Fichamento sobre o texto - A Dinâmica Dispar da População Mundial.

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologias e Ciências Instituto de Geografia Departamento: Geografia Humana Disciplina: Geografia da População Professor: Dr. Ulisses Fernandes Jorge da Paixão Marques Filho Fichamento do texto: A dinâmica díspar da população mundial. 1

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologias e Ciências

Instituto de Geografia

Departamento: Geografia Humana

Disciplina: Geografia da População

Professor: Dr. Ulisses Fernandes

Jorge da Paixão Marques Filho

Fichamento do texto: A dinâmica díspar da população mundial.

Rio de Janeiro.

2013

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Page 2: Fichamento sobre o texto - A Dinâmica Dispar da População Mundial.

Texto: A dinâmica díspar da população mundial (PP. 19 – 40). Primeiro

capitulo.

Thumerelle, Pierre - Jean. As Populações do Mundo. Lisboa: Piaget, 2011.

403p.

“Temos freqüentemente tendência para considerar que a humanidade entrou

numa nova era demográfica a partir do momento em que aderiu a capacidade

para decidir o número e o calendário dos nascimentos e para retardar o prazo

da morte, até se aproximar dos últimos limites biológicos acessíveis¹.” (p.19)

“Todavia, um tal poder não é mais do que o apanágio de uma minoria, ainda

que esta engrosse de dia para a dia.” (p.19)

“Os países mais desenvolvidos (de acordo com a definição das Nações Unidas:

Europa, América do Norte, Japão, Austrália e Nova Zelândia), que reagrupam

22 por cento dos habitantes do planeta, não absorvem actualmente mais de 5

por cento deste gigantesco crescimento.” (p.20)

“A África, com cerca de duas vezes menos população, absorve quatro vezes

mais...” (p.20)

”... uma observação de ordem estatística perde todo o significado a partir do

momento em que a isolamos de seu contexto histórico ou geográfico.” (p.21)

“Apenas combinando os dados e cruzando as informações é possível

compreender as diferenças de ritmos e de modalidades de evolução das

populações, no espaço e no tempo, e esperar discernir as realidades de uma

dinâmica demogeografica extremamente inconstante em todo o mundo.” (p.22)

“A amplitude da explosão demográfica contemporânea, que são tem

precedentes históricos, parece interditar a priori qualquer referencia ao

passado, é, não obstante, encontramos à escala do século um sistema de ciclos

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que, acauteladas todas as proporções, recorda e prolonga o dos períodos

anteriores.” (p.23)

“A taxa anual de crescimento começou efectivamnete a decrescer lentamente a

partir de meados dos anos 70, após mais de um século de crescimento

continuo.” (p.24)

“Tratava-se de um fenômeno absolutamente novo, jamais experimentado, e do

qual só tardiamente se tomou consciência, Sem vagas, quase

imperceptivelmente, ele modificara irreversivelmente os equilíbrios dos

grandes blocos de povos.” (p.25)

“A derrocada das taxas de fecundidade nos países mais desenvolvidos pouco

contribuiu para a inversão da tendência, dado que desde os meados do século

XX que estas taxas apenas tinham uma participação modesta no crescimento da

população mundial.” (p.25)

“A viragem proveio da alteração do comportamento das populações dos

Estados gigantes, decididamente envolvidos em políticas de redução da

natalidade.” (p.25)

“Porém, umas após outras, todas as curvas da evolução demográfica

adoptaram, a partir de um certo limiar de crescimento, muito variável – e que

ainda não foi atingido num número cada vez mais limitado de casos -, um

perfil de curva em forma de sino: subida em flecha, seguida de uma recaída.”

(p.25)

“Até os últimos anos, a desaceleração das taxas de crescimento produziu

poucos resultados tangíveis. Não foi o suficiente para contrair o efeito das

inércias da estrutura por idade e impedir que o desfasamento absoluto entre o

número de nascimento e o de mortes aumentasse sem cessar: 47 milhões de

habitantes suplementares, em média, entre 1950 e 1955, 73 entre 1970 e 1975,

muito provavelmente 90 ou 91 no inicio dos anos 90.” (p.26)

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“Contudo, os valores permanecem tão elevados que, mesmo que está tendência

para a diminuição se manifeste mais precocemente do que o previsto, nenhum

dos problemas postos pelo rápido aumento do número de homens poderá por

isso ser resolvido a curto prazo.” (p.26)

“A evolução da população mundial não é senão o resultado das dinâmicas

diferenciadas das populações nacionais em grande parte autónomas.” (p.26)

“As datas de arranque do movimento de aceleração do crescimento foram

efectivamente escalonadas desde meados do século XVIII para as mais

precoces até ao inicio do anos 1960 para as mais tardias.” (p.26)

“Contudo, foram privilegiados dois períodos, a segunda metade do século XIX

e os anos que enquadram a Segunda Guerra Mundial, e as duas grandes vagas

de expansão correspondentes, que se sobrepuseram entre os anos 20 e 30

(começo da segunda vaga) e 70 (fim da primeira vaga).” (p.26)

“A expansão foi desencadeada em todas as vezes pelos mesmos mecanismos,

recuo da mortalidade e reforço da natalidade, engendrados por um conjunto de

transformações complexas das sociedades, que a maior parte dos autores reúne

sob o terno genérico, mas muito vago de modernização.” (p.26)

“A principal novidade provém do desaparecimento dos reguladores naturais do

crescimento e da sua substituição, cada vez mais rápida, por freios sócio-

culturais.” (p.27)

“O coeficiente de multiplicação das populações depende estreitamente da

celeridade desta substituição.” (p.27)

“Se o crescimento das populações é a causa primeira das alterações nos modos

de ocupação do espaço, verifica-se contudo que estas são muito mais

diferenciadas que o seu motor demográfico, pois dependem do conjunto da

evolução do contexto geográfico e do peso das formas anteriores de ordenação

dos territórios – por outras palavras, das heranças históricas e dos níveis de

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desenvolvimento económico e social -, bem como das simples modificações

dos comportamentos demográficos.” (p.28)

“O aumento das densidades só foi proporcional ao do crescimento natural das

populações à escala dos Estados, excepto no caso de alguns países de forte

imigração ou de emigração persistente.” (p.28)

“A um nível geográfico inferior, os contrastes na repartição dos habitantes

tornaram-se mais gritantes que nunca, pois, à medida que se tornavam mais

numerosos, os homens tinham tendência para se concentrarem.” (p.28)

“Durante muito tempo, o aumento do número de homens conduziu

simultaneamente a intensificação da sua presença nos sítios já ocupados e a

uma extensão ecúmena.” (p.29)

“A uma escala inferior, a sobrecarga dos espaços agrícolas em homens

conduziu à utilização máxima das possibilidades do meio natural, até se correr

o risco de catástrofes ecológicas.” (p.29)

“No entanto, a questão do superpovoamento rural, só se põe em zonas onde as

formas tradicionais de povoamento permanecem maioritárias.” (p.29)

“Os processos de modernização que permitiram o crescimento rápido do

número de homens modificaram em profundidade e por todo o lado as

economias e as sociedades, e impuseram a concentração dos homens e das

actividades nas cidades.” (p.29)

“Em um ou dois séculos, freqüentemente em menos tempo, as cidades

tornaram-se mais numerosas e cada vez mais povoadas” (p.30)

“Quando as megalópoles, essas cidades de vários milhões de habitantes tão

características dos tempos presentes e que crescem a grande velocidade um

pouco por todo mundo, apresentam sinais de saturação, o excedente é

imediatamente assegurado por cidades de dimensões mais modestas que por,

sua vez, tendem rapidamente a transforma-se em megalópoles.” (p.30)

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“A desaceleração do crescimento demográfico não inflectiu em parte alguma

forte tendência para a concentração” (p.30)

“Em inúmeros países, o povoamento urbano já se tronou mais trivial de

ocupação do espaço. Ele progride rapidamente por todo o lado, em todos os

estratos da hierarquia territorial.” (p.30)

“O povoamento torna-se simultaneamente menos polarizado e mais

concentrado, mas esta evolução só foi tomada possível porque o crescimento

demográfico desapareceu totalmente e apenas se redistribuem nos territórios

efectivos constantes.” (p.30)

“Basta justapor, como temos vindo a fazer as dinâmica da população e a

dinâmica do povoamento, para perceber até que ponto os dois processos estão

interligados no espaço e no tempo” (p.30)

“Os geógrafos estão certamente conscientes de que o número dos homens e os

ritmos de crescimento demográfico desempenham um papel importante na

determinação das formas e da intensidade da humanização dos territórios; no

entanto, fora do microcosmos da demogeografia, apenas atribuem à evolução

intrínseca dos grupos humanos um lugar assaz secundário relativamente aos

factos econômicos, políticos ou sociais, e mesmo ambientais, na explicação das

transformações dos territórios” (p.31)

“Os demógrafos, por sua vez, apenas têm uma consciência muito vaga do

impacte das estruturas geográficas e das mobilidades espaciais sobre as

populações, tanto mais que esse impacte perde muita da sua legibilidade

difractando-se pelas múltiplas facetas do sistema social.” (p.31)

“As ciência geográficas, que sempre tiveram mais dificuldades do que as

ciências sócias em integrar as noções de dinâmica e de prospectiva, nunca

propuseram um equivalente, nem um mesmo um modelo coerente da

transformação da repartição dos homens, no espaço, para além de algumas

considerações sobre a generalização do fenômeno urbano e a padronização dos

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comportamentos humanos no interior de sistemas regionais, ou de um sistema

do mundo mais hipotético.” (p.31)

“Como nos interrogamos pouco sobre as relações existentes entre a repartição

dos homens e a dinâmica demográfica – da mesma forma que raramente

tentamos projectar o futuro do povoamento paralelamente ao das populações -,

tivemos tendência para limitar o conteúdo espacial da transição demográfica ao

das áreas de difusão do fenómeno.” (p.31)

“A idéia geral (A. Landry, K. Davis, W. Thompson, etc.) era a passagem de

um equilíbrio antigo (uma forte natalidade que compensava uma forte

mortalidade), de algum modo natural, para um equilíbrio novo (uma fraca

natalidade associada a uma fraca mortalidade), controlado pelos homens, após

a uma fase intermédia de desestabilização, que provocou um crescimento

excepcionalmente rápido.” (p.33)

“O recuo da mortalidade teve seu inicio no decurso do século XVIII, não só na

Europa e na América do Norte, mas também noutras partes do mundo,

nomeadamente na China; graças a um conjunto de progressos agronómicos

(que asseguraram uma melhor alimentação) e a um melhoramento da higiene e

da prevenção de epidemias (nomeadamente com as primeiras vacinações).”

(p.34)

“Contudo, este recuo só aumentou verdadeiramente a partir do ultimo quartel

do século XIX, no conjunto de países que hoje designamos por desenvolvidos,

e foi interrompido noutras zonas, antes de ter retomado recentemente.” (p.34)

“Parece ter operado mais por saltos sucessivos que de uma forma continua, ao

saber tanto dos progressos económicos, sociais e educativos, como dos

progressos médicos ou sanitários, todos estes factores são, de qualquer forma,

estreitamente interdependentes, sendo as cronologias da sua difusão bastante

fluidas.” (p.35)

“Nos países que primeiro beneficiaram do conjunto, destes progressos (França,

Escandinávia, Boémia, desde o final do século XVIII, a maior parte da Europa

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e a América do Norte na primeira metade do século XIX), a mortalidade

diminuiu lentamente com períodos de interrupção do recuo durante o século

XIX (últimas epidemias, crises económicas, efeitos da urbanização em massa e

do pauperismo...), depois, de uma forma muito rápida, entre o inicio do século

XX e os anos 60 e mais lentamente nos anos subseqüentes.” (p.35)

“Nos países onde a difusão do fenómeno foi mais tardia (no final do século

XIX para a Espanha, Portugal, a Roménia, Bulgária, a Rússia, o Japão), a

regressão foi muito mais rápida e mais regular, à excepção dos períodos de

guerra.” (p.35)

“Raros foram os países onde um recuo da natalidade acompanhou

imediatamente o da mortalidade: a França, incontestavelmente (no Sudoeste, a

dimensão das famílias começou a declinar desde a segunda metade do século

XVIII), na Boémia e talvez países nórdicos.” (p.36)

“Regra geral, houve um desfasamento de uma a duas gerações entre os dois

acontecimentos. Efectivamente, foi necessário esperar pelo ultimo quartel do

século XIX para a redução da fecundidade.” (p.36)

“A luta contra a morte é tão velha como a humanidade e, se nos interrogarmos

sobre as causas e o alcance inútil determo-nos a pensar nas motivações que

parece serem evidentes” (p.36)

“No entanto, não deixamos de perguntar-nos que considerações conduziram os

casais s limitar a sua descendência, em oposição às tradições morais e aos

ensinamentos religiosos.’ (p.36)

“O conceito de modernização, já antes evocado, não fornece mais do que uma

resposta provisória, mas cómoda, à qual nos ateremos por agora.” (p.36)

“O vigor da expansão demográfica durante a transição depende , quer da sua

disposição no tempo quer da amplitude do desvio entre mortalidade e

naturalidade, ele próprio directamente função do nível de reprodução no

momento em que se inicia a alteração de ritmo.” (p.36)

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“Era relativamente baixo na Europa e na América do Norte, em relação ao que

se observou mais tarde na Ásia, em África ou na America Latina nas mesmas

circunstâncias, certamente porque uma tradição de nupcialidade tardia limitava

já os nascimentos nessas zonas.” (p.36)

“Nunca as taxas de crescimento natural foram tão elevadas na Europa. Em

meados dos anos 60, foi completado por toda a parte o ciclo; desde então, a

fecundidade mantém-se ai a um nível igual ou inferior ao nível de substituição

das gerações.” (p.38)

“A sua variante norte - ocidental (países escandinavos, Reino Unido, Holanda)

fornece o protótipo do esquema escolar habitual da transição: arranque por

volta de 1815, crescimento máximo de cerca de 1,5 por cento em 1870-1880,

primeira aproximação entre as taxas de natalidade e de mortalidade nos anos de

1920-1930, anulada pelo baby boom, ajustamento final por volta de 1970,

duração total na ordem dos 150 anos.” (p.38)

“A expansão demográfica durante a primeira fase da transição não só

contribuiu para densificar o povoamento do Velho Continente, como participou

consideravelmente ao povoamento dos novos mundos americano e oceânico,

para onde afluíram mais de 50 milhões de emigrantes europeus entre 1830 e

1930.” (p.39)

“Em todos estes países, as taxas de crescimento natural permaneceram durante

muito tempo elevadas e decresceram linearmente, em contradição com o

movimento cíclico dos modelos clássicos de transição. Efectivamente, a

chegada constante de elementos jovens pela via da imigração manteve a

natalidade a um nível elevado nesses países, independentes dos níveis de

fecundidade, grosseiramente nivelados com os dos países europeus.” (p.39)

“Um certo numero destes países completou ou encontra-se já em vias de

completar a sua transição e de sair do subdesenvolvimento. Outros iniciaram-

na tão recentemente que torna difícil fazer qualquer comentário sobre a forma

que ela revestira ao fim de um certo tempo. (p.39)

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“Contrariamente aos perfis baixos, estacionário, das curvas de taxas de

crescimento dos tipos europeus, estamos aqui perante perfis em foram de sino,

que podemos matizar quer em função do nível máximo de crescimento

registado, quer em função do seu alargamento.” (p.39)

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