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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA Título: Conselho de Classe, espaço de transformação
Autor Lucia Maria Leal
Escola de Atuação Colégio Estadual Desembargador Jorge Andriguetto
Município da escola Fazenda Rio Grande
Núcleo Regional de Educação Núcleo Área Metropolitana Sul
Orientador Maria Madselva Ferreira Feiges
Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná (Curitiba)
Disciplina/Área (entrada no PDE) Pedagogia
Produção Didático-pedagógica Caderno Temático
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Todas
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Professores e alunos dos primeiros anos do Ensino Médio
Localização
(identificar nome e endereço da escola de implementação)
Colégio Estadual Desenbargador Jorge Andriguetto
Avenida Cesar Carelli, S/N – Fazenda Rio Grande
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Devido o grande número de alunos aprovados por conselho ou reprovados foi que decidi fazer este material com o intuito de resgatar o verdadeiro papel do Conselho de Classe. Para isso proponho que o Conselho se realize em três momentos distintos: Pré-conselho, Conselho de Classe e Pós-conselho. Em todos esses momentos haverá a participação de representantes dos discentes. O objetivo principal não é encontrar culpados pelo fracasso escolar, mas sim buscarmos melhores encaminhamentos para a ação pedagógica com a finalidade de melhorar o processo ensino e aprendizagem.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Conselho de Classe, aprovação, reprovação
Caderno Temático
Lúcia Maria Leal
PDE
2010/2011
Fazenda Rio Grande – PR
NRE: Área Metropolitana Sul
Disciplina: Pedagogia
Título: Conselho de Classe - espaço de transformação.
Orientador: Maria Madselva F. Feiges
IES: Universidade Federal do Paraná
Público Objeto de Intervenção: Professores e alunos dos
primeiros anos do Ensino Médio.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus por ser o autor da vida, agradeço a meus pais por me darem esta vida e pelos valores que me
transmitiram os quais procuro incorporá-los no meu dia a dia. Agradeço a minha filha por sempre me valorizar e acreditar em mim.
Agradeço também aos meus amigos da escola em que trabalho que me incentivaram nesta nova jornada. E, em especial agradeço a
minha orientadora, Maria Madselva F. Feiges, por me proporcionar condições de rever minhas práticas pedagógicas através de seus
ensinamentos, de seus exemplos e da sua trajetória na educação. Sei que não vou mudar tudo o que precisa ser mudado na educação,
mas volto para a escola com um novo olhar, com condição de orientar professores e alunos para que juntos possamos encontrar
caminhos que nos levem a mudar o quadro de reprovação e abandono escolar na nossa escola através do Conselho de Classe.
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
CADERNO TEMÁTICO
SUMÀRIO
Apresentação .......................................................................................................................................................................... 06
Fundamentação....................................................................................................................................................................... 07
Momentos do Conselho de Classe .......................................................................................................................................... 12
Argumentos para o Pré – Conselho......................................................................................................................................... 13
Organização do Pré – Conselho.............................................................................................................................................. 14
Preparação para o Conselho de Classe .................................................................................................................................. 17
Realização do Conselho de Classe ......................................................................................................................................... 18
Organização do Conselho de Classe....................................................................................................................................... 19
Pós Conselho .......................................................................................................................................................................... 20
Expectativas da autora ............................................................................................................................................................ 21
Considerações finais................................................................................................................................................................ 22
Referências.............................................................................................................................................................................. 23
CONSELHO DE CLASSE
POR QUÊ?
PARA QUÊ?
POSSIBILIDADE
TRANSFORMADORA?
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Algumas reflexões: APRESENTAÇÃO
Com este material pretendo partilhar o repensar das práticas do Conselho de Classe na perspectiva de torná-lo realmente uma
instância que possibilite transformações e a democratização da escola.
O Conselho de Classe constitui um momento de reflexão das práticas pedagógicas do cotidiano escolar. Tem por objetivo
fornecer subsídios para que o professor tenha uma visão do coletivo e uma compreensão do real que permita avançar numa proposta
coletiva de trabalho pedagógico, privilegiando a organização do trabalho escolar.
É fundamental que os professores assumam-se como profissionais dotados de consciência e vontade, que
percebam-se como sujeitos do movimento histórico, da mesma forma percebam seus alunos. É necessário que
organizem-se e solidarizem-se em práticas comuns coletivas. É essencial que o discente coloque-se como sujeito
ativo, reflexivo e participante das transformações das práticas pedagógicas. ( DALBEN, 1995, p. 175 )
Nessa perspectiva o Conselho de Classe poderá se tornar uma instância transformadora das práticas educativas cristalizadas no
interior de nossas escolas que, segundo alguns estudos, têm contribuído para a reprovação e abandono de muitos alunos.
AS estatísticas mostram que no Sistema Escolar Brasileiro a retenção e a defasagem são altíssimas, o número de anos para
completar a 8ª série é de quase 11anos. Em 2006, segundo o INEP, mais de 20% dos estudantes até a 4ª série apresentavam pelo
menos dois anos de atraso escolar, mais de 35% dos alunos de 5ª a 8ª série estavam na mesma situação e quase 50% dos
matriculados no Ensino Médio apresentavam pelo menos dois anos de atraso. Entre outras causas, a reprovação é uma das que
contribui para o abandono escolar, pois além desse processo desmotivar o aluno, não recupera a aprendizagem. O aluno reprovado
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volta para a mesma série sem um trabalho diferenciado que possa recuperá-lo e, com isso, acaba reprovando novamente e,
desmotivado, abandona a escola constituindo o grupo de estudantes que não completam o Ensino Básico, contribuindo para elevar as
estatísticas de analfabetismo absoluto e funcional. Segundo relatório da Unesco de 2007, o Brasil tem a mais alta taxa de repetência
no Ensino Fundamental da América Latina e uma das maiores do mundo e o estudo realizado pelo Instituto de Geografia e Estatística (
IBGE), mostra que 20% dos brasileiros ditos como alfabetizados não conseguem compreender textos, enunciados matemáticos e
estabelecer relações entre assuntos, apesar de conhecerem letras e números.
FUNDAMENTAÇÂO
É extremamente contraditório e cômodo defender com ardor igualitário o direito ao conhecimento e reprovar, reter, defasar, truncar o percurso do conhecimento de milhões de crianças, adolescentes e jovens. (ARROYO,2004, p.378)
Arroyo nos faz pensar que realmente nós educadores defendemos com entusiasmo o direito ao conhecimento para todos, sem
distinção de cor, raça, credo ou condição social, mas nossas práticas pedagógicas não são coerentes com o que defendemos, pois
quando reprovamos um aluno, estamos negando-lhe o direito de aprender em seu tempo humano. Afirma ainda, que avançamos
bastante, desde a década de 1980, na consciência da dimensão democratizante da Gestão Escolar, mas não avançamos na
socialização do conhecimento pois, respeitar o tempo de aprendizagem é decisivo para que o conhecimento seja aprendido e
socializado.
Não adianta fingir: reprovar sempre será uma violência para os educandos e para os educadores. É o atestado de nosso fracasso. Isso sempre dói. A reprovação é uma tapa em nosso profissionalismo. É o espelho onde nosso rosto docente se revela mais desfigurado. (Arroyo, 2004, p.176).
Os tempos não são mais os mesmos e, consequentemente, as pessoas se transformaram, os conceitos são outros, as verdades
não são as mesmas. Portanto, as práticas educacionais precisam ser revistas, os métodos que eram usados antes não são mais
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aceitos, tendo em vista que os alunos de hoje expressam seus desejos, querem ser vistos e ouvidos. A educação e os educadores
precisam ter novos olhares sobre o educando atual.
É impossível separar a educação das expectativas e da orientação da vida, por isso não basta que o educador seja apenas um
conhecedor de sua área, implica aprimorar o conhecimento específico e o conhecimento das trajetórias e o tempo dos educandos.
ARROYO (2004), afirma que esta tarefa vem se tornando cada dia mais exigente, na medida em que as imagens foram e estão
sendo quebradas. Nesse contexto, convivendo com os educandos, cujas imagens se quebraram pode levar o educador a diminuir sua
função de investigador da vida, para se tornar um administrador dos seus atos. Para que isso não aconteça o que precisa permanecer
é a consciência de que o educando é ser humano inserido num convívio de humanos.
Com base no que Arroyo afirma é necessário que os educadores conheçam os educandos por inteiro, o contexto de suas vidas, o
que esperam da escola para que, conscientes dessas diversidades, planejem ações que favoreçam o processo de ensino-
aprendizagem. Se o educador não se apropriar desse conhecimento, terá dificuldades para ensinar, o que significa dar condições para
que o outro aprenda e se o outro não aprende, é porque o educador não conseguiu ensinar.
A cultura de nossas escolas tem sido a de repassar conteúdos das diversas disciplinas durante o ano todo, sem se importar com
a história de vida dos alunos. Despreza-se o conhecimento que já trazem consigo. Não se pergunta sobre o que esperam da escola,
quais são os seus sonhos, medos e anseios.
Snyders (1998), diz que é possível realizar um trabalho comprometido com o conhecimento, sem tornar a escola um remédio
amargo que se toma porque é preciso, mas sem nenhum prazer. Para ele o fracasso que tem marcado o trabalho pedagógico escolar
está também na função tão consagrada e mistificada pelo senso comum, de que a escola prepara para o futuro. Ele propõe pensar a
escola e o aluno no presente e não retardar indefinidamente.
(...) conhecer alegrias diferentes que as da vida diária; coisas que sacodem, interpelam a partir do que os
alunos mudarão algo em sua vida, darão um novo sentido a sua vida. Se é preciso entrar em classe, é
porque no pátio, vocês não atingem o grau mais elevado de liberdade nem alegria (SNYDERS, 1988 p.14 )
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O fracasso escolar pode ser entendido como um ato a serviço da exclusão e das injustiças sociais de uma sociedade desigual. A
reprovação é universalmente aceita em nossa sociedade e principalmente na escola com o argumento que a todo momento na vida se
aprova e se reprova e se a escola prepara para a vida, então, deve também preparar para isso, não omitindo a reprovação em sua
estratégia. Também a concepção de que o aluno é o culpado por não aprender está disseminada na escola brasileira. Toda a culpa joga-
se no aluno e aí entra a reprovação como ameaça. Quando a escola afirma essa regra de que basta estudar para aprender e que isso
só depende do aluno, está camuflando o seu próprio erro, jogando toda a culpa da reprovação no aluno. É mais grave ainda quando os
alunos das classes menos favorecidas têm que aceitar um novo modelo cultural sem que seja respeitada a sua trajetória de vida.
Paro (2001), defende com propriedade a promoção automática, chama a atenção que em vez da intimidação, fazendo-se uma
espécie de chantagem com o aluno, “estude, se não será reprovado”, propõe a estruturação do aprendizado em função de motivação
intrínseca a ele, pois ninguém aprende por imposição. Não se manda estudar, se atrai para isso. É preciso conhecimento da pedagogia,
além de uma consciência política de seu papel de educador.
Nunca é a escola que reprova, a escola que não ensina, a escola que falha; a ênfase é sempre no aluno
que é reprovado, que não aprende, que fracassa. As reprovações, assim, servem ao duplo propósito de
isentar a escola por sua incompetência em ensinar, e de produzir pseudocidadãos inculpados pela
usurpação de seu acesso ao saber, de que em verdade são vítimas. (PARO,2001,p.47)
Essas reflexões nos levam a pensar. Será que nós educadores sabemos realmente qual é o nosso papel? O que é para nós
educação? Para o senso comum, segundo Paro (2010), educação é a mera passagem de informações e conhecimentos e para isso
não necessitaríamos de instituição especializadas como as escolas. Informação, qualquer livro ou computador passa e, quando ela se
dá apenas pela passagem do conhecimento nos limites da comunicação verbal, deixa de lado os componentes da cultura que,
articulados com o conhecimento, dariam razão de ser a este e tornariam mais efetiva sua apreensão pelos educandos.
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Educação é o processo pelo qual nós nos tornamos humano-históricos pela apropriação da cultura que é o
conjunto de valores, conhecimentos, crenças, tecnologia, arte, costumes, filosofia, ciência, tudo enfim que
constitui a produção histórica do homem. ( PARO, 2010, p.99)
Paro (2001) afirma ainda que pouca coisa é tão cercada por equívocos em nossa escola básica, quanto a questão da
reprovação escolar. Começa pela abordagem errônea de avaliação na qual se sustenta. Em toda prática humana, individual ou coletiva,
a avaliação é um processo que acompanha o desenrolar de uma atividade, corrigindo-lhe os rumos e adequando os meios aos fins. Na
escola brasileira isso não é considerado. Espera-se o ano todo para se perceber que tudo estava errado e no momento do Conselho de
Classe do final do ano só resta dar a sentença: Aprovado! Aprovado por Conselho! Reprovado! A prática da avaliação da aprendizagem,
que se restringe a provas e exames periódicos é apenas um instrumento usado para aprovar ou reprovar estudantes , quase que
sempre ausentes do processo.
Reprovar ou aprovar mexe com crenças mas, sobretudo, com nossas auto-imagens negativas. Tentamos
retoques, diminuir os altos índices, ensaiar mecanismos de recuperação paralela, contínua, turmas de
aceleração, reintegração... É uma das áreas onde mais inventivos somos. Apenas para retocar ou corrigir
as rugas de nosso rosto profissional, porque nos desfiguram. ( ARROYO, 2004, p.176 )
O professor que deseja ser um profissional competente, responsável, seguro de sua prática docente, que orienta as atividades de
aprendizagem dos alunos colaborando com eles na construção/reconstrução do conhecimento tenderá a encarar a avaliação como um
processo orientador e interativo que deve ser a reflexão transformada em ação. Portanto, a avaliação tem de se desvincular da velha
lógica, aprovação ou reprovação para constituir uma nova concepção de avaliação que vise a aprendizagem. “ Na escola a avaliação
educativa deve significar precisamente o cuidado com a qualidade do ensino.” (Paro 2001, p.39)
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Nessa perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem, ajuda o professor a aperfeiçoar sua prática
pedagógica e a escola reconstruir seu Projeto Pedagógico. Portanto, o professor responsável não ensina a memorizar, mas a refletir,
fazer relações entre dados, informações e idéias, desafiar o senso comum, atrair o aluno para a aprendizagem.
A supressão da reprovação constitui, assim o lócus privilegiado porque, na medida em que não se pode, por
meio da retenção escolar, responsabilizar o aluno pelo fracasso educativo, é preciso procurar no
funcionamento de toda a escola e do sistema de ensino as causas geradoras desse processo, bem
como as medidas estruturais que precisam ser tomadas. (PARO,2001, p.158)
A escola mantém um relacionamento do coletivo fragmentado, segundo normas ou hierarquia, ou até mesmo por valores
produzidos nessa relação impessoal. O Conselho de Classe tem no seu processo o desenvolvimento dessas mesmas relações gerando
encaminhamentos pedagógicos segundo concepções de educação que também apóiam-se nesses princípios formais de relação, onde
o aluno apresenta-se como um objeto de avaliação, passivo, sem voz e sem participação nas reuniões, com isso aprende a submeter-se
ao que está posto e a não questionar os fatos.
Segundo Dalben (1995), apesar do conselho de Classe apresentar-se como um coletivo fragmentado, não deixa de ser uma
instância coletiva que possui três eixos que devem ser analisados:
• A participação direta, efetiva e entrelaçada dos profissionais que atuam no processo pedagógico;
• A questão da Avaliação, tendo como foco central o processo de ensino.
• A interdisciplinaridade.
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Esses três eixos básicos que caracterizam o Conselho de Classe revelam elementos provocadores da instância que
diferentemente de outros mecanismos colegiados e integradores da escola, colocam-no na linha de frente da sua organização
integrada, como um espaço de análise e discussão sobre o processo ensino aprendizagem, possibilitando organizar ações que
contribuam para mudar a situação do fracasso escolar. Neste sentido, o Conselho de Classe deve propiciar uma dimensão de totalidade
presente na formação dos sujeitos históricos que se relacionam dialeticamente com o mundo e possibilitar novas perspectivas de
formação humana e de relações efetivas de trabalho.
Hoje o papel do Conselho de Classe tem sido o de legitimar os resultados obtidos pelos alunos, os quais fracassam em função da
falta de estudo, falta de interesse e de indisciplina na realização das atividades escolares, além de problemas familiares e sociais. O
desafio que hoje se impõe é a desconstrução de práticas já eternizadas no cotidiano escolar. É preciso dar voz aos alunos, aos
professores e à comunidade. Não se trata de procurar culpados, mas sim de buscarmos melhores encaminhamentos para a ação
pedagógica.
Nesse sentido, quero propor neste trabalho uma forma de organização do Conselho de Classe já prevista por CRUZ (1995), com
a finalidade de transformar as práticas pedagógicas e de gestão, dando um novo direcionamento ao planejamento da escola.
MOMENTOS DO CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe pode ser realizado em três momentos distintos, mas intimamente ligados:
1º - Pré- Conselho, 2º- Conselho de Classe propriamente dito e 3º- Pós- Conselho
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PRÉ – CONSELHO
ARGUMENTOS FAVORÁVEIS A REALIZAÇÃO DO PRÉ – CONSELHO:
• Utilização da hora atividade;
• Tempo maior, para a investigação e análise dos problemas, que interferem no processo pedagógico;
• Maior possibilidade de análise dos resultados de aprendizagem;
• Possibilidade de levantamento antecipado de problemas a serem solucionados
• Maior possibilidade de interferência dos pedagogos e direção;
• Coleta antecipada de sugestões para o alcance dos resultados;
• Maior espontaneidade do professor nos relatos;
• Tempo necessário para os pedagogos (as) relatarem as causas sociais dos problemas evidenciados;
• Obtenção de informações antecipadas para os pedagogos se prepararem para o Conselho de Classe;
• Preparação antecipada do aluno para o Conselho de Classe;
• Identificação das dificuldades individuais e coletivas dos alunos quanto às questões sociais;
• Reflexão sobre o que se entende por sucessos e insucessos do processo pedagógico;
• Reflexão rigorosa sobre a metodologia de ensino, os instrumentos de avaliação e formas de comunicação dos resultados
aos alunos;
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ORGANIZAÇÃO DO PRÉ-CONSELHO
• Realizar na hora-atividade dos professores, por disciplina e por série;
• Registrar os dados em ficha própria;
• Orientar e acompanhar o levantamento de dados e informações junto aos alunos;
Colégio_______________________________________________________
Ficha de Registros do Pré-Conselho de Classe – Representante de Turma.
Série ________turma_________
Bimestre_________
PROBLEMAS PROPOSTA DE MUDANÇA
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2-
3-
4-
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Colégio________________________________________________________
Ficha de Registros do Pré- conselho de Classe – Professor(a)
Série___________ Turma___________
Bimestre_________Disciplina_____________
Professor(a)____________________________________________________
PROBLEMAS Medidas já tomadas
1-
2-
3-
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Considerações do Professor(a):
1 - Auto-avaliação do professor(a) sucessos e insucessos evidenciados no processo pedagógico:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2 - Como está o desenvolvimento do Plano de Trabalho Docente?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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3 – O que espero do Pedagogo(a) e do Diretor(a) para aperfeiçoar meu trabalho?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PREPARAÇÃO PARA O CONSELHO DE CLASSE A SER COORDENADO PELO PEDAGOGO E O DIRETOR
• Tabulação e análise dos dados do Pré-conselho dos alunos e professores;
• Organização do material necessário ao Conselho;
• O Conselho de Classe é composto por: docentes, diretor, pedagogos, alunos representantes de turma, representantes dos
funcionários, dois pais por turma e um representante de cada colegiado.
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Tabela síntese do Pré-Conselho: Orienta e direciona o Conselho.
PROBLEMAS IDENTIFICADOS MEDIDAS JÁ TOMADAS MEDIDAS A SEREM TOMADAS
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2-
3-
REALIZAÇÃO DO CONSELHO DE CLASSE
1 – Reflexões necessárias à realização do Conselho de Classe:
• ...alguns alunos rejeitam a escola, porque ela os rejeitou. (PERRENOUD, 1999, p. 140).
• O aluno que não aprende não pode ser empurrado, mas bem cuidado, de tal forma que possa resgatar suas
oportunidades. (DEMO, 2004, p.27).
• Insistir na reprovação como recurso pedagógico e abrir mão de toda riqueza humana e de toda força pedagógica e
política que há na afirmação do outro, não na sua negação, é desprezar toda a rica teoria pedagógica, desenvolvida
historicamente por seus mais qualificados intelectuais. (PARO, 2001, p. 158)
• O professor precisa tirar a limpo todos os dias se seus alunos estão aprendendo, não só porque isto é de ofício, mas
igualmente porque os dados disponíveis gritam que a aprendizagem é mínima. É para distribuir esse processo de
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cuidado da aprendizagem do aluno que a avaliação comparece como procedimento essencial. ( DEMO, 2004, p.24)
• O professor que constata que uma noção não foi entendida, que suas instruções não são compreendidas ou que
seus métodos de trabalho e as atitudes que exige estão ausentes, retornará o problema em sua base, renunciará a
certos objetivos de desenvolvimento para trabalhar os fundamentos, modificará seu planejamento didático etc.
(PERRENOUD, 1999, p. 148)
• A ameaça de reprovação é uma motivação negativa que, quando muito, leva o aluno a “livrar-se” das obrigações de
estudar(...) O aluno deixa, assim, de exercer ativamente, prioritariamente, essencialmente, sua condição de
estudante, já que sua principal função não é a de alguém que estuda, mas de alguém que se desvencilha da
ameaça de ser reprovado. (PARO, 2001, p. 111)
• É indispensável vencer um obstáculo de peso: o individualismo de alguns professores, a vontade de se fazer o que
se quer, uma vez fechada a porta de sua sala de aula... ( FEIGES. UFPR)
• A avaliação deve acompanhar a aprendizagem do aluno e diagnosticar as causas que interferem no processo de
forma positiva ou negativa e, a partir do diagnóstico, reorientar as ações que compõem o trabalho pedagógico.
(CRUZ, 1995, p.114)
ORGANIZAÇÃO DO CONSELHO PRESSUPÕE:
• Explicitação dos critérios a serem respeitados no decorrer do Conselho de Classe
• Apresentação do relato construído pelos pedagogos, com os dados colhidos no Pré-conselho; ( tabela)
• Reflexão coletiva sobre o relato dos problemas e medidas já tomadas no Pré-conselho;
• Planejamento das ações para encaminhamentos dos problemas evidenciados no Pré-conselho; (tabela)
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Tabela síntese do Conselho de Classe
PRÉ-CONSELHO DIREÇÂO, PEDAGOGOS E
PROFESSRES
CONSELHO DE CLASSE
PROBLEMAS APRESENTADOS MEDIDAS JÁ TOMADAS AÇÕES A SEREM DESENVOVIDAS
1-
2-
3-
PÓS- CONSELHO
- Retorno aos alunos de cada turma sobre os resultados do Conselho de Classe.-
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- Comunicação dos resultados do Conselho de Classe aos pais, em reunião específica.
EXPECTATIVAS DA AUTORA
Adotadas essa nova forma de Conselho de Classe, o que mudaria:
Redirecionamento da função da hora atividade:
1) Organização da assessoria da pedagoga na elaboração do PTD com vistas a:
- Análise crítica das metodologias usadas em sala de aula.
- Reflexão sobre os instrumentos e critérios de avaliação utilizados em cada componente curricular.
- Mudança nas relações entre professore – aluno e conhecimento.
2) Reconfiguração da concepção de gestão democrática da escola com a finalidade de fortalecer os instrumentos de gestão
colegiada.
4) Redirecionamento da função das reuniões pedagógicas com professores e pais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espero que este material venha contribuir para melhorar algumas ações no trabalho pedagógico da escola:
• Mudança de compreensão da função do Conselho de Classe como instância de reflexão e tomada de decisões
coletivas.
• Redirecionamento da organização da hora atividade para reflexão crítica da totalidade das práticas pedagógicas: do
gestor, do pedagogo, do professor e do funcionário.
• Reorganização da função do Diretor e do Pedagogo na condução das propostas pedagógicas da escola: elaboração
do PDT e reflexão coletiva sobre os problemas do ensino.
• Inserção ativa do aluno nos processos de avaliação da aprendizagem e práticas de estudo individualiza e
socializado.
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REFERÊNCIAS
ARROYO, M. G. Imagens Quebradas. Rio de Janeiro, Vozes, 2004
ARROYO, M. G. Ofício de Mestre – Imagens e auto – imagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
DALBEN, A. I. L. de F. Trabalho Escolar e Conselho de Classe. Campinas, São Paulo: Papirus, 1995
DEMO, P. Ser professor é cuidar que ele aprenda. Porto Alegre, RS: Mediação, 2004
FEIGES. M. M. F. e MASSON. G. UFPR e UEPG. Organizando o Trabalho de Classe. Material elaborado para palestras de seminários. Curitiba.
CRUZ, C. H. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez,
CRUZ, C.H. C. CONSELHO de Classe e participação. Revista de Educação da AEC, nº 94, 1995, p.111 - 136
PARO, V. H. Reprovação Escolar: renúncia à educação. São Paulo: Xamã 2001
PARO, V. H. Gestão Escolar, Democracia e Qualidade de Ensino. São Paulo: Ática, 2007
PARO, V. H. Educação Como Exercício do Poder: crítica ao senso comum em educação. São Paulo: ,2010.
24
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Trad. Patrícia Chittoni Ramos, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
Snyders, Georges. A Alegria na Escola. São Paulo, Manole, 1988.
www.inep.gov.br/imprensa/noticias/outras/news03_htm pesquisa realizada dia 04/06/201