FIGURAS DE LINGUAGENS Figuras de Construção Professora Lúcia Brasil.
Figuras De Estilo
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Figuras de EstiloFiguras de EstiloFiguras de EstiloFiguras de Estilo
O que são figuras de estilo?
As figuras de estilo são recursos utilizados para enriquecer um texto, tornar a linguagem mais original, fora do vulgar e mais expressiva.
Figuras de fonologia
Aliteração
Repetição de fonemas consonantais, como recurso para a intensificação do ritmo, ou efeito sonoro significativo.
Ex: « Galgam os gatos, guturais, gritando» António FeijóO Rato roeu a rolha da garrafa do Rei da Rússia.
Assonância
Repetição de sons vocálicos.
Ex: “Sino de Belém, pelos que inda vêm! Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão! Sino da Paixão bate bão-bão-bão.”
(Manuel Bandeira, Poesia Completa e Prosa)
OnomatopeiaRecurso fonético que consiste numa tentativa de imitação dos ruídos
naturais, através de fonemas da língua.
Ex: “Bramindo o negro mar de longe brada.” (Camões) Zás, pumba, psiu.
(atchim, cuco, pouca-terra)
Rima
Correspondência de sons de sílabas finais de palavras, a partir da
sílaba tónica.
Ex: Baladas de uma outra terra, aliadasÀs saudades das fadas, amadas por gnomos idos
Retinem lívidas ainda aos ouvidos
Ritmo
Cadência agradável que resulta da sucessão alternada de sons
tónicos e átonos, regularmente repetidos.
Ex: «Amor é fogo que ar/de sem se ver,//É ferida que dói/ e não se sente;//
É um contentamen /to descontente //
Camões
Figuras de morfossintaxe
Anáfora
Repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou frases.
Ex: Ela corre, ela nada, ela joga ténis, ela joga futebol, ela pratica qualquer tipo de desporto.
Música é paz, música é alegria, música é vida.
Anástrofe (cf. hipérbato)
Inversão da ordem directa das palavras.
Ex: Esses seus muito longos cabelos.«De Sol no ocaso um raio derradeiro,/que apenas fulge,
morre,/escapa à nuvem que, apressada e espessa, /para apagá-lo corre», Herculano
Assíndeto (polissíndeto)
Omissão da conjunção coordenativa.
Ex: “Eu hoje estou cruel, frenético, exigente.” (Cesário Verde)
Levantou-se, vestiu-se, calçou-se, saiu.
Hipérbato
Separação de palavras ligadas sinta(c)ticamente, pela
interposição de outros membros da frase.
Ex: Casos, que o namorado teve passados.
“Casos/Duros que Adamastor contou futuros.” (Camões)
Paralelismo
Repetição do esquema ou construção da frase ou do verso.
Ex: O João comprou um carro./ O Manuel vendeu uma mota.
Meu amor! /Meu amante!/ Meu amigo!”/ (Florbela Espanca)
Pleonasmo
Repetição de uma ideia já expressa.
Ex: Subir para cima, descer para baixo.
“Vi, claramente visto, o lume vivo.” (Camões)
Polissíndeto
Repetição intencional da mesma conjunção coordenativa.
Ex: E ri e chora e canta e salta.
E come e bebe e fala.
Quiasmo
Utilização de quatro elementos apresentados dois a dois,
segundo uma estrutura cruzada.
Ex: Eu vou à loja e ao banco e tu vais ao banco e à loja.
“Mais dura, mais cruel, mais rigorosa,(…)
Mais rigoroso, mais cruel, mais duro.” (Jerónimo Baía)
Figuras de semântica
Animismo ( cf. prosopopeia, personificação)
Atribuição de características de seres animados a coisas que não
as possuem.Ex: Eu sou como as rochas que acordam depois de um
sono muito demorado.“Plácida, a planície adormece, lavrada ainda de restos
de calor.” (Virgílio Ferreira)
Antítese
Confronto de dois elementos ou ideias antagónicas, no intuito de
reforçar a mensagem.Ex: O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
Eles são como a noite e o dia.
Apóstrofe ou invocação
apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma
coisa personificada)Ex: -Ó meu Deus!
«Ó tu, guarda divina, tem cuidado/ De quem sem ti não pode ser guardado.» Camões
Comparação
Aproximação entre dois conceitos através de uma partícula
comparativa (ex: “como” ou verbos semelhantes (parecer,
lembrar, etc).
Ex: Os teus olhos parecem estrelas.“ O tempo gasta a minha voz, como se fosse o seu pão”
Vitorino Nemésio
Elipse
Omissão de palavras que estão subentendidas no sentido da
frase.
Ex: A Antónia trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas.
Ele nadou 11 metros e ela, (nadou) apenas 5 metros.
Eufemismo
Expressão ou frase com que se atenuam ideias tristes ou
chocantesEx: Ele foi desta para melhor (ou seja, ele morreu).“…Só porque lá os velhos apanham de quando em
quando uma folha de couve pelas hortas, fazem de nós uns Zés do Telhado!” (Aquilino Ribeiro)
Disfemismo
Dizer de forma violenta aquilo que poderia ser apresentada de uma
forma mais suave.
Ex: “Esticar o pernil.”Vais apodrecer aí se não vieres!
GradaçãoConsiste em encadear as palavras ou ideias numa
ordem progressiva ou regressiva.
Ex: Ele conquistou o mundo, o país, a cidade, o bairro.Joana encantou, os colegas, a turma, a escola.
Hipálage
Atribuição a um ser ou coisa de uma qualidade ou acção
logicamente pertencente a outro ser.
Ex: As tias faziam meias sonolentas.” (Eça de Queirós)
Hipérbole
Exagero da realidade para a tornar mais saliente.
Ex: Vou morrer a rir!
Se aquele mar foi criado num só dia, eu era capaz de o
escoar numa só hora.” (Agustina Bessa - Luís)
Imagem
Recurso a aspectos sensoriais para, a partir daí, provocar uma forte
evocação afectiva
Ex: “Um polvo de pânico desdobra-se pelos fios.” (José Gomes Ferreira)
Desciam folhas pelos ares.
Ironia
Utilização de palavras com sentido contrário ao verdadeiro.
Ex: Que belo presentes de aniversário…fui assaltado!Que excelentes notas…..tudo 2!
Metáfora
Comparação de dois elementos sem o uso de uma partícula
comparativa.
Ex: Os teus olhos são o mar.O Afonso é um burro!
Metonímia
Emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma relação de contiguidade (o continente pelo
conteúdo; o lugar pelo produto, o autor pela sua obra, etc.).
Ex: Um copo de água (o copo, o continente, é feito de vidro e não de água, que é o
conteúdo).
Beber um Porto (=um cálice de vinho do Porto).
Perífrase
Designação através de várias palavras daquilo que se poderia
dizer através de menos.
Ex: Nos meses em que o sol é tardio ( Ou seja no Verão). “Tenho estado doente. Primeiramente, estômago – e
depois, um incómodo, um abcesso naquele sítio em que se levam os pontapés…” (Eça de Queirós)
Personificação
Atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a
seres que o não são.
Ex: “Havia na minha rua/Uma árvore triste.” (Saúl Dias) As flores sorriem na Primavera.
Enumeração
Apresentação sucessiva de vários elementos.
Ex: “Deu sinal a trombeta castelhana/Horrendo, fero, ingente e temeroso.” (Camões)
Paradoxo
Atribui a uma realidade uma característica que lhe é contrária,
pondo em evidência a sua complexidade.
Ex: Amo-te e odeio-te!
“Que puderam tornar o fogo frio.”
Sinédoque
Consiste em tomar o todo pela parte e a parte pelo todo, o plural pelo singular ou o singular pelo
plural.
Ex: Não receio o inimigo (os inimigos).
Sinestesia
Fusão de sentidos.
Ex: A ondulação sonora e táctil entrava pelos meus ouvidos.
“Tinha um sorriso amargo.” (Eça de Queirós)
Antonomásia
Substituição de um nome próprio por um nome sugestivo.
Ex: O desejado (D. Sebastião) não mais voltou.O Dragão (F.C.P) mantém-se sempre à frente dos
restantes clubes.
Zeugma (cf. elipse)
Omissão de termos que já ocorreram anteriormente no
enunciado.
Ex: Uns querem doces, outros, salgados.Depois ninguém se entende.
Trabalho elaborado por:
TURMA CGRUPO 1