FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · desenhadas, palavras em ritmo diferente da fala...
Transcript of FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · desenhadas, palavras em ritmo diferente da fala...
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título:
A Poesia no Cotidiano
Oficinas de Leitura e Escrita de Poemas em Verso
Autora Maria Lúcia Kleinhans Pereira
Escola de Atuação Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone
Município da escola Cascavel
Núcleo Regional de Educação
Cascavel
Orientadora Profª Ms Alcione Tereza Corbari
Instituição de Ensino Superior – IES
Unioeste
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didático-Pedagógica
Outros
Relação Interdisciplinar
Público Alvo
Alunos/as do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone
Localização
Avenida Assunção, N° 725, CEP: 85.805.030 - Bairro Alto Alegre – Cascavel PR
Apresentação:
O presente trabalho tem por objetivo despertar a atenção de professores e alunos/as do Ensino Médio para a necessidade de estabelecer um maior contato com a obra poética poema, neste trabalho em especial, o despertar de atenção dos/as alunos/as, contribuindo com atividades práticas de leitura e escrita para o exercício de
tal proposição. As atividades terão como interlocutores/as
alunos/as do Ensino Médio, os/as quais em sua trajetória escolar, certamente já estiveram envolvidos em diversas atividades em que o poema foi o instrumento desencadeador de um determinado estudo. Neste projeto, as atividades a serem apresentadas primarão por estabelecer a poesia como o principal objeto de estudo. Sendo a emoção algo não mensurável, a oficinista contará, também, com o conhecimento de mundo de cada estudante para estabelecer os devidos sentidos do texto.
O trabalho será dividido em três fases, sendo a primeira motivacional, em que obras poéticas serão apresentadas com o intuito de despertar o gosto e a curiosidade por esse gênero literário, bem como promover os possíveis entendimentos das obras apresentadas. A segunda fase consistirá em exercícios de autoria, momento em que alunos/as serão direcionados/as a escrever suas próprias produções poéticas, seguindo técnicas apropriadas que lhes serão devidamente explicadas. Já a última fase será a de oportunizar a exposição das produções poéticas resultantes da fase dois, exercícios de autoria, demonstrando a importância dessas obras e como elas despertam a emoção em quem as lê, ainda que sejam obras experimentais.
Palavras-chave: Leitura, escrita, poema, poesia e emoção.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL – PDE
PROJETO DE PESQUISA – PROFESSORA PDE – TURMA 2010
MARIA LÚCIA KLEINHANS PEREIRA
A POESIA NO COTIDIANO – OFICINAS DE LEITURA E ESCRITA DE POEMAS
EM VERSO
CASCAVEL
2011
MARIA LÚCIA KLEINHANS PEREIRA
A POESIA NO COTIDIANO – LEITURA E ESCRITA DE POEMAS EM VERSO
Produção Didática Pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação – SEED – como requisito parcial de Participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – na área de Língua Portuguesa/Literatura, sob orientação da Professora Ms. Alcione Tereza Corbari, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Cascavel.
CASCAVEL
2011
INTRODUÇÃO
Marisa Lajolo, no livro Palavras de Encantamento, nos fala de poetas,
poemas e poesia:
[…] poeta brinca com as palavras […] parece que o poeta diz o que a gente nunca tinha pensado em dizer […] […] um poema é um jogo com a linguagem. Compõe-se de palavras: palavras soltas, palavras empilhadas, palavras em fila, palavras desenhadas, palavras em ritmo diferente da fala do dia a dia. Além de diferentes pela sonoridade e pela disposição na página, os poemas representam uma maneira original de ver o mundo, de dizer coisas […] […] poeta é, assim, quem descobre e faz poesia a respeito de tudo: de gente, de bicho, de planta, de coisas do dia a dia da vida da gente, de um brinquedo, de pessoas que parecem com pessoas que conhecemos, de episódios que nunca imaginamos que poderiam acontecer e até a própria poesia! […] (LAJOLO, 2001, p. 6).
Este trabalho será desenvolvido em sala de aula, com as turmas escolhidas
pelo professor regente e o resultado do trabalho será apresentado para toda a
comunidade escolar, em tempo e espaço a serem designados no decorrer de sua
execução. É importante destacar que este trabalho tem como desafios estabelecer
vínculo com a obra poética em verso, despertar maior sensibilidade para a leitura e
produção de poemas. Será dividido em três fases:
1. A primeira fase será motivacional, em que obras poéticas serão apresentadas
com o intuito de despertar o gosto e a curiosidade por esse gênero literário,
bem como promover os possíveis entendimentos das obras apresentadas.
2. A segunda fase consistirá em exercícios de autoria, momento em que
alunos/as serão direcionados/as a escrever suas próprias produções
poéticas, seguindo técnicas apropriadas que lhes serão devidamente
explicadas.
3. Já a última fase será a de exposição e envolvimento da comunidade para a
exposição das produções poéticas resultantes da fase dois, exercícios de
autoria, demonstrando a importância dessas obras e como elas despertam a
emoção em quem as lê, ainda que sejam obras experimentais. Para essa fase
será organizado um Sarau de Poemas, com parceria com a Academia
Cascavelense de Letras, contando com a presença de poetas citados no
trabalho e que residem em Cascavel.
A abordagem proposta neste trabalho exigirá dos/as alunos/as que já tenham
determinados conhecimentos linguísticos em relação às classes de palavras, por
exemplo, e que reconheçam suas próprias emoções como recursos de produção
textual poética incluindo a importância do contexto em que vivem, os valores que
estão sendo incorporados em suas personalidades. Os poemas selecionados como
obras motivacionais oportunizarão diversos enfoques, demonstrando as diferentes
intensidades possíveis de emoções exploradas por seus autores e contextos.
Como embasamento teórico para o desenvolvimento da técnica de exposição
de poemas, seguimos sugestões apresentadas no material elaborado para a
Olimpíada de Língua Portuguesa (2009), coordenado pelo Ministério da Educação –
MEC, tendo como referência, principalmente os capítulos 1, 12 e 13 da obra Virando
Poeta, de Altenfelder (2008), cujo primeiro capítulo, Mural de poemas, trata da
exposição das obras poéticas; o capítulo 12, Nosso poema, trata da produção de um
poema coletivo; e o capítulo 13, Virando poeta, sugere a produção individual de um
poema.
Também a obra de Belline (1994) intitulada Trabalhando com descrição será
usada como referencial teórico. Nela a autora afirma que a descrição literária traz,
em outros termos, o autor do texto literário captando uma experiência da realidade –
histórica e social, datada – e que a transforma pela palavra, com sua habilidade. A
atividade inicial a ser apresentada aos/às alunos/as que participarão da oficina será
elencar uma série de substantivos para os quais na sequência serão atribuídos
adjetivos, e esses substantivos serão indicados para tornarem-se o tema de poemas
a serem escritos durante a oficina, utilizando-se também os adjetivos a eles
atribuídos. Com essa abordagem, objetiva-se estabelecer atos de escrita do gênero
poema e o incentivo aos participantes a desenvolverem habilidades criativas com
relação aos processos de escrita de poemas.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
O início das atividades de implementação deste projeto foi dado, durante a
semana pedagógica, com a apresentação do projeto referente a sua organização
para a Direção, Equipe Pedagógica, professora da Língua Portuguesa e demais
professores e professoras do Colégio do Colégio Padre Carmelo Perrone de
Cascavel. Todos tiveram oportunidade de fazer a leitura do projeto e manifestar
parecer, que nessa situação foi um parecer favorável ao processo de
implementação, o qual deverá atender aos prazos designados pela SEED para esse
PDE/10.
O trabalho com poemas aqui proposto objetiva favorecer a aproximação de
alunos/as aos processos de leitura e escrita tendo o poema em verso como foco das
atividades. Para o desenvolvimento deste projeto/oficina, houve contato prévio com
os professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio do Colégio Estadual Padre
Carmelo Perrone, cabendo a eles propor a seus/suas alunos/as a participação nas
oficinas em sala de aula e estabelecer as datas de execução, desde que seja
cumprido o calendário deste projeto, considerando-se expectativas de ampliação das
habilidades de leitura e produção de textos poéticos.
A execução das atividades poderá ser dividida em três etapas, com tempo de
duas aulas cada uma. Aos/às alunos/as serão ofertadas atividades de leitura, debate
e prática de escrita poética, com indicação de leituras complementares e
apontamentos de estratégias, em especial, para superação das dificuldades relativas
ao ato de escrever textos poéticos. Os processos de produção envolverão
motivação, organização temática, leitura, produção de textos poéticos, exposição
das obras em atividades como declamações, varal de poemas e mural de poemas,
entre outras. O trabalho a ser desenvolvido não estará atrelado a compromissos
estéticos, de estilo ou período literário. As obras que serão utilizadas como objeto de
estudo e motivação servirão para ilustrar, cada uma com suas características, a
expressão do eu poético de seus respectivos autores, indicando possíveis
diferenças entre os poetas e possibilidades que cada um encontra para produzir e
fazer seus textos.
Confirmadas com a professora de Língua Portuguesa e com a Equipe
Pedagógica as datas para execução das oficinas e as turmas com as quais a
oficinista trabalhará, será feito um primeiro contato com os/as alunos/as, momento
em que lhes será apresentada uma síntese do trabalho e em que serão motivados a
envolverem-se com ele. Para que essa motivação seja fortalecida, serão convidados
a visitar a Exposição de Duetos Poéticos, que estará disponibilizada no saguão do
colégio. As obras que compõem a Exposição Duetos Poéticos são acervo da
Academia Cascavelense de Letras, entidade que colaborará com o projeto cedendo
as obras para essa exposição e participando da oficina de encerramento, que será
denominada Sarau de poemas/poesias, evento que contará com declamações e
novamente a exposição dos poemas que compõe o dueto, bem como com a
exposição dos poemas produzidos nas oficinas.
Esses/as alunos/as terão sido devidamente informados por sua professora de
Língua Portuguesa acerca do critério seguido para incluí-los no projeto e sobre a
vinda da oficinista para a divulgação e posterior execução das oficinas, considerando
que o critério de escolha das turmas ficará a cargo da professora regente. O projeto
terá apenas como prerrogativa que o grupo de alunos/as participante seja de uma
das séries do Ensino Médio, informação que a oficinista e a professora regente
acordarão previamente.
FASE 1
Essa fase terá início com a organização do ambiente onde será executada a
oficina. Para estabelecer um clima diferente do corriqueiro de sala de aula e
despertar a curiosidade, haverá uma decoração diferenciada, que consistirá em:
Uma mesa decorada com uma toalha de renda;
Sobre a mesa haverá um abajur, que deverá ser ligado e as lâmpadas da sala
apagadas;
Livros de poesia distribuídos sobre a mesa próximo do abajur, de maneira a
serem visíveis;
Poemas impressos distribuídos no varal de poemas, que deverá abranger a
sala;
Os/as alunos/as serão recepcionados/as com o ambiente imerso nesse clima
de romantismo, poderá haver som ambiente. O trabalho terá início com a leitura
declamada do poema Autopsicografia de Fernando Pessoa,
Autopsicografia O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só as que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
(PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: NICOLA, José de. Fernando Pessoa: livro do professor/José de Nicola e Ulisses Infante. São Paulo: Scipione, 1995 – Coleção Margens do Texto, p.
25)
Sem interrupção, a oficinista fará à leitura declamada da obra A estrela, de Manuel Bandeira.(BANDEIRA, Manuel. A estrela. Disponível em: < /2008/07/11/A-
Poesia-de-Manuel-Bandeira-_2200_-A-ESTRELA-_2200_.aspx> Acesso em: 12 jul. 2011)
Em seguida, acontecerão as apresentações: da oficinista e do projeto,
considerando os objetivos previstos, retomando o primeiro contato em que os/as
alunos/as foram convidados/as a participarem da oficina com explanação da síntese
do projeto e visitação da exposição de Duetos Poéticos da Academia Cascavelense
de Letras.
A próxima ação será conduzir uma breve apresentação dos autores dos
poemas apresentados, com perguntas aos/às alunos/as: se conhecem e o que
conhecem de cada um desses autores. Esse momento será concluído com as falas
necessárias para estabelecer um breve perfil dos autores, conforme constam de
seus registros acadêmicos:
Fernando Pessoa: poeta/escritor modernista português, nasceu no ano de
1895, morreu em 1935, deixando uma vasta obra que compõe objeto de
estudo até nossa época. Um dos grandes enigmas da obra de Fernando
Pessoa, com a representação irônica da inteligência, os heterônimos,
sendo o mais famoso deles Alberto Caeiro. A mais famosa frase de
Pessoa é “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena” (NICOLA,
1995).
Manuel Bandeira: poeta/escritor modernista brasileiro, nascido no dia 19
de abril de 1886 em Recife, um poeta, crítico, professor de literatura e
tradutor brasileiro, é considerado parte da geração da literatura moderna
brasileira, sendo seu poema Os sapos o abre-alas da Semana de Arte
Moderna de 1922. Aos 87 anos de idade, na Paraíba, ele faleceu de
hemorragia gástrica. Manuel Bandeira foi sepultado no Mausoléu da
Academia Brasileira de Letras, onde ocupava uma cadeira (FARACO,
1996).
Retornando às poesias, será feita leitura declamada do poema Convite, de
José Paulo Paes, encontrado na coletânea organizada para a Olimpíada de Língua
Portuguesa, promovida e distribuída pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura.
Esse poema foi escolhido por tratar-se de um poema que brinca com a ideia de fazer
poesia, como quem brinca de bola, entre outras situações; ou seja, naturaliza o
nascimento da obra poética e a destaca em relação ao que pode ser mais
permanente. A linguagem do poema, impregnada de sensibilidade, é acessível a
qualquer leitor; trata-se de um convite, sendo apropriado para o processo de
sensibilização dos participantes. Ao apresentarmos cada obra, faremos uma breve
apresentação de seus autores, situando-os no tempo e no espaço, como já
mencionado acima. Com relação a José Paulo Paes, falaremos de sua grande
habilidade em criar obras que atraiam o público infantil, sem, no entanto, deixar de
contemplar qualquer outro leitor que tenha sensibilidade, pois os poemas de Paes
são extremamente simples e ao mesmo tempo complexos, brincam com a infância e
com o desenvolvimento da sensibilidade. Para o poeta, o sonho é pessoal e só
comove ou impressiona quem o sonhou; já o poema tem de comover e impressionar
quem o lê (PAES, 1996).
Dando sequência ao trabalho de análise oral, será trabalhado o poema
Soneto da fidelidade, de Vinícius de Moraes, com distribuição de trechos do poema
impressos para a leitura dos/das alunos/as, entregando a cada um/uma as estrofes
divididas para que, no decorrer da leitura, façam a devida composição da obra, em
acordo com a original, que estará disponibilizada no varal. Com esse poema, o
romantismo passará a compor a oficina. É importante salientar que esse poema
também permite colocar os participantes diante de uma estrutura poética diferente, o
soneto. Mesmo que nosso trabalho não objetive trabalhar em prol das teorias nem
formar criadores de sonetos, mencionaremos o conceito de soneto apresentado por
Massaud Moisés em seu Dicionário de Termos Literários (1978, p. 480):
“Composição poética de catorze versos, dispostos em dois quartetos e dois
tercetos”, sendo a obra de Vinícius o referencial para a compreensão dessa
modalidade poética, por se entender que isso contribuirá para valorizar ainda mais a
obra. A partir dessa etapa da oficina, considerando o tempo disponível, falaremos
apenas da época em que autor viveu, se ainda vive e onde vive. No caso de Vinícius
de Moraes, se falará que suas obras compõem o período determinado como
Modernismo na literatura brasileira e que seu território foi basicamente o Rio de
Janeiro (FARACO, 1996).
Seguindo em frente, os/as alunos/as serão convidados/as a escolher um dos
poemas do varal de poemas, que, como já mencionamos, estarão expostos para a
leitura dos participantes, nele constarão as seguintes obras:
1) Eu, de Florbela Espanca, por tratar-se de um poema que expõe a ousadia da
poeta, que é capaz de expor suas dúvidas e fragilidades tornando-se forte, e nesse
poema a voz é feminina, diferente dos padrões da época:
Eu Eu sou a que no mundo anda perdida Eu sou a que na vida não tem morte, Sou irmã do Sonho, e desta sorte Sou crucificada... dolorida... Sombra de névoa tênue e esvanecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto, sempre incompreendida!... Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber por quê... Sou talvez a visão que Alguém sonhou. Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou! (ESPANCA, Florbela. Eu. In: MOISÉS, Massoud. A literatura portuguesa através dos textos. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1980, p. 470)
2) Hão de chorar por ela os cinamomos, de Afonso Henriques da Costa Guimarães,
poeta simbolista; trata-se de uma obra mesclada de romantismo e natureza:
Hão de chorar por ela os cinamomos Hão de chorar por ela os cinamomos Murchando as flores ao tombar o dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. As estrelas dirão: - “Ai! Nada somos, Pois ela morreu, silente e fria!!!” E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes seria. A lua que lhe foi mãe carinhosa, Que a vida nascer e amar há de envolvê-la Entre lírios e pétalas de rosa. Os meus sonhos de amor serão defuntos... E os arcanjos dirão no azul ao vê-la, Pensando em mim. – “Porque não vieram juntos” (GUIMARAES, Afonso. Hão de chorar por ela os cinamomos. Disponível em: <http://www.paralerepensar.com.br/a_guimaraes. htm#H%C3%A3o%20de%20Chorar%20por%20Ela%20os%20Cinamomos>. Acesso em: 26 maio 2011)
3) De repente, de Júlio César Cardoso, um poeta anônimo, aposentado, não
participante das análises acadêmicas; porém, com uma obra rica em cotidiano, em
medo humano, natureza:
De repente De repente vi-me velho Em vime velho de repente vi-me Na cadeira na varanda vi-me Velho de repente na cadeira da varanda no balanço vi-me vime velho (CARDOSO, Júlio César. De repente. Arquivo Pessoal)
4) Primeira comunhão, de João Cruz e Souza, um poema simbolista, amargo e ao
mesmo tempo cativante. O poeta teve vida curta, morreu com trinta e sete anos
deixando seu legado literário, do qual selecionamos essa obra por ser um diálogo
entre a liberdade e as prisões que determinam o sofrimento humano mesclado com
a sensibilidade poética para ver e descrever os espaços do mundo, com anulação da
matéria para a liberação da espiritualidade:
Primeira comunhão Grinaldas e véus brancos, véus de neve, Véus e grinaldas purificadores, Vão as Flores carnais, as alvas Flores Do Sentimento delicado e leve. Um luar de pudor, sereno e breve, De ignotos e de prônubos* pudores, Erra* nos pulcros*, virginais brancores Por onde o Amor parábolas* descreve... Luzes claras e augustas, luzes claras Douram dos templos as sagradas aras*, Na comunhão das níveas hóstias frias... Quando seios pubentes estremecerem, Silfos* de sonhos de volúpia crescem Ondulantes, em formas alvadias*... (SOUZA, João Cruz e. Primeira comunhão. In: NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Literatura Brasileira: das origens aos nossos
dias. São Paulo: Scipione, 1998, p. 226)
5) Circulo vicioso, de Machado de Assis, que foi um perfeito parnasiano, fazendo
sonetos metrificados, exaltando o conceito da arte pela arte, tão valioso para a
época. Esse poema trata de desejos, com uma linguagem que exige dicionário. As
palavras que poderão ser pesquisadas no dicionário estarão com asterisco, para
melhor interpretação, nenhuma novidade em se tratando de Machado:
Circulo vicioso Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume: - “Quem me dera que fosse aquela loura estrela, Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!” Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme: Que, da grega coluna à gótica* janela, Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!” Mas a lua, fitando o sol, com azedume: - “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal, que toda a luz resume!” Mas o sol, inclinado a rútila* capela*: - “Pesa-me esta brilhante auréola* de nume**... Enfara-me* esta azul e desmedida umbela**... Por que não nasci eu um simples vaga-lume? ... (ASSIS, Machado de. Circulo vicioso. In: NICOLA, José de; INAFANTE, Ulisses. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998, p. 185)
6) Antífona, de João Cruz e Sousa, comporá o varal, por tratar-se de um poema
simbolista, que utiliza bem a linguagem de maneira musical, num jogo de palavras
que faz parte da característica do autor saindo do comum para o emocionável:
Antífona Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluídas cristalinas. Incensos dos turíbulos* das aras. Formas do Amor, constelarmente puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas* frescuras E dolências de lírios e de rosas... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso*, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis*, soluçantes... Dormências de volúpicos* venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes. Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis*, edênicos*, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios. Do Sonho as mais azuis diafaneidades* Que fuljam, que na Estrofe se levantem E as emoções, todas as castidades Da alma do Verso, pelos versos cantem. Que o pólen de ouro dos mais finos astros Fecunde e inflame a rima clara e ardente... Que brilhe a correção dos albastros* Sonoramente, luminosamente. Forças originais, essência, graça De carnes de mulher, delicadezas... Todo esse eflúvio* que por ondas passa Do Éter as róseas e áureas correntezas... Cristais diluídos de clarões álacres*, Desejos, vibrações, ânsias, alentos, Fulvas* vitórias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos... Flores negras do tédio e flores vagas De amores vãos, tantálicos*, doentios... Fundas vermelhidões de velhas chagas Em sangue, abertas, escorrendo em rios... Tudo! Vivo e nervoso e quente e forte, Nos turbilhões quiméricos* do Sonho, Passe, cantando, ante o perfil medonho E o tropel cabalístico da Morte. (SOUZA, João Cruz e. Antífona. In: SILVA, Antônio de Siqueira; BERTOLINI, Rafael. Curso Completo de Português. São Paulo: IBEP, s/d, p. 305)
7) Sou um guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro – heterônimo de Fernando
Pessoa. Foi selecionado um trecho desses poema por tratar-se de uma tradução da
postura do autor em relação à natureza e ao mundo por meio dos sentidos; seu
pensamento escrito traduz as sensações que o poeta tem:
Sou um guardador de rebanhos
IX Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todas as sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la E comer um fruto é saber-lhe o sentido. Por isso quando um dia de calor Me sinto triste de gozá-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz. (CAEIRO, Alberto. Sou um guardador de rebanhos. In: NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Fernando Pessoa: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995 – Coleção Margens do Texto, p. 29)
8) Meus oito anos, de Casimiro de Abreu, foi selecionado por tratar-se de um poema
rico em metáforas e por ser muito respeitado como referência de poema que fala da
infância, ainda que o poeta tenha morrido há cento e cinquenta e um anos:
Meus oito anos Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras Á sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! - Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é – lago sereno, O céu – um manto azulado, O mundo – um sonho dourado, A vida – um hino de`amor! Que auroras, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d`estrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando o mar! Oh! Dias da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberto o peito, - Pés descalços, braços nus _ Correndo pelas campinas Á roda das cachoeiras Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Maria Achava o céu sempre lindo, Adormecia sorrindo E despertava a cantar! ..................................... Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! - Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Lisboa – 1857. (ABREU, Casimiro de. Meus oito anos. In: LOPES, Antonio. Os mais belos poemas, poesias e contos modernos. São Paulo: Novo Brasil – Editora Brasileira Ltda, 1984, p. 10)
Juntamente com os autores canônicos, serão acrescentadas obras de poetas
contemporâneos e que não pertencem necessariamente ao mundo canônico e/ou
acadêmico na composição do varal, aproximando os/as alunos/as participantes da
oficina o mais possível da ideia de que podem também serem escritores:
9) Ontem eu chorei..., Neiva Dariva - Professora PDE, com um poema de muita
sensibilidade e envolvimento humano.
Ontem eu chorei...
Ontem, chorei Ao me deparar com alguém Que buscava na incerteza A certeza de nada encontrar E assim, pude ler Naquele olhar A sua alma Que pedia socorro Um olhar de ódio pela humanidade Um olhar perdido na vida Um olhar para dentro dele mesmo Um olhar para mim Um olhar para o nada Um olhar frio, distante, fugaz Que ficou registrado Na minha memória para sempre E minha alma se desnorteou Se a vida lhe foi cruel È porque sua alma é pequena E nesta incerteza estava ali Para buscar um sentido para a vida Todavia, nada encontrou. E do nada desapareceu Para se encontrar novamente Na escuridão da sua alma E por isso, eu chorei... (DARIVA, Neiva. Ontem eu chorei. 2010 - Acervo Pessoal)
10) Glória menina, da professora e poeta Jussara Henn, um poema que traz a
relação de admiração de uma poeta para com outra, o respeito com a glória da
Glória:
Glória menina Glória menina Glória menina... Que canta e encanta, Que joga palavras, No céu e no mar. Glória menina... Que brinca e inventa, Que dança na chuva, Na noite e na luz. Glória menina... Que grita e que chora, Mas que toda hora, Nos torna aprendiz. (Com carinho a uma grande amiga e escritora Glória Kirinus, por incentivar, brincar com as palavras e criar sonhos bons.)
(HENN, Jussara. Glória menina. In: PEREIRA, Maria Lucia Kleinhans (Org.). Poesia em foco: Um projeto em favor da emoção criativa. Cascavel: Coluna do Saber, 2007, p. 49)
11) Se meus pés, de Marcelo Garcia Silveira, poeta que traz a ousadia dos
sentimentos intensos para os pés, como se por eles e com eles tudo pudesse ser
feito, não fosse o “se”; é contemporâneo, estudante, anônimo, por isso selecionamos
essa obra, para aproximar a ideia de que, para criar, é preciso acreditar em si:
Se meus pés Se meus pés alcançassem o chão, distribuindo milhares de cores pelos canos de papéis amassados que compõem a música dos anjos e recicla os ouvidos moucos numa tentativa de sobressair aos ruídos da cidade: caminhões roncando o tiro certo do martelo na construção a lixa do construtor secando a aspereza dos tetos um avião em pleno ar Se meus pés alcançassem todas as minhas idas e vindas todos meus músculos contraídos neste fervor de matéria onde se encontra meu país subdividido sobrevivendo a esta manhã, heroicamente sobrevivendo a esta manhã manhã sem galos, sem bois, sem cheiro de manhã manhã que é manhã por atribuir-se a isto, adaptar-se, caber dentro de um horário denominado manhã, não pelo seu cheiro de café torrado, de bolo de fubá, dos gestos lentos e do despertar em uniformidade
com a tela do verde engolindo os objetos. Se meus pés alcançassem esta manhã, descalço, nu, completamente nu, destituído de qualquer cinza embutido em meu corpo, constituído da maçã que agora mastigo com a fome de um mendigo, com a pressa de um avião, com a plenitude de um sábio, não meus pés pouco alcançam o céu de nuvens férteis (onde, flor-frutífera, onde te meteste?) meus pés alcançam sim o estrondo de um bater de talheres, a explosão das flores em contato com o vento o calibre pronto de um revólver de estrelas meus pés tocam os gatos e os cachorros de rua (por mais ariscos que sejam, meus pés os tocam) meus pés já tocam a ferida do dia e é a noite que se aproxima, como uma Rainha em passeio público, das pessoas que se abaixam, por questão de respeito, as coisas e os bichos as imitam as coisas e os bichos dormem, quando a noite se aproxima, veloz, furiosa, dentro do dia, como se desabrochasse do dia, como se tentasse manter, ainda que pequena, uma relação com a claridade não por falta de força que a noite não aparece abruptamente mas por pudor, pudor infantil, de conquistar, a cada dia, seu espaço dentro das coisas dentro das horas dentro das plantas, dentro dos homens noite que se faz a partir da fabricação de horas e barulhos bocejos, noite que se faz a partir de outra noite, noite que se faz clara, noite noite noite eu, eu experimento teu gosto experimento e circulo teus gestos eu que observo tuas veias de sangue velho
explodirem que capto o fracasso de teus dentes podres tua forma de se impor em nós, noite que de tanta noite se fez uma só noite que precede a manhã com os vértices de alumínio puro, transforma cor em impressão, transforma momentos em simulacros noite que baila dança, se joga, faz da sala de estar palco para o desespero inocente noite, deságua em mim como o jorrar de sangue de um animal noite que constrói o dia e, maquinalmente, dá boas vindas à cor ao som ao trem a mim que ando por esta noite sem chegar a lugar algum, apenas transpassando os ruídos noturnos para dar de encontro ao céu claro da cadeia de idéias postes telefones muros bilhar pernas peitos putas armas cervejas noite, minha noite, adormeça em mim (SILVEIRA, Marcelo Garcia. Se meus pés – Acervo Pessoal)
12) Eu, pouco conheço, de Márcia Lúcia Rauber Neves, comporá o varal. Essa obra,
com apenas dezesseis palavras, nos propõe um pensar profundo sobre o
conhecimento do ser humano:
Eu conheço as rimas do verso... Mas ainda não conheço a dimensão do Coração do homem! (NEVES, Márcia Lúcia Rauber. Eu, pouco conheço. In: _____. Medos e segredos. Curitiba: Imprensa Oficial, 2006, p. 28)
13) Namorar, da poeta e oficinista Maria Lúcia Kleinhans Pereira, da Academia
Cascavelense de Letras – ACL, obra que compõe o livro do mesmo nome e traz em
si uma grande provocação sobre as motivações dos enamorados, foi escolhido por
se propor a uma nova análise sobre o namoro, não como conquista, mas como
posse do outro e de si mesmo:
Namorar
Namoro teu corpo, porém quero tua alma.
Olho teus olhos e desejo tua vida.
Aprecio teu sorriso mas quero dominar teus motivos.
Ando ao teu lado, para levá-lo
aos meus caminhos. Cativo, para
que me queiras, todavia, penso que
não me entrego. Quero
teu corpo, tua alma,
teu espaço, teu caminho.
Quero-te enfim, pois se não o tiver desaparecerei, desfiz-me tanto que já não sou, apenas existo
em você. Preservando-te, dominando-te,
reencontrarei quem sabe o amor por um eu negligenciado por
excesso de amor. Quero-te... e só!!!
Pois quero a mim de volta.
(PEREIRA, Maria Lúcia Kleinhans. Namorar. In: _____. Namorar. Cascavel: ACL, 2010, p. 40)
14) A palavra é santa..., do poeta Antonio de Jesus, da Academia Cascavelense de
Letras - ACL, foi selecionado por tratar da metalinguagem; é uma obra que usa a
palavra para enobrecer a palavra:
A palavra é santa... escrever tem o feitio de uma oração: é tratar a palavra com cuidado, extrair dela o bom sumo, pra dizer em prosa o que é preciso
escrever em conto, um romance, ou dizer em verso, em poemas dos sentimentos de admiração, filosofar sobre as coisas da vida, dizer com carinho que se é amigo ou carregadas declarações de amor para a mulher amada, namorada, amante, seja lá o que ela for. Palavra é símbolo perfeito que significa o que se vê, o que se quer explicar, o dizer, é ouvir, é o milagre, comunicação, saber dizer, saber ouvir, responder, é do diálogo a essência que esclarece, afasta a dúvida, o mal entendido, ela é como a flor que consola, pavimento para a conquista do outro pelas portas do coração. A palavra é divino dom: - A PALAVRA É SANTA! (JESUS, Antonio de. A palavra é santa... In: _____. Universos poéticos. Cascavel: ACL, 2006, p.11)
15) Resistência, também da poeta e professora Jussara Henn, foi escolhido por ser
uma obra de alguém que trabalha com os estudantes, é conhecida deles e tem em
seu conteúdo a proposição de quebra do poder que o silêncio tem, dando vida aos
sonhos através das palavras:
Resistência O homem sonha... Usa da palavra... Contempla a vida. Ações, emoções... O homem pensa, Percebe na palavra Um meio, um instrumento, Conquistas, realizações. O homem luta... E o mundo das palavras? O silêncio, a indignação... O poder resiste à transformação. (HENN, Jussara. Resistência. In: PEREIRA, Maria Lúcia Kleinhans (Org.). Poesia em foco: Um projeto em favor da emoção criativa. Cascavel: Coluna do Saber, 2007, p. 48)
16) Barcos de Papel, de Márcio Couto, poeta da Academia Cascavelense de Letras -
ACL, é uma obra capaz de levar os leitores de volta à infância, afinal, quem já não
tentou navegar um dia com um barco de papel? Vejamos o poema:
Barcos de Papel O meu barquinho de papel Imaginário Continua navegando E nos rios e oceanos que Se formam, na terra Depois da chuva Carrega os sonhos de todos os meninos de todos os tempos o meu barquinho de papel imaginário continua navegando (COUTO, Márcio. Barcos de Papel. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 56)
17) A liberdade, também poema do autor Márcio Couto, da ACL, fala dos contrastes
entre o que se vive e o que podemos sentir. Foi selecionado por imprimir a ideia de
sermos independentes, ainda que presos às nossas obrigações diárias:
A liberdade Por mais que sejas, cidade, crua instável todas as horas que aqui passo não serão horas perdidas por mais que sejas, tempo, indiferente sorrateiro serei viajante ativo participante por mais que sejas, vida, ingrata, desigual nunca me terás em pleno repouso - a cada manhã que nasce Voto em mim mesmo E me elejo livre! (COUTO, Márcio. A liberdade. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 64)
18) Ampulheta, do Poeta Antonio de Jesus, da ACL, foi escolhido por fazer uso da
repetição, da antítese, falando de tempo e de vida que passa:
Ampulheta o tempo passa perpassa o passado o presente o amanhã pers passa passo a passo passo... (JESUS, Antonio de. Ampulheta. In: _____. Universos poéticos. Cascavel: ACL, 2006, p. 83)
19) Uma surpresa, de Tere Tavares, poeta e artista plástica que faz parte da
Academia Cascavelense de Letras – ACL, foi selecionado por tratar-se de um
poema que fala de sentimentos profundos que envolvem a perda; é rico em
figuras de linguagem, rico em realismo imaginário:
Uma surpresa quando quis agarrar-me à saia da mãe ela estava nua não há lugar para pele nas minhas unhas o pai sumiu em que vestes devo agora me guardar? o mundo é meu vestido de gala
(TAVARES, Tere. Uma surpresa. In: _____. Flor Essência. Cascavel: Coluna do Saber, 2004, p. 62)
20) Minha Infância, de Maria Aparecida Tives Palma, foi selecionado por ser um
poema descritivo, uma prosa em verso, com o tom da vida que pode ser a vida de
qualquer ser humano, com linguagem acessível e muita sensibilidade:
Minha Infância Eu andava descalça pela terra, Lembro-me muito bem Das águas cristalinas do riacho do lugar. Muitas vezes eu debruçava-me à beira do rio, Para ver os peixes que por ali nadavam.
Procuro lembrar tudo da época. Lembrar de tudo que lá havia. Meus olhos não conseguem Divisar as imagens do tempo. Ainda há lá na casinha Construída de madeira, Lascada no meio do sertão. Tempos depois as coisas mudaram Com as lutas de meus pais, Uma casa melhor foi construída Toda feita de pinheiro do Paraná. Ouço ainda quando em silêncio, O sapo coachar no banhado. Vejo através de minha memória, O vagalume bailando no espaço. Também a coruja pousando no toco, Na árvore derrubada sem dó. Ah... Como sinto saudade da minha boneca de porcelana, Que no natal ganhei. Eu a embalava quando de casinha brincava Com as minhas amigas de infância. (PALMA, Maria Aparecida Tives. Minha Infância. In: _____. Assim sou eu. Cascavel: ACL, 2010, p. 17)
21) Sorriso do mar, da poeta Tere Tavares, da ACL, foi selecionado por ter em seu
tema o mar, objeto de muita atenção da artista:
Sorriso do mar eis que manso e morno sorriu-me o mar calma mergulhei nas ondas manhosas de mil bocas brancas e línguas malandras era suave ao tocar-me suntuoso leve & silencioso cúmplice & persuasivo aquele mar de mil bocas brancas sorria e sorria e me levava sereia na areia macia funda cada vez mais fundo e eu gostava e gostava do morno mar manso agora rebelde bravo a lavar-me de sal e verde sob o céu azul verde branco e do sol imenso.
(TAVARES, Tere. Sorriso de mar. In: _____. Flor Essência. Cascavel: Coluna do Saber, 2004, p. 17)
22) Mãe Velha, do poeta e declamador Nabuco Portes, foi selecionado por ser um
poema regionalista, com marcas linguísticas que estabelecem uma musicalidade
impar, além de o tema emocionar:
Mãe Velha Bendito “Ventre Materno” Fecundo por natureza, Incomparável grandeza De perfeição infinita. E a mãe – figura bendita Em todo em cada segundo Há de ser sempre no mundo Minha santa favorita! Ah! Como é lindo mãe velha Poder te beijar a mão Num gesto de gratidão À formação que me deste. Da sociedade ao agreste Eu nunca vi nada igual - Ao teu calor maternal. - É o teu carinho inconteste. Minha mãe é o exemplo De tudo quanto é sagrado E o poeta iluminado Descobre a grande verdade, Embora sinta vontade De versejar tal estiva “Amor de mãe não tem rima Eis a singularidade. Amor de mãe é pureza Ou simplesmente um encanto Que absorve o meu pranto Num consolo tão amigo! A solidez desse abrigo Me da paz e segurança Até volto a ser criança Quando estou junto contigo. (PORTES, Nabuco. Mãe Velha. In: _____. Reponte. Cascavel: Coluna do Saber, s/d, p. 43)
23) Exaustão, de Maria Aparecida Tives Palma, é um poema que fala da força e do
cansaço de um pai, novamente descrevendo um fragmento de vida. Essa obra utiliza
rimas alternadas, sem seguir uma ordem específica, o que justificou sua escolha:
Exaustão Pela manhã papai saía Em rumo do sertão, Com seu robusto corpo Levava a enxada, foice e facão. Com sua força e coragem, Derrubava a árvore da mata virgem Onde se aninhava o gavião. A tarde retornava exausto, Mas com um sorriso nos lábios. Seus olhos azuis cintilavam, Camisa suada aberta no peito E mais calos nas mãos. Minha mãe com bolinho frito, Café quentinho, Esperava o homem corajoso, Que lutava no sertão. Eu ainda pequena Não entendia, Que papai e mamãe Naquele momento só Pensavam na sua filha Que nasceu no sertão. (PALMA, Maria Aparecida Tives. Exaustão. In: _____. Assim sou eu. Cascavel: ACL, 2010, p. 20)
24) Há sonhos nas pedras, do professor e poeta Valdenir Gonçalves, foi selecionado
por ser um poema que faz uma associação entre sentidos, sentimentos e natureza:
Há sonhos nas pedras No mundo de pedras e máquinas, Ainda há lugar para viver e falar Das coisas do coração. No frio da cidade, Na busca constante da vida Ainda há flores a colher. Na indiferença dos maus humorados, Dos mal amados, dos hipócritas, Ainda há flores a colher. É só abrir a janela e deixar o sol entrar. Não deixe que sequem seus sonhos, Plante e espalhe a semente, Não seja apenas um objeto dos preconceitos, Objeto do sistema Plante belos sonhos. Não tenha medo de ser um sonhador,
Pó que sem sonho, sonha...DOR. (GONÇALVES, Valdenir. Há sonhos nas pedras. In: _____. Último dos Românticos. Cascavel: Coluna do Saber, 2006, p. 81)
25) Meu pai, do poeta e declamador Nabuco Portes, foi selecionado por ser um
poema com marcas nativistas, como já dissemos, com as marcas linguísticas que
estabelecem uma musicalidade:
Meu pai - Você que nunca me causou tristeza! - Você que nunca negou carinho! - Você que nunca me contou proeza! - Você que nunca me deixou sozinho!... Não há palavras meu velho Que expressem a sua bondade Nem tão pouco a qualidade Que tem, por ser Pai de brilho; - Se hoje um caminho trilho-, Devo-lhe velho querido, Sei como houvera sofrido Pra fazer homem seu filho Perdera noites de sono Rezando por mim com fé! Talvez sentado ou em pé A contemplar-me no leito; Por amor e não defeito! Defeito em você não há Me acalentou quando piá ...E hoje do mesmo jeito. Parece-me vê-lo meu velho Me dando um longo conselho! - Pra que eu crescesse parelho Do dever á educação... Sou grato à sua lição E digo ao ver embaraços: Foram perdidos os laçaços Que se esvaíram no chão. Sublime a sua virtude! De só ensinar-me o bem... Prova o filho que aqui vem Falar em ti, sem receio Meu velho pai até creio, Embora a idade lhe avance Se o mal me propor lance Comigo estará no meio. - Sei do amor que me tem E orgulho por ser correto, Já pensara em ter um neto
Pra vê-lo crescer assim! Vira meu pai como eu vim Concedendo o Deus bendito! Quero ensinar o piazito O que ensinara pra mim. Não por capricho da sorte Nem por ordem do destino, Que eu pratico o seu ensino Mesmo sendo homem formado. - viverei no seu costado Para o que der e vier Fazendo o que me disser Meu velho pai adorado!... - Sei que jamais pagarei Aquilo que fez por mim... - Hei de amá-lo até o fim! Além da força da mente Espero vê-lo contente Pra sua emoção me ajoelho - Aceite querido velho! Meu verso como presente. Quando agarrar-lhe a velhice Quero que esteja comigo Sempre, o meu maior amigo! ...Que Deus o conserve forte! E me dê também a sorte! De ser sempre muito homem Pra honrar o seu nome! ...Até na hora da morte!!! (PORTES, Nabuco. Meu pai. In: _____. Reponte. Cascavel: Coluna do Saber, s/d, p. 65)
26) Estrelas...solitárias, da poeta Maria Lúcia Kleinhans Pereira, poeta e oficinista da
ACL, será componente do varal por ser um poema que trata da solidão humana,
utilizando dos astros celestes para demonstrar quanto intensa pode ser essa solidão:
Estrelas...solitárias Somos estrelas solitárias, que eternamente entregam seu brilho ao firmamento. Às vezes, por força da intensidade com que brilhamos, confluímos uns aos outros. Quando aplacada nossa fúria de viver, o brilho recolhe-se e nos tornamos outra vez estrelas solitárias. (PEREIRA, Maria Lúcia Kleinhans. Estrelas... solitárias. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 73)
27) Cores e tons, do poeta Jeferson Luiz Kaibers, da Academia Cascavelense de
Letras, foi selecionado por tratar-se de uma obra que tem em si a imagem e a cor,
descritas em palavras, duas artes que compõem as habilidades do autor, que além
de poeta é artista plástico:
Cores e tons Não fugir dos dias cinzas nem fingir esquecê-los sob o teto fácil da loucura ou da ironia
Mas bebê-los Extraindo a exata temperatura
sorvê-los em cada tom claro ou escuro Até que os olhos percebam: Nem eram tão cinzas
Pairavam outras cores e tons
(KAIBERS, Jeferson Luiz. Cores e tons. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 42)
Também farão parte da coletânea para o varal as seguintes obras poéticas:
28) Mudanças, de Domingos Pellegrini Jr., escritor paranaense, contemporâneo,
com um texto provocativo sobre as dificuldades que, se existentes, têm relação com
o mudar coisas, atitudes, hábitos. São, todavia, dificuldades que podem ser comuns
a qualquer ser humano, tais como pressa, medo, envelhecimento associado com
aprendizagem e sabedoria. (PELLEGRINI, Mudanças. Disponível em: A Teia.
Disponível em: <http://www.idbrasil.org.br/drupal/?q=node/6443>. Acesso em: 26
abr. 2011).
29) No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade, poeta renomado,
academicamente reconhecido, com uma obra instigante, complexa. Uma obra que
repete palavras, porém, por sua estrutura e por ser de quem é, não repete as ideias,
exigindo do leitor um bom conhecimento de mundo para estabelecer os processos
interpretativos mais significativos (ANDRADE, Carlos Drummond. No meio do
caminho. In: FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e
Literatura. Vol. 3. 16. ed. São Paulo: Editora Ática, 1996).
30) O poema Teses, de Paulo Leminski, poeta paranaense, representando o
concretismo, uma nova modalidade a ser apresentada ao grupo na oficina. Esse
poema poderá servir para demonstrar como os poetas conseguem transformar o
simples em complexo e idem o inverso, destacando dele a palavra tese que lhe dá
nome (LEMINSKI, Paulo. La vie em close. São Paulo: Brasiliense, 1991).
31) O Girassol, de Toquinho e Vinícius, uma obra que está eternizada em música,
sendo apresentada em sua versão gráfica, objetivando uma análise do nível de
sensibilidade apresentado por seus autores. O poema também oferece a condição
de análise do recurso da repetição; na obra poética, a ênfase decorrente dessa
repetição, ao contrário do que ocorre, em geral, nos demais tipos de texto, enriquece
a ênfase que se dá à ideia manifesta ( MORAES, Vinicius de; FILHO, Antonio Pecci
Filho - Toquinho. O girassol. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/vinicius-de-
moraes/87235/>. Acesso em: 30 abr. 2011).
32) Cemitério, de José Paulo Paes, também comporá o varal, por ser um poema
com quebra de sequência e de lógica; exige que o leitor mergulhe num mundo
imaginário, recurso diferente dos apresentados até então (PAES, José Paulo.
Cemitério. Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_
infantil/jose_paulo_paes.html>. Acesso em: 16 abr. 2011).
33) Gato da china, também de José Paulo Paes, será exposto para possível leitura,
considerando-se que é um poema com características muito próprias, aproximando-
se de um trava línguas e que também brinca com o imaginário (PAES, José Paulo.
Gato da china. Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_infantil/
jose_paulo_paes.html>. Acesso em: 16 abr. 2011).
34) De Gramática e de Linguagem, poema de Mário Quintana, comporá o grupo por
ser um poema que apresenta rima, estrofes e metalinguagem. Outra característica
que o diferencia dos textos até então apresentados é sua extensão; um poema
longo, que traz em si definições de algumas das classes gramaticais de palavras
(QUINTANA, Mário. Apontamentos de história Sobrenatural. Porto Alegre: Editora
Globo, s/d).
35) Os sapos, Manuel Bandeira, por ser um poema altamente fônico, com possibilidade de
interpretação imitativa ao som dos sapos. (BANDEIRA, Manuel. Os sapos. Disponível em:
<http://comunidade.sol.pt/blogs/citadores/archive/2008/07/11 /A-Poesia-de-Manuel-
Bandeira-2200-A-ESTRELA-_2200.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011).
36) Motivo, de Cecília Meireles, trazendo um tom de suavidade, de beleza, de
humano com a voz feminina na poesia em versos livres sem as palavras estarem no
gênero feminino, uma de suas características e característica da época, em que
homem e mulher sempre se manifestavam no gênero masculino. O poema fala de
viver e morrer com lirismo e intimidade, sem, no entanto, ser pessoal (MEIRELES,
Cecília. Motivo. In: _____. Cecília de Bolso: Uma antologia Poética. Porto Alegre:
L&PM, 2009, p. 26).
Se houver tempo disponível, será proposto que um e outro voluntário leia o
poema que escolheu. Quando faltarem cinco minutos para o término dessa oficina,
essa fase do projeto será encerrada, solicitando-se aos/às participantes que
recoloquem os poemas novamente no varal.
FASE 2
No segundo encontro com o grupo, o cenário será o mesmo, a oficinista solicitará
que retornem aos poemas do varal, sendo sugerido que cada aluno/a leia até três
deles. Em seguida alguns poemas previamente selecionados pela oficinista serão
indicados para as devidas leituras declamadas, podendo ser lido pelo/a aluno/a que
estiver de posse da cópia ou por um/a voluntário/a.
Os poemas selecionados serão: Mudança, de Domingos Pellegrini Jr., Motivo, de
Cecília Meireles, Cemitério, de José Paulo Paes.
Feitas as leituras declamadas desses poemas, será uma breve demonstração
das figuras de linguagem que os textos apresentam, tendo como modelo a obra
Cemitério, deixando as demais obras sem análise em função do tempo da oficina. E,
para melhor tratar dos recursos de criação, a oficinista distribuirá aos/às alunos/as
um impresso com as figuras de linguagem, fazendo uma breve revisão dessas
figuras, demonstrando como podem ser aplicadas em poemas. O referencial será a
obra de Branca Granatic (1997), conceituando-se: Antítese; Paralelismo; Hipérbole e
Eufemismo, figuras essas que contribuirão para acentuar a criatividade. Em seguida,
os/as alunos/as serão convidados/as a indicar, um/a por um/a, um substantivo,
fazendo-se o registro das palavras indicadas no quadro, de maneira que todos
tenham acesso visual a eles. Em seguida, será proposto que todos/todas indiquem
três adjetivos para cada substantivo; logicamente, considera-se que já detenham
conhecimento sobre tais classes de palavras.
A ação será um exercício de composição coletiva, em que serão utilizados,
para cada composição, um substantivo e seus respectivos adjetivos, tendo como
referência Belline (1994), que traz em seu livro Trabalhando com a Descrição uma
série de atividades que serão adaptadas para as composições poéticas a partir da
associação de um substantivo a adjetivos. Esse material não será apresentado
aos/às alunos/as, sendo apenas mencionado como referencial para possíveis
pesquisas. A adaptação consiste em direcionar alunos/as para que componham
poemas em verso, com ou sem rima, despertando a curiosidade para criar poemas
utilizando cada um/a seu conhecimento de mundo. Será um trabalho conduzido pela
oficinista, no quadro, com participação voluntária. O próximo passo consistirá na
produção individual, em que cada estudante poderá escolher o substantivo que
desejar com seus respectivos adjetivos, tendo o substantivo selecionado como tema
da obra a ser produzida. Será ressaltado que os textos deverão ser escritos em
verso. As obras serão recolhidas juntamente com o formulário de autorização para
seu uso e publicação para fins de conclusão desse projeto e o que mais o envolver.
A coleta prevê absoluta voluntariedade, os/as alunos/as que desejarem encerrar
suas participações nessa fase, receberão os devidos agradecimentos e o convite
FASE 3
Nessa fase serão tratados os processos de interação do projeto com a
comunidade, fazendo divulgação dos poemas em ambiente próprio, como, por
exemplo, o Mural do Saguão do Colégio, convidando a comunidade em geral para
visitar a exposição. Os recursos serão: digitalização e impressão das obras;
exposição em mural, varal; participação com roda de poesias na feira do colégio
conforme prevista no planejamento do colégio; sarau de poesias, com participação
da comunidade e da Academia Cascavelense de Letras, a ser realizado no auditório
do colégio. No sarau, faremos a apresentação, em especial, das obras produzidas
nas oficinas em sala, sem, no entanto, privar que outras obras sejam declamadas,
pois esse deverá ser um momento de total integração entre os/as participantes das
oficinas e a comunidade em geral, mantendo sempre o foco no objetivo de destacar,
valorizar e sentir emoções poéticas.
CONCLUSÃO
Esse trabalho, por sua característica, não apresenta um fim, o que significa que
ele é uma proposta a ser continuamente aplicada nos diferentes níveis de ensino. A
sensibilização do leitor, a formação de escritores, a valorização da obra poética
dependem da valia e de quanto se investe nos processos de formação. Acreditamos
que a pesquisa bibliográfica feita para o projeto inicial referente a este material
demonstrou que há muitos escritores e escritoras preocupados com esse aspecto da
formação humana e que estaremos contribuindo para diminuir as distâncias entre
ciência e emoção.
REFERÊNCIAS
ABREU, Casimiro de. Meus oito anos. In: LOPES, Antonio. Os mais belos poemas, poesias e contos modernos. São Paulo: Novo Brasil – Editora Brasileira Ltda, 1984, p. 10. ALTENFELDER, Anna Helena. Poetas da escola. São Paulo: Cenpec: Fundação Itaú Social; Brasília, DF: MEC, 2008. ANDRADE, Carlos Drummond. No meio do caminho. In: FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e Literatura. Vol. 3. 16. ed. São Paulo: Editora Ática, 1996. ASSIS, Machado de. Circulo vicioso. In: NICOLA, José de; INAFANTE, Ulisses. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998, p. 185) BANDEIRA, Manoel. A estrela. Disponível em: <http://comunidade.sol.pt/blogs
/citadores/archive/2008/07/11/A-Poesia-de-Manuel-Bandeira-_2200-A-ESTRELA-200.aspx> Acesso em: 12 jul. 2011. _____. Os sapos. Disponível em: <http://comunidade.sol.pt/blogs/citadores/archive/ 2008/07/11/A-Poesia-de-Manuel-Bandeira-_2200_-A-ESTRELA-_2200_.aspx>. Acesso em: 12 jul. 2011. _____. Imagem. Disponível em: <http://marco.a.pires.blog.uol.com.br/arch2010-10-17_2010-10-23.html>. Acesso em: 12 de jul. 2011. BELLINE, Ana Helena Cizotto. Trabalhando com a descrição. São Paulo: Editora Ática, 1994. CAEIRO, Alberto. Sou um guardador de rebanhos. In: NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Fernando Pessoa: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995 – Coleção Margens do Texto, p. 29. CARDOSO, Júlio César. De repente. Arquivo Pessoal. COUTO, Márcio. A liberdade. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 64. COUTO, Márcio. Barcos de Papel. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 56. DARIVA, Neiva. Ontem eu chorei. 2010 - Acervo Pessoal. ESPANCA, Florbela. Eu. In: MOISÉS, Massoud. A literatura portuguesa através dos textos. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1980, p. 470. FARACO. Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e Literatura. Vol. 3. 16 ed. São Paulo: Editora Ática, 1996. GONÇALVES, Valdenir. Há sonhos nas pedras. In: _____. Último dos Românticos.
Cascavel: Coluna do Saber, 2006, p. 81. GRANATIC, Branca. Redação: Humor e Criatividade. São Paulo: Scipione, 1997. GUIMARAES, Afonso. Hão de chorar por ela os cinamomos. Disponível em: <http://www.paralerepensar.com.br/a_guimaraes.htm#H%C3%A3o%20de%20Chorar%20por%20Ela%20os%20Cinamomos>. Acesso em: 26 maio 2011. HENN, Jussara. Glória menina. In: PEREIRA, Maria Lucia Kleinhans (Org.). Poesia em foco: Um projeto em favor da emoção criativa. Cascavel: Coluna do Saber, 2007, p. 49. _____. Resistência. In: PEREIRA, Maria Lúcia Kleinhans (Org.). Poesia em foco: Um projeto em favor da emoção criativa. Cascavel: Coluna do Saber, 2007, p. 48 JESUS, Antonio de. Ampulheta. In: _____. Universos poéticos. Cascavel: ACL, 2006, p. 83. _____. A palavra é santa... In: _____. Universos poéticos. Cascavel: ACL, 2006, p.11. KAIBERS, Jeferson Luiz. Cores e tons. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 42. LAJOLO, Marisa (Org.). Palavras de encantamento: antologia de poetas brasileiros. Vol. 1. São Paulo: Moderna, 2001. LEMINSKI, Paulo. La vie em close. São Paulo: Brasiliense, 1991. LOPES, Antonio. Os mais belos poemas, poesias e contos modernos. São Paulo: Novo Brasil – Editora Brasileira, Ltda, 1984. MEIRELES, Cecília. Motivo. In: _____. Cecília de Bolso: Uma antologia Poética. Porto Alegre: L&PM, 2009, p. 26). MOISÉS, Massaud. Dicionário de Termos Literários. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1978. _____. A literatura portuguesa através dos textos. 9. ed. São Paulo, Cultrix, 1980. MORAES, Vinicius de; FILHO, Antonio Pecci Filho - Toquinho. O girassol. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/87235/>. Acesso em: 30 abr. 2011. NEVES, Márcia Lúcia Rauber. Eu, pouco conheço. In: _____. Medos e segredos. Curitiba: Imprensa Oficial, 2006, p. 28 NICOLA, José de. Fernando Pessoa: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995 – Coleção Margens do Texto. _____. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998.
PAES, José Paulo. Quem eu? Um poeta como outro qualquer. 5. ed. São Paulo: Atual, 1996. _____. Gato da china. Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia _infantil/jose_paulo_paes.html>. Acesso em: 16 abr. 2011. _____. Cemitério. Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_infantil /jose_paulo_paes.html>. Acesso em: 16 abr. 2011. PALMA, Maria Aparecida Tives. Exaustão. In: _____. Assim sou eu. Cascavel: ACL, 2010, p. 20. _____. Minha Infância. In: _____. Assim sou eu. Cascavel: ACL, 2010, p. 17. PELLEGRINI, Mudanças. Disponível em: A Teia. Disponível em: <http://www.idbrasil.org.br/drupal/?q=node/6443>. Acesso em: 26 abr. 2011. 29. PEREIRA, Estrelas... solitárias. In: JESUS, Antonio de (Org.). Parcerias Poéticas 2010: Coletânea. Cascavel: ACL, 2010, p. 73 _____. Namorar. In: _____. Namorar. Cascavel: ACL, 2010, p. 40. _____. Poesia em foco: Um projeto em favor da emoção criativa. Cascavel: Coluna do Saber, 2007. PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: NICOLA, José de. Fernando Pessoa: livro do professor/José de Nicola e Ulisses Infante. São Paulo: Scipione, 1995 – Coleção Margens do Texto, p. 25. PORTES, Nabuco. Mãe Velha. In: _____. Reponte. Cascavel: Coluna do Saber, s/d, p. 43. _____. Meu pai. In: _____. Reponte. Cascavel: Coluna do Saber, s/d, p. 65. QUINTANA, Mário. Apontamentos de história Sobrenatural. Porto Alegre: Editora Globo, s/d. SILVA, Antônio de Siqueira; BERTOLINI, Rafael. Curso Completo de Português. São Paulo: IBEP, s/d. SILVEIRA, Marcelo Garcia. Se meus pés. Acervo Pessoal. SOUZA, João Cruz e. Primeira comunhão. In: NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998, p. 226. _____. Antífona. In: SILVA, Antônio de Siqueira; BERTOLINI, Rafael. Curso Completo de Português. São Paulo: IBEP, s/d, p. 305. TAVARES, Tere. Sorriso de mar. In: _____. Flor Essência. Cascavel: Coluna do