Fertilizacao luisa ometto dal prete

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RESUMO FERTILIZAÇÃO E INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO LUISA OMETTO DAL PRETE FERTILIZAÇÃO Ocorre na ampola da tuba uterina. Os espermatozóides encontram o ovócito por quimiotaxia. A fertilização consiste em uma sequência de eventos moleculares coordenados. O ovo oligolécito humano tem vitelo com papel funcional: armazena proteínas pré- formadas (RNAm) ou já prontas (como histonas e enzimas), as quais serão úteis ao embrião. Fases da fecundação 1. Penetração do espermatozóide na coroa radiata – as células dessa camada são dispersas graças à ação da hialuronidase (presente no acrossomo), de enzimas da tuba uterina e do movimento flagelar (“espanador”). 2. Reação acrossômica/penetração na zona pelúcida – essa zona apresenta glicoproteínas ZP I, II e III. Está última é reconhecida pelo espermatozóide. Ocorre exocitose da enzima acrosina (proteína transmembrana do acrossomo), que fura a ZP, formando um caminho para o espermatozóide. Diferentemente da coroa radiata, a ZP deve ser mantida, pois participa do bloqueio da poliespermia, impede a implantação prematura do embrião na parede do útero e funciona como um filtro ao que chega ao embrião (difusão de substâncias). 3. Fusão das membranas – ligantes da MP do espermatozóide reconhece integrinas da MP do ovócito. As MP se fundem e o núcleo do espermatozóide entra no ovócito. O flagelo e as mitocôndrias são degradadas e fornecem aminoácidos ao futuro embrião. O centríolo é reutilizado. 4. Bloqueio da poliespermia – acontece quando há o reconhecimento das integrinas. Essa ligação causa um distúrbio da polarização da MP do ovócito, o que repele outros espermatozóides (bloqueio rápido). Isso também promove um fluxo de íons e a liberação do cálcio armazenado no retículo. O aumento da concentração citoplasmática de cálcio estimula a exocitose dos grânulos corticais. A substância por eles liberada afasta a ZP da MP do ovócito, formando uma barreira física (reação cortical). O conteúdo dos grânulos também provoca da desnaturação das proteínas da ZP na região onde as camadas se tocam, formando uma espécie de “escudo” pelo qual o espermatozóide não pode passar, pois não há reconhecimento (reação zonal). A reação cortical e a zonal são as duas fases do bloqueio lento. 5. Ativação metabólica do ovócito – funciona por um mecanismo de sinalização por receptor associado a proteína G, a qual atua sobre a fosfolipase C que, por sua vez, cliva o fosfatidilinositol. O cálcio liberado do retículo ativa canais de sódio e potássio, que tem as concentrações citosólicas alteradas e ativam quinases. 6. Término da meiose – com a ativação do ovócito é retomada a segunda divisão meiótica, formando o pronúcleo feminino.

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RESUMO FERTILIZAÇÃO E INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO

LUISA OMETTO DAL PRETE

FERTILIZAÇÃO

Ocorre na ampola da tuba uterina.

Os espermatozóides encontram o ovócito por quimiotaxia.

A fertilização consiste em uma sequência de eventos moleculares coordenados.

O ovo oligolécito humano tem vitelo com papel funcional: armazena proteínas pré-

formadas (RNAm) ou já prontas (como histonas e enzimas), as quais serão úteis ao

embrião.

Fases da fecundação

1. Penetração do espermatozóide na coroa radiata – as células dessa camada são

dispersas graças à ação da hialuronidase (presente no acrossomo), de enzimas da tuba

uterina e do movimento flagelar (“espanador”).

2. Reação acrossômica/penetração na zona pelúcida – essa zona apresenta glicoproteínas

ZP I, II e III. Está última é reconhecida pelo espermatozóide. Ocorre exocitose da enzima

acrosina (proteína transmembrana do acrossomo), que fura a ZP, formando um

caminho para o espermatozóide. Diferentemente da coroa radiata, a ZP deve ser

mantida, pois participa do bloqueio da poliespermia, impede a implantação prematura

do embrião na parede do útero e funciona como um filtro ao que chega ao embrião

(difusão de substâncias).

3. Fusão das membranas – ligantes da MP do espermatozóide reconhece integrinas da MP

do ovócito. As MP se fundem e o núcleo do espermatozóide entra no ovócito. O flagelo

e as mitocôndrias são degradadas e fornecem aminoácidos ao futuro embrião. O

centríolo é reutilizado.

4. Bloqueio da poliespermia – acontece quando há o reconhecimento das integrinas. Essa

ligação causa um distúrbio da polarização da MP do ovócito, o que repele outros

espermatozóides (bloqueio rápido). Isso também promove um fluxo de íons e a

liberação do cálcio armazenado no retículo. O aumento da concentração citoplasmática

de cálcio estimula a exocitose dos grânulos corticais.

A substância por eles liberada afasta a ZP da MP do ovócito, formando uma barreira

física (reação cortical). O conteúdo dos grânulos também provoca da desnaturação das

proteínas da ZP na região onde as camadas se tocam, formando uma espécie de

“escudo” pelo qual o espermatozóide não pode passar, pois não há reconhecimento

(reação zonal). A reação cortical e a zonal são as duas fases do bloqueio lento.

5. Ativação metabólica do ovócito – funciona por um mecanismo de sinalização por

receptor associado a proteína G, a qual atua sobre a fosfolipase C que, por sua vez, cliva

o fosfatidilinositol. O cálcio liberado do retículo ativa canais de sódio e potássio, que

tem as concentrações citosólicas alteradas e ativam quinases.

6. Término da meiose – com a ativação do ovócito é retomada a segunda divisão meiótica,

formando o pronúcleo feminino.

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7. Formação do pronúcleo masculino – ocorre mediante a substituição das protaminas

por histonas, que causam a descompactação do material genético. Essa estrutura,

contendo os dois pronúcleos, chama-se oótide.

8. Singamia – os pronúcleos se fundem e a oótide torna-se zigoto.

CICLO MENSTRUAL E DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

No início do ciclo menstrual as taxas de LH e FSH estão baixas.

Com o gradual aumento de produção de estrógeno há um pico de LH, que estimula a

ovulação.

Após uma semana da ovulação, há um pico de progesterona, causando aumento

expressivo do endométrio.

Se não houver fertilização, após uma semana, há o declínio do corpo lúteo (que

produzia progesterona), culminando na eliminação de parte do endométrio.

Se houver fertilização:

1ª semana – clivagem.

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2ª semana – implantação.

3ª a 4ª semana – gastrulação e neurulação.

Ao final da 4ª semana o tubo neural fecha.

Depois de 1 semana (durante o pico de progesterona e crescimento do endométrio e

após a clivagem) o blastocisto se implanta.

O sinciciotrofoblasto (parte do concepto) passa a produzir HCG (gonadotrofina

coriônica humana) que mantém o corpo lúteo, mantendo os níveis de progesterona e

impedindo a eliminação do endométrio.

CLIVAGEM – 1ª semana

Divisões mitóticas repetidas.

Aumento do número de células e diminuição do tamanho delas.

O zigoto permanece dentro da ZP.

24 a 30h depois da fecundação acontece a 1ª clivagem. As demais acontecem a cada

12h, em geral.

Clivagem holoblástica rotacional – o eixo do fuso se alterna (ora horizontal, ora

vertical). Isso promove uma redistribuição da maquinaria citoplasmática, o que resulta

no início da “diferenciação”.

Mórula alcança o útero, cerca de 3 dias após a fecundação.

Blastocisto eclode (sai da ZP) na 1ª semana.

REAÇÃO DECIDUAL E IMPLANTAÇÃO – 2ª semana

Resposta do endométrio estimulada pela implantação do blastocisto.

O blastocisto é composto por sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto e massa celular

interna.

As funções da decídua são: nutrição inicial, proteção mecânica e modulação

imunológica (imunossupressão local – não ataca o concepto). Ela também formará a

parte materna da placenta.

1. O sincicioblasto desenvolve a capacidade de fagocitose, e passa a degradar e penetrar

na parede uterina, de onde o concepto passa a retirar seus nutrientes.

2. Parte do endométrio sofre modificações, formando a decídua. O estroma passa a ser

composto por células globosas, com acúmulo de glicogênio e lipídeos, e a ser mais

vascularizado. Essa é a decídua.

3. Os capilares maternos são rompidos pelo sincicioblasto, que entra em contato com o

sangue materno (princípio da circulação uteroplacentária).

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EMBRIÃO BILAMINAR – 2ª semana

Conforme o blastocisto se aprofunda no tecido, a massa celular interna forma uma

placa bilaminar (disco embrionário).

A placa bilaminar é formada por:

Epiblasto (dorsal) – forma o embrião, relacionado à cavidade amniótica.

Hipoblasto (ventral) – relacionado ao saco vitelínico.

O disco é circundado pela mesoderme extra-embrionário, que também reveste a parte

interna do citotrofoblasto. As duas partes se conectam pelo pedúnculo do embrião,

que formará o cordão umbilical.

Sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto e mesoderme extra-embrionária formam o córion,

que originará a parte fetal da placenta.