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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A narrativa de terror e de suspense: Uma proposta de sequência didática para 6ª série(7º ano)

Autor: Abigail Araújo

Escola de Atuação Colégio Estadual Unidade Pólo – E.F.M.e Profissionalizante

Município da escola Maringá

Núcleo Regional de Educação Maringá

Orientador Cláudia Valéria Doná Hila

Instituição de Ensino Superior UEM – Universidade Estadual de Maringá

Disciplina/Área Língua Portuguesa – Ensino e Aprendizagem de Leitura

Produção Didático-pedagógica A Narrativa de Terror e Suspense – Sequência Didática

Relação Interdisciplinar ----

Público Alvo Alunos de 6ª série(7° ano)

Localização Colégio Estadual Unidade Pólo – E.F.M.P.Rua Dona Sophia Rasgulaeff ,n° 855, Jd Alvorada – Maringá -PRFone; 30282200

Apresentação: A leitura e a escrita são importantes para implementar o letramento do aluno. Entretanto, não acontecem espontaneamente. A sequência didática é um procedimento que pode organizar estas aprendizagens, direcionando-as para gêneros específicos, selecionados de acordo com as necessidades detectadas.Este projeto tem o objetivo de proporcionar uma sequência didática, direcionada para tais necessidades, fazendo uso de uma temática de interesse do público alvo, para o qual se destina, ou seja, as narrativas de terror e de suspense.

Palavras-chave Gêneros Textuais; Sequência Didática; Narrativas de Terror; Leitura.

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APRESENTAÇÃO

CONTERRORIZANDO

Caro aluno, prepare-se para “arrepiar” até o final de nossas atividades !

Você gosta de histórias escabrosas, cheias de terror, suspense, enigmas e muitas aventuras?

Percebeu como a narrativa de terror está presente nas telinhas e nas telonas?

Não pense que o gosto por narrativas de terror e suspense é coisa nova. Desde os tempos mais

antigos, quando os homens ainda viviam em cavernas, já apreciavam uma boa conversinha ao pé da

fogueira. E, provavelmente o assunto fosse a vida difícil que levavam para sobreviver. Os primeiros

instintos e emoções do homem devem ter sido uma reação a toda a hostilidade do ambiente rude, das forças

da natureza e dos animais selvagens, comuns àquela época.

Mas, aquelas narrativas foram evoluindo, acompanhando as transformações da sociedade. Até

que surgiram gêneros mais ágeis, de narrativa curta, densos, intensos, com poucas intrigas e uma certa

linearidade, denominadas CONTOS.

Nosso convite a você é que venha conosco, trilhar pelos caminhos obscuros e assustadores da

CONTERRORIZAÇÃO.

Adentraremos o maravilhoso e arrepiante mundo da narração de horror... entre os seus

personagens ensandecidos e atormentados; os seus monstros e seres irreais; as suas transgressões e crimes

ocultos; os seus espaços sombrios e aterrorizantes; os seus narradores presentes e ocultos e os seus tempos

verbais pretéritos...

Daí extrairemos nossa inspiração para criar um pequeno conto de terror.

Após corrigido e ilustrado, o mesmo será compartilhado, com os seus colegas de sala de aula e

com a professora. Depois, será apresentado em um sarau , em cantinho decorado, dentro da temática do

horror e suspense, no pátio da escola.. As apresentações serão de forma oral e escrita, tudo muito criativo e

cercado de imagens temáticas e sons especiais para dar “um clima”....

E, depois dessa jornada , esperamos encontrar entre vocês, “conterrorizadores” que deixarão até

Edgar Allan Poe, o “Pai” do conto de suspense e terror, orgulhoso de seus seguidores.

Vamos lá?

“Péssimas” inspirações a todos.....rsrsrs

@

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1 - ACORDANDO PARA O ASSUNTO...

Vamos iniciar a nossa conversinha?

Como você conseguiria se comunicar sem utilizar a linguagem, verbal ou escrita?

Consegue imaginar como seria se não tivéssemos, já elaborados, no interior das

relações humanas da sociedade, tipos de gêneros textuais que servissem aos mais variados

propósitos do nosso cotidiano? Teríamos que “reinventar a roda” todos os dias e o tempo

todo...

Felizmente a nossa intenção aqui é outra. É a de conhecer o que já temos, para

entender como se estrutura, como se elabora e em que condições tudo isso ocorre.

Agora, vamos manusear, em duplas, alguns livros sem texto, trazidos do acervo particular da professora e da biblioteca da escola:

LIMA, Graça. Noite de Cão. São Paulo: Paulinas, 2007FURNARI, Eva. Filó e Marieta. São Paulo.FURNARI, Eva. Zuza e Arquimedes. São Paulo.

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Vamos identificar o livro escolhido?Nome do livro: ____________________________________________________________Nome do autor_____________________________________________________________Editora___________________________________________________________________

1.1– Tentem imaginar toda a história, pela simples observação da sequência de imagens. A professora convidará algum voluntário para apresentar oralmente. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.2 – Assinale entre as alternativas abaixo aquelas que você fez uso para narrar a sua história:( ) Lugar ou espaço para as ações acontecerem;( ) Personagens para realizarem as ações dos fatos narrados;( ) Um velho contador de histórias;( ) Um problema que se resolveu até o final do enredo;( ) Os verbos da narrativa no tempo futuro.

1.3 – Quem contou a sua história? Você ou uma “voz” que você criou para isso? Essa voz FAZ parte da história ou ASSISTE a história acontecendo?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.4 – Quando contou a sua história, considerou para quem estava contando, o seu interlocutor? Por quê?Acha que muda o jeito produzir narrativa quando pensamos em quem vai se apropriar delas? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.5 – Imagine uma propaganda de xampu. As pessoas que a realizaram pensavam também no interlocutor, ou seja, naquele que seria o seu alvo. Com que intenção pensaram nas pessoas que leriam e veriam a publicidade? Foi a mesma intenção que você teve ao criar a sua sequência narrativa das imagens? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 1.6 – O que você entende por suspense? Como acha que deve aparecer em um texto para causar medo? E para causar curiosidade, e espírito investigativo?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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1.7 – As narrativas são constituídas por assuntos diferentes, que foram utilizados pelos estudiosos da língua portuguesa, para um tipo de classificação. Dessa forma, temos narrativas de aventura, de ficção científica, de enigma, fantásticas, de terror/horror... Na sua opinião, o que uma narrativa precisaria apresentar para que fosse classificada como de terror/horror? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.8 – Você conhece narrativas de causar medo? São causos populares, histórias que tenha lido ou filmes a que tenha assistido? Gostaria de compartilhar alguma agora? Conte para o seu colega mais próximo. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 - RECONHECENDO UMA NARRATIVA

É claro que todos nós já fazemos uma idéia do que seja uma narrativa, uma história enfim. Aliás, este é um tipo de texto que temos a sensação de que dominamos, pois é um velho conhecido, desde os tempos em que ainda dormíamos em berços... ai que saudades...

ATIVIDADES PARA CASA

Pesquise, em um dicionário ou pela Internet, uma definição para o verbo NARRAR e para o substantivo CONTO. Anote em seu caderno.Vamos precisar futuramente.

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De lá para cá, ouvimos tantas histórias... foram narrativas de todo tipo, não é mesmo? Ouvimos contos infantis da carochinha e de fadas; fábulas; lendas; mitos; narrativas de aventura, de suspense, de terror, de horror, de enigma, de amor, de ficção científica e fantásticas; novelas ; filmes; seriados e vídeo clipes. E tudo isto, visto e ouvido através de diferentes suportes: contação oral, livros, revistas, jornais, gibis, televisão, rádio, cinema, Internet e games.

2.1 - Que tal trabalharmos um pouco com esta “sensação” de conhecimento que já temos?

a)Afinal, o que é narrar? Responda baseado naquilo que pesquisou, conforme solicitado na aula anterior. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b)O CONTO é um tipo de narrativa? Como ele se caracteriza? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c)Quanto às narrativas, já vimos que apresentam semelhanças dentro do grupo de classificação. Consegue pensar em quais seriam tais semelhanças? Que textos imagina que possam estar dentro do gênero narrar? Fizemos um comentário anterior que pode ajudá-lo. Preencha a tabela a seguir, diferenciando os temas mais freqüentes destas narrativas:

NARRATIVA DE AMOR NARRATIVA DE TERROR NARRATIVA DE AVENTURA

Elementos mais frequentes

2.2 – Vamos escrever uma pequena narrativa de terror? Escreva como você sabe. Procure ser breve. É nosso primeiro texto, capriche.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Agora, dê uma revisada naquilo que escreveu e entregue para a professora.

Como já foi mencionado, no início de nossas atividades, os gêneros textuais são agrupados por semelhanças quanto à função, intenção comunicativa, estrutura, linguagem e condições de produção.

AGRUPAMENTOS DE GÊNEROS TEXTUAIS:

Se atentarmos para os aspectos tipológicos, teremos cinco grandes grupos de textos:

a) NARRAR – São os que apresentam a intenção comunicativa de contar, narrar. Encontramos neste grupo: contos, novelas, romances, fábulas, lendas, mitos, crônicas,(narrativas de: aventura, de enigma, de terror e de ficção científica).

b) RELATAR- São os que têm a intenção comunicativa de documentar e memorizar ações humanas. Fazem parte deste grupo: Relatos de experiências vividas e de viagens, testemunhos, notícias, reportagens, ensaios biográficos.

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c) ARGUMENTAR – São os que discutem ou negociam problemas sociais controversos, para tomada de posição frente ao assunto.São persuasivos. São deste grupo: Textos de opinião, cartas ao leitor, cartas de reclamação, discursos de defesa ou de acusação.

d) EXPOR – São aqueles que fazem uma apresentação formal de diferentes tipos de saberes.São informativos. Tais como: seminários, conferências, artigos ou verbetes de enciclopédias, entrevistas, resumos de textos, relatórios científicos, relatos experimentais científicos.

e) DESCREVER AÇÕES – Aqueles que explicam algo, que regulam, que ensinam a fazer.Como por exemplo: instruções de montagem, receitas, regulamentos, regras de jogos, instruções de uso, instruções de procedimentos gerais.

2.3 – Classifique os textos abaixo conforme os agrupamentos tipológicos que acabamos de ver. Utilize a legenda a seguir:

A-NARRARB-RELATARC-ARGUMENTARD-EXPORE-DESCREVER AÇÕES

( ) a) Testemunha – sf Pessoa que viu ou ouviu alguma coisa ou que é chamada a depor sobre o que viu ou ouviu.

( ) b) “Um ônibus com 18 turistas foi assaltado na noite de ontem,no Aterro do Flamengo, centro do Rio de Janeiro. O grupo havia acabado de desembarcar no Aeroporto Antônio Carlos Jobim(Galeão) e foi abordado por criminosos em uma Pajero quando estava a caminho de um hotel em Copacabana, na zona sul da cidade.” Paulo Roberto Souza - Jornal da Tarde – 12/01/1011

( ) c) PAZ SEM VOZ É MEDO . Campanha da RPC 2011.

( ) d) Mingau: Utilize 2 colheres(sopa) de amido de milho para 1 xícara (chá) de leite e leve ao fogo baixo , mexendo sempre até que adquira uma consistência cremosa.

( ) e) “Ele foi caminhando pela rua, sem direção, cansado daquela vida de lutas, desejando um milagre para a solução de seus dilemas... até que encontrou... não o milagre ou a solução... mas, Maria, seu novo problema.”

( ) f) São Paulo, 10 de julho de 2010.

Querida esposa,Acabei de chegar a São Paulo e ainda não tive tempo de conhecer o lugar onde fica

a firma em que trabalharei.

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Quero que saiba que não esqueço um só instante de você e das crianças... tudo isso que faço agora representa grande sacrifício para todos nós. Sinto , entretanto, que valerá a pena. A tal firma em que trabalharei é muito sólida. Está em expansão. É minha chance de crescer junto, entende?Escreva, telefone, mande torpedo, entre no MSN, enfim, continue falando comigo. Incentive os meninos a falarem comigo também. Eles não podem perder de vista que os amo e trabalho principalmente por eles.

Muitos beijos deste que a ama. Carlos A. Araújo

( ) g) “Brasileiros e brasileiras, é com muita humildade que trago até os senhores,todos os resultados obtidos nos primeiros anos de minha gestão neste Estado.

Vejam o quanto avançamos nas obras públicas. Saneamos as licitações que entravavam a continuidade de obras iniciadas há tantos anos.....”

( ) h) “VÁ E VENHA pela TRANSSILVÂNIA, a empresa de Silvânia Santiago. Conosco sua viagem fica livre até dos “vampiros da estrada” ...

( ) i) CHOCOLATEX –

Laboratório da fábrica de chocolatesMedicamento comestível, mastigável.

Forma de apresentação – Barras de 50 g e de 100 gComposição de cada 25 g do produto Carboidratos................................15 g Proteínas......................................1,4 g Gorduras totais............................ 6,8 g Fibra alimentar............................ 2,3 g Sódio........................................... 14 mg

Informações ao Paciente: Este medicamento resolve as suas tristezas de imediato, mas pode apresentar como efeitos colaterais: piora no estado de pele oleosa e acneica, aumento de peso considerável, vício compulsivo por mais doces. Os resultados são rápidos em relação ao humor, porém, a longo prazo, sem uma dieta de acompanhamento, pode piorar a angústia, quando o(a) paciente se postar em frente a um espelho.

Posologia – Comer 1/5 de cada barra, de 3 em 3 horas.Ao melhorar os sintomas, parar imediatamente a ingestão, sob pena de obesidade à vista.Este medicamento DEVE ficar ao alcance de crianças.

A. Araújo

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( ) j) “Estamos aqui, em Minerva, no Piauí, onde um casal de índios idosos, completa oitenta anos de vida conjugal. Ele com 95 anos de idade, ela com 94. Quase todos os descendentes do casal estão presentes. É gente que não acaba mais... Só não compareceram mesmo, aqueles que moram muito longe e que não tinham condições de locomoção.

O prefeito da cidade participará do evento. Ele está particularmente feliz. É o filho mais velho do casal, tem 79 anos.

É emocionante, mesmo para os que não são da família, ver tanta gente que descende de um único casal.São valores que a sociedade precisa resgatar. E os aniversariantes? Eles são um exemplo de saúde e amor. Mal se contêm em sua alegria.” A. Araújo

( ) k) Pesadelo

Diariamente, quando saía da empresa, ele ia jantar ou então comia rapidadmente qualquer bobagem, onde residia.

Antes de dormir, costumava sair à procura de um orelhão. De lá, ligava para um número. Era sempre para o mesmo.

Resolveu, em um único dia, ligar de sua casa...

Neste dia, entretanto, antes que ele tivesse tempo de ligar, o telefone tocou...

Nunca recebia ligação... atendeu assustado. Uma voz sinistra, beirando a eco, apenas disse – “Da próxima vez irei pessoalmente...”

Ele suava muito ao acordar naquela manhã... A. Araújo

2.4 – ENTENDENDO O QUE É A NARRAÇÃO

Agora, vamos realizar a leitura de um pequeno conto para começarmos a “concretizar” a narrativa...

Autor – Abel SidneyAcesso http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=105130

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Leitura silenciosa. Leitura audível, compartilhada.

2.4.1 – Pelo que vimos em 2.2, a qual agrupamento de gênero textual pertence este texto? Justifique._______________________________________________________________________________________________________________________________________________2.4.2 - Observe a disposição e as ilustrações. Para que tipo de interlocutores é destinado? Por quê ?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.3 – O início da narrativa foi escrito com letra de mão. Qual seria um provável motivo?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.4 – De quem é a voz que narra para nós? Prove com alguma passagem do texto.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.5 – Você acha que o autor do texto é também o narrador? Explique o que pensa.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.6 – Tendo em vista a sua resposta à questão 2.4.2, há neste texto, algo destinado a ensinar ? O que seria?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.7 – Qual foi o momento de maior complicação no enredo desta narrativa? Como foi resolvido?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.8 – Reescreva o trecho abaixo, extraído do texto lido. Deixe que o narrador relate todo o diálogo. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

“ Depois de muitos anos, ainda me lembro em detalhes sobre o que eu e minha prima conversamos. Éramos muito pequenas e eu passava as férias em sua casa. Nunca brincamos tanto, quanto naqueles dias!

Lembro-me do segredo que ela prometeu me contar.

- Olha, eu vou contar, mas é segredo! Não conte para ninguém. Se você contar eu vou ficar de mal.

_ Eu não vou contar, já disse!

O segredo não era nada sério, coisa mesmo de criança naquela idade. E ela acabou contando..”

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2.4.9 – Percebeu que não há nomes para identificar as personagens? Entretanto, mesmo assim conseguimos entender toda a ação e com quem se passava. Por que motivo os nomes não fizeram tanta falta?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.10 – Qual o ponto de vista do narrador deste conto? De adulto ou de criança? Explique.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4.11 - Escreva um outro final para este conto. Imagine o que teria acontecido se a “tia” tivesse dado ouvidos aos mexericos da narradora. Como seria o desfecho?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITURAS PARA FAZER:

Acesse os contos de Edgar Allan Poe “ O RETRATO OVAL” e “BERENICE”http://www.dominiopublico.gov.br

ou retire da biblioteca da escola:

POE, Edgar Allan.Histórias Extraordinárias, O Retrato Oval, adap. De Clarice Lispector. RJ, Ediouro, s/d. pp.111-113.

GARCIA, Edson Gabriel. Sete gritos de terror, Os Dentes de Madalena,Col. Veredas. São Paulo, Editora Moderna, 1992, pp. 55-60.

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Os textos para leitura devem ser lidos, em casa,primeiramente, pelo menos uma vez. Brevemente serão trabalhados em sala de aula.

2.5 - AMPLIANDO A NOÇÃO DE NARRAÇÂO...

NARRAR é contar, fatos ou episódios.

Uma narrativa deve, em sua construção, esclarecer os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:

O QUÊ? – o(s) fato(s) que determina(m) a história;QUEM? – a personagem ou personagens;ONDE? – o lugar ou lugares da ocorrência ou acontecimento;

O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho).

Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade

de efeito ou impressão total . O conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita

excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.

Minidicionário – Ruth Rocha. Scipione.

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COMO? – o enredo, o modo como se tecem os fatos;POR QUÊ? – a causa do acontecimento;QUANDO? – o momento ou momentos em que se passam os fatos ou acontecimentos.

São considerados como elementos básicos da narrativa:a)TEMPO – Quando?b)ESPAÇO – Onde?c)PERSONAGENS – Quem? No decorrer da ação.d)AÇÃO – O que acontece? Como os fatos ocorreram? e)NARRADOR – Quem? O que conta os fatos. Narra conforme um ponto de vista, um foco narrativo, de dentro da história(1ª pessoa); de fora da história(3ªpessoa- observador); de fora da história e por dentro dos sentimentos das personagens(3ª pessoa- onisciente).

... somente se for a própria biografia.

2.6 - PENSA QUE ACABOU

Há, entretanto, outros tipos de textos narrativos, que também têm estrutura tão bem definidas quanto um conto. São as tais semelhanças que agregam os textos em gêneros. O gênero do narrar é muito numeroso em casos: lenda, mito, fábula, contos maravilhosos (de fadas), conto moderno, romance e é lógico, as narrativas que acabamos de ver, de enigma(suspense), e de terror/horror.

Para cada uma destas manifestações narrativas, temos elementos estáveis que as caracterizam. Assim temos :

LENDA – deve ser:-de tradição oral (não tem autor);-uma história curta, brevidade;-explicativa ( explicar a origem das coisas);-contada com linguagem simples e direta.

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MITO – deve:-ser de tradição oral (não tem autor);-ter seres fantásticos com poderes sobrenaturais;-ser uma história curta;-descrever as personagens;-ter personagens que despertam medo nas pessoas;-ter linguagem simples e direta.

FÁBULA – deve:-tratar de temas universais;-ser uma história curta, brevidade;-ter animais como personagens (que simbolizem virtudes humanas);-ter o predomínio de diálogos-terminar com uma moral(geralmente na forma de um provérbio).

CONTO DE FADAS – deve:-ser de tradição oral (autores recolhem da tradição popular)-tratar de temas universais; -acontecer num espaço regido por leis sobrenaturais;-apresentar tempo indeterminado;-ter um herói(ou heroína) que enfrenta seres malévolos;-ter um final feliz.-brevidade narrativa

CONTO MODERNO – deve ter:-um autor;-um narrador ( em 1ª ou na 3ª pessoa);-curta duração(ser história pequena, em torno de um único evento, em torno do qual

ocorrem as ações, brevidade);-uma linguagem econômica;-poucas personagens;-geralmente em ambientes únicos;-tende a predominar diálogo.

ROMANCE – Difere dos contos pela quantidade de conflitos, personagens e espaços variados. São vários núcleos narrativos que se entrelaçam em uma trama.

NARRATIVA DE ENIGMA – Pode ser tanto em forma de conto quanto em forma de romance. Como já foi dito, começa pelo que normalmente seria o crime. É construída para envolver o interlocutor na busca pelo culpado. O foco é o interlocutor. O narrador é perspicaz. Faz insinuações, espalha pistas, cria suspense.

NARRATIVA DE HORROR /TERROR –(veja tabela comparativa na oficina 4).

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Agora vamos ver se entendemos.

2.7 – Leia os trechos a seguir:

(I)

A cigarra e a formigaEsopo

No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando uma cigarra, faminta, lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram:”Por que, no verão, não reservaste também o teu alimento?” A cigarra respondeu: “Não tinha tempo, pois cantava melodiosamente”. E as formigas, rindo, disseram: “Pois bem, se cantavas no verão, dança no inverno”

(II)

(...)De pé, os olhos escancarados, a boca aberta e muda, os braços levantados numa atitude de pavor e de pasmo, Paulo Fernando corre na direção da porta, que adivinha mais do que vê, e abre-a. E o que enxerga, na multidão de médicos e amigos que o aguardam é um turbilhão de espectros, de esqueletos que marcham e agitam os dentes, como se tivessem aberto um ossuário cujos mortos quisessem sair. Solta um grito e recua. Recua, lento, de costas, o espanto estampado na face. Os esqueletos marcham para ele, tentando segurá-lo.

- Afastem-se! Afastem-se! – intima, num urro que faz estremecer a sala toda.E, metendo as unhas no resto, afunda-as nas órbitas, e arranca, num movimento de

desespero, os dois glóbulos ensanguentados, e tomba escabujando no solo, esmagando nas mãos aqueles olhos que comiam carne, e que, devorando macabramente a carne aos vivos, transformavam a vida humana, em torno, em um sinistro baile de esqueletos...

Humberto de Campos. Os olhos que comiam carne.In: Histórias para não dormir. Ática.2009 p.96

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(III)

A Gata Borralheira(Cinderela) Perraut

Era uma vez um nobre cuja mulher muito morreu muito cedo e logo se casou de novo. Sua segunda esposa era a mulher mais orgulhosa e mais arrogante que já se viu.

O nobre possuía uma filha do primeiro casamento, que era muito meiga e delicada como a mãe. A madrasta tinha duas filhas que em tudo se pareciam com ela. Logo depois do casamento, a madrasta começou a maltratar a boa menina.. ela não suportava as maneiras gentis da enteada que faziam suas filhas parecerem odiosas. Para castigar a moça, obrigou-a a fazer os trabalhos domésticos Mais pesados e a dormir num quartinho no alto da casa, que servia de celeiro. Sua cama era um monte de palhas.

A pobre menina suportava tudo com resignação...Certo dia, o filho do rei resolveu dar um baile(...)

Asinale somente o que for correto a respeito destes trechos:( ) Em (I) temos historinha infantil porque as personagens são bichinhos.( ) Em (II) a narrativa é de enigma porque há muita suspeita no ar.( ) Em (III) trata-se de um conto de fadas pois temos uma heroína meiga que enfrenta essoas malévolas. Nota-se a presença de um príncipe. ( ) A parte sublinhada, no trecho (I), corresponde a uma forma fixa deste gênero: uma moral, neste caso, um provérbio.( ) A hesitação(dúvida) e a ambiguidade(sentido duplo) são características deste tipo de gênero a que pertence este trecho (II). ( ) O trecho (II) pertence ao gênero que provoca sensação de aversão.

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3 – TRABALHANDO COM OS TEMAS

Leitura expressiva dos contos, “O RETRATO OVAL”, de Edgar Alan Poe, e “OS DENTES DE MADA LENA” de Edson Gabriel Garcia, feita pela professora e pelos voluntários que assim o desejarem.

O uso dos clipes é opcional . É apenas um elemento facilitador.

Assista, se assim o desejar, a um vídeo clipe dos contos (visualização da narrativa para facilitação)Sugestão de clipes :

Clipe, para crianças, do conto “O RETRATO OVAL” de Edgar Allan PoeDesenho animado em espanhol: http://www.youtube.com/watch?v=wiQPDJcl_74Tempo de duração – 5 minutos e 47 segundos

Clipe do conto “BERENICE” de Edgar Allan Poehttp://www.youtube.com/watch?v=VruxswJP7hQTempo de duração – 6 minutos e 9 segundos

O texto “Berenice” de Edgar Allan Poe, não é objeto de nosso estudo. Entretanto, será comentado por ter sido a narrativa que provavelmente tenha inspirado o escritor brasileiro Edson Gabriel Garcia a escrever o conto “Os dentes de Madalena”. Como não foi encontrado qualquer clipe do texto do autor brasileiro, sugere-se o clipe do texto que o precede, “Berenice” .

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3.1 – Os contos O RETRATO OVAL de Edgar Allan Poe e OS DENTES DE MADALENA de Edson G. Garcia, são de que tipo de narrativa? Encontre, nos textos dos mesmos, justificativa para a sua resposta.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.2 – Se você considerar o assunto de que tratam os dois textos, pode-se dizer que seja o mesmo? Justifique.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.3 – Imagine que as duas histórias tivessem sido veiculadas em um jornal. O suporte agora seria outro, o jornal. Como poderia transformá-las em notícia? Que elementos da narrativa NÃO caberiam em uma notícia?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.4 – Transforme as duas histórias em uma notícia, em poucas palavras. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.5 – Agora, imagine que fará uma NOTA DE FALECIMENTO, das falecidas de cada história. Ficariam parecidas, não é mesmo? Por quê? Faça as notas de falecimento para “visualizar” .__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.6 - Que informações são importantes para este último tipo de texto? O que interessaria a quem lesse? Algumas informações NOVAS existem somente nesse gênero. Quais seriam?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.7 – O conto é uma narrativa, a reportagem é um(a) ______________e a nota de falecimento é um(a) ____________________ . Esta classificação é denominada _________________________________________________________________________

3.8 – Qual a finalidade social de se produzir um conto? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.9 –Tendo assistido ou não a algum clipe sobre os textos lidos, talvez até os que foram sugeridos, responda. Que características importantes dos textos escritos, deveriam aparecer nos vídeos para que o leitor percebesse que são de horror/terror? Quais aumentariam as percepções dos interlocutores?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3.10 – No pequeno texto abaixo, há algo que faz com que se presuma que é narrativa de terror ou horror. Veja:

Sufoco

Ele parecia mais cansado do que sempre, naquele final de dia... Caminhou lentamente até o elevador que o levaria ao estacionamento, no subsolo do prédio. Estranhou que tudo estivesse às escuras, ao sair do elevador. Teria sido uma súbita interrupção de energia? Achou com dificuldade o carro. E depois, com mais dificuldade ainda, a chave do carro. Deu a partida. Nada. Nenhuma reação do motor. Novamente estranhou. O tanque estava cheio e o carro em perfeitas condições de uso. Inclusive era novo. Comprara há pouco tempo.

- Droga! Agora quero só ver como faço...

Tentou novamente. A chave entrou, mas não acionou o motor. Lembrou do celular que estava no bolso do paletó. Ia ligar para a esposa. Mas o mesmo não estava carregado. Como podia ser? Se ligara para um fornecedor pouco antes de sair do escritório...?

Foi ficando apreensivo... teve a sensação de que estava sendo observado...

A.Araújo

O que conferiu a este texto um certo mistério? Que elementos da narrativa você observou?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.11 – Imagine, para este início de narrativa, uma continuação que a transforme em narrativa de terror e uma outra, em narrativa de horror. Apesar de serem muito parecidas, pode-se estabelecer algumas diferenças, volte ao quadro comparativo que já estudamos.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.12 – Imagine ainda, um outro final, mais inusitado, todos estavam combinados para lhe fazer uma surpresa, era seu aniversário e ela havia esquecido... família e escritório estavam juntos nesta tarefa.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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4 – TRABALHANDO COM A ESTRUTURA COMPOSICIONAL

4.1 - ESTABELECENDO DIFERENÇAS ESTRUTURAIS ENTRE ALGUNS GÊNEROS NARRATIVOS

Tente lembrar algumas daquelas histórias de mistério, suspense e terror que tenha ouvido de seus amigos, familiares, vizinhos.

Escreva rapidamente a narrativa que lembrou melhor. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vamos compartilhar algumas delas?

Leitura ou contação em voz alta.

Levantar hipóteses sobre os elementos, das narrativas compartilhadas, que causaram terror, suspense ou horror. O que mais inflenciou?EM RELAÇÃO A:Tempo___________________________________________________________________Espaço___________________________________________________________________Personagens_______________________________________________________________Ação_____________________________________________________________________Clímax___________________________________________________________________Desfecho__________________________________________________________________

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Afinal, de onde veio a narrativa de terror, suspense e horror? Elas têm algo em comum?Vamos buscar um pouco da história destes gêneros tão próximos.

As definições serão ampliadas com o que os alunos trarão:

HORROR – Deriva do latim horrere:fazer o cabelo arrepiar. Ou seja, horripilar: horrorizar, eriçar os cabelos, arrepiar. Vem do latim eclesiástico horripilare. O que causa o eriçamento dos cabelos. O horror é uma reação física._________________________________________________________________________________________________________________________________________________TERROR – Vem do latim terrorem, do tema de terrere, espaventar, causar grande medo. O terror é uma reação emocional, causada pelo sobrenatural, pelo desconhecido. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

SUPENSE – Artifício empregado em arte, pelo qual a ação ou o desfecho se retardam em incidentes menores que intensificam a emoção do leitor ou espectador.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Procure no dicionário o significado das palavras HORROR , TERROR

e SUSPENSE.Traga copiado para a próxima aula.

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4.2 - UM POUCO DA HISTÓRIA DO GÊNERO NARRATIVO DE HORROR...

O percurso histórico da narrativa de terror vai das narrativas orais, compartilhadas pelos homens das cavernas, contadas ao pé de fogueiras, até o conto de terror e horror publicado virtualmente, em blogues e sites da Internet, na atualidade. Tais narrativas, de terror ou acontecimentos sobrenaturais, sempre estiveram presentes nas diversas culturas humanas: da Odisséia a Dom Quixote, de O Exorcista a Harry Potter, aquilo que foge às explicações racionais, do mundo tangível, fascina o homem desde o início dos tempos. E, nesta trajetória, sempre se adaptou para atender às necessidades de cada época em que foi escrito.

Historicamente falando, o primeiro texto literário que foi reconhecido como literatura de terror/horror , foi do escritor inglês Horace Walpole (1717-1797) que publicou “O Castelo de Otranto” em 1764, instaurando e firmando a literatura gótica como gênero literário e também como ponto de referência .

A partir daí, novos nomes foram surgindo, dentro da recente vertente literária. Obras como Os Mistérios de Udolfo, escrito em 1794 por Ann Radcliffe, O Monge, publicado em 1796 por Matthew G. Lewis, elevaram o romance gótico ao apogeu e transformaram a leitura do estranho e do mórbido em uma necessidade.Da sua explosão, na segunda metade do século XVIII, o romance gótico avançou até o século XIX. E Mary Shelley, em 1818, promove o tema com o famoso Frankenstein, juntamente com John Polidori que em 1819, publicou The Vampyre. Porém, o tema do monstruoso teve o seu apogeu na transição entre os séculos XIX e XX, quando emerge da escuridão Drácula, de Bram Stoker(1847-1912), retomando o tema iniciado pó Polidori e consagrando o vampirismo como a grande musa inspiradora para os filmes e games de terror/horror do século XX e XXI.

O estilo gótico prosperou e se aprimorou, como também se ramificou. Na última década do século XVIII, o romance gótico recebeu dos ingleses o nome de romance de horror e dos franceses de romance de terror ou negro.

A produção literária de tema sobrenatural pode ser determinada como gótica de seu nascimento com o escritor Walpole até o aparecimento de Edgar Allan Poe (1809-1849), que inaugurou um novo gênero . O seu talento marca o nascimento da literatura de terror norte-amenricana. É considerado o criador da história de detetive. Aos 24 anos venceu um concurso de contos com a história “O escaravelho de ouro”. O detetive criado por Poe, Auguste Duplin, tornou-se modelo para Sherlock Holmes e para muitos outros que se seguiram. Apreciava tanto o gênero policial quanto o de terror. O auge do gênero foi do final do século XIX à metade do século XX. No Brasil, devido ao momento histórico em que vivíamos, tal tipo discursivo demorou um pouco mais a ser conhecido e apreciado. Até porque, a Europa ainda era, neste tempo, o berço da cultura. As novidades sempre chegavam um pouco defasadas entre nós, lembre que não tínhamos televisão ou Internet para sabermos os fatos em tempo real...

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Outros escritores também se destacaram neste gênero: Conan Doyle, Agatha Christie, Georges Simenon, P.D. James, Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Mary Shelley.

O horror foi acrescentado ao romance policial ou de enigma nos Estados Unidos, pouco antes da segunda guerra mundial, e foi denominado “ROMANCE NEGRO”.Encontrava-se, nesse gênero, toda forma de violência: espancamento, massacres, imoralidade e ódio impiedoso.

As narrativas de horror parecem surgir com a tentativa de encontrar símbolos adequados e descrições para forças , medos e energias primitivas que remetem à violência, à morte, à vida além da morte, à punição, ao mal social, à destruição gratuita .

Acesse no endereço abaixo.

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/portugues/2poe.jpg

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4.3 – NARRATIVA DE ENIGMA OU MISTÉRIO – Apresenta personagens que se movem na ação, criando expectativas sobre o seu papel em um fato, geralmente um crime.

O fio condutor do enredo é a investigação. Há sempre uma transgressão, alguém que a cometeu, vários suspeitos, pistas e desenganos de investigação.Existe, pelo menos uma personagem, que é a líder da busca ao culpado(detetive) e uma que é a transgressora (culpado).

Geralmente o criminoso é o menos provável e o que não apresentava motivos evidentes. O narrador costuma se intrometer entre os diálogos das personagens, para aumentar a intensidade do suspense, através da descrição de detalhes e estados psicológicos.É uma espécie de personagem coadjuvante.

A solução do enigma, criado no início do enredo, não pode ser incoerente com tudo o que foi apresentado ao longo do texto. Também não pode ser evidente para que a atenção dos interlocutores seja preservada até o desfecho.

A finalidade principal deste tipo de gênero é a de envolver o interlocutor na investigação. Torná-lo mais um “investigador”a perseguir a “verdade”. O conflito da história é o enigma a ser desvendado. Na verdade, o “crime” é apenas o ponto de partida pois a investigação passa a ser mais importante.

O autor vai espalhando pistas (jogando com o leitor, pois apresenta tanto pistas falsas quanto verdadeiras) ao longo da narrativa.

O sucesso deste gênero está em “jogar” bem e honestamente com o interlocutor(leitor). Cabe a este último, construir um sentido para o texto.

O espaço preferido deste modelo de discurso é o urbano.

4.4 – NARRATIVA DE TERROR E HORROR – É um tipo de gênero resultante da transformação da narrativa de enigma conservando desta,apenas o suspense, aqui criado de forma diversa,através da hesitação, da ambigüidade e da descrição do cenário e das personagens( favorecendo a sensação de medo e pavor).

As narrativas de horror e de terror apresentam, necessariamente, a presença de elementos fantásticos. Esses elementos são essenciais à existência deste gênero, tanto quanto o medo que provocam. O fantástico permite a transgressão, tanto em relação ao que é real e imaginário, quanto na temática que geralmente afronta a organização social e as relações humanas(assassinatos, latrocínios, elementos sobrenaturais, perversões, criaturas abomináveis do real e do imaginário)

O texto de horror e de terror tem ambientação característica, espaços escuros, isolados e soturnos. A forma como são descritos é muito importante para criação da sensação de suspense.

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Aspectos importantes da estrutura narrativa: a hesitação( narrador em primeira pessoa e a descrição. Frases que exprimem incerteza, utilização de verbos no imperfeito e as indagações que o narrador eventualmente faça a si mesmo ); a ambiguidade (reforçada pela presença do narrador em primeira pessoa: testemunha os fatos, mas as coisas que lhe sucedem são estranhas a ponto de deixá-lo na dúvida de que sejam verdadeiras. Isso deixa também o leitor na dúvida sobre a veracidade ou não dos fatos); a descrição dos cenários e a escolha dos termos utilizados criam a sensação se suspense.

O que pode estabelecer a diferenciação entre a narrativa de terror e a de horror é o efeito que a leitura causa no leitor.

As personagens também são elementos importantes na caracterização da literatura de horror.Agrupam-se de três maneiras: grupo da metamorfose, cujas personagens surgem como seres naturais e, por algum motivo, se transformam em seres sobrenaturais ;o grupo do pandeterminismo , em que personagens como gênios, fadas, bruxas, entre outros, aparecem na história para decidir e determinar o destino dos homens. Há ainda as personagens que são construídas em torno do tema da crueldade humana e de seu comportamento social condenável .

As histórias de terror apresentam situações em que o objeto do medo não é visto,

mas sugerido e por esse mesmo medo elevado ao extremo (o horripilante) geram uma reação física , de fuga ou mal estar físico e psicológico.

O quadro a seguir permite estabelecer o contraste entre a narrativa de terror e a de horror. Não há, entretanto, limites rígidos para que esta ou aquela característica ocorra, elas não se excluem, se mesclam e acontecem de forma mais visível neste ou naquele tipo.

NARRATIVAS DE TERROR NARRATIVAS DE HORRORExpande a alma Contrai e congela os sentimentosDesperta a inteligência Quase aniquila a inteligênciaReação de efeito emocional Reação física leve a intensaProporciona reflexões/mudanças de comportamento/amedronta

Promove sensação de incapacidade/impotência/desespero/paralisa

Abertura e mobilidade Restrição e paralisiaHistórias mais refinadas, lidam com crenças pessoais e sociais do leitor

Histórias menos refinadas, repulsivas, grotescas, chocantes e presença da ironia

Ambientação em local deslocado Ambientação em local conhecidoRepresentação do inconsciente coletivo utiliza o sobrenatural

Representação do inconsciente coletivo utiliza o cotidiano, o usual

Aspecto social de distanciamento Aspecto social de inserçãoViolência implícita Violência explícitaProvoca sensações de medo Provoca sensações de aversão

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Os textos para leitura devem ser lidos, em casa,primeiramente, pelo menos uma vez. Brevemente serão trabalhados em sala de aula.

Vamos trabalhar na prática estes conceitos estudados anteriormente?

4.6 – ATIVIDADES DE IDENTIFICAÇÃO DAS NARRATIVAS DE HORROR

4.6.1 – Leia os trechos a seguir e classifique-os com a letra que corresponde à resposta correta quanto ao tipo de gênero que representam.

A – Narrativa de enigmaB – Narrativa de terrorC – Narrativa de horror

( ) ........................................................................................................................................

“O vagabundo que eu havia contratado, ao que parece, tinha fugido aos gritos, com os olhos exorbitados, pouco depois de sua segunda entrega de gelo, talvez como resultado de curiosidade excessiva. ................................................................................................................................................

Depois de consultar a Sra. Herrero e os trabalhadores, a despeito do medo que atormentava minha alma, eu sugeri arrombar a porta; porém, a senhora achou um jeito de girar a chave pelo lado de fora, usando um pedaço de arame. Nós já tínhamos aberto todas as portas dos outros quartos do corredor, e escancaramos todas as janelas, até o alto. Agora, protegendo o nariz com lenço, invadimos, trêmulos, o quarto amaldiçoado, que refulgia com o sol quente do começo da tarde.

Uma espécie de trilha lodosa e escura partia da porta aberta do banheiro até a porta do corredor, e daí até a mesa, onde uma horrenda pocinha tinha se acumulado. Havia alguma coisa rabiscada a lápis, como os garranchos de um cego, num pedaço de papel nojentamente lambuzado, ao que parece, pelas próprias garras que tinham traçado aquelas apressadas e derradeiras palavras. Depois a trilha levava até o sofá, e terminava de modo indescritível................................................................................................................................................

“O fim chegou”, dizia aquele rabisco fétido, “Não virá mais gelo – o homem olhou e fugiu. Está cada vez mais quente, e os tecidos não poderão durar mais. Imagino que você sabia – o que eu disse sobre a vontade, os nervos e o corpo preservado depois que os

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órgãos parassem de funcionar. ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................

O Dr. Torres sabia, mas o choque o matou. Ele não pôde suportar o que teria que fazer: tinha que me manter num lugar estranho e escuro, mas levou em conta a minha carta e cuidou de me trazer de volta. E os órgãos nunca voltariam a funcionar de novo. Tinha que ser feito do meu modo – preservação -, pois, você vê, eu morri naquela época, dezoito anos atrás. H. .P. Lovecraft

( ) ...........................................................................................................................................

“Fiz meu primeiro comentário, desde que Poirot iniciara as explicações:- Confesso que, até agora, ainda não estou entendendo muito bem como tudo

aconteceu.- Vamos começar pelo princípio, meu caro Hastings. Temos uma mulher inteligente

e astuta. Sabe da excelente condição financeira do marido, um homem mais velho, com quem se casou apenas por dinheiro. Convence-o a fazer um alto seguro de vida e depois começa a procurar uma maneira de executar o plano, a fim de receber o dinheiro. O hobby preferido do marido – a caça – lhe proporciona a maneira ideal – um acidente com a espingarda. Acidentes acontecem, meu caro...” Agatha Christie

( )...........................................................................................................................................

“Os dois abriram o invólucro de lona, revelando o seu interior.Novo relâmpago, intenso como a eternidade, iluminou tudo e os sete rostos estavam

voltados para o fundo da cova. Sílvio apontava para baixo, olhando para Alexandre. Sua voz ecoava por toda a

extensão do cemitério: - Você tem que acreditar no sobrenatural, Alexandre, meu amigo. Porque nós o

enterramos há três dias. Veja! Você está morto. Alexandre” Você caiu da escarpa, no meio da escalada, quando a tempestade começou. Estamos presos aqui! Não dava para esperar mais. Tivemos de enterrá-lo, Alexandre! Tente entender isso!

- Eu ficarei bem, meu amor! – declarou Márcia, de mãos postas, - Eu te amo. Sempre vou te amar. Pode ir em paz! “

Pedro Bandeira

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( )............................................................................................................................................“Quando certa manhã Gregor Samsa despertou, depois de um sono intranqüilo,

achou-se em sua cama convertido em um monstruoso inseto. Estava deitado sobre a dura carapaça de suas costas, e ao erguer um pouco a cabeça viu a figura convexa de seu ventre escuro, sulcado por pronunciadas ondulações, em cuja proeminência a colcha mal podia agüentar, pois estava visivelmente a ponto de escorregar até o solo. Inúmeras patas lamentavelmente esquálidas em comparação com a grossura comum de suas pernas, ofereciam aos seus olhos o espetáculo de uma agitação sem consciência.”

Franz Kafka

4.6.2 – Observe , na atividade anterior, aqueles trechos que classificou como narrativa de terror ou de horror. Cite as características próprias de uma narrativa de terror ou horror, que tenha encontrado neles. Faça uma tabela com duas colunas e estabeleça as diferenças.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.6.3 – Estabeleça as diferenças entre as narrativas de suspense(enigma) e as de terror/horror.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.6.4 – Qual o papel do espaço ou ambiente na construção das narrativas de terror/horror? Nos trechos anteriormente lidos em 2.7.1, podemos perceber?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A estrutura de um conto tradicional apresenta os seguintes elementos:ESTRUTURA DA NARRATIVA

a)SITUAÇÃO INICIAL – Onde se expõe o assunto, lugar ou a ação que vai acontecer.Normalmente é uma situação de equilíbrio.b)CONFLITO – Também identificado como complicação ou problema. São os motivos que desencadeiam a ação da narrativa.

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c)CLÍMAX – É a complicação, problema ou conflito elevado ao máximo de suspense. Momento de maior tensão da história.d)DESFECHO – Que soluciona ou tenta solucionar o conflito, problema ou complicação. O que não significa necessariamente um final feliz ou resolvido a contento. É a resolução ou final do conflito, problema ou complicação.

Enquanto nos contos tradicionais tem-se uma situação inicial estável ( + ), que avança para a dificuldade no conflito ( - ) e piora ( -- ) no clímax, sendo amenizada ou corrigida no desfecho ( + ). Nas narrativas de terror/ horror a situação inicial revela-se complicada desde os primeiros momentos ( - ) tendendo a piorar no conflito( -- ) chegando ao estranho ou fantástico no clímax ( ---) e o desfecho se dá de maneira totalmente inesperada, rompendo com todas as expectativas dos interlocutores.( - ) .

4.7 – A estrutura do conto tradicional, apresenta elementos bem definidos: Situação Inicial; Conflito; Clímax e Desfecho.Sendo que este último, nos contos de amor, traz sempre um final feliz, com resolução satisfatória dos conflitos. Nos contos de Poe e de Garcia, o desfecho acontece de que forma? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.8 – Sobre o narrador do texto:

Narrador-personagem: aquele que narra a história e também participa dela como personagem.Narrador-observador: aquele que narra a história, mas não participa dela.

Nas narrativas de suspense e terror, o narrador de primeira pessoa é estratégico. Através dele os fatos são aceitos como verdades. O leitor não tem dificuldade em aceitá-los pois quem conta parece ter testemunhado ou vivenciado tudo o que diz. Isto garante mais suspense ao narrado. Como isto ocorre nos contos em estudo? Qual deles apresenta maior suspense? O narrador de cada um confirma o que você afirma?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.9 – No texto de Poe, o narrador percebe a passagem do tempo, sem que ele se desse conta. Como isto fica evidente? O mesmo acontece com o conto de E.G.Garcia?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.10 – O que têm em comum as partes sublinhadas dos trechos dos contos, abaixo? Que relação estabelecem com o enredo?

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__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Retrato Oval (...)Muitas semanas se passaram . Pouca coisa restava a fazer. Faltava um toque na

boca e um colorido nos olhos. Foi feito o toque e dado o colorido.O espírito da jovem, como a chama de uma vela, parecia tremular, despedindo-se.O pintor parou deslumbrado, diante da obra que acabara de executar. Enquanto

contemplava , pálido emocionado, tremia. E, alto, gritava:- Isto é a própria vida! É a Vida mesmo!Voltou-se, então, para ver o modelo, sua esposa. Estava morta.

Os Dentes de Madalena

(...) Passavam pouco mais de quinze minutos da meia-noite, quando Edrualdo chegou ao seu destino: o cemitério da cidade. (...)

Desligou a lanterna, tirou a pá e o enxadão do saco de estopa e pôs-se a cavoucar freneticamente a terra ainda fofa da cova. Três horas depois, sujo, roupa rasgada, cansado, quase delirando, Edrualdo encontrou o caixão de madeira envernizada...Um cheiro forte de coisa estragada quase o fez recuar. Mas ali estava o que fora Madalena: iluminada pelo facho da lanterna,...buscou o alicate no bolso e pô-se a arrancar os dentes do cadáver. A cada dente que conseguia tirar, sorria de prazer e guardava-o sujo de terra, de sangue de sua mão e do líquido viscoso que saía do cadáver violado.

Dormiu mal e acordou pior.(...)Teve novamente o pesadelo: o mesmo vento morno, mais forte e atrevido,

escangalhou a janela do quarto, derrubou a vela acesa, gemendo abafado “quero meus dentes, quero meus dentes”(...). Foi o último pesadelo de Edrualdo.

Nova Esperança nunca tinha visto coisa semelhante. O incêndio no bazar e na casa de Edrualdo fora rápido e devastador.

(...) Da casa quase nada sobrara. (...) o que sobrara do corpo do homem, uma massa escura retorcida, segurando alguma coisa azul entre os ossos queimados da mão.

(...) Alheio a tudo, o cadáver queimado segurava uma caixa de feltro azul. A caixa estava intacta, inteira, sem nenhum sinal de fogo e, dentro dela, os dentes, também inteiros e bonitos.

4.11 – Qual o foco narrativo dos excertos acima?(Ponto de vista do narrador)__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.12 – Inverta o discurso do texto de Poe.( primeiro)__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.13 – Como se organiza o tempo nos dois contos? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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4.14 – O escritor Edson Gabriel Garcia, provavelmente tenha se inspirado num conto de Edgar Allan Poe, “Berenice” para criar o seu, “Os Dentes de Madalena”. Observe os trechos que se seguem e estabeleça as comparações: Utilizamos a adaptação de Clarice Lispector, do livro Histórias Extraordinárias, Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.

Compare o trecho a seguir, que é de Poe, com o de Garcia, (segundo trecho da questão 4.4)

“Uma leve pancada soou na porta da biblioteca e, pálido como o habitante de um sepulcro, um criado entrou, na ponta dos pés. Sua fisionomia estava transtornada de pavor e ele me falou em voz trêmula, rouca e muito baixa. Que disse? Ouvi frases truncadas. Falou-me de um grito selvagem, que perturbara o silêncio da noite, da acorrência dos moradores da casa, de uma busca do lugar de onde viera o som. E depois sua voz se tornou penetrantemente distinta, ao murmurar a respeito de um túmulo violado, de um corpo desfigurado, desamortalhado, mas ainda respiramte, ainda palpitante, ainda vivo!

Apontou para minhas roupas; estavam sujas de barro e de coágulos de sangue. Eu nada falava e ele pegou-me levemente na mão, havia, gravadas nela, sinais de unhas humanas. Chamou-me a atenção para certo objeto encostado à parede, que contemplei por alguns minutos: era uma pá.

Com um grito, saltei para a mesa e agarrei a caixa que sobre ela jazia. Mas não pude arrombá-la; e, no meu tremor, ela deslizou de minhas mãos e caiu com força, quebrando-se em pedaços. E dela, com um som tintinante, rolaram vários instrumentos de cirurgia dentária, de mistura com trinta e duas coisas brancas, pequenas, como que de marfim, que se espalharam por todo o assoalho.”

Quais as semelhanças entre os dois textos? Concorda com a possível inspiração do autor Garcia, em Poe? Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.15 – Observe a seguinte sequência narrativa. Ela é um poema narrativo e apresenta resposta para todos os elementos da narrativa, veja que interessante. O desfecho deste poema narrativo se assemelha aos dos textos de terror/horror. Justifique.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL

Manuel Bandeira

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.Uma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeu

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CantouDançouDepois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

QUEM?..........João GostosoQUANDO?....Uma noiteO QUÊ?.........Carregador de feira livre morre afogado (fato)ONDE?..........Lagoa Rodrigo de FreitasPOR QUÊ?....BebeuCOMO?.........Se atirou

TODA BOA NARRATIVA DEVE ELUCIDAR OS ACONTECIMENTOS RESPONDENDO A ESSAS PERGUNTAS ACIMA.

5 – TRABALHANDO COM O ESTILO

Escrever exige o uso de diversas “ferramentas“ para que o texto fique de acordo com a intenção do locutor, a necessidade do interlocutor e levando-se em consideração as condições de produção desta escrita.

Já sabemos cada uma das partes componentes de uma narrativa. Sabemos ainda, que o gênero textual individualizado, no nosso caso, narrativas de terror e horror, apresenta características particulares, próprias daquele texto em questão. Todos os recursos que acabamos mobilizando para criar tal narrativa acabam revelando o estilo da mesma.

O conjunto de AÇÕES que compõem o texto narrativo recebe o nome de ENREDO.Estas ações são expressas por VERBOS DE AÇÃO. A construção do “estilo” tem início já, nas primeiras “ferramentas” que se lança mão para criar. Os verbos que são selecionados para narrar, já estarão em consonância com a intenção do locutor e com a

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expectativa do interlocutor. A criação do suspense tem início através da escolha que se faça.

“A criatura caminhava, vociferava, berrava e espumava... parecia um zumbi...”

Quem pratica tais ações são as PERSONAGENS, que são as pessoas envolvidas no episódio contado. As personagens são identificadas, nomeadas, na narrativa, pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS ou pelos pronomes. No caso do tipo de discurso que focalizamos, elas são seres sobrenaturais, vivenciam em ambiente de crime, são psicopatas, pessoas cruéis sem causa.

“Naquele momento Jason arrancou a cabeça da jovem e saiu em busca de mais uma vítima. Ninguém o viu novamente naquela noite de lua cheia.”

O lugar onde ocorrem as ações é chamado de ESPAÇO. É onde acontecem as ações do enredo que foram realizadas pelas personagens. É representado por ADVÉRBIO DE LUGAR ou LOCUÇÔES ADVERBIAIS DE LUGAR. Este é um dos mais importantes “elementos” das narrativas de terror/horror. Quanto melhor for idealizado o ambiente, mais propício a acolher ações amedrontadoras e assustadoras.

“Era um velho casarão majestoso. Ficava posicionado entre duas enormes árvores de figueira, retorcidas pelos muitos anos em que lá viviam. Cercado por alguns quilômetros de mata densa.Tão sombrio, que arrancava calafrios, só de na frente dele passar. Apresentava paredes mofadas e cheias de liquens. O cheiro era insuportável. Janelas com vidros quebrados, portas pesadas e enegrecidas pelo tempo, sem fechadura...enfim, excelente moradia para fantasmas assassinos.”

Nos trechos abaixo, faça o que se pede.

5.1 – Identifique o foco narrativo(qual pessoa), de quem é a voz que narra, o tipo de narrador(observador/personagem), o tipo de discurso (direto/indireto) e depois inverta-o.

( I )

VERBOS DICENDI ou de ELOCUÇÃO – São os utilizados pelo narrador para introduzir a fala das personagens ou para explicar a quem pertence determinada fala . É preciso cuidado ao utilizá-los a fim de que não incorramos em repetições que tornariam a narrativa repetitiva , pobre. São importantes no trato com o discurso, direto e indireto. Alguns deles para você variar bastante: dizer, falar, retrucar, pedir, responder, explicar, mandar, ordenar, exigir, espantar-se, informar, contar, narrar, implorar, gritar, reclamar, refletir, declarar, negar, solicitar, aconselhar, indagar, questionar, ordenar, esbravejar, cochichar, vociferar, etc.

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“Confesso que sou tão estúpido que estou me apresentando, informando quem sou,fornecendo dados. Foi assim até com o recenseador. Mal ele entrou, disse-lhe tudo o que sabia a meu respeito, inclusive que detesto quiabo, coleciono crachás e que assisti a apenas a segunda metade de ...E o Vento levou. Devia ter péssima memória, pois anotou algumas coisas. Quem vive entre dez milhões de outras pessoas às vezes não consegue identificar qual delas é. A não ser quando nos empurram. Por isso pedi ao recenseador que passasse ao menos uma vez por mês em casa. Ele saiu às pressas, Talvez com receio de que meu chihuahua o atacasse.”

Marcos Rey, “Memórias urbanas”. In: O coração roubado e outras crônicas. São Paulo, Ática, 1996.v.19. Col. Para Gostar de Ler. P. 75

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( II )

“De manhã cedo, ao sair do quarto, ela deu com a filha espichada no sofá da sala. Chegou a se assustar: de camisola, a menina dormia, parecendo ter passado a noite ali. Assim deitada é que se via como estava crescida, uma mulher, ocupava o sofá inteiro.

_ O que é que você está fazendo aí, minha filha? A moça se espreguiçou, abrindo os olhos:

_ Meu quarto está cheio de abelhas.(...)

Fernado Sabino, “Vespa não e´abelha”. In:Cara ou Coroa?São Paulo. Ática. 2000.v.1.Col. Para Gostar de Ler

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O uso dos verbos também é importante para a construção de uma narrativa. O tempo presente é muito utilizado na construção da fala das personagens do Discurso Direto. Já o Pretérito(passado) presta-se ao uso do narrador e também das interlocuções das personagens.

O PRETÉRITO apresenta-se basicamente de três formas:

I – PRETÉRITO PERFEITO – tempo verbal que descreve fatos totalmente passados e acabados: Camila lavou todas as cortinas de se quarto.

II – PRETÉRITO IMPERFEITO – tempo verbal que descreve fatos de um passado não muito definido:Antes conversava muito com a vizinha; agora não tem mais tempo.

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III – PRETÉRITO-MAIS-QUE-PERFEITO – tempo que descreve fatos passados antes de outro fatos também passados:João e eu fizéramos canções juntos e por isso fomos reconhecidos na praia.

5.2 – Enumere com (1) o fato que aconteceu antes e com (2) o fato que aconteceu depois:

a) Eu já saíra do hospital( ) quando meu irmãos vieram me visitar.( )b) Mário veio falar comigo ( ), mas eu tinha ido comprar pão.( )c) Passei no vestibular ( ) porque estudara todas as matérias durante meses.( )d) Taís chegou aqui às oito horas( ). Nos chegáramos uma hora antes.( )e) Não compramos no ano passado( ) poque os preços tinham aumentado muito.( )f) Pedrinho lera todos os romances( ) antes mesmo de nós pedirmos. ( )g) Nós já tínhamos combinado a compra ( ) quando ele foi convocado para o plantão.( )h) Ninguém tinha visto Catarina ( ) antes de seu marido ter ido para a Europa.( )

Nas narrativas, as ações também são ordenadas fazendo uso dos verbos em seus tempos, para estabelecer uma sequência.

Volte ao conto O RETRATO OVAL .

5.3 – Releia os primeiros parágrafos e responda qual o pretérito que predomina.O uso deste pretérito é importante para a caracterização do suspense? Justifique.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

I – O Pretérito Imperfeito é, dos três tipos de passado, o mais utilizado em narrativas.II – É com este tempo verbal que : Descrevemos os costumes do passado: Meu pai sempre dizia que era gostoso nadar naquele rio. Falamos de um passado não muito definido, em data desconhecida: Por mais que gritasse, não conseguia ser ouvido. Descrevemos duas ações que aconteceram ao mesmo tempo no passado: Enquanto estudávamos, eles se divertiam jogando os novos games. III – O Pretérito mais-que-perfeito é usado raramente na oralidade, acontece mais na escrita. Quando conversamos, preferimos dizer EU TINHA ANDADO em lugar de EU ANDARA.

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Quando ordenamos os elementos da frase de maneira descuidada, podemos ocasionar um problema que compromete o sentido da mesma. É a AMBIGUIDADE. Veja:

5.4 - Um animal que viveu há milhões de anos atrás, mamífero do jurássico, criou o hábito de comer cupim antes do tamanduá.

5.5 - Onde está a ambiguidade? Quais as possibilidades de leitura neste caso?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.6 - Agora, reescreva o mesmo trecho, desfazendo a ambiguidade.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.7 - Entretanto, é preciso que saibam, que em alguns casos este problema é uma solução. Trata-se do texto de humor. Neste caso, é a partir dela que se obtem o efeito desejado. Tente lembrar alguma anedota onde a ambiguidade tenha resultado em humor e não em problema de compreensão.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Além disto, para o nosso estudo, a ambigüidade, se bem elaborada, pode aumentar o efeito de HESITAÇÃO, que reflete sobre o SUSPENSE.

5.8 – Há ainda um outro problema que pode alterar o seu estilo de escrever , é a REDUDÂNCIA. Trata-se de uma repetição desnecessária de palavras:

a) Estou à procura do elo de ligação entre os fatos.b) Há alguns anos atrás não se dizia tal palavra diante dos mais velhos!

Em (a) Elo por si só já significa elemento de ligação.Em (b) Haver já indica tempo passado, portanto não é necessário acrescentar à frase o advérbio atrás.

Agora, reescreva as frases eliminando as palavras desnecessárias:a) Você poderia repetir de novo a explicação?

______________________________________________________________________b) Para terminar a construção só falta o acabamento final.

______________________________________________________________________c) Precisamos criar milhões de novos empregos.

______________________________________________________________________d) O avião sobrevoava sobre a cidade.

______________________________________________________________________ e) Encare os seus problemas de frente! ______________________________________________________________________ f) Meu Deus! Que surpresa inesperada!

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5.9 – O uso de pronomes ou sinônimos também pode eliminar repetições desnecessárias:

“O rapaz, cuja mãe estava doente, saiu desesperado do hospital. Sua mãe piorara muito naquele dia. O pai dele estava em viagem, de volta para acudir esta situação. A mãe do moço, acabou morrendo antes da chegada do esposo. Ninguém viu Marcos para dar-llhe a má notícia. Todos o procuram entristecidos.”

A. Araújo

Neste texto, percebemos quantas situações de SUBSTITUIÇÃO evitaram repetições desnecessárias. Encontre-as.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5.10 – Um texto mal pontuado pode dificultar a comunicação de suas mensagens, ou até mesmo transmitir uma idéia muito diferente daquela que se desejou.

O texto que você lerá “brinca” com essa possibilidade, imaginando um testamento polêmico que permitiria diferentes interpretações, de acordo com os diferentes interesses. Procure, através da modificação da pontuação, imaginar a versão que cada possível herdeiro daria à vontade do falecido, expressa sem qualquer pontuação.

“Deixo minha fortuna para meu sobrinho não para meu irmão jamais para meu advogado nada para os pobres “

Sobrinho:_________________________________________________________________________

Irmão:_________________________________________________________________________

Advogado:_________________________________________________________________________

Defensor dos Pobres:____________________________________________________________________’

5.11 - Relacione as orações por meio do pronome relativo QUE :a) Sempre acompanha as notícias. As emissoras transmitem notícias nos três períodos do dia._______________________________________________________________________

b) Consertei-lhe as camisetas. São as camisetas de que mais gostava.________________________________________________________________________

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5.12 – Vamos preencher o quadro a seguir, ele sintetiza o que já aprendemos sobre narrativas de terror e horror, a partir dos contos lidos de Edgard A. Poe e Edson G. Garcia:

O RETRATO OVAL OS DENTES DE MADALENA

Gênero Narrativo

Espaço

Tempo

Personagens

AçãoTipo de Narrador

Situação Inicial

Conflito

Clímax

Desfecho

CONTERRORIZANDO – PRODUÇÃO TEXTUAL

Agora, vamos fazer uso de tudo o que já estudamos sobre a narrativa de terror/horror.

Você pode escolher se fará de TERROR ou de HORROR, pois já sabemos a diferença.

6.1 - Leia a seguir algumas situações. Imagine o que pode ter acontecido em cada uma delas. Escolha uma e crie o elemento que se pede:

a) Final de dia. João pegou o carro, na garagem do prédio comercial onde trabalhava. A pressa para chegar em casa era tanta que ele nem viu ...(conflito)_________________________________________________________________________

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b) Desta maneira, o rapaz saiu do prédio da delegacia com a sua habitual calma. Quando estava a duas quadras de lá, apertou a caixa de fósforos. A cidade nunca testemunhou tamanho incêndio.(Situação Inicial)_________________________________________________________________________

c) O ar do quarto era o da morte. O corpo parecia que já estava há dias esperando ser descoberto por alguém.(Situação Inicial e Final)__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ANTES DA PRODUÇÃO procure:- planejar os fatos, ou seja, como a história acontecerá;- escolher quais serão as personagens que farão parte dela;- definir em que tempo acontecerá a história;- construir o espaço em que os fatos ocorrerão; - decidir o foco narrativo: 1ª ou 3ª pessoa;- organizar os acontecimentos numa lógica, de modo que um fato ocasione outro;- caracterizar bem as personagens;- apresentar um conflito, - construir um desfecho dentro da proposta de terror ou suspense.- nomear a sua narrativa com um título coerente.

Consulte todo o seu material para criar a narrativa. Lembre-se daquilo que é recorrente, do que caracteriza o gênero que você escolheu. Dê um título coerente com a narrativa, que seja curto e chamativo.

Não perca de vista que estará escrevendo principalmente para outros colegas , os de sua turma e os da escola. Os melhores textos serão apresentados em um Sarau, em cantinho decorado, na temática da narrativa escolhida.

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Depois de escritos, os seus textos serão corrigidos por vocês utilizando a FICHA DE AVALIAÇÃO que se encontra logo abaixo Façam as correções que precisarem e os entreguem à professora. Serão devolvidos posteriormente, juntamente com aquele primeiro texto que escreveram, lembram dele?

Terão a oportunidade de comparar e perceber por si próprios o quanto melhoraram.Retomarão o segundo texto e o reescreverão conforme as anotações da professora. Irão ilustrá-los e apresentar no Sarau.

As apresentações poderão ser de maneira diversificada, conforme a criatividade e o talento de cada um.

FICHA DE AVALIAÇÃO DA SUA ESCRITA

Aspectos a observar De acordo Melhorar

1. Criou um espaço característico do gênero terror/horror?

2. As personagens têm aparência ou comportamento voltados para o tipo discursivo abordado?

3. O narrador desempenhou papel importante para criar o suspense?

4. Criou um conflito envolvendo as personagens ?

5. O Desfecho foi surpreendente ? Inesperado?

6. Conseguiu estabelecer suspense ao longo da narrativa? Segurará o interesse do seu leitor até o final?

7. Evitou a ambiguidade e a redundância?

8. Evitou a repetição de palavras, substituindo-as por pronomes ou sinônimos?

9. Os verbos no PRETÉRITO foram utilizados para expressarem exatamente o que deveriam?

10. O título é adequado ao texto, instigante e curto?

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Avalie a importância deste trabalho, de Sequência Didática, realizado com a sua turma. Achou que o ajudou a entender melhor o que seja uma narrativa e principalmente, o que seja uma narrativa de terror ou de horror? Justifique a sua resposta. Entregue-a para a professora.

OPINIÃO

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BAKHTIN, Mikhail. Os Gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo:Martins Fontes, 1997.(Capítulo “Gênero dos discurso”)

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. De Michel Iahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do discurso:narrar: narrativa de enigma.São Paulo:FTD, 2001.

CARDOSO,C.M. O Trabalho com seqüências didáticas no ensino Fundamental:Reflexões sobre experiências com o gênero de texto narrativa de horror.Dissertação(Mestrado em Lingüística Aplicada)Universidade do Vale do Rio dos Sinos-Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada – São Leopoldo,2008.

CASTILHOS, D.C. de; MULLER, L.F. Ensino de gêneros textuais: uma proposta com o gênero contos de terror r mistério. Anais 4º SIGET –Simpósio Internacional de Gêneros textuais: Tubarão, Santa Catarina, 2007.

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