FICHA PARA CATÁLOGO - Operação de migração para o ... · compreensão global do significado do...
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FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: “Os modelos Geocêntrico e Heliocêntrico e sua influência no pensamento científico”
Autora Profª Mariza Dall‟Agnol Silvério
Escola de Atuação Colégio Estadual Francisco Carneiro Martins.
Município da escola Guarapuava
Núcleo Regional de
Educação
Guarapuava
Orientador Dr. Eduardo Vicentini
Instituição de Ensino
Superior
Universidade Estadual do Centro Oeste
Disciplina/Área Física
Produção Didático-
pedagógica
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Filosofia, História, Física
Público Alvo Alunos matriculados na 1ª série do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Francisco Carneiro Martins.
Rua: Dr. Laranjeiras, 910
Apresentação:
Justifica-se o material didático elaborado, com o propósito
de discutir e definir meios para que o ensino da Física,
especificamente sobre o tema „Geocentrismo e
Heliocentrismo‟, seja fundamentado numa prática
pedagógica diferenciada, articulando o conhecimento com a
cultura e com a sociedade da época, e ainda, ressaltando
que a curiosidade e o fascínio pela astronomia sempre
estiveram presentes em diferentes tempos e espaços do
processo de formação do pensamento científico.
O material também tem o objetivo de contribuir para uma
abordagem ampliada do tema e de subsidiar o professor e
alunos na tarefa de superar mecanismos enraizados. Como
metodologia, trará textos científicos e não científicos,
contribuindo para a efetivação do ensino, para que este não
apenas se resuma a um novo conjunto de informações, mas
que estabeleça uma relação necessária para a
compreensão e para um diálogo inteligente com o mundo,
dando condições ao aluno de problematizar acerca de
fenômenos ao seu redor, estabelecendo assim um avanço
ao senso comum; ajudando na capacidade de reestruturar
uma representação junto às interações produzidas, dando a
possibilidade da construção e sintetização do que
aprendeu.
Palavras-chave Física, filosofia, astronomia, geocentrismo, heliocentrismo.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIDADE DIDÁTICA
1 – IDENTIFICAÇÃO
1.1 – AREA – Física
1.2. – PROFESSOR PDE: Mariza Dall‟Agnol Silvério
1.3. – PROFESSOR ORIENTADOR IES: Dr. Eduardo Vicentini
2- TEMA DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
“Leituras científicas e não-científicas e o ensino de Física”
3- TÍTULO
“Os Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico e sua influência no pensamento
científico”
4- APRESENTAÇÃO
Esta unidade didática se propõe a discutir e definir meios para que no
ensino da Física, especificamente sobre o tema “Geocentrismo e
Heliocentrismo”, seja fundamentado numa prática pedagógica diferenciada,
articulando o conhecimento com a cultura e com a sociedade da época, e
ainda, ressaltando que a curiosidade e o fascínio pela astronomia sempre
estiveram presentes em diferentes tempos e espaços do processo de formação
do pensamento científico.
Outro propósito é estimular um processo de reflexão e tomada de
consciência dos aspectos sociais que envolveram as questões sobre
astronomia para que se desenvolva uma compreensão abrangente por parte de
educadores e educandos.
Compreendemos que precisamos nos aproximar mais da historia da
ciência, de seus sujeitos e seus papéis dentro da formulação do pensamento
cientifico, por isso esta unidade tem também o objetivo de contribuir para uma
abordagem ampliada do tema e subsidiar o professor e alunos na tarefa de
superar mecanismos que se encontram enraizados na medida em que se
abordam superficialmente os conteúdos, sem uma cronologia dos
acontecimentos; portanto, trazer textos científicos e não científicos contribuirá
para a efetivação do ensino, não apenas se resumindo a um novo conjunto de
informações, mas estabelecendo uma relação necessária para a compreensão
e para um diálogo inteligente com o mundo, dando condições ao aluno de
problematizar acerca de fenômenos ao seu redor, estabelecendo assim um
avanço ao senso comum; ajudando na sua capacidade de reestruturar uma
representação junto às interações produzidas, dando a possibilidade da
construção e sintetização do que aprendeu; de pensar e atuar de maneira
flexível, crítica e produzindo o conhecimento.
Os textos que compõem esta unidade estão ligados ao conteúdo
estruturante Movimento e ao conteúdo especifico Gravitação Universal e
apresentam-se como objeto de reflexão e formação de ideias que reafirmem
neles a construção por vezes dolorosa do pensamento científico.
5- ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR
5.1. Como ler um texto científico
Muitas vezes a utilização de textos científicos em sala de aula é
desprezada como uma forma de metodologia alternativa em virtude da
dificuldade encontrada tanto por professores como por alunos em sua
interpretação.
Isso acontece pelo fato do desconhecimento das técnicas de estudo de
um artigo científico, por exemplo. Sabe-se que a leitura de um texto científico
exige muito mais atenção, pois trata-se de um gênero específico, onde se
utiliza uma linguagem mais complexa e com uma ordenação no raciocínio que
por vezes nosso aluno não está acostumado a utilizar, porém somente se dará
a efetivação de uma compreensão e a retenção da significação de tais textos
se consentirmos e oportunizarmos a sua leitura, produzindo uma rotina para
que o processo se torne a cada dia mais eficaz e prazeroso.
Para tanto há a necessidade de permitir primeiramente uma
compreensão global do significado do texto, uma interpretação crítica do
mesmo; auxiliar o aluno no desenvolvimento do raciocínio lógico, fornecer
instrumentos para que o trabalho seja realizado. Para tanto, sugerimos abaixo
algumas dicas para que a compreensão dos conceitos inseridos nestes textos
seja melhores aproveitadas.
A Metodologia Cientifica orienta, segundo o site
<http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/index.htm>, que este tipo de
leitura deve ser divida em três formas de análises, sendo elas:
- Análise Textual.
- Análise Temática.
- Análise Interpretativa
ANÁLISE TEXTUAL
É o que se faz assim que temos o texto em mãos. Há diferentes tipos de
textos: artigos, livros, capítulos de livro, resenhas, monografias, dissertações
etc... Para se entender melhor o que vamos ler, primeiro devemos conhecer o
tipo do texto. É preciso saber se ele é um artigo de uma revista, um capítulo de
um livro, etc. Trata-se de uma “leitura” de reconhecimento que facilitará a sua
compreensão. Verificar a referência bibliográfica é um bom início para este
reconhecimento. Através das referências podemos descobrir se o texto é artigo
ou livro, qual o nome do livro ou revista de onde ele saiu, em que ano foi
publicado e quem é o autor. Com isso, o trabalho de leitura se facilitará.
Há também a necessidade de planejamento de leitura; dependendo do
tamanho do texto poderemos dimensionar o tempo necessário e suficiente para
que ela seja eficiente.
Durante a leitura, recomenda-se marcar o texto, o que julgarmos ser
importante, quais parágrafos deverão ser relidos, evidenciar as ideias
principais. Se houver necessidade, deve-se levantar o vocabulário, procurar o
significado das palavras no contexto. Ao terminar a leitura, é interessante
buscar informações complementares sobre os fatos citados no texto, sobre as
doutrinas e linhas de pensamento apresentados e mesmo sobre o próprio
autor.
Assim, podemos esquematizar essa primeira etapa da leitura como uma
análise textual, que é a leitura que busca:
- dar uma visão de conjunto do texto;
- esclarecimentos sobre o autor, fatos, doutrinas e autores citados no texto,
bem como levantamento do vocabulário;
- fazer um esquema do texto.
ANÁLISE TEMÁTICA
A análise temática é o momento em que vamos nos perguntar se
realmente compreendemos a mensagem do autor no texto. Aqui, devemos
recuperar:
- o tema do texto;
- o problema que o autor coloca;
- a ideia central e as secundárias do texto.
ANÁLISE INTERPRETATIVA
A análise interpretativa é onde faremos a interpretação da mensagem do
autor. Para isso, é importante:
- situar o texto no contexto da vida e obra do autor, bem como no contexto de
outros textos sobre aquele assunto;
- explicitar os pressupostos dos quais o autor parte, suas teorias, as correntes
de pensamento às quais ele se filia, seus paradigmas, etc.;
- criticar o texto com relação à sua coerência, validade, originalidade,
profundidade e alcance.
Somente com alguns cuidados e orientações é que poderemos chegar
aos objetivos da leitura científica, seja pela compreensão, apreensão e/ou um
crescimento na fundamentação teórica acerca do tema.
5.2. Linguagem com veia científica
Sabemos da importância atribuída à ciência e a tecnologia na sociedade
atual, e isso faz com que diversos autores expressem em seus textos o
entrelaçamento entre a obra literária e conceitos físicos, visões da ciência,
relação da ciência com a sociedade. Esse tipo de obra permite trabalhar o
papel da ciência na vida das pessoas, suas consequências e influências.
Na proposta do Ensino Médio Inovador, pelo Governo Federal, são
apresentados alguns eixos para o trabalho pedagógico, sendo alguns deles:
- A Física como cultura: a física habita o universo das produções humanas,
como a arte, a literatura, a ciência e outras, onde a imaginação e criatividade
estão presentes.
- Metáforas físicas: física e literatura habitam no mesmo universo cultural, uma
influenciando a outra.
- A obra literária como expressão de maneiras de ver o mundo físico: clássicos
físicos expressam visões de mundo dentro de um contexto histórico social.
- Ciência e poesia: as aproximações são possíveis porque ambas se alimentam
de criatividade e imaginação.
Sendo assim, a linguagem literária também poderá auxiliar para que os
objetivos almejados pela leitura sejam significativos. A linguagem não cientifica
é caracterizada por sua plurissignificação, cuja base é a conotação, é utilizada
muitas vezes com um sentido diferente daquele que lhe é comum. Ela agrega
um sentido aos significados das palavras, deixa o leitor imaginar o que pode
haver nas entrelinhas do texto. Cada leitor pode interpretar de uma maneira
diferente o contexto.
Por isso, a necessidade do encaminhamento pedagógico para a sua
leitura. Num primeiro momento situar o aluno no reconhecimento da obra, quais
conceitos físicos estão inseridos e com que intencionalidade. A observação é
fundamental para que a interpretação seja realizada levando em consideração
tempo-espaço-sociedade.
6. MATERIAL ELABORADO PARA ABORDAGEM DO TEMA
- Texto 1
– Poderá ser utilizado no início do trabalho, justificando “a necessidade de
uma história para a Física”
Ao Nosso Senhor
Pergunte se ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado – o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado para adorar o Criador.
E se o Criador
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor
Não, Nosso Senhor
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno do Criador (...)
Sugestão de questões para serem discutidas em sala de aula:
1- Quando Chico se refere a „estrelas percorrendo o firmamento em carrossel‟
o que ele está metaforicamente descrevendo?
(está metaforicamente descrevendo o movimento circular que os céus
parecem descrever diariamente em torno da Terra)
Resumo: As civilizações antigas tinham um ou mais mitos de criação para responder
a algumas questões, esses mitos têm uma linguagem metafórica, ou seja, consiste
na substituição de uma ou mais palavras por outras que aguçam a imaginação,
como um recurso de linguagem. É importante analisá-los de acordo com o contexto
social, religioso e linguístico de uma determinada sociedade e de sua época.
Abaixo encontra-se transcrita um pedaço da letra composta por Chico Buarque, em
sua canção Sobre todas as coisas, onde esse recurso de linguagem é utilizado.
2- E quando diz „se o barro fez alguém com tanto amor‟, o compositor está se
referindo a que?
(ao mito bíblico de Adão, nome que etimologicamente vem de Adamá, ou seja,
terra hebráico e que metaforicamente representa o simbolismo do homem
telúrico que tira da terra o seu sustento, como já faziam as primeiras
sociedades sedentárias que aravam e semeavam o solo).
Nesse momento o professor poderá explanar sobre os mitos dos Deuses na
antiga Grécia, pelos símbolos do zodíaco descritos através dos referenciais das
estrelas, etc...
Fonte: ROCHA, João Fernando. Origens e Evolução das Ideias da Física. Ed
EDUFBA, 2002, Salvador,374 p. 38.
- Texto 2
Poderá ser utilizado quando se trata das “Filosofias Gregas” que nortearam o
pensamento e explicação do cosmos.
Reprodução dos primeiros versículos da forma latinizada da Vulgata1:
1 -Vulgata é a forma latina abreviada de vulgata editio ou vulgata versio ou vulgata lectio,
respectivamente "edição, tradução ou leitura de divulgação”.
Resumo: Uma grande contribuição que influenciou a civilização ocidental em todas as
áreas do pensamento, foi quando da transcrição da Bíblia para o grego e posteriormente
para o latim. Muitos pensadores medievais como Agostinho, Tomás de Aquino, dentre
muitos outros, procuraram conciliá-la com a filosofia platônica e aristotélica, criando a
escola medieval. Neste texto, vemos um pequeno pedaço do Gênesis (que em hebraico
significa “no início”) o qual descreve em forma de mito a origem do universo e é
seguramente um dos textos mais lidos da história da humanidade.
No princípio, Deus criou o céu e a terra.
E a terra era informe e vazia. E havia trevas sobre a face do abismo; e o
espírito de Deus se movia sobre as águas.
E disse Deus: “Que seja feita a luz”. E a luz se fez.
E Deus viu que a luz era voa. E separou a luz das trevas.
Chamou a luz de Dia e as trevas de Noite. E fez-se a tarde e a manhã do dia
um.
E disse também Deus: “Seja feito o firmamento em meio às águas e divida as
águas das águas.”
E Deus fez o firmamento, dividindo as águas que estavam sob o firmamento e
as que estavam sobre o firmamento. E isso se fez assim.
E Deus deu ao firmamento o nome de céu. E fez-se a tarde e amanhã do dia
seguinte.
Deus disse: “Renovam-se as águas que estão sob o céu, em um lugar, e que
apareça o seco”. E isso se fez assim.
E Deus chamou o seco de Terra e denominou a reunião das águas de Mar. E
Deus viu que era bom.
Comentários:
Segundo ROCHA (2002), todo o pensamento ocidental, desde o
princípio da era cristã até o Renascimento (final do século XV), seria
inteiramente dominado pela doutrina judaica da criação, incorporada ao
Cristianismo, na qual um Deus único e eterno produz todas as coisas,
nomeando-as em seguida. Nada surge por acaso, por evolução ou por vontade
própria. O universo é criado pela ação e vontade divinas que ordena as coisas
por separação de algo informe e semelhante a um caos inicial, não havendo
forças ativas que a essa vontade possam se opor.
A partir do Renascimento, pouco a pouco, o pensamento bíblico
ortodoxo2 é substituído por uma visão na qual Deus é percebido como um
2 Ortodoxo - que está conforme a uma doutrina definida; que é rígido em suas convicções.
Criador que permite às forças da natureza produzir uma lenta, porém
irreversível evolução natural. Passa o homem a se perceber não mais como
mero contemplador, mas como protagonista, ou, pelo menos como
coadjuvante, no processo do conhecimento da criação e evolução da obra
divina.
Fonte: ROCHA, João Fernando. Origens e Evolução das Ideias de Física. Ed.
EDUFBA, 2002, Salvador, p. 41 e 42.
-Texto 3
Pode ser utilizado quando se faz um paralelo das filosofias gregas com os
ensinamentos da Igreja da época em conformidade com o sistema de
Ptolomeu.
Conforme ZANETIC (2006), O paraíso de Dante é formado por nove céus concêntricos girando em torno da Terra imóvel, seguindo de perto uma descrição de Ptolomeu. Um exemplo extraído do canto XXVII ilustra essa influência:
“As partes deste céu são tão uniformes, que eu não posso dizer qual Beatriz escolheu para meu lugar.
Mas ela, que via o meu desejo de saber, começou, sorrindo tão alegre, que no seu rosto parecia regozijar-se o próprio Deus:
deste céu começa a natureza do mundo como do seu
princípio, fazendo que a Terra seja firme no centro do universo e as outras partes em torno se movam.
E este céu não tem nenhum outro lugar senão a Mente divina, em que se acende o amor, que o faz girar, e a virtude, que ele derrama.
A luz intelectual, plena de amor do Empírio, contém em si o
Primeiro Móbil, assim como este contém os outros oito;
Resumo: Dante Alighieri (1265–1321), no seu poema épico A divina comédia demonstrou
a forte influência do pensamento aristotélico-ptolomaico, a partir da leitura produzida
por Tomás de Aquino, responsável pela aproximação desse paradigma aos ensinamentos
e dogmas da Igreja de então.
O Empíreo não pode ser compreendido senão de Deus.”
(ALIGHIERI, 1958, p. 287/288, apud, Pro-Posições, v. 17, n. 1, p.49 - jan./abr. 2006)
Sugestão de procedimento:
Apresentação do tema de trabalho pelo professor, o qual intermediará a leitura,
debate e discussão do texto.
- Texto nº 4
Pode ser utilizado quando se retrata o sistema de Copérnico
Martinho Lutero(1483-1546), teólogo alemão é considerado o pai da
Reforma Protestante, chegou a afirmar com relação a teoria heliocêntrica de
Copérnico, que admitir a Terra girando em torno do Sol era como admitir que
não é a carroça que vai para a frente, mas sim os burros que fazem a Terra ir
para trás. Ele ainda escreveu em 1539:
As pessoas estão dando ouvidos a um astrólogo estrangeiro que quis demonstrar que é a Terra que gira e não os céus, o Sol e a Lua... Esse estúpido quer mudar toda a ciência da Astronomia; mas as Sagradas Escrituras dizem que Josué ordenou que o Sol se detivesse, e não a Terra.(Apud Eugene Hecht. Física em perspectiva. Wilmington: Addison-Wesley Ibero Americana, 1987.)
Comentários:
O famoso livro de Copérnico, De Revolutionibus Orbium Coelestium
(Das revoluções dos corpos celestes), onde apresentou suas teorias, causou
Resumo: refere-se à teoria heliocêntrica de Copérnico e sua repercussão na época.
grande polemica. A Igreja declarou a teoria heliocêntrica herética, por estar em
desacordo com suas doutrinas, proibindo a sua divulgação em 1616.
Nessa época a Igreja Católica, passava por várias crises. Além das
disputas políticas envolvendo o alto clero, voltaram a pesar sobre a instituição
denuncias de corrupção e outras acusações de ordem moral. Alguns filósofos
cristãos, influenciados pelo pensamento humanista, passaram a
responsabilizar a Igreja e seus dogmas pela perpetuação da miséria e da
ignorância na sociedade europeia.
Apesar da repressão da Igreja, o movimento contrário às práticas
consideradas imorais cresceu de forma contínua. Em 1517 o monge Martinho
Lutero (1483-1546) protestou contra o comportamento do alto clero e do
papado, incentivando outras pessoas a fazerem o mesmo. Esse movimento,
que ficou conhecido como Reforma, tornou-se tão grande que provocou uma
cisão na Igreja.
Sugestão para questionamentos:
1- Qual era o posicionamento da Igreja a respeito do cosmos?
2- Qual razão levava a Igreja a defender o geocentrismo?
3- Martinho Lutero apesar de ser o Pai do Protestantismo defendia o
geocentrismo? Por quê?
Sugestão de procedimentos:
O professor deverá dividir a turma em grupos com quatro integrantes
para que façam a discussão acerca do tema e após o debate e discussões
poderão socializá-los com a turma.
- Texto nº 5
Pode ser utilizado quando se refere às contribuições de Galileu Galilei.
Resumo: Galileu foi o fundador de uma nova ciência, pois a fez sair da sombra da
teologia e da tradição aristotélica e aplicou-lhe um novo método, o experimental. Mas
quebrar os paradigmas de então foi muito difícil. Após publicar seu livro Diálogo dos
Grandes Sistemas, foi acusado de pôr em cheque o que a Bíblia dizia. Esta carta de
Galileu é exemplo disto:
„Posto isto, parece-me que nas discussões respeitantes aos
problemas da natureza, não se deve começar por invocar a
autoridade de passagens das Escrituras; é preciso, em primeiro
lugar, recorrer à experiência dos sentidos e a demonstrações
necessárias. Com efeito, a Sagrada Escritura e a natureza
procedem igualmente do Verbo divino, sendo aquela ditada pelo
Espírito Santo, e esta, uma executora perfeitamente fiel das
ordens de Deus. Ora, para se adaptarem às possibilidades de
compreensão do maior número possível de homens, as
Escrituras dizem coisas que diferem da verdade absoluta, quer
na sua expressão, quer no sentido literal dos termos; a natureza,
pelo contrário, conforma-se inexorável e imutavelmente às leis
que lhe foram impostas, sem nunca ultrapassar os seus limites e
sem se preocupar em saber se as suas razões ocultas e modos
de operar estão dentro das capacidades de compreensão
humana. Daqui resulta que os efeitos naturais e a experiência
sensível que se oferece aos nossos olhos, bem como as
demonstrações necessárias que daí retiramos não devem, de
maneira nenhuma, ser postas em dúvida, nem condenadas em
nome de passagens da Escritura, mesmo quando o sentido
literal parece contradizê-las.'
Galileu, Carta a Cristina de Lorena
Também escreve Galileu, ainda sobre o método experimental:
„Ao cientista só se deve exigir que prove o que afirma. (...) Nas
disputas dos problemas das ciências naturais, não se deve
começar pela autoridade dos textos bíblicos, mas sim pelas
experiências sensatas e pelas demonstrações
indispensáveis‟.(Galileu, Audiência com o Papa Urbano VIII)
Fonte:
http://filosofialogos.blogspot.com/2007/07/filosofia-e-cincias-da-natureza-7.html
Questão para discussão:
Qual a relevância dos fatos descritos acima que configurou a uma nova visão
da ciência?
Texto 6
Pode ser utilizado quando se fala das contribuições de Kepler
Kepler exprimiu a sua linha de pensamento numa carta escrita a Herwart
(1605), no inicio de sua carreira:
„Estou muito preocupado com a investigação das causas físicas.
O meu proposito é mostrar que a máquina celeste deve ser
assemelhada não a um organismo divino, mas antes a um
relógio (...) pelo menos na medida em que todos os múltiplos
movimentos são causados por uma única e muito simples força
magnética, tal como no caso do relógio todos os movimentos
são provocados por um simples peso. Além disto, mostro como é
que este conceito físico pode ser apresentado através do cálculo
e da geometria.‟
Comentários:
Segundo ALVARENGA (2006) Kepler quis mostrar que a máquina
celeste é semelhante a um relógio acionado por uma única força , o que
tratava-se na verdade, de um objetivo profético. Estimulado pelo trabalho de
William Gilbert no campo do magnetismo, publicado alguns anos antes, Kepler
imaginava forças magnéticas originadas do Sol a conduzir os planetas ao longo
das suas orbitas. Era uma hipótese razoável e prometedora. À medida que foi
desenvolvida, a ideia básica de que um único tipo de força controla os
movimentos de todos os planetas mostrou-se correta; mas a força não é
magnética, e é necessária não para impelir os planetas para a frente mas para
lhes defletir as trajetórias de modo a que percorram orbitas fechadas.
Kepler foi um dos primeiros a procurar as causas dinâmicas para os
movimentos. Este novo interesse em explicações físicas marca o inicio duma
das principais características da ciência física moderna.
Resumo: Pequeno trecho da carta de Kepler do inicio da sua carreira onde descreve
através de suas observações a explicação do movimento dos céus, sendo estes
produzidos pela ação de forças físicas e não por influencia de forças divinas.
Sugestão de atividade:
Dando prosseguimento à aula, o professor poderá pedir para que duplas de
alunos assistam o vídeo “Poeira Das Estrelas – Parte 02” com duração de 10
minutos e 48 segundos, acessando o link postado abaixo.
http://youtube.com/watch?v=LkYrmgkJp5c&feature=related
- Texto nº7
Poderá ser acessado pelo endereço eletrônico abaixo:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI54929-15228-7,00-O+SENHOR+DO+UNIVERSO.html em 14/03/2011
Sugestão de atividade:
Os alunos deverão redigir um breve comentário a respeito do texto lido,
explicitando seu entendimento.
- Texto 8
„Os seis planetas primários são revolucionados em torno do Sol,
em círculos concêntricos, com movimentos dirigidos às mesmas
Este texto foi retirado da Revista Época que transcreveu com exclusividade um
trecho do livro de Marcelo Gleiser sobre a vida do astrônomo Johannes Kepler.
Resumo: O texto abaixo é uma das citações de Issac Newton, extraída de seu Escólio
Geral, onde deixa claro que para ele o universo é entendido como obra de um único e
eterno Criador, Senhor do universo, dotado de inteligência superior que estabelece as
leis da natureza de forma simples e objetiva através de uma linguagem matemática.
partes e quase no mesmo plano. Dez luas são revolucionadas
em torno da Terra, Júpiter e Saturno em círculos concêntricos a
eles, com a mesma direção de movimento e quase nos planos
das órbitas desses planetas; mas não se deve conceber que
simples causas mecânicas poderiam dar origem a tantos
movimentos regulares (...) Este magnífico sistema do Sol,
planetas e cometas poderiam somente proceder do conselho e
domínio de um Ser inteligente e poderoso (...) esse Ser governa
todas as coisas, não como a alma do mundo, mas como Senhor
de tudo; e por causa de seu domínio costuma-se chamá-lo de
Senhor Deus Pantókrator ou Soberano Universas (...) Ele é
eterno e infinito, onipotente e onisciente, isto é, sua duração se
estende da eternidade à eternidade, sua presença do infinito ao
infinito; Ele governa todas as coisas que são ou podem ser
feitas...‟
Aqui também transcrevemos o epitáfio do poeta Pope, que os ingleses,
orgulhosamente inscreveram no túmulo de Sir Isaac Newton, vizinho ao de
William Shakespeare, no Panteão dos gênios britânicos da Abadia de
Westminster, em Londres:
“A natureza e as leis da Natureza estavam ocultas na noite.
Deus disse: Seja Newton! E tudo se fez luz!”
Fonte: ROCHA, João Fernando. Origens e Evolução das Idéias de Física. Ed.
EDUFBA, 2002, Salvador, p.110, 111 e 128.
Observação:
O que significa escólio ?
Princípios de certa forma não tão filosóficos, sendo o seu papel de apresentar
generalidades em que a filosofia parece estar fundamentada.
Sugestão de atividade:
O professor poderá pedir para que duplas de alunos assistam o vídeo “Poeira
Das Estrelas – Parte 04” com duração de 09 minutos e 30 segundos,
acessando o link postado abaixo, e solicitar que façam um pequeno comentário
oral a respeito.
http://youtube.com/watch?v=4ZIYMmJ2ewE
- Texto 9
Texto:: Astrologia:escrito nas estrelas, publicado na Revista Superinteressante na
edição 230 de setembro/2006 por Reinaldo José Lopes.
Acesso pelo endereço:
http://super.abril.com.br em 04/07/2011
- superarquivo ano 2006, setembro.
Encaminhamento:
Formar duplas de alunos para que acessem o endereço na sala de informática
e orientá-los para que após a leitura, relatem as dificuldades encontradas e
pontuem as principais ideias do texto.
7. AVALIAÇÃO
Levar-se-á em conta o envolvimento dos alunos no processo de
aprendizagem, desde seu primeiro contato com o tema, avaliando a bagagem
ao final da implementação, passando pela habilidade de trabalhar em grupo,
pelo crescimento na compreensão e interpretação dos diversos tipos de leitura,
Resumo: Relato de como a astrologia foi decisiva para a origem da ciência moderna.
da conceituação teórica, da história da física, da filosofia da ciência e de sua
ligação com a sociedade e com outras áreas da cultura.
8- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender mais amplamente a evolução do pensamento científico,
compreender as diversas faces com que ela pode se apresentar, somar a
vivencia escolar alicerces teóricos que sustentam uma ação pedagógica
baseada no conhecimento, é o compromisso dessa unidade.
Esperamos contribuir para a prática de diferentes metodologias de
ensino, bem como levar o aluno a verificar que a física não é um mistério, que
tem muito a ver com a vida atual e que faz parte da cultura.
Ratificamos o pensamento de vários autores, onde o ensino de física
não pode se restringir à memorização de fórmulas aplicadas na solução de
exercícios típicos de exames vestibulares. Para mudar esse quadro o ensino
de física tem que ir além da conceituação teórica e da experimentação, deverá
relatar a história da física, da filosofia da ciência e de sua ligação com a
sociedade e com outras áreas da cultura. Isso favorecerá a construção de uma
educação problematizadora, crítica, ativa, engajada na luta pela transformação
social.
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, Beatriz; MÁXIMO, Curso de Física. 6. Ed. São Paulo:
Scipione, 2006.
ROCHA, J. F. Origens e Evolução das Idéias da Física. Salvador. EDUFBA,
2002.
ZANETIC, j. Pro-Posições, v. 17, n. 1 (49) - jan./abr. 2006
Sites:
<http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/index.htm>. Acesso em: 30 junho 2011.
http://filosofialogos.blogspot.com/2007/07/filosofia-e-cincias-da-natureza-7.html
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI54929-15228-7,00-O+SENHOR+DO+UNIVERSO.html em 14/03/2011
http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/index.htm. Acesso em: 30 junho 2011.