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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A contribuição da narração na produção textual
Autor Zibia Sanches Garcia
Escola de Atuação Colégio Estadual Serafim França. Ensino Médio e Fundamental
Município da escola Astorga
Núcleo Regional de Educação
Maringá
Orientador Gleimara Regina Ferreira Zúniga
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual de Maringá - UEM
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica
A contribuição dos contos e crônicas na produção textual
Relação Interdisciplinar
Público Alvo EJA – Educação de Jovens e Adultos
Colégio Estadual Serafim França. Ensino Médio e Fundamental
Localização Colégio Estadual Serafim França. Ensino Médio e Fundamental
Rua Presidente Wenceslau Brás , nº 370 - Centro
Apresentação: Essa produção didática(unidade didática), visa atender às necessidades dos alunos da EJA-Ensino Médio Noturno, modalidade que tem como perfil de alunos, trabalhadores
jovens e adultos, que por vários motivos não tiveram condições de concretizar sua escolaridade em tempo e idade, proposto pela Constituição e que, ao retornarem às atividades escolares, apresentam dificuldades e desmotivação em relação à leitura de textos, na interação e diálogo com os demais colegas de sala se aula, demonstram timidez na exposição de ideias, e consequentemente na aplicação da escrita. Diante desse contexto essa unidade didática propõe a leitura e interpretação de alguns textos (contos, crônicas,músicas e poema), todos com temáticas afins, tendo como objetivo fomentar, dentro de uma relação dialógica, questionamentos, discussões, comparações, confrontos de ideias e dos saberes prévios desses alunos e vencer desafios diante da escrita, através da produção de texto. Propomos nesse material textos diversificados, com objetivo de instigar a leitura e compreensão dos mesmos, propiciar diálogo, interações, discussões, realizar atividades de reflexão, uso da escrita e aplicação da mesma, através da produção textual. Portanto, é fundamental proporcionar um espaço em que o aluno aprenda a discutir, participar democraticamente e desenvolver a responsabilidade pessoal pelo bem estar comum.
Palavras-chave Leitura, Narração, Produção textual.
1 - IDENTIFICAÇÃO
1.1 – ÁREA: Língua Portuguesa.
1.2 - PROFESSOR PDE: Zibia Sanches Garcia.
1.3 - PROFESSOR ORIENTADOR: Gleimara Regina Ferreira Zúniga.
1.4 – IES: Universidade Estadual de Maringá - UEM.
1.5 - ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Serafim França. Ensino
Fundamental e Médio.
1.6 - PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: EJA-Noturno.
2 – TEMA: A contribuição da narração na produção textual.
3 – TÍTULO: A contribuição dos contos e crônicas na produção textual.
4 - CONTEÚDOS BÁSICOS
• Prática da Oralidade - Propiciar e promover atividades que possibilitem o
aluno tornar-se um falante ativo, competente, capaz de compreender os
diferentes discursos e de organizar os seus de forma clara, coesa e coerente,
respeitando seu modo de falar e entendendo seu papel ora locutor, ora
interlocutor.
• Prática da Leitura - Leitura de contos, crônicas, poema, letras de músicas,
promovendo interação, relação dialógica entre o texto e leitor, e percebendo
através dessas leituras, a ideologia, a interlocução, a situacionalidade, entre
eles, ou seja, a intertextualidade.
• Prática da Escrita - Promover o contato do aluno com a produção escrita de
diferentes textos. Envolver os alunos em diferentes modalidades da escrita
desenvolvendo a criatividade, conteúdos e exposição de idéias, a partir das
experiências sociais, leituras proporcionadas, discussões e debates.
5 - INTRODUÇÃO
Esta produção didática (unidade didática) visa atender às necessidades dos
alunos da EJA-Ensino Médio Noturno, modalidade cujo perfil de alunos caracteriza-
se por trabalhadores jovens e adultos que por vários motivos não tiveram condições
de concretizar sua escolaridade em tempo e idade proposto pela Constituição, e ao
retornarem às atividades escolares apresentam dificuldades e desmotivação em
relação à leitura assim como na interação e diálogo com os demais colegas de sala
se aula, além de demonstram timidez na exposição de ideias, o que reflete na
produção escrita.
De acordo com a proposta pedagógica curricular da EJA, vigente a partir de
2006, o currículo deve ser trabalhado de forma diferenciada do regular, sempre
levando em consideração os saberes adquiridos pelos educandos ao longo de sua
história de vida, com vistas a fornecer subsídios para que os alunos se afirmem
enquanto sujeitos ativos, críticos e democráticos. A EJA busca garantir a esse
segmento social, acesso a cultura letrada, maior participação na política, e
participação ativa no mundo do trabalho. Portanto, é fundamental proporcionar um
espaço em que o aluno aprenda a discutir, participar democraticamente e
desenvolver a responsabilidade pessoal pelo bem estar comum.
Diante desse contexto, esta unidade didática propõe a leitura e interpretação
de alguns textos (contos, crônicas, músicas e poema), todos com temáticas afins,
tendo como objetivo fomentar, dentro de uma relação dialógica, questionamentos,
discussões, comparações, confrontos de ideias e dos saberes prévios desses
alunos, para uma eventual ruptura e consequente construção de novos
conhecimentos.
Este material didático foi organizado, basicamente, a partir da leitura de
alguns autores como Mikhail Bahktin, Lev Semenovich Vygotsky, João Wanderley
Geraldi e Sonia Kramer que trazem em seus estudos, como conteúdo estruturante, o
discurso como prática social. São nessas fundamentações teóricas que esse
trabalho busca subsídios para desenvolver este material didático e bases para um
trabalho eficiente e produtivo.
Para Bakhtin (1997) a relação do leitor com o material linguístico deve ser de
reflexão, de confrontos, posicionamentos, apresentando uma concepção artística de
linguagem como um tipo de expressão, a qual possui características próprias e
particulares. O artístico para Bahktin é uma forma especial de inter-relação do
criador e do contemplador, fixada na obra de arte. É ao mesmo tempo individual e
social, pois reflete uma fala interior dos interlocutores e uma “fala externa”
proveniente do contexto sociocultural e econômico no qual está inserida. Bakhtin
afirma que mesmo na individualidade o artista traz em si raizes socioculturais, visões
de mundo da classe a que pertence e padrões estéticos de seu tempo e de sua
comunidade. O sujeito, segundo ele, não é fruto de uma produção isolada; o eu se
constrói em colaboração, com o outro e seu meio. O eu necessita da colaboração de
outros para poder definir-se e ser “autor” de si mesmo. Assim sendo, a enunciação é
fruto da interação de dois sujeitos socialmente organizados: o locutor e o ouvinte.
Vygotsky (1979) afirma que a aprendizagem e o desenvolvimento do
pensamento se dão na interação social. O autor salienta que “percebemos a
concepção da linguagem constituidora da consciência: os homens não nascem com
os sentidos e os significados construídos, e não os constrói apenas na relação com
os objetos” (1979, p. 138). Ele vê a relação entre o indivíduo e a sociedade como
um processo dialético, sendo “a transformação de um processo interpessoal (social)
num processo intrapessoal” (2007, p. 164) um dos aspectos centrais da sua teoria
da cognição.
Kramer (2003) defende a leitura e a escrita como resgate e constituição do
sujeito, uma vez que essa possibilita formar valores, contribuindo para sua
humanização. O trabalho com a linguagem, a leitura e a escrita favorece uma ação
que convida à reflexão, a pensar o sentido da vida individual e coletiva, e remete à
responsabilidade social que temos de provocar uma reflexão crítica. Segundo a
autora, falar de escrita e de múltiplas linguagens significa necessariamente ter uma
perspectiva de luta contra a desigualdade social.
Para Geraldi (1991), antes de o aluno vir à escola, o mesmo percebe e reflete
sobre a comunicação usada em suas diferentes interações. Nessas considerações
os alunos confrontam suas linguagens e seus discursos. A interlocução deve
proporcionar situações de diálogo e interação em que o professor, dado às
variedades linguísticas, sociais, regionais e diferenças dialetais, disponha de
atividades de ensino que oportunizem aos alunos o domínio de outra forma de
comunicar o dialeto padrão, sem depreciar a forma de falar do aluno em seu grupo
social. Para Geraldi, a língua padrão é resultado de uma imposição social que
desclassifica os demais dialetos. No entanto, simplesmente valorizar as formas
dialetais consideradas não cultas, mas linguísticamente válidas, tornando-as objeto
do processo de ensino, é desconhecer o poder da comunicação nas relações com o
poder e na superação de seus conflitos. Dominar os instrumentos de poder é uma
forma de acesso e rompimento do mesmo.
Assim, à luz desses teóricos, propomos neste material a leitura de textos
diversificados com o objetivo de instigar a compreensão desses textos, propiciar
interações dialógicas, reflexões, discussões, com vistas a fomentar uma produção
textual com participação ativa desses alunos.
6 - OBJETIVOS:
• Promover leituras de Contos, Crônicas, Poema e Letra de Músicas, que
desenvolvam a criticidade e estimulem a escrita e a criatividade na produção
textual.
• Promover uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade
social e dos direitos e responsabilidade em relação à vida pessoal e coletiva,
através da leitura de contos e discussão de seus enredos.
• Proporcionar oportunidades para que os educandos expressem seus
conhecimentos prévios, desenvolvam a capacidade de ouvir e respeitar
diferentes opiniões.
• Criar oportunidades, através da leitura de contos¸ para os educandos
ampliarem e reformularem sua visão de mundo ao estabelecer um verdadeiro
diálogo com os textos e com os colegas.
• Aperfeiçoar a habilidade de interpretar diferentes linguagens, através da
leitura e interação em sala de aula.
• Instigar a prática do exercício da crítica e da defesa de ideias com
argumentação e linguagens adequados, em discussões, debates, assim como
através da produção textual.
• Resgatar o gosto pela leitura através do gênero narrativo contos, por meio do
dialogismo e materialismo histórico dialético.
• Promover a possibilidade de internalização da escrita, sua estrutura, seus
elementos coesivos capacitando o aluno para o discurso escrito.
MÓDULO 01
TEXTO 01: O ARQUIVO
Leitura oral, discussão e interpretação escrita do texto O Arquivo de Victor Giudice
(Extraído do livro didático de Português - Projeto Radix de Ernani & Floriana, 9º ano,
São Paulo, 2010, 1ª edição, Editora Scipione).
Conhecendo o Autor:
Victor Giudice (1934-1997) nasceu em Niterói, RJ, cursou Direito e Letras,
foi professor e músico. Trabalhou também como jornalista e publicou ensaios e
resenhas no Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
Publicou seis livros, O necrológio, Os banheiros, Bolero, Salvador janta no Lamas, O
Museu Darbot e Outros Mistérios, e O Sétimo punhal. O Arquivo foi o conto
brasileiro mais publicado no exterior. Mais informações sobre o autor podem ser
encontradas no site www.victorgiudice.com.
Explorando o Texto
1) O texto que você acabou de ler pertence a que gênero textual:( ) crônica ( ) conto ( ) poesia em prosa
2) O texto O arquivo foi construído a partir de ideias de redução e negação.
Enumere essas ideias de acordo com a sequência do texto.
( ) Não dormia direito envenenado pelos colegas invejosos.
( ) Deixava de jantar e comia sanduíche no almoço.
( ) Passou a comer menos.
( ) Não se mostrou orgulhoso.
( ) Radiante joão gaguejou alguma coisa ininteligível.
( ) Esfarelava-se num trem e dois ônibus para chegar à empresa.
( ) O organismo não sofria mais com a fome.
( ) O corpo era um monte de rugas sorridentes.
( ) Comprimiu-se o crânio seco.
( ) As formas se desumanizaram, planas, compactas.
3) Observe as seguintes frases do texto: “Agora, joão acordava às cinco da manhã”.
“Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada”.
A que conclusão você pode chegar a respeito do acento grave?
4) Observe o trecho a seguir, “Agora, joão acordava às cinco da manhã. Esperava
três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele
tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou”.
Esse trecho está em terceira pessoa. O narrador é quem fala. Temos um narrador
observador.
Reescreva esse trecho no caderno com o próprio personagem João falando, ou
seja, na primeira pessoa do singular, transformando-o de narrador observador para
narrador personagem.
5) Observe a seguinte expressão: “A vida foi passando com novos prêmios”.
a) Qual figura de linguagem foi usada nessa expressão?
( ) metáfora ( ) ironia ( ) pleonasmo ( ) catacrese
b) Assinale abaixo quais expressões usam a mesma figura de linguagem acima.
( ) “Mas desejo requerer minha aposentadoria”.
( ) “Dois anos mais tarde, veio outra recompensa, o chefe chamou-o e lhe
comunicou o segundo corte salarial”.
( ) “Todos os dias, um caminhão anônimo o transportava ao trabalho”.
( ) “Agora João acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em
compensação, comia menos Ficou mais esbelto, Sua pele tornou-se menos rosada.
O contentamento aumentou”.
c) Construa pelo menos duas frases usando a figura de linguagem acima.
Interpretação do Texto
1) O texto que você acabou de ler é um Conto que narra os fatos sobre a vida
profissional do personagem “joão”. O que faz com que joão se anule a ponto de virar
um arquivo de metal?
2) Após um ano de trabalho, sem faltas ou promoções, joão recebeu um
comunicado. Que impacto teve esse comunicado para joão?
3) Complete o quadro abaixo com as consequências para João após cada período
de trabalho:
Final de um ano de trabalho:____________________________________________
Dois anos de trabalho:_________________________________________________
Quatro anos de trabalho:________________________________________________
4) Quando João foi chamado ao escritório, ouviu de seu chefe: “Seu joão, nossa
firma tem uma grande dívida com o senhor.” Qual foi a expectativa de joão?
5) Características psicológicas são qualidades, defeitos, manias, sentimentos e
gostos que o personagem revela. Nas expressões abaixo, qual característica
psicológica podem ser percebidas em joão?
“Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança”.
“joão baixou a cabeça em sinal de modéstia”
“Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou
ao trabalho”.
6) Ao longo da leitura observamos algumas mudanças físicas no personagem João.
Relate essas mudanças resumindo-as através de um texto.
7) Na expressão “A vida foi passando com novos prêmios”, a que prêmios o narrador
se refere?
( ) Aumento de salário.
( ) Adquiriu um lençol novo.
( ) Seu ordenado passou a ser dois por cento do inicial.
8) Ao completar quarenta anos de serviço, joão teve novas surpresas. Releia o texto
e responda quais foram essas surpresas? Que cargo passou a ocupar na firma?
9) O que quer dizer “Enfim atingira todos os objetivos”, no 33º parágrafo?
( ) Não tinha mais como ser promovido.
( ) Chegou ao limite, quanto à desvalorização de seu trabalho.
10) João agradece os benefícios recebidos ao longo da carreira, mas requer sua
aposentadoria. Seu chefe, indignado, não compreende sua decisão. Quais as
“vantagens” que ele ainda propõe a joão? É possível acontecer uma situação
semelhante a que joão viveu nos dias de hoje, considerando os direitos
conquistados pelos trabalhadores? Justifique sua resposta.
11) Por que o autor usou o nome do personagem principal com letra maiúscula
somente na primeira frase, e a partir daí usou letra minúscula?
Ironia é uma figura de linguagem que consiste em dizer o contrário daquilo que se
está pensando em dizer. Esta figura é muito usada como recurso para criticar
alguém ou alguma situação.
12) Copie algumas passagens do texto nas quais o autor faz uso da ironia.
Produção Escrita
Para se produzir um bom texto é preciso entrelaçar suas palavras para que
não fiquem soltas ou desconectadas.
Coerência e Coesão são recursos usados para deixar o texto claro e
eficiente. O texto é produzido através da organização de palavras que se unem
adequadamente umas às outras. Assim os termos vão formando uma oração e as
orações vão constituir períodos.
No texto O Arquivo temos as seguintes expressões.
“Não se mostrou orgulhoso, embora, tenha sido um dos poucos contemplados”.
“Finalmente deixara de jantar”.
“Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu”.
“Mas não desistia”.
“Quando completou quarenta anos de serviço”.
“Enfim atingira todos os objetivos”.
“Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado?”.
Elementos coesivos podem ser preposições, conjunções e locuções. Pesquise e
faça a correlação dos elementos coesivos da tabela abaixo.
(1) Oposição, contraste, aversão ( ) Se, caso, contando que, a não ser que, a menos que, etc.
(2) Causa, e consequência ( ) mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo, embora, contra, apesar de, não obstante de, ao contrário, etc.
(3) Finalidade ( ) em pouco tempo, em muito tempo, logo que, assim que, antes que, depois que, quando, de quando em quando, sempre que, etc.
(4) Esclarecimento ( ) porque, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por motivo de, graças a, sem razão de, em decorrência de, por causa de, etc.
(5) Proporção ( ) à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a menos que, etc.
(6) Tempo ( ) portanto, então, assim, logo, por isso, por conseguinte, pois, de modo que, em vista disso, etc.
(7) Condição ( ) vale dizer, ou seja, quer dizer, isto é, etc.
(8) Conclusão ( ) afim de, a fim de que, com o intuito de, para, para a, para que, com o objetivo de, etc.
Nota: Quando forem produzir um texto, usem e abusem desses elementos.
TEXTO 02: APTIDÃO
Leitura oral, reflexão e discussão do texto Aptidão de Luis Fernando Verissimo,
extraído do livro - Coleção Para Gostar de Ler, volume 14. São Paulo: Ática, 2005,
Leitura oral.
Reflexão e discussão do tema abordado.
Conhecendo o Autor:
Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em
1936, é filho do também escritor Érico Veríssimo (1905-1975). Jornalista, iniciou sua
carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, e tem publicado crônicas de humor
em vários jornais e revistas do país. Seu primeiro livro, O Popular, foi publicado em
1973. É autor de dezenas de livros, entre eles Comédias da vida privada, Comédias
da vida pública,O analista de Bagé e as As mentiras que os homens contam,
incluindo os infanto-juvenis O arteiro e o tempo, O santinho e Pof. Algumas de suas
obras foram adaptadas para a TV, o cinema e o teatro.
Explorando o Texto
1) O que sugere o título “Aptidão”?
2) O texto tem como título “Aptidão”. Procure em dicionários o significado dessa
palavra e assinale as alternativas corretas:
a) ( ) Qualidade de estar apto.
b) ( ) Disposição natural ou adquirida para qualquer coisa.
c) ( ) Ter apetite voraz.
d) ( ) Competência.
e) ( ) Capacidade; idoneidade.
3) Enumere os fragmentos do texto de acordo com a ordem em que acontecem no
texto.
( ) Me diga uma coisa Senhor Acheco. . . Pacheco.
( ) O computador nos revela que a sua verdadeira vocação não é o entorte de
fresos e sim o bistoque de tronas.
( ) O senhor é um bistocador de tronas nato, segundo o computador.
( ) Eu estou perfeitamente satisfeito no entorte, faltam só vinte anos para me
aposentar.
( ) Mas o meu nome começa com P.
( ) O senhor está conosco há vinte e oito anos, Seu Pacheco. Sempre na seção de
entorte de fresos.
( ) Como o senhor deve saber, Senhor Pacheco, contratamos uma firma de
psicomputocratas para fazer testes de aptidão nos dez mil empregados desta firma.
( ) Sai o Senhor Pacheco. Fecha a porta.
( ) Abre a porta. Entra o Senhor Pacheco.
4) Localize no texto os fatos a seguir.
a) “Senhor Pacheco leva uma bronca e é despedido”.
Começa-
Termina-
b) “Leitura da ficha cadastral do Senhor Pacheco”.
Começa-
Termina-
c) “Resultado do teste de aptidão”.
Começa-
Termina-
5) Procure no dicionário o significado das palavras a seguir e transcreva-as abaixo.
Qual foi a intenção do autor ao usar estes nomes?
a) fresos
b) bistoque -
c) psicomputocratas -
d) tronas -
Interpretação do Texto
1) Qual a intenção do autor ao escolher esse título?
2) No desenrolar do texto, o título está de acordo com o texto? Justifique.
3) No início do texto há um diálogo entre patrão e empregado. Por que Seu Pacheco
foi chamado até a diretoria?
4) O patrão informa ao Senhor Pacheco que foram feitos muitos testes
computadorizados com funcionários da firma. Qual a finalidade desses testes?
5) Segundo o patrão, Seu Pacheco foi o primeiro a ser chamado para ver os
resultados, pois estavam em ordem alfabética. Em sua opinião, qual a veracidade
desses testes? Os resultados eram confiáveis?
6) Antes desses testes, como foi a ascensão profissional de Seu Pacheco? Em sua
opinião, essa ascensão foi relevante na vida do personagem? Como seria uma
ascensão profissional de um funcionário numa firma? Quais as principais qualidades
que um funcionário deve ter?
7) Seu Pacheco trabalhava nessa firma há muito tempo e havia sido premiado várias
vezes. Seu prêmio era relevante quanto a sua dedicação profissional? O que seria
em sua opinião um bom prêmio por um bom desempenho profissional?
8) O patrão disse ao Senhor Pacheco que baseado nos teste de aptidão,
desenvolvido pelo computador, ele tinha outra vocação. Seu Pacheco concorda com
esse resultado. Qual foi sua reação?
9) Qual foi o principal motivo que levou a firma a fazer o teste de aptidão, segundo o
texto?
( ) Fazer com que seu Pacheco se atualizasse.
( ) Atualizarem-se, pois precisavam acompanhar os tempos.
( ) Confiança nos computadores de quarta geração.
10) Com o avanço da tecnologia, há credibilidade com relação as máquinas.
a) Você concorda que as máquina sejam confiáveis?
b) O que poderia colocar em risco essa credibilidade?
c) Em sua opinião a máquina vai substituir o homem?
Ironia - Já vimos no texto anterior o que é ironia e seu uso na literatura.
11) Cite pelo menos três passagens no texto no qual esse recurso foi empregado.
Explorando o Texto
Leia as seguintes frases extraídas do texto:
“Sim senhor”
“Nunca erra”
“Vamos adiante”
“Sempre na seção de entorte de fresos”
“... o senhor começou na seção de entorte de fresos como faxineiro, depois passou
a assistente de entortador, depois entortador, e hoje é o chefe de entorte.
As palavras destacadas acima pertencem à classe gramatical advérbio. Quanto ao
significado, o advérbio pode expressar:
Circunstância (tempo, lugar, modo, afirmação, negação, dúvida) de um fato, ou
Intensidade: “Senhor Pacheco ficou muito confuso”.
“Seu Pacheco entrou bem (intensidade) depressa (circunstância de modo)”.
1) Que circunstâncias os advérbios em destaque expressam?
a) Senhor Pacheco chegou cedo.
b) Sente-se aqui seu Pacheco.
c) O senhor está bem?
d) Realmente ele estava certo.
e) Sua vocação não é o entorte de fresos.
f) Talvez você tenha razão.
2) Pesquise em uma gramática os advérbios abaixo e relacione-os de acordo com a
sua classificação.
(1) Afirmação abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto.
(2) Dúvida não, nem, tampouco etc.(3) Intensidade agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois,
então, hoje, já, jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.
(4) Lugar mais, muito, assaz, bastante, bem, demais, menos, pouco, quanto, quão, quase, tanto, tão, etc.
(5) Modo acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.
(6) Negação sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.(7) Tempo assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior e
quase todos os terminados em - mente: suavemente, levemente, etc.
Nota: Quanto à forma o advérbio é uma classe invariável, ou seja, não muda a
terminação para indicar número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Palavras Denotativas
Há certas palavras que, embora apresentem semelhança com o advérbio, não
pertencem a essa classe. São classificadas à parte, sem um nome especial, como
palavras denotativas Essas palavras são indicativas de:
a) inclusão: até, inclusive, mesmo, também, ademais, além disso, de mais a mais.
b) exclusão: apenas, salvo, senão, só, somente, menos, exceto, fora, salvo, sequer.
c) designação: eis.
d) realce: cá, lá, é que, só, sobretudo, mesmo, embora.
e) retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor.
f) situação: afinal, agora, então.
3) Complete as frases acrescentando os advérbios indicados em cada item
conforme o modelo.
Efetivamente/ já
Ele chegou, pois o ouvi falar.
Ele efetivamente chegou, pois já o ouvi falar.
a) somente, agora, ainda, não.
Cheguei, de modo que ouvi falar desse teste de aptidão.
b) muito, frequentemente
Seu Pacheco trabalha, mas vai ao clube praticar natação.
c) nunca, jamais
Farei isso, pois meu patrão o permitiria.
d) sempre, barato, caro, demasiadamente.
Queremos comprar e vender, porque somos ambiciosos.
4) Sem alterar o sentido, reescreva as frases abaixo substituindo a expressão
destacada por um advérbio.
a) “Todos os dias, seu Pacheco desentortava fresos”.
b) “O senhor era um homem deslocado no entorte de fresos, de repente deixou de
ter essa função”.
c) “Com frequência, senhor Pacheco ganhava prêmios de produção”.
5) Procure no texto lido uma palavra denotativa que indique retificação.
Produção Escrita
1) Após a leitura, compare os textos O arquivo e Aptidão, e em duplas, identifique as
semelhanças entre os dois textos, analisando os personagens trabalhadores.
2) Escolha uma das propostas abaixo:
a) Escreva um texto argumentativo que aborde a opressão e desvalorização dos
trabalhadores com relação as novas tecnologias.
OU
b) Escreva um texto narrativo criando personagens como os dos textos lidos, mas
com final diferente.
MÓDULO 2
TEXTO 01: O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO
Leitura do poema O Operário em Construção de Vinícius de Moraes.
Análise e reflexão do poema através da interpretação oral e escrita. (proposta
coletiva)
Conhecendo o Autor:
Vinicius de Moraes nasceu em dezenove de outubro 1913 e faleceu em nove
de julho de 1980. Formou-se em Direito e engressou na carreira diplomática em
1943 exercendo essa função até 1968 quando resolveu dedicar seu tempo à arte, a
qual o consagrou como um dos grandes talentos brasileiros. Tem em seu acervo
uma vasta obra literária e musical.
Escreveu também poemas infantis como Arca de Noé, e compôs letras
musicais com Tom Jobim e Toquinho, entre outros compositores.
Interpretação do texto
Este texto pertence ao gênero poesia. Uma poesia é composta de versos
(cada linha do poema), e estrofes (conjunto de versos separados por um espaço em
branco).
O poema O Operário em Construção de Vinicius de Moraes tem versos e
estrofes. Na primeira parte do texto é citada uma parte da Bíblia que se encontra no
livro de São Lucas, capítulo 5, versos 5 a 8. O poeta ao citar essas passagens
bíblicas faz uma intertextualidade, ou seja, os textos conversam entre si. Mais
adiante nos poemas, o poeta faz outras intertextualidades com o livro sagrado.
1) Cite em que versos e estrofes isso ocorre.
2) Nas 1ª e 2ª estrofes, o autor além de descrever a condição operária em geral,
encontrou uma maneira de descrever um canteiro de obras de maneira
compreensível. Que fato o autor faz uso além de sua arte para escrever?
3) Na terceira estrofe, o poeta descreve a conscientização do operário, já não como
operário de construção, mas como uma encarnação da classe operária em geral.
Cite pelo menos quatro versos que comprove essa afirmação.
4) Que tipo de conscientização se dá no operário nas quarta e quinta estrofes do
poema? Assinale as alternativas corretas.
( ) A de seu valor na construção do mundo novo que nascia a cada dia.
( ) A representação da classe operária, e não só como operário.
( ) Menosprezo pelos políticos que nada fazem, em favor do cidadão.
5) Na quinta estrofe vemos que se desperta um sentimento no coração do operário.
Que sentimento é esse?
( ) frustração ( ) autoestima ( ) revolta
6) Ainda na quinta estrofe, o operário consciente, do emprego que lhe garante a
sobrevivência, demonstra insatisfação. Qual era o motivo dessa insatisfação?
7) Na sexta estrofe o operário faz comparações. De acordo com o texto, com o que
ele compara:
-Sua marmita _________________________________
-Sua cerveja preta _____________________________
-Seu macacão de zuarte ________________________
-Seu casebre _________________________________
-Seus dois pés ________________________________
-Que a dureza do dia ___________________________
-Que sua imensa fadiga _________________________
8) Observe o seguinte excerto do poema.
“E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução”.
O que o poeta revela nesses versos?
9) O que o operário constatou nesse momento?
10) O operário percebeu sua grande força perante a sociedade que construía. A
consciência adquirida, o conhecimento compartilhado com outros operários e a
possibilidade de dizer “não”. Que versos mostram a transformação do operário? Que
transformação foi essa?
11) No decorrer da leitura, o poema vai nos mostrando aos poucos que o operário
adquire uma consciência crítica e social. Ele se faz forte em dizer não, apesar das
contrariedades e das delações dos companheiros. Quais são essas contrariedades e
delações? Quais as consequências?
12) Segundo o poema, toda a violência sofrida pelo operário não faz com que ele
desista. O que o patrão propõe? Que condição impõe?
13) O que o operário enxerga que seu patrão não consegue enxergar?
14) Veja os seguintes versos extraídos do poema.
“E dentro da tarde mansa
agigantou - se a razão”
No poema, agigantou-se quer dizer que cresceu. O que sentiu o operário com a
amplitude da percepção que adquiriu?
15) Qual foi o novo perfil do operário?
16) O poeta encerra sua grande “edificação poética”. No decorrer do poema vivemos
a construção do operário, de sua consciência e da sua coragem O que este poema
nos ensina como cidadão?
Produção Escrita
Paráfrase é a ação de desenvolver e imitar um texto, dizendo o mesmo em outras
palavras.
1) Em grupo, escolham alguns excertos do texto para parafrasear o poema. Podem
ser usados outros temas como trabalho no corte de cana, facção de roupas,
vendedor de carros, trabalho com agricultura, criação de animais. Escolha um
desses temas ou outros relacionados à sua profissão ou trabalho.
TEXTO 02: Música CONSTRUÇÃO
Leitura e audição da letra da música “Construção” de Chico Buarque de Holanda.
Conhecendo o Autor:
Filho de Sérgio Buarque de Holanda, um importante historiador e jornalista
brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim.
Em 1946 passou a morar em São Paulo. Em 1953 mudou-se para Roma na
Itália. Torna-se trilíngue, e escreve suas primeiras “marchinhas” de carnaval. De
volta ao Brasil produz suas primeiras crônicas no jornal Verbâmidas, do Colégio
Santa Cruz, nome criado por ele.
Escreveu Pedro Pedreiro (1965), Canção dos Olhos (1961), Arrastão (1965),
A Banda (1966), Ela e sua janela (1966), Roda Viva (1967), Sabiá (parceria com
Tom Jobim) (1968), entre outras canções.
Distinção entre Prosa e Verso.
No texto em prosa as linhas são contínuas e se agrupam em parágrafos.
Uma crônica, uma carta, uma reportagem, um conto, uma fábula, um romance são
escritos normalmente em prosa.
O texto em verso está organizado em linhas descontínuas chamados versos.
Possui um ritmo definido e, por vezes, rimas. Sua linguagem é subjetiva, composta
de emoção e sentimento.
Explorando o Texto
Parônimas são palavras que têm semelhança fonética, mas diferem quanto ao
significado. São exemplos de palavras parônimas acento/assento, chácara/xácara,
tráfico/tráfego.
1) Cite mais alguns exemplos de palavras parônimas.
Palavras antônimas possuem significado oposto. Palavras sinônimas possuem o
mesmo significado.
2) Nas frases a seguir dê pelo menos uma palavra antônima e outra sinônima das
palavras destacadas.
a) ... como se fosse a última.
b) ... com seu passo tímido.
c) ... quatro paredes sólidas.
d) ... um pacote flácido.
e) ... como se fosse o máximo.
3) Qual a forma correta, bêbado ou bêbedo?
4) Correlacione as palavras aos seus significados.
(01) patamar ( ) indivíduo que naufragou.(02) paz derradeira ( ) pranteava os mortos.(03) tímido ( ) remir, salvar.(04) filho pródigo ( ) espaço em um lance de escada.(05) náufrago ( ) mão contrária.(06) passo bêbado ( ) introvertido, inseguro, vergonhoso.(07) andaime ( ) último, final.(08) contramão ( ) dissipador, esbanjador, que volta ao seio familiar.(09) mulher carpideira ( ) incerto, inseguro, trançado.(10) redimir ( ) estado provisório de madeira sobre o qual trabalham os
operários nas construções.
5) O autor faz um jogo com as palavras nas três primeiras estrofes. Ordene as
frases enumerando-as de acordo com a sequência dos fatos no texto.
( ) Beijou sua mulher como se fosse lógico.
( ) Beijou sua mulher como se fosse a última.
( ) Beijou sua mulher como se fosse a única.
( ) E cada filho seu como se fosse o pródigo.
( ) E cada filho seu como se fosse o único.
( ) E atravessou a rua como se fosse bêbado.
( ) E atravessou a rua com seu passo tímido.
( ) Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago.
( ) E se acabou no chão feito um pacote bêbado.
( ) Sentou prá descansar como se fosse sábado.
“Como se fosse” é uma símile. Símile é a comparação de coisas semelhantes.
6) Estabeleça algumas símiles com as sugestões dadas.
a) Você come como___________________
b) Você dorme como__________________
c) Você trabalha como_________________
d) Você vive como____________________
e) Você se diverte como_______________
g) Você sofre como___________________
h) Você chora como __________________
i) Você canta como__________________
j) Você ama como___________________
k) Você odeia como__________________
7) Observe os verbos: subiu, beijou, amou, ergueu, sentou, dançou, tropeçou,
flutuou, agonizou, morreu.
a) Qual o tempo verbal usado? ( ) presente ( ) pretérito ( ) futuro
b) Separe-os de acordo com as conjugações. (verbos terminados em -ar, 1ª
conjugação, - er e -or segunda conjugação, -ir terceira conjugação).
c) Dê o infinitivo, gerúndio e particípio de cada um.
8) Observe uma característica comum ao final dos versos das três primeiras estrofes
e da última estrofe. O que acontece de comum com as últimas palavras de cada
verso quanto à acentuação gráfica?
Interpretação do Texto
1) O texto Construção de Chico Buarque se refere a um operário da construção,
assim como no poema O Operário em Construção de Vinicius de Moraes. Que
características os personagens dos dois textos compartilham?
2) No texto Construção o operário enfrenta uma série de dificuldades
principalmente no local de trabalho. Aponte pelo menos três dessas dificuldades.
3) Segundo o texto, o personagem sofre um acidente. Aponte quais as principais
causas desse acontecimento?
4) Que versos deixam transparecer que o personagem pressente sua morte?
5) “Morreu na contramão atrapalhando o tráfego”. O que essa expressão quer
dizer? Discuta essa passagem.
6) O título Construção apresenta duplicidade de sentido. Identifique quais são os
possíveis sentidos abordados no poema?
7) No final do poema há uma intertextualidade com um trecho de outra música,
Deus lhe pague, a qual aborda condições mínimas de sobrevivência. Discuta essas
condições ou direitos humanos? Qual foi a intenção do autor?
8) De acordo com o texto, o que as expressões abaixo sugerem?
“Sentou prá descansar como se fosse sábado,
Comeu feijão com arroz como se fosse príncipe,
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago,
Seus olhos embotados de cimento e lágrima”.
Produção Escrita
Paródia é uma imitação cômica de um texto.
1) Vamos produzir em grupo uma paródia da música Construção de Chico Buarque
de Holanda. Escolha algumas estrofes para não ficar tão extenso.
TEXTO 03: Música CIDADÃO
Leitura e audição da letra da música Cidadão de José Geraldo.
Conhecendo o Autor:
Zé Geraldo, é um cantor e compositor brasileiro,nascido em Minas Gerais em 09
de dezembro de 1944, foi criado em Governador Valadares, no vale do Rio Doce,
também em Minas, de onde saiu, aos dezoito anos, para estudar e trabalhar em São
Paulo. Seu álbum Terceiro Mundo, fez grande sucesso nacional com a música
Cidadão, regravada, entre outros intérpretes por Zé Ramalho e Silvio Brito.
Explorando o Texto
1) Observe nesses versos as palavras destacadas e assinale a resposta correta:
“Tá vendo aquele edifício moço”
“Duas pra ir, duas pra voltar”
“E me diz desconfiado, tu tá aí admirado”
“Ou tá querendo é roubar”
“Meu domingo tá perdido”
“Vou pra casa entristecido”
a) Que linguagem foi usada?
( ) culta ( ) coloquial ( ) científica
b) Reescreva os versos acima na linguagem culta.
Rima é a identidade de sons, normalmente ao final do verso.
Exemplos de rima seriam pronto/tonto, aflição/condução, perdido/entristecido
2) Observe as rimas no texto e crie outras rimas.
3) Leia a primeira estrofe e observe que ela está na primeira pessoa do singular.
Como ficaria essa estrofe na primeira pessoa do plural? Reescreva-a fazendo as
modificações necessárias.
Interpretação do Texto
1) Que tipo de operário é abordado na música?
2) O operário fala das dificuldades de locomoção até o trabalho. Que dificuldades
são essas?
3) O fato de o operário apreciar o prédio que ajudará a construir causou
desconfiança. Por que isso aconteceu?
4) Cite os versos da música que descreve o operário amargurado depois da
abordagem do cidadão.
5) Qual a comparação que o operário faz entre o lugar que trabalha e sua terra
natal?
6) Qual foi a contribuição do operário na construção da igreja?
7) Cite os versos da música que permite ao operário uma condição de cidadão em
que ele pode desfrutar da contribuição do seu trabalho?
Discussão
a) Qual a importância e contribuição de cada trabalho, profissão, ofício, para a
sociedade?
b) Procure no dicionário a definição da palavra sociedade.
c) Descreva com suas palavras a sociedade em que vivemos?
d) Quem é a sociedade? Qual a sua participação, contribuição na sua sociedade?
e) Como se conquista um espaço na sociedade? Como ser e exercer a função de
cidadão?
f) Qual a importância do estudo formal para a construção da cidadania, e de uma
sociedade mais justa e participativa, em que cidadãos exerçam suas obrigações e
exijam seus direitos?
Produção Escrita
1) Escreva uma paródia, individualmente, baseada na letra dessa música. Depois
vamos cantá-la formando um lindo coral.
Discussão
Discussão e comparação do poema O Operário em Construção e a letra da música
Cidadão.
1) Quais as semelhanças entre os dois textos?
2) Quais os problemas sociais abordados em ambos os textos?
MÓDULO 03
TEXTO 01: UMA VELA PARA DARIO
Leitura oral do texto Uma vela para Dario de Dalton Trevisan (Extraído do livro
“Contos Menores”. Rio de Janeiro: Editora Record, 1979).
Conhecendo o Autor:
Dalton Trevisan nasceu em Curitiba Paraná, em 14 de junho de 1925. É um
dos melhores contistas brasileiros contemporâneos. Suas histórias reproduzem um
cotidiano angustioso numa linguagem direta e popular. Formado em Direito, liderou
em Curitiba o grupo literário que publicou, em 1946, a revista Joaquim (em
homenagem a todos os Joaquins do Brasil).
Entre suas obras estão Sonata ao Luar (1945) e Sete Anos de Pastor (1948).
Em 1954 publicou Guia Histórico de Curitiba, Crônicas da Província de Curitiba, O
Dia de Marcos e Os Domingos ou Ao armazém de Lucas em edições populares à
maneira dos folhetos da feira. Publicou ainda Novelas Nada Exemplares (1959),
Morte na Praça (1964), Cemitério de Elefantes (1964) e Vampiro de Curitiba (1965),
A Guerra Conjugal (1969), Crimes de Paixão (1978) e Lincha Tarado (1980). Em
1994, publicou Ah é, obra-prima de seu estilo minimalista.
Explorando o Texto
Foco Narrativo
Quanto ao foco narrativo, o narrador pode ser narrador personagem, quando este
participa da narração, fazendo uso da 1ª pessoa do singular, “eu”, ou plural, ”nós”,
ou narrador observador, que não participa da narração, fazendo uso da 3ª pessoa
do singular “ele/ela”, ou do plural, “eles/elas”.
1) No texto, Uma vela para Dario, qual é o foco narrativo? Comprove sua resposta
com um trecho do texto.
Personagens são seres que vivem as ações. Através do enredo que é a
organização dos fatos e ações vividas pelas personagens, numa determinada
ordem, percebemos o relacionamento entre eles. Os personagens podem ser
caracterizados fisicamente (aparência, cor, idade etc.) e/ou psicologicamente
(qualidades, defeitos, manias, gostos, etc.).
2) Complete o quadro.
Personagens Características Físicas Características Psicológicas
DarioSenhor de brancoRapazVelhinhaMenino
3) Desde o início o conto se desenvolve apresentando o comportamento das
pessoas diante de um drama. Assinale as possíveis respostas diante do sofrimento
e morte de Dario.
( ) Participação coletiva diante da curiosidade.
( ) Alheamento e insensibilidade popular diante do drama.
( ) Solidariedade ao sofrimento alheio.
( ) Falso pesar em face da desgraça alheia.
( ) Hipocrisia sentimental
Espaço é o lugar onde se passa as ações e fatos vividos pelos personagens.
4) No conto lido como descrevemos o espaço?
Os elementos que compõem a narrativa são:
a) Situação Inicial: Dario vem apressado e começa a passar mal.
b) O fato que desencadeia a ação: Dario tenta falar alguma coisa e não consegue
c) O conflito: Movimentação curiosa em torno do personagem, com falsa
preocupação alheia ao sofrimento de Dario.
d) Clímax: “Ele morreu, ele morreu”. Alguma boca relata.
e) Desfecho: A turba se dispersa e abandona o cadáver.
5) Organize os excertos abaixo, enumerando-os na sequência do texto.
( ) “Imediatamente um enxame de moscas lhe cobriu o rosto sem que fizesse o
menor gosto para espantá-la”
( ) “Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo
bem.”
( ) “. . . e várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario que foi pisoteado dezessete
vezes.”
( ) “Dario foi conduzido de volta e encostado à parede – não tinha os sapatos e o
alfinete de pérola na gravata.”
( ) “Dario ficara torto como deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de
pulso.”
( ) “Um grupo de pessoas transportou o corpo até a direção de um táxi.”
( ) “Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do
cadáver.”
6) Em qual frase abaixo é usada uma expressão de linguagem coloquial?
( ) “ Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.”
( ) “ Dario ficara torto como o deixaram no degrau da peixaria.
( ) “ Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés.”
7) Na linguagem culta como ficaria essa expressão?
Interpretação do Texto
1) Releia o primeiro parágrafo e resumidamente escreva como Dario deu indícios
que não estava passando bem. Se você estivesse presenciando o fato como agiria?
2) Em qual parágrafo o autor deixa claro a morte de Dario? Quais movimentos
comprovam sua morte?
3) Procure no dicionário o significado da palavra “Turba” e responda:
a) Por que a turba concordou com a ponderação do motorista?
b) Qual foi a reação da turba enquanto a polícia não chegou?
c) Por que a turba se dispersou?
4) Qual foi o único personagem que revelou espírito prático e certo senso de
assistência?
5) O senhor gordo de branco pensou que Dario sofresse de:
( ) pneumonia ( ) epilepsia ( ) hemofilia
6) Segundo o texto, um menino veio com uma vela e a colocou ao lado do cadáver
que parecia morto há muito tempo. Com o reflexo da luz da vela, como parecia o
rosto de Dario?
a) Responda assinalando a resposta correta.
( ) acentuara-se a palidez do rosto
( ) levemente vermelho com aspecto saudável
( ) com um ar de deboche com os presentes
7) As pessoas tentaram ,através de seus documentos, descobrir onde Dario morava,
mas não conseguiram. Por quê?
( ) Seus documentos eram falsos.
( ) O endereço era de outra cidade.
( ) Estava sem lenço sem documento.
8) Cite dois motivos pelos quais o corpo de Dario fora deixado em frente a uma
peixaria.
9) O que sugere o movimento em volta do corpo de Dario? E o movimento no café
inesperado?
10) “Aos poucos Dario foi perdendo seus pertences”. O que fica claro no texto com
relação a essas atitudes?
11) Quanto às atitudes do menino negro citado no texto, cite pelo menos duas
características raras na multidão presente.
Produção Escrita
Dalton Trevisan sugere em todo o texto lido um cenário frio, sem piedade ao
próximo e indiferença pelo sofrimento alheio. Nos dias de hoje como você vê esse
relacionamento? Coloque sua opinião em forma de texto argumentativo.
MÓDULO 04
Filme UM AMOR PARA RECORDAR. Direção Adam Skankma. Roteiro: Karen
Janszen, baseado na obra de Nicholas Sparks. Produção: Denise Di Novi e Hunt
Lowry.
Atores: Shane West (Landon Carter)
Mandy Moore (Jamie Sullivan)
Peter Coyote
Daryl Hannah
Duração: 100 minutos
Gênero: Romance
Após assistir o filme, levantar juntamente com os alunos os temas abordados
durante o filme.
1) Como o filme começa? Qual sua opinião a respeito do fato?
2) Landon teve que prestar serviços sociais. Qual sua reação no início? Quais foram
as consequências dos atos de Landon?
3) Quais eram os ideais da protagonista do filme, Jamie Sullivan?
4) Como Jamie encarou seu problema de saúde?
5) Qual foi o verdadeiro milagre que Jamie realizou, embora não tenha podido ver
em vida?
6) Quais preconceitos o filme aborda?
7) Landon foi levado por Jamie a ter ideais, que resultou em mudanças
significativas em sua vida. Quais eram esses ideais?
8) Quais são seus ideiais?
9) O que o filme despertou em você?
10) Quanto aos preconceitos vividos no filme, responda.
a) As pessoas são julgadas pela aparência? Você julga as pessoas pela aparência?
O que compõe a aparência de uma pessoa? Quão importante é ter uma boa
apresentação para você, sua autoestima e para a sociedade?
b) A religião é uma instituição, e não uma crença. Procure do dicionário a definição
de religião e crença.
c) Que outras questões, além da religião e aparência, são alvo de preconceito?
d) Como você define preconceito? Cheque sua definição com a do dicionário.
Baseado na definição de preconceito que você acabou de conhecer, o que leva as
pessoas a terem preconceito? O que gera o preconceito?
11) Como o trabalho social pode mudar o ser humano? Você é contra ou a favor?
12) Comente o filme dando sua opinião.
SEMINÁRIO SOBRE O PROJETO DE INTERVENÇÃO
Com as carteiras em círculo, instigar os alunos a comentarem e dar opiniões com
relação ao desenvolvimento do Projeto de Intervenção. Levantar os pontos positivos
e também negativos.
Eleger um aluno para relatar por escrito as falas de cada um durante o seminário.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes,1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação de
Jovens e Adultos. Brasília, 2000. BRAS.
CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: João W.
(org.) O texto em sala de aula. 2 ed. São Paulo: Ática, 1997.
KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita. São Paulo: Ática 2004.
MEC. Qualidade de Vida, Consumo e Trabalho. Coleção Cadernos de EJA.
Brasília.
MEC. Tecnologia e Trabalho. Coleção Cadernos de EJA. Brasília.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola
Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: SEED, 2006
TERRA, Ernani. Projeto Radix: 9.º ano Ernani Terra, Floriana Toscano Cavallete.
São Paulo: Scipione, 2009.
TREVISAN, Dalton. Vinte Contos Menores. Rio de Janeiro: Editora Record, 1979.
Um amor para recordar/ A Walk to Remember. Direção Adam Shankm. Roteiro:
Karen Janszen, baseado na obra de Nicholas Sparks. Duração 100 minutos.
Produção: Denise Di Novi e Hunt Lowry, 2002 (EUA).
VERISSIMO, Luis Fernando. O Nariz. Coleção Para gostar de ler. Volume 14. São
Paulo: Ática, 2005.
VYGOTSKY, Lev Seminovich. Pensamento e Linguagem. 42 ed. Lisboa: Edições
Antídoto,1979, p.138.