organizacional (Louette, 2007), a qual visou uma

“abordagem duradoura e equilibrada da atividade econômica, da responsabilidade ambiental e do

progresso social” (BSI, 2006, p. 1). Em 2013, o BSI procedeu à revisão da norma BS 8900 e publicou

então a norma BS 8900-1 – “Managing Sustainable Development of Organizations: Guide” e a norma

BS 8900-2 – “Managing Sustainable Development of Organizations: Framework for Assessment Against

BS 8900-1. Specification”, normas estas que contemplam orientações que ajudam as organizações a

construir uma abordagem equilibrada e duradoura da dimensão económica, ambiental e social do

desenvolvimento sustentável. A norma BS 8900-1:2013 especifica que a gestão do desenvolvimento

sustentável numa organização, deve basear-se num conjunto de princípios e valores (gerais), com os

quais a tomada de decisão e o comportamento deve ser consistente (BSI, 2013). Neste sentido, são

considerados princípios do desenvolvimento sustentável a inclusão, a integridade, a responsabilidade, a

administração e a transparência (BSI, 2013). Na organização, o compromisso da gestão de topo é

fundamental para o sucesso de qualquer programa de desenvolvimento sustentável (BSI, 2006, 2013).

A liderança da organização deve definir e comunicar a visão estratégica para o desenvolvimento

sustentável. Em ambos os processos de definição e de comunicação, a organização deve envolver as

partes interessadas relevantes, sejam estas internas ou externas (BSI, 2006, 2013). Segundo a norma

BS 8900-1:2013, a integração dos princípios do desenvolvimento sustentável ao nível da visão, valores

e políticas, são tidos como elementos fulcrais que atestam a maturidade da organização (BSI, 2013).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

45

2.8. CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO EM PORTUGAL

A certificação de sistemas de gestão da qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho, ocorre

como resultado da avaliação do sistema de gestão implementado, por uma entidade independente à

organização (organismo de certificação ou entidade certificadora), processo este denominado, no geral,

por auditoria externa de terceira parte18 (Neto, Tavares, & Hoffmann, 2008). Segundo Leitão (2011), a

decisão das organizações em implementarem e certificarem os sistemas de gestão é uma decisão

estratégica, que permite obter o desenvolvimento sustentado das organizações. Os sistemas de gestão

certificados são, cada vez mais, usados pelas organizações, para demonstrarem a sua conformidade

perante as partes interessadas em determinadas áreas de gestão (Santos, Rebelo, & Barros, 2013).

Para Fonseca e Sampaio (2011), a certificação dos sistemas de gestão da QASST é um meio para as

organizações demonstrarem, perante terceiros, a credibilidade e os resultados dos seus esforços, ao

nível da qualidade dos produtos, da proteção ambiental e da segurança no local de trabalho. O número

de organizações com mais de uma certificação está a aumentar, de forma gradual, e muitas delas já

estão a experimentar a integração (Santos, Rebelo, & Barros, 2013; Sampaio, Saraiva, & Domingues,

2015). Em Portugal, são vários os organismos de certificação (nacionais e internacionais) que operam

no mercado da certificação dos sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001), ambiente (ISO 14001),

segurança e saúde do trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397). Contudo, nem todos estão acreditados

para o referido âmbito de certificação pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), ver a Tabela 4.

Tabela 4 – Organismos de certificação de sistemas de gestão que operam em Portugal. SIGLA ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO IPAC*

APCER Associação Portuguesa de Certificação SGQASST BM TRADA BM Trada Certification, Ltd. ----

BVC Bureau Veritas Certification Portugal, Unipessoal, Lda. SGQASST

CERTIF Associação para a Certificação SGQA

DAS Direct Assessment Services Portugal, Lda. ----

DNV Det Norske Veritas – Classificação, Certificação e Serviços, Lda. ----

DQS Sercert – Serviços de Certificação, Lda. ----

EIC Empresa Internacional de Certificação, S.A. SGQASST

LRQA Lloyd’s Register EMEA – Portugal (Lloyd’s Register Quality Assurance, Ltd.) SGQASST

LUSAENOR Lusaenor, Lda. ----

QEC Quality and Environmental Certification, Ltd. ----

SGS ICS Serviços Internacionais de Certificação, Lda. SGQASST

TÜV Rheinland Portugal, Inspecções Técnicas, Lda. SGQASST

LEGENDA: Organismo acreditado pelo Instituto Português de Acreditação* (IPAC) para a certificação de Sistemas de Gestão (SG) da Qualidade (Q), Ambiental (A), Segurança e Saúde do Trabalho (SST), conforme dados do IPAC (2015). Fonte: adaptado de Carvalho, 2013, 2014.

18Ver Norma Portuguesa: NP EN ISO 19011:2012 – Sistemas de orientação para auditorias a sistemas de gestão (ISO 19011:2011).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

46

2.9. ESTRATÉGIA E POLÍTICAS DA ORGANIZAÇÃO PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável “tem subjacente uma visão de progresso que faz uma ligação clara

entre desenvolvimento económico, proteção do ambiente e equilíbrio social” (Santos, 2008b, p. 69).

Majstorović e Marinković (2011) consideram óbvio que tudo o que se relaciona com o desenvolvimento

económico move-se em direção ao desenvolvimento sustentável, para os quais este é o paradigma dos

negócios do século XXI. Para Santos (2008b, p. 70), uma das principais mensagens resultantes da

Cimeira do Desenvolvimento Sustentável realizada em Joanesburgo, em 2002, é que as organizações,

no geral, e em particular o “setor privado tem de facto um papel catalisador para se atingir um

desenvolvimento sustentável”. Assim, é essencial a organização, numa fase inicial, ter consciência dos

seus impactes ambientais e sociais, e identificar quais os riscos que esses impactes podem trazer ao

negócio e, numa fase seguinte, deve identificar todas as expectativas das suas partes interessadas e,

posteriormente, numa última fase, é crucial desenvolver uma estratégia19 organizacional que culmine

com a incorporação e integração da visão da sustentabilidade em todos os processos, atividades e

ações desenvolvidas pela organização (Santos & Dias, 2008). Contudo, refira-se que todas as ações

das organizações devem ser coerentes e focalizadas, devendo existir uma sintonia clara entre os

compromissos assumidos na estratégia (missão e valores) e, por conseguinte, a sua operacionalização

traduzida sob a forma de produtos e serviços (Santos & Amaral, 2008). Na gestão sustentável são

várias as organizações que traduzem a estratégia de sustentabilidade em políticas de responsabilidade

social e ambiental, e comunicam o seu desempenho ao nível dos três pilares do desenvolvimento

sustentável, através da publicação e divulgação anual de relatórios de sustentabilidade (Santos & Dias,

2008). Baumgartner (2014) propôs um enquadramento conceptual, como instrumento de suporte à

gestão da sustentabilidade e responsabilidade social das organizações, como forma de avaliar as

dimensões económica, ambiental e social do desenvolvimento sustentável, no qual se destacam três

(3) níveis: a gestão normativa (integra a visão, missão, valores, política e cultura organizacional), a

gestão estratégica (princípios de planeamento e estratégia de sustentabilidade) e a gestão operacional.

Na literatura são vários os “modelos de gestão sustentável” em que a visão, missão, valores, objetivos,

princípios, estratégia e as políticas da organização, assumem no todo ou em parte, uma posição de

destaque em prol do desenvolvimento sustentável (Garvare & Isaksson, 2001, p. 14; Zairi, 2002, p.

1169; Azapagic, 2003, p. 305; DSA, 2005, p. 13; Quelhas & Lima, 2006, p. 31; Rocha, Searcy, &

Karapetrovic, 2007, p. 86; Epstein, 2008, p. 46; Santos & Amaral, 2008, p. 187; Santos & Dias, 2008, 19Estratégia é a “criação de uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades” (Porter, 1996, p. 68). Michael Porter, citado por Magretta (2012, p. 30), refere que a “estratégia descreve como uma organização, em situação de concorrência, consegue obter um desempenho superior”. A organização para alcançar a vantagem competitiva deve integrar os aspetos da responsabilidade social na estratégia (Porter & Kramer, 2006).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

47

p. 13; Nitu & Nitu, 2009, p. 7; Ader & Hansen, 2010, p. 75; Joseph, Lin, Nichol, & Jussem, 2014, p.

523; Waclawovsky & Batiz, 2010, p. 9; Asif, Searcy, Zutshi, & Ahmad, 2011, p. 359; IPQ, 2011, p. 7;

Seruya, 2011, p. 65; Braga & Morgado, 2012, p. 22; Ferraz & Rafael, 2012, pp. 7–8; GRI, 2013, p. 54

e p. 237; Santos, Rebelo, & Barros, 2013, p. 222; Baumgartner, 2014, p. 265). Na organização que é

regida pelos princípios do desenvolvimento sustentável a gestão sustentável20, deve implicar que as

questões ambientais, sociais e de governance sejam evidentes no seio da “visão”, “missão”, “valores”,

“objetivos”, “princípios de negócio” e “políticas” e, assim sejam, concretizadas na venda de produtos

e/ou serviços, que tenham incorporado na cadeia de valor as vertentes sociais e ambientais (Santos &

Amaral, 2008, pp. 186–187; Santos & Dias, 2008, pp. 12–13). Para Santos e Dias (2008, p. 13), a

gestão sustentável “deverá implicar uma coerência entre o que se diz e o que se pratica”. Contudo,

“nem sempre esta coerência é visível, sendo, na realidade, até de difícil alcance” (Epstein, 2008, p.

24; Santos & Amaral, 2008, p. 186). A Figura 13 evidência a relação entre o “grau de compromisso”,

o “grau de operacionalização” e o “grau de coerência organizacional”, que se estabelece entre os

vários conceitos que fundamentam o desenvolvimento sustentável na organização. Santos e Dias

(2008, p. 13) defendem, que “esta coerência é hoje cada vez mais valorizada pelos consumidores,

acionistas, colaboradores, analistas financeiros e comunidade em geral” e, neste sentido, a verificação

do grau de coerência organizacional implica a divulgação de informação a todas as partes interessadas.

Figura 13 – Pirâmide da gestão sustentável organizacional.

(Fonte: adaptado de Santos & Amaral, 2008, p. 187 e Santos & Dias, 2008, p. 13)

20A gestão sustentável “abrange ações e políticas ajustadas às especificidades da organização que tomam em atenção as expectativas dos stakeholders, e a triple bottom line do desempenho económico, social e ambiental” (Aguinis & Glavas, 2012, p. 933; Rego, Cunha, & Ribeiro, 2013, p. 12). No seguimento de trabalhos de investigação constatou-se que, no geral, a “auscultação da envolvente” (partes interessadas), a “visão”, a “missão”, a “orientação de longo prazo”, a “promoção do capital humano e do social”, são tidas como práticas essenciais à gestão sustentável (Rego, Cunha, & Ribeiro, 2013, p. 143).

Visão

Missão

Valores

Princípios de Negócio

Políticas: Ambientais, Sociais e de Conduta

Procedimentos que Incorporem os Aspetos Ambientais, Sociais e de Conduta

Incorporação na Avaliação de Colaboradores, a Forma como Contribuem para a Efetivação das Políticas e Objetivos de Sustentabilidade

Criação e Venda de Produtos/Serviços Sustentáveis: Amigos do Ambiente e Promotores do Bem-estar Social

Grau de Coerência Organizacional

Perceção pelas Partes Interessadas da Gestão em prol do Desenvolvimento Sustentável «Gestão Sustentável deverá implicar uma coerência entre o que se diz e o que se pratica»

Grau de

Compromisso

Gestão em prol do

Desenvolvimento Sustentável

«Futuro»

Grau de

Operacionalização

Gestão em prol do

Desenvolvimento Sustentável «Presente»

Gestão Sustentável

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

48

2.9.1. A Visão

A “visão” da organização “é a situação que se ambiciona atingir a longo-prazo” (Davies, 2006, p. 40),

corresponde à forma como os gestores de topo visionam a organização, num futuro, mais ou menos

longínquo (Cunha et al., 2010; Joachim, 2010; Cardeal, 2014), ou seja, “a visão da organização é a

imagem da organização no futuro” (Joachim, 2010, p. 19; Papulova, 2014, p. 11). A visão é expressa

numa declaração breve, que resume o que a organização pretende vir a ser (Sotomayor, Rodrigues, &

Duarte, 2013). A declaração da visão “descreve o estado desejado, isto é, o que a organização quer

ser e como quer ser vista pelas suas partes interessadas” (IPQ, 2011, p. 12; Pinto, 2012, p. 222;

Pires, 2012, p. 231; ISO, 2015c, p.18). A visão é um elemento fulcral na formulação da estratégia

organizacional, pois representa a imagem do que a organização quer ser, do que quer realizar e

alcançar (Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013), evidência o seu porto de destino ou chegada

(Cardeal, 2014). A visão está “relacionada com aquilo que a gestão verdadeiramente deseja que a

organização venha a ser” (Pires, 2012, p. 231). Azapagic (2003) considera que a visão e a estratégia

são elementos fundamentais para se alcançar o desenvolvimento sustentável na organização. Segundo

Braga e Morgado (2007, 2012, p. 22), as organizações devem formalizar uma visão, “do que irá ser o

futuro”, e esta deverá ser de conhecimento e compreensão de todos. A visão da organização deve estar

na génese da sua constituição, “do que ela poderá ser e das razões que justificam a sua criação”,

assente num idealismo mais ou menos pragmático dos que protagonizam essa vontade (Almeida,

2007, p. 265). Segundo Joachim (2010), a visão da organização deve ser comunicada a todos os

gestores de topo e outros decisores, com o intuito de os comprometer emocionalmente em tornar a

visão uma realidade diária. A “organização e seus trabalhadores devem estar identificados com as

declarações da visão” (Papulova, 2014, p. 13). Numa organização, as grandes visões não só precisam

de visionários, mas também líderes fortes e carismáticos, que possam comunicar eficazmente a visão

às partes interessadas e, assim, obter o apoio de parceiros de negócio (Papulova, 2014). A declaração

da “visão é um ingrediente essencial para o sucesso de qualquer organização” (Papulova, 2014, p.

13), pois a “visão fornece o princípio organizador para os membros de uma organização poderem

entender porque existem” (Smith & Brown, 2003, p. 3). Em termos organizacionais, a declaração da

visão21 é em muitos estudos de investigação analisada em conjunto com a declaração da missão da

organização (Joachim, 2010; Papulova, 2014), pois são tidas ambas as declarações como partes

extremamente importantes e fulcrais no processo de formulação de toda a estratégia organizacional.

21No geral, a “visão indica as aspirações, a declaração da missão indica as tarefas a serem realizadas e as suas atividades estão em termos de objetivos organizacionais específicos, estratégias e políticas operacionais, ancorados em capacidades de gestão da produção e operações” (Joachim, 2010, p. 19). A declaração da “missão constitui assim a primeira materialização da visão”, um elemento fundamental de toda a estratégia (Almeida, 2007, p. 266).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

49

2.9.2. A Missão

A “missão” da organização “descreve os meios através dos quais se pretende concretizar a sua visão”

(Davies, 2006, p. 41), por “descrição do porquê da existência da organização” (IPQ, 2011, p. 12;

Pinto, 2012, p. 222; ISO, 2015c, p.18). A missão “deve revelar a sua identidade e personalidade”,

devendo para tal “mostrar a razão da sua existência, definindo o seu negócio e apresentando de uma

forma clara e simples os seus objetivos gerais e as linhas orientadoras para o seu desenvolvimento”

(Carvalho, 2007, p. 186), isto é, a “missão constitui a razão de ser da organização” (Pires, 2012, p.

231), o ser e o fazer (Williams, 2008), a sua alma, “a verdadeira essência da sua existência” (Cardeal,

2014, p. 93), ou seja, “define o propósito da unidade de negócio” (Zairi, 2002, p. 1162; Cunha et al.,

2010, p. 166). A missão é fulcral na gestão, pois “define os fins estratégicos da organização”, e deve

ser comunicada a todas as partes interessadas (Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013, p. 260). A

“declaração de missão pode ser usada para orientar o desenvolvimento e a implementação da

estratégia de sustentabilidade empresarial” (Epstein, 2008, p. 71). As organizações devem formalizar

uma missão, assente no contexto da sua visão, a qual deve ser de conhecimento e compreensão de

todos, o que normalmente não ocorre na prática em geral22 (Braga & Morgado, 2007, 2012). A missão

“é uma afirmação de compromisso e responsabilidade perante os stakeholders” (Seruya, 2011, p. 74),

ou seja, a “missão revela o caráter da organização e compromete os seus membros com a sociedade”

(Domingues & Veiga, 2012, p. 119). A missão articula a vocação das organizações, pois sublinha a

responsabilidade social destas, para com a sociedade e as questões do desenvolvimento sustentável

(Muijen, 2004). A declaração da “missão tanto pode estar isolada como pode estar acompanhada da

visão, da visão e dos objetivos, da visão e dos valores, assim como dos valores, finalidades e

estratégias”23 (Domingues & Veiga, 2012, p. 119). A missão deve incluir componentes-chave para

fundamentar a gestão organizacional, dando informação sobre as partes interessadas, produtos e/ou

serviços, mercados, tecnologia, autoconceito, estratégias e imagem pública desejada (Pearce & David,

1987). Segundo Domingues e Veiga (2012), existe uma relação reconhecida entre missão e orientação

para as necessidades e expectativas das partes interessadas, bem como uma relação reconhecida

entre missão e legitimidade organizacional. A relação reconhecida que existe, entre missão, cultura

organizacional e liderança (Whetstone, 2005) e ainda valores e estratégia, pressupõe que a missão seja

do conhecimento comum, isto é, usada como fonte inspiradora dos comportamentos organizacionais, a

qual, por regra, é publicada no website por facilidade de acesso e consulta (Domingues & Veiga, 2012).

22A “missão deve procurar obter o compromisso de toda a organização na sua prossecução” devendo assim ser bem formulada (Carvalho, 2007, p. 188). 23A governação organizacional não revela “se existe alinhamento entre a missão e a estratégia e entre esta e as políticas da organização”, logo pode haver “desconexão entre a missão, enquanto fundação mais axiológica, e as políticas, enquanto fundação mais pragmática” (Domingues & Veiga, 2012, p. 121).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

50

2.9.3. Os Valores

Os “valores” da organização “são os atributos individuais e de grupo através dos quais se pode

concretizar a visão” (Davies, 2006, p. 41). Os valores “expressam os princípios éticos que norteiam

todas as ações da organização” (Pinto, 2012, p. 222), estes são as bases do comportamento que os

trabalhadores devem evidenciar diariamente (Dolan & García, 2006; Cardeal, 2014). Os valores são os

princípios que articulam como os indivíduos de uma organização, se devem comportar para alcançar a

visão e missão (Zairi, 2002), estes quando incorporados na missão, mostram às partes interessadas o

comprometimento da gestão para com a sustentabilidade (Epstein, 2008). Dolan e García (2006)

propuseram o modelo de gestão por valores24 (Figura 14), baseado em três (3) dimensões de valores:

económico-pragmáticos, ético-sociais e emocionais-desenvolvimento. Para Dolan e García (2006, p.

205), “os valores devem ser alinhados com a missão e visão”, os quais são no seu conjunto o núcleo

da organização25. Segundo Zairi (2002), na organização a definição das declarações da visão, missão e

valores, são fundamentais para o processo de avaliação do desempenho da sustentabilidade. Epstein

(2008, p. 73) considera mesmo que juntamente com as políticas da organização, “estas declarações

são muito importantes para os gestores comunicarem o compromisso para com a sustentabilidade”.

As organizações, no âmbito do desenvolvimento sustentável, devem estabelecer “objetivos, políticas e

estratégias”, assentes na visão, missão e valores (Braga & Morgado, 2007, 2012, p. 22), declarações

estas muito importantes para a gestão sustentável das organizações (Rego, Cunha, & Ribeiro, 2013).

Figura 14 – Modelo triaxial da gestão por valores.

(Fonte: adaptado de Dolan & García, 2006, p. 15)

24A gestão por valores é o meio de integração da gestão estratégica com as políticas, no âmbito da construção do compromisso (Dolan & García, 2006). 25A gestão por valores “propõe uma abordagem conceptual para facilitar a ação estratégica, através da diferenciação de visão e missão (ambos valores finais) e valores estratégicos operacionais (cultura operacional). Estes três conceitos (visão, missão e valores operacionais) são o núcleo da empresa”, e só devem ser alterados “depois de processos de legitimação cuidadosos, e elaborados em intervalos de tempo longos” (Dolan & García, 2006, p. 150). As organizações além de entidades jurídicas com responsabilidade fiscal “têm valores e são socialmente e eticamente responsáveis” (Pruzan, 2001, p. 282).

Valores Éticos-Sociais

Valores Económico-Pragmáticos

Valores Emocionais-

Desenvolvimento

O âmbito destes valores vividos representa uma cultura organizacional

“Essenciais corporativos” (Valores-Chave) Sistema de valor

ligado a objetivos estratégicos

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

51

2.9.4. Os Objetivos

Os “objetivos” da organização são definidos na literatura, atual, como algo que se pretende alcançar. A

organização após a definição da visão e missão, deve estabelecer objetivos26, que visem direcionar a

sua atividade (Cunha et al., 2010; Cardeal, 2014; ISO, 2015c), no “sentido de garantir que caminha

na direção estabelecida pela missão” (Carvalho, 2007, p. 191), ou seja, que ocorre o “alinhamento

dos objetivos com a missão” (Pires, 2012, p. 244). Na organização, as declarações da visão, missão,

valores e os objetivos, são tidos como elementos basilares, no processo de formulação da estratégia

organizacional (Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013; Cardeal, 2014). Por norma, “os objetivos

procuram delinear as metas ou estados futuros que a organização (ou uma sua parte) se propõe

atingir” (Pinto, Rodrigues, Melo, Moreira, & Rodrigues, 2006, p. 59). Numa organização consoante os

diferentes níveis hierárquicos, existem também diferentes níveis de objetivos (Pinto, Rodrigues, Melo,

Moreira, & Rodrigues, 2006; Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013). A coerência de atuação de todos

os elementos da organização, só é possível quando os objetivos operacionais são desenvolvidos com o

intuito de se prosseguir os objetivos táticos e que estes, por sua vez, sejam adequados à prossecução

dos objetivos estratégicos (Pinto, Rodrigues, Melo, Moreira, & Rodrigues, 2006; Carvalho, 2007). Na

organização, a operacionalização das ideias estratégicas definidas pela gestão de topo, exige que sejam

definidos em primeiro lugar os objetivos estratégicos, de seguida os objetivos táticos e só depois os

objetivos operacionais (Carvalho, 2007; Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013). Para Cardeal (2014,

p. 96), as organizações, no âmbito da definição de objetivos, devem identificar “objetivos financeiros” e

“objetivos não financeiros”, onde se destaca no âmbito destes últimos, por exemplo, os objetivos da

qualidade27, ambiente28, segurança e saúde do trabalho29 (SST). Na organização existe, por vezes, “um

conflito de objetivos, entre os que visam a sustentabilidade e desenvolvimento a longo prazo e os que

buscam a sua rentabilidade a curto prazo” (Pinto, Rodrigues, Melo, Moreira, & Rodrigues, 2006, p. 61).

A organização para alcançar os objetivos adota uma estratégia e políticas, que definem o seu modo de

atuação a curto, médio e longo prazo (Lisboa, 2007), é com base na visão, missão, valores e objetivos

que esta estabelece a sua “política integrada” (Cunha et al., 2010, p. 166). Machado (2014), citando

outros autores, refere que existe uma relação entre a visão, missão, valores, objetivos e a estratégia. A

definição precisa da visão, missão, valores e objetivos permite conhecer o “para onde se quer ir”,

enquanto a restante estratégia permite responder ao “por onde se pretende ir” (Machado, 2014, p. 2).

26O objetivo organizacional deve ser formulado respeitando a sigla SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant and Time-bound), isto é, o objetivo deve ser “específico, mensurável, atingível, relevante e enquadrado no tempo” (Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013, p. 262; Cardeal, 2014, p. 95). 27Objetivo da qualidade define-se, em termos normativos, como sendo “algo que se procura obter ou atingir relativo à qualidade” (IPQ, 2005, p. 17). 28Objetivo ambiental define-se como a “finalidade ambiental, consistente com a política ambiental, que a organização se propõe atingir”(IPQ, 2012, p. 10). 29Objetivo da SST define-se como “finalidade de SST geral, em termos de desempenho da SST, que uma organização se propõe atingir”(BSI, 2007, p. 4).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

52

2.9.5. Os Princípios de Negócio

Os “princípios”30 são definidos, em geral, como regras segundo as quais “uma pessoa ou organização

escolhe regular a sua conduta, formulada a partir dos valores em que se apoia” (IPQ, 2008c, p.13).

Por sua vez, os “valores são os princípios éticos e morais”, que orientam os negócios (Almeida, 2007,

p. 267). Os valores e os princípios são a base para a definição das políticas da organização, no âmbito

dos sistemas de gestão da qualidade, ambiente e segurança (Holdsworth, 2003). Para Epstein (2008,

p. 73), “algumas organizações usam princípios para definirem a sustentabilidade e comunicarem a

estratégia para a organização”, como são, por exemplo, os casos dos “6 princípios de desenvolvimento

sustentável” da norma BS 8900-1:2013 (BSI, 2013, p. 2), os “10 princípios de produção sustentável”

(Nowosielski, Spilka, & Kania, 2007, p. 557) e os “16 princípios de gestão ambiental” (Valle, 2010, p.

153) publicados no âmbito da “Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável” (ver Anexo III).

2.9.6. A Estratégia Empresarial

A “estratégia empresarial” é definida “como o caminho selecionado pela empresa para alcançar a sua

visão e os seus objetivos mais importantes” (Cardeal, 2014, p. 21). Holísticamente, este conceito

“expressa as linhas gerais da organização” (Pinto, 2012, p. 222), ou seja, “a estratégia pode assumir-

se como o elemento que assegura a adaptação da organização ao ambiente em que opera” (Coelho,

2007, p. 259). Segundo Cardeal (2014), a estratégia situa-se no enquadramento entre o contexto:

interno (empresa: visão, missão, valores, objetivos e recursos)31 e o externo (envolvente: política, legal,

económica, sociocultural e as partes interessadas). Para Louette (2007), na organização os valores

fundamentam a cultura organizacional e suportam o processo de reflexão estratégica, ver a Figura 15.

Figura 15 – Processo de planeamento estratégico.

(Fonte: adaptado de Louette, 2007, p. 156)

30Van Marrewijk e Werre (2003, p. 112) introduziram a expressão “The Fourth P or 4P (Matrix of Corporate Sustainability)” ou “Os Quatro P ou 4P (Matriz de Sustentabilidade Empresarial)”, como resultado da adição dos princípios (sistema de valores da organização) ao conceito “Triple P” ou “3P” resultando, assim, um novo conceito “Fourth P” ou “4P”, como uma composição da adição dos seguintes quatro conceitos: “Pessoas, Planeta, Proveitos e Princípios”. 31A “visão”, “missão”, “valores”, “objetivos” e “princípios” são fulcrais para a “estratégia e políticas” (Davies, 2006, p. 40; Carvalho, 2007, p. 188; Cunha et al., 2010, p. 168; Waclawovsky & Batiz, 2010, p. 10; Seruya, 2011, p. 75; Sotomayor, Rodrigues, & Duarte, 2013, p. 259; Cardeal, 2014, p. 18).

Processo de Planeamento Estratégico

Visão

Missão

Valores

Objetivos

Abordagens Estratégicas

Código de Conduta

Gestão de Topo

Políticas da Organização

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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2.9.7. A Política da Qualidade

A “política da qualidade” segundo a norma NP EN ISO 9000:2005 é definida, como o “conjunto de

intenções e de orientações de uma organização, relacionadas com a qualidade, tal como formalmente

expressas pela gestão de topo” (IPQ, 2005, p. 17). Em geral, a política da qualidade deve ser consiste

com a política global da organização (IPQ, 2005; ISO, 2015c), e pode estar alinhada com a visão,

missão, objetivos e estratégia da organização (ISO, 2015c). A política da qualidade é uma declaração

documentada, que integra compromissos da gestão de topo no âmbito do SGQ da organização, a qual

deve ser comunicada e disponibilizada às partes interessadas (IPQ, 2008b; ISO, 2015d). Em termos

normativos, são considerados compromissos a integrar a política da qualidade, o cumprir os requisitos

aplicáveis (processos, produtos e serviços) e a melhoria contínua do SGQ (IPQ, 2008b; ISO, 2015d).

2.9.8. A Política de Ambiente

A “política ambiental” é definida pela norma NP EN ISO 14001:2012, como o “conjunto de intenções e

de orientações gerais de uma organização, relacionadas com o seu desempenho ambiental, como

formalmente expressas pela gestão de topo” (IPQ, 2012, p. 11). É uma declaração documentada, que

integra compromissos da gestão de topo no âmbito do SGA, a qual deve ser comunicada e

disponibilizada às partes interessadas (IPQ, 2012; ISO, 2015b). São considerados compromissos a

integrar a política ambiental, a melhoria contínua do SGA, a prevenção da poluição, o cumprimento dos

requisitos legais e outros aplicáveis (IPQ, 2012), bem como “a proteção do ambiente, que pode incluir

o uso sustentável de recursos, a mitigação e adaptação às alterações climáticas, e a proteção da

biodiversidade e dos ecossistemas” ou ainda outras questões ambientais relevantes (ISO, 2015b, p. 8).

2.9.9. A Política da Segurança e Saúde do Trabalho

A “política da segurança e saúde do trabalho” é definida nas normas BS OHSAS 18001:2007 e NP

4397:2008, como o “conjunto de intenções e de orientações gerais de uma organização, relacionadas

com o respetivo desempenho da segurança e saúde do trabalho (SST), como formalmente expressas

pela gestão de topo” (BSI, 2007, p. 4; IPQ, 2008a, p. 10). A política da SST é uma declaração

documentada, que integra compromissos da gestão de topo no âmbito do SGSST, a qual deve ser

comunicada e disponibilizada às partes interessadas (BSI, 2007; IPQ, 2008a; ISO, 2015a). Em termos

normativos, são considerados compromissos a integrar a política da SST, a melhoria contínua do

SGSST, a prevenção das lesões e afeções da saúde, o cumprimento dos requisitos legais e outros

requisitos aplicáveis (BSI, 2007; IPQ, 2008a) e ainda a participação dos trabalhadores (ISO, 2015a).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

54

2.9.10. A Política de Sustentabilidade

A “política de sustentabilidade” na perspetiva de Cumming (2013, p. 30) é “uma política abrangente,

mas não deve necessariamente substituir outras políticas existentes”, tais como a política da qualidade,

ambiente, segurança e saúde do trabalho. A política de sustentabilidade deve estar alinhada com os

compromissos assumidos pela gestão de topo em outras políticas da organização (Cumming, 2013).

2.9.11. A Política da Responsabilidade Social

A “política da responsabilidade social” é definida pela norma NP 4469-1:2008, como a “declaração de

intenções e orientações de uma organização relacionadas com a responsabilidade social, formalmente

expressas pela gestão de topo” (IPQ, 2008c, p. 13). A política da RS é uma declaração documentada,

que integra compromissos da gestão de topo no âmbito da responsabilidade social, a qual deve ser

comunicada e disponibilizada às partes interessadas (IPQ, 2008c; ISO, 2010; SAI, 2014). Em termos

normativos, a política da responsabilidade social integra compromissos relativos ao envolvimento com

as partes interessadas, ao cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos, ao respeito pelos

princípios da responsabilidade social e à melhoria contínua da organização (IPQ, 2008c; SAI, 2014).

2.9.12. A Política de Desenvolvimento Sustentável

A “política de desenvolvimento sustentável” agrega na sua estrutura um conjunto de valores centrais

acordados pela gestão de topo da organização, bem como declarações de princípios ou políticas sobre

a responsabilidade social, económica e ambiental e as respetivas relações com as partes interessadas

(Azapagic, 2003). A política de desenvolvimento sustentável deve demonstrar liderança e compromisso

para a sustentabilidade, mostrando que a estratégia e a visão da organização estão em clara sintonia,

com as dimensões económica, ambiental e social do desenvolvimento sustentável (Azapagic, 2003).

2.9.13. A Política do Sistema Integrado de Gestão

A “política do sistema integrado de gestão” é definida pela norma UNE 66177:2005, como sendo as

“diretrizes e objetivos gerais de uma organização, expressas formalmente pela gestão de topo e

relacionados com a gestão integrada dos sistemas” (AENOR, 2005, p. 6). A política do SIG é uma

declaração documentada, que integra compromissos da gestão de topo no âmbito do sistema

integrado de gestão, a qual deve ser comunicada e disponibilizada às partes interessadas (AENOR,

2005; BSI, 2012). Esta política integra compromissos normativos, relativos à satisfação dos requisitos

aplicáveis e à melhoria contínua do sistema integrado de gestão – SIG (Cunha et al., 2010; BSI, 2012).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

55

2.9.14. A Gestão do Sucesso Sustentado das Organizações

O Instituto Português da Qualidade (IPQ) no âmbito dos trabalhos realizados pela Comissão Técnica 80

(Gestão e Garantia da Qualidade) publicou, em 2011, a norma portuguesa NP EN ISO 9004 – “Gestão

do Sucesso Sustentado de uma Organização: Uma Abordagem da Gestão pela Qualidade”, a qual

estabeleceu as orientações para a melhoria sistemática e contínua do desempenho global das

organizações (ver Anexo IV). A norma NP EN ISO 9004:2011 refere que “o ‘sucesso sustentado’32 de

uma organização é alcançado pela sua aptidão para satisfazer as necessidades dos seus clientes e de

outras partes interessadas, a longo prazo e de forma equilibrada” (IPQ, 2011, p. 7), mencionando, esta

ainda, que o “sucesso sustentado pode ser alcançado por uma gestão eficaz da organização, através

da consciencialização do ‘ambiente da organização’33, pela aprendizagem e pela aplicação apropriada

de melhorias, de inovações, ou de ambos” (IPQ, 2011, p. 7). A norma NP EN ISO 9004:2011 refere no

âmbito da estratégia e políticas que uma organização “para atingir o sucesso sustentado, a gestão de

topo deverá estabelecer e manter a missão, a visão e os valores para a organização”, elementos estes

que “deverão ser claramente compreendidos, aceites e apoiados pelo pessoal da organização e, como

apropriado, por outras partes interessadas” (IPQ, 2011, p. 12). No processo de formulação da

estratégia34 e das políticas da organização “para que a missão, a visão e os valores sejam aceites e

apoiados pelas suas partes interessadas, a gestão de topo deverá divulgar claramente a estratégia e as

políticas da organização” (IPQ, 2011, p. 12). Para a norma NP EN ISO 9004:2011, “a comunicação

eficaz da estratégia e das políticas, é essencial para o sucesso sustentado da organização”, neste

sentido, “esta comunicação deverá ser cheia de significado, oportuna e contínua” (IPQ, 2011, p. 13).

Na organização, o processo de comunicação da estratégia e das políticas, deve prever um mecanismo

para retorno de informação (feedback) das partes interessadas (IPQ, 2011). Domingues (2012, p. 14)

considera, que para “se criarem organizações sustentáveis, é necessário reconhecer as interconexões

entre dimensões ambientais, económicas e organizacionais”. As organizações sustentáveis conjugam a

sustentabilidade empresarial com a responsabilidade social empresarial, as quais concebem a

proteção ambiental, a equidade social e o crescimento económico como um todo (Fisher, 2010;

Domingues, 2012). A “gestão sustentada35 das organizações pressupõe que estas efetuem uma gestão

equilibrada em termos financeiros, ambientais, sociais e éticos (governance)”, suportada em relações

de forte interação com as partes interessadas (Mota & Santos, 2011, p. 249; Rodrigues, 2011, p. 21). 32Sucesso sustentado é tido como o “resultado da aptidão de uma organização para atingir e manter os seus objetivos a longo prazo” (IPQ, 2011, p. 9). 33Ambiente da organização define-se, no âmbito da norma portuguesa NP EN ISO 9004:2011, como a “combinação de fatores e de condições internos e externos suscetíveis de poderem afetar o atingir dos objetivos da organização e o seu comportamento para com as partes interessadas (IPQ, 2011, p. 9). 34A responsabilidade social empresarial deve integrar a base da formulação da estratégia, em termos da visão, missão e valores (Ader & Hansen, 2010). 35Para se “alcançar o desenvolvimento sustentável, é necessário encontrar a gestão equilibrada e ética entre os aspetos económico, ambiental e social”, logo, as organizações evidenciam um papel de extrema importância ao nível microeconómico com projeção ao nível macro (Mota & Santos, 2011, p. 253).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

56

2.9.15. O Governo das Organizações e o Desenvolvimento Sustentável

O conceito de Governo das Sociedades (GS) ou do inglês Corporate Governance36 (CG) encontra-se na

literatura, ao nível organizacional, amplamente associado aos conceitos de “estratégia” (Davies, 2006,

p. 40; Cardeal, 2014, p. 64), “sustentabilidade” (Santos & Amaral, 2008, p. 185; Santos, Limão,

Barbosa, & Cachaço, 2008, p. 14; Michelon & Parbonetti, 2012, p. 477), “responsabilidade social”

(Cardeal, 2014, p. 67) e “desenvolvimento sustentável” (Barreiros, 2013, p. 247). Os princípios e

práticas de governace37 contribuem para o envolvimento e diálogo com as partes interessadas, o que

permite à organização gerir os riscos e oportunidades a que está sujeita do ponto de vista económico,

ambiental e social (Pojasek, 2007; Santos, Limão, Barbosa, & Cachaço, 2008). As organizações no

âmbito do governo das sociedades (responsabilidade social) devem definir uma “visão”, “missão” e

“valores”, bem como estabelecer “objetivos” estratégicos para nortear uma ação coerente e focalizada

(Santos & Amaral, 2008, p. 186; Ader & Hansen, 2010, p. 75; Cardeal, 2014, p. 67). Contudo, em

geral, as organizações, no âmbito dos sistemas de gestão, não têm enfatizado satisfatoriamente uma

abordagem global do governo das sociedades (ver Figura 16), ao nível dos elementos que constituem a

dimensão estratégica (Jørgensen, Mellado, & Remmen, 2004). Barreiros (2013) considera mesmo, que

a adoção dos princípios e práticas do governo das sociedades pelas organizações, é um importante

instrumento para o seu crescimento sustentável, com vista a alcançar o desenvolvimento sustentável.

Figura 16 – O governo das sociedades e o sistema integrado de gestão.

(Fonte: adaptado de Jørgensen, Mellado, & Remmen, 2004, p. 14)

36Corporate governance define-se, em termos restritos, “como a relação da empresa com os seus acionistas, ou, de uma forma mais alargada, com a sociedade em geral” (Mayer, 2013, p. 132), ou seja, o “governance está relacionado com o conjunto de relações entre os mecanismos de gestão de uma empresa e os seus stakeholders” (Santos, Limão, Barbosa, & Cachaço, 2008, p. 14). A essência do corporate governance é “a criação de um conjunto de regras, sistemas e procedimentos ao nível da organização das sociedades que garantam que a sua atuação reflete um equilíbrio (que poderíamos qualificar como virtuoso) entre os interesses de curto, médio e longo prazo dos vários ‘stakeholders’ (internos e externos) nelas interessados” (Mayer, 2013, p. 133). Este conceito é associado às práticas de divulgação de informação organizacional de âmbito “social e ambiental” (Michelon & Parbonetti, 2012, p. 481). 37Os sistemas de governance “variam dependendo do tamanho e tipo de organização e do contexto ambiental, econômico, político, cultural e social em que se insere” (ISO, 2010, p. 21). O governance é tido “como pilar de transparência e responsabilidade” organizacional (Santos & Amaral, 2008, p. 185).

• Visão • Missão • Valores • Princípios • Estratégia

Sistemas de Gestão

Sistema Integrado de Gestão

Segurança e Saúde do Trabalho

Ambiente Qualidade

Responsabilidade Social

Governo das Sociedades

• Política • Objetivos • Procedimentos • Instruções

Desenvolvimento Sustentável

Estratégia e Políticas da Organização para a Gestão Sustentável

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

57

2.10. CULTURA, LIDERANÇA E COMPROMISSO ORGANIZACIONAL

Atualmente, um número crescente de organizações, a nível mundial, comprometeu-se a aplicar os

princípios do desenvolvimento sustentável às suas operações (Rocha & Searcy, 2012). Neste sentido, a

cultura organizacional38 e liderança39 são tidas como precondições essenciais para o desenvolvimento

e gestão da organização sustentável, visto que os princípios e valores do desenvolvimento sustentável

são incorporados na visão e estratégia, sob a forma de compromisso40 (Baumgartner, 2009). Reed,

Lemak, e Mero (2000, p. 13), numa abordagem à Gestão da Qualidade Total41 (TQM) e à vantagem

competitiva sustentável, propuseram um modelo de gestão organizacional, assente na interação entre

“cultura”, “liderança” e “compromisso”. Fonseca (2014, p. 34) refere que “uma cultura organizacional

forte aumenta o compromisso para com a organização e alinha os objetivos individuais com os

organizacionais, o que contribui positivamente para o aumento da produtividade e para o desempenho

organizacional”. Na organização, a cultura, a liderança e o compromisso são elementos de topo, que

devem integrar42 a estrutura documental do sistema integrado de gestão (ver Figura 17), ao nível da

definição da visão, missão, valores, objetivos, princípios, estratégia e políticas - SIG (Cunha et al., 2010;

Bonn & Fisher, 2011; Rebelo, 2011; Santos, Rebelo, & Barros, 2013; Santos, Rebelo, & Vale, 2013).

Figura 17 – Estrutura documental de um sistema integrado de gestão.

(Fonte: adaptado de Rebelo, 2011 e Santos, Rebelo, & Barros, 2013, p. 216) 38Cultura organizacional é definida como “os valores, crenças e normas que orientam o comportamento nas organizações” (Reed, Lemak, & Mero, 2000, p. 15), este conceito encontra-se na literatura associado ao desenvolvimento sustentável (Baumgartner & Zielowski, 2007; Baumgartner, 2009). Assim, a cultura para suportar as decisões na área da sustentabilidade, deve estar “firmemente inserida nas crenças e declarações de valores, missão e visão da organização, as quais servem para inspirar e motivar os colaboradores a assumir, a sério, as obrigações da sustentabilidade” (Epstein, 2008, p. 24). 39Liderança é “uma relação pessoal onde um individuo dirige, coordena e supervisiona outros no desempenho de tarefas comuns” (Fiedler, 1965, p. 115). 40Compromisso organizacional é definido como a ”força relativa de identificação de um indivíduo com uma organização em particular e o envolvimento na mesma”, isto é, três (3) fatores: “(i) uma forte convicção e aceitação dos objetivos e valores da organização; (ii) uma disposição para exercer um esforço considerável em benefício da organização; (iii) um forte desejo de permanecer como membro da organização” (Mowday, Steers, & Porter, 1979, p. 226). 41Allen e Brady (1997) constataram, empiricamente, que o compromisso organizacional é maior nas organizações com gestão da qualidade total (TQM). 42Integrar a “sustentabilidade na estrutura organizacional não é uma tarefa trivial e exige compromisso, visão e liderança” (Rocha & Searcy, 2012, p. 303).

Procedimentos Operacionais, Instruções de Trabalho e Registos

Sist

ema

de G

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Seg

uran

ça d

e In

form

ação

Processos e Procedimentos de Gestão Integrados

Responsabilidade Social

ISO 9001

Sistema de

Gestão da Qualidade

ISO 14001

Sistema de

Gestão Ambiental

BS OHSAS 18001

Sistema de

Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho

Procedimentos

Específicos da

Qualidade

Procedimentos

Específicos do

Ambiente

Procedimentos Específicos

da Segurança e Saúde

do Trabalho

Sistema Integrado de Gestão

Liderança &

Compromisso

Visão, Missão, Valores & Princípios

Objetivos de Gestão & Estratégia

Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança

Cultura Organizacional

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

58

2.11. COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Na organização, a estratégia para a sustentabilidade deve estar sempre alinhada com a estratégia de

comunicação organizacional43 (Domingues, 2012) que, por sua vez, se encontra alinhada com a teoria

das organizações (Freixo, 2012). Para Evangelista (2010), as organizações que comunicam às partes

interessadas ações que refletem algum tipo de compromisso com a sustentabilidade, visam alcançar

uma vantagem competitiva. No âmbito da comunicação organizacional, as “políticas de divulgação de

informação são destinadas a legitimar as atividades da organização perante as partes interessadas,

tendo em conta as suas diversas e diferentes expectativas” (Michelon & Parbonetti, 2012, p. 482).

Segundo Carvalho, Santos, e Gonçalves (2014b, p. 32), a “comunicação é um meio privilegiado que

permite às organizações assumirem publicamente os seus compromissos e ganhar, assim, a confiança

das suas partes interessadas, estabelecendo com estas uma melhor relação de parceria”. Pollach

(2003) refere que a Internet e as páginas web44 (websites) estão, cada vez mais, a substituir as formas

tradicionais da comunicação organizacional, impressa em papel. Schmeltz (2014) considera, no âmbito

da comunicação da responsabilidade social empresarial, que as declarações da visão, missão e valores

definidas pela organização, são tidas como componentes chave da comunicação organizacional, as

quais se encontram, geralmente, disponíveis no website. As declarações da visão, missão, valores e

estratégia são tidas como conteúdos, frequentemente, divulgados no website da organização (Will &

Porak, 2000; Pollach, 2005; Carvalho, 2013). A comunicação organizacional é fundamental na gestão

da sustentabilidade (Evangelista, 2010), encontrando-se presente nos vários níveis da estrutura

documental (Holdsworth, 2003) e estrutura organizacional (Domingues, Sampaio, & Arezes, 2011) do

sistema integrado de gestão. Para Guziana e Dobers (2013, p. 201), as “declarações da política e

missão” divulgadas no website das organizações, são elementos relevantes para o estudo de como os

gestores comunicam as suas atividades em prol do desenvolvimento sustentável. Supondo-se, assim,

que a comunicação tem um papel fulcral no desenvolvimento sustentável (Moreno & Capriotti, 2009;

Nielsen & Thomsen, 2011). Atualmente, as organizações recorrem, frequentemente, à publicação de

informação no website institucional, com o grande objetivo de a divulgar à sociedade global, visando a

demonstração de transparência, responsabilidade, credibilidade e legitimidade na gestão dos processos

organizacionais. Promovendo, assim, o próprio escrutínio público nas três (3) dimensões (económica,

ambiental e social) do desenvolvimento sustentável (Carvalho, Santos, & Gonçalves, 2014a, 2014b). 43Comunicação organizacional é definida como “o processo através do qual a informação é transmitida na organização e a relação entre os indivíduos que dela fazem parte” (Freixo, 2012, p. 325). Segundo esta perspetiva, a comunicação organizacional constitui um dos elementos fundamentais na atividade da organização e um instrumento de trabalho precioso para a gestão de topo, promovendo a interação diária com as partes interessadas (Freixo, 2012). 44Web é a designação conhecida para World Wide Web (WWW), ou dito em português “Rede de Alcance Mundial” expressão esta, usualmente, utilizada para designar uma plataforma em rede de alcance global que gere páginas de sítios eletrónicos (sites) na Internet, normalmente, designados por websites.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

59

2.12. COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Em geral, na comunicação organizacional as declarações da “visão”, “missão”, “valores”, “objetivos”,

“princípios”, “estratégia” e “políticas”, são tidas no seu todo ou em parte como conteúdos divulgados,

frequentemente, na secção “Quem Somos” dos relatórios e websites das organizações (Will & Porak,

2000, p. 197; Pollach, 2005, p. 292; Isaksson & Jørgensen, 2010, p. 136; Carvalho, 2013, p. 101;

Guziana & Dobers, 2013, p. 201; Schmeltz, 2014, p. 244). As declarações referidas, no geral, pela sua

natureza estratégica incorporam, normalmente, na sua estrutura textual determinados “conceitos”,

“temas” e/ou “compromissos”, que estão relacionados com a mensagem que os gestores de topo das

organizações querem comunicar às diversas partes interessadas, no âmbito da sua atuação em prol do

desenvolvimento sustentável (Will & Porak, 2000, p. 197; Signitzer & Prexl, 2007, p. 4; Sones,

Grantham, & Vieira, 2009, p. 154; Almeida et al., 2010, p. 37; Isaksson & Jørgensen, 2010, p. 136;

Parker, Zutshi, & Fraunholz, 2010, p. 515; Carvalho, 2013, p. 101; Dade & Hassenzahl, 2013, p. 258;

Guziana & Dobers, 2013, p. 201; Lee, Barker, & Mouasher, 2013, p. 22; Baumgartner, 2014, p. 264;

Schmeltz, 2014, p. 244). Na organização, a declaração da “política integrada” estabelecida no âmbito

do sistema integrado de gestão da qualidade, ambiente e segurança (SIGQAS), é um documento

primordial no processo de comunicação com as partes interessadas, a qual deve ser comunicada e

estar disponível ao público em geral (Cunha et al., 2010, p. 168). Mežinska, Lapiņa, e Mazais (2015,

p. 477), “acreditam que, no contexto do desenvolvimento sustentável, a política integrada de uma

organização é um compromisso documentado, que considera igualmente todas as três dimensões –

ambiental, social e econômica” (ver Anexo V). No âmbito dos requisitos normativos que suportam os

sistemas integrados de gestão, a política integrada deve no mínimo contemplar o “compromisso de

cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a organização subscreva”, o

“compromisso da melhoria contínua da gestão”, o “compromisso de prevenção da poluição”, o

“compromisso de prevenção das lesões e afeções da saúde”, o “compromisso da melhoria do

desempenho da SST” (BSI, 2007, p. 5; IPQ, 2008a, p. 11; IPQ, 2008b, p. 13; IPQ, 2012, p. 12;

Cunha et al., 2010, p. 168; Mežinska, Lapiņa, & Mazais, 2015, p. 477), bem como o compromisso

pela “proteção do ambiente, que pode incluir o uso sustentável de recursos, a mitigação e adaptação

às alterações climáticas, e a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas”, ou ainda outras questões

ambientais relevantes (ISO, 2015b, p. 8) e, por fim, a participação dos trabalhadores (ISO, 2015a).

Segundo Epstein (2008, pp. 60–62), nas organizações o Presidente ou Chief Executive Officer (CEO),

comunica o seu compromisso com a sustentabilidade às partes interessadas, através das declarações

assumidas, expressas e publicadas na missão, valores, objetivos, estratégia e políticas (ver o Anexo VI).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

60

2.13. ESTUDOS EMPÍRICOS: A COMUNICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Na literatura são vários os estudos empíricos sobre a comunicação organizacional do desenvolvimento

sustentável, nos quais o objeto de estudo da investigação se centra, normalmente, na análise da

informação publicada e divulgada pelas organizações em relatórios e/ou websites, no âmbito do

desenvolvimento sustentável (sustentabilidade e responsabilidade social empresarial). Bansal (2005)

estudou a evolução do compromisso com o desenvolvimento sustentável em 45 organizações do

Canadá, através da análise da informação divulgada às partes interessadas, entre os anos de 1986 a

1995. Para tal, recorreu, à técnica de análise de conteúdo para explorar os relatórios anuais, com o

objetivo de verificar a publicação de informação, no âmbito de 22 itens enquadrados em três categorias

de análise (integridade ambiental, prosperidade económica e equidade social). Segundo Bansal (2005),

os resultados atestam que o desenvolvimento sustentável nas organizações estudadas aumentou, ao

longo do período em análise, tendo-se verificado que o desenvolvimento do compromisso social foi

posterior aos compromissos económicos e ambientais assumidos pelas organizações. Branco e

Rodrigues (2008) desenvolveram uma investigação com base numa amostra de 49 organizações

portuguesas, a qual visou o estudo da informação divulgada sobre responsabilidade social no website e

relatórios anuais da organização. O estudo fundamentou-se na técnica da análise de conteúdo, a qual

foi suportada por 30 itens de análise, repartidos por quatro categorias de análise (ambiente, recursos

humanos, produtos e clientes e comunidade envolvente). Branco e Rodrigues (2008) consideram que

as organizações portuguesas, à data, atribuem maior importância aos relatórios anuais como meio de

divulgação de informação, no âmbito da responsabilidade social, do que à Internet (website). A

Associação Empresarial de Portugal (AEP) no âmbito do projeto “Futur-Compet45 – Competências

Empresariais para o Futuro”, desenvolveu em Portugal, em 2010, um estudo de caraterização do

“estado da arte” das práticas de desenvolvimento sustentável em 500 Pequenas e Médias Empresas

(PME). Nesse estudo, Almeida et al. (2010) verificou, por processo de inquérito (questionário), que 69%

das organizações da amostra possuíam implementado e certificado um sistema de gestão da qualidade

(ISO 9001) e, apenas, 24% das organizações tinham um sistema de gestão da segurança e saúde do

trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397) e 17% um sistema de gestão ambiental (ISO 14001). Segundo

Almeida et al. (2010), somente 76% das organizações que participaram no estudo mostraram

preocupação em integrar as questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável na sua

estratégia de negócio e, por sua vez, 72% das organizações da amostra optaram por integrar estes 45Futur-Compet – Projeto nacional estratégico, no âmbito do desenvolvimento sustentável empresarial, “que teve como objetivo potenciar a competitividade das empresas, principalmente das PME, mediante um conjunto integrado de ações coletivas que pretendem sensibilizar os empresários para as vantagens competitivas que uma atuação socialmente responsável pode representar, promovendo o desenvolvimento sustentável” (Almeida et al., 2010, p. 3).

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

61

aspetos estratégicos no momento da seleção de processos inovadores. No geral, as organizações do

estudo afirmaram ter implementado uma “política integrada de gestão” que contempla compromissos

de responsabilidade na vertente da segurança e saúde do trabalho, em 66% dos casos, e nas vertentes

ambiental e social, em 52% e 38% das organizações, salientando-se a integração das três vertentes em

somente 28% das organizações (Almeida et al., 2010, p. 37). No estudo, a resposta à questão sobre a

adoção de boas práticas em matéria de desenvolvimento sustentável (em termos de transparência,

equidade e prestação de contas, envolvendo os gestores de topo e as partes interessadas) foi

praticamente unânime, visto que 97% das organizações responderam afirmativamente a esta questão

(Almeida et al., 2010). No entanto, somente 14% das organizações da amostra afirmaram divulgar

publicamente às partes interessadas os seus compromissos éticos por meio de material institucional,

Internet ou outro qualquer (Almeida et al., 2010). Joseph e Taplin (2011) numa investigação relativa à

medição da divulgação da sustentabilidade, no âmbito do desenvolvimento sustentável, recorreram à

análise da informação publicada no website de 139 organizações (autoridades locais) da Malásia. O

estudo visou a comparação dos dois principais métodos utilizados para medir a extensão da divulgação

de conteúdos presentes na comunicação, sendo eles a análise de conteúdo (abundância da divulgação)

e os índices de divulgação (ocorrência da divulgação). O estudo foi suportado em 57 itens de

divulgação, repartidos por três categorias de análise (economia, ambiente e social), sendo que destes

foram destacados 6 itens, para o estudo da divulgação de compromissos com o desenvolvimento

sustentável, no âmbito das declarações da visão, missão, objetivos, estratégia e políticas. Carvalho

(2013) num estudo que envolveu 523 organizações portuguesas certificadas em qualidade, ambiente,

segurança e saúde do trabalho, verificou através de uma análise exploratória de websites, que 422

organizações usam a Internet como meio de comunicação, para publicarem e divulgarem informação,

no geral, sobre o sistema integrado de gestão, sustentabilidade empresarial e responsabilidade social

empresarial. Carvalho (2013) constatou que as organizações recorrem, frequentemente, ao website

para divulgarem informação sobre a estratégia e políticas, tendo verificado que a missão era divulgada

por 59% das organizações, a visão por 39%, os valores/princípios por 42%, a estratégia/objetivos por

17% e, por fim, as políticas internas por 65% das organizações. No entanto, a referida investigação

nada concluiu, quanto aos compromissos em prol do desenvolvimento sustentável, que são assumidos

e expressos no seio da estratégia e políticas da organização divulgadas no website. No âmbito da

liderança para a sustentabilidade organizacional, Rego, Cunha, e Ribeiro (2013) desenvolveram um

estudo de investigação, por entrevista, que envolveu gestores de topo (líderes) de 72 organizações de

referência que operam em Portugal. No estudo os inquiridos destacaram em grande número que a

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

62

visão, a missão e a orientação de longo prazo (estratégia), são uma prática essencial para a gestão

sustentável. No entanto, a grande maioria dos líderes (86%), considera que a liderança sustentável está

pouco disseminada nas organizações. Dade e Hassenzahl (2013) desenvolveram uma investigação na

qual estudaram a comunicação da sustentabilidade através da análise de conteúdo de 737 websites de

organizações (Instituições de Ensino Superior) dos Estados Unidos. O estudo visou a quantificação dos

compromissos com a sustentabilidade que são alvo de comunicação no website da instituição, tendo-se

constatado que em somente 2% dos websites institucionais, classificados como operacionais, o

conceito sustentabilidade integra o texto da declaração da missão e objetivos divulgados no website

(Dade & Hassenzahl, 2013). Guziana e Dobers (2013) realizaram uma investigação com 19 grandes

organizações mundiais, na qual estudaram a comunicação das atividades da organização em prol do

desenvolvimento sustentável, através da análise da informação que é divulgada estrategicamente no

website e relatórios às partes interessadas. Amran, Ooi, Mydin, e Devi (2015) referem que o aumento

da atenção dada à sustentabilidade empresarial e a pressão das partes interessadas estão a forçar as

organizações a implementarem estratégias e práticas sustentáveis, que expressam o seu compromisso

com o desenvolvimento sustentável, o qual passa pela divulgação voluntária de informação sobre

sustentabilidade. Neste sentido, Amran, Ooi, Mydin, e Devi (2015) desenvolveram um estudo de

investigação que visou explorar o website de 100 organizações da Malásia, com o objetivo de analisar

os conteúdos relevantes que são divulgados às partes interessadas no âmbito da sustentabilidade. Em

termos de conclusão ao capítulo, refira-se pelos trabalhos analisados que nesta área de investigação o

método de investigação utilizado é, geralmente, misto (qualitativo e quantitativo), suportado na análise

de conteúdo e análise estatística (ver, por exemplo: Bansal, 2005; Branco & Rodrigues, 2008; Joseph

& Taplin, 2011; Carvalho, 2013; Dade & Hassenzahl, 2013; Amran, Ooi, Mydin, & Devi, 2015). Nos

trabalhos analisados, verificou-se que o estudo dos conteúdos da comunicação divulgada no website

das organizações encontra-se suportado em vários itens de divulgação de informação repartidos,

normalmente, por três categorias (economia, ambiente e social) as quais, holísticamente, se

fundamentam nas três dimensões do desenvolvimento sustentável (ver, por exemplo: Bansal, 2005;

Joseph & Taplin, 2011). Contudo, destaca-se os trabalhos desenvolvidos por Azapagic (2003, 2004) o

qual considerou para além destas três categorias, uma nova categoria designada por a “integrada”. Os

investigadores que visam o estudo da divulgação de informação pelas organizações no âmbito social e

ambiental fundamentam, no geral, as suas análises e conclusões em três (3) teorias, a saber: a teoria

institucional, a teoria da legitimidade e a teoria dos stakeholders (ver, por exemplo: Bansal, 2005;

Branco & Rodrigues, 2008; Joseph & Taplin, 2011; Carvalho, 2013; Amran, Ooi, Mydin, & Devi, 2015).

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

63

Capítulo 3

METODOLOGIA

RESUMO No presente capítulo descrevem-se as questões e as hipóteses de investigação formuladas, bem como o processo de investigação. Efetua-se a caraterização da técnica de análise de conteúdo, apresenta-se a base de dados de investigação utilizada, carateriza-se o universo e amostra de investigação, descrevem-se as variáveis de investigação e, por último, detalha-se todo o processo de recolha e tratamento dos dados.

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METODOLOGIA

64

3. METODOLOGIA

3.1. QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO

A definição, implementação e desenvolvimento da presente metodologia de trabalho, visou encontrar

respostas científicas válidas para as seguintes duas (2) questões de investigação (research questions):

Q1: Quais os conteúdos estratégicos46 divulgados no website, pelas organizações portuguesas

certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), no âmbito da comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável?

Q2: Qual o perfil da organização47 portuguesa certificada em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), em que a comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável divulgado no website, sob a forma de conteúdos estratégicos, é mais proeminente?

3.2. HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO

3.2.1. Teorias Organizacionais na Base da Investigação

A teoria institucional propõe a ocorrência do isomorfismo48 estrutural, segundo o qual as organizações

evoluem para se tornarem estruturas semelhantes entre si (Meyer & Rowan, 1977, DiMaggio & Powell,

1983). Para Rodrigues (2012, p. 47), a “premissa básica da teoria institucional é que as organizações

tendem a conformar-se com as normas predominantes e as influências sociais”, o que promove a

convergência para a homogeneidade das estruturas e práticas organizacionais. Assim, as organizações

tendem a adotar práticas iguais, ao longo do tempo, em resposta a pressões institucionais comuns

exercidas por organizações similares (Rodrigues, 2012). As três formas principais de isomorfismo

institucional (coercivo, mimético e normativo), identificadas por DiMaggio e Powell (1983) podem ser,

atualmente, analisadas em Portugal, à luz de determinadas pressões que afetam as organizações. O

isomorfismo coercivo pode ser entendido segundo Rodrigues (2012), por exemplo, pela aplicação da

Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2007, de 28 de março49, às organizações portuguesas de

capitais públicos, no qual se destaca a importância destas adotarem modelos de governação que

contribuam para a adoção de estratégias de sustentabilidade nos domínios económico, social e

ambiental, diploma legal este em que também é explícito que estas organizações, devem divulgar a

missão, objetivos e políticas às partes interessadas, bem como cumprir as mesmas com respeito pelos

princípios de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, apelando este diploma ainda às 46Ver Nota 1 (ver página 7). 47Ver Nota 2 (ver página 7). 48O isomorfismo “ocorre quando uma organização se torna semelhante a outra, adotando as caraterísticas dessa organização” (Rodrigues, 2012, p. 46). 49Atual diploma legal revogado, após a publicação do Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro. Diário da República, N.º 191, 1ª Série, pp. 5988–6002.

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METODOLOGIA

65

organizações para procederem à divulgação de informação de caráter estratégico no seu website

institucional. Para Rodrigues (2012), o isomorfismo coercivo tende, normalmente, a ser imposto pelo

Estado, no entanto, pode também ser exercido através de pressões da organização-mãe (grupo), sobre

as suas filiais e subsidiárias (participadas), no sentido de assumirem práticas de sustentabilidade e

responsabilidade social, com a consequente divulgação destas à sociedade. Por sua vez, o isomorfismo

mimético pode ser entendido segundo Rodrigues (2012), por exemplo, pelas práticas e atividades de

responsabilidade social e divulgação de relatórios de sustentabilidade, em geral, de natureza voluntária,

que as organizações adotam para estabelecerem reputação e se legitimarem na sociedade, com o

intuito de estas se modelarem em outras organizações que consideram mais legítimas ou de sucesso.

Segundo Rodrigues (2012), o isomorfismo mimético em Portugal tem sido encorajado, nos últimos

anos, pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal), o qual promove

junto das organizações várias práticas de sustentabilidade e responsabilidade social empresarial em

prol do desenvolvimento sustentável. Rodrigues (2012, p. 59) crê que o “isomorfismo mimético se

torne mais proeminente nos próximos anos”, caso as organizações acreditem que o mesmo oferece o

melhor caminho para melhorar a imagem institucional, e estas práticas sejam concebidas e percebidas

como sendo “certas”, “normais” e “esperadas pela sociedade”. Por último, o isomorfismo normativo

pode, no geral, derivar do efeito da profissionalização ou ensino de práticas organizacionais eticamente

e socialmente responsáveis (Rodrigues, 2012). Segundo Rodrigues (2012), o isomorfismo normativo

em Portugal tem vindo a ser encorajado, nos últimos anos, pelas grandes instituições internacionais de

contabilidade e auditoria, pelas instituições de ensino superior e pelas associações profissionais que

promovem, por exemplo, a publicação de relatórios de sustentabilidade e apelam à divulgação de

informação sobre as atividades de responsabilidade social. A teoria da legitimidade assenta na ideia de

que as organizações operam através de um “contrato social” que estabelecem com a sociedade (Mota

& Santos, 2011), onde a organização “acorda em desempenhar várias ações socialmente desejáveis

em troca da aceitação dos seus objetivos, de recompensas e da sua própria sobrevivência” (Guthrie &

Parker, 1989, p. 344). Por sua vez, a legitimidade pode ser perdida caso o contrato social não seja

cumprido (Deegan, 2002), “o que acontece quando o comportamento da organização não cumpre com

os valores existentes na sociedade” (Mota & Santos, 2011, p. 256). A teoria dos stakeholders defende

que uma organização interage com diferentes partes interessadas (Mota & Santos, 2011), centrando-se

na natureza dos relacionamentos, processos e resultados que existem entre a organização e as partes

interessadas (Freeman, 1984; Jones & Wicks, 1999). O sucesso da organização depende, no geral, da

capacidade desta, em satisfazer todos os interesses das partes interessadas (Mota & Santos, 2011).

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METODOLOGIA

66

3.2.2. Formulação das Hipóteses de Investigação

As organizações de maior dimensão têm mais propensão para adotar práticas sustentáveis (Gauthier,

2013), crendo-se que a divulgação de informação sobre responsabilidade social e ambiental varia com

a dimensão das organizações (Gray, Kouhy, & Lavers, 1995, Hackston & Milne, 1996), em geral, as

maiores divulgam mais informação sobre responsabilidade social (Hackston & Milne, 1996; Branco &

Rodrigues, 2008; Tagesson, Blank, Broberg, & Collin, 2009; Amorim, 2010; Fernandez-Feijoo, Romero,

& Ruiz, 2014). Tendo-se constatando, no geral, a existência de uma relação positiva entre a dimensão

da organização e a divulgação de informação sobre sustentabilidade no website (Amran, Ooi, Mydin, &

Devi, 2015). As organizações de maior dimensão são responsáveis pela maior quantidade e qualidade

da informação ambiental e social divulgada (Hackston & Milne, 1996; Adams, Hill, & Roberts, 1998;

Archel, Fernández, & Larrinaga, 2008; Brammer & Pavelin, 2008; Carvalho, 2013), as quais para além

de cumprirem obrigações legais relacionadas com a comunicação das suas atividades (Wilmshurst &

Frost, 2000), são simultaneamente também tidas como as mais visíveis e sujeitas a pressões públicas

e à comunicação social (Gray, Kouhy, & Lavers, 1995; Bansal, 2005; Gauthier, 2013). Contudo, um

estudo recente não evidenciou a existência de uma relação positiva, entre a dimensão da organização e

a divulgação de informação sobre responsabilidade social (Bayoud, Kavanagh, & Slaughter, 2012).

H1: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando a Dimensão de Vendas da Organização é Maior.

O Código das Sociedades Comerciais (CSC) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro,

fundamentou os princípios que rege as formas jurídicas mais comuns do tecido empresarial português,

a sociedade por quotas (LDA.) e a sociedade anónima (S.A.). Alves (2005) numa investigação sobre o

relato da informação económica no website de organizações nacionais, constatou que a forma jurídica,

influencia a divulgação de informação na Internet. Barros (2008a) num estudo realizado ao website de

organizações portuguesas, concluiu que as sociedades anónimas dão mais proeminência à divulgação

de informação sobre responsabilidade social que as ditas sociedades por quotas. Por sua vez, Carvalho

(2013) constatou pela análise do website de organizações portuguesas certificadas, que as sociedades

anónimas divulgam mais informação sobre sustentabilidade e responsabilidade social que as outras.

H2: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando a Forma Jurídica da Organização é uma S.A.

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METODOLOGIA

67

A divulgação de informação sobre responsabilidade social é influenciada pelo setor ou tipo de indústria

(Wanderley, Lucian, Farache, & Filho, 2008; Bayoud, Kavanagh, & Slaughter, 2012), existindo em

função do setor, diferenças significativas ao nível da quantidade e qualidade da informação divulgada

(Hackston & Milne, 1996; Branco & Rodrigues, 2005, 2008; Brammer & Pavelin, 2008; Tagesson,

Blank, Broberg, & Collin, 2009). Por sua vez, estudos portugueses mostram que o “setor de atividade”

não influencia a divulgação de informação de caráter económico, sustentabilidade e responsabilidade

social no website da organização (Alves, 2005, p. 17; Barros, 2008a, p. 57; Carvalho, 2013, p. 118).

H3: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando o Setor de Atividade da Organização é o Setor 2.º.

Os quadros comunitários de apoio à modernização da indústria portuguesa, em vigor entre os anos de

1988 e 1999, atribuíram o maior volume de investimentos nas áreas conexas ao desenvolvimento

sustentável, às organizações localizadas no distrito de Lisboa e Setúbal (Chorincas, 2003). Para Barros

(2008a), as organizações da região de Lisboa e Setúbal evidenciam maior proeminência na divulgação

de informação sobre responsabilidade social no website, que as outras regiões do país. Por sua vez,

Carvalho (2013) numa análise ao website de organizações certificadas, não encontrou evidência para a

maior divulgação de informação sobre sustentabilidade e responsabilidade social, nestas áreas do país.

H4: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações Localizadas nos Distritos de Lisboa & Setúbal.

A exposição das organizações aos meios de comunicação (mass media) é usada como “procuração”

para a visibilidade social e, crê-se, estar associada à divulgação de informação sobre responsabilidade

social (Branco & Rodrigues, 2008). A cobertura dos media aumenta a visibilidade das organizações,

tornando-as objeto de maior atenção e escrutínio público (Bansal, 2005). A exposição das organizações

aos media está relacionada positivamente com a divulgação de informação de caráter ambiental (Ayuso

& Larrinaga, 2003), responsabilidade social (Branco & Rodrigues, 2008) e desenvolvimento sustentável

(Bansal, 2005). Contudo, tal relação nem sempre ocorre (Brammer & Pavelin, 2008; Carvalho, 2013).

H5: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando há Exposição da Organização nos Rankings dos Media.

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METODOLOGIA

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Em Portugal, o Governo com a publicação do Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, instaurou a

obrigatoriedade das organizações do setor público empresarial (setor empresarial do Estado e local),

adotarem práticas de bom governo, no âmbito das estratégias de sustentabilidade e responsabilidade

social nos domínios económico, ambiental e social. Entre os requisitos legais impostos pelo diploma,

encontra-se a obrigatoriedade das organizações procederem à divulgação de informação anual sobre o

cumprimento da missão, objetivos e políticas de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável,

bem como à utilização do website institucional, para divulgar informação relevante ao público em geral.

H6: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações Enquadradas no Setor Público Empresarial.

O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) é uma organização de

líderes empresariais que tem como visão contribuir para a criação de um mundo sustentável para as

empresas, sociedade civil e ambiente, conta atualmente com 91 membros, com ampla representação

sectorial que representam 38% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, valor que se traduz em mais

de 65 mil milhões de euros de volume de negócios e mais de 270.000 colaboradores (BCSD, 2015).

No geral, estes grupos pressionam as suas filiais e subsidiárias, no sentido destas assumirem práticas

no âmbito da responsabilidade social, com a consequente divulgação à sociedade (Rodrigues, 2012).

H7: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações de um Grupo Membro do BCSD Portugal.

Atualmente, são frequentes referências ao desenvolvimento sustentável no website e relatórios anuais

das organizações (Carvalho, 2013; Montiel & Delgado-Ceballos, 2014). Existindo na literatura estudos,

que relacionam, em termos de análise de conteúdo, a divulgação de informação sobre sustentabilidade

e responsabilidade social empresarial, que é publicada em relatórios anuais e no website institucional

das organizações na Internet (Branco & Rodrigues, 2005, 2008; Guziana & Dobers, 2013). No âmbito

da responsabilidade social empresarial, as “organizações portuguesas atribuem maior importância aos

relatórios anuais como meios de divulgação, do que à Internet” (Branco & Rodrigues, 2008, p. 699).

H8: A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas

certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações que Publicam Relatórios Anuais na Internet.

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METODOLOGIA

69

3.3. PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO

3.3.1. Formulação do Projeto de Investigação

Na “formulação do projeto de investigação” de natureza exploratória, a metodologia de investigação

adotada para solucionar as duas (2) questões de investigação e testar as oito (8) hipóteses de

investigação formuladas a partir dos dois (2) objetivos de investigação apresenta, holísticamente, o

seguinte enquadramento teórico (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007, pp. 100–160). Em termos de

posição epistemológica, assume-se a adoção de uma filosofia de investigação positivista, ou seja, de

acordo com os pressupostos do positivismo50, enquanto parte da filosofia que se preocupa com os

problemas relacionados com a construção do conhecimento científico. O presente estudo, assume

assim, neste caso, uma posição realista típica das ciências naturais (exatas). Por sua vez, a abordagem

de investigação adotada foi combinada51. Assim, contemplou, numa primeira etapa, uma abordagem

indutiva52 (caraterizada pela categorização) e, numa segunda etapa, uma abordagem dedutiva53

(caraterizada pela formulação de hipóteses de investigação e respetivo teste de hipóteses, baseado em

teorias organizacionais). A estratégia de investigação adotada assentou na investigação documental54,

por pesquisa, análise e codificação de vários conteúdos estratégicos que revelam o compromisso da

gestão de topo das organizações em prol do desenvolvimento sustentável. A investigação documental

fundamentou-se na análise de conteúdo de documentos estratégicos, que refletem a estratégia e

políticas adotadas pela organização, e que são divulgadas às partes interessadas (stakeholders),

através do website institucional, existente na Internet, das organizações certificadas em qualidade,

ambiente e segurança. Em termos práticos, a investigação documental foi operacionalizada com

recurso à utilização de uma lista de verificação (checklist), previamente estruturada e validada, a qual

contemplou diversas categorias e subcategorias (itens) de análise. No que diz respeito ao horizonte

temporal trata-se de um estudo transversal55, pois a investigação realizada carateriza num determinado

momento, a situação de referência de determinadas organizações nacionais. O método de investigação

escolhido foi misto56 (qualitativo e quantitativo), suportado numa fase inicial do estudo na aplicação da

técnica da análise de conteúdo e, posteriormente, numa análise estatística dos dados de investigação.

50Positivismo requer que o investigador adote uma posição realista, baseada em factos, típica das ciências naturais (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007). 51Na investigação a combinação das abordagens indutiva e dedutiva demonstra ser, no geral, uma opção positiva (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007). 52Na abordagem indutiva recolhe-se dados e desenvolve-se uma teoria como resultado da análise dos dados. Esta abordagem pressupõe que ainda não existe um corpo do conhecimento estabelecido que permita a análise detalhada do fenómeno em investigação (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007). 53Na abordagem dedutiva desenvolve-se uma teoria e hipóteses e planeia-se uma estratégia de investigação, para testar as hipóteses formuladas. Esta abordagem requer que exista um enquadramento teórico prévio, ou seja, uma estrutura conceptual fundamentada (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007). 54A investigação documental baseia-se na análise de documentos e arquivos de dados pré-existentes, cuja constituição não resulta do processo de estudo em curso. Esta estratégia de investigação enquadra-se nos estudos de natureza exploratória, descritiva e explicativa (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007). 55Estudos transversais são estudos localizados no tempo, num determinado instante temporal (instantâneo fotográfico), caraterizam uma determinada situação de referência, ou seja, o mesmo fenómeno é estudado em diferentes organizações na mesma altura (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007). 56O método misto enquadra na investigação métodos qualitativos e quantitativos, analisados em separado ou não (Saunders, Lewis, & Thornhill, 2007).

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METODOLOGIA

70

3.3.2. Fluxograma do Processo de Investigação

A Figura 18 mostra o fluxograma do processo de investigação no qual assentou o desenvolvimento do

presente trabalho, destacando-se a estrutura central do estudo e as atividades de suporte relevantes.

Figura 18 – Fluxograma do processo de investigação.

(Fonte: adaptado da proposta do projeto de investigação)

IPAC DGAEP

GesContact BCSD Portugal

Análise Univariada, Bivariada e Multivariada

Hipóteses de

Investigação

QUESTÕES DE

INVESTIGAÇÃO

Tratamento Estatístico dos

Dados de Investigação

AMOSTRA Organizações Certificadas

[n = 540]

Base de Dados de

Investigação

UNIVERSO Organizações Certificadas

[N = 656]

Filosofia de Investigação Abordagem de Investigação Estratégia de Investigação Método de Investigação (Positivista) (Indutiva & Dedutiva) (Investigação Documental) (Misto)

W ebsites Acessíveis

Análise de Conteúdo da Estratégia &

Políticas

Variáveis de

Investigação

Categorias, Subcategorias e

Unidades de Análise

Hipóteses em Teste H1, H2, H3, H4, H5, H6, H7 e H8

Q2

M icrosof t Of f ice Excel

Compromissos Organizacionais

Anál

ise

de C

onte

údo

Guia de Empresas

Certificadas

Entidades Certificadoras

Sof tw are IBM® SPSS® Statistics

Compromissos Estratégicos

da Organização, para com o

Desenvolvimento Sustentável

Lista de

Verificação

Organizações Certificadas

Rankings Empresariais

Técnicas Estatísticas

Visão, Missão, Valores, Objetivos

Princípios de Negócio, Estratégia

Empresarial e Políticas da Organização

Codificação dos

Dados

Lista de

Verificação

Valid

ação

Organizações Portuguesas Certificadas Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS)

W ebsite

DADOS DE

INVESTIGAÇÃO

TEMA DE

INVESTIGAÇÃO

OBJETIVOS DE

INVESTIGAÇÃO

REVISÃO DA

LITERATURA

O1 & O2

METODOLOGIA DE

INVESTIGAÇÃO

Q1 & Q2

RESULTADOS DA

INVESTIGAÇÃO

CONCLUSÕES DA

INVESTIGAÇÃO

LEGENDA: Oi – Objetivo de Investigação | Qi – Questão de Investigação | Hi – Hipótese de Investigação N – Número de Organizações que constituem o Universo da Investigação n – Número de Organizações que constituem a Amostra da Investigação QAS – Qualidade, Ambiente e Segurança (Sistemas de Gestão Implementados e Certificados) IPAC – Instituto Português de Acreditação (Base de Dados Nacional – Sistemas de Gestão Certificados)

DGAEP – Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (Setor Público Empresarial) GesContact – Software de Gestão de Contactos (Base de Dados das Empresas Portuguesas) BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável de Portugal IBM SPSS – International Business Machines – Statistical Package for the Social Sciences – World Wide Web (WWW) | 1 – “Divulga” ou 0 – “Não Divulga” um Compromisso

Tema

A Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, das Organizações Portuguesas Certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança.

Objetivos de Investigação

O1 – Caraterizar os conteúdos estratégicos divulgados no website, pelas organizações portuguesas certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), no âmbito da comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável. O2 – Determinar o perfil da organização portuguesa certificada em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), em que a comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável divulgado no website, sob a forma de conteúdos estratégicos, é mais proeminente.

Questões de Investigação

Q1 – Quais os conteúdos estratégicos divulgados no website, pelas organizações portuguesas certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), no âmbito da comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável? Q2 – Qual o perfil da organização portuguesa certificada em Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), em que a comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável divulgado no website, sob a forma de conteúdos estratégicos, é mais proeminente?

Objetivos de

Investigação

Teorias de

Investigação

Teorias Organizacionais

Estudo Transversal no Horizonte Temporal

Qualitativos

Quantitativos

1 = “Presença” 0 = “Ausência”

Teste de Hipóteses

W ebsite da

Organização

W ebsite da

Organização Cat

egor

izaç

ão

Perfil da Organização

1. Dimensão de Vendas 2. Forma Jurídica 3. Setor de Atividade 4. Localização Geográfica 5. Exposição nos Rankings 6. Setor Público Empresarial 7. Grupo Membro do BCSD 8. Relato de Sustentabilidade

Literatura

Divulgação de Conteúdos Estratégicos no Website da

Organização (QAS), no Âmbito do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável

(Economia, Ambiente e Social)

FLUXOGRAMA DO

PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO

Jornais &

Revistas Nacionais

Informação Diversa

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METODOLOGIA

71

3.4. ANÁLISE DE CONTEÚDO

3.4.1. Descrição da Técnica

A investigação documental sustentou-se na técnica da Análise de Conteúdo. Para Berelson (1952, p.

18), a “análise de conteúdo é uma técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objetiva,

sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”. Stone (1966) citado por Carmo e

Ferreira (1998, p. 251) define-a, como sendo “uma técnica que permite fazer inferências, identificando

objetiva e sistematicamente as caraterísticas específicas da mensagem”. Abbott e Monsen (1979, p.

504) definiram-na, como sendo “uma técnica de recolha de dados que consiste em codificar a

informação qualitativa na forma anedótica e literária em categorias, a fim de obter escalas quantitativas

de diversos níveis de complexidade”. Segundo Weber (1988, p. 9), esta técnica “é um método de

investigação que utiliza um conjunto de procedimentos para fazer inferências válidas a partir do texto”.

Neuendorf (2002, p. 1) define-a, como sendo “uma sistemática, objetiva, análise quantitativa das

características da mensagem”. Krippendorff (2004, p. 18) definiu-a, no geral, como “uma técnica de

investigação que permite fazer inferências, válidas e replicáveis a partir de textos, para os contextos da

sua utilização”. Por sua vez, Bardin (2013, p. 44) definiu-a, como “um conjunto de técnicas de análise

das comunicações”, que visam “obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do

conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de

conhecimentos relativos às condições de produção/receção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

Para Elo e Kyngäs (2008, p. 107), a “análise de conteúdo é um método que pode ser utilizado com

qualquer dado qualitativo ou quantitativo e de forma indutiva ou dedutiva” recorrendo-se, inicialmente,

à abordagem indutiva para a criação de categorias de análise e, posteriormente, à abordagem dedutiva

para a formulação e teste das hipóteses de investigação. A análise de conteúdo é usual em estudos

exploratórios de divulgação de informação sobre vários temas, tais como ambiente, sustentabilidade e

responsabilidade social, publicados pelas organizações em relatórios anuais (Zeghal & Ahmed, 1990;

Gray, Kouhy, & Lavers, 1995; Hackston & Milne, 1996; Adams, Hill, & Roberts, 1998; Ayuso &

Larrinaga, 2003; Guthrie & Abeysekera, 2006; Archel, Fernández, & Larrinaga, 2008; Brammer &

Pavelin, 2008; Dias, 2009; Joseph & Taplin, 2011; Bayoud, Kavanagh, & Slaughter, 2012; Asif,

Searcy, Santos, & Kensah, 2013), na Internet (Williams & Pei,1999; Barros, 2008a; Gill, Dickinson, &

Scharl, 2008; Wanderley, Lucian, Farache, & Filho, 2008; Moreno & Capriotti, 2009; Sones, Grantham,

& Vieira, 2009; Tagesson, Blank, Broberg, & Collin, 2009; Amorim, 2010; Ciletti, Lanasa, Ramos,

Luchs, & Lou, 2010; Carvalho, 2013; Dade & Hassenzahl, 2013; Lee, Barker, & Mouasher, 2013;

Ghosh, 2014; Amran, Ooi, Mydin, & Devi, 2015; Tang, Gallagher, & Bie, 2015) ou em ambos (Branco

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METODOLOGIA

72

& Rodrigues, 2005, 2006, 2008; Jose & Lee, 2007; Joseph, 2010a; Sobhani, Amran, & Zainuddin,

2012). Para Elo e Kyngäs (2008, p. 109), na investigação pelo método da análise de conteúdo, ambas

as abordagens indutiva e dedutiva do processo de análise, são representadas como três (3) fases

principais: “preparação”, “organização” e “relato” (ver Figura 19). A aplicação da técnica de análise de

conteúdo requer, no geral, a definição do corpus (corpo dos documentos para análise), categorias,

subcategorias e as unidades de análise (Carmo & Ferreira, 1998; Elo & Kyngäs, 2008; Bardin, 2013).

Figura 19 – Fase de preparação, organização e relato, no processo da análise de conteúdo.

(Fonte: adaptado de Elo & Kyngäs, 2008, p. 110)

Fase de Preparação

Fase de Organização

Abordagem Indutiva

Abordagem Dedutiva

Selecionar a unidade de análise

Dar sentido ao conjunto de dados

Codificação aberta

Folhas de codificação

Agrupamento

Categorização

Abstração

Codificar os dados de acordo com as categorias

Testar as hipóteses, e correspondente comparação

com outros estudos, etc.

Desenvolver uma matriz de análise estruturada

Desenvolver uma matriz de análise

Recolher os dados por conteúdo

Selecionar a unidade de análise

Dar sentido ao conjunto dos dados

Codificação aberta

Folhas de codificação

Agrupamento

Categorização

Abstração

Fase de Relato (Relatar o processo de análise e os resultados)

Modelo, sistema conceptual, mapa conceptual ou categorias

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METODOLOGIA

73

3.4.2. Corpus de Análise

A investigação foi suportada num corpus57, ou seja, conjunto dos documentos escolhidos para análise,

que são divulgados no website institucional das organizações certificadas em qualidade, ambiente e

segurança e que suportam, no geral, a estratégia e políticas de compromisso da organização para com

o desenvolvimento sustentável, no âmbito da comunicação às partes interessadas através da Internet.

3.4.3. Documentos de Análise

A organização que se rege pelos princípios do desenvolvimento sustentável, deve implicar que os seus

compromissos com a gestão sustentável, sejam evidentes estrategicamente na sua “visão”, “missão”,

“valores”, “objetivos”, “princípios”, “estratégia” e “políticas” (Santos & Amaral, 2008, pp. 186–187;

Santos & Dias, 2008, pp. 12–13; Cunha et al., 2010, p. 168; GRI, 2013, p. 54 e p. 237). Por sua vez,

Carvalho (2013) numa investigação realizada durante o ano de 2012, aos conteúdos de informação

divulgados através do website institucional de 422 organizações portuguesas certificadas em qualidade,

ambiente e segurança, constatou que estas recorrem, frequentemente, ao website para divulgar vários

documentos importantes com informações sobre a estratégia e políticas institucionais da organização,

tais como: a visão, a missão, os valores, os objetivos, os princípios, a estratégia e as políticas. Segundo

Carvalho (2013, p. 101), a “Missão” foi divulgada por 250 (59,2%) organizações, a “Visão” por 163

(38,6%), os “Valores/Princípios” por 176 (41,7%) a “Estratégia/Objetivos” por 71 (16,8%) e, por fim,

as “Políticas da Organização” por 275 (65,2%) organizações, políticas estas que podem assumir, no

geral, até treze (13) designações diferentes. Carvalho (2013, p. 102) constatou que a “Política da

Qualidade” era divulgada com esta designação por 33 (7,8%) organizações, a “Política de Ambiente”

por 28 (6,6%), a “Política da Segurança e Saúde do Trabalho” por 26 (6,2%), a “Política da Qualidade,

Ambiente e Segurança” por 114 (27,0%), a “Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança”

por 27 (6,4%), a “Política do Sistema Integrado de Gestão” por 32 (7,6%), a “Política de

Desenvolvimento Sustentável” por 6 (1,4%), a “Política de Sustentabilidade” por 15 (3,6%), a “Política

de Responsabilidade Social” por 19 (4,5%), a “Política de Recursos Humanos” por 18 (4,3%), a

“Política do Sistema de Responsabilidade Empresarial” por 24 (5,7%), a “Política de Gestão” por 22

(5,2%) e, por fim, a “Política Empresarial” por 12 (2,8%) das organizações certificadas. Neste sentido,

tendo por base o enquadramento teórico, os documentos para análise escolhidos são a visão, missão,

valores, objetivos, princípios de negócio, estratégia empresarial e as várias políticas da organização.

57Os documentos de análise que constituem o corpus, segundo a técnica de análise de conteúdo, foram escolhidos tendo por base o princípio de cumprir a “regra da exaustividade”, “regra da representatividade”, “regra da homogeneidade” e “regra da pertinência” demonstrando-se, assim, que os referidos documentos representam, no geral, uma fonte de informação adequada ao objeto da análise que sobre eles irá recair (Bardin, 2013, pp. 122–124).

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METODOLOGIA

74

3.4.4. Categorias de Análise

Na técnica da análise de conteúdo, as categorias de análise são rúbricas significativas em função das

quais o conteúdo é classificado e eventualmente quantificado (Grawitz, 1993). As categorias adquirem

um papel fundamental na investigação, assim, estas devem ser: “exaustivas”, “exclusivas”, “objetivas”

e “pertinentes” (Carmo & Ferreira, 1998, pp. 255–256), bem como também serem “homogéneas” e

“produtivas” (Moraes, 1999, pp. 23–25; Bardin, 2013, pp. 147–148). A formulação das categorias ou

categorização58 é, simultaneamente, um desafio empírico e conceptual, que deve ser devidamente

fundamentado (Elo & Kyngäs, 2008). Na literatura são várias as obras sobre indicadores e divulgação

de informação sobre sustentabilidade e responsabilidade social empresarial que recorrem, no geral, às

atuais três dimensões do desenvolvimento sustentável, para fundamentarem na vertente “económica,

ambiental e social” (ver o Anexo V) as suas três categorias de análise (Bansal, 2005, p. 206; Gallego,

2006, p. 83; Hartman, Rubin, & Dhanda, 2007, p. 380; Nitu & Nitu, 2009, p. 4; Joseph, 2010a, p.

108; Kolk, Hong, & Van Dolen, 2010, p. 301; Joseph & Taplin, 2011, p. 29; Lozano & Huisingh, 2011,

p. 103; Chow & Chen, 2012, p. 530; Sobhani, Amran, & Zainuddin, 2012, p. 84; GRI, 2013, p. 9;

Joseph, Lin, Nichol, & Jussem, 2014, p. 523; Joseph, Pilcher, & Taplin, 2014, p. 84; Montiel &

Delgado-Ceballos, 2014, p. 131), bem como também uma outra quarta nova categoria designada por

“integrada”59 (Azapagic, 2003, 2004, p. 309 e p. 648; Steurer, Langer, Konrad, & Martinuzzi, 2005, p.

270). Neste sentido, foram adotadas na atual investigação quatro categorias de análise suportadas nas

dimensões económica, ambiental, social e integrada do desenvolvimento sustentável, ver a Figura 20.

Figura 20 – As dimensões do desenvolvimento sustentável, no suporte às categorias de análise.

(Fonte: adaptado de Santos, Limão, Barbosa, & Cachaço, 2008, p. 12)

58Categorização “é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o género (analogia), com os critérios previamente definidos” (Bardin, 2013, p. 145), isto é, a escolha das categorias (classificação e agregação). 59A “divisão do desenvolvimento sustentável em três setores separados, ambiente, sociedade e economia, que são apenas parcialmente conectados, não produz uma perspetiva integrada ou princípio base” (Giddings, Hopwood, & O’Brien, 2002, p. 194). Logo, assim, a “questão-chave para o desenvolvimento sustentável é a integração de diferentes ações e setores, tendo uma visão holística que seja capaz de superar as barreiras entre as disciplinas” (p. 192). Contudo, refira-se que apesar de “todas as três categorias deverem ser independentes umas das outras” (Joseph, 2010a, p. 106), a “integração” das três categorias ou dimensões é um pressuposto conceptual, no âmbito da abordagem ao conceito de desenvolvimento sustentável (Lozano, 2008, p. 1841).

Desenvolvimento Sustentável

Dimensão Ambiental Integridade dos Ecossistemas Capacidade de Carga Biodiversidade Recursos

Dimensão Social Política e Equidade Qualidade de Vida

População Cultura

Dimensão Económica Consumo de Recursos

Produtos e Serviços Crescimento

Eficiência

Dimensão Integrada

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METODOLOGIA

75

3.4.5. Subcategorias de Análise

O conteúdo das categorias é descrito através de subcategorias, ou seja, as “subcategorias com eventos

e incidentes similares são agrupadas simultaneamente como categorias” (Elo & Kyngäs, 2008, p.

111). As categorias subdividem-se em “subcategorias” de análise (Freitas & Janissek, 2000) também,

usualmente, designadas por “itens” (Branco & Rodrigues, 2008; Joseph & Taplin, 2011; Chow & Chen,

2012), “indicadores” (Azapagic, 2003, 2004), “aspetos” (Kolk, Hong, & Van Dolen, 2010), “questões”

(Lozano & Huisingh, 2011) ou “subtemas” (Lima, 2013), as quais são subdivisões dos assuntos das

categorias. A Tabela 5 mostra uma relação das categorias e subcategorias de análise utilizadas na

atual investigação, bem como a fundamentação teórica que suportou a escolha das 60 subcategorias.

Tabela 5 – Fundamentação teórica das categorias e subcategorias de análise, no processo de categorização. CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIM

ENSÃ

O E

CON

ÓM

ICA

Clientes (Consumidores) Spiller, 2000; Azapagic, 2004; ISO, 2005; IPQ, 2008b; Lozano & Huisingh, 2011; ISO, 2015c

Acionistas (Shareholders) Spiller, 2000; Lozano & Huisingh, 2011; IPQ, 2011

Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) IPQ, 2011

Tratamento de Reclamações ISO, 2005; IPQ, 2005; Branco & Rodrigues, 2006, 2008; ISO, 2008; IPQ, 2008b; ISO, 2015c

Satisfação dos Clientes Williams & Pei, 1999; Azapagic, 2003; Branco & Rodrigues, 2006; IPQ, 2008b; ISO, 2015d

Concorrência Leal Kolk et al., 2010; GRI, 2013

Anticorrupção (Antissuborno) Azapagic, 2004; Kolk et al., 2010; Lozano & Huisingh, 2011; Sobhani et al., 2012; GRI, 2013

Relações de Parceria com Fornecedores Spiller, 2000; Azapagic, 2004; ISO, 2005; IPQ, 2005, 2008b; Kolk et al., 2010; GRI, 2013

Qualidade dos Produtos e/ou Serviços Zeghal & Ahmed, 1990; Azapagic, 2004; Branco & Rodrigues, 2008; Sobhani et al., 2012

Rotulagem de Produtos e/ou Serviços Smith, Adhikari, & Tondkar, 2005; Kolk et al., 2010; Sobhani et al., 2012; GRI, 2013

Investigação, Desenvolvimento & Inovação Williams & Pei, 1999; Newson & Deegan, 2002

Impacto na Economia Global (Crescimento) Newson & Deegan, 2002; Steurer et al., 2005; Sobhani et al., 2012; GRI, 2013

Informação Financeira (Relato Financeiro) Steurer et al., 2005; Joseph & Taplin, 2011; Sobhani et al., 2012; Joseph et al., 2014

Gestão da Qualidade Azapagic, 2003; ISO, 2005; IPQ, 2005, 2008b; Lozano & Huisingh, 2011; ISO, 2015c, 2015d

Outras Questões Económicas Joseph & Taplin, 2011; Sobhani et al., 2012; Joseph et al., 2014

DIM

ENSÃ

O A

MBI

ENTA

L

Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa) Haniffa & Cooke, 2005; Sobhani et al., 2012; IPQ, 2012; ISO, 2015b

Controlo dos Aspetos e Impactes Ambientais Smith, Adhikari, & Tondkar, 2005; Bansal, 2005; Chow & Chen, 2012; IPQ, 2012; ISO, 2015b

Prevenção e Controlo da Poluição Ambiental Gray et al., 1995; Deegan et al., 2002; Branco & Rodrigues, 2008; Sobhani et al., 2012

Prevenção dos Acidentes Industriais Graves Lozano & Huisingh, 2011

Prevenção das Alterações Climáticas Sobhani et al., 2012; ISO, 2015b

Eficiência Energética (Consumo de Energia) Gray et al., 1995; Williams & Pei, 1999; Azapagic, 2003; 2004; Branco & Rodrigues, 2008

Gestão de Resíduos (Reciclagem) Spiller, 2000; Azapagic, 2003; 2004; Kolk et al., 2010; Joseph & Taplin, 2011; GRI, 2013

Gestão das Emissões Atmosféricas Azapagic, 2003; 2004; Smith et al., 2005; Kolk et al., 2010; Lozano & Huisingh, 2011

Tratamento de Águas Residuais (Efluentes) Azapagic, 2004; Lozano & Huisingh, 2011; Sobhani et al., 2012

Biodiversidade (Ecologia dos Ecossistemas) Azapagic, 2003, 2004; Lozano & Huisingh, 2011; GRI, 2013; ISO, 2015b

Sustentabilidade Williams & Pei, 1999; Branco & Rodrigues, 2008; Lozano & Huisingh, 2011

Conservação dos Recursos Naturais Gray et al., 1995; Newson & Deegan, 2002; Azapagic, 2003, 2004; Branco & Rodrigues, 2006

Responsabilidade Ambiental Rocha & Searcy, 2012; IPQ, 2012; ISO, 2015b

Gestão Ambiental Spiller, 2000; Branco & Rodrigues, 2008; IPQ, 2012; ISO, 2015b

Outras Questões Ambientais Abbott & Monsen, 1979; Deegan et al., 2002; Joseph & Taplin, 2011; Sobhani et al., 2012

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METODOLOGIA

76

CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS D

IMEN

SÃO

SO

CIAL

Ética e/ou Conduta Empresarial IPQ, 2008c; Tagesson et al., 2009; SAI, 2014

Direitos Humanos Azapagic, 2004; Tagesson et al., 2009; Lozano & Huisingh, 2011; Sobhani et al., 2012

Prevenção do Trabalho Infantil e/ou Forçado Newson & Deegan, 2002; Azapagic, 2004; Kolk et al., 2010; Sobhani et al., 2012; GRI, 2013

Igualdade de Oportunidades (Discriminação) Azapagic, 2003; IPQ, 2008c; Tagesson et al., 2009; Kolk et al., 2010; Sobhani et al., 2012

Voluntariado e/ou Filantropia Lozano & Huisingh, 2011; Sobhani et al., 2012; SAI, 2014

Comunidade Local (Sociedade) Spiller, 2000; Kolk et al., 2010; Lozano & Huisingh, 2011; Sobhani et al., 2012; GRI, 2013

Controlo de Perigos e Riscos Profissionais BSI, 2007; IPQ, 2008a; ISO, 2015a

Prevenção de Acidentes de Trabalho Deegan et al., 2002; BSI, 2007; IPQ, 2008a; Sobhani et al., 2012; ISO, 2015a

Prevenção de Doenças Profissionais BSI, 2007; IPQ, 2008a; ISO, 2015a

Prevenção de Lesões e Danos na Saúde BSI, 2007; IPQ, 2008a; ISO, 2015a

Segurança de Produtos e/ou Serviços Newson & Deegan, 2002; Branco & Rodrigues, 2008; Sobhani et al., 2012

Recursos Humanos (Colaboradores) Zeghal & Ahmed, 1990; Gray et al., 1995; Deegan et al., 2002; Sobhani et al., 2012

Responsabilidade Social Gray et al., 1995; Newson & Deegan, 2002; IPQ, 2008c; Rocha & Searcy, 2012; SAI, 2014

Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho Spiller, 2000; Deegan et al., 2002; Azapagic, 2003; Kolk et al., 2010; Lozano & Huisingh, 2011

Outras Questões Sociais Holder-Webb, Cohen, Nath, & Wood, 2009; Joseph & Taplin, 2011; Sobhani et al., 2012

DIM

ENSÃ

O IN

TEGR

ADA

Conformidade Legal e Normativa BSI, 2007; IPQ, 2008b, 2012; Branco & Rodrigues, 2008; Sobhani et al., 2012; GRI, 2013

Partes Interessadas (Stakeholders) Azapagic, 2003; Searcy, McCartney, & Karapetrovic, 2008; IPQ, 2011; Joseph & Taplin, 2011

Certificação de Sistemas de Gestão Tagesson et al., 2009; Lozano & Huisingh, 2011

Auditoria a Sistemas de Gestão Gray et al., 1995; Williams & Pei, 1999; Spiller, 2000; Newson & Deegan, 2002

Formação, Qualificação e Competência Azapagic, 2003, 2004; Tagesson et al., 2009; Kolk et al., 2010; Joseph & Taplin, 2011

Transparência, Integridade e/ou Respeito Steurer et al., 2005; IPQ, 2011

Gestão do Risco e Incerteza Sobhani et al., 2012

Melhoria Contínua BSI, 2007; IPQ, 2008a, 2008b, 2012; Tagesson et al., 2009; Joseph & Taplin, 2011

Desenvolvimento Sustentável (DS) Newson & Deegan, 2002; Steurer et al., 2005; Sobhani et al., 2012

Sustentabilidade Empresarial (SE) Steurer et al., 2005; Sobhani et al., 2012

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) Steurer et al., 2005; Sobhani et al., 2012

Corporate Governance (CG) Spiller, 2000; Sobhani et al., 2012

Triple Bottom Line (TBL) Steurer et al., 2005; Wexler, 2009

Equilíbrio Económico, Ambiental e Social Fresner & Engelhardt, 2004; Steurer et al., 2005; Bansal, 2005; Lozano, 2008

Sistema Integrado de Gestão (SIG) Fresner & Engelhardt, 2004; Steurer et al., 2005; Rocha, Searcy, & Karapetrovic, 2007

Fonte: adaptado de várias referências bibliográficas.

3.4.6. Unidades de Análise

Na investigação a unidade de análise60 adotada é o conceito (tema, palavra e/ou frase), no qual está

subjacente um determinado compromisso (item) da gestão de topo, em prol do desenvolvimento

sustentável. Em geral, a definição da unidade de análise numa amostra de websites é, particularmente,

difícil (Okazaki & Rivas, 2002; Pollach, 2005). A Tabela 6 apresenta uma visão holística dos vários

elementos constituintes (corpus, documentos, categorias, subcategorias e unidades de análise), que

estiveram na base da estrutura e aplicação da técnica de análise de conteúdo à presente investigação. 60A “unidade de análise” subdivide-se em “unidade de registo” e “unidade de contexto”. A unidade de registo é o “segmento mínimo de conteúdo que se considera necessário para poder proceder à análise, colocando-o numa dada categoria”. Podendo-se distinguir entre “unidades formais”, tais como, por exemplo, a palavra e a frase e a “unidade semântica”, tais como, por exemplo, o tema. Por sua vez, a unidade de contexto é o “segmento mais longo de conteúdo que o investigador considera quando caracteriza uma unidade de registo, sendo a unidade de registo o mais curto”. Logo, assim, se a palavra for considerada como a “unidade de registo” a “unidade de contexto” poderá ser uma frase (Carmo & Ferreira, 1998, p. 257; Bardin, 2013, pp. 130–133).

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METODOLOGIA

77

Tabela 6 – Relação do corpus, documentos, categorias, subcategorias e unidades de análise.

CORPUS DE ANÁLISE

DOCUMENTOS DE ANÁLISE

CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DE ANÁLISE (ITENS DE COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO)

UNIDADES DE ANÁLISE

Estratégia &

Políticas de

Compromisso da

Organização para com

o Desenvolvimento

Sustentável, Divulgadas

no Website

da Organização

Comunicação

às Partes

Interessadas (Stakeholders)

Visã

o, M

issã

o, V

alor

es, O

bjet

ivos,

Prin

cípi

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a Em

pres

aria

l & P

olíti

cas

da O

rgan

izaçã

o:

Política da

Qualidade

Dimensão Económica do Desenvolvimento Sustentável 1. Compromisso com os Clientes (Consumidores) 2. Compromisso com os Acionistas (Shareholders) 3. Compromisso com o Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) 4. Compromisso com o Tratamento de Reclamações 5. Compromisso com a Satisfação dos Clientes 6. Compromisso com a Concorrência Leal 7. Compromisso com a Anticorrupção (Antissuborno) 8. Compromisso com as Relações de Parceria com Fornecedores 9. Compromisso com a Qualidade dos Produtos e/ou Serviços

10. Compromisso com a Rotulagem de Produtos e/ou Serviços 11. Compromisso com a Investigação, Desenvolvimento e Inovação 12. Compromisso com o Impacto na Economia Global (Crescimento) 13. Compromisso com a Informação Financeira (Relato Financeiro) 14. Compromisso com a Gestão da Qualidade 15. Compromisso com as Outras Questões Económicas

Dimensão Ambiental do Desenvolvimento Sustentável 16. Compromisso com a Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa) 17. Compromisso com o Controlo dos Aspetos e Impactes Ambientais 18. Compromisso com a Prevenção e Controlo da Poluição Ambiental 19. Compromisso com a Prevenção dos Acidentes Industriais Graves 20. Compromisso com a Prevenção das Alterações Climáticas 21. Compromisso com a Eficiência Energética (Consumo de Energia) 22. Compromisso com a Gestão de Resíduos (Reciclagem) 23. Compromisso com a Gestão das Emissões Atmosféricas 24. Compromisso com o Tratamento de Águas Residuais (Efluentes) 25. Compromisso com a Biodiversidade (Ecologia dos Ecossistemas) 26. Compromisso com a Sustentabilidade 27. Compromisso com a Conservação dos Recursos Naturais 28. Compromisso com a Responsabilidade Ambiental 29. Compromisso com a Gestão Ambiental 30. Compromisso com as Outras Questões Ambientais

Dimensão Social do Desenvolvimento Sustentável 31. Compromisso com a Ética e/ou Conduta Empresarial 32. Compromisso com os Direitos Humanos 33. Compromisso com a Prevenção do Trabalho Infantil e/ou Forçado 34. Compromisso com a Igualdade de Oportunidades (Discriminação) 35. Compromisso com o Voluntariado e/ou Filantropia 36. Compromisso com a Comunidade Local (Sociedade) 37. Compromisso com o Controlo de Perigos e Riscos Profissionais 38. Compromisso com a Prevenção de Acidentes de Trabalho 39. Compromisso com a Prevenção de Doenças Profissionais 40. Compromisso com a Prevenção de Lesões e Danos na Saúde 41. Compromisso com a Segurança de Produtos e/ou Serviços 42. Compromisso com os Recursos Humanos (Colaboradores) 43. Compromisso com a Responsabilidade Social 44. Compromisso com a Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho 45. Compromisso com as Outras Questões Sociais

Dimensão Integrada do Desenvolvimento Sustentável 46. Compromisso com a Conformidade Legal e Normativa 47. Compromisso com as Partes Interessadas (Stakeholders) 48. Compromisso com a Certificação de Sistemas de Gestão 49. Compromisso com a Auditoria a Sistemas de Gestão 50. Compromisso com a Formação, Qualificação e Competência 51. Compromisso com a Transparência, Integridade e/ou Respeito 52. Compromisso com a Gestão do Risco e Incerteza 53. Compromisso com a Melhoria Contínua 54. Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável (DS) 55. Compromisso com a Sustentabilidade Empresarial (SE) 56. Compromisso com a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) 57. Compromisso com o Corporate Governance (CG) 58. Compromisso com o Triple Bottom Line (TBL) 59. Compromisso com o Equilíbrio Económico, Ambiental e Social 60. Compromisso com o Sistema Integrado de Gestão (SIG)

Conceito (Tema, Palavra

e/ou Frase)

Política de

Ambiente

Política da

Segurança e Saúde do Trabalho

Política da

Qualidade, Ambiente e Segurança

Política Integrada da

Qualidade, Ambiente e Segurança

Política do

Sistema Integrado de Gestão

Política de

Desenvolvimento Sustentável

Política de

Sustentabilidade

Política de

Responsabilidade Social

Política de

Recursos Humanos

Política do Sistema de

Responsabilidade Empresarial

Política de

Gestão

Política Empresarial

Fonte: adaptado de várias referências bibliográficas.

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METODOLOGIA

78

3.4.7. Codificação dos Dados

A natureza exploratória da investigação, sustentou-se na técnica da análise de conteúdo, na perspetiva

da análise qualitativa dos compromissos em prol do desenvolvimento sustentável, que são assumidos

pela gestão de topo nos documentos que constituem a estratégia e políticas da organização, e que são

comunicados (divulgados) às partes interessadas através do website institucional. Segundo a técnica da

análise de conteúdo, a codificação61 dos dados baseou-se em assinalar a “presença” ou “ausência” de

compromissos em prol do desenvolvimento sustentável (ver Tabela 6), no contexto dos documentos

estratégicos analisados (Bardin, 2013, p. 134), isto é, cada item de uma determinada categoria/

subcategoria é analisado de forma dicotómica, ou seja, duas (2) alternativas mutuamente exclusivas:

“um” (1) ou “zero” (0), em que é atribuído ao “item” o valor de 1 (no caso de presença), quando há

divulgação na categoria, ou o valor de 0 (no caso de ausência), quando não há divulgação na categoria

(Abbott & Monsen, 1979, p. 504; Haniffa & Cooke, 2005, p. 405). Contudo, importa referir que este

procedimento de análise não permite caraterizar a qualidade da informação divulgada, simplesmente

reconhece se uma organização comunicou alguma informação relevante dentro de uma determinada

categoria (Frost, Jones, Loftus, & Laan, 2005). Para Bardin (2013), a abordagem qualitativa da análise

de conteúdo, baseada na presença ou ausência de conteúdos, recorre a indicadores não “frequenciais”

suscetíveis de permitir inferências analíticas (texto) através, por exemplo, da constituição de um índice.

3.4.8. Listas de Verificação

A monitorização dos conteúdos estratégicos (expressos na estratégia e políticas) divulgados no website

das organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança, no âmbito da comunicação do

compromisso para com o desenvolvimento sustentável, foi efetuada com auxílio de duas (2) listas de

verificação (checklists). A definição, estruturação e validação das listas de verificação visou uniformizar

todo o processo de recolha dos dados de investigação, no âmbito das quatro (4) categorias de análise

(dimensão económica, dimensão ambiental, dimensão social e dimensão integrada) e das sessenta

(60) subcategorias de análise, expressas em termos de itens de comunicação do compromisso para

com o desenvolvimento sustentável. As listas de verificação foram um elemento-chave no processo de

recolha dos dados, as quais foram preparadas e formatadas com o intuito de identificar a presença (1)

ou ausência (0) da divulgação de documentos e compromissos, e não a sua frequência (ver o Anexo I). 61Codificação é o “processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exata das características pertinentes do conteúdo” (Holsti, 1969, citado por Bardin, 2013, p. 129). Neste sentido, a “codificação corresponde a uma transformação – efetuada segundo regras precisas – dos dados em bruto do texto, transformação esta que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma representação do conteúdo, ou da sua expressão, suscetível de esclarecer o analista acerca das características do texto” (Bardin, 2013, p. 129). Segundo Moraes (1999), no processo de codificação o investigador, inicialmente, estabelece um código, o qual pode optar pela utilização de um código constituído por números (numérico) ou letras (alfabético), e a partir do mesmo codifica as unidades de análise que compõem a mensagem.

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METODOLOGIA

79

3.5. BASE DE DADOS DE INVESTIGAÇÃO

A metodologia de investigação teve como “pedra angular” uma base de dados de investigação, que foi

definida e estruturada de raiz no software Microsoft® Office® Excel® 2010. A base de dados integrou

informação atualizada: das organizações portuguesas certificadas em Qualidade, Ambiente, Segurança

e Saúde do Trabalho (QASST), até 31 de dezembro de 2013 (por consulta62 online da listagem geral de

empresas, serviços e produtos certificados, publicada no Guia de Empresas Certificadas 2014); das

organizações com os melhores desempenhos económicos e sociais no ano de 2013 (por consulta63 de

diversos rankings gerais desenvolvidos por jornais e revistas nacionais da especialidade, publicados em

2014 e 2015); das organizações pertencentes ao Setor Público Empresarial, à data de 31 de dezembro

de 2013 (por consulta64 online da lista de empresas do setor público, publicada pela Direção-Geral da

Administração e do Emprego Público (DGAEP), em fevereiro de 2014); bem como das organizações

pertencentes a grupos membros do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD

Portugal), à data de 30 de abril de 2015 (por consulta65 online da lista de membros BCSD Portugal,

publicada em abril de 2015). Outras informações relevantes sobre as organizações inseridas na base

de dados de investigação foram, posteriormente, completadas e validadas, por consulta online das

bases de dados de certificação das entidades certificadoras, da base de dados nacional66 – Sistemas

de Gestão Certificados do Instituto Português de Acreditação (IPAC) e da base de dados das empresas

portuguesas inserida no software GesContact® 2015. Assim, foram inseridas na base de dados várias

informações das organizações nacionais e internacionais certificadas QAS, com sede ou delegação em

Portugal. A base de dados ficou completa com a integração das categorias e subcategorias (itens) que

compõem as listas de verificação, e que sustentam a análise exploratória do website das organizações.

Posteriormente, a base de dados foi preenchida com os dados provenientes da análise de conteúdo

dos compromissos da gestão de topo divulgados no website, isto é, ao nível da visão, missão, valores,

objetivos, princípios de negócio, estratégia empresarial e das políticas da organização (Anexos VII e X).

62GEC. (2014). Guia de Empresas Certificadas 2014. 9ª Edição. Lisboa: Cem Palavras: www.cempalavras.pt/GEC_2014/PDF/LISTAGEM_GEC_2014.pdf. 63Rankings empresariais nacionais de caráter financeiro, económico e social, divulgados anualmente por diversos meios de comunicação (mass media): Caderno do Jornal Expresso, de 29 de Novembro 2014. 1000 Maiores. Edição N.º 2196, pp. 23–41. Publicação Anual. Revista do Jornal de Notícias, de 18 de Dezembro de 2014. 1000 Maiores Empresas. Edição N.º 200, pp. 31–58. Publicação Anual. Revista do Jornal Diário de Notícias, de 30 de Novembro de 2014. 1000 Maiores Empresas. Edição N.º 53189, pp. 76–114. Publicação Anual. Revista do Jornal Diário Económico, de 18 de Junho de 2015. PME Líder 2015. Edição N.º 6196, pp. 86–183. Publicação Anual. Revista Exame, de 1 de Fevereiro de 2014. 100 Melhores Empresas para Trabalhar. Edição N.º 358, pp. 24–28. Publicação Anual. Revista Exame, de 1 de Janeiro de 2015. 1000 Melhores PME em Portugal. Edição N.º 369, pp. 82–107. Publicação Anual. Revista Exame, de 1 de Novembro de 2014. 500 Maiores & Melhores. Edição Especial N.º 19, pp. 92–111. Publicação Anual. Suplemento do Jornal Diário Económico, de 17 de Dezembro de 2014. 100 Maiores Exportadoras. Edição N.º 6073, pp. 6–12. Publicação Anual. Suplemento do Jornal Diário Económico, de 3 de Dezembro de 2014. 1000 Maiores Empresas. Edição N.º 6064, pp. 29–43. Publicação Anual. 64DGAEP. (2014). Lista de Entidades do Setor Público Empresarial (Administração Central & Local: Setor Empresarial do Estado e Local), atualizada à data de 14 de fevereiro de 2014: http://www.dgaep.gov.pt/upload/DEEP/SIEP2014/DGAEP-DEEP_SIEP_2013_T4_SECTOR_EMPRESARIAL_17022014.pdf. 65BCSD. (2015). Lista de Membros BCSD Portugal, atualizada à data de 30 de abril de 2015: http://www.bcsdportugal.org/bcsd-portugal/membros-bcsd. 66IPAC. (2015). Base de Dados Nacional – Sistemas de Gestão Certificados do Instituto Português de Acreditação (IPAC), atualizada à data de 4 de agosto de 2014: http://www.ipac.pt/pesquisa/pesq_empcertif.asp (Nota: lista só entidades cujo sistema de gestão é certificado no âmbito da acreditação IPAC).

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METODOLOGIA

80

3.6. UNIVERSO E AMOSTRA DE INVESTIGAÇÃO

Segundo dados apurados através da base de dados de investigação, o universo (N) das organizações

certificadas, no âmbito dos Sistemas de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Ambiente (ISO 14001),

Segurança e Saúde do Trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397), era em 31 de dezembro de 2013, de

656 organizações (ver o Anexo VII). Sendo que destas, 184 (28,0%) organizações enquadram-se em

termos da dimensão do volume de vendas, entre as mil (1000) maiores empresas nacionais. Neste

universo, 483 (73,6%) organizações adotaram em termos de forma jurídica a designação de sociedade

anónima (S.A.) e, somente, 157 (23,9%) organizações adotaram a designação de sociedade por quotas

(LDA.). Entre as várias organizações que compõem este universo, 136 (20,7%) enquadram-se no

código de atividade económica designado por construção [28], o qual representa o setor com o maior

número de organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança, seguindo-se o setor dos

outros serviços [35] com 62 (9,5%) organizações. Em termos de atividade económica, este universo,

carateriza-se por possuir 379 (57,8%) organizações que pertencem ao setor secundário (Setor 2.º). No

que diz respeito à localização geográfica da sede das organizações, que formam o universo, constata-

se que os distritos de Lisboa e Porto são, de longe, os mais representativos, com respetivamente 234

(35,7%) e 99 (15,1%) organizações. Neste universo de organizações certificadas, 314 (47,9%) foram

alvo de exposição em pelo menos um ranking económico de referência nacional, publicado em jornal

ou revista (ver Nota 63). O universo da investigação é caraterizado por possuir 54 (8,2%) organizações,

em que a sua estrutura acionista estava enquadrada no setor público empresarial, no final de 2013. À

data da investigação, somente 129 (19,7%) organizações deste universo, pertenciam a um grupo

económico membro do BCSD Portugal. Em termos de relato de sustentabilidade, o universo de

investigação é caraterizado por 164 (25,0%) organizações, já ter publicado na Internet, nos últimos

anos, um qualquer relatório anual (relatório e contas e/ou relatório de sustentabilidade), em que é feita

referência direta aos seus indicadores de desempenho no âmbito económico, ambiental e/ou social.

Assim, para a atual investigação selecionou-se como amostra (n) um total de 540 (82,3%) organizações

portuguesas certificadas, no âmbito da Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), ou seja, todas as

organizações do universo que apresentavam na Internet o seu website67 institucional acessível, à data

da realização da análise exploratória de conteúdo. Tendo sido excluídas do grupo da amostra, todas as

9 (1,4%) organizações pertencentes ao universo, que apresentavam o website em construção (incluindo

o website em manutenção), bem como todas as 107 (16,3%) organizações, em que o seu website se

encontrava indisponível ou era mesmo inexistente, à data de 31 de julho de 2015 (ver o Anexo VIII). 67Elemento fulcral para a investigação, pois sustenta o corpus (documentos de análise) que, por sua vez, suporta a estratégia e políticas da organização.

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METODOLOGIA

81

3.7. VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO68

3.7.1. Variável Dependente

Índice de Comunicação do Compromisso

A literatura analisada disponibiliza vários índices de divulgação de informação, utilizados para medir a

mensagem comunicada, através da técnica da análise de conteúdo em relatórios anuais e websites

institucionais, no âmbito da Sustentabilidade Empresarial (SE), Responsabilidade Social Empresarial

(RSE) e Desenvolvimento Sustentável (DS). Os conteúdos estratégicos de compromisso que são

divulgados e comunicados às partes interessadas pela gestão de topo, no website da organização, sob

a forma da estratégia e políticas, são medidos no âmbito da presente investigação com recurso a um

índice que expressa o nível de compromisso da organização para com as dimensões (económica,

ambiental, social e integrada) do desenvolvimento sustentável. A equação matemática (1) encontra-se

fundamentada, no geral, em diversos estudos sobre o tema da divulgação de informação, no âmbito da

sustentabilidade empresarial, responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável

(Bansal, 2005, pp. 206–207; Haniffa & Cooke, 2005, p. 406; Branco & Rodrigues, 2008, p. 694; Dias,

2009, p. 76; Bayoud, Kavanagh, & Slaughter, 2012, p. 18; Silva, 2013, p. 32; Abd-Mutalib, Jamil, &

Wan-Hussin, 2014, pp. 245–246; Amran, Ooi, Mydin, & Devi, 2015, p. 557). A variável dependente foi

estabelecida para determinar por organização (j), certificada em Qualidade, Ambiente e Segurança

(QAS), o Índice de Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável (ICCDSj):

(1)

Onde, para a organização j, temos que: ICCDSj = Índice de Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito dos conteúdos estratégicos divulgados através do website institucional da organização j, certificada em QAS;

N = é o número máximo de itens relevantes de compromisso que a organização pode comunicar;

Ci = toma o valor de um (1), se o item de compromisso i é comunicado, e de zero (0), senão comunicado;

j = j-ésima organização certificada em QAS, com website acessível, com j = 1, …, n;

i = i-ésimo item de compromisso (subcategorias) do índice estabelecido, com i = 1, …, n;

n = número total de organizações e/ou itens de compromisso, que suportam o índice estabelecido;

Assim sendo, temos N = 60 e, por sua vez, n assume na série os valores: j = 1,…, 540 | i = 1, …, 60.

Então, 0 ≤ ICCDSj ≤ 1, ou seja, o Índice de Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável (ICCDS) assume o valor de um (1), quando todos os itens de compromisso são comunicados nos conteúdos estratégicos divulgados no website da organização e, toma, o valor de zero (0), caso contrário. O índice (ICCDS) proposto foi formatado e é calculado de forma automática na base de dados de investigação,

tendo por base a “presença” (1) ou “ausência” (0) de compromissos da organização divulgados no website. 68Na investigação a variável dependente é uma variável quantitativa contínua, que assume valores dentro do intervalo “zero” e “um” [0;1] e, por sua vez, as variáveis independentes são variáveis qualitativas nominais, do tipo dummy, dicotómica ou binária, e assumem valores iguais a “zero” ou “um” (0;1).

∑=

=n

1i

iDSj N

cICC

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METODOLOGIA

82

3.7.2. Variáveis Independentes

Dimensão de Vendas da Organização

Na investigação a variável Dimensão de Vendas da Organização (DVO) visa monitorizar o volume de

negócios ou faturação, em euros (€), no ano de 2013. Esta variável independente assume valor de

“um” (1 = “Maior”), no caso da organização fazer parte de um dos seguintes rankings nacionais: “100

Maiores Exportadoras” (Suplemento do Diário Económico), “500 Maiores & Melhores” (Revista Exame)

ou “1000 Maiores Empresas” (Revistas do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Diário Económico e

Expresso), e toma o valor de “zero” (0 = “Outra”), no caso de não estar contemplada (ver Nota 63).

Forma Jurídica da Organização

Na investigação a variável Forma Jurídica da Organização (FJO) pretende monitorizar o tipo de forma

jurídica, mais usual ou comum, entre as várias organizações portuguesas certificadas no âmbito da

qualidade, ambiente e segurança (QAS). Esta variável independente assume, assim, valor de “um” (1 =

“S.A.”), no caso da organização assumir a forma jurídica de Sociedade Anónima (S.A.), e toma o valor

de “zero” (0 = “Outra”), no caso da organização possuir outra qualquer forma jurídica, tais como, por

exemplo: a sociedade por quotas (LDA.), cooperativa (CRL.), empresa municipal (E.M.), entre outras.

Setor de Atividade da Organização

Na investigação a variável Setor de Atividade da Organização (SAO), pretende monitorizar o tipo de

setor de atividade, mais usual ou comum, entre as várias organizações portuguesas certificadas no

âmbito da qualidade, ambiente e segurança (QAS). Esta variável independente assume, assim, valor de

“um” (1 = “Setor 2.º”), no caso da organização pertencer ao setor secundário (setor industrial,

construção, etc.), e “zero” (0 = “Outro”), no caso da organização pertencer a outro setor, tais como: o

setor primário (setor agrícola, pescas, exploração mineira, etc.) ou o setor terciário (setor dos serviços).

Localização Geográfica da Organização

Na investigação a variável Localização Geográfica da Organização (LGO) pretende monitorizar em

termos de distrito, a localização geográfica da sede da organização, que é mais usual ou comum, entre

as várias organizações portuguesas certificadas no âmbito da qualidade, ambiente e segurança (QAS).

Esta variável independente assume o valor de “um” (1 = “Lisboa & Setúbal”), no caso da sede da

organização se localizar geograficamente nos distritos de Lisboa ou Setúbal, e assume o valor de

“zero” (0 = “Outra”), no caso desta se localizar num outro qualquer distrito ou região autónoma (ilhas).

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METODOLOGIA

83

Exposição nos Rankings dos Media

Na investigação a variável Exposição nos Rankings dos Media (ERM) visa monitorizar a exposição das

organizações nos rankings publicados pelos media. Esta variável independente assume valor de “um”

(1 = “Exposta”), no caso da organização estar exposta num dos rankings nacionais (ver Nota 63): “100

Maiores Exportadoras” (Suplemento do Diário Económico), “100 Melhores Empresas para Trabalhar”,

“500 Maiores & Melhores” e “1000 Melhores PME em Portugal” (Revista Exame), “1000 Maiores

Empresas” (Revistas do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Diário Económico e Expresso) ou “PME

Líder 2015” (Revista do Diário Económico), e toma valor de “zero” (0 = “Não”), no caso de não estar.

Setor Público Empresarial

Na investigação a variável Setor Público Empresarial (SPE) visa monitorizar as organizações que de

acordo com o artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, pertencem ao setor público

empresarial (empresas da administração central e local), o qual contempla o setor empresarial do

Estado (empresas públicas e empresas participadas) e o setor empresarial local. Esta variável

independente assume valor de “um” (1 = “Pública”), no caso da estrutura acionista da organização ter

possuído capitais públicos, no final de 2013, e toma o valor de “zero” (0 = “Privada”), caso contrário.

Grupo Membro do BCSD Portugal

Na investigação a variável Grupo Membro do BCSD Portugal (GMB) visa monitorizar as organizações

portuguesas certificadas em qualidade, ambiente e segurança (QAS), em que a sua estrutura acionista

enquadra, em termos percentuais, um qualquer grupo económico membro do Conselho Empresarial

para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal). Esta variável independente assume, assim, valor

de “um” (1 = “Membro”), no caso da estrutura acionista da organização enquadrar um grupo membro

do BCSD Portugal, e toma o valor de “zero” (0 = “Não”), no caso de esta não enquadrar (ver Nota 65).

Relato de Sustentabilidade na Internet

Na investigação a variável Relato de Sustentabilidade na Internet (RSI) visa monitorizar a publicação e

divulgação de relatórios anuais (relatório e contas e/ou relatório de sustentabilidade) na Internet, onde

é feita referência direta ou indireta aos indicadores de desempenho económico, ambiental e social de

uma organização certificada em qualidade, ambiente e segurança (QAS). Esta variável independente

assume o valor de “um” (1 = “Relatório”), no caso de existir referências sobre sustentabilidade nos

relatórios anuais da organização, e toma o valor de “zero” (0 = “Não”), no caso de não haver menção.

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METODOLOGIA

84

3.8. RECOLHA E TRATAMENTO DOS DADOS

3.8.1. Recolha dos Dados

Em investigação, a “análise de conteúdo é uma técnica refinada, delicada, e requer muita dedicação,

paciência e tempo para satisfazer a curiosidade do investigador” (Freitas & Janissek, 2000, p. 49).

Neste sentido, no processo de investigação a atividade de recolha de dados (análise exploratória da

informação divulgada no website das organizações certificadas em QAS, com recurso a duas listas de

verificação), ocorreu em duas fases distintas. Numa primeira fase, que ocorreu entre os meses de maio

e julho de 2015, foi realizada uma análise exaustiva ao website das organizações, que constituem a

amostra, tendo-se procedido, inicialmente, ao levantamento e recolha da informação e documentos

divulgados (corpus), que constituem a estratégia e políticas (visão, missão, valores, objetivos, princípios

de negócio, estratégia empresarial e políticas da organização) e, posteriormente, procedeu-se à

codificação e categorização dos vários compromissos assumidos pela gestão de topo em prol do

desenvolvimento sustentável, nesta fase, o tempo estimado para análise de conteúdo por organização,

foi em média, aproximadamente, de 25 minutos. Numa segunda fase, que ocorreu entre os meses de

julho e agosto de 2015, procedeu-se à validação dos procedimentos de codificação e categorização dos

compromissos divulgados na estratégia e políticas da organização, nesta fase, o tempo estimado para

análise de conteúdo por organização, foi em média, aproximadamente, de 15 minutos. Todos os dados

recolhidos foram integrados na base de dados de investigação, sob diversos formatos, tais como: texto,

números, códigos (0;1), links, e documentos eletrónicos69 (ficheiros informáticos de diversos formatos).

3.8.2. Tratamento dos Dados

A informação apurada na base de dados de investigação foi sujeita, posteriormente, ao processo de

tratamento estatístico, o qual visou encontrar cientificamente respostas estatísticas válidas para as

questões e hipóteses de investigação formuladas. O tratamento estatístico foi realizado com recurso ao

software IBM® SPSS® Statistics 22 (Statistical Package for the Social Sciences), sendo os dados da

investigação, posteriormente, tratados graficamente com auxílio do software Microsoft® Office® Excel®

2010. A análise estatística realizada visou tratar os dados qualitativos e quantitativos da investigação,

segundo uma perspetiva de análise univariada, bivariada e multivariada. O tratamento estatístico dos

dados de investigação foi a última atividade desenvolvida, no âmbito da metodologia de investigação

planeada para o atual estudo, como se verifica no fluxograma do processo de investigação (Figura 18). 69Os documentos divulgados pela organização no seu website, os quais constituem na investigação o corpus da análise de conteúdo, são publicados sob diversos formatos: PDF – Portable Document Format |HTML – Hyper Text Markup Language | PHP – Hypertext Preprocessor | ASPX – Active Server Page Extended | JSP – Java Server Pages | | JPEG – Joint Photographic Experts Group | PNG – Portable Network Graphics | SWF – Shockwave Flash | Etc.

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

85

Capítulo 4

RESULTADOS

RESUMO No presente capítulo apresenta-se a análise de resultados e a discussão de resultados. A análise de resultados contempla a análise descritiva (análise gráfica), a análise univariada, a análise bivariada e a análise multivariada. Os resultados da investigação foram obtidos todos na sequência do processo de tratamento dos dados de investigação, através dos softwares IBM® SPSS® Statistics e Microsoft® Excel®.

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RESULTADOS

86

4. RESULTADOS

4.1. ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1.1. Análise Descritiva

No seguimento do estudo (investigação) realizado, constatou-se que 540 organizações certificadas em

Qualidade (ISO 9001), Ambiente (ISO 14001), Segurança e Saúde do Trabalho (BS OHSAS 18001/NP

4397), à data de 31 de dezembro de 2013, disponham no final do primeiro semestre de 2015 de um

website acessível na Internet. Através do qual promovem, no geral, a divulgação de vários conteúdos

relacionadas com a estratégia e políticas, adotadas pela gestão de topo para a organização. Entre os

conteúdos mais divulgados pelas organizações certificadas em Qualidade, Ambiente, Segurança e

Saúde do Trabalho (QASST), destacam-se as declarações da “Visão”, “Missão”, “Valores”, “Objetivos”,

“Princípios de Negócio”, “Estratégia Empresarial” e “Políticas da Organização”, geralmente, publicadas

no separador “Quem Somos” do website. O gráfico da Figura 21 mostra que a declaração da Visão é

divulgada no website institucional por 232 (43,0%) organizações, a Missão por 347 (64,3%), os Valores

por 282 (52,2%), os Objetivos por 84 (15,6%), os Princípios de Negócio por 186 (34,4%), a Estratégia

Empresarial por 78 (14,4%) e, por último, as Políticas da Organização por 386 (71,5%) organizações.

Figura 21 – Organizações que divulgam as declarações da estratégia e políticas no website.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

Por sua vez, as “Políticas da Organização” são publicadas, geralmente, no website sob a forma de

treze (13) designações distintas. Assim, pela análise do gráfico da Figura 22, constata-se que a Política

da Qualidade, bem como a Política de Ambiente são divulgadas no website institucional por 46 (8,5%)

organizações, a Política da Segurança e Saúde do Trabalho por 51 (9,4%), a Política da Qualidade,

Ambiente e Segurança por 135 (25,0%), a Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança por

41 (7,6%), a Política do Sistema Integrado de Gestão por 35 (6,5%), a Política de Desenvolvimento

Sustentável por 7 (1,3%), a Política de Sustentabilidade por 21 (3,9%), a Política de Responsabilidade

232

347

282

84

186

78

386

0 100 200 300 400

Visão

Missão

Valores

Objetivos

Princípios de Negócio

Estratégia Empresarial

Políticas da Organização

Número de Organizações

Estratégia & Políticas (Declarações)

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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RESULTADOS

87

Social por 30 (5,6%), a Política de Recursos Humanos por 27 (5,0%), a Política do Sistema de

Responsabilidade Empresarial por 19 (3,5%), a Política de Gestão por 42 (7,8%) e, por fim, a Política

Empresarial por 56 (10,4%) organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança. A “Política

da Qualidade, Ambiente e Segurança” é entre todas as políticas da organização a designação mais

frequente, sendo a mesma adotada por um quarto (¼) das organizações que constituem esta amostra.

Figura 22 – Organizações que divulgam as políticas da organização no website.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

Importa, neste momento, referir que muitas destas declarações expressas pela gestão de topo, no

âmbito da fundamentação da estratégia e políticas da organização, são alvo de publicação em vários

outros documentos de gestão organizacional que se encontram disponíveis no website institucional das

organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança. O gráfico da Figura 23 apresenta uma

relação dos principais documentos de gestão organizacional divulgados no website das organizações.

Entre os doze (12) documentos mais “publicados e divulgados” no website, temos o Relatório e Contas

e o Relatório de Sustentabilidade, divulgados por 153 (28,3%) e 69 (12,8%) organizações, bem como o

Relatório de Responsabilidade Social por 10 (1,9%), o Relatório de Governo Societário por 31 (5,7%), o

Código de Conduta e Ética por 50 (9,3%), o Código de Conduta por 69 (12,8%), o Código de Ética por

35 (6,5%), a Declaração Ambiental por 16 (3,0%), o Manual do Sistema Integrado de Gestão por 18

(3,3%), o Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas por 33 (6,1%), o Relatório

Síntese – Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas por 26 (4,8%) e, por fim, os

Certificados de Conformidade por 197 (36,5%) organizações. Na investigação todos estes documentos

foram tidos como importantes, pois reúnem nas declarações vários compromissos da gestão de topo.

46

46

51

135

41

35

7

21

30

27

19

42

56

0 50 100 150

Política da Qualidade

Política de Ambiente

Política da Segurança e Saúde do Trabalho

Política da Qualidade, Ambiente e Segurança

Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança

Política do Sistema Integrado de Gestão

Política de Desenvolvimento Sustentável

Política de Sustentabilidade

Política de Responsabilidade Social

Política de Recursos Humanos

Política do Sistema de Responsabilidade Empresarial

Política de Gestão

Política Empresarial

Número de Organizações

Política da Organização (Declarações)

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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RESULTADOS

88

Figura 23 – Organizações que divulgam documentos de gestão organizacional no website.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

Entre todos os documentos divulgados pelas organizações no website destaca-se pela importância dos

conteúdos publicados o “Relatório e Contas” e o “Relatório de Sustentabilidade”, ambos documentos

de gestão com publicação anual que contemplam, geralmente, informação muito relevante no âmbito

das dimensões económica, ambiental e social do desenvolvimento sustentável. Verifica-se pela análise

do gráfico da Figura 24, que entre 1998 e 2012, ocorreu um crescimento acentuado da publicação e

divulgação destes relatórios nos websites, contudo, constata-se um decréscimo nos últimos dois (2)

anos, o que pode evidenciar falhas no processo de atualização dos conteúdos do website. Tendo como

referência o ano de 2013, verificou-se que o “Relatório e Contas” e o “Relatório de Sustentabilidade”

foram alvo de publicação e divulgação no website por 116 (21,5%) e 43 (8,0%) organizações do estudo.

Figura 24 – Organizações que publicaram anualmente relatórios de gestão no website.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

153

69

10

31

50

69

35

16

18

33

26

197

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225

Relatório e Contas

Relatório de Sustentabilidade

Relatório de Responsabilidade Social

Relatório de Governo Societário

Código de Conduta e Ética

Código de Conduta

Código de Ética

Declaração Ambiental

Manual do Sistema Integrado de Gestão

Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas

Relatório Síntese – Plano de Gestão de Riscos de Corrupção …

Certificados de Conformidade dos Sistemas de Gestão

Número de Organizações

Documento de Gestão Organizacional

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

16

434351

434235

2923

1514

432100

98

116120

115

100

8374

6254

4336

2114

63210

20

40

60

80

100

120

20142013201220112010200920082007200620052004200320022001200019991998

Ano de Publicação do Relatório

Número de Organizações

Relatório de Sustentabilidade

Relatório e Contas

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RESULTADOS

89

No âmbito dos documentos publicados no website destacam-se também pela sua relevância para o

tema da investigação os “Certificados de Conformidade dos Sistemas de Gestão”. Pela análise do

gráfico da Figura 25, verifica-se que o “Certificado de Conformidade” é publicado e divulgado no

website no âmbito da certificação dos sistemas de gestão da Qualidade (ISO 9001) por 195 (36,1%)

organizações, do Ambiente (ISO 14001) por 184 (34,1%), da Segurança e Saúde do Trabalho (BS

OHSAS 18001) por 181 (33,5%) e da Responsabilidade Social (SA 8000) por 17 (3,1%) organizações.

Figura 25 – Organizações que divulgam certificados de conformidade no website.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

Tendo por base que o objeto de estudo da investigação se centra na análise dos compromissos com o

desenvolvimento sustentável, que são assumidos e comunicados pela gestão de topo, no âmbito da

estratégia e políticas da organização, importa agora mostrar como esses compromissos se distribuem

e classificam no seio da informação divulgada no website institucional. O gráfico da Figura 26 mostra

que da análise da estratégia e políticas das 540 organizações foi contemplada a presença de 11165

compromissos (itens) com o desenvolvimento sustentável, distribuídos pela “Dimensão Económica”,

“Dimensão Ambiental”, “Dimensão Social” e “Dimensão Integrada”, segundo as seguintes proporções:

3309 (29,6%), 2500 (22,4%), 3041 (27,2%) e 2315 (20,7%). Apresenta-se, na Tabela 7 e no gráfico da

Figura 27, uma relação quantificada (N e %) dos 60 compromissos comunicados pelas organizações.

Figura 26 – Relação dos compromissos com o desenvolvimento sustentável por dimensão.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

195

184

6

181

92

17

2

0 50 100 150 200 250

Qualidade (ISO 9001)

Ambiente (ISO 14001)

Ambiente (EMAS III)

Segurança e Saúde do Trabalho (BS OHSAS 18001)

Segurança e Saúde do Trabalho (NP 4397)

Responsabilidade Social (SA 8000)

Responsabilidade Social (NP 4469-1)

Número de Organizações

Certificado de Conformidade do Sistema de Gestão

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

3309

2500

3041

2315

0 1000 2000 3000 4000

Dimensão Económica

Dimensão Ambiental

Dimensão Social

Dimensão Integrada

Número de Organizações

Dimensão do Desenvolvimento Sustentável

Compromissos com o Desenvolvimento Sustentável Divulgados pelas Organizações Certificadas – QASST

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RESULTADOS

90

Tabela 7 – Organizações que comunicam compromissos no âmbito do desenvolvimento sustentável. DIMENSÃO COMPROMISSO COMUNICADO PELA ORGANIZAÇÃO N %

DIMENSÃO ECONÓMICA

01. Compromisso com os Clientes (Consumidores) 455 84,3 02. Compromisso com os Acionistas (Shareholders) 208 38,5 03. Compromisso com o Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) 232 43,0 04. Compromisso com o Tratamento de Reclamações 24 4,4 05. Compromisso com a Satisfação dos Clientes 380 70,4 06. Compromisso com a Concorrência Leal 72 13,3 07. Compromisso com a Anticorrupção (Antissuborno) 110 20,4 08. Compromisso com as Relações de Parceria com Fornecedores 283 52,4 09. Compromisso com a Qualidade dos Produtos e/ou Serviços 332 61,5 10. Compromisso com a Rotulagem de Produtos e/ou Serviços 15 2,8 11. Compromisso com a Investigação, Desenvolvimento e Inovação 286 53,0 12. Compromisso com o Impacto na Economia Global (Crescimento) 155 28,7 13. Compromisso com a Informação Financeira (Relato Financeiro) 29 5,4 14. Compromisso com a Gestão da Qualidade 382 70,7 15. Compromisso com as Outras Questões Económicas 346 64,1

DIMENSÃO AMBIENTAL

16. Compromisso com a Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa) 253 46,9 17. Compromisso com o Controlo dos Aspetos e Impactes Ambientais 296 54,8 18. Compromisso com a Prevenção e Controlo da Poluição Ambiental 295 54,6 19. Compromisso com a Prevenção dos Acidentes Industriais Graves 37 6,9 20. Compromisso com a Prevenção das Alterações Climáticas 21 3,9 21. Compromisso com a Eficiência Energética (Consumo de Energia) 147 27,2 22. Compromisso com a Gestão de Resíduos (Reciclagem) 183 33,9 23. Compromisso com a Gestão das Emissões Atmosféricas 60 11,1 24. Compromisso com o Tratamento de Águas Residuais (Efluentes) 48 8,9 25. Compromisso com a Biodiversidade (Ecologia dos Ecossistemas) 36 6,7 26. Compromisso com a Sustentabilidade 175 32,4 27. Compromisso com a Conservação dos Recursos Naturais 209 38,7 28. Compromisso com a Responsabilidade Ambiental 121 22,4 29. Compromisso com a Gestão Ambiental 386 71,5 30. Compromisso com as Outras Questões Ambientais 233 43,1

DIMENSÃO SOCIAL

31. Compromisso com a Ética e/ou Conduta Empresarial 226 41,9 32. Compromisso com os Direitos Humanos 130 24,1 33. Compromisso com a Prevenção do Trabalho Infantil e/ou Forçado 106 19,6 34. Compromisso com a Igualdade de Oportunidades (Discriminação) 166 30,7 35. Compromisso com o Voluntariado e/ou Filantropia 58 10,7 36. Compromisso com a Comunidade Local (Sociedade) 276 51,1 37. Compromisso com o Controlo de Perigos e Riscos Profissionais 273 50,6 38. Compromisso com a Prevenção de Acidentes de Trabalho 149 27,6 39. Compromisso com a Prevenção de Doenças Profissionais 84 15,6 40. Compromisso com a Prevenção de Lesões e Danos na Saúde 183 33,9 41. Compromisso com a Segurança de Produtos e/ou Serviços 68 12,6 42. Compromisso com os Recursos Humanos (Colaboradores) 413 76,5 43. Compromisso com a Responsabilidade Social 214 39,6 44. Compromisso com a Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho 394 73,0 45. Compromisso com as Outras Questões Sociais 301 55,7

DIMENSÃO INTEGRADA

46. Compromisso com a Conformidade Legal e Normativa 391 72,4 47. Compromisso com as Partes Interessadas (Stakeholders) 244 45,2 48. Compromisso com a Certificação de Sistemas de Gestão 48 8,9 49. Compromisso com a Auditoria a Sistemas de Gestão 14 2,6 50. Compromisso com a Formação, Qualificação e Competência 377 69,8 51. Compromisso com a Transparência, Integridade e/ou Respeito 235 43,5 52. Compromisso com a Gestão do Risco e Incerteza 41 7,6 53. Compromisso com a Melhoria Contínua 399 73,9 54. Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável (DS) 179 33,1 55. Compromisso com a Sustentabilidade Empresarial (SE) 9 1,7 56. Compromisso com a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) 16 3,0 57. Compromisso com o Corporate Governance (CG) 50 9,3 58. Compromisso com o Triple Bottom Line (TBL) 2 0,4 59. Compromisso com o Equilíbrio Económico, Ambiental e Social 109 20,2 60. Compromisso com o Sistema Integrado de Gestão (SIG) 201 37,2

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

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RESULTADOS

91

Figura 27 – Organizações que divulgam compromissos com o desenvolvimento sustentável.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

455208

23224

38072

110283

33215

286155

29382

346253

296295

3721

147183

6048

36175

209121

386233

226130

106166

58276273

14984

18368

413214

394301

391244

4814

377235

41399

179916

502

109201

0 100 200 300 400 500

Clientes (Consumidores) [01]Acionistas (Shareholders) [02]

Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) [03]Tratamento de Reclamações [04]

Satisfação dos Clientes [05]Concorrência Leal [06]

Anticorrupção (Antissuborno) [07]Relações de Parceria com Fornecedores [08]

Qualidade dos Produtos e/ou Serviços [09]Rotulagem de Produtos e/ou Serviços [10]

Investigação, Desenvolvimento e Inovação [11]Impacto na Economia Global (Crescimento) [12]

Informação Financeira (Relato Financeiro) [13]Gestão da Qualidade [14]

Outras Questões Económicas [15]Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa) [16]Controlo dos Aspetos e Impactes Ambientais [17]Prevenção e Controlo da Poluição Ambiental [18]Prevenção dos Acidentes Industriais Graves [19]

Prevenção das Alterações Climáticas [20]Eficiência Energética (Consumo de Energia) [21]

Gestão de Resíduos (Reciclagem) [22]Gestão das Emissões Atmosféricas [23]

Tratamento de Águas Residuais (Efluentes) [24]Biodiversidade (Ecologia dos Ecossistemas) [25]

Sustentabilidade [26]Conservação dos Recursos Naturais [27]

Responsabilidade Ambiental [28]Gestão Ambiental [29]

Outras Questões Ambientais [30]Ética e/ou Conduta Empresarial [31]

Direitos Humanos [32]Prevenção do Trabalho Infantil e/ou Forçado [33]Igualdade de Oportunidades (Discriminação) [34]

Voluntariado e/ou Filantropia [35]Comunidade Local (Sociedade) [36]

Controlo de Perigos e Riscos Profissionais [37]Prevenção de Acidentes de Trabalho [38]Prevenção de Doenças Profissionais [39]

Prevenção de Lesões e Danos na Saúde [40]Segurança de Produtos e/ou Serviços [41]

Recursos Humanos (Colaboradores) [42]Responsabilidade Social [43]

Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho [44]Outras Questões Sociais [45]

Conformidade Legal e Normativa [46]Partes Interessadas (Stakeholders) [47]Certificação de Sistemas de Gestão [48]

Auditoria a Sistemas de Gestão [49]Formação, Qualificação e Competência [50]

Transparência, Integridade e/ou Respeito [51]Gestão do Risco e Incerteza [52]

Melhoria Contínua [53]Desenvolvimento Sustentável (DS) [54]Sustentabilidade Empresarial (SE) [55]

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) [56]Corporate Governance (CG) [57]

Triple Bottom Line (TBL) [58]Equilíbrio Económico, Ambiental e Social [59]

Sistema Integrado de Gestão (SIG) [60]

Número de Organizações

Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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RESULTADOS

92

4.1.2. Análise Univariada

Na investigação realizada foram consideradas no tratamento estatístico nove (9) variáveis, ou seja, uma

(1) variável dependente denominada por “Índice de Comunicação do Compromisso” (ICC) e oito (8)

variáveis independentes, que se passam a enumerar: a “Dimensão de Vendas da Organização” (DVO),

a “Forma Jurídica da Organização” (FJO), o “Setor de Atividade da Organização” (SAO), a “Localização

Geográfica da Organização” (LGO), a “Exposição nos Rankings dos Media” (ERM), o “Setor Público

Empresarial” (SPE), o “Grupo Membro do BCSD Portugal” (GMB) e, por último, o “Relato de

Sustentabilidade na Internet” (RSI). Na investigação a variável dependente é uma variável quantitativa

contínua, que assume valores dentro do intervalo de “zero” e “um” [0;1] e, por sua vez, as variáveis

independentes são todas variáveis qualitativas nominais ou categóricas, do tipo dummy, dicotómica ou

binária, e assumem, assim, valores de “zero” ou “um” (0;1), como se pode constatar pela Tabela 8.

Tabela 8 – Caraterização das variáveis de investigação (dependente e independentes). VARIÁVEL DEPENDENTE TIPOLOGIA VALORES

ICC Índice de Comunicação

do Compromisso Quantitativa Contínua 0 ≤ ICC ≤ 1

VARIÁVEL INDEPENDENTE TIPOLOGIA VALORES

DVO

Dimensão de Vendas da Organização

Qualitativa Nominal 0 = “Outra” 1 = “Maior”

FJO

Forma Jurídica da Organização

Qualitativa Nominal 0 = “Outra” 1 = “S.A.”

SAO

Setor de Atividade da Organização

Qualitativa Nominal 0 = “Outro”

1 = “Setor 2.º”

LGO

Localização Geográfica da Organização

Qualitativa Nominal 0 = “Outra”

1 = “Lisboa & Setúbal”

ERM

Exposição nos Rankings dos Media

Qualitativa Nominal 0 = “Não”

1 = “Exposta”

SPE Setor Público

Empresarial Qualitativa Nominal

0 = “Privada” 1 = “Pública”

GMB Grupo Membro

do BCSD Portugal Qualitativa Nominal

0 = “Não” 1 = “Membro”

RSI Relato de Sustentabilidade

na Internet Qualitativa Nominal

0 = “Não” 1 = “Relatório”

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

Na amostra formada por 540 organizações a variável dependente, denominada Índice de Comunicação

do Compromisso (ICC), apresenta em termos de resultados apurados um valor de média igual a 0,345

e, por sua vez, o valor mínimo é igual a 0,000 e o valor máximo é igual a 0,833, conforme a Tabela 9.

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RESULTADOS

93

Tabela 9 – Parâmetros descritivos de caraterização estatística da variável dependente. ÍNDICE DE COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO (ICC)

N MINÍMO MÁXIMO SOMA MÉDIA DESVIO PADRÃO VARIÂNCIA

540 0,000 0,833 186,083 0,34460 0,203768 0,042

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

O gráfico da Figura 28 mostra as oito (8) variáveis independentes distribuídas dicotomicamente pelas

suas duas (2) categorias (“0” e “1”). A variável Dimensão de Vendas da Organização (DVO) agrega 380

(70,4%) organizações na categoria “Outra” e as restantes 160 (29,6%) na categoria “Maior”, a variável

Forma Jurídica da Organização (FJO) agrega 142 (26,3%) organizações na categoria “Outra” e as

restantes 398 (73,7%) na categoria “S.A.”, a variável Setor de Atividade da Organização (SAO) agrega

225 (41,7%) organizações na categoria “Outro” e as restantes 315 (58,3%) na categoria “Setor 2.º”, a

variável Localização Geográfica da Organização (LGO) agrega 310 (57,4%) organizações na categoria

“Outra” e as restantes 230 (42,6%) na categoria “Lisboa & Setúbal”, a variável Exposição nos Rankings

dos Media (ERM) agrega 257 (47,6%) organizações na categoria “Não” e as restantes 283 (52,4%) na

categoria “Exposta”, a variável Setor Público Empresarial (SPE) agrega 490 (90,7%) organizações na

categoria “Privada” e as restantes 50 (9,3%) na categoria “Pública”, a variável Grupo Membro do BCSD

Portugal (GMB) agrega 442 (81,9%) organizações na categoria “Não” e as restantes 98 (18,1%) na

categoria “Membro” e, por último, a variável Relato de Sustentabilidade na Internet (RSI) agrega 376

(69,6%) organizações na categoria “Não” e as outras restantes 164 (30,4%) na categoria “Relatório”.

Figura 28 – Organizações enquadradas nas categorias das variáveis independentes.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

380

142

225

310

257

490

442

376

160

398

315

230

283

50

98

164

0 100 200 300 400 500 600

Dimensão de Vendas da Organização (DVO)

Forma Jurídica da Organização (FJO)

Setor de Atividade da Organização (SAO)

Localização Geográfica da Organização (LGO)

Exposição nos Rankings dos Media (ERM)

Setor Público Empresarial (SPE)

Grupo Membro do BCSD Portugal (GMB)

Relato de Sustentabilidade na Internet (RSI)

Número de Organizações

Variável Independente (Categorias de Análise)

Categoria "0"Categoria "1"

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RESULTADOS

94

4.1.3. Análise Bivariada

A análise bivariada visa o estudo da relação da variável dependente com cada variável independente. A

Tabela 10 mostra os resultados da relação estabelecida entre a variável dependente por categoria (“0”

e “1”) de cada variável independente. Constata-se que com exceção da variável independente Setor de

Atividade da Organização todos os valores da média do Índice de Comunicação do Compromisso

obtidos dentro da categoria “1” das variáveis independentes são superiores aos valores da média da

categoria “0”, bem como ainda superiores ao valor da média (0,34460) da variável dependente (ICC).

Tabela 10 – Resultados estatísticos da análise descritiva da relação entre as variáveis em estudo.

VARIÁVEL DEPENDENTE

ÍNDICE DE COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO (ICC) INDEPENDENTE Categoria N Média Soma Desvio Padrão Variância

DVO

Dimensão de Vendas da Organização

0 Outra 380 0,30934 117,550 0,190537 0,036

1 Maior 160 0,42833 68,533 0,210219 0,044

FJO

Forma Jurídica da Organização

0 Outra 142 0,27207 38,633 0,180070 0,032

1 S.A. 398 0,37048 147,450 0,205678 0,042

SAO

Setor de Atividade da Organização

0 Outro 225 0,35170 79,133 0,205084 0,042

1 Setor 2.º 315 0,33952 106,950 0,202998 0,041

LGO

Localização Geográfica da Organização

0 Outra 310 0,31570 97,867 0,205329 0,042

1 Lisboa & Setúbal 230 0,38355 88,217 0,195414 0,038

ERM

Exposição nos Rankings dos Media

0 Não 257 0,33470 86,017 0,197953 0,039

1 Exposta 283 0,35359 100,067 0,208851 0,044

SPE Setor Público

Empresarial 0 Privada 490 0,32105 157,317 0,197031 0,039

1 Pública 50 0,57533 28,767 0,097197 0,009

GMB Grupo Membro

do BCSD Portugal 0 Não 442 0,29823 131,817 0,182884 0,033

1 Membro 98 0,55374 54,267 0,157070 0,025

RSI Relato de Sustentabilidade

na Internet 0 Não 376 0,27606 103,800 0,177602 0,032

1 Relatório 164 0,50173 82,283 0,170464 0,029 Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

O estudo estatístico da relação entre as variáveis (dependente e independentes) foi realizado com

recurso a um teste não paramétrico, visto não terem sido satisfeitos os pressupostos de aplicação dos

testes paramétricos70 (ver Anexo IX), “nomeadamente a normalidade da variável sob estudo e a

homogeneidade de variâncias entre os grupos” (Maroco, 2003, p. 169). O teste de Mann-Whitney

(teste U) foi o teste não paramétrico utilizado, “o qual compara o centro de localização de duas

amostras, como forma de detetar diferenças entre as duas populações correspondentes” (Pestana &

Gageiro, 2009, p. 446). O teste – U de Mann-Whitney baseia-se nas ordenações da variável, e não em 70Maroco (2003, p. 111) numa abordagem à normalidade e à homogeneidade de variâncias das variáveis refere que “para testar a normalidade, o teste mais utilizado é o teste Kolmogorov-Smirnov, enquanto que para testar a homogeneidade das variâncias o teste de Levene é um dos mais potentes”.

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RESULTADOS

95

parâmetros da distribuição normal como a média e a variância (Pestana & Gageiro, 2009). A Tabela 11

resulta da aplicação do teste não paramétrico de Mann-Whitney (teste – U) às variáveis de investigação,

como resultado pela violação dos pressupostos da normalidade e da homogeneidade das variâncias.

Tabela 11 – Resultados estatísticos do teste – U de Mann-Whitney.

HIP

ÓTE

SE

VARIÁVEL DEPENDENTE

ÍNDICE DE COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO (ICC)

INDEPENDENTE Categoria N Média

das Ordens

Soma das

Ordens

Teste – U de Mann-Whitney

Significância Assimptótica (Unilateral)

H1 Dimensão de Vendas

da Organização (DVO) 0 Outra 380 242,74 92241,50

19851,500 0,000 1 Maior 160 336,43 53828,50

H2 Forma Jurídica

da Organização (FJO) 0 Outra 142 216,74 30777,00

20624,000 0,000 1 S.A. 398 289,68 115293,00

H3 Setor de Atividade

da Organização (SAO) 0 Outro 225 276,18 62139,50

34160,500 0,238 1 Setor 2.º 315 266,45 83930,50

H4 Localização Geográfica

da Organização (LGO) 0 Outra 310 248,60 77066,00

28861,000 0,000 1 Lisboa & Setúbal 230 300,02 69004,00

H5 Exposição nos Rankings

dos Media (ERM) 0 Não 257 262,97 67582,50

34429,500 0,143 1 Exposta 283 277,34 78487,50

H6 Setor Público

Empresarial (SPE) 0 Privada 490 251,95 123457,00

3162,000 0,000 1 Pública 50 452,26 22613,00

H7 Grupo Membro

do BCSD Portugal (GMB) 0 Não 442 234,61 103699,00

5796,000 0,000 1 Membro 98 432,36 42371,00

H8 Relato de Sustentabilidade

na Internet (RSI) 0 Não 376 216,84 81531,00

10655,000 0,000 1 Relatório 164 393,53 64539,00

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

A Tabela 11 expressa todos os resultados obtidos da aplicação do teste – U de Mann-Whitney, os quais

sugerem com evidência estatística muito significativa que quando a Dimensão de Vendas da

Organização é denominada por “Maior”, mais proeminente é a divulgação de conteúdos estratégicos

no website das organizações portuguesas certificadas em qualidade, ambiente e segurança (QAS),

relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável (DS). Neste

sentido, visto que a significância assimptótica (unilateral) observada é igual a 0,000 (inferior a 0,0571),

aceita-se a hipótese H1, com um nível de confiança de 95%. Verifica-se, pelo teste – U, que a Média

das Ordens da categoria “Maior” é superior ao valor da categoria “Outra”. Os resultados também

indicam que quando a Forma Jurídica da Organização assume a designação de sociedade anónima

“S.A.”, a comunicação do compromisso para com o DS é mais proeminente, visto que a significância 71Importa, agora, referir que, normalmente, na análise de resultados obtidos de testes estatísticos aplicados a trabalhos de investigação e outros estudos, o nível de significância (α), usualmente, mais utilizado é de 0,05 (5%), o qual corresponde a um estudo com 95% de nível de confiança (Laureano, 2011).

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RESULTADOS

96

assimptótica (unilateral) observada é igual a 0,000 (inferior a 0,05), aceita-se a hipótese H2, com um

nível de confiança de 95%. Confirma-se, pelo teste – U, que a Média das Ordens da categoria “S.A.” é

superior ao valor da categoria “Outra”. Pelos resultados obtidos, constata-se também com evidência

estatística significativa que em relação à Localização Geográfica da Organização (sede) as organizações

localizadas nos distritos de Lisboa ou Setúbal e, assim, pertencentes à categoria “Lisboa & Setúbal”

apresentam uma comunicação do compromisso com o DS mais proeminente, visto que a significância

assimptótica (unilateral) observada é igual a 0,000 (inferior a 0,05), aceita-se a hipótese H4, com um

nível de confiança de 95%. Confirma-se, pelo teste – U, que a Média das Ordens da categoria “Lisboa &

Setúbal” é superior ao valor da categoria “Outra”. Na Tabela 11 verifica-se que as organizações do

Setor Público Empresarial denominadas no estudo por “Públicas” evidenciam uma comunicação do

compromisso com o DS mais proeminente, visto que a significância assimptótica (unilateral) observada

é igual a 0,000 (inferior a 0,05), aceita-se a hipótese H6, com um nível de confiança de 95%. Confirma-

se, pelo teste – U, que a Média das Ordens da categoria “Pública” é superior ao valor da categoria

“Privada”. Os resultados mostram que as organizações pertencentes a um Grupo Membro do BCSD

Portugal denominadas por “Membro” evidenciam uma comunicação do compromisso com o DS mais

proeminente, visto que a significância assimptótica (unilateral) observada é igual a 0,000 (inferior a

0,05), aceita-se a hipótese H7, com um nível de confiança de 95%. Confirma-se, pelo teste – U, que a

Média das Ordens da categoria “Membro” é superior ao valor da categoria “Não”. Verificando-se ainda

que as organizações que promovem o Relato de Sustentabilidade na Internet através da publicação de

um “Relatório” evidenciam uma comunicação do compromisso com o DS mais proeminente, visto que

a significância assimptótica (unilateral) observada é igual a 0,000 (inferior a 0,05), aceita-se a hipótese

H8, com um nível de confiança de 95%. Confirma-se também, pelo teste – U, que a Média das Ordens

da categoria “Relatório” é superior ao valor da categoria “Não”. Por último, constata-se que o Setor de

Atividade da Organização e a Exposição nos Rankings dos Media não são tidos como fatores relevantes

para explicar a divulgação de conteúdos estratégicos através do website das organizações certificadas

(QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável, visto que

nestes dois (2) casos a significância assimptótica (unilateral) observada foi superior a 0,05, logo

rejeitam-se as hipóteses H3 e H5, com um nível de confiança de 95%. No teste estatístico realizado

(teste – U), o Erro de Tipo II (β) associado à rejeição das hipóteses H3 e H5 é igual a 12% e 11% e, por

sua vez, temos que o nível da Potência do Teste72 no caso das hipóteses H3 e H5 é igual a 88% e 89%.

72No teste de hipóteses a não rejeição da hipótese nula (H0) quando a hipótese um (H1) é verdadeira conduz ao Erro de Tipo II, com uma probabilidade dada por β x 100% e, assim, a probabilidade de rejeitar H0 se H0 é falsa é dada por (1 – β) x 100% e designa-se por Potência do Teste (Maroco, 2003). O “complemento aritmético de β chama-se função potência, π = 1 – β, e exprime a confiança com que se aceita H1” (Pestana & Gageiro, 2005, p. 95).

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RESULTADOS

97

4.1.4. Análise Multivariada

A análise multivariada visa o estudo da variável dependente, tendo por base o conjunto de todas as oito

(8) variáveis independentes, com o intuito de confirmar e validar os resultados obtidos com a análise

univariada e bivariada, bem como também definir o modelo de regressão logística73 para os dados de

investigação. No sentido dos dados se ajustarem aos pressupostos da regressão logística binária, a

variável dependente (contínua) “Índice de Comunicação do Compromisso” (ICC) foi transformada

numa variável (nominal) categórica dicotómica (“0” e “1”), agora designada por “ICCDS logit”. Neste

processo de transformação a variável “ICCDS logit” assume o valor de “zero” (0), quando o valor do

índice ICC ≤ ICC médio74 e, por sua vez, assume o valor de “um” (1), quando o valor do índice ICC >

ICC médio. A nova variável dependente “ICCDS logit” é caraterizada na Tabela 12, e o modelo de

regressão logística binária (0;1), proposto para os dados da investigação, é expresso pela equação (2).

Tabela 12 – Caraterização da variável dependente transformada. VARIÁVEL DEPENDENTE TIPOLOGIA VALORES

ICC logit

Índice de Comunicação do Compromisso – Função Logit –

Qualitativa Nominal 0 = “Não Divulga”

1 = “Divulga”

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

ICCDSj logit (pj) = β0j + β1jDVO + β2jFJO + β3jSAO + β4jLGO + β5jERM + β6jSPE + β7jGMB + β8jRSI + Ɛj (2)

Onde, para a organização j, temos que:

ICCDSj logit = Variável dependente, transformada do Índice de Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito dos conteúdos estratégicos divulgados através do website institucional da organização j, certificada em QAS, por ajuste à função logit do modelo de regressão logística;

pj (0;1) = Probabilidade do ICCDS da organização j, estar acima do valor médio obtido na amostra;

DVO = Variável independente dicotómica (0;1), Dimensão de Vendas da Organização;

FJO = Variável independente dicotómica (0;1), Forma Jurídica da Organização;

SAO = Variável independente dicotómica (0;1), Setor de Atividade da Organização;

ERM = Variável independente dicotómica (0;1), Exposição nos Rankings dos Media;

SPE = Variável independente dicotómica (0;1), Setor Público Empresarial;

GMB = Variável independente dicotómica (0;1), Grupo Membro do BCSD Portugal;

RSI = Variável independente dicotómica (0;1), Relato de Sustentabilidade na Internet;

βnj = Coeficientes do modelo;

Ɛj = Termo de erro. 73O modelo de regressão logística aplica-se quando se pretende explicar uma variável de resposta Y (variável dependente) de natureza nominal ou ordinal, em função de variáveis explicativas X (variáveis independentes), que podem ser nominais, ordinais ou contínuas (Pestana & Gageiro, 2009). O modelo de regressão logística binária é um método de regressão comum e importante na análise multivariada dos dados de investigação, no sentido deste “descrever a relação entre a variável dependente nominal e o conjunto de variáveis independentes através da transformação logit” (Sampaio, 2008, p. 210). 74A variável dependente (contínua) designada por “Índice de Comunicação do Compromisso” (ICC), apresenta um valor médio (média) igual a 0,34460.

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RESULTADOS

98

O pressuposto da não existência de multicolinearidade entre as variáveis independentes (exógenas),

que compõem o modelo de regressão logística binária, foi testado exaustivamente com várias técnicas

estatísticas (ver Anexo IX), as quais evidenciaram por unanimidade, com significância a não ocorrência

de multicolineariedade (Pestana & Gageiro, 2005, 2008, 2009, 2014). A variável nominal dicotómica

ICCDS logit é caraterizada por ter 261 (48,3%) organizações classificadas na categoria “Não Divulga” e

279 (51,7%) organizações classificadas na categoria “Divulga”. A Tabela 13 apresenta uma descrição

detalhada dos valores que assumem os coeficientes (β) no modelo de regressão logística binária (0;1).

Tabela 13 – Resultados estatísticos do modelo de regressão logística binária.

VARIÁVEL INDEPENDENTE

PARÂMETROS DAS VARIÁVEIS DA EQUAÇÃO B S.E. Walde gl Sig. Exp(B)

DVO Dimensão de Vendas da Organização 0,571 0,292 3,835 1 0,050 1,771

FJO Forma Jurídica da Organização 0,129 0,230 0,315 1 0,574 1,138

SAO Setor de Atividade da Organização 0,096 0,223 0,187 1 0,666 1,101

LGO Localização Geográfica da Organização 0,430 0,216 3,976 1 0,046 1,538

ERM Exposição nos Rankings dos Media 0,124 0,252 0,242 1 0,623 1,132

SPE Setor Público Empresarial 1,996 0,774 6,645 1 0,010 7,361

GMB Grupo Membro do BCSD Portugal 1,382 0,372 13,798 1 0,000 3,982

RSI Relato de Sustentabilidade na Internet 1,366 0,273 24,998 1 0,000 3,921

Constante -1,138 0,264 18,661 1 0,000 0,320 LEGENDA: B – Coeficiente (β) | S.E. – Erro Normalizado | Wald – Teste de Wald | gl – Graus de Liberdade | Sig. – Significância Exp(B) – Expoente do Coeficiente (eβ). Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

Na Tabela 13 constata-se pela análise dos coeficientes β75 e respetivos expoentes (eβ), que todas as

variáveis independentes contribuem para a probabilidade de previsão do modelo, contudo, destaca-se

por ordem decrescente de grau de contribuição no modelo as variáveis: Setor Público Empresarial,

Grupo Membro do BCSD Portugal, Relato de Sustentabilidade na Internet, Dimensão de Vendas da

Organização, Localização Geográfica da Organização, Forma Jurídica da Organização, Exposição nos

Rankings dos Media e, por último, Setor de Atividade da Organização. Pelos resultados do teste de

Walde76, verifica-se que as variáveis GMB e RSI, ambas com uma significância de 0,000 (inferior a

0,01), as variáveis SPE e LGO com significância de 0,010 e 0,046 (inferior a 0,05) e a variável DV0

com significância de 0,050 (inferior a 0,10), são nesta ordem as que apresentam os parâmetros mais

importantes (β) para o modelo de regressão, tendo por base os níveis de significância (1%, 5% e 10%).

75Importa mencionar que no modelo de regressão logística, se o valor do coeficiente β é positivo, então o seu expoente (eβ) será maior que um (1), e a razão de desigualdade aumentará. Esse aumento acontece quando a probabilidade prevista para a ocorrência do evento aumenta e a probabilidade prevista de ele não ocorrer é reduzida. Assim, o modelo tem uma maior probabilidade prevista de ocorrência. Logo, de modo análogo, pode-se afirmar que se o coeficiente β é negativo, então o seu expoente (eβ) será menor que um (1), e a desigualdade diminui (Hair, Anderson, Tatham, & Black, 2005). 76Para testar a importância de cada parâmetro no modelo de regressão logística recorre-se ao Teste de Wald, que tem distribuição Qui-quadrado (χ2) com um grau de liberdade (gl = 1), o qual informa se o coeficiente β para um dado previsor difere significativamente de zero (Pestana & Gageiro, 2009).

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RESULTADOS

99

Numa análise holística aos resultados apurados através da aplicação do teste de Walde, constata-se

que estes corroboram, no geral, com os resultados obtidos na análise bivariada pelo teste – U de

Mann-Whitney, com exceção dos resultados apurados para a variável “Forma Jurídica da Organização”.

A Tabela 14 apresenta uma relação de vários parâmetros estatísticos do modelo de regressão logística

binária, importantes para a compreensão do poder de ajuste do modelo aos dados de investigação.

Tabela 14 – Parâmetros estatísticos do modelo de regressão logística binária.

PARÂMETRO ESTATÍSTICO DO MODELO

RESUMO DO MODELO Teste Estatística gl Sig.

Estatística Global Qui-quadrado (χ2) 133,085 8 0,000a

Percentagem Global (Percentagem Corretamente Classificada) ---- 70,7 ---- ----

Testes de Coeficientes de Modelo Omnibus Qui-quadrado (χ2) 157,059 8 0,000

-2 Log Likelihood (-2LL) ---- 590,940 ---- ----

R-quadrado (R2) de Cox & Snell ---- 0,252 ---- ----

R-quadrado (R2) de Nagelkerke ---- 0,337 ---- ----

Teste de Hosmer e Lemeshow Qui-quadrado (χ2) 7,913 8 0,442 LEGENDA: gl – Graus de Liberdade | Sig. – Significância |a. Individualmente as variáveis: DVO, FJO, LGO, SPE, GMB e RSI, obtiveram valores de significância iguais a 0,000, no entanto, as variáveis: SAO e ERM evidenciaram valores de significância mais altos, ou seja, respetivamente iguais a 0,631 e 0,092, superiores ao valor de referência de 0,05, para o nível de significância (α). Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

Pela análise da Tabela 14, constata-se que o parâmetro Estatística Global com um valor de estatística

do teste Qui-quadrado (χ2) igual a 133,085 e significância de 0,000 (inferior a 0,05), informa que os

coeficientes (β) das variáveis independentes são significativamente diferentes de zero (0), ou seja, que

a adição de uma ou mais destas oito (8) variáveis ao modelo afeta significativamente o seu modelo de

previsão. O parâmetro Percentagem Global apresenta um valor igual a 70,7, o qual indica que no

modelo a percentagem corretamente classificada, entre o observado e o previsto é de 70,7%, ou seja,

que a Taxa de Previsão do modelo na presença de todas as variáveis é igual a 70,7%. O valor da

estatística do parâmetro R-quadrado (R2) de Nagelkerke77 é igual a 0,337, o qual indica que 33,7% da

variação da variável dependente “ICCDS logit” é explicada pelo modelo proposto. O valor da estatística

do teste Qui-quadrado (χ2) para o teste de Hosmer e Lemeshow78 é igual a 7,913, com significância de

0,442 (superior a 0,05), logo conclui-se que o modelo de regressão proposto tem bom poder de ajuste.

77A estatística -2 Log Likelihood utiliza-se por ter uma distribuição aproximada do Qui-quadrado (χ2), que permite comparar os valores observados com os valores esperados. O coeficiente de determinação R-quadrado (R2) de NagelKerke varia entre zero (0) e um (1), e atesta a qualidade do ajustamento do modelo de regressão logística, o qual obtém-se a partir da estatística -2 Log Likelihood corrigindo o parâmetro R-quadrado (R2) de Cox & Snell, parâmetro este útil para medir a qualidade do ajustamento, o qual possui contudo o inconveniente de não atingir o valor um (1) na análise (Pestana & Gageiro, 2009). 78O teste da bondade do ajustamento de Hosmer e Lemeshow tem distribuição aproximada do Qui-quadrado (χ2), com oito graus de liberdade (gl = 8), e compara as frequências observadas com as esperadas na regressão logística, pelo que a indicação de um razoável ajustamento do modelo aos dados corresponde a uma diferença estatisticamente não significativa. A hipótese nula (hipótese de teste) é aquela que não existe diferença significativa entre o valor observado e o valor previsto, ou seja, equivale a dizer que o modelo de regressão logística tem bom poder de ajuste (Pestana & Gageiro, 2009). No geral, os parâmetros estatísticos do modelo de regressão logística binária são expostos em outros estudos, tais como Sampaio (2008) e Carvalho (2013).

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RESULTADOS

100

4.2. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Antes de iniciar a discussão de resultados, propriamente dita, importa mencionar agora, que na análise

da consistência interna ou confiabilidade dos dados obtidos a partir dos sessenta (60) itens da Lista de

Verificação II (ver Anexo I), utilizada na investigação para medir a comunicação do compromisso para

com o desenvolvimento sustentável pelas organizações certificadas (QAS), foi obtido um coeficiente Alfa

de Cronbach79 com valor igual a 0,9480, o que evidência que a consistência interna dos dados de

investigação é muito boa. Por sua vez, a fiabilidade dos dados obtidos através da aplicação da técnica

de análise de conteúdo, por codificação dos compromissos (itens), foi medida tendo por base dois (2)

momentos de observação distintos (a classificação e, posteriormente, a validação), tendo-se obtido um

coeficiente Alfa de Krippendorff80 com valor igual a 0,9753, o que reforça a ideia de que a consistência

interna dos dados de investigação é boa. Os resultados obtidos na análise descritiva mostram que os

conteúdos da estratégia e políticas da organização com maior frequência de divulgação no separador

“Quem Somos” do website institucional são as declarações da “Visão, Missão, Valores e as Políticas da

Organização”, corroborando estes resultados com outros estudos anteriores (Pollach, 2005, p. 292;

Isaksson & Jørgensen, 2010, p. 136; Carvalho, 2013, p. 101). Contudo, refira-se que no âmbito das

“Políticas da Organização” divulgadas no website, constata-se que a declaração mais frequente é, de

longe, a designada por “Política da Qualidade, Ambiente e Segurança” estando, assim, os resultados

apurados em sintonia com outros trabalhos já publicados (Carvalho, 2013). Em relação à comunicação

do compromisso para com o desenvolvimento sustentável por parte das organizações certificadas

(QAS), no geral, constata-se que dos sessenta (60) compromissos analisados os que apresentam uma

percentagem de divulgação igual ou superior a 70% foram os nove (9) seguintes: o “Compromisso com

os Clientes (Consumidores)”, o “Compromisso com a Satisfação dos Clientes”, o “Compromisso com a

Gestão da Qualidade”, o “Compromisso com a Gestão Ambiental”, o “Compromisso com os Recursos

Humanos (Colaboradores)”, o “Compromisso com a Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho”, o

“Compromisso com a Conformidade Legal e Normativa”, o “Compromisso com a Formação,

Qualificação e Competência” e o “Compromisso com a Melhoria Contínua”, os quais no cômputo geral

estão contemplados como requisitos normativos nos referenciais ISO 9001, ISO 14001 e BS OHSAS

18001, sendo esta evidência ainda mais significativa se considerar-mos todos os itens acima dos 45%.

79O coeficiente Alfa de Cronbach é uma das medidas mais usadas para verificação da consistência interna (proporção da variabilidade nas respostas que resulta de diferenças nos inquiridos) de um grupo de itens. O valor do coeficiente varia entre zero (0) e um (1), considerando-se a consistência interna dos dados muito boa para valores superiores a 0,9, boa para valores entre [0,8 e 0,9] e razoável para valores entre [0,7 e 0,8[ (Pestana & Gageiro, 2014). Os dados recolhidos através da Lista de Verificação I, relativa à recolha de documentos no website, obteve um coeficiente Alfa de Cronbach igual a 0,7870. 80O coeficiente Alfa de Krippendorff mede a confiabilidade (fiabilidade) dos dados obtidos em processos de análise de conteúdo ou outros, através da medição da concordância entre observadores, codificadores ou avaliadores. O valor do coeficiente varia entre zero (0) e um (1), considerando-se a consistência interna dos dados codificados boa, no geral, para valores do coeficiente superiores a 0,80 (Hayes & Krippendorff, 2007; Krippendorff, 2011).

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RESULTADOS

101

Constata-se pelos resultados apurados na análise univariada, bivariada e multivariada, que existe

evidência estatística significativa, quanto ao perfil da organização portuguesa certificada (QAS), em que

a comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável divulgado no website, sob a

forma de conteúdos estratégicos, é mais proeminente. Os resultados obtidos mostram com evidência

estatística significativa, que se deve aceitar a “hipótese um” (H1) formulada, pois as organizações que

apresentam uma maior dimensão de vendas (em volume), são as que mais promovem no website a

comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável. Na literatura são vários os

estudos que demonstram que existe uma relação estatística positiva entre a dimensão da organização

e a divulgação de informação em relatórios anuais e no website, no âmbito da responsabilidade social

e sustentabilidade (Hackston & Milne, 1996; Adams, Hill, & Roberts, 1998; Archel, Fernández, &

Larrinaga, 2008; Barros, 2008a; Brammer & Pavelin, 2008; Branco & Rodrigues, 2008; Tagesson,

Blank, Broberg, & Collin, 2009; Amorim, 2010; Carvalho, 2013; Fernandez-Feijoo, Romero, & Ruiz,

2014; Amran, Ooi, Mydin, & Devi, 2015). Os resultados apurados mostram com evidência estatística

significativa, que se deve aceitar a “hipótese dois” (H2) formulada, visto que as organizações em que a

forma jurídica assume a designação de sociedade anónima (S.A.), apresentam no website institucional

uma comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável superior às outras

organizações. Esta evidência estatística já foi, anteriormente, constatada em organizações portuguesas,

aquando do estudo da divulgação de informação no website, no âmbito da responsabilidade social

(Barros, 2008a), da responsabilidade social e sustentabilidade (Carvalho, 2013), bem como do relato

financeiro (Alves, 2005). Os resultados alcançados mostram com evidência estatística significativa, que

se deve rejeitar a “hipótese três” (H3) formulada, pois as organizações enquadradas ou pertencentes

ao setor de atividade secundário (Setor 2.º), não apresentam indícios significativos que mostrem que a

comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável, efetuada através do website, é

superior à registada em organizações pertencentes a um outro setor de atividade. Evidência esta que

vem corroborar os resultados obtidos, anteriormente, em estudos sobre a divulgação de informação,

através do website institucional das organizações portuguesas (Alves, 2005; Barros, 2008a; Carvalho,

2013). Os resultados obtidos mostram com evidência estatística significativa, que se deve aceitar a

“hipótese quatro” (H4) formulada, visto que as organizações localizadas geograficamente no distrito de

Lisboa ou Setúbal, apresentam no website institucional uma comunicação do compromisso para com o

desenvolvimento sustentável superior ao determinado para as organizações localizadas em outros

distritos. Estes resultados corroboram os resultados obtidos, já no passado, relativos à divulgação de

informação no website institucional no âmbito da responsabilidade social empresarial (Barros, 2008a).

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RESULTADOS

102

No geral, os resultados apurados mostram com evidência estatística significativa, que se deve rejeitar a

“hipótese cinco” (H5) formulada, visto que as organizações que são expostas anualmente nos rankings

dos media, não apresentam indícios significativos que mostrem que a comunicação do compromisso

para com o desenvolvimento sustentável, efetuada através do website, é superior à registada em

organizações não expostas em tais rankings. Corroborando estes resultados com os obtidos em outros

estudos, sobre a divulgação de informação no website das organizações portuguesas (Carvalho, 2013).

Os resultados apurados mostram com evidência estatística muito significativa, que se deve aceitar a

“hipótese seis” (H6), a “hipótese sete” (H7) e a “hipótese oito” (H8) formuladas, inicialmente, visto

que as organizações do setor público (públicas), bem como as organizações pertencentes a um grupo

económico membro do BCSD Portugal e as organizações que publicam relatórios anuais na Internet,

apresentam no website institucional uma comunicação do compromisso para com o desenvolvimento

sustentável muito superior à verificada nas outras organizações. Estes resultados estão, no geral, em

total sintonia com os pressupostos teóricos propostos por alguns autores, tais como Rodrigues (2012).

A Tabela 15 apresenta, em resumo, os resultados obtidos para as oito (8) hipóteses de investigação,

no seguimento da análise estatística univariada, bivariada e multivariada realizada, considerando como

referência estatística um nível de significância (α) de 0,05 (5%) para um nível de confiança (β) de 95%.

Tabela 15 – Resultados das hipóteses de investigação. HIPÓTESE DE INVESTIGAÇÃO RESULTADO

H1 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando a Dimensão de Vendas da Organização é Maior.

Significativo

H2 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando a Forma Jurídica da Organização é uma S.A.

Significativo

H3 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando o Setor de Atividade da Organização é o Setor 2.º.

Não Significativo

H4 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações Localizadas nos Distritos de Lisboa & Setúbal.

Significativo

H5 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente quando há Exposição da Organização nos Rankings dos Media.

Não Significativo

H6 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações Enquadradas no Setor Público Empresarial.

Significativo

H7 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações de um Grupo Membro do BCSD Portugal.

Significativo

H8 A divulgação de conteúdos estratégicos no website das organizações portuguesas certificadas (QAS), relativos à comunicação do compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, é mais proeminente em Organizações que Publicam Relatórios Anuais na Internet.

Significativo

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

103

Capítulo 5

CONCLUSÃO

RESUMO No presente capítulo apresentam-se as conclusões finais obtidas, em termos dos objetivos de investigação propostos inicialmente. Neste capítulo encontram-se ainda expostas as principais limitações e os constrangimentos sentidos pelo autor durante o percurso de execução do trabalho de investigação, bem como ainda são mencionadas algumas ideias para futuros desenvolvimentos do trabalho agora realizado.

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CONCLUSÃO

104

5. CONCLUSÃO

5.1. CONCLUSÕES FINAIS

Na perspetiva de finalizar o trabalho de investigação, apresentam-se agora as conclusões finais obtidas

com a prossecução dos objetivos propostos, os quais estiveram na génese da formulação das questões

e hipóteses de investigação, e fundamentam o objeto de estudo. Entre os sessenta (60) conteúdos

estratégicos divulgados no website pelas 540 organizações portuguesas certificadas em Qualidade,

Ambiente e Segurança (QAS), no âmbito da comunicação do compromisso para com o

Desenvolvimento Sustentável (DS), caraterizam-se pela maior frequência de divulgação, por ordem

decrescente, os seguintes vinte (20) “compromissos” relativos ao tema: (i) Clientes (consumidores); (ii)

Recursos humanos (colaboradores); (iii) Melhoria contínua; (iv) Gestão da segurança e saúde do

trabalho; (v) Conformidade legal e normativa; (vi) Gestão ambiental; (vii) Gestão da qualidade; (viii)

Satisfação dos clientes; (ix) Formação, qualificação e competência; (x) Outras questões económicas; (xi)

Qualidade dos produtos e/ou serviços; (xii) Outras questões sociais; (xiii) Controlo dos aspetos e

impactes ambientais; (xiv) Prevenção e controlo da poluição ambiental; (xv) Investigação,

desenvolvimento e inovação; (xvi) Relações de parceria com fornecedores; (xvii) Comunidade local

(sociedade); (xviii) Controlo de perigos e riscos profissionais; (xix) Proteção ambiental (preservação ou

defesa) e, por fim, (xx) Partes interessadas (stakeholders). Na investigação constatou-se que o perfil da

organização certificada (QAS), em que a comunicação do compromisso para com o desenvolvimento

sustentável divulgado no website, sob a forma de conteúdos estratégicos, é mais proeminente, é

constituído por organizações que apresentam um grande volume de vendas, assumem a forma jurídica

de sociedade anónima (S.A.), localizam-se nos distritos de Lisboa ou Setúbal, são entidades públicas,

pertencem a um grupo económico membro do BCSD Portugal e, por último, publicam anualmente

relatórios (contas e/ou sustentabilidade) na Internet. Na amostra são quatro (4) as organizações que

verificam cumulativamente as seis (6) condições do perfil. Os resultados da investigação atestam a

importância dos pressupostos da “teoria dos stakeholders” nas organizações da amostra, pois

constatou-se que os dois (2) compromissos mais divulgados são referentes aos clientes (consumidores)

e aos recursos humanos (colaboradores), sendo também referidos com destaque os fornecedores, a

comunidade local (sociedade), os acionistas (shareholders) e todas as outras partes interessadas

(stakeholders). Os resultados mostram com evidência estatística que ocorrem nas organizações que

constituem a amostra, as três (3) formas de isomorfismo previstas pela “teoria institucional”, a saber:

o “isomorfismo coercivo”, o “isomorfismo mimético” e o “isomorfismo normativo” (DiMaggio & Powell,

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CONCLUSÃO

105

1983, pp. 150–151; Rodrigues, 2012, pp. 57–59). As organizações do setor público empresarial, isto

é, as ditas entidades públicas, apresentam uma maior proeminência na comunicação do compromisso

para com o desenvolvimento sustentável, o que leva a concluir que se está presente a ocorrência de

um caso de “isomorfismo coercivo”, que teve como elemento precursor a publicação da Resolução do

Conselho de Ministros n.º 49/2007, de 28 de março, recentemente, revogada pelo Decreto-Lei n.º

133/2013, de 3 de outubro, pois ambos estes diplomas legais advogam, no geral, a importância das

organizações de capitais públicos terem modelos de governo que promovam a adoção de estratégias

de sustentabilidade nos domínios económico, ambiental e social (Rodrigues, 2012). Por sua vez, as

organizações associadas, participadas ou subsidiárias de um grupo económico membro do BCSD

Portugal, apresentam, no geral, uma maior proeminência na comunicação do compromisso para com

o desenvolvimento sustentável, o que leva a concluir que se está presente a ocorrência de um caso de

“isomorfismo mimético”, visto que as organizações se modelam em outras que consideram ser mais

legítimas ou bem-sucedidas (organização-mãe). Segundo Rodrigues (2012, p. 59), o “isomorfismo

mimético tem sido encorajado em Portugal pelo Concelho Empresarial para o Desenvolvimento

Sustentável”. Tendo-se constatado também que as organizações com maior volume de vendas anual,

que assumem a designação jurídica de sociedade anónima (S.A.), e que publicam anualmente o

relatório e contas e/ou relatório de sustentabilidade na Internet, apresentam uma maior proeminência

na comunicação do compromisso para com o desenvolvimento sustentável, o que leva a concluir que

se está presente a ocorrência de um caso de “isomorfismo normativo”, o qual pode ocorrer por efeito

da profissionalização (Rodrigues, 2012), onde o Código das Sociedades Comerciais (CSC), aprovado

pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, e subsequentes alterações, pode ser entendido como

o elemento-chave, pois fundamenta as normas (regras e princípios) que rege no global as organizações

portuguesas. A atual investigação demonstrou também que, no geral, os compromissos para com o

desenvolvimento sustentável assumidos pelos gestores de topo no âmbito da definição da estratégia e

políticas, que fundamentam as declarações da visão, missão, valores, objetivos, princípios de negócio,

estratégia empresarial e políticas da organização, visam claramente legitimar a organização perante as

partes interessadas, sendo estes compromissos vistos numa perspetiva holística como sendo o

verdadeiro “contrato social”. Neste sentido, os resultados agora apurados vistos à luz da “teoria da

legitimidade”, corroboram com os pressupostos defendidos por vários outros investigadores, os quais

consideram “que existe um ‘contrato social’ entre a organização e a sociedade” civil (Guthrie & Parker,

1989, p. 344; Deegan, 2002, p. 293; Guthrie, Petty, Yongvanich, & Ricceri, 2004, p. 284; Branco &

Rodrigues, 2006, p. 236; Magness, 2006, p. 541; Eugénio, Lourenço, & Morais, 2013, p. 571).

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CONCLUSÃO

106

5.2. LIMITAÇÕES E CONSTRANGIMENTOS

O trabalho de investigação, no geral, cumpriu na íntegra o planeamento das atividades previstas no

cronograma de execução proposto na proposta de investigação. Contudo, foram sentidas pelo autor

algumas limitações e constrangimentos para a boa realização do presente trabalho de investigação,

das quais se destaca, como principal, a dimensão da carga horária afeta ao estudo, que exigiu um

grande empenho, dedicação e esforço do mestrando na (re)organização das várias tarefas afetas à sua

vida profissional e pessoal, no dia a dia. Em termos técnicos destaca-se também como limitações e

constrangimentos à execução do trabalho de investigação, a própria organização e atualização dos

conteúdos publicados no website institucional das organizações certificadas em qualidade, ambiente,

segurança e saúde do trabalho, bem como a velocidade (rapidez) de acesso a alguns websites na

Internet, em que em alguns casos foram de vários segundos ou mesmo minutos (no caso de algumas

plataformas desatualizadas e muito pesadas). No geral, todas as outras limitações e constrangimentos

que são normais e habituais em trabalhos de investigação deste tipo (dissertação), foram devidamente

ultrapassadas, em tempo oportuno, pelo acompanhamento muito próximo e sempre disponível

manifestado pelo orientador, através da realização periódica de reuniões presenciais de orientação e

troca de correspondência eletrónica (e-mails), bem como pela entrega mensal de relatórios de

atividades, onde eram evidenciados todos os meses os avanços realizados no trabalho de investigação.

5.3. FUTUROS DESENVOLVIMENTOS

Numa perspetiva do trabalho de investigação, agora desenvolvido, poder ser complementado no futuro,

enunciam-se algumas recomendações para futuros possíveis desenvolvimentos, tais como: (i) Realizar

novamente a investigação, segundo os mesmos pressupostos, mas introduzindo como fator “inovador”

um software específico para aplicar a técnica de análise de conteúdo; (ii) Inquirir por questionário os

gestores de topo das organizações portuguesas certificadas em qualidade, ambiente, segurança e

saúde do trabalho, questionando-os sobre os seus compromissos para com o desenvolvimento

sustentável; (iii) Inquirir por questionário grupos específicos (focus group) de partes interessadas,

questionando-os sobre a perceção que estes têm relativamente aos compromissos para com o

desenvolvimento sustentável, que são assumidos pelas organizações portuguesas certificadas em

qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho e, por último, (iv) Realizar um estudo de caso, no

seio de uma organização portuguesa certificada em qualidade, ambiente e segurança, com o objetivo

de identificar, monitorizar e medir todos os compromissos para com o desenvolvimento sustentável.

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

107

BIBLIOGRAFIA

RESUMO Nesta secção da dissertação apresentam-se todas as referências bibliográficas utilizadas na redação do texto. As referências bibliográficas encontram-se ordenadas alfabeticamente e organizadas, segundo as diretrizes internacionalmente propostas pela American Psychological Association (APA). Fazem parte das referências listadas: artigos científicos, livros, jornais, revistas, relatórios, normas, legislação, Internet, etc.

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of Management History, 13(4), 394–401. Zucker, L. G. (1987). Institutional theories of organization. Annual Review of Sociology, 13, 443–464. Zwetsloot, G. I. J. M., & Marrewijk, M. N. A. (2004). From quality to sustainability. Journal of Business Ethics, 55(2), 79–82.

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A COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO PARA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

125

ANEXOS

RESUMO Nesta secção apresentam-se os anexos: as listas de verificação, a correspondência das normas, a carta empresarial do desenvolvimento sustentável, os compromissos das organizações com o desenvolvimento sustentável, a lista das organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança, a caraterização do universo e amostra de investigação, o tratamento estatístico e ainda a base de dados de investigação.

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ANEXOS

126

ANEXOS

I. LISTAS DE VERIFICAÇÃO

I.1. Lista de Verificação I – Recolha de Documentos

Apresenta-se, na Tabela 16, a estrutura da lista de verificação utilizada na investigação, para proceder

à recolha dos documentos divulgados no website institucional pelas organizações certificadas em QAS.

Tabela 16 – Estrutura da lista de verificação utilizada na recolha de documentos no website. DOCUMENTO DIVULGADO PELA ORGANIZAÇÃO DIVULGAÇÃO

ESTRATÉGIA DA

ORGANIZAÇÃO

Visão 0 1

Missão 0 1

Valores 0 1

Objetivos 0 1

Princípios de Negócio 0 1

Estratégia Empresarial 0 1

POLÍTICAS DA

ORGANIZAÇÃO

Política da Qualidade 0 1

Política de Ambiente 0 1

Política da Segurança e Saúde do Trabalho 0 1

Política da Qualidade, Ambiente e Segurança 0 1

Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança 0 1

Política do Sistema Integrado de Gestão 0 1

Política de Desenvolvimento Sustentável 0 1

Política de Sustentabilidade 0 1

Política de Responsabilidade Social 0 1

Política de Recursos Humanos 0 1

Política do Sistema de Responsabilidade Empresarial 0 1

Política de Gestão 0 1

Política Empresarial 0 1

OUTROS DOCUMENTOS ESTRATÉGICOS

DE GESTÃO

DA ORGANIZAÇÃO

Relatório e Contas 0 1

Relatório de Sustentabilidade 0 1

Relatório de Responsabilidade Social 0 1

Relatório de Governo Societário 0 1

Código de Conduta e Ética 0 1

Código de Conduta 0 1

Código de Ética 0 1

Declaração Ambiental 0 1

Manual do Sistema Integrado de Gestão 0 1

Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas 0 1

Relatório Síntese – Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações 0 1

Certificados de Conformidade dos Sistemas de Gestão 0 1

LEGENDA: 0 [] – Não divulga o documento no website, “ausência”| 1 [] – Divulga o documento no website, “presença”.

Fonte: adaptado de várias referências bibliográficas.

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ANEXOS

127

I.2. Lista de Verificação II – Classificação dos Compromissos

A Tabela 17 apresenta a estrutura da lista de verificação utilizada na investigação, para a classificação

dos compromissos comunicados no website institucional pelas organizações certificadas em QASST.

Tabela 17 – Estrutura da lista de verificação utilizada na classificação dos compromissos. COMPROMISSO COMUNICADO PELA ORGANIZAÇÃO DIVULGAÇÃO

DIMENSÃO ECONÓMICA

01. Compromisso com os Clientes (Consumidores) 0 1

02. Compromisso com os Acionistas (Shareholders) 0 1

03. Compromisso com o Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) 0 1

04. Compromisso com o Tratamento de Reclamações 0 1

05. Compromisso com a Satisfação dos Clientes 0 1

06. Compromisso com a Concorrência Leal 0 1

07. Compromisso com a Anticorrupção (Antissuborno) 0 1

08. Compromisso com as Relações de Parceria com Fornecedores 0 1

09. Compromisso com a Qualidade dos Produtos e/ou Serviços 0 1

10. Compromisso com a Rotulagem de Produtos e/ou Serviços 0 1

11. Compromisso com a Investigação, Desenvolvimento e Inovação 0 1

12. Compromisso com o Impacto na Economia Global (Crescimento)81 0 1

13. Compromisso com a Informação Financeira (Relato Financeiro) 0 1

14. Compromisso com a Gestão da Qualidade 0 1

15. Compromisso com as Outras Questões Económicas82 0 1

DIMENSÃO AMBIENTAL

16. Compromisso com a Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa)83 0 1

17. Compromisso com o Controlo dos Aspetos e Impactes Ambientais 0 1

18. Compromisso com a Prevenção e Controlo da Poluição Ambiental 0 1

19. Compromisso com a Prevenção dos Acidentes Industriais Graves 0 1

20. Compromisso com a Prevenção das Alterações Climáticas 0 1

21. Compromisso com a Eficiência Energética (Consumo de Energia) 0 1

22. Compromisso com a Gestão de Resíduos (Reciclagem) 0 1

23. Compromisso com a Gestão das Emissões Atmosféricas 0 1

24. Compromisso com o Tratamento de Águas Residuais (Efluentes) 0 1

25. Compromisso com a Biodiversidade (Ecologia dos Ecossistemas) 0 1

26. Compromisso com a Sustentabilidade 0 1

27. Compromisso com a Conservação dos Recursos Naturais 0 1

28. Compromisso com a Responsabilidade Ambiental 0 1

29. Compromisso com a Gestão Ambiental 0 1

30. Compromisso com as Outras Questões Ambientais84 0 1

LEGENDA: 0 [] – Não divulga o compromisso no website, “ausência”| 1 [] – Divulga o compromisso no website, “presença”.

Fonte: adaptado de várias referências bibliográficas.

81Na abordagem analítica a este compromisso foram tidas em consideração as referências efetuadas pela organização no âmbito da internacionalização. 82Enquadram-se neste compromisso outros vários aspetos de origem económica, relacionados com a criação de valor, competitividade, eficiência e eficácia dos sistemas produtivos e gestão, rentabilidade, valor acrescentado, produtividade e otimização dos recursos (humanos, materiais e financeiros). 83Na abordagem analítica a este compromisso foram tidas em consideração todas as referências da organização relativas ao respeito pelo meio ambiente. 84Enquadram-se neste compromisso outras várias questões de origem ambiental, relacionados com a ecoeficiência, desempenho ambiental, qualidade ambiental, gestão do ruído, gestão do impacte visual, ecodesign, consumo de matérias-primas e a utilização das melhores tecnologias disponíveis (MTD’s).

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ANEXOS

128

COMPROMISSO COMUNICADO PELA ORGANIZAÇÃO DIVULGAÇÃO

DIMENSÃO SOCIAL

31. Compromisso com a Ética e/ou Conduta Empresarial 0 1

32. Compromisso com os Direitos Humanos 0 1

33. Compromisso com a Prevenção do Trabalho Infantil e/ou Forçado85 0 1

34. Compromisso com a Igualdade de Oportunidades (Discriminação)86 0 1

35. Compromisso com o Voluntariado e/ou Filantropia 0 1

36. Compromisso com a Comunidade Local (Sociedade) 0 1

37. Compromisso com o Controlo de Perigos e Riscos Profissionais 0 1

38. Compromisso com a Prevenção de Acidentes de Trabalho 0 1

39. Compromisso com a Prevenção de Doenças Profissionais 0 1

40. Compromisso com a Prevenção de Lesões e Danos na Saúde 0 1

41. Compromisso com a Segurança de Produtos e/ou Serviços 0 1

42. Compromisso com os Recursos Humanos (Colaboradores) 0 1

43. Compromisso com a Responsabilidade Social 0 1

44. Compromisso com a Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho 0 1

45. Compromisso com as Outras Questões Sociais87 0 1

DIMENSÃO INTEGRADA88

46. Compromisso com a Conformidade Legal e Normativa 0 1

47. Compromisso com as Partes Interessadas (Stakeholders) 0 1

48. Compromisso com a Certificação de Sistemas de Gestão 0 1

49. Compromisso com a Auditoria a Sistemas de Gestão 0 1

50. Compromisso com a Formação, Qualificação e Competência 0 1

51. Compromisso com a Transparência, Integridade e/ou Respeito 0 1

52. Compromisso com a Gestão do Risco e Incerteza 0 1

53. Compromisso com a Melhoria Contínua 0 1

54. Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável (DS) 0 1

55. Compromisso com a Sustentabilidade Empresarial (SE) 0 1

56. Compromisso com a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) 0 1

57. Compromisso com o Corporate Governance (CG)89 0 1

58. Compromisso com o Triple Bottom Line (TBL)90 0 1

59. Compromisso com o Equilíbrio Económico, Ambiental e Social 0 1

60. Compromisso com o Sistema Integrado de Gestão (SIG)91 0 1

LEGENDA: 0 [] – Não divulga o compromisso no website, “ausência”| 1 [] – Divulga o compromisso no website, “presença”. Nota: A estrutura da Lista de Verificação II foi baseada em vários documentos, sendo que pela sua importância, geral, se destaca o seguinte: “Modelo de Análise das Práticas de Responsabilidade Social das PME – Instrumento de Tratamento da Informação do Inquérito às Práticas de Responsabilidade Social das PME” (Santos, Santos, Pereira, & Silva, 2006, pp. 65–71), bem como os capítulos de caraterização das dimensões “económica, ambiental e social” (Santos, Santos, Pereira, & Silva, 2006, pp. 85–142). Fonte: adaptado de várias referências bibliográficas.

85Na abordagem a este compromisso foram tidas em consideração todas as referências da organização no âmbito da prevenção e exclusão do trabalho infantil, trabalho forçado, compulsório ou obrigatório, nas suas instalações, bem como nas instalações de entidades terceiras, com quem se relaciona. 86Na abordagem a este compromisso foram tidas em consideração todas as referências da organização no âmbito da diversidade e não discriminação. 87Enquadram-se neste compromisso outros vários temas de origem social, relacionados com a qualidade de vida dos trabalhadores, desempenho da segurança e saúde do trabalho, preservação do local de trabalho, preservação da segurança industrial, valorização do capital humano, melhoria das condições de trabalho, horário de trabalho adequado, remuneração justa, liberdade de associação (associação sindical) e direito à negociação coletiva. 88A dimensão integrada conjuga e articula com a dimensão económica (competitividade), ambiental (sustentabilidade) e social (coesão social). O conceito de desenvolvimento sustentável assumiu na sua trajetória de evolução, precisamente, esta multidimensionalidade (Santos, Santos, Pereira, & Silva, 2006). 89Na abordagem a este compromisso foram tidas em consideração as referências da organização no âmbito das boas práticas de governo societário. 90Na abordagem a este compromisso foram tidas em consideração as referências da organização no âmbito das suas preocupações em termos de manutenção do equilíbrio do trinómio ou tripé da sustentabilidade (3P’s), o qual é constituído por pessoas, planeta e proveitos (people, planet and profit). 91Na abordagem analítica a este compromisso foram tidas em consideração todas as referências efetuadas pela organização no âmbito da integração.

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ANEXOS

129

II. CORRESPONDÊNCIA DAS NORMAS DA QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

Apresenta-se, na Tabela 18, a correspondência das normas de sistemas de gestão da qualidade (ISO

9001:2008), ambiente (ISO 14001:2004), segurança e saúde do trabalho (BS OHSAS 18001:2007).

Tabela 18 – Matriz de correspondência das normas da qualidade, ambiente e segurança.

ISO 9001:2008 ISO 14001:2004 BS OHSAS 18001:2007 0. Introdução 0.1. Generalidades 0.2. Abordagem por processos 0.3. Relacionamento com a ISO 9004 0.4. Compatibilidade com outros sistemas de gestão

Introdução Introdução

1. Campo de aplicação 1.1. Generalidades 1.2. Aplicação

1. Objetivo e campo de aplicação 1. Objetivo e campo de aplicação

2. Referência normativa 2. Referências normativas 2. Referências normativas

3. Termos e definições 3. Termos e definições 3. Termos e definições

4. Sistema de gestão da qualidade (só título)

4. Requisitos do sistema de gestão ambiental (só título)

4. Requisitos do sistema de gestão da SST (só título)

4.1. Requisitos gerais 5.5. Responsabilidade, autoridade e comunicação 5.5.1. Responsabilidade e autoridade

4.1. Requisitos gerais 4.1. Requisitos gerais

5.1. Comprometimento da gestão 5.3. Política da qualidade 8.5.1. Melhoria contínua

4.2. Política ambiental 4.2. Política da SST

5.4. Planeamento (só título) 4.3. Planeamento (só título) 4.3. Planeamento (só título)

5.2. Focalização no cliente 7.2.1. Determinação dos requisitos relacionados com o produto 7.2.2. Revisão dos requisitos relacionados com o produto

4.3.1. Aspetos ambientais 4.3.1. Identificação de perigos, apreciação do risco e definição de controlos

5.2. Focalização no cliente 7.2.1. Determinação dos requisitos relacionados com o produto

4.3.2. Requisitos legais e outros requisitos 4.3.2. Requisitos legais e outros requisitos

5.4.1. Objetivos da qualidade 5.4.2. Planeamento do sistema de gestão da qualidade 8.5.1. Melhoria contínua

4.3.3. Objetivos, metas e programa(s) 4.3.3. Objetivos e programa(s)

7. Realização do produto (só título) 4.4. Implementação e operação (só título) 4.4. Implementação e operação (só título)

5.1. Comprometimento da gestão 5.5.1. Responsabilidade e autoridade 5.5.2. Representante da gestão 6.1. Provisão de recursos 6.3. Infraestrutura

4.4.1. Recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade

4.4.1. Recursos, funções, responsabilidades, responsabilização e autoridade

6.2.1. (Recursos humanos) Generalidades 6.2.2. Competência, consciencialização e formação

4.4.2. Competência, formação e sensibilização 4.4.2. Competência, formação e sensibilização

5.5.3. Comunicação interna 7.2.3. Comunicação com o cliente

4.4.3. Comunicação 4.4.3. Comunicação, participação e consulta

4.2.1. (Requisitos da documentação) Generalidades

4.4.4. Documentação 4.4.4. Documentação

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ANEXOS

130

ISO 9001:2008 ISO 14001:2004 BS OHSAS 18001:2007

4.2.3. Controlo dos documentos 4.4.5. Controlo dos documentos 4.4.5. Controlo dos documentos

7.1. Planeamento da realização do produto 7.2. Processos relacionados com o cliente 7.2.1. Determinação dos requisitos relacionados com o produto 7.2.2. Revisão dos requisitos relacionados com o produto 7.3.1. Planeamento da conceção e desenvolvimento 7.3.2. Entradas para conceção e desenvolvimento 7.3.3. Saídas da conceção e do desenvolvimento 7.3.4. Revisão da conceção e do desenvolvimento 7.3.5. Verificação da conceção e do desenvolvimento 7.3.6. Validação da conceção e do desenvolvimento 7.3.7. Controlo de alterações na conceção e no desenvolvimento 7.4.1. Processo de compra 7.4.2. Informação de compra 7.4.3. Verificação do produto comprado 7.5. Produção e fornecimento do serviço 7.5.1. Controlo da produção e do fornecimento do serviço 7.5.2. Validação dos processos de produção e de fornecimento do serviço 7.5.5. Preservação do produto

4.4.6. Controlo operacional 4.4.6. Controlo operacional

8.3. Controlo do produto não conforme 4.4.7. Preparação e capacidade de resposta a emergências

4.4.7. Preparação e capacidade de resposta a emergências

8. Medição, análise e melhoria (só título) 4.5. Verificação (só título) 4.5. Verificação (só título)

7.6. Controlo dos dispositivos de monitorização e medição 8.1. (Medição, análise e melhoria) Generalidades 8.2.3. Monitorização e medição dos processos 8.2.4. Monitorização e medição do produto 8.4. Análise de dados

4.5.1. Monitorização e medição 4.5.1. Monitorização e medição do desempenho

8.2.3. Monitorização e medição dos processos 8.2.4. Monitorização e medição do produto

4.5.2. Avaliação da conformidade 4.5.2. Avaliação da conformidade

— — 4.5.3. Investigação de incidentes, não conformidades, ações corretivas e ações preventivas (só titulo)

— — 4.5.3.1. Investigação de incidentes

8.3.Controlo do produto não conforme 8.4. Análise de dados 8.5.2. Ações corretivas 8.5.3. Ações preventivas

4.5.3. Não conformidades, ações corretivas e ações preventivas

4.5.3. Não conformidades, ações corretivas e ações preventivas

4.2.4. Controlo dos registos 4.5.4. Controlo dos registos 4.5.4. Controlo dos registos

8.2.2. Auditoria interna 4.5.5. Auditoria interna 4.5.5. Auditoria interna

5.1. Comprometimento da gestão 5.6. Revisão pela gestão (só título) 5.6.1. Generalidades 5.6.2. Entrada para a revisão 5.6.3. Saída da revisão 8.5.1. Melhoria contínua

4.6. Revisão pela gestão 4.6. Revisão pela gestão

Fonte: adaptado de ISO, 2004; BSI, 2007; ISO, 2008; IPQ, 2008a, 2008b e IPQ, 2012.

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ANEXOS

131

III. CARTA EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A “Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável: Princípios de Gestão Ambiental” foi alvo de

publicação em 1991, pela International Chamber of Commerce (ICC), ou em português Câmara de

Comércio Internacional (CCI), por ocasião da Segunda Conferência Mundial da Industria sobre a Gestão

do Meio Ambiente. A carta tem como objetivo comprometer um amplo leque de organizações, com a

melhoria do desempenho ambiental, por meio da adoção de programas de gestão ambiental (Valle,

2010). A Tabela 19 transcreve na íntegra os princípios de gestão ambiental contemplados na carta.

Tabela 19 – Princípios de gestão ambiental da carta empresarial para o desenvolvimento sustentável.

DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE GESTÃO AMBIENTAL

1.º) Prioridade na Empresa – Reconhecer a gestão do ambiente como uma das principais prioridades na empresa e como fator dominante do desenvolvimento sustentável, estabelecer políticas, programas e procedimentos para conduzir as atividades de modo ambientalmente seguro.

2.º) Gestão Integrada – Integrar plenamente em cada empresa essas políticas, seus programas e procedimentos, como elemento essencial de gestão em todos os seus domínios.

3.º) Processo de Aperfeiçoamento – Aperfeiçoar continuamente as políticas, os programas e o desempenho ambiental das empresas, levando em conta os desenvolvimentos técnicos, o conhecimento científico, os requisitos dos consumidores e as expectativas da comunidade, tendo como ponto de partida a regulamentação em vigor, e aplicar os mesmos critérios ambientais no plano internacional.

4.º) Formação do Pessoal – Formar, treinar e motivar o pessoal para desempenhar suas atividades de maneira responsável em face do ambiente.

5.º) Avaliação Prévia – Avaliar os impactos ambientais antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes de desativar uma instalação ou abandonar um local.

6.º) Produtos e Serviços – Desenvolver e fornecer produtos ou serviços que não produzam impacto indevido sobre o ambiente e sejam seguros em sua utilização prevista, que apresentem o melhor rendimento em termos de consumo de energia e de recursos naturais, que possam ser reciclados, reutilizados ou cuja disposição final não seja perigosa.

7.º) Conselhos de Consumidores – Aconselhar e, em casos relevantes, propiciar a necessária informação aos consumidores, aos distribuidores e ao público, quanto aos aspetos de segurança a considerar na utilização, no transporte, na armazenagem e na disposição dos produtos fornecidos, e aplicar considerações análogas à prestação de serviços.

8.º) Instalações e Atividades – Desenvolver, projetar e operar instalações tendo em conta a eficiência no consumo da energia e dos materiais, a utilização sustentável dos recursos renováveis, a minimização dos impactos ambientais adversos e da produção de resíduos e o tratamento ou a disposição final desses resíduos de forma segura e responsável.

9.º) Pesquisas – Realizar ou patrocinar pesquisas sobre impactos ambientais das matérias-primas, dos produtos, dos processos, das emissões e dos resíduos associados às atividades da empresa e sobre os meios de minimizar tais impactos adversos.

10.º) Medidas Preventivas – Adequar a fabricação, a comercialização, a utilização de produtos ou de serviços, ou a condução de atividades, em harmonia com os conhecimentos científicos e técnicos, para evitar a degradação grave ou irreversível do ambiente.

11.º) Empreiteiros e Fornecedores – Promover a adoção destes princípios pelos empreiteiros contratados pela empresa, encorajando e, em casos apropriados, exigindo a melhoria de seus procedimentos de modo compatível com aqueles em vigor na empresa, e encorajar a mais ampla adoção destes princípios pelos fornecedores.

12.º) Planos de Emergência – Desenvolver e manter, nos casos em que exista risco significativo, planos de ação para situações de emergência, em coordenação com os serviços especializados, as principais autoridades e a comunidade local, tendo em conta os possíveis impactos transfronteiriços.

13.º) Transferência de Tecnologias – Contribuir para a transferência de tecnologia e métodos de gestão que respeitem o ambiente, tanto nos setores industriais como nos de administração pública.

14.º) Contribuição para o Esforço Comum – Contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, de programas empresariais, governamentais e intergovernamentais, e de iniciativas educacionais que valorizem a consciência e a proteção ambiental.

15.º) Abertura ao Diálogo – Promover a abertura ao diálogo com o pessoal da empresa e com o público, em antecipação e em resposta às respetivas preocupações quanto ao risco e aos impactos potenciais das atividades, dos produtos, resíduos e serviços, incluindo os de significado transfronteiriço ou global.

16.º) Cumprimento de Regulamentos e Informação – Aferir o desempenho das ações sobre o ambiente, proceder regularmente a auditorias ambientais e avaliar o cumprimento das exigências internas da empresa, dos requisitos legais e destes princípios, e periodicamente fornecer as informações pertinentes ao Conselho de Administração, aos acionistas, ao pessoal, às autoridades e ao público.

Fonte: adaptado de Valle, 2010, pp. 153–155.

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ANEXOS

132

IV. ELEMENTOS QUE FUNDAMENTAM A ESTRATÉGIA E POLÍTICA SUSTENTÁVEL

A Tabela 20 mostra uma matriz de autoavaliação dos elementos-chave que fundamentam a estratégia

e política da organização sustentável, o elemento é avaliado entre o nível 1 (base) e o nível 5 (melhor).

Tabela 20 – Matriz de autoavaliação dos elementos que fundamentam a estratégia e política sustentável.

ELEMENTO CHAVE

NÍVEL DE MATURIDADE RUMO AO SUCESSO SUSTENTADO NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5

Estratégia e Política: 1. Generalidades 2. Formulação da estratégia e da política

O processo de planeamento é organizado de uma forma ad hoc. Estratégia, política e objetivos estão só parcialmente definidos. As entradas para a formulação da política e da estratégia são ad hoc e apenas são formulados aspetos relacionados com produto e as finanças.

Há um processo estruturado para a formulação da estratégia e da política. O processo para formulação da estratégia e da política inclui uma análise das necessidades e das expectativas dos clientes, em conjunto com uma análise das exigências estatutárias e regulamentares.

O processo de formulação da estratégia e da política evoluiu para incluir uma análise das necessidades e expectativas de uma gama alargada de partes interessadas. São desenvolvidos planos, depois de avaliadas as necessidades e expectativas das partes interessadas relevantes. O processo de planeamento inclui ter em consideração mudanças nas tendências externas e as necessidades das partes interessadas, obriga a realinhamentos se necessários. Resultados benéficos podem ser associados a anteriores abordagens estratégicas.

A estratégia, as políticas e os objetivos são formulados de uma forma estruturada. A estratégia e as políticas cobrem aspetos relativos a partes interessadas relevantes. Os resultados dos processos da organização para formulação da estratégia e da política são consistentes com as necessidades das suas partes interessadas. Ameaças, oportunidades e disponibilidade de recursos são avaliados e tidos em consideração antes de os planos serem confirmados. Há revisões periódicas e estruturadas dos processos de planeamento.

Pode ser demonstrado que as estratégias resultaram no atingir dos objetivos da organização e na otimização das necessidades das partes interessadas. As partes interessadas estão comprometidas no sucesso da organização, para o qual contribuem, há confiança em que o nível da sua contribuição será mantido. Há confiança em que os sucessos serão sustentados. São usados mecanismos de monitorização e reporte eficazes, incluindo o retorno da informação das partes interessadas para o processo de planeamento.

3. Desdobramento das estratégias e das políticas

São usados e desdobrados objetivos de curto prazo nas operações diárias. São definidos planos estratégicos para a realização do produto.

A estratégia e as políticas são traduzidas em objetivos, para diferentes níveis na organização. São desenvolvidos planos de acordo com o balanço de necessidades e expetativas dos clientes. A estratégia e as políticas evoluem, as necessidades dos clientes são desdobradas em processos e objetivos claramente definidos. São a base para revisões de desempenho e auditorias.

Procede-se à medição do progresso para o atingir dos objetivos estratégicos da organização. As variações positivas ou negativas face aos planos são analisadas e age-se em conformidade.

São definidos objetivos mensuráveis para cada processo e nível da organização, os quais são consistentes com a estratégia. O sistema de gestão é revisto e atualizado, de acordo com as alterações na estratégia. As medições no progresso para o atingir dos objetivos demonstram haver muitas tendências positivas.

O desdobramento da estratégia, do planeamento e da política é regularmente revisto e atualizado usando dados de monitorização e análise do ambiente da organização. A análise do desempenho passado pode demonstrar que a organização é bem sucedida ao ultrapassar desafios emergentes ou imprevistos.

4. Comunicação da estratégia e das políticas

A comunicação processa-se de forma reativa.

É definido e implementado um processo para a comunicação interna e externa.

Há sistemas eficazes para comunicar alterações na estratégia e nos planos às pessoas relevantes dentro da organização.

As alterações na política são comunicadas às partes interessadas relevantes e a todos os níveis dentro da organização.

A eficácia do processo de comunicação é revista periodicamente. Há evidências de que o processo de comunicação satisfaz as necessidades das partes interessadas.

Fonte: adaptado de IPQ, 2011, pp. 37–38.

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ANEXOS

133

V. CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DE RELATO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A Tabela 21 apresenta as categorias, subcategorias e aspetos de relato da sustentabilidade, conforme

as diretrizes impostas atualmente pela versão: “G4 Sustainability Reporting Guidelines” do GRI (2013).

Tabela 21 – Categorias e subcategorias de relato da sustentabilidade.

CATEGORIA SUBCATEGORIA ASPETOS DE RELATO DA SUSTENTABILIDADE

ECONÓMICA Económica

• Desempenho Económico • Presença no Mercado • Impactos Económicos Indiretos • Práticas de Compra

AMBIENTAL Ambiental

• Materiais • Energia • Água • Biodiversidade • Emissões • Efluentes e Resíduos • Produtos e Serviços • Conformidade • Transporte • Geral • Avaliação Ambiental de Fornecedores • Mecanismos de Reclamação Relacionadas com os Impactos Ambientais

SOCIAL

Práticas Laborais e

Trabalho Digno

• Emprego • Relações Laborais • Segurança e Saúde no Trabalho • Formação e Educação • Diversidade e Igualdade de Oportunidades • Igualdade de Remuneração entre Homens e Mulheres • Avaliação das Práticas Laborais dos Fornecedores • Mecanismos de Reclamação Relacionadas com as Práticas Laborais

Direitos Humanos

• Investimento • Não Discriminação • Liberdade de Associação e Negociação Coletiva • Trabalho Infantil • Trabalho Forçado ou Obrigatório • Práticas de Segurança • Direitos das Populações Indígenas • Avaliação • Avaliação dos Fornecedores em Matéria de Direitos Humanos • Mecanismos de Reclamação Relacionadas com os Direitos Humanos

Sociedade

• Comunidades Locais • Combate à Corrupção • Políticas Públicas • Concorrência Desleal • Conformidade • Avaliação do Impacto Social dos Fornecedores • Mecanismos de Reclamação Relacionadas com os Impactos na Sociedade

Responsabilidade pelo

Produto

• Segurança e Saúde dos Clientes • Rotulagem de Produtos e Serviços • Comunicações de Marketing • Privacidade do Cliente • Conformidade

Fonte: adaptado de GRI, 2013, p. 9.

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ANEXOS

134

VI. COMPROMISSO DAS ORGANIZAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Por cortesia, da Excelentíssima Sr.ª Secretária Geral do BCSD Portugal, Doutora Fernanda Pargana,

apresenta-se, na Tabela 22, uma relação de vários testemunhos de gestores de topo de organizações

membros do BCSD Portugal, relativos ao “Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável” (BCSD,

2015). A presente informação foi autorizada a ser publicada na íntegra como anexo à Dissertação de

Mestrado. Na tabela seguinte todas as organizações certificadas, até final de 2013, em qualidade (ISO

9001:2008), ambiente (ISO 14001:2004), segurança e saúde do trabalho (BS OHSAS 18001:2007/

NP 4397:2008), encontram-se respetivamente identificadas na coluna da direita com a sigla QAS.

Tabela 22 – Testemunho de gestores de topo sobre o compromisso com o desenvolvimento sustentável.

GESTOR TESTEMUNHO Aires Pereira | Presidente do Conselho de Administração da LIPOR

“Os clientes são o pilar fundamental no negócio de qualquer organização. Na LIPOR, trabalhamos diariamente para proporcionar soluções sustentáveis a cada cliente, baseadas na qualidade, num elevado nível de serviço, através de uma inovação constante e na credibilidade de uma MARCA construída ao longo de mais de 30 anos de existência.”

QAS

António Calçada de Sá | Administrador Delegado da Repsol Portuguesa “Na REPSOL continuamos a trabalhar na integração do respeito pelos direitos humanos nos processos da companhia. Estamos a elaborar uma política de respeito pelos direitos humanos, que expressa o nosso compromisso com os direitos fundamentais e também a expetativa de comportamento que temos relativamente aos nossos stakeholders no que se refere a direitos humanos.”

QAS

António Mexia | Presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP “A gestão estratégica e a operação do dia a dia da EDP são permeadas permanentemente pela preocupação da sustentabilidade, declinada conjugadamente nos planos económico, social e ambiental. Estamos no BCSD Portugal, desde sempre, porque acreditamos que a cooperação empresarial é um instrumento poderoso para promover o desenvolvimento da sociedade.”

QAS

António Mota | Presidente do Conselho de Administração da Mota-Engil “O Grupo Mota-Engil está presente no panorama empresarial há 67 anos. Acreditamos que o sucesso da nossa visão estratégica deve consistir num compromisso firme com uma gestão ética, social e ambientalmente responsável, que integre os valores e princípios da sustentabilidade em tudo o que fazemos e na forma como nos relacionamos com todos os nossos stakeholders.”

QAS

António Raposo de Lima | Presidente da IBM Portugal “A construção de um planeta mais inteligente requer a transformação das cidades em ecossistemas mais sustentáveis e eficientes. Numa crescente convergência com a estratégia de negócio, a IBM aplica tecnologia, inovação e conhecimento em prol das comunidades onde estamos inseridos. Cuidados de saúde acessíveis, educação que faz a diferença, uma rede de transportes de confiança, prevenção e resposta eficaz a emergências, gestão ambiental e muito mais, num sistema integrado e numa ótica de serviço ao cidadão, é o nosso compromisso para com o desenvolvimento sustentável.”

António Rios de Amorim | Presidente do Conselho de Administração da Corticeira Amorim “Na CORTICEIRA AMORIM, valorizamos a tradição e inovação como alicerces para um futuro sustentável. A indústria da cortiça e o montado são um caso único de economia verde. Preservar este ecossistema, toda a biodiversidade que lhe está associada e acrescentar-lhe valor económico, é a forma que temos de partilhar este ativo ímpar com toda a Humanidade.”

QAS

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ANEXOS

135

GESTOR TESTEMUNHO

Carlos Melo Ribeiro | Chief Executive Officer do Grupo Siemens Portugal “A nossa história evidencia que o conceito de sustentabilidade está intimamente ligado aos valores da nossa empresa – responsabilidade, excelência e inovação. Desde a criação da empresa, há quase dois séculos, que o seu fundador, Werner von Siemens insistiu que a Siemens assumisse as suas responsabilidades para com seus colaboradores, a sociedade e o meio ambiente.”

QAS

Carlos Vieira | Administrador Delegado da Ensinus “Para uma escola de gestão, sustentabilidade significa saber gerir hoje bens, serviços e pessoas de forma a aumentar a capacidade de resposta aos desafios financeiros, melhorar a gestão de riscos e criar valor adicional e oportunidades futuras de desenvolvimento económico, social e ambiental.”

Cristiano Azevedo | Administrador Delegado da Lidergraf Sustainable Printing “Assumimos a assinatura corporativa ‘Lidergraf | Sustainable Printing’ como uma crença e como uma manifestação de vontade. Uma crença, porque acreditamos que o sucesso só é alcançado através de uma gestão equilibrada e sustentável. Uma manifestação de vontade, porque queremos que a nossa ação seja um compromisso com o futuro e um contributo para o desenvolvimento do contexto económico, social e ambiental em que nos inserimos.”

QA

Diogo da Silveira | Presidente da Comissão Executiva do Grupo Portucel Soporcel “Para o Grupo Portucel, o desenvolvimento sustentável constrói-se numa relação de respeito pelo ambiente e pelas pessoas. Começamos na floresta, acrescentando valor a este recurso natural e renovável, inovamos no papel ecoeficiente que exportamos para mais de 100 países, valorizamos os recursos do país e das regiões e contribuímos para a melhoria das condições de vida das comunidades envolventes.”

QAS

Francisco de Lacerda | Presidente do Conselho de Administração: CTT Correios de Portugal “Os CTT reafirmam o seu compromisso com a sustentabilidade, na integralidade dos pilares económico, social e ambiental. Por razões de cidadania empresarial, mas também porque acreditamos que essa aposta ajuda a otimizar custos, a identificar novas fontes de receitas, a abraçar novas oportunidades e a tornar-nos mais competitivos e acima de tudo, porque dá um sentido e um rumo à atividade da empresa junto das suas partes interessadas.”

QAS

Gilberto Jordan | Presidente do Conselho de Administração da Planbelas, S.A. “O desenvolvimento sustentável sempre fez parte da cultura e gestão do Grupo André Jordan. A nossa gestão assenta num compromisso permanente com a atuação responsável e sustentável. O contributo do BCSD tem sido excelente e inspirador, já que nos tem apoiado a olhar para o futuro com uma visão estratégica, definindo prioridades que proporcionam benefícios para as empresas, ambiente e sociedade.”

QA

Jacques Reber | Diretor Geral da Nestlé Portugal “Na Nestlé, entendemos que o verdadeiro desafio de um negócio é a sua capacidade de criar valor a longo prazo na sociedade. Como tal, preocupamo-nos com o impacto económico, social e ambiental que temos nos países onde operamos, com especial foco nas áreas da nutrição, da água e do desenvolvimento rural, pilares da nossa estratégia para a ‘Criação de Valor Partilhado’.”

AS

Jesus Matías Pérez Alejo | Administrador Delegado da CEPSA Portuguesa Petróleos “Uma das prioridades da CEPSA é integrar a sustentabilidade na gestão, como única forma de crescimento futuro. No desenvolvimento sustentável dos negócios assumimos o compromisso de agir responsavelmente e minimizar o impacto no ambiente. Atentos às comunidades onde estamos, contribuímos para o desenvolvimento local de acordo com a nossa responsabilidade social.”

QAS

João Abecasis | Presidente da Comissão Executiva da UNICER “Na UNICER defendemos que só com a integração dos princípios de desenvolvimento sustentável é que é possível desenvolver um caminho consistente de crescimento, seja nos mercados nacionais ou internacionais. Desta forma, seremos capazes de contribuir para o desenvolvimento social, ambiental e económico de todos aqueles que influenciam a nossa atividade.”

QAS

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ANEXOS

136

GESTOR TESTEMUNHO

João António Pintassilgo | Presidente da Administração da Transtejo/Soflusa “O compromisso da gestão do Grupo Transtejo para com o desenvolvimento sustentável, tem sido no sentido de que a necessária sustentabilidade financeira da empresa, especialmente em contexto de recessão económica, não faça regredir a perspetiva social e ambiental, garantindo a continuidade dos princípios da estratégia de sustentabilidade definida pelo grupo.”

João Bento | Presidente da Comissão Executiva da EFACEC “O desenvolvimento sustentável é um compromisso profundo, inequívoco e incontornável para a EFACEC. Faz parte integrante da missão e da visão da companhia e é um suporte fundamental para a nossa estratégia de crescimento e desenvolvimento. Assenta numa análise previsional dos impactos das decisões que tomamos e em metodologias avançadas de gestão do risco.”

QAS

João de Mello | Presidente do Conselho de Administração da CUF “Na CUF encaramos o desenvolvimento sustentável como o equilíbrio entre o sucesso económico, a proteção ambiental, a segurança e a responsabilidade social. Estamos empenhados em usar os recursos naturais da forma mais eficiente e benéfica para o ambiente, proporcionando valor aos clientes e partes interessadas e promovendo uma melhoria da qualidade de vida das atuais, e futuras gerações.”

QAS

João Paulo Oliveira | Presidente da Bosch Termotecnologia “Na Bosch, reconhecemos a nossa responsabilidade e utilizamos as nossas tecnologias e serviços para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Investimos parte significativa do orçamento de I&D em produtos energeticamente eficientes e que permitem conservar recursos naturais. Ao desenvolver e comercializar soluções com ‘Tecnologia para a Vida’, contribuímos para um futuro sustentável.”

QAS

João Roquette | Administrador Delegado do Esporão “O futuro das empresas estará cada vez mais condicionado pelos seus valores, atitude e responsabilidade. O compromisso do Esporão é estar ao serviço da sociedade, e não o contrário, contribuindo para as mudanças tão necessárias no mundo corporativo.”

QA

Jorge Magalhães Correia | Presidente do Conselho de Administração da Fidelidade “A noção de seguro está intrinsecamente ligada ao conceito de sustentabilidade: sem seguro, empresas e pessoas não poderiam assumir riscos e proteger o seu património. Como líder de mercado, o universo das seguradoras do Grupo CGD pretende ser a referência do setor também em matéria de sustentabilidade.”

Jorge Tomé | Presidente da Comissão Executiva do BANIF, S.A. “No Banif, acreditamos que os desequilíbrios da sociedade e a degradação ambiental impõem responsabilidades acrescidas às empresas e impactam cada vez mais no seu desempenho económico. Por isso, estamos empenhados em construir, diariamente, um negócio responsável. Somos resilientes e incansáveis, estamos sensibilizados para continuar a merecer a confiança dos investidores.”

José de Matos | Chief Executive Officer da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “A gestão assente nos princípios de sustentabilidade assume uma importância estratégica para a CGD, em prol de uma gestão equilibrada dos recursos disponíveis, na deteção de oportunidades e na criação de valor para o futuro. Este desempenho constitui um diferencial importante na relação com os clientes, principalmente os mais jovens, mais exigentes em termos de consciência ambiental e social. Esta visão de futuro, permite-nos reforçar a confiança que os portugueses nos depositam.”

Q

José de Melo Bandeira | Administrador Delegado da Dalkia “Desenvolvimento sustentável, significa para nós a guerra do saber e da competência nos métiers da energia e ambiente. Na Dalkia atrair e desenvolver talento é a única alavanca para encontrar soluções. Tornar o uso das energias mais eficiente, reduzir as emissões e melhorar os resultados operacionais dos clientes, é a praxis que permitirá crescimento sustentável!”

QAS

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ANEXOS

137

GESTOR TESTEMUNHO

José Fortunato | Administrador da Sonae Modelo Continente “Não é por acaso que a Sonae é membro fundador do BCSD Portugal e foi uma das empresas impulsionadoras do World Business Council for Sustainable Development – a sustentabilidade está embutida no núcleo essencial dos nossos valores e não concebemos outra forma de estar presente no mundo dos negócios: responsável, solidária e long-living.”

Q

José Galamba de Oliveira | Presidente da Accenture Portugal “Na Accenture, o conceito de sustentabilidade está sempre presente, e a procura constante da excelência leva-nos a incorporar a sustentabilidade de forma transversal, e por isso mesmo acabámos de lançar o nosso primeiro Relatório de Responsabilidade Corporativa, uma experiência que nos permitiu avaliar a relação entre o impacto da nossa atividade e o desenvolvimento sustentável.”

José Leitão | Chief Executive Officer da APCER “A APCER assume a sustentabilidade como parte integrante da sua estratégia, tanto ao nível da gestão da sua atividade, como ao nível dos serviços que disponibiliza, contemplando boas práticas económico-financeiras, de responsabilidade social e de gestão ambiental, tendo por finalidade a criação de valor para os stakeholders e sociedade em geral.”

José Pereira Alves | Territory Senior Partner da PwC “Na PwC, sustentabilidade significa sobretudo o desenvolvimento de uma consciência, que se inicia com a liderança responsável de cada pessoa e termina num plano de ação conjunto, para o qual todos têm contribuído com sucesso. Para nós, a responsabilidade corporativa assenta em quatro vertentes – mercado, pessoas, comunidade e ambiente – e reflete-se na forma como trabalhamos e envolvemos as partes interessadas, bem como, na promoção de práticas responsáveis.”

QAS

Luís Araújo | Administrador do Grupo Pestana “O Grupo Pestana prossegue políticas de qualidade de serviço, responsabilidade social, segurança, saúde e higiene no trabalho, segurança alimentar, comunicação e ambiente. Estes compromissos refletem a nossa abordagem ao desenvolvimento sustentável: criar valor no longo prazo, desenvolvendo atividade com respeito pelo ambiente, comunidades e culturas locais, colaboradores e clientes.”

Luís Barroso | Administrador da Carris “A CARRIS encara a sustentabilidade nas vertentes económica, ambiental e social, evidenciando a consciência de que o seu desenvolvimento terá que ser consistente e duradouro. A sustentabilidade traduz-se no compromisso permanentemente, refletido no interior e no exterior da organização.”

QAS

Luis Laginha de Sousa | Chairman and Chief Executive Officer da NYSE Euronext Lisbon “Mercados transparentes e organizados, são instrumentos poderosos para estimular e compensar as empresas que adotem as melhores práticas de desenvolvimento sustentável, estando a Bolsa Portuguesa fortemente empenhada em promover ativamente as melhores práticas, bem como, as empresas que se destacam na implementação de políticas de sustentabilidade.”

Luis Serrano | Country Manager do Grupo Solvay Portugal e Espanha “Asking more from chemistry traduz o firme compromisso da Solvay com um novo modelo de negócio. Executando uma política ambiciosa e estruturada de Sustentabilidade, a que chamamos Solvay Way, procuramos responder às necessidades dos nossos stakeholders e enfrentar os desafios cruciais de um mundo em evolução. Na Solvay, acreditamos que a química é parte da resposta. Por isso, partilhamos da missão que o BCSD Portugal se comete e, imaginando e produzindo soluções inovadoras, promovemos a mudança rumo a um desenvolvimento sustentável.”

QAS

Luís Sousa | Diretor Geral da Biorumo “A tradução de uma realidade atual no que concerne a práticas empresariais, procura e investe em soluções e respostas fidedignas para as pressões que o Planeta e as sociedades enfrentam, assenta na utilização dos recursos de forma equilibrada, de acordo com os princípios económicos e sociais que todas as organizações devem procurar atingir.”

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ANEXOS

138

GESTOR TESTEMUNHO

Luís Veiga Martins | Diretor Geral da Sociedade Ponto Verde “A Sociedade Ponto Verde desde que foi criada, há mais de quinze anos e por via da atividade que desenvolve, gestão de um sistema integrado de embalagens e resíduos de embalagens, tem implementado todo um conjunto de ações e obtidos resultados que a colocam num patamar em que o conceito de desenvolvimento sustentável faz parte naturalmente do ADN da empresa.”

Manuel Ferreira de Oliveira | Presidente Executivo da Galp Energia “Na Galp Energia acreditamos numa gestão sustentável pautada pelo equilíbrio entre a rentabilidade dos acionistas e o compromisso com a sociedade e o ambiente. Nas nossas diversas atividades procuramos atuar de forma inovadora, competitiva e com ambição, adotando os princípios fundamentais da sustentabilidade, com particular ênfase na ética, na segurança, na preservação do ambiente e na responsabilidade corporativa.”

QAS

Manuel Queiró | Presidente do Conselho de Administração da CP “A CP – Comboios de Portugal é o maior operador nacional de transporte de pessoas e mercadorias. O comboio é um vetor fundamental para uma mobilidade verdadeiramente sustentável, conjugando eficiência e respeito pelo ambiente. Aliadas estas caraterísticas à elevada responsabilidade social e económica da empresa, pela prestação de um serviço público essencial ao país, a promoção do desenvolvimento sustentável é uma componente intrínseca ao seu ADN.”

Q

Margarida Couto | Partner da Vieira de Almeida & Associados “Quando medimos a nossa pegada carbónica, as emissões totais da Vieira de Almeida eram equivalentes às que resultariam de 100 voltas ao mundo em automóvel e as emissões por colaborador equivaliam a 10 viagens de avião ida-e-volta entre Lisboa e Londres. Assumimos o compromisso de fazer mais e melhor. Por isso, continuamos a reduzir, reutilizar e reciclar. E sabemos que juntos faremos diferença!”

Miguel Pernes | Administrador Delegado da ABB “A ABB contribui para ‘um mundo melhor’, como diz o lema do Grupo, no qual uma população sempre crescente tenha acesso a recursos, saúde e bem-estar. Isto significa que estamos fortemente empenhados na criação de soluções inovadoras, nomeadamente na área da eficiência energética, de forma a fazermos mais com menos, em prol de um futuro mais sustentável.”

QAS

Miguel Teixeira de Abreu | Chairman da Comissão de Sustentabilidade da Abreu Advogados “Os 20 anos que a AB completa em 2013 são o espelho do seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, onde a mudança e a inovação se refletem na qualidade do serviço jurídico que presta, na visão humanista das relações com todos os seus colaboradores, na aposta pela conciliação da vida profissional com a vida pessoal, na importância da organização e da boa gestão, e sobretudo, na criação de uma instituição que perdure muito para lá da geração que a fundou.”

Q

Nathalie Ballan | Partner da Sair da Casca “Na Sair da Casca, o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável confunde-se com a nossa missão: estimular a mudança, através de ações focadas nos impactos; dinamizar a cooperação entre as empresas e a sociedade; educar para a sustentabilidade.”

Nuno Amado | Presidente do Millenium BCP “No Millennium BCP o compromisso com a sustentabilidade passa por prosseguir a procura permanente de soluções inovadoras que deem resposta às constantes alterações económicas, sociais e de regulação, preservando uma relação transparente e de confiança com os stakeholders que contribuem para o desenvolvimento sustentado do Banco.”

Q

Nuno Costa | Chief Executive Officer da Ecoprogresso “A Ecoprogresso contribui com empenho e paixão para o desenvolvimento sustentável, através do profundo envolvimento com os seus clientes, catalisando a consciencialização e a integração das alterações climáticas nas políticas públicas e investimentos privados e a antecipação de desafios e implementação de estratégias para um futuro em estado puro.”

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ANEXOS

139

GESTOR TESTEMUNHO

Paulo Carvalho | Diretor Geral da SAP Portugal “As empresas líderes do século XXI entendem o sucesso como algo mais amplo que o mero desempenho financeiro. O impacto no mundo – social, ambiental e económico – também é considerado. A SAP investe em inovação e tecnologia, para proporcionar maior acesso à informação e para resolver os desafios da sustentabilidade.”

Paulo Morgado | Administrador Delegado da Capgemini “O Grupo Capgemini é um dos maiores fornecedores mundiais de serviços de consultoria, tecnologia e outsourcing. Como tal, reconhecemos que devemos ter um papel ativo na identificação e minimização dos nossos impactes ambientais, não apenas através da forma como gerimos o nosso negócio, mas também através da forma como influenciamos os nossos clientes e parceiros.”

QA

Pedro Bogas | Presidente do Metropolitano de Lisboa “No Metropolitano de Lisboa assumimos a responsabilidade de contribuir ativamente para a sustentabilidade da região onde operamos, oferecendo mobilidade sustentável (ao nível económico, social e ambiental), ao mesmo tempo que garantimos a sustentabilidade da própria empresa. Esta é a nossa missão, mas também o nosso grande desafio.”

Q

Pedro Quintela | Diretor Geral da Xerox Portugal “Como parte integrante da sociedade civil, na Xerox queremos ser um agente de mudança ao nível das mentalidades e práticas, por isso todo o nosso modelo de negócio e as nossas soluções assentam numa perspetiva de contínua inovação e diferenciação de forma a trazer eficiência e ganhos de produtividade para os clientes. A nível social e ambiental temos várias iniciativas que envolvem os nossos colaboradores e um forte espírito de colaboração com várias entidades sem fins lucrativos.”

QA

Pedro Soares dos Santos | Chairman do Grupo Jerónimo Martins “Para um Grupo que conta mais de 220 anos de existência, a sustentabilidade assume um significado especialmente profundo. Somos herdeiros de um legado que nos orgulhamos de continuar a fazer crescer enquanto negócio responsável, que emprega cerca de 70 mil colaboradores no conjunto dos países onde desenvolvemos hoje a nossa atividade: Portugal, Polónia e Colômbia. Move-nos, além desta responsabilidade, uma visão orientada à criação de valor para os nossos consumidores, os nossos parceiros de negócio e os acionistas, fundada no respeito pelas pessoas e pelo planeta em que vivemos.”

Q

Sérgio Caçador Ramos | Presidente da Administração da OVO Solutions “É através de uma gestão integradora e eficiente, onde a procura pelo bem comum é constante, que a OVO Solutions aposta na criação de soluções sustentáveis que permitam equilibrar o planeta e os seus recursos, contribuindo para a sensibilização e edificação de uma sociedade ambientalmente mais responsável.”

Q

Sérgio Teixeira Santos | Managing Director da TerraSystemics “Sendo as alterações climáticas um dos principais desafios da sociedade atual, a TerraSystemics, através da marca de gestão de carbono e)mission®, tem desenvolvido trabalho no combate global às alterações climáticas, através da mitigação e compensação das emissões de gases com efeito de estufa. É um passo importante na transição para uma economia de baixo carbono”.

Sikander Sattar | Presidente da KPMG Portugal “Entendemos a sustentabilidade como um pilar que garante a continuidade do nosso negócio, o futuro da humanidade e do planeta como um todo. Por isso estamos empenhados em incorporar diariamente medidas que reforcem o nosso compromisso, tanto a nível interno, como através do trabalho que desenvolvemos os nossos colaboradores, com clientes e ONGs.”

Vasco de Mello | Presidente do Conselho de Administração da BRISA “Apesar dos tempos difíceis que vivemos, o tema da sustentabilidade tornou-se ainda mais estratégico. As empresas têm vindo a ajustar-se, mas só terão sucesso se tiverem em conta o equilíbrio entre os três vetores, económico, social e ambiental, demonstrando a energia e a ousadia necessárias para vencer a adversidade e para construir o futuro.”

QA

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ANEXOS

140

GESTOR TESTEMUNHO

Victor Rodrigues | Diretor Geral da Gestamp Aveiro “A Gestamp Aveiro encara o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável como um processo de melhoria contínua de longo prazo. Integramos na nossa estratégia essa orientação e acreditamos que de uma forma progressiva podemos fazer mais e melhor.”

QA

LEGENDA92: QAS – Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Ambiente (ISO 14001) e Segurança (BS OHSAS 18001 /NP 4397) | QA – Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) e Ambiente (ISO 14001) | QS – Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) e Segurança (BS OHSAS 18001/NP 4397) | AS – Certificação do Sistema de Gestão do Ambiente (ISO 14001) e Segurança (BS OHSAS 18001/NP 4397) | Q – Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001). Fonte: adaptado de BCSD, 2015.

O gráfico da Figura 29 apresenta uma visão holística dos diversos conceitos ou temas, que estruturam

textualmente o “Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável” (ver Tabela 22), assumido sob a

forma de testemunho por 52 gestores de topo de organizações membros do BCSD Portugal. No top 10

dos “conceitos ou temas”, mais frequentes, que estruturam o “Compromisso com o Desenvolvimento

Sustentável”, temos por ordem decrescente de frequência de ocorrência, os seguintes “conceitos ou

temas”: a Sustentabilidade mencionada por 24 (46,2%) gestores de topo de organizações membros do

BCSD Portugal, o Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) e o Desenvolvimento Sustentável (DS)

ambos mencionados por 20 (38,5%) gestores de topo, a Comunidade Local (Sociedade) referida por 18

(34,6%) gestores de topo, as Outras Questões Económicas mencionadas por 17 (32,7%) gestores de

topo, a Investigação, Desenvolvimento e Inovação mencionada por 13 (25,0%) gestores de topo, o

Equilíbrio Económico, Ambiental e Social mencionado por 12 (23,1%) gestores de topo e, por último, os

Clientes (Consumidores), as Outras Questões Ambientais e as Outras Questões Sociais todos estes três

(3) referidos por 10 (19,2%) gestores de topo. Destaca-se, no geral, ainda pela frequência de utilização

os seguintes “conceitos ou temas”: os Recursos Humanos (Colaboradores) mencionados por 9 (17,3%)

gestores de topo, a Qualidade dos Produtos e/ou Serviços e as Partes Interessadas (Stakeholders)

ambos mencionados por 8 (15,4%) gestores de topo, a Responsabilidade Social mencionada por 6

(11,5%) gestores de topo, a Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa) mencionada por 5 (9,6%)

gestores de topo, os Acionistas (Shareholders), o Impacto na Economia Global (Crescimento), a

Conservação dos Recursos Naturais a Responsabilidade Ambiental todos os quatro (4) mencionados

por 4 (7,7%) gestores de topo, a Eficiência Energética (Consumo de Energia), a Gestão Ambiental, a

Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho, a Gestão do Risco e Incerteza e o Corporate Governance,

todos estes cinco (5) referidos por 3 (5,8%) gestores de topo, de atuais membros do BCSD Portugal. 92A informação apresentada, na Tabela 22, relativa à certificação dos sistemas de gestão da Qualidade (Q), Ambiente (A) e Segurança (S) das organizações portuguesas, resulta da consulta da Listagem Geral de Empresas, Serviços e Produtos Certificados (atualizada a 31 de dezembro de 2013), publicada em anexo ao Guia de Empresas Certificadas (GEC) de 2014. Edição 09. Lisboa: Cempalavras. Disponível para consulta integral na Internet em URL: http://www.cempalavras.pt/GEC_2014/PDF/LISTAGEM_GEC_2014.pdf.

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ANEXOS

141

Figura 29 – O compromisso com o desenvolvimento sustentável, segundo os membros do BCSD Portugal.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

104

2000000

80

134

02

175

20

12

322

02

2444

310

21

000

180000

19

63

100

8000

13

220

10

32

121

0 10 20 30

Clientes (Consumidores) [01]Acionistas (Shareholders) [02]

Sucesso Sustentado (Excelência da Gestão) [03]Tratamento de Reclamações [04]

Satisfação dos Clientes [05]Concorrência Leal [06]

Anticorrupção (Antissuborno) [07]Relações de Parceria com Fornecedores [08]

Qualidade dos Produtos e/ou Serviços [09]Rotulagem de Produtos e/ou Serviços [10]

Investigação, Desenvolvimento e Inovação [11]Impacto na Economia Global (Crescimento) [12]

Informação Financeira (Relato Financeiro) [13]Gestão da Qualidade [14]

Outras Questões Económicas [15]Proteção Ambiental (Preservação ou Defesa) [16]Controlo dos Aspetos e Impactes Ambientais [17]Prevenção e Controlo da Poluição Ambiental [18]Prevenção dos Acidentes Industriais Graves [19]

Prevenção das Alterações Climáticas [20]Eficiência Energética (Consumo de Energia) [21]

Gestão de Resíduos (Reciclagem) [22]Gestão das Emissões Atmosféricas [23]

Tratamento de Águas Residuais (Efluentes) [24]Biodiversidade (Ecologia dos Ecossistemas) [25]

Sustentabilidade [26]Conservação dos Recursos Naturais [27]

Responsabilidade Ambiental [28]Gestão Ambiental [29]

Outras Questões Ambientais [30]Ética e/ou Conduta Empresarial [31]

Direitos Humanos [32]Prevenção do Trabalho Infantil e/ou Forçado [33]Igualdade de Oportunidades (Discriminação) [34]

Voluntariado e/ou Filantropia [35]Comunidade Local (Sociedade) [36]

Controlo de Perigos e Riscos Profissionais [37]Prevenção de Acidentes de Trabalho [38]Prevenção de Doenças Profissionais [39]

Prevenção de Lesões e Danos na Saúde [40]Segurança de Produtos e/ou Serviços [41]

Recursos Humanos (Colaboradores) [42]Responsabilidade Social [43]

Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho [44]Outras Questões Sociais [45]

Conformidade Legal e Normativa [46]Partes Interessadas (Stakeholders) [47]Certificação de Sistemas de Gestão [48]

Auditoria a Sistemas de Gestão [49]Formação, Qualificação e Competência [50]

Transparência, Integridade e/ou Respeito [51]Gestão do Risco e Incerteza [52]

Melhoria Contínua [53]Desenvolvimento Sustentável (DS) [54]Sustentabilidade Empresarial (SE) [55]

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) [56]Corporate Governance (CG) [57]

Triple Bottom Line (TBL) [58]Equilíbrio Económico, Ambiental e Social [59]

Sistema Integrado de Gestão (SIG) [60]

Número de Organizações

Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável

Gestores de Topo Organizações Membros do BCSD Portugal

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ANEXOS

142

VII. ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA

A Tabela 23 apresenta uma relação de todas as organizações com sede ou delegação em Portugal,

que possuíam os seus sistemas de gestão da Qualidade (ISO 9001), Ambiente (ISO 14001), Segurança

e Saúde do Trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397) certificados, à data de 31 de dezembro de 2013.

Tabela 23 – Lista de organizações portuguesas certificadas em qualidade, ambiente e segurança.

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA 2045 – EMPRESA DE SEGURANÇA, S.A.

A. SILVA MATOS – ENERGIA, S.A.

A. SILVA MATOS – METALOMECÂNICA, S.A.

ABB – ASEA BROWN BOVERI, S.A.

ABOUT THE FUTURE – EMPRESA PRODUTORA DE PAPEL, S.A.

AC CONCEPT, S.A.

ACCENDO, LDA.

ACONTROL – AUTOMAÇÃO E CONTROLO INDUSTRIAL, LDA.

ADA – ÁGUAS DE ALENQUER, S.A.

ADC – ÁGUAS DE CASCAIS, S.A.

ADP – ÁGUAS DE PORTUGAL INTERNACIONAL, SERVIÇOS AMBIENTAIS, S.A.

ADP – ÁGUAS DE PORTUGAL, ENERGIAS RENOVÁVEIS E SERVIÇOS AMBIENTAIS, S.A.

ADP – ÁGUAS DE PORTUGAL, SERVIÇOS AMBIENTAIS, S.A.

ADP – ÁGUAS DE PORTUGAL, SGPS, S.A.

ADUBOS DEIBA – COMERCIALIZAÇÃO DE ADUBOS, LDA.

AEG – ARADA, ENGENHARIA E GESTÃO DE EMPREITADAS, LDA.

AFAPLAN – PLANEAMENTO E GESTÃO DE PROJECTOS, S.A.

AFAVIAS – ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES – AÇORES, S.A.

AFAVIAS – ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A.

AGERE – EMPRESA DE ÁGUAS, EFLUENTES E RESÍDUOS DE BRAGA, E.M.

AGP – ARADA GESTÃO DE PARTICIPAÇÕES, LDA.

AGS – ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE SALUBRIDADE, S.A.

ÁGUAS DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, S.A.

ÁGUAS DO ALGARVE, S.A.

ÁGUAS DO CENTRO ALENTEJO, S.A.

ÁGUAS DO CENTRO, S.A.

ÁGUAS DO DOURO E PAIVA, S.A.

ÁGUAS DO MONDEGO – SISTEMA MULTIMUNICIPAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE SANEAMENTO DO BAIXO MONDEGO […], S.A.

ÁGUAS DO NOROESTE, S.A.

ÁGUAS DO NORTE ALENTEJANO, S.A.

ÁGUAS DO OESTE, S.A.

ÁGUAS DO ZÊZERE E CÔA, S.A.

ÁGUAS E PARQUE BIOLÓGICO DE GAIA, E.M., S.A.

AIR LIQUIDE MEDICINAL, S.A.

ALBERTO COUTO ALVES, S.A.

ALERT LIFE SCIENCES COMPUTING, S.A.

ALEXANDRE BARBOSA BORGES, S.A.

ALGAR – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

ALLIANCE HEALTHCARE, S.A.

ALSTOM PORTUGAL, S.A.

ALUBAIRRO – SERRALHARIA CIVIL, LDA.

ALVECABO – CONSTRUÇÃO CIVIL E COMUNICAÇÕES, S.A.

ALVES RIBEIRO, S.A.

AMAL – CONSTRUÇÕES METÁLICAS, S.A.

AMARSUL – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

AMBIENTE GLOBAL – SERVIÇOS AMBIENTAIS, LDA.

AMBIFLORA – SERVIÇOS DE SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL, LDA.

AMCOR FLEXIBLES NEOCEL – EMBALAGENS UNIPESSOAL, LDA.

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ANEXOS

143

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA AMCOR FLEXIBLES PORTUGAL, LDA.

AMÉRICO COELHO RELVAS, SUCESSORES, S.A.

AMÉRICO MARQUES DUARTE, LDA.

AMORIM CORK COMPOSITES, S.A.

AMPERNOR – AUTOMAÇÃO E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS, LDA.

AMS – GOMA CAMPS, S.A.

ANA – AEROPORTOS DE PORTUGAL, S.A.

ANTÓNIO FERREIRA DA SILVA & FILHOS, S.A.

AP – ÁGUAS DE PAREDES, S.A.

APADIL – ARMADURAS, PLÁSTICOS E ACESSÓRIOS DE ILUMINAÇÃO, S.A.

APS – ADMINISTRAÇÃO DO PORTO DE SINES, S.A.

AQUALEVEL, UNIPESSOAL, LDA.

AQUALOGUS – ENGENHARIA E AMBIENTE, LDA.

AQUAPOR – SERVIÇOS, S.A.

AQUASIS – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, S.A.

ARAMUS – INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉCTRICOS E ELECTROMECÂNICOS, LDA.

ARBOSER – SERVIÇOS AGRO-INDUSTRIAIS, S.A.

ARESTALFER, S.A.

ARGEA – GABINETE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA, LDA.

ARLINDO CORREIA & FILHOS, S.A.

AROXAMBIENTE – CONSTRUÇÕES METÁLICAS, S.A.

ARTELIA AMBIENTE, S.A.

ASFALCENTRO – COMÉRCIO DE ASFALTOS, S.A.

ATLANTIC ISLANDS ELECTRICITY (MADEIRA) – PRODUÇÃO, TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA, S.A.

ATLANTIC PHARMA – PRODUÇÕES FARMACÊUTICAS, S.A.

ATM – ASSISTÊNCIA TOTAL EM MANUTENÇÃO, S.A.

AV – ÁGUAS DE VALONGO, S.A.

AVEICABO – TELECOMUNICAÇÕES E SERVIÇOS, S.A.

BAIXO SABOR – BENTO PEDROSO CONSTRUÇÕES E LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, ACE.

BARATA E MARCELINO – ENGENHARIA ENERGÉTICA, S.A.

BARCLAYS BANK PLC – SUCURSAL EM PORTUGAL

BE WATER, S.A.

BEIRAGÁS – COMPANHIA DE GÁS DAS BEIRAS, S.A.

BEMPOSTA – INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DO ALGARVE, S.A.

BERMA – CENTRO DE IMPRESSÃO DIGITAL, LDA.

BHB – SISTEMAS DE CONTROLO E MEDIDA, LDA.

BIAL – ARISTEGUI, PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A.

BIAL – PORTELA & CA., S.A.

BIAL OTC – PRODUTOS PARA A SAÚDE E HIGIENE, S.A.

BIALFAR – PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A.

BIALPORT – PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A.

BI-BLOCO – PRODUTOS DE COMUNICAÇÃO, S.A.

BIOVIA – ENGENHARIA E GESTÃO AMBIENTAL, S.A.

BLUEPHARMA – INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, S.A.

BOMBARDIER TRANSPORTATION PORTUGAL, S.A.

BOMBAS GRUNDFOS (PORTUGAL), S.A.

BONSAI WIND CONSTRUCTION, S.A.

BOSCH CAR MULTIMÉDIA PORTUGAL, S.A.

BOSCH SECURITY SYSTEMS – SISTEMAS DE SEGURANÇA, S.A.

BOSCH TERMOTECNOLOGIA, S.A.

BRAGALUX – MONTAGENS ELÉCTRICAS, S.A.

BRAVAL – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

BRESFOR – INDÚSTRIA DO FORMOL, S.A.

BRISA – CONSERVAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS, S.A.

BRITALAR – SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES, S.A.

BYSAT II, S.A.

BYSTEEL, S.A.

CAIMA – INDÚSTRIA DE CELULOSE, S.A.

CAIMA ENERGIA – EMPRESA DE GESTÃO E EXPLORAÇÃO DE ENERGIA, S.A.

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ANEXOS

144

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA CALHEIROS EMBALAGENS, S.A.

CÂMARA MUNICIPAL DE MORA

CANAS – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

CÂNDIDO JOSÉ RODRIGUES II RENEWABLES, S.A.

CÂNDIDO JOSÉ RODRIGUES, S.A.

CARI – CONSTRUTORES, S.A.

CARLOS FERREIRA DA SILVA & FILHOS – RECOLHA E RECICLAGEM DE PAPÉIS E PLÁSTICOS, LDA.

CARLOS GIL – OBRAS PÚBLICAS CONSTRUÇÃO CIVIL E MONTAGENS ELÉCTRICAS, LDA.

CARMONA – GESTÃO GLOBAL DE RESÍDUOS PERIGOSOS, S.A.

CARMONA – SOCIEDADE DE LIMPEZA E TRATAMENTO DE COMBUSTÍVEIS, S.A.

CASAIS – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

CBE – PROJECTOS E ENGENHARIA EM TELECOMUNICAÇÕES, S.A.

CCENERGIA – AUDITORIA E CONSULTORIA ENERGÉTICA, LDA.

CEC – COMUNICAÇÕES E COMPUTADORES, S.A.

CEGELEC – INSTALAÇÕES E SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO, LDA.

CELFOCUS – SOLUÇÕES INFORMÁTICAS PARA TELECOMUNICAÇÕES, S.A.

CELTEJO – EMPRESA DE CELULOSE DO TEJO, S.A.

CELULOSE BEIRA INDUSTRIAL (CELBI), S.A.

CENFIM – CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA

CENOR CONSULTORES, S.A.

CENTRUM – FOMENTO TÉCNICO INDUSTRIAL, LDA.

CEPSA – PORTUGUESA DE PETRÓLEOS, S.A.

CHAMARTÍN IMOBILIÁRIA, SGPS, S.A.

CHARON – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA E VIGILÂNCIA, S.A.

CIARGA – ARGAMASSAS SECAS, S.A.

CIMPOR – INDÚSTRIA DE CIMENTOS, S.A.

CIN – CORPORAÇÃO INDUSTRIAL DO NORTE, S.A.

CIN INDÚSTRIA, S.A.

CINCLUS – PROJECT MANAGEMENT, S.A.

CIPADE – INDÚSTRIA E INVESTIGAÇÃO DE PRODUTOS ADESIVOS, S.A.

CIPROS – COMÉRCIO E INDUSTRIA DE PRODUTOS DE SEGURANÇA, LDA.

CITRI – CENTRO INTEGRADO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS, S.A.

CITRUP – CENTRO INTEGRADO DE RESÍDUOS, LDA.

CITYGÁS – INFRAESTRUTURAS DE GÁS, S.A.

CLC – COMPANHIA LOGÍSTICA DE COMBUSTIVEIS, S.A.

CLEAR – INSTALAÇÕES ELECTROMECÂNICAS, S.A.

CME – CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO ELECTROMECÂNICA, S.A.

CMP – CIMENTOS MACEIRA E PATAIAS, S.A.

COBELBA – SOCIEDADE DE CONSTRUÇÃO CIVIL, S.A.

COIMBRA JARDIM HOTEL – SOCIEDADE DE GESTÃO HOTELEIRA, S.A.

COMBITUR – CONTRUÇÕES IMOBILIÁRIAS E TURÍSTICAS, S.A.

COMPANHIA CARRÍS DE FERRO DE LISBOA, S.A.

COMPANHIA INDUSTRIAL DE RESINAS SINTÉTICAS, CIRES, LDA.

CONDURIL – ENGENHARIA, S.A.

CONFORLIMPA (TEJO) – MULTISERVIÇOS, S.A

CONFRASILVAS – COFRAGENS, S.A.

CONSDEP – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

CONSTRUÇÕES DIVIREIS, LDA.

CONSTRUÇÕES EUROPA AR-LINDO, S.A.

CONSTRUÇÕES GABRIEL A.S. COUTO, S.A.

CONSTRUÇÕES PRAGOSA, S.A.

CONSTRUÇÕES REFOIENSE, LDA.

CONSULGAL – CONSULTORES DE ENGENHARIA E GESTÃO, S.A.

CONSULTOP – CONTABILIDADE, ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS, LDA.

CORREIA & CORREIA, LDA.

COSTA & CARVALHO, S.A.

COSTA & COSTA, LDA.

COSTEIRA – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

COVIPOR – COMPANHIA VIDREIRA DO PORTO, LDA.

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ANEXOS

145

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA CRIAGÁS – ENERGIA E COMUNICAÇÕES, S.A.

CROWN CORK & SEAL DE PORTUGAL – EMBALAGENS, S.A.

CTT – CORREIOS DE PORTUGAL, S.A.

CTT EXPRESSO – SERVIÇOS POSTAIS E LOGÍSTICA, S.A.

CUF – QUÍMICOS INDUSTRIAIS, S.A.

DALKIA – ENERGIA E SERVIÇOS, S.A.

DANONE PORTUGAL, S.A.

DIANAGÁS – SOCIEDADE DISTRIBUIDORA DE GÁS NATURAL DE ÉVORA, S.A.

DIMETRONIC, S.A. – SUCURSAL EM PORTUGAL

DIVERINSTAL – INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES, SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA.

DOMINGOS DA SILVA TEIXEIRA, S.A.

DOMINÓ – INDÚSTRIAS CERÂMICAS, S.A.

DOUROGÁS PROPANO – COMPANHIA COMERCIALIZADORA DE PROPANO, S.A.

DRIVETEL – SERVIÇOS E PROJECTOS DE TELECOMUNICAÇÕES, S.A.

DURIENSEGÁS – SOCIEDADE DISTRIBUIDORA DE GÁS NATURAL DO DOURO, S.A.

E. CORREIA DE BRITO, LDA.

EAD – EMPRESA DE ARQUIVO DE DOCUMENTAÇÃO, S.A.

EAMB – ESPOSENDE AMBIENTE, E.M. – SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA.

ECOAMBIENTE – CONSULTORES DE ENGENHARIA, GESTÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, S.A.

ECOCICLO – ENERGIA E AMBIENTE, S.A.

ECODEAL – GESTÃO INTEGRAL DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS, S.A.

ECO-OIL – TRATAMENTO DE ÁGUAS CONTAMINADAS,S.A.

ECOREDE – ENGENHARIA E SERVIÇOS, S.A.

ECOTÉCNICA – ELEVAÇÃO E TRATAMENTO DE ÁGUAS E ESGOTOS, S.A.

EDIFER – CONSTRUÇÕES PIRES COELHO & FERNANDES, S.A.

EDIVISA – EMPRESA DE CONSTRUÇÕES, S.A.

EDP GÁS – SERVIÇO UNIVERSAL, S.A.

EDP GÁS – SGPS, S.A.

EDP PRODUÇÃO – BIOELÉCTRICA, S.A.

EDULAB – LABORATÓRIO DE EDULCORANTES, LDA.

EFACEC – SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E ASSISTÊNCIA, S.A.

EFACEC ENERGIA – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS, S.A.

EFACEC ENGENHARIA E SISTEMAS, S.A.

EFAPEL – EMPRESA FABRIL DE PRODUTOS ELÉCTRICOS, S.A.

EGEO – TECNOLOGIA E AMBIENTE, S.A.

EGEO SOLVENTES, S.A.

EGF – EMPRESA GERAL DO FOMENTO, S.A.

EIKON CENTRO GRÁFICO, S.A.

EIP – ELECTRICIDADE INDUSTRIAL PORTUGUESA, S.A.

ELECTRO-MINHO, LDA.

EME SINGULAR, LDA.

EMIÁTOMO – PROJECTOS E MANUTENÇÃO INDUSTRIAL, LDA.

EMPRESA DE CONSTRUÇÕES AMÂNDIO CARVALHO, S.A.

ENAME – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS, S.A.

ENAQUE – ENGENHARIA E ARQUITECTURA, LDA.

ENESCOORD – COORDENAÇÃO E GESTÃO DE PROJECTOS E OBRAS, LDA.

ENOR – ELEVAÇÃO E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, LDA.

ENVIRO – ENGENHARIA E GESTÃO AMBIENTAL, LDA.

EPME – EMPRESA PORTUGUESA DE MONTAGENS ELÉCTRICAS, S.A.

EPOS – EMPRESA PORTUGUESA DE OBRAS SUBTERRÂNEAS, S.A.

EQS – SERVIÇOS DE ENGENHARIA, QUALIDADE E SEGURANÇA, LDA.

ERI – ENGENHARIA, S.A.

ERMESA – SOCIEDADE METALOMECÂNICA, S.A.

ERSUC – RESÍDUOS SÓLIDOS DO CENTRO, S.A.

ERTECNA – EMPRESA DE REVESTIMENTOS TÉCNICOS, LDA.

ESCALA VILA FRANCA – SOCIEDADE GESTORA DO EDIFÍCIO, S.A.

ESSILOR PORTUGAL – SOCIEDADE INDUSTRIAL DE ÓPTICA, LDA.

ETERMAR – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

EURENER PORTUGAL, LDA.

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ANEXOS

146

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA EUREST PORTUGAL – SOCIEDADE EUROPEIA DE RESTAURANTES, LDA.

EURICO FERREIRA, S.A.

EUROCABOS – CONDUTORES ELÉCTRICOS DE TECNOLOGIA AVANÇADA, S.A.

EUROCALOR – TERMO INSTALADORA, LDA.

EUROGALVA – GALVANIZAÇÃO E METALOMECÂNICA, S.A.

EUROMEX – FACILITY SERVICES, LDA.

EURO-YSER – PRODUTOS QUÍMICOS, S.A.

EUSÉBIOS & FILHOS, S.A.

FARMALABOR – PRODUTOS FARMACÊUTICOS, LDA.

FASE – ESTUDOS E PROJECTOS, S.A.

FERGRUPO – CONSTRUÇÕES E TÉCNICAS FERROVIÁRIAS, S.A.

FERNANDES & TERCEIRO, S.A.

FERREIRA – CONSTRUÇÃO, S.A.

FERREIRA & MOREIRA – ARQUITECTURA E ENGENHARIA, LDA.

FERROSTAAL, LDA.

FERTAGUS – TRAVESSIA DO TEJO, TRANSPORTES, S.A.

FIORIMA – FABRICAÇÃO DE PEÚGAS, S.A.

FITONOVO, S.A.

FITS-ALL ORTHOPEADICS – CALÇADO ESPECIAL, LDA.

FLEX 2000 – PRODUTOS FLEXÍVEIS, S.A.

FLEXIPOL – ESPUMAS SINTÉTICAS, S.A.

FLUINSTAL, S.A.

FOCSA – SERVIÇOS DE SANEAMENTO URBANO DE PORTUGAL, S.A.

FRANCISCO PEREIRA MARINHO & IRMÃOS, S.A.

GALVAZA – CONSTRUÇÕES METÁLICAS E GALVANIZAÇÃO, LDA.

GANDARA – PAPEL VELHO E SUCATAS, LDA.

GARLAND TRÂNSITOS, LDA.

GASFOMENTO – SISTEMAS E INSTALAÇÕES DE GÁS, S.A.

GASPAR CORREIA – INSTALAÇÕES TÉCNICAS ESPECIAIS, S.A.

GC – GRÁFICA DE COIMBRA 2 – PUBLICAÇÕES, LDA.

GDF SUEZ ENERGIA E SERVIÇOS PORTUGAL, S.A.

GEBO PACKAGING SOLUTIONS PORTUGAL, S.A.

GEG – GABINETE DE ESTRUTURAS E GEOTÉCNIA, LDA.

GENERAL CABLE CELCAT – ENERGIA E TELECOMUNICAÇÕES, S.A.

GEOPLANO CONSULTORES, S.A.

GERTAL – COMPANHIA GERAL DE RESTAURANTES E ALIMENTAÇÃO, S.A.

GIBB PORTUGAL – CONSULTORES DE ENGENHARIA, GESTÃO E AMBIENTE, S.A.

GLOBAL SUN, S.A.

GOODRYSER – FOREST MANAGEMENT, S.A.

GR4PT, S.A.

GRADUALBUSINESS – SERVIÇOS DE GESTÃO, REPRESENTAÇÃO COMERCIAL, IMPORT EXPORT, LDA.

GRANITAL – GRANITOS DE PORTUGAL, S.A.

GRAVINER – CONSTRUÇÕES, S.A.

GREENDAYS – VALORIZAÇÃO DOS RESÍDUOS, PROTECÇÃO DO AMBIENTE, S.A.

GROUPACK – INDÚSTRIA DE EMBALAGENS, LDA.

GROUPFIX N – ENGENHARIA E SERVIÇOS, S.A.

GSET – GLOBAL SERVIÇOS E ENGENHARIA TOTAL, LDA.

GTI – GESTÃO, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, S.A.

GTI HSST – HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, S.A.

GTI II SI – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, LDA.

H TECNIC – CONSTRUÇÕES, LDA.

HABINORDESTE – SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES, LDA.

HABITÂMEGA – CONSTRUÇÕES, S.A.

HAÇOR M – MANUTENÇÃO DO EDIFÍCIO DO HOSPITAL DA ILHA TERCEIRA, ACE.

HAGEN ENGENHARIA, S.A.

HELENOS, S.A.

HELIPORTUGAL – TRABALHOS E TRANSPORTE AÉREO, REPRESENTAÇÕES, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, S.A.

HELIROMA PLÁSTICOS, S.A.

HELISUPORTE – CONSERVAÇÃO E REPARAÇÃO DE AERONAVES, S.A.

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ANEXOS

147

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA HENRIQUES & HENRIQUES, S.A.

HIDURBE – GESTÃO DE RESÍDUOS, S.A.

HL – MANUTENÇÃO, S.A.

HORQUIM – REPRESENTAÇÕES, LDA.

HORTO DO CAMPO GRANDE, S.A.

IBERFAR – INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, S.A.

IBERLIM – SOCIEDADE TÉCNICA DE LIMPEZAS, S.A.

IBEROBRITA – PRODUTORA DE AGREGADOS, S.A.

ICA – INDÚSTRIA E COMÉRCIO ALIMENTAR, S.A.

IHT, LDA.

ILUMINA – VITOR GANCHINHO, LDA.

IMOSA – INDÚSTRIAS MINEIRAS DO MONDEGO, S.A.

INAER HELICOPTER PORTUGAL, LDA.

INCHEMICA – INDÚSTRIA QUÍMICA DE ESPECIALIDADES, SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA.

INDAQUA – INDÚSTRIA E GESTÃO DE ÁGUAS, S.A.

INDAQUA DE VILA DO CONDE – GESTÃO DE ÁGUAS DE VILA DO CONDE, S.A.

INDAQUA MATOSINHOS – GESTÃO DE ÁGUAS DE MATOSINHOS, S.A.

INDAQUA SANTO TIRSO/TROFA – GESTÃO DE ÁGUAS DE SANTO TIRSO E TROFA, S.A.

INDUSTRIAS LEVER PORTUGUESA, S.A.

INOVA – EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL DE CANTANHEDE, E.M., S.A.

INSTITUTO DE SOLDADURA E QUALIDADE

INSTITUTO GEOGRÁFICO DO EXÉRCITO

INTERBIAL – PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A.

INTERECYCLING – SOCIEDADE DE RECICLAGEM, S.A.

INTERSERV – SOCIEDADE TÉCNICA DE SERVIÇOS, LDA.

IRMÃOS SILVAS, S.A.

ISIDORO CORREIA DA SILVA, LDA.

ISS FACILITY SERVICES – GESTÃO E MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS, LDA.

ITAU – INSTITUTO TÉCNICO DE ALIMENTAÇÃO HUMANA, S.A.

JAYME DA COSTA – MECÂNICA E ELECTRICIDADE, S.A.

JDES – MATERIAL ELÉCTRICO E DE SEGURANÇA, LDA.

JOÃO JACINTO TOMÉ, S.A.

JOCILMA – INDÚSTRIA DE MÓVEIS, S.A.

JOSÉ ALDEIA LAGOA & FILHOS, S.A.

JOSÉ AVELINO PINTO – CONSTRUÇÕES E ENGENHARIA, S.A.

JPM – AUTOMAÇÃO E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, S.A.

JUNTA DE FREGUESIA DE AGUALVA

KMED XXI – MEDICINA, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO, FORMAÇÃO E SERVIÇOS DE APOIO TÉCNICO, LDA.

KNOW FOOD – ACTIVIDADES HOTELEIRAS, LDA.

KOCH ENGINEERING & CONSTRUCTION, LDA.

KOSANCRISPLANT – EQUIPAMENTOS PARA EXPLORAÇÃO DE GÁS, S.A.

LABELEC – ESTUDOS, DESENVOLVIMENTOS E ACTIVIDADES LABORATORIAIS, S.A.

LAMEIRINHO – INDÚSTRIA TÊXTIL, S.A.

LANHOSO – TORREFACÇÃO DE CAFÉS, LDA.

LASER BUILD – COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, UNIPESSOAL, LDA.

LCPOWER – LUÍS CARNEIRO, SOLUÇÕES DE ENERGIA, S.A.

LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A.

LIFTECH, S.A.

LINDE SOGÁS, LDA.

LINK CONSULTING – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, S.A.

LINKCOM – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, S.A.

LIPACO – LINHAS PARA CONFECÇÕES, LDA.

LIPOR – SERVIÇO INTERMUNICIPILIZADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DO GRANDE PORTO

LISBOAGÁS COMERCIALIZAÇÃO, S.A.

LISBOAGÁS GDL – SOCIEDADE DISTRIBUIDORA DE GÁS NATURAL DE LISBOA, S.A.

LITOCAR – DISTRIBUIÇÃO AUTOMÓVEL, S.A.

LOGOPLASTE PORTUGAL, LDA.

LOPES & GOMES, S.A.

LORCOL – INDÚSTRIA DE COLAS E PRODUTOS QUÍMICOS, LDA.

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ANEXOS

148

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA LUCAVADO – ENGENHARIA, LDA.

LÚCIO SILVA AZEVEDO & FILHOS, S.A.

LUSÁGUA – SERVIÇOS AMBIENTAIS, S.A.

LUSITANIAGÁS – COMPANHIA DE GÁS DO CENTRO, S.A.

LUSITANIAGÁS COMERCIALIZAÇÃO, S.A.

LUSOPONTE – CONCESSIONÁRIA PARA A TRAVESSIA DO TEJO, S.A.

LUSO-TELHA – CERÂMICAS DE TELHAS E TIJOLOS DE ÁGUEDA, LDA.

M. COUTO ALVES – CONSTRUÇÃO, S.A.

M. COUTO ALVES – PSS (SPORT LANDSCAPE & URBAN SOLUTIONS), S.A.

M. N. RAMOS FERREIRA – ENGENHARIA, S.A.

MANINDUSTRIA – CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO INDUSTRIAL, LDA.

MANVIA – MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DE INSTALAÇÕES E CONSTRUÇÃO, S.A.

MARMA – MANUTENÇÃO E GESTÃO DE EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURAS, LDA.

MARPE – CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES TÉCNICAS, S.A.

MARQUES BRITAS, S.A.

MARQUES, S.A.

MARQUES, SGPS, S.A.

MARTIFER – CONSTRUÇÕES METALOMECÂNICAS, S.A.

MARTIFER ALUMÍNIOS, S.A.

MARTINS & SOARES, LDA.

MAXITUR – EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS, LDA.

MEDIBIAL – PRODUTOS MÉDICOS E FARMACÊUTICOS, S.A.

MEDIGÁS – SOCIEDADE DISTRIBUIDORA DE GÁS NATURAL DO ALGARVE, S.A.

MELO & SOARES, LDA.

METALOVIANA – METALÚRGICA DE VIANA, S.A.

METALÚRGICA CENTRAL DE ALHOS VEDROS, LDA.

METAVIL – EMPRESA TRANSFORMADORA METALO-VIDREIRA, LDA.

METSO FABRICS PORTUGAL, LDA.

MICROPLÁSTICOS, S.A.

MISTOLIN, S.A.

MODICER – MODA CERÂMICA, S.A.

MOLDES RP – INDÚSTRIA DE MOLDES, SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA.

MONTEADRIANO – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

MOTA-ENGIL – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

MOTOFIL ROBOTICS, S.A.

MOTOFIL SERVIÇOS, LDA.

MOVECHO, S.A.

MSF ENGENHARIA, S.A.

MTS – METRO, TRANSPORTES DO SUL, S.A.

MULTI MALL MANAGEMENT PORTUGAL – GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS, S.A.

NANIUM, S.A.

NASACAR – SOCIEDADE DE IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE PEÇAS AUTO, LDA.

NBO – RECURSOS EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, S.A.

NELCIVIL – CONSTRUÇÕES CIVIS DE NELAS, LDA.

NEOPUL – SOCIEDADE DE ESTUDOS E CONSTRUÇÕES, S.A.

NERCAB – ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DA REGIÃO DE CASTELO BRANCO

NERGA – NÚCLEO EMPRESARIAL DA REGIÃO DA GUARDA - ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL

NESTLÉ WATERS DIRECT PORTUGAL – COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTARES, S.A.

NET PLAN – TELECOMUNICAÇÕES E ENERGIA, S.A.

NOBRECER – COMÉRCIO E SERVIÇOS, UNIPESSOAL, LDA.

NOBRECER – FOOD SERVICE, LDA.

NORFERSTEEL – CONSTRUÇÕES E METALOMECÂNICA, S.A.

NORFILME – INDÚSTRIA GRÁFICA, S.A.

NORVIA – CONSULTORES DE ENGENHARIA, S.A.

NOVABASE BUSINESS SOLUTIONS – SOLUÇÕES DE CONSULTORIA, DESENVOLVIMENTO, INTEGRAÇÃO, OUTSOURCING, […], S.A.

NOVABASE ENTERPRISE APLICATIONS – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL, S.A.

NOVABASE IMS-INFRASTRUCTURES AND MANAGED SERVICES, S.A.

NOVADELTA – COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE CAFÉS, S.A.

NOVOTIPO EUROPA – INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EMBALAGENS, S.A.

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ANEXOS

149

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA NUMBER ONE – MULTI SERVICES, LDA.

NUTRE – INDÚSTRIAS ALIMENTARES, S.A.

NVE – ENGENHARIAS, S.A.

OCIDENAVE – NAVEGAÇÃO, LDA.

ODEBRECHT PORTUGAL, S.A.

OFM – OBRAS PÚBLICAS, FERROVIÁRIAS E MARÍTIMAS, S.A.

OLÁ – PRODUÇÃO DE GELADOS E OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES, S.A.

OLEGÁRIO FERNANDES – ARTES GRÁFICAS, S.A.

OLIVEIRA & IRMÃO, S.A.

OMYA MINERAL PORTUGUESA, LDA.

OPEN RENEWABLES, S.A.

OPETREC – OPERAÇÕES E SERVIÇOS, LDA.

OPUS EDILE – GESTÃO DE PROJECTOS DE ENGENHARIA, S.A.

OPWAY – ENGENHARIA, S.A.

P. MENDY PORTUGAL, LDA.

PAINHAS, S.A.

PARQUES E JARDINS – PROJECTOS E CONSTRUÇÃO, LDA.

PATRÍCIOS, S.A.

PAXGÁS – SOCIEDADE DISTRIBUIDORA DE GÁS NATURAL DE BEJA, S.A.

PDT – PROJECTOS DE TELECOMUNICAÇÕES, S.A.

PENGEST – PLANEAMENTO, ENGENHARIA E GESTÃO, S.A.

PERFINOX – INDÚSTRIA METALÚRGICA, LDA.

PETROASSIST – ENGENHARIA E SERVIÇOS, S.A.

PETRÓLEOS DE PORTUGAL – PETROGAL, S.A.

PETROTEC – INOVAÇÃO E INDÚSTRIA, S.A.

PINTO & BENTES, S.A.

PLANITOI – IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, S.A.

PLASMITEC – PLÁSTICOS TÉCNICOS DO MINHO, LDA.

PLM – PLANEAMENTO E GESTÃO DE MANUTENÇÃO, LDA.

PLURAL – COOPERATIVA FARMACÊUTICA, CRL.

PMPM – MOLDES E PLÁSTICOS, LDA.

POCNETWORKS – COMUNICAÇÕES, ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, LDA.

PORCELANAS COSTA VERDE, S.A.

PORT´AMBIENTE – TRATAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS, S.A.

PORTALEX ALUMINIO, S.A.

PORTGÁS – SOCIEDADE DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE GÁS, S.A.

PORTUCEL PAPEL SETÚBAL, S.A.

PORTUCEL, S.A.

PORTUGAL TELECOM, INOVAÇÃO, S.A.

POSTEREDE – POSTES ELÉCTRICOS, S.A.

POTAUCO – EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉCTRICOS, S.A.

POWERMETAL – METALOMECÂNICA, LDA.

PRAGOSA AMBIENTE, S.A.

PRAGOSA BETÃO, S.A.

PRAGOSA IMOBILIÁRIA, S.A.

PRAGOSA TRANSPORTES, S.A.

PRCF – GÁS, TECNOLOGIA E CONSTRUÇÃO, S.A.

PRESTIBEL – EMPRESA DE SEGURANÇA, S.A.

PRICEWATERHOUSECOOPERS – ASSESSORIA DE GESTÃO, LDA.

PRICEWATERHOUSECOOPERS & ASSOCIADOS – SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS, LDA.

PRIO BIOCOMBUSTÍVEIS, S.A.

PRIO ENERGY, S.A.

PROENGEL – PROJECTOS DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA, LDA.

PROJECTO DETALHE – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, LDA.

PRO-LAMP, LDA.

PROMAN – CENTRO DE ESTUDOS E PROJECTOS, S.A.

PROMETRO, S.A.

PROMORAIL – TECNOLOGIAS DE CAMINHOS DE FERRO, S.A.

PROSOLVERS, S.A.

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ANEXOS

150

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA PROSPECTIVA – PROJECTOS, SERVIÇOS, ESTUDOS, S.A.

PSG – SEGURANÇA PRIVADA, S.A.

PT – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, S.A.

PT CENTRO CORPORATIVO, S.A.

PT COMPRAS – SERVIÇOS DE CONSULTORIA E NEGOCIAÇÃO, S.A.

PT COMUNICAÇÕES, S.A.

PT CONTACT – TELEMARKETING E SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO, S.A.

PT PRO – SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E DE GESTÃO PARTILHADOS, S.A.

QUADROMOR – ELECTRICIDADE E INSTRUMENTAÇÃO, S.A.

QUALENECO – CONSULTORES DE SIMULAÇÃO E CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA, LDA.

QUALISEG – ENGENHARIA E GESTÃO, LDA.

QUANTAL, S.A.

QUINTAS & QUINTAS – CONDUTORES ELÉCTRICOS, S.A.

RAMALHO ROSA – COBETAR SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES, S.A.

RAMOS CATARINO, S.A.

RECIPAV – ENGENHARIA E PAVIMENTOS, UNIPESSOAL, LDA.

RECIPNEU – EMPRESA NACIONAL DE RECICLAGEM DE PNEUS, LDA.

RECKITT BENCKISER (PORTUGAL), S.A.

RECOLTE – SERVIÇOS E MEIO AMBIENTE, S.A.

REDEGÁS – PROJECTO E INSTALAÇÕES DE GÁS, S.A.

REFRIGE – SOCIEDADE INDUSTRIAL DE REFRIGERANTES, S.A.

REILIMPA – LIMPEZAS E SERVIÇOS, S.A.

REN – REDE ELÉCTRICA NACIONAL, S.A.

REN – REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS, SGPS, S.A.

REN ARMAZENAGEM, S.A.

REN ATLÂNTICO – TERMINAL DE GNL, S.A.

REN GASODUTOS, S.A.

REN SERVIÇOS, S.A.

REN TRADING, S.A.

RENASCIMENTO – GESTÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS, LDA.

RENCAD – CONSTRUÇÃO CIVIL E MONTAGENS ELÉCTRICAS, LDA.

RENOVA – FÁBRICA DE PAPEL DO ALMONDA, S.A.

RENTELECOM – COMUNICAÇÕES, S.A.

REPOWER PORTUGAL – SISTEMAS EÓLICOS, S.A.

REPSOL GÁS PORTUGAL, S.A.

REPSOL POLÍMEROS, S.A.

RESÍDUOS DO NORDESTE, EIM., S.A.

RESIESTRELA – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

RESILEI – TRATAMENTOS DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS, S.A.

RESINORTE – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

RESPOL – RESINAS, S.A.

RESULIMA – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

RIOPELE – TÊXTEIS, S.A.

RNM – PRODUTOS QUÍMICOS, LDA.

RNM – TRANSPORTES QUÍMICOS, LDA.

ROCA TORNEIRAS, S.A.

RODEL – RODRIGUES, DELGADO & CA., S.A.

RODOVIÁRIA DE LISBOA, S.A.

RODRIGUES & CAMACHO – CONSTRUÇÕES, S.A.

ROLEAR.ON – SOLUÇÕES DE ENGENHARIA, S.A.

ROSAS CONSTRUTORES, S.A.

RSTEEL – FÁBRICA DE TUBOS METÁLICOS, S.A.

S & A – SOCIEDADE INDUSTRIAL DE APERITIVOS, S.A.

SAFIRA FACILITY SERVICES, S.A.

SAGIES – SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO, S.A.

SAICA PACK PORTUGAL, S.A.

SAINT-GOBAIN MONDEGO, S.A.

SAINT-GOBAIN SEKURIT PORTUGAL – VIDRO AUTOMÓVEL, S.A.

SAINT-GOBAIN WEBER PORTUGAL, S.A.

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ANEXOS

151

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA SANEST – SANEAMENTO DA COSTA DO ESTORIL, S.A.

SANTOS & CORDEIRO, S.A.

SANTOS BAROSA – VIDROS, S.A.

SAPEC AGRO, S.A.

SATA – GESTÃO DE AERODROMOS, S.A.

SATA AIR AÇORES – SOCIEDADE AÇOREANA DE TRANSPORTES AÉREOS, S.A.

SATEPOR – INDÚSTRIA DE TRAVESSAS DE BETÃO, S.A.

SATU-OEIRAS – SISTEMA AUTOMÁTICO DE TRANSPORTE URBANO, E.M., S.A.

SCHNEIDER ELECTRIC PORTUGAL – APARELHAGEM ELÉCTRICA, LDA.

SECIL – COMPANHIA GERAL DE CAL E CIMENTO, S.A.

SECRETARIA-GERAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA

SEGOPER – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA E VIGILÂNCIA, LDA.

SENVION PORTUGAL, S.A.

SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE VIANA DO CASTELO

SETGÁS – SOCIEDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS NATURAL, S.A.

SETGÁS COMERCIALIZAÇÃO, S.A.

SETH – SOCIEDADE DE EMPREITADAS E TRABALHOS HIDRÁULICOS, S.A.

SETRONIX – SOCIEDADE DE ESTUDOS E EMPREENDIMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES, S.A.

SETROVA – CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO INDUSTRIAL, S.A.

SIBELCO PORTUGUESA, LDA.

SIEMENS HEALTHCARE DIAGNOSTICS, UNIPESSOAL, LDA.

SIEMENS POSTAL, PARCEL & AIRPORT LOGISTICS, UNIPESSOAL, LDA.

SIEMENS, S.A.

SIGÁS – ARMAZENAMENTO DE GÁS, ACE.

SILVA & VINHA, S.A.

SILVEX – INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS E PAPÉIS, S.A.

SIMARSUL – SISTEMA INTEGRADO MULTIMUNICIPAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DA PENÍNSULA DE SETÚBAL, S.A.

SIMLIS – SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICÍPIOS DO LIS, S.A.

SIMRIA – SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICÍPIOS DA RIA, S.A.

SIMTEJO – SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICÍPIOS DO TEJO E TRANCÃO, S.A.

SINASE RH – RECURSOS HUMANOS, ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS, LDA.

SISAQUA – SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO, S.A.

SISAV – SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESIDUOS, S.A.

SISINT – SUPERVISÃO, CONSERVAÇÃO, MANUTENÇÃO E GESTÃO DE REDES DE ENERGIA, LDA.

SKELT – METALOMECÂNICA, S.A.

SLOG – SERVIÇOS E LOGÍSTICA, S.A.

SMM – SOCIEDADE DE MONTAGENS METALOMECÂNICAS, S.A.

SN MAIA – SIDERURGIA NACIONAL, S.A.

SN SEIXAL – SIDERURGIA NACIONAL, S.A.

SN TRANSFORMADOS, S.A.

SOCICARRIL – SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES FERROVIÁRIAS, LDA.

SOCICORREIA – ENGENHARIA, LDA.

SOCIEDADE ATLAS COPCO DE PORTUGAL, LDA.

SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES SOARES DA COSTA, S.A.

SOCITREL – SOCIEDADE INDUSTRIAL DE TREFILARIA, S.A.

SOFARIMEX – INDUSTRIA QUÍMICA E FARMACÊUTICA, S.A.

SOLIDAL – CONDUTORES ELÉCTRICOS, S.A.

SOLVAY INTEROX – PRODUTOS PEROXIDADOS, S.A.

SOLVAY PORTUGAL – PRODUTOS QUÍMICOS, S.A.

SOMAFEL – ENGENHARIA E OBRAS FERROVIÁRIAS, S.A.

SOMAGUE ENGENHARIA, S.A.

SOMEMA – SOCIEDADE METALÚRGICA MARINHENSE, LDA.

SONAE INDÚSTRIA – PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DERIVADOS DE MADEIRA, S.A.

SONORGÁS – SOCIEDADE DE GÁS DO NORTE, S.A.

SOPORCEL – SOCIEDADE PORTUGUESA DE PAPEL, S.A.

SOTÉCNICA – SOCIEDADE ELECTROTÉCNICA, S.A.

SOTECNO GAIO, S.A.

SPDH – SERVIÇOS PORTUGUESES DE HANDLING, S.A.

SQE – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM SEGURANÇA, QUALIDADE E ENGENHARIA, LDA.

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ANEXOS

152

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA STANLEY SECURITY PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA.

STCP – SOCIEDADE DE TRANSPORTES COLECTIVOS DO PORTO, S.A.

STEELGREEN, S.A.

STRONG – SEGURANÇA, S.A.

SULDOURO – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, S.A.

SUMA – SERVIÇOS URBANOS E MEIO AMBIENTE, S.A.

SYMINGTON – VINHOS, S.A.

T & T MULTIELÉCTRICA, LDA.

TABAQUEIRA – EMPRESA INDUSTRIAL DE TABACOS, S.A.

TAGUSGÁS – EMPRESA DE GÁS DO VALE DO TEJO, S.A.

TDGI – TECNOLOGIA DE GESTÃO DE IMÓVEIS, S.A.

TECHNOEDIF – ENGENHARIA, S.A.

TECNASOL – FGE, FUNDAÇÕES E GEOTECNIA, S.A.

TECNOGRAVURA – GRAVURAS METÁLICAS, S.A.

TECNOPLANO – TECNOLOGIA E PLANEAMENTO, S.A.

TECNOPROJECTO INTERNACIONAL – PROJECTOS E REALIZAÇÕES INDUSTRIAIS, S.A.

TECNOSPIE, S.A.

TECPAN – TECNOLOGIA E PRODUTOS PARA PASTELARIA E PANIFICAÇÃO, LDA.

TEIXEIRA DUARTE – ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A.

TEIXEIRA DUARTE – GESTÃO DE PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS, S.A.

TELCABO – TELECOMUNICAÇÕES E ELECTRICIDADE, LDA.

TELEFLORA – EXPLORAÇÃO, IMPORTAÇÃO E NEGÓCIO FLORES, S.A.

TELHABEL – CONSTRUÇÕES, S.A.

TENCO CAFÉS, LDA.

TERMO-AVE – VENTILAÇÃO E AR CONDICIONADO, LDA.

TERRA FÉRTIL – GESTÃO E VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS, LDA.

TETRAPLANO – ENGENHARIA, LDA.

THALES PORTUGAL, S.A.

THYSSENKRUPP ELEVADORES, S.A.

TIEL – TRANSPORTES E LOGÍSTICA, S.A.

TINTAS ROBBIALAC, S.A.

TIVOLI GARE DO ORIENTE – SOCIEDADE DE GESTÃO HOTELEIRA, S.A.

TJA – TRANSPORTES J. AMARAL, S.A.

TMG – TECIDOS PLASTIFICADOS E OUTROS REVESTIMENTOS PARA A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL, S.A.

TMN – TELECOMUNICAÇÕES MÓVEIS NACIONAIS, S.A.

TMODULAR, S.A.

TN – TRANSPORTES M. SIMÕES NOGUEIRA, S.A.

TNT EXPRESS WORLDWIDE (PORTUGAL) – TRANSITÁRIOS, TRANSPORTES E SERVIÇOS COMPLEMENTARES, S.A.

TPF PLANEGE – CONSULTORES DE ENGENHARIA E GESTÃO, S.A.

TRANSPORTES BROLIVEIRA, LDA.

TRANSPORTES GONÇALVES & SAPO, LDA.

TRANSPORTES GUERRILHA, LDA.

TRATERME – TRATAMENTOS TÉRMICOS, LDA.

TRATOLIXO – TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, EIM. – EMPRESA INTERMUNICIPAL, S.A.

TRENDGLOBAL – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, LDA.

TUBOGAL – ANDAIMES E ESCORAMENTOS DE PORTUGAL, S.A.

TV RIA – SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO, LDA.

TWISTOP – SERVIÇOS DE ENGENHARIA E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, S.A.

ULTRAGÁS – INSTALAÇÕES, COMÉRCIO E PROJECTOS DE GÁS, S.A.

UNICER – BEBIDAS DE PORTUGAL, SGPS, S.A.

UNISELF – SOCIEDADE DE RESTAURANTES PÚBLICOS E PRIVADOS, S.A.

VALNOR – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESIDUOS SÓLIDOS, S.A.

VALORA – SERVIÇOS DE APOIO À EMISSÃO MONETÁRIA, S.A.

VALORLIS – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

VALORMINHO – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, S.A.

VALORSUL – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DAS REGIÕES DE LISBOA E OESTE, S.A.

VENAFIL – CLEANING AND GARDENS, LDA.

VENTIPOWER, S.A.

VERTO, S.A.

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ANEXOS

153

ORGANIZAÇÕES CERTIFICADAS EM QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA VIATEL – TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÕES, S.A.

VIBEIRAS – SOCIEDADE COMERCIAL DE PLANTAS, S.A.

VIDROCICLO – RECICLAGEM DE RESÍDUOS, LDA.

VIEIRA & MARQUES, LDA.

VILARTEX – EMPRESA DE MALHAS VILARINHO, LDA.

VIMÁGUA – EMPRESA DE ÁGUA E SANEAMENTO DE GUIMARÃES E VIZELA, EIM., S.A.

VIRGÍLIO DE OLIVEIRA MAIA, S.A.

VISABEIRA – SOCIEDADE TÉCNICA DE OBRAS E PROJECTOS, LDA.

VISABEIRA GLOBAL, SGPS, S.A.

VISACASA – SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA E MANUTENÇÃO GLOBAL, S.A.

VISOTELA – SOCIEDADE TÉCNICA DE ELECTROMECÂNICA, LDA.

VSL SISTEMAS PORTUGAL – PRÉ-ESFORÇO, EQUIPAMENTO E MONTAGENS, S.A.

WARTSILA PORTUGAL, S.A.

WORTHINGTON CYLINDERS – EMBALAGENS INDUSTRIAIS DE GÁS, S.A.

XZ – CONSULTORES, S.A.

YGE – YSER GREEN ENERGY, S.A.

ZAGOPE – CONSTRUÇÕES E ENGENHARIA, S.A.

ZWM – METAIS NÃO FERROSOS, LDA.

LEGENDA: – Website acessível93 | – Website em construção, indisponível ou inexistente, à data de 31 de julho de 2015. Fonte: adaptado da base de dados de investigação.

93Website institucional das organizações certificadas em qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho, o qual apresenta conteúdos na Internet.

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ANEXOS

154

VIII. CARATERIZAÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA DE INVESTIGAÇÃO

VIII.1. Universo de Investigação

Em Portugal, o universo das organizações certificadas no âmbito dos Sistemas de Gestão da Qualidade

(ISO 9001), Ambiente (ISO 14001), Segurança e Saúde do Trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397), era

em 31 de dezembro de 2013, de 656 organizações. Em termos de distribuição geográfica, o distrito de

Lisboa é o mais representativo com 234 (35,7%) organizações, seguindo-se o distrito do Porto com 99

(15,1%) organizações, aí sediadas. A concentração das organizações certificadas (QASST), em mais de

50% nestes dois distritos, contribuiu para que as unidades territoriais (NUT II) Lisboa e Norte sejam as

mais representativas com 269 (41,0%) e 204 (31,1%) organizações, ver o gráfico das Figuras 30 e 31.

Figura 30 – Organizações do universo distribuídas por distrito ou região.

Figura 31 – Organizações do universo distribuídas por unidade territorial.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

56

1

66

4

9

31

3

4

2

29

234

5

99

15

49

10

6

22

7

4

0 50 100 150 200 250

Aveiro

Beja

Braga

Bragança

Castelo Branco

Coimbra

Évora

Faro

Guarda

Leiria

Lisboa

Portalegre

Porto

Santarém

Setúbal

Viana do Castelo

Vila Real

Viseu

Região Autónoma dos Açores

Região Autónoma da Madeira

Número de Organizações

Distrito ou Região Autónoma

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

204

143

269

25

4

7

4

0 50 100 150 200 250 300

Norte

Centro

Lisboa

Alentejo

Algarve

Região Autónoma dos Açores

Região Autónoma da Madeira

Número de Organizações

Nomenclatura de Unidade Territorial (NUT II)

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

155

Entre as organizações certificadas (QASST) que constituem o universo, 136 (20,7%) enquadram-se no

código de atividade económica designado por Construção [28], o qual representa o setor com o maior

número de organizações, seguindo-se o setor dos Outros Serviços [35] com 62 (9,5%), o setor dos

Serviços de Engenharia [34] com 54 (8,2%) e o setor dos Outros Serviços Sociais [39] com 45 (6,9%)

organizações, como se constata pelo gráfico da Figura 32. Contudo, destacam-se vários códigos de

atividade económica (setor) que atualmente em Portugal, ainda não apresentam qualquer organização

certificada nos três âmbitos (QASST), bem como outros casos em que este número é residual ou baixo.

Figura 32 – Organizações do universo distribuídas por código de atividade económica.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

1

8

13

8

0

3

14

0

8

3

0

24

6

13

10

9

43

17

20

1

0

0

6

4

6

13

22

136

36

11

39

3

11

54

62

5

1

1

45

0 25 50 75 100 125 150

Agricultura e Pescas [01]

Minas e Exploração Mineira [02]

Alimentação, Bebidas e Tabaco [03]

Têxteis e Produtos Têxteis [04]

Couro e Produtos de Couro [05]

Madeira e Produtos de Madeira [06]

Pasta, Papel e Produtos de Papel [07]

Editoras [08]

Empresas Gráficas [09]

Fabricação de Coque e Produtos Petrolíferos Refinados [10]

Combustível Nuclear [11]

Químicos, Produtos Químicos e Fibras Sintéticas [12]

Indústria Farmacêutica [13]

Fabricação de Artigos de Borracha e Matérias Plásticas [14]

Produtos Minerais Não Metálicos [15]

Betão, Cimento, Cal, Gesso e Outros [16]

Fabricação Metalúrgica de Base e Produtos Metálicos [17]

Equipamentos e Máquinas [18]

Equipamento Elétrico e de Ótica [19]

Construção e Reparação Naval [20]

Indústria Aeroespacial [21]

Outro Equipamento de Transporte [22]

Outras Fabricações Não Especificadas [23]

Reciclagem [24]

Produção e Distribuição de Energia Elétrica [25]

Produção e Distribuição de Gás [26]

Fornecimento de Água [27]

Construção [28]

Comércio e Reparação de Veículos e de Outros Bens [29]

Hotéis e Restaurantes [30]

Transporte, Armazenamento e Comunicações [31]

Mediação Financeira, Imobiliária e Aluguer [32]

Tecnologias de Informação [33]

Serviços de Engenharia [34]

Outros Serviços [35]

Administração Pública [36]

Educação [37]

Saúde e Serviços Sociais [38]

Outros Serviços Sociais [39]

Número de Organizações

Código de Atividade Económica (Setor de Atividade)

Organizações Certificadas – QASST Segundo o Âmbito de Certificação ISO 9001

SetorPrimário

SetorSecundário

SetorTerciário

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ANEXOS

156

Pela análise dos gráficos das Figuras 32 e 33, constata-se que 379 (57,8%) organizações enquadram a

principal atividade exercida no âmbito do Setor Secundário, 268 (40,9%) no Setor Terciário e, somente,

9 (1,4%) no Setor Primário. Neste caso, o setor secundário é, de longe, o mais representativo, no geral.

Figura 33 – Organizações do universo distribuídas por setor de atividade.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

As organizações que constituem o universo de investigação apresentam em 97,6% dos casos, a forma

jurídica de Sociedade Anónima (S.A.) ou Sociedade por Quotas (LDA.). Segundo o gráfico da Figura 34,

constata-se que a Sociedade Anónima (S.A.) é, a forma jurídica, adotada por 483 (73,6%) organizações

e a Sociedade por Quotas (LDA.) é, a forma jurídica, adotada por 157 (23,9%) organizações. Sendo que

as restantes 16 (2,4%) organizações adotam formas jurídicas diversas, tais como: Empresa Municipal

(E.M.), Cooperativa (CRL.), Agrupamento Complementar de Empresas (ACE.), entre outras possíveis.

Figura 34 – Organizações do universo distribuídas por forma jurídica.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

Em termos de certificação, importa referir que todas as 656 organizações para além de possuírem os

sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001), ambiente (ISO 14001) e segurança e saúde do trabalho

(BS OHSAS 18001/NP 4397) certificados, também possuem em simultâneo outros vários sistemas de

gestão implementados e certificados, segundo referenciais normativos nacionais e/ou internacionais.

9

379

268

Setor de Atividade da OrganizaçãoNúmero de Organizações Certificadas – QASST(ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário

483

157

16

0 100 200 300 400 500 600

Sociedade Anónima (S.A.)

Sociedade por Quotas (LDA.)

Outras (E.M., CRL., ACE., ETC.)

Número de Organizações

Forma Jurídica da Organização

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

157

Destacam-se os seguintes sistemas de gestão certificados: gestão da responsabilidade social (SA 8000

e NP 4469-1), gestão da energia (ISO 50001), gestão da segurança alimentar (ISO 22000), gestão da

qualidade para o ramo automóvel (ISO/TS 16949), gestão da investigação, desenvolvimento e inovação

(NP 4457), gestão de recursos humanos (NP 4427), gestão da segurança da informação (ISO/IEC

27001) e gestão ambiental (EMAS III). Destes sistemas de gestão refira-se a certificação por parte de

36 (5,5%) organizações do sistema de responsabilidade social (SA 8000) e da verificação e registo por

parte de 26 (4,0%) organizações do sistema de gestão ambiental (EMAS III). Em termos de organismos

de certificação, constata-se que a Associação Portuguesa de Certificação (APCER) é a entidade de

referência para 315 (48,0%) organizações certificadas em QASST, ver o gráfico das Figuras 35 e 36.

Figura 35 – Organizações do universo distribuídas por referencial normativo.

Figura 36 – Organizações do universo distribuídas por organismo de certificação.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

315

5

50

1

0

1

2

60

20

37

2

118

45

0 50 100 150 200 250 300 350

APCER – Associação Portuguesa de Certificação

BM TRADA – Certification, Ltd.

BVC – Bureau Veritas Certification Portugal, Unipessoal, Lda.

CERTIF – Associação para a Certificação

DAS – Direct Assessment Services Portugal, Lda.

DNV – Det Norske Veritas, Lda.

DQS – Sercert - Serviços de Certificação, Lda.

EIC – Empresa Internacional de Certificação, S.A.

LRQA – Lloyd’s Register Quality Assurance, Ltd.

LUSAENOR, Lda.

QEC – Quality and Environmental Certification, Ltd.

SGS ICS – Serviços Internacionais de Certificação, Lda.

TÜV – Rheinland Portugal, Inspecções Técnicas, Lda.

Número de Organizações

Organismo de Certificação

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

656

656

655

372

36

8

8

26

6

41

8

3

26

0 100 200 300 400 500 600 700

Norma NP EN ISO 9001:2008

Norma NP EN ISO 14001:2012

Norma BS OHSAS 18001:2007

Norma NP 4397:2008

Norma SA 8000:2008

Norma NP 4469-1:2008

Norma NP EN ISO 50001:2012

Norma NP EN ISO 22000:2005

Norma ISO/TS 16949:2009

Norma NP 4457:2007

Norma NP 4427:2004

Norma NP ISO/IEC 27001:2013

Regulamento N.º 1221/2009, de 22 de Dezembro (EMAS III)

Número de Organizações

Referencial Normativo de Certificação ou Registo

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

158

No panorama económico português, várias das 656 organizações certificadas (QASST) que constituem

o universo de investigação, enquadram-se em diversos rankings empresariais, publicados anualmente

em revistas e jornais de referência nacional, tendo por base alguns indicadores de caráter económico

(volume de vendas) e social (capital humano), que são apurados todos os anos. Tendo como referência

indicadores relativos ao ano de 2013, constata-se que 13 (2,0%) organizações foram consideradas pela

Revista Exame, como pertencerem à classe das “100 Melhores Empresas para Trabalhar”, 29 (4,4%)

organizações foram consideradas pelo Jornal Diário Económico, como pertencerem à classe das “100

Maiores Exportadoras”, 93 (14,2%) organizações foram consideradas pela Revista Exame, como

pertencerem à classe das “500 Maiores & Melhores” e 160 (24,4%) ou mais organizações foram

consideradas pelo Jornal Expresso, Jornal de Notícias, Jornal Diário de Notícias e Jornal Diário

Económico, como pertencerem ao grupo das “1000 Maiores Empresas”, ver o gráfico da Figura 37.

Figura 37 – Organizações do universo distribuídas por ranking empresarial.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

No âmbito da comunicação organizacional (externa) das organizações certificadas (QASST) que formam

o universo, destacam-se 540 (82,3%) organizações que possuíam um website acessível na Internet, em

31 de julho de 2015. Tendo-se verificado que 9 (1,4%) organizações, tinham o website em construção

e 107 (16,3%) organizações, apresentavam o website indisponível ou inexistente à data, ver Figura 38.

Figura 38 – Organizações do universo distribuídas por tipo de website.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

540

9

107

0 100 200 300 400 500 600

Website Acessível

Website em Construção

Website Indisponível ou Inexistente

Número de Organizações

W ebsite da Organização

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

13

29

93

162

168

169

160

33

120

0 50 100 150 200

100 Melhores Empresas para Trabalhar – Revista Exame

100 Maiores Exportadoras – Jornal Diário Económico

500 Maiores & Melhores – Revista Exame

1000 Maiores – Jornal Expresso

1000 Maiores Empresas – Jornal de Notícias

1000 Maiores Empresas – Jornal Diário de Notícias

1000 Maiores Empresas – Jornal Diário Económico

1000 Melhores PME em Portugal – Revista Exame

PME Líder 2015 – Jornal Diário Económico

Número de Organizações

Ranking Empresarial Português – Ano de 2013

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

159

O gráfico da Figura 39 apresenta, em resumo, algumas caraterísticas importantes que retratam o perfil

das 656 organizações certificadas em QASST, no final de 2013, as quais constituem o universo de

investigação. Em termos de dimensão de vendas, constata-se que somente 184 (28,0%) organizações

apresentaram indicadores económicos que as permite enquadrar entre as “1000 Maiores Empresas”

nacionais. No âmbito da estrutura societária das organizações, importa referir que a forma jurídica

denominada por sociedade anónima (S.A.) é a mais predominante, tendo sido adotada por 483 (73,6%)

organizações. Em termos de setor de atividade, o setor secundário (Setor 2.º) é o mais relevante, o

qual agrega 379 (57,8%) organizações. Destacando-se, neste caso, a importância que possui o setor de

atividade económica designado por construção [28], o qual agrega sozinho 136 (20,7%) organizações.

Em relação à distribuição geográfica da sede das organizações no território nacional, verifica-se que

283 (43,1%) organizações encontram-se sediadas no distrito de Lisboa ou Setúbal. Numa perspetiva

económica salienta-se que 314 (47,9%) organizações, foram alvo de exposição em pelo menos um dos

nove (9) rankings económicos de referência, publicados em revistas e jornais portugueses. No geral, as

organizações do universo são do setor privado, contudo, tem-se que no final de 2013, se encontravam

enquadradas no setor público94 54 (8,2%) organizações. O universo possui 129 (19,7%) organizações,

que mantêm laços do tipo subsidiária, participada ou associada, com um grupo económico membro do

BCSD Portugal. Refira-se, ainda, que 164 (25,0%) organizações publicam relatórios anuais na Internet.

Figura 39 – Organizações do universo distribuídas por caraterísticas do perfil.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

94O XIX Governo Constitucional de Portugal no âmbito do regime de privatizações procedeu, no segundo semestre de 2013, à privatização de quatro organizações certificadas em QASST, ou seja, a ANA – Aeroportos de Portugal, S.A., em 17 de setembro de 2013, os CTT – Correios de Portugal, S.A., os CTT Expresso – Serviços Postais e Logística, S.A. e a EAD – Empresa de Arquivo de Documentação, S.A., em 5 de dezembro de 2013 (DGAEP, 2014).

184

483

379

283

314

54

129

164

472

173

277

373

342

602

527

492

0 150 300 450 600

Dimensão de Vendas da Organização = Maior

Forma Jurídica da Organização = S.A.

Setor de Atividade da Organização = Setor 2.º

Distrito de Localização da Organização = Lisboa ou Setúbal

Organização Exposta nos Rankings Económicos = Exposta

Organização do Setor Público Empresarial = Pública

Organização de um Grupo Membro do BCSD Portugal = Sim

Organização que Publica Relatórios Anuais na Internet = Sim

Número de Organizações

Perfil da Organização Certificada em QASST

Sim – Organização Pertence à Categoria da IgualdadeNão – Organização Pertence a Outra Categoria

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ANEXOS

160

VIII.2. Amostra de Investigação

A amostra de investigação é constituída por 540 organizações, ou seja, todas aquelas que no final de

2013, estavam certificadas no âmbito dos Sistemas de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Ambiente

(ISO 14001), Segurança e Saúde do Trabalho (BS OHSAS 18001/NP 4397), e que possuíam à data de

31 de julho de 2015, um website acessível na Internet. Em termos de distribuição geográfica, o distrito

de Lisboa é o mais representativo com 193 (35,7%) organizações, seguindo-se o distrito do Porto com

77 (14,3%) organizações, aí sediadas. A concentração das organizações certificadas (QASST), em cerca

de 50% nestes dois distritos, contribuiu para que as unidades territoriais (NUT II) Lisboa e Norte sejam

as mais representativas com 222 (41,1%) e 169 (31,3%) organizações, ver gráfico das Figuras 40 e 41.

Figura 40 – Organizações da amostra distribuídas por distrito ou região.

Figura 41 – Organizações da amostra distribuídas por unidade territorial.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

42

1

58

3

7

29

3

4

2

26

193

4

77

13

37

9

6

16

6

4

0 50 100 150 200 250

Aveiro

Beja

Braga

Bragança

Castelo Branco

Coimbra

Évora

Faro

Guarda

Leiria

Lisboa

Portalegre

Porto

Santarém

Setúbal

Viana do Castelo

Vila Real

Viseu

Região Autónoma dos Açores

Região Autónoma da Madeira

Número de Organizações

Distrito ou Região Autónoma

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

169

115

222

20

4

4

6

0 50 100 150 200 250

Norte

Centro

Lisboa

Alentejo

Algarve

Região Autónoma dos Açores

Região Autónoma da Madeira

Número de Organizações

Nomenclatura de Unidade Territorial (NUT II)

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

161

Entre as organizações certificadas (QASST) que constituem a amostra, 113 (20,9%) enquadram-se no

código de atividade económica designado por Construção [28], o qual representa o setor com o maior

número de organizações, seguindo-se o setor dos Outros Serviços [35] com 46 (8,5%), o setor dos

Serviços de Engenharia [34] com 44 (8,1%) e o setor dos Outros Serviços Sociais [39] com 42 (7,8%)

organizações, como se constata pelo gráfico da Figura 42. Contudo, destacam-se vários códigos de

atividade económica (setor) que atualmente em Portugal, ainda não apresentam qualquer organização

certificada nos três âmbitos (QASST), bem como outros casos em que este número é residual ou baixo.

Figura 42 – Organizações da amostra distribuídas por código de atividade económica.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

1

8

10

7

0

3

11

0

7

1

0

18

6

12

8

6

36

12

18

1

0

0

4

4

3

13

22

113

23

9

33

3

10

44

46

4

1

1

42

0 25 50 75 100 125

Agricultura e Pescas [01]

Minas e Exploração Mineira [02]

Alimentação, Bebidas e Tabaco [03]

Têxteis e Produtos Têxteis [04]

Couro e Produtos de Couro [05]

Madeira e Produtos de Madeira [06]

Pasta, Papel e Produtos de Papel [07]

Editoras [08]

Empresas Gráficas [09]

Fabricação de Coque e Produtos Petrolíferos Refinados [10]

Combustível Nuclear [11]

Químicos, Produtos Químicos e Fibras Sintéticas [12]

Indústria Farmacêutica [13]

Fabricação de Artigos de Borracha e Matérias Plásticas [14]

Produtos Minerais Não Metálicos [15]

Betão, Cimento, Cal, Gesso e Outros [16]

Fabricação Metalúrgica de Base e Produtos Metálicos [17]

Equipamentos e Máquinas [18]

Equipamento Elétrico e de Ótica [19]

Construção e Reparação Naval [20]

Indústria Aeroespacial [21]

Outro Equipamento de Transporte [22]

Outras Fabricações Não Especificadas [23]

Reciclagem [24]

Produção e Distribuição de Energia Elétrica [25]

Produção e Distribuição de Gás [26]

Fornecimento de Água [27]

Construção [28]

Comércio e Reparação de Veículos e de Outros Bens [29]

Hotéis e Restaurantes [30]

Transporte, Armazenamento e Comunicações [31]

Mediação Financeira, Imobiliária e Aluguer [32]

Tecnologias de Informação [33]

Serviços de Engenharia [34]

Outros Serviços [35]

Administração Pública [36]

Educação [37]

Saúde e Serviços Sociais [38]

Outros Serviços Sociais [39]

Número de Organizações

Código de Atividade Económica (Setor de Atividade)

Organizações Certificadas – QASST Segundo o Âmbito de Certificação ISO 9001

SetorPrimário

SetorSecundário

SetorTerciário

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ANEXOS

162

Pela análise dos gráficos das Figuras 42 e 43, constata-se que 315 (58,3%) organizações enquadram a

principal atividade exercida no âmbito do Setor Secundário, 216 (40,0%) no Setor Terciário e, somente,

9 (1,7%) no Setor Primário. Neste caso, o setor secundário é, de longe, o mais representativo, no geral.

Figura 43 – Organizações da amostra distribuídas por setor de atividade.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

As organizações que constituem a amostra de investigação apresentam em 97,8% dos casos, a forma

jurídica de Sociedade Anónima (S.A.) ou Sociedade por Quotas (LDA.). Segundo o gráfico da Figura 44,

constata-se que a Sociedade Anónima (S.A.) é, a forma jurídica, adotada por 398 (73,7%) organizações

e a Sociedade por Quotas (LDA.) é, a forma jurídica, adotada por 130 (24,1%) organizações. Sendo que

as restantes 12 (2,2%) organizações adotam formas jurídicas diversas, tais como: Empresa Municipal

(E.M.), Cooperativa (CRL.), Agrupamento Complementar de Empresas (ACE.), entre outras possíveis.

Figura 44 – Organizações da amostra distribuídas por forma jurídica.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

Em termos de certificação, importa referir que todas as 540 organizações para além de possuírem os

sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001), ambiente (ISO 14001) e segurança e saúde do trabalho

(BS OHSAS 18001/NP 4397) certificados, também possuem em simultâneo outros vários sistemas de

gestão implementados e certificados, segundo referenciais normativos nacionais e/ou internacionais.

9

315

216

Setor de Atividade da OrganizaçãoNúmero de Organizações Certificadas – QASST(ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário

398

130

12

0 100 200 300 400 500 600

Sociedade Anónima (S.A.)

Sociedade por Quotas (LDA.)

Outras (E.M., CRL., ACE., ETC.)

Número de Organizações

Forma Jurídica da Organização

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

163

Destacam-se os seguintes sistemas de gestão certificados: gestão da responsabilidade social (SA 8000

e NP 4469-1), gestão da energia (ISO 50001), gestão da segurança alimentar (ISO 22000), gestão da

qualidade para o ramo automóvel (ISO/TS 16949), gestão da investigação, desenvolvimento e inovação

(NP 4457), gestão de recursos humanos (NP 4427), gestão da segurança da informação (ISO/IEC

27001) e gestão ambiental (EMAS III). Destes sistemas de gestão, refira-se a certificação por parte de

36 (6,7%) organizações do sistema de responsabilidade social (SA 8000) e da verificação e registo por

parte de 21 (3,9%) organizações do sistema de gestão ambiental (EMAS III). Em termos de organismos

de certificação, constata-se que a Associação Portuguesa de Certificação (APCER) é a entidade de

referência para 258 (47,8%) organizações certificadas em QASST, ver o gráfico das Figuras 45 e 46.

Figura 45 – Organizações da amostra distribuídas por referencial normativo.

Figura 46 – Organizações da amostra distribuídas por organismo de certificação.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

258

4

45

1

0

1

2

51

14

27

2

99

36

0 50 100 150 200 250 300

APCER – Associação Portuguesa de Certificação

BM TRADA – Certification, Ltd.

BVC – Bureau Veritas Certification Portugal, Unipessoal, Lda.

CERTIF – Associação para a Certificação

DAS – Direct Assessment Services Portugal, Lda.

DNV – Det Norske Veritas, Lda.

DQS – Sercert - Serviços de Certificação, Lda.

EIC – Empresa Internacional de Certificação, S.A.

LRQA – Lloyd’s Register Quality Assurance, Ltd.

LUSAENOR, Lda.

QEC – Quality and Environmental Certification, Ltd.

SGS ICS – Serviços Internacionais de Certificação, Lda.

TÜV – Rheinland Portugal, Inspecções Técnicas, Lda.

Número de Organizações

Organismo de Certificação

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

540

540

539

306

36

8

4

22

6

36

4

2

21

0 100 200 300 400 500 600

Norma NP EN ISO 9001:2008

Norma NP EN ISO 14001:2012

Norma BS OHSAS 18001:2007

Norma NP 4397:2008

Norma SA 8000:2008

Norma NP 4469-1:2008

Norma NP EN ISO 50001:2012

Norma NP EN ISO 22000:2005

Norma ISO/TS 16949:2009

Norma NP 4457:2007

Norma NP 4427:2004

Norma NP ISO/IEC 27001:2013

Regulamento N.º 1221/2009, de 22 de Dezembro (EMAS III)

Número de Organizações

Referencial Normativo de Certificação ou Registo

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

164

No panorama económico português, várias das 540 organizações certificadas (QASST) que constituem

a amostra de investigação, enquadram-se em diversos rankings empresariais, publicados anualmente

em revistas e jornais de referência nacional, tendo por base alguns indicadores de caráter económico

(volume de vendas) e social (capital humano), que são apurados todos os anos. Tendo como referência

indicadores relativos ao ano de 2013, constata-se que 12 (2,2%) organizações foram consideradas pela

Revista Exame, como pertencerem à classe das “100 Melhores Empresas para Trabalhar”, 22 (4,1%)

organizações foram consideradas pelo Jornal Diário Económico, como pertencerem à classe das “100

Maiores Exportadoras”, 77 (14,3%) organizações foram consideradas pela Revista Exame, como

pertencerem à classe das “500 Maiores & Melhores”, 139 (25,7%) organizações foram consideradas

pelo Jornal Expresso, como pertencerem à classe das “1000 Maiores”, 146 (27,0%) organizações

foram consideradas pelo Jornal de Notícias, como pertencerem à classe das “1000 Maiores

Empresas”, 147 (27,2%) organizações foram consideradas pelo Jornal Diário de Notícias, como

pertencerem à classe das “1000 Maiores Empresas” e 138 (25,6%) organizações foram consideradas

pelo Jornal Diário Económico, como pertencerem ao grupo das “1000 Maiores Empresas”, como se

verifica no gráfico da Figura 47. No âmbito das Pequenas e Médias Empresas (PME), foram publicados

dois rankings empresariais que retratam a realidade nacional das 540 organizações que constituem a

amostra de investigação. Neste sentido, foi apurado que 32 (5,9%) organizações foram consideradas

pela Revista Exame, como pertencerem à classe das “1000 Melhores PME em Portugal” e 113 (20,9%)

organizações foram consideradas pelo Jornal Diário Económico, como pertencerem à classe das “PME

Líder 2015”, onde se constatou que 113 (20,9%) organizações ostentam o estatuto de “PME Líder” e

26 (4,8%) organizações ostentam o estatuto de “PME Excelência”, sendo estas ambas distinções

empresariais atribuídas anualmente pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P.

Figura 47 – Organizações da amostra distribuídas por ranking empresarial.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

12

22

77

139

146

147

138

32

113

0 50 100 150 200

100 Melhores Empresas para Trabalhar – Revista Exame

100 Maiores Exportadoras – Jornal Diário Económico

500 Maiores & Melhores – Revista Exame

1000 Maiores – Jornal Expresso

1000 Maiores Empresas – Jornal de Notícias

1000 Maiores Empresas – Jornal Diário de Notícias

1000 Maiores Empresas – Jornal Diário Económico

1000 Melhores PME em Portugal – Revista Exame

PME Líder 2015 – Jornal Diário Económico

Número de Organizações

Ranking Empresarial Português – Ano de 2013

Organizações Certificadas – QASST (ISO 9001 + ISO 14001 + BS OHSAS 18001/NP 4397)

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ANEXOS

165

O gráfico da Figura 48 apresenta, em resumo, algumas caraterísticas importantes que retratam o perfil

das 540 organizações certificadas em QASST que constituem a amostra de investigação. Em termos de

dimensão de vendas, constata-se que somente 160 (29,6%) organizações apresentaram indicadores

económicos que as permite enquadrar entre as “1000 Maiores Empresas” nacionais. No âmbito da

estrutura societária das organizações, importa referir que a forma jurídica denominada por sociedade

anónima (S.A.) é a mais predominante, tendo sido adotada por 398 (73,7%) organizações. Em termos

de setor de atividade, o setor secundário (Setor 2.º) é o mais relevante, o qual agrega 315 (58,3%)

organizações. Destacando-se, neste caso, a importância que possui o setor de atividade económica

designado por construção [28], o qual agrega sozinho 113 (20,9%) organizações. Em relação à

distribuição geográfica da sede das organizações no território nacional, verifica-se que 230 (42,6%)

organizações encontram-se sediadas no distrito de Lisboa ou Setúbal. Numa perspetiva económica

salienta-se que 283 (52,4%) organizações, foram alvo de exposição em pelo menos um dos nove (9)

rankings económicos de referência, publicados em revistas e jornais portugueses anualmente. No

geral, as organizações que compõem a amostra são do setor privado, contudo, refira-se a existência de

50 (9,3%) organizações que se encontram enquadradas no setor público. A amostra possui 98 (18,1%)

organizações, que mantêm laços do tipo empresa subsidiária, participada ou associada, de um grupo

económico membro do BCSD Portugal. Importa referir, ainda, que todas as organizações da amostra

possuíam um website acessível na Internet em 31 de julho de 2015, através do qual 164 (30,4%)

organizações, publicam relatórios anuais do tipo Relatório e Contas e/ou Relatório de Sustentabilidade.

Figura 48 – Organizações da amostra distribuídas por caraterísticas do perfil.

(Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS)

160

398

315

230

283

50

98

164

380

142

225

310

257

490

442

376

0 100 200 300 400 500 600

Dimensão de Vendas da Organização = Maior

Forma Jurídica da Organização = S.A.

Setor de Atividade da Organização = Setor 2.º

Distrito de Localização da Organização = Lisboa ou Setúbal

Organização Exposta nos Rankings Económicos = Exposta

Organização do Setor Público Empresarial = Pública

Organização de um Grupo Membro do BCSD Portugal = Sim

Organização que Publica Relatórios Anuais na Internet = Sim

Número de Organizações

Perfil da Organização Certificada em QASST

Sim – Organização Pertence à Categoria da IgualdadeNão – Organização Pertence a Outra Categoria

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ANEXOS

166

IX. TRATAMENTO ESTATÍSTICO

IX.1. Testes de Normalidade

Em geral, para o estudo da normalidade da distribuição recorre-se ao “teste não paramétrico de

aderência à normal Kolmogorov-Smirnov95 (K-S), com correção de Lilliefors ou ao teste Shapiro-Wilks96”

(Pestana & Gageiro, 2014, p. 117). As hipóteses a testar na análise de aderência à normalidade são:

H0: A variável dependente Índice de Comunicação do Compromisso (ICC) tem distribuição normal. H1: A variável dependente Índice de Comunicação do Compromisso (ICC) não tem distribuição normal.

Na Tabela 24 constata-se que o nível de significância (Sig.) do teste Kolmogorov-Smirnov de aderência

à normalidade com a correção de Lilliefors é 0,000 (inferior a 0,05), o que implica a rejeição da

hipótese nula (H0). Esta análise é também ela corroborada pelos resultados do teste de Shapiro-Wilk,

no qual o nível de significância (Sig.) obtido é 0,000 (inferior a 0,05) o que permite rejeitar a hipótese

nula (H0), para um nível de confiança de 95%. Assim sendo, pelo teste de normalidade, conclui-se que

a variável Índice de Comunicação do Compromisso (ICC) não se ajusta a uma distribuição normal.

Tabela 24 – Testes de normalidade à variável dependente.

VARIÁVEL KOLMOGOROV-SMIRNOVa SHAPIRO-WILK DEPENDENTE Estatística gl Sig. Estatística gl Sig.

ICC Índice de Comunicação do Compromisso 0,067 540 0,000 0,963 540 0,000

INDEPENDENTE Categoria Estatística gl Sig. Estatística gl Sig.

DVO

Dimensão de Vendas da Organização

0 Outra 0,075 380 0,000 0,960 380 0,000

1 Maior 0,096 160 0,001 0,943 160 0,000

FJO

Forma Jurídica da Organização

0 Outra 0,109 142 0,000 0,938 142 0,000

1 S.A. 0,070 398 0,000 0,963 398 0,000

SAO

Setor de Atividade da Organização

0 Outro 0,069 225 0,012 0,958 225 0,000

1 Setor 2.º 0,067 315 0,002 0,965 315 0,000

LGO

Localização Geográfica da Organização

0 Outra 0,086 310 0,000 0,954 310 0,000

1 Lisboa & Setúbal 0,059 230 0,049 0,972 230 0,000

ERM

Exposição nos Rankings dos Media

0 Não 0,073 257 0,002 0,956 257 0,000

1 Exposta 0,071 283 0,001 0,964 283 0,000

SPE Setor Público

Empresarial 0 Privada 0,071 490 0,000 0,965 490 0,000

1 Pública 0,157 50 0,003 0,930 50 0,005

GMB Grupo Membro

do BCSD Portugal 0 Não 0,081 442 0,000 0,959 442 0,000

1 Membro 0,177 98 0,000 0,856 98 0,000

RSI Relato de Sustentabilidade

na Internet 0 Não 0,090 376 0,000 0,953 376 0,000

1 Relatório 0,118 164 0,000 0,926 164 0,000 LEGENDA: a. – Correção de Significância de Lilliefors | gl – Graus de Liberdade | Sig. – Significância. Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

95No geral, o “teste Kolmogorov-Smirnov de aderência à normalidade, serve para analisar o ajustamento ou aderência à normalidade da distribuição de uma variável de nível ordinal ou superior, através da comparação das frequências relativas acumuladas esperadas” (Pestana & Gageiro, 2008, p. 442). 96No geral, o “teste Shapiro-Wilks é mais adequado quando a amostra tem dimensão inferior ou igual a 50, caso contrário recorre-se ao Kolmogorov-Smirnov (K-S) com a correção de Lilliefors” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 117), contudo, a análise dos dois testes pode ser conjunta no software SPSS.

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ANEXOS

167

IX.2. Testes de Homogeneidade de Variâncias

O teste de Levene é um dos testes estatísticos mais potentes utilizados para testar a homogeneidade

de variâncias, ou seja, a igualdade entre as variâncias de uma variável, “é um teste particularmente

robusto a desvios da normalidade” (Maroco, 2003, p. 114). No âmbito do presente trabalho de

investigação as hipóteses a testar para a análise da homogeneidade de variâncias são as seguintes:

H0: A variável dependente Índice de Comunicação do Compromisso (ICC) tem variâncias iguais. H1: A variável dependente Índice de Comunicação do Compromisso (ICC) não tem variâncias iguais.

Segundo Martins (2007, p. 11), a “homogeneidade das variâncias97 só se torna importante quando as

dimensões dos grupos (categorias) são muito diferentes”. Neste sentido, a maior preocupação do

investigador foi verificar o pressuposto da homogeneidade das variâncias, na relação da variável

dependente Índice de Comunicação do Compromisso com as variáveis independentes Setor Público

Empresarial e Grupo Membro do BCSD Portugal, pois são os dois (2) casos em que a dimensão das

categorias (“0” e “1”) apresenta a maior diferença. Pela Tabela 25 verifica-se que para ambas estas

variáveis independentes (SPE e GMB) se rejeita a hipótese nula (H0) da variável dependente (ICC) ter

variâncias iguais, entre as categorias, visto que os níveis de significância (Sig.) da estatística de Levene,

baseado nas médias serem de 0,000 e 0,003 (inferiores a 0,05), para um nível de confiança de 95%.

Tabela 25 – Testes de homogeneidade de variâncias na relação das variáveis.

VARIÁVEL ÍNDICE DE COMUNICAÇÃO DO COMPROMISSO (ICC)

Parâmetro Estatístico Estatística de Levene gl1 gl2 Sig.

DVO

Dimensão de Vendas da Organização

Baseado na Média 2,455 1 538 0,118 Baseado na Mediana 1,945 1 538 0,164

FJO

Forma Jurídica da Organização

Baseado na Média 2,708 1 538 0,100

Baseado na Mediana 3,479 1 538 0,063

SAO

Setor de Atividade da Organização

Baseado na Média 0,001 1 538 0,971

Baseado na Mediana 0,002 1 538 0,969

LGO

Localização Geográfica da Organização

Baseado na Média 0,768 1 538 0,381

Baseado na Mediana 0,756 1 538 0,385

ERM

Exposição nos Rankings dos Media

Baseado na Média 1,272 1 538 0,260

Baseado na Mediana 1,096 1 538 0,296

SPE Setor Público

Empresarial Baseado na Média 27,353 1 538 0,000

Baseado na Mediana 27,835 1 538 0,000

GMB Grupo Membro

do BCSD Portugal Baseado na Média 8,920 1 538 0,003

Baseado na Mediana 11,963 1 538 0,001

RSI Relato de Sustentabilidade

na Internet Baseado na Média 1,995 1 538 0,158

Baseado na Mediana 2,073 1 538 0,151 LEGENDA: gl – Graus de Liberdade | Sig. – Significância. Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

97A “homogeneidade das variâncias só se torna importante quando as dimensões dos grupos (categorias) são muito diferentes, mais precisamente, quando (ni)max ≥ 2(ni)min” (Martins, 2007, p. 11). Importa, ainda, referir que na análise estatística, no geral, “quando as amostras não são fortemente desequilibradas, o efeito da heterogeneidade das variâncias, mesmo se acentuada, é pouco significativo”, isto é, em regra aceitável (Martins, 2007, p. 11).

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ANEXOS

168

IX.3. Testes de Multicolinearidade

O modelo de regressão logística binária pressupõe que as variáveis explicativas (X) sejam linearmente

independentes, ou seja, que não se verifique a multicolinearidade98 das variáveis. A intensidade da

multicolinearidade é analisada, em geral, através de três (3) pressupostos (Pestana & Gageiro, 2008).

Correlação entre as Variáveis Independentes99

Na análise ao primeiro pressuposto esteve a matriz de correlações bivariável, como forma preliminar

de verificação da multicolinearidade. Pela Tabela 26 constata-se que a correlação obtida mais elevada

(0,618) ocorre entre as variáveis Dimensão de Vendas da Organização (DVO) e a Exposição nos

Rankings dos Media (ERM), a qual apresenta um valor em termos absolutos inferior a 0,9. Verificando-

se também que os coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis independentes são baixos,

o que parece, igualmente, ser indicador de baixa intensidade de multicolinearidade entre as variáveis.

Tabela 26 – Parâmetros estatísticos da correlação entre as variáveis independentes.

VARIÁVEL INDEPENDENTE

MATRIZ DE CORRELAÇÕES PARÂMETROS DVO FJO SAO LGO ERM SPE GMB RSI

DVO

Dimensão de Vendas da

Organização

Correlação de Pearson 1 0,213 0,129 0,114 0,618 0,017 0,200 0,321 Significância (bilateral) 0,000 0,003 0,008 0,000 0,701 0,000 0,000

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

FJO

Forma Jurídica da

Organização

Correlação de Pearson 0,213 1 0,152 -0,004 0,147 0,089 0,216 0,221 Significância (bilateral) 0,000 0,000 0,919 0,001 0,038 0,000 0,000

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

SAO

Setor de Atividade

da Organização

Correlação de Pearson 0,129 0,152 1 -0,290 0,195 -0,184 -0,080 0,003 Significância (bilateral) 0,003 0,000 0,000 0,000 0,000 0,065 0,950

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

LGO

Localização Geográfica da Organização

Correlação de Pearson 0,114 -0,004 -0,290 1 -0,034 -0,056 0,080 0,107 Significância (bilateral) 0,008 0,919 0,000 0,430 0,198 0,062 0,013

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

ERM

Exposição nos Rankings dos

Media

Correlação de Pearson 0,618 0,147 0,195 -0,034 1 -0,131 -0,013 0,033 Significância (bilateral) 0,000 0,001 0,000 0,430 0,002 0,762 0,449

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

SPE Setor Público

Empresarial

Correlação de Pearson 0,017 0,089 -0,184 -0,056 -0,131 1 0,397 0,414 Significância (bilateral) 0,701 0,038 0,000 0,198 0,002 0,000 0,000

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

GMB Grupo Membro

do BCSD Portugal

Correlação de Pearson 0,200 0,216 -0,080 0,080 -0,013 0,397 1 0,410 Significância (bilateral) 0,000 0,000 0,065 0,062 0,762 0,000 0,000

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540

RSI Relato de

Sustentabilidade na Internet

Correlação de Pearson 0,321 0,221 0,003 0,107 0,033 0,414 0,410 1 Significância (bilateral) 0,000 0,000 0,950 0,013 0,449 0,000 0,000

Número (N) 540 540 540 540 540 540 540 540 Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

98Na literatura especializada considera-se que “quando existe associação linear entre duas ou mais variáveis exógenas diz-se que há multicolinearidade”. No entanto, “quando essa associação se dá apenas entre duas variáveis, também se designa por colinearidade” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 737). 99Quando os “coeficientes de correlação entre as variáveis independentes são elevados (superiores em termos absolutos a 0,9) indiciam a possibilidade de existência da multicolinearidade”. Contudo, “o facto de não existir elevados coeficientes de correlação entre as variáveis independentes é insuficiente para garantir a não multicolinearidade, pois esta pode ser resultante de um efeito combinado de duas ou mais variáveis” (Pestana & Gageiro, 2008, p. 604).

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ANEXOS

169

Tolerância e Fator de Inflação da Variância100

Na análise ao segundo pressuposto recorreu-se aos coeficientes de colinearidade (tolerância e o fator

de inflação da variância), como medidas de deteção da multicolinearidade. Pela Tabela 27 constata-se

que em termos das estatísticas de colinearidade apuradas o valor da Tolerância mais baixo é 0,503,

correspondente à variável Dimensão de Vendas da Organização (o qual indica que 50,3% da variância

da variável não é explicado pelas restantes variáveis independentes), como o valor da tolerância

apurado, no geral, se aproxima de um (1), pode-se considerar um bom indicador que indicia a não

multicolineariedade. Por conseguinte, dado não existir nenhum Fator de Inflação da Variância (VIF)

superior a 10, tira-se a mesma conclusão, sob a inexistência de multicolineariedade entre as variáveis.

Tabela 27 – Coeficientes estatísticos de colinearidade da variável dependente.

VARIÁVEL INDEPENDENTE MODELO

ESTATÍSTICAS DE COLINEARIDADE TOLERÂNCIA FATOR DE INFLAÇÃO DA VARIÂNCIA

DVO

Dimensão de Vendas da Organização 1 0,503 1,987

FJO

Forma Jurídica da Organização 1 0,889 1,125

SAO

Setor de Atividade da Organização 1 0,818 1,222

LGO

Localização Geográfica da Organização 1 0,854 1,171

ERM

Exposição nos Rankings dos Media 1 0,563 1,777

SPE

Setor Público Empresarial 1 0,700 1,429

GMB

Grupo Membro do BCSD Portugal 1 0,736 1,360

RSI

Relato de Sustentabilidade na Internet 1 0,655 1,526

Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS. 100Segundo Pestana e Gageiro (2008, 2014), a Tolerância e o Fator de Inflação da Variância ou do inglês Variance Inflation Factor (VIF) são tidas como duas medidas para deteção da multicolinearidade entre as variáveis exógenas. A tolerância mede o grau em que uma variável independente é explicada por todas as outras variáveis independentes, ou seja, “é a proporção da variância dessa variável que não é explicada pelas restantes variáveis exógenas” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 740). A tolerância varia entre zero (0) e um (1), e quanto mais próxima estiver de zero, maior será a multicolinearidade, ou seja, uma tolerância igual a zero (0) significa que a variável exógena é uma combinação linear perfeita das variáveis exógenas que estão contempladas no modelo (Pestana & Gageiro, 2008, 2014). Consequentemente, quanto mais próxima a tolerância estiver de um (1), menor será a multicolineariedade, isto é, uma tolerância igual a um (1) “significa que uma variável exógena é totalmente independente das restantes” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 740). Importa destacar que “o valor da tolerância normalmente considerado como o limite abaixo do qual existe elevada multicolinearidade é 0,10, onde R = 0,95” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 740). Os mesmos autores, consideram que uma qualquer variável com valores de tolerância abaixo de 0,19, originam uma correlação superior a 0,90. NOTA: Por exemplo, “uma tolerância de 0,60 indica que 60% da variância de uma variável exógena não é explicada pelas restantes” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 740). O inverso da tolerância designa-se por Fator de Inflação da Variância ou VIF, o “qual informa sobre o grau em que cada variável exógena é explicada por outras variáveis exógenas”, importa reter que “quanto mais próximo de zero (0) estiver a VIF, menor será a multicolineariedade” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 740). Segundo Pestana e Gageiro (2014, p. 741), “o valor habitualmente considerado como o limite acima do qual existe multicolineariedade é VIF > 10”. NOTA: Por exemplo, “o valor do VIF = 10 corresponde a um coeficiente de correlação de 0,95, enquanto que um coeficiente de correlação de 0,90 corresponde a um VIF = 5,26. Assim, qualquer variável com VIF < 5,26 terá uma correlação superior a 0,90” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 741). Pestana e Gageiro (2014) consideram que apesar dos valores de referência, anteriormente, propostos para a tolerância e o fator de inflação da variância (VIF), cada investigador deve determinar o grau de multicolinearidade aceitável, para as variáveis em estudo.

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ANEXOS

170

Valores Próprios, Índice de Condição e Proporção da Variância101

Na análise ao terceiro pressuposto recorreu-se aos valores próprios, índice de condição e proporção da

variância (diagnóstico de colinearidade), como medidas de deteção da multicolinearidade. Pela Tabela

28 constata-se que o valor próprio mais baixo apurado é igual a 0,097, próximo do valor de referência

(0) e relativo à dimensão nove (9). O valor do índice de condição obtido mais alto é igual a 7,105,

afastado do valor de referência (30) e relativo à dimensão nove (9). Por sua vez, o valor da proporção

da variância obtido mais alto é igual a 0,95, superior ao valor de referência (0,9) e relativo à dimensão

nove (9) no seu enquadramento com a coluna da constante (CON.). Os valores relativamente baixos

obtidos através do diagnóstico de colinearidade, para o índice de condição e para a proporção de

variância indicam a inexistência de multicolinearidade nas variáveis. Assim, após a aplicação das três

condições para deteção da multicolinearidade nas variáveis exógenas, pode-se concluir com evidência

estatística significativa que a multicolinearidade não se encontra presente nas oito variáveis exógenas.

Tabela 28 – Diagnóstico de colinearidade da variável dependente.

MODELO DIMENSÃO VALOR

PRÓPRIO ÍNDICE DE CONDIÇÃO

PROPORÇÃO DA VARIÂNCIA CON. DVO FJO SAO LGO ERM SPE GMB RSI

1 1 4,917 1,000 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 2 1,325 1,926 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,02 0,21 0,10 0,04

3 0,691 2,667 0,01 0,14 0,01 0,00 0,36 0,04 0,00 0,00 0,01

4 0,654 2,742 0,01 0,12 0,02 0,15 0,18 0,00 0,07 0,02 0,01

5 0,492 3,162 0,00 0,01 0,00 0,02 0,02 0,01 0,34 0,76 0,02

6 0,408 3,472 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,07 0,23 0,06 0,73

7 0,229 4,629 0,01 0,03 0,47 0,55 0,17 0,02 0,08 0,01 0,03

8 0,186 5,136 0,01 0,53 0,21 0,02 0,00 0,63 0,02 0,03 0,16

9 0,097 7,105 0,95 0,14 0,28 0,19 0,25 0,20 0,04 0,00 0,00 LEGENDA: CON. – Constante |DVO – Dimensão de Vendas da Organização | FJO – Forma Jurídica da Organização | SAO – Setor de Atividade da Organização | LGO – Localização Geográfica da Organização | ERM – Exposição nos Rankings dos Media | GMB – Grupo Membro do BCSD Portugal | RSI – Relato de Sustentabilidade na Internet. Fonte: adaptado do relatório de output do software SPSS.

101Segundo Pestana e Gageiro (2008, 2014), os Valores Próprios, o Índice de Condição e a Proporção da Variância são tidas como três medidas para deteção da multicolinearidade entre as variáveis exógenas. Segundo Pestana e Gageiro (2014, p. 741), os “valores próprios medem a quantidade de variância contida na matriz de correlações, e portanto a sua soma é igual ao número de variáveis, dando indicação do número de dimensões distintas que existem entre as variáveis exógenas. O número máximo de dimensões é menor ou igual ao número de coeficientes na regressão, incluindo a constante. A primeira dimensão explica a maior proporção de variância dos dados, a segunda dimensão é ortogonal à primeira e explica a segunda maior proporção e variância, e assim sucessivamente, até que a última identifica a proporção com menor variância. Assim, os valores próprios indicam a proporção da dispersão relativa em cada uma das dimensões do espaço das variáveis exógenas, enquanto que os vetores próprios identificam a combinação linear das variáveis exógenas que definem uma dada dimensão. Se uma ou mais variáveis exógenas for colinear com as restantes, então haverá pelo menos um valor próprio muito perto do zero. Quando há muitos valores próprios perto do zero significa que existe uma elevada correlação entre as variáveis, levando a que pequenas variações nos dados possam conduzir a grandes variações nos coeficientes estimados. Outro processo para detetar a elevada multicolinearidade consiste em analisar simultaneamente o índice de condição e a proporção da variância” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 741). O “índice de condição fornece o tamanho relativo da matriz dos valores próprios, e calcula-se pela raiz quadrada do quociente entre o maior valor próprio e cada um dos valores próprios” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 741). Segundo Pestana e Gageiro (2008, 2014), um valor do índice de condição superior a 15 indica um possível problema de multicolinearidade, e um valor maior que 30 levanta sérios problemas de multicolineariedade. Para Pestana e Gageiro (2008, 2014), a proporção de variância é explicada por cada componente principal, ou seja, é a proporção de variância de cada coeficiente da regressão explicada por cada dimensão, normalmente interpreta-se em termos percentuais, e varia entre zero (0) e um (1). NOTA: Importa reter, como regra geral a aplicar, que “para decidir sobre a elevada multicolinearidade, atende-se às dimensões que apresentam cumulativamente valores próprios próximos de zero (0), o índice de condição maior que 30, e a proporção de variância superior a 0,90 em pelo menos duas variáveis exógenas” (Pestana & Gageiro, 2014, p. 741).

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ANEXOS

171

X. BASE DE DADOS DE INVESTIGAÇÃO

A Figura 49 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados de identificação.

Figura 49 – Base de dados de investigação na secção dos dados de identificação.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

172

A Figura 50 apresenta a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados da

certificação das organizações certificadas em qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho, tendo como data de referência 31 de dezembro de 2013.

Figura 50 – Base de dados de investigação na secção dos dados da certificação.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

173

A Figura 51 apresenta a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados relativos à

presença (۞) de organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança, nas listagens e rankings empresariais nacionais publicados, relativos a 2013.

Figura 51 – Base de dados de investigação na secção das listagens e rankings empresariais nacionais.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

174

A Figura 52 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados sob a presença

(1) de elementos, no âmbito do corpus de análise ou documentos de análise no website das organizações certificadas em qualidade, ambiente e segurança.

Figura 52 – Base de dados de investigação na secção do corpus de análise ou documentos de análise no website.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

175

A Figura 53 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados sob a presença

(1) de elementos, no âmbito do corpus de análise ou documentos de análise no website das organizações, em termos específicos das políticas da organização.

Figura 53 – Base de dados de investigação na secção das políticas da organização.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

176

A Figura 54 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados sob a presença

(1) de elementos, no âmbito do corpus de análise ou documentos de análise no website das organizações, em termos de outros documentos relevantes.

Figura 54 – Base de dados de investigação na secção de outros documentos relevantes na divulgação de informação.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

177

A Figura 55 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados sob a presença

(1) de elementos, no âmbito da comunicação dos compromissos para com o desenvolvimento sustentável, relativos às dimensões económica e ambiental.

Figura 55 – Base de dados de investigação na secção dos compromissos (dimensões económica e ambiental).

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

178

A Figura 56 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à introdução dos dados sob a presença

(1) de elementos, no âmbito da comunicação dos compromissos para com o desenvolvimento sustentável, relativos às dimensões social e integrada.

Figura 56 – Base de dados de investigação na secção dos compromissos (dimensões social e integrada).

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

179

A Figura 57 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente à classificação automática das

organizações, de acordo com as categorias dicotómicas ou binárias (0;1) estabelecidas para classificar a variável dependente e as variáveis independentes.

Figura 57 – Base de dados de investigação na secção das variáveis de investigação.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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ANEXOS

180

A Figura 58 mostra a estrutura do ambiente de trabalho da Base de Dados de Investigação, na secção correspondente ao tratamento estatístico das variáveis

de investigação, de acordo com as categorias dicotómicas ou binárias (0;1) estabelecidas para classificar a variável dependente e as variáveis independentes.

Figura 58 – Base de dados de investigação na secção do tratamento estatístico das variáveis de investigação.

(Fonte: adaptado da base de dados de investigação)

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FICHA TÉCNICA Título: A Comunicação do Compromisso para com o Desenvolvimento Sustentável, das Organizações Portuguesas Certificadas em Qualidade, Ambiente e Segurança Subtítulo: Dissertação de Mestrado Instituição: Universidade do Minho (UM) Escola de Engenharia (EEng) Departamento de Produção e Sistemas (DPS) Curso: Mestrado em Engenharia Industrial (MEI) Ramo de Especialização em Qualidade, Segurança e Manutenção (QSM) Autor: Filipe José da Fonseca Carvalho Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre da Costa Araújo Sampaio Edição: Versão Final Data: Novembro de 2015 Impressão: Graphite® Design, Cópias e Publicidade de Araújo Carvalho & Dinis, Lda. Encadernação: Graphite® Design, Cópias e Publicidade de Araújo Carvalho & Dinis, Lda. Ordem de Impressão Oficial: Pré-texto: Impresso só Frentes Texto e Pós-Texto: Impresso a Frente e Verso Número de Páginas: Texto e Pós-Texto (Numeração Árabe) Cento e Oitenta (180) Número de Exemplares: Cinco (5) Impressos (Papel) Cinco (5) Digitais (CD) ISBN: Não Aplicável

© 2015 Filipe Carvalho Universidade do Minho © UMinho Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial Campus de Azurém | 4800-058 Guimarães | Portugal

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AUTOR & ORIENTADOR

Filipe Carvalho (Autor) é licenciado, desde 2001, em Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), mestre em Engenharia do Ambiente pela mesma universidade e em Sistemas Integrados de Gestão – Qualidade, Ambiente e Segurança (SIG–QAS) pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), pós-graduado em Engenharia Industrial (Qualidade, Segurança e Manutenção) pela Universidade do Minho (UM) e em Sistemas Integrados de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) do Instituto Politécnico do Porto (IPP). Atualmente, ele desenvolve funções como consultor, gestor, auditor e formador certificado nas áreas da qualidade, ambiente, segurança e saúde do trabalho e responsabilidade social, em termos da implementação e manutenção de Sistemas Integrados de Gestão (SIG), com vista a obter a melhoria contínua em prol do desenvolvimento sustentável. [email protected]

Paulo Sampaio (Orientador) é licenciado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Minho (2002) e doutorado em Engenharia de Produção e Sistemas (2008) pela mesma Universidade. É Professor Auxiliar de Engenharia e Gestão da Qualidade na Universidade do Minho desde 2009. [email protected]

Filipe Carvalho (Author) is graduated, since 2001, in Environmental Engineering and Natural Resources from the University of Tras-os-Montes and Alto Douro (UTAD), master in Environment Engineering from the same university and in Integrated Management Systems – Quality, Environment and Safety (IMS–QES) from the Polytechnic Institute of Cavado and Ave (IPCA), postgraduate in Industrial Engineering (Quality, Safety and Maintenance) from the University of Minho (UM) and in Integrated Management Systems of Quality, Environment and Safety from the School of Engineering – Polytechnic of Porto (ISEP–IPP). Currently, he develops duties as consultant, manager, auditor and trainer certified in the areas of quality, environment, occupational health and safety and social responsibility, in terms of implementation and maintenance of Integrated Management Systems (IMS), with view to obtain continuous improvement to promote sustainable development.

Paulo Sampaio (Advisor) holds an Industrial Engineering Degree (2002) and a PhD in Production and Systems Engineering (2008) both from the University of Minho. Paulo is Assistant Professor of Quality Engineering and Management at the University of Minho.