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Fil. 06 ——— 10fevereiro
Lara Rocha(Debora Andrade)
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Os pré- socráticos e os sofistas
10fev
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
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RESUMOPré-socráticos: Os primeiros filósofosOs filósofos pré-socráticos são os primeiros filóso-
fos da história, tendo vivido entre os séculos VII e
VI a.C., e contribuído decisivamente para a ruptura
entre o pensamento mítico e o pensamento racio-
nal. Eles são chamados de pré-socráticos por terem
precedido o grande filósofo Sócrates, cuja impor-
tância é tão grande que dividiu a história da filosofia
entre os pensadores que lhe precederam, e os que
lhe sucederam, como Platão e Aristóteles. A maior
parte da obra desses primeiros filósofos foi perdida,
restando-nos fragmentos e comentários feitos por
filósofos posteriores, o que chamamos de doxogra-
fia. A grande genialidade desses pioneiros foi ter, ao
menos em parte, abandonado as explicações mito-
lógicas sobre o mundo, para buscar uma explicação
mais lógica, mais racional, sem a presença de seres
sobrenaturais.
Assim, os pré-socráticos irão buscar uma explicação
do mundo através do Lógos (razão ou explicação ar-
gumentativa) e não mais através do mito, abando-
nando o recurso tão usado pela poesia homérica ao
divino e ao transcendente. Dentre os filósofos pré-
-socráticos podemos destacar Heráclito de Éfeso,
Parmênides de Eleia, Demócrito de Abdera, Tales
de Mileto, Empédocles de Agrigento, entre outros.
Uma das questões centrais do pensamento pré-so-
crático era: qual é o fundamento ou origem (arché)
de todas as coisas que existem? Ou seja, qual é a
arché (princípio) que governa a existência de todas
as coisas? Segundo Heráclito, o primeiro princípio
de tudo é o fogo; para Tales é a água; para Empédo-
cles são os quatro elementos: fogo, água, terra e ar;
para Demócrito é o átomo. No entanto, em relação
à questão do conhecimento, destaca-se a discussão
entre Heráclito e Parmênides.
Heráclito defende que tudo o que existe no mundo
está em constante transformação, num fluxo per-
pétuo, ou seja, nada permanece idêntico a si mes-
mo, “tudo flui”. Nesse sentido, o ser (tudo o que
existe) está sempre em movimento, por isso Herá-
clito é considerado um filósofo mobilista. A ima-
gem que melhor representa esse pensamento é a
imagem do rio. Diz Heráclito que não podemos en-
trar duas vezes no mesmo rio, pois, quando entra-
mos pela segunda vez, as águas do rio não são as
mesmas e, portanto, o rio não é o mesmo. Além do
mais, nós, quando entramos novamente no rio, não
somos também os mesmos, já somos diferentes do
que éramos, pois estamos submetidos necessaria-
mente à mudança. Se nada permanece igual, o co-
nhecimento está diante de um problema: como pos-
so dizer que conheço algo de maneira objetiva dado
que essa coisa que digo conhecer, assim como tudo,
está em constante transformação? Nesse sentido, o
conhecimento é justamente a percepção das trans-
formações. Como o ser o móvel, o Lógos (razão) é
mudança e contradição.
Parmênides, por outro lado, não aceitará em seu
método as contradições, sendo famoso justamente
por ter estabelecido o princípio de não contradição
através da frase: “o ser é e o não ser não é”. As-
sim, se para Heráclito a permanência é uma ilusão,
já para Parmênides a mudança é que consiste numa
ilusão, sendo impossível a passagem do ser para o
não ser ou do não ser para o ser. Evidentemente,
Parmênides não quer dizer com isso que não existe
mudança no mundo, mas apenas que as mudanças
estão restritas ao mundo material, às coisas sensí-
veis, mas a essência de uma coisa nunca muda, é
imóvel. Assim Parmênides é considerado um filóso-
fo imobilista, pois aquilo que existe não pode deixar
de ser o que é, ou seja, não pode perder a sua es-
sência. O mundo do pensamento, portanto, é imóvel
e o conhecimento objetivo sobre as coisas é possí-
vel graças à identidade que ele reconhece entre ser,
pensar e dizer: as palavras refletem o pensamento,
e o pensamento tem a capacidade de exprimir a es-
sência imutável das coisas.
Sofistas: os mestres da retórica
Os sofistas: Os mestres da oratória
No período clássico (séc. V e IV a.C), o centro cul-
tural deslocou-se das colônias gregas para a cidade
de Atenas. Nesse período, Atenas vivia uma intensa
produção artística, filosófica, literária, além do de-
senvolvimento da política. No campo da filosofia,
embora ainda se discutisse temas cosmológicos, o
avanço em direção à política, moral e antropologia
já era visível. Nesse contexto, surgem os sofistas, fi-
lósofos que ficaram conhecidos como os mestres da
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l.
1.
EXERCÍCIOS DE AULA
Os sofistas eram professores itinerantes, ou seja,
não ensinavam em um único lugar. Uma das suas
características era cobrar pelos seus ensinamen-
tos, recebendo assim duras críticas dos seguidores
de Sócrates, que os acusavam de mercenários do
saber. Outra crítica que comumente era feita aos
sofistas dizia respeito à crença de que eles não se
importavam com a verdade, mas apenas com a per-
suasão, reduzindo seus argumentos a meras opini-
ões. É importante salientar, no entanto, que os so-
fistas, em sua maioria, pertenciam à classe média e,
por isso, necessitavam cobrar pelas suas aulas.
Durante séculos perdurou uma visão pejorativa dos
sofistas, mas a partir do século XIX uma nova his-
toriografia surgiu reabilitando-os e realçando suas
principais contribuições. Dentre elas sua contribui-
ção para a sistematização do ensino, elaborada a
partir de um currículo de estudos dividido entre gra-
mática (da qual são os iniciadores), retórica e dialé-
tica. Além disso, eles contribuíram decisivamente
para o estabelecimento do sistema político demo-
crático na Grécia.
Leia o texto a seguir e responda à próxima questão.
De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que
ter um começo. Portanto, em algum momento, o universo também tinha de
ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tives-
se surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter
surgido de alguma outra coisa algum dia. Sofia entendeu que só tinha trans-
ferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha
de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é
feito? A grande questão para os primeiros filósofos não era saber como tudo
surgiu do nada. O que os instigava era saber como a água podia se trans-
formar em peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se transformar em
árvores frondosas ou flores multicoloridas.
Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.43-44.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assina-
le a alternativa correta.
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as transformações
da natureza e porque a vida é como é, tendo como limitador e princípio de ver-
dade irrefutável as histórias contadas acerca do mundo dos deuses.
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma
substância básica, uma causa oculta, que estava por trás de todas as transfor-
mações na natureza e, a partir da observação, buscavam descobrir leis naturais
que fossem eternas.
c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por
volta do século VI a.C. partiram da ideia unânime de que a água era o princípio
original do mundo por sua enorme capacidade de transformação.
d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e re-
forçou o antropomorfismo do mundo dos deuses em detrimento de uma expli-
cação natural e regular acerca dos primeiros princípios que originam todas as
coisas.
e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há
um princípio originário único denominado o ilimitado, que é a reprodução da
aparência sensível que os olhos humanos podem observar no nascimento e na
degeneração das coisas.
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l.3.
4.
2. Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade
das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os
quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for
correto.
01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aristóteles, teria afirmado “tudo
é água”, indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda
a realidade.
02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que
nada permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a passagem de um con-
trário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém
todas as coisas.
04) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a
unidade do ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma
primeira formulação dos princípios lógicos da identidade e da não-contradição.
08) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o de-
senvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram
influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas restaram fragmentos e
comentários de autores posteriores.
16) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, par-
tículas indivisíveis e invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, for-
mam todas as coisas; geração e corrupção consistiriam, respectivamente, na
agregação e na desagregação dos átomos.
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam
que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu en-
tender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido
ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras
não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Pla-
tão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos
puseram a serviço do seu problema último - da origem e essência das coisas
- as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com
as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e
casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes
do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.
Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Pau-
lo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
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l.
5.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na
Grécia, é correto afirmar:
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina
no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representan-
do uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de for-
ma gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma
vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até
hoje são objeto da pesquisa filosófica.
Como uma onda
“Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa/ Tudo sempre passará
A vida vem em ondas/ Como um mar/ Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é/ Igual ao que a gente/ Viu há um segundo/ Tudo muda
o tempo todo/ No mundo
Não adianta fugir/ Nem mentir/ Pra si mesmo agora/ Há tanta vida lá fora/
Aqui dentro sempre/ Como uma onda no mar/ Como uma onda no mar/
Como uma onda no mar”
(Lulu Santos e Nelson Motta)
A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do filósofo grego Heráclito,
que viveu no século VI a.C. e que usava uma linguagem poética para exprimir
seu pensamento. Ele é o autor de uma frase famosa: “Não se entra duas vezes
no mesmo rio”.
Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas, marque aquela em que o sen-
tido da canção de Lulu Santos mais se aproxima
a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos dormindo é sono.
b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra.
c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são outras.
d) Muita instrução não ensina a ter inteligência.
e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas da sua cidade.
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l.
2.
1.
EXERCÍCIOS DE CASATales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a
existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que
existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é impor-
tantíssima… podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primei-
ra proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.
(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São
Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os
chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que ex-
pressa o principal problema por eles investigado.
a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.
b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.
De um modo geral, o conceito de physis no mundo pré-socrático expressa um
princípio de movimento por meio do qual tudo o que existe é gerado e se cor-
rompe. A doutrina de Parmênides, no entanto, tal como relatada pela tradição,
aboliu esse princípio e provocou, consequentemente, um sério conflito no de-
bate filosófico posterior, em relação ao modo como conceber o ser.
Para Parmênides e seus discípulos:
a) A imobilidade é o princípio do não-ser, na medida em que o movimento está
em tudo o que existe.
b) O movimento é princípio de mudança e a pressuposição de um não-ser.
c) Um Ser que jamais muda não existe e, portanto, é fruto de imaginação espe-
culativa.
d) O Ser existe como gerador do mundo físico, por isso a realidade empírica é
puro ser, ainda que em movimento.
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l.
3.
4.
No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período,
os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a aten-
ção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos
proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos
deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos
procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimen-
to de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos
vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles
foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como
a) maniqueístas (bem ou mal)
b) hedonistas (busca pelo prazer)
c) epicuristas
d) sofistas
O que há em comum entre Tales, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, en-
tre Xenófanes de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses pensadores pro-
põem uma explicação racional do mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na
história do pensamento” (Pierre Hadot). Com base no texto e nos conhecimen-
tos sobre as relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes proposições:
I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como filósofos da physis porque
as explicações racionais do mundo por eles produzidas apresentam não apenas
o início, o princípio, mas também o desenvolvimento e o resultado do processo
pelo qual uma coisa se constitui.
II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a tratarem da origem e do
desenvolvimento do universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas estas
eram de tipo mítico, descreviam a história do mundo como uma luta entre enti-
dades personificadas.
III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos pré-socráticos seguem
o mesmo esquema ternário que estruturava as cosmogonias míticas na medida
em que também propõem uma teoria da origem do mundo, do homem e da ci-
dade.
IV. O nascimento das explicações racionais do mundo são também o surgimento
de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito; em certos momen-
tos decisivos da história da filosofia as duas ordens de pensamento chegam a
coexistir, exemplo disso pode ser encontrado no diálogo platônico Timeu quan-
do, na apresentação do “mito mais verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é
introduzida para explicar a produção do mundo.
V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de matemático e físico é consi-
derado filósofo – o fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque em sua
proposição “A água é a origem e a matriz de todas as coisas” está contida a pro-
posição “Tudo é um”, ou seja, a representação de unidade.
Assinale a alternativa correta.
a) As proposições III e IV estão incorretas.
b) Somente as proposições I e II estão corretas.
c) Apenas a proposição IV está incorreta.
d) Todas as proposições estão incorretas.
e) Todas as proposições estão corretas.
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7.
5.
6.
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposi-
ção: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário
deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar,
porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segun-
do lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar,
porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensa-
mento: Tudo é um.
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova
Cultural. 1999
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os
gregos?
a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis
em verdades racionais.
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas exis-
tentes.
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas discus-
sões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio eter-
no e imutável que se encontra na origem da natureza e de suas transformações)
ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto, Leucipo e Demócri-
to afirmam ser a realidade percebida pelos sentidos ilusória. Eles defendem que
os sentidos apenas capturam uma realidade superficial, mutável e transitória que
acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações
das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade
jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra.
Para Leucipo e Demócrito a physis é composta
a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio.
b) pela água.
c) pelo fogo.
d) pelo ilimitado.
e) pelos átomos.
Na Grécia antiga, principalmente na cidade de Atenas no século V a.C., desen-
volveu-se uma corrente de pensadores conhecidos como Sofistas. Tidos como
“sábios”, eram pagos para ensinar os jovens principalmente à arte da argumenta-
ção. Abaixo, CONSIDERE as afirmações sobre a importância que esta (arte) tinha
em seu pensamento.
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l.
9.
10.
I – Os sofistas não acreditavam na verdade absoluta, para eles o importante era
conseguir convencer os outros de suas ideias.
II – Os sofistas acreditavam que uma boa argumentação era a única maneira de
se chegar ao conhecimento da verdade absoluta.
III – Os sofistas acreditavam que através dos argumentos era possível se chegar
à melhor solução em cada caso.
a) Apenas a III é verdadeira.
b) Apenas a I é verdadeira
c) Apenas a I é falsa.
d) Apenas a II é verdadeira.
e) Apenas a II é falsa.
Grupo de filósofos que se dedicavam a ensinar técnicas de persuasão para os
jovens de modo que, numa assembleia eles tivessem preparados para vencer os
debates com argumentos fortes e imbatíveis.
Esta afirmação caracteriza os filósofos que são historicamente conhecidos como:
a) Sofistas.
b) Pré-socráticos.
c) Socráticos.
d) Platônicos.
8.
. “Sofista” é o termo que significa sábio, especialista do saber. Sobre os sofistas
é correto afirmar:
a) Eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamen-
tos práticos.
b) Eram sábios, detentores de alto saber filosófico.
c) Interessavam-se pelo saber autêntico das coisas.
d) Tinham como objetivo desenvolver o poder da argumentação, baseado na ver-
dade real e na essência das ideias.
e) Eram filósofos que estudaram na escola de Platão.
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que
existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência.
Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar
condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais
condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada,
transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transfor-
ma- se em pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006
(adaptado).
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l.
QUESTÃO CONTEXTO
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as
coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo
se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditó-
rias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro
elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito.
Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de
aranha.”
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes,
1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a
origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxíme-
nes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que
a) eram baseadas nas ciências da natureza.
b) refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) postulavam um princípio originário para o mundo.
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
Vamos refletir um pouco mais sobre os conceitos de Heráclito, filósofo pré-so-
crático?
Como uma onda – Lulu Santos
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi
um dia
Tudo passa, tudo sempre
passará
A vida vem em ondas,
como um mar
Num indo e vindo
infinito
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GABARITO
01.Exercício de aula1. b2. 01-02-04-16
3. d
4. c
5. c
02.Exercício de casa1. d2. b
3. d
4. e
5. c
6. e
7. b
8. a
9. a
10. d
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu a
um segundo
tudo muda o tempo todo no
mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
1. Com base na tirinha e na música do cantor Lulu Santos, redija um pequeno
texto expondo a defesa de Heráclito, filósofo pré-socrático, de que o ser está em
constante movimento.