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Fil. 06 ——— 10 fevereiro Lara Rocha (Debora Andrade) Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.

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Fil. 06 ——— 10fevereiro

Lara Rocha(Debora Andrade)

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10/02

24/02

Os pré-socráticos e os sofistas

09:1519:15

Filósofos da tradição

9:15 19:15

CRONOGRAMA

Os pré- socráticos e os sofistas

10fev

01. Resumo

02. Exercícios de Aula

03. Exercícios de Casa

04. Questão Contexto

16Fi

l.

RESUMOPré-socráticos: Os primeiros filósofosOs filósofos pré-socráticos são os primeiros filóso-

fos da história, tendo vivido entre os séculos VII e

VI a.C., e contribuído decisivamente para a ruptura

entre o pensamento mítico e o pensamento racio-

nal. Eles são chamados de pré-socráticos por terem

precedido o grande filósofo Sócrates, cuja impor-

tância é tão grande que dividiu a história da filosofia

entre os pensadores que lhe precederam, e os que

lhe sucederam, como Platão e Aristóteles. A maior

parte da obra desses primeiros filósofos foi perdida,

restando-nos fragmentos e comentários feitos por

filósofos posteriores, o que chamamos de doxogra-

fia. A grande genialidade desses pioneiros foi ter, ao

menos em parte, abandonado as explicações mito-

lógicas sobre o mundo, para buscar uma explicação

mais lógica, mais racional, sem a presença de seres

sobrenaturais.

Assim, os pré-socráticos irão buscar uma explicação

do mundo através do Lógos (razão ou explicação ar-

gumentativa) e não mais através do mito, abando-

nando o recurso tão usado pela poesia homérica ao

divino e ao transcendente. Dentre os filósofos pré-

-socráticos podemos destacar Heráclito de Éfeso,

Parmênides de Eleia, Demócrito de Abdera, Tales

de Mileto, Empédocles de Agrigento, entre outros.

Uma das questões centrais do pensamento pré-so-

crático era: qual é o fundamento ou origem (arché)

de todas as coisas que existem? Ou seja, qual é a

arché (princípio) que governa a existência de todas

as coisas? Segundo Heráclito, o primeiro princípio

de tudo é o fogo; para Tales é a água; para Empédo-

cles são os quatro elementos: fogo, água, terra e ar;

para Demócrito é o átomo. No entanto, em relação

à questão do conhecimento, destaca-se a discussão

entre Heráclito e Parmênides.

Heráclito defende que tudo o que existe no mundo

está em constante transformação, num fluxo per-

pétuo, ou seja, nada permanece idêntico a si mes-

mo, “tudo flui”. Nesse sentido, o ser (tudo o que

existe) está sempre em movimento, por isso Herá-

clito é considerado um filósofo mobilista. A ima-

gem que melhor representa esse pensamento é a

imagem do rio. Diz Heráclito que não podemos en-

trar duas vezes no mesmo rio, pois, quando entra-

mos pela segunda vez, as águas do rio não são as

mesmas e, portanto, o rio não é o mesmo. Além do

mais, nós, quando entramos novamente no rio, não

somos também os mesmos, já somos diferentes do

que éramos, pois estamos submetidos necessaria-

mente à mudança. Se nada permanece igual, o co-

nhecimento está diante de um problema: como pos-

so dizer que conheço algo de maneira objetiva dado

que essa coisa que digo conhecer, assim como tudo,

está em constante transformação? Nesse sentido, o

conhecimento é justamente a percepção das trans-

formações. Como o ser o móvel, o Lógos (razão) é

mudança e contradição.

Parmênides, por outro lado, não aceitará em seu

método as contradições, sendo famoso justamente

por ter estabelecido o princípio de não contradição

através da frase: “o ser é e o não ser não é”. As-

sim, se para Heráclito a permanência é uma ilusão,

já para Parmênides a mudança é que consiste numa

ilusão, sendo impossível a passagem do ser para o

não ser ou do não ser para o ser. Evidentemente,

Parmênides não quer dizer com isso que não existe

mudança no mundo, mas apenas que as mudanças

estão restritas ao mundo material, às coisas sensí-

veis, mas a essência de uma coisa nunca muda, é

imóvel. Assim Parmênides é considerado um filóso-

fo imobilista, pois aquilo que existe não pode deixar

de ser o que é, ou seja, não pode perder a sua es-

sência. O mundo do pensamento, portanto, é imóvel

e o conhecimento objetivo sobre as coisas é possí-

vel graças à identidade que ele reconhece entre ser,

pensar e dizer: as palavras refletem o pensamento,

e o pensamento tem a capacidade de exprimir a es-

sência imutável das coisas.

Sofistas: os mestres da retórica

Os sofistas: Os mestres da oratória

No período clássico (séc. V e IV a.C), o centro cul-

tural deslocou-se das colônias gregas para a cidade

de Atenas. Nesse período, Atenas vivia uma intensa

produção artística, filosófica, literária, além do de-

senvolvimento da política. No campo da filosofia,

embora ainda se discutisse temas cosmológicos, o

avanço em direção à política, moral e antropologia

já era visível. Nesse contexto, surgem os sofistas, fi-

lósofos que ficaram conhecidos como os mestres da

17Fi

l.

1.

EXERCÍCIOS DE AULA

Os sofistas eram professores itinerantes, ou seja,

não ensinavam em um único lugar. Uma das suas

características era cobrar pelos seus ensinamen-

tos, recebendo assim duras críticas dos seguidores

de Sócrates, que os acusavam de mercenários do

saber. Outra crítica que comumente era feita aos

sofistas dizia respeito à crença de que eles não se

importavam com a verdade, mas apenas com a per-

suasão, reduzindo seus argumentos a meras opini-

ões. É importante salientar, no entanto, que os so-

fistas, em sua maioria, pertenciam à classe média e,

por isso, necessitavam cobrar pelas suas aulas.

Durante séculos perdurou uma visão pejorativa dos

sofistas, mas a partir do século XIX uma nova his-

toriografia surgiu reabilitando-os e realçando suas

principais contribuições. Dentre elas sua contribui-

ção para a sistematização do ensino, elaborada a

partir de um currículo de estudos dividido entre gra-

mática (da qual são os iniciadores), retórica e dialé-

tica. Além disso, eles contribuíram decisivamente

para o estabelecimento do sistema político demo-

crático na Grécia.

Leia o texto a seguir e responda à próxima questão.

De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que

ter um começo. Portanto, em algum momento, o universo também tinha de

ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tives-

se surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter

surgido de alguma outra coisa algum dia. Sofia entendeu que só tinha trans-

ferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha

de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é

feito? A grande questão para os primeiros filósofos não era saber como tudo

surgiu do nada. O que os instigava era saber como a água podia se trans-

formar em peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se transformar em

árvores frondosas ou flores multicoloridas.

Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr.

São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.43-44.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assina-

le a alternativa correta.

a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as transformações

da natureza e porque a vida é como é, tendo como limitador e princípio de ver-

dade irrefutável as histórias contadas acerca do mundo dos deuses.

b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma

substância básica, uma causa oculta, que estava por trás de todas as transfor-

mações na natureza e, a partir da observação, buscavam descobrir leis naturais

que fossem eternas.

c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por

volta do século VI a.C. partiram da ideia unânime de que a água era o princípio

original do mundo por sua enorme capacidade de transformação.

d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e re-

forçou o antropomorfismo do mundo dos deuses em detrimento de uma expli-

cação natural e regular acerca dos primeiros princípios que originam todas as

coisas.

e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há

um princípio originário único denominado o ilimitado, que é a reprodução da

aparência sensível que os olhos humanos podem observar no nascimento e na

degeneração das coisas.

18Fi

l.3.

4.

2. Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade

das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os

quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for

correto.

01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aristóteles, teria afirmado “tudo

é água”, indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda

a realidade.

02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que

nada permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a passagem de um con-

trário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém

todas as coisas.

04) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a

unidade do ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma

primeira formulação dos princípios lógicos da identidade e da não-contradição.

08) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o de-

senvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram

influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas restaram fragmentos e

comentários de autores posteriores.

16) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, par-

tículas indivisíveis e invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, for-

mam todas as coisas; geração e corrupção consistiriam, respectivamente, na

agregação e na desagregação dos átomos.

Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam

que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu en-

tender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido

ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras

não passavam de invenções humanas.

RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Pla-

tão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de

a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.

b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.

c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.

d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.

e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.

Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos

puseram a serviço do seu problema último - da origem e essência das coisas

- as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com

as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e

casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes

do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.

Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Pau-

lo: Martins Fontes, 1995, p. 197.

19Fi

l.

5.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na

Grécia, é correto afirmar:

a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina

no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.

b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representan-

do uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.

c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de for-

ma gradual.

d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma

vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.

e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até

hoje são objeto da pesquisa filosófica.

Como uma onda

“Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa/ Tudo sempre passará

A vida vem em ondas/ Como um mar/ Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é/ Igual ao que a gente/ Viu há um segundo/ Tudo muda

o tempo todo/ No mundo

Não adianta fugir/ Nem mentir/ Pra si mesmo agora/ Há tanta vida lá fora/

Aqui dentro sempre/ Como uma onda no mar/ Como uma onda no mar/

Como uma onda no mar”

(Lulu Santos e Nelson Motta)

A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do filósofo grego Heráclito,

que viveu no século VI a.C. e que usava uma linguagem poética para exprimir

seu pensamento. Ele é o autor de uma frase famosa: “Não se entra duas vezes

no mesmo rio”.

Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas, marque aquela em que o sen-

tido da canção de Lulu Santos mais se aproxima

a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos dormindo é sono.

b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra.

c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são outras.

d) Muita instrução não ensina a ter inteligência.

e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas da sua cidade.

20Fi

l.

2.

1.

EXERCÍCIOS DE CASATales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a

existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que

existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é impor-

tantíssima… podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primei-

ra proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.

(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São

Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)

A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os

chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que ex-

pressa o principal problema por eles investigado.

a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.

b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.

c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.

d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.

e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.

De um modo geral, o conceito de physis no mundo pré-socrático expressa um

princípio de movimento por meio do qual tudo o que existe é gerado e se cor-

rompe. A doutrina de Parmênides, no entanto, tal como relatada pela tradição,

aboliu esse princípio e provocou, consequentemente, um sério conflito no de-

bate filosófico posterior, em relação ao modo como conceber o ser.

Para Parmênides e seus discípulos:

a) A imobilidade é o princípio do não-ser, na medida em que o movimento está

em tudo o que existe.

b) O movimento é princípio de mudança e a pressuposição de um não-ser.

c) Um Ser que jamais muda não existe e, portanto, é fruto de imaginação espe-

culativa.

d) O Ser existe como gerador do mundo físico, por isso a realidade empírica é

puro ser, ainda que em movimento.

21Fi

l.

3.

4.

No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período,

os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a aten-

ção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos

proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos

deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos

procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimen-

to de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos

vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles

foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como

a) maniqueístas (bem ou mal)

b) hedonistas (busca pelo prazer)

c) epicuristas

d) sofistas

O que há em comum entre Tales, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, en-

tre Xenófanes de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses pensadores pro-

põem uma explicação racional do mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na

história do pensamento” (Pierre Hadot). Com base no texto e nos conhecimen-

tos sobre as relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes proposições:

I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como filósofos da physis porque

as explicações racionais do mundo por eles produzidas apresentam não apenas

o início, o princípio, mas também o desenvolvimento e o resultado do processo

pelo qual uma coisa se constitui.

II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a tratarem da origem e do

desenvolvimento do universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas estas

eram de tipo mítico, descreviam a história do mundo como uma luta entre enti-

dades personificadas.

III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos pré-socráticos seguem

o mesmo esquema ternário que estruturava as cosmogonias míticas na medida

em que também propõem uma teoria da origem do mundo, do homem e da ci-

dade.

IV. O nascimento das explicações racionais do mundo são também o surgimento

de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito; em certos momen-

tos decisivos da história da filosofia as duas ordens de pensamento chegam a

coexistir, exemplo disso pode ser encontrado no diálogo platônico Timeu quan-

do, na apresentação do “mito mais verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é

introduzida para explicar a produção do mundo.

V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de matemático e físico é consi-

derado filósofo – o fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque em sua

proposição “A água é a origem e a matriz de todas as coisas” está contida a pro-

posição “Tudo é um”, ou seja, a representação de unidade.

Assinale a alternativa correta.

a) As proposições III e IV estão incorretas.

b) Somente as proposições I e II estão corretas.

c) Apenas a proposição IV está incorreta.

d) Todas as proposições estão incorretas.

e) Todas as proposições estão corretas.

22Fi

l.

7.

5.

6.

A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposi-

ção: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário

deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar,

porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segun-

do lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar,

porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensa-

mento: Tudo é um.

NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova

Cultural. 1999

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os

gregos?

a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis

em verdades racionais.

b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.

c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas exis-

tentes.

d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.

e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas discus-

sões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio eter-

no e imutável que se encontra na origem da natureza e de suas transformações)

ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto, Leucipo e Demócri-

to afirmam ser a realidade percebida pelos sentidos ilusória. Eles defendem que

os sentidos apenas capturam uma realidade superficial, mutável e transitória que

acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações

das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade

jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra.

Para Leucipo e Demócrito a physis é composta

a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio.

b) pela água.

c) pelo fogo.

d) pelo ilimitado.

e) pelos átomos.

Na Grécia antiga, principalmente na cidade de Atenas no século V a.C., desen-

volveu-se uma corrente de pensadores conhecidos como Sofistas. Tidos como

“sábios”, eram pagos para ensinar os jovens principalmente à arte da argumenta-

ção. Abaixo, CONSIDERE as afirmações sobre a importância que esta (arte) tinha

em seu pensamento.

23Fi

l.

9.

10.

I – Os sofistas não acreditavam na verdade absoluta, para eles o importante era

conseguir convencer os outros de suas ideias.

II – Os sofistas acreditavam que uma boa argumentação era a única maneira de

se chegar ao conhecimento da verdade absoluta.

III – Os sofistas acreditavam que através dos argumentos era possível se chegar

à melhor solução em cada caso.

a) Apenas a III é verdadeira.

b) Apenas a I é verdadeira

c) Apenas a I é falsa.

d) Apenas a II é verdadeira.

e) Apenas a II é falsa.

Grupo de filósofos que se dedicavam a ensinar técnicas de persuasão para os

jovens de modo que, numa assembleia eles tivessem preparados para vencer os

debates com argumentos fortes e imbatíveis.

Esta afirmação caracteriza os filósofos que são historicamente conhecidos como:

a) Sofistas.

b) Pré-socráticos.

c) Socráticos.

d) Platônicos.

8.

. “Sofista” é o termo que significa sábio, especialista do saber. Sobre os sofistas

é correto afirmar:

a) Eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamen-

tos práticos.

b) Eram sábios, detentores de alto saber filosófico.

c) Interessavam-se pelo saber autêntico das coisas.

d) Tinham como objetivo desenvolver o poder da argumentação, baseado na ver-

dade real e na essência das ideias.

e) Eram filósofos que estudaram na escola de Platão.

TEXTO I

Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que

existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência.

Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar

condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais

condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada,

transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transfor-

ma- se em pedras.

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006

(adaptado).

24Fi

l.

QUESTÃO CONTEXTO

TEXTO II

Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as

coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo

se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditó-

rias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro

elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito.

Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de

aranha.”

GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes,

1991 (adaptado).

Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a

origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxíme-

nes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua

fundamentação teorias que

a) eram baseadas nas ciências da natureza.

b) refutavam as teorias de filósofos da religião.

c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.

d) postulavam um princípio originário para o mundo.

e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.

Vamos refletir um pouco mais sobre os conceitos de Heráclito, filósofo pré-so-

crático?

Como uma onda – Lulu Santos

Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi

um dia

Tudo passa, tudo sempre

passará

A vida vem em ondas,

como um mar

Num indo e vindo

infinito

25Fi

l.

GABARITO

01.Exercício de aula1. b2. 01-02-04-16

3. d

4. c

5. c

02.Exercício de casa1. d2. b

3. d

4. e

5. c

6. e

7. b

8. a

9. a

10. d

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente viu a

um segundo

tudo muda o tempo todo no

mundo

Não adianta fugir

Nem mentir pra si mesmo

agora

Há tanta vida lá fora

Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

1. Com base na tirinha e na música do cantor Lulu Santos, redija um pequeno

texto expondo a defesa de Heráclito, filósofo pré-socrático, de que o ser está em

constante movimento.