Ficha Formativa - Alberto caeiro.doc

8/10/2019 Ficha Formativa - Alberto caeiro.doc

http://slidepdf.com/reader/full/ficha-formativa-alberto-caeirodoc 1/5

GRUPO I

A

Lê com atenção o texto.

XXXVI

E há poetas que são artistasE trabalham nos seus versosComo um carpinteiro nas tábuas!...

Que triste não saber florir!Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro5

E ver se está bem, e tirar se não está!...Quando a única casa artística é a Terra todaQue varia e está sempre bem e é sempre a mesma.

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,E olho para as flores e sorrio… 10

Não sei se elas me compreendem Nem se eu as compreendo a elas,Mas sei que a verdade está nelas e em mimE na nossa comum divindadeDe nos deixarmos ir e viver pela Terra15

E levar ao colo pelas estações contentesE deixar que o vento cante para adormecermos,E não termos sonhos no nosso sono.

Alberto Caeiro, Poesia, Assírio & Alvim, ed. 642, 2001

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as respostas às questões que se seguem.

1. Define a conceção de poeta presente no poema.

2. Propõe uma interpretação para o verso 4: “Que triste não saber florir!”.

3. Apresenta três aspetos que ilustram a filosofia de vida do sujeito poético.

4. Confirma a presença do polissíndeto ao longo do texto, recorrendo a três exemplos, e comenta oseu valor expressivo.

B

Fazendo apelo à tua experiência de leitura, apresenta dois traços distintivos dos heterónimospessoanos Ricardo Reis e Álvaro de Campos, fundamentando com poemas estudados.

Redige um texto coerente, entre 80 e 130 palavras.

© A

S A ,

2 0 1 3 | P e r C u r s o s P r o f i s s i o n a i s –

P o r t u g u ê s 3

Módulo 9| Teste de Avaliação – Heterónimos |

Nome: _________________________________________ N.º ______ Turma: _________Classificação: ________________________________________________________________Professor: ______________________ Enc. de educação: ____________________________



GRUPO II

Lê o texto seguinte.

Por Sofia Costa Quintas*A arte protagoniza as mudanças sociais e o processo de construção da sociedade. Sem novos

movimentos artísticos e de expressão criativa, a sociedade estagnaria.A arte, enquanto linguagem universal, tem um imenso poder transformador, que assume

particular relevância no mundo globalizado, que aproxima diferentes culturas. Provocadora, ela possibilita o encontro do ser consigo mesmo, de si com os outros e com a totalidade da realidade5

humana, razões de sobra para ousar colocar a arte e a cultura no centro da organização social.A arte, nas suas múltiplas manifestações, é catalisadora de mudanças profundas na sociedade.

Na Venezuela, uma rede de orquestras juvenis, fundada em 1975, tirou um enorme número decrianças de guetos e transformou-os em músicos profissionais. Um deles, Gustavo Dudamel, é odiretor musical da Filarmónica de Los Angeles. A reputação deste programa nasceu da crença de que10

a arte pode resolver problemas sociais. O seu fundador, José António Abreu, chegou a ser nomeado

para o Prémio Nobel da Paz. "Mudando vidas: Gustavo Dudamel, O Sistema e o Poder Trans-formador da Música", de Tricia Tunstall, é o primeiro documento a descrever o processo que, nas palavras de Dudamel, "cria milagres".

Se queremos desenvolver a capacidade crítica das novas gerações, vamos ensinar as crianças15

desde cedo a entender a arte e a retirar prazer desse encontro, e com isso ajudar a formar cidadãosconscientes, críticos e participativos, capazes de compreender a realidade em que vivem. Se nãodermos a estas crianças e jovens espaço para exprimirem simplesmente o que realmente são, vamoscondená-las ao mundo limitado das respostas determinadas, retirando-lhes a capacidade criadora ereflexiva. Se for essa a nossa escolha, vamos construir uma sociedade feita de pessoas que não20

intervêm.

*Diretora-geral da Ask For Alckemy

http://www.oje.pt/gente-e-negocios/opiniao/opiniao/transformar-a-sociedade-atraves-da-arte-e-da-cultura (acedido a 10 de

julho de 2013; texto adaptado e com supressões)

1. Seleciona a opção correta.

1.1. Uma das razões que não justifica a inclusão da arte e da cultura no centro da organizaçãosocial é… a) o seu poder transformador. b) a sua linguagem universal. c) a sua capacidade de unir todos os seres vivos. d) o seu poder globalizante.

1.2. O adjetivo “catalisadora” (linha 7) é sinónimo de…

a) inibidora. b) incentivadora.c) castradora. d) programadora.

1.3. Propiciar o entendimento da arte é uma forma de… a) desenvolver o espírito para a cidadania. b) criar grandes artistas.c) divulgar grandes artistas. d) dar voz a muitas crianças.

1.4. As palavras “arte” (linha 3) e “Música” (linha 13)… a) pertencem ao mesmo campo semântico. b) estabelecem uma relação de hiponímia/hiperonímia. c) estabelecem uma relação de holonímia/meronímia.d) estabelecem uma relação de hiperonímia/hiponímia.


© A

S A ,

2 0 1 3 | P e r

C u r s o s P r o f i s s i o n a i s –


http://www.oje.pt/gente-e-negocios/opiniao/opiniao/transformar-a-sociedade-atraves-da-arte-e-da-cultura

http://www.oje.pt/gente-e-negocios/opiniao/opiniao/transformar-a-sociedade-atraves-da-arte-e-da-cultura



1.5. Na expressão “a arte pode resolver problemas sociais” (linha 11), apresenta-se uma… a) possibilidade. b) certeza.

c) obrigação. d) permissão.

1.6. O sujeito da oração “vamos ensinar as crianças” (linha 15) é… a) simples. b) nulo subentendido.c) nulo indeterminado. d) composto.

1.7. No complexo verbal “vamos condená-las” (linhas 18-19), o verbo principal encontra-se no… a) imperativo. b) presente do indicativo.

c) infinitivo impessoal. d) futuro do indicativo.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

2.1. Identifica a subclasse do adjetivo “artísticos”. (linha 2)

2.2. Indica o valor da oração subordinada adjetiva relativa presente em “A arte, enquanto linguagem universal, tem um imenso poder transformador, que assume particular relevânciano mundo globalizado”. (linhas 3-4)

2.3. Classifica a oração “Se for essa a nossa escolha”. (linha 20)

GRUPO III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras,apresenta uma reflexão sobre a importância do desenvolvimento da capacidade criadora ereflexiva do ser humano.

Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo a dois argumentos, ilustrando cada um deles comum exemplo significativo.


© A

S A ,

2 0 1 3 | P e r





COTAÇÃO

GRUPO IA

1. ........................................................................................................................................ 20 pontos 2. ........................................................................................................................................ 15 pontos 3. ........................................................................................................................................ 20 pontos 4. ........................................................................................................................................ 15 pontos

__________ 70 pontos

B ......................................................................................................................................... 30 pontos

__________ 30 pontos

GRUPO II1.1. ..................................................................................................................................... 5 pontos 1.2. ..................................................................................................................................... 5 pontos 1.3. ..................................................................................................................................... 5 pontos 1.4. ..................................................................................................................................... 5 pontos 1.5. ..................................................................................................................................... 5 pontos 1.6. ..................................................................................................................................... 5 pontos 1.7. ..................................................................................................................................... 5 pontos 2.1. ..................................................................................................................................... 5 pontos 2.2. ..................................................................................................................................... 5 pontos 2.3. ..................................................................................................................................... 5 pontos

__________ 50 pontos

GRUPO III ....................................................................................................................... 50 pontos

__________ 50 pontos

Total ________________ 200 pontos


© A

S A ,

2 0 1 3 | P e r





GRUPO I

A

1. De acordo com o poema, “poeta” apresenta-se como um artista da palavra, que trabalha os seusversos como se de um carpinteiro se tratasse (versos 1-2). Assim, preocupa-se com os aspetosformais, construindo os seus poemas, escolhendo palavra a palavra como se erguesse um muro.

2. A exclamação contida no verso 4 revela a desolação do sujeito poético resultante do facto dehaver poetas que não o são de forma natural e espontânea. Ao trabalharem os seus versos, fazem--no de modo premeditado, controlado, daí não saberem florir os seus poemas como se de uma

planta se tratasse.3. Ao longo da composição poética, podemos deduzir que o sujeito da enunciação se revela adepto

da espontaneidade (“Que triste não saber florir!”, verso 4); considera que a verdade está na Natureza, repleta de poder divino (“Mas sei que a verdade está nelas e em mim / E na nossa

comum divindade”, versos 13-14); e é defensor de uma postura estoica, aceitando placidamente ofluir natural do tempo (“De nos deixarmos ir e viver pela Terra / E levar ao colo pelas estaçõescontentes”, versos 15-16).

4. O recurso ao polissíndeto é, de facto, percetível ao longo do texto. Tomando como exemplo osúltimos três versos, verificamos que cada um deles inicia com a conjunção coordenativacopulativa “E”, que tem como função não só enumerar como também, e no contexto em que

surge, enfatizar a ideia do fluir natural das coisas.

B

Segundo a carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro, Álvaro de Campos surge “em

direção oposta à de Ricardo Reis”, o que nos permite concluir que estes dois heterónimos se

distanciam a vários níveis.Ora, Reis é o poeta clássico, adepto de uma filosofia de vida baseada na disciplina, seguindo os

ideais do epicurismo e estoicismo. Assim, aconselha os seus interlocutores a viverem de formacautelosa, moderada, para melhor suportarem o fatalismo da morte e a dor de viver (“Vem sentar -

-te comigo, Lídia”). Por sua vez, Campos, o engenheiro naval, revela-se o “filho indisciplinado dasensação”, pois quer “sentir tudo de todas as maneiras” (“Ode Triunfal”) para fugir à monotonia da

vida.Concluindo, ambos os heterónimos, ainda que divergentes, definem um ideal de vida para

superarem a dor de viver.

130 palavras

GRUPO II

1.1. c); 1.2. b); 1.3. a); 1.4. d); 1.5. a); 1.6. b); 1.7. c).2.1. Adjetivo relacional.

2.2.Valor explicativo.2.3. Oração subordinada adverbial condicional.

GRUPO III

(Resposta de caráter pessoal.)

Módulo 9Módulo 9| Proposta de correção do Teste de Avaliação – Heterónimos |

© A

S A ,

2 0 1 3 | P e r



Ficha Formativa - Alberto caeiro.doc

Documents

Transcript of Ficha Formativa - Alberto caeiro.doc