FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens...

24

Transcript of FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens...

Page 1: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,
Page 2: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

FICHA CATALOGRÁFICA

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Práticas Sociointeracionistas: A Leitura de Contos com alunos do Ensino Fundamental

Autor Eliete Rodinski Mota Campos

Escola de Atuação Colégio Estadual Tarquínio Santos-Ensino Fundamental e Médio

Município da escola Foz do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu

Orientador Dra. Maria Elena Pires Santos

Instituição de Ensino Superior Unioeste

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade didática

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos da 5ª série/6º ano do Ensino Fundamental.

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Rua Carlos Welter, 470 - Vila Yolanda Foz do Iguaçu - PR, 85853-290 (45) 3574-1780

Page 3: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Este trabalho tem como objetivo estimular o ensino e aprendizagem da leitura de contos, com a finalidade de incentivar a reflexão sobre o papel da escola e dos educadores em relação à leitura pois, com o surgimento das novas tecnologias, os alunos têm se afastado, de certa forma, do maior envolvimento com a leitura. Frente a esta constatação, uma pergunta se coloca: “Quais objetivos o professor de Língua Portuguesa quer alcançar com alunos de 5ª série em relação à leitura? A partir deste questionamento, pretende-se ampliar o repertório literário de alunos do Ensino Fundamental. O desenvolvimento deste trabalho justifica-se pela oportunidade de contribuir para a valorização da leitura como fonte de interesse em compartilhar opiniões, ideias e preferências, a partir das narrativas. Apoiando-se na concepção interacional (dialógica) da linguagem (BAKHTIN, 1992) e na concepção de leitura como forma de interação entre leitor/autor/via texto, compreendem-se os sujeitos como atores, isto é, sujeitos sociais ativos que se constroem e são construídos na interação (KOCH e ELIAS,2010,p.10-11). Espera-se como resultado deste trabalho que os alunos desenvolvam estratégias de argumentação para defender ou refutar ideias e tenham um ponto de vista sobre o conto para analisar a narrativa, observando as condições de produção, circulação e recepção deste gênero discursivo. Essa concepção de leitura vai pôr em foco o leitor e o conhecimento em interação com o autor e o texto, para construir os sentidos.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Leitura; Gênero conto; ensino.

Page 4: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA -

1-Apresentação

Na atualidade, faz-se necessário que o profissional da educação esteja sempre se

atualizando para estar por dentro das novas práticas pedagógicas que vão surgindo, pois

na correria do dia a dia é quase impossível o professor fazer uma pausa e pesquisar

profundamente os conteúdos que necessita para obter um melhor desempenho na escola

e com seus alunos. Desta forma, o aluno terá um professor competente e atualizado o

que poderá reverter em benefício da sociedade que passará a ter cidadãos mais críticos e

conhecedores de seus direitos e deveres.

O professor ao apropriar-se das novas leituras, verificará que a leitura é um

processo interativo entre o texto e o leitor, leitor este que perpassa por várias ideologias

internalizadas no próprio texto que passam a fazer parte do seu conhecimento.

Propomos aqui, a leitura de uma outra forma, multimodal; mesmo no livro didático é

preciso observar os gêneros que ali se encontram, quais as condições sócio-históricas, a

circulação e recepção, são processos tanto de leitura quanto de escrita, extremamente

complexos. Mas faz-se necessário que o aluno tenha a prática dessa função sócio-

comunicativa para saber por que o conto foi escrito, a que gênero pertence e se está

inserido dentro de determinada esfera social, em um contexto de produção que possui

marcas linguísticas que vão revelar o estilo do autor e um público alvo específico a que

está dirigido.

Para exemplificarmos essa prática, a figura abaixo representa uma esfera social, e

alguns dos gêneros produzidos por essa esfera. Observem:

GÊNERO

TEXTUAL

ROMANCE

GÊNERO

TEXTUAL

POEMA

GÊNERO

TEXTUAL

CONTO

ESFERA

SOCIAL

LITERATURA

Page 5: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

Na atualidade, com todo o aparato tecnológico fazendo parte da vida da maioria

dos educandos, é necessária uma reflexão sobre o papel da escola e dos educadores

neste processo de ensino aprendizagem da leitura. Frente a esta constatação, uma

pergunta se coloca: “Quais objetivos o professor de Língua Portuguesa quer alcançar com

a sua prática em sala de aula, principalmente com alunos de 5ª série/6º ano, em relação à

leitura”?

A partir das reflexões suscitadas por este questionamento, o presente trabalho

objetiva ampliar o repertório literário de alunos da 5ª série/6ºano do Ensino Fundamental,

para que possam interagir com o conto de maneira prazerosa, reconhecendo-o como

fonte de múltiplas informações e entretenimento, compartilhando experiências leitoras,

confrontando interpretações orais e escritas, para que também possam estabelecer

relações com outros textos. O objetivo proposto tem como finalidade interferir nas práticas

naturalizadas na sala de aula, pautadas basicamente no livro didático. Na maioria das

escolas, o livro didático ainda é o centro das atividades pedagógicas. Geralmente os

professores se preocupam com o ensino da gramática como se ela fosse um fim em si

mesma, relegando o segundo plano a prática da leitura e da escrita. No entanto, as

Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (DCE) propõem outra

prática fundamentada na seguinte concepção de leitura:

A leitura é vista como um ato dialógico, interlocutório. O leitor, nesse contexto, tem um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência sócio-cultural. Ler é familiarizar-se com diferentes textos em diversas esferas sociais: jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, etc. No processo de leitura, também é preciso considerar as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano, deve contemplar os multiletramentos (...) (DCE, 2008, p.71).

De acordo com esta perspectiva das DCE, que tomam como base os estudos

desenvolvidos por Koch (2003, p. 24), na sala de aula é necessário analisar, nas

atividades de interpretação e compreensão de um texto: “os conhecimentos de mundo do

aluno, os conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos

interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em que o gênero está

publicado, de outros textos (intertextualidade)”. O trabalho com esses conhecimentos

realiza-se por meio das estratégias:

- cognitivas: como as inferências, a focalização, a busca da relevância;

Page 6: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

- sociointeracionais: como preservação das faces, polidez, atenuação, atribuição de causas a (possíveis) mal entendidos, etc.;- textuais: conjunto de decisões concernentes à textualização, feitas pelo produtor do texto, tendo em vista seu “projeto de dizer” (pistas, marcas, sinalizações) (KOCH, 2003, p. 24, apud DCE, 2008, p. 71).

2- Procedimentos/Material Didático

Conteúdos:

A LEITURA DE CONTOS

O presente trabalho com leitura tem como foco a interação autor-texto-leitor.

Essa concepção interacional e, portanto, dialógica da língua, vê os sujeitos como atores,

construtores sociais, sujeitos ativos que através do diálogo se constroem e são

construídos no texto que é o lugar da interação e onde ocorre a constituição dos

interlocutores. Assim, o texto passa a ser o local de implícitos variados que são

perceptíveis através do contexto sociocognitivo, ou seja, a materialidade linguística do

texto, o efeito que causa nos leitores: humor, terror, angústia, expectativa, frustração,

suspense, etc., devido ao jogo das palavras explicitadas, o gênero textual, a

tematização proposta no título relacionada, a realidade brasileira, a data em que foi

publicado e o meio de veiculação.

O trabalho com a leitura necessita da participação integral do aluno, seu

posicionamento perante a vida, suas expectativas leitoras. Segundo Bamberg (2008,

p.33) “...cada professor deve fazer suas próprias observações e investigações, a fim de

distinguir os desvios individuais de certos estudantes dos interesses “médios” de leitura

de uma fase de desenvolvimento”. O autor em “As fases de leitura”, de mesma página,

nos coloca que existe um período que ele chama de “histórias ambientais” ou da leitura

“fatual”, período segundo ele que vai de 09 a 12 anos – segundo caracterização de

Beinlich - em que há uma “Construção de uma fachada prática, realista, ordenada

racionalmente, diante de um pano de fundo mágico-aventuresco pseudo-realisticamente

mascarado”.

Bamberger (2008 p.34) nos esclarece que:

A criança começa a orientar-se no mundo concreto, objetivo. As perguntas “Como?” e “Por quê?” são cada vez mais frequentemente acrescentadas à pergunta “O quê?”. A criança curiosa capta apaixonadamente as coisas de seu meio; claro está que essas coisas não devem ser oferecidas em descrições secas, e sim como histórias, como acontecimentos vivos. O interesse pelos contos de fadas e pelas sagas ainda é evidente nessa fase intermediária orientada para os fatos, mas também começa a surgir o anseio pelo aventuroso(BAMBERGER, 2008, p.34).

Page 7: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

É com essa criança, em estado de transição, curiosa, apaixonada, criativa, que

possui ainda seu interesse voltado para a fantasia e ao mesmo tempo com os anseios

também voltados para o mundo concreto e objetivo, que pretendemos iniciar o nosso

trabalho com os contos.

Atividades/Técnicas:

Ao trabalharmos a leitura de contos na perspectiva bakhtiniana de gênero, que

tem como meta a produção e compreensão de textos, devemos levar em consideração

alguns aspectos de sua caracterização, ou seja, que os gêneros são “tipos relativamente

estáveis de enunciados” (BAKHTIN, 1992) presentes em cada esfera de troca, possuem

uma forma de composição, um plano composicional, também se distinguem pelo

conteúdo temático e pelo estilo. Devemos levar em conta ainda as esferas de

circulação, a intenção do locutor, sujeito responsável por enunciados e as unidades

reais e concretas da comunicação verbal. Devemos observar que assim todo gênero é

marcado por sua esfera de atuação que promove modos específicos de combinar o

conteúdo temático, o propósito comunicativo, o estilo e a composição (KOCH e ELIAS,

2010, p.106/107).

Para exemplificar o trabalho a que nos propomos, no primeiro momento

usaremos em sala de aula, com os alunos da 5ª série/6º ano, os seguintes

procedimentos:

Levaremos para a sala cópias de textos (contos) que serão lidos pelos alunos,

em sala: livros infantis e juvenis, revista pedagógica e revistas com publicação de

contos, entre eles:

“Quem conta um conto”, editora FTD

“Para Gostar de ler”, volume 08 – contos-editora Ática.

“Para Gostar de ler”, volume 13 – Histórias divertidas –editora Ática.

“Revista Nova Escola – Contos – volume 05 - edição especial, nº32.

“Livro da Amop- Sequência Didática –caderno pedagógico 03.

Utilizaremos os recursos audiovisuais: o computador para passarmos o texto a

ser trabalhado, a tv pendrive em que trabalharemos os dados da autora ou autor do

texto, as técnicas utilizadas para uma boa leitura, slides com detalhamento do trabalho

(que será apresentado na escola para pais e alunos). Trabalho expositivo de pesquisas

Page 8: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

feitas sobre o(a) autor(a). Os livros e leituras em sala com os alunos.

Para a realização do trabalho com a leitura o professor vai seguir os seguintes

critérios:

Levar em conta as experiências e os conhecimentos sobre leitura dos

alunos/leitores;

Ampliar o conhecimento acerca do gênero conto, para despertar o interesse

para a leitura dos mesmos;

Ler e valorizar a leitura como fonte de prazer e entretenimento;

Criar diferentes estratégias de leituras, visando um leitor que seja construtor

de sentidos;

Criar estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação da própria

leitura;

Ler o conto para se inteirar de suas partes composicionais: enredo,

personagens, espaço, tempo e narrador;

Apropriar-se das características do conto, tais como: narrativa concentrada e

limitada ao essencial; o enredo e sua estrutura: apresentação, complicação, clímax e

desfecho; número reduzido de personagens; tempo e espaço fortemente delimitados;

apresentação de narrador-observador ou narrador-personagem; linguagem geralmente

de acordo com o padrão culto, formal ou informal, da língua.

A duração do trabalho, levando em conta a leitura, a compreensão de sentido

dos textos, levarão aproximadamente dois meses de prática.

Avaliação

A avaliação ocorrerá de acordo com as DCE (2008, p.82) e deverá estar de

conformidade com as estratégias que os estudantes empregam para a compreensão do

texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos, relações de causa e

consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de posicionamentos

ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor em textos variados, a

localização das informações tanto explícitas quanto implícitas, o argumento principal,

entre outros. Deve-se, ainda, avaliar se, ao ler, o aluno ativa os conhecimentos prévios;

se faz inferências; se reconhece o gênero e o suporte textual. De acordo com a

avaliação de leitura, faz-se necessário levar em conta o multiletramento, tendo em vista

a capacidade de se colocar diante do texto, seja ele oral, escrito, gráficos, infográficos,

Page 9: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

imagens, etc. Devem-se levar em conta, também, as diferenças de leitura de mundo e o

repertório de experiências dos alunos, avaliando assim o modo como esse aluno vai

ampliando as expectativas de horizontes. Para tanto, as DCE propõem que o professor

realize questões abertas, discussões, debates e outras atividades, para assim o

professor avaliar a reflexão que o aluno faz, de conformidade com o conto lido,

permitindo-lhe a ampliação dos horizontes de práticas sociais.

A avaliação da análise linguística ocorrerá, conforme as DCE, a partir do texto

oral e escrito, pois é onde a língua se manifesta em todos os seus aspectos discursivos,

textuais e gramaticais. Partindo desta premissa, os elementos linguísticos constitutivos

no gênero conto devem ser avaliados sob a perspectiva de uma prática reflexiva e

contextualizada que possa lhes possibilitar a compreensão desses elementos no interior

do próprio texto. Serão avaliados assim o uso da linguagem formal e informal, a

ampliação lexical, a percepção dos efeitos de sentidos causados pelos recursos

lingüísticos e estilísticos, as relações que se estabelecem pelo uso de operadores

argumentativos e modalizadores, as relações semânticas entre as partes do texto

(causa, tempo, comparação, etc). Através destes critérios, os alunos poderão ser

avaliados constantemente, pois poderão refletir sobre as diferentes possibilidades do

uso da língua.

A avaliação englobará também a participação dos alunos e o envolvimento com

o as atividades, levando em consideração as condições de produção, de circulação, de

recepção que atentem para a necessidade de interação estabelecida (Quem? Para

quem? O quê? Quando? Onde?). Farão parte da avaliação ainda a participação nas

pesquisas, elaboração de painel, a leitura com fruição, a compreensão de sentido que

eles conseguirem perceber na análise de outros textos dos quais participarão, tendo que

aplicar as práticas ensinadas.

3-Orientações/Recomendações ao professor

Segundo Fiorin(2011):

Bakhtin precisa influenciar uma postura dos professores de Português a fim de resignificar o ensino de Língua Portuguesa para que os alunos vejam que as aulas de Português têm a ver com a linguagem que ele usa na vida dele, para que ele vá descortinando todas as possibilidades de linguagem que ele tem.”

Page 10: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

1º PASSO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Professor(a):

O professor, ao se dirigir aos seus alunos, deverá procurar saber, através de

diálogo, quais os conhecimentos prévios que estes têm sobre contos, e à medida que eles

forem relatando, vai colocando no quadro a lista dos títulos citados. Aos que quiserem

narrar os contos, será dada oportunidade, mesmo que seja apenas um trecho.

Provavelmente os contos citados sejam contos maravilhosos, fantásticos, de fadas, de

terror, de mistérios, etc. O mais importante é deixá-los à vontade na contação de histórias,

sem interferências, neste primeiro momento.

Na sequência, o professor poderá definir de uma forma mais simplificada, para os

alunos, os contos que, de acordo com Azevedo (2002), são:

• Conto de animais;

• Conto de encantamento;

• Conto de riso;

• Conto de origem;

• Conto de sabedoria;

• Conto acumulativo;

Vejamos a definição de cada um:

• Conto de animais: os personagens da história são animais, mas agem como

se fossem gente. Este tipo de história, também, é chamado de fábula, geralmente

terminam com uma lição de moral.

• Conto de encantamento: também é conhecido como conto maravilhoso ou

conto de fadas. É um tipo de história onde príncipes, princesas enfrentam monstros e

bruxas e acabam sendo ajudados por algum elemento mágico. A história quase sempre

tem um final feliz.

• Conto de riso: é uma história engraçada, uma espécie de piada longa e

cheia de detalhes.

Page 11: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

• Conto de origem: é um tipo de história que tenta explicar o surgimento de

alguma coisa. São próximas dos mitos e narrativas religiosas que contam como os

deuses fizeram o mundo etc.

• Conto de sabedoria: história que apresenta uma lição para a vida. Também

conhecida como conto de exemplo.

• Conto acumulativo: é um tipo de conto, onde todos os elementos que

entram na história são repetidos, sempre na mesma ordem, até o fim.

O professor poderá pedir que os alunos tentem identificar a definição do conto

que eles relacionaram no quadro, se há alguns e quais são.

2º PASSO

Professor(a):

O professor levará para a sala de aula vários contos modernos, os escolhidos

foram 27 contos para ler com crianças e adolescentes da revista nova escola – vol.5 –

edição especial nº. 32, e deixará que seus alunos escolham dentre os textos (contos) o

que eles quiserem ler, em grupo de (5) alunos – para mais ou para menos dependendo da

turma – para que eles façam um debate, analisem e discutam em grupo sobre: título,

autor (o papel do autor), quais os locais de circulação dos contos, a que público se

destinam. Será oportunizada novamente a contação de história, com base na leitura de

contos diversos e de diferentes autores, para que os mesmos se familiarizem com o

gênero.

Após esta atividade, o professor poderá solicitar que peguem na biblioteca da

escola, um livro de contos e que possam usufruir da grande aventura que cada um

proporciona a seus leitores. Esta leitura será feita extraclasse, tendo o prazo de uma

semana para a leitura. Para que os alunos se apropriem das características do conto,

será feito um pequeno formulário, no qual responderão alguns questionamentos sobre o

conto lido:

1- Qual o autor do conto lido? Escreva um pouquinho sobre ele. Se não tiver

Page 12: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

informação no livro que você leu, poderá pesquisar em outros livros da biblioteca ou pela

internet; se ainda assim não encontrar informação poderá pedir ao professor que lhe

ajude.

2- Qual o meio de veiculação do texto? (ou seja: é uma revista, um livro, um

jornal, uma coletânea, etc.)

3- A que gênero textual pertence?

4- Qual é o título? (que função esse título vai exercer nesta história, quando

chama a atenção do leitor, tem qual intenção quanto ao sentido?)

5- Com previsões motivadas pelo título, adentramos ao texto, prosseguindo com

nossa atividade de produção de sentido:

a) Analisando as personagens. Quais são elas? Como o autor as apresenta no

primeiro parágrafo?

b) No decorrer da história, o autor usa outros termos para referir-se à

personagem? Quais?

c) Existe na narrativa algum tipo de oposição entre as personagens? (amigos X

inimigos, bonito X feio, mãe X pai X filho, etc); se houver, procure relacioná-los conforme

o exemplo na própria questão.

d) De que forma o autor caracteriza as personagens? (magro, velho, forte,

esbelto, linda, solitária, etc.). Cite alguns exemplos.

6) Analisando cada parágrafo, procure relatar-nos o que ocorre com as

personagens no decorrer da história.

Após esta atividade, o professor poderá passar em slides, ou no próprio

computador, um pequeno histórico sobre o conto, para que os alunos se inteirem do

mesmo:

CONTO: UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

Segundo Cereja e Magalhães (1999, p.186), o conto, de origem antiga liga-se ao

desejo de contar e ouvir história próprio do ser humano e surge precocemente na História.

Surge das narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, narrativas dos bardos

gregos e romanos, pelas lendas orientais, pelas parábolas bíblicas, pelas novelas

medievais italianas, fábulas francesas e chega à atualidade, até nós, como o

conhecemos, em livros.

O conto resulta em riqueza de tipos difíceis de se classificar. Assim, em

antologias encontramos contos por nacionalidade: o conto brasileiro, o conto russo, o

conto francês, etc.; ou antologias que os reúnem por regiões: o conto brasileiro do norte,

Page 13: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

do sul, etc.; ou ainda por subgêneros: contos maravilhosos, fantásticos, de terror, de

mistério, policiais, de amor, de ficção científica; e há outras classificações: o conto

tradicional, o conto contemporâneo, o conto moderno, etc.

Gotlib (2006, p.32-33) cita o contista norte-americano Edgar Allan Poe em que

este afirma: “em quase todas as classes de composição, a unicidade de efeito ou

impressão é um ponto da maior importância”. Ao compor uma obra literária, em especial,

o conto, o autor deve levar em conto os efeitos de sentido que este causará em seus

leitores, que vai de uma excitação à exaltação da alma. Deve ser dosado para não

exterminar esse efeito, pois não deve ser estendido em demasia e nem ser tão curto para

não perder totalmente o encanto(...)

Poe (1842, apud Gotlid, 2006,p.34) propõe que se aplique também ao conto, a

mesma teoria com a qual definiu o poema:

No conto breve, o autor é capaz de realizar a plenitude de sua intenção, seja ela qual for. Durante a hora da leitura atenta, a alma do leitor está sob o controle do escritor. Não há nenhuma influência externa ou extrínseca que resulte de cansaço ou interrupção (POE, 1842; apud GOTLIB, 2006, p.34)

Podemos perceber que, para Poe, o leitor está sob o domínio do autor durante o

processo da leitura; esse é um momento ímpar, em que o leitor é dominado e toda a sua

alma está só e unicamente voltada para a narrativa; as influências externas são nulas pois

leitor e obra são únicos e há um envolvimento tão grande que o leitor deixa de existir para

dar lugar à obra, ao escritor, que é onipotente.

Gotlib (2006) afirma que para Poe, a construção do conto está baseada no

extremo domínio do autor sobre todo o material que compõe a narrativa. Como obra

literária, o conto segue etapas como parte da consciência do autor, a partir do que há a

conquista de um único efeito, uma impressão total.

Ainda segundo Gotlib (op. cit.), na leitura que faz de Cortázar (2006, p.35), o

contista:

Concebido com cuidado deliberado, um certo efeito único e singular a ser elaborado, ele então inventa tais incidentes e combina tais acontecimentos de forma a melhor ajudá-lo a estabelecer este efeito preconcebido. Se sua primeira frase não tende à concretização deste efeito, então ele falhou em seu primeiro passo. Em toda a composição não deve haver nenhuma palavra escrita cuja tendência, direta ou indireta, não esteja à serviço deste desígnio preestabelecido (COTÁZAR, 2008; apud GOTLIB, 2006, p.35).

Explicitado está a característica que é fundamental em todo o conto, ou seja, a de

ser econômico em sua narrativa. É preciso, portanto, para o contista acrescentar o

Page 14: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

mínimo de meios para que venha a surtir o mais alto efeito, objetivando conquistar o leitor.

Em não se alcançando esse desejado efeito é preciso retirar e aparar tudo o que não

venha a ser interessante para a leitura e para o leitor. Portanto, ao dar início a esse

complicado e encantador processo de escrever estórias, o autor (escritor) deverá estar

atento ao efeito que quer causar no leitor (encanto, medo, riso, terror, etc.)

O CONTO

O conto que passaremos a estudar agora pode ser classificado como

contemporâneo, pois apresenta um enredo cuja estrutura contém as seguintes partes:

O conto contemporâneo interage com o leitor, fazendo com que este vá além

em suas inferências, além do que está escrito;

Há concisão, brevidade na narrativa (início, meio e fim), economia de

palavras, profundidade, unidade de tempo e ação, poucas personagens;

O formato da história é apresentado por meio de parágrafos, parágrafos que

podem ser longos ou curtos;

O narrador, aquele que conta os fatos na escrita, pode ser observador (que

narra sem interferência nos fatos), ou pode ser participativo (que narra e também participa

dos fatos);

O cenário é bem limitado e o espaço restrito a alguns lugares;

Há diálogos entre as personagens, que vão permitir que se desenvolvam os

possíveis conflitos entre as personagens;

Há um só conflito, pois a ação é bem reduzida;

A narrativa é objetiva.

3º PASSO

Professor(a):

Aqui iniciaremos, então, a nossa leitura com compreensão de sentido. O

professor entregará aos alunos o livro: “Quem conta um conto”-vol 2 –editora FTD –

Biblioteca da Escola (inclusive você, professor, deve tê-lo na escola); trata-se do conto:

“Beijos Mágicos” de Ana Maria Machado.

Os alunos farão uma leitura silenciosa do texto, após o(a) professor (a) fará a

leitura oral, em seguida podem juntos analisar o título e os três primeiros parágrafos:

“Nanda tinha duas casas. Numa ela passava quase todos os fins de semana com

Page 15: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

a mãe. Na outra, ela morava com o pai e a avó.”

Para a construção de sentidos, usaremos algumas estratégias e como leitores

ativos em interação com o autor e o texto, iniciaremos com algumas antecipações e

hipóteses a partir de conhecimentos sobre:

o(a) autor(a) do texto: Ana Maria Machado

E aqui, professor(a), fica uma sugestão: farei com os alunos um pequeno

painel com a foto e dados sobre a vida da autora, sua formação, suas principais obras,

pois se os alunos gostarem de seus textos poderão adquirir outras obras desta autora.

Feito isto, passaremos para o meio de veiculação do texto. Em que local ele

encontrou o conto?

O professor e os alunos estarão com o livro em mãos e verificarão que é um

livro de leitura e literatura, porque se trata de um conto; o livro é acessível a todos os

alunos pois encontra-se na biblioteca da escola.

A partir das dificuldades apresentadas pelos alunos, o professor deve adotar

como objetivos metodológicos os seguintes critérios:

As atividades desenvolvidas poderão contribuir para que o aluno compreenda

que o texto possui unidades temáticas e estruturas globais. Assim sendo, o professor vai

orientando para capacitar o aluno quanto à identificação, a partir de marcas textuais, da

posição do autor com respeito ao conteúdo referencial do texto, o que ocorrerá no 4º

passo.

4º PASSO

Professor(a):

Na sequência, verificaremos com os alunos o título: “Beijos Mágicos” (faremos

antecipações e hipóteses que no decorrer da leitura serão confirmadas ou rejeitadas: Por

que o uso da expressão “beijos mágicos”? Seriam esses beijos milagrosos? Tornariam

eles a pessoa mais feliz? (Aqui entra a opinião dos alunos a respeito da possível escolha

da autora)

Essas hipóteses, no decorrer da leitura, são retomadas, reformuladas e

novamente testadas em um movimento que vai destacando a atividade de leitor,

respaldada em conhecimentos guardados na memória sobre a língua, as coisas do

Page 16: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

mundo, outros textos, lembranças, recordações do passado, ou mesmo do presente que

tenham feito parte da vida do aluno.

A própria palavra “beijos” já nos remete a algo bom, pois só beijamos as pessoas

com as quais temos afinidades, ou das quais gostamos. Pode-se perguntar:

• A quem costumamos beijar?

• O que é um beijo?

• Quando ele ocorre?

• Em quais situações da vida nós beijamos?

• O que vem a ser algo mágico?

• Por que esse beijo seria mágico? (E por hipóteses vamos dialogando com o

aluno, para que ele avance como leitor ativo.)

• No primeiro parágrafo, que foi citado acima, já podemos perceber a

caracterização do conto, através do número reduzido das personagens, que são (aqui o

aluno responderá):Nanda, a mãe, pai ,avó – e o local onde se passa a narrativa – duas

casas (numa em que passava os fins de semana com a mãe e outra, em que morava com

o pai).

• Para quem este conto foi escrito?

• A quem se dá voz neste conto?

• Com que outro texto este conto faz intertextualidade?

• Onde são acomodadas as falas das personagens?

• Por que Nanda tem duas casas?

• O que provavelmente aconteceu com sua família?

• A autora usa, num primeiro momento o substantivo “Nanda”. Após, ela refere-

se a Nanda de que forma?

• Por que a autora usa este recurso na escrita?

• Os avós passam a ter um papel fundamental na vida de Nanda. Qual é esse

papel?

A utilização dos verbos, o tempo da narrativa no conto é geralmente pretérito

perfeito ou pretérito imperfeito, no texto nós temos exemplos desta utilização: tinha,

passava, morava. A utilização destes verbos demonstra que os fatos já ocorreram na vida

das personagens, há um distanciamento no tempo. Vamos verificar outro parágrafo:

“Quem pegava Nanda no colégio e a levava para brincar e andar de velocípede

na praça era a avó.”

Page 17: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

Os verbos aqui apresentados também situarão a temporalidade textual, em

um momento o pretérito imperfeito indicará o tempo da narrativa, quando os fatos se

processam e o pretérito perfeito marca a adjetivação textual, caracterizando passagens

ou até mesmo fatos vivenciados pelas personagens.(“ tinha duas casas”...)

1) Com o uso dos verbos no pretérito imperfeito, podemos perceber que o

narrador também ocupa um lugar na narrativa, ele narra os fatos, porém não faz parte da

história, então denominamos o narrador de narrador-observador, ou seja, ele observa os

fatos e vai narrando, sem fazer parte da história.

2) A partir dos conhecimentos linguísticos, que abrangem o conhecimento

gramatical e lexical, podemos compreender a organização do próprio material linguístico

na superfície textual, que engloba o uso dos meios coesivos para efetuar a remissão ou

sequenciação textual; a seleção lexical adequada ao tema e aos modelos cognitivos

ativados na leitura.

3) Percebemos tratar-se de um texto de fácil compreensão, mas nada impede

que o aluno utilize o dicionário para pesquisar palavras que ele considere de difícil

compreensão, pois os alunos de 5ª série são curiosos e gostam de pesquisar as palavras.

4) A unidade privilegiada aqui é o texto, no que tange à análise linguística, os

recursos coesivos vão dando-lhe uma leveza e fluidez, há uma fusão do trabalho com o

gênero, na medida em que contempla justamente a intersecção das condições de

produção do texto com as escolhas linguísticas: os artigos, advérbios de lugar (numa/na

outra), o texto vai sendo entrelaçado por pronomes relativos (quem), por conectivos que

vão tecendo o texto, proporcionando-lhe fruição: mas, e, assim, então, quando, ou ,

porque, quando, que, em que, ...

5º PASSO

Professor(a):

Continuando a leitura com compreensão de sentidos partiremos para o terceiro

parágrafo:

“Mas quem acordava Nanda com beijinho, tomava café com ela de manhã e a

levava para o colégio era o pai. E também era ele quem de noite botava Nanda para

dormir, conversava um pouco, ajeitava as cobertas, contava história, e dava beijo de boa

noite.”

Page 18: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

Se observarmos a narrativa desde o início até o terceiro parágrafo temos:

a) A personagem principal da história (Nanda)

b) As personagens secundárias (o pai, a mãe e a avó de Nanda)

c) O local onde se passa a narrativa (ora na casa da mãe, ora na casa do pai e

da avó)

d) Quem cuidava de Nanda passou a ser o seu pai, que a colocava para dormir,

conversava, a ajeitava na cama, colocava as cobertas,contava-lhe histórias e dava-lhe um

beijo de boa noite.

A história contada pelo pai, sempre tinha um final feliz como:

“e viveram felizes para sempre”. Para os pais dela, segundo o texto “para serem

felizes para sempre era melhor não ficarem juntos. . E tinha muita pena”.

Podemos dialogar com os alunos sobre esse trecho da história, levantando

hipóteses sobre os tempos antigos, onde a mulher e o marido eram obrigados a viver

juntos porque era uma época diferente, onde mulher separada não era vista com bons

olhos pela sociedade da época. Na atualidade, há uma grande mudança, a mulher tem

um papel social, ela trabalha, pode ter sua autonomia financeira e viver a sua vida, caso

não dê certo o relacionamento afetivo com o seu parceiro. É o que percebemos nesta

história.

Em outro trecho da história Nanda vai expor como ela se sente frente a toda esta

situação:

E Nanda também era feliz para sempre com o pai, naquele apartamento em que

os dois cuidavam um do outro.

Muitas vezes, parecia até que ela era uma daquelas princesas das histórias que o

pai contava.

Branca de Neve, ajudando a cuidar da casa dos anões.

Rapunzel, penteando os cabelos para esperar o príncipe.

Cinderela, dançando a noite toda com o príncipe, mas tendo que ir deitar no

melhor da festa.

A Bela Adormecida, acordando com beijo de príncipe.

E o príncipe sempre era muito bonito e carinhoso, assim meio parecido com o pai

dela. Com quem ela vivia feliz para sempre.

Page 19: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

Percebam que ela vai fazendo comparações com personagens das histórias

infantis, Branca de Neve, Rapunzel, Cinderela, A Bela Adormecida. Por que ela usa esses

exemplos?

Há um novo fato na narrativa; o pai de Nanda começa a ausentar-se de casa, até

que ele acaba contando a ela que conheceu outra pessoa. Nanda passa a ver a

namorada do pai (Bebel) como uma bruxa. Observem o trecho:

“Nanda logo desconfiou o que ela era de verdade. Só perguntou, para conferir:

__Você tem gato?

__Tenho , sim. Como é que você adivinhou?

Toda bruxa tem, ela pensou.”

A que história infantil Nanda está referindo-se neste trecho?

Por que Nanda teve esses pensamentos e tomou essa atitude?

Ao conversar com a mãe a respeito de Bebel, Nanda fica inconformada. Por

quê?

Que lição podemos tirar no final desta história?

6º PASSO

Professor(a):

A seguir passaremos algumas questões relacionadas ao conto “Beijos Mágicos”

da Ana Maria Machado, para que o aluno observe os aspectos relacionados às

características do conto:

1) Por que em sua opinião, os contos são produzidos?

2) Geralmente os contos se relacionam com alguma temática presente em nosso

cotidiano. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa correta.

a) No conto, a história está relacionada:

( ) às relações profissionais das pessoas.

( ) às doenças que prejudicam a saúde das pessoas.

( ) às relações e mudanças familiares.

b) De acordo com a sua organização, podemos dizer que se trata de um conto de:

( ) humor

( ) mistério

( ) psicológico

Na narrativa podem ocorrer duas formas de relatar o enunciado:

Essa relação verbal emissor/receptor efetiva-se mediante o que chamamos

Page 20: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.

-quando há a participação do narrador no enredo, ele é caracterizado como

personagem atuante, diz-se que é narrador-personagem ou participante. O foco

narrativo ou ponto de vista está na primeira pessoa.

-chamamos narrador-observador ao que serve de intermediário entre o episódio

e o leitor – é o foco narrativo de terceira pessoa.

As formas do discurso:

1-O discurso direto constitui a técnica do diálogo. É a personagem em

atividade, animizada, falando. Estrutura-se, normalmente, com a procedência de dois-

pontos e inicia-se após um travessão.

“__Nasceu seu irmãozinho, Nanda. Vamos lá ver.”

2- O discurso indireto caracteriza-se pelo emprego direto da fala do narrador,

impedindo a fala da personagem.

“D Evarista ficou aterrada. Foi ter com o marido, disse-lhe que estava com

desejos.”(Machado de Assis)

Em relação à estrutura textual, como o conto foi organizado? Preencha o quadro

abaixo, conforme o que se pede:

Título

Quantidade de parágrafos curtos

Quantidade de parágrafos longos

Narrador: ( ) participa da história ( ) conta os fatos sem participar da história.

Personagens: ( ) são muitos ( ) são poucos

Presença do discurso: ( ) direto ( ) indireto

Tipologia predominante: ( ) narrativa ( ) argumentativa

O GÊNERO CONTO

Professor(a):

Exploraremos as atividades de leitura e produção escrita.

2.1) Atividade de leitura:

Releia o conto “Beijos Mágicos” de Ana Maria Machado e resolva as atividades

propostas.

a) De acordo com o início do conto, a personagem principal, Nanda, tem uma

situação inusitada em sua vida. Qual é essa situação?

b) O pai de Nanda colocava-a para dormir e lhe contava histórias. Como eram os

finais destas histórias? A que tipo de histórias Nanda faz referência?

Page 21: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

c) A história de vida dos pais de Nanda tem certa semelhança com essas

histórias. Por quê?

e) E Nanda, como passou a ser feliz para sempre?

f) Nanda compara-se às personagens femininas dos contos de fadas. A quem ela

se compara e por quê?

3) Releia o trecho abaixo e responda às questões relativas a ele.

“O pai tinha dito que Bebel era linda, alegre, um amor...”

“Mas não foi nada disso que Nanda viu.”

a) O que Nanda viu em Bebel ? E a quem ela a comparou? Por quê?

b) A Metáfora é um recurso poético, uma comparação direta por proximidade de

dois termos, exemplo: “Ele é um gato” (compara-se diretamente o animal gato à

característica da beleza de um ser). No texto, o narrador compara o bebê a um pássaro.

Ele usou esse recurso porque:

( ) O bebê estava doente.

( ) O bebê não iria sobreviver e precisava de cuidados.

( ) O bebê era frágil , delicado e precisava de carinho e cuidados.

c) Você têm irmãos mais novos? Como você os trata?

d) Na sua opinião, neste parágrafo há uma mudança de comportamento de

Nanda? Por quê?

e) Explique o final da história. Por que ele se parece com um conto de

fadas?

7º PASSO

Professor(a):

Você pode dialogar com os alunos sobre as mudanças no relacionamento das

pessoas, antigamente (no tempo dos avós), era vergonhoso para a mulher que vivia numa

sociedade machista e autoritária, ser uma mulher separada. Mas hoje em dia é natural

pais separarem-se quando o relacionamento não dá certo. Eles podem refazer as suas

vidas, foi o que aconteceu com a família da Nanda.

Como sugestão para as aulas pode ser usado o livro: “Dinâmicas de leitura para

sala de aula” da Mary Rangel; são atividades complementares que podem auxiliar na

Page 22: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

atenção, concentração e criatividade dos alunos.

A ESCOLA

A Escola Estadual Tarquinio Santos, em seu Projeto Político Pedagógico, 2008,

esclarece que os alunos são socialmente adaptados às etnias existentes. Não possuem

défit nutricional, pois pertencem a uma classe social média a baixa.

A Escola possui alunos com nível sócio-econômico bem diversificado. Devido ao

fato da escola se encontrar em um município fronteiriço, também recebe alunos de

diversos países e atende a alunos da área rural que chegam à escola através do

transporte escolar que o município oferece.

Existe ainda a demanda de alunos oriundos de escolas municipais e particulares.

Alguns alunos possuem dificuldades de aprendizagem como:

a) Falta de concentração em consequência de problemas familiares,

financeiros , de saúde, psicológicos, etc.

b) Leitura e interpretação, adição e subtração e oralidade são, por parte

de alguns alunos, bem fracas.em consequência da diversidade de

lugares de que procedem.

Ato Conceitual

Princípios filosóficos

Os princípios filosóficos da Escola estão amparados na Lei nº 9394/96, visando

ao desenvolvimento pleno do educando em suas potencialidades, para o exercício social

e profissional, bem como: aprimorar a liberdade de ensino, a pesquisa e a divulgação do

pensamento, da arte e do saber,(...)

A escola tem por objetivo maior subsidiar a organização coletiva da prática

pedagógica, a partir da qual os educadores se sintam desafiados a assumir uma prática

reflexiva, crítica, criativa, através de ações coletivas.(...)

Portanto, pretende-se ofertar aos alunos seviços educacionais com base nos

princípios da lei 9394/96, título II, artigo 2º e 3º.

Artigo 2º- A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios da

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Artigo 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Page 23: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

II – Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

III – Respeito à liberdade e apreço a tolerância.

Concepções Educacionais

(...) A comunidade escolar deve estar atenta âs transformações sociais em todos

os níveis, portanto há a necessidade de uma escola que:

- discuta e avalie o seu papel o processo educativo;

- busque respostas para os seus problemas e repense a sua função;

- seja ousada utilizando novos critérios nas formas de trabalho, nas relações do

conhecimento científico;

- cumpra seu papel de refletir sobre:

a- o que é educar?

b- o que é ser cidadão?

c- que valores e conhecimentos a sociedade necessita?

d- utilize metodologias que assegure o sucesso no processo ensino-

aprendizagem;

e- garanta o sucesso dos alunos combatendo a evasão e repetência e que os

mesmos possam obter o domínio de conhecimentos básicos necessários ao processo de

globalização, tornando-se assim, numa formação integral, seres críticos e atuantes;(...)

Esperamos que esta produção didático-pedagógica atinja os objetivos esperados

pelo estabelecimento de ensino e que venha a enriquecer a qualidade de ensino a que ela

se destina.

Referências Bibliográficas

ADNRADE, Carlos Drummond de. De conto em conto. v. 2 São Paulo: Ática. FNDE-Ministério da educação, 2002.

BAKHTIN, Mikhail – Estética da Criação Verbal ,S.P. Martins Fontes, 1992.

COSTA_HUBES, Terezinha da Conceição; BAUMGARTNER, Carmen Teresinha. (organizadoras). Sequência Didática – AMOP - Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Departamento de Educação. Gráfica Assoeste e Editora Ltda, 2009.

GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. Série Princípios. São Paulo: Ática, 2006.

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. 2010, editora Contexto.

KOCH, Ingedore Villaça. Repensando a Língua Portuguesa. A Coesão textual,

Page 24: FICHA CATALOGRÁFICA - Paraná · A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano,

Mecanismo de constituição textual a Organização do texto fenômenos de linguagem. 11. ed. Contexto, 1999.

MACHADO, Ana Maria. et al. Quem conta um conto? v. 2. Coleção Literatura em minha casa. São Paulo: FTD.FNDE-Ministério da Educação, 2001.

RAMOS, Graciliano. et. al. Contos. Para Gostar de Ler. v. 8. 9 ed. São Paulo: Ática, 1994.

RANGEL, Maria. Dinâmicas de leitura para sala de aula. Editora Vozes, 2009.

REVISTA NOVA ESCOLA. Edição Especial. v. 5. n. 2. Contos: uma seleção de 27 textos para ler com crianças e adolescentes. São Paulo: Abril, 2010.

SABINO, Fernando. et. al. Para Gostar de Ler: Histórias Divertidas. 10 ed. v. 13. São Paulo: Ática, 2001.

SANTOS, Leonor Werneck dos. Articulação Textual na Literatura Infantil e Juvenil. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Paraná, 2008.