Ficha Pedagógica - Vitivinicultura - Pr

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ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ARCAFAR CASA FAMILIAR DE PÉROLA D'OESTE PR. Jovem: ____________________________ VITIVINICULTURA FICHA PEDAGÓGICA ELABORAÇÃO: HELDER JAIME KUS, HELTON PEDRO PFEIFER e SERAFIM MORAES MONTEIRO - Casa Familiar Rural de Manfrinópolis - PR. Apoio: Secretaria do Estado da Educação/Departamento de Ensino Supletivo - DESU REVISÃO: Eng. Agr. MARCOS A. FURLAN, Téc. Agr. EVANDRO GINDRI Casa Familiar Rural de Pérola D’Oeste – PR. Julho/2.001

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Caderno didático para o estudo da vitivinicultura no ensino médio profissionalizante das Casas Familiares Rurais

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ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ARCAFAR

CASA FAMILIAR DE PÉROLA D'OESTE PR.

Jovem: ____________________________

VITIVINICULTURA

FICHA PEDAGÓGICA

ELABORAÇÃO: HELDER JAIME KUS, HELTON PEDRO PFEIFER e SERAFIM MORAES MONTEIRO - Casa Familiar Rural de Manfrinópolis - PR. Apoio: Secretaria do Estado da Educação/Departamento de Ensino Supletivo - DESU REVISÃO: Eng. Agr. MARCOS A. FURLAN, Téc. Agr. EVANDRO GINDRI Casa Familiar Rural de Pérola D’Oeste – PR.

Julho/2.001

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VITIVINICULTURA CAPÍTULO I HISTÓRIA E INTRODUÇÃO

O cultivo da videira é milenar, apresenta como características básicas a

necessidade de mão-de-obra especializada e, também permite, a exploração econômica por pequenas propriedades agrícolas, pela sua alta rentabilidade por unidade de área. Por ser uma cultura perene tende a fixar o homem a terra. Também promove o desenvolvimento industrial tendo como base à vitivinicultura que condiciona o surgimento de várias atividades industriais complementares.

No livro mais vendido e lido, a Bíblia, em que inicialmente aparece o histórico do cultivo da videira. Nela podemos encontra diversas passagens de seu cultivo, sendo o vinho utilizado como base para a missa na Igreja Católica.

Através dos tempos, foi sendo cultivada em diversos países europeus. Foi introduzida no Brasil por Martin Afonso de Souza, em 1532, na Capitania de São Vicente, em 1535 na Bahia e Pernambuco. Em 1551. Brás Cubas produz o primeiro vinho em território brasileiro, no planalto de Piratininga, em São Paulo.

Posteriormente, com a vinda dos imigrantes europeus ao Brasil, principalmente na região sul do Brasil, a cultura se expandiu no Rio Grande do Sul, e em Santa Catarina, inicialmente com três tipos de uvas, a branca, a rosada e a preta.

Com o avanço das pesquisas, espalhou-se por todo o país, adaptando-se aos mais diversos climas e solos, destacando os Estados do Rio Grande do Sul (63,15 %), São Paulo (18,76 %), Santa Catarina (6,29 %), Paraná (5,14 %), Pernambuco (3,33 %), Bahia (1,72 %) e Minas Gerais (1,17 %), como maiores produtores, respectivamente com a área plantada em porcentagem.

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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Do total da uva produzida no mundo, cerca de 80% destina-se a fabricação de vinho (vinificação), sendo que praticamente metade do vinho produzido no mundo é proveniente de apenas alguns países, que são a Itália, a França, a Espanha e os países da Antiga União Soviética. A viticultura brasileira está concentrada nos estados da região Sul e Sudeste. A região Sul responde com 75 % da produção total, sendo distribuída 63 % no Rio Grande do Sul, 6,3 % em Santa Catarina e 5,1% no Paraná. A produção média de vinho no Brasil nos últimos anos foi de 295 milhões de litros, sendo o Rio Grande do Sul responsável por 90 % deste total. O consumo brasileiro de vinho ainda é muito pequeno, cerca de 2,2 litros/hab./ano, quando comparado com o consumo de países como Portugal, França e Itália, onde o consumo supera 80 litros/habitante/ano. Cerca de 50% da produção nacional de uva é destinada a elaboração de vinhos, sucos, destilados e outros derivados. Além dos Estados tradicionalmente produtores de uva, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás despontam como potenciais produtores de uvas de mesa.

A produção de vinhos, suco de uva e derivados do vinho ocorre em doze regiões vitivinícolas, com maior concentração no Rio Grande do Sul, onde são elaborados 300 milhões de litros de vinho e mosto como média anual, representando 90% da produção nacional. Cerca de 20% da produção é de uvas viníferas e 80 % de americanas e híbridas. A maior região produtora de uva do Rio Grande do Sul, conhecida como Serra Gaúcha, possuí cerca de 17.500 estabelecimentos rurais, dos quais mais de 80% pertencem a viticultores. As propriedades são tipicamente pequenas, com 15 ha de área total média e empregam essencialmente mão-de-obra familiar. Pela topografia acidentada da região, a mecanização é apenas parcial. No que diz respeito aos custos de produção de uva no setor vitivinícola, a mão-de-obra se destaca como o principal componente dos custos variáveis, representando em tomo de 50% do custo total.

Embora a uva ainda esteja inserida na política de preços mínimos o governo tem interferido pouco neste mercado. A evolução da comercialização de vinhos, suco e derivados do Rio Grande do Sul do qüinqüênio 1970/74 a 1995/99. Observa-se que houve crescimento na comercialização de vinhos de consumo corrente até 1990/94 com queda no ultimo período. O crescimento dos vinhos finos foi muito mais acentuado até 1985/89, permanecendo praticamente constante nos períodos seguintes. Cabe destacar o crescente mercado de suco de uvas, que começou a ser processado no período 70/74, tendo apresentado curva sempre ascendente. O nível tecnológico utilizado pelo setor agro-industrial nacional, para vinhos finos, é comparável ao existente nos países de avançada vitivinicultura. O mesmo não se pode dizer para a tecnologia empregada na elaboração de vinhos de consumo corrente. Como conseqüência disso, os vinhos finos nacionais são considerados de boa qualidade, enquanto que os vinhos de consumo corrente apresentam qualidade regular. Para estes últimos, há maior necessidade de investimentos em tecnologia de produção, tanto da matéria prima quanto no processamento. As empresas que elaboram suco de uva utilizam uma estrutura moderna e empregam alta tecnologia.Verificam-se investimentos na implantação de novas estruturas de processamento e embalagem.Concentram suco de uva e de outras frutas, caracterizando a diversificação da atividade agro-industrial. A produção esta direcionada para o mercado externo e interno, com potencial de expansão. O consumo brasileiro per capita/ano de vinhos apresentou uma tendência a redução nos últimos anos e atualmente situa-se em 1,8 litro. O de suco de uva, no entanto, aumentou significativamente, passando de 0,15 litro até 1995 para os atuais 0,38 litro. O consumo de uva de mesa é de 2,35 Kg per capita.

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Produção de uvas no Brasil, em toneladas. Discriminação/ano 1996 1997 1998 1999

Uva para vinho 313.331 414.485 348.523 469.870

Uva de mesa 417.554 441.156 387.947 398.479

Total 730.885 855.641 736.470 868.349

É significativa a participação do Brasil no mercado externo no ultimo decênio. No período 1985/89, as exportações somavam, 9,8 milhões de dólares por ano, em media, passando para 30,4 milhões de dólares anuais. A taxa média de crescimento, por período, do valor total das exportações de 1970 a 1998 foi de 72,67%, enquanto as importações cresceram 48,77%. Os produtos de maior expressão nas exportações são suco de uvas concentrado, vinho de mesa e uvas de mesa.

Com a abertura do mercado, o Brasil passou a importar mais, resultando num saldo negativo de aproximadamente o dobro do valor das exportações. Os vinhos de mesa e as uvas de mesa são os produtos de maior participação. A participação dos vinhos importados em relação aos vinhos de viníferas brasileiras, comercializados no país, representou 41,6%, em 1999.

O estudo da cadeia produtiva da uva mostrou que há necessidade de uma maior integração entre os envolvidos na produção, industrialização e comercialização. Deverão ocorrer importantes ajustes na produção agrícola. O produtor deverá produzir uvas de melhor qualidade e se tomar mais competitivo. Para tanto, deverá adotar tecnologias mais adequadas para reduzir custos e aumentar a qualidade, especialmente reduzindo o uso de pesticidas. A qualificação do produtor na área de gestão (administração), através dos registros de custos e de operações para colaborar com a tomada de decisão também será necessária. As empresas deverão se adequar às exigências do mercado, investindo em tecnologia e numa melhor qualificação gerencial. Há uma tendência de aumento no consumo de vinhos tintos e de suco de uva de boa qualidade. Num estudo realizado em 1997, a cultura da videira foi uma das atividades que proporcionou maior rentabilidade aos produtores da Serra Gaúcha. Considerando que nas duas últimas safras, houve aumento significativo nos preços da uva para processamento, especialmente as viníferas tintas, pode-se afirmar, com mais propriedade, que a uva é a atividade mais competitiva atualmente. Com relação a atual situação da vitivinicultura vista acima. Quais as atitudes a serem tomadas para iniciar ou melhorar a atividade em minha propriedade? _________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Temos condições de implantarmos projetos de vitivinicultura em nosso município? Por que? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO II LOCALIZAÇÃO DO VINHEDO

1- A escolha do local para instalação do vinhedo (parreiral) deve ser feita observando os

seguintes aspectos: a) A exposição deve ser para a face norte e leste, visando obter melhor insolação e evitar os ventos frios do sul; b) Evitar terrenos de baixadas mal drenadas ou sujeitas a encharcamento; c) Evitar áreas sujeitas a geadas tardias; d) Evitar locais expostos continuamente a ventos fortes; e) Evitar terrenos muito declivosos por dificultarem o manejo do vinhedo e facilitarem a erosão; f) Evitar solos muito rasos, por impedimentos mecânicos e lençol freático próximo da superfície; g) Evitar locais infestados por pérola-da-terra (praga de solo) e por fusariose (doença de solo); h) Escolher uma área próxima da fonte de água limpa; i) Esperar no mínimo 2 anos para instalar o vinhedo em local desmatado. Obs 1: Nas áreas com maior declive recomenda-se a adoção de práticas conservacionistas como plantio em curvas de nível, terraceamento, caixas de retenção, cobertura morta, adubação verde e uso de roçadeira nas entrelinhas. Obs 2: Após escolher a área, deve-se coletar a amostra de solo para a análise química, pelo menos 6 meses antes do plantio e em duas profundidades (0-20 cm e 20-40 cm). Observando os aspectos acima. Quais as maiores vantagens? E quais os maiores impedimentos em minha propriedade? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO III CLIMA, SOLO E SEU PREPARO.

1- CLIMA.

As regiões de clima frio, com verão curto e inverno prolongado e temperaturas muito

baixas (abaixo de 15ºC negativos) são limitantes, com a planta não completando seu ciclo vegetativo, produzindo uvas acentuadamente ácidas e com baixos teores de açúcar. O frio causa injúrias irreversíveis e morte das plantas.

Regiões de clima temperado, com estações bem definidas são consideradas ideais para a vitivinicultura particularmente aquelas em que o verão é seco com temperaturas amenas e inverno frio e úmido. Nestas condições a incidência de doenças é limitada e o período de maturação transcorre lentamente ocasionando a qualidade da uva com equilíbrio entre açúcares e acidez desenvolvimento de aromas e coloração. São regiões aptas à produção de vinhos finos de mesa. Em clima temperado com as características referidas e que tenham temperaturas de verão mais elevadas superior a 22ºC as uvas são menos ácidas e mais ricas em açúcares adaptando-se à produção de vinhos licorosos. Em regiões de clima temperado úmido onde as condições ambientais são propícias ao desenvolvimento de doenças a qualidade da uva é muito variável de ano para ano.

Verões úmidos são favoráveis a incidência de podridões dos cachos necessitando de colheita antecipada cujo mosto normalmente apresentará baixos teores de sólidos solúveis e acidez elevada originando vinho de coloração pouco intensa e baixo extrato seco.

Em regiões tropicais a vitivinicultura é relativamente recente, entretanto regiões áridas com irrigação, é possível sua produção com duas a três colheitas por ano. Tende a ter alta concentração de açucares e baixa acidez. Para que haja brotação adequada é necessário que se use produtos para a quebra de dormência das gemas, também o uso intensivo de defensivos para controlar as doenças, principalmente as causadas por fungos.

Quais os problemas climáticos que enfrentaríamos em nossa região para a produção de uvas?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2- SOLO

A videira se adapta a solos arenosos até argilosos, rasos até profundos, pobres

ou de alta fertilidade, porém terrenos profundos e bem drenados são ideais, devendo se evitar argilas pesadas e os muito rasos, mal drenados ou salinos. As principais características do solo de minha propriedade, com relação ao cultivo da videira são: ______________________________________________________________________

3- PREPARO DO SOLO Sabemos que, antes da implantação de uma cultura, é necessário conhecermos a

deficiência de nutrientes no solo. Devemos, para isso, lançar mão da Análise do solo e de conhecermos o histórico da área.

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Vamos descrever como coletamos a amostra de solo em nossa propriedade: _________________________________________________________________________

Após o retirarmos a amostra, devemos executar os serviços de conservação de solo,

que antecedem o preparo do solo, para evitar a erosão. A Videira é uma cultura permanente, porém, devido seu tipo de condução, não protege o solo. Há dois tipos de preparo do solo: o preparo primário e o preparo secundário ou nivelamento. O preparo primário do solo para o plantio da videira visa retirar do terreno pedras, raízes e tocos que impeçam as demais práticas, além de romper as camadas compactadas. Consiste em se fazer subsolagem ou aração profunda. Após este trabalho, normalmente, executa-se a distribuição do calcário e dos adubos corretivos, principalmente o adubo orgânico e os fosfatos naturais. Já o preparo secundário tem como objetivo, incorporar os corretivos e nivelar o terreno para o plantio. Observando que, para parreirais maiores, o terreno deve facilitar a roçada mecanizada.

Todas as práticas, citadas acima, são necessárias, antes de instalarmos o

pomar, por ser a videira uma planta perene, é difícil corrigirmos algum destes problemas, depois. a) Como fazemos a drenagem: ________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Como fazemos a calagem: _________________________________________________ _________________________________________________________________________ c) Como fazemos a subsolagem:_______________________________________________ _________________________________________________________________________ d) Como fazemos a adubação corretiva e sua incorporação: _________________________ _________________________________________________________________________ e) Como fazemos a conservação do solo: ____________________________________________

CAPÍTULO IV CULTIVARES

A vitivinicultura brasileira está baseada em dois grupos de cultivares, as uvas

européias, da espécie Vitis vinifera, e as uvas americanas, pertencentes às espécies Vitis labrusca, Vitis bouquina, ou são híbridas com outras espécies. As uvas européias, também chamadas de uvas finas ou viníferas, dão origem aos vinhos finos, aceitos internacionalmente pelos países produtores de vinho.

As uvas americanas, também chamadas comuns ou rústicas, dão origem ao vinho comum, que apesar de não ter boa aceitação em outros países, possui grande importância para o consumo interno, representando cerca de 80% do volume total de uvas vinificadas no Rio Grande do Sul. Nesse estado a produção está baseada em mais de 70 cultivares, sendo cerca de 50 viníferas e 20 americanas.

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Algumas cultivarer destinadas para a produção de vinho ou suco, também é utilizado para o consumo ao natural como uva de mesa. Isto acontece principalmente com a Isabel e a Niágara Rosada, dependendo da oscilação dos preços de mercado. Vamos ver as principais características das variedades mais cultivadas: ISABEL

ORIGEM: Proveniente da Carolina do Sul, estado do Sudeste dos Estados Unidos da América do Norte. É uma cultivar de Vitis labrusca. A planta é vigorosa, produtiva (22 ton/ha) e possui boa tolerância a Antracnose. Adapta-se a poda curta e condução em espaldeira, embora o principal sistema de condução seja a latada. Os cachos são médios (200 a 250 g), cônicos e pouco compactados. As bagas são médias,arredondadas, de cor preto-azulada, sabor “foxado” e cobertas com abundante pruína. É a variedade vastamente difundida, ainda no período da colonização italiana, e persiste por várias razões: 1º Pela tradição dos viticultores, pela sua maior resistência as moléstias, vigorosa, elevada produtividade, e possui galhos secundários frutíferos. 2º Pela procura mercadológica, sobretudo nos últimos decênios na preparação de sucos de uva concentrados e simples. 3º Pela sua diversidade de aplicações, além de vinhos de mesa para uma faixa de consumidores habituados a este paladar, presta-se igualmente para o consumo "in natura", na obtenção de uvadas, geléias, licorosos, compostos, destilação, vinagres e outras. 4º Por ser o vinho preparado ainda em maior escala entre as pequenas e médias empresas da região da Encosta Nordeste do Rio Grande do Sul. O VINHO: Obtido de uma uva americana (Vitis labrusca), também vulgarmente conhecida como produtora de vinhos de consumo corrente ou comuns. Variedade cuja matéria-prima fornece vinho de custo mais acessível para consumidores com preferência deste paladar frutado, aromático. Seus vinhos são comercializados geralmente como vinho de ano, isto é, não se dedicam ao envelhecimento, a exemplo dos vinhos brancos de Vitis viníferas (Européias). Seu vinho é comercializado em garrafões de 4,6 litros, para os consumidores habituados e apreciadores desta categoria de elaboração. COR: vermelho violáceo, visual límpido. TEMPERATURA DE CONSUMO: 16º a 20ºC

SEMILLON ORIGEM: Variedade tradicional, propagada na região Sudoeste da França. No seu

país de origem pelas condições climáticas. Cultivada também na Califórnia, Austrália e Chile. No Brasil, nos últimos 15 anos teve uma propagação intensa pela sua excelente produção e qualidade de vinhos. O VINHO: É comercializado na modalidade das embalagens de 2 a 5 litros para o atendimento de consumidores com preferência, destes volumes práticos, pelo manuseio e custo. COR: Branco leve amarelado, visual brilhante. TEMPERATURA DE CONSUMO: 6 a 13 °C.

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NIÁGARA

ORIGEM: Planta originária do Alabama, estado norte-americano. Foi introduzida na viticultura paulista por Benedito Marengo, em 1894. E, apenas em 1910, foi reconhecida como variedade comercial para consumo "in natura". A origem Niágara Branca, entretanto, remonta ao ano de 1868, de um cruzamento Concord x Cassady.

DIFUSÃO: No começo do século XX, a Niágara Branca obteve difusão em vários vinhedos brasileiros devido a sua rusticidade e fertilidade. Em São Roque, São Paulo, é destinada a indústria de vinhos brancos licorosos, intensamente foxados e de grande apreciação dos consumidores.

No Rio Grande do Sul, em diversas regiões se faz presente seu cultivo, especialmente no município de Flores da Cunha e, em menor escala, em Bento Gonçalves.

Sua cultura se faz presente nos estados de Santa Catarina e Paraná, para vinhos comercializados em garrafões.

O VINHO: Os vinhos de Niágara Branca são obtidos com curta maceração pelicular com intenso caráter varietal. É possível, igualmente, obter vinhos brancos com a Niágara Rosada: neste caso o aroma é menos intenso devido à descoloração que se faz necessária durante a elaboração.

CARACTERÍSTICAS COR: amarelo esverdeado, brilhante, podendo com o tempo atingir um leve dourado. TEMPERATURA DE CONSUMO: 8 A 13 °C. CABERNET SAUVIGNON

ORIGEM: Francesa, igualmente à base dos vinhos tintos. Atualmente sua propagação difundiu-se ainda no norte da Itália, Espanha, Califórnia, África do Sul, Austrália, Chile e Argentina.

No Brasil apenas na década de 1980, com a multiplicação de plantas isentas de viroses, demonstrou boa adaptação geoclimática e de confiança promissora ao mercado do vinho.

O VINHO: Com esta variedade são comercializados os vinhos famosos com o nome de Château du Bréil, Château du Cort Vivens, Calon Sagur, Château la Croix, de St. Georges, Château Lafite, Rothschild, Château Margaux. CARACTERÍSTICAS

COR: visual límpido, de coloração vermelho-rubi, tendendo ao carmim. TEMPERATURA DE CONSUMO: 17 a 22ºC CABERNET FRANC

ORIGEM: Gaulesa, a base dos vinhos. Na França ainda é cultivado no Vale do Loire. Variedade cultivada também no norte da Itália, Califórnia, Chile, Argentina e Brasil.

Em nosso país foi a casta nobre difundida em maior volume dentre as viníferas, graças a sua boa aclimatação e adaptação na região da Encosta Superior do Nordeste e outras do Rio Grande do Sul. CARACTERÍSTICAS COR: brilhante, vermelho rubi vivo. TEMPERATURA DE CONSUMO: 16º a 21ºC. RIESLING ITÁLICO

ORIGEM: Variedade de uva proveniente da Itália. Trazida da Itália para diversas regiões do Rio Grande do Sul.

Os frutos da videira bem sazonados (maduros) são resultado do trabalho e experiência de vinhateiros que possuem práticas tradicionais.

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O VINHO: Branco Seco, com sua jovialidade exala aroma nítido e intenso. A Alemanha e outros países tradicionais no ramo vinícola elaboram grandes vinhos brancos, a partir dessa mesma variedade nobre e de excelente qualidade. Na Europa, e agora também no Brasil, desenvolveu-se o hábito de beber os vinhos brancos no mesmo ano de sua elaboração, ou seja, vinhos jovens. Pode-se, dessa forma, desfrutar melhor de características como aroma e maciez. Quando servimos à temperatura conveniente esses vinhos evidenciam características excelentes. CARACTERÍSTICAS COR: amarelo esverdeado, brilhante. TEMPERATURA DE CONSUMO: 6 a 13ºC IVES

Conhecida como Bordô nos estados do Sul e Folha-de-Figo em Minas Gerais. É uma cultivar de V. labrusca. A planta possui bom vigor e boa produtividade, além de elevada resistência às doenças fúngicas. Os cachos são pequenos, cilíndricos, às vezes alados e medianamente compactos. As bagas são pequenas, arredondadas, pretas, com polpa fundente e sabor foxado. Devido ao seu vinho possuir elevado teor de substâncias corantes, é utilizado para cortes (misturas) com vinhos pouco coloridos. CONCORD

É uma cultivar mais utilizada para a produção de sucos. Pertence à espécie V. labrusca. A planta é vigorosa, produtiva quando utilizada a poda longa e apresenta satisfatória resistência ao oídio, míldio e antracnose. Os cachos possuem tamanho médio, formato cilíndrico e são compactos. As bagas são médias, ovóides, de cor preto-azulada pela intensa pruína e possuem sabor foxado. Em geral é cultivada em pé franco.

CAPÍTULO IV: INSTALAÇÃO DO VINHEDO:

Antes de instalar o pomar devemos saber o sistema de condução que faremos às plantas, que vai variar conforme a estrutura de sustentação da copa, se será espaldeira, latada ou semilatada, isto nos determinará o espaçamento que usaremos entre as plantas.

a) sistemas de condução ESPALDEIRA

A espaldeira é o sistema de condução mais simples, semelhante a uma cerca. Os postes são colocados individualmente em cada fila, com distância de 5 a 6 m. Os postes das extremidades devem ser presos a rabichos para dar sustentação à linha.

Os postes devem ter de 2,2 a 2,5 m de altura sendo enterrados 0,6 m, permanecendo 1,6 a 1,9 m para fora da terra. Empregam-se 3 ou 4 fios, sendo o primeiro colocado a 0,9 m do solo e os demais a cada 30 ou 40 cm.

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LATADA (PÉRGOLA OU CARAMANCHÃO)

O sistema é formado por dois componentes básicos: os postes ou mourões e os

arames. Os postes são divididos em cantoneiras, postes externos, postes internos e rabichos.

As cantoneiras são postes mais reforçados com 2,7 m, colocados nos cantos da latada, com o propósito de suportar a pressão exercida sobre os arames da latada.

Os postes externos possuem comprimento mínimo de 2,5 m e são colocados em torno de toda a latada de forma inclinada para fora.

Os rabichos são postes menores com um comprimento de aproximadamente 1,2 m, que são fincados cerca de 2 m de distância dos postes externos e cantoneiras, sendo amarrados a estes com um cordão de três fios.

Os postes internos possuem a finalidade de sustentar o peso da produção e da rede de fios, sendo colocados nas filas das plantas onde passam os cordões secundários.

O sistema de arames é formado pelos cordões primários, secundários e fios simples, que devem ficar a uma altura mínima de 2 m do solo.

Os cordões primários são constituídos por 7 a 9 fios enrolados e colocados de maneira a ligar duas cantoneiras entre si, passando pelos postes externos e ficando perpendicular à direção das filas. Os cordões secundários são formados por dois fios enrolados e dispostos paralelamente aos dois cordões primários, passando de um poste externo ao outro e apoiando-se nos postes internos. Os fios simples são estendidos a partir das filas, paralelamente a estas a cada 50 cm, passando pelos cordões secundários e formando assim a rede da latada.

Os postes devem ser constituídos de material bem resistente, sendo geralmente utilizados postes de concreto ou mourões de madeira. Os mourões que formam as cantoneiras devem possuir diâmetro de 25 a 30 cm; os postes externos 10 a 15 cm e os internos, 10 cm. Os arames utilizados são os de número 12 ou 14. Os cordões primários também podem ser formados por 3 fios enrolados número 8 e os cordões secundários por 2 fios número 8.

sistema latada SEMI-LATADA (SEMIPÉRGOLA OU LATADA DESCONTÍNUA) Esta estrutura é muito semelhante à pérgola, mas difere por não ser contínua, sendo

deixado um espaço sem arames entre as linhas de plantio. Este tipo de estrutura é utilizado para terrenos inclinados, onde a construção da

pérgola é muito difícil.

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Existem diversas formas de semipérgola, sendo as mais comuns a meiapérgola e a semipérgola em T.

MANJEDOURA

O sistema de manjedoura é um sistema intermediário entre a espaldeira e a semipérgola. Na manjedoura são acrescentadas cruzetas aos mourões, fixadas acima do primeiro fio. Pode-se utilizar duas ou três cruzetas, que aumentam de tamanho de baixo para cima. No caso de três cruzetas, a primeira é colocada a 1,25 m do solo, a segunda é colocada a 25 cm da primeira e a terceira a 50 cm da segunda. Na extremidade de cada cruzeta é conduzido um fio ao longo de toda a linha.

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b) Espaçamentos mais utilizados:

Entre fileiras (metros) Entre plantas (metros) Latada 2.5 a 3.0 1.5 a 2.0 Semi-latada 2.0 a 2.5 1.5 a 2.0 Espaldeira 2.0 a 2.5 1.0 a 1.5 c) Vamos descrever como é feita a demarcação para o plantio de videira em nosso

município: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) Agora vamos escrever como são feitos a instalação dos postes e o aramado: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Os principais fatores que devem ser levados em consideração para estabelecer o espaçamento de um vinhedo são: vigor de combinação copa – porta-enxerto, fertilidade do solo, declividade do terreno e sistema de condução. Em geral não devem ser utilizadas distancias menores que 2 m entre filas, para permitir a passagem de máquinas e tratos culturais. Aconselha-se que esta distância tenha pelo menos 50 cm a mais do que as máquinas que serão utilizadas. CAPÍTULO V: FORMAÇÃO DAS MUDAS – fase inicial – 1.º ano

a) Na formação do vinhedo(parreiral) podemos utilizar o sistema de porta-enxerto(ou cavalo), para no ano seguinte fazermos o enxerto da variedade desejada(copa). Outra maneira é adquirir as mudas já enxertadas.

Vamos escrever as vantagens e as desvantagens dos dois sistemas:

a 1) Utilização de porta-enxerto: Vantagens: ________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Desvantagens: _____________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

a 2) Utilização de mudas já enxertadas: Vantagens: ________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Desvantagens: _____________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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b) Características dos principais porta-enxertos (cavalos) para videira

PORTA-ENXERTO VIGOR SOLO

Rupestris du Lot Alto Adapta-se a solos argilosos, pobres em nutrientes, mas profundos e permeáveis.

Solferino Alto Adapta-se bem a diferentes tipos de solos

Golia Alto Adapta-se a solos profundos, férteis e permeáveis.

Riparia Gloire de Montpellier

Médio Adapta-se a solos profundos, férteis, úmidos e ácidos.

RR 101-14 Médio Adapta-se a solos pobres e permeáveis

Schwarzmann Médio Adapta-se a solos secos, arenosos e ácidos.

Kober 5BB Médio Adapta-se a solos secos, desde que não sejam muito ácidos.

420-A Médio Adapta-se bem desde que não sejam muito ácidos

SO4 Médio Adapta-se a diferentes tipos de solos, inclusive secos.

R 99 Médio Adapta-se a diferentes tipos de solos, inclusive secos.

Riparia do traviú Baixo Adapta-se bem a muitos tipos de solos, mas prefere os ácidos.

c) Vamos citar as variedades de uva mais produtiva e adaptada em nossa região: 1. º _____________________________ 2. º _____________________________ 3. º _____________________________ PREPARAÇÃO DA COVA PARA PLANTIO: As covas são muito importantes para as plantas frutíferas, pois o desenvolvimento inicial das mudas depende de um bom preparo das covas. DIMENSÃO DAS COVAS

Em terrenos onde foi feito um adequado preparo do solo, fazer uma cova com

dimensões de 50 X 50 X 50 cm (solo arenoso) ou 60 X 60 X 50 cm (solo argiloso);

Em terrenos difíceis de o solo ser preparado corretamente (terrenos com inclinação entre 12% e 18 %), a cova deve ser maior com 60 X 60 X 60 cm (solo arenoso) ou 80 X 80 X 60 cm (solo argiloso).

DEMARCAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS COVAS Para manter o alinhamento das covas e centralização de mudas, pode-se utilizar o “ripão de marcação” que também servirá para demarcar as dimensões das covas. O “ripão de marcação” consiste de uma ripa com mais ou menos 8 cm de largura e comprimento de 1,0 metro. Nos extremos e na parte média do ripão, fazer um corte em V. A partir do V central, marque (dos dois lados) o raio da dimensão da cova desejada.

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ABERTURA DAS COVAS

1 Coloque o “ripão de marcação” no sentido “cortando as águas” e encaixe o V central

do ripão na estaca demarcatória do local da cova. Marque com a pá cortadeira a dimensão desejada da cova e, no V dos extremos, finque estacas de referência. Gire agora o ripão em

posição perpendicular à primeira e novamente com a pá, marque a respectiva dimensão da cova.

2. Retire a estaca central e o ripão de marcação, mantendo somente as linhas que demarcam as dimensões da cova e as estacas de referência. 3. Abra a cova com o auxílio da pá cortadeira. Jogue a terra da camada A (mais escura e fértil) para o lado superior da inclinação e a terra da camada B (mais clara e menos fértil), para o lado inferior da inclinação. Também se pode utilizar os perfuradores acoplados a trator, que apresentam elevado rendimento de trabalho. Neste caso é necessário, depois da abertura das covas, um acabamento com a pá cortadeira para deixar a cova quadrada, pois a cova circular pode favorecer o enovelamento das raízes.

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CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DE COVAS

Independente do resultado de analise de solo, é conveniente realizar a adubação e correção de covas. A quantidade a colocar varia se o terreno foi ou não devidamente corrigido (com calcário e com fósforo, potássio e micronutrientes), no momento do preparo do solo.

ELEMENTOS QUANTIDADE (KG POR COVA)

Em terrenos já corrigidos e adubados

Em terrenos sem correção e sem adubação

Esterco de galinhas ou 10,00 10,00

Esterco de curral ou 20,00 20,00

Composto orgânico 30,00 30,00

P2O5 0,10 0,20

K2O 0,10 0,30

Calcário dolomítico 1,00 1,00

Sulfato de bórax - 0,05

Sulfato de magnésio - 0,10

FORMA DE ADUBAÇÃO NA COVA:

Misturar o adubo orgânico com a terra “A” retirada da cova = I.

Misturar I com os adubos químicos =II.

Misturar II com o calcário dolomítico = III.

ATENÇÃO: Não soque a terra da cova com os pés durante o preenchimento da mesma.

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Uma vez completada a mistura = III, devolvê-la ao fundo da cova. A quantidade da terra que poderá faltar para completar a cova, será raspada em

torno da mesma, aproveitando-se somente da terra fértil (a terra da camada B deve ser utilizada).

Após completar a cova, voltar com o ripão de marcação, encaixando o V das

extremidades nas estacas de referência. Depois, finque a estaca no meio do V central, demarcando novamente o centro da cova.

Em seguida, retire o ripão de marcação e raspando ainda mais a terra fértil em volta

da cova, faça um monte de terra sobre a cova (em volta da estaca central), de modo que, no final, a cova fique abaloada.

As operações de coveamento, correção e adubação de cova, devem ser feitas de 30 a 60 dias antes do plantio.

Quando utilizamos porta-enxerto:

As estacas de porta-enxerto devem ter 4 a 6 gemas e diâmetro de um lápis. O corte na base da estaca deve ser bem rente à gema, para facilitar o enraizamento na parte superior.

É recomendado o corte em bisel a uma distância de 2 a 3 cm da última gema, para evitar o ressecamento e morte da estaca. DESBROTA, TUTORAMENTO E AMARRAÇÃO DO PORTA-ENXERTO

Fazemos o tutoramento até o arame da latada, com taquara ou ripas, escolhendo o broto mais vigoroso e conforme vai crescendo, amarramo-lo à estaca, com ráfia, vime ou outro material. ADUBAÇÃO, INCORPORAÇÃO DO ADUBO NITROGENADO E TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS.

A adubação nitrogenada é aplicada quando os brotos das estacas atingem 20 a 30cm de comprimento, a aplicação do adubo é feita ao redor da planta numa faixa de 30cm longe e incorporado através de enxada. Fazemos uma maior adubação para os pés fracos.

Os tratamentos fitossanitários são recomendados pelo 3 a 4 aplicações por ano

de fungicida e / ou inseticida. Em regiões frias em que a planta perde as folhas no inverno, faz-se aplicações de

fungicidas neste período, preventivamente, podendo ser calda bordaleza ou sulfocálcica, iniciando as aplicações após a poda no período hibernal. E estas operações, são feitas nas horas frescas do dia.

O segundo tratamento, normalmente, é feito quando os primeiros brotos tiverem 5cm de comprimento, aproximadamente. Os tratamentos seguintes, apenas quando se fizer necessário.

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PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS DA VIDEIRA

Vamos citar os danos causados pelas pragas e doenças em nosso município: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Para que possamos conduzir bem nosso pomar é preciso que conheçamos nossos inimigos:

As pragas são insetos que atacam as plantas causando danos a elas e prejuízos ao produtor.

As doenças são também conhecidas como pestes, são causadas por micróbios, seres vivos muito pequenos, que atacam as plantas em diferentes épocas do ano, podendo causar a morte parcial ou total das plantas. Tem relação direta com as condições climáticas da região.

DOEÇAS E PRAGAS CONDIÇOES CLIMÁTICASFAVORÁVEIS Antacnose “varíola” Temperaturas baixas e umidade elevada Mídio “mofo” Temperaturas elevadas e alta umidade do ar Temperatura. Elevadas e tempo seco Oídio Umidade excessiva com temperaturas elevadas. Umidade excessiva no solo e mudas infectadas. Podridões dos cachos Repouso de inverno e período vegetativo Fusariose Período vegetativo Cochonilhas Período vegetativo Mosca-das-frutas Perolada terra ou margarodes INSTALAÇÃO PARCIAL DO SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO

Vamos escrever como fazemos em nosso município a instalação parcial do sistema de sustentação do vinhedo: ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Construção do Tanque de Tratamento Fitossanitários e Aquisição de Equipamentos.

O tanque para preparo da calda de pulverização deve ser construído em local estratégico do parreiral, visando a máxima eficiência de sua utilização. Também recomenda-se fazer um depósito para insumos, máquinas e equipamentos, como pulverizador costal, tesoura de poda e canivete de enxertia, comumente utilizados na condução da videira nos dois primeiros anos.

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RESUMO:

Vamos fazer um resumo do que nós consideramos importante na formação das mudas, porta-enxertos, preparo da cova e sobre as pragas e doenças da videira.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ TEMA DE ESTUDO: VITIVINICULTURA FASE INICIAL 2.º ano

Fazemos a reposição dos porta enxerto que não vingaram, isto é feito logo após a queda das folhas (para regiões frias) das plantas, no inverno, fazendo o transplante destes nas falhas que ocorreram no parreiral.

Se fizermos o plantio de mudas já enxertadas em nosso vinhedo, apenas fazemos a condução do pomar.

Se fizermos o plantio do porta-enxerto, no 2.º ano enchertamos a copa (enxerto), procedendo da seguinte maneira: Época – julho e agosto Tipo de enxertia mais indicado – garagem simples

Podemos também fazer a o enxerto em janeiro e o tipo de enxertia mais indicado para essa época é a BORBULHIA. PREPARO DO PORTA-ENXERTO: Enxertia garfagem simples

O porta-enxerto deve ser decepado a 10cm do solo, fazendo-lhe uma fenda, que

receberá a copa ou enxerto:

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O garfo deve ser preparado de modo que depois de feita a cunha em sua extremidade basal, fique 2 gemas:

A enxertia é feita inserindo a cunha do garfo na fenda do porta-enxerto:

A espessura (diâmetro) dos dois deve ser semelhante. Em porta-enxerto muito espesso (grosso), utilizamos 2 garfos, um em cada lado da fenda:

Logo após essa operação, enrolar e amarrar bem firme o local da fenda com fitilho ou vime, podendo ainda vedar com cerca ou barro de olaria.

Assim, terminado o processo de enxerto amontoamos terra até cobrir a ponta do garfo:

Esta operação é importante para manter a umidade e proteger o enxerto. Normalmente procedemos a enxertia nos dois porta-enxerto de cada cova, por

possíveis falhas que possam ocorrer e aproveitamos o mais vigoroso. Vamos citar os cuidados que devemos ter com os enxertos:

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ADUBAÇÃO NITROGENADA – no 2.º ano

Devemos fazer em 2 vezes: A 1.ª no início da brotação do enxerto. A 2.ª , 45 dias após a primeira Usaremos 30g de uréia em cada aplicação, 20 a 30cm longe da muda, 5 a 8cm

de profundidade e solo úmido. CAPINA

Devemos proceder a capina 2 a 3 vezes por ano, cuidando para não ferir as plantas.

Durante a operação da capina devemos aproveitar para tirar todos os cachos de uva existentes e os brotos em excesso, deixando apenas um broto, o de maior vigor.

Quando o ramo principal atingir a altura do arame, devemos corta-lo a 20cm

abaixo do arame, para favorecer o desenvolvimento de brotações que formarão os ramos produtivos, futuros braços.

O combate às formigas continua durante todo o ciclo vegetativo das plantas. No 2.º ano é terminado o sistema de sustentação, devemos colocar todos os

cordões ou arames, também os reforços nos palanques laterais. FASE INICIAL – 3.º ano

No mês de agosto, para as regiões frias, realizamos a enxertia naqueles porta-enxerto transplantados no 2.º ano e nos que não apresentaram bom vigor no ano e nos que não apresentam bom vigor no ano anterior e efetuar a reposição de mudas, se necessário. PODA DE FORMAÇÃO E AMARRAÇÃO

A poda que fazemos no período hibernal, chamamos de poda seca, antes do início da brotação. Temos o objetivo de dar forma à planta e possibilita o equilíbrio e desenvolvimento geral, orientamos os ramos na posição que melhor frutifiquem.

Após esta poda, realizamos a amarração com vime ou ráfia. Fazemos também em período de desenvolvimento dos ramos a poda verde,

eliminando as brotações dos ramos que surgirem ao longo do ramo até o arame de sustentação.

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A poda verde ser feita com tesoura especial de podar, cortando os brotos em sua base. ADUBAÇÃO NITROGENADA Fazemos em duas épocas: 1.ª adubação – no início do inchamento das gemas – 40g/pé. 2.ª adubação – no início da floração – 40g/pé.

Também podemos usar adubação orgânica, que deve ser feita em maio ou junho. Vamos citar alguns tipos de adubo orgânico que podemos utilizar no vinhedo

(parreiral): --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

As capinas, manuais ou mecânicas, na medida do possível fazemos após as adubações orgânicas ou químicas.

Vamos citar alguns benefícios da capina:

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Continua o combate às formigas cortadeiras, que deve ser feita o ano todo, com isca granulada ou fumigação.

Até esta fase de desenvolvimento do pomar, é recomendada a cultura intercalar,

aproveitando os espaços livres, para isto, podemos utilizar leguminosas de porte baixo como---------------------------------,-------------------------------------------------,----------------------------------- e ---------------------------------------------- nas entrelinhas do pomar com o objetivo de melhorar as propriedades físico-químicas do solo, protege-lo contra a erosão, dar um rendimento extra nos primeiros anos, como fonte de Matéria Orgânica e mantendo maior umidade no solo em período secos. COLHEITA DA UVA PAR VINHO

Vamos descrever como fazemos a colheita da uva para vinho e o seu transporte, em nosso município: -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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TEMA DE ESTUDO: VITIVINICULTURA CAPÍTULO VI : MANUTENÇÃO DO POMAR DE UVA PARA VINHO

O período econômico da produção se inicia a partir do 4.º ano de instalação do pomar, é bom lembrar que estamos destinando nossa produção para a fabricação de vinho.

A produção estimada nesta fase é em torno de 5 Ton/Ha. Já no 5.º ano de instalação do pomar aumenta para 10 Ton/Há, e se estabiliza com 15 a 25 Ton/Há no oitavo ano, dependendo da cultivar.

Práticas culturais que fazemos a partir do 4.º ano para garantirmos nossa

produção:

a) Poda de frutificação ou poda seca:

O sistema de poda recomendado é a poda curta ou mista de acordo as cultivares a serem podados.

A poda curta é quando deixamos somente esporões e na poda mista esporões e varas.

Esporões são ramos do ano que, após podados, ficam no máximo com 3 a 4 gemas que produzirão ramos para frutificarem no ano seguinte.

Varas são ramos de produção, também do ano, mas que após podados ficam com 5 a 8 gemas.

A época mais indicada para a poda é no período hibernal no inchamento das gemas. Em regiões sujeitas a geadas tardias, esta poda deve ser adiada ao máximo, aumentando as chances de evitar os danos causados pelas geadas.

Não existe uma maneira uniforme para podar a videira, ela deve ser dirigida considerando o vigor, a qualidade e a quantidade de ramos, de modo que a produção seja regular, tornando o cultivo econômico, sem perda da forma original da planta.

Nem todas as cultivares de videira se adaptam bem a qualquer tipo de poda, as possibilidades de adaptação estão relacionadas ao número de gemas férteis e à posição que estas ocupam ao longo do ramo.

A fertilidade das gemas é uma características de cada cultivar, influenciada pelo solo e clima, porta-enxerto, sistema de condução e pelo número de gemas férteis e à posição que estas ocupam ao longo dos ramos podados.

Classificação das podas de acordo com as cultivares: Poda curta – 2 a 4 gemas. Poda mista pobre – esporões com 2 gemas e varas de 3 a 5 gemas. Poda mista rica – esporões com 3 a 4 gemas e varas de 5 a 10 gemas. CULTIVAR TIPO DE PODA Poda curta Poda mista pobre Poda mista rica Seyval (S. V. 5276) X Seibel X Seibel 2 X X Seibel 1077

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(couderc preta) X Courdec 13 X Bordô X X Isabel X X Niagara Branca X X Niagara Rosada X X Moscato Bailey A X X X Concord X X Riesling Itálico X X Cabernet Franc X X Cabernet Sauvignon X X Itália (Piróvano 65) X Trebiano X X Moscato Branco X X

b) AMARRAÇÃO

Após a poda as ramos devem ser amarrados aos arames do sistema de sustentação do vinhedo, usamos vime ou ráfia.

c) ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO

Devido a fertilidade natural boa ou ótima que alguns solos apresentam, considerando também o seu desgaste pela utilização Ou perda de nutrientes pela erosão, a adubação de manutenção será mais bem recomendada pela análise do solo.

A fonte de nutrientes pode ser química com fósforo e potássio, aplicados nos meses de maio a junho e a nitrogenada em 2 aplicações, a primeira no inchamento das gemas e a segunda logo após o início da floração, de preferência em solo úmido e incorporado, longe 20 a 30cm da planta.

Os tratamentos fitossanitários seguem recomendações específicas para cada

região, devido às condições de umidade e temperatura, favorecimento de ocorrência de doenças, sensibilidade das cultivares a determinadas doenças e pragas próprias de cada região.

A PODA VERDE

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Esta poda, fazemos durante o período vegetativo das plantas, tem o objetivo de eliminar a brotação mal situada ou inútil, isto para se obter ------------------------------------, ---------------------------------------- e facilitar --------------------------------------.

Operações na poda verde: Desdobra – é a retirada do excesso dos brotos que provém de um mesmo ponto,

deixamos apenas 1 ou 2, eliminando os demais. Desfolha – é a feita 30 dias antes da colheita, para melhorar a aeração e

insolação, facilita a aplicação de defensivos e melhora a qualidade da uva em sabor e açúcar.

São tiradas todas as folhas, da base do ramo até o primeiro e segundo cachos. Raleio dos cachos – são retirados, logo após a floração os cachos menores dos

ramos, isto possibilita melhor desenvolvimento dos outros cachos e melhor qualidade e peso dos outros cachos.

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Nesta fase de envolvimento do pomar, as raízes já estão bastante desenvolvidas e muitas estão próximas à superfície, qual quer operação mecânica prejudica o seu desenvolvimento, é necessário então a capina manual ou a utilização de herbicidas.

Continua o controle das formigas cortadeiras o ano todo com iscas granuladas ou

fumigação nos “olheiros”. COLHEITA Vamos descrever como fazemos a colheita de uva para vinho em nossa propriedade.

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PRINCIPAIS PRODUTORES DE UVA DO MUNDO: ITÁLIA, FRANÇA, ESPANHA, ALEMANHA, CHILE, ARGENTINA,ESTADOS UNIDOS