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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto FEUP IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIA DA QUALIDADE DE BIBLIOTECA DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Maria Helena Rego Terlica Lagoa Relatório de Dissertação Mestrado em Ciência da Informação Orientador: José António Faria (Professor Doutor) 30 de Setembro de 2010

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

FEUP

IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIA DA QUALIDADE DE BIBLIOTECA DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

Maria Helena Rego Terlica Lagoa

Relatório de Dissertação

Mestrado em Ciência da Informação

Orientador: José António Faria (Professor Doutor)

30 de Setembro de 2010

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IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIA DA QUALIDADE DE BIBLIOTECA DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

Maria Helena Rego Terlica Lagoa

Relatório de Dissertação

Mestrado em Ciência da Informação

Aprovado em provas públicas pelo júri: Presidente: António Manuel Lucas Soares, Professor Associado do

Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Arguente: Helena Maria Pereira Pinto Dourado e Alvelos, Professora Auxiliar

do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro.

Orientador: José António Rodrigues Pereira de Faria, Professor Auxiliar do

Departamento de Engenharia Industrial e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

____________________________________________________ 30 de Setembro de 2010

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Resumo

Esta dissertação apresenta uma reflexão teórica sobre a compatibilização e adequação das bibliotecas universitárias ao novo ambiente de ensino-aprendizagem promovido pelo Espaço Europeu de Ensino Superior, com vista à identificação de áreas prioritárias de actuação (oportunidades de melhoria e concepção de novas soluções), a serem aplicadas ao caso particular da Biblioteca de Ciência de Computadores (BCC) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O cerne deste trabalho assenta na análise dos novos desafios de ensino, formação e desenvolvimento com que as Instituições de Ensino Superior se deparam, num macro-ambiente em constante transformação e mudança, nas alterações introduzidas na política educativa dos países da Europa Comunitária pela Declaração de Bolonha, no esforço de adaptação da universidade, em geral, e da biblioteca universitária, em particular, a um campo de actuação cada vez mais exigente, vasto e diversificado.

Para o efeito, foi efectuada uma recolha de dados através de pesquisa documental e da realização de sessões de trabalho com colegas e com o orientador. Sobre estes dados empíricos, foi efectuada a respectiva análise de conteúdo. A metodologia “Abordagem por Processos” foi utilizada para elaboração de um modelo de referência para o funcionamento da BCC com base na identificação, levantamento e modelação dos seus processos de trabalho.

O estudo efectuado aponta como áreas prioritárias de actuação da biblioteca universitária – melhorar a eficiência dos processos de trabalho internos, melhorar a qualidade dos serviços prestados aos utilizadores e promover activamente a infoliteracia. Destaca, também, a oportunidade de realização no Departamento de Ciência de Computadores da FCUP, durante o ano lectivo que agora começa, de acções diversas com vista a melhorar a qualidade da BCC, com destaque para a realização de formação em infoliteracia dirigida a alunos de formação pré e pós-graduada, a qual, após avaliação, sirva como referencial para um futuro programa dirigido a todos os alunos da Faculdade.

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Abstract

This dissertation presents a theoretical discussion about compatibility and adaptation of university libraries to the new environment promoted by the European Space of Higher Education, to identify new directions of action, to be applied to the Library of Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

This work is centered in the analysis of the new challenges that Universities need to deal with, caused by the changes of macro environment, changes due to the Bologna Declaration, changes on the university itself and in the libraries.

The dissertation is supported by Literature Review and working sessions with the advisor and colleagues. The data collected was processed through Content Analysis. The Process Approach Methodology was used as reference to the analysis of BCC.

It was possible to identify some primary directions of action as improvement of efficiency of processes, service quality and infoliteracy.

It points also to the existence of opportunities to be taken by the Departamento de Ciência de Computadores da FCUP to improve the quality of BCC, through the some actions like infoliteracy sessions targeted to students.

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Agradecimentos

A dissertação que agora termino não teria sido realizável sem a ajuda e orientação do Professor Doutor José Faria, que tanto me ensinou ao longo do trabalho. Para ele vai o meu muito obrigada.

Agradeço, também, às minhas colegas de trabalho que me deram sugestões e apoio. Helena Lagoa

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Conteúdo 1 – INTRODUÇÃO Objecto de estudo, objectivos a alcançar, metodologia utilizada, contexto motivacional, organização e estrutura da dissertação ………….………………..………

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2 – ENSINO SUPERIOR EM MUDANÇA…………………………………………...…… 10

2.1 – Novos desafios do Ensino Superior Europeu ………..…………..……....….. 11

2.2 – Prioridades estratégicas para o Ensino Superior em Portugal ………....….. 16

2.3 – Resumo…………………….……………………. ………………..……....…….. 19

3 – BIBLIOTECAS DE ENSINO SUPERIOR…………………………………...……...... 21

3.1 – Paradigmas de mediação……………………………………………………….. 22

3.1.1 – Mediação custodial e pós-custodial………………………..……………...… 22

3.1.2 – Mediadores custodiais e pós-custodiais……………………………….……. 24

3.1.3 – Mediação pós-custodial institucional e distribuída e/ou partilhada………….... 25

3.2 – Organização, gestão e serviços da biblioteca digital……….……….……….. 28

3.2.1 – Estrutura e gestão …………………………………...…………………..……. 29

3.2.2 – Novos serviços……………………..……………………..…..………..…....… 30

3.2.2.1 – Gestão de conteúdos ………………………..……………………...……… 31

3.2.3 – Actores ………………...………………………………….……...…………….. 32

3.2.3.1 – Utilizadores ……………...……………………………………….………….. 33

3.2.3.1.1 – Mudanças nos hábitos de uso…………………………………………… 33

3.2.3.1.2 – Infoliteracia…………………………………………………………………. 34

3.2.3.2 – Informáticos………………………...…………………………....……..……. 39

3.2.3.3 – Profissionais de informação ……………………………………………….. 39

3.2.3.4 – Docentes……………………………………………………………………… 41

3.2.3.5 – Outros actores ………………………………………………..........………. 41

3.3 – Resumo…………………………………………. ………………..…….......…… 42

4 – IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIA DA BCC ...…………….. 47

4.1 – Apresentação da Biblioteca de Ciência de Computadores da FCUP…….... 47

4.2 – Melhorar a eficiência dos processos de trabalho…………….………….…… 51

4.3 – Melhorar a qualidade dos serviços prestados………………..…...…..……… 58

4.3.1 – Ferramentas de Web 2.0 ao serviço da comunicação da BCC…………... 58

4.3.2 – Aproveitamento do espaço da biblioteca através do alargamento do horário de funcionamento……………………………………………………...

60

4.4 – Promover a infoliteracia na comunidade DCC……..……………..……..…… 61

4.5 – Resumo……………………………………………………………………………. 64

5 – CONCLUSÕES FINAIS E TRABALHO FUTURO………………………………..…. 67

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………. 73

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7 – ANEXOS…………………………………………………………..……….…………. 81

7.1 – Mapeamento dos processos de trabalho da BCC……………………………. 82

7.2 – Identificação dos processos de trabalho da BCC…………………………..… 84

7.3 – Modelação dos processos de trabalho da BCC……………….……………... 96

7.4 – Mapeamento das ofertas formativas da BCC…………………………..…….. 97 7.5 – Matriz das ofertas formativas da BCC …………………………………..…….. 101

7.6 – Lista de figuras …………..………………………………….……………..…….. 102

7.7 – Lista de tabelas …………..…………………………..…….……………..…….. 102

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1. INTRODUÇÃO

O objecto de estudo desta dissertação é a Biblioteca de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), adiante identificada por BCC.

A BCC é uma das sete bibliotecas existentes na FCUP. Enquanto unidade interna de suporte de um serviço público existe para servir os seus utilizadores, motivo pelo qual deve satisfazer as respectivas necessidades actuais e futuras, investindo na sua melhoria contínua, tendo sempre presente que a qualidade dos serviços prestados se deve à qualidade do trabalho produzido.

Com este exercício de investigação pretende-se, utilizando a metodologia de Gestão da Qualidade – “Abordagem por Processos”, elaborar um modelo de referência para o funcionamento da BCC com base na identificação, levantamento e modelação dos seus processos de trabalho. Tendo em conta que um processo é transformação, é acção, é fluxo, é movimento, é, no dizer de Carlos Pereira da Cruz (2009), uma estrutura para agir:

“Um processo é um conjunto organizado e ordenado de actividades, encadeadas de forma específica no tempo e no espaço, com um começo e um fim, com entradas e saídas claramente identificadas: uma estrutura para agir”.

O facto das actividades das organizações serem compreendidas e geridas como

um conjunto de processos que interactuam entre si apresenta vantagens consideráveis:

• evita que se fique “perdido” no meio das múltiplas actividades executadas dentro de um processo complexo, e

• permite seguir o fluxo dos processos e “atravessar as fronteiras” entre as Unidades, proporcionando uma compreensão global do funcionamento da organização, a partir da qual é possível começar a pensar sobre como podem os processos ser melhorados.

O modelo de referência vai servir para apoiar:

• a reflexão sobre como melhorar a BCC, identificando oportunidades de melhoria e apontando medidas de acção,

• avaliar, no contexto da Sociedade e Economia do Conhecimento, o impacto que as mudanças em curso no Ensino Superior (com destaque para o novo modelo pedagógico que o Processo de Bolonha estabelece e que deverá conduzir, até ao presente ano, à criação e desenvolvimento do Espaço Europeu de Ensino Superior - EEES) têm sobre as universidades e respectivas bibliotecas,

• reconhecer áreas de actuação prioritárias da biblioteca universitária, • servir de base de comparação entre as várias bibliotecas da Faculdade (a

forma como trabalham/como funcionam), aquando da futura reconstituição da “Biblioteca da FCUP”, que se prevê concluída em finais de 2011, contribuindo para a definição e sistematização dos melhores processos de trabalho e identificação de novas áreas de actividade, na senda da rentabilização dos recursos existentes e de um acréscimo de eficiência1 nos serviços prestados.

1 Eficiência: medida da utilização de recursos na prossecução de um dado objectivo. Uma actividade é eficiente quando minimiza a utilização de recursos ou quando produz um melhor desempenho usando os mesmos recursos.

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Assim, o presente trabalho apresenta o método de análise intensiva, constituído

por um estudo de caso, apresentando uma proposta de investigação que parte de uma questão teórica básica: a possibilidade de desenvolver a BCC, entenda-se “fazer mais e melhor com os mesmos recursos, e com pessoas mais satisfeitas”. A técnica utilizada foi a análise documental (de conteúdo), completada com a realização de sessões de trabalho com colegas e com o orientador.

No dizer de Santos et al. (2007) “nos tempos que correm […] devemos aumentar a

nossa produtividade, diminuindo os custos, os tempos e mantendo (diminuindo se possível) o número de técnicos afectos a uma tarefa”.

A razão para a escolha deste tema deve-se à minha vivência institucional, enquanto funcionária da FCUP, durante os últimos 8 anos de actividade profissional. Primeiro, como funcionária da Biblioteca Geral (entre Outubro de 2001 e Junho de 2005) e, sobretudo, como membro da “Comissão Aleph” (de Outubro de 2001 a Setembro de 2003) e, desde então, como funcionária da Biblioteca do Departamento de Ciência de Computadores, ter vindo a constatar a necessidade das bibliotecas departamentais da faculdade continuarem a melhorar e uniformizar procedimentos (administrativos, técnicos, organizativos, de gestão), e a simplificar normas e circuitos, disponibilizando aos utilizadores uma visão integrada das bibliotecas, independentemente da sua localização física, através dos produtos e serviços de informação de valor acrescentado que disponibilizam. Esta necessidade é ainda mais premente na presente fase de pré-reconstituição da “Biblioteca Geral”.

De forma a contribuir para os objectivos deste trabalho a dissertação foi

estruturada em sete partes. Na Parte 1, Introdução, apresenta-se o objecto de estudo, os objectivos a alcançar, a metodologia utilizada, o contexto motivacional e a organização e estrutura do trabalho. Na Parte 2 e 3 expõe-se o estado da arte da temática em análise, sendo que a Parte 2, Novos Desafios do Ensino Superior Europeu, consiste numa reflexão sobre os desafios que actualmente são colocados ao ensino Superior Europeu, pela economia, pela sociedade, etc., no contexto da Sociedade e Economia do Conhecimento (com destaque para o novo modelo pedagógico que o Processo de Bolonha estabelece e que deverá conduzir, até ao presente ano, à criação e desenvolvimento do EEES) e as formas por este encontradas para responder a esses desafios (estas áreas são detalhadas e desenvolvidas), a Parte 3, Bibliotecas de Ensino Superior, dá a conhecer os novos e grandes desafios que se colocam às bibliotecas de ensino superior, na conjuntura mencionada, reconhecendo a existência de três áreas de actuação prioritárias da biblioteca de Ensino Superior: melhorar a eficiência dos processos de trabalho internos, melhorar a qualidade dos serviços prestados aos utilizadores e promover activamente a infoliteracia. A Parte 4, Identificação de Oportunidades de Melhoria da BCC, identifica oportunidades de melhoria da qualidade da BCC, nas áreas de actuação prioritárias atrás nomeadas, partindo da elaboração de um modelo de referência para o funcionamento da BCC com base na identificação, levantamento e modelação dos seus processos de trabalho, e termina propondo diversas acções de melhoria, com destaque para a promoção da infoliteracia. Na Parte 5, Conclusões Finais e Trabalho Futuro, tiram-se as conclusões e sugerem-se desenvolvimentos. A Parte 6 contém as referências bibliográficas e a Parte 7 os anexos seguintes: Mapeamento dos processos de trabalho da BCC, Identificação dos processos de trabalho da BCC, Modelação dos processos de trabalho da BCC, Mapeamento das ofertas formativas da BCC, Matriz das ofertas formativas da BCC, Lista de figuras e Lista de tabelas.

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2. ENSINO SUPERIOR EM MUDANÇA

Neste ponto da dissertação descrevem-se os traços principais do Ensino Superior

em Portugal, em particular no que respeita à aplicação do Processo de Bolonha, começando pelas linhas de força do que se passa na Europa, a fim de conseguirmos uma visão geral que sirva de enquadramento às bibliotecas universitárias.

Vivemos num mundo – que é cada vez mais um só – sem fronteiras, globalizado, turbulento e incerto, assente em conhecimento e evolução (crescente renovação) e deles dependente. O progresso científico, sobretudo o tecnológico, é rápido e contínuo, e o conhecimento propaga-se, transacciona-se e cai em desuso a velocidades alucinantes. A criação e gestão do conhecimento são a força motriz do almejado desenvolvimento sustentável que se alimenta da cooperação, interacção, dinamismo, competição e internacionalização, suportada pelas TIC (Web 2.0), entre pessoas, organizações e saberes. Nesta conjuntura, o desenvolvimento depende, cada vez mais, da existência de uma base consistente de instituições de ensino que segundo Simão et al. (2004) apoiam lógicas de desenvolvimento e competitividade, ao prepararem as pessoas para os desafios do conhecimento (educação e formação enquanto catalizadores do desenvolvimento económico e social), mas também de democratização e coesão, ao possibilitarem que os desafios possam ser enfrentados pela generalidade das pessoas – detêm um papel fundamental para a ascensão, que se quer permanente, dos níveis científico, profissional e cultural das populações. Vivemos numa sociedade e economia a que se convencionou chamar do conhecimento.

2 Nos EUA, por exemplo, que apostam na capacidade de criação de tecnologia e sua conversão em valor económico como a via de sucesso capaz de possibilitar a manutenção e continuidade da qualidade de vida.

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2.1 Novos desafios do Ensino Superior Europeu

As instituições de Ensino Superior, dadas as mudanças em curso para levar a

cabo as sociedades e económicas do conhecimento, têm sentido a necessidade de ultrapassar o isolamento (OCDE, 2006b), através da abertura à comunidade em que se inserem e da instituição de redes de cooperação internacionais.

A subscrição da Carta Magna (Magna Charta Universitatum) pelos reitores das universidades europeias, em 1988, originou, nos últimos vinte anos, mudanças no sentido de uma maior aproximação das instituições de Ensino Superior europeias e reforço da sua internacionalização.

A Carta Magna expõe os princípios, a seguir descritos, que alicerçam a vocação universitária (Simão et al., 2004):

• independência ética e científica na investigação e no ensino, face ao poder político e económico,

• indissociabilidade entre o ensino e a investigação, para que o ensino possa acompanhar a evolução das necessidades e exigências da sociedade e do conhecimento científico,

• respeito pela liberdade na investigação e formação, e • universalidade do seu âmbito de actuação, expressa na preocupação em

alcançar o saber universal, no ignorar das fronteiras geográficas ou políticas, e na afirmação do conhecimento mútuo e interacção entre as diferentes culturas.

De facto, as instituições de Ensino Superior, perante uma sociedade caracterizada

pela busca ininterrupta de inovação e transformação, “verificaram” a necessidade de interagirem e colaborarem com os sectores produtivos das comunidades em que se inserem, bem como juntarem esforços com organizações semelhantes, aquém e além fronteiras, e expandirem o seu campo de actuação internacionalmente. Este é um caminho há muito conhecido das instituições de Ensino Superior, uma vez que se regulam por princípios de universalidade, mas agora recriado em modelos de excelência.

Novos desafios se colocam ao Ensino Superior, passados que são 21 anos sobre a adopção da Carta Magna, nomeadamente aqueles que se relacionam com as funções que estas instituições podem vir a realizar na construção da Europa do Conhecimento. A Comissão Europeia (Commission of the European Communities, 2003) sobreleva os seguintes:

exigência crescente de formação ao nível do Ensino Superior, internacionalização da investigação e da educação, cooperação com a estrutura económica, proliferação de contextos onde o conhecimento é produzido, reorganização do conhecimento, e surgimento de novas expectativas.

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Estes desafios requerem a colocação de um conjunto de questões de uma realidade nova e complexa que passamos a desenvolver.

Exigência crescente de formação ao nível do Ensino Superior

O Ensino Superior tem vindo a ser alvo de reorganizações estruturais, havendo progressos a assinalar quanto à interligação entre a relevância do ensino e as necessidades dos jovens alunos, face ao mercado de trabalho em que se vão inserir, à resposta às necessidades de desenvolvimento e reciclagem de capacidades, conhecimentos e competências por parte de adultos, numa lógica de aprendizagem ao longo da vida e à natureza do conhecimento fomentado, dando supremacia ao desenvolvimento de saberes, tecnologias e formação em áreas que estão próximas das solicitações da estrutura económica.

Segundo Rosa (2003) o Ensino Superior deve diligenciar para produzir e transmitir conhecimento científico, integrar-se na sociedade em que está inserido e contribuir para o avanço tecnológico, social, cultural e humano dessa mesma sociedade.

Internacionalização e TIC

As TIC, em meios globais, desempenham um papel essencial no que diz respeito à fomentação da competitividade entre instituições de ensino superior, (aos níveis regional, nacional e internacional), entre universidades e outras instituições de ensino e de investigação, e entre instituições públicas e privadas, e na internacionalização do ensino, da investigação ou das transferências do saber.

As TIC, e o seu contributo na internacionalização do Ensino Superior, assumem ainda outras características e resultados práticos, nomeadamente (Saraiva et al., 2007): ao estimularem e tornarem mais eficaz as actividades de investigação e de ensino; ao disponibilizarem mecanismos de aprendizagem à distância ou mistos; ao facilitarem a gestão e a operacionalização dos conhecimentos produzidos e desenvolvidos; ao promoverem diferentes formas de cooperação, interacção e dinamização, dentro das instituições, entre estas, entre diferentes grupos de investigação e redes internacionais de colaboração; ao tornarem mais fácil o acesso a informação de índole científica e tecnológica (artigos, conferências, patentes, estudos de mercado, vigilância tecnológica em geral), em tempo real, 24 horas por dia e em igualdade de condições para todos os interessados, bastando para isso um computador e o acesso à Internet; ao vulgarizarem a utilização de novos recursos educativos (meios audiovisuais, exercícios de simulação, videoconferência, laboratórios virtuais, estilos pedagógicos interactivos, realidade virtual).

São exemplos do que isto representa, nos dias de hoje, a progressiva disponibilidade de ofertas formativas e materiais de apoio ao ensino em formatos electrónicos (elearning); a acessibilidade, em tempo real e de modo virtual, a bases de dados e artigos publicados em revistas internacionais (e.g., o projecto b-on); a difusão da informação através dos sítios electrónicos das Instituições de Ensino Superior (e outros, e.g., repositórios institucionais), junto dos mais variados tipos de públicos, facilitando as aprendizagens ao longo da vida.

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A criação de conhecimento sustido em TIC e na Web 2.0 (designação dada à nova geração da Internet) permite o consumo, a partilha e a construção colectiva de conhecimento.

De acordo com Weber et al. (2006), tendencialmente, está a evoluir-se para ambientes abertos de cultivo da inovação – open Innovation.

Actualmente, o Ensino Superior dificilmente consegue criar e difundir conhecimento (seu objectivo número um) sem ser numa base de internacionalização e de utilização intensiva das TIC: ao publicar em revistas internacionais, após avaliação entre pares; ao utilizar a Internet e o correio electrónico (tornou-se mais produtivo, reforçando práticas de colaboração, e simultaneamente mais célere na criação e difusão de conhecimento); e ao adoptar como critério de aceitação a novidade (reconheceu que o progresso científico só pode ser alguma coisa nunca antes proposta ou concluída por alguém no mundo inteiro).

Transparece na literatura que o Ensino Superior português aderiu, desde cedo, à utilização das TIC enquanto estrutura de apoio à comunicação, difusão e validação de conhecimento, tanto no ensino como na investigação.

Cooperação com a estrutura económica

A cooperação entre as Instituições de Ensino Superior, e entre estas e o mercado de trabalho, tem vindo a ser intensificada a nível regional e nacional.

O Ensino Superior, neste contexto, pode contribuir para a melhoria de uma determinada organização, se integrada num ambiente competitivo e se assente em intensidades elevadas de conhecimento, através do estabelecimento de parcerias e projectos de colaboração.

Os novos modelos de competitividade dependem grandemente das capacidades e fluxos de transferência de conhecimento das Instituições de Ensino Superior para o mundo económico e para a sociedade. Sendo este, reconhecidamente, um dos pontos mais fracos das sociedades europeias, considera-se essencial melhorar as transferências do saber entre o sistema de Ensino Superior e a estrutura económica (Saraiva et al., 2007).

Os actores do sistema de Ensino Superior nacional têm consciência da importância destas questões e encontram-se, em geral, abertos a incitações dos sujeitos económicos. Foram criados e combinados meios (mecanismos, estruturas e lógicas de colaboração) que podem suster o desenvolvimento de programas de parceria e colaboração, com diferentes tipos de interlocutores ou modelos de interacção tendentes à transferência de tecnologia e conhecimento (projectos, consórcios, protótipos, participação conjunta em projectos de IDI, licenciamento de propriedade industrial e criação de novas empresas de base tecnológica, etc.) (Saraiva et al., 2007).

Estas estruturas reforçam os fluxos de inovação. Em conjunto, Instituições de Ensino superior e empresas são capazes de conceber ambientes organizacionais propícios à germinação da inovação, em diferentes fases dos ciclos de transformação da tecnologia em valor económico.

Através do nascimento de novas empresas, as Instituições de Ensino Superior portuguesas podem contribuir para a criação de riqueza económica.

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Multiplicidade de contextos de Gestão do Conhecimento

Outro desafio que as Instituições de Ensino Superior enfrentam consiste na

multiplicação de contextos onde é realizada e activada a geração de conhecimento, aos mais variados níveis (interacção com a sociedade, investigação e ensino).

As empresas optam, pelo menos parcialmente, por estabelecer mecanismos de vigilância tecnológica, recorrendo depois à criação de parcerias com diversos tipos de entidades externas, com vários perfis e localizações geográficas, entre as quais as Instituições de Ensino Superior com as quais promovem o estabelecimento de parcerias ou mesmo a subcontratação de I&D.

Adicionalmente, tem-se vindo a acentuar a importância do ensino e da aprendizagem ao longo da vida, enquanto infra-estrutura de base que suporta os mecanismos de criação e gestão dos colaboradores aptos a contribuir eficazmente para modelos de competitividade assentes no conhecimento.

Reorganização do conhecimento

Pode-se fazer a análise da reorganização do conhecimento através dos seguintes aspectos (indicam sentidos diferentes) (Comissão Europeia, 2003): crescente especialização e diversificação do conhecimento e o aparecimento de domínios específicos de ensino e investigação, promissores do ponto de vista da criação de valor económico (nanotecnologia, biotecnologia, materiais avançados, ciências da vida, genómica, TIC e energia) e a necessidade de adaptar características de interdisciplinaridade.

A identificação destas realidades, bem como do facto dos desafios tecnológicos e científicos se situarem, frequentemente, nas interfaces entre diferentes domínios do conhecimento, obrigam a repensar as estruturas orgânicas nas universidades eliminando separações organizacionais internas e complementando os modelos clássicos (assentes em faculdades, departamentos e grupos de investigação a eles ligados) com estruturas de promoção e interacção de colaborações entre diferentes áreas do saber. Os formatos utilizados para promover esta interdisciplinaridade são diversificados. No caso da Universidade do Porto existem diversos centros interdisciplinares de investigação, desenvolvimento e extensão universitária.

A necessidade de reorganizar o conhecimento, passa também pelo enfraquecimento das linhas que delimitam a investigação fundamental da investigação aplicada.

Cabe às Instituições de Ensino Superior promover o estabelecimento de aproximações entre diferentes tipos de membros, permitindo o cruzamento de ideias e projectos entre elementos mais orientados para as ciências fundamentais, outros para as tecnologias e outros ainda para a conversão do conhecimento em riqueza económica (Saraiva et al., 2007).

As trocas de experiências devem ser efectuadas entre membros do estabelecimento de Ensino e incluir membros externos, como membros de outras Instituições de Ensino Superior nacionais e internacionais, empresários, etc.

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Surgimento de novas expectativas

Além das expectativas referidas anteriormente, espera-se que as Instituições de

Ensino Superior, no desenvolvimento da sua missão, sejam capazes de responder às necessidades de educação, formação, investigação e interacção com o exterior.

As Instituições de Ensino Superior (no mundo ocidental) desempenham um papel essencial em termos de potencial fonte de suporte ao crescimento económico dos países, regiões, ou sectores de actividade, influenciadas pela crescente importância dos sectores económicos baseados no conhecimento e na ciência (Romer, 1990).

As sociedades (administração pública, empresas e cidadãos), por seu lado, apoiam, estimulam e desafiam os estabelecimentos de Ensino Superior.

Os desafios impelem os estabelecimentos de Ensino Superior a encontrar novas sustentabilidades e mecanismos de resposta, continuando a preparar cidadãos capazes de vencer num mundo globalizado, responder às expectativas da estrutura económica e da sociedade, e fomentar um maior envolvimento com a comunidade circundante.

Às tradicionais funções de investigação (criação/produção de conhecimento) e ensino (difusão e transferência do conhecimento através da formação de pessoas), juntam a de agentes promotores da mudança na sociedade (interacção directa).

A capacidade de resposta aos desafios emergentes das economias do conhecimento, por parte de qualquer organização ou sociedade, passa pela qualificação e desenvolvimento permanente das pessoas (IMHE/OCDE, 2004).

A este propósito, Conceição et al. (1998) afirmam que a importância das qualificações dos recursos humanos reforça o papel estimulante da educação e da formação no desenvolvimento económico e social, mas cria, por outro lado, uma maior necessidade das Instituições de Ensino Superior se relacionarem com a sociedade.

De entre as estratégias relacionadas com a necessidade de criar conhecimentos ajustados aos novos desafios de formação e ensino, apresentam-se as seguintes (Saraiva et al., 2007):

• promoção de uma nova filosofia de responsabilidade, financiamento e utilização de recursos,

• desenvolvimento de estratégias inovadoras, • criação de uma nova cultura e modelos de gestão, • identificação de novos públicos e domínios de actividade, • gestão adequada das relações entre as Instituições de Ensino Superior e

diferentes tipos de partes interessadas, • desenvolvimento de programas de ensino e formação apropriados às novas

exigências e realidades, • incorporação das interacções com a sociedade, através de mecanismos

múltiplos de transferência do conhecimento, enquanto terceira vertente essencial de cumprimento da missão universitária, e

• procura de padrões de desempenho cada vez mais elevados.

A missão das Instituições de Ensino Superior tem que ser pensada tendo em consideração novos conceitos (Simão et al., 2004), como sejam: a civilidade e participação, a aliança entre ciência e cultura, a inovação e competitividade, a independência e vanguarda de pensamento em articulação com a ética e

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transparência, a capacidade de procura incessante da excelência e do mérito, e o empreendedorismo e a capacidade de risco.

Por outro lado, o Ensino Superior, perante os desafios actuais, tem de responder a questões e objectivos associados ao exercício da actividade profissional e da cidadania por parte dos formados nas suas instituições, os quais devem ser impulsionadores de mudança nas organizações e sociedades (Saraiva et al., 2007):

• capacidade para ao longo da vida desempenhar diferentes funções em diversas organizações,

• exercício da profissão em regimes de horário e local de trabalho flexíveis, em contextos de globalização, ambientes de trabalho multiculturais e de polivalência de funções,

• necessidade de fomentar o empreendedorismo, perspectivando a criação do próprio posto de trabalho,

• capacidade para retirar ganhos de contextos de dúvidas e incerteza, encarando os mesmos enquanto oportunidades,

• efectuar aprendizagens em contínuo, indo ao encontro do conceito de aprendizagem ao longo da vida, e

• desenvolvimento de hábitos de trabalho em equipa, aliados à capacidade de liderança, criação e relacionamento interpessoal.

Isso obriga a promover constantemente a melhoria da formação/educação, o

reforço das ligações existentes entre o ensino e o mundo do trabalho, as interacções com a sociedade, e a mobilidade e a cooperação internacionais.

Em termos nacionais, defende-se a necessidade da estrutura económica reforçar as suas relações com centros produtores de conhecimento, dentro dos modelos de construção de parcerias e projectos conjuntos. 2.2 Prioridades estratégicas para o Ensino Superior em Portugal

A partir da Lei de Bases do Ensino Superior (LBES), do Relatório da OCDE (2006a) sobre o Sistema de Ensino Superior em Portugal (SESP) e do Processo de Bolonha é-nos possível identificar as prioridades estratégicas para o Ensino Superior em Portugal. Os três “instrumentos” de intervenção da política educativa convergem e complementam-se.

Saraiva et al. (2007) destacam na LBSE quatro objectivos para o Ensino Superior: “formação de diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, aptos para a inserção em sectores profissionais, participação no desenvolvimento da sociedade e para colaborar na sua formação contínua; pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da cultura; divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem património da humanidade, comunicando o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; aperfeiçoamento cultural e profissional permanente, num quadro integrador dos conhecimentos que vão sendo adquiridos.”

No relatório da OCDE (2006a) sobre o Sistema de Ensino Superior em Portugal, refere-se que “a internacionalização deverá ser uma componente integrante de todas as instituições”.

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A internacionalização do Ensino Superior (atendendo à universalidade do

conhecimento) surge, assim, como outra prioridade estratégica, mas não como uma inovação, visto as universidades, há muito, procurarem alcançar esse objectivo.

No âmbito do Processo de Bolonha, que deverá conduzir até 2010 à criação e desenvolvimento do Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES), são apontados três princípios orientadores (Saraiva et al., 2007): encontrar um equilíbrio entre formação genérica, de preparação para a vida, e a aprendizagem de domínios específicos do conhecimento; flexibilidade dos modelos de formação, dentro de modelos internacionais de garantia da qualidade; acerto das formações às necessidades dos mercados de trabalho e mobilidade profissional, incluindo a empregabilidade como um factor prioritário.

O Processo de Bolonha estabiliza mecanismos de mobilidade, constituindo uma oportunidade de “promoção da qualidade do ensino, atracção de novos públicos e alargamento da ligação ao exterior, numa relação com a construção das sociedades do conhecimento” (globalizada).

Neste contexto, o Ensino Superior em Portugal precisa de intervir a diferentes níveis, através de acções concertadas, como (Saraiva et al., 2007):

• Reforçar práticas de trabalho, aprendizagem e avaliação em equipa, possibilitando aos alunos a obtenção de práticas relacionais (aprender na prática a comunicar, liderar, etc.) além da apropriação e compreensão de conteúdos programáticos.

Sistemas educativos que estimulam atitudes individualistas não sobrevivem numa sociedade que se sustém da cooperação estabelecida entre pessoas, saberes e organizações.

• Mudar as metodologias de avaliação adoptadas

A adaptação do Ensino Superior português ao Processo de Bolonha exige que as metodologias de avaliação sofram alterações, de modo a que as mudanças de processos de aprendizagem atinjam o ponto desejável, através do fomento de práticas de avaliação contínua, utilização de elementos diversos (desafios inovadores - realização de projectos, trabalhos individuais e de grupo, etc.), perspectivas integradoras (substituição de exames em cada disciplina por provas baseadas em problemas congregadores de conhecimentos de diferentes áreas, cursos e disciplinas – facilita a ponderação e a exploração de questões de forma integrada, relativos à combinação de conhecimentos relevantes e de diferentes domínios) e uso de metodologias de reforço positivo (autoconfiança e auto-estima).

• Alterar os estilos pedagógicos adoptados

O modelo tradicional da transmissão de conhecimentos concentrado no docente e

nas salas de aula, substituiu-se progressivamente por novas formas mais dinâmicas, personalizadas e centradas no aluno.

Novas abordagens caracterizadas por uma maior abertura, participação e colaboração entre pares, colocam a ênfase no desenvolvimento dos recursos e capacidades necessárias para os alunos se envolverem na aquisição de novas competências e para a procura do conhecimento existente nas redes criadas e mantidas pelos utilizadores (Siemens, 2008).

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Esta dimensão participativa da rede introduz o conceito de aprendizagem

colaborativa que o desenvolvimento das ferramentas de Web 2.0 reforça com a passagem da Internet de um meio de transmissão da informação para uma plataforma caracterizada pela colaboração, criação e partilha de conteúdos. As mudanças que ocorrem na aprendizagem nos dias de hoje, não vão resultar na substituição de um tipo de aprendizagem por um outro. Resultarão numa convergência gradual entre diferentes formas de aprendizagem (Downes, 2008).

Esta evolução exige às bibliotecas diferentes abordagens e conteúdos adequados disponíveis em diferentes formatos, plataformas e canais. É fundamental que as bibliotecas de ensino superior tenham a percepção desta realidade, sob pena de estarem a desenvolver projectos desadequados à realidade ou que não cheguem aos utilizadores. “O futuro das bibliotecas depende em grande medida da forma como vão ao encontro das necessidades da comunidade” (Silva e Príncipe, 2010).

Há que fomentar, em alinhamento com o Processo de Bolonha, paradigmas de interacção activa dos alunos nos processos de aprendizagem, bem como de ensino baseado em projectos, pesquisa de informação e lógicas indutivas, de geração e teste de hipóteses, a partir da concepção e materialização de experiências, reais ou simuladas.

Actualmente, o acesso a um grande número de fontes de informação disponíveis a nível local (ABI/Inform) e nacional (b-on), através de uma utilização correcta das TIC, torna exequível e eficaz centrar a aprendizagem de determinados conceitos em leituras e pesquisas (efectuadas fora das salas de aula – e.g., biblioteca) que posteriormente podem servir para fomentar discussões, permutar opiniões e perspectivar sobre o modo como cada um dos alunos interpretou a informação consultada, num processo de desenvolvimento cruzado de ideias activadas pelos docentes respectivos. É conveniente que este tipo de abordagem seja reforçado em formações de segundo ou terceiro ciclos.

• Gerar ambientes propícios a que se aprenda mais facilmente a perceber, representar, decidir e viver em contextos caracterizados por excesso de dados disponíveis, incerteza e volatilidade

Devem ser implementadas práticas e desafios onde a solução dos problemas

passa pelo desenvolvimento da aptidão de pesquisar dados, diferenciar entre informação útil e acessória, e tomar decisões num período de tempo limitado, suportadas na informação que for possível recolher com os recursos disponíveis.

As melhores universidades americanas integram no rol de unidades curriculares obrigatórias do 1º ciclo a disciplina Pensamento Crítico (Critical Thinking) cujo objectivo é promover o pensamento crítico entre os estudantes. Trata-se de uma disciplina cuja implementação no Ensino Superior português é defendida por alguns investigadores, num contexto onde a ênfase é colocada cada vez mais no estudante e na sua capacidade de aprender (em contraposição a respostas únicas e fechadas frente a elementos previamente fornecidos aos alunos que caracterizam os paradigmas determinísticos).

• Travar as práticas mecanicistas de aprendizagem e memorização

Perante as crescentes necessidades de criatividade e inovação, enquanto sustentáculo dos novos modelos de desenvolvimento de Portugal, firmados no

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conhecimento, considera-se necessário criar, junto de alunos e docentes, mecanismos de estímulo à criatividade, à inovação e ao empreendedorismo.

São inúmeras as iniciativas de Instituições de Ensino Superior2°que, ao longo dos últimos 10 anos, consolidaram as suas intervenções nestes domínios, algo que também começou já a acontecer na grande maioria das Instituições de Ensino Superior portuguesas.

As crescentes velocidades de mudança impõem ao Ensino Superior a quase obrigatoriedade de desenvolver mecanismos de aprendizagem contínua, originando com isso novos públicos e oportunidades, e modelos de referência de formação contínua, interligados com as formações iniciais, e interactuando com a investigação e as inovações tecnológicas (Conceição et al., 1998), tirando proveito, quando adequado, das TIC e modalidades de ensino à distância (elearning) ou mistas.

Muitas das lutas, descritas, que o Ensino Superior tem vindo e irá continuar a travar, dependem de si mesmo e da vontade de se renovar, e do talento de estabelecer coligações onde se encontram instituições de Ensino Superior, administração pública e estrutura económica.

O sucesso só é alcançável com a intervenção conjunta dos três elementos. 2.3 Resumo

Nos últimos 30 anos, a Europa transformou-se numa sociedade globalizada na qual o conhecimento adquiriu lugar de destaque e a cooperação e competição consolidaram-se enquanto paradigma existencial.

Numa economia baseada no conhecimento, itens como a produtividade e a competitividade dependem da capacidade das organizações para processar informação de modo eficiente e para produzir conhecimento. Assim sendo, o bem-estar da sociedade depende da qualidade da formação e da aprendizagem e da inclusão da população neste sistema.

Neste contexto, as universidades passaram a debater-se com aspectos como as alterações introduzidas na política educativa – a Declaração de Bolonha para os países da Europa Comunitária, i.e., a uniformização dos graus de ensino através da organização do percurso académico em dois ciclos de ensino (graduação e pós-graduação), baseado num sistema de créditos acumuláveis e transferíveis entre estabelecimentos de ensino e países (ECTS) que permite uma maior mobilidade no espaço europeu de professores e estudantes, a comparabilidade entre formações equivalentes adquiridas em países distintos (cooperação na elaboração e a integração de programas de ensino), a garantia de qualidade mediante orientações comuns relativas à avaliação do ensino, acreditação de habilitações profissionais e certificação de habilitações académicas, e alterações ao nível dos curricula e das metodologias de ensino e de estudo (mudança de ênfase do ensino para a aprendizagem, da educação para a formação, a aprendizagem ao longo da vida).

As universidades passaram, também, a arrostar-se com os constrangimentos financeiros, a internacionalização, a cooperação além fronteiras, a avaliação das universidades, a massificação do acesso à universidade, a heterogeneidade de públicos, a diminuição do número de alunos no nível de formação pré-graduada, a 2 Nos EUA, por exemplo, que apostam na capacidade de criação de tecnologia e sua conversão em valor económico como a via de sucesso capaz de possibilitar a manutenção e continuidade da qualidade de vida.

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expansão do número de alunos que frequentam níveis avançados de formação, o ensino à distância (personalizado), a interacção universidade-empresa (estabelecimento de coligações), as exigências colocadas pela economia relativas à necessidade de criação de riqueza, dos mercados de trabalho em termos de formações de qualidade (desenvolvimento permanente de pessoas) e mobilidade profissional (internacional), da sociedade em termos de empregabilidade dos graduados, etc.

O sucesso da universidade depende da sua capacidade de se compatibilizar e adequar a este macro-ambiente em constante mudança e transformação, participando de forma activa no processo de inovação.

As universidades querem mudar e estão a mudar. Têm vindo a desenvolver reorganizações estruturais e estratégias inovadoras, enquanto entidades vocacionadas para criar, gerir e transmitir conhecimentos (culturais, científicos e técnicos) adequados aos novos desafios de ensino, formação e desenvolvimento, os quais se consubstanciam na criação de novos modelos de gestão organizacionais que apresentam um novo ambiente, novas finalidades e um novo modelo de ensino aprendizagem.

O exercício de aprendizagem contínua que realizam origina novos públicos e oportunidades. A formação ao longo da vida interliga com as formações iniciais, ambas interactuam com a investigação, com as empresas e com as inovações tecnológicas, tirando proveito das TIC e do ensino à distância ou misto.

Os diplomados pelas Instituições de Ensino Superior adquirem durante a sua formação conhecimentos e competências que lhes permitem desenvolver o pensamento crítico e que os habilitam a trabalhar em contextos multidisciplinares e multiculturais, ser empreendedores, polivalentes, literatos (competências de informação) e aprender ao longo da vida.

É neste enquadramento que importa, pois, ter em consideração o papel das bibliotecas de ensino superior. Pese embora não esteja explicitada qualquer observação relativamente a este serviço na Declaração de Bolonha.

As bibliotecas vão intervir em todas estas frentes, umas vezes de forma mais directa, outras de forma mais indirecta. Também para elas o campo de actuação se torna mais vasto, mais diversificado, mais exigente.

Nos capítulos seguintes analisamos as consequências que as transformações em curso no Ensino Superior têm para as bibliotecas académicas.

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3. BIBLIOTECAS DE ENSINO SUPERIOR

A biblioteca de ensino superior inserida no contexto organizacional não pode ficar de fora do processo de transformação e inovação referido no capítulo anterior, visto este ser um ponto crítico para atingir eficácia e excelência, e garantir a competitividade das IES, tendo vindo a transformar-se, progressivamente, numa organização de aprendizagem (learning organization), i.e., numa organização que segundo Peter M. Senge “continuamente expande a capacidade de criar o seu futuro” (cit. por Oliveira, 200-?).

As bibliotecas precisam de ser organizações de aprendizagem3 devido aos novos desafios do ensino superior e às novas politicas educativas para o sector, onde se inclui o novo modelo de ensino-aprendizagem, anteriormente referido, à tensão existente entre os paradigmas custodial e pós-custodial, à explosão quantitativa de dados, às mudanças provocadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação (concretamente a Web 2.0) com as suas ferramentas próprias e forma de proceder, à concorrência dos serviços oferecidos por agências de informação comerciais, livrarias (Amazon) e outros fornecedores (Google), ao surgimento de novos mediadores (multi-mediação), à mudança de expectativa dos utilizadores, à crescente exigência de inclusão digital do utilizador, aos constrangimentos financeiros, etc. São estes os aspectos de uma realidade nova e complexa que passamos a desenvolver, a partir de um conjunto de tópicos que seleccionámos e que acreditamos caracterizarem as bibliotecas da primeira década do século XXI, os quais agrupamos em 2 tópicos principais:

• paradigmas de mediação, e • biblioteca digital.

3 Entre as várias definições encontradas para organização de aprendizagem destacamos as que se seguem. Garvin (1993) define o conceito de organização de aprendizagem como sendo aquela que está “habilitada a criar, adquirir e transferir conhecimento modificando o seu comportamento para reflectir novos conhecimentos e insights”. Para Argyris e Schon (cit. por Oliveira, 200-?) o processo de aprendizagem dá-se quando “os membros da organização agem como agentes de aprendizagem para a organização, respondendo a mudanças nos ambientes internos, externos (…), detectando e corrigindo erros”. Segundo Lee (1993) para atingir eficácia, excelência e garantir competitividade os líderes precisam de desenvolver de forma explícita e consciente processos de mudança organizacional, construindo uma organização de aprendizagem. Autores como Phipps (1993), Riggs (1997) e Fowler (1998) defendem que as bibliotecas precisam de ser organizações de aprendizagem (adoptarem/desenvolverem mecanismos que facilitem o processo de inovação) devido à concorrência dos serviços, novas tecnologias, mudanças de expectativa dos clientes, mudanças dos valores no trabalho e os desafios do ensino superior.

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3.1 Paradigmas de Mediação

Paradigma no seu sentido mais simples significa um modelo de leitura do real. Um paradigma muda quando um número significativo de indivíduos muda a sua forma de olhar e interpretar o real e em função disso muda também a sua forma de pensar e de agir.

Por mediação refere-se a operação em que um “medium, algo situado no meio, une dois termos, duas realidades, que estão em estado de divisão e de oposição. Mediar é, por conseguinte, interpor alguma coisa para estabelecer uma unidade” (Folscheid, 1990).

Uma biblioteca é um lugar e ponto de partida de difusão, enquanto carga de sensibilidade e coordenada social, pertence ao campo mediológico. (Domingues, 2010). O bibliotecário desenvolve um processo de interface, de intermeio, de mediação da informação e da aprendizagem ao interagir, formar e difundir junto do utilizador a informação que gere, visando suprir, em primeira análise, as necessidades dos utilizadores e, em última análise, o bem comum e a sustentabilidade económica, social e ambiental. Os utilizadores que procuram a informação, “numa lógica cooperativa e social, modelada pela Web 2.0, participam também no processo de mediação e de construção de metadados, dando a conhecer as suas necessidades menos percéptiveis” (Silva e Ribeiro, 2010). Uns e outros instituem um todo coerente.

Os paradigmas de mediação informacional custodial e pós-custodial, a seguir desenvolvidos, caracterizam o modo de ver e de agir dos profissionais da documentação/informação, na Modernidade e na pós-Modernidade (do séc. XVIII ao séc. XXI) no âmbito da Ciência da Informação. A mudança de um paradigma para outro resultou de inovações radicais, assentes em recursos, capacidades e competências significativamente diferentes.

Especificamente, os tópicos abordados nos pontos seguintes são:

• Mediação custodial e pós-custodial o Paradigma custodial o Paradigma pós-custodial

• Mediadores custodiais e pós-custodiais o Mediador custodial o Mediador pós-custidial

• Mediação pós-custodial institucional e distribuída e/ou partilhada 3.1.1 Mediação custodial e pós-custodial

Na senda da investigação em Ciência da Informação que tem vindo a ser efectuada na Universidade do Porto, pelos professores Fernanda Ribeiro e Armando Malheiro da Silva, pensamos, neste ponto do trabalho, ser de extrema importância começarmos por abordar a tensão paradigmática actual resultante da perduração do paradigma custodial, patrimonialista, historicista e tecnicista que nasceu no séc. XVIII e cresceu até meados do séc. XX (i.e., até à 2ª guerra mundial), a que corresponde a mediação custodial, e o aparecimento na segunda metade de novecentos, em consequência do desenvolvimento da “Era da Informação” (Castells, 2002-2003) e da Internet, do novo paradigma pós-custodial, informacional e científico, a que corresponde a mediação pós-custodial.

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Trata-se, no âmbito da Ciência da Informação, da abordagem mais abrangente, contextualizadora, interpretativa, retrospectiva e prospectiva encontrada no decorrer deste trabalho, daí a decisão de apresentá-la de forma exaustiva.

De acordo com Silva (2010a) a Ciência da Informação (emergente) é uma ciência transdisciplinar, constituindo um estádio epistemológico evolutivo, resultante da interacção e integração das disciplinas – Biblioteconomia, Documentação e Arquivística. Convoca o Método Quadripolar, precisa de uma metateoria explicativa baseada em dois paradigmas: o custodial e o pós-custodial, e do uso conceptual de mediação, entendida como instância articuladora entre diferentes situações e contextos. O seu foco incide, primeiro, na produção informacional (situações, contextos e meio ambiente), seguindo-se ou não a partilha, a interacção ou a comunicação. Paradigma custodial

O paradigma custodial, a que corresponde a biblioteca tradicional, sob a protecção do estado-nação, surgido na Europa após a revolução francesa, primeiro, e do estado cultural, que se afirma na Europa e no Novo Mundo após a II Guerra Mundial,4 depois, preserva a guarda e defesa dos documentos a que se justapõe, na viragem para novecentos, a componente tecnicista – “abordagens instrumentais, práticas normativas e descritivas dos documentos-artefactos” (descrição física e intelectual) – utilizada em Bibliotecas, Arquivos e Museus e difundida através de acções de formação. A tutela da História e de outras Ciências Sociais e Humanas é substituída pela Técnica Documental. Este foi o caminho que conduziu ao novo paradigma – o pós-custodial. Paradigma pós-custodial

O paradigma pós-custodial, a que corresponde a biblioteca digital, que nasceu como consequência do surgimento da actual “Era da Informação”5, implica uma mudança de postura epistemológica por parte dos profissionais da informação, passando-se para a compreensão/explicação (reflexões teóricas) do fenómeno info-comunicacional.

O conceito de informação solícita o de comunicação6, manifesto na: • produção informacional (modos e contextos), • nas formas de mediação (representadas nas estratégias de organização e

representação de conteúdos, em especial, nas bases de dados e diversas plataformas digitais), e

• no comportamento individual e colectivo face à procura e uso da informação (recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação).

“Trata-se da imposição da cientificidade diante dos desafios que se levantam na

actual Era da Informação, que se está a estruturar de forma diversificada e complexa, e em que a Internet assume a função de ferramenta de construção de projectos individuais desenvolvidos a partir de diferentes dimensões […]” (Silva, 2010a).

A transição do paradigma custodial para o pós-custudial está a decorrer progressivamente, mas de modo incerto e conflituoso. 4 Na Grã Bretanha, nos países nórdicos e nos EUA desde o início do séc. XIX que se combate o analfabetismo e se incentiva à leitura, com consequências na consolidação da democracia e de uma cidadania exigente, processo que justifica a justaposição do atributo tecnicista ao paradigma custodial. 5 De notar que a microinformática só surgiu no último quartel do séc. XX. 6 O aparecimento das TIC permitiu pela primeira vez na história a reprodução e comunicação, sem limites, dos conteúdos/informação, que assim adquirem um lugar de relevo, ao contrário do suporte.

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3.1.2 Mediadores custodiais e pós-custodiais Mediador custodial

A mediação custodial caracteriza-se por ser uma mediação informacional passiva, porque desfavorável ao utilizador, uma vez que a prioridade estava na guarda do património cultural reunido e não no acesso ou na difusão.

Situado entre acervos bibliográficos e leitores, o mediador (bibliotecário, arquivista ou documentalista) condiciona a mediação comunicacional da instituição Arquivo e Biblioteca, uma vez que modela a mediação dessas estruturas reproduzindo dentro delas e projectando através delas o paradigma custodial.

É uma mediação linear, estabelece-se ao nível presencial dos interagentes, na instituição (função institucional), em espaço social. Mas não se fica por aqui. Actualmente, sites institucionais ou home pages de serviços de documentação e informação ainda apresentam, em termos de usabilidade, algumas características de mediação custodial, ao imporem ao utilizador os “esquemas de catalogação, de indexação e os sumários descritivos e ao proporem-se indicar-lhe o melhor caminho para acesso à informação” (Silva, 2010a). Os tutoriais (manuais de utilizador) exibem esta postura mediadora que é, também, “dirigista”.

A justificação para uma mediação menos passiva e até influenciadora baseava-se, já nos anos 30 do séc. XX, no excesso de informação que o bibliotecário teria de avaliar e de escolher para que os potenciais interessados obtivessem o que necessitassem sem perda de tempo. Mediador pós-custodial

Na primeira década do séc. XXI a explosão quantitativa de dados não tem parado de se expandir, em associação com a multiplicação de computadores pessoais (PC´s). O fenómeno da explosão informacional conduziu a que bibliotecas e arquivos acumulassem enormes quantidades de dados que devem ser mediados para acesso8.

A mediação info-comunicacional pós-custodial é deslocalizada ou dispersa estabelecendo-se no “ciberespaço” (Internet). Configura uma multi-mediação, ou seja, uma pluralidade de interacções9 centradas na recolha/produção, na organização e na promoção do acesso da informação em que coexistem e interagem diferentes tipos de mediadores: os profissionais de informação10, os informáticos11e os utilizadores (os info-incluídos e os nativos da Internet) que, pela interactividade, participam e exercem um papel mediador na renovação e no alargamento da biblioteca digital.

O profissional de informação vê-se na contingência de ter de partilhar espaço com os mediadores emergentes e deixa de ser o dominante. “É uma mediação institucional, colectiva, grupal, pessoal e até anónima, interactiva e colaborativa” (Silva, 2010a). O processo colaborativo confronta sistematicamente mediações diferentes, coexistentes, embora, complementares.

8 Na segunda metade de novecentos passaram a realizar-se estudos de utilizadores e do comportamento informacional, de modo a saber-se se a partilha é efectiva, se os utilizadores acedem e assimilam criticamente e usam com proveito a informação encontrada. 9 Encadeamentos de acções recíprocas. 10 Arquivistas, bibliotecários, documentalistas, gestores de informação. 11 Designers de conteúdos multimédia, designers de sistemas interactivos, programadores.

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O diálogo é a chave da relação entre profissionais de informação e informáticos. O primeiro deve possuir competências que são conferidas ao segundo e continuar a recolher, a organizar e, sobretudo, a avaliar/seleccionar, para acesso e partilha, grandes volumes de informação, para o que necessita de se apoiar em estudos das necessidades e perfis de utilização presencial e digital. É uma mediação interventiva, complexa e variada porque visa o acesso e a partilha geral e ilimitada da informação. As limitações formativas, de uns e outros, devem ser superáveis mediante a constituição de equipas interdisciplinares. Esta pluralidade e coexistência de mediações introduzem a abertura a uma realidade nova e complexa.

Silva (2010a) distingue, actualmente, três tipos de mediação pós-custodial e informacional:

• Institucional – enquadra-se dentro das Bibliotecas e dos Arquivos (instituições culturais tradicionais), é exercida pelos bibliotecários e pelos arquivistas (mediadores especializados) e, simultaneamente, é partilhada com informáticos e designers de informação, de quem depende a execução do website através do qual são disponibilizados os acervos em depósito;

• Distribuída e/ou partilhada – ocorre em certos tipos de serviços e media digitais, como websites e blogs, pertencentes a entidades colectivas e a indivíduos, em que há o(s) mediador(es) que localiza(m), digitaliza(m), selecciona(m) e disponibiliza(m) conteúdos, há o designer e a empresa que vendem ou fornecem de forma livre a aplicação e há aderentes ao serviço que são convidados a intervir com conteúdos e comentários;

• Cumulativa – a função do “prossumidor” (produtor e utilizador) cresce à medida que se inovam e expandem mais as possibilidades tecnológicas (novas soluções e produtos), desenvolvendo um tipo de mediação cumulativa que pode abranger a de designer e de programador, e que produz efeitos e é condicionada através da activa participação em comunidades que agregam irteragentes idênticos ou parecidos.

Silva (2010a) esclarece que a mediação cumulativa está a ocorrer de modo

desordenado. A concepção e animação dos milhões de recursos de informação que nascem e morrem continuamente são realizadas por “voluntários de perfis múltiplos” empenhados em praticar mediação informacional de acordo com uma lógica relacional”. Esses voluntários são mediadores, mas já foram e continuam sendo, também, utilizadores.

Devido às possibilidades tecnológicas das NTIC, a pesquisa/recolha, o uso intelectual dos conteúdos e a produção informacional, fases anteriormente separadas, passam a coexistir no espaço e no tempo de forma unificada 3.1.3 Mediação pós-custodial institucional e distribuída e/ou partilhada

Partindo dos três tipos de mediação info-comunicacional pós-custodial distinguidos por Silva (2010a) – Institucional, Distribuída e/ou partilhada e Cumulativa, e considerando as informações que apurámos a partir das leituras efectuadas, é-nos possível afirmar que a mediação pós-custodial, exercida, actualmente, pelos bibliotecários é institucional e é, cada vez mais, também, distribuída e/ou partilhada.

Na mediação institucional, surgida com a Web 1.0, a informação é transmitida de modo unidireccional – modelo comunicacional considerado reactivo – um-todos. Enquanto que, na mediação distribuída ou partilhada, surgida com a Web 2.0 (nova geração da Internet), aqueles que integram redes de conexão comunicacional

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operacionalizadas por meio das NTIC12 enviam e recebem informações – modelo considerado interactivo – todos-todos. São mediações complementares, colaborativas e dinâmicas.

O fulcro da mediação distribuída e/ou partilhada é o utilizador (o info-incluído e o born digital) que é convidado pela biblioteca a participar na criação, gestão e avaliação de serviços, deixando de ser apenas consumidor. O utilizador é assim chamado, pela interactividade, a exercer um papel mediador na renovação e ampliação da biblioteca digital.

São as NTIC que permitem afirmar a presença das bibliotecas no processo de ensino, aprendizagem e investigação das instituições de ensino superior, através do desenvolvimento e disponibilização de conteúdos, serviços, recursos e sistemas acessíveis nas várias plataformas online usadas pelos utilizadores (não apenas no portal da biblioteca), de forma a satisfazer as respectivas necessidades de informação em mutação constante e, simultaneamente, acolher as suas contribuições, oferecendo-lhes espaços de interacção e criação de conteúdos.

Os novos métodos e formas de aprendizagem, os novos processos ligados às actividades académicas, a multiplicação das plataformas e meios de acesso à informação via Web, e o acesso generalizado, em crescendo, às ferramentas da web social contribuem para mudar o perfil dos utilizadores das bibliotecas de ensino superior.

A Web 2.0 abrange diversas ferramentas. Entre as mais citadas na literatura (e.g.: Bradley, 2007; Collins e Stephens, 2007; Maness, 2007) encontram-se os blogs, os sistemas de sindicação/agregação de conteúdos, as wikis, os sistemas de bookmarketing social, as tecnologias de streaming media, as aplicações de troca de mensagens instantâneas e as redes sociais. Umas, permitem criar, publicar e alterar conteúdos, outras, sindicar e agregar conteúdos, classificar materiais ou trocar mensagens instantâneas. Estas aplicações designam-se sofware social dado permitirem às pessoas estabelecer ligações, manter diálogos e colaborar.

“De facto os conceitos-chave da Web 2.0 incluem a partilha, a reutilização, o enriquecimento da experiência do utilizador, o aperfeiçoamento contínuo, a confiança e o aproveitamento da inteligência colectiva” (Coelho, 2010).

12“Novas Tecnologias de Informação e Comunicação” (NTIC) é a designação atribuída às tecnologias e métodos para comunicar surgidos no contexto da chamada “Revolução Informacional”, "Revolução Telemática" ou “Terceira Revolução Industrial”, desenvolvidos gradualmente desde a segunda metade da década de 70 e, principalmente, nos anos 90 do séc. XX. A maior parte das tecnologias que cabe nesta designação caracteriza-se por agilizar, nivelar e tornar intangível o conteúdo da comunicação, através da digitalização e da comunicação em redes para a captação, transmissão e distribuição das informações (texto, imagem estática, vídeo e som). Considera-se que o surgimento destas novas tecnologias (e a forma como têm vindo a ser utilizadas por governos, empresas, sectores sociais e indivíduos) possibilitou o surgimento da "sociedade da informação" ou, mais recentemente, da “sociedade do conhecimento” destacando-se o valor do capital humano na sociedade estruturada em redes telemáticas”. São consideradas NTIC, entre outras: os computadores pessoais (PCs, personal computers); a telefonia móvel (telemóveis ou telefones celulares); a TV por assinatura; o correio electrónico (e-mail); a Internet; as tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons; as tecnologias de acesso remoto (sem fio ou wireless).

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As ferramentas de Web social são importantes desafios à transformação da acção no domínio da formação de utilizadores e, particularmente, na dinamização de projectos de literacia, permitindo a construção de comunidades online. Para Silva e Príncipe (2010) permitem às bibliotecas a redundância nos pontos de acesso às fontes de informação e a divulgação mais eficaz dos conteúdos de ajuda na pesquisa e no uso adequado da informação. Devem ser vistas como o meio e não um fim em si mesmo.

Maness (2007) defende que é na aplicação de tecnologias multimédia, participativas e interactivas aos serviços e colecções bibliográficas sedeados na Web, que se faz a Biblioteca 2.0. Atribui à Biblioteca 2.0 as seguintes quatro características:

• centrada no utilizador, que participa na criação de serviços e conteúdos através da Web;

• socialmente rica, visto que a sua presença na Web inclui a presença dos utilizadores, que comunicarão entre si e com os bibliotecários de formas síncronas (e. g. mensagens instantâneas) e assíncronas (e. g. wikis);

• multimédia, integrando nas colecções e nos serviços elementos vídeo e áudio; • comunitariamente inovadora, baseando-se no fundamento das bibliotecas

como serviço comunitário. Entende que as comunidades mudam, e a biblioteca, além de mudar com elas, deve permitir que os seus utilizadores a mudem. Assim, os serviços estariam em constante evolução, em busca de novas formas de permitir que as comunidades procurem, encontrem e utilizem informação. Este é talvez o aspecto mais importante e singular da Biblioteca 2.0.

As ferramentas 2.0 podem ser adoptadas pelas bibliotecas para criar novos

serviços. Exemplos: • wikis – construir repositórios do conhecimento, podendo ser associados aos

OPAC’s web para acolherem as contribuições dos utilizadores, possibilitar o trabalho colaborativo entre profissionais e/ou utilizadores;

• instrumentos de sindicação/agregação de conteúdos - automatizar a difusão selectiva de informação;

• tecnologias de streaming media - divulgar e promover serviços e recursos, disponibilizar ficheiros vídeo e áudio em linha através de repositórios ou catálogos, contribuir na formação de utilizadores;

• bookmarking social - construir e gerir listas de recursos a divulgar, adicionar etiquetas ao OPAC como via de recuperação de informação pelos utilizadores;

• redes sociais - interagir com os utilizadores, isto é, divulgar, promover e partilhar recursos (sendo espaços de reunião que despertam sensações de pertença a uma comunidade);

• blogues - comunicar com os utilizadores, divulgar notícias, promover recursos e serviços;

• programas para troca de mensagens instantâneas - serviço de referência e esclarecer dúvidas.

Para além das potencialidades de cada uma destas ferramentas (tecnologias)

existe a possibilidade de cruzá-las, constituindo um recurso híbrido.

“A Biblioteca 2.0 será uma mashup13 de serviços tradicionais e inovadores, pois só com esta perspectiva será possível explorar plenamente o potencial dos recursos da Web 2.0 para criar uma biblioteca mais interactiva e rica de conteúdo” Coelho (2010).

13 Mashups: são serviços criados pela combinação de dois aplicativos diferentes para a Internet. Por exemplo, um site de mapas online junto com um serviço de anúncios de imóveis, mostrando a localização das casas que estão à venda. http://seoricardoadam.wordpress.com/2008/04/02/blackhat-seo/

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Num estudo efectuado por Helena Coelho, em 2008 e 2009 (Coelho, 2010), com o objectivo de conhecer o nível de implementação do paradigma da Biblioteca 2.0 nas bibliotecas universitárias portuguesas, públicas (71 instituições) e privadas (59 instituições), bem como a sua evolução temporal, foi verificado que:

• várias bibliotecas de universidades portuguesas exploram o potencial da Web 2.0, com destaque para a sindicação de conteúdos, o que se explica pela relativa facilidade de criação de canais de sindicação de conteúdos para qualquer página Web, relativamente aos outros recursos em análise;

• em muitas situações não são usados recursos da Web 2.0 em sentido estrito, mas a incorporação de algumas das suas funcionalidades nos catálogos em linha e outras interfaces de pesquisa de informação (e.g., configuração de alertas bibliográficos e a personalização da interface de pesquisa).

Estes factos levaram a autora a concluir que as bibliotecas universitárias

portuguesas ainda estão aquém do ideal proposto pelo novo paradigma da Biblioteca 2.0. Todavia, de 2008 para 2009, verificou-se um aumento da adesão a estes recursos. Este aumento deveu-se, provavelmente, a três factores: a popularidade que os recursos da Web 2.0 têm nos dias de hoje, a disseminação de informação sobre o seu uso e a difusão de iniciativas doutras instituições.

“A integração de funcionalidades da Web 2.0 nos sistemas de gestão biblioteconómica demonstra que as bibliotecas tendem a seguir uma filosofia de prestação de serviços personalizados, centrados no utilizador, o que é um aspecto importante do conceito de Web 2.0” (Coelho, 2010).

Podemos concluir que a Web é absolutamente necessária para as bibliotecas, quer como recurso informativo, quer com recurso formativo. Se queremos que as bibliotecas tenham, no espaço e tempo em que a informação, o conhecimento e o entretenimento se movem – o ciberespaço, um papel relevante, temos que acompanhar a evolução das novas tecnologias da informação e da comunicação, perscrutar novos recursos que venham a ser disponibilizados e adaptar as bibliotecas às necessidades das comunidades que servem, através da prestação de serviços de melhor qualidade, de modos e por meios inovadores.

Pelo que ficou dito, o futuro da biblioteca académica dependerá da sua capacidade de acompanhar o desenvolvimento das novas tecnologias, explorá-las e integrar as inovações profícuas nos seus serviços. Só assim poderão readquirir a sua posição tradicional de liderança na descoberta de informação de qualidade. 3.2 Organização, gestão e serviços da biblioteca digital

O surgimento da biblioteca digital veio permitir à biblioteca de ensino superior proporcionar texto, imagem estática, vídeo e som aos seus utilizadores em tempo real, sem fronteiras, sem localização física (existe no “ciberespaço”), 24 horas por dia, 7 dias por semana, através da Internet, no portal web das bibliotecas e nas plataformas que os investigadores, alunos e docentes usam diariamente, através da implementação de widgets, aplicações ou serviços de actualização da informação (RSS Feed), por contraposição com a biblioteca tradicional cuja informação é disponibilizada, sobretudo, em suporte de papel, numa localização física precisa (in loco) e num horário pré-definido.

“Trata-se de uma estratégia que se caracteriza (…) por uma lógica de redundância

de pontos de acesso à informação. (…) passa por tornar acessíveis a biblioteca, os seus serviços e recursos onde e quando são necessários”. (Silva e Príncipe, 2010).

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Desta forma, assegurem a sua comparência no processo de ensino-aprendizagem das instituições.

Dá-se uma mudança de paradigma. Ao contrário da biblioteca tradicional que se debate com questões como aquisição, catalogação, localização, armazenamento, preservação, à biblioteca digital colocam-se questões como a necessidade de dispor de recursos financeiros para aceder à informação, a gestão do crescimento de conteúdos on-line em termos de filtragem, fluxo, disseminação e armazenamento, a padronização dos mecanismos e estratégias de pesquisa que permitem ao utilizador encontrar o que necessita no meio da grande quantidade e variedade de recursos existentes, a digitalização, a actualização tecnológica permanente dos profissionais de informação, a infoliteracia, …

Apesar das alterações referidas, a missão da biblioteca de ensino superior permanece a mesma na sua essência: compromisso em atender às necessidades dos utilizadores através de serviços eficazes. Mas a isto junta-se uma nova preocupação – encontrar modos “nunca vistos” de fazer chegar a biblioteca aos utilizadores.

Actualmente, a maioria das bibliotecas de ensino superior são híbridas (caso das bibliotecas da UPorto, com excepção da Biblioteca Virtual). O mesmo será dizer que os paradigmas custodial e pós-custodial coexistem. Biblioteca electrónica e colecções virtuais convivem com bibliotecas tradicionais que continuam a adquirir e a catalogar livros, colocando-os à disposição daqueles que se deslocam à biblioteca. 3.2.1 Estrutura e gestão

O formato operacional das estruturas tradicionais ajusta-se às novas tarefas necessárias para manter a colecção electrónica, “entregar a biblioteca aos utilizadores” (Silva e Príncipe, 2010), interagir com os informáticos, etc. À gestão assente na divisão funcional14 (aquisição, catalogação, atendimento ao público, etc.), nos tipos de utilizadores, nos formatos dos documentos, nos assuntos dos documentos, contrapõe-se uma estrutura mais simples, caracterizada pela desespecialização dos profissionais (o mesmo indivíduo realiza funções de aquisição, classificação, manutenção da página web, …) a quem se exige maior flexibilidade e versatilidade, e a aquisição de novas competências.

A introdução da tecnologia informativa e, consequentemente, a integração dos catálogos (quando há mais do que um), a captura de registos bibliográficos incorporados noutros sistemas, a gestão de conteúdos electrónicos, os serviços de acesso, etc., permitem a centralização de tarefas (eliminando a duplicação), o surgimento de novos processos de trabalho, a reafectação de recursos humanos, favorecem o trabalho em equipa e a adopção de modelos de gestão que “priorizem a autoridade participativa, permitindo o envolvimento e a agregação em torno da organização de todos os colaboradores” (Oliveira, 200?), tornando mais flexível uma estrutura tradicionalmente rígida.

Esta nova estrutura visa “conseguir atender de forma mais eficaz às necessidades dos utilizadores” (Hoadley e Cobin, 1990) através de uma maior integração, produtividade e economia de recursos humanos e de tempo de execução das tarefas. O fim, na FCUP, da existência de bibliotecas departamentais e da reconstituição da Biblioteca Geral, em 2011, persegue precisamente estes objectivos.

14 As funções e responsabilidades estão bem demarcadas e rigorosamente definidas, derivadas da necessidade de estruturar o trabalho e até mesmo os sectores ao redor da disponibilidade de informação.

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Também, a um nível mais vasto, a centralização se impõe cada vez mais. Temos como exemplo a Biblioteca Virtual, na Universidade do Porto, que centraliza, em grande parte, a aquisição dos recursos electrónicos disponíveis na UP e a gestão do sistema ALEPH, com excepção para as Faculdades de Engenharia, Letras, Economia e Medicina que o fazem individualmente. “Na era da informação virtual não faz sentido possuir fisicamente a informação. Por outro lado, existem inúmeras vantagens (financeiras, bibliográficas...) em unificar e incorporar sistemas distribuídos” (Roitberg, 2001).

Mas, cooperação e integração no âmbito digital significam muito mais do que redes on-line, sistemas partilhados, bases de dados consorciadas, aquisição coordenada, catalogação cooperativa, empréstimo interbibliotecas, etc. Significam, muitas vezes, perda da independência. É muito difícil atingir a centralização necessária e desejada. Avanços nesta questão dependem muito da cooperação de todos.

Em suma, as tecnologias informativas funcionam como “motor propulsor da mudança” (Santos et al., 2007). As alterações levam a um acréscimo de eficiência nos serviços prestados e à rentabilização dos recursos existentes, sendo percepcionadas de forma positiva pelos utilizadores das bibliotecas, permitindo desenvolver uma cultura organizacional de avaliação centrada nos utilizadores. 3.2.2 Novos serviços

Com as possibilidades oriundas das tecnologias, o aumento dos custos de aquisição de materiais bibliográficos, a redução dos orçamentos, a centralização da responsabilidade de transferir a informação independentemente do seu formato, utilizador, local e tempo, as bibliotecas de ensino superior passaram a enfatizar o acesso em detrimento da disponibilidade in loco da informação.

Para o utilizador, com os serviços de acesso, não importa quem possui a informação de que necessita mas como obtê-la de forma rápida, segura e, se possível, a custo zero. Os serviços de acesso oferecem à biblioteca de ensino superior uma óptima oportunidade de aumentar a sua eficácia, focalizando directamente nas necessidades informativas dos utilizadores e representam uma ruptura com a tradição e o fim das estruturas rígidas que dominavam as bibliotecas de ensino superior no passado, de que se falou no ponto anterior.

Silva e Príncipe (2010) defendem que as bibliotecas de ensino superior terão que explorar, de forma eficaz, as ferramentas e sistemas disponíveis, para desta forma criarem serviços de valor acrescentado ao processo de ensino-aprendizagem, sendo este o papel inquestionável das bibliotecas de ensino superior.

Na mesma linha de pensamento, Beard e Penny (2008) sustentam que as bibliotecas terão que aproveitar as oportunidades oferecidas pelos novos modelos de ensino e aprendizagem (ver os novos modelos de ensino e aprendizagem como oportunidades), concebendo, produzindo e integrando conteúdos de apoio à formação, aprendizagem e investigação, e desta forma responder adequadamente aos desafios de integração e convergência dos serviços disponibilizados pelas bibliotecas com a acção dos docentes e necessidades dos alunos.

As ferramentas de Web 2.0 ao permitirem às bibliotecas tornar acessíveis os seus serviços, recursos e conteúdos onde e quando são necessários e para uma quantidade cada vez maior de utilizadores, afectam, com particular destaque, as funções do sector de circulação e empréstimo (surgem, por exemplo, serviços de referência via instant messaging) e dão origem a novos sectores, como no caso da

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biblioteca da Universidade de Aveiro, o sector “Tecnologias e desenvolvimento de sistemas de informação”.

Exemplos de novos serviços de acesso que podem ser disponibilizados (Silva e Príncipe, 2010):

• disponibilização e integração de widgets de pesquisa de recursos online: ex. pesquisa b-on (Biblioteca do Conhecimento Online),

• disponibilização e integração de Widgets de pesquisa local (colecções das bibliotecas): ex. pesquisa no catálogo online,

• construção e partilha de tutoriais; • configuração e dinamização de sessões de formação elearning, • desenvolvimento das colecções de recursos de informação digitais, • configuração de RSS Feeds dos sistemas de informação “locais”: ex. últimas

aquisições das bibliotecas, • configuração de RSS Feeds de recursos subscritos seleccionados, • etc.

3.2.2.1 Gestão de conteúdos

Segundo Harloe (1997) a função central da biblioteca de ensino superior exerce-se ao nível da mediação de conteúdos, continuando a ser facilitadora do acesso já não exclusivamente pela gestão das colecções mas pela gestão dos conteúdos.

O desenvolvimento das TIC possibilitou (ou exigiu) a gestão de conteúdos, essencial para “guiar” o utilizador através do labirinto de informação disponível actualmente, principalmente a localizada na grande rede mundial. Um sistema de gestão de conteúdos (CMS – Content Mangement System) “marca” e localiza qualquer informação que é disponibilizada na Web, para que possa ser agrupada, indexada, modificada e reutilizada (Morgan, 2000).

Os procedimentos de gestão de conteúdos na Internet envolvem o design, a revisão, a autorização, a conversão, o armazenamento, a manutenção, a avaliação e a disponibilização do conteúdo. A grande vantagem da gestão de conteúdos electrónicos é que é fornecido ao utilizador, através do agrupamento dos sites relevantes, uma solução one-stop, rápida e confiável, ao conjunto de informações sobre um determinado assunto.

Tradicionalmente, o website de uma biblioteca oferece links para as suas bases de dados (catálogos on-line, documentos em full-text, abstracts ou índices), para sites de editores comerciais de e-journals e ebooks, módulos de circulação e outros sites na WWW. Com um sistema de gestão de conteúdos, os utilizadores são capazes de aceder a todos os serviços acima mencionados com apenas um único link, permitindo-lhes, por exemplo, recuperar a informação na sua língua de preferência, aceder através do modulo de circulação e empréstimo a dados pessoais sobre a sua situação diante da biblioteca – documentos requisitados, documentos em atraso de devolução, reservas, multas, expressões de pesquisa, pesquisas efectuadas, autorizações ou não do uso dos distintos serviços oferecidos pela biblioteca (empréstimo local, empréstimo interbibliotecas, uso de bases de dados, etc.), receber notificações e alertas, recuperar uma referência bibliográfica de uma base de dados com uma ligação ao documento completo ou ao catálogo on-line para informações sobre a existência e/ou disponibilidade do documento, ou mesmo a data prevista para a sua devolução, que, neste caso, pode, no mesmo link, realizar a reserva do documento pretendido (Wu et al., 2001). A gestão de conteúdos electrónicos afecta todos os sectores da biblioteca (Tippe, 2001).

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Mais recentemente, surgiram os repositórios institucionais15, como o Repositório

Aberto da Universidade do Porto (RAUP), criado em 2009, que visam coleccionar, preservar e disponibilizar na Internet a produção intelectual, em texto integral e de acesso livre, da comunidade académica de uma determinada universidade. As obras depositadas nos repositórios, embora de livre acesso, estão abrangidas por licenças públicas, no caso do RAUP, pela licença Creative Commons. Encontram-se nos repositórios diversos tipos de documentos: acta de conferência, artigo em acta de conferência internacional ou nacional, artigo em revista internacional ou nacional, capítulos ou partes de livros, dissertação de mestrado, tese de doutoramento, livro, publicação didáctica, relatório, relatório técnico, trabalho académico e outros.

A constituição de repositórios constitui uma oportunidade de excelência para as bibliotecas e os seus profissionais se afirmarem e conquistarem novos papéis no sistema de comunicação académica. A edição electrónica veio alterar a cadeia de edição que liga os autores aos leitores (incluía editores, referees, produtores de bases de dados, intermediários de informação, livrarias e bibliotecas) estabelecendo uma relação mais imediata entre ambos, na qual os bibliotecários não perderam o seu papel – apenas o alteraram.

As bibliotecas electrónicas bem como os repositórios são uma realidade, tendo trazido definitivamente novos parâmetros para o processo de ensino-aprendizagem e mudado definitivamente a relação entre os actores envolvidos e a instituição. 3.2.3 Actores

No contexto de explosão informativa de que se tem vindo a falar, surgem no novo ciclo de produção e distribuição da informação, agora digital, novos actores, enquanto velhos actores passam a desempenhar novos papéis. Segundo a Infopédia, por actores entende-se “pessoa que desempenha um papel importante num acontecimento; protagonista; agente”16. Por conjuntos de actores, transparece na literatura, entende-se empresas, instituições, mercados, redes, etc. Estes actores (identificados de forma difusa) em conjunto e individualmente contribuem para o desenvolvimento e difusão da biblioteca de ensino superior. São sujeitos activos de um movimento de oportunidade e ameaça que caracteriza o actual paradigma pós-custodial e querem afirmar-se como parceiros da solução. Mantêm entre si uma relação interactiva com diferentes perspectivas.

A inovação é vista como o processo colectivo em rede, onde diferentes tipos de actores e suas interacções a jusante e a montante determinam a forma como se procuram e encontram soluções tecnológicas [ou outras] bem como a forma como os actores aprendem a utilizá-las e a adaptá-las (Lundvall, 1992).

Pelo papel de relevo que têm nas bibliotecas de ensino superior, são considerados nos pontos que se seguem os seguintes actores: utilizadores, informáticos, docentes (enquanto funcionários), profissionais de informação e alguns parceiros comerciais (de uma vasta tipologia) com quem a biblioteca age e interage. 3.2.3.1 Utilizadores

15 O primeiro repositório institucional universitário português foi criado pela Universidade do Minho (RepositóriUM) em 2003, suportado pela plataforma DSpace. 16 Infopédia. http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/actor.

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A biblioteca de ensino superior apresenta utilizadores internos e externos. No que toca aos utilizadores internos, para além dos alunos, professores e investigadores, a biblioteca de ensino superior conta agora com alunos, professores e investigadores virtuais. Aos utilizadores externos provenientes da comunidade local juntam-se, cada vez mais, os utilizadores externos provenientes do país e do mundo.

Para o aumento do número de utilizadores virtuais tem contribuído o ensino à distância (nova modalidade de ensino/aprendizagem, na qual cresce a oferta do ensino superior) que visa atender à crescente procura de formação por parte de velhos e novos públicos.

Aos jovens alunos de graduação, que terminaram o ensino secundário, junta-se um número crescente de alunos de pós-graduação – principalmente adultos com necessidades de desenvolver e reciclar capacidades, conhecimentos e competências, numa lógica de aprendizagem ao longo da vida.

Não só o número e o tipo de utilizadores da biblioteca se alterou, como estes passaram a ter voz activa junto da biblioteca, ao usufruírem de espaços de interacção e criação de conteúdos que esta coloca à sua disposição para receber as contribuições que queiram dar. Os utilizadores deixam de ser apenas consumidores de informação para passarem a criar, gerir e avaliar serviços. Este novo papel de mediador só se tornou possível graças ao desenvolvimento e utilização de ferramentas Web 2.0.

Os novos métodos e formas de aprendizagem, os novos processos ligados às actividades académicas, a multiplicação das plataformas e meios de acesso à informação via Web, e o acesso generalizado, em crescendo, às ferramentas da web social contribuem para mudar o perfil dos utilizadores das bibliotecas de ensino superior. 3.2.3.1.1 Mudanças nos hábitos de uso

As mudanças nos hábitos de uso da biblioteca de ensino superior consistem, sobretudo, no acesso remoto aos recursos informativos da biblioteca versus acesso local, no uso dos recursos web versus recursos da biblioteca e no consumo, produção e gestão de conteúdos, recursos e serviços (interacção, colaboração) versus consumo de conteúdos – já referido anteriormente.

Pesquisas norte-americanas (Troll, 2001) indicam que o uso da “colecção electrónica” da biblioteca de ensino superior fora do seu espaço físico pode chegar aos 75% relativamente ao uso total deste tipo de acervo.

O utilizador interno deixa de se dirigir à “biblioteca tradicional” e passa a ligar-se à “biblioteca digital”, acessível na Web 2.0 (nas várias plataformas online usadas pelos utilizadores) através do seu pc, telefone ou tablet portátil17 e de uma rede de telecomunicações sem fios, em qualquer altura e em qualquer lugar. O utilizador externo tem as mesmas facilidades no acesso a recursos irrestritos.

A Internet, ao mesmo tempo que “abre novos caminhos”, também pode tornar-se uma concorrente para os serviços de informação e documentação. Godwin (2006)

17 I.g., o iPad, recentemente lançado pela Apple, um pouco menor que uma folha A4 e com uma tela sensível ao toque, permite navegar na Internet, ver filmes e ler livros.

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lamenta que os estudantes da net generation não vejam a biblioteca como o local natural para realizarem as suas pesquisas.

Em 2003, Barbara Quint (cit. Celikbas, 2004) afirmou que o Google recebe mais pesquisas em três dias do que todas as bibliotecas num ano.

Calhoun (2006) declara que, no seio das comunidades académicas, a pesquisa nos catálogos em linha das bibliotecas é preterida à pesquisa mais simples proporcionada pelos vulgares motores de busca da Internet. Já Lawrence e Giles, em 1999 (cit. Oliveira, 200?) tinham chegado à mesma conclusão, adiantando que as ferramentas de busca indexam apenas a “superfície” da Web18 onde unicamente 7% da informação é adequada para fins académicos e que a situação se agrava quando os alunos utilizam apenas uma ferramenta de busca nas suas pesquisas.

Para Bergman (2000-2001) os alunos de graduação subutilizam a net e ignoram os recursos informacionais oferecidos pela biblioteca. Esta combinação a que se junta insuficientes competências de pesquisa (não efectuam pesquisas avançadas, desconhecem que os resultados das pesquisas não são apresentados por ordem de relevância e procuram apenas os itens contidos nas primeiras páginas da Web – de 1 a 30 itens apenas) reflecte-se na ausência de qualidade da aprendizagem do aluno.

Ensinar e instruir os alunos a utilizarem eficazmente todos os recursos disponíveis on-line – habilidades de pesquisa, diferenciar informação útil de acessória, recursos informativos adequados de não adequados, etc. – constitui um desafio para as bibliotecas de ensino superior, assim como catalogar, classificar e organizar os recursos electrónicos relevantes.

Callison (1996) enfatiza que é necessário compreender o comportamento dos utilizadores, o uso que fazem da informação, através da utilização de métodos qualitativos, especialmente o estudo de caso.

Os alunos apropriam-se da tecnologia para enriquecer as suas experiências fora da sala de aula, o que passa também pela interacção, colaboração e debate com outros alunos de outras universidades, no país e no mundo.

Com efeito, nos tempos que correm, aqueles que procuram conhecimento possuem mais opções do que nunca. As bibliotecas que não correspondem às suas expectativas em termos de descoberta de conteúdos, facilidade de utilização, interactividade, flexibilidade, velocidade de resposta, ubiquidade, são relegadas para um papel secundário, a favor de outras fontes de informação. 3.2.3.1.2 Infoliteracia

Indissociável das questões de pesquisa e uso da informação é a infoliteracia, motivo pelo qual é abordada neste ponto.

Numa definição genérica a literacia da informação consiste num conjunto de competências que permitem identificar a necessidade de informação e agir de modo eficiente para colmatar essa necessidade.

18 Há quem considere que a tecnologia de busca (e.g., motor de busca Google) ainda está na infância e que ainda mal passou da superfície do que se chama Internet “pouco profunda”.

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As competências de literacia informacional, detalhadas mais à frente, são extremamente valiosas para estudantes do ensino superior que, para suprirem as suas necessidades informativas, se vêm na contingência de ter de aceder a múltiplas fontes de informação, em vários formatos e suportes, com conteúdos em célere desenvolvimento, sobretudo em áreas como a tecnologia, a engenharia e a medicina.

Pacheco (2007) reconhece que “o carácter híbrido dos recursos/conteúdos que poderão ser físicos ou estar em linha, locais ou remotos, partilhados ou exclusivos, comerciais ou em acesso livre, faz com que a sua pesquisa e recuperação sejam complexos. Isto apesar de uma (…) cada vez mais efectiva integração do acesso a esta multiplicidade crescente de recursos”.

A isto acresce o facto dos alunos chegarem à universidade com conhecimentos sobre o uso das novas tecnologias mas sem terem adquirido as competências básicas de pesquisa de informação.

O número cada vez maior de recursos informativos disponíveis não é suficiente para se recuperar melhor informação. É preciso estar-se apto a seleccioná-los e a trabalhá-los bem como à informação que contêm. Como refere a Association of College and Research Libraries (2000) através da sua Task Force on Information Literacy Competency Standards “a abundância de informação não cria por si só um cidadão mais informado sem um conjunto complementar de competências necessárias ao seu uso efectivo”.

É neste contexto que as diligências dos bibliotecários para ensinar os estudantes a procurar, encontrar, avaliar e usar a informação apropriada adquirem mais relevância. Formação para a literacia da informação

Ao recuarmos no tempo, constatamos que não é de agora o envolvimento dos bibliotecários na aprendizagem dos utilizadores19. Conhecedores das suas dificuldades no acesso à informação, os bibliotecários começaram nos anos 70 e 80 do séc. XX, nos EUA, Canadá, Austrália e nalguns países do norte da Europa a promover pequenos cursos sobre o uso da biblioteca, catálogos e recursos bibliográficos, e cursos no âmbito da literacia informacional. Os primeiros eram direccionados para alunos do 1º ano e os segundos para alunos finalistas e pós-graduados (Lage, 2009).

A literacia da informação apresenta-se, desde logo, com uma dimensão mais vasta que a formação de utilizadores.

Lage (2009) distingue dois tipos de acesso aos recursos de informação que as bibliotecas têm vindo, progressivamente, a disponibilizar em maior número:

• físico – remete para a localização do recurso, e • intelectual – remete para a interpretação da informação e das ideias contidas

no recurso.

A infoliteracia, de acordo com Lage, foca-se, sobretudo, no acesso intelectual da informação, posição mantida por instituições de renome como o CILIP, The UK’s Chartered Institute of Library and Information Professionals, e a ACRL, American College Research Libraries.

19 Existem referências sobre esta temática desde o século XVIII.

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Segundo a definição do CILIP (2005) “Information literacy is knowing when and why you need information, where to find it, and how to evaluate, use and communicate it in an ethical manner”.

Hulbert (cit. por UP.FE.B., 2010) define infoliteracia como a aptidão para usar uma variedade de ferramentas e métodos de investigação para identificar, obter, avaliar e usar a informação, com vista a resolver problemas, responder a questões e obter novo conhecimento.

Assim sendo, um “infoliterato”, um “letrado da informação” é uma pessoa que detém um conjunto de competências que lhe permitem reconhecer quando precisa de informação e é capaz de localizar, avaliar e usar eficazmente essa informação (ACRL, 2004).

A SCONUL20, Society of College, National and University Libraries, estruturou as sete competências fundamentais de um infoliterato (Seven Pillars for Information Literacy21) a partir de conceitos defendidos pela ALA, American Library Association, no documento Information Literacy Competency Standards for Higher Education, publicado em 2000, e de uma lista de competências concebidas por Doyle (cit. por Lins, 2007). As competências são:

1. reconhecer a necessidade de informação (saber o que sabe e o que não sabe, e

identificar as lacunas),

2. distinguir formas de ultrapassar a falta de informação (saber qual a fonte ou

fontes de informação mais adequadas para satisfazer a necessidade de informação) ,

3. construir estratégias de pesquisa para localizar a informação (saber como

efectuar e refinar uma estratégia de pesquisa),

4. localizar e aceder à informação (saber onde e como aceder a fontes de informação

e utilizar ferramentas de pesquisa para efectuar a recuperação),

5. comparar e avaliar a informação obtida a partir de fontes diversas (saber como

avaliar a qualidade e a relevância da informação recuperada desenvolvendo o espírito

crítico e a reflexão),

6. organizar, aplicar e comunicar a informação (saber como associar informações

novas às anteriormente assimiladas, tomar decisões tendo em conta aspectos éticos e

legais, e saber como partilhar os resultados dessas decisões ou acções com outros), e

7. sintetizar e criar (saber como trabalhar e incorporar informações de diversas fontes

criando novos conhecimentos).

Os primeiros quatro pilares referem-se às competências básicas necessárias para

localizar e aceder à informação. Os restantes três pilares dizem respeito a competências avançadas necessárias para compreender e utilizar efectivamente a informação, construindo novo conhecimento. As mais simples correspondem às necessidades dos estudantes de pré-graduação e as mais complexas às necessidades dos estudantes de pós-graduação e investigadores (Sayers cit. por Lins, 2007).

20 http://www.sconul.ac.uk/ 21 http://www.sconul.ac.uk/groups/information_literacy/sp/model.html

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A aquisição das sete competências de infoliteracia, por parte dos estudantes, é um processo reiterado que avança gradualmente, no decorrer dos três ciclos de ensino, ao serem aplicadas, uma e outra vez, na pesquisa e uso da informação. Assim, no primeiro ciclo, espera-se que os alunos desenvolvam competências básicas (estudante aprendiz), no segundo ciclo, intermédias (estudante qualificado) e no terceiro ciclo, superiores (estudante especialista). É de assinalar que a competência informacional inclui competências de bibliotecas (pesquisa online), de tecnologias da informação e de reflexão e pensamento crítico. Ver Figuras 1 e 2. Figura 1: Modelo SCONUL – Modelo dos sete pilares da literacia da informação e do conhecimento. Baseado no modelo dos sete pilares (SCONUL, 2004) e na adaptação feita pela biblioteca da FEUP no “Plano de apoio aos estudantes no âmbito do desenvolvimento das suas competências de pesquisa de informação”, elaborado em 2010.

INFOLITERACIA

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Competências básicas de Biblioteca e TIC

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Figura 2: Ciclo da Informação – Adaptado a partir do Ciclo da Informação elaborado pela Biblioteca da FEUP no “Plano de apoio aos estudantes no âmbito do desenvolvimento das suas competências de pesquisa de informação”, 2010.

A integração destas competências num programa de infoliteracia acarreta, necessariamente, para cada ciclo (nível) de ensino-aprendizagem, a fixação de conhecimentos e competências a adquirir, os quais deverão estar associados às metas e objectivos de aprendizagem definidos pela Faculdade, Departamentos, Cursos e Biblioteca (UP.FE.B., 2010).

Formar para a literacia da informação implica parcerias entre a biblioteca e outros mediadores, particularmente com o corpo docente (formação de equipas mistas), com vista à prática discente e profissional – ensinar as pessoas a serem capazes de aprender ao longo da vida.

Nos exemplos de pedagogia em literacia da informação canadianos, australianos e americanos a questão não se coloca já somente no complemento que a biblioteca acrescenta à sala de aula, mas na consideração da própria biblioteca como parte da sala de aula (Pacheco, 2007). Defende-se (Owusu-Ansah, cit. por Pacheco 2007) a ideia da biblioteca académica como departamento de ensino fazendo-se a viagem inversa: da antiga figura do professor-bibliotecário advoga-se agora a do bibliotecário-professor.

De entre as abordagens possíveis à infoliteracia, no contexto universitário, destacam-se 3 níveis:

Nível 1 - Extracurricular: as actividades de infoliteracia não fazem parte do currículo, sendo executadas fora do âmbito do trabalho escolar. Não há nenhuma ligação aos cursos ou unidade curricular.

Nível 2 - Intercurricular: as actividades de infoliteracia não fazem parte do currículo. Embora os trabalhos/exercícios se relacionem com os conteúdos das unidades curriculares, não são obrigatoriamente alvo de avaliação. Há uma ligação parcial aos cursos ou unidade curricular.

Nível 3 - Intracurricular: as actividades de infoliteracia fazem parte do currículo. Os objectivos e resultados de aprendizagem são identificados e avaliados (atribuição de créditos) como parte de um módulo ou unidade curricular. Há uma integração com os cursos ou unidade curricular.

As boas práticas internacionais demonstram que, independentemente do modelo

implementado, a formação em infoliteracia mais profícua é aquela que é proporcionada no contexto de uma unidade curricular, relacionada com o programa temático e inserida no currículo, devendo ser integrada no momento oportuno e com resultados práticos que sustentem a obrigatoriedade de frequência, ie., passe a fazer parte do processo educativo. Se assim for, quer os alunos quer os docentes reconhecem a importância da infoliteracia nas suas áreas de estudo.

Questão Avaliação Aplicação Fonte Pesquisa Recuperação

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Para assegurar que os resultados de aprendizagem sejam conseguidos, a

elaboração de um programa de formação intracurricular de infoliteracia deverá ser articulada com os objectivos dos cursos, cabendo aos bibliotecários e aos docentes encontrar formas de integrar conteúdos nas unidades curriculares e conceber trabalhos que impliquem a resolução de problemas de informação.

“Se no caso de outros países, esta prática é comum, uma vez que os programas de formação de utilizadores possuem uma estrutura oficial definida nestes moldes, no caso português esta realidade é distinta pois a formação de utilizadores na biblioteca tem um carácter facultativo e não directamente relacionado com o currículo” (Pacheco, 2007). Esta realidade está a mudar, sendo o trabalho realizado pela Biblioteca da FEUP um bom exemplo disso. Os resultados de aprendizagem esperados nos alunos seriam:

• capacidade de cumprir tarefas de pesquisa (procurar e encontrar informação), • capacidade de avaliar (pensar criticamente) e usar a informação apropriada, • capacidade de resolver problemas, • tornarem-se auto-determinados, autónomos, e • assumirem maior controlo sobre a sua própria aprendizagem,

quer seja: • no contexto de aprendizagem formal (onde constituem factores críticos para o

sucesso académico e para o desenvolvimento de trabalhos de investigação), • para a tomada de decisões ao longo da vida laboral, e • enquanto cidadãos que sabem como adquirir e usar o conhecimento.

Neste contexto, ensinar literacia da informação é contribuir para dar à biblioteca

universitária um papel mais relevante enquanto agente de suporte da qualidade do ensino (Pacheco, 2007). É por partilharmos desta opinião que desenvolvemos esta temática no Capítulo 4 e apresentamos acções com vista à promoção da infoliteracia no DCC-FCUP. 3.2.3.2 Informáticos

Os informáticos, novos actores/mediadores, com quem os bibliotecários se habituaram a dialogar, trazem para a biblioteca o resultado das suas qualificações e competências. Controlam os sistemas tecnológicos de informação, modelam a interacção reactiva (mediada por computador), definida por Alex Primo, e preocupam-se com questões de usabilidade e com a implementação de dispositivos capazes de atrair cada vez mais “cibernautas” no sentido de mass self communication (Silva, 2010). O papel de mediação assumido pelos bibliotecários e pelos arquivistas é condicionado por eles, com quem passam a partilhar o poder e o processo decisório dentro da organização. 3.2.3.3 Profissionais de informação

Aos profissionais de informação que desenvolvem a sua acção nas bibliotecas se ensino superior são solicitadas novas qualificações e competências e a aplicação adequada das mesmas relativamente aos propósitos actuais das Instituições de Ensino Superior. Trata-se do domínio das tecnologias de Web 2.0 (desenvolvimento de “blogs, wikis, etc.), dos ambientes de elearning (Moodle, …), de técnicas

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pedagógicas e bibliográficas, e das teorias e teóricos emergentes nas áreas científicas específicas de cada biblioteca.

Estas qualificações e competências permitem aos profissionais de informação responder adequadamente aos “desafios de integração e convergência dos serviços disponibilizados pelas bibliotecas com a acção dos docentes e necessidades dos alunos” (Silva e Príncipe, 2010), ao tornarem possível a concepção, produção e integração de conteúdos de apoio à aprendizagem, formação e investigação nas diferentes ferramentas que apoiam os processos de ensino-aprendizagem nas instituições de ensino superior.

É fundamental que os profissionais de informação acompanhem e entendam a evolução da tecnologia para que novas tendências sejam detectadas e identificadas novas aplicações e mais-valias a integrar nos serviços e recursos que oferecem.

É importante perceber que as novas tecnologias da informação e comunicação podem potenciar a colaboração intra e interinstitucional, permitindo conhecer iniciativas tomadas por outras bibliotecas e desenvolver comunidades de interesse e redes de contactos profissionais potencialmente úteis e, também, que contribuem para redefinir alguns conceitos básicos a que os profissionais de informação devem estar atentos, como os de autoridade, copyright e plágio.

A formação actual, formal, dos profissionais de informação22 reflecte a importância que é dada a estas temáticas, mas o desenvolvimento profissional dos técnicos deve efectuar-se, também, através de formação contínua, incluindo auto-formação, nos vários domínios de actividade e no âmbito dos serviços a que estão ligados. Isto é uma prioridade de importância estratégica para as bibliotecas de ensino superior. A incapacidade de actualização e inovação dos profissionais de informação pode causar a perda de utilizadores.

Cabe ao bibliotecário dar sentido à informação, oferecendo modelos alternativos, de um modo que satisfaça as necessidades e interesses da comunidade que tem por principal missão servir. Só através dessa resposta específica é que a biblioteca poderá manter a sua posição num mundo com múltiplas fontes de informação e entretenimento e os bibliotecários “maintaining their role as information experts in a Web 2.0 word” (Murphy et al., 2009).

A este respeito Amante (2007) defende que nas instituições de Ensino Superior existe algum desconhecimento quanto às qualificações profissionais, funções e competências dos profissionais de informação.

Enquanto membros integrantes da missão de ensino-aprendizagem da instituição desenham-se para os bibliotecários novos papéis:

• criar e disponibilizar sistemas, serviços e conteúdos úteis ao utilizador, acessíveis nas várias plataformas online por eles utilizadas,

• seleccionar, organizar e preservar informação em todos os formatos, • servir como consultores para os recursos de informação (características e

limitações), • servir como líderes e facilitadores na introdução de tecnologias de informação

e garantir o seu uso efectivo, • editar electronicamente (e.g., repositórios), • elaborar pacotes de informação à medida,

22 Veja-se a este propósito, como exemplo, o plano de estudos da Licenciatura em Ciência da Informação das FE e FL da UPorto. http://www.fe.up.pt/si/planos_estudos_geral.formview?p_Pe=652

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• interpretar e avaliar informação identificada (ex. sítios-chave na Internet), • avaliar a utilização dos recursos, • desenvolver páginas web, • ser intermediários no sistema de comunicação académico, • participar em actividades de investigação em parceria com docentes, • …

3.2.3.4 Docentes

Como vimos anteriormente, as Instituições de Ensino assumem a promoção da aquisição, partilha e divulgação de conhecimentos, capacidades e competências por parte dos seus actores, bem como a resposta aos desafios cada vez mais exigentes que lhes são colocados pela sociedade em geral.

Os professores, enquanto actores educativos, são uma peça vital nessas cadeias. São agentes activos da construção, aquisição e partilha de conhecimento. Adoptam e adaptam-se às novas metodologias de ensino-aprendizagem e, nesse âmbito, colaboram com os bibliotecários, constituindo equipas com vista à elaboração conjunta de programas de formação em literacia da informação, dado ser reconhecido que “a formação mais proveitosa é aquela que é fornecida em contexto, relacionada com os programas temáticos e inserida no próprio currículo” (Pacheco, 2007).

De facto, a adesão de docentes é fundamental para o sucesso de qualquer acção pedagógica promovida pela biblioteca, se tivermos em conta que os bibliotecários têm pouca familiaridade com determinadas áreas temáticas (o que dificulta a preparação de cursos baseados na resolução de problemas e direccionados para as disciplinas), não conhecem os programas específicos das cadeiras, nem os tipos de fontes informativas que os docentes entendem dever merecer atenção pedagógica por parte da biblioteca, não fazem uso regular de práticas pedagógicas, etc.

Embora a relação docentes/biblioteca, biblioteca/docentes tenha sido sempre importante para a biblioteca, basta lembrar que até há pouco tempo atrás as bibliotecas eram dirigidas pelo professor-bibliotecário, no novo ambiente de ensino-aprendizagem toma outra dimensão e outra importância. São parceiros na tentativa de melhorar os ambientes de ensino. 3.2.3.5 Outros actores

Os informáticos não são os únicos “novos actores” com quem os bibliotecários têm de interagir. Criam-se com os vendedores de software e hardware dependências advindas do processo de automação e dos consequentes serviços; negoceia-se com os fornecedores de informação, extremamente competitivos e competentes em termos comerciais, dispostos a vender as bases de dados, os e-books, os e-journals a qualquer instituição que os possam pagar; surgem entidades e organizações diversas que oferecem produtos e serviços informativos que concorrem directamente com as bibliotecas – são as agências de informação comerciais com quem as bibliotecas partilham o seu anterior “monopólio” de informação científica e tecnológica, são as grandes livrarias como a Amazon (a maior livraria da Internet), são os cibercafés, é a Google (que desde 2004 tem vindo a digitalizar livros, através de parcerias com autores, editores e bibliotecas de vários pontos do mundo) e o seu projecto Google Books que “apresenta excertos dos livros como resultados de pesquisas dos utilizadores e permite pesquisar especialmente no conteúdo dos livros (o motor de pesquisa oferecido pela Google é inovador, permitindo a execução de pesquisas com

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a máxima simplicidade). Para além de excertos de livros sujeitos a direitos de autor, a Google também disponibiliza na íntegra milhares de obras que caíram no domínio público num total que ultrapassou em finais de 2008 os sete milhões de volumes” (Pereira, 2009). 3.3 Resumo

Neste capítulo, reflectimos sobre as bibliotecas de ensino superior a partir de um conjunto de tópicos que seleccionámos e que acreditamos caracterizam as bibliotecas da primeira década do século XXI.

Começámos por abordar a tensão paradigmática actual resultante da perduração do paradigma custodial (mediação custodial), a que corresponde a biblioteca tradicional, e o aparecimento do novo paradigma pós-custodial (mediação pós-custodial), a que corresponde a biblioteca digital, por facultar uma perspectiva evolutiva da Ciência da Informação e a compreensão do fenómeno info-comunicacional que caracteriza a presente “Era da Informação”.

Em seguida, detivemo-nos na mediação pós-custodial exercida, actualmente, pelos bibliotecários, por entendermos que é institucional e é, cada vez mais, também, distribuída e/ou partilhada.

Na mediação institucional, surgida com a Web 1.0, a informação é transmitida de modo unidireccional – modelo comunicacional considerado reactivo – um-todos. Enquanto que na mediação distribuída ou partilhada, surgida com a Web 2.0 (nova geração da Internet), aqueles que integram redes de conexão comunicacional operacionalizadas por meio das NTIC enviam e recebem informações - modelo considerado interactivo – todos-todos.

O fulcro da mediação distribuída e/ou partilhada é o utilizador (o info-incluído e o born digital) que é convidado pela biblioteca a participar na criação, gestão e avaliação de serviços, deixando de ser apenas consumidor.

Por outro lado, o especialista em ciência de computadores emerge e condiciona pelo trabalho que desenvolve ao nível das questões de software e pela exigência crescente de inclusão digital do utilizador.

Utilizadores e informáticos passam a partilhar com os bibliotecários (seleccionam conteúdos, elaboram metadados, preocupam-se com a possibilidade do utilizador não ser capaz de capturar os conteúdos que necessita, etc.) o papel de mediadores informacionais. Desenvolve-se um processo colaborativo e interactivo que confronta sistematicamente mediações interventivas, diferentes, coexistentes e complementares que podem ser institucionais, colectivas, pessoais, anónimas, etc. Esta pluralidade de mediações efectiva-se através de interacções que ocorrem durante os processos de produção/recolha, organização e promoção do acesso à informação e processa-se de forma dispersa, no ciberespaço, contribuindo para a renovação e ampliação da biblioteca digital.

A função central da biblioteca de ensino superior exerce-se ao nível da mediação de conteúdos. É facilitadora do acesso pela gestão dos conteúdos e já não exclusivamente pela gestão das colecções. O desenvolvimento das NTIC exigiu essa gestão, essencial para guiar o utilizador através do labirinto de informação disponível, principalmente a localizada na web. Os serviços de acesso permitem à biblioteca aumentar a sua eficácia, focalizando directamente nas necessidades informativas dos utilizadores. A Biblioteca 2.0 é uma mashup de serviços inovadores e tradicionais.

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As ferramentas de Web 2.0 (blogs, wikis, image collections like Flickr23, mash-ups,

RSS Feeds, Web social24, etc.) permitem afirmar a presença das bibliotecas no processo de formação, aprendizagem e investigação das instituições de ensino superior (vêem os novos modelos de ensino e aprendizagem como oportunidades) através da identificação (selecção, subscrição) e/ou do desenvolvimento e disponibilização de conteúdos, serviços, recursos e sistemas acessíveis nas várias plataformas online usadas pelos utilizadores (não apenas no portal Web das bibliotecas), quando necessários e para uma quantidade cada vez maior de utilizadores. Para além da disseminação da informação, facilitam a aprendizagem e a capitalização do conhecimento dos utilizadores no uso que fazem dos sistemas disponíveis, contribuindo para que as bibliotecas e os seus púbicos comuniquem, colaborem e contribuam para edificação de comunidades online. São particularmente importantes na dinamização de projectos de literacia e no apoio ao ensino à distância (nova modalidade de ensino/aprendizagem, na qual cresce a oferta do ensino superior, principalmente pós-graduando) que visa atender à crescente procura de formação por parte de velhos e novos públicos, tendo contribuído para o aumento do número de utilizadores virtuais. Só fazendo uso das ferramentas referidas é possível responder adequadamente aos desafios de integração e convergência dos serviços disponibilizados pelas bibliotecas com as necessidades dos alunos e a acção dos docentes.

Os serviços prestados pela biblioteca tendem a ser cada vez mais personalizados, centrados no utilizador e estão em constante evolução, na procura de novos conteúdos e modos de permitir que os utilizadores procurem, encontrem, compreendam e utilizem a informação. Como os utilizadores mudam, a biblioteca muda com eles, permite que estes a mudem e também os muda.

O formato operacional das estruturas tradicionais das bibliotecas ajusta-se às novas tarefas necessárias para manter a colecção electrónica, desenvolver serviços de acesso, fazer chegar a biblioteca aos utilizadores, etc. À gestão assente na divisão funcional contrapõe-se uma estrutura mais simples, caracterizada pela desespecialização dos profissionais de informação a quem se exige maior flexibilidade e versatilidade, e a aquisição e aplicação de novas qualificações e competências adequadas aos propósitos das organizações em que se inserem, num novo contexto de ensino-aprendizagem.

A centralização também veio tornar mais flexível uma estrutura tradicionalmente rígida. Esta nova estrutura visa conseguir atender de forma mais eficaz às necessidades dos utilizadores.

A introdução da tecnologia informativa tem funcionado como motor propulsor de mudança da estrutura e cultura organizacional, trazendo novos processos de trabalho, designadamente ao nível do tratamento técnico, desenvolvimento de sistemas de informação, apoio a pesquisas, formação de utilizadores, difusão de informação, etc., levando a um acréscimo de eficiência nos serviços prestados e à rentabilização dos recursos existentes.

23 O Flickr é um site da web de hospedagem e partilha de imagens fotográficas (e eventualmente de outros tipos de documentos gráficos, como desenhos e ilustrações), caracterizado também como rede social. 24 Le Web Social fait référence à une vision d'Internet considéré comme un espace de socialisation, un lieu dont une des fonctions principales est l'interaction entre les personnes, et non plus uniquement la distribution de documents. Il est considéré comme un aspect très important du Web 2.0. En particulier, il est associé à différentes systèmes sociaux tels que le réseautage social (redes sociais), les blogs ou les wikis. http://fr.wikipedia.org/wiki/Web_social

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É na aplicação de tecnologias multimédia, participativas e interactivas, aos serviços e colecções bibliográficas sedeados na Web, que se faz a Biblioteca 2.0. Quer como recurso informativo, quer com recurso formativo, a Web tem para as bibliotecas uma importância vital.

A política educativa da Comunidade Europeia impõe novas formas de trabalhar aos bibliotecários, aos estudantes e aos professores.

As bibliotecas tornam-se pertinentes devido ao facto dos estudantes passarem a liderar o seu processo de aprendizagem e os bibliotecários serem chamados a formar para a literacia da informação o que tem consequências ao nível da “autonomia nas aprendizagens” e da “formação para a literacia da informação”, tópicos que, pela sua importância, desenvolvemos com mais detalhe em seguida.

O ensino baseado na autonomia/responsabilização das aprendizagens pelos próprios alunos (passa-se de ensino centrado no professor e nas salas de aula para ensino centrado no aluno, colaborativo, reforçado pelas ferramentas de Web 2.0 - o conhecimento pode ser obtido de diversas formas), implica que haja uma adaptação da parte das bibliotecas quanto à disponibilização de espaço (web e físico – e.g., gabinetes para trabalhos de grupo), horários de funcionamento alargados, equipamentos (computadores, etc.), corpo técnico em permanente actualização (desenvolvimento das suas competências, conhecimentos e capacidades a nível tecnológico - uso das ferramentas de Web 2.0 -, pedagógico, bibliográfico, das teorias e teóricos emergentes nas áreas científicas específicas de cada biblioteca, no domínio dos ambientes de elearning, etc.), serviço de referência personalizado, diferentes abordagens e conteúdos adequados (recursos) disponíveis em diferentes formatos, plataformas e canais, formação para a literacia da informação, etc.

Deste modo podem ser prosseguidos os objectivos propostos pela Declaração de Bolonha quanto às novas metodologias de trabalho discente – trabalhos individuais e de grupo, desafios inovadores e de resposta aberta, concretização de projectos, pesquisa de informação e leituras para alimentar discussões, trocas de opiniões e perspectivas sobre o modo como cada um dos alunos interpretou a informação consultada, etc.

As bibliotecas transformam-se num centro de aprendizagem cada vez mais procurado pelos estudantes25 que, ao tornarem-se responsáveis pela sua aprendizagem, alteram o seu modo de estudar e aprender tornando-se cada vez mais autónomos. O professor orienta os estudantes neste processo. É o guia que os acompanha na análise do objecto proposto, que os ajuda a formar grupos de trabalho, etc.

Os bibliotecários, tendo sempre presente as necessidades dos utilizadores, a convicção que a gestão do conhecimento e a formação são missões centrais das bibliotecas universitárias, e a necessidade da realização de abordagens multidisciplinares para que melhores resultados sejam alcançados, desenvolvem relações colaboravas com professores (particularmente importante), com Departamentos de Tecnologias de Informação (de modo a promoverem serviços especializados), com outras bibliotecas e centros de documentação e investigação nacionais e estrangeiras, etc. As ferramentas da Web 2.0 potenciam a colaboração intra e interinstitucional, permitindo conhecer iniciativas tomadas por outras bibliotecas

25 As universidades nacionais e estrangeiras que já adoptaram a Declaração de Bolonha reconhecem o aumento significativo do uso das suas bibliotecas (Lage, 2009).

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e desenvolver comunidades de interesse e redes de contactos profissionais potencialmente úteis.

Devido ao seu posicionamento na Universidade, os bibliotecários têm a oportunidade de contribuir de forma decisiva para os processos de formação, aprendizagem e investigação que aí têm lugar. São um componente fundamental neste novo modelo de ensino-aprendizagem promovido pelo EEES e devem trabalhar para que as suas competências, capacidades e conhecimentos sejam reconhecidos nas instituições em que trabalham, nomeadamente, pelos professores, pelos conselhos directivos, pelos presidentes das faculdades. Todos deverão assumir e afirmar o novo papel das bibliotecas.

É neste contexto que as competências ligadas à pesquisa e uso correcto da informação, que constituem actualmente um dos factores críticos para o desenvolvimento de trabalhos de investigação e para o sucesso académico, se manifestam indispensáveis. Pese embora os alunos, na sua generalidade, considerarem que dominam as ferramentas Web de pesquisa e que por isso não necessitam de desenvolver capacidades nos processos de pesquisa e localização de informação para fins académicos.

A biblioteca deve estar atenta e intervir no sentido dos utilizadores adquirirem percepção do que não sabem e não se absterem de procurar a informação que precisam. Para isso é-lhes necessário conhecer a linguagem dos utilizadores, os seus hábitos de pesquisa e as ferramentas que utilizam.

O passo seguinte é planear o desenvolvimento de acções de formação dos utilizadores da biblioteca nas competências de localização, pesquisa, obtenção, avaliação e uso de informação científica no domínio da biblioteca, numa relação directa com conteúdos disciplinares específicos. Neste sentido, a colaboração dos docentes é fundamental.

Ensinar literacia da informação é contribuir para dar à biblioteca universitária um papel mais relevante enquanto agente de suporte da qualidade do ensino. É ajudar a melhorar as competências em informação dos alunos dotando-os de conhecimentos que lhes possibilitem manterem-se actualizados ao longo da sua vida profissional e, por último, é uma boa oportunidade de conseguir uma melhor integração dos recursos informativos que a biblioteca disponibiliza nos diversos formatos, com outros que estão disponíveis noutros ambientes.

Actualmente, aqueles que procuram conhecimento possuem mais opções do que nunca. As bibliotecas que não correspondem às suas expectativas em termos de descoberta de conteúdos, facilidade de utilização, velocidade de resposta, ubiquidade, interactividade, são relegadas para um papel secundário, a favor de outras fontes de informação.

As bibliotecas de ensino superior têm que explorar, de forma eficaz, as ferramentas e sistemas disponíveis, para desta forma criarem serviços de valor acrescentado ao processo de ensino-aprendizagem.

Não restam dúvidas de que a biblioteca precisa de ser uma organização de aprendizagem. Uma organização capaz de adaptar/desenvolver mecanismos que facilitem a inovação, enquanto entidade habilitada a criar, adquirir e transferir conhecimento, modificando o seu comportamento para reflectir novas visões e conhecimentos. Os bibliotecários agem como agentes de aprendizagem para a biblioteca. Respondem a mudanças nos ambientes internos e externos,

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desenvolvendo processos de mudança organizacional com o objectivo de serem atingidas a eficiência e a excelência.

Posto isto não temos dúvidas que a adaptação das bibliotecas universitárias ao novo ambiente de ensino-aprendizagem promovido pelo EEES, passa por melhorar a qualidade dos serviços prestados, melhorar a eficiência dos processos internos e promover activamente a infoliteracia.

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4 – IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIA DA BCC

Tendo como ponto de partida a reflexão efectuada no capítulo anterior, segundo a qual a adaptação das bibliotecas universitárias ao novo ambiente de ensino-aprendizagem promovido pelo EEES, passa por melhorar a qualidade dos serviços prestados, melhorar a eficiência dos processos e promover activamente a infoliteracia, vamos, neste capítulo, apresentar um conjunto de acções dirigidas à biblioteca alvo deste estudo – a Biblioteca de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, estruturadas, precisamente, em torno dos três eixos prioritários:

• Melhoria da eficiência dos processos de trabalho internos • Melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes • Promoção da infoliteracia na comunidade académica

No ponto seguinte, apresentamos a BCC dando a conhecer o seu acervo

documental, os recursos electrónicos e os serviços que disponibiliza, assim como a forma como se relaciona com as restantes bibliotecas departamentais da faculdade.

De seguida, nos sub-pontos 2 a 4, damos a conhecer o conjunto de acções identificadas em cada uma das três áreas. Apresentamos, primeiro, uma abordagem por processos, consistindo no levantamento e análise dos processos de trabalho internos da biblioteca com vista a identificar oportunidades de melhoria no respectivo desempenho (ganhos de eficiência – redução de custos de funcionamento); segundo, recursos e serviços que podem ser melhorados; terceiro, um plano de acção que promova a infoliteracia. 4.1. Apresentação da Biblioteca de Ciência de Computadores da FCUP

Aqui, vamos apresentar a BCC, Biblioteca de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, concretamente: o acervo documental, os recursos electrónicos, os serviços que disponibiliza e a forma como se relaciona com as restantes bibliotecas da faculdade.

A BCC é uma das sete bibliotecas actualmente existentes na FCUP. O número diminuiu recentemente (eram dez) devido à fusão de alguns departamentos e de uma secção autónoma, sendo que seis são bibliotecas departamentais – Ciência de Computadores; Física e Astronomia; Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território; Matemática; Química e Bioquímica; Biologia e uma pertence ao estabelecimento dependente Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros.

A estas bibliotecas acrescia a Biblioteca Geral e a Biblioteca do Instituto Geofísico. A Biblioteca Geral foi desactivada em 2004 e os documentos com data de edição posterior a 1945, cerca de 11000 volumes (monografias, periódicos e material cartográfico) transitaram para as bibliotecas departamentais, tendo o fundo bibliográfico antigo, enriquecido com os livros do Laboratório de Química, dado origem ao chamado “Fundo Antigo da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto”26. A biblioteca do Instituto Geofísico (periódicos e monografias) foi desactivada em 2009, data em que o Instituto Geofísico foi extinto, e o acervo transitou, igualmente, para as bibliotecas departamentais (Geologia, Física). 26 http://www.fc.up.pt/fa/. 31.09.2009

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A BCC existe desde Março de 1996, data da criação do Departamento com a

entrada em vigor dos novos Estatutos da Faculdade de Ciências. Tem a missão de recolher, disponibilizar e difundir aos seus utilizadores o acesso a informação de apoio às actividades de ensino, aprendizagem e investigação, na área de Ciência de Computadores e temas conexos. Ocupa um lugar central no edifício do Departamento, facilitando o acesso daqueles que a utilizam e não patenteia quaisquer barreiras aos portadores de deficiências físicas. Com 61 lugares sentados possui 3 salas de leitura, pesquisa e consulta, permitindo aos utilizadores o acesso livre a todos os recursos de informação disponíveis. Acervo documental

O acervo documental da Biblioteca foi sendo progressivamente enriquecido, apresentando-se actualmente como um dos mais ricos, no plano nacional, na área de Ciência de Computadores.

A BCC é possuidora de um acervo documental com cerca de 4000 volumes de monografias, 221 títulos de revistas científicas, dos quais 41 são títulos correntes, 1232 relatórios de universidades e de outras instituições estrangeiras, 786 volumes de trabalhos académicos que integram, sobretudo, teses de doutoramento, dissertações de mestrado, provas de aptidão pedagógica e capacidade científica, relatórios de estágio de licenciatura apresentados ao DCC e trabalhos académicos apresentados a outras instituições.

O acervo documental é constituído por seis colecções bibliográficas, com a seguinte origem:

• Centro de Informática da Universidade do Porto (CIUP), criado em 1980 e extinto em 2001. Grande parte do espólio do CIUP pertenceu ao Laboratório de Calculo Automático (LACA) da FCUP, criado em 1968 e extinto em 1980;

• Linha de Acção 4 ("Implementação de Linguagens", a partir de 1985 designada por "Linguagens e Programação em Lógica") do Centro de Informática do Instituto Nacional de Investigação Cientifica (INIC), com actividade entre 1975 e 1993;

• Grupo de Matemática Aplicada da FCUP, extinto em 1996 com a criação dos Departamentos de Matemática Aplicada e de Ciência de Computadores, da FCUP; a área de Ciência de Computadores foi criada em 1985;

• Departamento de Ciência de Computadores (DCC-FCUP). O DCC iniciou a aquisição de monografias em 1996 e de periódicos em 1998, tendo a partir de 2001, com a incorporação da colecção do CIUP, dado continuidade à assinatura dos periódicos subscritos por este;

• Biblioteca Geral da FCUP. Colecção recebida no âmbito de um processo de transferência de documentos, da BG para as Bibliotecas Departamentais, levado a cabo pela direcção da FCUP, que decorreu em duas fases: a primeira em Janeiro de 2005 - monografias - e a segunda em Dezembro de 2007 - periódicos.

Outros recursos

Para além destes recursos a Biblioteca dispõe também de material não-livro, entre vídeos, CD-ROMs e DVDs, e disponibiliza os recursos electrónicos acessíveis através da Biblioteca Virtual da Universidade do Porto e da B-ON. Essencialmente, bases de dados, e-journals, e-books e software.

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Serviços São os seguintes os serviços existentes:

• Leitura de presença • Livre acesso à documentação • Consulta em-linha do catálogo bibliográfico da FCUP • Acesso em linha a recursos electrónicos • Apoio a pesquisas nos recursos de informação disponíveis • Reprodução parcial de documentos • Leitura domiciliária • Empréstimo interbibliotecas (geral e UPorto) • Fornecimento de artigos científicos localizados noutras instituições • Difusão selectiva da informação • Acesso a acções de formação dos utilizadores no uso dos recursos de

informação Bibliotecas departamentais da FCUP: breve descrição e análise crítica da situação actual

As bibliotecas da FCUP são possuidoras de um rico acervo documental (sobretudo monografias e periódicos) nos domínios das Ciências Exactas e das Ciências Naturais, bem como das Tecnologias que lhes estão associadas, a avaliar pela antiguidade, actualidade, qualidade e quantidade (4.426,8 metros lineares de documentos em acesso livre) dos documentos que apresentam.

Os recursos electrónicos acessíveis na BCC são disponibilizados pela B-on, pela Biblioteca Virtual e por algumas Faculdades da UPorto, sendo insignificante o número de recursos assinado pela FCUP ou organismos associados (i.g., três bases da JSTOR).

Os acervos disponíveis em cada uma das bibliotecas são acessíveis a todos os utilizadores da FCUP, embora, alguns utilizadores apresentem estatutos de empréstimo diferentes, consoante a biblioteca.

Os serviços oferecidos são, na sua maioria, idênticos em todas as bibliotecas, com excepção para a formação dos utilizadores no uso dos recursos de informação, oferecido, de modo não sistemático, apenas por CC e MAT.

Páginas web são disponibilizadas exclusivamente pelas bibliotecas de Matemática, Física e Astronomia, e Ciência de Computadores.

Os espaços são individualizados e distantes fisicamente.

Cada biblioteca possui de um a dois funcionários, entre técnicos superiores (bibliotecários e outros), técnicos profissionais BD e assistentes técnicos.

O horário de abertura ao público não é uniforme, variando entre 7/9 horas diárias.

As bibliotecas partilham desde 2003 o Sistema ALEPH, tendo-se à época realizado um esforço significativo de uniformização dos procedimentos técnicos de tratamento documental, de modo a construir-se um catálogo único, coerente. O que tem vindo a ser conseguido.

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Em suma, não partilhamos (verificam-se divergências a vários níveis):

• acervo documental, • espaços físicos, • recursos humanos (com reflexos na avaliação de desempenho), • professor responsável pela BIB., • orçamento, • aquisições, • recursos informáticos, • página Web, • regulamentos (cada biblioteca tem o seu), • …

Partilhamos:

• sistema ALEPH, e • os procedimentos de tratamento técnico documental.

A existência de uma biblioteca descentralizada, com várias salas e recursos

especializados, cria dificuldades de subscrição de novos recursos, ineficiência na partilha de recursos existentes (humanos - um funcionário tem que realizar todas as tarefas não podendo especializar-se, etc.), impossibilidade de prestar serviços de valor acrescentado (especializados de qualidade), como formação, actualização da página Web, etc.

Conclui-se que as bibliotecas da FCUP apresentam uma grande desigualdade e heterogeneidade no desenvolvimento e estão num patamar claramente abaixo de outras faculdades e universidades do país, pelo que podemos afirmar que a “Biblioteca da FCUP” não está alinhada com os desafios identificados nos capítulos 2 e 3 e com o modo como as bibliotecas universitárias estão a responder a esses desafios, i.e., melhorando a eficiência dos processos de trabalho internos, melhorando a qualidade dos serviços prestados e promovendo a infoliteracia.

Esta situação é reconhecida pela direcção da Faculdade que, recentemente, tomou a decisão de centralizar o seu serviço de biblioteca. O primeiro passo para a centralização foi dado em 2001, com a aquisição do sistema integrado de gestão de bibliotecas (Aleph) que possibilitou, no ano seguinte, a erradicação de múltiplos sistemas (várias bases caseiras) e a migração dos registos bibliográficos, não padrozinados, à época existentes, para uma única base de dados por todos partilhada. Deu-se uma racionalização de sistemas. Agora, é possível ir mais longe, i.e., passar-se de múltiplas bibliotecas para uma só, de múltiplas localizações físicas, em múltiplos edifícios, para uma só localização, num só edifício e, através da padronização de políticas, de múltiplos processos para a padronização de processos (biblioteca orientada por processos.)

Esta actuação permite reduzir custos, sem diminuir os recursos e vai possibilitar oferecer serviços de valor acrescentado não existentes actualmente (desenvolvimento de uma página web consistente e única, realização de cursos de infoliteracia integrados, etc.), i.e., assegura ganhos de eficiência e de qualidade.

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De realçar que embora a promoção da infoliteracia seja praticamente inexistente e a qualidade dos serviços apresente deficiências, os processos de trabalho mais significativos, que envolvem aquisições e tratamento técnico, são comuns a todas as bibliotecas da FCUP e estão suficientemente sistematizados, optimizados e consolidados para justificarem melhorias significativas. 4.2 Melhorar a eficiência dos processos de trabalho

Dos três eixos de intervenção preferenciais, nomeados anteriormente, considerou-se começar pelos processos de trabalho. Foram identificados os seguintes processos:

1. Seleccionar e adquirir documentos 2. Tratar tecnicamente documentos de bibliografia corrente 3. Tratar tecnicamente documentos de bibliografia retrospectiva 4. Monitorizar assinaturas de periódicos 5. Difundir informação 6. Apoiar a realização de pesquisas nos recursos de informação disponíveis 7. Emprestar documentos 8. Fornecer artigos científicos 9. Ajustar o acervo documental ao espaço – reestruturar e ampliar a sinalética da

sala de leitura 10. Formar 11. Actualizar regulamento da biblioteca 12. Elaborar relatório de actividades 13. Avaliar desempenho de funcionários 14. Manter funcionalidade de instalações e equipamentos 15. Monitorizar funcionamento do sistema ALEPH 16. Participar e cooperar em acções desenvolvidas pela BVUP 17. Proceder à manutenção da página web 18. Controlar assiduidade (Millenium.Net)

De seguida, foram analisadas detalhadamente as actividades e tarefas que

constituem cada processo, e elaborados os respectivos fluxogramas dos processos. Estes modelos, ao proporcionarem uma imagem gráfica dos processos, facilitam a sua compreensão e a sua validação por parte das colegas da FCUP. A título de exemplo, no anexo 7.3 – “Modelação dos processos de trabalho da BCC” é apresentado o fluxograma relativo a um sub-processo – “Seleccionar monografias” (1.a.) – do processo número 1 “Seleccionar e adquirir documentos”.

O resultado do levantamento das tarefas de todos os processos é apresentado no Anexo 7.2. Aqui, a título de exemplo, apresenta-se o resultado do levantamento do processo nº1.

1. Seleccionar e adquirir documentos

a. Seleccionar monografias i. Accionar anualmente indicação de compra ii. Seleccionar iii. Registar pedido na página web respectiva iv. Recolher pedido v. Verificar existência do documento na biblioteca da FCUP vi. Informar o docente caso o documento exista na biblioteca

b. Comprar monografias

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i. Valor <= €1000 (ajuste directo - regime simplificado) 1. Solicitar orçamento 2. Emitir orçamento 3. Validar orçamento 4. Autorizar 5. Cabimentar e imputar verba para pagamento do total da

compra (software GESTOR-GEDI) 6. Encomendar 7. Validar factura e documento 8. Atribuir número de registo ao documento 9. Carimbar factura 10. Fotocopiar factura 11. Arquivar fotocópias documentos 12. Lançar valor da factura no Gestor (abater ao valor total) 13. Efectuar pagamento 14. Emitir recibo 15. Receber, fotocopiar e remeter recibo 16. Arquivar fotocópias documentos 17. Arquivar documentos originais

ii. Valor > €1000 < €5001 (ajuste directo – regime simplificado) 1. Solicitar orçamento 2. Emitir orçamento 3. Validar orçamento 4. Cabimentar e imputar verba para pagamento total da

compra (software GESTOR-GEDI) 5. Pedir autorização ao Director da FCUP para efectuar a

encomenda (anexar proposta do Gestor e orçamento) 6. Assinar pedido 7. Autorizar 8. Registar autorização no Gestor 9. Encomendar 10. Validar factura e documento 11. Atribuir número de registo ao documento 12. Carimbar factura 13. Fotocopiar factura 14. Arquivar fotocópias dos documentos 15. Entregar factura à contabilista do DCC 16. Lançar valor da factura no Gestor (abate ao valor total) 17. Efectuar pagamento 18. Emitir recibo 19. Fotocopiar recibo 20. Arquivar fotocópias dos documentos 21. Arquivar documentos

c. Renovar assinaturas de periódicos

i. <= €1000 1. Accionar anualmente indicação de renovação 2. Solicitar factura 3. Emitir factura 4. Validar factura 5. Autorizar 6. Elaborar proposta de despesa no Gestor 7. Solicitar pagamento sobre o estrangeiro

a. Elaborar ofício

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b. Preencher formulário “DSF-Teso-Mod5” c. Preencher “Comunidade Europeia Formulário N” d. Anexar proposta do Gestor e orçamento

8. Assinar documentos (autorizar) 9. Receber pedido de pagamento 10. Autorizar

a. Transferência bancária i. Transferir montante ii. Emitir comprovativo iii. Processar despesa no Gestor

b. Emissão de cheque i. Emitir cheque ii. Receber e remeter cheque iii. Registar cheque no Gestor iv. Elaborar ofício e remeter ofício e cheque v. Fotocopiar documentos vi. Entregar fotocópias documentos vii. Solicitar recibo viii. Emitir recibo ix. Validar recibo x. Fotocopiar recibo xi. Arquivar fotocópias dos documentos xii. Remeter recibo xiii. Arquivar documentos

ii. > €1001 < €5001

1. O mesmo procedimento que até ao valor de €1000, acrescido do pedido de autorização de aquisição ao Director da Faculdade (pelo facto de não haver delegação de competências aos Presidentes dos Departamentos para valores acima de €1000)

iii. > €5000 < €75001 (por fornecedor/3 anos) (ajuste directo – regime

geral) 1. Accionar anualmente indicação de renovação 2. Solicitar orçamento 3. Emitir orçamento 4. Validar orçamento 5. Elaborar proposta de despesa no Gestor 6. Pedir abertura de procedimentos

a. Elaborar ofício b. Elaborar e anexar justificação do pedido de

aquisição 7. Assinar ofício 8. Verificar conta corrente do fornecedor 9. Autorizar abertura de procedimento 10. Executar caderno de encargos 11. Solicitar factura 12. Emitir factura 13. Validar factura 14. Elaborar ofício 15. Preencher formulário “DSF-Teso-Mod5” 16. Preencher “Comunidade Europeia Formulário N” 17. Fotocopiar documentos 18. Entregar fotocópias 19. Remeter documentos

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20. Processar pagamento – transferência bancária (hipótese) a. Transferir montante b. Emitir comprovativo c. Solicitar recibo d. Emitir recibo e. Validar recibo f. Fotocopiar recibo g. Arquivar fotocópias dos documentos h. Entregar recibo i. Enviar recibo j. Arquivar documentos

21. Processar pagamento – emissão de cheque (hipótese) a. Emitir cheque b. Receber cheque c. Elaborar ofício e remeter ofício e cheque d. Fotocopiar documentos e. Entregar fotocópias f. Solicitar recibo g. Emitir recibo h. Validar recibo i. Fotocopiar recibo j. Arquivar fotocópias dos documentos k. Entregar recibo l. Remeter recibo m. Arquivar documentos

d. Comprar cópias de volumes ou números de periódicos

(procedimento idêntico ao das monografias) i. Comprar volumes ou números que não foram recebidos durante

o prazo da assinatura ou que faltam (perderam-se) na colecção

e. Comprar material de consumo específico para bibliotecas (material normalizado). Valor <= €1000

i. Solicitar orçamento ii. Emitir orçamento iii. Autorizar compra iv. Solicitar registo no Gestor v. Registar no Gestor (cabimentar e imputar)

vi. Encomendar vii. Validar factura e produto viii. Fotocopiar factura ix. Arquivar fotocópia x. Entregar factura xi. Registar no Gestor xii. Efectuar pagamento xiii. Emitir recibo xiv. Arquivar recibo

f. Comprar senhas de autocarro, … (fundo de maneio; utilizado

excepcionalmente; aquisições valor <= €1000) i. Solicitar autorização despesa ii. Autorizar iii. Comprar iv. Entregar recibo (venda a dinheiro) v. Registar em mapa auxiliar

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vi. Enviar recibo à DSFP com mapa auxiliar vii. Registar recibo no Gestor viii. Arquivar recibo ix. Receber reembolso

g. Receber documentos produzidos no âmbito das actividades da

Faculdade (emitidos por discentes, docentes, investigadores, instituição) i. Verificar o estado geral de conservação do documento

h. Receber documentos oferecidos

i. Verificar o estado geral de conservação do documento ii. Confirmar número de exemplares iii. Agradecer

A partir do levantamento dos processos, procedeu-se a uma análise no sentido de

identificar oportunidades de melhoria nos mesmos. Foram então identificados os seguintes processos a melhorar:

• Renovar assinatura de periódicos (sub-processo – 1.c), • Monitorizar assinaturas de periódicos (processo - 4), • Seleccionar monografias (sub-processo – 1.a), • Comprar monografias (sub-processo – 1.b), • Tratar tecnicamente documentos de bibliografia retrospectiva (processo – 3), • Tratar tecnicamente documentos de bibliografia corrente (processo – 2), • Documentos em atraso de devolução (sub-processo – 7,d), • Registar leitor (sub-processo – 7.a.i.2), • Emprestar documentos através do serviço de empréstimo interbibliotecas

(processo – 7.c).

As acções de melhoria propostas, bem como a forma como contribuem para melhorar cada um destes processos, encontram-se na tabela a seguir. De notar que todos os processos identificados, resultantes da auto-análise efectuada, podem ser melhorados, utilizando-se a metodologia de gestão da qualidade “Análise de Processos”. Tabela 1: Melhorar a eficiência dos processos

Melhorar a eficiência dos processos Processos/Sub-

processos a melhorar

Acções de melhoria propostas

Modo(s) como as acções contribuem para a melhoria dos processos

SP. “Renovar assinatura de periódicos” e P. “Monitorizar assinaturas de periódicos”

Cancelar assinaturas de periódicos em suporte de papel

As assinaturas das revistas em suporte de papel cujo acesso electrónico está disponível na UP através da b-on, da Biblioteca Virtual ou das Faculdades podem ser canceladas. Dos 41 títulos assinados pela Biblioteca em 2008, para acesso em 2009, só três não dispunham de acesso electrónico. Se tivermos em conta que em 2008 o orçamento da Biblioteca foi de € 15 614,60 e o custo das renovações foi de € 14 029,69, verificamos que esse custo correspondeu a 89,84% do orçamento disponível. Cancelar as assinaturas de 38 títulos significa uma poupança muito significativa para o DCC e os recursos continuam a estar disponíveis em suporte electrónico. Esta acção permite: redução dos custos de aquisição, do trabalho (assinatura, tratamento técnico, arrumação, manuseio, etc.), de armazenamento/menor ocupação de espaço, de conservação, de consumíveis e equipamentos antifurto e anti-incêndio, e de riscos e perdas. O SP. “Renovar assinatura de periódicos” é extremamente

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complexo. Envolve custos significativos, é constituído por muitas actividades, passa por várias áreas da estrutura organizacional e por muitos actores, e decorre durante quatro meses – de Setembro a Dezembro. A redução da sua repetição significa uma grande economia de dinheiro e de trabalho. A assinatura para 2010 dos três periódicos a manter importou em € 864,33. Assim, caso só estes venham a ser assinados para 2011, o SP. “Renovar assinaturas de periódicos” terá procedimentos simplificados visto que o valor em causa é <€1000, podendo o director do departamento autorizar a requisição (não é necessário ser o director da faculdade). O trabalho também é facilitado pelo facto de bastar contactar a agência de assinaturas EBSCO, visto esta representar as editoras – ACM, SAGE e SPRINGER – para o fornecimento de assinaturas em papel com desconto para os membros da B-ON (não ser necessário contactar várias editoras). O fluxo do processo é bastante simplificado. Há, contudo, que notar o seguinte: uma análise comparativa entre títulos de periódicos assinados para 2009 e para 2010, vieram mostrar que há alguma instabilidade no acesso aos recursos electrónicos – de um ano para o outro 1 título deixou de ser assinado e 3 passaram a ter embargos: dois de 1 ano e um de 1.

SP. “Seleccionar monografias” Alterar actores

As actividades “Verificar existência do documento na biblioteca da FCUP” e “Informar o docente caso o documento exista na Biblioteca”, realizadas pela Biblioteca, podem ser eliminadas se os docentes antes de registarem os pedidos de aquisição na pág. Web existente para o efeito, verifiquem se os mesmos já existem na Biblioteca.

SP “Comprar monografias” e “Renovar assinaturas de periódicos”

Eliminar actores e reduzir arquivos

As actividades “cabimentar” – “Cabimentar e imputar verba para pagamento da compra”, “Cabimentar factura” e “Registar autorização de encomenda no gestor” – se passarem a ser desenvolvidas pelo Economato (DSFP), elimina-se o actor – contabilidade DCC. A eliminação deste actor leva à supressão automática de um arquivo em papel de todo o processo que é mantido pelo actor em causa. O processo ganha em rapidez e os custos diminuem. Isto aplica-se também ao SP “Comprar material de consumo específico para bibliotecas. Valor <= €1000”.

P. - “Tratamento técnico documental de bibliografia retrospectiva”

Normalizar registos bibliográficos no

ALEPH

O processo é eliminado quando todos os documentos estiverem tratados. É um trabalho de normalização e correcção de registos bibliográficos (corrigir catalogação) e de exemplares, bem como de indexação, classificação e aplicação de cotas novas. Envolve, também a reorganização de documentos (monografias, trabalhos académicos) no espaço da biblioteca. O seu término está previsto para Dezembro de 2010 e permitirá disponibilizar registos de elevada qualidade e documentos organizados por assunto. Maior facilidade na identificação e acesso aos documentos.

P. - “Tratamento técnico documental de bibliografia corrente”

Melhorar parametrização do

ALEPH

Este processo podia ser potenciado caso o sistema ALEPH, utilizado pela UP, disponibilizasse a folha de recolha de dados bibliográficos (ecrãs de entrada de dados usados para a criação e/ou actualização de registos) em formato MARC21 e não UNIMARC (Universal Marc Format) – formatos de troca internacional de dados bibliográficos legíveis por computador. Isto permitir-nos-ia importar registos bibliográficos a partir de diversos catálogos existentes na Web, como por exemplo, da Biblioteca do Congresso, da Melvil (Califórnia Digital Library) ou de outras bibliotecas, sobretudo de ensino superior, que utilizam o referido formato, sem necessidade de conversão para UNIMARC. O mesmo é dizer, com necessidades reduzidas de correcções. Posteriormente, ter-se-ia de introduzir alguns dados, como os descritores, mas a catalogação e a classificação ficariam muito reduzidas.

SP “Documentos em atraso de devolução” e A. “Emitir aviso de documentos em atraso”

Emissão automática pelo ALEPH de avisos

para o leitor

A emissão de avisos para leitores com empréstimos em atraso de devolução, efectuada manualmente, é um sub-processo a ser eliminado. O ALEPH (Sistema de Gestão Integrado) disponibiliza essa funcionalidade via carta ou e-mail. Os benefícios da automatização são imensos: os avisos são expelidos diariamente, diminuindo o número de documentos não restituídos dentro do prazo, bem como o número de pedidos de devolução “urgentes” (quando há

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outro utilizador interessado no mesmo documento), liberta o funcionário de rotinas semanais, por vezes morosas (podem demorar várias horas), poupando tempo e trabalho. O desempenho da biblioteca optimizava e os utilizadores reconhecem-no. Problema resultante da não existência de um regulamento comum.

SP. “Registar leitor. Primeiro empréstimo”, A. “Criar ou actualizar informação global do leitor” e A. “Adicionar contactos (morada, telefone, e-mail)”

Agilizar rotinas de importação/eliminação de dados no ALEPH

A não importação ou importação com atraso, para o ALEPH, da informação global de identificação do leitor (dados introduzidos no SIGARRA pelos novos alunos no decurso do acto da matrícula) – nome, morada, contactos e número de aluno atribuído pela faculdade, transferiu para a funcionária ou para os alunos a introdução manual desses dados, dificultando o seu controle e reduzindo a produtividade. Este é mais um processo a eliminar. A existência, na base, de vários registos do mesmo leitor também dificulta o empréstimo. A eliminação anual de registos de leitor que não apresentem movimentos de empréstimo durante x anos, resolveria esta questão.

SP. “Empréstimo interbibliotecas (EIB)”

Melhorar a parametrização do

ALEPH

O serviço de EIB (no âmbito da cooperação entre bibliotecas) consiste em solicitar documentos, não existentes na biblioteca da FCUP, a outras bibliotecas ou instituições e vice-versa. Este processo é efectuado manualmente. Os pedidos são efectuados e recebidos por e-mail ou contacto directo. O Processo pode ser potencializado se efectuado através do módulo de EIB do sistema ALEPH, podendo o registo do pedido ser feito pelo utilizador através do OPAC WEB (no catálogo web da biblioteca, identificando-se com ID e Password - não mediado pelo bibliotecário) ou do OPAC GUI, pelo funcionário. O ALEPH faz a gestão dos empréstimos EIB, desde o registo do pedido à devolução. Todos os contactos, por e-mail, com fornecedores e leitores seguem via ALEPH (talões de empréstimo/devolução, pedidos de EIB, pedidos de informação, etc.). Fornece um histórico dos pedidos e alguns dados estatísticos, como número de pedidos, custos envolvidos, etc.

Legenda: P. = Processo; SP. = Sub-processo; A. = Actividade.

A abordagem por processos facultou-nos os pontos fortes e fracos que caracterizam a BCC, que caracterizam as unidades com que se cruza, nos pontos em que se tocam, e permitiu-nos identificar processos a melhorar.

Dos processos e sub-processos analisados, destacamos três, de áreas distintas, pela importância de que se revestem na redução de custos, um, – Renovar assinatura de periódicos – cuja eficiência é conseguida através do cancelamento da assinatura de 38 títulos de periódicos em suporte de papel, disponíveis, também, electronicamente, de um total de 41 títulos assinados; dos tempos, outros, – Comprar monografias e Renovar assinaturas de periódicos – cuja eficiência é conseguida eliminando o actor que desenvolve a actividade “Cabimentar” e que corresponde a uma unidade organizacional. A eliminação deste “tipo de actor” teria repercussões em todos os departamentos (todos dispõem de um) e nos serviços centrais; outro ainda, sobretudo, na melhoria da qualidade dos serviços prestados – Emitir aviso de documentos em atraso de devolução – cuja eficiência é alcançada por via da emissão automática pelo ALEPH27 de avisos para o leitor, ao invés da emissão manual realizada semanalmente pela funcionária. Esta situação problemática resulta da não existência de um regulamento comum ao conjunto de bibliotecas da FCUP. A automatização do processo, a dar-se, ocorreria simultaneamente em todas as bibliotecas.

A melhoria destes processos permite aumentar a eficiência da biblioteca ao minimizar a utilização de recursos ou produzindo um melhor desempenho usando os mesmos recursos. 27 Sistema informático de gestão de bibliotecas.

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De notar que todos os processos identificados, resultantes da auto-análise efectuada, podem ser melhorados, e não apenas aqueles relativamente aos quais propomos acções de melhoria. Este trabalho será realizado numa próxima oportunidade.

A melhoria contínua produzida em vários níveis da organização faz da abordagem por processos uma forma eficaz de gerir Bibliotecas rumo à excelência de desempenho. 4.3 Melhorar a qualidade dos serviços prestados

Melhorar a qualidade dos serviços prestados pela BCC significa tornar mais eficaz os recursos existentes. Isto passa pela realização de acções concertadas em áreas tão diversas como os acervos documentais anteriores a 2005, cujo tratamento técnico retrospectivo com vista à normalização da catalogação, classificação e indexação ainda não está concluído; os recursos electrónicos comerciais, nomeadamente as Lecture Notes in Computer Science, editadas pela Springer, muito procuradas por docentes e alunos, cujo acesso em linha é disponibilizado pela b-on, mas com embargo dos últimos seis anos, situação que urge alterar; as publicações científicas (dissertações e teses) efectuadas pelos alunos do DCC não disponibilizadas, até ao momento, no Repositório Institucional UP; a formação regular de utilizadores no uso dos serviços e recursos disponibilizados pela Biblioteca de modo a que estes possam tirar mais partido dos mesmos; o espaço da biblioteca cujo aproveitamento é condicionado pelo horário de funcionamento reduzido; a comunicação bilateral com os utilizadores (sobretudo os alunos), através de diversos meios, com destaque para a adopção de ferramentas e plataformas Web 2.0 de comunicação, etc.

Todas estas áreas estão a ser intervencionadas ou vão sê-lo muito em breve. Neste ponto, destacamos e desenvolvemos duas que consideramos prioritárias e exequíveis, com os recursos disponíveis, durante o ano lectivo de 2010/2011: adopção de ferramentas e plataformas Web 2.0 de comunicação e alargamento do horário de funcionamento da Biblioteca. 4.3.1 Ferramentas de Web 2.0 ao serviço da comunicação da BCC

A adopção de plataformas e ferramentas Web 2.0 de comunicação possibilita à biblioteca e aos seus utilizadores mais e melhor colaboração e comunicação; a sindicação, a partilha, a reutilização de conteúdos produzidos pelos serviços e a disseminação da informação; a criação de “comunidades online” (vale-se do conhecimento dos utilizadores e da utilização que fazem dos sistemas da biblioteca).

As iniciativas a implementar a este nível passam pela criação de um blogue, no Facebook ou no Twitter, por se tratar de uma ferramenta de comunicação essencial ao nível da “tão necessária redundância de pontos de acesso às fontes de informação” (Silva e Príncipe, 2010). Possibilita a presença da BCC nas redes sociais.

A BCC pretende vir a disponibilizar a “actualização de posts no novo Blog”, serviço de actualização de informação mediante tecnologia RSS.

Pensamos que a futura “Biblioteca da FCUP” poderá disponibilizar, à semelhança do que fazem outras bibliotecas universitárias do país, por exemplo: tutoriais para subscrição de Feeds, baseados em alertas de pesquisas específicas em bases de dados bibliográficos e listas regulares, actualizadas, das últimas aquisições da biblioteca. Para que a Biblioteca vá mais longe, aqui ficam algumas sugestões.

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Dado o elearning ser um novo meio de concretização da missão da biblioteca, a integração dos serviços e recursos (publicações académicas acessíveis nos repositórios, bases de dados e revistas científicas electrónicas, acervos documentais, etc.) da “Biblioteca da FCUP” na plataforma elearning da Faculdade, apresenta-se, desde logo, como uma prioridade.

Na esfera desta integração, os objectivos a atingir passam por facilitar o acesso aos serviços e conteúdos fornecidos pela biblioteca, fomentar, junto da comunidade académica, a compreensão dos recursos de informação, disponibilizando serviços e conteúdos apropriados ao desenvolvimento de competências de infoliteracia e, no âmbito do processo de ensino-aprendizagem da FCUP, intensificar a função da biblioteca como centro de recursos para a aprendizagem e investigação. Este é um projecto a ser desenvolvido em estreita colaboração com a equipa do Centro de Cálculo e com o corpo docente.

As actividades passarão, primeiro, pela aprendizagem das funcionalidades do sistema Moodle28, o Learning Management System (LMS), infra-estrutura de elearning que suporta a aplicação Aulas na Web, disponível na instituição e, segundo, pela aplicação efectiva desse saber na integração dos recursos de informação, tutoriais de pesquisa, bibliografia, etc., a ser efectuada pelos docentes, nos conteúdos das suas disciplinas. Tem que existir um trabalho de comunicação e articulação entre bibliotecários e docentes.

Futuramente, poderá pensar-se, ainda, na criação de uma área de conteúdos e ligações a recursos de informação, de acesso a alunos e docentes, na aplicação Moodle, a ser actualizada com regularidade, onde os utilizadores acedam e capturem materiais. Também será adequado e oportuno, a criação de uma “disciplina” com uma estrutura e conteúdos próprios, segmentada por módulos correspondentes à tipologia de oferta formativa dinamizada pela biblioteca.

Com estes projectos pretende-se, no contexto do apoio ao utilizador, num ambiente de ensino-aprendizagem em evolução, não deixar de fora nenhum dos elementos (conteúdos, serviços e colecções) disponibilizados pela Biblioteca e adapta-los constantemente às aplicações ligadas à Web 2.0 e às iniciativas da comunidade académica.

Configura-se um modelo que se baseia num conceito de flexibilidade e abrangência, tendo como elementos fundamentais o novo ambiente de ensino-aprendizagem, as plataformas web de comunicação e partilha29, as bibliotecas, os serviços30 e o utilizador.

28 Moodle – plataforma de eLearning grátis. Moodle é provavelmente o nome da ferramenta mais conhecida para a gestão de sites eLearning. A ferramenta grátis é desenvolvida em PHP e já conta com mais de 330 mil usuários registados em mais de 70 línguas diferentes. A ferramenta é semelhante à do Wordpress, bastando instalar e customizar conforme as necessidades. 29 Exemplos de plataformas web (Silva e Princípe, 2010): SlideShare, para partilha de conteúdos e tutoriais; Facebook e Twitter como ferramentas de comunicação Web e meios essenciais de presença junto da comunidade; Youtube, para partilha de conteúdos e tutoriais vídeo; Moodle, para a partilha e integração de conteúdos e serviços; Portal Web da Faculdade (institucional), para a presença integrada no contexto institucional, nomeadamente na disseminação de informação por segmentos de públicos; Portal Web biblioteca; OPAC biblioteca; Blog, etc. 30 Exemplos de serviços que podem ser disponibilizados encontram-se na pág. 31.

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4.3.2 Aproveitamento do espaço da biblioteca através do alargamento do horário de funcionamento

O alargamento do horário de funcionamento da Biblioteca e, por conseguinte, um melhor aproveitamento do espaço que oferece é outra área que consideramos de intervenção prioritária para o ano lectivo em curso, e que exige, para a sua execução, um aumento pouco significativo de recursos humanos e financeiros.

As bibliotecas da FCUP praticam um horário que oscila entre as 7h e as 9h diárias, ininterruptas ou intercaladas com um intervalo de 1h a 1h30m para almoço, de segunda a sexta-feira. Durante o período de férias de Verão encerram durante a totalidade ou parte do mês de Agosto.

Estes horários são manifestamente insuficientes. Não estão adequados às actividades lectivas em funcionamento, nem vão ao encontro das solicitações e necessidades dos utilizadores.

Por comparação com outras bibliotecas de ensino superior portuguesas31, pesquisadas por critério de notoriedade, constatámos que praticamos durante o período lectivo e períodos de avaliação um horário equivalente aos períodos designados por “férias de verão” ou “férias lectivas”. A título de exemplo, a Biblioteca da Universidade de Aveiro pratica no referido período o seguinte horário: 2ª a 6ª: 09h -17h30m; encerra ao Sábado.

Os horários de Verão correspondem a cerca de seis semanas. Começam na última semana de Julho e terminam no fim da primeira semana de Setembro. Nesse período todas as bibliotecas encerram ao Sábado.

Constatámos, também, durante este estudo, que as bibliotecas de ensino superior portuguesas estão abertas de segunda à sexta, ininterruptamente, ente 13h a 16h diárias, com abertura que oscila entre as 8h e as 9h da manhã e fecho entre as 22h e as 24h da noite. A abertura em horário nocturno, das 19h30m/20h às 24h, é efectuado por algumas instituições a título permanente (ex.: Faculdades de Medicina e Farmácia da UC), enquanto outras o praticam exclusivamente em períodos de avaliação (ex.: a Universidade do Minho). A abertura ao sábado de manhã é prática comum, oscilando entre 3h e 4h de abertura. Em períodos de avaliação há bibliotecas que também abrem ao sábado à tarde (ex.: as bibliotecas da Universidade do Minho), mas trata-se de uma situação excepcional.

De acordo com um estudo efectuado pela e na Universidade do Minho, da autoria de Eloy Rodrigues e Augusta Guimarães (2007), “a elevada procura dos espaços das bibliotecas acontece mesmo registando-se uma diminuição da procura de alguns serviços “tradicionais”, como empréstimo de publicações, que diminuiu mais de 30% nos últimos três anos, ou do serviço de fotocópias. E é essa elevada procura e valorização dos espaços das bibliotecas, bem como de alguns dos serviços e funcionalidades que oferecem – como os terminais de pesquisa e acesso à Internet, os serviços de referência e ajuda na localização e obtenção de informação e documentos – que justifica a crescente pressão para o alargamento dos horários de funcionamento das bibliotecas no período nocturno e aos sábados”.

De acordo com o mesmo estudo, “questionados em relação ao alargamento do horário de funcionamento das bibliotecas, as respostas dos alunos de licenciatura

31 Verificamos os horários das seguintes bibliotecas: Universidade de Aveiro; Universidade do Minho; Universidade de Coimbra. Biblioteca do pólo das Ciências da Saúde (Faculdades de Medicina e Farmácia); Universidade de Lisboa. Faculdade de Letras; Universidade Fernando Pessoa.

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apontam para a preferência para o alargamento nocturno (até às 22h ou 24h) enquanto os alunos de pós-graduação e de doutoramento manifestam preferência pelo alargamento de “sábado das 14h às 17,30 horas”. (Rodrigues e Guimarães, 2007)

A investigação efectuada apurou, também, que a utilização das bibliotecas universitárias visa vários fins, mas principalmente, requisitar para leitura domiciliária, estudar e consultar livros na sala de leitura.

Com a futura reconstituição da BG da FCUP, prevista para 2011, tornar-se-á possível a abertura da biblioteca (atendimento/empréstimo) em horário alargado, através da criação de turnos (rotativos ou não) e escalas de serviço32 em que todos os funcionários, sem excepção (só assim será possível), participem, à semelhança do que acontece na FEUP. Esta medida não acarretará custos extraordinários ao erário da faculdade e irá “ao encontro das solicitações e necessidades dos utilizadores”.

Até lá, e no que à BCC diz respeito, propomos para o próximo ano lectivo (2010/11) um alargamento do horário de funcionamento da biblioteca, de segunda a sexta, entre as 18h e as 22h, sustentado por um aluno de pós-graduação, por contratação na modalidade de prestação de serviços em regime de tarefa ou avença. Relembro que a biblioteca está aberta ininterruptamente entre as 9h e as 18h.

A medida apresentada é, do nosso ponto de vista, o mínimo que o DCC pode

oferecer aos seus alunos e implica custos extraordinários reduzidos. O ideal corresponderia a abrir a biblioteca em horário nocturno, pelo menos nos períodos de avaliação, e aos sábados de manhã. Em períodos de avaliação é frequente, à hora do fecho, a biblioteca encontra-se lotada. 4.4 Promover a infoliteracia na comunidade DCC-FCUP

Na parte 3 deste trabalho introduzimos a infoliteracia e apresentámos possíveis abordagens, no contexto universitário. Neste ponto, desenvolvemos esta temática e apresentamos acções com vista à promoção da infoliteracia no DCC-FCUP.

A infoliteracia é uma área de actividade emergente fundamental. Na reflexão tivemos em consideração trabalhos desenvolvidos por outras escolas e as acções que nós há muito tempo desenvolvemos e implementámos na Faculdade. A “Promoção da infoliteracia na comunidade DCC-FCUP” que nos propomos efectivar em breve, materializa-se, nesta dissertação, num esboço de proposta de implementação de um programa de infoliteracia no DCC, em que se apresentam as actividades a desenvolver pela biblioteca e as competências de pesquisa de informação científico-técnica a adquirir pelos alunos (comunidade DCC) ao longo dos dois ciclos de ensino – graduado e pós-graduado.

Em última análise, ao apoiar-se os alunos visa-se melhor a BCC, rentabilizando-se os recursos existentes (eficácia) e aumentando-se a eficiência dos serviços prestados.

Analisámos e comparámos o desempenho, no âmbito da infoliteracia, de várias bibliotecas universitárias portuguesas (FEUP, UA, FCTUNL, …) na procura dos melhores processos, das ideias inovadoras e dos procedimentos operacionais mais eficazes. O conhecimento adquirido foi aplicado à BCC através da elaboração da proposta/programa de acção referida.

32 Serviço de escala é aquele atribuído periodicamente, a determinada pessoa ou grupo de pessoas, independentemente das atribuições normais permanentes.

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No decorrer deste trabalho, constatámos que a biblioteca da FEUP tem no panorama nacional “um papel de grande relevância no desenvolvimento do conceito e das práticas associadas à infoliteracia” e, como tal, decidimos que o trabalho por esta efectuado seria o principal modelo a seguir.

Numa proposta de 2010 intitulada “Plano de apoio aos estudantes no âmbito do desenvolvimento das suas competências de pesquisa de informação” (UP. FE. Biblioteca, 2010), a biblioteca da FEUP apresenta, com vista à implementação de um futuro programa de infoliteracia na FEUP, os serviços por esta desenvolvidos e a desenvolver de modo a dotar os alunos de competências necessárias às actividades do seu percurso académico. Os serviços são: Semana de acolhimento aos alunos do 1º ano, Sessões de formação regulares, Sessões de formação à medida, Certificado de competências de pesquisa de informação científico técnica (CCPICT), Guia de apoio à publicação, e-reference, Apoio a pesquisas e Concurso anual de pesquisa ICT. Propõe, quanto ao tipo de abordagem à infoliteracia a adoptar, uma solução mista (extracurricular, intercurricular e intracurricular) e aponta alguns instrumentos de avaliação que poderão ser associados a essas actividades. É de assinalar o facto de propor avaliação em todos os níveis, quando o nível extracurricular e intercurricular não são, normalmente, alvo de avaliação.

Visando o delineamento de um programa sumário de infoliteracia para a comunidade de alunos DCC-FCUP, a ser implementado a partir de Outubro próximo, os serviços que nos propomos realizar atendem aos seguintes factos: os alunos a quem se destinam (alunos que frequentam os cursos ministrados pelo DCC de graduação e pós-garduação) serem em número reduzido e terem competências em TIC adquiridas no ensino básico e secundário, e, também, às limitações anteriormente referidas ao nível dos recursos humanos (a BCC dispõe de uma única funcionária (bibliotecária) para realizar todas as actividades desenvolvidas pela biblioteca.) A limitação de recursos humanos impossibilita que a biblioteca ofereça serviços que permitam aos utilizadores atingir plenamente as competências de infoliteracia atrás descritas. Identificação e descrição de serviços em realização e a realizar:

Apoio a pesquisas – serviço de referência presencial ou remoto (email, telefone) que visa prestar um apoio personalizado/customizado ao utilizador na pesquisa bibliográfica dos recursos de informação disponibilizados pela Biblioteca, de forma a obterem melhores resultados no acesso à informação e ao conhecimento. Tabela 2: Nível 1‐ Extracurricular

Ofertas formativas Ciclo Início Apoio a pesquisas 1º, 2º e 3 º ciclo Desde sempre realizada pela Biblioteca do DCC Recepção aos alunos de graduação – 1º ano – conjunto de actividades que têm por

objectivo dar a conhecer os serviços e recursos de informação oferecidos pela Biblioteca, assim como orientar os alunos na localização e utilização dos mesmos. A partir do portal da Biblioteca chega-se ao Catálogo e à Biblioteca Virtual. São sessões de natureza teórico-prática com apoio e-learning (Moodle), i.e., com integração de conteúdos (tutoriais, exercícios) nas plataformas elearning33 da faculdade. Abrangem competências de infoliteracia que se consideram indispensáveis (básicas e fundamentais) para o processo de aprendizagem.

33 Elearning designa a utilização da Internet na gestão e difusão de formação. O elearning representa as formações flexíveis com um suporte tecnológico evolutivo, e um modelo que se aproxima do conceito de informação “just-in-time”, próximo do knowledge management. Apesar de constituir uma oportunidade para os sistemas de educação e formação, apresenta também desafios de relevo.

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Os alunos são apoiados, durante a segunda quinzena do mês de Outubro, nas pesquisas de informação e localização de recursos relacionados com temas de trabalhos que têm que efectuar, indicados pelos docentes.

Recepção aos alunos de pós-graduação – 1º ano Mestrado e Doutoramento – conjunto de actividades que visam apoiar os alunos na exploração e utilização dos recursos de informação científico-técnica oferecidos pela Biblioteca. São sessões de natureza teórico-prática com apoio e-learning (Moodle), i.e., com integração de conteúdos (tutoriais, exercícios, materiais de apoio em formatos electrónicos) e serviços nas plataformas elearning da faculdade.

Abrangerem competências de infoliteracia que se consideram indispensáveis (básicas e fundamentais) para o processo de aprendizagem.

Acções de formação semestrais – programa de formação de utilizadores constituído por três acções temáticas que são realizadas em regime presencial e com apoio e-learning (Moodle), i.e., com integração de conteúdos (tutoriais, exercícios) e serviços nas plataformas elearning da faculdade. São sessões de natureza teórico-prática, segmentadas por ciclo de estudos, que visam apoiar os alunos na exploração e utilização dos recursos de informação científico-técnica. Incluem: pesquisa, análise de resultados obtidos, alertas, RSS Feeds, etc. Tabela 3: Nível 2 ‐ Intercurricular

Ofertas formativas Ciclo Início Recepção aos alunos de graduação – 1º ano Portal BCC: Catálogo – monografias e periódicos. Portal BV: pesquisa cruzada: -Bases de Dados, -E-Books, e -Dissertações.

1º ciclo

Segunda quinzena de Outubro 2010. Sessão parcialmente inovadora na BCC por ser intercurricular (articulada com os planos curriculares dos cursos), desenvolvida em colaboração com os docentes, realizada num período de tempo longo, pré-determinado, e alvo de avaliação.

Recepção aos alunos de pós-graduação – 1º ano: Portal BCC: Catálogo – monografias, periódicos, dissertações e teses. Portal BV: metapesquisa e recursos disponíveis: -Bases bibliográficas (Citation Index, Dissertations & Thesis, …), -Texto Integral (periódicos, e-books e repositórios em open Access)

2º e 3º ciclos

Sessão de 2h a realizar durante a primeira quinzena de Outubro 2010. Parcialmente inovadora na BCC por ser intercurricular (articulada com os planos curriculares dos cursos), desenvolvida em colaboração com os docentes e alvo de avaliação.

Acções de formação semestrais de: -Metodologia do trabalho científico: do trabalho escrito à apresentação oral de uma pesquisa científica -EndNote Web (Programa informático de gestão de referências bibliográficas) /Zotero: Software de gestão bibliográfica (free access) -Avaliação de fontes: pesquisar informação na Internet.

1º, 2º, 3º

ciclos

Uma sessão de 1.30h por semestre. Inovadoras na BCC. São intercurriculares (articuladas com os planos curriculares dos cursos), desenvolvidas em colaboração com os docentes, apresentam duas sessões cada uma e são alvo de avaliação.

Não se propõe nenhuma acção intracurricular (nível 3). A este nível os objectivos

de aprendizagem das unidades curriculares e dos cursos têm que incluir objectivos de infoliteracia, o que exige da parte da Biblioteca um activo trabalho de colaboração com o corpo docente, só realizável com o reforço dos recursos humanos.

No anexo 7.4 apresentamos o mapeamento das ofertas formativas a prestar pela biblioteca, instrumentos de avaliação e competências de infoliteracia por ciclos de ensino.

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No anexo 7.5 apresentamos a matriz das ofertas formativas a prestar pela Biblioteca e os seus cruzamentos com as competências associadas à infoliteracia, por ciclo de ensino, a adquirir pela comunidade DCC-FCUP. 4.5 Resumo

Começar a identificação de oportunidades de melhoria da qualidade da BCC a partir do reconhecimento da existência de três áreas de actuação prioritárias da biblioteca de ensino superior (novo contexto de ensino-aprendizagem promovido pelo EEES), a saber – melhoria da eficiência dos processos de trabalho internos, melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes e promoção da infoliteracia na comunidade académica, e considerar que dos três eixos preferenciais se deve começar por olhar para os processos, i.e., por elaborar um modelo de referência para o funcionamento da BCC com base na identificação, levantamento e modelação dos seus processos de trabalho, não nos restam dúvidas, neste ponto da dissertação, ter sido uma estratégia acertada, tendo em conta que compreender e gerir as actividades das organizações como um conjunto de processos que interactuam entre si, permite identificar as múltiplas actividades executadas dentro de um processo, o que nem sempre é fácil, e seguir o fluxo dos processos pelas unidades que atravessa, proporcionando uma compreensão do funcionamento de parte ou do conjunto da organização e, por conseguinte, permitindo reflectir sobre o(s) modo(s) como podem ser melhorados.

A abordagem por processos facultou-nos os pontos fortes e fracos que caracterizam a BCC, e que caracterizam as unidades com que se cruza, nos pontos em que se tocam, permitindo-nos identificar processos a melhorar. Identificados os processos, desenvolvemos e apresentámos propostas de melhoria operacionais que permitem aumentar a produtividade, mantendo o número de técnicos e diminuindo os custos e os tempos.

Dos processos e sub-processos analisados, distinguimos três, de áreas distintas, pela importância de que se revestem na redução de custos, um, dos tempos, outro, e outro, sobretudo, na melhoria da qualidade dos serviços prestados. A melhoria destes processos permitirá aumentar a eficiência da biblioteca.

Melhorar a eficiência do sub-processo “Renovar assinatura de periódicos” através do cancelamento da assinatura de 38 títulos em suporte de papel, disponíveis também electronicamente, dos 41 assinados, significa uma redução de custos directos extremamente expressiva se tivermos em conta que os custos da renovação dos 41 títulos correspondem a cerca de 90% do orçamento anual da biblioteca. A estes custos acrescem outros associados à complexidade do processo (número de actividades, número de actores, número de unidades por onde passa, tempo de duração, etc.) e outros associados à monitorização das assinaturas, bem como ao seu manuseamento, armazenamento e conservação.

Melhorar a eficiência dos sub-processos “Comprar monografias” e “Renovar assinaturas de periódicos”, consegue-se eliminando o actor que desenvolve a actividade “Cabimentar” e que, neste caso, significa uma unidade organizacional - “Contabilidade DCC”, e transferindo a actividade para o Economato (Serviços Centrais). A eliminação do actor conduz à supressão automática de um arquivo em papel, dos processos anuais, mantido pelo mesmo. O processo ganha pela agilização do trabalho (diminuição dos tempos). A eliminação deste “tipo de actor” teria repercussões em todos os departamentos e nos serviços centrais.

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Melhorar a eficiência do sub-processo “Emitir aviso de documentos em atraso de devolução”, por via da emissão automática pelo ALEPH34 de avisos para o leitor, ao invés de ser realizado todas as semanas, manualmente, corresponde a eliminá-lo. Os benefícios da automação são imensos: os avisos são expelidos diariamente, diminuindo o número de documentos não restituídos dentro do prazo (em média 100), bem como o número de pedidos de devolução “urgentes” (quando há outro utilizador interessado no mesmo documento), liberta o funcionário de rotinas morosas (horas). O processo ganha pela diminuição dos tempos. O desempenho da biblioteca optimiza e os utilizadores reconhecem-no. Este é um problema que resulta da não existência de um regulamento comum. A automatização do processo, a acontecer, ocorreria simultaneamente em todas as bibliotecas.

De notar que todos os processos identificados, resultantes da auto-análise efectuada, podem ser melhorados, e não apenas aqueles relativamente aos quais propomos acções de melhoria.

A melhoria contínua produzida em vários níveis da organização faz da abordagem por processos uma forma eficaz de gerir Bibliotecas rumo à excelência de desempenho.

O trabalho desenvolvido ao nível dos processos, permitiu-nos verificar que a melhoria da qualidade da BCC passava, também, pela melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes, o que significa tornar mais eficaz os recursos existentes. Um exemplo claro disso é o processo “Tratamento técnico documental de bibliografia retrospectiva”, que será eliminado logo que os registos bibliográficos de documentos adquiridos antes de 2005 estejam normalizados no sistema ALEPH.

Como referi anteriormente, esta e outras áreas estão a ser intervencionadas ou vão sê-lo muito em breve. Destacámos e desenvolvemos duas que consideramos prioritárias e exequíveis, com os recursos disponíveis, durante o ano lectivo de 2010/2011: adopção de ferramentas e plataformas Web 2.0 de comunicação e alargamento do horário de funcionamento da Biblioteca. Ambas terão repercussões significativas sobre a qualidade dos serviços prestados.

A adopção de plataformas e ferramentas Web 2.0 de comunicação possibilita à biblioteca comunicar com os seus utilizadores e estes com ela. Este contacto permanente facilita a colaboração, a partilha, a sindicação, a disseminação da informação, e a reutilização de conteúdos produzidos pelos serviços e pelos utilizadores, originando o surgimento de “comunidades online”, que se movimentam e constituem as redes sociais.

A integração no Moodle, infra-estrutura de elearning que suporta a aplicação Aulas na Web, disponível na instituição, de conteúdos (tutoriais de pesquisa, bibliografia, exercícios, etc.) de apoio ao serviço de formação em literacia da informação é uma prioridade.

Outra iniciativa a implementar, neste âmbito e neste ano lectivo, passa pela criação de um blogue, no Facebook ou no Twitter, em constante actualização, por se tratar de uma ferramenta de comunicação essencial ao nível da superabundância de pontos de acesso às fontes de informação.

Também o aproveitamento do espaço da biblioteca através do alargamento do horário de funcionamento, em quatro horas diárias, para o ano lectivo 2010/11, nos

34 Sistema informático de gestão de bibliotecas.

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parece da maior importância e exige do Departamento um custo quase insignificante na contratação de um aluno.

Quando à promoção da infoliteracia na comunidade académica, terceiro eixo prioritário de adaptação das bibliotecas académicas ao novo ambiente de ensino aprendizagem promovido pelo EEES, a análise dos processos internos de trabalho da BCC também nos mostrou que embora a biblioteca desenvolva actividades (formais e informais) de apoio à pesquisa bibliográfica nos recursos de informação disponibilizados, de forma a serem obtidos bons resultados no acesso à informação, esse apoio é insuficiente em termos de abrangência de competências de infoliteracia transmitidas, necessárias para o processo de aprendizagem dos alunos.

Sendo a infoliteracia considerada “uma linha de acção estratégica” fundamental pelas bibliotecas de ensino superior identificámos um conjunto de acções a ser desenvolvidas e implementadas pela BCC, no corrente ano lectivo, e que visam a aquisição de competências de infoliteracia pelos alunos (comunidade DCC) ao longo dos dois ciclos de ensino – graduado e pós-graduado, visto tratar-se de um processo longo e demorado. Para cada acção/serviço a prestar pela Biblioteca, (nomeadamente, Apoio a pesquisas, Recepção aos alunos de graduação – 1º ano, Recepção aos alunos de pós-graduação – 1º ano, e Acções de formação semestrais) foram definidos instrumentos de avaliação e competências de infoliteracia a alcançar por ciclos de estudo.

Consideramos que se trata de uma proposta ambiciosa, por ser simultaneamente aliciante e difícil, devido às limitações existentes em termos de recursos humanos/tempo, pela colaboração necessária com docentes, visto as últimas três acções referidas serem articuladas com os planos curriculares dos cursos (serem intercurriculares), e por requisitarem apoio elearning (Moodle) para disponibilização de conteúdos (tutoriais, exercícios, etc.), plataforma até ao momento não explorada pela biblioteca. Pelo que ficou dito, parece-nos utópico atingir na totalidade ou, plenamente, as sete competências de infoliteracia descritas.

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5 – CONCLUSÕES FINAIS E TRABALHO FUTURO

A partir do exposto, não restam dúvidas que, nos dias de hoje, as instituições de Ensino Superior ocupam um lugar de charneira na sociedade e na economia. “Tudo” ou “quase tudo” depende delas: do desenvolvimento individual ao colectivo, da produção do conhecimento à transferência, passando pela difusão, com implicações na competitividade e produtividade (capacidade de criação de riqueza) das organizações e correspondentes economias, bem como a criação de sinergias com as comunidades onde se inserem. O bem-estar da sociedade depende de uma educação e formação continuada, que se quer nada menos que excelente, sobretudo no que aos domínios científico e tecnológico diz respeito, e da integração de toda a população neste sistema, com reflexos ao nível da mobilidade profissional e da empregabilidade.

Aos desafios que são lançados às instituições de Ensino Superior pela economia e pela sociedade, juntam-se os desafios lançados pela política educativa (Declaração de Bolonha, …) que surgem em resposta aos primeiros.

As universidades debatem-se com os constrangimentos financeiros, a internacionalização, a cooperação transnacional, a avaliação das universidades, a massificação do acesso à universidade, a heterogeneidade de públicos, a diminuição do número de alunos no nível de formação inicial, o crescimento do número de alunos que frequentam níveis avançados de formação, o ensino à distância, a interacção universidade-empresa, etc.

Para fazer face a este ambiente diversificado, vasto e exigente, em constante mudança e transformação, a Comunidade Europeia lança mão de novas políticas educativas (Processo de Bolonha) com vista à criação e desenvolvimento de um Espaço Europeu de Ensino Superior. Uniformizam-se os graus de ensino através da organização do percurso académico em dois ciclos de ensino (graduação e pós-graduação), baseado num sistema de créditos acumuláveis e transferíveis entre estabelecimentos de ensino e países (ECTS) que permite uma maior mobilidade no espaço europeu de professores e estudantes, igualam-se formações equivalentes adquiridas em países distintos (cooperação na elaboração e a integração de programas de ensino), garante-se a qualidade mediante orientações comuns relativas à avaliação do ensino, acreditação de habilitações profissionais, certificação de habilitações académicas e metodologias de ensino e de estudo (mudança de ênfase do ensino para a aprendizagem, da educação para a formação, a aprendizagem ao longo da vida).

O sucesso da universidade depende da sua capacidade de se compatibilizar e adequar a este macro-ambiente participando no processo de inovação de forma activa.

As universidades querem mudar e estão a mudar, tendo vindo a desenvolver estratégias inovadoras e reorganizações estruturais as quais se consubstanciam na criação de novos modelos de gestão organizacionais que apresentam um novo ambiente, novas finalidades e um novo modelo de ensino-aprendizagem.

O exercício de aprendizagem contínua que realizam origina novos públicos e oportunidades. A formação ao longo da vida interliga com as formações iniciais, ambas interactuam com a investigação, com as empresas e com as inovações tecnológicas, tirando proveito das NTIC e do ensino à distância ou misto.

São precisamente as ferramentas disponibilizadas pelas NTIC, mais especificamente pela Web 2.0 (blogues, sistemas de sindicação/agregação de

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conteúdos, wikis, sistemas de bookmarketing social, tecnologias de streaming media, aplicações de troca de mensagens instantâneas, redes sociais, etc.), que permitem afirmar a presença das bibliotecas no processo de formação, aprendizagem e investigação das instituições de ensino superior através da identificação (selecção, subscrição) e/ou do desenvolvimento e disponibilização de conteúdos, serviços, recursos e sistemas acessíveis nas várias plataformas online usadas pelos utilizadores, quando necessário e para um púbico cada vez em maior número.

Para além de disseminarem a informação, as NTIC facilitam a aprendizagem e o aproveitamento do conhecimento dos utilizadores no uso que fazem dos sistemas disponíveis, contribuindo para que as bibliotecas e os seus púbicos comuniquem, colaborem e contribuam para construção de comunidades online (baseia-se no fundamento das bibliotecas como serviço comunitário).

O utilizador assume o papel de mediador informacional. Além de consumir, gera e gere conteúdos. Do mesmo modo, o especialista em ciência de computadores emerge e condiciona pelo trabalho que desenvolve (controla o processo tecnológico e a fixação no software dos metadados). Ambos passam a partilhar com o bibliotecário (selecciona conteúdos, elabora metadados, apoia o utilizador a capturar os conteúdos que necessita, etc.) o papel de mediadores informacionais.

Desenvolve-se um processo colaborativo e interactivo que confronta sistematicamente mediações interventivas, diferentes, coexistentes e complementares que podem ser institucionais, colectivas, pessoais, anónimas, etc. Esta pluralidade de mediações efectiva-se através de interacções que ocorrem durante os processos de produção/recolha, organização e promoção do acesso à informação e processa-se de forma dispersa, no ciberespaço, contribuindo para o alargamento e renovação da biblioteca digital.

A função central da biblioteca de ensino superior exerce-se ao nível da mediação de conteúdos e já não, exclusivamente, pela mediação de colecções. Os serviços de acesso impõem-se e são cada vez mais personalizados/customizados, centrados no utilizador e estão em constante evolução, na procura de novos conteúdos e modos de permitir que os utilizadores procurem, encontrem, compreendam, avaliem e utilizem a informação.

O formato operacional das estruturas tradicionais das bibliotecas ajusta-se às novas tarefas. À gestão assente na divisão funcional contrapõe-se uma estrutura mais simples, caracterizada pela desespecialização dos profissionais de informação a quem se exige maior flexibilidade e versatilidade, e a aquisição e aplicação de novas qualificações e competências adequadas aos propósitos das organizações em que se inserem. Também a centralização veio tornar mais flexível uma estrutura tradicionalmente rígida.

A introdução das NTIC e a política educativa da Comunidade Europeia funcionam como motores propulsores de mudança da estrutura, gestão e cultura organizacional, trazendo novas formas (metodologias de trabalho) de trabalhar aos estudantes, aos professores e aos bibliotecários e, por conseguinte, novos processos de trabalho, levando a um acréscimo de eficiência nos serviços prestados e à rentabilização dos recursos existentes. A gestão da qualidade prefigura-se como uma estratégia eficaz para fazer face ao actual contexto de contenção de despesas, avaliação de desempenho da administração pública e valorização social dos serviços públicos, nomeadamente das bibliotecas.

Os estudantes passam a liderar o seu processo de aprendizagem. Alteram o seu modo de estudar e aprender tornando-se cada vez mais autónomos. O professor

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orienta os estudantes neste processo. É o guia que os acompanha na análise do objecto proposto e lhes coloca desafios inovadores e de resposta aberta, que os ajuda a formar grupos de trabalho, etc.

O ensino baseado na autonomia/responsabilização das aprendizagens pelos próprios alunos (passa-se de ensino centrado no professor e nas salas de aula para ensino centrado no aluno, colaborativo, reforçado pelas ferramentas de Web 2.0), implica que haja uma adaptação da parte das bibliotecas quanto à disponibilização de espaço (web e físico), horários de funcionamento alargados, equipamentos, corpo técnico em permanente actualização, serviço de referência personalizado, diferentes abordagens e conteúdos adequados disponíveis em diferentes formatos, plataformas e canais, formação para a literacia da informação, etc. As bibliotecas transformam-se num centro de aprendizagem cada vez mais procurado pelos estudantes35 e os bibliotecários são “chamados” a dinamizar projectos de literacia.

Os bibliotecários, tendo sempre presente que as necessidades dos utilizadores, a gestão do conhecimento (recursos, serviços prestados, processos de trabalho internos, etc.) e a formação são missões centrais das bibliotecas universitárias, munem-se de instrumentos que lhe são caros (inquéritos, entrevistas) na procura de conhecer a linguagem dos utilizadores, os seus hábitos de pesquisa e as ferramentas que utilizam, de modo a ajudarem-nos a adquirir percepção do que não sabem. Com base nesses dados desenvolvem acções de formação nas competências de localização, pesquisa, obtenção, avaliação, comunicação e uso de informação científica, no domínio da biblioteca, numa relação directa com conteúdos disciplinares específicos, em colaboração com os docentes.

Os diplomados pelas Instituições de Ensino Superior adquirem durante a sua formação conhecimentos e competências que lhes permitem desenvolver o pensamento crítico e que os habilitam a trabalhar em contextos multidisciplinares e multiculturais, ser empreendedores, literatos (competências informação e de auto-aprendizagem) e aprender ao longo da vida.

Ensinar literacia da informação é contribuir para dar à biblioteca universitária um papel mais relevante enquanto agente de suporte da qualidade do ensino.

Quer como recurso informativo, quer com recurso formativo, a Web tem para as bibliotecas uma importância vital. Só fazendo uso das ferramentas que disponibiliza é possível responder adequadamente aos desafios de integração e convergência dos serviços disponibilizados pelas bibliotecas com as necessidades dos alunos e a acção dos docentes. As bibliotecas de ensino superior têm que explorar, de forma eficaz, as ferramentas e sistemas disponíveis, para desta forma criarem serviços de valor acrescentado ao processo de ensino-aprendizagem. É na aplicação de tecnologias multimédia, participativas e interactivas, às colecções bibliográficas e serviços sedeados na Web, que se faz a Biblioteca 2.0.

Presentemente, aqueles que procuram conhecimento possuem uma infinidade de opções. As bibliotecas que não correspondem às suas expectativas em termos de descoberta de conteúdos, facilidade de utilização, velocidade de resposta, ubiquidade, interactividade, flexibilidade, são postas em segundo plano, a favor de outras fontes de informação.

35 As universidades nacionais e estrangeiras que já adoptaram a Declaração de Bolonha reconhecem o aumento significativo do uso das suas bibliotecas (Lage, 2009).

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Os bibliotecários vêem o novo modelo de ensino-aprendizagem promovido pelo EEES como uma oportunidade de melhor se posicionarem na Universidade, ao contribuírem decisivamente para os processos de formação, aprendizagem e investigação que aí têm lugar. Enquanto componente fundamental, trabalham para que as suas competências, capacidades e conhecimentos sejam reconhecidos pelos professores, pelos conselhos directivos, pelos presidentes das faculdades. A todos cabe asseverar o novo papel das bibliotecas.

A biblioteca precisa de ser uma organização de aprendizagem. Uma organização capaz de adaptar/desenvolver mecanismos que facilitem a inovação, enquanto entidade habilitada a criar, adquirir e transferir conhecimento (cultural, científico e técnico) adequado aos novos desafios de ensino, formação e desenvolvimento, modificando o seu comportamento para reflectir novas visões e conhecimentos. Os bibliotecários agem como agentes de aprendizagem para a biblioteca. Respondem a mudanças nos ambientes internos e externos, desenvolvendo processos de mudança organizacional com o objectivo de ser atingida a excelência.

Posto isto, não nos restam dúvidas que a adaptação das bibliotecas universitárias ao novo ambiente de ensino-aprendizagem fomentado pelo EEES, passa por melhorar a eficiência dos processos de trabalho internos, melhorar a qualidade dos serviços prestados aos utilizadores e promover activamente a infoliteracia na comunidade académica.

Melhorar a qualidade da Biblioteca de Ciência de Computadores, serviço alvo de estudo neste trabalho, passa precisamente por intervir nestas áreas.

Dos três eixos preferenciais considerou-se começar pelos processos de trabalho (identificação, levantamento e modelação) da Biblioteca, tendo sido elaborado um modelo de referência que nos proporcionou uma compreensão do seu funcionamento e permitiu que reflectíssemos sobre os modos como podia ser melhorada.

A abordagem por processos facultou-nos os pontos fortes e fracos que caracterizam a BCC, que caracterizam as unidades com que se cruza, nos pontos em que se tocam, e permitiu-nos identificar processos a melhorar. Identificados os processos, desenvolvemos e apresentámos propostas de melhoria operacionais que permitem aumentar a produtividade, mantendo o número de técnicos e diminuindo os custos e os tempos.

Dos processos e sub-processos analisados, demos preferência a três, de áreas distintas, pela importância de que se revestem na redução de custos, um, – “Renovar assinatura de periódicos” cuja eficiência é conseguida através do cancelamento da assinatura de 38 títulos em suporte de papel, disponíveis, também, electronicamente, de um total de 41 títulos assinados; dos tempos, outros, – “Comprar monografias” e “Renovar assinaturas de periódicos” cuja eficiência é conseguida eliminando o actor que desenvolve a actividade “Cabimentar” e que corresponde a uma unidade organizacional. A eliminação deste “tipo de actor” teria repercussões em todos os departamentos (todos dispõem de um) e nos serviços centrais; outro ainda, sobretudo, na melhoria da qualidade dos serviços prestados – “Emitir aviso de documentos em atraso de devolução” cuja eficiência é alcançada por via da emissão automática pelo ALEPH36 de avisos para o leitor, ao invés da emissão manual realizada semanalmente pela funcionária. Esta situação problemática resulta da não existência de um regulamento comum ao conjunto de bibliotecas da FCUP. A automatização do processo, a acontecer, ocorreria simultaneamente em todas as bibliotecas. A optimização destes processos permite aumentar a eficiência da biblioteca ao minimizar 36 Sistema informático de gestão de bibliotecas.

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a utilização de recursos ou produzindo um melhor desempenho usando os mesmos recursos.

De notar que todos os processos identificados, resultantes da auto-análise efectuada, podem ser melhorados, e não apenas aqueles relativamente aos quais propomos acções de melhoria. Esse trabalho será realizado numa próxima oportunidade.

O trabalho desenvolvido ao nível dos processos, permitiu-nos verificar que a melhoria da qualidade da BCC passa, também, pela melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes, o que significa tornar mais eficaz os recursos existentes. Um exemplo claro disso é o processo - “Tratamento técnico documental de bibliografia retrospectiva” - que será eliminado, logo que os registos bibliográficos de documentos adquiridos antes de 2005 estejam normalizados, no sistema ALEPH.

Destacámos e desenvolvemos duas áreas que vão ser intervencionadas muito em breve e que consideramos prioritárias e exequíveis, com os recursos de que dispomos, durante o ano lectivo de 2010/2011: a adopção de ferramentas e plataformas Web 2.0 de comunicação, e o alargamento do horário de funcionamento da Biblioteca. Ambos com repercussões significativas sobre a qualidade dos serviços prestados.

A integração no Moodle, infra-estrutura de elearning que suporta a aplicação Aulas na Web, disponível na instituição, de conteúdos (tutoriais de pesquisa, bibliografia, exercícios, etc.) de apoio aos serviços de formação em literacia da informação é uma prioridade.

Outra iniciativa a implementar, neste âmbito e neste ano lectivo, passa pela criação de um blogue no Facebook ou no Twitter, em constante actualização, por se tratar de uma ferramenta de comunicação essencial para a biblioteca e respectivos públicos, permitindo a disseminação da informação, a colaboração, a partilha, a reutilização de conteúdos produzidos pelos serviços e pelos utilizadores, etc.

Também o aproveitamento do espaço da biblioteca através do alargamento do horário de funcionamento, em quatro horas diárias, para o ano lectivo 2010/11, nos parece da maior importância e exige do Departamento um custo quase insignificante na contratação de um aluno.

Quanto à promoção da infoliteracia na comunidade académica, terceiro eixo prioritário de adaptação das bibliotecas académicas ao novo ambiente de ensino aprendizagem, a análise dos processos internos de trabalho da BCC também nos mostrou que embora a biblioteca desenvolva actividades (formais e informais) de apoio à pesquisa bibliográfica nos recursos de informação disponibilizados, de forma a serem obtidos bons resultados no acesso à informação, esse apoio é insuficiente em termos de abrangência de competências de infoliteracia transmitidas, necessárias para o processo de aprendizagem dos alunos.

Sendo a infoliteracia considerada “uma linha de acção estratégica” fundamental pelas bibliotecas de ensino superior, identificámos um conjunto de acções a ser desenvolvidas e implementadas pela BCC, no corrente ano lectivo, e que visam a aquisição de competências específicas de infoliteracia pelos alunos do DCC, ao longo dos dois ciclos de ensino – graduado e pós-graduado, visto tratar-se de um processo longo e demorado. Para cada oferta formativa a prestar pela Biblioteca (nomeadamente, Apoio a Pesquisas, Recepção aos Alunos de Graduação – 1º ano, Recepção aos Alunos de Pós-Graduação – 1º ano e Acções de formação Semestrais)

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foram definidos instrumentos de avaliação e competências de infoliteracia a alcançar por ciclos de estudo.

Consideramos que esta proposta é ambiciosa, por ser simultaneamente aliciante e difícil, devido às limitações existentes em termos de recursos humanos/tempo, pela necessária colaboração com docentes, visto as últimas três acções referidas serem articuladas com os planos curriculares dos cursos, e por requisitarem apoio elearning (Moodle) para disponibilização de conteúdos (tutoriais, exercícios, etc.), plataforma até ao momento não explorada pela biblioteca. Pelo que ficou dito, parece-nos utópico atingir na totalidade ou plenamente as sete competências de infoliteracia descritas na Parte 3.2 deste trabalho. Contudo, isso não nos deve impedir de continuar em frente, de continuar a melhorar.

Tendo sempre presente as expectativas dos utilizadores relativamente à actuação da biblioteca de ensino superior em termos de descoberta de conteúdos, facilidade de utilização e velocidade de resposta, podemos afirmar que a melhoria contínua produzida em vários níveis da organização (através da análise de processos) é uma forma eficaz de conduzir a biblioteca rumo à excelência do desempenho.

Finalizamos, na expectativa que futuramente este trabalho seja continuado no terreno, na futura Biblioteca da FCUP, permitindo que a experiência adquirida seja alargada ao conjunto da Faculdade, na certeza de que, por agora, as acções referidas vão ser aplicadas à comunidade DCC.

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7. ANEXOS 7.1 – Mapeamento dos processos de trabalho da BCC 7.2 – Identificação dos processos de trabalho da BCC 7.3 – Modelação dos processos de trabalho da BCC 7.4 – Mapeamento das ofertas formativas da BCC 7.5 – Matriz das ofertas formativas da BCC 7.6 – Lista de figuras 7.7 – Lista de tabelas

82

Tabela 4: 7.1 - Mapeamento dos processos de trabalho internos da BCC Neste anexo é apresentado um mapa dos processos de trabalho da BCC, elaborado a partir da identificação e levantamento dos mesmos.

O mapa foi efectuado para permitir uma visão de conjunto. Identifica os objectos a que se aplica ou as actividades principais realizadas pela biblioteca, conforme analisado na Parte 4.2 – Melhorar a eficiência dos processos de trabalho.

Seleccionar e adquirir (compras, ofertas)

Tratar tecnicamente documentos (bibliografia

corrente)

Tratar tecnicamente documentos (bibliografia

retrospectiva

Monitorizar assinaturas periódicos

Difundir informação

Monografias Monografias Monografias

Actualizar

OPAC Web (ALEPH)

Destacar Editar

boletim informativo

Actualizar pag. Web Cartazes

Apoiar pesquisas e recuperação

de informação

Títulos periódicos (renovação assinaturas)

Títulos periódicos (assinaturas)

Introduzir registos

Novas aquisições Elaborar Introduzir

recursos Elaborar Catálogos bibliotecas UPorto

Vol./nº. periódicos

Exemplares (Vol./nº. periódicos)

Recepção de Vol./nº.

Corrigir registos

Livros de apoio ao ensino

Emitir Introduzir conteúdos Imprimir

Recursos electrónicos UPorto

Material de consumo específico para bib.

Reclamação Fundir registos Introduzir

serviços Afixar

Diversos Eliminar registos Renovar

design

Trabalhos académicos

Trabalhos académicos

Trabalhos académicos

Ofertas doc. Ofertas doc. 82

83

Emprestar Fornecer artigos

científicos Arrumar

documentos Formar Planear Avaliar desempenho

Manter (infra-

estruturas) Monitorizar

ALEPH Controlar

assiduidade (Millenim.Net)

Local Pedidos Colocar na prateleira Utilizadores

Elaborar relatório de actividades

Colaboradores Preservação e conservação do acervo

Detectar problemas Colaboradores

Domiciliário Fornecidos Ajustar acervo (ao espaço) Colaboradores Actualizar

regulamento Equipamentos Reportar problemas

Interbibliotecas Reestruturar e ampliar sinalética

Instalações

Interbibliotecas UPorto

83

84

7.2 Identificação dos processos de trabalho internos da BCC Neste anexo é apresentado o resultado do levantamento dos processos de trabalho internos da Biblioteca. O levantamento foi efectuado com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre os processos e permitir identificar oportunidades de melhoria, conforme analisado na Parte 4.2 – Melhorar a eficiência dos processos de trabalho. Os processos analisados foram os seguintes: 1- Seleccionar e adquirir documentos 2-Tratar tecnicamente documentos de bibliografia corrente 3-Tratar tecnicamente documentos de bibliografia retrospectiva 4- Monitorizar assinaturas de periódicos 5- Difundir informação 6- Apoiar a realização de pesquisas nos recursos de informação disponíveis 7- Emprestar documentos 8- Fornecer artigos científicos 9- Ajustar o acervo documental ao espaço – reestruturar e ampliar a sinalética da sala

de leitura 10- Formar 11- Actualizar regulamento da biblioteca 12- Elaborar relatório de actividades 13- Avaliar desempenho de funcionários 14- Manter funcionalidade de instalações e equipamentos 15- Monitorizar funcionamento do sistema ALEPH 16- Participar e cooperar em acções desenvolvidas pela BVUP 17- Proceder à manutenção da página web 18- Controlar assiduidade (Millenium.Net) De seguida apresenta-se o levantamento detalhado de cada um desses processos.

Processos Identificados

1. Seleccionar e adquirir documentos

i. Seleccionar monografias i. Accionar anualmente indicação de compra ii. Seleccionar iii. Registar pedido na página web respectiva iv. Recolher pedido v. Verificar existência do documento na biblioteca da FCUP vi. Informar o docente caso o documento exista na biblioteca

j. Comprar monografias

i. Valor <= €1000 (ajuste directo - regime simplificado) 1. Solicitar orçamento 2. Emitir orçamento 3. Validar orçamento 4. Autorizar 5. Cabimentar e imputar verba para pagamento do total da

compra (software GESTOR-GEDI) 6. Encomendar

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7. Validar factura e documento 8. Atribuir número de registo ao documento 9. Carimbar factura 10. Fotocopiar factura 11. Arquivar fotocópias documentos 12. Lançar valor da factura no Gestor (abater ao valor total) 13. Efectuar pagamento 14. Emitir recibo 15. Receber, fotocopiar e remeter recibo 16. Arquivar fotocópias documentos 17. Arquivar documentos originais

ii. Valor > €1000 < €5001 (ajuste directo – regime simplificado) 1. Solicitar orçamento 2. Emitir orçamento 3. Validar orçamento 4. Cabimentar e imputar verba para pagamento total da

compra (software GESTOR-GEDI) 5. Pedir autorização ao Director da FCUP para efectuar a

encomenda (anexar proposta do Gestor e orçamento) 6. Assinar pedido 7. Autorizar 8. Registar autorização no Gestor 9. Encomendar 10. Validar factura e documento 11. Atribuir número de registo ao documento 12. Carimbar factura 13. Fotocopiar factura 14. Arquivar fotocópias dos documentos 15. Entregar factura à contabilista do DCC 16. Lançar valor da factura no Gestor (abate ao valor total) 17. Efectuar pagamento 18. Emitir recibo 19. Fotocopiar recibo 20. Arquivar fotocópias dos documentos 21. Arquivar documentos

k. Renovar assinaturas de periódicos

i. <= €1000 1. Accionar anualmente indicação de renovação 2. Solicitar factura 3. Emitir factura 4. Validar factura 5. Autorizar 6. Elaborar proposta de despesa no Gestor 7. Solicitar pagamento sobre o estrangeiro

a. Elaborar ofício b. Preencher formulário “DSF-Teso-Mod5” c. Preencher “Comunidade Europeia Formulário N” d. Anexar proposta do Gestor e orçamento

8. Assinar documentos (autorizar) 9. Receber pedido de pagamento 10. Autorizar

a. Transferência bancária i. Transferir montante

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ii. Emitir comprovativo iii. Processar despesa no Gestor

b. Emissão de cheque i. Emitir cheque ii. Receber e remeter cheque iii. Registar cheque no Gestor iv. Elaborar ofício e remeter ofício e cheque v. Fotocopiar documentos vi. Entregar fotocópias documentos vii. Solicitar recibo viii. Emitir recibo ix. Validar recibo x. Fotocopiar recibo xi. Arquivar fotocópias dos documentos xii. Remeter recibo xiii. Arquivar documentos

ii. > €1001 < €5001

1. O mesmo procedimento que até ao valor de €1000, acrescido do pedido de autorização de aquisição ao Director da Faculdade (pelo facto de não haver delegação de competências aos Presidentes dos Departamentos para valores acima de €1000)

iii. > €5000 < €75001 (por fornecedor/3 anos) (ajuste directo – regime

geral) 1. Accionar anualmente indicação de renovação 2. Solicitar orçamento 3. Emitir orçamento 4. Validar orçamento 5. Elaborar proposta de despesa no Gestor 6. Pedir abertura de procedimentos

a. Elaborar ofício b. Elaborar e anexar justificação do pedido de

aquisição 7. Assinar ofício 8. Verificar conta corrente do fornecedor 9. Autorizar abertura de procedimento 10. Executar caderno de encargos 11. Solicitar factura 12. Emitir factura 13. Validar factura 14. Elaborar ofício 15. Preencher formulário “DSF-Teso-Mod5” 16. Preencher “Comunidade Europeia Formulário N” 17. Fotocopiar documentos 18. Entregar fotocópias 19. Remeter documentos 20. Processar pagamento – transferência bancária (hipótese)

a. Transferir montante b. Emitir comprovativo c. Solicitar recibo d. Emitir recibo e. Validar recibo f. Fotocopiar recibo

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g. Arquivar fotocópias dos documentos h. Entregar recibo i. Enviar recibo j. Arquivar documentos

21. Processar pagamento – emissão de cheque (hipótese) a. Emitir cheque b. Receber cheque c. Elaborar ofício e remeter ofício e cheque d. Fotocopiar documentos e. Entregar fotocópias f. Solicitar recibo g. Emitir recibo h. Validar recibo i. Fotocopiar recibo j. Arquivar fotocópias dos documentos k. Entregar recibo l. Remeter recibo m. Arquivar documentos

l. Comprar cópias de volumes ou números de periódicos

(procedimento idêntico ao das monografias) i. Comprar volumes ou números que não foram recebidos durante

o prazo da assinatura ou que faltam (perderam-se) na colecção

m. Comprar material de consumo específico para bibliotecas (material normalizado). Valor <= €1000

i. Solicitar orçamento ii. Emitir orçamento iii. Autorizar compra iv. Solicitar registo no Gestor v. Registar no Gestor (cabimentar e imputar)

vi. Encomendar vii. Validar factura e produto viii. Fotocopiar factura ix. Arquivar fotocópia x. Entregar factura xi. Registar no Gestor xii. Efectuar pagamento xiii. Emitir recibo xiv. Arquivar recibo

n. Comprar senhas de autocarro, … (fundo de maneio; utilizado

excepcionalmente; aquisições valor <= €1000) i. Solicitar autorização despesa ii. Autorizar iii. Comprar iv. Entregar recibo (venda a dinheiro) v. Registar em mapa auxiliar vi. Enviar recibo à DSFP com mapa auxiliar vii. Registar recibo no Gestor viii. Arquivar recibo ix. Receber reembolso

o. Receber documentos produzidos no âmbito das actividades da

Faculdade (emitidos por discentes, docentes, investigadores, instituição)

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i. Verificar o estado geral de conservação do documento

p. Receber documentos oferecidos i. Verificar o estado geral de conservação do documento ii. Confirmar número de exemplares iii. Agradecer

2. Tratar tecnicamente documentos de bibliografia corrente. Suporte

informático – base de dados ALEPH

a. Monografias, trabalhos académicos (teses, dissertações, relatórios de estágio, etc.)

i. Tratamento preliminar 1. Carimbar 2. Registar 3. Etiquetar (aplicar etiqueta de código de barras e protecção

plástica) 4. Magnetizar (aplicar tira magnética)

ii. Verificar existência de outro exemplar ou exemplares na base de dados colectiva – registos de outras sub-bibliotecas

iii. Pesquisar documento no catálogo público em linha da Biblioteca do Congresso (função - esclarecer dúvidas)

iv. Tratamento técnico – Não existe registo bibliográfico (documento novo na base)

1. Criar novo registo bibliográfico (Módulo de Catalogação / a partir ou não de template)

a. Catalogar b. Classificar c. Indexar

2. Criar novo registo exemplar (administrativo) a. Definir estatuto de exemplar b. Definir cota

3. Imprimir e aplicar etiqueta de cota 4. Arrumar

v. Tratamento técnico – Existe registo bibliográfico correcto (documento/registo de outra sub-biblioteca)

1. Criar novo registo de exemplar (adicionar ao registo bibliográfico existente)

a. Definir estatuto de exemplar b. Definir cota

2. Imprimir e aplicar etiqueta de cota 3. Arrumar

vi. Tratamento técnico – Existe registo bibliográfico incorrecto (documento/registo de outra sub-biblioteca)

1. Criar novo registo bibliográfico a. …

2. Criar novo registo de exemplar a. …

b. Periódicos i. Título existente (actualizar existências)

1. Tratamento de exemplar (fascículo) a. Tratamento preliminar

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i. Verificar o estado geral de conservação do documento

ii. Carimbar iii. Datar iv. Etiquetar (aplicar etiqueta de código de

barras) v. Magnetizar

b. Tratamento técnico i. Registar a chegada de exemplar

c. Arrumar ii. Título novo

1. Tratamento preliminar a. Verificar o estado geral de conservação do

documento b. Carimbar c. Datar d. Etiquetar (aplicar etiqueta de código de barras) e. Magnetizar

2. Sistema ALEPH 18 a. Definir fornecedores (módulo de

aquisições/periódicos) b. Tratamento técnico (módulo catalogação)

i. Criar novo registo bibliográfico c. Parametrizar periódico (módulo

aquisições/periódicos) i. Registar informação sobre cada

assinatura (sub-biblioteca, fornecedor, datas de subscrição)

ii. Definir perfil de periodicidade d. Registar a chegada de exemplares e. Arrumar

iii. Título modificado (modificar informação -mudança de título) 1. Tratamento técnico

a. Criar novo registo bibliográfico i. Ligar registos (campo 520)

b. Criar novo registo de exemplar i. …

3. Tratar tecnicamente documentos de bibliografia retrospectiva.

Suporte informático – base de dados ALEPH (catálogo colectivo FCUP) a. Tratar tecnicamente monografias, trabalhos académicos (teses,

dissertações, relatórios de estágio, etc.) i. Pesquisar existência de registos bibliográficos das sub-

bibliotecas da FCUP 1. Não existe (documento não tratado/sem registo bibliográfico)

a. Criar registos bibliográficos e exemplar i. Procedimento idêntico ao da bibliografia

corrente 2. Existe um registo da sub-biblioteca DCC (documento

tratado/registo bibliográfico e exemplar) a. Corrigir registo bibliográfico

i. Corrigir catalogação ii. Classificar iii. Indexar

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b. Corrigir registo exemplar c. Imprimir e aplicar etiqueta de cota d. Arrumar

3. Existem vários registos da sub-biblioteca DCC (vários documentos tratados/registos bibliográficos e exemplares)

a. Seleccionar e corrigir um registo b. Eliminar registos duplicados – bibliográfico(s) c. Exemplar(es) e administrativo(s)

4. Existem vários registos – um ou mais da sub-biblioteca DCC e um ou mais de outras (vários documentos tratados/ vários registos bibliográficos e exemplares/varias sub-bibliotecas)

a. Existe (pelo menos) um registo correcto de outra sub-biblioteca

i. Eliminar registo(s) duplicado(s) do DCC – bibliográfico, exemplar e administrativo

ii. Criar registo exemplar associado ao registo bibliográfico correcto

iii. Imprimir e aplicar cota iv. Arrumar

4. Monitorizar assinaturas de periódicos

a. Verificar falhas de publicação/recepção de exemplares b. Reclamar exemplares não recebidos (contactar o fornecedor quando um

número não é publicado ou recebido) c. Receber números em falta d. Acusar recepção

5. Difundir informação

a. Disponibilizar o catálogo público em linha actualizado (manter actualizada a base bibliográfica ALEPH)

b. Divulgar/destacar as novas aquisições através da exposição dos documentos em local sinalizado

c. Destacar os livros de apoio ao ensino i. Alterar estatuto do livro

d. Editar boletim informativo (mailing list) (últimas aquisições, novos recursos electrónicos disponíveis, etc.)

e. Disponibilizar informação actualizada na página web da biblioteca (catálogos de bibliotecas, bases de dados de informação científica e técnica e revistas científicas)

f. Elaborar e afixar cartazes g. Atender e apoiar de forma individual e personalizada os utilizadores da

biblioteca no seu processo de pesquisa e recuperação da informação

6. Apoiar a realização de pesquisas nos recursos de informação disponíveis

a. Apoiar o utilizador na pesquisa de informação i. Catálogos das bibliotecas da U.Porto

1. Solicitar apoio 2. Exemplificar estratégias de pesquisa e recuperação de

informação a. Seleccionar biblioteca, sub-biblioteca, multi-

bibliotecas (pesquisa cruzada) b. Pesquisar (avançada, multi-base, …)

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i. Identificar tipologia de documento (ou recurso)

ii. Seleccionar campo(s) iii. Definir expressão de pesquisa (termos e

operadores) c. Visualizar resultados

i. Seleccionar documento ii. Identificar estatuto de exemplar iii. Identificar documentos na estante e

requisitados/data de devolução iv. Identificar cotas

3. Localizar exemplares a. Identificar espaços da biblioteca b. Localizar documento na estante

ii. Recursos electrónicos (bases de dados, periódicos, livros, dissertações, obras de referência)

1. Detectar necessidade de informação/apoio 2. Aceder BV 3. Identificar tipo de recurso 4. Identificar conteúdo 5. Aceder recurso 6. Exemplificar estratégias de pesquisa e recuperação da

informação a. Pesquisar (pesquisa básica/avançada/metapesquisa)

i. Seleccionar campo(s) ii. Definir expressão de pesquisa (termos e

operadores) b. Visualizar resultados de pesquisa c. Visualizar histórico de pesquisas d. Marcar registos para imprimir, enviar por e-mail,

gravar ou exportar e. Criar área pessoal f. Criar alertas

7. Emprestar documentos (módulo de empréstimo)

a. Empréstimo domiciliário i. Emprestar documento

1. Solicitar empréstimo 2. Registar leitor – primeiro empréstimo

a. Criar ou actualizar “informação global do leitor” b. Criar “informação local do leitor”

i. Informação geral ii. Privilégios

c. Adicionar contactos (morada, telefone, e-mail) 3. Processar empréstimo 4. Processar devolução 5. Arrumar

ii. Reservar documento 1. Solicitar reserva 2. Emitir aviso de documento em atraso (se o documento

estiver em atraso de devolução) 3. Processar devolução 4. Informar o leitor (documento disponível para requisição) 5. Processar empréstimo 6. Processar devolução

92

7. Arrumar iii. Renovar empréstimo de documento

1. Solicitar renovação 2. Processar renovação 3. Processar devolução 4. Arrumar

b. Empréstimo interbibliotecas i. Empréstimo interbibliotecas (geral)

1. Requisitar documento a. Solicitar b. Recepcionar pedido c. Pesquisar d. Solicitar empréstimo à biblioteca fornecedora e. Comunicar condições (prazos, taxas associadas,

…) f. Confirmar g. Processar e comunicar empréstimo h. Informar leitor (doc. recebido via correio) i. Levantar j. Processar pagamento k. Devolver l. Processar devolução (doc. recebido via correio) m. Emitir recibo n. Arrumar o. Arquivar documentos

2. Emprestar documento a. Solicitar empréstimo b. Comunicar condições (prazos, taxas associadas,

…) c. Confirmar d. Processar e comunicar empréstimo e. Informar leitor (doc. recebido via correio) f. Levantar g. Processar pagamento h. Devolver i. Processar devolução (doc. recebido via correio) j. Emitir recibo k. Arrumar l. Arquivar documentos

c. Empréstimo interbibliotecas U.Porto i. Requisitar documento

1. Solicitar 2. Pesquisar 3. Solicitar empréstimo 4. Processar e comunicar empréstimo 5. Informar utilizador (doc. recebido via correio interno) 6. Levantar 7. Devolver 8. Processar devolução (doc. recebido via correio interno) 9. Arrumar

ii. Emprestar documento 1. Solicitar empréstimo 2. Processar e comunicar empréstimo 3. Informar utilizador (doc. recebido via correio interno) 4. Levantar

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5. Devolver 6. Processar devolução (doc. recebido via correio interno) 7. Arrumar

d. Documentos em atraso de devolução i. Emitir aviso de documentos em atraso ii. …

8. Fornecer artigos científicos

a. Pedir artigos localizados noutras instituições i. Solicitar artigo ii. Pesquisar artigo

1. Catálogo integrado U.Porto 2. Catálogo FCT-Publicações periódicas 3. …

iii. Solicitar artigo à biblioteca detentora iv. Confirmar existência e informar valor da taxa de serviço

associada v. Informar utilizador vi. Confirmar pedido vii. Receber viii. Informar utilizador ix. Levantar artigo x. Processar pagamento xi. Emitir recibo xii. Arquivar documentos

b. Fornecer i. Solicitar artigo ii. Confirmar existência do artigo e informar valor da taxa de

serviço associada iii. Confirmar pedido iv. Fotocopiar ou digitalizar artigo v. Remeter reprodução vi. Processar pagamento vii. Emitir recibo viii. Arquivar documentos

9. Ajustar o acervo documental ao espaço – reestruturar e ampliar a

sinalética da sala de leitura (documentos arrumados de acordo com critérios pré-estabelecidos - assunto - notações da LCC)

a. Substituir notações alfanuméricas (LCC) e termos que identificam o conteúdo dos documentos

b. Adicionar novas notações e termos c. Modificar o posicionamento dos documentos na estante e prateleira

/efectuar puxadas

10. Formar a. Formar utilizadores

i. Definir critérios de selecção de formandos ii. Identificar as necessidades de formação iii. Definir plano anual de formação (visa melhorar a competência dos

utilizadores no uso dos recursos de informação disponíveis, para que estes adquiram os conhecimentos necessários a uma utilização correcta, funcional e autónoma)

iv. Conceber e organizar acção de formação

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1. Recolher, organizar e analisar a informação a comunicar 2. Definir metodologia de realização da acção (expositiva,

demonstrativa e interactiva) 3. Elaborar instrumentos pedagógicos (powerpoints) 4. Definir o modo/meio dos formandos procederem à

avaliação da qualidade do curso e do formador 5. Definir calendário de realização (datas, tempo de duração) 6. Definir e preparar sala e equipamentos adequados à

modalidade e características da acção v. Ministrar acção de formação

1. Ensinar 2. Fornecer aos formandos os materiais de apoio à

formação vi. Preencher questionários

vii. Avaliar a acção de formação, com base no tratamento dos questionários passados a formandos

b. Formar colaboradores (staff) em contexto de trabalho i. Demonstrar, exemplificando actividades ii. Treinar/executar iii. Monitorizar

11. Actualizar periodicamente o regulamento da biblioteca

a. Adaptar às novas necessidades – novos conteúdos, novas disposições

12. Elaborar relatório de actividades

a. Descrever e avaliar as actividades desenvolvidas num ano, tendo em conta os recursos disponíveis

i. Apresentar dados estatísticos que quantifiquem o desempenho do serviço

b. Definir as actividades prioritárias a desenvolver pelo serviço no ano seguinte

13. Avaliar desempenho de funcionários

a. Avaliar o desempenho dos trabalhadores (SIADAP 3) i. Fases e actividades

1. Auto-avaliação a. Preencher a ficha

2. Avaliação previa a. Preencher as fichas de avaliação do desempenho

3. Harmonização das avaliações de desempenho (reuniões) a. Harmonizar as avaliações b. Validar as propostas de avaliação final de mérito

e excelência 4. Entrevista (entrevistar o avaliado)

a. Analisar a auto-avaliação b. Dar conhecimento ao avaliado da avaliação feita

pelo avaliador c. Estabelecer os objectivos para o ano

5. Homologação a. Homologar as avaliações de desempenho

ordinárias (decidir sobre a avaliação) 6. Comunicação da avaliação

95

a. Comunicar a avaliação 7. Reclamação (eventual)

a. Apresentar reclamação (contestar a classificação atribuída)

b. Decidir sobre a reclamação (decisão final)

14. Manter/melhorar funcionalidade de instalações e equipamentos (recursos)

a. Verificar funcionamento b. Reportar problema - solicitar arranjo /substituição c. Arranjar/substituir d. Verificar necessidade e. Solicitar orçamento f. …

15. Monitorizar o sistema de informação – ALEPH

a. Detectar problemas técnicos b. Reportar / solicitar intervenção técnica c. Resolver ou não os problemas

16. Cooperar e participar em acções desenvolvidas pela BVUP

a. Responder a inquéritos b. Comunicar informações c. Participar em reuniões de bibliotecários d. Participar em acções de formação

17. Proceder à manutenção da página web

a. Recursos / informação i. Investigar / Receber / Elaborar ii. Analisar iii. Seleccionar iv. Introduzir / substituir /eliminar

18. Controlar assiduidade (Millenium.Net)

a. Picar ponto b. Introduzir justificações e regularizações de ausências c. Apresentar comprovativos d. Validar e. Remeter comprovativos para SARH (Serviços Académicos e Recursos

Humanos) f. Arquivar documentos

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Figura 3: 7.3 – Modelação dos processos de trabalho da BCC Neste anexo é apresentado um fluxograma de um dos sub-processos de trabalho internos da Biblioteca. O fluxograma visa facilitar a compreensão. O exemplo que apresentamos é o sub-processo “Seleccionar monografias” (1.a.) do processo número 1 – “Seleccionar e adquirir documentos”.

Existência do documento na biblioteca da FCUP?

N

Accionar anualmenteindicação de compra

Recolherpedido

Seleccionar monografias

Serviços da Docentes Biblioteca

SeleccionarMonografias

Registar pedidona pagina Web respectiva

Comprar Monografias

InformarDocente

S

Reiterar pedido decompra?

S

N

Fim

97

Tabela 5: 7.4 Mapeamento das ofertas formativas a prestar pela Biblioteca, instrumentos de avaliação e competências de infoliteracia por ciclos de ensino

Ofertas formativas Níveis extracurricular e intercurricular

Ciclo Designação Instrumentos de avaliação

Competências de

infoliteracia Competências a adquirir no

1º Ciclo Competências a adquirir no

2º Ciclo Competências a adquirir no

3º Ciclo

1º 1º a 3º

Recepção aos alunos de graduação do 1º ano. Apoio a Pesquisas.

Descrição de estratégias de pesquisa para resolução de um dado problema.

1. Reconhecer a necessidade de informação

Admitir a indispensabilidade de informação para apoio nas actividades escolares; Identificar problemas que requerem informação para serem solucionados; Conseguir solicitar apoio à Biblioteca.

Admitir a indispensabilidade de usar diversos recursos de informação de reconhecida qualidade, para apoio nos trabalhos das actividades escolares.

Admitir a indispensabilidade de usar recursos de informação de qualidade para apoio à investigação; Compreender a indispensabilidade de interacção com a Biblioteca de modo a garantir o acesso a recursos de qualidade.

1º 2º e 3º 1º a 3º

Recepção aos alunos de graduação do 1º ano. Recepção aos alunos de pós-graduação do 1º ano. Apoio a Pesquisas

1º Ciclo - Teste de escolha múltipla; trabalho prático escrito. Atribuição de certificado de participação com classificação obtida. 2º Ciclo - Bibliografia de um trabalho; teste de escolha múltipla; proposta de um artigo de investigação; apresentação da revisão da literatura da dissertação. Atribuição de certificado de participação com classificação obtida. 3º Ciclo - Bibliografia anotada de um trabalho; proposta de um artigo de investigação; apresentação da revisão de literatura da tese. Atribuição de certificado de participação com classificação obtida.

2. Seleccionar as fontes de informação

Reconhecer as principais fontes de informação no contexto da FCUP (recursos da Biblioteca, materiais de apoio aos cursos, referências bibliográficas das disciplinas); Reconhecer as classes genéricas de fontes de informação, como sejam as obras de referência, periódicos, dissertações/teses e recursos da Internet; Reconhecer os diferentes tipos de documentos disponíveis através do catálogo; Reconhecer os diferentes recursos e tipos de documentos acessíveis através do Portal da BV: bases de dados (bibliográficos e texto integra), e-journals, ebooks e teses; Perceber a correspondência das fontes de informação com a solução de determinados problemas de informação.

Reconhecer diferenças entre as várias fontes de informação e escolher as mais apropriadas à resolução de um dado problema de informação; Ter conhecimento das principais bases bibliográficas para a área de Ciência de Computadores; Entender o que são periódicos científicos e o importante papel que desempenham no contexto académico; Entender o que é um relatório técnico, qual a sua função, que elementos o compõem e como se estruturam.

Reconhecer as fontes de informação adequadas à área de investigação respectiva; Utilizar intrumentos bibliométricos para reconhecer fontes de informação com relevância numa área específica de investigação; Examinar as características da literatura de um domínio específico, identificando indivíduos ou grupos que pertencem a essa área; Examinar os modos como esses indivíduos ou grupos combinam os conteúdos recuperados nas fontes de informação com pensamento original e produzem conhecimento; Realizar um trabalho de investigação que utilize as fontes de informação mais relevantes para o estudo. 97

98

Ofertas formativas Níveis extracurricular e intercurricular

Ciclo Designação Instrumentos de avaliação

Competências de

infoliteracia 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

1º 2º e 3º 1º a 3º

Recepção aos alunos de graduação do 1º ano. Recepção aos alunos de pós-graduação do 1º ano. Apoio a Pesquisas

Idem

3. Construir estratégias de pesquisa para localizar a informação

Saber utilizar campos de pesquisa como autor, título e assunto; Identificar a informação contida num registo bibliográfico; Empregar adequadamente as opções de pesquisa disponíveis no catálogo na procura de diversos tipos de documentos; Saber as condições de acesso e de pesquisa dos recursos disponíveis através do portal da Biblioteca Virtual (BV); Ante um dado problema de informação, efectuar uma pesquisa em múltiplas fontes.

Reconhecer e utilizar as técnicas de pesquisa mais apropriadas aos recursos de informação utilizados; Entender a importância de identificar palavras-chave, sinónimos e termos relacionados com a informação de que necessita; Escolher palavras-chave adequadas para encontrar informação de um tema particular e combiná-las usando os operadores booleanos; Identificar os problemas causados por muita ou pouca informação e saber agir conforme a situação; Conhecer as estratégias de pesquisa dos principais recursos de informação disponibilizados pela BV, com destaque para os da área de Ciência de Computadores; Realizar uma pesquisa integrada nos recursos de informação disponibilizados pela BV.

Distinguir quando devem ser efectuadas pesquisas avançadas nos interfaces originários das bases de dados ou pesquisas integradas; Elaborar expressões de pesquisa identificando conceitos chave e termos que identifiquem a informação a aceder; Reconhecer diferentes terminologias e formas de escrita; Elaborar expressões de pesquisa diferenciadas, utilizando operadores e vocabulário controlado.

Recepção aos alunos de graduação do 1º ano.

4. Localizar e aceder à informação

Entender a diferença de conteúdo de documentos de diversos tipos (livros, periódicos, teses, obras de referência); Conhecer as estratégias de pesquisa exequíveis no catálogo; Saber localizar um determinado item, depois de efectuar uma pesquisa no catálogo ou numa base de dados; Saber localizar os recursos electrónicos no portal da BV a partir do website da Biblioteca (e-journals, e-books, bases de dados, obras de referência, etc.); Localizar materiais nas diferentes colecções da Biblioteca de forma

Escolher no portal da BV, a partir do website da Biblioteca, os recursos electrónicos da área de Ciência de Computadores); Utilizar palavras-chave, operadores booleanos, proximidade e truncatura para identificar informação útil; Pesquisar periódicos no website verificando o acesso em função das subscrições existentes; Utilizar a funcionalidade de pesquisa Integrada da Biblioteca Virtual; Conhecer repositórios de acesso livre e os sistemas que permitem neles pesquisar.

Conseguir pesquisar e aceder a diversos tipos de publicações em diversos formatos; Saber como aceder a materiais não existentes na Biblioteca (empréstimo interbibliotecas – UP e externo); Conseguir utilizar os serviços de alertas e RSS feeds dos sistemas de pesquisa da Biblioteca, da BV, browsers e serviços gratuitos.

98

99

Ofertas formativas Níveis extracurricular e intercurricular

Ciclo Designação Instrumentos de avaliação

Competências de

infoliteracia 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

(Cont.) 2º e 3º 1º a 3º

Recepção aos alunos de pós-graduação do 1º ano Apoio a Pesquisas

Idem

eficiente (livros, revistas, etc.); Reconhecer os elementos necessários para localizar a informação a partir de uma referência ou citação; Entender a Classificação da Biblioteca do Congresso; Saber os tipos de ferramentas de pesquisa de informação existentes na Internet; Escolher uma ferramenta de pesquisa em função das necessidades de informação.

1º 2º a 3º 1º a 3º

Recepção aos alunos de graduação do 1º ano.

Recepção aos alunos de pós-graduação do 1º ano

Metodologia de trabalho científico

Avaliação de fontes: Pesquisar na Internet

Apoio a Pesquisas

Idem

5. Comparar e avaliar a informação, e desenvolver o espírito crítico

Avaliar a qualidade de informação de publicações electrónicas, usando critérios como a fiabilidade, credibilidade, enviesamento e actualidade; Identificar quando o conteúdo é relevante para o estudo; Conhecer e aplicar técnicas para avaliar a qualidade de informação na Internet.

Avaliar a qualidade de informação dos recursos de informação usando critérios como a fiabilidade, credibilidade, inviesamento e actualidade; Reconhecer as fontes de informação mais fiáveis para um dado problema de informação, de entre as várias fontes de informação disponíveis; Identificar quando o conteúdo é relevante para o projecto; Conseguir redefinir a estratégia de pesquisa a partir de informação recuperada.

Recolher e avaliar a informação recuperada ajustando o plano de investigação se o conteúdo não for relevante; Avaliar criticamente a fiabilidade credibilidade, inviesamento e actualidade da informação apropriada a um problema específico; Entender o factor de impacto de publicações científicas e o processo de revisão efectuado pelos pares; Saber técnicas de avaliação e representação da informação.

Recepção aos alunos de graduação do 1º ano

6. Organizar, aplicar e comunicar informação

Identificar registos bibliográficos do catálogo com interesse para a investigação em causa e guardar ou exportar os mesmos para consulta posterior; Referenciar diversos tipos de documentos de acordo com a

Ter conhecimento dos componentes das referências para utilização numa lista; Referenciar diversos tipos de documentos seguindo a norma de referência bibliográfica NP405; Identificar e localizar fontes de

Referenciar diversos tipos de documentos seguindo a norma de referência bibliográfica NP405; Utilizar os softwares de gestão bibliográfica Endnote e Zotero para gestão de referências bibliográficas, criação de 99

100

Ofertas formativas Níveis extracurricular e intercurricular

Ciclo Designação Instrumentos de avaliação

Competências de

infoliteracia 1º Ciclo 2º Ciclo

3º Ciclo

(Cont.) 2º e 3º 1º a 3º

Recepção aos alunos de pós-graduação do 1º ano

Metodologia de trabalho científico

Avaliação de fontes e de informação.

Endnote WEb

Apoio a Pesquisas

Idem

NP405; Citar, num trabalho, referências de fontes de informação diversas; Saber as possibilidades de gestão das referências bibliográficas dos softwares de gestão bibliográfica Endnote e Zotero; Perceber os aspectos ligados ao copyright, plágio e ética.

informação pertinentes a partir de citações; Recolher e organizar trechos de informação para formar um argumento sustentado; Utilizar os softwares de gestão bibliográfica Endnote e Zotero para gestão de referências bibliográficas, criação de bibliografias e outras funcionalidades.

bibliografias e outras funcionalidades; Identificar os principais tipos de citações e saber aplicá-las; Utilizar a informação de forma legal e ética; Saber comunicar as investigações realizadas: onde e como publicar, dentro da sua área de estudo, com base em indicadores bibliométricos; Noção clara de conhecimento sobre o sistema de comunicação científica.

2º e 3º

Avaliação de fontes e de informação

Metodologia de trabalho científico Apoio a Pesquisas

Idem

7. Sintetizar e elaborar sobre a informação existente, criando novo conhecimento

Sintetizar a informação recuperada para documentar a proposta de dissertação; Sintetizar e citar ideias obtidas a partir de textos consultados; Concluir uma dissertação (trabalho de investigação original).

Concluir uma tese (trabalho de investigação original).

100

101

Tabela 6: 7.5 Matriz das ofertas formativas a prestar pela BCC

Neste anexo é apresentado a matriz das ofertas formativas a prestar pela Biblioteca e os seus cruzamentos com as competências associadas à infoliteracia, por ciclo de ensino, a adquirir pela comunidade DCC-FCUP.

1. Reconhecer a necessidade de informação

2. Seleccionar as

fontes de Informação

3. Construir estratégias de pesquisa para

localizar a informação

4. Localizar e aceder à

informação

5. Comparar e avaliar a

informação, e desenvolver o espírito crítico

6. Organizar, aplicar e

comunicar a informação

7. Sintetizar e elaborar sobre a

informação existente,

contribuindo para a

criação de novo conhecimento

Competências

Ofertas formativas 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º Recepção aos alunos de graduação do 1º ano

x x x x x

Formação - Recepção aos alunos de pós-graduação do 1º ano

x x x x x x x x x x

Metodologia de trabalho científico x x x x x x x Formação - Avaliação de informação e de fontes

x x x x

Formação - Endnote WEB / Zotero x x Apoio a Pesquisas x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

101

102

7.6 Lista de figuras

1: Modelo SCONUL – Modelo dos sete pilares da literacia da informação e do conhecimento………………………………………………………………….………... 37

2: Ciclo da Informação ……………….…………..……………………………………. 38

3: Modelação dos processos de trabalho da BCC………………………………….. 96

7.7 Lista de tabelas 1: Melhorar a eficiência dos processos…………………………………………………... 55 2: Nível 1 – Extracurricular ……………………….………………………………...…. 62

3: Nível 2 – Intercurricular ……………………….…………………………….…...…. 63

4: 7.1 – Mapeamento dos processos de trabalho internos da BCC…..............…. 82

5: 7.4 – Mapeamento das ofertas formativas da BCC …….……………..……...…. 97

6: 7.5 – Matriz das ofertas formativas da BCC …………..……...…………….....…. 101