Ficha Catalográfica Artigo – trabalho final · interesses políticos do Estado, na perspectiva...

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Ficha Catalográfica Artigo – trabalho final

Professor PDE/2010

Título Atividade para ensinar o espaço rural e a modernização da agricultura nas aulas de geografia.

Autor Paulo Sérgio Brito

Escola de Atuação Colégio Estadual Luiz Setti

Município da escola Jacarezinho

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho

Orientador Jully Graziela Ratzlaf Oliveira

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná

Área do Conhecimento/Disciplina Geografia

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo ( indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos do 7ª ano

Localização (identificar nome e endereço da escola de implementaçâo)

Colégio Estadual Luiz Setti Rua Almirante Barroso nº499 Vila Setti

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Resumo: (no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Este artigo é fruto do projeto de ensino intitulado “Recursos didáticos para o ensino do espaço rural e a modernização da agricultura nas aulas de Geografia” desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE vinculado à proposta de Formação Continuada da Secretaria do Estado da Educação do Paraná - SEED. A finalidade do mesmo é apresentar o desenvolvimento do projeto no 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Luís Setti, localizado no município de Jacarezinho. Em específico objetiva-se apresentar as atividades desenvolvidas e utilizadas para ensinar a modernização da agricultura, bem como contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no Estado do Paraná, através do levantamento de um material didático diferenciado que possa enriquecer a prática docente e contribuir para a formação do aluno cidadão. Para a elaboração deste trabalho foram necessários: leituras de bibliografias especializadas no assunto; elaboração das propostas de ensino; implementação das propostas de ensino no 7º ano do Ensino Fundamental e análise dos dados obtidos. As atividades foram elaboradas levando em consideração a diversidade de instrumentos para trabalhar os conteúdos geográficos, sendo: trabalho de campo; memória viva; poesia; maquete; jornal e música. As propostas elaboradas e desenvolvidas neste artigo são flexíveis, de fácil aplicação e poderão ser trabalhadas e adaptadas em outras séries e com outros conteúdos geográficos.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Ensino de geografia; recursos didáticos; mecanização da agricultura

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Secretaria de Estado da Educação-SEED

Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE

Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP

ATIVIDADES PARA ENSINAR O ESPAÇO RURAL E A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NAS AULAS DE GEOGRAFIA

AUTOR: Paulo Sérgio Brito1

Orientadora: Prof: Ms Jully Gabriela Retzlaf de Oliveira2.

Jacarezinho

2012

1 Pós-Graduado em Geografia, Graduado em História e Pedagogia. Professor no Colégio Luiz Setti – e-mail: [email protected]

2 Mestre e Doutorando em Geografia, Professora da UENP - campus Cornélio Procópio

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ATIVIDADES PARA ENSINAR DO ESPAÇO RURAL E A MODERNIZAÇÃO DA

AGRICULTURA NAS AULAS DE GEOGRAFIA

AUTOR: Paulo Sérgio Brito3

Orientadora: Prof: Ms Jully Gabriela Retzlaf de Oliveira.4

Resumo:

Este artigo é fruto do projeto de ensino intitulado “Recursos didáticos para o ensino

do espaço rural e a modernização da agricultura nas aulas de Geografia”

desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE vinculado à

proposta de Formação Continuada da Secretaria do Estado da Educação do Paraná

- SEED. A finalidade do mesmo é apresentar o desenvolvimento do projeto no 7º ano

do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Luís Setti, localizado no município de

Jacarezinho. Em específico objetiva-se apresentar as atividades desenvolvidas e

utilizadas para ensinar a modernização da agricultura, bem como contribuir para a

melhoria da qualidade do ensino no Estado do Paraná, através do levantamento de

um material didático diferenciado que possa enriquecer a prática docente e contribuir

para a formação do aluno cidadão. Para a elaboração deste trabalho foram

necessários: leituras de bibliografias especializadas no assunto; elaboração das

propostas de ensino; implementação das propostas de ensino no 7º ano do Ensino

Fundamental e análise dos dados obtidos. As atividades foram elaboradas levando

em consideração a diversidade de instrumentos para trabalhar os conteúdos

geográficos, sendo: trabalho de campo; memória viva; poesia; maquete; jornal e

música. As propostas elaboradas e desenvolvidas neste artigo são flexíveis, de fácil

aplicação e poderão ser trabalhadas e adaptadas em outras séries e com outros

conteúdos geográficos.

Palavras–chave: Ensino de Geografia, Modernização da Agricultura, Recursos

Didáticos. 3Pós-Graduado em Geografia, Graduado em História e Pedagogia. Professor no Colégio Luiz Setti – e-mail: [email protected] 4 Mestre e Doutorando em Geografia, Professora da UENP - campus Cornélio Procópio

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1. INTRODUÇÃO:

Este artigo é fruto do projeto de ensino intitulado “Recursos didáticos

para o ensino do espaço rural e a modernização da agricultura nas aulas de

Geografia” desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

vinculado à proposta de Formação Continuada da Secretaria do Estado da

Educação do Paraná - SEED. A finalidade do mesmo é apresentar o

desenvolvimento do projeto no 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual

Luís Setti, localizado no município de Jacarezinho. Em específico objetiva-se

apresentar as atividades desenvolvidas e utilizadas para ensinar a modernização da

agricultura, bem como contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no Estado do Paraná, através do levantamento de um material didático diferenciado que possa

enriquecer a prática docente e contribuir para a formação do aluno cidadão.

O ensino de Geografia atualmente requer estudos que priorize um

processo de ensino-aprendizagem que torne as aulas mais interessantes para os

alunos bem como para os professores. Diante do contexto atual da educação e do

desinteresse nas disciplinas mais teóricas, torna-se extremamente necessário

pesquisar e desenvolver atividades que enriqueçam as aulas e ao mesmo tempo

atraiam os alunos para uma participação mais ativa em sala de aula.

Explorar a temática de modernização da agricultura nas aulas de

Geografia é relevante, pois permite que o aluno seja capaz de identificar dentro do

contexto local as transformações ocorridas no espaço rural. Desta forma o

enriquecimento do ensino da temática agrária promoverá a formação de um cidadão

crítico e reflexivo sobre o mundo e o cotidiano vivido.

Para a elaboração deste trabalho foram necessários: leituras de

bibliografias especializadas no assunto; elaboração das propostas de ensino;

implementação das propostas de ensino no 7º ano do Ensino Fundamental e análise

dos dados obtidos.

Espera-se que com esse artigo ocorra uma melhoria no ensino de

Geografia, tanto na prática docente quanto no processo de construção do

conhecimento pelo aluno.

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2. O Ensino de Geografia no Brasil: Uma breve discussão

Enquanto na Europa, principalmente na Alemanha e na França, a

Geografia já se encontrava sistematizada e presente nas universidades, desde o

século XIX, no Brasil, isso só aconteceu mais tarde porque antes de ser objeto de

desenvolvimento científico, a Geografia foi trabalhada como matéria de ensino. As

idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no século XIX e

apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras. No ensino Médio, o

Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, teve sua estrutura curricular definida pelo artigo

3º do decreto de 02 de dezembro de 1837, que previa, como um dos conteúdos

comtemplados, os chamados princípios de Geografia. Essa primeira inserção dos

conteúdos geográficos tinha como objetivo enfatizar a descrição do território, sua

dimensão e suas belezas naturais (PARANÁ, 2008).

A institucionalização da Geografia no Brasil consolidou-se apenas a

partir da década de 1930, quando as pesquisas desenvolvidas buscavam

compreender e descrever o território brasileiro com o objetivo de servir aos

interesses políticos do Estado, na perspectiva do nacionalismo econômico. Em 1934,

foi criado pelo governo federal, o Instituto Nacional de Estatística que deu origem ao

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 1937), primeira instituição a

reconhecer o fazer geográfico além do objetivo didático. Ainda em 1934 foi criada a

associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e o primeiro curso de licenciatura em

Geografia da USP. Em 1935 foi ofertado, pela primeira vez, o curso de licenciatura

na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Nessa época e até 1956

quando aconteceu o XVIII Congresso Internacional de Geografia (RJ), o pensamento

geográfico no Brasil, nas universidades, no IBGE ou na AGB, esteve sob a influência

das escolas clássicas francesa e alemã (PARANÁ, 2008).

Até a década de 60, o ensino de Geografia no Brasil estava

intimamente ligado as descrições de elementos geográficos e a memorização de

nomes, sem se preocupar com as relações existentes entre esses elementos num

determinado espaço geográfico. Essa forma de abordagem do conhecimento em

Geografia perdurou até os anos de 1950-1960, caracterizando-se na escola, por um

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ensino de compêndio e pela ênfase na memorização de fatos e informações que

refletiam a valorização dos conteúdos em si, sem levar, necessariamente, a

compreensão do espaço.

No Brasil, a geografia teórico-quantitativa teve difusão nos fins da

década de 60 e início de 70, quando o governo militar estava consolidado e

procurava atrelar a economia brasileira à economia mundial e, para tal fim,

necessitava de uma certa projeção. Na escola reinava o ensino que pouco contribuía

para o desenvolvimento do raciocínio dos alunos. Era um período em que se

escondia ou camuflava a situação real do Estado e da sociedade. Nas escolas

enfatizavam-se a grandeza da nação e a Geografia e a História, juntas ocultaram-se

atrás da incompreendida área ou disciplina, transformada em Estudos Sociais, o que

resultou em sua maior fragilização. Foram implantadas as instruções programadas

nas escolas, cabendo ao professor por em prática as atividades já programadas

(TOMITA, 2005).

Novas correntes do pensamento geográfico desenvolveram-se em

meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, em função das mudanças

do sistema produtivo capitalista que alteraram a ordem mundial dos pontos de vista

político, econômico, social e cultural. Serviram de forma mais significativa para a

pesquisa e o planejamento espacial (rural e urbano) do que para o ensino de

Geografia na escola básica. Essas transformações ocorreram cada vez mais

intensamente ao longo da segunda metade do século XX e originaram novos

enfoques para a análise do espaço geográfico, além de reformulações no campo

temático da Geografia (PARANÁ, 2008).

Nesse movimento de renovação do pensamento geográfico, porém,

uma abordagem teórico-conceitual chegou ao ensino de forma significativa,

contrapondo-se radicalmente ao método da Geografia Tradicional e propondo uma

análise crítica do espaço geográfico. Tal abordagem foi denominada de Geografia

Crítica (PARANÁ, 2008).

A geografia é a ciência que estuda, analisa e tenta explicar

(conhecer) o espaço produzido pelo homem e, enquanto matéria de ensino, ela

permite que o aluno “se perceba como participante do espaço que estuda, onde os

fenômenos que ali ocorrem são resultados da vida e do trabalho dos homens e estão

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inseridos num processo de desenvolvimento (CALLAI, 1998, apud, CAVALCANTI,

2002). Desta forma recomenda-se, então, para as salas de aula, procedimentos que

propiciem uma maior motivação e atividade intelectual dos alunos, que levem a uma

interação ativa e problematizadora com os objetos de conhecimento, as atitudes

democráticas, solidárias e de cooperação entre os alunos e dele com a sociedade e

com o ambiente em que vivem, enfim, que contribui para um desenvolvimento

pessoal e interpessoal dos alunos. (CAVALVANTI, 2002).

Para Pontuschka (1999) a Geografia no ensino fundamental e médio

precisa formar uma criança e um jovem que deverão se movimentar bem no mundo

de hoje, com a complexa realidade deste final de milênio, e ainda prepará-los para

enfrentar outras transformações que estão por vir. Há que se pensar em um ensino

que forme o aluno do ponto de vista reflexivo, flexível, critico e criativo. Não é uma

formação para o mercado de trabalho apenas, mas um jovem preparado para

enfrentar as transformações cada vez mais céleres que certamente virão. De acordo

com a autora, o professor precisa ter consciência da escala em que está produzindo

a geografia com seus alunos: local, regional, nacional ou internacional, pois, como

vivemos em uma sociedade desigual do ponto de vista social e econômico, esse

aspecto torna-se importante, já que cada parcela do espaço geográfico não se

explica por si mesmo. O estudo de qualquer parte da realidade não deve se restringir

aos seus limites, mas deve estar inserido no interior de um contexto maior que é

social, político, econômico e espacial.

Embora se encontrem inúmeros problemas no procedimento

metodológico do ensino de Geografia, pode-se afirmar que é a disciplina que oferece

maior abertura e oportunidade para realização e aplicação de atividades conectadas

a realidade e a necessidade dos alunos, para que possam melhor viver e conviver

na sociedade de hoje. Para tanto, reforça-se a importância da postura do professor

que deve estar sempre atento aos últimos acontecimentos, inserindo o aluno no

contexto, sem perder de vista o conhecimento e a experiência nele acumulado

(TOMITA, 2005).

Diante da discussão realizada acima observa-se a necessidade de

dinamização das aulas de geografia e da busca pela aprendizagem significativa e a

participação ativa dos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Desta forma

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elaborou-se atividades voltadas para trabalhar a modernização da agricultura que

levassem em conta os questionamentos atuais. A seguir serão apresentadas uma

variedade de atividades elaboradas com diversos instrumentos de ensino com a

finalidade de enriquecer o ensino de geografia e melhorar as aulas e participação

dos alunos no 7º ano do Colégio Estadual Luiz Setti.

3. ATIVIDADES VOLTADAS PARA O ENSINO DO ESPAÇO RURAL E A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA:

A seguir serão apresentadas as atividades que foram elaboradas e

aplicadas nas aulas de Geografia do 7º ano do Ensino Fundamental para ensinar

sobre o espaço rural e a modernização da agricultura. As atividades foram

elaboradas levando em consideração a diversidade de instrumentos para trabalhar

os conteúdos geográficos. Cabe ao professor eleger os instrumentos de ensino

adequado ao tema trabalhado, utilizando o mesmo como facilitador e enriquecedor

do processo de ensino-aprendizagem, estimulando uma participação ativa e critica

dos alunos (OLIVEIRA; LUZ, 2010).

Ao trabalhar o conteúdo básico “o espaço rural e a modernização da

agricultura” o professor deve deixar claro como a ocupação do espaço brasileiro

ocorreu em diferentes momentos e atividades também diferenciadas, mas que as

relações de trabalho continuam de exploração. As Diretrizes Curriculares do Paraná

sugere trabalhar diferentes escalas geográficas e que apesar do crescimento

econômico do país, devido a mecanização, trouxe problemas ambientais e

fortaleceu as diferenças sociais (PARANÁ, 2008).

3.1 Atividade 01: Trabalho de Campo

Esta prática pedagógica coloca o aluno frente a uma diversidade de

situações na aprendizagem na qual o aluno perceba que a geografia está muito mais

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perto de si através de suas ações, e que o espaço que temos hoje é o resultado do

conjunto dessas ações e que estão em constante transformação humana ou natural.

Para organizar uma aula de campo, o professor delimitará

previamente o trajeto, de acordo com os objetivos a serem alcançados e estabelecer

os contatos com possíveis entrevistados, quando for o caso. Feito isso, deverá

explicar detalhadamente como será cada etapa do mesmo e deixar claro quais os

objetivos a serem atingidos com o trabalho.

Para Malysz (2007, apud OLIVEIRA; LUZ, 2010), o estudo do meio é

o maior laboratório geográfico e sempre foi um recurso importante e muitas vezes

indispensável à construção do conhecimento geográfico. Este recurso propicia um

contato direto do educando com o objeto do conhecimento, facilitando o resgate do

conhecimento prévio e a transposição didática para o conhecimento científico

Segundo a autora, este recurso aumenta o interesse dos alunos em aprender,

observando e fazendo leituras do espaço geográfico com sua dinâmica, diversidade

e conflitos, além de propiciar a articulação entre teoria e prática.

O Colégio Luiz Setti está localizado na periferia no município de

Jacarezinho e por isso está próximo da área rural que se apresenta diversificada

com espaços agrícolas, pecuários, além dos loteamentos, bairros residenciais,

tornando o local apropriado para pesquisa de campo através das transformações ali

ocorridas e seus reflexos para a sociedade.

Poucos professores trabalham com a técnica de estudo do meio,

pesquisa de campo ou trabalho de campo, alegando dificuldades para retirarem

alunos fora do ambiente escolar, mas como sabemos, todo esforço para que esse

recurso seja praticado, torna-se importante porque coloca o aluno direto com o

objeto de estudo, facilitando sua aprendizagem.

Nos arredores da escola foi realizado os seguintes trabalhos de

campo:

- Visita à uma chácara para compreender a mistura de elementos e

atividades urbanas e rurais, onde foram levantadas diversas questões sobre as

relações de trabalho, tipo e destino da produção, lazer, meio ambiente;

- Visita a uma área rural para estudar o uso e ocupação do solo e os

aspectos ambientais da atividade agrícola.

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Para realização dos trabalhos de campo foi necessário trabalhar

antes em sala de aula a temática do espaço rural e a modernização da agricultura e

posteriormente agendar as visitas. Durante as visitas nas propriedades, o trabalho

foi conduzido, levando em consideração os questionamentos dos alunos e alguns

pontos-chave relacionados ao assunto abordado.

Após visita em uma área não mecanizada os alunos entrevistaram o

proprietário sobre a produção familiar e a transformação do espaço local. Em

seguida, visitaram uma área mecanizada e indagaram o proprietário sobre os modos

de produção e transformação do espaço. Essa atividade foi muito importante para o

aluno tirar suas próprias conclusões sobre as diferentes formas de produção,

comercialização, e relações de trabalho. O estudo do local de vivência do aluno é

muito importante para que o mesmo perceba que a Geografia está muito mais

próximo dele do que se imagina, pois qualquer ação humana torna-se uma ação

geográfica.

3.2 Atividade 02: Memória Viva

A técnica da ‘’Memória Viva’’ consiste na experiência de se ouvir

historias de vida dos antigos moradores do bairro ou município, com relação ao meio

em que vivem. Esses relatos possibilitam a reconstrução do presente, pois tomam

por base as historias individuais para o entendimento de uma história comum o que

fortalece as identidades coletivas e as relações sociais (MOZER; MOURA, 2006).

A utilização da técnica da “memória viva” se apresenta como

instrumento de ensino em geografia, e pode ser utilizada para relacionar os

conteúdos discutidos em sala de aula, com o meio pesquisado, bem como para criar

vínculos entre aluno-professor-comunidade, trazendo significado para os conteúdos

teóricos. Esta interação possibilita tanto para os professores, como para os alunos, o

entendimento do universo cultural, no qual estes estão inseridos (MOZER; MOURA,

2006).

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Inicialmente, para se trabalhar essa atividade foi explicado o

funcionamento da mesma para os alunos e na sequência foram selecionadas

algumas pessoas para serem entrevistadas, a fim de entender o processo do êxodo

rural ocorrido no município de Jacarezinho, com as seguintes perguntas:

- Porque migraram ou se tem vontade de migrar

- Como era o espaço onde viviam no campo

- Como é o espaço onde vive na cidade

- Como eram as relações de trabalho com o patrão ou o empregado

- Como eram os meios de transporte que existiam

- Como eram os esportes, o lazer, a relação de vizinhança, as

brincadeiras, as músicas, os entretenimentos, o comércio, os alimentos

De posse dos dados os alunos apresentaram oralmente as

informações levantadas tecendo considerações sobre o assunto estudado

3.3 Atividade 03: Poesia:

Entendemos que a poesia é um instrumento de grande importância

para o conhecimento do aluno. O entendimento e a reflexão sobre uma poesia

coloca o aluno frente a uma rica fonte de informação, fazendo com que o aluno situe

no tempo e no espaço, cabendo ao professor, elencar aquelas que dizem respeito ao

cotidiano do aluno com destaque para as que possuem grande relação com a

ciência geográfica com enfoque para o homem do campo.

Segundo Ribeiro e Torres (2006, apud OLIVEIRA E LUZ, 2010) a

literatura pode levar o aluno a desenvolver capacidades e habilidades, tais como:

consciência crítica, reflexão, observação, ampliação de sua própria experiência de

vida. O trabalho com poesias, além de promover a interdisciplinaridade, pode

desenvolver nos alunos a compreensão do conteúdo geográfico, como: noções de

espacialidade (localidade geográfica), noções de regionalização (conceitos de lugar,

paisagem etc.), bem como aspectos físicos, naturais, socioeconômicos e políticos.

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Através da poesia pode-se contextualizar a situação atual do homem do campo e

suas relações com o entorno urbano.

A poesia é uma linguagem de fácil acesso e não é difícil encontrar

várias delas que retratam a realidade do campo brasileiro, enfocando o espaço rural.

Na sala de aulas foram trabalhadas as seguintes poesias:

Poesia 1: “O Camponês” (Poema extraído do livro "Geografia em

Poesias: tempos, espaços, pensamentos...).

O camponês dá carinho à sua terra,

como carinho dá o filho à sua mãe.

O camponês, tempos atrás cultivava

seu sustento,

hoje o que faz

sustenta o banco

e mais alguém..

O camponês bebia

água da fonte.

Hoje tem sede,

a fonte secou também.

O camponês ainda cultiva sua fé, olha pro céu pra ver se ajuda

vem... O camponês se une com outros roceiros.

Se organizando,

algum dinheiro até que vem... Se a coisa aperta o camponês

busca outras terras onde há promessa

de uma vida que convém.

Se não dá certo,

o camponês vai

pra cidade,

Ser favelado,

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bóia-fria, zé-ninguém.

Lembra da terra, sua mãe, o camponês,

e reforma agrária

ele quer fazer também.

Se não conquista a terra,

o camponês morre de tédio,

pois a cidade para ele dá desdém.

Mas, quando morre, o camponês conquista terra,

embora sejam poucos palmos que lhe convêm.

Mas pouco tempo pra usá-la tem o camponês, já que

logo outros roceiros também vêm, disputam a terra

pra descansar também...

Poesia 2: “A Reforma” de Lourenço Idelfonso da Silva, 2006.

A Reforma Agrária depende de vontade política

E de uma sociedade forte e crítica

Para embasar o grande desenvolvimento.

As rédeas de uma nação

Devem estar ligadas à ação

Daqueles que não admitem sofrimentos.

A pressão dos nossos irmãos Sem Terra

Que muitas vezes fazem a guerra

É motivada pela indiferença do poder.

Se os homens se amassem mais

E primassem por obras fundamentais

Não haveria na sociedade tanto sofrer.

Um país só se torna potência

Quando se aspira pela decência

Principalmente do nosso agricultor.

Este é a grande alavanca

Que todos os obstáculos suplanta

Com denodo, carinho e amor.

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Deus não nos vendeu a terra

O homem foi quem quis a guerra

Usando de toda astúcia e ganância.

A natureza pertence ao cristão

A humanidade e ao nosso irmão

Ao qual aspira a esperança.

A terra foi feita para produzir

Para fazer o homem emergir

Nos cenários da produção.

Mas isto não acontece

Isto porque o poderoso esquece

Do princípio de humanização.

A Reforma Agrária é a solução

Desde que haja a interação

Por parte de toda a sociedade.

A terra nos foi concedida para produzir

E ao mesmo tempo fazer surgir

O grande lema da solidariedade (...)

Autor: Lourenço Idelfonso da Silva Disponível em http: http://www.jandaiaonline.com.br/noticias2/062011/livroantologia- poetica.htm Acesso em: 20/09/2011.

Ambas as poesias foram trabalhadas em sala de aula juntamente

com a participação ativa dos alunos. Inicialmente a poesia foi lida em voz alta e na

sequência os alunos fizeram uma discussão geográfica do texto apontando

diferenças e semelhanças entre as realidades trabalhadas.

Os alunos receberam a letra de duas poesias: “O camponês” e “A

Reforma” que retratam as dificuldades dos pequenos proprietários em assegurar a

posse de suas terras, discutindo a situação socioeconômica do país e a necessidade

da reforma agrária, além das desigualdades sociais. Após debates e grandes

discussões os alunos elaboraram uma poesia sobre o assunto.

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3.4 Atividade 04: Maquete:

O grande objetivo desse material é ampliar a visão e conhecimento

do aluno, principalmente quando se trata das formas de relevo e suas configurações

saindo da bidimensionalidade para a tridimensionalidade, fazendo com que os

alunos percebam altura, altitude, profundidade, aclive, declive, grau de inclinação,

planalto, planície, vale, pico e muitos outros acidentes geográficos que fazem parte

da paisagem rural.

Segundo Almeida (2003, apud PISSINATI, 2007), o uso de maquete

tem servido como forma inicial de representação, a qual permite discutir questões

sobre localização, projeção (escala) e simbologia [....] o uso da maquete permite a

operação de fazer sua projeção sobre papel e discutir essa operação do ponto de

vista cartográfico, o que envolve: representar em duas dimensões o espaço

tridimensional, representar toda a área sob um só ponto de vista e guardar a

proporcionalidade entre os elementos representados.

Em sala de aula, os alunos construíram maquetes de argila

representando os principais acidentes e elementos geográficos que fazem parte da

área rural do município, sendo: represas, áreas de plantio e de pecuária, reservas

vegetais e o relevo.

De posse da maquete, o professor aprofundou o conhecimento dos

alunos sobre os elementos nela inseridos, onde puderam tirar suas dúvidas. Após a

explicação, os alunos discutirão alguns temas como: a erosão em áreas inclinadas,

enchentes, os perigos do desmatamento, como proteger melhor os solos agrícolas,

diferença de altura e altitude, proteção de mananciais.

3.5 Atividade 05: Jornal:

O uso do Jornal como instrumento de ensino permite aos

professores e alunos fazer uma leitura mais crítica das informações trazidas pela

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mídia impressa. Este recurso traz o cotidiano do aluno para dentro da sala de aula e

possibilita o confronto da realidade com o conhecimento científico abordado nos

livros didáticos. Os jornais abordam vários assuntos de caráter geográfico, trazendo

uma leitura atualizada da região, do mundo, apresentam grande acessibilidade, fácil

manuseio, desenvolvem a consciência de cidadão, tornando-o não apenas leitor de

texto, mais um leitor do mundo (CARVALHO; TSUKAMOTO, 2008, apud OLIVEIRA

E LUZ, 2010).

A geografia é uma disciplina que pode trazer prazer em aprender,

pois ela trabalha com conteúdos que trazem novidades e oportunidades para os

alunos por trabalhar a realidade dos mesmos. O jornal, por exemplo, sai do status

quo para trabalhar assuntos que os alunos vivenciam em seu cotidiano.

Nesta atividade foi confeccionado em sala de aula um jornal com

notícias referentes ao espaço rural denominado de “notícias do campo”. A turma foi

dividida e, durante uma semana, as equipes pesquisaram assuntos como: previsão

do tempo, principais atividades agrícolas do município, culinária do campo, festas

tradicionais, eventos esportivos, paisagens rurais e meio ambiente.

Após levantamentos das informações os alunos organizaram um

jornal em sala de aula. Na sala foi fornecida uma folha de sulfite para cada dupla

para que pudessem dobrá-la e margeá-la com 1 cm em todas as faces. Paginar de 1

a 4 e dividí-la em 2 colunas. Diante das informações obtidas, escolheu-se a notícia

principal para ser a manchete, sendo a única notícia que irá ocupar as 2 colunas. Na

primeira página também foram colocadas chamadas para assanhar o leitor,

indicando as páginas corretas da matéria ou conteúdo na íntegra. Alguns jornais

chegaram a ter 8 páginas.

Após a organização do jornal, os alunos discutiram as principais

informações levantadas e apresentaram para as demais turmas. O objetivo deste

trabalho foi estudar e compreender as atividades do espaço rural do município de

Jacarezinho.

O início da construção do jornal aconteceu em Agosto, mas só

finalizou na segunda quinzena de Novembro, já que as etapas mais importantes de

cada atividade em que os alunos consideraram relevantes e significativas para seu

aprendizado foi sendo editado pelos alunos que é o autor do jornal. Foi uma

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atividade simples com relação a sua produção, porém de grande importância, já que

o aluno construiu seu conhecimento com o direito de opinar e escolher as atividades

a seu gosto, diante da mediação do professor.

3.6 Atividade 06: Música:

Sabemos que a música sempre fez bem aos ouvidos de nossos

alunos, porém, muitas vezes, estão mais interessados no ritmo do que em sua letra,

deixando de lado aquilo que é mais importante, que é a história e o fato que está por

trás desse emaranhado de sons e palavras.

Buscou-se nesta atividade propiciar um ambiente agradável para

que os alunos pudessem ouvir uma música e tirar dela conhecimento de vida, do

seu dia-a-dia, de suas práticas, construindo, através da compreensão das letras das

músicas, um conhecimento da vivência do homem no campo.

Em sala de aula os alunos receberam as letras das músicas:

“Caboclo na Cidade” de Chitãozinho e Xororó e “Vida boa” de Vitor e Léo e após

ouvi-las discutiram o assunto abordado na letra e em seguida construíram uma

paródia contendo informações de caráter geográfico.

Músicas1: “Caboclo na Cidade” – Chitãozinho e Xororó.

Seu moço eu já fui roceiro No triângulo mineiro

Onde eu tinha o meu ranchinho. Eu tinha uma vida boa

Com a Isabel minha patroa E quatro barrigudinhos.

Eu tinha dois bois carreiros Muito porco no chiqueiro

E um cavalo bom, arriado. Espingarda cartucheira Quatorze vacas leiteiras

E um arrozal no banhado. Na cidade eu só ia

A cada quinze ou vinte dias Para vender queijo na feira.

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E no mais estava folgado Todo dia era feriado

Pescava a semana inteira. Muita gente assim me diz Que não tem mesmo raíz

Essa tal felicidade Então aconteceu isso Resolvi vender o sítio E vir morar na cidade.

Já faz mais de doze anos Que eu aqui estou morando Como eu estou arrependido.

Aqui tudo é diferente Não me dou com essa gente

Vivo muito aborrecido. Não ganho nem pra comer

Já não sei o que fazer Estou ficando quase louco.

É só luxo e vaidade Penso até que a cidade Não é lugar de caboclo. Minha filha Sebastiana

Que sempre foi tão bacana Me dá pena da coitada. Namorou um cabeludo Que dizia Ter de tudo

Mas foi ver não tinha nada. Se mandou para outras bandas Ninguém sabe onde ele anda

E a filha está abandonada. Como dói meu coração

Ver a sua situação Nem solteira e nem casada. Até mesmo a minha velha Já está mudando de idéia tem que ver como passeia. Vai tomar banho de praia

Está usando mini-saia E arrancando a sombrancelha.

Nem comigo se incomoda Quer saber de andar na moda

Com as unhas todas vermelhas. Depois que ficou madura Começou a usar pintura

Credo em cruz que coisa feia. Voltar "pra" Minas Gerais

Sei que agora não dá mais Acabou o meu dinheiro.

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Que saudade da palhoça Eu sonho com a minha roça

No triângulo mineiro. Nem sei como se deu isso

Quando eu vendi o sítio Para vir morar na cidade.

Seu moço naquele dia Eu vendi minha família E a minha felicidade!

Composição :Geraldo Viola e Dino Guedes Disponível em http://letras.terra.com.br/chitaozinho-e-chororo/241972/ Acesso em !9/08/2011.

Musica 2- “Vida boa” – Vitor e Léo Moro num lugar

Numa casinha inocente do sertão De fogo baixo aceso no fogão, fogão à lenha ai ai

Tenho tudo aqui Umas vaquinha leiteira, um burro bão

Uma baixada ribeira, um violão e umas galinha ai ai Tenho no quintal uns pé de fruta e de flor

E no meu peito por amor, plantei alguém (plantei alguém) Refrão

Que vida boa ô ôô Que vida boa

Sapo caiu na lagoa, sou eu no caminho do meu sertão Vez e outra vou

Na venda do vilarejo pra comprar Sal grosso, cravo e outras coisa que fartá, marvada

pinga ai ai Pego o meu burrão

Faço na estrada a poeira levantar Qualquer tristeza que for não vai passar do mata-burro

aiai Galopando vou

Depois da curva tem alguém Que chamo sempre de meu bem, a me esperar (a me esperar)

Composição: Vitor Chaves Disponível em http://letras.terra.com.br/vitor-leo/797049/ Acesso em 19/08/2011.

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Após ouvir as músicas e de posse das letras, os alunos

acompanharam o ritmo musical com toda empolgação. Após cantarem, refletiram e

discutiram as letras e construíram uma outra música versando o êxodo rural e o

sossego da vida no campo, comparando com a agitação da vida nas cidades.

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4. Considerações Finais

Diante do contexto atual da educação, necessita-se com urgência de

mudanças que possam proporcionar a melhoria na qualidade de ensino. Mudanças

essas que já vêm acontecendo no estado do Paraná através do Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE, que contribui para construção de uma

educação de qualidade.

Desta forma, a realização das atividades, bem como a execução

geral do projeto vinculado ao PDE propiciou um enriquecimento das práticas

docentes e uma nova visão do processo educativo, não como resultados prontos e

acabados, mas o começo para resolução de uma série de problemas na educação.

Diante disso, a criação de novos materiais didáticos não resolverá,

mas proporcionará mudanças na concepção geográfica, desprendendo de alguns

métodos tradicionais em prol de uma geografia sócio construtivista, com professores

mais empenhados em ensinar, ao lado de alunos mais interessados, participativos e

reflexivos na construção de uma sociedade mais igualitária e menos excludente.

As propostas elaboradas e desenvolvidas neste artigo são flexíveis,

de fácil aplicação e poderão ser trabalhadas e adaptadas em outras séries e com

outros conteúdos geográficos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Alternativa, 2002.

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TSUKAMOTO, R. Y. Múltiplas Geografias: ensino-pesquisa-reflexão. Vol. III,

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OLIVEIRA, J. G. R; LUZ, C. E. O Ensino de Geografia Frente a Multiplicidade de

Recursos dos Tradicionais ás novas Tecnologias. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS “CRISE, PRÁXIS E AUTONOMIA: ESPAÇOS DE RESISTÊNCIA

E DE ESPERANÇAS ESPAÇO DE DIÁLOGOS E PRÁTICAS”, 2010, Ponto Alegre-

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PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Geografia. Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, Departamento de Educação Básica. Paraná, 2008.

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MOURA, J. D. P.; TSUKAMOTO, R. Y. Múltiplas Geografias: ensino-pesquisa-

reflexão. Vol. III, Londrina: Ed. Humanidades, 2006. p. 29 – 47.