Fichamento Harvey, D. - Condição Pós-moderna

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HARVEY, D. “As transformações no capitalismo no final do séc XX”. In  A condição pós-moderna. !ap. II. "##$. - Defende a tese de que o novo sistema que ele mostra chamando de acumulação flexível é somente um novo arranjo que mantêm as mesmas leis fundamentais de funcionamento do capitalismo, como uma reorganiza ção do capital - !arve" pretende “Porta nto, precisamos de alguma manei ra rep resentar todos os grande s eventos ocorridos desde a primeira grande recessão do pós-guerra, em 1973, maneira que o pe rca de vista o fato de as re gras sic as do modo capit alista de pro duão continuar em a operar como foras plasmadora s invariantes do desenvolvimento !istórico-geográfico" #"""$ vou e%plorar & uma linguagem na qual vemos eventos recentes como uma transião no regime de ac umul a ão e no modo de re gulame nt a ão soci al e pol' tica a el e associado#"""$ (m regime de acumulaão ) descreve a estabili*aão, por um longo per'odo, da alocaão do produto liquido entre consumo e acumulaão+ ele imp lica alguma cor re spond nci a ent re a transfo rmaão tanto das condies de produão como das condies de reproduão e assalariados." (m sistema particular de acumulaão pode e%istir porque )seu esquema de reproduão & coerente." / problema, no entanto, & fa*er os comportamentos de todo tipo de indiv'duos #"""$ assumirem alguma modalidade de configuraão que manten!a o regime de acumulaão funcionando" 0em de !aver, portanto, )uma materiali*aão do regime de acumulaão, que toma a forma de normas, !ábito s, lei s, redes de re gul ame ntaão etc " que gar ant am a unidade do  processo, isto &, a consistncia apropriada entre comportamentos individuais e o esquema de re pro du ão" sse corpo de re gras e pro ces sos soc iais interiori*ados tem o nome de modo de regulamentaão."#"""$ 2á duas amplas áre as de dif icu ldade num sis tema eco nmico cap italis ta que tm de ser negociadas com sucesso para que esse sistema permanea viável" 4 primeira adv&m das qualidades anárquicas dos mercados de fi%aão de preos, e a  segunda deriva da necessidade de e%ercer suficiente controle sobre o emprego da fora de trabal!o para garantir a adião de valor na produão e portanto, lucros positivos para o maior n5mero poss'vel de capitalistas6"# ##$% - &omo se dão as novas formas 'arranjos% de organização do capitalismo e como são necess(rias para sua coerência, num novo dado momento hist)rico ' acumulaão  fle%'vel % - %ordismo* 4cumulaão fle%'vel  provoca um novo arranjo tam+ém nas relaçes  políticas e nas disputas capital-tra+alho a nto nos meios de tra+alho 'f(+rica, etc% quanto nos meios da disputa política 'sindicatos, etc% anto as presses do .stado, quanto de grupos políticos so+re o mercado 'pg ##/% - 0ormas ideol)gicas de controle do tra+alho 1'% se torna uma maneira 2til de conceituar o tratamento dado os pro+lemas da organização da força de tra+alho para  prop)sitos de ac umulação do c apital em época s e lugares particu lares3'## 4% - 5 0ordismo é caracterizado como* 1'% 5 que havia de especial em 0ord 'e que, em ultima an(lise, distingue o fordismo do ta"lorismo% era a sua visão, seu reconhecimento explícito de que produção de massa significava consumo de massa, um novo sistema de reprodução da força de tra+alho, uma nova política de controle e gerência do tra+alho, uma nova estética e uma nova psicologia, em suma, um novo tipo de sociedade democr(tica, racionalizada, modernista e populista3'#6#% - 7e o 0ordismo co+rava 1'% o tipo certo de pro+idade moral, de vida familiar e de capacidade de consumo prudente 'isto é, não alco)lico% e 8racional9 pa ra

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HARVEY, D. “As transformações no capitalismo no final do séc XX”. In  A

condição pós-moderna. !ap. II. "##$.

- Defende a tese de que o novo sistema que ele mostra chamando de acumulação

flexível é somente um novo arranjo que mantêm as mesmas leis fundamentais defuncionamento do capitalismo, como uma reorganização do capital- !arve" pretende

“Portanto, precisamos de alguma maneira representar todos os grandes

eventos ocorridos desde a primeira grande recessão do pós-guerra, em 1973,

maneira que não perca de vista o fato de as regras básicas do modo

capitalista de produão continuarem a operar como foras plasmadoras

invariantes do desenvolvimento !istórico-geográfico" #"""$ vou e%plorar & uma

linguagem na qual vemos eventos recentes como uma transião no regime de

acumulaão e no modo de regulamentaão social e pol'tica a ele

associado#"""$ (m regime de acumulaão ) descreve a estabili*aão, por um

longo per'odo, da alocaão do produto liquido entre consumo e acumulaão+ele implica alguma correspondncia entre a transformaão tanto das

condies de produão como das condies de reproduão e assalariados."

(m sistema particular de acumulaão pode e%istir porque )seu esquema de

reproduão & coerente." / problema, no entanto, & fa*er os comportamentos

de todo tipo de indiv'duos #"""$ assumirem alguma modalidade de configuraão

que manten!a o regime de acumulaão funcionando" 0em de !aver, portanto,

)uma materiali*aão do regime de acumulaão, que toma a forma de normas,

!ábitos, leis, redes de regulamentaão etc" que garantam a unidade do

 processo, isto &, a consistncia apropriada entre comportamentos individuais

e o esquema de reproduão" sse corpo de regras e processos sociais

interiori*ados tem o nome de modo de regulamentaão."#"""$ 2á duas amplas

áreas de dificuldade num sistema econmico capitalista que tm de ser 

negociadas com sucesso para que esse sistema permanea viável" 4 primeiraadv&m das qualidades anárquicas dos mercados de fi%aão de preos, e a

 segunda deriva da necessidade de e%ercer suficiente controle sobre o emprego

da fora de trabal!o para garantir a adião de valor na produão e portanto,

lucros positivos para o maior n5mero poss'vel de capitalistas6"# ##$%

- &omo se dão as novas formas 'arranjos% de organização do capitalismo e comosão necess(rias para sua coerência, num novo dado momento hist)rico 'acumulaão

 fle%'vel %- %ordismo* 4cumulaão fle%'vel  provoca um novo arranjo tam+ém nas relaçes

 políticas e nas disputas capital-tra+alho anto nos meios de tra+alho 'f(+rica, etc%quanto nos meios da disputa política 'sindicatos, etc% anto as presses do .stado,quanto de grupos políticos so+re o mercado 'pg ##/%

- 0ormas ideol)gicas de controle do tra+alho 1'% se torna uma maneira 2til deconceituar o tratamento dado os pro+lemas da organização da força de tra+alho para

 prop)sitos de acumulação do capital em épocas e lugares particulares3'##4%- 5 0ordismo é caracterizado como* 1'% 5 que havia de especial em 0ord 'e

que, em ultima an(lise, distingue o fordismo do ta"lorismo% era a sua visão, seureconhecimento explícito de que produção de massa significava consumo de massa, umnovo sistema de reprodução da força de tra+alho, uma nova política de controle egerência do tra+alho, uma nova estética e uma nova psicologia, em suma, um novo tipode sociedade democr(tica, racionalizada, modernista e populista3'#6#%

- 7e o 0ordismo co+rava 1'% o tipo certo de pro+idade moral, de vida familiar ede capacidade de consumo prudente 'isto é, não alco)lico% e 8racional9 para

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corresponder :s necessidades e expectativas da corporação3'#66%, o novo contextoco+ra novas posturas morais e éticas

- 5 modelo 0ordismo-;e"nesianismo surge como uma resposta : crise de 64- &om esse quadro pintado ele pretende 1'% < nesse contexto confuso que

temos de compreender as tentativas altamente diversificadas em diferentes naçes-

.stados de chegar a arranjos políticos, institucionais e sociais que pudessem acomodar acr=nica incapacidade do capitalismo de regulamentar as condiçes essenciais de sua pr)pria reprodução3'#6>%

1'% formar a +ase de um longo período de expansão p)s-guerra que se mantevemais ou menos intacto até #4$? @o longo desse período, o capitalismo nos paísescapitalistas avançados alcançou taxas fortes, mas relativamente est(veis de crescimentoecon=mico 5s padres de vida se elevaram, as tendências de crise foram contidas, ademocracia de massa, preservada, e a ameaça de guerras anticapitalistas, tornadaremota 5 fordismo se aliou firmemente ao Ae"nesianismo, e o capitalismo se dedicou aum surto de expanses internacionalistas de alcance mundial que atraiu para a sua redein2meras naçes descolonizadas3'#6B% C)s->B, no período p)s-guerra, o crescimento e

a expansão capitalista se +asearam nos frutos da guerra* tecnologias desenvolvidas no período anterior, e reconstrução das (reas devastadas 1'% patrocinada pelo .stado emr(pida expansão3 '#6B% <poca de novo arranjo nas disputas políticas e na estruturasindical '+urocratização%, que reflete nas negociaçes 1'% esmo assim as corporaçesaceitaram a contragosto o poder sindical, particularmente quando os sindicatos

 procuravam controlar seus mem+ros e cola+orar com a administração em planos deaumento da produtividade em troca de ganhos de sal(rio que estimulassem a demandaefetiva da maneira originalmente conce+ida por 0ord3'#64%

- @ segunda guerra mundial cumpriu papel de destruir forças produtivas* 5capitalismo retomou sua tendência de expansão ao reconstruir os destroços da guerra#

-1'% o 0ordismo do p)s-guerra tem de ser visto como um modo de vidatotal3'#?#%

ais negociaçes impactavam novas formas de ser do .stado @judando ostra+alhadores com garantias, principalmente sociais

- 0ormariam um pacto que previa 1'% tanto um crescimento econ=mico est(velcomo um aumento dos padres materiais de vida através de uma com+inação de .stadodo +em-estar social, administração econ=mica Ae"nesianista e controle das relaçes detra+alho9 'pg*#?#%

- 5 0ordismo trazia ganhos econ=micos, crescimento financeiro, etc mas não para o tra+alho, que aumentava suas formas de controle, e os setores que nãoconseguiam aumentar seu padrão de consumo, criando até revoltas6

&om isso os sindicatos começaram a moderar seu discurso e seus o+jetivos

?

@ crise de $? que provocou recessão e imp=s retrocessos no padrão de consumo pondo em choque o 0ordismo 7urgiram novas dificuldades para que o .stado regulassea economia, até mesmo a resistência da classe tra+alhadora organizada 'pg* #?BE#?F%Gm novo contexto que impossi+ilitava a acumulação de capital aca+ou por derru+ar o

 pacto capital-tra+alho-.stado 'compromisso fordista%, e levou tanto o 0ordismo quantoo .stado ;e"nesiano ao fim

H &rescimento capitalista no p)s-guerra '>B-$?%, e recessão a partir da crise 1'% com o deslocamento espacial e temporal que o regime fordista de acumulação

# &f @postila Positivo, semi-e%tensivo " 6 &f pg* #?6? &f pg* #??

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resolveu o pro+lema da superacumulação no decorrer do longo período de expansão do p)s-guerra3 'pg* #$?%

# Acumulação flexível.

6 @s relaçes políticas e as resistências dos tra+alhadores diminuíram .ssenovo regime provoca> tam+ém mudanças no mercado de tra+alho Diferenças e até

mesmo su+divises na estrutura do tra+alho 'pg* #>>% 1.mpregos flexíveis3B

 comnovos su+empregos e tra+alho por tempo parcial, com maior rotatividade IJ7u+contratação como novas formas de controle do tra+alhoF

- 7urgiram novos sistemas de tra+alho familiar e doméstico, principalmente comos novos fluxos de imigrantes .stas formas, e ainda as ilegais e os informais dificultama formação política dos sindicatos

- @s alteraçes provocaram uma transformação na consciência de classe$ . aintrodução do tra+alho feminino/1'% @s economias de escala +uscadas na produção fordista de massa foram su+stituídas

 por uma crescente capacidade de manufatura de uma variedade de +ens e preços +aixosem pequenos lotes @s economias de escopo derrotaram as economias de escala3 '#>/%

@cumulação flexível é um modelo que procura r(pidas inovaçes, r(pido escoamentodo produto, com estoques cada vez menores, divisão do tra+alho internacional maisacentuado, até o 8ust-in-time 'mínimo de material para manter a produção% , reduziudrasticamente a meia vida das mercadorias Cortanto, necessitou tam+ém de umatransformação cultural nos valores e no consumo 

> @taques das empresas* 1'% Diante da forte volatilidade do mercado, do aumento da competição e do

estreitamento das margens de lucro, os patres tiraram proveito do enfraquecimento do poder sindical e

da grande quantidade de mão-de-o+ra excedente 'desempregados ou su+empregados% para impor regimese contratos de tra+alho mais flexíveis '% jornadas de tra+alho que têm em média quarenta horassemanais ao longo do ano, mas o+rigam o empregado a tra+alhar +em mais em períodos de redução dademanda, vêm se tornando muito mais comuns, mais importante do que isso é a aparente redução doemprego regular em favor do crescente uso do tra+alho em tempo parcial, tempor(rio ousu+contratado3'#>?%B &f pg* #>>F Cara exemplos vide pg* #>>$ 1'% Kelas a consciência de classe j( não deriva da clara relação de classe entre capital e tra+alho,

 passando para um terreno muito mais confuso dos conflitos interfamiliares e das lutas pelo poder numsistema de parentescos ou semelhantes a um clã que contenha relaçes sociais hierarquicamenteordenadas @ luta contra a exploração capitalista na f(+rica é +em diferente da luta contra o pai ou tio queorganiza o tra+alho familiar num esquema de exploração altamente disciplinado e competitivo '%3 '#>F%/ 1'% quando consideramos a transformação do papel das mulheres na produção e nos mercados detra+alho Kão apenas as novas estruturas do mercado de tra+alho facilitam muito a exploração da força detra+alho das mulheres em ocupaçes de tempo parcial, su+stituindo assim tra+alhadores homens centraismelhor remunerados e menos facilmente demitíveis pelo tra+alho feminino '% permite o ressurgimentode pr(ticas de tra+alho de cunho patriarcal feitos em casa .sse retorno segue em paralelo ao aumento dacapacidade do capital multinacional de levar para o exterior sistemas fordistas de produção em massa, eali explorar a força de tra+alho feminino extremamente vulner(vel em condiçes de remuneraçãoextremamente +aixa '% 5 programa aquiladora, que administradores e a propriedade do capital norte-americano permaneçam ao norte da fronteira mexicana, enquanto se instalam as f(+ricas, que empregam

 principalmente mulheres jovens, ao sul da fronteira, é um exemplo '% de uma pr(tica que se tornougeneralizada em muitos dos países menos desenvolvidos e recém-industrializados '% @ transição para aacumulação flexível foi marcada, por uma revolução '% no papel das mulheres nos mercados e processos

de tra+alho num período em que o movimento de mulheres lutava tanto por uma maior consciência como por uma melhoria das condiçes de um segmento que hoje representa mais de >L por cento da força detra+alho'%3 '#>F%

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- &rescimento da classe média provocado por mudanças estruturais no modo de produção4- Kovas tendências de monop)lio, com as compras de empresas, crescimento de pessoalnos setores financeiros, e nos empregos aut=nomos#L1'% o capitalismo est( se tornando cada vez mais organizado através da dispersão, da

mo+ilidade geogr(fica e das respostas flexíveis nos mercados de tra+alho, nos processosde tra+alho e nos mercados de consumo, tudo isso acompanhado por pesadas doses deinovação tecnol)gica, de produto e institucional3 '#BL, #B#%

- &ontexto competitivo onde é importante o controle de informaçes, dedesenvolvimento científico e tecnol)gico 'universidades%, meios de comunicação e

 propaganda- &rescimento dos investimentos que saem dos setores produtivos e se

concentram no setor financeiro M Nue desequili+ram perigosamente o sistemaecon=mico glo+al

- 5 sistema financeiro, e os grupos ligados a seu controle, ganham a posiçãocentral na luta política com a acumulação flexível## M Diferença do equili+ro poder

.statal-poder financeiro no 0ordismo-;e"nesianismo- 5 0ordismo-;e"nesianismo era insustent(vel, pois o gasto do .stado, tem

limites para seu crescimento* 1'% @s políticas Ae"nesianas tinham se mostradoinflacion(rias : medida que as despesas p2+licas cresciam e a capacidade fiscalestagnava3'#B$% 5 novo .stado no contexto de acumulação flexível não conseguehonrar tais compromissos

- 5 intervencionismo estatal pode parecer distinto no 0ordismo-;e"nesianismo,daquele da acumulaão fle%'vel   -J &om o .stado se voltando mais para o setorfinanceiro '.x* .mpréstimos para +ancos durante as crises% '#B$-#B4% M Ko entanto, h(v(rios indícios* intervencionismo +usca de crescimento econ=mico, aumento do gasto

 p2+lico M até mesmo com defesa- 5 .stado é chamado a uma posição dupla* Defender o crescimento nacional, e

a atrair capitais estrangeiros '#F#%- @ transformação '0ordismo- acumulaão fle%'vel % mudou os valores não

somente na ponta do consumo, mas na pr(ticas de vida como crescimento doindividualismo '#F#% M '0amília, religião, e .stado%

- .ssas condiçes caracterizam +em o contexto capitalista*

1 '% # 5 capitalismo é orientado para o crescimento, uma taxa equili+rada decrescimento é essencial para a sa2de Ode um sistema econ=micoP, visto queOsomente assimP os lucros podem ser garantidos e a acumulação sustentada'% o capitalismo tem de preparar o terreno para uma expansão do produto e

um crescimento de valores reais, '% pouco importam as conseqQênciassociais, políticas, geopolíticas ou ecol)gicas'% um dos pilares +(sicos daideologia capitalista é que o crescimento é tanto inevit(vel como +om @ criseé definida '% como falta de crescimento6 5 crescimento em valores reais se ap)ia na exploração do tra+alho vivo na

 produção Rsso não significa que o tra+alho se aproprie de pouco, mas que ocrescimento sempre se +aseia na diferença entre, o que o tra+alho o+tém eaquilo que cria Cor isso, se o controle do tra+alho na produção e no mercado,

4 '% as a r(pida contração do emprego industrial depois de #4$6 deu maior relevSncia ao r(pido

aumento do emprego em serviços, não tanto no varejo, na distri+uição, nos transportes e nos serviços pessoais 'que se mantiveram razoavelmente est(veis ou até perderam terreno%, como na assistência, nasfinanças, nos seguros e no setor de im)veis, +em como em outros segmentos como sa2de e educação

'%3' #>/, #>4%#L &f pg* #BL## &f pg* #BB

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é vital para perpetuação do capitalismo '% para o lucro capitalista, a dinSmicada luta de classes pelo controle do tra+alho e pelo sal(rio de mercado '% paraseu desenvolvimento? 5 capitalismo é por necessidade, tecnol)gica e organizacionalmentedinSmico Rsso decorre em parte das leis coercitivas, que impelem oscapitalistas individuais a inovaçes em +usca de lucro as a mudança

organizacional e tecnol)gica tam+ém tem papel chave '% na dinSmica da lutade classes '% no domínio dos mercados de tra+alho e do controle do tra+alho'% se torna uma questão mais ampla do ponto de vista do modo deregulamentação, a inovação '% no sistema regulat)rio '% se torna crucial

 para a perpetuação do capitalismo Deriva sem parte dessa necessidade aideologia de que o 8progresso9 é tanto inevit(vel como +om 1 'pg* #FF, e #F4%

- @ ordem capitalista necessita de certas medidas para garantir sua existência*• Destruição de forças produtivas 'desvalorização de mercadorias, e

enfraquecimento da força de tra+alho% '#$L% M essas respostas :superacumulação afetam todas as classes, e tem efeitos colaterais*Descontrole nas falências e na desvalorização com risco de provocar

resposta revolucion(rias• 5 0ordismo-;e"nesianismo conseguia um equilí+rio no sistema glo+al, e

somente uma grande crise de acumulação conseguiu derru+a-lo Kaacumulaão fle%'vel  os constantes pro+lemas de acumulação levam asdecises para um fim nem sempre consciente

• &omo solução da a+sorção da superacumulação envolve umdeslocamento temporal e geogr(fico* a& Nue envolve deslocamento derecursos, como giro ou como investimento, para um momento posteriorem que possa ser rea+sorvido 'capital fictício% em o+jetivo deamenizar o pro+lema, e que para manter o crescimento requer um

crescente endividamento do .stado para manter o crescimentoecon=mico

- 5 pro+lema de acelerar o tempo de giro é que nem sempre se acelera o de a+sorçãodos excedentes 'consumo%- '& .spacial* Deslocamento para novos espaços onde o capitalismo possa se expandir

 para garantir mais acumulação 5 pro+lema é que os espaços no mundo tem limite'países e mercados%, e que eles tam+ém geram pro+lemas de so+reacumulação Mam+ém solução de curto prazo c& 5 essencial é a com+inação de soluçes temporal-espaciais, que com a ajuda do.stado produzem mais capital fictício

- 5 controle estatal intervencionista 1 '% dosava o ritmo de mudança tecnol)gica eorganizacional restringia a luta de classes 'por intermédio da negociação coletiva e doda intervenção do .stado% e equili+rava mais ou menos a produção e o consumo demassa através do gerenciamento estatal, '%3#6 que é esse sucesso pelo deslocamentoespacial e temporal so+ a vigília do .stado trazia esse desenvolvimento geogr(ficodesigual na reestruturação e racionalização forçadas 5 aumento do setor de serviçosaumentou as desigualdades de renda e criou uma nova aristocracia de tra+alhadores

- @s soluçes do monetarismo-conservador não eram uma solução s)lida 5déficit do .stado nos .stados unidos, cumpriu função de esta+ilização do sistemamundial Ko entanto, cresceu uma tendência financeira ao endividamento e crescimentodo capital fictício, com ritmos de desvalorização crescente, e das dívidas no terceiro

mundo#6 Cg* #$?

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- Rsso permitiu regular o consumo e a produção com financiamentos especulativos eenfrentar a rigidez do 0ordismo, com o sistema financeiro florescente '#/>%