Fichamento Johnston 1

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5/24/2018 FichamentoJohnston1-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/fichamento-johnston-1 1/16 FACULDADE UNIÃO DE CAMPO MOURÃO  – UNICAMPO PSICOLOGIA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO  ACADÊMICOS:  ANIELLE DE OLIVEIRA JOHNSTON MANOEL GONÇALVES RAISSAVIRGINEA ROCHA BUENO SARAH RODRIGUES DE BARROS DE OLIVEIRA REFERENCIA:  ANTUNES, R.. Adeus ao trabalho, ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 8ª edição. São Paulo.Dany Editora Ltda.2002. FICHAMENTO I:FORDISMO, TOYOTISMO E ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL “Em 1890, nos países de capitalismo avançado, houve profundas transformações no mundo do trabalho, nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, nas formas de representação sindical e política. Foram tão intensas que podemos afirmar que a classe que vive do trabalho sofreu a mais aguda crise deste século, que atingiu sua materialidade, mas teve repercussões na sua subjetividade e afetando sua forma de ser.” (Antunes, 2002, pg. 23) “Nos anos 80, a automação, a robótica e a microeletrônica invadiram o universo fabril, inserindo-se e desenvolvendo-se nas relações de trabalho e de produção do capital. O fordismo e o taylorismo já não são únicos e mesclam-se com outros processos produtivos, sendo em alguns casos até substituídos, como a experiência japonesa do toyotismo que permite constatar.” (Antunes, 2002, pg, 23, 24) “Novos processos de trabalhos emergem, onde o cronômetro e a produção em série e de massa são substituídos pela flexibilização da produção, pela especialização flexível, por novos padrões de busca de produtividade, por novas formas de adequação da produção à lógica do mercado. O toyotismo penetra, mescla-se ou mesmo substitui o padrão fordista dominante, em várias partes do capitalismo globalizado. Vivem-se formas transitórias de produção, cujos desdobramentos são também agudos, no que diz respeito aos direitos do trabalho. Estes são

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  • FACULDADE UNIO DE CAMPO MOURO UNICAMPO

    PSICOLOGIA

    PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

    ACADMICOS: ANIELLE DE OLIVEIRA

    JOHNSTON MANOEL GONALVES

    RAISSAVIRGINEA ROCHA BUENO

    SARAH RODRIGUES DE BARROS DE OLIVEIRA

    REFERENCIA:ANTUNES, R.. Adeus ao trabalho, ensaio sobre as

    metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 8 edio. So Paulo.Dany

    Editora Ltda.2002.

    FICHAMENTO I:FORDISMO, TOYOTISMO E ACUMULAO FLEXVEL

    Em 1890, nos pases de capitalismo avanado, houve profundas transformaes no

    mundo do trabalho, nas suas formas de insero na estrutura produtiva, nas formas de

    representao sindical e poltica. Foram to intensas que podemos afirmar que a

    classe que vive do trabalho sofreu a mais aguda crise deste sculo, que atingiu sua

    materialidade, mas teve repercusses na sua subjetividade e afetando sua forma de

    ser. (Antunes, 2002, pg. 23)

    Nos anos 80, a automao, a robtica e a microeletrnica invadiram o universo fabril,

    inserindo-se e desenvolvendo-se nas relaes de trabalho e de produo do capital. O

    fordismo e o taylorismo j no so nicos e mesclam-se com outros processos

    produtivos, sendo em alguns casos at substitudos, como a experincia japonesa do

    toyotismo que permite constatar. (Antunes, 2002, pg, 23, 24)

    Novos processos de trabalhos emergem, onde o cronmetro e a produo em srie e

    de massa so substitudos pela flexibilizao da produo, pela especializao

    flexvel, por novos padres de busca de produtividade, por novas formas de

    adequao da produo lgica do mercado. O toyotismo penetra, mescla-se ou

    mesmo substitui o padro fordista dominante, em vrias partes do capitalismo

    globalizado. Vivem-se formas transitrias de produo, cujos desdobramentos so

    tambm agudos, no que diz respeito aos direitos do trabalho. Estes so

  • desregulamentados, so flexibilizados, de modo a dotar o capital do instrumental

    necessrio para adequar-se a sua nova fase. Direitos e conquistas histricas dos

    trabalhadores so substitudos e eliminados do mundo da produo. Diminui-se ou

    mescla-se, o despotismo taylorista, pela participao dentro da ordem e do universo

    da empresa, pelo envolvimento manipulatrio, prprio da sociabilidade moldada

    contemporaneamente pelo sistema produtor de mercadorias. (Antunes, 2002, pg. 24)

    Reiterando que entendemos o fordismo fundamentalmente como a forma pela qual a

    indstria e o processo de trabalho consolidaram-se ao longo deste sculo, cujos

    elementos constitutivos bsicos eram dados pela produo em massa, atravs da

    linha de montagem e de produtos mais homogneos, atravs do controle dos tempos

    e movimentos pelo cronmetro taylorista e da produo em srie fordista, pela

    existncia do trabalho parcelar e pela fragmentao das funes, pela separao entre

    elaborao e execuo no processo de trabalho, pela existncia de unidades fabris

    concentradas e verticalizadas e pela consolidao do operrio massa, do trabalhador

    coletivo fabril, entre outras, compreendemos o fordismo junto com o taylorismo,

    predominou na grande indstria capitalista ao longo deste sculo. (Antunes, 2002, pg.

    24,25)

    Segundo Sabel e Piore, especializao flexvel seria a expresso de uma

    processualidade tendo especialmente a Terceira Itlia, como experincia concreta,

    teria possibilitado o advento de uma forma produtiva que articula, de um lado, um

    significativo desenvolvimento tecnolgico e, de outro, uma desconcentrao produtiva

    baseada em empresas mdias e pequenas, artesanais, superando o padro fordista

    at ento dominante. Um processo artesanal, mais desconcentrado e

    tecnologicamente desenvolvido, produzindo para um mercado mais localizado e

    regional, que extingue a produo em srie, inspirado num neoproudonismo, seria

    ento responsvel pela superao do modelo produtivo que at recentemente

    dominou o cenrio da produo capitalista. O elemento causal da crise capitalista seria

    encontrado nos excessos do fordismo e da produo em massa, prejudiciais ao

    trabalho, e supressores da sua dimenso criativa. (Antunes, 2002, pg, 25)

    Muitas crticas foram feitas a esses autores mostrando, de um lado, a impossibilidade

    de generalizao desse modelo, e, de outro, o carter epidrmico dessas mudanas.

    Coriat, afirma que a hiptese da substituio da produo baseada em economia de

    escala, empiricamente irrealizvel, como o princpio exclusivo da especializao

    flexvel sustenta-se num mercado essencialmente segmentado e instvel. (Antunes,

    2002, pg. 25,26)

  • Clarke, alega que a tese original da especializao flexvel no universalmente

    aplicvel, traz incoerncias no se sustenta empiricamente quando se refere

    superao do mercado de massa e incapacidade de esta produo adequar-se s

    mudanas econmicas, como suposta correlao entre a nova tecnologia e a escala

    e as formas sociais da produo. Reafirma que a especializao flexvel acarretou a

    intensificao do trabalho e consiste em um meio de desqualifica-lo e desorganiza-lo.

    Sua proposio mais polmica quando desenvolve a tese de que o fordismo dotado

    de dimenso flexvel, capaz portanto de assimilar todas as mudanas em curso, dentro

    de sua lgica, os princpios do fordismo j se demostram aplicveis a uma gama

    extraordinariamente ampla de contextos tcnicos. Dotado de uma concepo ampliada

    do fordismo, Clarke v a crise atual de reproduo do capital no como uma

    reestruturao ps-fordista e conclui, a crise do fordismo no nada de novo,

    apenas a mais recente manifestao da crise permanente do capitalismo.

    (Antunes,2002, pg.26)

    Frank Annunziato mostra que Piore e Sabel entendem a produo artesanal como um

    meio necessrio para a preservao do capitalismo, que Annunziato contesta: o

    fordismo domina a economia dos EUA at hoje, medida que tem um processo de

    trabalho taylorizado e dotado de uma hegemonia capitalista que penetra no interior

    das organizaes de trabalhadores, tanto sindicais quanto nos partidos polticos.

    (Antunes, 2002, pg,26,27)

    Para Murray, as condies histricas e particulares podem possibilitar, como no caso

    italiano, o aparecimento dessas unidades produtivas menores. Lista, entre os

    elementos mais importantes na definio da planta industrial, o tipo do produto, as

    opes tecnolgicas existentes, o controle do processo produtivo, as relaes

    industriais e a legislao estatal. (Antunes, 2002, pg. 27)

    O autor mostra que a articulao entre descentralizao produtiva e avano

    tecnolgico, na particularidade italiana, tem um claro sentido de combater a autonomia

    e coeso de setores do operariado italiano, a ponto de chegar a sugerir uma

    necessria reconsiderao do papel do trabalhador coletivo de massa, forte na Itlia

    nos anos 60 e 70. O artigo define as vrias formas de descentralizao produtiva,

    mostrando que a fragmentao do trabalho, adicionada ao incremento tecnolgico,

    pode possibilitar ao capital tanto uma maior explorao quanto um maior controle

    sobre a fora de trabalho. (Antunes, 2002, pg. 27)

    Segundo Harvey, os padres de vida para a populao trabalhadora dos pases

    capitalistas centrais mantiveram relativa estabilidade e os lucros monoplicos tambm

  • eram estveis. Porm, depois da aguda recesso instalada a partir de 1973, teve incio

    um processo de transio no interior do processo de acumulao de capital. Para ele o

    fordismo se manteve forte at em 1973 baseado numa produo em massa.

    (Antunes, 2002, pg. 28)

    Em sua sntese sobre a acumulao flexvel nos diz que essa fase da produo

    marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apoia na

    flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e

    padres de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produo

    inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de servios financeiros, novos

    mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovao comercial,

    tecnolgica e organizacional. A acumulao flexvel envolve rpidas mudanas dos

    padres do desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regies

    geogrficas, criando, um vasto movimento no emprego no chamado setor de servios,

    bem como conjuntos industriais completamente novos em regies at ento

    subdesenvolvidas. (Antunes, 2002, pg.28)

    Mesmo distante daqueles que falam em novos processos produtivos, quanto

    daqueles que no veem novas e mesmo significativas transformaes no interior do

    processo de produo de capital, Harvey reconhece a existncia de uma combinao

    de processos produtivos, articulando o fordismo com processos flexveis, artesanais

    tradicionais. Mas considero igualmente perigoso fingir que nada mudou, quando os

    fatos da desindustrializao e da transferncia geogrfica de fbricas, das prticas

    mais flexveis de emprego do trabalho e da flexibilidade dos mercados de trabalho, da

    automao e da inovao de produtos olham a maioria dos trabalhadores de frente.

    (Antunes, 2002, pg. 28,29)

    Como consequncias dessas formulaes, Harvey desenvolve sua tese de que a

    acumulao flexvel, na medida em que ainda uma forma prpria do capitalismo,

    mantm trs caractersticas essenciais desse modo de produo. Primeira: voltada

    para o crescimento, segunda: este crescimento em valores reais se apoia na

    explorao do trabalho vivo no universo da produo e terceira: o capitalismo tem uma

    intrnseca dinmica tecnolgica e organizacional. Em condies de acumulao

    flexvel, parece que sistemas de trabalho alternativos podem existir lado a lado, de

    uma maneira que permita que os empreendedores capitalistas escolham vontade

    entre eles, O mesmo molde de camisa pode ser produzido por fabricas de larga escala

    na ndia, pelo sistema cooperativo da Terceira Itlia, por exploradores em Nova York e

  • Londres, e por sistemas de trabalho familiar em Hong Kong. (Antunes, 2002,

    pg.29,30)

    A consequncia dessa processualidade foi que ocorreram altos nveis de desemprego

    estrutural e houve retrocesso da ao sindical. O individualismo exacerbado

    encontrou, tambm, condies sociais favorveis, entre tantas outras consequncias

    negativas. Se essas experincias da acumulao flexvel, trouxeram tantas

    consequncias, foi o toyotismo ou o modelo japons, que maior impacto tem causado,

    tanto pela revoluo tcnica que operou na indstria japonesa, quanto pela

    potencialidade de propagao que alguns dos pontos bsicos do toyotismo tem

    demonstrado, expanso que hoje atinge uma escala mundial. (Antunes, 2002, pg. 30)

    Coriat fala em quatro fases que levaram ao advento do toyotismo. Primeira: a

    introduo, na indstria automobilstica japonesa, da experincia do ramo txtil,

    especialmente pela necessidade de o trabalhador operar simultaneamente com vrias

    mquinas. Segunda: a necessidade de a empresa responder crise financeira,

    aumentando a produo sem aumentar o nmero de trabalhadores. Terceira: a

    importao das tcnicas de gesto dos supermercados dos EUA, que deram origem

    ao Kanban. Quarta fase: a expanso do mtodo kanban para as empresas

    subcontratadas e fornecedores. Ele acrescenta ainda outros traos significativos do

    toyotimismo: a necessidade de atender a um mercado interno que solicita produtos

    diferenciados e pedidos pequenos, dadas as condies limitadas do ps-guerreira no

    Japo. Diz o autor: nesta condies, a competncia a competitividade determinaram-

    se a partir da capacidade para satisfazer rapidamente pedidos pequenos e variados.

    Assim nasce o ohnismo. (Antunes, 2002, pg.30,31)

    Por fim, havia que enfrentar o combativo sindicalismo japons, responsvel por uma

    atuao marcada por muitos confrontos grevistas, e que se constitua num entrave

    expanso do toyotismo. Em 1950, houve um expressivo movimento grevista contra um

    processo de demisses em massa na Toyota. A longa greve dos metalrgicos foi

    derrotada pela Toyota. Foi a primeira derrota do sindicalismo combativo no Japo. Em

    1952/1953, desencadeou-se uma nova luta sindical em vrias empresas, que teve

    durao de 55 dias e onde o sindicalismo foi novamente derrotado. importante

    lembrar que Nissan, neste conflito recorrei ao lockout, como forma de desmoralizar a

    greve. Aps a represso que se abateu sobre os principais lderes sindicais, as

    empresas aproveitaram a desestruturao do sindicalismo combativo e criaram o que

    se constituiu no trao distintivo do sindicalismo japons da era toyotista: o sindicalismo

  • de empresa, os sindicato- casa, atado ao iderio e ao universo patronal. (Antunes,

    2002, pg. 31,32)

    No ano seguinte, 1954, esse mesmo sindicato foi considerado ainda pouco

    cooperativo, sendo por isso dissolvido e substitudo por um novo sindicato inserido no

    espirito Toyota com o lema: proteger nossa empresa para defender a venda. Essa foi

    a condio essencial para o sucesso capitalista da empresa japonesa e, em particular,

    da Toyota. Os sindicatos tem, como o caso da Nissan, papel relevante na

    meritocracia da empresa, na medida em que opinam sobre a ascenso funcional dos

    trabalhadores. Coriat diz, referindo-se tambm ao sindicalismo japons, que em vrias

    situaes a passagem pelo sindicato uma condio para ascender a funo de

    responsabilidade, sobre tudo em matria de administrao de pessoal, o que vincula

    ainda mais o sindicato a hierarquia das empresas. Foi a partir destes condicionantes

    histricos que se gestou o modelo japons, que aqui estamos chamando de

    toyotismo. (Antunes, 2002, pg. 32)

    Seus traos constitutivos bsicos podem ser assim resumidos: ao contrrio do

    fordismo, a produo sob o toyotismo voltada e conduzida diretamente pela

    demanda. este quem determina o que ser produzido, e no o contrrio, como se

    procede na produo em srie e de massa do fordismo. O melhor aproveitamento

    possvel do tempo de produo, garantido pelo just in time. O kanban, placas que

    so utilizadas para reposio das peas, fundamental, medida que se inverte o

    processo: do final, aps a venda, que se inicia a reposio de estoques, e o kanban

    a senha utilizada que alude necessidade de reposio das peas ou produtos,

    associado ao modelo de funcionamento dos supermercados, que repem os produtos,

    depois da venda.(Antunes,2002, pg. 32,33)

    Para atender s exigncias mais individualizadas de mercado, preciso que a

    produo se sustente num processo produtivo flexvel, que permita a um operrio

    operar com vrias mquinas, rompendo-se com a relao um homem, uma mquina

    que fundamenta o fordismo. E a chamada polivalncia do trabalhador japons.

    (Antunes. 2002, pg. 33)

    Do mesmo modo, o trabalho passa a ser realizado em equipe, rompendo-se com o

    carter parcelar tpico do fordismo. Alm da flexibilidade do aparato produtivo,

    preciso tambm a flexibilidade da organizao do trabalho. Neste ponto encontra-se

    mais uma ntida diferena frente rigidez do fordismo. Gounet nos diz que esta uma

    das maiores dificuldades para a expanso ampliada do toyotismo junto s estruturas

    produtivas j existentes e resistentes a essa flexibilizao. Ao contrrio da

  • verticalizao fordista, onde ocorreu uma integrao vertical, medida que as

    montadoras ampliaram as reas de atuao produtiva, no toyotismo tem-se uma

    horizontalizao, reduzindo-se o mbito de produo da montadora e estendendo-se

    s subcontratao, s terceiras, a produo de elementos bsicos, que no fordismo

    so atributos das montadoras. Desse modo, kanban, just in time, flexibilizao,

    controle de qualidade total, eliminao do desperdcio, gerncia participativa, entre

    outros elementos, propagam-se intensamente. (Antunes, 2002, pg. 33,34)

    A diminuio da porosidade no trabalho aqui ainda maior do que no fordismo. Este

    trao do toyotismo possibilita forte crtica de Gounet a Coriat, dizendo que reconhece

    que o sistema de luzes permite um melhor controle da direo sobre os operrios, mas

    omite o principal: que esse mtodo serve para elevar continuamente a velocidade da

    cadeia produtiva. Ao permanecer oscilando, a direo pode descobrir os problemas

    antecipadamente e suprimi-los de modo a acelerar a cadncia at que o prximo

    problema ou dificuldade apaream. (Antunes, 2002, pg.34)

    O toyotismo estrutura-se a partir de um nmero mnimo de trabalhadores, ampliando-

    os atravs de horas extras, trabalhadores temporrios ou subcontratao, dependendo

    das condies de mercado. Isto explica por que um operrio da Toyota trabalha

    aproximadamente 2.300 horas, em mdia, por ano, enquanto, na Blgica outras

    montadoras, trabalha entre 1.550 e 1.650 horas por ano. Em 1987, estimou o numero

    necessrio de horas por homem, para fabricar um veculo: 19 horas no arquiplago;

    26,5 horas em mdia nos EUA; 22,6 horas nas melhores fbricas europeias e 35,6

    horas em mdia na Europa, quase duas vezes mais que no Extremo

    Oriente.(Antunes, 2002, pg. 34,35)

    Gounet sintetiza: O toyotismo uma resposta crise do fordismo dos anos 70. Ao

    invs da linha individualizada, ele se integra em uma equipe. Ao invs de produzir

    veculos em massa, ele fabrica um elemento para a satisfao da equipe que est na

    sequencia da sua linha. E conclui, em sntese, com o toyotismo, parece desaparecer o

    trabalho repetitivo, ultra-simples, desmotivante e embrutecedor. Finalmente, estamos

    na face do enriquecimento das tarefas, da satisfao do consumidor, do controle de

    qualidade. (Antunes, 2002, pg. 35)

    Diz que: crculos e controles de qualidade no sistema da Toyota, os engenheiros do

    cho de fbrica deixam de ter um papel estratgico e a produo controlada por

    grupos de trabalhadores. O controle de qualidade apenas uma parte do CCQ. A

    Toyota trabalha com grupos de oito trabalhadores... Se apenas um deles falha, o

    grupo perde o aumento, portanto este ultimo garante a produtividade assumindo o

  • papel que antes era da chefia. O mesmo tipo de controle feito sobre o

    absentesmo.(Antunes, 2002, pg. 35)

    Coriat, ao incorporar a formulao de outro autor: O sindicalismo no Japo, embora

    dominado pela forma do sindicato de empresas, deve ser apreendido como um

    continuum que vai dos sindicatos fortemente burocratizados e que organizam

    centenas de milhares de assalariados, at a sociedade de uma pequena empresa que

    se transforma, de maneira episdica, em negociador coletivo. (Antunes, 2002, pg.36)

    Sobre o emprego vitalcio Watanabe diz que: Esse sistema comeou em 1961. Para

    obter dos trabalhadores o compromisso com o aumento da qualidade e produtividade,

    os empresrios ofereciam esta vantagem. No entanto, esta pratica foi adotada apenas

    nas grandes empresas, atingindo, aproximadamente, 30% dos trabalhadores

    japoneses. necessrio lembrar que a instituio do emprego vitalcio est altamente

    ligada estrutura salarial, que correspondeu necessidade das empresas de garantir

    a permanncia dos trabalhadores na mesma fbrica. Com aposentadoria aos 55 anos,

    o trabalhador transferido para um emprego menos remunerado em empresas de

    menor porte e prestgio.(Antunes, 2002, pg.36)

    h tambm, no universo do emprego vitalcio, uma outra decorrncia das condies

    de trabalho no arquiplago: O karoshi, termo que se refere morte sbita no trabalho,

    provocada pelo ritmo e intensidade, que decorrem da busca incessante do aumento da

    produtividade. (Antunes, 2002, pg. 36)

    Coriat sugere que, em um universo internacionalizado, se as lies japonesas so

    copiadas em todas as partes, porque correspondem fase atual de um capitalismo,

    que se caracteriza pelo crescimento da concorrncia, pela diferenciao e pela

    qualidade, condies originais da constituio do mtodo ohmiano. Os traos crticos

    que apresenta so diludos, e a eles se sobrepem os traos de vantagens do modelo

    japons. Sua concluso lmpida: Para a empresa ocidental, o desafio, o que

    consiste em passar do envolvimento incitado ao envolvimento negociado. Assim, a

    pratica j antiga da co-determinao de tipo alem ou sueca em mais de um aspecto

    tem sabido abrir-se para permitir a estes novos acordos dinmicos de tipo japons,

    onde a qualificao, a formao e os mercados internos esto sistematicamente

    construdos como base da produtividade e da qualidade. Seria um ultimo paradoxo, e

    em verdade magnifico, se a lio japonesa, ao transferir-se para a velha Europa,

    pudesse traduzir-se finalmente em uma democracia.(Antunes, 2002, pg. 37)

  • Cremos, ao contrrio, que a introduo e expanso do toyotismo na velha Europa

    tender a enfraquecer ainda mais o que se conseguiu preservar do welfare state, uma

    vez que o modelo japons esta muito mais sintonizado com a lgica neoliberal do que

    com uma concepo verdadeiramente social-democratica. No difcil concluir que a

    Vantagem japonesa, dada por um ganho salarial, decorrente da produtividade, que

    beneficia uma parcela minoritria da classe trabalhadora no prprio Japo, dar-se-ia

    reduzindo ainda mais as condies da populao trabalhadora que depende dos

    fundos sociais. Menos do que social-democratizao do toyotismo, teramos uma

    toyotizao descaracterizadora e desorganizadora da social-democracia.(Antunes,

    2002, pg. 37,38)

    Naturalmente, formulaes como a de Coriat, que defendem a introduo do

    Toyotismona Europa, inserem-se na busca de uma sada para a atual crise do

    capitalismo, uma nova forma de regulao e um novo ordenamento social pactuado

    entre capital, trabalho e Estado, relao esta concebida como cooperativa. Isto supe,

    evidentemente, a incorporao e aceitao, por parte dos trabalhadores da politica

    concorrencial e de competitividade, que passa a fornecer o iderio dos trabalhadores.

    (Antunes, 2002, pg. 38)

    A consequncia mais evidente o distanciamento pleno de qualquer alternativa para

    alm do capital, como, por exemplo, a questo do desemprego estrutural, que

    atualmente esparrama-se por todo o mundo, em dimenses impressionantes, e que

    no poupa nem mesmo o Japo, que nunca contou com excesso de fora de trabalho.

    Por isso no temos dvida em enfatizar que a ocidentalizao do toyotismo

    conformaria em verdade uma decisiva aquisio do capital contra o trabalho.

    (Antunes, 2002, pg. 38,39)

    Queremos aqui to-somente enfatizar que a referida diminuio entre elaborao e

    execuo, entre concepo e produo, que constantemente se atribui ao toyotismo,

    s possvel porque se realiza no universo estrito e rigorosamente concebido do

    sistema produtor de mercadorias, do processo de criao e valorizao do capital

    (Antunes, 2002, pg. 39)

    O estranhamento prprio do toyotismo aquele dado pelo envolvimento cooptado,

    que possibilita ao capital apropriar-se do saber e do fazer do trabalho. Por isso

    pensamos que se possa dizer que, no universo da empresa da era da produo

    japonesa, vivencia-se um processo de estranhamento do ser social que trabalha, que

    tendencialmente se aproxima do limite. Neste preciso sentido um estranhamento

    ps-fordista.(Antunes, 2002, pg. 40)

  • A derrocada do Leste europeu, do (neo)stalinismo e da esquerda tradicional que

    chamou de fim do socialismo, tambm tiveram forte repercusso nos organismos de

    representao dos trabalhadores, que se veem ainda mais na defensiva. A esquerda

    tem sido incapaz, at o presente, de mostrar, para amplos contingentes sociais, que o

    desmoronamento do Leste europeu no significou o fim do socialismo, mas sim o

    esgotamento de uma tentativa de construo de uma sociedade que no conseguiu ir

    alm do capital e que por isso no pode constituir-se nem mesmo enquanto sociedade

    socialista. (Antunes, 2002, pg. 41)

    FICHAMENTO CAPITULO II AS METARMOFOSES NO MUNDO DO TRABALHO

    Podemos ver pelos dados seguintes do grfico (imagem pg.48) a forma como

    apontam a questo da desproletarizao do trabalho fabril industrial, comeando pela

    retrao dos trabalhadores, e de outro lado o grande crescimento da indstria de

    servios. (ANTUNES, 2002, pg.48).

    Podemos ver a diminuio de operrios na Itlia, e logo podemos ver projeto de

    empresas japonesas em eliminar completamente o trabalho manual na indstria. No

    Canad foi previsto aumento do desemprego devido a consequncia da automao.

    (ANTUNES, 2002, pg.49).

    Como podemos essa tendncia em pases capitalistas avanados vem reduzindo o

    proletariado fabril, industrial e manual. Levando em conta a subproletarizao do

    trabalho vimos formas de trabalhos precrios, como trabalho terceirizado levando a

    economia informal de forma onde no se tem sindicatos, nem cumprimento das

    normas legais de trabalho como os direitos sociais. (ANTUNES, 2002, pg.49/50).

    Houve uma grande reduo de empregados em tempo integral, em diversos pases

    como na Frana, Inglaterra, EUA. E com isto teve um grande aumento nos trabalhos

    flexveis de meio perodo e temporrio. (ANTUNES, 2002, pg.50).

    Proletariado ps-industrial trata-se de uma boa parte da populao dos pases de

    capitalismo avanado encontrando-se em trabalhos precrios, e caindo o numero

    empregos tempo integral. No Japo houve um aumento da classe feminina nestas

    condies de trabalho precrio em tempo parcial. Essas mudanas aumentam a

    explorao da fora de trabalho de mulheres. (ANTUNES, 2002, pg.50/51).

    Na Itlia cresce ocupao no setor tercirio. Atingindo praticamente todos os pases

    centrais. Desde modo encontramos cada vez mais a sociedade de servios. Com

    crescimento relativo do setor tercirio. No se trata de acumulao de capital mais

  • sim das capacidade das industrias realizar as mais-valias nos mercados mundiais.

    (ANTUNES, 2002, pg.52).

    A uma consequncia de dupla direo no interior da classe trabalhadora uma dela a

    que impulsiona a qualificao de trabalho e outra para maior desqualificao. O que

    leva a substituio do trabalho vivo pelo trabalho morto. (ANTUNES, 2002, pg.52,53).

    A troca do trabalho vivo pelo trabalho morto faz pela quantidade de trabalho

    empregado na produo de riqueza. A produo de riqueza j no e mais o trabalho

    executado e nem o tempo em que se trabalha, mais sua prpria fora produtiva geral.

    (ANTUNES, 2002, pg.53/54).

    Para Marx enquanto perdurar o modo de produo capitalista no pode eliminar o

    trabalho como fonte de valor e sim uma mudana no interior do trabalho. E com

    avano cientifico e tecnolgico pelo processo de qualificao e intelectualizaro do

    trabalho social. (ANTUNES, 2002, pg.55).

    O trabalhador j no trabalha mais no manuseio e sim na superviso do processo

    produtivo de maquinas computadorizadas, programando-as e reparando robs quando

    necessrio. (ANTUNES, 2002, pg.56).

    A desqualificaes de inmeros setores operrios, e atingidos pelas

    desespecializao do operrio industrial oriundo do fordismos, outro lado dos

    trabalhadores que oscila entre os operrios temporrios, terceirizados entre outros

    chega a 50% da classe trabalhadora sendo chamado de proletariado ps-industrial ou

    pode se chamar proletariado moderno. (ANTUNES, 2002, pg.57).

    Depois a criao de trabalhadores multifuncionais pelo toyotismo trabalhadores

    qualificados que passavam por este processo de especializao, considerava um

    ataque a sua profisso e qualificaes e realizavam greves contra esta tendncia.

    (ANTUNES, 2002, pg.57).

    A periferia da fora de trabalho se divide em dois grupos sendo primeiro;

    empregados de tempo integral com habilidades, setor financeiro, secretarias, trabalho

    manual menos especializado. Segundo grupo sendo; inclui empregados em tempos

    parciais, contratados por tempo determinado, temporrios entre outros e tendo menos

    segurana de emprego em relao ao primeiro grupo. (ANTUNES, 2002, pg.58).

    H um processo contraditrio no processo de qualificao de trabalho, ocorre

    tambm uma desqualificao, onde em vrios ramos produtivos ocorre uma

    superqualificao e desqualificao em outros. (ANTUNES, 2002, pg.58).

  • FICHAMENTO CAPTULO III DIMENSES DA CRISE CONTEMPORNEA DO

    SINDICALISMO: IMPASSES E DESAFIOS

    O captulo propondo algumas questes a serem respondidas sobre a crise

    contemporneas do sindicalismo:

    Quais so os contornos e dimenses essenciais dessa crise?

    Por que se pode efetivamente dizer que h uma crise do sindicalismo?

    Frente a essa situao, quais os principais desafios do movimento

    sindical?. (ANTUNES, 2002, pg. 67)

    A nova forma heterognea, fragmentada e complexificada do trabalho e classe

    trabalhadora tambm afetou os organismos sindicais em escala mundial. (ANTUNES,

    2002, pg. 67)

    Entre 1980 e 1990, a taxa de sindicalizao, isto , a relao entre o nmero

    de sindicalizados e a populao assalariada vem cado na maioria dos pases

    capitalista ocidentais. (ANTUNES, 2002, pg. .68)

    Um elementos importante a ser considerado quanto a desindicalizao que,

    os trabalhadores de regime temporrio ou no estveis acabam por no ser

    vinculados aos sindicatos, o que faz com que o nmero de trabalhadores de um

    determinado setor associados a um sindicato e o nmero de trabalhadores praticando

    tais ofcios sejam diferentes. Isso leva ao declnio do sindicalismo vertical que

    vinculando trabalhadores por categoria, herana do fordismo. (ANTUNES, 2002, pg.

    68)

    O sindicato tambm tem tido dificuldade em filiar mulheres, empregados de

    escritrio, trabalhadores dos servios mercantis, os empregados de pequenas

    empresas e os trabalhadores em tempo parcial. Tambm trabalhadores do comrcio,

    do setor hoteleiro, ou de servios financeiros privados, trabalhadores de pequenos

    estabelecimentos, trabalhadores jovens, etc. (ANTUNES, 2002, pg. 69)

    Contudo, ao mesmo tempo em que ocorre essa desindicalizao, alguns

    pases como a Inglaterra, os sindicatos tem recorrido a fuso para o fortalecimento do

    sindicato. Esse um movimento de assalariados mdios. (ANTUNES, 2002, pg. 70)

    Na Alemanha, de cada Trs sindicatos, um de classe mdia enquanto na

    Noruega estima-se que metade dos trabalhadores sindicalizados no exera profisso

    manual. Houve, ento uma expanso do sindicalismo dos empregados de setores

    pblicos e privados (no-manuais), mas no o suficiente para compensar o declnio do

    sindicalismo. (ANTUNES, 2002, Pg. 70-71)

  • Esses quadros afetaram tambm as aes e prticas das greves, que tiveram

    sua eficcia em alguma medica reduzida em decorrncia da fragmentao e da

    heterogeneizao dos trabalhadores. Foi observado que na dcada de 80 houve a

    diminuio dos movimentos grevistas nos pases capitalistas avanados, que por certo

    vem das dificuldades de aglutinar, numa mesma empresa os operrios estveis e

    aqueles terceirizados que trabalham por empreitada, ou os trabalhadores imigrantes,

    segmentos q eu no contam, em grande parte, nem mesmo com uma presena de

    representao sindical. (ANTUNES, 2002, pg. 71)

    A crise sindical tem as seguintes tendncias:

    Uma crescente individualizao das condies do trabalho;

    Uma corrente no sentido de desregulamentar e flexibilizar ao

    limite o mercado de trabalho, atingindo duramente conquistas

    histricas do movimento sindical;

    O esgotamento dos modelos sindicais vigentes nos pases

    avanados que optaram, nessa ltima dcada, em boa medida,

    pelo sindicalismo de participao;

    Perda da radicalidade social e das aes anticapitalistas devido

    a crescente burocratizao e institucionalizao das entidades

    sindicais

    O Capital faz uso de mecanismos manipulatrios para coibir

    movimentos de esquerda, principalmente os anticapitalistas.

    observado como comum uma postura contrria a movimentos

    sociais de inspirao socialista em uma sociedade produtora de

    mercadorias. (ANTUNES, 2002, pg. 72-74)

    FICHAMENTO CAPTULO IV - QUAL A CRISE DA SOCIEDADE DO TRABALHO?

    A partir dos temas trabalhados durante o livro, podemos chegar a algumas

    teses.

    Primeira Tese

    Podemos ressaltar que as tendncias em curso, no defendem a perda da

    centralidade no universo de uma sociedade produtora de mercadorias. As

    mercadorias so geradas atravs do trabalho humano, tanto manual ou intelectual.

    O papel do trabalho coletivo na produo de valores de troca reduzido, mas no

    totalmente eliminado (ANTUNES, 2002, pg.79).

  • Todos os produtos criados so mercadorias resultadas da interao entre trabalho

    vivo, aquele em que o homem pratica e acaba por transformar a natureza e

    trabalho morto, aquele que suga o trabalho vivo que se acumula na forma de

    bens de consumo (ANTUNES, 2002, pg.79).

    O valor de uso de todas as mercadorias cada vez mais diminudo, uma vez que

    no sistema da sociabilidade produtora de mercadorias o intuito a criao de

    valores de troca (ANTUNES, 2002, pg.80).

    importante diferenciarmos a crise da sociedade do trabalho, enquanto crise do

    trabalho do abstrato, que cria o valor das mercadorias ou ento como do trabalho

    concreto que produz valores de uso, assim sendo respectivamente a primeira

    poder exclusivamente ser entendida em termos marxianos como a reduo do

    trabalho vivo e a ampliao do trabalho morto, enquanto que a segunda parte de

    duas vertentes distintas, uma que acha que o ser no desempenha papel

    fundamental na criao de valores de troca e mercadoria e a outra que critica a

    sociedade do trabalho abstrato (ANTUNES, 2002, pg.80).

    A superao da sociedade do trabalho abstrato se volta ao trabalhador, como

    indivduo capaz de caminhar alm do capital, que revigore as suas reivindicaes,

    fundada no trabalho concreto supe uma reduo da jornada de trabalho e um

    aumento do tempo livre para o assalariado, ao mesmo tempo em que prope uma

    transformao do trabalho estranhado a um trabalho que seja fonte e alicerce para

    emancipao humana (ANTUNES, 2002, pg.83).

    O tempo disponvel controlado pelo trabalho e voltado para a produo de valores

    de uso, valorizando o trabalho criativo (ANTUNES, 2002, pg.83-84).

    Segunda Tese

    A eliminao do trabalho concreto se torna invivel uma vez que este cria coisas

    socialmente uteis, alm de transformar o seu prprio criador, este se torna

    indispensvel (ANTUNES, 2002, pg.85-86).

    O trabalho em sua essncia o nico que permite a inter-relao entre homem e

    natureza (ANTUNES, 2002, pg.86).

    S quando o trabalho deixar de ser sinnimo de apenas meio de vida, ou seja, de

    sobrevivncia e sim como carecimento da vida, quando a humanidade tiver

    superado qualquer obrigao perante autoproduo, ento ter sido aberto o

  • caminho social da atividade humana como fim autnomo (ANTUNES, 2002,

    pg.87).

    A esfera do trabalho o ponto de partida para se instaurar uma nova sociedade

    (ANTUNES, 2002, pg.87).

    Marx defende que preciso aumentar o tempo disponvel ao ser humano, para

    que este floresa sua personalidade, frente opresso do capitalismo

    (ANTUNES, 2002, pg.87-88).

    Afirma-se que no possvel uma vida com sentido sem trabalho (ANTUNES,

    2002, pg.88).

    Terceira Tese

    A efetiva emancipao ainda pode encontrar concretude por meio de

    reivindicaes e revoltas da classe trabalhadora, que se une na luta contra o

    capitalismo (ANTUNES, 2002, pg.89).

    A totalidade do trabalho cumpre papel fundamental na criao de valores de

    troca (ANTUNES, 2002, pg.90).

    A revoluo de nossos dias aquela que busca abolir o trabalho abstrato, a

    condio de sujeito visto como mercadoria, e, por conseguinte formar uma

    sociedade que priorize coisas socialmente teis, todas essas reivindicaes e

    transformaes so fundamentais (ANTUNES, 2002, pg.90).

    O sujeito coletivo capaz de impulsionar aes dotadas de um sentido

    emancipador (ANTUNES, 2002, pg.90).

    Quarta Tese

    preciso unir a classe trabalhadora contra todas as tendncias de

    individualizao nas relaes de trabalho (ANTUNES, 2002, pg.91).

    Aqueles que esto diretamente mais ligados aos aparatos tecnolgicos acabam

    por terem uma maior pretenso ao anti capitalismo, enquanto que os trabalhadores

    de situaes mais precrias, assim como os desempregados acabam por um

    conformismo e uma menor relevncia nas lutas contra o capital, porem todo o

    descaso de sua situao acabam por oferecer uma capacidade mais ousada nas

    suas aes, uma vez que estes no tm mais nada a perder na esfera da

    sociabilidade capitalista (ANTUNES, 2002, pg.92).

  • importante ressaltar que a superao do capital s poder ser efetivada com a

    juno da classe que vive do trabalho (ANTUNES, 2002, pg.92).

    Quinta Tese

    O capitalismo de um modo geral, no foi capaz de eliminar as inmeras

    manifestaes de estranhamento, porem houve uma interiorizao na medida em

    que se diminui a dimenso do fordismo priorizando os meios de produo

    toyotista (ANTUNES, 2002, pg.93).

    O capitalismo dos dias atuais fez crescer o estranhamento social, o

    desenvolvimento das capacidades humanas por meio dos avanos tecnolgicos

    acaba por no produzir necessariamente uma vida cheia de sentido, isto porque

    esses avanos ao mesmo tempo em que podem aumentar a capacidade humana

    podem tambm sacrifica-la (ANTUNES, 2002, pg.93).

    A excluso social, as taxas de desempregos, a substituio de algumas

    profisses decorrente ao avano tecnolgico voltado exclusivamente para a

    criao de valores de troca, so exemplos gritantes das barreiras scias criadas

    pelo capitalismo (ANTUNES, 2002, pg.93-94).

    O estranhamento um fenmeno exclusivamente histrico social (ANTUNES,

    2002, pg.94).

    Acaba se por priorizar o consumo, em que se faz do tempo livre um tempo

    tambm para revigorar o sistema produtor de mercadorias. O ser deve viver e

    trabalhar sonhando sempre, cada vez mais com aquisio de novos produtos

    (ANTUNES, 2002, pg.94).

    Para classe dominante esse ter posse efetiva, enquanto que para classe

    trabalhadora o ter est relacionado mera sobrevivncia (desigualdade)

    (ANTUNES, 2002, pg.94).