Figura do Louco

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Comecemos pela especial figura do Louco que, exceo regra, no se mostra numerada. O Louco, por no ter um nmero que lhe determine a posio, acha-se livre para ser notado em qualquer parte da jornada, podendo assumir diferentes valores em nossa vida; da talvez ter sido preservado sob a efgie do curinga nos baralhos mais comuns. Preferencialmente o colocamos entre o tudo e o nada de Pascal, isto , simultaneamente ocupando o incio e o fim da jornada. Feito Jano dos romanos (a divindade de dois rostos que nunca se olham, voltados que esto para lados opostos), O Louco quem sabe do porvir to bem quanto do passado, j que se acha situado antes do primeiro Arcano, O Mago, ao mesmo que ocupa tempo posio aps o ltimo, O Mundo. O Louco confere assim ao conjunto um carter rotativo e perene. Ao assumir duplo papel de fechar e (re)abrir o ciclo, promete a continuidade da individuao. Representa ainda uma fora inconsciente, no personificada, por isso sem nmero, e a figura de bobo da corte expressa a ambivalncia de sua funo, j que os tais bobos medievais, antes de idiotas, eram sbios, qui os nicos capazes de falar verdades ao rei sem o risco de perder a cabea.O Louco nos prende assim em sua mgica, na paradoxal leitura de seu sentido. Se pode ser visto como um bobo que nada sabe sobre si, caminhando a esmo, por outro lado ele o sbio que, tendo mergulhado no abismo de si mesmo, ressurge renascido, disposto a retomar sua senda. E no h monotonia nem repetio nesse processo; embora as experincias mais fortes sejam arquetpicas, elas so inusitadas no modo como acontecem e nos propiciam leituras sempre novas do livro da vida. Tambm os passos do Louco nunca so lineares, pois a individuao pressupe voltas e rodeios at que nos aproximemos do si mesmo, ou at que tropecemos em algo e caiamos dentro dele.A carta seguinte, O Mago, a conscincia personificada. Resulta da transformao do impulso inconsciente do Louco, agora direcionado conscientemente para o trabalho da individuao. Decididamente, O Mago o grande heri desta jornada (ele cada um de ns), pois a cada passo nos transformamos, conforme desfilamos pela estrada real dos Arcanos. Ele est em p, portanto ativo; e, feito aprendiz de feiticeiro opera na mesa sua frente. Um de seus braos aponta para cima, o outro para baixo, como se nos lembrasse da primeira mxima de Hermes Trimegistrus, a ensinar que o nvel humano da existncia apenas reproduz o plano csmico da vida; que somos sim manifestao da divindade, mas nem por isso privilgio algum da natureza. O homem precisa trabalhar com o que tem s suas mos e intuir acerca do universo sua volta para que venha a compreender-se.Consoante os preceitos bsicos da magia, O Mago posiciona-se como elo entre os planos humano e divino, surge como centro e medida de todas as coisas. Quatro objetos, dentre outros, despertam-nos a ateno. So eles a moeda e a baqueta que traz em suas mos, alm dos copos e da adaga postos sobre a mesa. Aludem claramente aos quatro naipes do baralho, ouros, paus, copas e espadas, que representam a inteireza do caminho ora descortinado. Isto porque o 4, assim como o 12, so nmeros que por excelncia expressam a totalidade, haja vista serem quatro as estaes do ano e doze o nmero de seus meses, tambm as constelaes do zodaco por onde o sol passeia ao longo de um ciclo. Quatro e doze sempre nos do a idia de algo completo.Jung escolheu as mandalas (nome snscrito a designar crculo mgico) como smbolos da integridade psquica, visto que so geralmente representadas por formas circulares (ou outras que insinuem a presena de um centro); de mesmo modo podemos perceber em cada um dos 22 Arcanos uma mandala oculta. No Mago ela se mostra tanto pelos instrumentos dos quatro naipes citados como pela mesa de trs ps e quatro cantos, nmeros estes cujo produto nos leva ao 12. como se O Mago j tivesse diante de si o tesouro que deseja encontrar pelo caminho, o que, alis, lhe permite seguir viagem mesmo que no saia do lugar onde se encontra, at porque a individuao processo essencialmente espontneo de nosso psiquismo.Pois bem, tendo frente uma senda que se desdobra em quatro caminhos, O Mago, resoluto, entende que precisa percorrer simultaneamente todos eles, sob pena de nunca alcanar a transcendncia, razo pela qual se divide ele prprio no quatrnio que lhe sucede, formado pelos prximos quatro Arcanos, A Papisa, A Imperatriz, O Imperador e O Papa.Estes representam uma diferenciao a mais da cincia dos opostos, j insinuada pelos braos do Mago que ligavam o em cima ao embaixo. Observemos que as quatro cartas se casam muito bem, so duas figuras femininas e duas masculinas; h da mesma forma uma dupla de imperadores e outra de sacerdotes; e no equilbrio de cores de suas vestes que o baralho de Marselha oculta outros mistrios. O detalhe mostra que as mulheres vestem mantos azuis sobre os vermelhos, ao passo que os homens trazem a composio contrria, com vestes vermelhas por cima das azuis. Aqui as cores tambm tm significado; o vermelho associa-se ao lado consciente, ao aspecto racional do psiquismo. O azul representa o inconsciente, a irracionalidade, os processos intuitivos de percepo.Nas personagens femininas (A Papisa e A Imperatriz), a intuio prevalece sobre a razo; j na dupla masculina (O Imperador e O Papa), so os processos racionais que esto por cima. A psicologia analtica identifica, alm disso, tanto o aspecto feminino no interior do psiquismo masculino, ao qual Jung batizou de anima (no caso, definido pela Papisa), bem como a relao contrria, a essncia masculina no psiquismo feminino, denominada animus, no Tar, melhor representado pelo Papa.A Papisa antes de tudo o complemento do Mago. Guarda tudo aquilo que lhe falta, sendo portanto o verdadeiro moto de sua busca. Se o mago movimento, ela repouso; se ele ativo, ela a receptividade em pessoa. Ele ao; ela, reflexo. Em suma, todo o desenrolar do baralho a partir do Mago a Papisa, pois tudo aquilo que estiver em seu caminho servir-lhe- como complemento. A relao Mago-Papisa no Tar correlata do binmio Yang-Yin dos chineses; alis no poderia faltar no esoterismo do Ocidente o arqutipo da cincia dos opostos.Havendo o Mago experimentado das diferentes maneiras de perceber o mundo, e consciente da natureza interminvel de seu caminho, pela primeira vez tem ntida noo das dificuldades que ainda enfrentar. Sua determinao estar sempre prova.Na situao arquetpica sucednea, o heri depara-se com a encruzilhada do Enamorado, quando se encontra dividido entre duas mulheres que cobram dele uma escolha. A que est sua direita, para a qual ele volta sua face, toca-lhe o ombro, e veste roupas predominantemente vermelhas. Representa a via racional. A outra moa, aparentemente mais jovem, vestindo principalmente o azul, toca-lhe o corao, como se quisesse despertar suas emoes, seu lado intuitivo. No alto, acima da cabea do heri, em instncia que transcende sua conscincia, um anjo direciona sua seta para a via intuitiva, como se quisesse orient-lo em sua escolha. Enfim, a est representado o drama do livre arbtrio, capaz de atormentar a conscincia com o conflito da eterna dvida. O personagem acha-se cruelmente dividido entre o racional e o intuitivo, observe-se suas roupas listradas de azul e vermelho, alm do amarelo, seu aspecto pessoal. Mas pouco importa por onde seguir nosso heri, at porque razo e intuio encontram-se mescladas em todas as experincias da vida, apenas predominando ora esta, ora aquela. O principal que o heri d seu prximo passo, para que no reste estagnado em seu caminho. Siga por onde seguir, desembocar na trade seguinte, O Carro, A Justia, e O Eremita.Decidindo prosseguir, O Mago experimenta a extroverso das conquistas rpidas, simbolizado pelo Arcano VII, O Carro. O primeiro tero das 21 cartas numeradas se completa. O Mago est emancipado. Destemido, deixa de ser mero nefito para amadurecer na senda, e mediado pelo senso da Justia, virtude que ser assimilada no Arcano subseqente, chega condio de maior introverso e capacidade introspectiva, quando descobre que h sabedoria em seu prprio poo, a ser buscada por um processo sereno e cuidadoso, como o faz o velho Eremita.A carta X, A Roda da Fortuna, traz as vicissitudes da vida, com seus rodopios e reveses. O heri deve afinal saber tirar proveito do movimento do cosmos. H nas lides do homem uma mar que, se aproveitada enquanto cheia, o levar fortuna, diria Shakespeare.No Arcano XI, A Fora, alcanamos a metade do caminho, mas prosseguem as vicissitudes, at que O Mago perceba que, invariavelmente, aes sutis repercutem melhor do que as atitudes brutas, como nos mostra a figura intuitiva da vestal, que sob um manto azul, domina com suas delicadas mos toda a brutalidade duma besta-fera, contendo-a pela mandbula. A fera ocupa a metade inferior da carta, e no fosse sua cor distinta, estaria misturada ao hbito da personagem. Representa os processos instintivos, aspectos brutos que esperam ser dilapidados e transformados em algo mais sutil.Os dois Arcanos seguintes nos trazem a experincia da morte. O Enforcado ela prpria, em seu sentido terminal. A lmina mostra o heri dependurado, de cabea para baixo, vendo a vida por seu outro ngulo, ou como se estivesse num atade, cercado por terra e troncos, os dois verticais com seus doze ramos podados, a representar o esgotamento da mandala, a morte aparente do dinamismo psquico. Mas o heri, se sobrevive fora perturbadora deste arqutipo que dele exige sacrifcios, comunga pela primeira vez com o mundo transcendente, representado pelo Arcano XIII. Por ser o nico sem nome, nem deveria ser chamado Morte. O esqueleto que ceifa sugere transformaes substanciais, a troca do velho pelo novo. um momento inicitico de frtil aprendizagem, representada pelos arbustos em quantidade que brotam neste novo campo da existncia. Afinal, o 13 expressa o rompimento da mandala, a transposio da ordem; a soma de 1+3, entretanto, leva-nos de volta ao 4, mandala de uma nova dimenso.O Arcano XIV, A Temperana, a terceira das quatro virtudes medievais a estar representada no Tar. As outras trs, j vistas, so a justia (Arcano VIII), a prudncia (Arcano IX), e a fora (Arcano XI). Este tema chave dos alquimistas, e o segundo tero se completa com o Mago promovido esta condio. A Temperana se (re)vela no equilbrio parcimonioso de seu movimento, e a figura feminina aqui traz azul e vermelho em iguais propores.Uma vez feito alquimista, pode agora nosso heri experimentar as provaes mais duras, reservadas aos que penetram no Diabo, Arcano XV, ou na Casa de Deus, Arcano XVI.Tais estaes referem-se ao mundo sombrio, aos aspectos mais crticos de nossa personalidade, produtos que so de partes pouco exploradas ou desconhecidas de ns mesmos. O demnio nada mais faz do que escravizar a nossa conscincia, prendendo-a em seu altar, exigindo de ns o auto sacrifcio da extino de nossas buscas. por meio dele (o intelecto) que nos sentimos separados da fonte primordial. Por conta dessa mesma conscincia que podemos refletir acerca da nica certeza que temos, a de nossa morte, de onde nasce uma natural angstia capaz de nos prender em temores pessoais. O Mago descobre que a nica forma de evitar o demnio enfrent-lo! Se por um lado no devemos negar os mritos de nosso intelecto, por outro, de alguma forma, precisamos transcend-lo.A Casa de Deus o arqutipo da destruio, das mudanas avassaladoras em nossas vidas. Por vezes, somente algo assim tem fora capaz de nos arrastar para longe do Diabo que antes nos prendia. A Torre fulminada mostra o ego abalado pelo grito de um inconsciente incontido, simbolizado pela labareda de fogo que explode a cpula da Torre, cuja forma lembra uma coroa, real adorno de uma conscincia que se esquece muitas vezes de perceber a realidade por detrs da realeza.O Arcano XVII, A Estrela, nos entrega esperana. Revela conscincia libertada que a individuao continua a ser possvel. Ao menos o que representam as luzes que brilham no firmamento. A jovem desnuda no outra seno o nosso heri, despido dos valores mundanos, a verter no rio do inconsciente coletivo suas prprias guas (azuis) de seu mundo intuitivo, de seu inconsciente pessoal. As estrelas no cu simbolizam as almas j individuadas. Pela primeira vez os 4 elementos se agrupam numa mesma lmina: gua, fogo, terra e ar esto a representados, este ltimo reafirmado pela presena do pssaro, smbolo da alma inclusive. De novo descobrimos a mandala disfarada.A Lua, Arcano XVIII, representa as trevas, os pores da alma; na psicologia junguiana ser chamada de sombra. A sombra representa o lado oculto do psiquismo, fonte de inmeros perigos e potenciais que jazem adormecidos. As trevas psicolgicas apresentam srios desafios nossa frgil conscincia, que precisar pedir ajuda intuio para vencer a provao noturna. A Lua receptiva, absorve a energia (as gotas) do sistema, e demarca a aproximao entre conscincia e inconsciente, aqui representados pela duplicidade de smbolos, dois lobos a serem vencidos e dois templos a serem alcanados. Jung admitia que quando os smbolos se duplicavam em nossos sonhos, provavelmente estaria havendo a assimilao de valores inconscientes por uma conscincia que se aprimora.Vencida a noite negra, o Sol do Arcano XIX quem traduz o momento ureo da jornada, quando a conscincia comunga do si mesmo, inspirado instante em que ela se ilumina. A energia agora se espalha pelo sistema, e as duas crianas (conscincia e inconsciente) que se tocam para c do muro que antes as separava, descobrem-se idnticas, visto que nenhuma diferena deveria mesmo haver entre instncias de um mesmo psiquismo. No contato mtuo das crianas, a ponte para o si mesmo se apresenta, e a iluminao preenche esta mandala.Mas no por isso o caminho chega ao fim. Restam ainda a anlise e a sntese alqumica do processo, previstos pelos ltimos dois Arcanos, O Julgamento, XX, e O Mundo, XXI. Juntos simbolizam o ajuste da mandala pessoal, momento em que o heri procura reorganizar seu mundo psicolgico, transformado que est por tudo aquilo que sofreu. No Mundo, a sntese (a mandala) se define claramente. O heri est liberto no ncleo da carta, em sintonia com o universo sua volta. As figuras nos quatro cantos da carta so aluso aos quatro naipes em que se desdobra o baralho. Mas o Mundo apenas o fechar de um ciclo. Serve para impulsionar o heri, ns mesmos, para frente. Afinal, somos sbios apenas em relao quilo que vivemos, e completamente Loucos frente ao que nos desconhecido.Vamos dar outra volta?

Arcanos Maiores so ritos de passagem, constituem processos dinmicos que conduzem a estgios de conscincia mais elevados. Eles contam uma histria simblica, uma parbola para o caminho de vida do ser humano: o nosso heri. A viagem do heri a histria mais antiga do mundo. Ela a estrutura essencial dos mitos, contos de fadas e lendas que nos contam como uma pessoa se pe a caminho para realizar a grande obra.

Muitos etnlogos, psiclogos, filsofos e socilogos estudaram o tesouro que se esconde nos nossos mitos e contos de fadas, entre eles, Carl Gustav Jung, que afirmou existir, no mbito espiritual, algo comum que prprio a todo homem, imagens primordiais da alma humana denominadas arqutipos. A histria contada pelo Tar transmite uma verdade arquetpica que tem razes no inconsciente coletivo profundo e remonta aos primrdios da conscientizao humana, ela fala sobre a aventura em busca do bem de difcil alcance, a partir de uma perda ou de uma incumbncia que o heri tem de realizar. Pondo-se a caminho, o heri encontra orientadores e adversrios, consegue um encantamento mgico, enfrenta e vence o inimigo, no raro sendo ferido, e finalmente, consegue obter o que procurava, retornando ao lar.

Os Arcanos Maiores comeam com a carta zero (0), O Louco, que simboliza a fonte espiritual primitiva, representa a ingenuidade e desprendimento, caractersticas das almas inexperientes ou muito jovens. O Louco, em sua viagem, ir passar pelas etapas de aprendizagem retratadas nas outras cartas dos Arcanos Maiores. Encontramos as experincias fundamentais da infncia nas cinco primeiras cartas nossos pais interiores do esprito e da imaginao no Mago (I) e na Sacerdotisa (II), os pais terrenos na Imperatriz (III) e no Imperador (IV), os ensinamentos e a espiritualidade no Hierofante (V). Reconhecemos os conflitos e as paixes adolescentes nas cartas dos Enamorados (VI) e tomados de coragem samos a percorrer o mundo no Carro (VII). Seguindo, iremos nos encontrar com os tribunais da vida e responder por aquilo que fizemos na carta da Justia (VIII), para ento amadurecer e encontrar nossa luz interior no Eremita (IX). Deparamo-nos com o destino e as sbitas mudanas da vida na Roda da Fortuna (X), e buscamos superar nossos impulsos e instintos atravs da Fora (XI). Ento mergulhamos em uma profunda crise no Enforcado (XII), para sairmos transformados pela Morte (XIII) e encontrarmos o equilbrio perfeito na Temperana (XIV). Mas as provas mais difceis da jornada ainda esto por vir. Experimentamos as tentaes do poder e dos desejos mundanos no Diabo (XV) e na Torre (XVI) somos atingidos por um raio divino que destri nossas iluses. Desamparados, acabamos compreendendo, porm, que nossa alma foi libertada, e encontramos esperanas, vislumbrando o futuro, na Estrela (XVII). Chega o momento em que devemos enfrentar a ltima e mais complexa prova do caminho, passando pelas armadilhas inconscientes da Lua (XVIII). At que, finalmente, a luz vence a escurido com a chegada do Sol (XIX), para nos reconciliamos com a vida no Julgamento (XX) e encontrarmos a totalidade no Mundo (XXI).

Ao chegar no Mundo, o Louco j no mais uma criana pura e inocente, mas uma pessoa madura e consciente de si e do ambiente que o cerca. O Mundo fecha um ciclo, resolve uma questo ou uma dvida, cumpre-se uma etapa. Mas novas outras situaes vo se instalar, e o Louco vai reaparecer, dando incio a mais uma viagem pelos fascinantes mistrios da alma.

Os Arcanos Maiores e a Jornada do Louco

Como no poderia ser diferente, a Jornada comea com o Louco, a carta do personagem que representa todo aquele que d incio a qualquer jornada.Ele Louco porque sua alma simples se lana confiante e inocente numa jornada de desafios e sofrimentos.No comeo de sua viagem, o Louco espontneo e est aberto ao novo. Seus braos esto abertos e sua cabea inclinada para cima.Ele est pronto para receber o que quer que aparea em seu caminho, mas tambm esquece do penhasco sua frente. O Louco no reconhece os desafios e obstculos que dever atravessar enquanto avana para aprender as lies da vida.Logo de incio, ele encontra o Mago (1) e a Sacerdotisa (2), os quais representam o dualismo e o jogo de foras equilibrantesque constituem o mundo exterior. A compreenso rudimentar do mundo material que o Louco tem a respeito do universo material o faz classificar tudo em pares de opostos, como bom e mau, prazer e dor, tristeza e alegria.O Mago representa o lado positivo, a energia ativa e o poder masculino do impulso criativo. Ele tambm representa nossa conscincia, a fora que nos permite causar impacto no mundo atravs da concentrao da vontade individual. A Sacerdotisa o lado negativo, a energia passiva e o poder feminino modelador. Ela representa o inconsciente, que prov o solo frtil no qual os eventos criativos podem nascer, sendo assim o potencial ainda no realizado, aguardando por um princpio ativo que a impulsiona expresso.Leia ainda:Projees Psicolgicas e o Mito de NarcisoA Voz Suave e Silenciosa da PazBaralho de Tar: Propaganda SoviticaBaralho de Tar: Campos de ConcentraoOs termos positivo e negativo no significam bom e mau. Estas so distines humanas que no se aplicam ao Tar. O Mago e a Sacerdotisa so absolutamente iguais em valor e importncia. Os dois so necessrios para o equilbrio. Aquilo que vemos como sendo negativo pode muito bem ser a nossa sombra, mas sem ela no enxergamos a luz.Diante dos contrastes da vida, o Louco vai crescendo e se tornando consciente do meio que o cerca. Como acontece com a maioria dos bebs, ele primeiro reconhece sua me, a figura quente e carinhosa que o alimenta e zela pelo seu desenvolvimento. Ele tambm reconhece a Me Terra, que o nutre e protege em um sentido mais amplo.A carta da Imperatriz (3) representa a natureza e o mundo das sensaes. interessante ver como um beb sente prazer ao explorar atravs do tato, do paladar e do olfato tudo o que o cerca. Ele parece nunca estar contente com as imagens e os sons que encantam seus sentidos. Este processo bastante natural, e no incio da vida o Louco desfruta da abundncia fornecida pela Me Terra.A prxima pessoa que o Louco encontra seu pai na figura do Imperador (4), que representa a estrutura e a autoridade. Assim que o beb vai deixando os braos de sua me, ele vai aprendendo que existem padres no mundo, os quais devem ser respeitados. Os objetos respondem de modos previsveis, os quais podem ser explorados. A criana experimenta uma nova forma de prazer, que advm da descoberta da ordem.Alm disso, o Louco encontra as regras. Ele aprende que sua vontade no sempre a mais importante, e existem certos comportamentos que so necessrios para o seu bem-estar. Certas autoridades iro reforar quais so estes comportamentos. Estas restries podem ser frustrantes, mas atravs da direo oferecida pelo pai, o Louco comea a entender seu propsito.Eventualmente, o Louco se aventura para fora de sua casa, em direo ao mundo. Ele est exposto s crenas e s tradies que formam seu entorno cultural, e comea a sua educao formal. A carta do Hierofante (5) representa os sistemas de crenas organizadas que cercam e comeam a informar a criana que est em desenvolvimento.O personagem do Hierofante aquele que interpreta os conhecimentos arcanos e misteriosos. Em geral, na carta do Hierofante vemos uma figura religiosa abenoando dois aclitos. Ele parece estar transformando os dois nefitos em membros da Igreja, mas muito embora esta imagem seja religiosa, ela um smbolo para as iniciaes de todos os tipos.A criana vai sendo treinada em todas as prticas usuais de sua sociedade e assim vai se tornando parte de uma determinada cultura e viso de mundo. Ele aprende a se identificar com um grupo e descobre o que o sentido de pertencimento. Ele aprende a gostar de aprender sobre os costumes de sua sociedade e mostra que capaz de se adaptar a eles.Mais tarde, de maneira inevitvel, o Louco enfrenta dois novos desafios. Ele experimenta o impulso poderoso da unio sexual com outra pessoa. Antes, ele se encontrava num estado de egocentrismo. Agora, ele sente a urgncia pelo equilbrio, o qual retratado atravs dos Amantes (6), e impulsionado para chegar e se tornar metade de uma parceria amorosa, ansiando por um relacionamento.Neste ponto, o Louco tambm precisa tomar uma deciso sobre suas prprias crenas. Enquanto ele aprendia e crescia, o conformismo era mais que suficiente. Contudo, em algum momento ele dever determinar seus prprios valores se quiser ser fiel a si mesmo. Ele comea a questionar as opinies recebidas at ento, e com reflexo elaborar sua viso de mundo.Nesta altura, o Louco j se tornou um adulto, com uma forte identidade e um certo domnio sobre si mesmo. Atravs da disciplina e da fora de vontade ele vem desenvolvendo um controle interno que lhe permite triunfar sobre seu ambiente. A carta da Carruagem (7) representa a identidade vigorosa que coroa os esforos feitos pelo Louco at o momento.Nesta lmina encontramos uma figura altiva, um comandante vitoriosamente cavalgando pelo seu mundo. Ele est visivelmente no controle de si mesmo e de todas as circunstncias que o cercam. O sucesso assertivo do Louco demonstrado na Carruagem tudo o que ele poderia desejar, o que lhe oferece certa satisfao. Esta sua confiana tpica da juventude.Ento, o Louco deve decidir o que este sucesso significa para ele em termos transpessoais. Ele olha para trs e medita sobre sua vida para traar as relaes de causa e efeito que o trouxeram a este ponto. Ele assume a responsabilidade por suas aes passadas, fazendo as pazes e assegurando um rumo mais honesto para o futuro. As exigncias da carta da Justia (8) devem ser cumpridas.Este um momento muito importante de deciso para o Louco. quando ele est fazendo escolhas cruciais. Ele poder permanecer fiel a suas idias, ou poder escorregar de volta para uma existncia mais fcil e cmoda, a qual deter as possibilidades futuras de crescimento.Com isso, o Louco tambm descobre os atributos da tranquilidade, da pacincia e da tolerncia. Ele se d conta que o comando de sua Carruagem deve ser temperada pela bondade e pelo poder suave de uma interveno amorosa. s vezes afloram as paixes intensas, especialmente quando o Louco pensa que j tem tudo, incluindo ele prprio, sob controle.Tendo atingido o pice do poder, o Louco comea a fazer perguntas de ordem espiritual. Ele parte em busca de respostas, no movido pela simples curiosidade, mas por uma necessidade profunda de descobrir porque as pessoas vivem apenas para sofrer e morrer. o Eremita (9) quem representa a necessidade de encontrar a mais profunda verdade.Ento o Louco comea a olhar para dentro, tentando entender seus sentimentos e suas motivaes. O mundo sensorial exerce menor atrao para ele, e tem incio a busca por momentos de solido, longe da atividade frentica da sociedade. Com o tempo ele pode procurar um professor ou um guia que lhe dar conselhos e direo.Depois de muita busca pela alma, o Louco comea a enxergar como tudo se conecta. Ele tem uma viso do design maravilhoso do mundo, de seus intrincados padres e ciclos. A carta da Roda da Fortuna (10) o smbolo do universo misterioso cujas partes trabalham em perfeita harmonia. Quando o Louco vislumbra a beleza e a ordem do mundo, ainda que brevemente, ele encontra algumas das respostas que estava buscando.s vezes, suas experincias parecem ser obra do destino. Um encontro casual ou um acontecimento milagroso comeam o processo de mudana. Na seqncia dos eventos, o Louco pode reconhecer o destino que se desenha nesse ponto de transformao. Tendo vivo como solitrio, ele agora se sente pronto novamente para a ao. Sua perspectiva mais ampla, e ele se percebe dentro do grande esquema de um plano universal.Seu senso de propsito est restaurado. Mas, com o tempo, a vida apresenta ao Louco novos desafios, e alguns deles causam sofrimento e desiluso. Ele enfrenta muitas ocasies que o permitem usufruir da Fora (11), a carta seguinte. As diversas circunstncias o pressionam para que desenvolva a sua coragem e a sua determinao para continuar apesar dos contratempos.Agora o Louco pode seguir adiante. Ele est determinado a realizar sua viso, mas percebe que a vida no to facilmente domada. Cedo ou tarde, ele encontra a sua cruz pessoal, uma experincia que parece ser muito difcil de suportar. Este desafio esmagador o humilha, at que ele no tenha mais escolha seno desistir e deixar que as coisas sigam seu rumo.Num primeiro momento, o Louco se sente derrotado. Ele acredita que sacrificou tudo, mas ento que das profundezas de sua alma ele descobre uma verdade surpreendente. Ele percebe que quando abandona a sua luta pelo controle, tudo comea a funcionar como deveria. Ao tornar-se aberto e vulnervel, o Louco descobre um apoio milagroso de seu interior. Ele aprende a se render s suas experincias ao invs de combat-los, e isso lhe traz uma alegria surpreendente.Resignado, ele se integra ao fluxo da vida. quando o Louco se sente suspenso em um momento atemporal, livre das urgncias temporais e das presses cotidianas. Na verdade, o mundo para ele virou de cabea para baixo. Ele est Enforcado (12), exatamente como na lmina seguinte, aparentemente martirizado, mas na verdade sereno e na mais completa paz.Depois desta viso, o Louco comea a eliminar velhos hbitos, cortando as partes no essenciais, pois agora ele aprecia os fundamentos da vida. Ele passa pelo encerramento de muitos processos antigos, e pelo descarte dos infrutferos. Neste processo ele sente que parece morrer, pois esta a carta da Morte (13).Quem morre na verdade a sua identidade obsoleta, de modo a permitir o crescimento de uma nova. s vezes, essa mudana inexorvel parece estar esmagando o Louco, mas ele acaba se levantando para descobrir que a morte no um estado permanente, mas simplesmente uma transio para uma forma nova e mais gratificante da vida.Desde que se tornou o Eremita, o Louco vem oscilando freneticamente para frente e para trs, como em um pndulo emocional. Agora, ele percebe a estabilidade equilibrante da Temperana (14) . Ele descobre o verdadeiro equilbrio, pois ao experimentar os extremos, ele foi capaz de apreciar a moderao.Neste trajeto, o Louco combinou todos os aspectos de sua alma em um todo centrado que expressa a sade e o bem-estar. Os anjos presentes na carta da Temperana so graciosos e suaves quando comparados ao poderoso mas rgido comandante presente na lmina da Carruagem.At aqui, o Louco conquistou a sua sade, a sua paz de esprito e a sua compostura graciosa. Aparentemente, ele no precisa de mais nada. No entanto, o Louco corajoso o suficiente para continuar a perseguir os nveis mais profundos do seu ser. E esta atitude o leva a estar cara a cara com o prprio Diabo (15).Diferente do que possamos ter aprendido, o Diabo no uma figura malvola e sinistra que reside fora de ns. Ele a prpria ignorncia e a desesperana que em algum momento se manifesta em ns. As atraes sedutoras do mundo material nos ligam to fortemente aos objetos e s pessoas, que muitas vezes nem percebemos que nos tornamos seus escravos.Nossa vida um espectro muito limitado de experincias, e permanecemos por muito tempo ignorando o mundo glorioso que a nossa verdadeira herana. Na carta do Diabo, h um casal acorrentado, porm resignado e contente com esta situao. Eles jamais alcanaro a liberdade se no reconhecerem a sua prpria escravido. Eles se parecem com os Amantes, mas no sabem que seu amor est limitado ao aspecto material.Para se libertar do Diabo, o Louco precisa de uma mudana sbita, a qual representada pela Torre (16). Esta a carta da fortaleza do ego que cada um de ns tem construdo em torno de sua alma. Esta fortaleza cinza, dura e fria, e apesar de parecer servir como proteo, ela na realidade uma priso.s vezes, apenas uma crise de propores monumentais pode gerar energia suficiente para quebrar as paredes da Torre. Nesta carta vemos o raio do discernimento colidindo com um edifcio. Ele expulsa os ocupantes que parecem estar caindo para a morte. A coroa indica que eles j foram governantes orgulhosos, mas agora so humilhados por uma fora muito maior do que eles mesmos.Depois deste processo de destruio, o Louco preenchido com a serenidade. As belas imagens que aparecem na carta da Estrela (17) atestam essa tranqilidade. A mulher ali retratada est nua, pois sua alma no est mais escondida atrs de um disfarce qualquer. As estrelas radiantes brilham no cu sem nuvens, que serve como um farol de esperana e inspirao.Neste momento o Louco abenoado com uma confiana que substitui completamente as energias negativas do Diabo. Sua f em si mesmo e no futuro completamente restaurada. Ele est repleto de alegria e seu desejo compartilhar seu sentimento de maneira generosa com o resto do mundo. Seu corao est aberto e derrama livremente seu amor. Esta paz que vem depois da tempestade um momento mgico para o Louco.Essa calma perfeita s atrapalhada pela sua vulnerabilidade s iluses da Lua (18). A alegria do Louco um estado sentimental, e suas emoes, sejam elas negativas ou positivas, ainda no esto sujeitas clareza mental. Em sua condio de sonhador, o Louco suscetvel fantasia, distoro e uma falsa imagem da verdade.Mais ainda, a Lua uma grande estimuladora da imaginao criativa. Ela abre o caminho para pensamentos que podem no estar de todo em acordo com a realidade, mesmo que sejam muito belos e e encantadores. Contudo, das profundezas do inconsciente ainda podem surgir medos muito profundos e ansiedades. Essas experincias podem fazer o Louco se sentir perdido e confuso.Somente a clareza lcida do Sol (19) que pode direcionar a imaginao do Louco, pois a luz que emana do astro rei capaz de brilhar em todos os lugares escondidos. Ela que dissipa as nuvens de confuso e do medo. O Sol ilumina e permite ao Louco sentir e compreender a bondade do mundo.Agora, ele desfruta de uma energia vibrante e entusistica. Na carta do Sol, o Louco a criana nua que se dirige alegremente para enfrentar um novo dia. Nenhum desafio demasiado assustador perante a vitalidade radiante do Louco. Ele se envolve em grandes empreitadas e atrai para si tudo o que precisa. Ele capaz de perceber sua prpria grandeza.Seu falso ego tem sido enfraquecido, permitindo que sua conscincia radiante pudesse se manifestar. E assim ele descobre que a alegria, e no o medo, est no centro da sua vida. Ele perdoa a si mesmo e aos outros, sabendo que sua verdadeira essncia pura e boa. Ele pode se arrepender erros do passado, e no esquece que eles foram causados pela sua ignorncia de sua verdadeira natureza.Ele est fazendo seu prprio Julgamento (20), uma espcie de acerto de contas consciente com sua vida. Desde que ele capaz de se enxergar verdadeiramente, o Louco capaz de tomar as decises necessrias sobre o seu futuro. Ele pode escolher sabiamente quais coisas dever valorizar, e quais sero descartadas.Aps esta nova introspeco, o Louco retorna ao Mundo (21), mas desta vez com uma compreenso muito mais ampla e completa, pois integrou todas as diferentes partes de si mesmo e alcanou a plenitude. Ele atingiu um novo nvel de felicidade e realizao.Sua vida agora plena e significativa, e seu futuro est cheio de possibilidades infinitas. Em consonncia com sua vocao pessoal, ele se torna ativamente envolvido no mundo, partilhando seus dons e talentos e descobrindo que capaz de prosperar em tudo.Enfim, a Jornada do Louco chega ao fim. Atravs da perseverana e da honestidade, ele restabeleceu a coragem espontnea que trazia consigo no incio de sua caminhada, mas agora ele se encontra plenamente consciente do seu lugar no mundo. Foi um longo ciclo, mas logo o Louco estar pronto para comear uma nova jornada que o levar a nveis cada vez maiores de compreenso.

A JORNADAO Louco- A Criana Interior. A pura inconscincia. Entendemos tudo que ocorre, mas estamos deslumbrados com o mundo e com o nosso prprio Eu. Ento, queremos partir para uma vida melhor, mas nos falta inteligncia e atiramos para todos os lados sem um alvo certo, sem nos preocuparmos com o que pode acontecer. Aqui temos uma energia sem limites, e perambulamos, incansveis, pelo universo sem nenhuma finalidade especifica.O Mago- A Inteligncia nos chega. Ento, nos desperta o desejo de criar, de verbalizar, de entender, de direcionar. Nos conscientizamos do mundo espiritual, pois o principio de tudo, da magia, da ligao com o Divino, o primeiro contato com a nossa essncia. Mas ainda nos falta intuio.Se o Louco o impulso profundo do inconsciente que nos incita a buscar, o Mago simboliza um fator em ns que dirige essa energia e ajuda a harmoniz-laA Suma Sacerdotisa- A Intuio. H um chamado, a voz interior pedindo que olhemos para dentro de ns. J temos o alvo, a inteligncia e agora a intuio.O poder do Mago o fogo: o poder quente, brilhante, rtilo do sol. O poder da Suma Sacerdotisa a gua: o poder frio e escuro, fluido da lua. Ele controla por meio da fora rpida, do conhecimento, da idia. Ela governa pela lenta persistncia, pelo amor e pela pacincia feminina.A Imperatriz. A Grande Me. A criatividade, a fertilidade. Aqui conseguimos, expressar, gerar, criar e aprendemos a amar. O amor a essncia de tudo, a fora impulsionadora que nos move, que nos realiza.A Suma Sacerdotisa pacincia e espera, passiva; a Imperatriz ao e concluso.O Imperador- A Vontade. Estabelecer bases slidas e duradouras. Com objetivo, inteligncia, intuio, criatividade e vontade tudo se torna mais fcil. Mas ainda nos falta conscincia.Aqui comea o entusiasmo esse fogo interior, a liderana, o poder sobre as coisasO Enamorado- Livre Arbtrio. No h crescimento sem autonomia. Aqui temos a capacidade de escolha. Se no ficamos atravancados no caminho.Podemos ver o vagaroso ego, pronto a enfrentar a vida e seus problemas sem a ajuda de ningum. Precisa, portanto, encontrar, dentro de si mesmo, a fora para enfrentar a confrontao; precisa assumir, sozinho, a responsabilidade por qualquer ao que pratique em relao a ele.O Carro- O Triunfo. Aqui j comeamos a ter xito merecido. J sabemos escolher, temos capacidade para governar o nosso prprio caminho. O triunfo a vontade dirigida. A energia est voltada para a nossa independncia.Simbolicamente, o carro tem poderes celestiais que fazem dele um carregador ideal para a jornada rumo a individuao.A Justia- Equilbrio. Conhecer o bem para segui-lo, conhecer o mal para evita-lo. As energias devem ser afinadas, sintonizadas e moderadas. Ainda no h equilbrio perfeito, percebemos a distncia que temos em nosso interior. No h equilbrio perfeito sem o reconhecimento das sombras.Os dois pratos da balana permanecem vazios, prontos para aceitar e receber a dualidade humana. S na medida em que tambm aceitamos a nossa natureza dupla seremos capazes de abord-la e compreend-la.O Eremita- Sabedoria. Sabedoria um estado de compreenso da prpria alma. Aqui chegamos ao autoconhecimento, nossa auto-afirmao astral. Simboliza a iluminao nos trs mundos; fsico, mental e espiritual, adquirimos uma luz interior.A chama que o Eremita segura poderia apresentar o esprito quinta-essencial inerente a toda vida - aquele mago central de significaes que o indefinvel quinto elemento a transcender os quatro elementos da realidade mundana. Oferece-nos a luz interior cuja flama dourada a nica que dissipa o caos e a treva espiritual.A Roda da Fortuna- Roda das Oportunidades. Tudo gira, tudo roda, tudo muda mais cedo ou mais tarde. Aqui devemos nos livrar da periferia da alma e buscar o nosso centro. O tempo no pra, hora em cima, hora embaixo. Devemos procurar uma plataforma acima de tudo, que s o conhecimento interior e experincia nos d.A vida se apresenta aqui como um processo - como um sistema de constante transformao, que envolve igualmente a integrao e a desintegrao, a gerao e a degenerao.A Fora- Coragem. Dominar os instintos que interferem na nossa busca. Domar o leo significa domar os nossos medos, domar nossas brutalidades, domar a matria. A sabedoria est em no desprezar o inferior, mas em super-lo. Sem a coragem, a vontade, a fora, somos um navio sem comandante. O potencial est latente em ns e devemos acion-los para fazer as coisas acontecerem.As energias outrora empenhadas na adaptao exterior comearo agora a preocupar-se mais com o crescimento interior.O Enforcado- Espiritualidade. No adianta trilhar um caminho de luz, de evoluo sem se espiritualizar. Aqui precisamos a rever nossas vidas e curar velhas feridas. Nesse estgio estamos abandonando, renunciando tudo que se tornou obsoleto na nossa verdadeira jornada. Estamos olhando tudo por outro ngulo, para entender o outro lado da vida. Vencemos a vida, quando nos vencemos.Todas s vezes que nos encontramos na posio do Enforcado, devemos no s explorar atitudes conscientes que a vida est tentando desalojar e perturbar, mas tambm sentir o sabor da nova experincia. Uma boa maneira de aumentar o sentimento em relao que a vida oferece ao Enforcado fechar os olhos e tentar entra-lhe no corpo.A Morte- Transformao. Comea aqui o verdadeiro desmascaramento do ego. O primeiro contato com o mundo das sombras. Nesse estgio implica na necessidade de nos transformarmos para voltar a viver uma vida melhor. O Universo feito de caos e ordem.Entre os dois mundos h uma interrupo, uma soluo de continuidade... Pois a passagem do mundo profano para o mundo sagrado supe, de certo modo a experincia da morte; aquele que efetua a passagem morre para uma vida a fim de lograr acesso a outra... a vida em que se torna possvel a participao do sagrado.A Temperana- F. Encontrar-se a si mesmo, isso e magia. Transmutar o chumbo dos nossos bloqueios em ouro de nossa conscincia. Aprender com suas feridas e no lamentar as perdas ocorridas.Simboliza, tradicionalmente a dissoluo de velhas formas e o desatamento de laos rgido, anunciando uma libertao do mundo dos fenmenos.O Diabo- Flexibilidade. Aqui a vontade humana age livremente. O potencial de auto destruio, aprisionamento, se eleva pelos instintos passionais. O outro lado do poderChegou o momento de enfeitarmos o diabo. Como figura arquetpica importante ele pertence propriamente ao cu. Mas caiu.... Segundo suas palavras pediu demisso. Disse que merecia uma oportunidade melhor. De acordo com a maioria dos relatos, ele foi despedido. O seu pecado foi a arrogncia, o orgulho. Ele era prepotente, ambio em demasia, e um alto sendo inflado do prprio valor.A Torre- Libertao. preciso que o fogo Divino revigore a nossa conscincia. No h penetrao de luz, se a nossa mente estiver fechada. O despertar pode no ser agradvel, mas necessrio.O relmpago tem sido experimentado como smbolo da energia Divina, fora misteriosa emanada de Deus. Representa o poder e iluminao em sua forma mais primitiva e imediata.A Estrela- Inspirao. Aps o susto surge a tranqilidade. F em ns mesmos, comunho com a natureza, humildade da alma, harmonia. Aqui valorizamos a luz pessoal. O paraso e o inferno esto aqui s escolher onde queremos ficar.Em a Estrela, uma sacerdotisa da natureza inicia a tarefa de descobrir nos acontecimentos da existncia terrestre um padro correspondente ao do desenho celeste. Sentimos que o ritmo com que despeja a gua se harmoniza com a dana csmica no alto.A Lua- Armadilha. O medo o ltimo estgio para nos integrarmos com a nossa prpria conscincia. O mundo das aparncias de ser finalmente vencido. Nesse estgio a lua tambm uma grande parceira nesta jornada; os elementos, a magia, o mistrio, tudo que est oculto e o fascnio que essas foras nos exercem, permitindo nos renovar e nos curar.Para poder descer aos infernos, os xams primeiro vo para o Cu. Subir ao mais alto permite descer ao mais profundo. Vamos descer s profundezas, nelas se escondem os segredos, a memria do Universo, os "Arquivos Akashicos". A gua desse lago escura: aqui se encontram as guas profundas do inconsciente, do oculto. O domnio deLilithe dePluto.(Herv D'assigny- Passagens Secretas)O Sol- Celebrao. Aqui celebramos a vida. Depois de um perodo de profunda escurido, podemos, enfim, enxergar a luz quente que penetra nossa alma. Reconhecemos a nossa luz interior. Somos o centro do nosso Universo. Aqui tudo flui!!!"O verdadeiro Poder no o dinheiro, nem ser Presidente ou Rei de um pas, nem mesmo o Conhecimento, nem mesmo a inteligncia em si. O centro do sistema solar o Sol. O verdadeiro Poder o Sol, a conscincia, ou para melhor dizer,"Chit Agni" in sanscrito, Conscincia-Fogo. Somos esse Poder. Somos um centro de conscincia capaz de abranger o Universo"(Herv D'assigny-Passagens Secretas)O Julgamento- Renascimento. Somos capazes de visitar os mundos de luz e sombras, sem nos atingir, pois, estamos centrados. Recriar a prpria vida isso sim uma grande magia."Morte e ressurreio. Precisamos morrer, de vez em quando, para poder ressuscitar. Morrer, para nos livrar do que envelheceu, se petrificou, e ser jovens de novo: comear de novo.Esquecer, esquecer at talentos para desenvolver novos talentos. Como tambm nossos talentos mortos devem ressuscitar. Precisvamos deixar morrer nossa intuio, para desenvolver uma nova forma de inteligncia, a inteligncia racional. Agora, precisamos ressuscitar nossa intuio, para usar a inteligncia total".(Herv D'assigny - Os Segredos se escondem em nosso Mundo Interior:Passagens Secretas)O Mundo- Totalidade. Estamos aptos a integrao, somos seres completos, resgatamos nossa atividade anmica. Quando estamos completos, o mundo est completo e ns estamos no mundo. E nos divinizamos cada vez mais nas jornadas seguintes."O Arcano 21 um Arcano holstico, o Arcano da totalidade, o arcano da Realidade na sua majestosa plenitude, sim o arcano do Paraso terrestre. Atravs desse arcano podemos obter uma comunicao verdadeira com a Realidade de um mundo feito de conscincia e de inteligncia. Tudo consciente, tudo muito inteligente e competente para realizar sua tarefa"."O mundo, antes de se manifestar materialmente, se manifesta no astral, o mundo astral. Antes de se manifestar no nvel astral, existia-no-existia no nvel espiritual. O mundo real, ao mesmo tempo, espiritual, astral e material. Qualquer coisa, um ser humano ou uma pedra existe no mundo espiritual, astral e material".(Herv D'assigny - Os Segredos se escondem em nosso Mundo Interior:Passagens Secretas)

. SA viagem descrita pelos Arcanos maiores do Tar arquetpica, demonstra estgios de desenvolvimento psicolgico e estimula os homens na arte de aprender. O caminho traado pelo Tar desde a sada do louco at o reencontro consigo mesmo na carta do mundo, o caminho queJungcompreende como o caminho do homen no processo de individuao, de descobrir sua originalidade nica e atingir a totalidade ou a auto-realizao. Esta viagem dos Arcanos acontece em vrios nveis diferentes, proporcionam mudanas internas e mobilizam acontecimentos externos que por sua vez mobilizam novamente o interior, como um grande crculo danante. o que oJoseph Campbellchama de a viagem do heri, descrita em vrios mitos ao redor do mundo.Tudo comea com oLoucoou o bobo, o arcano zero, o ser que inicia a viagem. O homen inicia a viagem como bobo porque necessria a postura simples e inocente para abraar o novo e desapegar-se do velho, apenas com o instinto como o guia. Ao tentar o novo sem julgamento, com alegria e disposio de brincar, o louco acessa oMago, a carta Um, que o princpio criador masculino, que o torna capaz de guiar-se sozinho, de obter conhecimento por si mesmo, de ser mestre. Com este princpio ativo e criador, o louco ganha conscincia e comea a buscar clareza e tomar iniciativa. Prosseguindo em sua viagem encontra aPapisaouAGrande Sarcedotizae sua compreenso ganha a luz da certeza intuitiva, do sonho, da previso, da compreenso profunda no s da luz, mas tambm da sombra, dos interelacionamentos e interditos. Pronto, o heri antes bobo, louco e ingnuo abriu dentro de si a me e o pai celestiais e vai se deparar agora com a me e os pais terrenos. So as cartas Trs e Quatro do Tar:A ImperatrizeO Imperador. Aqui o heri compreende a natureza e seus ciclos, o ser frtil, o trazer o novo ao mundo, a renovar, a crescer. No colo da imperatriz o louco aprende a confiana na plenitude e na abundncia. J nos braos do Imperador ele aprende a realizar, a concretizar as idias geradas pelo solo da imperatriz, a perseverar, a criar ordem, estrutura e resistncia para controlar e se responsabilizar pelo equilbrio, pela constncia da energia vital e de crescimento desenvolvido pelame. De posse dessas foras (nutriz e realizadora) o heri se encontra com oPapa, ouHierofante, onde obtm a educao para diferenciar o mal do bem. O Papa oPontfice, a ponte entre Deus e o homem, e atravs dele o louco comea a buscar o sentido, a direo, a respeitar o oculto e a confiar em Deus. Agora ele est pronto para exercer sua vontade, e pode se deparar com a carta Seis,Os EnamoradosouOs Amantes. Aqui o heri se coloca diante da encruzilhada, o momento da vida em que necessrio tomar uma deciso, fazer uma escolha sincera e dedicar-se sua opo. Ao escolhera direo carta doCarro, a carta Sete, se move em direo ao heri, e com o Carro o louco se pe na estradalevando consigo a responsabilidade da escolha feita anteriormente e aprende a dominar as contradies do caminho, a experimentar o mundo, ousar fazer o novo , despertando para si mesmo e entrando no campo da conscientizao.Agora nosso heri est preparado para a carta Oito,A Justia, o amadurecimento, necessrio para compreender as leis, julgar equilibradamente, ser objetivo, honesto, corajoso, e tomar decises sbias. A fora da Justia leva o heri a reconhecer a necessidade da responsabilidade de ouvir a si mesmo para decidir. Ele se retira e recolhe-se na carta doEremitaouErmito. Aqui na introverso, na concentrao interior, ele acessa o velho sbio, o autoconhecimento, o silncio interior, a fidelidade a si mesmo e aos prpios padres pessoais. Consciente de sua identidade ele busca o orculo, a carta Dez, A Roda da Fortuna, a fora motriz por trs das mudanas da sorte no universo, e descobre a tarefa da vida, o centro, o significado escondido nas mudanas. Diante do inevitvel, ou seja, as mudanas da vida, nosso heri acessa a carta Onze,A Fora; que lhe empresta coragem para lidar com suas sombras e continuar afirmando a vida com prazer mesmo diante das perdas que a roda possa trazer.O sentimento de poder que a carta Onze pode trazer leva o heri a enfrentar a prova da carta Doze,O Enforcado, onde se v numa situao em que a nica fora a rendio do ego. De cabea pra baixo sobre o abismo o heri precisa enterrar seu ego na sombra da terra frtil e crescer para dentro. No h sada e o louco vive nesta carta uma crise existencial, precisando submeter-se ao exerccio da humildade e da pacincia e preparar-se para a descida ao inferno que a carta Treze, A Morte, traz em seguida. Agora o heri precisa deixar morrer o que no serve mais, deixar cair os limites, experimentar a dor do fim, desapegar-se, para que o novo venha.Renascido o heri saudado por um anjo, A Temperana, o anjo-condutor que proporciona o reencontro consigo mesmo, com esse novo ser que flui em harmonia, tranqilidade e sade. Mas esse reencontro precisa ser total e esse anjo o leva de encontro aoDiabo, a carta Quinze, o reino do vcio, do escuro, do escondido, para assimilar sua sombra, recuperar a fora que ela tem, e assim poder assumir sua liberdade com um ser total. Essa libertao tende a ser dramtica, e necessrio o desmoronamento daTorre, da proteo, das certezas e crenas cristalizadas, a carta Dezesseis, onde os limites so explodidos e, com eles a prepotncia, deixando no lugar somente incertezas. O Louco olha agora para a carta Dezessete,A Estrela, a carta da f, da esperana que ser sua nica guia nessa fase do caminho. Aqui ele comea a se relacionar com o todo e a confiar, sentindo-se revigorado. Assim ele pode passar pelo reino da espera pelo que vir a carta Dezoito,A Lua, onde a ansiedade, o medo, a insegurana de no saber nada, s curado pelo acesso anterior da esperana, que lhe diz que a clareza em breve se aproxima. E ela vem com a carta Dezenove, que traz a luz,O Sol. Aqui a despreocupao, a alegria de viver e a leveza abraam o heri nesse novo nascimento. Ele agora pode encontrar a carta Vinte,O Julgamento, onde com a clareza do Sol no corao, ele pode fazer a somatria da vida, colher seus frutos e ver o incio surgir do passado. Finalmente o louco pode agora se perceber inteiro e em paz. Pode abraarO Mundo, a carta Vinte e Um, assumindo seu lugar na totalidade, e caindo na dana da vida com todos os seus opostos integrados em harmonia e fluidez. Agora, no plano mais alto do caminho, o heri reencontra sua criana danante, alegre e desapegada, seuLouco,e descobre que novamente pode partir se aventurar, se arriscar de novo, de novo, e de novo

A ORIGEM

O Tarot e as suas origens esto envoltas em mistrio e abertas especulao. H quem defenda que as cartas derivam dos livros sagrados do Antigo Egito, outros, que tenham sido originrias na ndia ou na China (analogias entre o Tarot e o antigo jogo indiano do Chaturanga, ou jogo dos Quatro Reis, que correspondem aos quatro naipes das cartas de jogar) e que foram levadas pelos ciganos para a Europa. H aqueles que acreditam que as cartas foram levadas para l pelos Cruzados, mas a ltima cruzada terminou em aproximadamente em 1291 e no existem referncias que comprovem a presena de cartas de jogar na Europa at pelo menos cem anos mais tarde.Do ponto de vista das provas histricas, o que se pode afirmar com segurana que os rabes utilizavam, j em meados do sc. 14, um baralho de 52 cartas, com estrutura idntica aos que hoje conhecemos como arcanos menores ou baralho.Vrios baralhos sobreviveram desde essa poca vindos de vrias cidades na Frana, e o mais conhecido deles foi um baralho da cidade de Marselha, e assim denominado Tarot de Marselha. A primeira grande publicidade acerca do uso divinatrio do Tarot veio de um ocultista francs chamadoAlliette, sob o pseudnimo de"Etteilla"(seu nome ao contrrio), que atuou como vidente e cartomante logo depois da Revoluo Francesa.Etteilladesenhou o primeiro baralho esotrico, adicionando atributos astrolgicos e motivos "egpcios" a vrias cartas, elementos alterados do Tar de Marselha, e incluindo textos com significados divinatrios escritos nas cartas.

Em 1775, Court de Gebelin publica uma obra aventando a hiptese da origem egpcia do tarot, estabelecendo inmeras correlaes entre os ensinamentos tradicionais e as cartas do tarot que segundo ele, seriam alegorias representadas em antigos hierglifos egpcios. com Gebelin que se inicia a divulgao de textos e de estudos que assinalam um sentido mais alto para o Tarot, como uma linguagem simblica, como um meio de transmisso dos conhecimentos esotricos, espirituais, que vai muito alm de sua utilizao como jogo de baralho. A concepo de que as cartas so um cdigo mstico foi mais profundamente desenvolvido por Eliphas Lvi e foi difundida para o mundo pela Ordem Hermtica da Aurora Dourada. Lvi, e no Etteilla, considerado por alguns o verdadeiro fundador das modernas escolas de Tarot. Sua publicao Dogme et Rituel de la Houte Magie ("Dogma e Ritual da Alta Magia"), de 1854, introduziu uma interpretao das cartas que as relacionava com a Cabala Hermtica. Enquanto aceitava a origem egpcia do tarot proposta porCourt de Gbelin, o autor rejeitava as inovaes de Etteilla e seu baralho alterado, e por sua vez delineava um sistema que relacionava o tarot, especialmente o Tarot de Marselha, Cabala Hermtica e aos quatro elementos da alquimia. O tarot divinatrio era cada vez mais popular no Novo Mundo a partir de 1910, com a publicao do Tarot deRider-Waite(elaborado e executado por dois membros da Aurora Dourada), que substitua a tradicional simplicidade das cartas numeradas de naipe por cenas simblicas. Este baralho tambm obscureceu as alegorias crists do Tarot de Marselha e dos baralhos deEliphas Lvimudando alguns atributos (por exemplo trazendo "O Hierofante" no lugar de "O Papa", e "A Alta Sacerdotisa" no lugar de "A Papisa").

A maior parte dos estudiosos reconhece uma origem inicitica do Tarot, ou seja, ele traduziria o significado e as propriedades do Cosmo, bem como o do papel do homem na Criao. H muitos estudos que apontam as relaes entre o Tarot e Cabala. De fato, as 22 lminas dos trunfos, ou Arcanos Maiores, so em igual nmero ao das letras do alfabeto hebraico e ao dos 22 caminhos ou conexes entre os sefirot do desenho simblico denominado rvore da Vida. As 40 cartas numeradas, dos Arcanos Menores, representam o mesmo nmero de sefiroth da Escada de Jac, esquema resultante da superposio de quatro rvores da Vida. Na origem, o Tarot no tinha a funo ldica, mas desempenhava o papel de estimular a reflexo pessoal sobre o caminho espiritual, podendo ser considerado como um dos livros sem palavras (comuns na alquimia) para a reflexo e a meditao sobre a salvao eterna e a busca de Si, mesmo para quem no soubesse ler.

Ele estava sem dvida a referir-se ao Tarot. Para Gebelin, as vinte e duas cartas dos Arcanos Maiores representavam os lderes temporais e espirituais da sociedade egpcia antiga. As outras cinquenta e seis cartas eram divididas em quatro naipes, referentes s quatro classes da sociedade do Antigo Egipto. Tanto os reis como os militares ostentavam a espada (naipe de espadas), a taa simbolizava os sacerdotes, (naipe de copas), os paus eram o smbolo correspondente aos agricultores (naipe de paus) e as moedas representavam os comerciantes (naipes de ouros).

Tarot de Marselha teve uma grande influncia sobre muitos jogos que surgiram nos finais do sc. XVIII e incio do sc. XIX, poca especialmente apaixonada pelo oculto na qual se deu um grande incremento do TAROT.

permite comunicar, encontrar solues e prevenir, aprender a aperfeioar o auto conhecimento e uma melhor compreenso dos outros. O TAROT no tem o poder de influenciar os acontecimentos, avisa-nos das influncias que nos rodeiam para que, com conhecimento de causa e total livre -arbtrio, possamos decidir sobre o nosso futuro.

O TAROT no nos obriga a nada, indica-nos apenas caminhos que ns podemos seguir ou no, de acordo exclusivamente com a nossa vontade. Somos inteiramente responsveis pelas nossas decises, nunca devemos esquecer de que toda a aco leva a uma reaco.

A palavra Arcano significa mistrios ou segredos a serem desvendados e foi incorporada pelos ocultistas ou cartomantesdo sculo XIX, que at ento se chamavatrunfos.

Dissecao do TarotO Tarot um mtodo de anlise

O que o Tarot? Tarot VOC. um poderoso sistema simblico de padres de personalidade (arqutipos) que lhe permite ganhar mais clareza e poder pessoal em sua vida.Ao usar o Tarot, isto , quando eu sinto que eu estou realmente em comunho com a Sabedoria Universal e se conectar com um conselho muito mais sbio do que os meus.Tarot maravilhoso para acessar a sabedoria interior, criando uma transformao pessoal, e uma ponte para a mente subconsciente., em essncia, "um espelho da alma." Ele uma incrvel fonte, sbio para que eu desenvolvi profundo respeito. Como um baralho de 78 cartas que expressam as energias internas e externas de cada experincia humana, Tarot se conecta coma suaexperincia de vida. Durante sculos, pessoas de todas as esferas da vida, aprenderam a aproveitar a capacidade de si e dos outros analisar com a ajuda de Tarot . um mtodo mstico de investigao e explorao, e curiosamente preciso ao descrever seus acontecimentos da vida.Ele aponta padres, aponta para reas onde a mudana se manifestaria uma direo melhor, e orienta-lo para o sucesso. nos permite uma viso clara para ns mesmos de uma forma muito poderosa que paralelo uma sesso de psicologia.Sbio, a ponto de nos surpreender, ela abre informaes sobre as coisas que voc talvez conhea esto acontecendo, mas pode no perceber a sua prpria influncia sobre o resultado.Tarot capacita voc a compreender-se melhor, e oferece sugestes sbias em melhorar seu resultado.Tarot no um deus, mas eu acredito que de alguma forma nos conecta com a sabedoria do Esprito Santo e do Divino atravs do nosso subconsciente e nosso Eu Superior.Ele preenche-lo para o poder dentro de si mesmo, para ajudar a compreender a situao e fazer ajustes de mudana de vida para melhor.

O Tarot pode ser praticado por qualquer pessoa?

No, para a prtica do TAROT necessria uma vocao especial como para qualquer arte. depois preciso aprender e no dia a dia respeitar as cartas observando algumas regras de utilizao.

Quais os mtodos de lanar cartas de Tarot?

H vrios mtodos de lanar cartas, uns mais abrangentes e completos e outros mais restritos e dirigidos. O mais universal a cruz cltica. O meu preferido a tiragem bomia para alm do meu naturalmente.

O Tarot influencia a nossa vida ?

O tarot orienta a nossa vida. Tarot significa Caminho e nessa medida o que as cartas revelam permite uma adequao dos nossos anseios s possibilidades reais. Face s indicaes obtidas numa consulta cada pessoa saber que passos dar e se os quer dar ; no Tarot impera o livre arbtrio.O Tarot torna as pessoas mais seguras e jamais dependentes.

Passo 1 Mundo Comum.O heri apresentado em seu dia-a-dia.Exemplo1:A histria deO Hobbitcomea com a apresentao do Condado e de Bilbo em sua toca-casa. Ou seja, a caracterizao do personagem dentro de um ambiente normal para ele e para o seu mundo.Exemplo2:EmHarry Potter, Harry nos apresentando em sua vida comum, como um garoto morador de um poro debaixo da escada. Ele convive com os seu primo e tios malucos.Passo 2 Chamado aventuraA rotina do heri quebrada por algo inesperado, inslito ou incomum.Exemplo1:Gandalf, o mago, aparece na porta de Bilbo e o convida para participar de uma aventura.Exemplo2:Harry recebe uma avalanche de cartas trazidas por corujas, convidando-o a estudar em Hogwarts.Passo 3 Recusa ao chamadoComo j diz o prprio ttulo da etapa, nosso heri no quer se envolver e prefere continuar sua vidinha.Exemplo1:Bilbo recusa o convite de Gandalf, pois no era respeitvel para um hobbit sair em busca de aventuras.Exemplo2:O tio de Harry faz esse papel e o probe de ir para a escola de bruxos.Passo 4 Encontro com o MentorO encontro com o mentor pode ser tanto com algum mais experiente ou com uma situao que o force a tomar uma deciso.Exemplo1:Por influncia de Gandalf e de instintos herdados de sua famlia, Bilbo decide participar da aventura.Exemplo2:Harry recebe a visita de Hagrid, o meio-gigante responsvel por, digamos, escoltar Harry at Hogwarts.Passo 5 Travessia do Umbral/ LimiarNessa fase, nosso heri decide ingressar num novo mundo. Sua deciso pode ser motivada por vrios fatores, entre eles algo que o obrigue, mesmo que no seja essa a sua opo.Exemplo1:Bilbo e seus companheiros de aventura se deparam com trs trolls numa floresta. Bilbo, como ladro designado pelo grupo, arrisca-se em descobrir mais sobre os trolls e at tenta roub-los.Exemplo2:Harry atravessa a parede do bar, que d acesso ao mundo dos bruxos pelo beco diagonal.

Passo 6 Testes, aliados e inimigos.A maior parte da histria se desenvolve nesse ponto. No mundo especial fora do ambiente normal do heri que ele ir passar por testes, receber ajuda (esperada ou inesperada) de aliados e ter que enfrentar os inimigos.Exemplo1:A aventura de Bilbo continua. Ele passa por Valfenda, a terra dos elfos, atravessa as Montanhas Sombrias, a Floresta das Trevas e a Cidade do Vale.Exemplo2:Passam-se os primeiros dias em que Harry est na sua nova escola, num mundo diferente. Faz amigos e inimigos e descobre sobre a existncia da pedra filosofal.Passo 7 Aproximao do objetivoO heri se aproxima do objetivo de sua misso, mas o nvel de tenso aumenta e tudo fica indefinido.Exemplo1:Bilbo chega, finalmente, Montanha Solitria, o covil de Smaug, o drago.Exemplo2:Harry e seus amigos passam por Fofo, atravessam a sala de chaves, vencem o Xadrez de Bruxo. Harry encontra o Professor Quirrell e Voldermort.Passo 8 Provao mxima o auge da crise precisa dizer mais?Exemplo1:Bilbo, sozinho, enfrenta o drago, num dilogo no qual ele tenta descobrir as fraquezas do monstro.Exemplo2:Apesar de ser um bruxo muito jovem, Harry enfrenta Quirrell com a magia de proteo que lhe havia sido imposta pela sua falecida me.Passo 9 Conquista da recompensaPassada a provao mxima, o heri conquista a recompensa.Exemplo1:Bilbo consegue retirar o drago da Montanha Solitria e os homens da Cidade do Lago matam o monstro.Exemplo2:Harry encontra a pedra filosofal e derrota Quirrell. Voldemort, enfraquecido, precisa se esconder novamente.Passo 10 Caminho de volta a parte mais curta da histria em algumas, nem sequer existem. Aps ter conseguido seu objetivo, ele retorna ao mundo anterior.Exemplo1:Bilbo se prepara para voltar para casa.Exemplo2:Harry se recupera em Hogwarts e prepara-se para retornar ao mundo dos trouxas.Passo 11 DepuraoAqui o heri pode ter que enfrentar uma trama secundria no totalmente resolvida anteriormente.Exemplo1:Um exrcito de Orcs e Lobos Selvagens ataca os anes da Montanha, elfos da Floresta e os homens da Cidade. Acontece a Batalha dos Cinco Exrcitos.Exemplo2:Harry e seus amigos, pelos seus ltimos feitos em auxlio Hogwarts, somam pontos casa Grifinria e vencem a disputa entre as casas.Passo 12 Retorno transformado a finalizao da histria. O heri volta ao seu mundo, mas transformado j no mais o mesmo.

A Jornada do Heri um monomito, ou seja, um conceito de jornada cclica e comum presentes nos mitos na forma de narrativa, conceituado em 1949 por Joseph Campbell (1904 1987), estudioso de religio e mitologia, em uma de suas mais clebres obras The Hero with a Thousand Faces (O Heri de Mil Faces).Na obra, Campbell nos apresenta dezenove momentos divididos em trs estgios que podemos sintetizar em doze passos, pelos quais a Jornada do Heri se sucede.Descrevendo, a seu modo, o que na Psicologia Analtica de Carl Gustav Jung (1875 1961), chamamos deProcesso de Individuao, o Mito da Jornada do Heri uma descrio sucinta da nossa realidade diria onde percorremos um caminho comum para nos tonarmos inteiros e autorrealizados.Entender esses passos podem nos auxiliar a ter uma viso mais consciente de nossos pequenos desafios e orientar de forma mais clara as tomadas de decises maiores em relao ao nosso destino humano.Abordarei nesse pequeno artigo, o que considero um pequeno incio para essa compreenso, destacando aquilo que considero essencial num primeiro momento.1. Mundo Comum: Nesse primeiro passo a pessoa se encontra na zona de conforto, ou na casa de seus pais, ou numa vida que ainda ganha identidade e significados. O heri apresentado em seu dia-a-dia.2. Chamado aventura: No passo seguinte, escutamos o chamado; pode ser um primeiro passo para autonomia e independncia, como pode ser nossa primeira reflexo sobre o sentido da vida. A rotina do heri quebrada por algo inesperado, inslito ou incomum.3. Recusa ao chamado: O medo ou o apego, obrigam a no perder o conforto j estabelecido e o heri no querendo se envolver, prefere continuar sua vidinha.4. Encontro com o Mentor: Geralmente esse estgio nos remete a uma pessoa que representa uma autoridade espiritual, especial e mais experiente que prepara o heri forosamente a tomar a deciso de percorrer sua jornada. Aqui o indivduo j sabe qual sua misso, talvez no to clara, mas aspira uma ascesso.5. e 6. Travessia do Umbral/ Limiar; Testes/ aliados e inimigos: So aqueles momentos em nossa vida que nos vemos na noite mais escura, solitrios e testados na nossa f e crena em relao aos valores da nossa vida. Surgem oportunidades de crescimento, o indivduo busca recolhimento, terapia, grupos de estudos ou uma leitura mais profunda sobre suas questes angustiantes. Seus fantasmas so confrontados. Nos passos seguintes (7 e 8) temos Aproximao do Objetivo, onde, pelo contrrio, tudo fica mais indefinido e h uma aparente perda de foco com relao sua vida; acompanhado pela Provao Mxima onde vivencia-se o maior grau da crise. A Conquista da Recompensa; o Caminho de Volta e a Depurao so os trs passos que antecedem os finais da vida de um indivduo. Muitas vezes no se vive realmente esses estgios, mas certo em ns, que iremos, aps ter conseguido o objetivo, retornar ao mundo anterior; surge aqueles ideias ou questes como: Agora que me aposentei. Como os filhos j esto criados nas melhores das hipteses, isso quando, o indivduo no se torna saudosista e deprimido diante da frustao que o mundo ao qual anseia retornar est totalmente modificado e no existe mais. Ou se torna o Velho Sbio / a Grande Me ou ter que enfrentar uma trama secundria no resolvida totalmente nas fases anteriores.12. O Retorno transformado: a finalizao da histria. O heri volta ao seu mundo, mas transformado j no mais o mesmo. So indivduos que, cumprido todos os deveres da vida, gozam de plena satisfao, saem pelo mundo a ensinar, dar palestras, ou ressignificam suas vidas na tarefa em prol de um bem altrustico ou j se comprazem felizes com uma vida de sossego. Vivendo num retiro ntimo, geralmente escolhem uma casa para sua ltima morada nos confins do mundo ou abrigando-se no seu seio familiar como um v ou av divertido e cheio de presena. Aqui vemos o indivduo alcanar o elixir alqumico, mas isso outra histria.Tentamos oferecer uma pequena bssola de direo para a vida nesse pequeno esboo. Mais informaes podem ser obtidas com o psiclogo de orientao junguiana Wanderson Nunes Ferreira que alm de oferecer psicoterapia, coordena grupos de estudos para desenvolvimento do potencial humano, inclusive abordando o tema descrito nessa pgina.

Uma viagem pelas cartas do Taro, antes de mais nada, uma viagem s nossas prprias profundezas. As figuras nos Trunfos do Taro contam uma histria simblica.O Louco passa pr 3 fases de 7 cartas. Cada carta uma prova que o impele a se conhecer mais, a saber mais de si mesmo.

Nosso heri (O Louco), simboliza a fonte espiritual primitiva, representando a ingenuidade e desprendimento, ele espontneo e est aberto ao novo.

No tar vamos ter um diferente estado de conscincia , que vai desde uma suprema potencialidade do Louco, at a plena conscincia ou sntese final do universo, atravs do Mundo.

Ele se lana para fora da caverna confiante e logo no comeo de sua viagem, a energia ativa e o poder masculino do impulso criativo. Ele tambm representa nossa conscincia, a fora que nos permite causar impacto no mundo atravs da concentrao da vontade individual.Quanto mais o homem perde contato com a prpria experincia imediata do esprito, tanto mais passa a depender do dogma destilado da mstica experincia dos outros.