Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema...

110
Os exemplares podem ser encontrados na: Associação de Ensino Julian Carvalho - AEJC Rua Onze de agosto, 2900 - Bairro Valinho - Tatuí-SP - CEP 18277-000 Telefone (15) 3259-4024 - Email - [email protected] EDIÇÃO Profa. Dra. Carla Barreto EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL E CAPA Tarcisio Santos Silva Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara - FAESB - Tatuí-SP 600 IV Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB S612 Anais... IV Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB, 12 a 13 de novembro de 2013. – Tatuí: FAESB, 2013. 136 p. ; 21×29,7 cm. ISSN: 2176-4336 1. Ciências Aplicadas. 2. Engenharia Agronômica. 3. Administração. 4. Ciências Contábeis. 5. Sistemas de Informação.

Transcript of Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema...

Page 1: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

Os exemplares podem ser encontrados na: Associação de Ensino Julian Carvalho - AEJC

Rua Onze de agosto, 2900 - Bairro Valinho - Tatuí-SP - CEP 18277-000 Telefone (15) 3259-4024 - Email - [email protected]

EDIÇÃO Profa. Dra. Carla Barreto

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL E CAPA Tarcisio Santos Silva

Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara - FAESB - Tatuí-SP

600 IV Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB S612 Anais... IV Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB, 12 a 13 de novembro de 2013. – Tatuí: FAESB, 2013. 136 p. ; 21×29,7 cm.

ISSN: 2176-4336

1. Ciências Aplicadas. 2. Engenharia Agronômica. 3. Administração. 4. Ciências Contábeis. 5. Sistemas de Informação.

Page 2: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente de Honra:

Prof. MSc. Antônio David Julian

PRESIDENTE EXECUTIVO: Profª. Esp. Regiane Cardoso de Oliveira

COMISSÃO EDITORIAL: Profª. Drª. Carla Alessandra Barreto

Tarcisio Santos Silva

COMISSÃO INFRAESTRUTURA, SERVIÇOS E MARKETING: Profª. Esp. Cristiane Bevilaqua Mota

Prof. Esp. Célio Alves de Castro

Prof. Danilo Augusto Silva

Profª. Esp. Lilian Faustino da Rosa

Prof. Dr. Thiago Fonseca Mezette

Prof. Esp. Odair de Alemida Ferreira

Prof. MSc. Vanessa Valença de Morais COMISSÃO DE SECRETARIA: Keila Janaina dos Santos Cruz

COMISSÃO DE TESOURARIA: Silvia Maria de Oliveira Peixoto

Bruna Carolina Nunes

COMISSÃO CIENTÍFICA: Profª. Drª. Carla Alessandra Barreto

Profª. Drª. Elis Cristine Vilarinho

Prof. Dr. Fábio Albuquerque Entelmann

Profª. Drª. Terezinha Aparecida Martins Gomes de Castro

Prof. Dr. Thiago Fonseca Mezette

Profª. MSc. Francine Scolfaro Ponzo

Prof. MSc. Gustavo Castilho Beruski

Profª. MSc. Paula Hypólito de Araújo

Prof. Esp. Milton Alves Moreira

Profª. Esp. Regiane Cardoso de Oliveira

Page 3: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 2 COMISSÃO ORGANIZADORA .................................................................................................. 3 ADMNISTRADOR X CONTADOR .............................................................................................. 5 CORRÊA, Anderson

UM PANORAMA SOBRE O PERFIL DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR PRIVADO .......... 11 MORAIS, Vanessa Valença de BALANÇO SOCIAL: O SEU SURGIMENTO E COMO ELABORÁ-LO ................................... 20 SILVA, Ana Paula Cassemiro da RESPOSTA PRODUTIVA A APLICAÇÃO DO COMPOSTO SEACTIV® NA CULTURA DA SOJA ......................................................................................................................................... 29 BARDUZZI, Raphael Augusto Et. Al SEGURANÇA DO TRABALHO APLICADA À AGRONOMIA ................................................. 36 DIANA, Washington Luís Et. Al GESTÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS ................................................................................... 41 MARQUES JR, Antonio de Jesus Et. Al AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E DO TEMPO DE COZIMENTO DA MANDIOCA SUBMETIDA A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE FÓSFORO E CÁLCIO .................... 52 RAMOS JR. José Angelo Et. Al CONTROLE BIOLÓGICO COM ÊNFASE NO CONTROLE COM PARASITOIDES E PREDADORES ......................................................................................................................... 60 OKAZAKI, Alexandre A. M. C. Et. Al EFEITO DE BIOESTIMULANTES NA CULTURA DO ALFACE .............................................. 65 COSTA, Mateus Rodrigues da Et. Al CULTIVO DE MARACUJÁ COMO GERAÇÃO DE RENDA EM PEQUENAS PROPRIEDADES ................................................................................................. 73 RIGONATO, Carina Ap. Et. Al FERRUGEM ALARANJADA NA CANA DE AÇÚCAR ............................................................ 80 SANTOS, Cleidiomar de Lima Et. Al PROCESSO SELETIVO ............................................................................................................89 MIRANDA, João Batista Senas Et. Al A AUDITORIA CONTÁBIL EM ÂMBITO GERAL ................................................................... 93 SILVA, Jaine Gabriela da Et. Al AVALIAÇÃO DE MÉTODO IN VITRO PARA CONTROLE DE XANTHOMONAS SP. ................................................................................................................98 FREITAS, Thiago H. C. de Et. Al USO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA AGRICULTURA ...................................................... 107 ZATARIN, Vinícius

Page 4: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

5

ADMNISTRADOR X CONTADOR Anderson Corrêa

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo expor ao caro leitor e analista deste, os conceitos sobre o que é ser um administrador e um contador; seus objetivos e responsabilidades dentro de uma organização. Também será visto as diferenças de um para o outro, em quais aspectos um exerce vantagem sobre outro e também as desvantagens entre ambos. Será destacado com ênfase nesse trabalho o contador como sendo o centro do sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até seu fim, seja por falência ou não; assim como também será marcado toda a funcionalidade de um administrador, desde a etapa inicial de um processo, até o final, onde deverá ser concluído dentro do tempo estabelecido. Conterá também citações de profissionais em cada uma das áreas que serão situadas, expondo seu ponto de vista, também haverá a conclusão do trabalho, fechando com um breve resumo final de tudo que foi falado e apresentado, e por fim as referências, fontes de onde foi feito a pesquisa e da onde se obteve o resultado que será demonstrado.

PALAVRAS-CHAVE: Contador. Administrador. Empresa. ABSTRACT:

This work aims to expose dear reader and analyst of this , the concepts of what is to be a manager and an accountant ; their goals and responsibilities within an organization . It will also be seen to differ from one another, which in one aspect has an advantage over another and also disadvantages of both. Will be highlighted with emphasis in this work the counter as the center of the financial system of a company , its participation from the beginning of a company , to its end , either through bankruptcy or not, will be marked as well as all the functionality of an administrator , from the initial stage of a process to the end , which should be completed within the set time . It will also contain quotes from professionals in each of the areas that will be located , exposing their point of view , there will also be the completion of the work , with a brief closing summation of all that has been spoken and presented , and finally the references , sources where research has been done and where we got the result that will be shown .

KEYWORDS: Company. Accountant. Manager.

Page 5: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

6

1 O ADMNISTRADOR

Hoje em dia o administrador de empresas é aquela pessoa que chama para si

a responsabilidade de dirigir todo o ciclo do negócio da empresa, desde o

recrutamento e seleção até o resultado final do produto.

Ele é responsável pela direção da empresa (seja ela privada ou publica),

tendo como objetivo o alcance dos resultados propostos para que assim tenha uma

maior probabilidade de seu lucro igual ou maior do que foi estimado provavelmente

em reuniões anteriores.

Para alcançar tais objetivos o administrador segue uma série de etapas o qual

pode ser explicado melhor quando falamos sobre processo administrativo que será

explicado no próximo tópico logo abaixo.

1.1 Processo Administrativo

O processo administrativo é composto por todos os procedimentos que são

executados para que os objetivos almejados possam ser alcançados.

São nesse processo que é colocado em pauta todos os recursos e é pensado

num método mais eficiente (mais rápido de forma que seja mais econômico), para

conseguir o resultado.

O processo administrativo é dividido basicamente em: planejamento,

organização, direção e controle da empresa, que serão estudados mais

detalhadamente nos seguintes tópicos um por um.

1.1.1 Planejamento

O primeiro passo a ser realizado pelo administrador, sem dúvidas é o

planejamento, pois é nele que será analisado todos os recursos que a empresa tem

em seu poder (matéria prima, mão de obra, máquinas, etc.), e também quais são os

objetivos propostos.

Estudando dessa forma, deverão ser estabelecidos os meios/metas que os

levarão aos objetivos de forma mais eficiente, assim como também as políticas do

trabalho, as metas e as prioridades para cada processo do esquema proposto.

Page 6: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

7

1.1.2 Organização

Após a conclusão da primeira etapa que é o planejamento, deve ser feito a

organização do processo, ou seja, o administrador vai definir profissionais

específicos para cada etapa do processo, vai selecionar cada departamento e

supervisor para este, onde fique responsável pela tomada de decisão de cada etapa

do processo.

1.1.3 Direção

Esta parte do processo administrativo é a qual mostra a ligação entre os

empregados e os seus supervisores, e supervisores para gerência.

Cada supervisor tem seu setor de trabalho, onde está seu grupo que

executam uma das etapas que foi estabelecida no planejamento, e eles respondem

ao supervisor; assim como o supervisor também deve relatar a gerência cada passo

que é dado, sem omitir quaisquer informações, e se algo der errado, é o supervisor

quem assume o dano causado e é dele que se chama atenção, e depois ele chama

a dos empregados.

Uma das táticas usadas pela direção é motivar seus empregados a fim de que

cada um faça o seu melhor e atinja o resultado; há várias formas de motivar alguém,

e isso pode variar de pessoa pra pessoa. Cada um tem um jeito diferente de se

sentir a vontade, e isso muito das vezes é a própria pessoa que tem que descobrir.

1.1.4 Controle

O controle administrativo, geralmente é feito para que se saiba como está

sendo executadas as etapas que foram pré-descritas no planejamento, se tudo está

ocorrendo como o esperado, se houve alguma divergência no meio do caminho, se

o tempo está dentro do estipulado; caso algo não esteja de acordo, é o pessoal do

controle quem deverá entrar em cena para a tomada de decisão que melhor se

encaixa na situação que se encontra o processo.

Page 7: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

8

2 O CONTADOR

O contador exerce na empresa a função de cuidar de toda parte financeira,

econômica e patrimonial, ou seja, toda a parte burocrática, desde o momento que

vai abrir uma empresa até o seu momento de fechar as portas.

É o contador quem faz o controle do caixa de uma empresa, o controle de

todas as saídas e entradas que se obteve num determinado período seja este

equivalente a um dia, uma semana, um mês, um ano ou o quanto a empresa

desejar.

2.1 Importância do contador para a empresa

Um contador é de extrema importância para uma empresa, pois é ele quem

avalia cada número, cada valor que é citado no balanço patrimonial, pois após fazer

a análise, é ele quem vai direcionar o administrador da empresa a tomar a melhor

decisão sobre o seu ponto financeiro.

Claro que um contador deve andar em dia com as atualizações das leis que

regem nosso país, para que assim posso instruir da melhor forma seu cliente, para

que não possa vir a ter problemas financeiros.

Muito das vezes não há muita escolha, pois os dois lados podem levar a dois

rumos ruins, e é nessa hora que entra a experiência do contador, que tem que

indicar qual forma poderá se perder menos, visando os resultados no futuro próximo

ou não.

2.2 Características de um contador

Um contador hoje em dia deve ter um perfil formalizado já que não pode ser

abalado ou chantageado por ninguém, pois em suas mãos se encontra uma tarefa

muito importante que é a de lidar com a parte monetária da empresa.

Ele deve possuir as seguintes qualidades: organização, ética, atenção a

detalhes e ser seguro quando estiver de frente a um problema.

A organização sem dúvida é um fator que todo profissional deve ter, pois

nessa etapa você tem que definir a prioridade de cada coisa.

Ética, para não agir fora da lei, e contra ao povo e a sociedade, que seria

simular valores inexistentes.

Page 8: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

9

A atenção é sem dúvidas um fator extremamente importante, pois o

esquecimento do menor dos detalhes pode causar a maior das diferenças em algum

resultado final.

E por fim a segurança, a qual todo profissional tem que ter, saber o que estar

fazendo e confiar que este é o melhor modo de fazê-lo.

3 CONTADOR X ADMINISTRADOR

Como foi possível observar, o contador e o administrador são dois

profissionais dos quais a empresa depende extremamente, e são dois grandes

agentes no ciclo da empresa.

Mas agora como saber qual é o mais importante? Qual será o mais sábio?

Qual fará mais falta?

Estas são perguntas que ao meu ponto de vista não podem ser respondidas escolhendo um ao outro, mas sim dando o exemplo de uma frase que foi criada pelo pensador Paulo Freire.

“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes” (PAULO FREIRE)

Esta frase diz claramente o porquê de existir mais de um departamento numa

empresa, pois cada departamento entende de sua especialidade, por exemplo:

alguém que cuida de marketing não entende da extração da matéria prima para se

fazer um produto.

Pois então, o administrador e o contador são extremamente essenciais, não

se pode esclarecer quem é melhor que o outro, somente pode deixar claro que os

dois são fundamentais em cada uma de suas funções, que unidas contribuem para o

sucesso de uma empresa.

CONCLUSÃO

Como foi demonstrado ao longo deste trabalho, o administrador possui

enorme papel a desempenhar numa empresa, assim como o contador, pois ambos

são responsáveis por uma determinada área da empresa; o contador cuida mais da

parte financeira e o administrador cuida mais da parte administrativa mesmo da

empresa que seria a execução das metas e tarefas para alcançar um objetivo

almejado.

Page 9: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

10

Também foi demonstrado como deve ser o perfil de um contador, pois assim

como o administrador, do mesmo jeito que eles têm o poder para levar uma empresa

ao sucesso, também possuem o poder para levar uma empresa à falência, sem

direito a nenhum centavo sequer. Bom seria que em todos os casos houvesse

honestidade dos dois lados para que assim a justiça prevalecesse, mas infelizmente

não é sempre assim.

E também no conflito estabelecido entre o administrador e o contador, como

foi falado, não se pode descobrir qual dos dois é melhor pois cada um tem

habilidades únicas e a empresa não necessita apenas do serviço de um, mas sim da

união dos dois para que assim possa haver um ponto de equilíbrio entre as duas

áreas da empresa, tanto financeira como administrativa.

REFERÊNCIAS

Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/quem-e-o-administrador-afinal/20243/>. Acesso em: 15 setembro 2013.

<http://www.fea.usp.br/conteudo.php?i=194>. Acesso em: 12 setembro 2013.

<http://www.contabeis.com.br/artigos/827/o-contador/>.Acesso em: 12 setembro

2013

Page 10: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

11

UM PANORAMA SOBRE O PERFIL DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR PRIVADO

Vanessa Valença de Morais1

Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

Desde a década de 90, o ensino superior vem crescendo expressivamente,

especialmente o setor privado, o que motivou este estudo com o objetivo de, através

da pesquisa bibliográfica, conhecer o perfil do docente do ensino superior privado,

em seu contexto e circunstâncias de crescimento, principalmente discutindo o

entendimento docente quanto à responsabilidade de ensinar.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino Superior. Docente Universitário. Setor Privado.

ABSTRACT

Since the 90s, higher education has grown significantly, especially the private sector,

which motivated this study with the aim of, through bibliographic research, know the

profile of teachers of private higher education in its context and circumstances of

growth mainly discussing the understanding teaching as to the responsibility of

teaching.

KEYWORDS: Higher Education. Lecturer. Private Sector.

Introdução

De acordo com Cavalcante (2006), no contexto da privatização ocorrida em

diversos setores brasileiros, houve também, no duplo governo do ex-presidente

Fernando Henrique Cardoso, que correspondeu ao período de 1995 a 2003, a

facilitação para a criação e do credenciamento de novas Faculdades e Centros

Universitários, destacando as instituições privadas do ensino superior, que de

acordo com o Censo da Educação Superior (2000, 2005 e 2009), apresentado pelo

INEP, no ano de 2000 havia 1180 instituições de ensino superior no Brasil, sendo

que 1004 eram privadas, ou seja, as instituições privadas representavam 85% da

educação superior existente no Brasil.

1 Professora. FAESB. [email protected]

Page 11: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

12

Esse crescimento consolida-se no governo do ex-presidente Luís Inácio Lula

da Silva, que de acordo ainda com o censo apresentando pelo INEP, em 2005 havia

2165 instituições de ensino superior, sendo que 1934 eram privadas, ou seja, 89,3%.

E em 2009, havia 2314 instituições, sendo 2069 do setor privado, representando,

portanto, 89,4%, conforme apresenta o gráfico abaixo.

Gráfico 1 – Evolução do número de instituições da educação superior brasileira, no

período de 2000 a 2009

Fonte: Censo da educação superior / MEC / INEP / Deep, 2009

Apenas como parâmetro de análise do crescimento demonstrado acima, de

acordo com o censo feito pelo INEP (1980), em 1980 havia 881 instituições de

ensino superior, sendo 682 privadas e 199 públicas, tendo o setor privado 77,4% de

expressão.

Em 1998 havia 973 instituições de ensino superior, sendo 764 privadas e 209

públicas, sendo 78,5% do setor privado.

O aumento no número de instituições no período de 1998 a 2009 foi de

137,5%, sendo que apenas no caso do setor privado esse aumento foi de 764

instituições em 1998 para 2069 em 2009, ou seja, o número de instituições privadas

cresceu 171%.

Diante dessas circunstâncias, houve a necessidade de contratação de mão-

de-obra, ou seja, de docentes para o ensino superior, especialmente o privado.

Page 12: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

13

Segundo dados relatados por Morosini et al. (2000), para termos uma noção

dessa expansão, tínhamos no ensino superior privado 131.641 professores em

1990, e 165.122 em 1998.

Esse crescimento fortifica a importância de estudo sobre a docência

universitária, levando ao questionamento desse trabalho: qual o perfil desses

docentes? Estão preparados para o exercício acadêmico?

Morosini et al. (2000) complementa ainda que enquanto nos outros níveis de

ensino o professor é bem identificado, no ensino superior parte-se do princípio de

que sua competência advém do domínio da área de conhecimento, na qual atua.

Diante desse cenário, o objetivo deste estudo é, através da pesquisa

bibliográfica, conhecer o perfil do docente do ensino superior privado, no contexto de

expansão do setor, dadas as circunstâncias criadas por esse crescimento.

O Ensino Superior Privado no Brasil

Com a expansão do ensino superior, a facilidade de acesso às instituições fez

crescer consideravelmente a procura por cursos de graduação, conforme mostra o

quadro abaixo.

Quadro 1: Número de alunos matriculados no ensino superior de 1998 a 2010

Fonte: INEP 2000 (apud OLIVEN et al., 2002).

De acordo com Martins (2009), o “novo” ensino superior privado de perfil

empresarial surgiu na medida em que as universidades públicas, sobretudo as

federais, modernizadas pela Reforma Universitária de 19682, não conseguiram

2 Reforma Universitária de 1968 - A reforma universitária implementada pela ditadura militar produziu um novo paradigma de educação superior no Brasil. No início da década de 1970, as universidades, públicas e confessionais, já se encontravam estruturadas com base nos seguintes padrões acadêmicos: introdução dos vestibulares unificados e classificatórios; fim do sistema de cátedra;

Page 13: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

14

atender à crescente demanda de acesso. Sua expansão foi possível devido à

retração do ensino público na absorção da demanda.

Em 1996, havia 211 IES públicas e 711 privadas. Em 2004, eram 224 as públicas e 1.789 as privadas. Segundo o Censo divulgado pelo INEP, em 2007 o Brasil contabilizava 2.281 IES, sendo privadas 89% do total; dos 4.880.381 estudantes, 73% estavam matriculados em IES privadas, sendo 2.644.187 em Universidades (54%), 680.930 nos Centros Universitários (14%) e 1.555.256 em Faculdades isoladas (32%), geralmente de pequeno porte (DIAS SOBRINHO, 2010, p. 4).

Em 2002, conforme exibido no gráfico e quadro abaixo podemos notar a

distribuição de alunos por tipo de instituição e como o setor privado se sobrepõe ao

público.

Gráfico 2: População estudantil por tipo de instituição

Fonte: INEP 2000 (apud Oliven et a.l, 2002)

dedicação exclusiva dos docentes; criação dos departamentos; adoção do regime de créditos como mecanismo de integralização dos cursos; indissociabilidade entre ensino e pesquisa; cursos de graduação divididos em duas fases: ciclo básico e especialização profissional; e pós-graduação composta de dois cursos distintos: mestrado e doutorado. Esses elementos, até hoje, continuam estruturando o mundo acadêmico brasileiro. Dito de outra forma: a universidade que temos ainda é, na sua essência, aquela herdada da ditadura militar (Ferreira Jr e Bittar, 2004).

Page 14: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

15

Quadro 2: Evolução da matrícula em instituições públicas e privadas

Fonte: SCHWARTZMAN; SCHWARTZMAN (2002)

É indiscutível e notório o crescimento do ensino superior privado, no entanto,

através da próxima subseção, este estudo discutirá a cerca do perfil docente

enquadrado neste contexto.

O Docente de Ensino Superior Privado

Como podemos observar na tabela abaixo, o número de docentes no ensino

superior privado cresceu 154% entre 1980 e 2004, dos quais apenas 16,9%

trabalham em regime de dedicação exclusiva, o que inicia nesse estudo um

delineamento do perfil do docente de ensino superior privado, profissional que

normalmente, tem duas ou mais atividades profissionais concomitantemente, com

ingresso no exercício da docência, muitas vezes, sem experiência como docente e

sem capacitação didático-acadêmica.

Tabela 1: Evolução do número de docentes no ensino superior

Fonte: BOSI (2007)

Page 15: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

16

De acordo com Morosini et al. (2000), no que tange as diferenças entre o

público e o privado As instituições públicas têm professores mais qualificados que as

particulares: 28% são doutores, contra 9% das particulares. Com mestrado, são 30%

nas públicas e 25% nas particulares. Com especialização, 24,8% nas públicas e

45% nas particulares. E sem pós-graduação, são 17% nas públicas e 20% nas

particulares. E quanto ao regime de trabalho, no público, via de regra, o professor

não trabalha por hora-aula, como no privado, mas ele tem, por exemplo, no caso do

regime de 40 horas, um período de tempo que não é atividade de sala de aula. É

atividade de pesquisa ou de extensão.

Ferenc e Mizukami (2005) comentam que no que se refere à formação e

preparação do professor universitário para o exercício de ensinar há pouca atenção

dada a este segmento de ensino, e que os docentes do ensino superior não

apresentam uma identidade única.

Morosini et al. (2000) analisa que a legislação de educação superior

apresenta limites quanto à formação didática do professor. Na Lei há a explicitação,

apenas, de que o docente do ensino superior deve ter competência técnica, mas não

há uma definição da compreensão do termo.

“Não há tradição de treino profissional no ensino superior, e os professores

jovens sempre foram deixados sós, exceto talvez um breve curso de iniciação”.

(GRAY; HOY apud FERENC; MIZUKAMI, 2005, p. 4)

Pimenta e Anastasiou (2002), afirmam que, embora os professores possuam

experiências significativas e trajetória de estudos em sua área de conhecimento

específica, é comum o predomínio do despreparo do que seja o processo de ensino

e de aprendizagem, pelo qual passam a ser responsáveis a partir do instante em

que ingressam na sala de aula.

Ferenc e Mizukami (2005) ressaltam que com exceção do apoio nas ementas

das disciplinas com as quais irão trabalhar, que já se encontram estabelecidas, os

professores que ingressam no ensino superior percorrem o caminho do ensino

solitariamente, ficando os processos de aprendizagem e os saberes próprios à

docência em segundo plano, para o contexto de prática, na tese do “aprender

fazendo”, adquirindo noções através da experiência de ensaios e erros na sala de

aula. Enquanto Cavalheiro e Simon (2009, p. 4) define que o docente universitário

deveria ser:

Page 16: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

17

Um cidadão competente e competitivo; inserido na sociedade e no mercado de trabalho; com maior nível de escolarização e de melhor qualidade; utilizando tecnologias de informação na sua docência; produzindo seu trabalho não mais de forma isolada, mas em redes acadêmicas nacionais e internacionais; dominando o conhecimento contemporâneo e manejando-o para a resolução de problemas. Um docente que domine o trato da matéria do ensino, a integre ao contexto curricular e histórico-social, utilize formas de ensinar variadas, domine a linguagem corporal/gestual e busque a participação do aluno.

A discrepância entre o prescrito e o realizado é bastante grande, até porque

quando se fala em manejar o conhecimento para a solução de problema e produção

de trabalho nacional e internacional, não podemos dissociar esse tema da pesquisa

e extensão, o que nas instituições privadas ocorre de maneira tardia, ou não ocorre

dada a limitação de custos, pois a realização de pesquisa e extensão demanda

recursos, ou até mesmo limitação de identificar docentes com o perfil e

disponibilidade de tempo para essas atividades, uma vez que eles não possuem

dedicação exclusiva, estão engajados em duas ou mais atividades profissionais, o

que exige por parte das instituições um esforço em formar em alguns docentes em

que se observa perfil ou potencial para desenvolver habilidades para a prática

dessas atividades.

Considerações Finais

Percebe-se que o tratamento do tema ensino superior privado é bastante

complexo.

Podemos notar que o perfil do docente de ensino superior, baseado na

legislação, não difere entre o ensino público e o privado, de ambos não se exige

preparo ou capacitação na área acadêmica, nem a preocupação em se oferecer

essa capacitação por parte da instituição.

A experiência é adquirida e aprimorada com base nas realizações práticas.

Mas o que determina as diferenças entre docentes do setor público e privado estão

relacionadas ao perfil da instituição, se pública, existe a exigência da titulação, o

foco do ensino está baseado em desenvolver no aluno a pesquisa e a extensão, e

obviamente exige do docente essa competência. Mas partindo da expansão do

ensino superior privado, podemos notar que o perfil docente consiste no profissional

com carga horária basicamente voltada à sala de aula, sem desenvolver atividades

de pesquisa e extensionistas, remunerado por hora-aula, com predominância da

Page 17: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

18

titulação de especialista, o que está na contramão do desenvolvimento de atividades

que transcendam a sala de aula.

Mas o estudo, através da evidência dessas informações propõe uma reflexão,

o repensar do ensino superior, convidando as instituições a investirem em

capacitação docente, especialmente capacitações que abordem questões como

didática no ensino superior, que vão desde ao planejamento do conteúdo da aula até

a sua execução e seus métodos avaliativos, além de capacitações que introduzam o

docente no universo da pesquisa e extensão.

REFERÊNCIAS

BOSI, A. P. A precarização do trabalho docente nas instituições de ensino superior do Brasil nesses últimos 25 anos. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 101, p. 1503-1523, set./dez. 2007 Disponível em http://www.cedes.unicamp.br. Acessado em: 15 de outubro de 2013 BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Evolução da educação superior – graduação 1980 a 1998. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Resumo técnico do censo da educação superior, 2009. CAVALCANTE, J. H. M. O processo de auto-avaliação institucional do sistema nacional de avaliação da educação superior - SINAES como ferramenta de gestão estratégica nas IES: um estudo de caso. Dissertação de mestrado, Fundação Getúlio Vargas-RJ, 2006. CAVALHEIRO, R. SIMON, I. Formação do professor no ensino superior e indisciplina. In: IX Congresso Nacional de Educação, EDUCERE, PUCPR, 2009. DIAS SOBRINHO, J. Avaliação e transformações da educação superior brasileira (1995-2009): do provão ao Sinaes. Campinas, Sorocaba: Avaliação, vol.15 no.1,2010. FERENC, A. V. F.; MIZUKAMI, M. G. N. Formação de professores, docência universitária e o aprender a ensinar. UFSCar.(PICDT/CAPES/ UFV). In: VIII Congresso Estadual Paulista Sobre Formação de Educadores – 2005 UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. FERREIRA JR, A.; BITTAR, M. A ditadura militar e a reforma universitária de 1968. Jornal Ciência & Tecnologia, n.5, em setembro de 2004. MARTINS, C. B. A reforma universitária de 1968 e a abertura para o ensino superior privado no Brasil. Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 106, p. 15-35, jan./abr. 2009 Disponível em http://www.cedes.unicamp.br. Acesso em: 15 de outubro de 2013

Page 18: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

19

MOROSINI, M. C. et al. Professor do ensino superior: identidade, docência e formação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Brasília, abril de 2000. OLIVEN, A. C. ET AL. A educação superior no Brasil. Porto Alegre: IESALC / UNESCO, 2002. PIMENTA, S. G., ANASTASIOU, L. das G. C. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. SCHWARTZMAN, J.; SCHWARTZMAN, S. O ensino superior privado como setor econômico, 2002.

Page 19: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

20

BALANÇO SOCIAL

O SEU SURGIMENTO E COMO ELABORÁ-LO

Ana Paula Cassemiro da Silva¹ Lucineia dos Santos²

Mariana Batista Vieira³

Resumo: Este artigo tem como objetivo uma breve explicação sobre balanço social,

seu surgimento no Brasil e no mundo, como ele é elaborado e porque utiliza-lo,

usando dentro do contexto material retirado de pesquisas, o tema foi desenvolvido

em cima de questões atuais sobre os balanços sociais vistos em meio o

desenvolvimento social. Mostrando que há muitos anos atrás eram utilizados para

apresentar todas as intenções e compromissos de uma empresa para a sociedade.

O que nos motivou a escolher o assunto abordado foi à falta de informações atuais

sobre o balanço social já que existente há muito tempo, porém pouco abordado nos

dias atuais. Deste modo abordamos diversas questões sobre a importância esta

ferramenta nos dias atuais.

Palavra Chave: Balanço social, Elaboração, Responsabilidade Social.

Abstract: This article aims a brief explanation of the social, its emergence in Brazil

and the world, as it is prepared and why use it, using material taken within the

context of research, the theme was developed over current issues about social

reports seen amid social development. Showing that many years ago were used to

present all the intentions and commitments of a company to the public. What

motivated us to choose the subject matter was the lack of current information about

the social as longstanding, but little discussed today. Thus we address several

questions about the importance this tool today.

Keyword: Social report, Development, Social Responsibility.

Page 20: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

21

Introdução

Desde a 1970 o Balanço Social é um mecanismo utilizado pelas empresas

para expor publicamente as suas intenções e compromissos sociais, visando à

transparência de suas ações no exercício da responsabilidade social corporativa

(RSC), trazendo informações qualitativas e quantitativas.

O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por múltiplos

profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa

com as pessoas e a vida no planeta. Neste artigo veremos um pouco da história do

Balanço Social, como deve ser elaborado, utilizado e disponibilizado ao publico, qual

o regulamento e as estratégias impostas para estar criando o balanço social

História do Balanço Social

Conceito O Balanço Social é um relatório contábil que demonstra os investimentos financeiros e econômicos empregados em responsabilidade social, sustentabilidade econômica e respeito ambiental. O mesmo tem o compromisso de demonstrar a transparência e a ética das empresas junto a comunidades internas (funcionários) e externas (Instituições sociais, fornecedores, investidores). A Contabilidade como ciência social tem sua responsabilidade para com as pessoas e para com os fatos que dão origem aos números, o Balanço Social surge desta responsabilidade sendo assim para a empresa o Balanço Social é utilizado como fonte de pesquisa, então para obter exatidão ao realizar o relatório, deverá conter todas as informações necessárias e as mesmas devem estar refletidas na contabilidade.

É importante destacar que a divulgação do balanço social é uma ferramenta de gestão interna que visa justificar investimentos a curto e longo prazo que justifiquem as atitudes tomadas pelas empresas no sentido de agregar valor ético, social e econômico sobre o seu patrimônio. (Boletim Balanço Social, Aspectos Gerais Disponível em: www.econeteditora.com.br)

Histórico

Segundo Torres a partir dos anos de 1960 e 1970 que a população começou a

se cobrar pela responsabilidade social dentro das empresas, sobre a importância da

própria divulgação dos resultados da empresa através dos chamados balanço social

Page 21: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

22

essa necessidade se deu início primeiro nos Estados Unidos, por diante na França,

Alemanha e por fim na Inglaterra.

Mas foi na Europa em 1971 que teve maior repercussão, pois uma

companhia Alemã chamada STEAG teve a ideia de produzir um chamado relatório

social, o qual demonstrava as suas atividades sociais. Mas logo em 1972 na França

que a empresa SINGER modificou e atualizou assim fazendo surgir o primeiro

balanço social da história das empresas. (TORRES, Balanço Social)

E depois dessas empresas e com o surgimento de outras em 12 de julho de

1977, foi aprovada a Lei 77.769, que se tornou obrigatório à realização de Balanços

Sociais periódicos para todas as empresas com mais de 700 funcionários.

(TORRES, Balanço Social)

Segundo históricos o primeiro Balanço social do Brasil surgiu na Bahia no

ano de 1984 na empresa chamada Nitrofertil. No mesmo período, estava sendo

realizado o Balanço social do Sistema Telebrás, publicado em meados da década

de 80. O do Banespa, realizado em 1992, compõe a lista das empresas

precursoras em Balanço social no Brasil. (TORRES, Balanço Social)

No ano de 1997 o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o Instituto

Brasileiro de Análise Social e Econômico (Ibase), reuniu vários empresários para

demonstrar o balanço social. E este modelo foi desenvolvido no Ibase em parceria

com diversos representantes de empresas públicas e privadas, a partir de inúmeras

reuniões e debates com setores da própria sociedade. (TORRES, Balanço Social).

Segundo Ciro Torres A função principal do balanço social da empresa é tornar público a responsabilidade social da empresa. Isto faz parte do processo de por as cartas na mesa e mostrar com transparência para o público em geral, para os atentos consumidores e para os acionistas e investidores o que a empresa está fazendo na área social. Assim, para além das poucas linhas que algumas empresas dedicam nos seus balanços patrimoniais e dos luxuosos modelos próprios de balanço social que estão surgindo, é necessário um modelo único - simples e objetivo. Este modelo vai servir para avaliar o próprio desempenho da empresa na área social ao longo dos anos, e também para comparar uma empresa com outra. Empresa que cumpre seu papel social atrai mais consumidora e está investindo na sociedade e no seu próprio futuro. E mais ainda, tem o direito, antes do dever, de dar publicidade às suas ações. Porém, esta propaganda será cada vez mais honesta e verdadeira, na justa medida em que utilizar parâmetros iguais e permitir comparações por parte dos consumidores, investidores e da sociedade em geral. (TORRES, Balanço Social)

Page 22: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

23

O objetivo principal de quem atua nesta área deve ser, obviamente, a diminuição da pobreza e das injustiças sociais, através da construção de uma cidadania empresarial. Ou seja, desenvolver uma sólida e profunda responsabilidade social nos empresários e nas empresas, na busca por um maior, melhor e mais justo, desenvolvimento humano, social e ambiental. (TORRES, Balanço Social) Foi por isso que em 1997 o Ibase realizou um amplo seminário no Rio de Janeiro, em parceria com diversas empresas públicas e privadas, onde a discussão em torno da importância da realização do balanço social e da própria responsabilidade social reacendeu-se e voltou a pautar a agenda de empresas, da imprensa, de organizações não governamentais, de institutos de pesquisa e até de instâncias de governo. Para dar prosseguimento a este último grande desafio lançado pelo sociólogo Herbert de Souza (Betinho), realizou-se outro seminário em setembro de 1998 (tendo a Petrobrás e o Jornal Gazeta Mercantil como parceiros), onde destacou-se a importância do reconhecimento e fortalecimento do ”Selo Balanço Social” que está sendo fornecido pelo Ibase às empresas que publicam seu balanço social anualmente. (Ciro Torres, disponível em: www.balancosocial.org.br)

Segundo Torres algumas iniciativas de se lançar a ideia e a prática da realização do

balanço social e de estímulo à responsabilidade social das empresas vêm acontecendo nos

últimos anos. Porém, mais do que nunca, precisam continuar, ser ampliadas e incentivadas.

Desta forma, o Ibase vem colocando em foco este tema, por acreditar que a parceria entre

empresas, governo e sociedade é fundamental para reduzir a pobreza e a injustiça social,

promovendo um maior progresso e desenvolvimento social e humano. Contudo, muito ainda

precisa ser estudado, pesquisado, e realizado na prática para que esta ideia possa, de fato,

gerar frutos concretos para toda sociedade. (TORRES, Balanço Social)

Balanço Social a importância na responsabilidade Social

É importante que a empresa insira o consumidor no contexto de sua atuação social.

“Para que ele possa cumprir sua responsabilidade social, deve ter informação e

conhecimento” (ASHLEY, 2001).

Daí a importância de um instrumento efetivo e crível de prestação de contas à comunidade como o Balanço Social. Sobre essa questão, a Deputada Marta Suplicy afirma, com muita propriedade, que "a informação é um dos pressupostos da cidadania. O Balanço Social é um instrumento de informação" (SUPLICY, 1997).

Há muito se fala em responsabilidade social da empresa. E, de fato, pode-se observar que algumas empresas, aqui no Brasil, têm levado a sério

Page 23: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

24

suas relações com a comunidade, com o meio ambiente e com seu próprio corpo de funcionários. Até porque, nos últimos anos, essas relações tornaram-se uma questão de estratégia financeira e de sobrevivência empresarial, quando pensamos em longo prazo. Isto sem falar, é claro, do lado ético e humano que a responsabilidade social envolve, e por sua vez, pode desenvolver. (Ciro Torres, Disponível em acesso: balancosocial.gov.br)

Notadamente nos dias de hoje, em que os dados se processam rapidamente, as informações contábeis que dão conta da vida econômica, financeira, física e produtiva de uma organização são um sistema poderoso a serviço da tomada de decisão dentro e fora das organizações. Contudo, como diz Bernadette Coser de Orem, diretora-executiva da Fundação Otacílio Coser, o sistema tradicional de informações, voltado para o aspecto econômico, tornou-se insuficiente para oferecer dados agora imprescindíveis a essa nova configuração empresarial.(Balanço Social como instrumento de Marketing, 2002, pag.8)

Cada vez menos as pessoas estão julgando uma empresa apenas por seus fatores econômicos. Segundo pesquisa promovida pelo Instituto Ethos e pelo jornal Valor Econômico, e conduzida pela Indicator Opinião Pública, 56% dos 1002 brasileiros entrevistados consideram a responsabilidade social um elemento importante para dizer se a empresa é boa ou ruim. Além disso, 24% dos entrevistados disseram ter prestigiado uma empresa que acharam socialmente responsável, comprando seus produtos ou falando bem dela para outras pessoas, e 19% disseram ter punido uma empresa em situação oposta fazendo o contrário. Outros dados ressaltam o fato de que os consumidores estão bem atentos às atitudes das empresas: 53% disseram que deixariam de comprar produtos de uma empresa que utilizasse mão de obra infantil e 73% disseram que não iriam mais adquirir produtos de uma empresa que estivesse envolvida em corrupção e pagamento de propinas a autoridades ou agentes públicos. (Balanço Social como instrumento de Marketing, 2002, pag.8)

Atualmente, as empresas, para serem competitiva e poderem lucrar mais, elas

precisam relacionar sua marca a conceitos e valores éticos. “Afinal, para conquistar os

consumidores, que exercem cada vez mais a sua consciência a sua cidadania, as

empresas precisam comprovar que adotam uma postura correta, tanto no que diz respeito

às leis, aos direitos humanos e ao meio-ambiente, quanto na relação com funcionários,

consumidores, fornecedores e clientes” (D’AMBROSIO, 1998 ).

A consciência crítica que se desenvolve na sociedade atual de uma forma geral obriga as empresas a assumirem um planejamento cada vez mais criterioso, especialmente quanto ao resultado de suas ações. Pode-se dizer que hoje em dia, a empresa que cumpre seu papel social deve atrair mais consumidores, além de estar investindo na sociedade e, por

Page 24: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

25

conseguinte, no seu próprio futuro. Assim, para além das poucas linhas que algumas empresas dedicam nos seus balanços patrimoniais e dos luxuosos modelos próprios de Balanço Social que estão surgindo, tornou-se necessária a sistematização desse processo. (Balanço Social como instrumento de Marketing, 2002, pag.8)

Por que fazer

A elaboração e publicação do balanço social não são obrigatórias perante a legislação, no entanto é importante por que:

I - Agrega valor o balanço social traz um diferencial para a imagem da empresa que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo. II - Diminui os riscos Num mundo globalizado, onde informações sobre empresas circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje. III - É um moderno instrumento de gestão o balanço social é uma valiosa ferramenta para a empresa gerir, medir e divulgar o exercício da responsabilidade social em seus empreendimentos. IV - É instrumento de avaliação os analistas de mercado, investidores e órgãos de financiamento (como BNDES, BID e IFC) já incluem o balanço social na lista dos documentos necessários para se conhecer e avaliar os riscos e as projeções de uma empresa. V - É inovador e transformador realizar e publicar balanço social anualmente é mudar a antiga visão, indiferente à satisfação e o bem-estar dos funcionários e clientes, para uma visão moderna em que os objetivos da empresa incorporam as práticas de responsabilidade social e ambiental. (CÉLIA MARIA BORON ZANOTTI disponível acesso em econeteditora.com.br).

“Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p.31) o objetivo do Balanço

Social é demonstrar o resultado da interação da empresa com o meio em que está

inserida.” (Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p.31)

A correta utilização do Balanço Social

Não se pode confundir, contudo, Balanço Social com política de recursos humanos interna. Esta cuida apenas da relação da empresa com seus

Page 25: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

26

funcionários, enquanto que aquele se preocupa também com os feitos da empresa em relação à sociedade externa a ela, ou seja, desde investidores e fornecedores até meio ambiente e Estado. “O Balanço Social, como estratégia de mudança, de impacto eminentemente social e cultural, tem por objeto demonstrar ao universo de usuários, de forma confiável, uma prestação de contas, para que possam conhecer e avaliar a qualidade dos investimentos, aplicação de recursos e o cumprimento das destinações orçamentárias” (BATISTA, 2000).

Assim como o Balanço Contábil, o Balanço Social necessita ainda estar suplantado em dados concretos e mensuráveis para que tenha credibilidade. “Para a elaboração do Balanço Social, a premissa é idêntica: em relação aos dados que compõem a Demonstração do Balanço Social, de ordem quantitativa ou qualitativa, seja qual for a relevância dos investimentos tangíveis ou intangíveis, a confirmação dos elementos dar-se-á sempre via contabilidade. Caso contrário, o Balanço Social não passa de mera peça ilustrativa de veracidade questionável ou de marketing” (BATISTA, 2000).

É exatamente para garantir que os dados apresentados no Balanço Social sejam um retrato fiel da realidade da empresa naquele período e para evitar um eventual descrédito junto ao mercado que Gonçalves (1980, p.32), através de Robert Taylor, afirma que "(...) é recomendável que as empresas, que por primeira vez decidem efetuar um Balanço Social, não o publiquem. Podem e devem fazê-lo com a participação do pessoal, porém deve ficar perfeitamente claro que é um instrumento interno". Num primeiro momento, a organização deve, portanto, se utilizar do Balanço Social para tomar decisões estratégicas no âmbito interno principalmente. “Se ela já começar a divulgá-lo, antes de uma análise dos seus resultados, poderá ter um retorno indesejável, pois as mais diversas interpretações poderão surgir do ambiente externo. O ideal é utilizar as informações contidas neste demonstrativo para aparar as arestas internas, e só posteriormente divulgá-las à sociedade, ou, ainda, ter um modelo especial de Balanço Social para fins gerenciais internos” (BATISTA, 2000).

Vale lembrar ainda que ser socialmente responsável não é assumir uma postura

assistencialista, ou seja, fazer doações em dinheiro ou de bens, porque isso não minimiza

as dificuldades de uma pessoa nem de uma comunidade. "Num momento de crise,

ninguém se satisfaz a não ser que receba orientação e seja educado para começar a reagir

contra a crise. O assistencialismo, às vezes, não passa de um momento de lucidez de um

empresário, em assinar um cheque e doar para que outra pessoa usufrua daquele

benefício. A responsabilidade social vai mais além. A companhia provém o recurso, abraça

um projeto, mas antes define com seus colaboradores onde será aplicado e como poderá

ser melhorado", afirma Alberto Augusto Perazzo, presidente-executivo da FIDES.

Page 26: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

27

Elaboração Do Balanço Social

O Balanço Social tem por finalidade apresentar as informações a respeito de desempenho

social, econômico da empresa, e deve ser apresentado junto com as demonstrações

contábeis. Para segurança e confiabilidade nas informações do Balanço Social foi criado

um selo, que é modificado a cada ano calendário demonstrando o desempenho, a

credibilidade e a preocupação com a responsabilidade social e ambiental, todavia o mesmo

foi liberado para divulgar a imagem positiva da empresa. "Destacou-se a importância do

reconhecimento e fortalecimento do "Selo Balanço Social" que está sendo fornecido pelo

Ibase às empresas que publicam seu balanço social anualmente”.

Poderá utilizar o selo quem estiver com o balanço de acordo com as normas estabelecidas.

O Balanço Social deverá ser publicado em jornal e/ou revista de grande circulação regional

e/ou nacional, bem como na página da empresa na internet, quando existir. A empresa

devera informar com antecedência ao IBASE qual foi o veiculo de comunicação que foi

utilizado para divulgação do mesmo.

A publicação deverá mostrar integralmente o Balanço conforme modelo sugerido. Não

poderá deixar de informar ou omitir nenhuma linha ou coluna deverá (exceto no campo 3,

devido a menção nas Instruções de Preenchimento)e os campos preenchidos "nd" (não

disponível) ou "na" (não se aplica)

A empresa deverá divulgar com informes ou publicações internas para todos os funcionários

que podem disponibilidade aos relatórios sociais. O mesmo também deve ser fornecido a

sindicatos de classes profissionais, considerando que o comprovante de recebimento deve

ser fornecido ao IBASE. (CÉLIA MARIA BORON ZANOTTI disponível acesso em

econeteditora.com.br)

Considerações Finais

O trabalho apontou uma visão sobre o que é um balanço social e suas

relevâncias, seu principal objetivo foi mostrar seu surgimento, como ele deve ser

elaborado, a sua importância na sociedade visando sempre demonstrar sua

responsabilidade para com ela, e que a sua correta utilização pode trazer benefícios

a entidade, melhorando assim o desenvolvimento da empresa, nunca se

esquecendo do princípios éticos de se elaborar o Balanço Social, agregando valores

Page 27: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

28

para a empresa, diminuindo riscos para ela e entre outros fatores positivos que ela

pode ter elaborando e apresentando um Balanço Social.

REFERÊNCIAS

TORRES, Ciro. “Um pouco da historia do balanço social”. IBASE, Rio de Janeiro, fevereiro de 1999. Disponível em: <http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm>. Acesso em 27 set. 2013 TREVISAN, Fernando Augusto. Balanço social como instrumento de marketing. RAE electron., São Paulo , v. 1, n. 2, dez. 2002 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-56482002000200017&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 27 set. 2013 BALANÇO SOCIAL - Modelo IBASE - Versão 2012. Disponível em < em: <www.balancosocial.org.br> Acesso em 28 set. 2013. BOLETIM ECONET, Balanço Social Aspectos. Disponível em: <www.econeteditora.com.br> Acesso em 26 set. 2013

Page 28: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

29

RESPOSTA PRODUTIVA A APLICAÇÃO DO COMPOSTO

SEACTIV® NA CULTURA DA SOJA Raphael Augusto Barduzzi 3

Denis Santos Delgado 1 Douglas Alberto Paulo Soares 1

Sergio Roberto Paulo Soares 1

Gustavo Castilho Beruski 4

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

O emprego de compostos como o Seactiv® na agricultura tem demonstrado efeitos positivos, principalmente com reflexos ao incremento de produtividade de culturas de interesse agrícola. Aminoácidos, hormônios e componentes químicos tem mostrado ação direta em diversos processos fisiológicos dos vegetais, resultando em aumento da resistência a estresses bióticos e abióticos, aumento na taxa de síntese de fotoassimilados e manutenção da clorofila, resultando em maior acúmulo de matéria seca. O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficiência do composto Seactiv® na cultura da soja (Glycine max), em áreas comerciais de regiões com condições edafoclimáticas distintas localizadas no estado de São Paulo. Os dados são oriundos de colheitas de áreas comerciais, que diferiram apenas na aplicação do produto em questão, respeitando mesma data de plantio entre as parcelas, mesmos talhões e tratamento fitossanitário. Foi observada relação positiva entre as áreas de maior produção com a aplicação do produto em questão. Concluiu-se a partir dos resultados que a soja respondeu de forma positiva ao tratamento com Seactiv®, no estádio fenológico R1 (pré-florescência), elevando a produtividade em todas ás áreas submetidas á referida parcela orgânica.

PALAVRAS-CHAVE: Glycine max; Aminoácidos; Glicína betaína.

ABSTRACTThe use of the compounds as Seactiv® in agriculture has demonstrated positive

effects, mainly reflexes to increase the productivity of agricultural crops of interest. Amino acids, hormones and chemicals compounds have shown direct action in various physiological processes of plants, resulting in increased resistance to biotic and abiotic stresses, increased rate of synthesis of assimilates and maintenance of chlorophyll, resulting in higher dry matter accumulation. The present study aimed to evaluate the efficiency of the compound Seactiv® in soybean (Glycine max), in commercial areas of regions with different soil and climatic conditions in the state of São Paulo. The data are drawn from commercial crops, which only differed in the application of the product in question, respecting the same planting date between plots, these plots and phytosanitary treatment. Positive relationship was observed between areas of higher production with the application of the product in question. It was concluded from the results that soy responded positively to treatment with Seactiv® at growth stage R1 (pre - flowering), increasing productivity in all areas subjected to said organic portion. KEYWORDS: Glycine max; Amino Acids; Glycine betaine.

3 Acadêmicos do Curso de Engenharia Agronômica. FAESB. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 4 MSc. Professor do Curso de Engenharia Agronômica. FAESB. Email: [email protected]

Page 29: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

30

INTRODUÇÃO

Em uma agricultura cada vez mais moderna e tecnificada, amplas

são as descobertas que visam elevações na produtividade, diminuindo

custos ao produtor. Uma alternativa desenvolvida para incrementar a

produção agrícola é a aplicação de nutrientes minerais às folhas das plantas,

com o objetivo de complementar ou suplementar as necessidades

nutricionais das mesmas. Contudo, grandes são as dificuldades na absorção

e posterior translocação de nutrientes minerais quando aplicados via foliar.

De modo a minimizar as dificuldades na absorção de nutrientes aplicados via

parte aérea dos vegetais de interesse agrícola, diversas empresas,

entidades de pesquisa e universidades vêm ao longo dos anos

desenvolvendo mecanismos para aumentar a efetividade na aplicação e,

posterior absorção de minerais pulverizados via foliar.

Um dos mecanismos responsáveis em elevar a absorção de

nutrientes minerais, é a parcela orgânica denominada Seactiv®, patente do

Grupo Roullier. O Seactiv® é composto por extrato de algas (castanhas,

roxas e verdes), que conferem ao produto características que favorecem a

absorção e translocação dos nutrientes nas plantas. Além disso, tais

produtos proporcionam benefícios fisiológicos aos vegetais, os quais são

provenientes da presença de diferentes aminoácidos e da glicina betaína,

conhecida por ter efeitos na redução do estresse nos vegetais (TESTER;

DAVENPORT, 2003). A glicina betaína constitui um osmólito compatível com

ampla ação protetora das funções fisiológicas de células sob estresses

abióticos (RHODES; HANSON, 1993).

Mostram-se factíveis os efeitos fisiológicos benéficos dos

aminoácidos na agricultura. Extratos de Ascophyllum nodosum vem sendo

explorados comercialmente, com efeitos fisiológicos positivos no

desenvolvimento das plantas (STADNIK, 2003). Outros estudos

demonstraram como consequências do emprego de aminoácidos

incrementos no acúmulo de fotoassimilados, aumento na síntese de

fitohormônios, maior vingamento de flores e frutos em diversas culturas. De

acordo com Castro (1981), a aplicação de aminoácidos em pré-florada na

Page 30: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

31

cultura da soja elevou a área foliar, a taxa assimilatória líquida e a produção de

matéria seca por unidade de área foliar.

A soma das características acima descritas conferem aos produtos

compostos com Seactiv® uma absorção mais rápida e eficaz dos nutrientes. Fato

evidenciado em experimento da Universidade de Florence (2004), em que plantas

tratadas com Seactiv® absorveram cerca de 30% mais Ca2+, em relação à

testemunha (sem o uso do produto em questão), em um período de 30 minutos. Em

mesmo estudo pesquisadores verificaram que houve um acréscimo de 25% na

absorção de K+, comparado ao tratamento controle em um período de 2 horas.

Outro efeito fisiológico do Seactiv® é proporcionar acréscimos no sistema

radicular de diferentes espécies vegetais. Elevações no sistema radicular em

decorrência da aplicação de Seactiv® foi verificado por pesquisadores na

Universidade de Rennes (1989), onde plantas de trigo submetidas ao tratamento

com Seactiv® apresentaram um aumento de 5 mg de matéria seca de raiz em

relação ao tratamento controle.

Tendo em vista os benefícios apresentados pela utilização do composto

Seactiv® em culturas de interesse agrícola, este trabalho teve como objetivo avaliar a

eficiência agronômica do Seactiv®, no pegamento floral na cultura da soja, visando

aumento de sua produtividade.

MATERIAL E MÉTODOS

No presente trabalho utilizaram-se dados de colheita referentes a áreas

comerciais cultivadas com a cultura da soja, em diferentes regiões produtoras da

oleaginosa no Estado de São Paulo, com altitudes entre 450 e 700 m, durante a

safra de verão 2012/2013. As parcelas experimentais onde se efetuaram as pulverizações com o

produto Seactiv® foram instaladas nos mesmos talhões das testemunhas (parcelas

sem a aplicação do produto em questão). Por se tratar de áreas comerciais, os

experimentos foram compostos por apenas uma parcela, com área variando entre 1

e 1,2 ha, (Testemunha x Seactiv®) em diferentes propriedades. Em todos os casos o

plantio deu-se na mesma data e utilizaram-se as mesmas cultivares de soja. Além

disso, todas as práticas de manejo foram adotadas de maneira correta de modo a

Page 31: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

32

alterações de produção da cultura da soja nas unidades experimentais

serem apenas em decorrência da adoção dos tratamentos.

Nas unidades experimentais foram aplicados 2 L ha-1 do produto

comercial Fertileader Fix® (10% Ca; 0,9% B; 0,1% Mo e 3% C.O (Seactiv®)),

no estádio fenológico R1 (pré-florada), em todas as áreas cultivadas com

soja. Para as testemunhas foram utilizados 2 L ha-1 de 10% de Ca e 1% B,

também no estádio de desenvolvimento R1. Os produtos foram pulverizados

com uso de equipamento tratorizado, com vazão de 400 L ha-1.

As colheitas foram realizadas com colheitadeiras do tipo ceifadeira,

onde o mesmo equipamento efetuou a colheita de ambas as parcelas. Após

a colheita determinou-se a produção obtida em cada parcela do

experimento. Para determinar a produção de soja em cada parcela efetuou-

se a pesagem de caminhões em balanças rodoviárias com inspeção do

INMETRO dentro da validade. A medição foi efetuada novamente após o

descarregamento dos caminhões com a finalidade de obter maior precisão

quanto à tara, diminuindo assim erros nas medições.

Após a pesagem registrou-se as umidades dos grãos colhidos, as

quais foram obtidas com a utilização do equipamento portátil marca Dickey–

John, modelo M3G. Os dados de produção foram determinados a partir dos

valores de massa obtidos na pesagem, após correção do teor de água para

130 g kg-1 (13%). RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os dados representados na Tabela 1, as parcelas

com a aplicação do produto Seactiv® apresentaram maiores produções em

todas as localidades analisadas, mesmo em diferentes condições de solo,

clima, altitudes, cultivares, evidenciando que alterações nas produções da

cultura da soja foram provavelmente devido ao uso do tratamento adotado.

Nas diferentes localidades a aplicação de Seactiv® elevou as

produções da cultura da soja, com valores médios superiores em 4,9 sacos

por ha-1, em relação ao tratamento controle. Ainda analisando a amplitude

dos dados de produção verifica-se que áreas com menor produtividade por

hectare obtiveram incrementos percentuais entre 8 e 10%, enquanto as

Page 32: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

33

áreas de maior produtividade tiveram aumento de produção entre 4 á 7% (Figura 1).

Tabela 1: Produtividade da cultura da soja nos diferentes municípios do estado de São Paulo em

função dos diferentes tratamentos.

Fonte: Elaboração do próprio autor

Figura 1: Diferenças na produção da cultura da soja, em função do tratamento adotado nas diferentes

localidades do estado de São Paulo.

Fonte: Elaboração do próprio autor

Município Seactiv® TestemunhaCândido Mota 62,4 57,0

Capão Bonito 63,5 58,7

Cesário Lange 84,0 78,0

Guapiara 72,0 66,9

Ibirarema 55,8 50,8

Itapeva 79,3 74,0

Palmital 67,4 62,2

Ribeirão do Sul 57,8 54,7

S. Miguel Arcanjo 88,3 84,3

Taquarituba 68,2 62,0

Produtividade (Sc ha-1)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

Dife

renç

as (S

c ha

-1)

Page 33: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

34

Tal fato evidência os benefícios da Glicina betaína como um

regulador osmótico e mantenedor das funções fisiológicas das plantas em

condições adversas. Em correlação também é possível citar as ação dos

aminoácidos que proporcionam aumento das raízes e consequente

incremento no índice de área foliar, que refletirá no acumulo de

fotoassimilados.

Através dos dados coletados é possível afirmar que existe resposta

positiva das plantas ao tratamento com Seactiv®, levando-se em

consideração que os tratamentos diferem apenas pela presença do produto

em questão.

Tabela 2: Tabela de frequência dos experimentos.

Fonte: Elaboração do próprio autor

A Tabela 2 demonstra a concentração dos resultados dentro da

média aritmética de 4,9 sacas por hectare-1, mantendo-se constante

estatisticamente. O desvio padrão aferido foi de 1,03 Sc ha-1 e coeficiente

de variação 21%. É plausível afirmar que o tratamento em questão mostra

viabilidade e eficiência agronômica.

CONCLUSÃO Por meio das informações coletadas conclui-se que a parcela orgânica

denominada Seactiv® mostrou-se eficiente, elevando de forma significativa a

produtividade na cultura da soja quando aplicada em estádio fenológico R 1. Mesmo

com variação de condições entre as áreas o produto em questão teve produção

superior em todas as parcelas, reforçando a importância de mais estudos

envolvendo compostos bioestimulantes, com finalidade de torna-los ferramentas

importantes para o incremento produtivo na prática agrícola.

Li Ls Mi fi pi Fi Pi 2,6 ----| 3,6 3,1 1 0,1 1 0,1 3,6 ----| 4,6 4,1 2 0,2 3 0,3 4,6 ----| 5,6 5,1 5 0,5 8 0,8 5,6 ----| 6,6 6,1 2 0,2 10 1

Page 34: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

35

REFERÊNCIAS

CASTRO, P. R. C. Análise de crescimento e produção de soja (Glycine max cv. Davis) sob efeito de fitorreguladores. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 33, n. 10, p. 1346-1349, 1981. RHODES, D.; HANSON A. D. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology. v. 44, p. 357-38, June 1993. STADNIK, M. J. Uso potencial de algas no controle de doenças de plantas. In VIII Reunião de Controle Biológico de Fitopatógenos, Cepec/Ceplac, Ilhéus, p. 70-74, 2003. TESTER M.; DAVENPORT R. Na+ tolerance and Na+ transport in higher plants. Annals of Botany, v. 91, p. 503-527, 2003.

Page 35: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

36

SEGURANÇA DO TRABALHO APLICADA À AGRONOMIA

Washington Luís Diana5

Brenda de Cassia Proença1

Roberto Porfirio Gonçalves1

Msc. Gustavo Castilho Beruski6

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

Este trabalho analisou a amplitude da utilização de defensivos agrícolas no campo e sua relação com a exposição dos trabalhadores, tendo em vista que o trabalho agrícola desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do Brasil. A agronomia possui ligação direta com as necessidades alimentares, bem como o fornecimento de matérias-primas para as indústrias. No seu conjunto, a empregabilidade do setor agrícola possui características variadas, com grandes empresas do agronegócio e com os pequenos produtores rurais. A produção agrícola na região Sul e Sudeste do Brasil, traduz características de um trabalho que vem se formalizando ao longo dos anos, através da legislação trabalhista que atinge os trabalhadores, as máquinas e equipamentos, e os meios de produção. Do ponto de vista da prevenção de riscos profissionais, com a fiscalização e com o mercado externo exigindo o cumprimento das normas trabalhistas para a aquisição dos produtos, o Brasil tem evoluído nos últimos anos e busca rever o cenário da sua produção agrícola com a segurança do trabalho também no campo.

PALAVRAS-CHAVE: Trabalho agrícola. Agronomia. Segurança do Trabalho.

ABSTRACT:

This study examined the extent of the use of pesticides in the field and its relation to the exposure of workers, given that agricultural work plays a key role in economic and social development of Brazil. Agronomy has a direct connection with the dietary needs as well as the supply of raw materials for industries. Altogether, the employability of the agricultural sector has varied features, with big agribusiness and small farmers. Agricultural production in the South and Southeast of Brazil, translates characteristics of a work that has been 5 Acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica (FAESB). e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. 6 MSc. Professor do curso de Engenharia Agronômica (FAESB). e-mail: [email protected].

Page 36: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

37

formalized over the years, through the labor legislation that affects workers, machinery and equipment, and means of production. From the point of view of prevention of occupational hazards , with the supervision and with the external market demanding the enforcement of labor standards for the acquisition of products, Brazil has evolved in recent years, seeks review of its agricultural scenario with security also work in the field.

KEYWORDS: Agricultural work. Agronomy. Work security

A NR-31 APLICADA A AGRONOMIA

A Organização Internacional do Trabalho – OIT, estabelece que os perigos e riscos

à segurança e à saúde dos trabalhadores devem ser identificados e avaliados de forma

contínua e que as medidas de prevenção e proteção devem ser implementadas seguindo a

seguinte ordem de prioridades (BRASÍLIA, 1996):

(a) eliminar os riscos/perigos;

(b) controlar as fontes de risco/perigo utilizando técnicas de engenharia e/ou

medidas de gestão;

(c) minimizar os riscos/perigos através de projetos de sistemas de segurança, que

devem incluir mecanismos de controle gerenciais;

(d) onde houver riscos/perigos residuais que não puderem ser evitados/controlados

por medidas coletivas, o empregador deve providenciar os equipamentos de proteção

adequados.

Com o objetivo de normatizar o trabalho e melhorar a qualidade de vida dos

trabalhadores do campo, o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, revisou em dezembro

de 2011 a Norma Regulamentadora - NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na

Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, onde retrata as

condições mínimas que os empregadores devem manter no local das atividades.

Segundo o engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho, Lino Hamann (diretor

da empresa Elo Engenharia), todas as atividades rurais são suscetíveis a riscos diários. Ao

contrário do senso comum, a exposição aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais

não acontecem apenas com quem manuseia produtos químicos. Há máquinas,

equipamentos, energia elétrica, armazenagem, trabalho em altura, condições ambientais,

convivência com animais (muitas vezes doentes), a exposição a insetos e microrganismos.

O manuseio inadequado dos defensivos agrícolas também pode causar acidentes, e em

alguns casos levar a invalidez ou até mesmo a óbito em função da contaminação aguda.

Page 37: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

38

A intoxicação por defensivos agrícolas pode ocorrer por três vias: inalação, ingestão

e dérmica. No caso de envenenamento por inalação, os sintomas iniciais mais comuns são

caracterizados por dores no tórax, dificuldade de respiração e dores de cabeça, aliadas à

visão borrada e lacrimejante. Quando ingerido provoca náuseas, vômitos, diarreias e

câimbras (efeitos iniciais mais comuns de envenenamento). Contrações e suor na pele são

sintomas observados em caso de contato do produto com partes do corpo (LEVIEN;

DOULL, 1993).

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que mais de 400.000 pessoas são

contaminadas anualmente por agrotóxicos, somente no Brasil, e tais estimativas levam em

conta o número de casos notificados no país (aproximadamente 8.000 em 2002)

multiplicados por 50, fator de correção usado pelo próprio ministério para dimensionar o

número de casos não notificados. Em todo o planeta, o número de pessoas expostas a

estes agentes chega a casa dos 25 milhões somente nos países em desenvolvimento como

África, Ásia e Brasil (LEVIEN; DOULL, 1993).

Observando todo o cenário de produção no campo, e a gama de defensivos

agrícolas utilizados para o combate as pragas como fungos, insetos e plantas daninhas na

produção agrícola, a NR-31 propõe a utilização sustentável dos agrotóxicos, adjuvantes e

produtos afins, com o objetivo de proteger os trabalhadores rurais expostos direta e

indiretamente, bem como garantir que o meio ambiente mantenha-se íntegro (NR-31, 2011,

p. 10).

• Trabalhadores em exposição direta, os que manipulam os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, em qualquer uma das etapas de armazenamento, transporte, preparo, aplicação, descarte, e descontaminação de equipamentos e vestimentas.

• Trabalhadores em exposição indireta, os que não manipulam diretamente os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, mas circulam e desempenham suas atividades de trabalho em áreas vizinhas aos locais onde se faz a manipulação dos agrotóxicos em qualquer uma das etapas de armazenamento, transporte, preparo, aplicação e NR-31.

De acordo ainda com a NR-31 (2011), todo empregador rural deve fornecer

instruções suficientes aos trabalhadores que manipulam agrotóxicos, ou que desenvolvam

qualquer atividade em áreas onde possa ocorrer exposição a produtos dessa natureza. Para

que isso se estabeleça em uma propriedade é necessário capacitar o empregado sobre a

prevenção de acidentes com agrotóxicos.

Page 38: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

39

A capacitação dos trabalhadores do campo é desenvolvida por órgãos e serviços

oficiais de extensão rural, instituições de ensino de nível médio e superior em ciências

agrárias e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, entidades sindicais,

associações de produtores rurais, cooperativas de produção agropecuária ou florestal e

associações de profissionais, desde que obedecidos os critérios estabelecidos na NR-31

(2011)

Para garantir maior controle, por meio da NR-31 (2011), o Ministério do Trabalho e

Emprego rege que todos os agrotóxicos devem ser registrados e autorizados pelos órgãos

governamentais competentes e que os mesmos só devem ser manipulados por maiores de

18 anos, ficando vedada a manipulação por maiores de sessenta anos e por gestantes, e

que as atividades desenvolvidas no campo para aplicações de defensivos agrícolas devem

contar com equipamentos de proteção individual específicos.

Porém, apesar da obrigatoriedade de receituário agronômico próprio, prescrito por

profissionais legalmente habilitados, prevista no Artigo 13 da Lei dos Agrotóxicos (Lei

Federal nº 7.802/89), acredita-se ainda que há um número significativo de estabelecimentos

que deixam de cumprir este termo, sendo tal fato agravado pela falha de vendedores na

indicação dos agrotóxicos, o que poderia facilitar a utilização incorreta por dosagem e por

cultura e, consequentemente ,tornarem o trabalhador rural vulnerável à toxicidade dos

pesticidas.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o trabalhador rural está exposto a vários agentes nocivos a saúde,

como ruído e vibrações das máquinas agrícolas, intempéries climáticas do meio ambiente

como calor excessivo, chuvas e descarga elétrica, picadas de animais peçonhentos e

produtos químicos específicos, como os agrotóxicos, estes especificamente podem causar

uma série de manifestações clínicas, que variam de dores de cabeça até alterações

genéticas.

Além disso, verifica-se que há normatização específica importante da área

trabalhista, a NR-31 (2011), mas que em função da utilização indiscriminada dos defensivos

agrícolas e da deficiência da fiscalização, ainda existem trabalhadores indevidamente

expostos aos riscos de contaminação, e que cabe aos profissionais técnicos da área,

detentores dos conhecimentos e das condições de uso dos agrotóxicos, contribuir para

amenizar as perdas humanas e ambientais em detrimento da importância da produtividade

do campo.

Page 39: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

40

REFERÊNCIAS

LEVIEN, R. S.; DOULL, J. Global estimates of acute pesticide morbidity and mortality.

Reviews of Environmental Contamination and Toxicology, v. 129, p. 29-44, 1993.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT. Manual de vigilância da saúde de populações expostas a agrotóxicos. Brasília, 1996.

Norma Regulamentadora - NR 31. Disponível em:

<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D33EF459C0134561C307E1E94/NR-

31%20(atualizada%202011).pdf>. Acesso em: 09 out. 2013.

AGROLINK. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/noticias/-o-campo-esta-exposto-

seguranca-do-trabalho-edeficiente-diz-especialista>. Acesso em: 09 outubro 2013.

Page 40: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

41

GESTÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS

Antonio de Jesus Marques Junior

e-mail: [email protected] Camila Costa Mutafci

e-mail: [email protected] Natalia Marques Rodrigues

e-mail: [email protected]

Resumo: Atualmente é possível identificar que existe uma visão diferente para a

economia, que busca uma harmonia junto a preservação do meio ambiente,

consequência essa, de uma globalização com um conceito sustentável. Com isto,

veio a oportunidade para que as empresas se adaptem e ao mesmo tempo

agregarem à sua marca esse novo conceito. Para que haja controle dos

procedimentos que podem ser tomados pela empresa com o intuito de preservação

ao meio ambiente, sustentabilidade, entre outros, é necessário que se faça uma

gestão de custos. Temos por objetivo neste artigo apresentar o conceito da gestão

de custos, responsabilidade social, por meio de sistemas eficientes, assim pode-se

obter resultados significativos.

Palavras Chave: Custos Ambientais; Gestão Ambiental; Meio Ambiente.

INTRODUÇÃO

A questão ambiental é um tema que vem se projetando intensamente, ainda mais

quando se fala de sua importância para a sustentabilidade das empresas, ponto

esse, que se deve ter maior cuidado e atenção. Diante disto os empresários

começaram a ter novos focos, não só visando lucro, mas também com a sociedade,

e como a empresa interage com o meio ambiente e tem na maioria das vezes sua

fonte de matéria prima. Portanto a necessidade de preservação junto ao marketing

da gestão social, teve o proveito para que isso também seja um diferencial de

mercado.

Para que essa interação com o meio ambiente seja de forma correta é

necessário, a gestão de custo veio criar regras e controles para os empresários ter

Page 41: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

42

um acompanhamento dos recursos utilizados, desde a origem até o entorno da

empresa.

Gestão de Custos

Custo é considerado todo o gasto em que se tem para que seja elaborado seu

produto final, podendo utilizado na formação de seu preço de venda.

Para Sá (1995), Custos podem ser definidos como tudo o que se investe para

conseguir um produto, um serviço ou uma utilidade. O mesmo afirma que a maioria

dos mestres e por custos as aplicações para mover atividade, seja ela direta ou

indiretamente, feita na produção de bens de vendas.

A adoção da gestão de custo, pó sua vez tem com principal meta a

mensuração detalhada de tudo o que se gasta diretamente e indiretamente para a

elaboração das atividades. Na gestão de custo voltada ao ambiente social e

ambiental não foge dessa linha de raciocínio, mas primeiramente, a adoção dessa

atividade é necessária estabelecer qual é o sistema de rateio que será abordado, em

que ponto deverá chegar, e o que é relevante. Dessa forma é tenho que tratar a

maneira que vou empregar tais gestões. Em uma gestão, por exemplo, na

preservação dos poluentes que a fabrica produz, a adoção desse rateio, é

necessário determinar todo o investimento na planta, a adequação conforme as

entidade regularizadoras, e como pesa chave, a reserva para eventuais acidentes

como vazamentos ou multa por descumprimento. (Estratege, Consultoria

Empresarial).

Gestão Ambiental

É uma ferramenta assim como as outras, que compõem a gestão de uma

empresa, onde se desenvolve e implanta políticas e estratégias ambientais. Hoje a

gestão ambiental tem sido uma das mais importantes atividades relacionadas a

empreendimento.

Segundo Meyer (2000). A gestão ambiental é apresentada da seguinte forma: objeto

de manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para atender as

necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades

das gerações futuras.

Page 42: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

43

O gerenciamento dessa nova gestão visa alem de poluição e despoluição,

implica também em saber o quanto custa economicamente e socialmente cada ação

pré-fixada da entidade, alem de amenizar os fatores ambientais como, material

prima. Visando diminuir ou até mesmo evitar uma atuação por parte governamental

ou órgãos regularizadores.

O grande desafio do desenvolvimento sustentável envolve diversos

obstáculos a serem superados. As questões se desdobram, por exemplo, preservar

o ambiente muitas vezes significa não produzir determinados produtos, ou então,

incorrer em custos extremamente altos para produzi-los sem afetar o ambiente,

tornando-os caro, sem condições de serem adquiridos pelo consumidor final. Um

produto cujo preço não seja competitivo corre o risco de levar uma empresa à

falência e isso geraria desemprego, e todas as consequências sociais inerentes a

essa situação.

Portando, se falarmos em ações sociais ou ambientais, requer muita

preocupação e atenção dos empresários que visam o resultado final, e como adotar

essas ações na empresa sem gerar custo, ou como minimiza-los, ex a pergunta

chave. Hoje o mercado é o maior responsável pelos rumos de uma empresa, por

isso o meio ambiente se torna uma grande preocupação dos empresários, por se

tratar de uma nova gestão. É essa a grande barreira dos empresários que hoje se

limita a considerar essa nova hera da economia. Porem mesmo que a sociedade

pressione para que sejam sustentáveis, as empresas terão como fatores limitativos a

respeito disso, pois o impacto dos custos para esses procedimentos refletem no

custo de seus produtos e devem-se considerar as exigências legais também. Mas o

que se vê em muitos lugares são empresas que aderem a essa responsabilidade de

maneira idônea, ou seja, promove uma ação solidária, porem busca os recursos de

seus colaboradores, muitas vezes de forma obrigatória, até mesmo na prestação do

serviço no evento proposto, e outro fator errôneo é a não publicação da marca a

ação.

Essa questão por sua vez, não nasce da noite para o dia, e sim nasce da

necessidade perante a sociedade que está a sua volta e na maioria das vezes,

nasce na visão de crescimento da marca, ou seja, na possibilidade de agregar valor

e levar a marca para a sociedade com a adoção do marketing, que por sua vez

Page 43: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

44

enxergou a oportunidade de crescimento nesses aspectos com isso se estabelece

estratégia à médio prazo e longo prazo, pois os aspectos econômicos e sociais

devem ser vistos com cuidados, do ponto de vista dos empresários.

O empresário não ira sair adotando programas elaborados pelo governo

compulsoriamente. Porem é uma nova oportunidade para as empresas crescerem,

adotando tal gestão, corretamente, e sustentavelmente, elas poderão agregar valor

a marca, e pelo alto volume da sociedade que cobram medidas de sustentabilidade,

assim ganhando um novo publico alvo que está disposto a pagar mais caro em um

produto que tenha origem legal. (Prof. Barreto, CRASP / CRC / ASLOG).

A importância da Gestão de Custos Ambientais

Diante de todo acontecimento vivido ultimamente, e a comprovação da

ciência que as causas desses fenômenos é a degradação e poluição do nosso

planeta, ex a necessidade da efetiva importância dos custos ambientais, pois a

preocupação de todos ao futuro é incontestável, e pensando na sobrevivência a

longo prazo dessas entidade deu a necessidade e obrigação de adotarem a gestão

de custo ambiental.

De acordo com Otávio et al. (2000, p.3) “A gestão de custos ambientais, enfim,

tornou-se um importante instrumento gerencial para a capacitação e criação de

condições para as organizações, qualquer que seja o seu segmento econômico”.

Existe a dificuldade de quantificar quaisquer custos ambientais, pois o mesmo

requer uma contabilização mais detalhada. Na maioria dos casos, esses custos

existem, mas estão embutidos nos custos gerenciais da empresa.

Recomenda-se, antes de qualquer decisão, que seja elaborado planejamento

para detectar todos os custos ambientais, assim definindo uma metodologia que

possibilite sua identificação e mensuração, separando os gastos por categorias, o

que evidenciará onde deveremos atuar para gerar mais eficiência, bem como

fornecer subsídio ao planejamento estratégico da empresa.

O conceito de ciclo de vida do produto presta-se a contabilização dos

impactos sobre o meio decorrentes de todas as etapas que lhe são peculiares,

Page 44: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

45

desde sua concepção mercadológica, planejamento, produção transporte e até o

que dele vai para o lixo.

A indústria brasileira vem enfrentando grandes dificuldades para repassar

esses custos aos consumidores, devido ao alto custo tributário e trabalhista. Esse

ônus arcado pelas empresas pode deixa-la menos competitiva em relação às outras

que não investem na manutenção recursos naturais. Nos países ricos, pela adoção

de menor carga tributária, e na maioria de direitos trabalhistas, as empresas na

maioria dos casos conseguem repassar aos consumidores os gastos decorrentes da

melhoria dos processos, produtos e serviços desde que tenham sido perfeitamente

administrados.

Quando se fala em meio ambiente, no entanto, o empresário imediatamente

pensa em custo adicional. Dessa maneira passam despercebidas as oportunidades

de uma redução de custos. Sendo o meio ambiente um potencial de recursos

ociosos ou mal aproveitados, sua inclusão no horizonte de negócios pode resultar

em atividades que proporcionem lucro ou pelo menos se paguem com a poupança

de energia, ou de outros recursos naturais.

Para Moura (2000, p.35) a qualidade ambiental, integrada ao sistema global da

organização, pode e deve ser mensurada em termos de custos, embora existam no

inicio do processo, dificuldades em se quantificar, o que significa realmente que a

qualidade ambiental não seja uma tarefa fácil de enquadrar os custos ambientais

nos sistemas contábeis normais da empresa. A linguagem dos custos além de ser

universal, é aquela mais compreendida pela alta direção, permitindo-lhe realizar as

escolhas corretas e visualizar de forma precisa (quantificada) grande parte dos

benefícios e lucros decorrentes da gestão ambiental.

Existe a necessidade de que as previsões de custos quando conhecidas com

um bom nível de detalhes podem gerar ações programadas e um acompanhamento

contábil dos custos efetivos, de modo a identificar os benefícios, compensações e

reduções de custos em médio prazo ou por outro lado, eventuais dispêndios sem o

retorno esperado pela empresa, em seus estudos de planejamento. É importante,

assim que a empresa conheça bem seus custos ambientais, para que possa, caso

contrário, redirecionar suas estratégias de negócios e investimentos.

Page 45: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

46

A existência de um sistema de custos ambientais possibilita a empresa

demonstrar as despesas envolvidas e as vantagens financeiras resultantes, criando

um acompanhamento sistemático dos custos ambientais, dentro de um sistema de

gestão.

Hoje se fala muito em Sistema de Gestão Ambiental (SGA), sistema qual leva

a uma identificação cada vez mais definida dos custos ambientais, onde também é

possível conseguir alguns benefícios, como, identificação de melhorias para redução

de custos diretos e indiretos, comparações com outros procedimentos adotados.

(Prof. Barreto, CRASP / CRC / ASLOG).

Custos, Despesas e Perdas Ambientais

Custo ambiental é todo investimento que as empresas têm para a melhoria no

meio ambiente, desde a diluição de sua poluição como tratamento de água, esgoto,

ar. Até os riscos de catástrofe, ou seja, empresas que tem alto indício de impacto

ambiental, por exemplo, a Petrobras, considerável em sua gestão os riscos de

vazamento de petróleo, com isso acarretando um grande impacto ambiental. Por

isso é necessário criar fundos de investimento para setores de prevenção. Porem

reflete na formação do preço de venda do seu produto final. (Ebah,

http://www.ebah.com.br/, rede social de compartilhamento acadêmico).

Custos Ambientais de Controle:

Custos de Prevenção: É o custo de prevenção da empresa, onde é estabelecidos regras de fundo de reservas para eventuais acidentes, onde é mensurado o impacto ao ambiente, multa por danos ambientais, soluções emergenciais, entre outras medidas que varia de empresa a empresa.

Custos de Avaliação: São custo de investimentos em pesquisas de desenvolvimento e de prevenção, ou seja, onde envolve laboratórios para criação de novas tecnologias para minimizar os impactos e diminuir custos, também aqueles ambientes de testes, manutenção, treinamentos, auditorias da qualidade ambiental e despesas similares.

Page 46: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

47

Custos Ambientais da falta de Controle:

Custos de Falhas Internas: São custos em que a própria empresa emprega pela sua desorganização e falta de gestão, tais como correção de problemas ambientais e recuperação de áreas internas degradadas, desperdícios de material, de energia, de água e outros recursos naturais, além de tempos de máquinas paradas, como resultado de problemas ambientais causados (interdições e retrabalhos), em processos causados por não conformidades ambientais.

Custos de Falhas externas: São custos voltado ao descumprimento de normas, ou até mesmo por não adotadas, ou seja, multas por denuncia por poluição imprópria de áreas externas como rios, por liberação dos seus resíduos sem tratamento, descarte impróprio de seus materiais, problemas internos com higiene, ou até mesmo em casos de fenômenos naturais e ou desastres naturais, exemplo mais recente a usina nuclear Fukushima.

Custos Intangíveis: São custos não mensuráveis, ou seja, são aqueles que mesmo que adotadas todas as regras e prevenções, se acontecer o desastre não tem como detectar a real perda perante aos impactos causados, por exemplo, uma vazamento de petróleo, não tem como prever quando pode vazar, ou quanto vai vazar, e caso aconteça influenciará até nos resultados econômicos da empresa, como perda de ações, recuperação econômica.

Despesas Ambientais: São despesas decorrentes ao processo de

execução do planejamento da empresa, é todo o processo de

investimento para adoção do projeto, elaboração e execução, alem das

manutenções e prevenções necessárias.

De acordo com Ribeiro (1998) são aquelas empregadas em atividades inerentes à

proteção ambiental, como por exemplo, os insumos envolvidos no processo de

definição da política ambiental da empresa na de insumos antipoluentes, na

movimentação e estocagem de material utilizado no processamento dos efluentes e

dos resíduos sólidos, seja para reaproveitamento, reciclagem ou venda, nas

auditorias ambientais.

Perdas Ambientais: São despesas, porem tem como característica a

perda, ou seja, tem previsão, é como uma perda de bem, por exemplo,

a perda de uma área de plantio, no caso, a cana de açúcar, devido a

queima, tem perda de solo, multa por poluição, danos florestais,

processo por morte de animais silvestre.

Page 47: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

48

Segundo Carvalho (2000), são os recursos empregados sem beneficio algum.

Podem ser as multas punitivas, devido à inadequação, à legislação vigente e

também àqueles despendidos na recuperação de áreas degradas pelos resíduos e

efluentes provenientes da atividade da empresa.

Ativos e Passivos Ambientais

Os ativos ambientais são fatores que elevam a vida útil do bem, devido a uma

restauração ou mesmo uma recuperação da área degradada. (Brasil Escola,

www.brasilescola.com).

Para De Luca & Martins (1994), são fatores de produção a serem consumidos

visando à preservação ambiental, ou seja, bens de longa vida útil empregados para

preservação ambiental, investimentos em tecnologia de reparação ambiental,

“reservas” para desvalorização de bens sujeitos a ação ambiental; e parcelas dos

bens ou direitos intangíveis da empresa relativos ao desempenho ambiental.

Os passivos ambientais primeiramente faz-se necessário o reconhecimento.

Dos quais podemos citar três tipos de obrigações: a legal, a construtiva e a

equitativa.

A legal é aquela requerida pela Lei, legislação.

A construtiva ocorre quando a empresa coloca em seus relatórios, ou

seja, anuncia publicamente suas ações de responsabilidade de

descontaminação.

Por fim a equitativa decorre da mora sem que a empresa seja obrigada

a fazer a aquilo que o senso julga correto.

Auditoria Ambiental

A necessidade do mercado por organizações com modelo de gestão

sustentável tem levado as empresas a uma busca pela melhoria de seus processos

para atender a legislação aplicável e diminuir ou ate mesmo eliminar os impactos

ambientais de suas atividades.

E devida a essa necessidade a auditoria ambiental vem com o objetivo de

controlar e fiscalizar todos os elementos internos para melhor controle e

Page 48: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

49

detalhamento dos custos e despesas, assim evitando desperdícios e fugindo do

princípio no qual a empresa adota.

Devido o alto investimento do governo em propagandas e programas sobre o

meio ambiente, está se formando uma classe de consumidores cada vez mais

interessados em produtos ambientalmente corretos, o que faz com que cresça o

marketing das empresas em relação a esses produtos.

Para verificar se as empresas estão apenas se aproveitando do marketing

sem o comprometimento com a gestão ambiental, utilizam-se das auditorias

ambientais, para verificação, fiscalização e avaliação de seus sistemas de gestão.

As auditorias ambientais são procedimentos sistemáticos através dos quais

será avaliada sua adequação a critérios ambientais, requisitos legais, requisitos

definidos por clientes ou pela própria empresa, elas podem ser realizadas por

órgãos fiscalizadores, entidades de controle externo e empresas privadas, onde

cada uma possui uma definição e objetivo específicos. (Brasil Escola,

www.brasilescola.com).

Com tais procedimentos, é possível fazer do pensamento do empresário,

invés de gerar custos, é possível tirar um proveito maior que acarretará em

benefícios de custos, estratégicos e incrementará a receita, assim adotar maior

competitividade nesse mercado acirrado tais como:

Economia de custos

Economias devido à redução do consumo de água, energia e outros

insumos, reciclagem, aproveitamento de resíduos, diminuição de

efluentes e redução de multas e penalidades por poluição.

Incremento de receitas

Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem

ser vendidos a preços mais altos, aumento da participação no mercado

devido a inovação dos produtos e menos concorrência e aumento da

demanda para produtos que contribuam para diminuição da poluição.

Page 49: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

50

Benefícios estratégicos

Melhoria da imagem institucional, renovação do "portfólio" de produtos,

aumento da produtividade, auto comprometimento dos colaborados,

melhoria e criatividade para novos desafios, melhoria das relações com

os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientais, acesso

assegurado ao mercado externo.

10. Conclusão

Através do presente artigo conseguimos identificar a importância da gestão

dos custos ambientais, tanto para o meio ambiente, quanto para as empresas, onde

elas podem estar se prevenindo de possíveis fiscalizações, controlando seus custos

e até mesmo adquirindo benefícios. Constatamos que atualmente a gestão dos

custos ambientais simboliza também um diferencial em relação aos consumidores,

onde muitos deles estão procurando por produtos sustentáveis e ambientalmente

corretos.

È relevante também ressaltar o nível de preocupação mundial a esse

aspecto, pois a expressão ambiente x lucro, cada vez mais se mistura, ambos estão

se adaptando ao mundo dos negócios, e é por isso que isso está vindo a tona, por

se tratar da perda, ou seja, a mentalidade que todos poderemos perder com a falta

da preservação criou-se a necessidade de reciclagem na maneira de pensar e de

fazermos uso dos recursos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MOURA, L. A. A. Economia ambiental: gestão de custos e investimentos. São

Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2000.

Page 50: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

51

MOURA, L. A. A. Economia ambiental: Qualidade e gestão ambiental:

sugestões para implantação das normas ISO 14.000 nas empresas. São Paulo:

Editora Juarez de Oliveira, 2000.

OTÁVIO, R. Gestão Ambiental: porque as empresas devem adotar estratégias

empresariais que levem em conta a questão ambiental e ecológica? Makron Books

Informa. São Paulo, Abril/Maio, 2000.

MEYER. M. M. Gestão ambiental no setor mineral: estudo de caso. Mestrado

Engenharia da produção. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

2000.

SÁ, A. L. Ativo intangível e potencialidades dos capitais. Revista Brasileira de

Contabilidade, nº 125, pag. 48, Set/out 2000.

RIBEIRO, M. S. Custeio das atividades de natureza ambiental. 1998. Tese

(Doutorado em Ciências Contábeis) – Faculdade de Economia e Administração,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

Prof. BARRETO, CRASP / CRC / ASLOG. Contabilidade Voltada a Gestão

Ambiental. Site: www.pbarreto.com, Acesso: 24/10/2013.

Page 51: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

52

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E DO TEMPO DE COZIMENTO DA MANDIOCA SUBMETIDA A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE

FÓSFORO E CÁLCIO

José Angelo Ramos Junior7 Thiago Fonseca Mezette8

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO A mandioca é uma das culturas de maior importância, principalmente para pessoas de baixa renda, desempenhando maior eficiência biológica, como produtor de energia e o de melhor adaptação a solos deficientes em nutrientes. Este trabalho teve por objetivo avaliar a produtividade de raízes e o tempo de cozimento da variedade de mesa IAC 576-70 submetidos a diferentes adubações de fósforo e cálcio. O experimento foi composto de 12 tratamentos, com diferentes combinações de dosagem de cálcio e fósforo e três repetições. A produtividade variou significativamente para os tratamentos, cujo tratamento que apresentou maior produtividade (16,67 ton ha-1) foi o 30Ca/0F (30 kg Ca2+ e 0 kg TSP). O tempo de cozimento também variou significativamente, sendo a melhor média 20,91 min do tratamento 60Ca/0F (60 kg Ca2+ e 0F). A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que o fósforo mostrou grande influência para o baixo rendimento. Já para o tempo de cozimento o fósforo influenciou positivamente, já que em média diminuiu a duração do cozimento das raízes da variedade IAC 576-70.

PALAVRAS-CHAVE: Manihot esculenta. Rendimento. Tempo de cozimento. Adubação. ABSTRACT The manioc is one of the cultures of major importance, especially for low-income people, it represents higher biological efficiency like energy producer and best adaptation to soils that are deficient in nutrients. This study aimed to evaluate the roots’ productivity and the cooking time of the variety of table IAC 576-70 subjected to different fertilizing of phosphorus and calcium. The experiment was composed of 12 treatments, with different combinations of dosage of calcium and phosphorus and three repetitions. The yield varied significantly for treatments, the treatment with highest productivity (16.67 ton ha-1) was the 30Ca/0F (30 kg Ca2+ and 0 kg TSP). The cooking time also varied significantly, with the best average of 20.91 min of the treatment 60Ca/0F (60 kg Ca2+ and 0F). Based on the results obtained, it can be concluded that phosphorus showed a large influence for the low yield. For the cooking time, the phosphorus influenced positively, because on average it reduced the duration of the roots’ cooking of the variety IAC 576-70. Key words: Manihot esculenta. Yield. Cooking time. Fertilization.

7 Engenheiro Agrônomo formado pela Faculdade de Ensino Superior Santa Barbara (Turma 2009 – 2012) 8 Professor Doutor da Faculdade de Ensino Superior Santa Barbara

Page 52: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

53

Introdução

A mandioca, planta pertencente à família Euforbiacea, possui seu centro de

origem no Brasil mais precisamente na região nordeste (OLSEN, 2004; SHAAL et

al., 1994). Classificada como mansa ou brava de acordo com o teor de ácido

cianogênico, as variedades bravas são destinadas à produção de produtos secos

que exigem sistemas de processamento mais complexo (farinhas, fécula, beijus), já

as variedades mansas são consumidas após tratamento hidrotérmico, cujo

processamento se dá no ambiente doméstico (cozida, frita, moqueada) (VALLE et

al., 2004; ALMEIDA & FILHO, 2005).

É considerada a terceira fonte mais importante de calorias nos trópicos,

depois do arroz e do milho (FAO, 2010), possui uma grande importância na dieta e

na renda de vários países tropicais (COCK, 1985; LORENZI & DIAS, 1993).

Um dos caráteres de maior importância na seleção de uma cultivar de mesa

é o tempo de cozimento, sendo preferencial aquela que apresenta menor tempo de

cozimento culinário, pois apresentam melhores qualidades sensoriais da massa

gerada (FUKUDA & BORGES, 1988; LORENZI, 1994).

Seu tempo de cocção está diretamente ligado à composição da parede

celular, onde a separação celular é induzida pelo calor (FAVARO, 2003). Alguns

autores verificaram que o cozimento de variedades de diferentes locais deu-se em

função da concentração dos elementos minerais encontrados nas raízes

(CARVALHO, 2009). Há indicativos que o pH, a relação de P/Ca e a concentração

dos elementos Mn, Zn, Cu e Mg dos solos exerçam influência no cozimento das

raízes de mandioca de mesa.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a produtividade e o tempo de cozimento

da variedade da mandioca IAC 576-70 submetida a diferentes combinações de

adubação, utilizando fósforo e cálcio.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi instalado um experimento na propriedade do agricultor José Angelo

Ramos, situada no município de Tatuí, SP (23° 21' 20" S, 47º 51' 25" W, altitude

média de 620m).

Page 53: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

54

A área onde foi alocado o experimente não tinha histórico de ser utilizada

para plantio. Antes do preparo do solo foi realizada uma análise laboratorial com o

solo coletado. Então foi feito o preparado de forma convencional, isto é, gradeado

com antecedência para eliminação da população de plantas daninhas,

predominantemente braquiária, e uma semana antes do plantio foi subsolado,

gradeado, calcariado nas respectivas dosagens estimadas, novamente gradeadas

para incorporação do calcário e sulcadas no espeçamento de 1m entre as linhas.

Não foi feita aração para minimizar o processo de preparo.

Foram utilizadas manivas-semente de 20 cm de comprimento da variedade

IAC 576-70, selecionadas visualmente sem qualquer comprometimento sanitário ou

qualquer dano. As ramas tiveram origem do município de Engenheiro Coelho, SP

sendo plantadas imediatamente. O experimento foi instalado em 26 de dezembro

de 2011, onde se colocou as manivas-sementes na horizontal a 10 cm de

profundidade, no espaçamento 1m x 1m.

O experimento de campo consistiu-se de três repetições e doze tratamentos,

sendo que cada parcela experimental foi constituída de 33 plantas (3 linhas com 11

plantas).

As plantas daninhas infestantes foram controladas por capinas, sendo

realizadas por quatro vezes, diminuindo a concorrência por nutrientes.

O experimento foi colhido em agosto de 2012, sendo que na colheita, para

fins de avaliação, consideraram-se apenas a linha central. A área experimental

ocupou 1350 m2.

As características avaliadas em campo foram: produtividade de raízes e

tempo de cozimento relacionado com dosagens elevadas de calcário e superfosfato

triplo.

Para realizar a colheita, as plantas consideradas úteis (linha central) da

parcela foram colhidas manualmente. As raízes foram separadas, cortadas no

ponto de inserção com a maniva mãe com auxilio de um facão.

Na determinação do tempo de cozimento das raízes selecionadas, foram

utilizadas as metades de cinco cilindros de raízes devidamente descascadas.

A duração do tempo de cozimento foi determinada pelo método descrito por

Pereira et al. (1985). Foram colocadas as metades das cinco cilindros de cada

parcela experimental em beckers, e estes colocados em panela de 20L com água

fervendo. Cada becker representou uma parcela experimental e a duração do

Page 54: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

55

tempo de cozimento foi medida em cada raiz, utilizando um garfo, espetando a

pequenos intervalos de tempo, para determinar o tempo ideal de cozimento (ponto

em que a raiz oferece pequena resistência a penetração do garfo, típica de

mandioca cozida), até o limite máximo de 52 minutos.

Os dados obtidos para produção e tempo de cozimento foram submetidos à

análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade, afim de se verificar

a interferência da adubação nestas características e, se possível, identificar o

melhor tratamento para promover uma diminuição do tempo de cozimento das

raízes. Para tanto, foi utilizado o software SAS versão 8.2 (2001).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve variância significativa entre as diferentes adubações utilizadas. A

média geral de produtividade foi de 14,67 ton ha-1 e o coeficiente de variação foi de

14,34%. Silva e Freire (1968) avaliando a produtividade de raízes em função da

adubação N, P e K em três ambientes diferentes, obtiverem coeficiente de variação

bastante semelhante (14,6%, 22,1% e 11,9%) ao obtido neste trabalho, sendo que

o coeficiente de 22,1% foi obtido em raízes colhidas após o fim do segundo ciclo.

Silva et al. (2011) avaliando o efeito de três condições de adubação do solo (solo

não adubado; adubado com superfosfato simples e; adubado com a mistura de

supersimples e humoativo BM®) na variedade Manteiguinha, obteve coeficiente de

variação de produtividade de raízes inferior (5,6%) ao obtido neste trabalho.

O tratamento que teve maior efeito sobre a produtividade foi o 30Ca/0F ( 30

kg Ca2+ e 0 kg TSP) e o de menor efeito foi o 15Ca/400F ( 15 kg Ca2+ e 400 kg

TSP) (Tabela 1). Gomes et al. (2005) avaliando dez variedades de mandioca

submetidas a diferentes doses de fósforo (0, 30, 60, 90 e 120 kg ha-1 P2O5)

verificou uma variância significativa para rendimento de raízes em função da

adubação, sendo que os incrementos foram crescentes e significativamente

diferenciados até a dose de 90 kg ha-1. Avaliando o efeito da adubação N, P e K

com doses crescentes para cada nutriente em três ambientes diferentes, Silva e

Freire (1968) verificaram que o fosforo e o nitrogênio tiveram resposta praticamente

nula, sendo que o potássio apresentou efeitos significativos e positivos. Silva et al.

(2011) verificou que a adubação com fosforo promoveu um aumento significativo da

produtividade, sendo que o tratamento com apenas o superfosfato simples teve um

Page 55: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

56

ganho médio de 14 ton ha-1 em relação ao tratamento sem adubação. Os

resultados obtidos na literatura não corroboram os resultados deste trabalho, pois

os tratamentos que apresentaram maior produtividade, no geral, foram aqueles em

que a dosagem de fosforo foi nula ou baixa. Tabela 1 – Médias de produtividade da variedade IAC 576-70 submetida a diferentes adubações. Tatuí, 2012.

Adubação Produtividade 30Ca/0F* 16,67 a 15Ca/0F 16,66 a

15Ca/100F 16,25 ab 60Ca/100F 16,20 ab 60Ca/0F 15,86 ab

30Ca/100F 15,81 ab 60Ca/200F 14,51 ab 60Ca/400F 14,44 ab 15Ca/200F 14,20 ab 30Ca/200F 13,43 ab 30Ca/400F 11,61 ab 15Ca/400F 10,36 b

30Ca/0F: 30 kg Ca2+ e 0 kg TSP; 15Ca/0F: 15 kg Ca2+ e 0 kg TSP; 15Ca/100F: 15 kg Ca2+ e 100 kg TPS; 60Ca/100F: 60 kg Ca2+ e 100 kg TPS; 60Ca/0F: 60 kg Ca2+ e 0 kg TSP; 30Ca/100F: 30 kg Ca2+ e 100 kg TPS; 60Ca/200F: 60 kg Ca2+ e 200 kg TSP; 60Ca/400F: 60 kg Ca2+ e 400 kg TSP; 15Ca/200F: 15 kg Ca2+ e 200 kg TSP; 30Ca/200F: 30 kg Ca2+ e 200 kg TSP; 30Ca/400F: 30 kg Ca2+ e 400 kg TSP; 15Ca/400F: 15 kg Ca2+ e 400 kg TSP

A variância se expressou significativamente para o tempo de cozimento em função

das adubações, do bloco e da subamostra. A média geral do tempo de cozimento

foi de 24,38 min e o coeficiente de variação de 10,93%. Mezette et al. (2009)

avaliando o tempo de cozimento 13 genótipos de mandioca, incluindo a variedade

IAC 576-70, obteve média bastante superior (43,8 min), possivelmente por se tratar

de clones em processo de melhoramento. No mesmo experimento a variedade IAC

576-70 apresentou tempo médio de 35,8 min., também superior ao encontrado

neste trabalho. Mas de acordo com os autores não foi realizada nenhuma

adubação e a área onde foi instalado o experimento encontrava-se em pousio, sem

adubação inorgânica, por um período de ao menos cinco anos. O coeficiente de

variação apresentado pelos autores (9,75%) ficou próximo do obtido neste trabalho.

O tratamento que mais influenciou a diminuição do tempo de cozimento foi o

60Ca/0F (60 kg Ca2+ e 0F), cuja média foi de 20,91 min. Observa-se também que

os tratamentos 30Ca/400F, 30Ca/200F, 60Ca/400F, 15Ca/100F e 15Ca/200F não

Page 56: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

57

diferiram estatisticamente do 60Ca/0F. O tratamento 15Ca/400F (15 kg Ca2+ e 400

kg TSP) foi o que apresentou o maior tempo de cozimento (26,81 min) (Tabela 2).

Entre os tratamentos que obtiveram menor tempo de cozimento, apenas o

60Ca/0F não possuía nenhuma dosagem de fósforo. De acordo com Lorenzi

(1994), avaliando cinco variedades de mandioca (inclusive a IAC 576-70) plantadas

em dois tipos de solos (LR – latossolo roxo eutrófico e LVA – latossolo vermelho-

amarelo distrófico), onde o LR tem mais bases trocáveis (Ca e Mg principalmente) e

o LVA é pobre em bases porém rico em K e P, obteve tempo de cozimento

significativamente inferior no solo rico em fósforo, o que no geral está de acordo

com os dados obtidos neste trabalho.

De acordo com a classificação proposta por Vilpoux e Cereda (2003), o

tempo de cozimento apresentado por todos os tratamentos estaria dentro do ideal,

ou seria considerado tipo A. O tipo A é o cozimento realizado até 30 minutos à

temperatura de fervura e à pressão ambiente.

Tabela 2 – Médias do tempo de cozimento (T.C.) da variedade IAC 576-70 submetida a diferentes adubações. Tatuí, 2012.

Adubação T.C 60Ca/0F* 20,91 a

30Ca/400F 21,49 ab 30Ca/200F 22,10 ab 60Ca/400F 22,72 abc 15Ca/100F 22,90 abc 15Ca/200F 23,51 abcd 60Ca/200F 24,29 bcde 30Ca/0F 25,46 cde 15Ca/0F 25,54 cde

30Ca/100F 26,16 de 60Ca/100F 26,33 de 15Ca/400F 26,81 e

* 60Ca/0F: 60 kg Ca2+ e 0 kg TSP; 30Ca/400F: 30 kg Ca2+ e 400 kg TSP; 30Ca/200F: 30 kg Ca2+ e 200 kg TPS; 60Ca/400F: 60 kg Ca2+ e 400 kg TPS; 15Ca/100F: 15 kg Ca2+ e 100 kg TSP; 15Ca/200F: 15 kg Ca2+ e 200 kg TPS; 60Ca/200F: 60 kg Ca2+ e 200 kg TSP; 30Ca/0F: 30 kg Ca2+ e 0 kg TSP; 15Ca/0F: 15 kg Ca2+ e 0 kg TSP; 30Ca/100F: 30 kg Ca2+ e 100 kg TSP; 60Ca/100F: 60 kg Ca2+ e 100 kg TSP; 15Ca/400F: 15 kg Ca2+ e 400 kg TSP

Considerações Finais

Page 57: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

58

Com relação às dosagens crescentes de adubação, o cálcio (Ca) teve maior

resposta a produtividade de raízes. Já o tratamento com superfosfato triplo (TSP)

em dosagem elevada diminuiu consideravelmente a produção de raízes.

O tempo de cozimento da variedade IAC 576-70 se mostrou melhor com

tratamento elevado de cálcio (Ca) e nulo de superfosfato triplo (TSP).

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J.; FILHO, J. R. F. Mandioca: uma boa alternativa para alimentação animal. Disponível em: <http://www.seagri.ba.gov.br/pdf/socioeconomia3_v7n1.pdf>. Acesso em: 19 out. 2012. CARVALHO, C.R.L.; VALLE, T.L.; MORGANO, M.A.; CANTARELLA, H.; FELTRAN, J.C.; PERINA, E.F. Aspectos Bioquímicos e Agronômicos no Cozimento de Mandiocas. III. Um Estudo de Caso na Região de Campinas. Revista Raízes e Amidos Tropicais, 2009. COCK, J. Cassava. New potential for a neglected crop. Boulder: Westview Press, 1985, 240p. FAVARO, S.P. Composição química e estrutura de paredes celulares de variedades de mandioca com tempos de cocção diferentes. 2003. 132p. Tese (Doutorado) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina. Londrina. FUKUDA, W.M.G.; BORGES, M.F. Avaliação qualitativa de cultivares de mandioca de mesa. Revista Brasileira de Mandioca, v. 7, n. 1, p. 63-71, 1988. LORENZI, J.O.; DIAS, C.A.C. Cultura da mandioca. Campinas: CATI, 1993, 41p. LORENZI, J. O. Variação na qualidade culinária das raízes de mandioca. Bragantia, v. 53, n. 2, p. 237-245, 1994. MEZETTE, T. F.; CARVALHO, C. R. L.; MORGANO, M. A.; SILVA, M. G; PARRA, E. S. B.; GALERA, J. M. S. V.; VALLE, T. L. Seleção de clones-elite de mandioca de mesa visando a característica agronômicas, tecnológicas e químicas. Bragantia, v. 68, n. 3, p. 601-609, 2009. OLSEN, K.M. SNPs, SSRs and inferences on cassava’s origin. Plant Molecular Biology, v. 56, n. 4, p.517-526, 2004. PEREIRA, A.S.; LORENZI, J.O.; VALLE, T.L. Avaliação do tempo de cozimento e padrão de massa cozida em mandioca de mesa. Revista Brasileira de Mandioca, v. 4, n. 1, p. 27-32, 1985.

Page 58: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

59

SHA AL, B. ; OLSON, P.; PRINZE, T.; CARVALHO, J.C.B.; TONUKARI, N.J.;HAYWOTH, D. Phylogenetic analysis of the Genus Manihot based on molecular marker. In: The cassava Biotecnoligy Network, Borgon, Indonesia, 22-26, August, 1994. SILVA, J. R.; FREIRE, E. S. Efeito de doses crescentes de nitrogênio, fósforo e potássio sobre a produção de mandioca em solos de baixa e alta fertilidade. Boletim Científico do Instituto Agronômico do Estado de São Paulo. Campinas, SP, v. 27, n. 29, p. 357–364, set. 1968. SILVA, J.; DINIZ, M. S.; FARIAS, M. A. A.; FERREIRA, K. C. Z.; MACEDO, A. S.; SILVA, M. M. Fósforo e humoativo BM® no desenvolvimento, produtividade e qualidade de raízes de mandioca, em Belmonte, Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MANDIOCA, 2011, Maceió. Mandioca: fonte de alimento e energia: anais. Maceió: ABAM: SBM, 2011. VALLE, T.L.; CARVALHO, C. R. L.; RAMOS, M. T. B.; MÜHLEN, G.S.; VIEIRA, O. V. Conteúdo cianogênico em progênies de mandioca originadas do cruzamento de variedades mansas e bravas. Bragantia, v. 63, n. 2, p. 221-226, 2004.

Page 59: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

60

CONTROLE BIOLÓGICO COM ÊNFASE NO CONTROLE COM

PARASITOIDES E PREDADORES

Alexandre A. M. C. Okazaki9, Marianne M. Martini1

Elis Vilarinho 10

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

O controle biológico é um fenômeno que ocorre naturalmente na natureza e baseia-se na regulação de animais e plantas por agentes de controle biológico (PARRA et al., 2002). Nos dias atuais, na agricultura o controle biológico é uma técnica que utiliza meios naturais para diminuir a população de organismos considerados nocivos ao equilíbrio do ecossistema (PARRA et al., 2002). Assim o homem aprendeu a manipular a relação desses inimigos naturais (patógenos, predadores e parasitoides) existentes no ecossistema para o restabelecimento do equilíbrio ecológico e benefícios de seus sistemas de produção agrícola (GALLO et al., 2002). Dentre as vantagens do programa de controle biológico destacam-se, redução de custos, ausência de toxidade, conservação da biodiversidade, etc. (GALLO et al., 2002)

PALAVRAS-CHAVE: Controle Biológico. Parasitoide. Predador.

ABSTRACT:

Biological control is a phenomenon that occurs naturally in nature and is based on the regulation of animals and plants by biocontrol agents (PARRA et al., 2002). Currently in agriculture, biological control is a technique that uses natural means to decrease the population of organisms considered harmful to the ecosystem balance (PARRA et al., 2002). Researchers learned to manipulate the relationship of these natural enemies (pathogens, predators and parasitoids) existing in the ecosystem to restore the ecological balance and benefits of their agricultural production systems (GALLO et al., 2002). Among the advantages of the biological control program stand out, reducing costs, absence of toxicity, biodiversity conservation, etc (GALLO et al., 2002).

KEYWORDS: Biological control. Parasitoids. Predators

O controle biológico é um fenômeno que ocorre naturalmente na natureza e

baseia-se na regulação de animais e plantas por agentes de controle biológico, ou

seja, os inimigos naturais. Nos dias atuais, na agricultura o controle biológico é uma 9Acadêmicos do Curso de Engº. Agronômica. FAESB. Email: [email protected]; [email protected] 10 Prof(a).Dra. Elis Vilarinho. FAESB. Email: [email protected]

Page 60: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

61

técnica que utiliza meios naturais para diminuir a população de organismos

considerados nocivos ao equilíbrio do ecossistema. (PARRA et al., 2002). Todas as

espécies de plantas e animais tem inimigos naturais atacando em diferentes

estágios da vida (GALLO et al., 2002).

Dentre os animais existentes na natureza os insetos são os seres que

possuem maior número de espécies e de indivíduos. Sendo assim, para manter o

equilíbrio destas populações no ecossistema existe uma grande gama de animais

que se alimentam de insetos como os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos

que são os inimigos naturais. A maioria é inespecífico, ou seja, não se alimenta de

uma única espécie de inseto. Isso ocorre naturalmente na cadeia alimentar, sem a

intervenção do homem (GALLO et al., 2002). A Base dessa cadeia são as plantas,

seguidas pelos animais que se alimentam delas e assim por diante. Quando o

homem interviu no funcionamento dessa cadeia com a prática da monocultura em

larga escala, a destruição desordenada dos habitats naturais desses inimigos

acabaram com o equilíbrio que havia naturalmente (SILVA, et al., 2013). Assim o

homem aprendeu a manipular a relação desses inimigos naturais existentes no

ecossistema para o restabelecimento do equilíbrio ecológico e benefícios de seus

sistemas de produção agrícola (GALLO et al., 2002). Há relatos de que no século XVIII, joaninhas e pássaros predadores foram utilizados

como medida de controle biológico para combater surtos de insetos pragas (GALLO et al., 2002). O controle biológico de insetos pragas também podem ocorrer através de agentes microbianos (fungos, bactérias e vírus) e de insetos entomófagos, parasitos ou predadores (SILVEIRA NETO et al.,1976). Neste trabalho abordaremos a importância dos parasitoides e predadores no controle biológico. Sendo, parasitoide o inseto que se nutre através de um hospedeiro, necessita dele para completar seu ciclo de vida e o mata antes desse atingir a maturidade sexual (PARRA et al., 2002). Por outro lado, os Predadores são indivíduos de vida livre, usualmente são maiores do que suas presas e requerem um consumo grande de indivíduos para completar seu ciclo de vida (PARRA et al., 2002). No século XIX, centenas de parasitoides foram descritos e surgiu a ideia de que cada inseto fitófago tinha na natureza seu predador ou parasitoide (GALLO et al., 2002).

Finalmente em 1890, o primeiro grande sucesso do controle biológico com insetos aconteceu quando a joaninha Rodolia cardinalis (Coleoptera: Coccinellidae) trazida da Austrália em 1888, foi introduzida na Califórnia para o controle do pulgão-branco-do-citros, Icerya purchasi. Essa medida rendeu grande êxito e se tornou um exemplo clássico da literatura, considerado um marco na área de controle biológico (GALLO et al., 2002).

Desta forma, têm-se claro que no setor agrícola o controle biológico é um importante componente do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Os inimigos naturais mantêm as pragas em equilíbrio sendo um dos responsáveis pela mortalidade natural no Agroecossistema

Page 61: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

62

(GALLO et al., 2002). Nessa situação os agroquímicos podem ser menos tóxicos causando menos impacto ao meio ambiente (GALLO et al., 2002).

Nos primeiros relatos de controle biológico de pragas por inimigos naturais, essa medida era vista como solução a longo prazo, uma vez que a liberação de inimigos naturais era feita aos poucos e esses insetos precisavam se adaptar e se reproduzir. Este processo demandava tempo, logo era aplicado em culturas perenes ou semiperenes (PARRA et al., 2002).

Hoje, diferentemente do passado, o controle biológico pode ser considerado uma medida emergencial, semelhante, em alguns casos a inseticidas. (SINGH & MOORE, 1985; PARRA, et al., 2002). A criação massal e a liberação de grandes quantidades de insetos tornou esse método muito rápido com a vantagem de não gerar prejuízos ao ambiente. (PARRA, 2000 apud PARRA et al., 2002). O Trichogramma spp. é um exemplo de sucesso de parasitoide usado em vários países (PARRA et al., 2002). Dentre os predadores, ocupam posição de destaque as joaninhas (Coccinellidae) (GALLO et al., 2002).

Atualmente, a joaninha Cryptolaemus montrouzieri foi avaliada e demonstrou o potencial dessa espécie como agente de controle biológico (SANCHES; CARVALHO, 2010). Essa joaninha é de origem australiana, descoberta por Alberto Koebele depois que ele identificou seu alto potencial predatório em todos os estádios da cochonilha-branca. Foi introduzida em 1892 na Califórnia, em 1910 na Argélia e em 1930 na Flórida. Na década de 30, Gómez Clemente começou a criação massal na Espanha (LLORENS, 1990 apud GRAVENA, 2003). Uma pequena larva da Joaninha C. montrouzieri, pode consumir até 250 pequenas cochonilhas. A preferência de alimentação, tanto de adultos como de larvas jovens, são os ovos da praga, mas as larvas mais velhas podem atacar qualquer estádio da cochonilha. É um predador voraz, sendo chamado de “superpredador de cochonilha-branca dos citros” (GRAVENA, 2003).

Outro importante agente de controle são os Himenópteros Braconídeos,

esses parasitoides são considerados a melhor alternativa para o controle da

moscas-das-frutas. São quase que exclusivamente os responsáveis pelo equilíbrio

da população dessas pragas (WHARTON, 1993 apud ALVARENGA et al., 2005),

devido a sua especificidade quanto à utilização de tefritídeos como hospedeiros

(ALUJA et al., 1990 apud VALLE, 2006).

No Brasil, as principais pragas de frutíferas são as espécies de gênero

Anastrepha, (Schiner, 1868) e Ceratis capitata, (Wiedmann, 1824) (ZUCCHI, 2000

apud VALLE,2006). Apesar de existirem muitas espécies nativas de parasítódes de

mosca-das-frutas (CANAL; ZUCCHI, 2000 apud LEAL et al., 2008), até o presente

momento, não se obteve sucesso na criação massal desse parasitoide, optando-se

portanto, pela introdução do parasitoide exótico Diachasmimorpha. longicaudata

(LEAL et al., 2008). Esse parasitoide foi introduzido no Brasil a partir de material

proveniente do Department of Plant Industry (DPI), em Gainesville, Florida (EUA),

Page 62: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

63

por iniciativa da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical com apoio do laboratório

de quarentena de “Costa e Lima” da Embrapa Meio Ambiente (CARVALHO;

NASCIMENTO; MATRANGOLO, 1998 apud LEAL et al., 2008). O parasitoide D.

Longicaudata, foi liberado no Recôncavo Baiano e submédio São Francisco obtendo

grande sucesso em controlar a população de moscas-das-frutas e estabelecendo a

população do parasitoide na região norte (CARVALHO;NASCIMENTO, 2002 apud

LEAL et al., 2008).

Através dos inúmeros exemplos de controle biológico observa-se que as

medidas de controle biológico são de suma importância, pois protegem a

biodiversidade, evitam o desequilíbrio do ecossistema, diminuem a quantidade de

resíduos tóxicos nos alimentos, na água e no solo, e reduzem a dependência do

produtor rural de implementos agrícolas como tratores e pulverizadores, além de

aumentar a lucratividade da lavoura, com a redução da dependência do petróleo

(GALLO et al., 2002).

REFERÊNCIAS

ALVARENGA, D.C. et al. Introdução e Recuperação do Parasitóide Exótico Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera: Braconidae) em Pomares Comerciais de Goiaba no Norte de Minas Gerais. Neotropical Entomology, v.34, n.1, p. 133-136, jan./fev. 2005.

GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. In: ______. Métodos de Controle de Pragas. 10. ed. Piracicaba: FEALQ, 2002. p. 243-353.

GRAVENA, S. Manejo Ecológico da Cochonilha-Branca dos Citros, com Ênfase no Controle Biológico pela Joaninha Cryptolaemus montrouzieri. Laranja, Cordeirópolis, v. 24, n. 1, p. 71-82, 2003.

LEAL, M.R. et al. Capacidade de Sobrevivência e Dispersão de Diachasmimorpha longicaudata, um parasitóide exótico de larva de mosas-das-frutas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2008.

PARRA, J. R. P. et al. Controle Biológico no Brasil: parasitóides e predadores. In:______. Controle Biológico: Terminologia. 1. ed. São Paulo: Manole, 2002. p. 1-15.

PARRA, J. R. P. et al. Controle Biológico no Brasil: parasitóides e predadores. In:BERTI FILHO, E.; CIOCIOLA, A. I. Parasitóides ou Predadores? Vantagens e Desvantagens. 1. ed. São Paulo: Manole, 2002. p. 29-41.´

Page 63: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

64

SANCHES, N. F; CARVALHO, R. S. Multiplicação do predqador exótico Cryptolaemus montrouzieri como alternativa de controle biológico clássico para o controle da cochonilha exótica Maconellicoccus hirsutus. In: Congresso Brasileiro de Agroecologia, 7, 2011, Fortaleza. Resumos... p. 1-5.

SCOPEL, W.; ROZA-GOMES, M. F. Programas de Controle Biológico no Brasil. ACET, Joaçaba, v. 2, n. 2, p. 2015-223, jul./dez. 2011.

SILVA, A. C. et al. Guia para reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas. 1. ed. Brasíla: Embrapa, 2013.

SILVEIRA NETO, S. et al. Manual de Ecologia dos Insetos. In:______. INTRODUÇÃO: Controle Biológico. São Paulo: Agronômica Ceres, 1976. p. 27-28.

VALLE, G. E. Aspectos biológicos e morfológicos de Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead, 1905) (Hymenoptera: Braconidae) Criado em Larvas Irradiadas de Ceratitis capitata (Wiedmann, 1824) (Diptera: Tephritidae). 2006. 85 f. Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Ciências. Área de Concentração: Energia Nuclear na Agricultura e no Ambiente).Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006.

Page 64: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

65

EFEITO DE BIOESTIMULANTES NA CULTURA DO ALFACE

Mateus Rodrigues da Costa11 MSc. Gustavo Castilho Beruski12

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO:

Este trabalho tem como objetivo avaliar a aplicação de bioestimulantes experimentais na cultura da alface após transplantio, analisando características morfofisiológicas e de produção da cultura da alface. O experimento foi conduzido no campo experimental da FAESB no município de Tatuí – SP. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos utilizados foram: T1=Testemunha; T2 = Solução de Tiririca + Energético Redbull®; T3 = Solução de Tiririca + Yakult®; T4 = Energético Redbull® + Yakult®. As avaliações foram realizadas 21 dias após o transplante das mudas. Aos 21 DAT avaliou-se as seguintes características das plantas: número de folhas, comprimento de parte aérea e de raiz, diâmetro de colo, desenvolvimento radicular, peso fresco de parte aérea e de raiz, peso seco de parte aérea e de raiz, a relação entre parte aérea e raízes em peso fresco e em peso seco e produtividade.

PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa L. Red Bull®. Yakut®. Cyperus rotundus. Produção ABSTRACT:

This study aims to evaluate the application of experimental Biostimulants on lettuce after transplanting, analyzing morphological and physiological characteristics and production of lettuce crop. The experiment was conducted at the experimental field of the FAESB, municipality of Tatuí - SP. The experimental design was a randomized block with four replications. The treatments were: T1 = control; T2 = Solution of Tiririca + Redbull Energy ®, T3 = Solution of Tiririca + Yakult ®, T4 = Redbull ® Energy + Yakult®. The evaluations were performed 21 days after transplanting. At 21 DAT evaluated the following plant characteristics: number of leaves, length of shoot and root, stem diameter, root development, fresh weight of shoot and root dry weight of shoot and root, the relationship between shoot and root fresh weight and dry weight and productivity.

KEYWORDS: Lactuca sativa L. Red Bull®. Yakut®. Cyperus rotundus. Production INTRODUÇÃO

11 Acadêmico do curso de Engenharia Agronômica (FAESB) e-mail: [email protected] 12 Professor MSc. do curso de Engenharia Agronômica (FAESB) e-mail: [email protected]

Page 65: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

66

Originária da Ásia e inserida no Brasil pelos portugueses no século XVI, a

alface (Lactuca sativa L.) é uma das olerícolas mais popular, além disso, é cultivada

em quase todas as regiões do globo terrestre (GOMES, 2001; RESENDE et al.,

2003). A cultura em questão apresenta grande importância na alimentação dos

brasileiros, fato que assegura à cultura expressivo valor comercial na econômica

nacional (LOPES et al., 2007).

A alface é uma hortaliça folhosa pertencente à família Asteraceae. Sua

propagação dá-se pelo uso de sementes, de modo que o emprego de sementes de

alta qualidade é de extrema importância para o estabelecimento da cultura,

produzindo plântulas de alta qualidade, capazes de se desenvolver adequadamente

em campo, aumentando a produtividade e diminuindo os riscos de produção

(FRANZIN et al., 2004).

Para que a nutrição da cultura seja adequada e seu desenvolvimento ocorra

no seu máximo de eficiência fisiológica, é de suma importância que seu sistema

radicular apresente-se bem distribuído e desenvolvido nos diferentes horizontes do

solo. Kluthcouski e Stone (2003) relataram que são escassas as informações sobre

o sistema radicular de diferentes culturas de interesse agrícola, devido ao fato desse

órgão vegetal encontrar-se abaixo da superfície do solo. Entretanto, segundo os

mesmos autores acima citados, são as raízes que dão suporte a parte aérea da

planta e é por meio de suas estruturas que ocorre a absorção de águas e nutrientes

presentes no solo.

Para que haja uma melhor formação da arquitetura radicular, objetivando

elevações nos níveis de produtividade, pode-se optar pelo uso de enraizadores, as

quais atuam estimulando e acentuando sua formação. A arquitetura radicular está

intimamente relacionada a produtividade das plantas, especialmente em ambientes

caracterizados por baixa disponibilidade de água e nutrientes, assim é fato que a

estruturação do sistema radicular apresenta relação direta com o aumento da

produção agrícola (Vieira e Santos, 2005).

Os fitohormônios são compostos de natureza orgânicas, endógenas, as

quais são produzidas em pequenas concentrações no interior de diferentes células

vegetais, estas substâncias tem a capacidade de promover, inibir ou regular o

crescimento e desenvolvimento dos vegetais (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Geralmente a grande maioria dos hormônios vegetais encontra-se na forma

conjugada, ou seja, ligadas a outras substâncias químicas como carboidratos,

Page 66: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

67

aminoácidos, peptídeos ou proteínas. A hidrólise dos conjugados inativos dos

tecidos das plantas liberam a forma “livre”, ou ativa de hormônios, sendo estes

compostos naturais (fitohormônio e substâncias naturais de crescimento) ou

sintéticos (hormônio sintético e regulador sintético) que exibem atividade no controle

do crescimento e desenvolvimento da planta (FERRI, 1985).

A Cyperus rotundus, popularmente conhecida como tiririca, possui, em seu

sistema radicular, um conjunto de bulbos, rizomas e tubérculos subterrâneos,

interligados em forma de corrente, os quais atuam como unidades de disseminação

e reprodução, estas estruturas permanecem dormentes no solo por longos períodos

e podem apresentar diferentes efeitos alelopáticos no desenvolvimento de espécies

herbáceas (JAKELAITIS et al., 2003).

Em trabalho analisando os efeitos inibitórios de tiririca na produção de

plântulas de arroz, Quayyum et al. (2000) verificaram a presença de substâncias

inibitórias, ao crescimento de plantas cultivadas, no interior dos tubérculos de C.

rotundus. Entretanto, pesquisas afirmam que estas mesmas substâncias podem ser

usadas para indução de raízes em estacas, atuando como sinergistas do ácido indol

acético (IAA) (QUAYYUM et al., 2000). Os mesmo autores acima citados

identificaram diferentes concentrações de compostos fenólicos em extratos de folhas

e tubérculos de C. rotundus. Dentre estes compostos, têm-se os polifenóis, que

atuam diretamente no sistema IAA-oxidase/peroxidase das plantas. Na medida em

que esse sistema enzimático aumenta seu funcionamento, há uma diminuição

proporcional na concentração de auxina endógena. Dessa maneira, os polifenóis

fazem com que esse sistema diminua, aumentando, portanto, a concentração de IAA

na planta (ONO; RODRIGUES, 1996; RODRIGUES et al., 2002).

Os microrganismos necessitam de fontes de energia, carbono, nitrogênio, sais

minerais, água, fatores de crescimento (vitaminas e outras substâncias). Estas

substâncias são fornecidas a partir de fontes orgânicas e/ou inorgânicas (ACTOR,

2007). Pela complexidade da comunidade microbiana há relatos de todos os

mecanismos de ação (antibiose, parasitismo, competição, predação e indução de

resistência), dos agentes de controle biológico conhecidos agindo no controle,

quando de sua incorporação no fitoplâncton (CASTRO et al., 1992; ELAD;

SHTIENBERG, 1994; MACQUILKEN et al., 1994; TRATCH; BETTIOL, no prelo;

WELTZIEN, 1989; YOHALEM et al., 1996). Os mesmo autores acima citados

relatam que além do controle de patógenos, há referência sobre seu efeito

Page 67: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

68

nutricional na planta. Contudo, como se trata de uma técnica que vem sendo

expandida, há necessidade da realização de estudos para a determinação dos

impactos no ambiente e na saúde pública. Para minimizar os possíveis problemas,

sugere-se o uso de matéria orgânica livre de metais pesados e de agentes nocivos à

saúde pública.

A bebida energética de marca (Red Bull®) possui substâncias em sua

composição como a taurina, vitaminas grupo B, glicose, sacarose e águas de fontes

alpinas. Dentre estas a taurina e as vitaminas complexo B podem atuar como fonte

de energia para os microrganismos e estimuladores da mitose, principalmente em

células de raízes, provocando uma aceleração em seu crescimento.

Bactérias do gênero Lactobacillus encontrada em bebidas lácteas (Yakult®),

apresentam a função de aditivos. Ferreira (2003 apud TEBALDI, 2005) classifica as

bactérias lácticas como fenótipos comuns, Gram-positivos, quase sempre catalase

negativos, presentes na forma de cocos ou bacilos, imóveis ou apresentando

mobilidade em raras ocasiões, não esporogênicas e fermentadoras de açúcares,

produzindo como principal composto o ácido láctico (bactérias homofermentativas)

ou podendo produzir outros compostos como ácido acético, etanol e CO2.

De acordo com Castro e Vieira (2001), a mistura de dois ou mais

reguladores de crescimento ou substâncias que atuam como reguladores

alternativos são denominados bioestimulantes. Esse produto pode, em vista de sua

composição, concentração e proporção de suas moléculas integradoras, interferir

diferentemente no desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão, a diferenciação e

a elongação celular (CASTRO; VIEIRA, 2003).

A aplicação de bioestimulantes como técnica agronômica para otimizar a

produção em diversas culturas de interesse agrícola é cada vez mais frequente

(DOURADO NETO et al., 2004). De acordo com Lana et al. (2006), a aplicação de

reguladores de crescimento, micronutrientes e aminoácidos permitem que as plantas

expressem da melhor forma seu potencial de produtivo, pois são importantes

ativadores metabólicos.

Devido ao recente uso de bioestimulantes em diversas plantas cultivadas, o

objetivo deste trabalho é avaliar a aplicação de novos bioestimulantes experimentais

na alface após transplantio da muda no município de Tatuí, SP, visando à análise do

índice de pegando das mudas e o desenvolvimento vegetativo de mudas

transplantadas no campo.

Page 68: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

69

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Faculdade de ensino Superior Santa

Bárbara (FAESB), localizada no município de Tatuí – SP. O experimento foi

conduzido em canteiros com área de 6 m². As mudas de alface, cultivar Verônica,

foram adquiridas junto ao Viveiro de Mudas Higashi, adequadamente armazenadas,

localizado no município de Sorocaba – SP.

O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com quatro

tratamentos (bioestimulantes) e quatro repetições. Para cada repetição, utilizaram-se

quinze mudas de uma bandeja. Os tratamentos avaliados foram: T1=Testemunha;

T2 = Solução de Tiririca + Energético Redbull®; T3 = Solução de Tiririca + Yakult®;

T4 = Energético Redbull® + Yakult®.

Após a obtenção das soluções compostas pelos diferentes tratamentos, as

mesmas foram homogeneizadas manualmente e aplicadas sobre as mudas após o

transplante, em intervalos de 7 dias, somando 4 aplicações até a avaliação do

experimento.

As avaliações foram realizadas 21 dias após o transplante (DAT). Aos 21

DAT foram colhidas 6 plantas de cada bloco, totalizando uma amostragem de 24

indivíduos. Após a colheita avaliou-se as seguintes características das plantas:

número de folhas, comprimento de parte aérea e de raiz, diâmetro de colo,

desenvolvimento radicular, peso fresco de parte aérea e de raiz, peso seco de parte

aérea e de raiz, a relação entre parte aérea e raízes em peso fresco e em peso seco

e produtividade.

Após a retirada das plantas as mesmas foram lavadas em água corrente

para remoção de resquícios de substrato e de partículas de solo presente no

sistema radicular das plantas. Posteriormente, as plantas foram seccionadas no colo

a fim de separar parte aérea do sistema radicular. Separadas as respectivas partes

das plantas de alface efetuou-se a pesagem das mesmas em balança de precisão, a

fim de determinar-se o peso fresco. Para determinar a altura das plantas efetuou-se

a medição do colo dos vegetais a partir de uma régua milimetrada.

As raízes e a parte aérea das plantas foram secas, em estufa com circulação

forçada de ar a uma temperatura de 60° C, por um período de 48 horas,

posteriormente as mesmas foram pesadas em balança de precisão, para

determinação de seus pesos secos.

Page 69: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

70

Os dados de obtidos ao longo do experimento submetidos ao teste F para

análise de variância. Posteriormente, utilizou-se o teste de Duncan, a 5% (α =

0,05%) de probabilidade, para comparação entre os tratamentos adotados em

relação a testemunha. Tanto para a análise da variância, quanto para a comparação

entre as médias de tratamentos utilizou-se o pacote estatístico Sisvar 4.0 – Sistema

de Análise de Variância.

RESULTADOS PRELIMINARES

Até o presente momento efetuou-se o transplantio das mudas de alface para

os canteiros localizados na área experimental da Faculdade de Ensino Superior

Santa Bárbara.

Ao longo desses vinte e um dias, período do transplantio até a colheita, o

experimento está sendo conduzido conforme a metodologia descrita no item

anterior.

REFERÊNCIAS ACTOR, J. K. Imunologia e microbiologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007, p.184. CASTRO, C. M.; SATOS, A. C. V.; AKIBA, F. 1992. Bacillus subtilis isolado do biofertilizante “Vairo” com ação fungistática e bacteriostática a alguns fitopátogenos. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, Anais... Jaguariúna, EMBRAPA-CNPDA, p.291. CASTRO, P. R. C.; VIEIRA, E. L. Aplicações de reguladores vegetais na agricultura tropical. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária, 2001. 132 p. CASTRO, P. R. C.; VIEIRA, E. L. Biorreguladores e bioestimulantes na cultura do milho. In: FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. (Eds). Milho: estratégias de manejo para alta produtividade. Piracicaba: FEALQ, 2003. p. 99-115. DOURADO NETO, D.; DARIO, G. J. A.; VIEIRA JÚNIOR, P. A.; MANFRON, P. A.; MARTIN, T. N.; BONNECARRÉRE, R. A. G.; CRESPO, P. E. N. Aplicação e influência do fitorregulador no crescimento das plantas de milho. Revista da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, Uruguaiana, v. 11, p. 93-102, 2004. ELAD, Y.; SHTINBERG, D. Effect of compost water extracts on grey mould (Botrytis cinerea). Crop Protection, v.13, p.109-14, 1994. FERRI, M. G. (Coord.) Fisiologia Vegetal, volumes 1. 2nd ed. São Paulo: EPU, 1985, 361p.

Page 70: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

71

FRANZIN, S. M; MENEZES, N. L. de; GARCIA, D. C.; WRASSE, C. F. Métodos para avaliação do potencial fisiológico de sementes de alface. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 26, n. 2, p. 63-69, 2004. GOMES, T. M. Efeito do C02 aplicado na água de irrigação e no ambiente sobre a cultura da alface (Lactuca sativa L.). 2001. 83 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2001. JAKELAITIS, A. FERREIRA, L. R.; SILVA, A. A.; AGNES, E. L.; MIRANDA, G. V.; MACHADO, A. F. L. Efeitos de sistemas de manejo sobre a população de tiririca. Planta Daninha, Viçosa, v.21, n.1, p. 89-95, 2003. KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F. Principais fatores que interferem no crescimento radicular das culturas anuais, com ênfase no Potássio. Informações Agronômicas, n.103, p.05-09, setembro 2003. LOPES, J. L. W.; BOARO, C. S. F.; PERES, M. R.; GUIMARÃES, V. F. Crescimento de mudas de alface em diferentes substratos. Biotemas, Florianópolis, v. 20, n. 4, p. 19-25, 2007. McQUILKEN, M. P.; WHIPPS, J. M.; LYNCH, J. M. Effects of water extracts of a composted manure-straw mixture on the plant pathogen Botrytis cinerea. World J. Microbiol. Biotechnol., v.10, p.20-6, 1994. ONO, E. O.; RODRIGUES, J. D. Aspectos da Fisiologia do Enraizamento de Estacas Caulinares. Jaboticabal: FUNEP, 1996. 83p. QUAYYUM, H. A. MALLIK, A. U.; LEACH, D. M.; GOTTARDO, C. Growth inhibitory effects of nutgrass (Cyperus rotundus) on rice (Oryza sativa) seedlings. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 26, n. 9, p. 2221-2231, 2000. RESENDE, G. M.; YURI, J. E.; MOTA, J. H.; SOUZA, R. J. de; FREITAS, S. A. C. de; RODRIGUES JR., J. C.. Efeitos de tipos de bandejas e idade de transplantio de mudas sobre o desenvolvimento e produtividade da alface americana. Horticultura Brasileira, Campinas, v. 21, n. 3, p. 558-563, 2003. RODRIGUES, A. C.; DINIZ, A. C.; FACHINELLO, J. C.; SILVA, J. B. da.; FARIA, J. L. C. Peroxidases e fenóis totais em tecidos de porta-enxertos de Prunus sp. nos períodos de crescimento vegetativo e de dormência. Ciência Rural, Santa Maria, v. 32, n. 4, p. 559-564, 2002. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. 690 p. TEBALDI, V. M. R. Elaboração de bebidas láctea de soro de ricota e extrato solúvel de soja. 2005. 79p. Dissertação (Magister Science) - Universidade Federal de Lavras. Lavras, 2005. TRATCH, R.; BETTIOL, W. (no prelo). Efeito de biofertilizante sobre o crescimento micelial e a germinação de esporos de alguns fungos fitopatogênicos. Pesq. Agropec.Bras..

Page 71: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

72

VIEIRA, E. L.; SANTOS, C. M. G. Estimulante vegetal no crescimento e desenvolvimento inicial do sistema radicular do algodoeiro em rizotrons. In: “V” CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, agosto/setembro 2005. WELTZIEN, H. C. Some effects of composted organic materials on plant health. Agriculture, Ecosystems and Environment, v.27, p.439-46, 1989. YOHALEM, D. S.; NORDHEIM, E. V.; ANDREWS, J. H. The effect of water extracts of spent mushroom compost on apple scab in the field. Phytopathology, v.86, p.914-22. 1996.

Page 72: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

73

CULTIVO DE MARACUJÁ COMO GERAÇÃO DE RENDA EM PEQUENAS PROPRIEDADES

Carina Ap. Rigonato13 Paula Vieira1

Paulo Ricardo S. Silva1 Msc. Gustavo C. Beruski14

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo a análise de dados preliminares visando o cultivo da cultura do maracujá nas propriedades rurais de baixa renda, localizados no município de Itapetininga, com o intuito de gerar renda para famílias residentes no local em estudo. Segundo os dados, Itapetininga tem baixa produção no ramo, comparando com as cidades da região, tendo em média á produtividade de 17 toneladas por hectare. De acordo com os resultados obtidos, há a possibilidade de implantação do projeto proposto. O sucesso do estudo está relacionado à possibilidade de que o cultivo da cultura do maracujá proporcione benefícios aos produtores locais, estimulando assim o trabalho nas diferentes comunidades carentes no município de Itapetininga. Fatores benéficos aos agricultores estão diretamente relacionados a cultura em questão não requer gastos diários para sua manutenção e manejo, possibilitando seu cultivo nas localidade que empregam a mão de obra familiar. PALAVRAS-CHAVE: Passiflora edulis Sims. Agronegócio. Agricultura familiar.

ABSTRACT:

The present study aimed to analyze the cultivation preliminaries data of the passion fruit crop in low-income rural properties located in the municipality of Itapetininga, SP, in order to generate income for families living at the site under study. According to the data, Itapetininga has low production branch, compared with cities in the region, averaging will yield 17 tons per hectare. According to the results, there is the possibility of implementing the proposed project. The success of the study is related to the possibility that the cultivation of the culture of passion bring benefits to local producers, thus encouraging work in different poor communities in the municipality of Itapetininga. Factors beneficial to farmers are directly related to the culture in question does not require daily expenses for its maintenance and management, allowing its cultivation in the locality that employs family labor.

KEYWORDS: Passiflora edulis Sims. Agribusiness. Family farming.

13 Acadêmico(a) Engenharia Agronômica – Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (FAESB). e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. 14 MSc. Professor Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (FAESB). e-mail: [email protected].

Page 73: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

74

INTRODUÇÃO

O maracujá é uma planta de clima tropical com ampla distribuição

geográfica, a qual está em franca expansão visando à produção de frutas, para

consumo "in natura”, e também para a produção de suco (FORNASIERI, et al.,

2003). O maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.), originário da

América Central, é cultivado em todo o território nacional, devido às excelentes

condições climáticas (Borges et al., 2003). O plantio da cultura em questão inicia-se

no mês de setembro, e sua colheita dá-se no mês de maio, e terminando entre os

meses de fevereiro a março (EMBRAPA, 2011).

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, com aproximadamente

60% da produção mundial (ARÊDES et al., 2009). No país, a produção da fruta é

estimada em 664.000 toneladas, com uma área cultivada correspondente a 47.032

hectares por ano, a qual surge como forma alternativa para a produção em

pequenas propriedades rurais, contribuindo na renda familiar de pequenos

agricultores (IBGE, 2010). Considerando a lucratividade é importante ressaltar que a

cultura do maracujazeiro apresenta rendimentos superiores a muitos outros produtos

agrícolas (primeira safra 10 a 12 ton. ha-1, segunda safra variando de 15 a 20 ton.

ha-1) e, dada a sua diversidade tem grande potencial na geração de empregos ao

longo da cadeia produtiva (EMBRAPA, 2011). Fatores, acima mencionados,

contribuem para minimizar problemas de sazonalidade de mão de obra, bem como

de rendimento financeiro para a propriedade.

No Brasil, a produção da fruta destaca-se nas regiões Nordeste, Sudeste e

Norte. Na região Sudeste, o maracujazeiro é uma das oito espécies frutíferas mais

cultivadas em sistema extensivo, sendo precedido apenas pelas culturas da laranja,

banana, limão, manga, tangerina, abacaxi e uva (SOUSA et al., 2008). Os estados

da Bahia, Espírito Santo e São Paulo são os maiores produtores do maracujá. No

estado de São Paulo, a área cultivada é estimada em 3 mil hectares, e o valor da

produção é avaliado em 41 milhões de reais (ANUÁRIO DA AGRICULTURA

BRASILEIRA, 2011).

A partir de dados coletados pela Secretaria da Agricultura e de

Abastecimento do Estado de São Paulo verifica-se a importância do cultivo da

cultura em questão na região de Itapetininga. Segundo dados de 2009 a região em

Page 74: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

75

questão apresenta produção inferior apenas a região agrícola de Dracena. No

período compreendido entre 2006 e 2009, as médias de produtividade em suas

respectivas regiões de cultivo por ano no estado foram de 18,7 ton. em Dracena,

17,8 ton. em Itapetininga, 17,2 ton. em Tupã, 17,1 ton. em Registro, 16,8 ton. em

Sorocaba e 13,3 ton. em Marília (TSUNECHIRO et al., 2011).

Verificou-se que a cultura do maracujazeiro caracteriza-se por ser uma

atividade predominantemente desenvolvida em pequenas propriedades, com

tamanho entre 3 a 5 hectares e mão de obra eminentemente familiar. Esses fatos

demonstraram que a cultura do maracujazeiro, como a maior parte das frutíferas,

pode ser uma boa alternativa para os pequenos proprietários, contribuindo dessa

maneira para valorizar o trabalho dos agricultores familiares (SÃO JOSE et al., 2000)

O objetivo do presente trabalho foi analisar dados preliminares da

implantação da cultura do maracujá, a fim de demonstrar aos pequenos produtores,

que essa é uma cultura rentável a sua realidade atual.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi implantado na cidade de Itapetininga, SP, em região específica

localizada na zona rural do município, a escolha da região em estudo baseou-se na

renda per capita, caracterizada por famílias de baixa renda.

No experimento utilizou-se a cultura do maracujá-amarelo (Passiflora edulis

Sims f. flavicarpa Deg.), o qual foi plantado em cova de 40 cm de largura, 40 cm de

comprimento e 40 cm de profundidade. O espaçamento para cultivo manual foi de

2,5 m entre linhas e o espaçamento entre plantas foi de 6 m, em uma área total de

5.000 m², com aproximadamente 1.335 mudas.

Durante o experimento efetuou-se a calagem, com aplicação de 1,5

toneladas de calcário, o qual foi incorporado na cova em conjunto com a aplicação

de 4 toneladas de esterco.

O sistema de condução da cultura foi do tipo espadeira vertical com um

único fio de arame N-12 no ápice dos postes a uma altura de 2,0 m, e um único fio

de arame rente ao solo para amarração dos barbantes. Além disso, foi composta de

uma cerca formada por mourões de madeira, com espaçamento entre eles de 5,0

metros. Após o plantio no campo, as plantas foram entrelaçadas nos barbantes, para

que as mesmas fossem conduzidas até o arame no ápice dos mourões.

Page 75: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

76

A polinização da cultura deu-se de naturalmente, realizadas por insetos

polinizadores, ou manualmente. A polinização quanto efetuada manualmente o

produtor efetuava a retirada do pólen de uma flor e a inseria em outra peça floral.

Esse procedimento foi realizado no mesmo dia em virtude das flores permanecerem

abertas por um período de, aproximadamente 6 horas, iniciando 12:30 horas e

terminando a partir das 18:00 horas.

Ao longo do ciclo da cultura efetuou-se o controle cultural de plantas

daninhas por meio da capina manual. Após a capina os restos culturais foram

mantidos próximos às plantas de modo que ocorresse a incorporação desse material

no solo, elevando os níveis de matéria orgânica no solo.

A poda de formação foi efetuada após o transplantio, com inserção, ao lado

da muda, um tutor ao qual a planta foi fixada periodicamente por meio de um

amarrilho. Na haste principal efetuou-se desbrotas periódicas, favorecendo seu

crescimento na horizontal, até que atingisse a altura de 20 cm. A partir desse ponto,

efetuou-se a poda da gema apical, de modo a obtenção de dois ramos principais, os

quais foram fixados ao arame, em lados opostos.

Os ramos laterais e os cordões foram periodicamente fixados aos arames,

até a estaca, quando foi realizada a poda da extremidade para favorecer o

aparecimento das brotações laterais. Dos cordões saíram às brotações laterais, que

cresceram verticalmente e formaram a cortina produtiva. Outra poda realizada foi a

de limpeza, onde se fez a eliminação de ramos secos e doentes e dos ramos que

alcançam o solo, deixando-os a 20 cm da superfície.

A colheita realizada quando os frutos apresentaram coloração verde-

amarelada cortando-se o pedúnculo. A colheita também foi efetuada por meio da

coleta diária de frutos sobre a superfície do solo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os custos de produção da cultura do

maracujá são apresentados na Tabela 1.

A produção média do maracujá amarelo é de aproximadamente 14 ton. ha-1

ano-1 (EMBRAPA, 2011), podendo variar de acordo com o clima, ocorrência de

pragas e doenças, que além de prejudicar a produção, podem ainda modificar a

aparência dos frutos, prejudicando o seu valor comercial.

Page 76: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

77

A comercialização da cultura é efetuada em caixas de 16kg, que resultam

em 1062 caixas. Sendo valor médio de aproximadamente R$ 2,00 o kg, será obtido

um valor líquido de R$ 34.000,00. Para o projeto em questão seja implantado haverá

um custo de aproximadamente R$ 13.280,00 (Tabela1). Com base nos resultados

estimados, entre o valor líquido, e o custo de implantação, o produtor terá uma

rentabilidade de R$ 20.720,00, podendo variar a cada colheita.

Tabela 1. Custo total dos materiais utilizados.

Os custos da produção de soja são apresentados na Tabela 2.

Comparando a cultura da soja ao maracujá, verifica-se que o custo de

implantação da soja é baixo comparando com o custo de implantação da cultura do

maracujá, entretanto, sua viabilidade econômica depende de muitos fatores como:

possuir uma grande área a ser cultivada, equipamentos específicos, necessidade de

mão de obra e dispor de um local de armazenagem dos grãos colhidos (EMBRAPA,

2009).

Em análise comparativa considerando os dados expostos na 1 e os fatores

acima relatados sobre a produção de soja, há evidências que ao pequeno produtor a

cultura do maracujá é uma alternativa para aumentar sua renda. CONCLUSÕES:

Baseado nos resultados obtidos durante o desenvolvimento do trabalho

conclui-se que o projeto proposto poderá ser implantado com sucesso, pois será

utilizada somente a mão-de-obra familiar, não havendo custos com diárias desde a

Discriminação Quantidade Unidade Diâmetro Preço unitário Custo(R$) Mourão Externo

56 unidade 11-15 cm 24,30 1.361,00

Mourão Interno

392 unidade 5-8 cm 14,30 5.605,00

Arame liso Nº 12

4 1000m/rolo N-12 220,00 880,00

Barbante 27 100/amarado 3,50 94,50 Muda

Calcário

Esterco

1.335

1,5

4

unidade

Ton. Ton.

0,18 40,00

50,00

241,00

60,00

200,00 Total 8.347,50

Page 77: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

78

implantação do projeto até sua finalização. De acordo com os dados estimados no

presente projeto, verifica-se a possibilidade de que o mesmo proporcione benefícios

aos pequenos produtores, sendo o cultivo do maracujá uma cultura que tem um bom

retorno financeiro, estimulando o trabalho em família nas pequenas propriedades.

REFERÊNCIAS

ARÊDES, A.F.; PEREIRA, M.W.G.; GOMES, M.F.M.; RUFINO, J.L.S. Análise

econômica da irrigação na cultura do maracujá. Revista de Economia da

Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, v.5, n.1, p.66-86, 2009.

BORGES, A.L.; RODRIGUES, M.G.V.; LIMA A. de A.; ALMEIDA, I.E. de; CALDAS,

R.C. Produtividade e qualidade de maracujá-amarelo irrigado, adubado com

nitrogênio e potássio. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 2, p

259-262,2003.

EMBRAPA. Mandioca e Fruticultura, 2011. Disponível em: <

http://www.cnpmf.embrapa.br/planilhas/Maracuja_Brasil_2011.pdf > Acesso em: 16

outubro 2013.

FORNASIERI, J.L.1;OLIVEIRA, E.R.1; MONÇÃO, F.P. 2; RAMOS, M.B.M.3;

MOURA, L.V.2; FARIAS M.F.L.1. O cultivo do maracujá em assentamentos rurais de

Mato Grosso do Sul.

IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2003. Produção nacional. Disponível em:<

www.ibge.gov.br> Acesso em: 16 outubro 2013

SÃO JOSÉ, A. R.; BRUCKNER, H. C.; MANICA, I.; HOFFMANN,

M. Maracujá: Temas Selecionados, 2000.

SEAGRI. Disponível em: < http://www.seagri.ba.gov.br/Maracuja.htm#> Acesso em:

16 outubro 2013.

TSUNECHIRO, A.; Coelho, P.J.; Caser, D.V.; Bueno, C.R.F.; Pinatti, E.; Castanho

Filho, E.P.; Bini, D.L.C. Valor da produção agropecuária no Estado de São Paulo em

2010. Informações Econômicas, São Paulo, v.41, n.5, p.71-83, 2011.

Page 78: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

79

Page 79: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

80

FERRUGEM ALARANJADA NA CANA DE AÇÚCAR Cleidiomar de Lima Santos15 Geovani de Melo Amorim1

José Geraldo Rodrigues Costa1 José Maria Machado1

Gustavo Castilho Beruski16 Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

A ferrugem alaranjada é uma doença provocada pelo o fungo Puccinia kuehnii, com dispersão realizada através do vento. Essa doença vem causando grande prejuízo produtivo e econômico na cultura da cana de açúcar. Apesar de ser uma doença nova no Brasil, já vem causando danos em outros países como Austrália, Nova Guiné, Tailândia, entre outros. Essa doença afeta a folha da planta, reduzindo sua área fotossintética, impedindo com que a planta intercepte a radiação solar, dificultando o processo de fotossíntese. A planta infectada não tem seu desenvolvimento normal, causando perdas de aproximadamente 20 a 40% na produção de toneladas por hectare e de 15 a 20% no teor de sacarose. Esse patógeno se manifesta nas épocas de altas temperaturas e elevada umidade relativa do ar e o seu controle biológico ou químico não são viáveis aos produtores e sim o manejo de outras variedades resistentes a esse patógeno. PALAVRAS-CHAVE: Saccharum spp. Puccinia kuehnii. Produção. São Paulo. Sensoriamento remoto. ABSTRACT

The orange rust is a disease caused by the fungus Puccinia kuehnii with accomplished through wind dispersal. This disease has caused great damage on the crop and production of sugar cane. Despite being a new disease in Brazil, is already causing damage in other countries such as Australia, New Guinea, Thailand, among others. This disease affects the leaf of the plant, thus reducing their photosynthetic area, reducing the area of the plant to intercept solar radiation, complicating the process of photosynthesis. The infected plant does not have normal development, causing losses of approximately 20 to 40% in the production of tons per hectare and from 15 to 20% sucrose content. This pathogen manifests in times of high air temperatures and high relative humidity and its biological or chemical control are not feasible for producers but the management of other varieties resistant to this pathogen.

KEYWORDS: Saccharum spp. Puccinia kuehnii. Production. São Paulo. Remote sensoring.

15 Acadêmico do curso de Engenharia Agronômica na Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (FAESB). e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 16 MSc. Professor na Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (FAESB). e-mail: [email protected].

Page 80: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

81

INTRODUÇÃO

A ferrugem alaranjada é causada pelo fungo Puccinia kuehnii. A primeira

ocorrência da ferrugem alaranjada em terras brasileiras foi no município de

Araraquara em 2009. Até 2010 no estado de São Paulo as variedades que

apresentaram suscetibilidade à ferrugem alaranjada foram as seguintes: RB72454,

SP89-1115, SP84-2025 e CV14 (MAPA, 2010; FERRARI et al., 2010). Portanto, a

variedade SP 81-3250 que antes era considerada resistente à ferrugem alaranjada

já está sendo infectada, em canaviais nas regiões de Minas Gerais e São Paulo

(CHERUBIN, 2012).

Os sintomas da ferrugem alaranjada são manchas cloróticas nas folhas mais

jovens, que ao se romperem formam pústulas de coloração laranja avermelhadas,

posteriormente, os tecidos infectados apresentam-se necrosados (Figura 1)

(FERRARI et al., 2010). As condições climáticas que favorecem a ocorrência e o

desenvolvimento da ferrugem alaranjada na cultura da cana-de-açúcar são períodos

com elevadas temperaturas e altos índices de umidade relativa do ar (APAN et al.,

2004).

De acordo com Ferrari et al. (2010) a ferrugem alaranjada é uma doença

com grande potencial em gerar danos econômicos à lavouras de cana-de-açúcar,

pois a plantas com elevados índices de severidade da doença tem sua área foliar

diminuída, fato que consequentemente reduzirá sua capacidade fotossintética,

acarretando em menor síntese de fotoassimilados e, consequentemente, ocorrerá

reduções da produção de sacarose.

A ferrugem alaranjada era considerada “Praga Quarentenária Ausente”,

ocorrendo basicamente em países como a Austrália, Nova Guiné, China, Filipinas,

Tailândia e Índia, entre outros do oriente.

Em 2007, a ferrugem alaranjada foi observada na Flórida e, posteriormente,

na Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Guatemala e Venezuela. No primeiro surto

registrado pela ferrugem alaranjada em 2000 na variedade Q124 na Austrália houve

um prejuízo de 67% a 87% na produção da cultura em questão (OLIVEIRA;

MENDES, 2008).

A principal medida de controle da ferrugem é o uso de variedades de cana-

de-açúcar tolerantes e/ou resistentes (OLIVEIRA; MENDES, 2008). No entanto,

Page 81: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

82

como o causador é um fungo, podem ocorrer seleções naturais ou induzidas

pelo homem, de modo a surgir indivíduos com maior resistência às técnicas

de controle adotadas para seu controle. Associados a isso, a ocorrência de

eventos climáticos podem intensificar a infecção da cultura, podendo assim

desencadear epidemias da doença, provocando grandes prejuízos na

indústria canavieira.

Os efeitos do clima sobre a incidência e o desenvolvimento da

ferrugem alaranjada em cana-de-açúcar podem ser verificados no ano de

2011, com a ocorrência de um longo período de estiagem. Em tal condição

climática, verificou-se um atraso de sua ocorrência nos canaviais brasileiros,

com a primeira manifestação no mês de novembro, do respectivo ano. Como

consequência do ocorrido, no período compreendido entre janeiro e fevereiro

de 2012 a severidade da doença foi baixa. A contribuição das condições

meteorológicas no desenvolvimento da doença em questão pode ser

comprovada no período de maio e junho de 2012, em que elevações nos

níveis de precipitação, em conjunto com temperaturas amenas contribuíram

para a incidência da ferrugem alaranjada em diversas regiões (CHERUBIN,

2012).

O principal agente de disseminação do patógeno é o vento e, em

alguns casos por meio da água. Devido a tais condições torna-se necessário

a identificação da doença com rapidez, principalmente em épocas com

ocorrências de precipitações (COPERSUCAR, 1986). Com elevações nos

níveis de umidade do ar, as condições meteorológicas tornam-se propícias

para que as pústulas da ferrugem eclodam e os urediniósporos sejam

disseminados no ambiente e contaminem outras plantas de cana-de-açúcar.

De acordo com Mauro Alexandre Xavier, pesquisador científico do

Centro de Cana – IAC, em variedades suscetíveis, a grande quantidade de

lesões causadas nas folhas compromete a fotossíntese da planta,

prejudicando o seu desenvolvimento e, consequentemente, a sua

produtividade, inclusive em termos de acúmulo de sacarose, ou seja,

toneladas por hectare.

A radiometria de campo permite um alto nível de detalhamento

espectral, pois a partir de medidas realizadas com instrumentos como os

espectroradiômetros é possível caracterizar a assinatura espectral dos alvos

Page 82: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

83

de interesse, obtendo-se uma análise minuciosa que pode revelar características

importantes. Em função dessa particularidade as medidas espectrais têm sido

utilizadas para estimar danos causados por doenças em culturas agrícolas.

Abdel-Rahman e Ahmed (2008) realizaram uma revisão da literatura com

relação às aplicações de Sensoriamento Remoto na produção de cana-de-açúcar

dando ênfase à classificação da cana-de-açúcar, mapeamento de áreas,

identificação de idade, discriminação de variedades, predição de produtividade,

fitossanidade e monitoramento do estágio nutricional.

Frasson et al. (2007) quantificaram falhas de plantio na lavoura canavieira

utilizando índices de vegetação como o índice de vegetação da diferença

normalizada (NDVI) gerado a partir de sensor óptico ativo GreenSeeker Hand

HeldTM. Os índices de vegetação são medidas radiométricas adimensionais

relacionados com abundância relativa e atividade da vegetação verde, parâmetros

biofísicos como biomassa, índice de área foliar (IAF), teor de clorofila, as quais e

contribuem na minimização dos efeitos decorrentes da iluminação da cena,

declividade da superfície e geometria de aquisição (PONZONI; SHIMABUKURO,

2007; JENSEN, 2009).

Apan et al. (2004) destacam a importância de avaliar o potencial de dados

hiperespectrais em regiões com diferentes níveis de severidade de contaminação

pela ferrugem fornecendo informações adicionais sobre estudos de aplicação de

sensores hiperespectrais na agricultura.

O objetivo deste trabalho foi utilizar técnicas de radiometria de campo para

obter a estimativa de valores de fator de reflectância bidirecional (FRB), a partir de

medições espectrais em amostras de folhas de cana-de-açúcar infectadas com

ferrugem alaranjada. A hipótese é que existem diferenças no comportamento

espectral das folhas de cana-de-açúcar sadia e infectadas com ferrugem alaranjada

e que poderia ser evidenciado com o auxílio de índices de vegetação.

MATERIAL E MÉTODOS

No experimento foram realizadas medições em folhas sadia e infectadas

pela ferrugem alaranjada da variedade RB72454, sendo esta uma variedade

suscetível ao fungo Puccinia kuehnii, no intuito de avaliar o comportamento espectral

de folhas de cana-de-açúcar em função dos níveis de incidência e severidade do

Page 83: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

84

agente patogênico, baseado na análise de curvas espectrais e nos índices

de vegetação.

Como se trata de um estudo de fitossanidade utilizou-se o Índice de

Vegetação de Diferença Normalizada do Red Edge (NDVI705), relacionado

com a presença de clorofila a e a deciduidade da vegetação, o Índice de

Vegetação de Diferença Normalizada do Red Edge Modificado (mNDVI705)

indicativo da perda de pigmentos, e um índice para medir a eficiência do uso

da radiação na fotossíntese, o Índice de Reflectância Fotoquímica (PRI).

A coleta de dados para o experimento foi realizada próximo às 11h

da manhã. Utilizou-se um espectroradiômetro Handheld da FieldSpec®

UV/NIR com FOV de 10º cobrindo uma faixa espectral de 325 nm a 1075

nm. O alvo foi posicionado sobre um tecido preto de dimensão 3 metros x 3

metros de modo que, na medição radiométrica do alvo de interesse, não

ocorresse interferência de outros elementos que não fosse o alvo de

medição (Figura 1). Para a calibração do espectroradiômetro foi utilizada

uma placa Spectralon, uma resina termoplástica branca (ou cinza) que

apresenta alta reflectância difusa (JENSEN, 2009).

Figura 1. Posicionamento das medições radiométricas.

Para o estudo foram utilizadas amostras de folhas de cana-de-

açúcar da variedade RB72454 coletadas em áreas de cana-de-açúcar da

Usina Ruette, Unidade Monte Rey, no município de Ubarana - SP, no mês

de maio/2012. A RB 72454 é uma variedade da cana-de-açúcar que possui

touceiramento médio, colmos eretos, empalhados, de diâmetro médio, cor

Page 84: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

85

verde clara e com mancha de cera escurecida, possuindo alto teor de sacarose,

portanto alta produtividade agrícola (PMGCA, 2008).

A Figura 2.a apresenta a situação do talhão infectado pela ferrugem

alaranjada no mês de maio de 2012, e a Figura 2.b apresenta folhas com a doença

em estágio bem avançado.

Figura 2: a - Talhão de cana-de-açúcar variedade RB72454 contaminado com ferrugem alaranjada. b

- Folhas doentes em estágio avançado.

Na seleção das amostras foi adotada a diagnose foliar sendo coletadas as

folhas +3, dividindo-se a folha em três partes iguais e selecionando-se a porção

média como amostra e analisados os estágios de contaminação da ferrugem

alaranjada, de acordo com a escala de diagnóstico estabelecida pela Coordenadoria

de Fitopatologia do Centro de Tecnologia Copersucar (AMORIM et al., 1987; CDA,

2010).

A escala diagramática representa o nível de resistência das espécies,

baseadas na porcentagem de limbo foliar destruído pela ferrugem, variando a nota

de 1 a 9 (AMORIM et al., 1987). A Figura 3 apresenta uma escala de diagnóstico de

folha de cana-de-açúcar contaminada estabelecido por Amorim et al. (1987).

Conforme CDA (2010), as espécies resistentes se enquadram na escala de 1 a 3, as

intermediárias de 4 a 6 e as suscetíveis de 7 a 9.

Foram coletadas amostras de folhas de cana-de-açúcar sendo uma

resistente (valor 3 na escala de diagnóstico de infecção), uma em estágio

intermediário (valor 6) e outra em estágio avançado ou suscetível (valor 9 na escala

de diagnóstico) (Figura 4). Com a intenção de conservar as propriedades das folhas,

estas foram armazenadas em papel umedecido até o momento de serem realizadas

as medições radiométricas.

Page 85: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

86

Figura 3. Escala de diagnóstico de folha estabelecida pela Copersucar.

Figura 4. Amostras da variedade de cana-de-açúcar RB7254.

Em cada amostra de folha de cana-de-açúcar foram realizadas dez

medições e considerada a curva espectral média. As medidas radiométricas

foram processadas no aplicativo ViewSpec ProTM, a partir das radiâncias

medidas na placa Spectralon e foi calculado o fator de reflectância

bidirecional. O fator de reflectância bidirecional pode ser obtido pela razão

entre as radiâncias espectrais da amostra estudada, no caso o alvo de

interesse e a resposta espectral de uma amostra referência de uma

superfície lambertiana ideal nas mesmas condições de iluminação e

observação (MILTON, 1987; STEFAN, 1996).

Page 86: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

87

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para que haja um efetivo controle da ferrugem alaranjada na cultura da

cana-de-açúcar torna-se necessário a adoção de algumas medidas de manejo

fitossanitário como exemplo dessas práticas tem-se:

1) O plantio de um plantel diversificado de variedades comerciais e novos

clones que tenham perfil adequado para substituição;

2) Adoção de estratégias aceleradas de produção e multiplicação de

viveiros que reduzam o tempo para as substituições;

3) Elaboração de programas de mudas sadias que garantam viveiros em

condições fitossanitárias adequadas.

No caso da Austrália, uma única variedade suscetível (Q124), ocupava mais

de 50% do total da área comercial afetada e sua substituição contou com

disponibilidade de um plantel diversificado de novos materiais desenvolvidos pelo

programa de melhoramento daquele país. Além disso, uma determinada empresa

(Smartsett®) especializada na produção de plantas de biofábrica teve papel decisivo

no processo de acelerar a chegada destes novos materiais ao plantio comercial.

REFERÊNCIAS

ABDEL-RAHMAN, E. M.; AHMED, F. B. The application of remote sensinf tchniques to sugarcane (Saccharum spp. Hybrid) production: a review of the literature. International Journal of Remote Sensing, v.29, n.13, p. 3753-3767, 2008. APAN, A.; HELD, A.; PHINN, S.; MARKLEY, J. Detecting sugarcane ‘orange rust’ disease using EO-1 Hyperion hyperspectral imagery. International Journal of Remote Sensing, v. 25, n. 2, p. 489-498, 2004. CDA - Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar. 2010, 9 p. Disponível em: <http://www.defesaagropecuaria.sp.gov.br/arquivos/ferrugem-alaranjada.pdf>. Acesso em: Setembro 2012. CHERUBIN, N. Bom para umas, ruim para outras. Idea News Cana & Indústria, ano 11, n. 142, Setembro, p. 20-30, 2012. COPERSUCAR. Ferrugem da cana-de-açúcar e sua constatação no município de Capivari. Boletim técnico Copersucar. São Paulo: Cooperativa Central dos produtores de açúcar e álcool do Estado de São Paulo. Edição especial, p. 3-8, 1986. FERRARI, J. T.; HARAKAVA, R.; DOMINGUES, R. J.; TERÇARIOL, I. M. L. Ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar. São Paulo: APTA - Agência Paulista de

Page 87: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

88

Tecnologia dos Agronegócios. Documento técnico 005, p.1-8, 2010. (ISSN 1983-134X). FRASSON, F. R.; SALVI, J. V.; POVH, F. P.; MOLIN, J. P. MOTOMIYA, A. V. A. Quantificação de falhas de plantio em cana-de-açúcar utilizando um sensor ótico ativo. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), 13, 2007, Florianópolis. Anais... São José dos Campos: INPE, 2007. Artigos, p. 197-203, On-line. Disponível em: <http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.15.19.03/doc/197-03.pdf>. Acesso em: out. 2012. JENSEN, J. R. Sensoriamento Remoto do ambiente: uma perspectiva em recursos terrestres. São José dos Campos: Parêntese, 2009, 598 p. MILTON, E. J. Principles of field spestroscopy. International Journal of Remote Sensing, v. 8, n.12, p. 1807-1827, 1987. OLIVEIRA, I. C. S; MENDES, M. A. S. Puccinia kuehnni, um risco para a cultura de cana-de-açúcar no Brasil. Comunicado técnico-184, Brasília: Embrapa, 2008, 5 p. (ISSN 9192-0099) PMGC- Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar do CCA/Ufscar. Variedades RB. São Carlos: UFSCAR, 2008. 31 p. PONZONI, F. J.; SHIMABUKURO, Y. E. Sensoriamento Remoto no estudo da vegetação. São José dos Campos: Parêntese, 2007, 127 p. SANGUINO, A. As principais doenças da cana-de-açúcar. Ribeirão Preto: IAC, Curso à distância Tópicos da Cultura de cana-de-açúcar, 2012, 22 p.

PROCESSO SELETIVO

Page 88: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

89

João Batista Senas Miranda17 Anderson da Silveira Ribeiro 18

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO O processo seletivo tem por finalidade a ajudar uma instituição escolher os novos talentos que irão atuar na empresa, assim identificando se esses indivíduos têm as características, qualidades e habilidades para serem futuros colaboradores da empresa. O processo de seleção tem a finalidade na instituição de classificar e identificar características de cada indivíduo para atuar na empresa, identificando suas qualidades, competências no trabalho se o mesmo consegue se adequar as regras da empresa e para avaliar seu grau de integração com os demais indivíduos da empresa. Mais para que isso aconteça de forma clara e objetiva e necessário levar em consideração que todos os indivíduos devem ser socializados ao ambiente onde irão atuar, e que nem sempre aqueles que melhor se saem nas entrevista de emprego e a pessoa indicada para assumir determinado cargo da empresa. O processo seletivo busca os verdadeiros talentos para atuar na empresa visando suas características, seu comportamento, seu interessa, aptidões e capacidade, e a sua visão sobre a empresa. Em primeiro momento a empresa deve considerar em um processo de seleção, a competência, a atitude, a competência e a ética de cada candidato, onde com tudo isso os candidatos devem também possuir auto percepção e auto critica para que não se deixem levar por preconceitos e valores pessoais.

PALAVRAS-CHAVE: Processo. Indivíduo. Empresa. ABSTRACT: The selection process is intended to help an institution choosing new talent who will work in the company, thus identifying whether these individuals have the characteristics , qualities and skills to be future employees of the company . The selection process is aimed at the institution to classify and identify the characteristics of each individual to act in the company, identifying their qualities, skills in the work if it can fit the rules of the company and to assess their degree of integration with other individuals company. More for this to happen in a clear and objective and must take into account that all individuals should be socialized to the environment where they will work, and not always those who fare best in the job interview and the person appointed to take charge of the company determined . The selection process seeks true talent to work in the company aiming their characteristics, their behavior, their interests, skills and ability, and his vision for the company. At first the company should consider in a selection process, competence, attitude, competence and ethics of each candidate, where it all applicants must also possess self-awareness and self criticism not to be swayed by prejudice and personal values. KEYWORDS: Institution. Selection. Work.

17 Acadêmica do Curso de Administração. FAESB. Email: [email protected] 18 Acadêmica do Curso de Administração. FAESB. Email: [email protected]

Page 89: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

90

1. DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA E SUAS QUESTÕES LEGAIS

Muitas empresas nos dias de hoje buscam talentos pessoas que não apenas

deem o melhor de sim, mais pessoas que visam o objetivo de seguir um plano de

carreira e crescer em todos os instantes na empresa. Por esse motivo as instituições

estão permitindo que os seus funcionários busquem a cada dia alcançar um nível

mais elevado na empresa. Esse plano de carreira na visão das empresas e

necessário conseguir habilidades e manter bons resultados no trabalho, para

conseguir alcançar o objetivo e ter um bom plano de carreira. Segundo Paul (2006,

p.79) “Plano de carreira: é estabelecida uma escala de promoções aquele que

conseguirem as habilidades necessárias e mantiverem um bom desempenho no

trabalha”.

A maior das dificuldades que uma instituição encontra para que o processo de

seleção seja considerado eficaz e eficiente e a obtenção de dados necessários e

confiáveis sobre as características comportamental de cada individuo, assim

podendo não ter bons resultados no processo de seleção.

Em questão da discriminação na hora do processo seletivo e ilegal e existem

muitos países que acabaram criando Leis para acabar com esse problema. No Brasil

a discriminação por idade, cor, raça, sexo, deficiência física ou mental se tornou algo

totalmente proibido podendo participar se descrito na vaga as sua especificação

qualquer pessoa que se encaixe ao perfil da empresa.

Existem empresas que criam vaga especificas para pessoa com deficiência,

assim dando a eles mais chances de concorrer à vaga e acabando com o problema

da discriminação que ocorre muito ainda no Brasil. Segundo Paul (2006, p.79)

“Justiça no trabalho quer dizer que as decisões deveriam ser baseadas no

desempenho ou no potencial do funcionário e não em características pessoais

irrelevantes”.

Page 90: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

91

2. IMPORTÂNCIA DO RECRUTAMENTO DE CANDIDATOS PARA O PROCESSO SELETIVO Para que o processo seletivo tenha ainda mais resultados e necessário que a

empresa tenha um bom meio de recrutar e selecionar seus funcionários, essa

seleção de funcionários pode ser feito através do recrutamento e seleção externa.

O recrutamento nada mais é que abrir uma determinada vaga na empresa e

através desse processo identificar e atrair candidatos, logo após esse processo de

identificação selecionar aqueles que mais se encaixa na vaga para poder ser

contratado.

Segundo George (2010, p.162) “Recrutamento é o processo de identificação e

atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para

posteriormente serem contratados para o emprego”.

O recrutamento não é apenas importante para as instituições mais também

para os candidatos, as instituições desejam saber como será o candidato que ela ira

recrutar para assumir a vaga em aberto, por outro lado o candidato deseja saber

como será trabalhar na empresa, se realmente a empresa oferece aquilo que eles

desejam e se realmente se encaixam nesse perfil. Segundo George (2010, p.163)

O recrutamento não é importante apenas para a organização. Ele e um processo de comunicação bilateral. Os candidatos desejam informações precisas sobre como será trabalhar nessa empresa. Por outro lado, a organização deseja saber que tipo de empregado será o candidato, caso seja contratado. Ambos os lados enviam sinais sobre as relações no trabalho.

Embora as empresas procurem já especificar e recrutar candidato com o perfil

da empresa existe pessoas que procuram essas vagas que não se encaixam em

seu perfil como um segundo plano na empresa, ou seja, muitos por querer trabalhar

na empresa procuram se candidatar a vaga e depois de estar já dentro da empresa

tentam se desviar para a função que realmente se encaixa ao seu perfil profissional.

A seleção externa e uma forma de escolher quais candidatos receberão uma

proposta de emprego na empresa, dessa maneira a empresa terá um numero maior

de indivíduos dispostos a assumir a vaga e obviamente um numero maior de

pessoas do que o numero de vagas em aberto, assim tendo que tomar a decisão de

quais deles escolher para receber a proposta de emprego.

Page 91: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

92

Nesse processo todo de seleção externa um ponto a se afirmar que acaba

sendo bastante positivo é que a empresa acaba contratando um funcionário pra vida

toda, ou seja, esses novos recrutados acabam passando décadas na empresa e

automaticamente esse candidato acaba se tornando recurso do qual a empresa

dependerá para a sua flexibilidade e o seu desempenho.

Mais da mesma forma que a seleção externa encontra pontos positivos a

empresa também pode encontrar postos negativos, a empresa pose ser afetada na

sua produtividade e as qualificações de mão de obra.

Nesse conceito podemos entrar com a equidade onde a empresa irá ter uma

visão sobre o processo de seleção serve também serve como um meio da empresa

saber e avaliar de como esta sendo o tratamento dos seus funcionários se isto esta

sendo feito de forma correta. Segundo George (2010, p.257) “Os processos de

seleção servem de sinalização de como a empresa trata seus empregados”.

Contudo, podemos dizer que a seleção externa serve como uma avaliação

final trazendo respostas de quem contratar, antes da oferta de emprego, medindo as

características do candidato onde terá resposta de como será seu futuro empregado

na empresa.

Certamente para os profissionais na área de recursos humanos irá continuar

a discutir essa importante atividade não apenas os profissionais mais toda a

sociedade e seus empregado. Onde todos têm um interesse e um único objetivo

mostrar a profissionalização tanto das empresas como dos candidatos e assumir

seus pareis sempre dando o melhor de si mesmos e mostrando que tudo pode ser

feito profissionalmente.

REFERÊNCIAS

MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W.. ADIMISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS. São Paulo: Atlas, 2010. 536 p. SPECTOR, Paul E.. PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 640 p.

Page 92: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

93

A AUDITORIA CONTÁBIL EM ÂMBITO GERAL

Jaine Gabriela da Silva

Kerin Ketilin Oliveira Vieira

Patrick Anderson Bueno Zamparo

RESUMO

A auditoria é uma técnica contábil que pode ser também considerada uma função, até porque as profissões evoluíram muito e principalmente a contabilidade.

Com o avanço da tecnologia se fez necessário criar a função da auditoria e com ela veio o profissional que denominamos auditor.

O auditor é uma pessoa muito séria e que tem grandes responsabilidades e deve prestar muita atenção ao analisar demonstrações contábeis.

A auditoria é uma função que se enquadra em várias empresas e que necessita de profissionais com uma aptidão excelente.

Palavras-chaves: auditoria, auditoria interna, surgimento da auditoria.

ABSTRACT

The audit is an accounting technique that can also be considered a function, because the professions have evolved a lot and especially accounting.

With the advancement of technology was necessary to create the audit function and with it came the call that professional auditor.

The auditor is a very serious person and has great responsibilities and should pay close attention to analyzing financial statements.

The audit is a function that fits in various companies and requires professionals with a good ability.

Key-words: auditing, internal auditing, the audit appearance.

Page 93: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

94

1 INTRODUÇÃO

O trabalho desenvolvido vai falar um pouco sobre a auditoria contábil, como ela surgiu, por quais motivos ela se fez necessária, como ela funciona, quem a opera e quais são suas técnicas para melhor administrá-la.

A auditoria é uma técnica contábil que passou a ser uma função, mas com o intuito de amenizar a vida do contador, ou melhor, separar uma de suas funções para que possam cuidar de coisas um pouco mais sérias e que exigem grande aptidão.

O auditor tem por objetivo principal fornecer informações corretas e coerentes a quem as necessita. Por este motivo o auditor deve prestar muita atenção aos fatos ocorridos interna e externamente da empresa.

2 DESENVOLVIMENTO

Trabalho escolhido por nós tem por objetivo principal mostrar como funciona a auditoria, o seu surgimento e como esta técnica contábil tem contribuído para o desenvolvimento de muitas empresas.

2.1 Surgimento da Auditoria

A auditoria teve seu inicio na Inglaterra e surgiu com a necessidade de as pessoas

terem uma confirmação exata dos registros contábeis.

Com o surgimento das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, se fez

mais necessária à função do auditor para se basear nos resultados apurados em

balanços. As grandes empresas exigiam muito dos contadores, portanto o auditor

deveria cuidar dos bens e da taxação dos impostos, até porque a auditoria foi a

primeira a instituir a taxação do imposto de renda.

Desde 1314 a Inglaterra pratica a auditoria das contas públicas, que surgiu com isso

a Associação dos Contadores Públicos, formada por profissionais que exerciam

funções de auditor.

O surgimento da auditoria se deu como uma pratica sistematizada, ou melhor, ela

era uma técnica contábil que acabou se tornando uma função.

Page 94: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

95

2.2 Técnicas Contábeis

Escrituração: Todos os registros e fatos relacionados ao patrimônio de uma

empresa, com relação ás atividades monetárias da mesma.

Esses registros obedecem as normas contábeis, consagrados pela técnica e são

feitos em ordem cronológica, assim dando a contabilidade uma característica

de verdadeira história.

Demonstração: É a informação propriamente dita, é a relação de todos os

registros e fatos que são unidos em uma ou em várias demonstrações.

Existem 4 tipos de demonstrações que mais usamos:

1. Balanço Patrimonial: tem em vista expor os componentes patrimoniais.

Exemplo: bens do ativo e do passivo e contas a receber e a pagar.

2. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): tem em vista demonstrar as

variações patrimoniais. Exemplo: despesas e receitas que uma empresa tem

em relação as suas vendas ou prestações de serviços.

3. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados: para demonstrar a

movimentação das receitas e resultados que foram apurados nos períodos

anteriores.

4. Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos: demonstrar como

surgiram os recursos econômicos e financeiros manipulados no exercício e

onde foram aplicados.

Embora não constitua uma demonstração contábil, devemos nos lembrar das

Notas Explicativas que são o complemento das demonstrações contábeis.

Estas se destinam a esclarecer os principais critérios na avaliação dos

elementos patrimoniais.

Auditoria: Como uma forma de mensurar, analisar e examinar documentos,

livros e registros, obter informações e confirmações tanto internas quanto

externas, analisando balanços e demonstrações contábeis, assim verificando

a situação em que a empresa está de maneira que possa encontrar e resolver

problemas de maneira mais fácil e ordenada.

Analise de balanços: Esta é uma técnica que permite ao auditor ou contador

decompor, comparar e interpretar essas demonstrações contábeis, dando ao

requerente as informações a respeito da situação em que a empresa se

encontra, também como poderá ajudá-la.

Page 95: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

96

2.3 Auditoria Interna

A auditoria interna tem por objetivo observar todo o controle interno e como os

mesmo funcionam, além disto, a segurança e a qualidade destes devem ser

observadas com precisão.

Ela beneficia a empresa de forma de a mesma possa render lucros com um

controle preciso sobre seu patrimônio.

Além de indicar, observar e questionar como eles funcionam, ela se trata de um

controle administrativo, que tem como função avaliar outros controles da

empresa para saber se está funcionando com eficiência e eficácia.

A auditoria desempenha um grande papel em uma empresa, porem ela é uma

ferramenta muito usada atualmente pelas empresas. Além de ser muito

importante para uma empresa, ela transmite as informações necessárias para se

avaliar se a empresa esta trabalhando corretamente, assim eliminando

desperdícios e simplificando as tarefas para que se possa executar melhor as

mesmas.

2.4 Conceitos de Auditoria

A auditoria é uma técnica contábil que foi criada para dar uma aliviada a vida do

contador e tem por objetivo fornecer informações com exatidão e confirmação

das demonstrações contábeis, como também analisar e compreender os

balanços patrimoniais para que possa fornecer a situação da empresa.

Contudo, esta técnica acabou se tornando uma profissão que exige muita aptidão

do profissional que á executará, além de atenção e concentração, pois são

necessários para que se possa entender e realizar as informações contábeis.

Page 96: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

97

3 CONCIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que a vida de um auditor contábil não é tão fácil quanto

parece ser. A auditoria esclarecer problemas que podem ser muito difíceis de

encontrar. Ela te da as informações necessárias para que se possa aplicar na

tomada de decisões.

Quanto maior a empresa for, mais irá se exigir do auditor. O auditor

trabalha em uma área que requer grande atenção aos fatos, deve saber como

orientar-se em problemas mais difíceis, deve saber resolver problemas

ocultos e a garantir um futuro próspero para a empresa. Mas para que tudo

isso ocorra deve usar suas técnicas contábeis para saber como administrar a

auditoria a seu favor.

4 REFERENCIAS

FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

Fonte: Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/auditoriainterna.htm> acessado dia 19/10/2013 as 13:23h.1

Page 97: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

98

AVALIAÇÃO DE MÉTODO IN VITRO PARA CONTROLE DE XANTHOMONAS SP.

Thiago H. C. de Freitas19 Fábio Albuquerque Entelmann 20

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

Causado por bactérias do gênero Xanthomonas sp,o cancro cítrico infecta todas as variedades e espécies de citros e consiste numa das mais graves doenças da citricultura brasileira, não havendo medidas de controle capazes de eliminar completamente a doença. Ocorrendo a infecção das plantas a alternativa atual é a erradicação das plantas doentes e das demais suspeitas de contaminação. Estudos demonstram a possível suscetibilidade de algumas bactérias em contato com ácido acético. O ácido acético presente no vinagre tem sido empregado em sua forma diluída como antimicrobiano, antifúngico, bactericida e bacteriostático. Com base neste uso, este trabalho teve como proposta o estudo da suscetibilidade de cepa de Xanthomonas sp., isolada de material naturalmente infectado, frente à diferentes diluições de vinagre branco (5%, 4%, 2,5% e 1,5%), através de método in vitro empregando diluição em ágar. Para tanto, investigou-se inicialmente as condições laboratoriais para o isolamento e manutenção da bactéria. Os resultados indicaram que foi possível o isolamento e crescimento da espécie de Xanthomonas sp. de folhas de limão-cravo infectado com cancro cítrico, e que esta foi inibida na concentração de 2,5% v/v (0,1% de ácido acético) para o vinagre branco de maçã com 4% de ácido acético, pelo método empregado. PALAVRAS-CHAVE: Xanthomonas. Cancro. Vinagre.

ABSTRACT Caused by bacterium of the genus Xanthomonas sp., citrus canker infects all varieties and species of citrus and is one of the most serious diseases of citrus in Brazil, with no control measures capable of eliminating the disease altogether. Occurring infection of plants, the current alternative is the eradication of diseased plants and other suspected contamination. Studies have shown the possible susceptibility of some bacteria in contact with acetic acid. The acetic acid present in vinegar has been used in its diluted form as antimicrobial, antifungal, bactericidal and bacteriostatic. Based on this use, this work aimed to study the susceptibility of strains of Xanthomonas sp., Isolated from naturally infected material, compared to different dilutions of white vinegar (5%, 4%, 2.5% and 1.5% ) through in vitro method using agar dilution. For that, initially investigated the laboratory conditions for isolation and maintenance of the bacterium. The results indicate that led to the isolation and growth of species of Xanthomonas sp. leaves of lemon-clove infected with citrus canker, and that this was inhibited in a concentration of 2.5% v / v (0.1% acetic acid) for the white vinegar apple with 4% acetic acid at method employed. KEYWORDS: Xanthomonas. Canker. Vinegar.

19 Acadêmico do Curso de Engenharia Agronômica. FAESB. Email: [email protected] 20 Prof.MSc. FAESB. Email: [email protected]

Page 98: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

99

1 INTRODUÇÃO

O cancro cítrico é considerado em todo o mundo como uma das mais

importantes doenças dentre aquelas que ocorrem nas plantas cultivadas. A doença

ocorre nos citros e em seus aparentados, afetando diversas variedades de

importância comercial, tais como laranjas, limões, limas e pomelos, entre outros.

Causado por organismo bastante agressivo e de rápida disseminação, o cancro está

presente em pomares de citros de várias partes do mundo, o que inclui países

líderes na produção de laranja para a indústria de suco, como o Brasil e os Estados

Unidos (CARDOSO, 2008).

O maior produtor de laranja do mundo é o Brasil, com uma produção

aproximada de 1/3 da produção mundial, ou cerca de 455 milhões de caixas de 40,8

kg (MACEDO, 2005). Na área agrícola, a citricultura é a que ocupa o maior espaço

de terra, totalizando 42.375 ha. (BRASIL, 2006).No Estado de São Paulo, segundo

Ayres (2001), cerca de 70% das laranjas cultivadas no estado de São Paulo

possuem como objetivo a produção de suco concentrado para exportação.

O cancro cítrico asiático, também conhecido como cancrose A, é uma das

mais graves doenças da citricultura. Causado pela bactéria Xanthomonas sp.,

encontra-se em dezenas de países localizados nos continentes americano, asiático

e oceânico, parasitando plantas da família Rutaceae (BELASQUE JUNIOR et al,

2005).

No entanto essa bactéria não apresenta riscos à saúde humana sendo

utilizada amplamente na a produção de goma xantana. Esses produtos obtido

através da bactéria Xanthomonas sp., segundo a empresa Bandeirante Brasmo

(2008) classifica a goma xantana (Xantana, Xanthan Gum, Xanthan) como produto

não perigoso. Sua fabricação, comercialização e emprego como espessante e

estabilizante tornou-se crescente com o passar dos anos. Estima-se uma produção

mundial de 50.000 ton/ano consumidas entre outras, pelas indústrias de alimentos,

farmacêutica, produtos agrícolas e de petróleo (BORGES; VENDRUSCOLO, 2008).

Page 99: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

100

Seu efeito adverso é a presença dessa bactéria em cultivares de citros.

Alternativas para controle da infecção e a disseminação do cancro cítrico devem ser

investigadas. A literatura nos oferece algumas sugestões para inibição de

crescimento microbiano, considerando a simplicidade e o custo no manuseio de

pomares. O uso do ácido acético é um desses exemplos.

A utilização do ácido acético na química relata-se desde os primórdios. A

partir da produção de pigmentos utilizados na arte, produção de monômeros de

acetato de vinil, diversas sínteses orgânicas, síntese de perfumes e corantes,

solventes para tintas, na produção de tintas, produção de aspirina, tinturaria,

acidulante em indústrias alimentícias, preparo da seda artificial, na forma de vinagre

como condimento e conservante até seu uso como anti-séptico e desinfetante

(SILVA, 2007).

1.1 Citricultura no Brasil e o Cancro Cítrico

O primeiro relato no Brasil da presença de Xanthomonas sp. foi em 1957, no

município de Presidente Prudente, São Paulo estimulando a implementação de

programa regional e posteriormente nacional de erradicação da doença. Em 1977,

ocorre a criação do FUNDECITRUS (Fundo de Defesa da Citricultura), órgão

responsável por obter e aplicar recursos financeiros para o desenvolvimento do setor

citrícola (DINIS, 2012; LEITE JUNIOR et al., 2007). Medidas de exclusão e

erradicação são à base do controle do cancro cítrico (BELASQUE JUNIOR et

al.,2008).

Dados obtidos mostraram uma maior disseminação da doença durante os

meses do verão (janeiro, fevereiro e março), favorecidos por ventos sudeste e

noroeste, e temperaturas iguais ou superiores a 22° C e chuvas regulares

(FUNDECITUS, 2013).

O parasita se instala em todos os órgãos aéreos das plantas cítricas e seus

sintomas são característicos, modificando conforme a espécie, idade e os órgãos

afetados (LEITE JUNIOR et al., 2007). Consiste de uma bactéria tipo bastonete,

aeróbia, Gram - negativa, com um flagelo polar presente em uma única extremidade

da bactéria (ZANDONADI, 2012).

Page 100: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

101

Muitos patógenos entram nos tecidos da planta através de ferimentos e

estômatos. Estes se multiplicam nos espaços intracelulares até o preenchimento

pelas células bacterianas ou por polissacarídeos extracelulares produzidos por

algumas bactérias causando o aumento da permeabilidade da célula da planta

causando perda de nutrientes. As células podem surgir das aberturas dos estômatos

em menos de cinco dias para fornecer inoculo para o desenvolvimento da doença.

Os primeiros sintomas em folhas aparecem como minúsculas lesões (JACOB, 2009).

Os sinais de infecção constituem-se em lesões circulares, corticosas,

salientes, de coloração amarronzada e aspecto eruptivo, com até 1 cm de diâmetro,

na superfície abaxial, ocorrendo em folhas, ramos e frutos (BRAGA, 2010;

BELASQUE et al.,2005). Nos frutos e folhas apresenta halos amarelo circundando a

área necrosada. Com elevada infestação pode ocasionar desfolha, queda de frutos e

seca de ramos (BELASQUE, 2005).

A única maneira de eliminar o cancro cítrico é a erradicação, pois não existe

atualmente controle químico dessa forma são erradicadas plantas contaminadas e

suspeitas em um raio de 30 metros (FUNDECITRUS, 2003; AYRES, 2001).

Alternativas vêm sendo utilizadas no controle desta praga como o uso de

quebra ventos, a interação da bactéria frente a tratamentos químicos, o controle com

antibióticos, a utilização de desinfetantes à base de amônia quaternária na

desinfecção de caixas utilizadas na colheita e transporte; controle biológico por meio

de fungos e bactérias que se mostram antagônicos ao Cancro Cítrico. Outras

alternativas que tem sido utilizada como a aplicação de oxicloreto de cobre, sulfato

tribásico, hidróxido de cobre e oxido cuproso nos equipamentos ou utensílios

(TEIXEIRA, 2006). Todos os veículos que entrarem na propriedade, sejam

caminhões ou ônibus de trabalhadores, devem ser pulverizados. Isso pode ser feito

pelo arco-rodolúvio, ou com pulverizador manual ou tratorizado, aplicando amônia

quaternária (FUNDECITRUS, 2008).

1.2 Ácido acético e mecanismo de ação

A solução de ácido acético têm sido utilizadas como agente desinfetante de

artigos semi-críticos e para anti-sepsia de feridas, baseadas em suas atividades

Page 101: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

102

antibacterianas, antifúngicas e antiprotozoários (SILVA, 2007; NASCIMENTO et al.,

2003). Mas, poucos são as pesquisas sobre a utilização dessa solução. O vinagre e

outras soluções de ácido acético começaram a despertar o interesse das empresas

(NASCIMENTO et al., 2003).

Segundo Silva (2007) e Brum (2006), os ácidos exercem sobre os

microrganismos dois tipos de efeitos distintos, em primeiro lugar existe efeito

antimicrobiano devido a acidez, ou seja, a redução do pH extracelular e em segundo

e mais importante na prática, o efeito antimicrobiano específico devido a sua forma

não dissociada que permite a penetração do ácido através da parede celular do

microrganismo.

Segundo os autores supracitados, todos os microrganismos têm um pH ótimo

de crescimento e um intervalo de pH fora do qual é impossível sua multiplicação, isto

refere-se ao pH do meio extracelular, já que o pH intracelular tem que estar

necessariamente neutro, mesmo para as bactérias acidófilas. Pela discussão desses

autores, o ácido na forma não dissociada, no interior da bactéria, afeta diretamente o

pH intracelular e as células reagem eliminando os prótons tentando manter o pH

constante e esse mecanismo faz com que o gasto energético seja maior a fim de

manter seu equilíbrio osmótico, reduzindo o crescimento celular microbiano.

Silva (2007) e Brum (2006) também referem sobre outra consequência

negativa deste processo que se deve ao aumento da rigidez celular. Segundo eles,

ao produzir a dissociação do ácido no interior celular, a concentração interna de

ânions aumenta ocasionando o aumento da força iônica celular e da rigidez

provocando o aumento da pressão mecânica sobre a parede do microrganismo

fazendo com que ele eventualmente lise.

Pode-se observar pelos relatos, que Silva (2007) e Brum (2006),

demonstraram que para melhor eficiência desses mecanismos e do poder

bacteriostático como bactericida, os ácidos de baixo peso molecular, relação pKa/pH

fisiológico e de cadeia curta, apresenta vantagens sobre os outros quando doses

adequadas são utilizadas. O ácido acético possui 60g/mol e pKa 4,75 e dois

carbonos em sua estrutura.

Page 102: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

103

2 OBJETIVO

Considerando o emprego de soluções de ácido acético, como método

alternativo e de baixo custo, para o controle da disseminação do cancro cítrico, o

presente trabalho teve como objetivo avaliar a suscetibilidade da bactéria

Xanthomonas sp. isolada de material naturalmente infectado, com diferentes

concentrações de vinagre branco (fermentado acético de maçã de origem

comercial), através de método in vitro por técnica de diluição em Agar.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho, identificou-se um exemplar de citros

com os sintomas característico da doença cancro cítrico. Procedeu-se a

identificação do material contaminado por análise visual de um exemplar de limoeiro

tipo cravo, o qual demonstrou presença de halos amarelos com pontos de necrose

em grande área foliar e nos frutos.

O material foi coletado na cidade de Votorantim, no bairro Jd. Araújo,

localizado em local público. Folhas desse foram amostradas, desinfestadas

superficialmente e empregando técnicas disponíveis cedidas nos Laboratórios de

Ciências Biológicas e Saúde - UNISO, cepas de Xanthomonas sp. foram isoladas e

cultivadas para ensaio de crescimento inibitório mínimo por técnica de diluição em

Agar frente a concentrações de vinagre branco.

3.1 Isolamento da bactéria Xanthomonas sp..

Mediante seleção de um exemplar ruderal de limão cravo contaminado com

cancro cítrico, foram coletadas 6 folhas de diferentes ramos e essas encaminhadas

para o laboratório em recipiente de vidro lacrado com para filme para evitar

contaminação. No laboratório, essas foram lavadas com água potável corrente para

retirar resíduos e após enxaguadas em água destilada. Em condições assépticas,

fragmentos com lesões visíveis foram obtidos através de cortes com tesoura e esses

foram, então, desinfestadas em etanol 70% v/v por 1minuto e em hipoclorito de

sódio 0,01% (v/v) de cloro ativo por 30 segundos. Após, enxaguadas em água

destilada estéril. Por segurança, também procedeu-se ao tratamento de um grupo de

Page 103: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

104

fragmentos apenas lavados com água destilada, sem etapas de desinfestação com

etanol e hipoclorito.

Para o isolamento do possível agente etiológico do cancro cítrico, a bactéria

Xanthomonas sp., empregou-se diferentes meios de cultura para enriquecimento

e/ou selecionamento disponíveis no laboratório, sendo: caldo Tetrationato, caldo

Tryptic Soy Broth (TSB) e caldo Lauril Sulfato de Sódio. A cada meio de cultura (10

mL), um fragmento de folha com lesão foi adicionado, sendo realizadas seis

repetições para cada meio. Todos os tubos foram incubados a 27ºC por 24h. Este

procedimento repetiu-se para o grupo de folhas não desinfestadas.

De cada crescimento em suspensão obtido, repicou-se em estrias para

diferentes meios gelificados: Trypticase Soy Agar (TSA), MacConckey e Plate Cout

Agar (PCA) adicionado de 9,5g de glicose e carbonato de cálcio até pH 7,5 . Todos

foram incubados a 27ºC por até 3 dias para visualização de colônias características:

mucóides, elevada e com coloração amarelo dourado para TSA e PCA, e as

mucóides do MacConckey.Cada colônia selecionada, de cada meio, foi repicada

novamente para os 3 meios gelificados empregados, o TSA, o PCA e o MacConckey

e incubadas a 27ºC, por 24 h. As colônias características dos repiques efetuados

nos meio TSA e PCA, com aspecto mucóide e coloração amarelo dourada foram

submetidas a ensaios bioquímicos disponíveis no laboratório para caracterização do

gênero Xanthomonas, sendo: coloração de gram, catalase, oxidase, mobilidade,

Indol com reativo de Kovacs, cloreto de sódio 6,5%, EPM, Bile Esculina,

citrato.(Enterokite B fabricado pela empresa Probac do Brasil® lote EB 073010)

As colônias confirmadas pela série bioquímica foram repicadas para caldo

Brain Heart Infusion (BHI), incubadas 24h a 27ºC e armazenadas em geladeira por

até 15 dias.

3.2 Atividade da bactéria frente ao vinagre (fonte de ácido acético)

Para verificação da suscetibilidade das colônias selecionadas, consideradas

típicas para gênero Xanthomonas sp., frente à ação do vinagre, empregou-se

técnica de diluição em ágar, conforme(HINDLER; HOWARD; KEISER, 1994).

Page 104: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

105

O vinagre empregado foi do tipo branco, obtido da fermentação acética de

maçã (marca comercial Castelo®; código de barras 7896048200105), com teor de

4,0% de acidez. Para controle, registrou-se seu pH com peagâmetro calibrado pH

7,0 e 4,0 (Analyser).

Como meio de crescimento, utilizou-se ágar TSA com diferentes

concentrações de vinagre: a cada 20mL de meio: 0%; 5% (1mL/20mL de meio); 4%

(0,8 mL/20mL de meio); 2,5% (0,5 mL/20mL de meio) e 1,5 % (0,3 mL/20mL de

meio). As diluições de vinagre foram equivalentes à de 4% v/v de ácido acético

(segundo rótulo da marca de vinagre empregado), sendo então, de: 0,2%, 0,16%,

0,10% e 0,06% de ácido acético, respectivamente para as diluições de vinagre de

5%, 4%, 2,5% e 1,5%. Como controle, registrou-se o pH final das misturas a

temperatura ambiente (aproximadamente a 20ºC ± 2ºC).

Cada placa, sem ou com vinagre, recebeu um inoculo da bactéria isolada

obtido do crescimento em 24 h no meio caldo Brain Heart Infusion, homogeneizado,

constituído de 2 gotas deste e distribuído com auxílio de alça de Drigalski. Após 48

horas, a 27ºC, foi observado o crescimento de colônias em cada placa, sendo a

observação realizada à vista desarmada.

Considerou-se como inibitória a concentração de vinagre adicionada na placa

que apresentou crescimento negativo.

5 CONCLUSÃO

O emprego de meio TSB para enriquecimento e TSA para isolamento,

permitiram a obtenção de colônias de Xanthomonas sp., em condições normais de

laboratório (27ºC, 24h), principais características da bactéria utilizando testes

bioquímicos: bastonetes gram negativos, catalase positiva, oxidase negativa, nitrato

negativo.

A utilização de soluções de vinagre para inibição do crescimento de

Xanthomonas sp. através da metodologia in vitro de diluição em ágar, mostrou-se

efetiva com concentração de 2,5% v/v, (0,1% de ácido acético) para o vinagre

branco de maçã com 4% de ácido acético.

Page 105: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

106

REFERÊNCIAS

AYRES, A. J. Control de las enfermedades de los cítricos en Brasil. In: FAO SIMPÓSIO SOBRE CÍTRICOS, 2001, China. P. 107.

BANDEIRANTE BRASMO. 1 folheto. Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico- FISPQ. São Paulo. Disponível em: <http://www.bbquimica.com.br/bbq/produtos/content/goma_xantana.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2013.

BELASQUE JUNIOR J.; BASSANEZI R.B.; SPÓSITO, M. B.; RIBEIRO L. M.; W. C. de Jesus; AMORIM, L. et al. Escalas diagramáticas para avaliação da severidade do cancro cítrico. Fitopatol. bras. vol.30 no.4, agosto 2005. Acesso em : 12 maio 2013.

BELASQUE JUNIOR. J.; JACIANI, F. J.; MARIN D. R.; BARBOSA J.C. Tamanho da amostra para quantificação do diâmetro de lesões de cancro cítrico. Tropical Plant Pathology. São Paulo n. 33 (4) Julio – Agosto 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tpp/v33n4/a10v33n4.pdf>. Acesso em: 13 maio 2013.

BRUM R. P. Efeito de um Aditivo Prebiótico no Leite e no Concentrado sobre o Desempenho e Aspectos Sanitários de Bezerros de Rebanhos Leiteiros. 23 f. Dissertação (Produção Animal) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Zootecnia Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Seropédica, rio de Janeiro, fev., 2006.

FUNDECITRUS. Cancro cítrico Manual Técnico, 2008. Disponível em: <http://www.defesaagropecuaria.sp.gov.br/greening/lnk_cancro_ctr/downloads/cancro-citrico.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2013.

FUNDECITRUS. Manual de Cancro cítrico, 2003. Disponível em:<http://www.unitins.br/ates/arquivos/Agricultura/Fruticultura/Citrus/Citrus%20-%20Manual%20do%20Cancro%20C%C3%ADtrico.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2013.

HINDLER, J.A., HOWARD, B.J., KEISER, J.F. Antimicrobial agents and antimicrobial suceptibility testing. In: HOWARD, B.J. Clinical and pathogenic microbiology, 2 ed., Mosby: st. Louis, 1994.

NASCIMENTO MS, Silva N, Catanozi M.P, Silva K.C. et al. Effects of different disinfection treatments on the natural microbiota of lettuce. J Food Prot, 1Sept. 2003, v. 66, n.9, p. 1697-1700(4)

SILVA C.B. Avaliação da atividade antimicrobiana in vitro do ácido acético em diferentes concentrações de cepas de Pseudomonas aeruginosa multiresistentes. 2007. 81 f. Tese (Ciências da Saúde) - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, 2007.

Page 106: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

107

USO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA AGRICULTURA

Vinícius Zatarin21 Marcos Rogério Almeida1

Willian Teixeira1 MSc. Gustavo Castilho Beruski 22

Faculdade Santa Barbara - FAESB, Tatuí, SP

RESUMO

O adubo ou fertilizante orgânico é produto de origem vegetal, animal ou agroindustrial, que aplicado ao solo proporciona melhorias em sua fertilidade e contribui para elevações nos níveis de produtividade e qualidade de diferentes culturas de interesse agrícola. Dentre o cultivo de culturas agronômicas no Brasil a fruticultura e a olericultura são as que mais se destacam no emprego da adubação orgânica, de todo cultivo de frutas, cerca de 48 % faz uso da adubação orgânica, já o cultivo de hortaliças esse índice atinge 26%. A obtenção de fertilizantes orgânicos e organominerais são provenientes da própria propriedade agrícola, onde dá-se o cultivo, ou de fabricantes e distribuidores especializados.

PALAVRAS-CHAVE: Fertilizantes orgânicos. Culturas agrícolas. Produção. Compostagem. ABSTRACT

The compost or organic fertilizer is the product of vegetable origin, animal or agroindustrial, which applied to the soil, provides improvements in their fertility and contributes to elevations in levels of productivity and quality of different cultures of agricultural interest. Among the cultivation of agronomic crops in Brazil the fruit-growing and olericulture are those that stand out in the use of organic fertilizer, fruit cultivation, approximately 48% makes use of organic fertilizer; growing vegetables this index reaches 26%. Obtaining of organic fertilizers and organominerais are coming from own agricultural property, where there is growing, or specialized manufacturers and distributors. KEYWORDS: Organic fertilizer. Agricultural crops. Production. Composting. 21 Acadêmico do Curso de Engenharia Agronômica. FAESB. Email: [email protected] 22 Prof. Msc. FAESB. Email: [email protected]

Page 107: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

108

1. VANTAGENS E BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Os adubos orgânicos contêm vários nutrientes minerais, especialmente

nitrogênio, fósforo e potássio e, embora sua concentração seja considerada baixa,

deve-se levar em conta, também, o efeito condicionador que exercem sobre o solo

(FORMASIERI FILHO, 1992).

Experimentos realizados na cultura da alface evidenciam a cultura responde

a adubação orgânica especialmente em solos de baixa fertilidade ou compactados,

em muitos casos o desempenho da cultura é mais expressivo, quando comparado

ao uso de adubação química tradicional. Para que o desempenho do adubo orgânico

seja mais efetiva é necessário que este esteja curtido. Dentre os diferentes estercos

empregados na agricultura orgânica recomenda-se o esterco de galinha, pois

apresentam maiores concentrações de nutrientes, principalmente, cálcio. Além

disso, este não contamina o solo com propágulos de plantas invasoras. A dosagem

em geral é de 10 toneladas por hectare ou 30 toneladas por hectare, no caso de

esterco de bovinos (SOUZA et al., 2002).

A aplicação de adubos orgânicos podem gerar incrementos na produção

de folhas de alface, e tais elevações na produtividade podem estar relacionados às

propriedades que os adubos orgânicos exercem sobre as estruturas e componentes

físicos, químicos e biológicos do solo, uma vez que exercem efeitos condicionadores

e aumentam a capacidade do solo em armazenar nutrientes necessários ao

desenvolvimento da planta (TRANI et al., 2013).

Os principais efeitos dos adubos orgânicos sobre as propriedades físicas

do solo são: melhoria da estrutura, aeração, armazenamento de água e drenagem

interna do solo, com isso há uma redução na amplitude térmica do solo, as quais

interferem em diferentes processos microbiológicos e na absorção de nutrientes

pelas plantas, aumentando as condições freáticas necessárias ao desenvolvimento

radicular (TRANI et al., 2013).

Os principais efeitos dos fertilizantes orgânicos sobre as propriedades

químicas do solo são: enriquecimento gradual do solo com macro e micronutrientes

essenciais às plantas e o aumento gradativo do teor de matéria orgânica do solo

(TRANI et al., 2013).

Os principais efeitos dos fertilizantes orgânicos sobre as propriedades físico-

químicas do solo são: melhoria na adsorção de nutrientes, que é a retenção físico-

química de cátions, diminuindo, em consequência, a lixiviação de nutrientes causada

Page 108: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

109

pela chuva ou pela irrigação, aumento gradativo da capacidade de troca de cátions

(CTC ou T) do solo, melhorando indiretamente sua fertilidade (TRANI et al., 2013).

Os principais efeitos dos fertilizantes orgânicos sobre as propriedades

biológicas do solo são: aumento na biodiversidade de microrganismos úteis que

agem na solubilização de fertilizantes diversos de maneira a liberar nutrientes para 1

as plantas e no aumento na quantidade de microrganismos que auxiliam no controle

de nematoides (TRANI et al., 2013).

2. DESVANTAGENS DA ADUBAÇÃO QUÍMICA EM RELAÇÃO À ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Os fertilizantes devem ser aplicados no solo 10 dias antes do transplante

das mudas, no caso da alface e de olerícolas em geral, para que não haja a

requeima, ou no sulco de plantio de outras culturas, em quantidades de acordo com

a análise do solo e recomendações técnicas (UENF, 2013).

Um dos motivos pelos quais os adubos químicos podem poluir o Meio

Ambiente é devido sua solubilidade em água, fato que acarreta três consequências:

1. Uma parte é rapidamente absorvida pelas raízes das plantas causando

expansão celular fazendo com que aumente o teor de água no seu interior.

Consequentemente, as plantas ficam mais suscetíveis a pragas e doenças, além de

menos saborosas e com seu teor nutritivo empobrecido (UENF, 2013).

2. A fração da adubação orgânica que não é absorvida pode ser lixiviada,

percolando por entre as partículas do solo, muitas vezes atingindo corpos d’água,

lagos e lençóis freáticos, causando juntamente com os despejos de esgotos, a

eutrofização dos corpos aquáticos (UENF, 2013). 3. Há ainda uma terceira parte que se evapora, como no caso dos adubos

nitrogenados (como o sulfato de amônio) que sob a forma de óxido nitroso pode

destruir a camada de ozônio da atmosfera (UENF, 2013).

4. Vários tipos de fertilizantes químicos apresentam grande capacidade de

acidificação do solo, além de serem biocidas. A utilização de adubação mineral torna

as plantas mais fracas e mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Dessa

maneira faz-se necessário a utilização de maiores quantidade de defensivos para

manter o nível desejável de produção (UENF, 2013).

O uso de adubos químicos faz com que os conjuntos aminoácidos que

formam as proteínas da planta se apresentem em forma livre, tornando-amais

Page 109: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

110

susceptível ao ataque de pragas e doenças, ao contrário da adubação orgânica

onde os aminoácidos formam cadeias complexas, não havendo a quebra ou perca

de proteínas que são fundamentais para o sistema de defesa dos organismos

vegetais (UENF, 2013).

O emprego excessivo de fertilizantes químicos pode gerar desequilíbrio

ecológico. Os agentes decompositores não apresentam a capacidade de reciclá-los

na mesma proporção em que são adicionados ao solo provocando eutrofização,

bem como alterações caracterizadas pelo decréscimo de matérias orgânicas e

retenção de água (UENF, 2013).

3. FERTILIZANTE ORGÂNICO SIMPLES

O fertilizante orgânico simples é oriundo de uma única fonte de origem

animal ou vegetal. Os fertilizantes orgânicos simples destacam-se quanto à maior

quantidade disponível os estercos animais, o bagacilho e a torta de filtro de cana, a

vinhaça (vinhoto ou restilo) de cana, as palhadas de milho e de soja, a serragem de

madeira, a casca de Pinus, a casca de eucalipto, a casca de café e a casca de arroz

(TRANI et al., 2013).

Outros produtos de menor disponibilidade no comércio devido à sua limitada

produção são: a farinha de ossos, importante fonte de fósforo; a farinha de casco e

chifres, a farinha de sangue e a torta de mamona, importantes fontes de nitrogênio

orgânico; e as cinzas de madeira, que se destacam como fontes de potássio.

Componentes que se destacam como fontes de potássio importante macro nutriente

para a cultura da alface (TRANI et al., 2013). 4. FERTILIZANTE ORGÂNICO COMPOSTO

O fertilizante composto é o produto obtido por processo bioquímico natural

ou controlado com mistura de resíduos orgânicos de origem vegetal, animal,

industrial ou urbano (TRANI et al., 2013).

A Compostagem é um processo aeróbico de transformação de resíduos

orgânicos em adubo humificado. Essa prática agrícola pode ser feita manual ou

mecanicamente com o auxílio de máquinas, sendo importante a uniformidade da

granulometria de cada fertilizante orgânico para que haja facilidade de degradação e

cura (TRANI et al., 2013).

Page 110: Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de … · 2019. 10. 23. · sistema financeiro de uma empresa, sua participação desde o início de uma empresa, até

111

Geralmente há a necessidade de um período de 90 a 120 dias para

obtenção do composto pronto para ser utilizado. Em processo intermediário de

compostagem com desprendimento de calor. São utilizados diferentes materiais

orgânicos de origem animal, vegetal e agroindustrial (TRANI et al., 2013).

5. COMPOSIÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS

Os fertilizantes orgânicos tem composição variável conforme sua origem,

teor de umidade e processamento antes de sua aplicação. A mineralização no solo

de nutrientes como o nitrogênio e fósforo depende principalmente da relação

carbono/nitrogênio (C/N) do material orgânico. Por exemplo, compostos com C/N

menor que 25 e relação C/P menor que 200 liberam a maior parte do N e do P no

primeiro ano da aplicação. Em geral produtos de origem animal sofrem um processo

de mineralização mais acelerado do que produtos de origem vegetal, quando

submetidos às mesmas condições de temperatura ambiente e umidade no solo.

(TRANI et al., 2013). CONCLUSÃO

A adubação orgânica é realmente uma ótima opção para melhorar qualidade

de um solo pobre. O princípio da produção orgânica é o estabelecimento do

equilíbrio da natureza utilizando métodos naturais de adubação e de controle de

pragas.

Para ser de fato um agricultor do futuro temos que agregar meios renováveis

no campo ,visando sempre uma melhor qualidade do produto ,maior produção,custo

benefício e um cuidado especial perante a natureza.

“Na natureza nada se cria nada se perde tudo se transforma “já disse Lavoisier”“.

REFERENCIAS

FORNASIERI FILHO, D. A cultura do milho. Jaboticabal : FUNEB, 1992. 273p. SOUZA, J. O.; MEDEIROS, J. F.; SILVA, M. C.; ALMEIDA, A. H. B. Adubação orgânica, manejo de irrigação e fertilização na produção de melão amarelo. Horticultura Brasileira, v. 26, p. 015-018, 2008. TRANI, P. E.; TERRA, M. M.; TECCHIO, M. A.; TEIXEIRA, L. A. J.; HANASIRO, J. Adubação orgânica de hortaliças e Frutíferas. Instituto Agronômico de Campinas – Informações e tecnologias, fevereiro, 2013. UENF – Universidade Estadual Norte Fluminense. Disponível em: < http://www.uenf.br/portal/index.php/br/ > Acessado: 16/10/2013.