Fichamento Práticas Interdisciplinares

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FICHA RESUMO DO TEXTO Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- UFPel Área: Subprojeto das Ciências Sociais Nome do Bolsista: Jessica Rodrigues Araujo Cunha Referência Bibliográfica: POMBO, Olga. Práticas Interdisciplinares, Porto Alegre, ano 8, nº 15, jan/jun, p. 208-249, 2006. Título do texto: Práticas Interdisciplinares. A autora inicia o seu texto afirmando que o aumento da interdisciplinaridade está ligada com o aumento das novas disciplinas, disciplinas essas que são criadas através do cruzamento de outras, fazendo com que se torne cada vez mais articulado o conjunto dos tantos ramos existentes do saber. Ciências de fronteiras, interdisciplinaridade e interciências Através desse desenvolvimento da ciência, a autora destaca três novas ciências que são resultantes do reordenamento da cartografia dos saberes. Os três tipos são: Ciências de fronteiras – São as disciplinas hibridas, aquelas que se dão através do cruzamento de duas outras (ex.: ciências da natureza + ciências sociais e humanas = biologia social) Interdisciplinas – São as disciplinas que surgem com

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FICHA RESUMO DO TEXTO

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- UFPel

Área: Subprojeto das Ciências Sociais

Nome do Bolsista: Jessica Rodrigues Araujo Cunha

Referência Bibliográfica: POMBO, Olga. Práticas Interdisciplinares, Porto

Alegre, ano 8, nº 15, jan/jun, p. 208-249, 2006.

Título do texto: Práticas Interdisciplinares.

A autora inicia o seu texto afirmando que o aumento da interdisciplinaridade

está ligada com o aumento das novas disciplinas, disciplinas essas que são

criadas através do cruzamento de outras, fazendo com que se torne cada vez

mais articulado o conjunto dos tantos ramos existentes do saber.

Ciências de fronteiras, interdisciplinaridade e interciências

Através desse desenvolvimento da ciência, a autora destaca três novas ciências

que são resultantes do reordenamento da cartografia dos saberes.

Os três tipos são:

Ciências de fronteiras – São as disciplinas hibridas, aquelas que se dão

através do cruzamento de duas outras (ex.: ciências da natureza +

ciências sociais e humanas = biologia social)

Interdisciplinas – São as disciplinas que surgem com autonomia

acadêmica a partir da década de 40/50. São resultados do cruzamento

de disciplinas cientificas com o campo industrial e organizacional (ex.:

psicologia industrial)

Interciências – São aquelas que foram construídas através da

confluência de várias outras disciplinas, de diferentes áreas de

conhecimento (ex.: ecologia)

O exemplo das ciências cognitivas

A ciência cognitiva seria um exemplo de interciência. Ainda não se consegue

dizer o que é uma ciência cognitiva, pois existe uma pluralidade nela. Ela é

formada por basicamente cinco disciplinas dominantes: a psicologia, a

linguística, a filosofia, a inteligência artificial e as neurociências. Mas ainda

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assim, essa ciência possui disciplinas, sub disciplinas, especialidades, etc. Ela é

uma ciência plural, um conjunto disciplinar aberto, não se caracteriza como algo

tradicional, por isso não segue as mesmas regras que uma disciplina

tradicional.

Por ainda se tratar de uma ciência jovem, fica difícil traçar uma estrutura, para

que a cognição se constitua como um efetivo objeto de ciência, é necessário

que se delimite um domínio de fenômenos perfeitamente identificável em

termos conceituais. Esse ainda se constitui como um terreno pouco delimitado.

Até agora foi possível identificar três características na ciência cognitiva:

Funcionalidade – cognição possui operações de conhecimento

Formalidade – Eficácia das próprias representações (simbólicas ou

espaciais)

Internalidade – Conjunto de regras e instruções

A partir dessas três características a cognição passa a ser genericamente uma

“computação de representações”, mas ainda assim constitui uma área aberta,

que comporta uma imensidão de abordagens e análises.

A autora traça uma ligação entre a ciência cognitiva com a cibernética, o que

leva a uma extensão de investigações relacionadas a mesma.

Os três eixos fundamentais dessas investigações são:

1. Das competências cognitivas:

Percepção

Linguagem

Inferência

Ação

2. Dos níveis de abordagem dos fenômenos

Biológico

Psicológico

Computacional

Matemático

3. Aquisição temporal das capacidades cognitivas

Através da junção desses três eixos, se pode classificar as investigações na

ciência cognitiva em trinta e dois tipos diferentes. Mas ainda não é possível

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determinar uma única área de investigação comum as ciências cognitivas.

Isso nos leva a acreditar na hipótese mais forte sobre a ciência cognitiva, de

que esse é uma nova disciplina, porém sua natureza é interdisciplinar.

A ciência cognitiva surge então como uma galáxia de disciplinas, que possui um

novo tipo de estrutura disciplinar, flexível, aberta, horizontal e auto-determinada.

Novas estruturas institucionais da investigação interdisciplinar

Primeiramente deve-se entender que a interdisciplinaridade é uma prática que

se produz e reproduz como tal.

O Santa Fe Institute (SFI) utiliza da interdisciplinaridade. Essa é uma

comunidade que se preocupa com a natureza do interdisciplinar e através disso

define uma nova ciência. Dessa forma, trabalha com temas integrados.

Para uma tipologia das práticas e investigação interdisciplinar a autora descreve

o nosso momento como de surgimento de práticas que englobem e desenvolva

esse novo momento. Isso deve ocorrer a partir de:

Práticas de importação – Reconhecimento da necessidade de

transcender as fronteiras disciplinares

Cruzamento – São relativas a problemas que se originam em uma

disciplina e passa para outra e acabam circulando.

Convergências – Seria a análise para encontrar um terreno comum para

tantas disciplinas.

Descentração – Práticas que tem na sua origem a irrupção de problemas

impossíveis de reduzir as disciplinas tradicionais.

Comportamento – Deve-se ter um esforço conjugado, visando não

apenas trocar informações, mas fazer circular um saber, explorar com o

objetivo de encontrar respostas.

Em resumo a autora apresenta o que se deu com o avanço da educação,

tecnologia e ciência e como isso pode ser aproveitado pela interdisciplinaridade.

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Análise crítica do texto: A autora mostra de forma completa e até um pouco

complexa a ideia da interdisciplinaridade atrelada a tecnologia e seus avanços.

A interdisciplinaridade nesse contexto apresentado, deve ser praticada e

reproduzida, porém através de uma ciência que ainda não possui algo

delimitado, o que dificulta então o trabalho de docentes que pretender aplicar

esse modelo nas escolas e instituições. Mesmo a autora usando exemplos,

vemos que nos mesmo há dificuldades de entendimento e aplicação, o que nos

faz concluir novamente o quão complicado é colocar a interdisciplinaridade em

prática.