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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA – ARARAQUARA E MATÃO/SP – JANEIRO DE 2014 – ANO 1 – Nº 04 Jesus Quem se deixa penetrar pela Luz Divina tem a Alma convertida em maravilhoso estuário onde todos os padecimentos se diluem na confiança, na fé e na esperança. Página 2 Ano novo Mais importante do que comemorar e imaginar mil promessas, o momento é oportuno para a reflexão sobre o propósito de vida que temos levado. Página 3 Comece pelo Comecinho Entrevista com Martha Rios Guimarães, autora do livro “Comece pelo Comecinho”, traz várias elucidações sobre educação espírita. Página 4 Um ano peculiar 150 anos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, 210 anos de nascimento de Allan Kardec e centenário de Herculano Pires estão entre as comemorações de 2014. Página 11 6000 EXEMPLARES – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cairbar Schutel Lançada em 1918, a obra “Espiritismo para as Crianças” é um clássico da Doutrina Espírita, trazendo uma abordagem didática de seus princípios básicos. Página 6 Mensagem a Garcia A boa vontade deve estar sempre presente em nossos atos; ela é o combustível que tempera os extraordinários talentos que Deus colocou à nossa disposição. Página 7 Ideias inatas De onde vêm a personalidade e as tendências que as crianças demostram já desde o berço, sem qualquer educação que as possam ter influenciado? Página 8 Filhos Desde a gestação, avançando pela fase infantil, edição traz vários artigos dedicados a esta importante fase da existência humana. XXXII CONRESPI em Araraquara/SP Página 12

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA – ARARAQUARA E MATÃO/SP – JANEIRO DE 2014 – ANO 1 – Nº 04

JesusQuem se deixa penetrar pela Luz Divina tem a Alma convertida em maravilhoso estuário onde todos os padecimentos se diluem na confiança, na fé e na esperança.

Página 2

Ano novoMais importante do que comemorar e imaginar mil promessas, o momento é oportuno para a reflexão sobre o propósito de vida que temos levado.

Página 3

Comece pelo ComecinhoEntrevista com Martha Rios Guimarães, autora do livro “Comece pelo Comecinho”, traz várias elucidações sobre educação espírita.

Página 4

Um ano peculiar150 anos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, 210 anos de nascimento de Allan Kardec e centenário de Herculano Pires estão entre as comemorações de 2014.

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6000 EXEMPLARES – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Cairbar SchutelLançada em 1918, a obra “Espiritismo para as Crianças” é um clássico da Doutrina Espírita, trazendo uma abordagem didática de seus princípios básicos.

Página 6

Mensagem a GarciaA boa vontade deve estar sempre presente em nossos atos; ela é o combustível que tempera os extraordinários talentos que Deus colocou à nossa disposição.

Página 7

Ideias inatasDe onde vêm a personalidade e as tendências que as crianças demostram já desde o berço, sem qualquer educação que as possam ter influenciado?

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FilhosDesde a gestação, avançando pela fase infantil, edição traz vários artigos dedicados a esta importante fase da existência humana.

XXXII CONRESPI em Araraquara/SP

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Araraquara, janeiro de 2014 PÁGINA 2

Fácil de contentar, mas difícil de agradarTodo o panorama se modifica quando nosso coração abriga Jesus.

EditorialO jornal Tribuna Espírita

chega novamente aos leitores, iniciando o ano de 2014, com uma grande novidade: está ago-ra administrado pelo Instituto Cairbar Schutel, que o leitor pode conhecer acessando o site www.institutocairbarschutel.org, tornando-se, pois, seu veículo o� cial impresso a partir da pre-sente edição.

Lançado em setembro de 2013 durante a realização do Encontro Cairbar Schutel, por iniciativa do GEAA – Grupo Espíritas Anônimos de Arara-quara, a edição foi bem recebi-da, com distribuição gratuita, aliando-se ao mesmo esforço do informativo O Mensageiro, da USE Araraquara, na di-vulgação espírita e a proposta de administração foi aprovada pelo Instituto que assume sua direção.

Os custos de edição e dis-tribuição são cobertos com pa-trocínios que o leitor encontra nas próprias páginas do jornal, razão pela qual a gratidão a essas atitudes desprendidas e conscientes da importância da divulgação espírita é o senti-mento que surge espontâneo. Contamos também com o leitor e com os dirigentes das institui-ções para que o jornal não � que esquecido ou amontoado em prateleiras, mas circule de mão em mão – razão maior de sua existência, levando o conforto e a lógica do Espiritismo. r

Rogério Coelho [email protected]

“Sede � rmes e constantes, sem-pre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão.” - Paulo. (I Cor., 15:58)

A criatura que permite a lu-arização de sua noite existencial pela Doutrina do Cristo, jamais será a mesma!

Abrasado pelo ideal cristão, Francisco de Assis, o “poverello”, abandonou os traiçoeiros tecidos da riqueza e desnudou-se da con-cha do EU, redirecionando sua vida para as pegadas do Mestre Maior, doando-se aos desvalidos do caminho, aos desprezados e tristes, aos doentes de corpo e alma...

Outros exemplos da humildade e da abnegação seguiram-lhe o luminoso roteiro: Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier e muitos outros que a História registrou ou não.

Quando o coração humano se transforma em aconchegante manjedoura, permitindo o renas-cimento diário do Cristo, todo o panorama se modi� ca. A fé sem obras, inoperante, cega; a adoração improdutiva, não têm mais guarida nessa Alma elevada aos cimos da emancipação espiritual!...

O vulgo chamará tal criatura de desajustada, fanática e alienada e de vez que já não se sintoniza com os prazeres do “sensorium” comum, e, seu único refúgio é o trabalho perseverante no bem geral.

Quando deixamos para trás o “homem-velho” e albergamos Jesus

na intimidade, o mundo chamar-nos-á louco, inadaptado, so� sta... Não importa!...

Lembra-nos, Emmanuel1: “a � or é linda promessa, o fruto, po-rém, é alimento para hoje. Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!”.

Quem realmente deixou-se penetrar pela Luz Divina tem a Alma convertida em maravilhoso estuário onde todos os padecimen-tos se diluem na con� ança, na fé

e na esperança. Embora insa-tisfeito, marcha resignado; an-gustiado, porém � rme na fé; fácil de contentar, di-fícil de agradar; servindo a todos, mas sozinho em si mesmo.

Daí escrever Paulo2: “o Amor do Cristo nos cons-trange”. r

1. XAVIER, F. Cân-dido. Fonte viva . 10.ed. Rio [de Janei-ro]: FEB, 1982,cap. 74.2. Paulo, (II Coríntios,

5:14).Créd

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Araraquara, janeiro de 2014PÁGINA 3

Reflexão para o ano novoEstou acordado? Tenho consciência do que faço na Terra e do que me compete realizar?

Richard [email protected]

Desperta, tu que dormes! Levan-ta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará! Andai prudentemente, não como néscios, mas como sábios, usando bem cada oportunidade, por-quanto os dias são maus. Não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.

Estas vigorosas a� rmativas são do Apóstolo Paulo (Efésios 5:14-17), que despertou para a fé no glorioso encontro com Jesus, às

portas de Damasco, tornando-se o grande bandeirante do Evangelho.

Ele foi o cristão mais acor-dado de seu tempo. Tinha plena consciência do que o Evangelho representa. Via nos ensinamentos de Jesus não um simples desdo-bramento dos princípios judeus, de valor temporal e restrito, mas uma revelação divina que se destinava a todos os povos e todos os tempos.

Sua exortação merece re� exão.Segundo a Doutrina Espírita, há

um objetivo básico para a existência humana. Estamos aqui, fundamen-talmente, para evoluir. Cumpre-nos desenvolver as potencialidades cria-doras e as virtudes embrionárias que caracterizam nossa � liação divina.

Quem não está consciente dis-so dorme o sono da indiferença, embalado nos devaneios sugeridos por vícios, paixões, interesses e am-bições que caracterizam o homem comum, mesmo quando se julgue desperto e muito esperto.

Uma boa iniciativa para o início do ano seria perguntarmos a nós mesmos, lembrando o apóstolo: – Estou acordado? Tenho consciên-cia do que faço na Terra e do que me compete realizar?

Isso é fundamental. Caso con-trário vamos incorrer nos mesmos enganos, cometer os mesmos erros; entrar pelos mesmos desvios, sem perceber por onde andamos e o que nos compete fazer.

Não quero, porém, cansar sua beleza, amigo leitor, com lucu-brações sobre a necessidade de aproveitar o tempo, já que seu momento presente certamente está tomado pela celebração esperanço-sa do ano que chega.

Deixo para sua apreciação ape-nas uma oração de sábia madre superiora.

Suas ponderações nos ser-vem a todos, jovens que iniciam a jornada humana, idosos que oportunamente seremos convo-

cados para o Além. Representam uma obra prima de bom humor e perfeita compreensão do que lhe competia fazer para vivenciar o Evangelho

Senhor, Vós sabeis melhor do que eu que estou envelhecendo e um dia � carei velha.

Não permitais que eu me torne ta-garela e, principalmente, que adquira o hábito fatal de pensar que devo dizer alguma coisa sobre todos os assuntos, em todas as ocasiões.

Livrai-me de querer, a todo momento, resolver os problemas de toda gente.

Conservai minha mente livre da enumeração de intermináveis pormenores: dai-me asas para ir di-retamente ao assunto.

Imploro a delicadeza suf iciente para ouvir as narrativas dos males alheios. Ajudai-me a suportá-los com paciência.

Mas selai meus lábios quanto a meus próprios achaques e dores. Eles

estão aumentando, Senhor, com o peso dos anos.

Ensinai-me a maravi-lhosa lição de que às vezes pode ser que eu esteja errada.

Conservai-me razoavel-mente meiga; não quero ser uma santa – algumas são tão difíceis de suportar! – mas uma velha amargurada, Se-nhor, é uma das obras-primas do diabo.

Fazei-me ponderada, mas não carrancuda.

Prestativa, mas não mandona.

Com todas as minhas vastas reservas de sabedoria, será uma pena não usar todas.

Mas Vós sabeis, Senhor, que no � m quero ter alguns amigos. rCr

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Araraquara, janeiro de 2014 PÁGINA 4

Comece pelo comecinho*Livro apresenta dicas que atualizam a transmissão educativa aos pequeninos

Orson Peter [email protected]

Com o mesmo título desta entrevista, livro lançado pela Editora O Clarim traz experiên-cia de interesse dos educadores espíritas. Sua autora, Martha - mais conhecida por Marthinha - é espírita desde 1986, nasceu e reside em São Paulo, capital. Formada em Jornalismo e Rela-ções Públicas, vincula-se ao CE Gabriel Ferreira, na zona norte da cidade, que preside e também atua como Educadora Espírita para infância e juventude.

1 - De onde surgiu o livro Come-ce pelo Comecinho?

Nos cursos que ministro desde o início dos anos 2000. Era comum o público presente sugerir a ela-boração de um livro onde pudesse aprofundar os pontos apresentados nos encontros. Com o passar do tempo achei que seria uma forma de ampliar  o alcance da mensa-gem, chamando a atenção para o trabalho de Educação Espírita Infanto-juvenil.

2 - Quais as repercussões da publicação?

Superaram totalmente as mi-nhas expectativas a ponto da obra estar sendo considerada como uma espécie de manual para implan-

tação da atividade de Educação Espírita da criança e do jovem.Recebo e-mails de trabalhadores que dizem ter encontrado no li-vro uma direção para o trabalho, bem como relatando resultados

positivos obtidos com aplicação das dicas nele contidas. Tenho notícias de muitas Casas Espíritas que adotaram a obra para estudo na casa, pelos educadores e até mesmo outros setores. É muito mais do que poderia imaginar ou

querer, a� nal, meu único objetivo ao escrever o “Comece pelo Co-mecinho” foi dividir a experiência que adquiri nos anos de trabalho nessa área, colaborando com os tarefeiros do setor.

3 - Você está também com uma coluna na Revista Internacional de Espiritismo. Comente esse fato.

Essa foi outra grande surpresa em virtude boa repercussão gerada. Procuro usar o espaço para colocar em pauta temas relacionados com

a tarefa de levar a doutrina espírita aos mais jovens, na tentativa de auxiliar os que militam nessa área. Os leitores têm gostado da coluna e é comum eu receber contato de pes-soas pedindo permissão para usar os textos em palestras e estudos nas instituições espíritas (com citação da fonte, claro). Eu acho fantástico que isso ocorra porque é um sinal de que estamos conseguindo atender as expectativas do público.

(...)

6 - Nas viagens para palestras e lançamentos da obra com autó-grafos, o que você tem sentido das instituições quanto ao trabalho com a criança pelo país? Quais suas impressões?

Penso que se começa realizar algo nesse sentido, principalmente, no que se relaciona aos cuidados com meio ambiente - o que é um bom começo -, mas ainda há muito a ser feito. Através de estudo da Lei do Progresso e da Lei da Sociedade, por exemplo, os Educandos po-dem ser convidados a opinar sobre maneiras deles próprios agirem de forma positiva na sociedade que os cerca. E, importante: que sejam estimulados a praticar as ações pensadas. E elas podem ser simples, como por exemplo, promover o con-tato entre as gerações, onde os mais velhos da Casa Espírita podem con-tar suas histórias aos mais novos e estes, por sua vez, podem auxiliar os mais idosos com pequenos cuidados (descer escadas, buscar água, etc).

(...)

8 - E o que dizer dos desa� os dos pais atuais?

São muitos, de fato. Mas pen-so que a base doutrinária é uma

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Araraquara, janeiro de 2014PÁGINA 5

Mãe, junto ao túmulo“Importa que apregoeis a doutrina do túmulo

vazio.” (Emmanuel – Chico Xavier)

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grande ferramenta para auxiliar na difícil tarefa de educar nossas crianças. Nesse sentido, as Casas Espíritas, a meu ver, devem usar seus espaços para palestras e de-bates sobre assuntos relevantes para os pais. Buscar pro� ssionais da área de educação, saúde, psico-logia, en� m, pessoas capacitadas a tirar dúvidas, promover debates saudáveis, en� m, oferecer infor-mações aos pais.

Os Educadores Espíritas, por sua vez, devem fazer um trabalho planejado e deixar claro aos pais (e demais pessoas da Casa Espírita) que oferecem um trabalho res-ponsável e de qualidade que pode servir de apoio aos pais no processo educacional. Dessa forma, haverá uma maior valorização da atividade e um trabalho de mão dupla, com pais e Educadores unidos para ofe-recer o que for melhor às crianças e jovens.

9 - Da instituição espírita a que se vincula, qual experiência gostaria de  transmitir aos leitores?

Destaco a criação da Galeria Espírita Vasículo Gomes quando, em um espaço pequeno, reunimos peças, quadros, móveis e livros (entre outros itens) que contam a história do Espiritismo e do próprio CE Gabriel Ferreira, oferecendo ao público um local de convivência (antes ou depois as reuniões) e perpetuando a his-tória. É algo simples e que, a meu ver, é de essencial importância para a sociedade e para o movi-mento espírita.

10 - Algo mais que gostaria de acrescentar?

Apenas agradecer o carinho e a possibilidade de falar um pouco do meu trabalho que, na verdade, é desenvolvido em equipe. r

*Entrevista originariamente publicada, na íntegra, pela revista eletrônica O CONSOLADOR (www.oconsolador.com) e aqui reproduzida parcialmente.

Cláudio [email protected]

– Bom dia, seu Urbano. Arru-mou o que pedi ao senhor?

– Bom dia, dona Zilda. Arrumei sim, vou buscar no almoxarifado, um instantinho!

O funcionário do cemitério de-sapareceu, e um momento depois trouxe o pequeno porta-retrato ovalado, com enfeites dourados em toda a orla.

– Aqui está dona Zilda. Aprova?– O senhor me ajuda com esta

fotogra� a da Patrícia?– Claro! Que linda ela está neste

retrato, dona Zilda... Estávamos mesmo precisando trocar, havia

uns riscos de ferrugem enfeando a beleza da moça. Vai � car muito bom, tudo novo.

Em silêncio, os dois cami-nharam na direção do túmulo de Patrícia, falecida há seis anos. O homem aplicou a fotografia no suporte metálico, encaixou o objeto na parede do jazigo e quando se certi� cou de que estava bem preso, num misto de atenção e subservi-ência, esfregou a manga da camisa sobre a peça, concluindo o serviço com a frase habitual:

– Ficou muito bom, tudo novo. Fez um sinal cortês com a cabe-

ça e se despediu.Dona Zilda � cou só. Orou pro-

tocolarmente, não conseguiu cho-rar, mas via-se em seus olhos uma imensa tristeza. Desde que a � lha partira, cumpria a rotina diária de visitá-la. Seis anos de saudade triste e inconformada. O dia não correria bem se não viesse vê-la, conversar... Sabia que a � lha precisava dela e, como mãe zelosa, não poderia faltar.

A natureza quieta e mística do lugar a fazia voltar ao passado, sempre, inapelavelmente. Dona

Zilda não tinha forças para livrar-se das lembranças do acidente que vitimou a � lha; e não tinha certeza se queria desembaraçar-se delas: os detalhes trágicos, o choque emo-cional insuportável, a repercussão nos jornais locais. Tudo parecendo tão recente, o tempo não estancava a sangria no peito de mãe.

Já lhe haviam pedido que ab-dicasse dessas visitas cotidianas, tão cheias de sacrifício para o seu corpo precocemente debilitado, provavelmente em função das emoções repisadas. Mas quem sa-bia o tamanho da sua dor, senão ela própria? Dona Zilda tinha certeza que Patrícia lhe correspondia ao afeto. “Como se ausentar e deixá-la à míngua de atenção? De que maneira se � ar no desmazelo dos que não cuidam dos seus mortos?” – dizia a mãe a� ita.

A pobre sofredora não tinha ar-gumentos para explicar sua atração por aquele pedaço de terra e pedra. Se por um lado a proximidade do túmulo avivava a chaga do seu co-ração, por outro, tinha a impressão de que o amor à � lha aumentava.

Não aceitava que lhe dissessem que o luto já deveria ter passado há muito; que na morte a alma prevalecia; que a sua prece de mãe zelosa chegaria sempre ao co-ração da � lha, partisse de onde fosse. Nada a demovia. E os que sa-biam da sua a� itiva li-gação se compadeciam. Entendiam que nada havia a fazer por dona Zilda, a não ser aceitar a idiossincrasia peculiar e esperar que ela mesma despertasse, reagisse, voltasse a viver. r

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Araraquara, janeiro de 2014 PÁGINA 6

Uma obra clássica de Cairbar SchutelLançada em 1918, destaca-se pelo caráter didático.

Redaçã[email protected]

O livro Espiritismo para as crianças, lançado em 1918 em formato de bolso, apresenta, de forma didática, o Espiritismo para as crianças – como indica o próprio título –, abordando os temas Deus, imortalidade da alma, oração, re-encarnação, entre outros. Jovens e crianças, pais e responsáveis terão a oportunidade de conhecer o pen-samento progressista de Cairbar, entendendo que ele não se preo-cupava apenas com o corpo mas, e principalmente, o espírito imortal que o habita.

O autor se esforçou tanto quan-to possível para reunir neste li-vrinho, de feitio pedagógico, ao alcance de todos, os princípios mais populares do Espiritismo. Com apenas 64 páginas e agora com nova capa e diagramação, é obra

utilizada há quase um século na transmissão dos ensinos espíritas às crianças.

Natural do Rio de Janeiro, co-nhecendo que a vida continuava além do túmulo, Cairbar Schutel estudou e abraçou o Espiritismo e dele se tornou um dos maiores propagandistas. Seu trabalho logo começou a aparecer: fundou em 15 de julho de 1905 o Centro Espírita Amantes da Pobreza. Logo a seguir, a 15 de agosto daquele ano, lançou à luz da publicidade “O Clarim”, em for-mato pequeno. Além disso fazia propaganda da doutrina por meio de boletins e panfletos, fazendo ainda palestras doutrinárias nas cidades circunvizinhas, inclusive programas radiofônicos na an-tiga PRD-4 de Araraquara. Sua atividade não parou. Assim foi que, a 15 de fevereiro de 1925, fundou A Revista Internacional de Espiritismo dedicada aos es-tudos dos fenômenos anímicos e espíritas. Este mensário conta com a colaboração de eminentes mentalidades mundiais, circulan-do não só entre as suas congêne-res. Seu trabalho não se resumiu nessas duas publicações, pois é autor de vários livros, entre eles o que destacamos na presente edição. r

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Araraquara, janeiro de 2014PÁGINA 7

Mensagem a Garcia “Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.” – Mateus 5:42

Sidney Francese [email protected]

“Na guerra contra a Espanha, o Presidente dos Estados Unidos pre-cisava comunicar-se com Garcia, o chefe dos rebeldes, que se encontrava

no interior cubano, não se sabendo exatamente onde.

“— Se há alguém capaz de en-contrar Garcia, esse homem há de ser Rowan.

“Após quatro dias de uma con-versa com o Presidente, Rowan saltava de um barco, alta noite, nas costas de Cuba. Como se embrenhou no sertão, atravessou a pé um país e entregou a carta Garcia, não vêm ao caso aqui pormenorizar. O que é importa é que Rowan pegou a carta e nem ao menos perguntou: ‘Onde é que ele está?’.

“Aleluia! Eis aí um homem cujo busto deveria ser colocado em cada escola do país.”

Do Artigo “Uma Mensagem a Garcia”, de Helbert Hubbard, publicado em 1899.

Se eu solicitar a alguém uma pesquisa sobre determinado per-sonagem eu obterei, prontamen-te, a resposta: – Sim, é para já!? Infelizmente não. Possivelmente, esse funcionário irá pedir a um companheiro que o ajude a en-contrar Garcia e depois voltará para me dizer: -Esse homem não existe!

Evoluímos muito. As pessoas estão mais conscientes de que cada consumidor é um � scal de suas ati-vidades. Todos exigem bom aten-dimento. Mas, de vez em quando

encontramos pobres coitados que procuram se esquivar o quanto podem do trabalho, do aperfeiçoamento e da BOA VONTADE.

E u e s t a v a n u m grande mercado quan-do duas moças diri-giram-se a um rapaz, próximo da seção de bebidas. Pediam que as auxiliasse a encon-trar determinado pro-duto. Não pude deixar de ouvir o funcionário dizer: - Este assunto não é comigo. – O se-

nhor não trabalha neste mercado? - Perguntei. – Trabalho, mas não neste setor. Finalizou o “esperto” funcionário.

O mundo está precisando de pessoas que atuem não apenas em uma área, mas que resolvam vá-rios problemas simultaneamente. Mas, os componentes principais desses “heróis” de hoje não são apenas capacidade e versatilidade. Indispensável que tenham boa vontade, disposição para o trabalho e solicitude.

“O grito do mundo inteiro prati-camente se resume nisso: Precisa-se, e precisa-se com urgência, de um ho-mem capaz de levar uma mensagem a Garcia.”

Há dentro de nós uma força extraordinária. Não temos cons-ciência dela ou a empregamos inadequadamente. A otimização desse canal com Deus depende exclusivamente de cada um: - aproveitar oportunidades; - estar pronto para o que der e vier; - não pensar muito para fazer favores ou boas ações. Boa vontade gera oti-mismo, que gera entusiasmo, que se transforma em adrenalina divi-na. “Boa vontade entre os homens” não é apenas um cântico de Natal. É o combustível que tempera os extraordinários talentos que Deus colocou à nossa disposição. r

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Araraquara, janeiro de 2014 PÁGINA 8

As ideias inatas e a educação das criançasTendências de caráter e saberes já estão com o espírito, que vai demonstrando

isso na medida em que domina o corpo biológico em desenvolvimento.

Marcus De [email protected]

Um tema que deve preocupar a educação é o das ideias inatas, pois é comum veri� carmos crianças dotadas de conhecimentos e perso-nalidade que demonstram desde o berço, sem que qualquer processo educativo tenha exercido in� uên-cia. De onde tirou aquela resposta sagaz e correta? Como pode ter pendor para isso ou aquilo? E não estamos falando das chamadas crianças superdotadas, pois todos os pais têm histórias para contar quanto às vivas demonstrações precoces dos seus � lhos, que, in-clusive, muitas vezes contrariam totalmente o conhecimento e a personalidade dos pais.

Pré-existênciaÉ verdade que o pensamen-

to educacional vigente, por ser materialista, passando longe da alma, não admite a ideia inata, mas, sem fazermos aqui uma longa discussão, tomemos a ideia inata como uma probabilidade, uma possibilidade teórica. Não admitindo-se a alma como causa desse pré-conhecimento e con-duta já estabelecida, temos ainda assim extraordinário fenômeno a ser estudado. Onde as estruturas neuro-cognitivas que explicam semelhante fenômeno? Como

o estudo do psiquismo humano pode dar luz a um fato repetido diariamente no seio das famílias?

É sobre esse assunto que Allan Kardec dedica suas perguntas aos Espíritos Superiores nas questões 218 a 220 de O Livro dos Espíritos, já em sua época contrariando o pensamento vigente sobre o ho-mem, e abrindo as portas, e com muito mais profundidade, sobre a psicogênese da criança. Vejamos o desdobramento do estudo a partir da questão 218:

O Espírito encarnado conserva algum traço das percepções que teve e dos conhecimentos que adquiriu nas existências anteriores?

– Resta-lhe uma vaga lembrança, que lhe dá o que chamamos ideias inatas.

A lei de evolução é um princí-pio básico do Espiritismo, onde o Espírito, ora na erraticidade (mun-do espiritual), ora na encarnação (mundo material), vai acumulando aprendizados, experiências, sa-beres, desenvolvendo virtudes e senso moral, nada perdendo, ape-nas utilizando mais essa ou aquela área, essa ou aquela tendência nas variadas existências materiais (reencarnatórias), conforme suas necessidades e do meio social em que irá viver.

Tendências de caráter e saberes já estão com o espírito, que vai demonstrando isso na medida em que domina o corpo biológico em desenvolvimento. Mas, como alertam os benfeitores espirituais, isso se dá de forma parcial, como uma vaga lembrança que vai a� o-rando pouco a pouco, até um certo limite traçado pela lei divina, para que o espírito possa desenvolver sua personalidade atual e não ter essas lembranças como uma pedra de tropeço.

Uma grave questão educacional se nos depara. Sem levar em conta as ideias inatas, muitos pais to-lhem os � lhos em sua criatividade, em suas tendências, provocando quadros agudos de frustração, de depressão, de isolamento social. Igualmente muitos professores não se apercebem dessa realidade, e teimam em enquadrar o aluno em padrões comportamentais e de aquisição do conhecimento que não condizem com a índole e com as experiências passadas que essa alma traz consigo. Quantos entra-ves educacionais seriam resolvidos com o estabelecimento da verdade das ideias inatas.

Ideias InatasContinuando o desdobramento

desse assunto, indaga Kardec na questão 208a:

A teoria das ideias inatas não é quimérica?

– Não, pois os conhecimentos adquiridos em cada existência não se perdem; o Espírito, liberto da ma-téria, sempre se recorda. Durante a encarnação, pode esquecê-los em parte, momentaneamente, mas a intuição que lhe � ca ajuda o seu adiantamento. Sem isso, ele sempre teria de recomeçar. A cada nova existência, o Espírito toma como ponto de partida aquele em que se achava na precedente.

Aqui temos uma informação importante. Quando é dito “o Es-pírito, liberto da matéria”, temos a realidade transcendente da alma, que ocorre através do estado de sua emancipação através do sono, fenômeno também conhecido como desdobramento; e também ocorre durante o transe hipnótico; igualmente através da meditação, quando alcançamos o estado al-terado da mente. Sempre que nos desligamos parcialmente do corpo

físico abrimos as portas do sub-consciente, onde está armazenada a memória espiritual, e podemos então desfrutar de lembranças, de conhecimentos que � cam ador-mecidos no estado de vigília, ou, se quisermos, no estado consciente normal do dia a dia.

A cada encarnação, assumindo nova personalidade em novo corpo e nova situação social, o espírito não está fazendo um novo começo, e sim dando continuidade ao seu progresso, de acordo com o que fez e aprendeu na última existência, que pode sofrer mudança durante sua estada no mundo espiritual, no estado de erraticidade, aguardando a nova encarnação.

É o que está muito claro na questão 208b:

Deve então haver uma grande conexão entre duas existências su-cessivas.

– Nem sempre tão grande como podias pensar, porque as posições são quase sempre muito diferentes, e no intervalo de ambas o Espírito pôde progredir.

Temos então dois fatores:1. A cada encarnação o espírito

troca de posição social, de perso-nalidade, de experiência vivencial.

2. Entre uma encarnação e outra o espírito também progride ao pas-sar por aprendizados e experiências no mundo espiritual.

O progresso é incessante, e pais e professores devem utilizar a educação para permitir que � lhos e alunos continuem seu progresso através dos diversos aprendizados, que devem ir além do ensino teó-rico, pois a melhor prática pedagó-gica é aquela que permite ao ser em desenvolvimento pensar e praticar, adquirindo senso crítico e tendo espaço para experimentar, para colocar sua criatividade em ação. r

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Araraquara, janeiro de 2014PÁGINA 9

Um diálogo sobre aborto espontâneoAos jovens.

Ângela [email protected]

Aborto espontâneoAng – Bom dia, Dona Maria!Cel – Bom Dia, Dona Cida!

Como vai a senhora?Ang – Tudo joia, graças a Deus!

E a senhora?Cel – Eu vou muito bem, tam-

bém, obrigada! Veio pro cafezinho?Ang – Opa, mas como não?Cel – Então vamos entrando! E

diga, quais são as novas?Ang – Então, Dona Maria, a

senhora sabe que a � lha da minha vizinha estava esperando neném, né.

Cel – Sei sim. Aconteceu algu-ma coisa?

Ang – Pois é, a senhora acredita que ela teve um aborto espontâneo nessa semana? Nossa, foi uma tristeza só!

Cel – Ah, puxa vida, é uma tristeza mesmo! Mas quais serão os desígnios do Criador pra nós, não é, Dona Cida?

Ang – Pois é, e eu � quei pen-sando justamente nisso, por que é que alguns pais passam por essa provação, Dona Maria?

Cel – Olha, Dona Cida, nem sempre é uma provação, sabia?

Ang – Como assim?Cel – Algumas vezes, os pais

estão prontos para aquele � lho e o espírito do � lho também está pronto para reencarnar, mas exis-

tem casos em que existe problemas orgânicos que acabam interrom-pendo a gestação sem que tenham sido planejados.

Ang – Não diga! Pura fatalidade?Cel – Pode acontecer sim, Dona

Cida. O corpo da mãe sofreu algum destempero e pronto. Mas, é claro, há também o casos em que o aborto espontâneo não foi fatalidade.

Ang – Por exemplo, se o espírito do � lho tiver medo da reencar-nação e resolver desistir dela no meio do processo de gestação, pode

ocorrer o aborto, então?Cel – Esse pode ser um dos

motivos, sim. É por isso que sem-pre aconselhamos as gestantes a conversar muito com seus � lhos durante a gravidez, acalmando-os, confortando-os, para que se sintam amados e seguros.

Ang – E sabemos que eles es-cutam, sem dúvida!

Cel – Escutam sim, talvez não com os ouvidos do bebê em forma-ção, mas através de seus espíritos, e gravam isso no inconsciente. Da mesma forma, uma gestação cheia

de brigas e nervosismos pode afe-tá-lo seriamente.

Ang – Mas me fale uma coisa, Dona Maria: se o espírito desistir daquele corpo, ele vai ter que voltar em outro logo em seguida?

Cel – Olha, Dona Cida, o que sabemos através da Doutrina Espí-rita é que existe uma programação reencarnatória para cada pessoa conforme as dívidas, resgates e provações que ela deve passar. Pode até levar algum tempo para que ela se prepare melhor para essa encar-

nação, mas cedo ou tarde acabará voltando sim, normalmente ligada ao mesmo núcleo familiar.

Ang – E será que pode aconte-cer do espírito se ligar a um corpi-nho sabendo que ele não vai chegar ao � nal da gestação, Dona Maria?

Cel – Sabemos que isso pode ocorrer sim, Dona Cida. Nesse caso, muitas vezes é necessário que os pais passem por essa situação de perda por conta de seus débitos anteriores. Outras vezes, é necessário que o espírito endividado trans� ra para o corpo seus desajustes. Nesse caso,

Deus permite que aquele corpinho doente seja descartado e o espírito se livre de doenças no próximo corpo.

Ang – Puxa vida, são tantas as explicações para as mortes prema-turas pela Doutrina Espírita, não, Dona Maria!

Cel – É, minha querida, graças a Deus a Doutrina nos mostra que existe mesmo uma grande inteligência por trás de tudo o que acontece, e que o caminho mais curto é aceitar que o que aconteceu foi em benefício de todos. Dói e é

muito triste, mas sem dúvida foi um aprendizado, uma oportunida-de, uma dívida quitada ou mesmo uma indisposição orgânica apenas.

Ang – No final das contas, Dona Maria, sempre haverá outras oportunidades, não é?

Cel – Ah, mas não tenha dúvidas! Ang – Bom, estou até mais ali-

viada depois dessa conversa e desse cafezinho, mas agora, eu tenho que ir! Muito obrigada, Dona Maria!

Cel – Que é isso, minha amiga, eu é que agradeço a visita, venha sempre! r

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Araraquara, janeiro de 2014 PÁGINA 10

Lar Escola Alvorada NovaEducando para a vida.

Redaçã[email protected]

Em Igarapava, no interior pau-lista, o Lar Escola Alvorada Nova atua em favor da educação infanto-juvenil. Seu idealizador, José Eurípi-des Garcia, é aposentado e natural da mesma cidade. Tendo residido no Uruguai e Colômbia, em 2003 retornou para a cidade com a espo-sa para implantação de� nitiva de um velho ideal. Diretor do Centro Espírita Luz e Caridade e da Juven-tude Espírita Eurípides Barsanulfo. Colaborar da conhecida publicação Anuário Espírita, editado pelo IDE-Araras, já visitou vários países da América Latina para atividades de divulgação espírita por meio de palestras doutrinárias. Conheça um pouco dessa história educativa que atende quase 200 crianças e veja o vídeo institucional no endereço http://vimeo.com/40947189 e também outro pequeno clip no endereço http://www.youtube.com/watch?v=k2do5fZRLs4 Telefone para contato: (16) 3172-2576.

Entrevistando EurípidesHistórico

A criação de um orfanato fazia parte dos projetos de Juventude Espírita Eurípedes Barsanulfo nos anos 50/60. Seria um orfanato para meninas, nos moldes da época, uma casa grande onde seriam abrigadas crianças órfãs.

Vinculação com o projetoSempre conversávamos sobre o

� nal de nossa vida, e projetamos para nós, que quando terminasse a tarefa pro� ssional nos dedicarí-amos a uma obra social vinculada ao atendimento de crianças caren-tes. Como nossa vida era nômade, mudávamos com frequência de

cidades, no inicio dos anos 90 decidimos onde este projeto seria implantado. E resolvemos que seria em Igarapava-SP, nossa terra natal, nesta época residíamos em Bogotá, na Colômbia. Em 1992 compramos uma área aqui em Igarapava, que serviria para im-plantação nosso projeto. Desde então começamos a investir nossos recursos para a montagem de uma infraestrutura que permitisse um projeto autossu� ciente. Naquela época pensávamos na construção de várias casas-lares. Em 2003 mudamos definitivamente para Igarapava para implantar o projeto.

Mudança de rumo da ideia inicial

Em 2004 quando lançamos a pedra fundamental para inicio das obras, estive com o Divaldo Pereira Franco, busquei saber a experiência dele com este tipo de atividade. Ele me disse da mudança de rumo da Mansão do Caminho, por esta época já havia visitado um projeto que teve uma época de sucesso, mas agora estava com dificuldades imensas. Divaldo me disse da orientação de Joana de Angelis para que ele trans-formasse as atividades da Mansão do Caminho em uma Escola e que, res-peitando meu livre arbítrio, sugeria a mudança de rumo do nosso projeto.

LAR ESCOLA ALVORADA NOVA

Depois desta conversa, decidi-mos que nós também deveríamos montar uma Escola, porém em moldes diferentes, pois se nas “casas-lares” atenderíamos 150 crianças, na Escola poderíamos ao longo do tempo, atender milhares. Foi assim que em 2008 surgiu o Lar Escola Alvorada Nova, naquele ano atendendo 35 crianças. Matri-

culadas, de preferência no berçário, com uma idade que varia de 6 a 18 meses. Hoje já temos 8 salas de aula atendendo até o terceiro ano do Ensino Fundamental e em 2014 este número aumentará passando a atender até o quarto ano. Assim as crianças permanecerão conosco por 17/18 anos. Tempo su� ciente para moldar sua personalidade. O slogan de nossa escola é EDU-CANDO PARA A VIDA, que constitui a nossa meta principal. Hoje estamos com 148 crianças matriculadas, do berçário ao 3º ano do ensino fundamental. Nossa meta para 2014 será 170 alunos.

Horário e AtividadesNossas crianças chegam à Escola

às 7 horas da manhã e retornam às suas casas às 17 horas. Na Escola além do currículo normal de uma instituição de ensino são cuidadas e alimentadas, com 3 refeições diárias. Além das aulas normais participam de inúmeras outras atividades cul-turais, moralizadora, entre outras atividades cívicas e participativas.

Realizamos um trabalho com as famílias, fazendo visitas domiciliares e organizando uma reunião mensal com os pais procuramos introduzir novos conceitos de família. Às famí-lias muito necessitadas oferecemos também assistência material, pela Entidade Mantenedora.

Recursos FinanceirosEsta é a grande di� culdade do

nosso projeto. Hoje temos mais de 30 funcionários remunerados, e a nossa despesa é muito grande. Para fazer frente aos gastos, � rmamos um convênio com o Fundeb para repasses de recursos, que supre aproximadamente 60% dos nossos gastos e o restante realizamos jan-tares, atividades constantes com o objetivo de angariar fundos, além de uma campanha pelos Cupons Fiscais previstos na legislação pau-lista, contamos ainda com a contri-buição de pessoas físicas e jurídicas para as nossas atividades. Além disto, temos uma loja comercial em ponto central da cidade cujo lucro é revertido ao Lar Escola. r

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Araraquara, janeiro de 2014PÁGINA 11

Redaçã[email protected]

A conhecida Obreiros do Bem, instalada na Rua Itália, 1.935, com-pleta 70 anos. A data é signi� cativa: foi fundada em 1 de janeiro de 1944. Raul Leiva é o atual presidente. O jornal TRIBUNA ESPÍRITA junta-se às alegrias desta importante data para a cidade e região.

Mantenedora da Creche Meimei e do Núcleo André Luiz, a instituição desenvolve intensa atividade dou-trinária e promocional. Em rápida entrevista com a amiga Arlett Ma-theus, cujo vínculo com a instituição

– que a própria história demonstra – é grande, afetivo e especialmente familiar, em virtude da mediunidade do próprio pai, que foi integrante do grupo de fundadores, ela a� rma: “(...) A Obreiros é meu 2º lar e, seus trabalhadores, minha família do co-ração. Acompanhei todos os passos, vitórias e desa� os; desde os primeiros tempos até as conquistas de hoje. Orgulho-me de todas as conquistas, de todo trabalho desenvolvido por pessoas abnegadas, dedicadas que vem, ao longo tempo, compondo a história de nossa Casa, em benefício de tantos que a ela se achegaram. Costumo dizer, com orgulho, que

sou TESTEMUNHA OCULAR E AUDITIVA DA ESTÓRIA DA OBREIROS DO BEM. Quanto ao meu Pai e minha mãe foram batalha-dores, entusiastas da obra na qual se envolveram com outros companhei-ros. Carismáticos, atraíram muitos amigos, acolhendo, ouvindo a todos. Foram também prestigiados com carinho e atenção dos que com eles conviviam e da própria cidade. Hoje são nomes de ruas. Estavam sempre prontos a receber as pessoas, a am-parar... Meu pai, pela sua mediuni-dade foi bastante solicitado e minha casa sempre esteve aberta aos que o procuravam. Dentro do que lhes

foi possível cumpriram suas tarefas de cristãos... Como � lha, só tenho a dizer, que tive pais inesquecíveis, pelos exemplos que deixaram, pelo carinho e pelo clima familiar que me proporcionaram”.

Com esse registro histórico, de gratidão e alegria, homenageamos também a querida Arlett, exemplo vivo de trabalho e dedicação ao ideal espírita. r

Nota da Redação: Os aniversários de instituições só serão publicados na ver-são impressa do TRIBUNA ESPÍRITA nos casos de números fechados (exemplo: 10, 50, 70, 100 anos) e se enviados com antecedência mínima de 60 dias.

Setenta anos da “Obreiros do Bem”Instituição araraquarense foi fundada em 1944.

A história do Espiritismo registra várias comemorações com números redondos em 2014. Destacamos algumas:

- 210 anos de nascimento de Allan Kardec- 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo- 140 anos de nascimento de Viana de Carvalho- 130 anos da Federação Espírita Brasileira- 100 anos de nascimento de Herculano Pires- 80 anos da desencarnação de Humberto de Campos- 70 anos de lançamento de Nosso Lar e Os Mensageiros- 50 anos de lançamento de Ressurreição e Vida, Dramas da

Obsessão e Desobsessão- 30 anos da desencarnação de Yvonne Pereira, Deolindo Amo-

rim e Clóvis Tavares

Veja a relação completa (são muitas) no site da FEB. Acesse http://www.febnet.org.br/ e pesquise: “lista de datas comemorativas de 2014”.

Datas comemorativas em 2014

Redaçãoredaçã[email protected]

O ano em curso é realmente im-portante, motivador para pesquisa e estimulador para lembranças de gratidão à história do movimento espírita no planeta. Desde os 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, aos 210 anos de nasci-mento de Allan Kardec ou ao cen-tenário de Herculano Pires, entre outras efemérides, motiva o estudo e a divulgação do Espiritismo.

Tais memórias históricas abrem perspectivas de estudos, palestras, eventos, estimulando os espíritas mais novos, de idade e de aproxi-mação com a Doutrina Espírita, a se aproximarem de vultos com Leon Denis ou Yvonne Pereira, para citar esses dois únicos casos. Para os mais veteranos, o convite � ca renovado. Portanto, a valorização de datas com momentos ou eventos especí� cos é muito salutar para arejamento do movimento, especialmente para não

� carmos na acomodação ou na roti-na. Buscar exemplos e biogra� as, fa-tos ou circunstâncias que mudaram a história da movimentação espírita no país e no mundo, são muito im-portantes para as instituições e para o movimento em seu aspecto geral.

Um bom exemplo, talvez o mais marcante, é – sem nenhuma dúvida – apresentar a exponencial obra constante da Codi� cação,

ou seja, O Evangelho Segundo o Espiritismo, de forma didática ao público, atraindo-o para essa incomparável obra. E isso na-

turalmente precisa ser feito de forma motivadora, atraente e es-pecialmente focada no cotidiano de lutas e a� ições da atualidade.

Busque o quadro ao lado e veja alguns exemplos de datas importantes comemoradas em 2014. Observemos que campo de

Um ano peculiarBiograficas, circunstâncias e datas históricas são importantes para despertar interesse.

“Tais memórias históricas abrem perspectivas de estudos, palestras, eventos, estimulando os espíritas mais novos, de idade e de aproximação com a Doutrina Espírita (...).

trabalho informativo essas datas abrem ao coordenador de ativi-dades, de grupos ou à diretoria de qualquer instituição inspirada pelo Espiritismo. É realmente o convite continuado para o trabalho do bem e da fraternidade, da cultura e da união. r

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Araraquara, janeiro de 2014 PÁGINA 12

XXXII CONRESPI 2014 - AraraquaraEvento acontece durante o carnaval.

Com o tema central A BOA NOVA, no ano em que se come-mora os 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, a tradicional

Confraternização Regional da Família Espírita que ocorre nos feriados de carnaval e rodiziando as cidades, em 2014 ocorre em

Araraquara-SP nos dia 2, 3 e 4 de março.

Sediada no Gran Hotel Morada do Sol e com a CONRESPINHA

ocorrendo na Creche Meimei, o evento contará com os palestran-tes Márcio Correa, Nazil Canarin, Donizete Silveira, � iago Essado, Léa Fazan e André Luiz Bordini.

Veja toda a programação, ora-dores, informações de hotéis e inscrições, acessando o blog: con-respi2014.blogspot.com.br.

E visando levantar fundos para o evento, a USE ARARAQUARA promove no domingo 02 de feverei-ro de 2014, um grande almoço de confraternização. O local é muito bonito e agradável, que pode ser conhecido no youtube, pesqui-sando-se pelo título: ALMOÇO DA USE ARARAQUARA - 02/02/2014.Inscreva-se! Participe da CONRESPI.

Apoie o evento participando do almoço de confraternização.

No almoço haverá posto de inscrições para a CONRESPI. r