1 CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE GERAL Prof. Régio Ferreira.
Fenolicos Geral
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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
rea Departamental de Engenharia Civil
Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
PEDRO FILIPE QUENTAL DE ALBUQUERQUE
Licenciado em Engenharia Civil
Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Civil
Orientador:
Doutora Maria Dulce e Silva Franco Henriques (ISEL)
Jri:
Presidente: Mestre Manuel Brazo Farinha (ISEL)
Vogais:
Doutora Maria Dulce e Silva Franco Henriques (ISEL)
Mestre Paulo Malta da Silveira (ISEL)
Dezembro de 2013
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
I
AGRADECIMENTOS
Eng. Maria Dulce Henriques pela orientao, conselhos e pela disponibilidade
demonstrada ao longo deste trabalho.
Ao Eng. Pedro Fasca da Lusitana Face, Estruturas Metlicas, Coberturas e Fachadas pela
possibilidade do acompanhamento da obra em Vila Franca de Xira e ao Sr. Bonifcio pela
ajuda e explicaes dadas acerca das vrias atividades que envolvem a montagem dos painis
fenlicos.
Catimveis, Sociedade de Transformao de Madeiras, Lda e em especial ao Sr. Jos
Mariano, pela gentileza e simpatia em ajudar a que esta dissertao fosse possvel, atravs dos
seus conhecimentos acerca dos painis fenlicos, pela disponibilizao de catlogos e de
amostras do material que tornou possvel a elaborao do trabalho laboratorial.
Ao Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e ADEC pela disponibilizao do
Laboratrio de Materiais de Construo e equipamentos necessrios, bem como ao Dr.
Antnio Fernandes e Eng. Raquel Milho pelo apoio dado na sua utilizao.
Aos meus pais e irm, por todo o apoio dado, esforo e sacrifcios feitos, tornando possvel
este percurso acadmico.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
II
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
III
RESUMO
Os painis fenlicos so um material de construo relativamente recente em Portugal. Estes
painis podem tambm ser designados por laminados de alta presso, HPL (High Pressure
Laminates). So constitudos por um ncleo, folha decorativa e pelcula protetora. O ncleo
constitudo por folhas de papel Kraft impregnadas com resinas fenlicas. A folha decorativa,
por uma folha de papel ou de madeira natural, impregnada com resina melamnica e a pelcula
protetora, tambm impregnada com resinas melamnicas. Os painis fenlicos tm inmeras
aplicaes, sendo esta dissertao focada nos painis fenlicos aplicados em fachadas
exteriores, nas quais este material pode ser aplicado como revestimento de fachadas
ventiladas ou como elemento decorativo e protetor.
Nesta dissertao pretendeu-se efetuar um estudo o mais completo possvel sobre os painis
fenlicos, atravs de pesquisa bibliogrfica, trabalho de campo e trabalho laboratorial. Com a
pesquisa bibliogrfica pretendeu-se obter o mximo de informao possvel, atravs da leitura
de outros trabalhos e catlogos de fabricantes. O trabalho de campo permitiu a visualizao de
situaes reais de mau funcionamento dos painis fenlicos e a observao da aplicao do
mesmo em obra. O trabalho laboratorial teve como objetivo o estudo de algumas propriedades
dos painis fenlicos, de modo a comparar com as respetivas fichas tcnicas. Em alguns
ensaios tambm foi possvel comparar painis fenlicos de diferentes espessuras e de
diferentes fabricantes.
Palavras-chave: Painis fenlicos; fachadas exteriores; fachadas ventiladas; patologias em
edifcios; painis fenlicos em obra; trabalho laboratorial.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
IV
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
V
ABSTRACT
Phenolic panels are a relatively recent construction material in Portugal. These panels can be
designated as high pressure laminates (HPL). They consist of a core, decorative sheet and
protective film. The core consists of sheets of kraft paper impregnated with phenolic resins.
The decorative sheet comprises a sheet of paper or natural wood, impregnated with melamine
resin. The protective film is also impregnated with melamine resins. The phenolic panels have
numerous applications, and this thesis is focused on phenolic panels applied on exterior
faades. On the exterior faades, this material can be applied as a coating of ventilated faades
or as a purely decorative element.
This thesis was intended to perform a study as comprehensive as possible on the phenolic
panels, through bibliographic research, field work and laboratory work. The literature search
was intended to obtain as much information as possible, through the research of other works
and catalogs of manufacturers. The field work enabled visualization of real situations of
malfunction of phenolic panels and observation of its application in faades. The laboratory
work aimed at studying some properties of phenolic panels, in order to compare them
respective technical datasheets. In some tests it was also possible to compare phenolic panels
of different thicknesses and different manufacturers.
Keywords: Phenolic panels; exterior faades; ventilated faade; pathologies in buildings;
phenolic panels in job; laboratory work.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
VI
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
VII
ndice
1 Introduo ........................................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento do tema .............................................................................................. 1
1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 3
1.3 Estrutura da dissertao ............................................................................................... 3
2 Painis fenlicos para aplicao em fachadas exteriores .................................................... 5
2.1 Trabalhos sobre painis fenlicos aplicados em fachadas exteriores .......................... 5
2.2 Processo de fabrico de painis fenlicos ..................................................................... 7
2.2.1 Matrias-primas .................................................................................................... 7
2.2.2 Prensagem ............................................................................................................ 8
2.3 Processo de fabrico de painis fenlicos Trespa
....................................................... 9
2.4 Propriedades dos painis fenlicos ............................................................................ 11
2.5 Exigncias de desempenho ........................................................................................ 13
2.5.1 Resistncia mecnica .......................................................................................... 14
2.5.2 Segurana em caso de incndio .......................................................................... 15
2.5.3 Higiene, segurana e ambiente ........................................................................... 15
2.5.4 Segurana na utilizao ...................................................................................... 15
2.5.5 Proteo contra rudo ......................................................................................... 16
2.5.6 Economia de energia e isolamento trmico ........................................................ 16
2.5.7 Durabilidade ....................................................................................................... 16
2.5.8 Manuteno ........................................................................................................ 16
2.5.9 Conforto visual ................................................................................................... 16
3 Revestimento de fachadas exteriores ................................................................................ 19
3.1 Diretrizes gerais de revestimento de fachadas exteriores .......................................... 19
3.2 Fachadas ventiladas ................................................................................................... 20
3.3 Sistemas de fixao ................................................................................................... 22
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
VIII
3.4 Solues de canto ...................................................................................................... 24
3.5 Juntas ......................................................................................................................... 25
3.6 Limpeza e manuteno .............................................................................................. 27
3.6.1 Preveno da sujidade ........................................................................................ 27
3.6.2 Limpeza e reparao ........................................................................................... 28
3.7 Corte e perfurao ..................................................................................................... 28
3.7.1 Corte ................................................................................................................... 28
3.7.2 Perfurao ........................................................................................................... 30
3.8 Transporte, manuseamento e armazenamento ........................................................... 30
3.8.1 Transporte ........................................................................................................... 30
3.8.2 Manuseamento ................................................................................................... 31
3.8.3 Armazenamento ................................................................................................. 31
4 Inspeo de edifcios ......................................................................................................... 33
4.1 Identificao de patologias em painis fenlicos ...................................................... 33
4.1.1 Edifcio de habitao multifamiliar na rua dos Argonautas ............................... 33
4.1.2 Edifcio de habitao multifamiliar na avenida Fernando Pessoa ...................... 36
4.1.3 Edifcio de habitao multifamiliar na rua dos Cruzados .................................. 37
4.1.4 Edifcio de escritrios e servios ........................................................................ 39
4.2 Solues de reparao ............................................................................................... 43
4.2.1 Substituio do painel ou painis danificados .................................................... 43
4.2.2 Pintura da superfcie dos painis fenlicos ........................................................ 43
5 Aplicao de painis fenlicos em obra ............................................................................ 45
6 Trabalho laboratorial ......................................................................................................... 53
6.1 Objetivo ..................................................................................................................... 53
6.2 Resistncia flexo ................................................................................................... 53
6.2.1 Procedimento ...................................................................................................... 55
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
IX
6.2.2 Resultados .......................................................................................................... 57
6.2.3 Concluses do ensaio ......................................................................................... 59
6.3 Resistncia absoro de gua .................................................................................. 60
6.3.1 Procedimento ...................................................................................................... 60
6.3.2 Resultados .......................................................................................................... 64
6.3.3 Concluses do Ensaio ......................................................................................... 66
6.4 Resistncia ao impacto .............................................................................................. 67
6.4.1 Procedimento ...................................................................................................... 67
6.4.2 Resultados .......................................................................................................... 70
6.4.3 Concluses do ensaio ......................................................................................... 72
7 Concluso e desenvolvimentos futuros ............................................................................. 73
Bibliografia ............................................................................................................................... 77
Webgrafia ................................................................................................................................. 79
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
X
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
XI
NDICE DE FIGURAS
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Figura 1 - Constituio dos painis fenlicos (Simes, 2010) ................................................... 1
Figura 2 - Pr-placa (Melo, 2011) .......................................................................................... 8
Figura 3 - "Mo" (Melo, 2011) .................................................................................................. 8
Figura 4 Andar (Melo, 2011) ............................................................................................... 9
Figura 5 - Ncleo em papel Kraft (www.trespa.com) .............................................................. 10
Figura 6 - Superfcie melamnica (www.trespa.com) .............................................................. 10
Figura 7 - Ncleo Dry-forming (www.trespa.com) .................................................................. 11
Figura 8 - Superfcie EBC (www.trespa.com) ......................................................................... 11
Figura 9 - Fachada ventilada (www.trespa.com) ..................................................................... 20
Figura 10 - Sistema de fachada ventilada (www.trespa.com) .................................................. 21
Figura 11 - Fixao oculta com cantoneiras e perfis (www.trespa.com) ................................. 22
Figura 12 - Fixao oculta com colagem numa estrutura de alumnio (www.trespa.com) ...... 22
Figura 13 - Fixao oculta com colagem numa estrutura de madeira (www.trespa.com) ....... 22
Figura 14 - Fixao oculta com bordas perfiladas (www.trespa.com) ..................................... 23
Figura 15 - Fixao oculta de revestimentos (www.trespa.com) ............................................. 23
Figura 16 - Fixao oculta cantoneira-perfil (www.trespa.com) ............................................. 23
Figura 17 - Fixao visvel com rebites numa estrutura de alumnio (www.trespa.com) ........ 23
Figura 18 - Fixao visvel com parafusos numa estrutura de alumnio (www.trespa.com) ... 24
Figura 19 - Fixao visvel com parafusos numa estrutura de madeira (www.trespa.com) .... 24
Figura 20 - Fixao visvel com rebites numa estrutura de metlica (www.trespa.com) ........ 24
Figura 21 - Solues de canto (www.trespa.com) ................................................................... 25
Figura 22 - Juntas horizontais (neste caso sem caixa-de-ar) (www.trespa.com) ..................... 26
Figura 23 - Juntas verticais (www.trespa.com) ........................................................................ 27
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
XII
Figura 24 - Especificaes de corte (www.trespa.com) ........................................................... 29
Figura 25 - Serra circular fixa (quadro retirado de catlogo em www.trespa.com) ................. 29
Figura 26 - Serra circular mvel (quadro retirado de catlogo em www.trespa.com) ............. 29
Figura 27 - Perfurao (quadro retirado de catlogo em www.trespa.com) ............................ 30
Figura 28 - Transporte, Manuseamento e Armazenamento (www.trespa.com) ...................... 30
Figura 29 Residncia Snior ................................................................................................. 33
Figura 30 - Superfcie melamnica degradada .......................................................................... 34
Figura 31 - Colocao de rebites .............................................................................................. 35
Figura 32 - Pigmentao da superfcie dos painis fenlicos .................................................. 35
Figura 33 - Edifcio multifamiliar ............................................................................................ 36
Figura 34 - Delaminao da superfcie melamnica ................................................................. 37
Figura 35 - Habitao multifamiliar ......................................................................................... 37
Figura 36 - Diferenas cromticas ........................................................................................... 38
Figura 37 - Manchas superficiais ............................................................................................. 38
Figura 38 - Marcas de sujidade ................................................................................................ 39
Figura 39 - Fachada principal ................................................................................................... 40
Figura 40 - Fachada posterior ................................................................................................... 40
Figura 41 - Diferenas cromticas e "espectros ou fantasmas"................................................ 40
Figura 42 - Desprendimento dos elementos de fixao ........................................................... 41
Figura 43 - Desprendimento de elementos de fixao ............................................................. 41
Figura 44 - Desprendimento de elementos de fixao ............................................................. 41
Figura 45 - Rotura de painel fenlico ....................................................................................... 42
Figura 46 - Rotura de painel fenlico ....................................................................................... 42
Figura 47 - Fissurao em painel fenlico ............................................................................... 42
Figura 48 - Trespa
Meteon FR ............................................................................................... 45
Figura 49 - Esquadro fixo fachada ..................................................................................... 46
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
XIII
Figura 50 - Perfil em "T" .......................................................................................................... 46
Figura 51 - Perfil em "L" .......................................................................................................... 46
Figura 52 - Perfil em ......................................................................................................... 47
Figura 53 - Isolamento trmico ................................................................................................ 47
Figura 54 - Fixador circular ..................................................................................................... 47
Figura 55 - Painis fenlicos na fachada .................................................................................. 48
Figura 56 - Mquina de corte ................................................................................................... 48
Figura 57 - Disco com dentes diamantados ............................................................................. 48
Figura 58 - Rgua ..................................................................................................................... 49
Figura 59 - Fixadores ............................................................................................................... 49
Figura 60 - Mquina de corte colocada na rgua ..................................................................... 49
Figura 61 - Ventosa .................................................................................................................. 49
Figura 62 - Adesivo de auxlio fixao dos painis .............................................................. 50
Figura 63 - Adesivo na zona de junta de dois painis .............................................................. 50
Figura 64 - Pistola com cartucho para aplicao da cola na estrutura de suporte .................... 50
Figura 65 - Cola na estrutura de suporte .................................................................................. 51
Figura 66 - Painel colocado na fachada ................................................................................... 51
Figura 67 - Resto de painis utilizados nas juntas ................................................................... 51
Figura 68 - Fachada principal ................................................................................................... 52
Figura 69 - Fachada lateral nascente ........................................................................................ 52
Figura 70 - Fachada lateral poente ........................................................................................... 52
Figura 71 - Esquema de ensaio flexo (EN ISO 178:2003) .................................................. 53
Figura 72 Apoios auxiliares sobre os apoios da prensa ........................................................ 55
Figura 73 - Espessura ............................................................................................................... 55
Figura 74 - Largura .................................................................................................................. 55
Figura 75 - Amostra colocada sobre os apoios ........................................................................ 55
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
XIV
Figura 76 - Rotura da amostra .................................................................................................. 56
Figura 77 - Registo do valor da carga de rotura ....................................................................... 56
Figura 78 - Pesagem da amostra .............................................................................................. 60
Figura 79 Recipientes ............................................................................................................ 61
Figura 80 - Amostras nos recipientes ....................................................................................... 61
Figura 81 - Filme plstico sobre os recipientes ........................................................................ 61
Figura 82 - Comprimento ......................................................................................................... 62
Figura 83 - Largura .................................................................................................................. 62
Figura 84 - Espessura ............................................................................................................... 62
Figura 85 - Garfo metlico dentro do balde com gua ............................................................. 62
Figura 86 - Amostra saturada ................................................................................................... 62
Figura 87 - Fita mtrica fixa parede ...................................................................................... 67
Figura 88 - Base e amostra ....................................................................................................... 68
Figura 89 - Tubo de PVC sobre a amostra ............................................................................... 68
Figura 90 - Tubo de PVC sobre a amostra ............................................................................... 68
Figura 91 - Esferas lanadas pelo tubo de PVC ....................................................................... 68
Figura 92 - Amostra com danos ............................................................................................... 69
Figura 93 - Amostra sem danos ................................................................................................ 69
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
XV
NDICE DE QUADROS
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Quadro I - Propriedades fsicas (Simes, 2010) ....................................................................... 12
Quadro II - Comportamento ao fogo (Simes, 2010) .............................................................. 12
Quadro III - Resistncia intemprie (Simes, 2010) ............................................................. 13
Quadro IV - Qualidade de acabamento (Simes, 2010) ........................................................... 13
Quadro V - Resultados obtidos no ensaio de painis Trespa
de 6mm ................................... 57
Quadro VI - Resultados obtidos no ensaio de painis Trespa
de 8mm ................................. 58
Quadro VII - Resultados obtidos no ensaio de painis Trespa
de 13mm .............................. 58
Quadro VIII - Resultados obtidos no ensaio de painis Abet Laminati
de 8mm ................... 59
Quadro IX - Resultados obtidos no ensaio de painis Trespa
de 6mm ................................. 64
Quadro X - Resultados obtidos no ensaio de painis Trespa
de 8mm ................................... 65
Quadro XI - Resultados obtidos no ensaio de painis Abet Laminati
de 8mm ...................... 65
Quadro XII - Resultados do ensaio de painis Trespa
de 6mm ............................................. 70
Quadro XIII - Valores auxiliares obtidos no ensaio de painis Trespa
de 6mm ................... 70
Quadro XIV - Resultados finais do ensaio de painis Trespa
de 6mm.................................. 71
Quadro XV - Resultados do ensaio de painis Trespa
de 8mm ............................................. 71
Quadro XVI - Valores auxiliares obtidos no ensaio de painis Trespa
de 8mm ................... 71
Quadro XVII - Resultados finais do ensaio de painis Trespa
de 8mm ................................ 72
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
1
1 INTRODUO
1.1 Enquadramento do tema
Os painis fenlicos podem tambm ser designados em Ingls por painis HPL (High
Pressure Laminates). Na bibliografia francesa, o termo utilizado para painis fenlicos
stratifis dcoratifs haute pression (Simes, 2010).
Segundo as normas ISO 4586 e EN 438, os laminados de alta presso (HPL) so definidos
como uma placa composta por camadas de material fibroso celulsico, sob a forma de folhas,
impregnadas com resinas fenlicas ou melamnicas termoendurecveis, ligados atravs de um
processo de alta presso, com a aplicao simultnea de calor, o que vai permitir obter um
produto homogneo, no poroso e com uma densidade 1,35 g/cm3 (Melo, 2011).
Estes painis so constitudos por um ncleo, folha decorativa e pelcula protetora (figura 1).
O ncleo constitudo por vrias folhas de papel Kraft impregnadas com resinas fenlicas
termoendurecveis, o que lhe confere estabilidade e rigidez. Do nmero de folhas de papel
Kraft depender a espessura final do painel. Comercialmente, a espessura do painel varia
entre 6mm e 20mm, sendo que as espessuras de 6mm, 8mm e 10mm so normalmente
utilizadas para aplicaes exteriores e as espessuras superiores so usualmente utilizadas no
interior. A folha decorativa composta por uma folha de papel ou de madeira natural,
impregnada com resina melamnica o que lhe transmite uma boa abrasividade (resistncia ao
desgaste). A pelcula protetora constituda por uma pelcula (overlay), tambm impregnada
com resinas melamnicas, conferindo a proteo dos painis ao dos raios ultra violeta
(Sousa, 2010; Simes, 2010; Ribeiro, 2010).
Figura 1 - Constituio dos painis fenlicos (Simes, 2010)
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
2
Os painis fenlicos, no exterior, so habitualmente aplicados como revestimento de fachadas
ventiladas, em mobilirio urbano, em varandas e em equipamentos infantis. No interior,
podem ser utilizados em balnerios, mais concretamente nas portas divisrias e armrios.
Existem vrias possibilidades de acabamento, desde cores, imitao de madeira, imitao de
pedra natural, entre outros acabamentos. Esta dissertao ter o seu foco nos painis fenlicos
em fachadas exteriores.
Estes painis so caracterizados pela elevada resistncia mecnica, resistncia ao choque,
resistncia trmica, resistncia aco dos agentes climatricos e estabilidade cromtica
(Ribeiro, 2010; Simes, 2010).
A fixao de painis fenlicos pode ficar vista ou oculta (Martins, 2010). O nmero de
fixaes estrutura de suporte depende das condies ambientais, como por exemplo a
exposio ao vento, tendo sempre em conta a capacidade resistente do painel e a flecha
mxima admitida a meio vo (Simes, 2010). O custo composto do material est
compreendido entre os 70/m2 e os 120/m2, dependendo da espessura do painel fenlico a
utilizar. Este custo inclui o material, mo-de-obra e estrutura de fixao.
Os painis fenlicos cumprem os requisitos estabelecidos na norma EN 438. Esta norma
encontra-se dividida em nove partes. De acordo com a norma EN 438, os painis fenlicos
podem ser agrupados da seguinte forma:
Tipo S (standard grade) As caractersticas desta classe so a abrasividade, a
resistncia ao impacto, a resistncia gua e ainda a resistncia qumica.
Tipo P (postforming grade) As caractersticas desta classe so geralmente
semelhantes s caractersticas do Tipo S, contudo o painel pode ser ps-moldado em
condies de temperatura fixa de acordo com as especificaes de fbrica.
Tipo F (fire-retardant grade) As caractersticas desta classe so geralmente
semelhantes s caractersticas do Tipo S, mas no seu fabrico incrementada a
resistncia ao fogo.
Os painis fenlicos so um material recente em Portugal. A primeira obra foi realizada h
cerca de 15 anos na Ericeira. Este material utilizado um pouco por todo o Mundo, estando a
sua maior utilizao localizada na Europa Central (Alemanha, Holanda e Blgica), Amrica
do Norte (Estados Unidos da Amrica) e Oceania (Austrlia).
Existem alguns fabricantes deste tipo de material. Os mais conhecidos so a Trespa
,
Prodema
, Parklex
, Polyrey
, Fundermax
, Abet Laminati
e a Arpa
. Os painis fenlicos
-
Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
3
usados nos ensaios laboratoriais desta dissertao foram fabricados pela Trespa
, sendo
designados por Trespa
Meteon
, e pela Abet Laminati
. Os catlogos consultados so
maioritariamente do fabricante Trespa
.
1.2 Objetivos
Com a presente dissertao pretendeu-se efetuar um estudo mais abrangente sobre os painis
fenlicos para aplicao em fachadas exteriores. Para tal, foi necessrio realizar inmeras
pesquisas sobre o material, consultados trabalhos realizados sobre o mesmo e catlogos de
fabricantes, trabalhos laboratoriais, testemunhos de representantes do material em Portugal e
ainda o acompanhamento de uma obra.
Esta dissertao incidiu essencialmente sobre o trabalho de campo e o trabalho laboratorial. O
trabalho de campo incidiu no acompanhamento de uma obra e locais onde o material est
aplicado. No acompanhamento da obra procurou-se perceber como aplicado o material nas
fachadas, quais as condicionantes da sua aplicao na fachada, o manuseamento do material e
como efetuado o corte dos painis in situ. Na visita aos locais onde o material est
aplicado, procurou-se identificar o estado de conservao do material e as patologias
encontradas. Relativamente ao ensaio laboratorial, este foi efetuado no Laboratrio de
Materiais de Construo da ADEC ISEL. Neste trabalho laboratorial, procurou-se comparar
os resultados obtidos nos ensaios, com as fichas tcnicas fornecidas pelo fabricante Trespa
.
Foram realizados ensaios flexo, absoro de gua e resistncia ao impacto.
Por fim, foram analisados os resultados obtidos em laboratrio e elaborada a discusso dos
resultados.
1.3 Estrutura da dissertao
A presente dissertao est estruturada em sete captulos. Neste primeiro captulo feito um
enquadramento do tema, definidos os objetivos e apresentada a estrutura da dissertao.
O segundo captulo aborda vrios subcaptulos sobre os painis fenlicos, mais concretamente
os trabalhos existentes sobre painis fenlicos aplicados em fachadas exteriores, o processo
de fabrico, as propriedades e as exigncias de desempenho.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
4
O terceiro captulo dedicado ao revestimento em fachadas ventiladas. Neste captulo so
abordadas as diretrizes gerais do revestimento de fachadas exteriores, o sistema de fachada
ventilada, os tipos e mecanismos de fixao, as solues de canto (cantoneira), a pintura, a
limpeza, a manuteno e o transporte dos painis fenlicos.
O quarto captulo dedicado ao trabalho de campo, mais concretamente inspeo de
edifcios. Neste captulo, dada ateno conservao dos painis fenlicos aplicados nos
edifcios e s patologias encontradas.
O quinto captulo tambm ele dedicado ao trabalho de campo, mais concretamente ao
acompanhamento em obra. A obra visitada situa-se em Vila Franca de Xira. dada ateno
colocao dos painis fenlicos em obra e s suas condicionantes.
O sexto captulo aborda o trabalho laboratorial desenvolvido no Laboratrio de Materiais de
Construo da ADEC ISEL, onde foram executados os ensaios de flexo, os ensaios de
absoro de gua e os ensaios de resistncia ao impacto. Depois de realizados os ensaios,
foram analisados os resultados e retiradas as ilaes possveis.
No stimo e ltimo captulo, apresenta-se a concluso da dissertao e os possveis trabalhos
futuros.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
5
2 PAINIS FENLICOS PARA APLICAO EM FACHADAS
EXTERIORES
2.1 Trabalhos sobre painis fenlicos aplicados em fachadas exteriores
Relativamente ao estado da arte, foram consultadas vrias dissertaes relacionadas com o
tema e consultados catlogos de fabricantes do material, de modo a compreender o que j foi
feito em Portugal.
As dissertaes consultadas foram as seguintes:
Fachadas Ventiladas em Edifcios, Tipificao de solues e interpretao do
funcionamento conjunto suporte/acabamento, de Fernando Manuel Fernandes de
Sousa (Junho 2010), Mestrado Integrado em Engenharia Civil (2009-2010),
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto, Portugal.
o Esta dissertao aborda a constituio dos painis fenlicos, as espessuras que
se podem obter, as cores e os tipos de fixao possveis.
Construo de uma Base de Dados de Apoio Estimativa da Vida til das
Construes, Vida til de Referncia, de Ana Filipa da Silva Pinto (Junho 2011),
Mestrado Integrado em Engenharia Civil (2010-2011), Departamento de Engenharia
Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Portugal.
o A dissertao apresentada refere-se durabilidade dos painis exteriores, onde
so apresentadas as caractersticas do material e o estudo da durabilidade
baseado em dois casos de estudo, um deles no Porto, num edifcio de habitao
multifamiliar e o outro em Aveiro, numa moradia unifamiliar.
Durabilidade de Fachadas Ventiladas, Aplicao da Norma ISO 15686-1, de
Fernando Melo Vaz Pinto Mendes (Fevereiro 2009), Mestrado Integrado em
Engenharia Civil (2007-2008), Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, Portugal.
o A dissertao refere-se constituio e processo de fabrico dos painis
fenlicos. Tambm aborda a conceo de um sistema de fachada ventilada e a
compatibilidade entre o suporte e as estruturas de fixao.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Manual de Operao e Processo para a Produo de Laminados na Sonae Indstria
de Revestimentos, Nuno Miguel Gonalves de Melo (Julho 2011), Mestrado Integrado
em Engenharia Civil (2010-2011), Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, Portugal.
o A dissertao refere-se s matrias-primas que constituem os painis fenlicos
e s vrias etapas do processo de fabrico dos painis, de forma mais
pormenorizada em comparao com as anteriores.
Durabilidade na Construo, Estimativa da Vida til de Fachadas Ventiladas,
Manuel Maria L. B. Sousa Ribeiro (Junho 2010), Mestrado Integrado em Engenharia
Civil (2009-2010), Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Portugal.
o A dissertao consultada retrata mais uma vez a composio dos painis
fenlicos e apresenta as caractersticas principais do material.
Caracterizao de Revestimentos de Fachadas Ventiladas. Anlise do
Comportamento, Miguel Resendes Dutra (Maro 2010), Instituto Superior Tcnico,
Universidade Tcnica de Lisboa.
o A sexta e ltima dissertao consultada refere-se constituio dos painis
fenlicos e apresenta tambm algumas imagens de aplicao destes painis nos
edifcios, onde so apresentadas algumas anomalias e degradao que estes
podem sofrer.
Para alm destas dissertaes foram consultados um trabalho de Materiais de Construo II,
da Universidade Fernando Pessoa, realizado por Alberto Matos e Jorge Ferreira, cujo tema
Revestimentos de Fachadas e um trabalho realizado sobre Durabilidade Painis Fenlicos
(HPL) para Exterior, de Ana Raquel Simes (Fevereiro de 2010), relativo unidade
curricular de Durabilidade, na FEUP. Este ltimo trabalho no se encontra publicado na
internet.
Relativamente ao trabalho de materiais de construo consultado, apresenta mais uma vez a
constituio do material e as espessuras correntes.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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O trabalho de Durabilidade Painis Fenlicos (HPL) para Exterior aborda o sistema de
fachada ventilada, a constituio dos painis fenlicos, alguns os sistemas de fixao, as
normas Europeias relativas aos painis fenlicos, as caractersticas dos painis fenlicos, as
exigncias de desempenho e a inspeo a dois edifcios, uma moradia unifamiliar em Aveiro e
um edifcio multifamiliar no Porto.
Os trabalhos consultados do incidncia constituio dos painis fenlicos, s
caractersticas, s fixaes e compatibilidade com o suporte e a durabilidade do material, mas
sem abordar profundamente o tema. O trabalho mais completo o trabalho sobre a
Durabilidade Painis Fenlicos (HPL) para Exterior. De uma maneira geral, os trabalhos
consultados abordam levemente este tipo de material e por esse motivo surge esta dissertao.
Existem algumas inconsistncias encontradas. Numa das dissertaes refere-se que o material
resiste incidncia dos raios UV e numa outra dissertao aparece que estes mesmos raios
so responsveis pela degradao precoce dos painis. Outra inconsistncia encontrada refere-
se ao peso dos painis fenlicos, sendo numa dissertao referido que os painis fenlicos so
um material leve e noutra dissertao que os painis fenlicos so um material pesado.
2.2 Processo de fabrico de painis fenlicos
2.2.1 Matrias-primas
As matrias-primas utilizadas na produo de painis fenlicos so as folhas de papel Kraft,
as folhas decorativas e as pelculas protetoras (Melo, 2011).
As folhas de papel Kraft impregnadas com resinas fenlicas so usadas para conferir a
espessura final do painel fenlico, ou seja, a sua quantidade definida em funo da espessura
desejada (Melo, 2011).
As folhas de papel decorativas so compostas por uma folha de papel ou de madeira natural e
impregnadas com resinas melamnicas ou fenlicas, o que lhe transmite uma boa abrasividade
(Melo, 2011).
As pelculas protetoras so constitudas por um overlay e por um papel barreira,
impregnadas com resinas melamnicas. O overlay um papel semelhante ao papel de arroz
que aps a impregnao fica com cerca de 60% de resina. O papel barreira tem a funo de
aumentar a opacidade do papel decorativo e evitar a passagem da resina fenlica para o papel
decorativo, durante o processo de prensagem (Melo, 2011).
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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2.2.2 Prensagem
A prensagem executada a alta presso, atravs da formao de camadas de papis Kraft
impregnados com resinas fenlicas, o que ir dar origem, depois de prensados, a placas
estratificadas, ou seja, os laminados. s camadas de papel Kraft, juntamente com as folhas
decorativas e as pelculas protetoras, impregnadas com resinas melamnicas, d-se o nome de
pr-placas (figura 2) (Melo, 2011).
Figura 2 - Pr-placa (Melo, 2011)
As pr-placas so colocadas costas com costas, tendo entre elas um papel encerado
designado por separativo, separando as referidas duas placas. A este processo, d-se o nome
de uma mo (figura 3) (Melo, 2011).
Figura 3 - "Mo" (Melo, 2011)
Aps a formao de uma mo, coloca-se a mesma numa chapa de transporte, onde se coloca
na face decorativa, umas chapas de acabamento, designadas chapas de compresso, o que ir
conferir o tipo de textura superficial desejada. O processo repete-se e ao conjunto das mos
e das chapas de acabamento, d-se o nome de andar (figura 4) (Melo, 2011).
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 4 Andar (Melo, 2011)
Terminada a formao de cada andar, insere-se o mesmo no elevador de carga. Quando o
elevador estiver cheio, o conjunto empurrado para o interior da prensa, onde prensado e
submetido a um ciclo de prensagem trmica. A durao e temperatura de cada ciclo dependem
de vrios fatores, como por exemplo, o tipo de placa a produzir, a espessura da placa, entre
outros. Aps a concluso do ciclo, os andares so retirados do interior da prensa e so
colocados no elevador de descarga. Depois so retiradas as chapas de acabamento e os painis
formados so conduzidos a uma linha de acabamento, onde so cortados com as dimenses
comercializadas (4270x2130mm, 3650x1860mm, 2550x1860mm e 3050x1530mm) e lixados
no lado contrrio face decorativa (Melo, 2011).
2.3 Processo de fabrico de painis fenlicos Trespa
O processo descrito acima referente aos painis fenlicos ditos tradicionais. Com o
evoluir do tempo, da tecnologia, do conhecimento e da experincia adquirida por parte do
fabricante Trespa
, houve uma evoluo no processo de fabrico dos seus painis.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
10
Os painis fenlicos tradicionais apresentam problemas quando em contacto com a gua,
pois o ncleo em papel Kraft aumenta de espessura (incha) em contacto com a gua (figura
5), levando degradao prematura do painel. Outro fator que contribui bastante para a
degradao precoce dos painis fenlicos deste tipo so as fibras de papel Kraft orientadas no
sentido longitudinal, o que faz com que a dilatao dos painis fenlicos seja
predominantemente num s sentido, ou seja, no homognea.
Figura 5 - Ncleo em papel Kraft (www.trespa.com)
Estes mesmos painis apresentam ainda problemas devido superfcie melamnica (figura 6).
A resina melamnica torna os painis fenlicos porosos, absorve poeiras, sujidade e outros
tipos de poluio que vo contribuir para um acelerar da degradao dos painis. Assim, a
estabilidade cromtica afetada, perdendo cor com o passar do tempo.
Figura 6 - Superfcie melamnica (www.trespa.com)
O ncleo dos painis fenlicos da Trespa
produzido atravs da tecnologia designada por
Dry-forming (figura 7) que consiste em envolver microfibras de madeira com resina fenlica.
Este processo faz com que a dilatao dos painis seja homognea, diminuindo assim o
aparecimento de fissuras no painel.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 7 - Ncleo Dry-forming (www.trespa.com)
A sua superfcie produzida com a tecnologia EBC (Electron Beam Curing endurecimento
por descarga de eletres) (figura 8). Esta consiste em curar uma resina acrlo-poliuretanica
pigmentada atravs de uma descarga de eletres que por sua vez reticula molecularmente essa
resina tornando-a de poro fechado e resistente intemprie e aos grafitis (www.trespa.com).
Figura 8 - Superfcie EBC (www.trespa.com)
2.4 Propriedades dos painis fenlicos
A norma EN 438 define as principais propriedades atribuveis aos painis fenlicos e os
respetivos mtodos de ensaio (Simes, 2010). As propriedades dos painis fenlicos so
apresentadas nos seguintes quadros:
Quadro I Propriedades fsicas
Quadro II Comportamento ao fogo
Quadro III Requisitos de resistncia intemprie
Quadro IV Qualidade de acabamento
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Propriedades fsicas:
Quadro I - Propriedades fsicas (Simes, 2010)
Comportamento ao fogo:
Quadro II - Comportamento ao fogo (Simes, 2010)
Altura mdia de falha ft 1,0466
Energia mdia de falha J 11,3
Aumento de massa % 3
Aspeto grau 4
Longitudinal % 0,25
Transversal % 0,25
6mm: 2000
8mm: 3000
Mtodo de Ensaio
Carga
Propriedade ou atributo
Fora de arranque N
9000
120
70
1350
Unidades (mx. ou mn.) Resultado
EN ISO 178:2003
EN ISO 178:2003
EN ISO 527-2:1996
EN ISO 1183-1:2004
MPa (mn.)
MPa (mn.)
MPa (mn.)
Kg/m3
(mn.)
Resistncia ao impacto de uma bola
de grande dimetro
Resistncia ao impacto
Resistncia humidade
Estabilidade dimensional a
temperatura elevada
Resistncia das fixaes
EN 438-2:21 mm 10
ISO 13894-1
EN 438-2:17 Variao da dimenso
ASTM D5420-04
EN 438-2:15
Carga
Carga
Densidade
Propriedades
Mdulo de Elasticidade
Resistncia flexo
Resistncia traco
Densidade
Dimetro da bola e altura de
queda
Classificao (t=6mm) B-s2, d0
Classificao (t=8mm) B-s1, d0
Classificao Classe A
Propagao de chamas FSI 0-25
Gerao de fumos SDI 0-450
Unidades (mx. ou mn.)
sia
ASTM E84/UL723
Euroclasse
Reao ao fogo (Alemanha) DIN 4102-1 Carga Classe
Reao ao fogo (Frana) NF P 92-501 Carga Classe
Reao ao fogo EN 438-7
Propriedades Mtodo de Ensaio Propriedade ou atributo
Europa
Amrica do Norte
M1
Caractersticas de combusto
superficial
Resultado
B1
Reao ao fogo (China) GB 8624 Classificao Classe B-s1, d0, t1
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Requisitos de resistncia intemprie:
Quadro III - Resistncia intemprie (Simes, 2010)
Qualidade de acabamento:
Quadro IV - Qualidade de acabamento (Simes, 2010)
2.5 Exigncias de desempenho
Segundo a diretiva dos produtos de construo, os materiais aplicados em obra tm que
cumprir um conjunto de exigncias de desempenho, de modo a que sejam considerados aptos
para aplicao e uso durante a vida til da construo.
As exigncias essenciais exigidas aos materiais so as seguintes: (LNEC, 2006)
Resistncia mecnica e estabilidade
Segurana em caso de incndio
Higiene, segurana e ambiente
Segurana na utilizao
Proteo contra rudo
Economia de energia e isolamento trmico
ndice de resistncia ndice 0,95
ndice do mdulo de flexo ndice 0,95
Aspeto Grau 4
Contraste Escala de cinzas ISO 105 A02 4-5
Contraste Escala de cinzas ISO 105 A03 4-5
Aspeto Grau 4
Contraste Escala de cinzas ISO 105 A02 4-5
Contraste Escala de cinzas ISO 105 A03 4-5
Aspeto Grau 4
Contraste Escala de cinzas ISO 105 A02 4-5
Contraste Escala de cinzas ISO 105 A03 4-5
Aspeto Grau 4
Unidades (mx. ou mn.)Propriedades Mtodo de Ensaio Propriedade ou atributo Resultado
Resistncia intemprie artificial
(Europa)
Resistncia intemprie artificial
(Florida)Norma Trespa
EN 438-2:29
Resistncia ao choque climtico EN 438-2:19
Resistncia ao SO2 DIN 50018
mm2/m
2 2
in2/ft
2 0,0003
mm/m2 20
in/ft2 0,073
Propriedades Mtodo de Ensaio Propriedade ou atributo Unidades (mx. ou mn.)
Qualidade de acabamento EN 438-2:4
Fibras
Resultado
Manchas, sujidade e
defeitos similares
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Os painis fenlicos devem ainda respeitar outros requisitos essenciais: (Simes, 2010)
Durabilidade
Manuteno
Conforto visual
2.5.1 Resistncia mecnica
Os painis fenlicos aplicados nas fachadas dos edifcios no contribuem para a estabilidade
estrutural dos mesmos. Porm, esto sujeitos a diversas solicitaes e como tal, devem ser
dimensionados de forma a resistir, sem rotura, a essas solicitaes. A ao do vento, a ao da
temperatura e a ao da humidade so normalmente as principais solicitaes a que os painis
fenlicos aplicados em fachadas esto sujeitos (Simes, 2010).
2.5.1.1 Ao do vento
A ao do vento cria presses dinmicas nas fachadas. Os painis fenlicos devem ter as suas
fixaes mecnicas ligadas estrutura de suporte e dimensionadas adequadamente de forma a
poderem resistir solicitao do vento (Simes, 2010). O dimensionamento ao vento
definido pelo Regulamento de Segurana e Aes (RSA), estando a classe de exposio
dividida em duas zonas (Zona A e Zona B). A Zona A a menos condicionante, ou seja, as
solicitaes de pr-dimensionamento so inferiores s da Zona B.
2.5.1.2 Ao da temperatura
As variaes da temperatura ao longo do dia podem provocar deformaes e tenses elevadas,
pelo que os painis fenlicos devem possuir condies de estabilidade dimensional para
resistir a este tipo de solicitaes. As fixaes mecnicas dos painis estrutura de suporte
devem ser dimensionadas de modo que as dilataes e contraes dos painis fenlicos no
sejam impedidas, deixando o painel dilatar ou contrair livremente. Uma fixao mecnica mal
dimensionada ou mal executada pode provocar tenses elevadas, levando rotura do painel
(Simes, 2010).
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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2.5.1.3 Ao da humidade
A ao da humidade pode causar um aumento de massa nos painis fenlicos. A norma EN
438 2: 15 estabelece limite para o aumento de massa, o qual deve ser 3% (Simes, 2010).
Apesar deste aumento de massa ser pequeno, estas alteraes fsicas podem causar tenses
nas zonas onde as fixaes mecnicas esto colocadas. Um mau dimensionamento das
fixaes mecnicas estrutura pode levar ao arrancamento das mesmas e consequente
desprendimento do painel da fachada.
2.5.2 Segurana em caso de incndio
Os painis fenlicos tm um bom comportamento ao fogo. A sua temperatura de ignio de
400C. Este valor pode ser melhorado com a introduo de retardadores de chama na sua
superfcie. Estes painis no criam chama, produzem apenas fumo e libertao de calor. Os
gases produzidos durante a combusto so idnticos a outros materiais, destacando-se o
dixido de carbono. Os outros gases libertados so o monxido de carbono, xidos de azoto,
dixido de enxofre e cianeto de hidrognio (Simes, 2010).
2.5.3 Higiene, segurana e ambiente
Os painis fenlicos tm uma superfcie no porosa (painis fenlicos recentes) o que oferece
uma resistncia eficaz contra a maioria dos compostos qumicos. A libertao de gs da
superfcie dos painis fenlicos baixa, no tendo sido detetvel nas anlises elaboradas pelo
fabricante Trespa
. Os painis fenlicos podem ser reciclados e quando incinerados
produzem gua, dixido de carbono e xidos de nitrognio. As cinzas provenientes da
incinerao podem ser levadas para locais de deposio controlada de resduos (Simes,
2010).
2.5.4 Segurana na utilizao
A garantia de segurana na utilizao dos painis fenlicos depende, no s das suas
caractersticas mecnicas, como tambm das caractersticas das suas fixaes. Quando
aplicados em fachadas exteriores, devem ser fixados corretamente atravs das fixaes
mecnicas de forma a garantir que o painel no caia. Tambm a resistncia ao choque um
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
16
fator importante para a segurana na utilizao, pois estes devem garantir alguma resistncia
ao impacto.
2.5.5 Proteo contra rudo
Os painis fenlicos no contribuem para a proteo contra rudo. A proteo contra rudo
numa fachada exterior, em que sejam aplicados painis fenlicos, depende essencialmente do
isolamento exterior (por exemplo l de rocha) (Simes, 2010).
2.5.6 Economia de energia e isolamento trmico
Os painis fenlicos tambm no contribuem para o conforto trmico. Estas condies so
asseguradas pela aplicao do isolamento trmico ao longo de toda a fachada (Simes, 2010).
2.5.7 Durabilidade
Os painis fenlicos de uso exterior devem garantir um perodo mnimo de durabilidade. De
acordo com a norma ISO 15686, os elementos substituveis, quando aplicados num edifcio
com uma vida til de projeto de 60 anos, devero ter uma durabilidade mnima de projeto no
inferior a 40 anos (Simes, 2010).
2.5.8 Manuteno
As operaes de manuteno consistem em operaes de limpeza, reparaes ou substituies
pontuais de painis danificados. A superfcie dos painis fenlicos impede a penetrao da
sujidade (painis fenlicos mais recentes), o que possibilita uma fcil limpeza, com gua e
detergentes neutros (Simes, 2010).
2.5.9 Conforto visual
Uma vez que uma das principais funes dos painis fenlicos a esttica, estes devem
apresentar uma boa estabilidade de cor e brilho, planeza e verticalidade, ausncia de fissuras e
ausncia de sujidades e manchas. Os painis fenlicos tendem a perder o seu brilho e cor com
a incidncia dos raios ultravioleta ao longo do tempo (Simes, 2010). Este desempenho pode
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
17
ser melhorado, com a introduo das resinas acrlo-poliuretanica (usadas pelo fabricante
Trespa
)
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
19
3 REVESTIMENTO DE FACHADAS EXTERIORES
O revestimento de fachadas exteriores deste captulo referente ao fabricante Trespa
, uma
vez que a obra acompanhada utilizou na sua fachada painis fenlicos deste fabricante e as
amostras facultadas para os ensaios laboratoriais serem maioritariamente deste mesmo
fabricante. Neste captulo tambm apresentado o sistema de fachada ventilada, contudo os
painis fenlicos tambm podem ser usados como elemento decorativo, ou seja, sem caixa-
de-ar, no contribuindo para a ventilao da fachada.
3.1 Diretrizes gerais de revestimento de fachadas exteriores
O fabricante Trespa
fornece as seguintes consideraes aquando da concepo, clculo e
construo de uma fachada composta por painis fenlicos, estruturas de fixao e fixaes:
Os painis fenlicos devem ser aplicados como um revestimento de fachada auto-
sustentvel, no devendo exercer nenhuma funo estrutural.
No devem ser suspensos objetos pesados nos painis se no existirem suportes
adicionais que atravessem o painel at uma parte rgida da construo (parede ou
pilar).
Deve-se assegurar que a cmara-de-ar ventilada de forma que sejam asseguradas
uma ventilao e drenagem suficientes para evitar danos resultantes da acumulao da
humidade.
Deve-se garantir que a resistncia e rigidez do painel suficiente para resistir a cargas
normais, tais como o vento, peso prprio e impacto, sem que o painel fique danificado.
Os perfis instalados devem garantir a resistncia, rigidez, estabilidade e durabilidade
de toda a estrutura de suporte antes da instalao dos painis.
Os painis fenlicos devem ser fixos com fixaes resistentes corroso numa estrutura de
fixao adequada. Os painis no devem ficar totalmente fixos, ou seja, devem ser instalados
de forma a poderem mover-se livremente. Esses movimentos podem ser causados por
dilataes ou contraes devido variao da temperatura ou humidade. Um sistema de
fixao que impea o movimento pode criar tenses nas zonas dos apoios dos painis,
levando os mesmos rotura.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
20
Quando se procede ao clculo em projeto da estrutura de fixao, deve-se ter em considerao
os seguintes aspetos:
Ao do vento
Condies de ventilao desejadas
Movimentao livre dos painis
Normas, regulamentos e especificaes tcnicas de instalao
Espessura do material de isolamento trmico (caso seja usado)
Possibilidade de ancoragem nas paredes estruturais
3.2 Fachadas ventiladas
O sistema de fachada ventilada (figura 9) uma soluo que envolve a aplicao de painis
fenlicos numa estrutura de fixao presa fachada do edifcio.
Figura 9 - Fachada ventilada (www.trespa.com)
Um sistema de fachada ventilada (figura 10) composto pelos seguintes elementos:
Revestimento de proteo e fachada decorativa
o Os painis so cortados medida e usados como revestimentos de proteo de
fachada, numa soluo de construo com benefcios estticos e tcnicos.
Cmara-de-ar e ventilao
o A cmara-de-ar entre a fachada de ventilao e o isolamento ou parede do
edifcio permite a passagem do ar atravs das entradas e sadas de ventilao.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Para uma ventilao contnua, necessrio que a cmara-de-ar entre os painis
fenlicos e o isolamento ou parede do edifcio tenha uma largura adequada.
Isolamento
o As fachadas ventiladas tm um espao entre o revestimento exterior e a parede
do edifcio, local ideal para a localizao dos materiais de isolamento. A gua
da chuva e a humidade so removidas naturalmente pelo ar que circula atravs
da cmara-de-ar, permitindo que o material de isolamento se conserve em boas
condies e permanea eficaz ao longo do tempo.
Estrutura de fixao
o A fachada ventilada pode ser construda utilizando diferentes sistemas de
fixao testados. Cada um desses sistemas apresenta vantagens especficas, em
termos estticos (fixao oculta ou visvel). Os tipos de fixao sero
apresentados no tpico 3.3.
Figura 10 - Sistema de fachada ventilada (www.trespa.com)
Vantagens:
o Os sistemas de fachada ventilada acima descritos podem apresentar vrias
vantagens. Em primeiro lugar, um efeito de chamin aspira o ar atravs da
cmara (o ar quente sobe), permitindo a remoo do calor e da humidade da
chuva ou condensao. Em segundo lugar, o revestimento exterior de proteo
bloqueia incidncia da radiao solar e possibilita um isolamento eficaz,
reduzindo consideravelmente a necessidade de utilizao de arrefecimento. Em
terceiro lugar, estes resultados visam proporcionar uma melhoria do conforto
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
22
nas zonas de ocupao. Os moradores ou os utilizadores encontram um
ambiente de manuteno reduzida, usufruindo da contribuio positiva das
condies de humidade e temperatura do edifcio para a qualidade ambiental
interna.
3.3 Sistemas de fixao
Os sistemas de fixao podem ser divididos em dois tipos:
Fixao invisvel (oculta)
Fixao visvel (exposta)
Dentro de cada tipo existem vrias opes, consoante a escolha do projetista. Para as fixaes
ocultas (figuras 11 a 16) tm-se as seguintes opes:
Figura 11 - Fixao oculta com cantoneiras e perfis (www.trespa.com)
Figura 12 - Fixao oculta com colagem numa estrutura de alumnio (www.trespa.com)
Figura 13 - Fixao oculta com colagem numa estrutura de madeira (www.trespa.com)
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 14 - Fixao oculta com bordas perfiladas (www.trespa.com)
Figura 15 - Fixao oculta de revestimentos (www.trespa.com)
Figura 16 - Fixao oculta cantoneira-perfil (www.trespa.com)
Para as fixaes visveis tm-se as seguintes opes (figuras 17 a 20):
Figura 17 - Fixao visvel com rebites numa estrutura de alumnio (www.trespa.com)
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 18 - Fixao visvel com parafusos numa estrutura de alumnio (www.trespa.com)
Figura 19 - Fixao visvel com parafusos numa estrutura de madeira (www.trespa.com)
Figura 20 - Fixao visvel com rebites numa estrutura de metlica (www.trespa.com)
3.4 Solues de canto
A unio dos painis fenlicos Trespa
nos cantos dos edifcios pode ser feita atravs de um
sistema de juntas abertas ou de juntas fechadas. Os painis fenlicos so adaptados para
aplicao em cantos, em que o perfil metlico est ligado ao painel fenlico por meio de
parafusos, rebites ou colagens. necessrio manter certas tolerncias devido s dilataes dos
painis fenlicos por variao da temperatura. Na figura 21 apresentam-se as solues de
canto:
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 21 - Solues de canto (www.trespa.com)
3.5 Juntas
As juntas dos painis fenlicos podem ser horizontais e verticais. As juntas horizontais e
verticais podem ser abertas ou fechadas, existindo solues diferentes para cada uma destas
combinaes. A definio do tipo de junta a usar depende da montagem da estrutura de
fixao e das tolerncias entre painis.
Existem trs solues de juntas horizontais (figura 22):
Junta aberta
Junta sobreposta
Junta de perfil
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 22 - Juntas horizontais (neste caso sem caixa-de-ar) (www.trespa.com)
Deve-se ter em conta as seguintes indicaes:
Espao de pelo menos 5mm entre painis em juntas de perfil
Altura mnima entre painis de 10mm em juntas abertas
Assegurar que as juntas sobrepostas impeam o acesso de insetos ou outros seres
vivos que possam danificar os painis
Assegurar que as juntas permitam uma ventilao correta de modo a evitar a
acumulao de humidade
Quando se utiliza um sistema de juntas abertas deve-se ter em ateno possibilidade de
entrada de gua para a parte posterior do painel. Para contrariar esse facto, uma soluo
possvel a introduo de uma lmina impermevel gua e permevel ao vapor de gua na
zona da junta.
Relativamente s juntas verticais (figura 23), existem duas solues:
Junta aberta
Junta sobreposta
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 23 - Juntas verticais (www.trespa.com)
3.6 Limpeza e manuteno
Os painis fenlicos recentes so um material no poroso. Esta propriedade garante que a
sujidade no penetre no interior dos painis, o que poderia acelerar o seu processo de
degradao. Os painis fenlicos so altamente resistentes a um grande nmero de produtos
qumicos, onde esto includos alguns produtos de limpeza, mais ou menos agressivos
quimicamente. Relativamente manuteno, os painis fenlicos tm baixa manuteno,
sendo recomendada a limpeza dos painis fenlicos aps a sua fixao em obra e
posteriormente de ano a ano.
3.6.1 Preveno da sujidade
Uma camada de poeira na superfcie dos painis fenlicos menos visvel do que as manchas
causadas pela gua da chuva misturada com a poeira. Esta mistura de gua e poeira deposita-
se em certas partes. Esta deposio pode ser evitada seguindo as seguintes solues
arquitetnicas:
Instalar pingadeiras na parte superior dos painis fenlicos do topo da fachada
Usar parafusos de fixao rpida com cabea plana
Assegurar que as juntas verticais devem estar alinhadas entre si
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Durante a fase de construo inevitvel que os painis fenlicos apanhem alguma sujidade,
proveniente das poeiras existentes em obra, no entanto, podem-se tomar algumas medidas
para reduzir esta situao:
Retirar todas as etiquetas e adesivos aps a fixao do painel estrutura
Proteger as quinas dos painis
Limpar imediatamente a superfcie, removendo as manchas ou resduos que possam
ficar nos painis aps a fixao
3.6.2 Limpeza e reparao
Para alm das poeiras e do possvel crescimento de lquenes, outros problemas podem ocorrer
nas superfcies dos painis fenlicos. Um desses problemas so os grafitis. Vrios fabricantes
oferecem uma vasta gama de produtos de limpeza contra este tipo de problema. Os produtos
aplicados no devem recorrer a agentes abrasivos ou polidores, evitando assim o uso de
escovas rgidas que possam riscar a superfcie dos painis. Devem ser usadas escovas macias
ou panos de limpeza. Os produtos aplicados para a remoo de grafitis normalmente tm um
tempo de aplicao, que no deve ser excedido, sob pena de degradarem a superfcie dos
painis.
3.7 Corte e perfurao
3.7.1 Corte
Para o corte dos painis fenlicos (figura 24) deve-se ter em conta as seguintes indicaes:
Corte de velocidade 7-22m/min de painel
Dentes de corte alternados ou em planos trapezoidais
Corte com melhores resultados em mquinas estticas do que em mquinas mveis
Os cantos devem ser alisados recorrendo a uma lixa
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 24 - Especificaes de corte (www.trespa.com)
3.7.1.1 Serra circular fixa
O corte de painis fenlicos realizado em cima de uma superfcie de trabalho em que a
mquina de corte est esttica. Isto permite obter melhores resultados de corte em comparao
com a mquina mvel. As especificaes da serra circular fixa so apresentadas na figura 25:
Figura 25 - Serra circular fixa (quadro retirado de catlogo em www.trespa.com)
3.7.1.2 Serra circular mvel
O corte de painis fenlicos, usando uma mquina de serra mvel, deve ser efetuado com a
superfcie do painel voltada para cima. As especificaes da serra circular mvel so
apresentadas na figura 26:
Figura 26 - Serra circular mvel (quadro retirado de catlogo em www.trespa.com)
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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3.7.2 Perfurao
A perfurao dos painis fenlicos deve ser efetuada utilizando um berbequim e uma broca de
carbono, com um ngulo superior a 60-80. Os painis fenlicos devem ser perfurados nas
zonas dos apoios (figura 27).
Figura 27 - Perfurao (quadro retirado de catlogo em www.trespa.com)
3.8 Transporte, manuseamento e armazenamento
O transporte, manuseamento e armazenamento (figura 28) de painis fenlicos s pode ser
efetuado por pessoal especializado, utilizando os equipamentos apropriados. Para se evitar
danos na superfcie decorativa dos painis fenlicos, estes devem ser manuseados e
transportados com cuidado.
Figura 28 - Transporte, Manuseamento e Armazenamento (www.trespa.com)
3.8.1 Transporte
O transporte dos painis fenlicos deve ser feito tendo em conta as seguintes indicaes:
Os painis devem estar seguros durante o transporte, de modo a evitar quedas do
material
Colocar protees nas esquinas dos painis
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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3.8.2 Manuseamento
O manuseamento dos painis fenlicos deve ser feito tendo em conta as seguintes indicaes:
Manuseamento feito com cuidado
No se deve deslisar as placas uma sobre a outra, pois isto pode causar riscos na
superfcie do painel debaixo
Evitar a acumulao de sujidade em cima dos painis ou entre os mesmos
3.8.3 Armazenamento
Relativamente ao armazenamento dos painis fenlicos deve-se ter em conta as seguintes
indicaes:
Armazenamento em local seco e limpo
As paletes devem ser colocadas numa superfcie nivelada e sem contacto com o solo
Se possvel, manter o plstico original que envolve os painis vindos da fbrica
Evitar a acumulao de humidade entre as placas
Evitar expor os painis a grandes variaes de temperatura
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4 INSPEO DE EDIFCIOS
Este captulo dedicado inspeo de edifcios, mais concretamente identificao visual de
patologias em painis fenlicos. Esta inspeo visual permite um melhor conhecimento do
material aplicado e algo fundamental para esta dissertao, uma vez que os catlogos dos
fabricantes por norma apresentam as vantagens do material.
Os painis inspecionados so tradicionais.
4.1 Identificao de patologias em painis fenlicos
4.1.1 Edifcio de habitao multifamiliar na rua dos Argonautas
O edifcio em estudo trata-se de uma residncia Snior (figura 29), situado na rua Argonautas,
na zona Sul do Parque das Naes. As fachadas so todas elas revestidas a painis fenlicos
em sistema de fachada ventilada, utilizando rebites para a sua fixao. O edifcio foi
concludo em 2005, tendo, portanto a idade de 8 anos aquando da inspeo.
Figura 29 Residncia Snior
As principais patologias encontradas nos painis fenlicos do edifcio so:
Delaminao da superfcie melamnica
Colocao errada dos rebites
Pigmentao na superfcie
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.1.1.1 Delaminao da superfcie melamnica
O destacamento da superfcie melamnica (figura 30) pode ser causado pela dilatao do
painel devido s variaes trmicas. Como foi escrito anteriormente no ponto 2.2, as fibras de
papel Kraft impregnadas no ncleo dos painis fenlicos tm a sua orientao no sentido
longitudinal, o que leva a que a dilatao dos painis no seja homognea. Este facto
contribui bastante para que a pelcula melamnica superfcie fique degradada.
Figura 30 - Superfcie melamnica degradada
4.1.1.2 Colocao errada dos rebites
A m colocao dos rebites (figura 31) pode contribuir para a degradao precoce dos painis
fenlicos. Quando se efetua o furo para a colocao do rebite, deve-se deixar uma folga de
0,5mm aproximadamente, de forma que o painel se possa movimentar livremente devido s
dilataes trmicas, o que neste caso no foi respeitado, como visvel na figura 31.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 31 - Colocao de rebites
4.1.1.3 Pigmentao na superfcie
A superfcie dos painis fenlicos apresenta pigmentao (figura 32) que pode ser causada
pela exposio solar e pela proximidade do rio Tejo (ambiente martimo). Mais uma vez, a
dilatao no uniforme s variaes da temperatura leva ao aparecimento desta pigmentao
na superfcie melamnica. Devido superfcie melamnica ser porosa (painis fenlicos
tradicionais), a absoro de poeiras e sujidade tambm contribui para o aparecimento desta
pigmentao. A superfcie torna-se spera ao tato.
Figura 32 - Pigmentao da superfcie dos painis fenlicos
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.1.2 Edifcio de habitao multifamiliar na avenida Fernando Pessoa
O edifcio em estudo um edifcio multifamiliar de 9 pisos (figura 33) situado na zona Sul do
Parque das Naes, na avenida Fernando Pessoa. O edifcio tem painis fenlicos apenas na
zona das varandas funcionando apenas como elemento decorativo. Os painis fenlicos esto
fixos estrutura atravs de parafusos.
Figura 33 - Edifcio multifamiliar
A principal patologia encontrada foi a delaminao da superfcie melamnica.
4.1.2.1 Delaminao da superfcie melamnica
A delaminao da superfcie melamnica (figura 34) causada pela dilatao no uniforme
dos painis fenlicos. A incidncia dos raios solares tambm contribui para a degradao da
superfcie dos painis, apenas atenuada se estes tiverem uma proteo ultravioleta. A fachada
est orientada a sudeste, para a qual os valores de radiao solar incidente so bastante
elevados durante todo o ano.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 34 - Delaminao da superfcie melamnica
4.1.3 Edifcio de habitao multifamiliar na rua dos Cruzados
O edifcio em estudo um edifcio multifamiliar de 3 pisos (figura 35) situado na zona Sul do
Parque das Naes, na rua dos Cruzados. A fachada quase toda ela revestida a painis
fenlicos, num sistema de fachada ventilada, fixos com rebites.
Figura 35 - Habitao multifamiliar
As patologias encontradas nos painis fenlicos do edifcio so:
Diferenas cromticas
Manchas superficiais
Sujidade
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.1.3.1 Diferenas cromticas
As diferenas cromticas (figura 36) so causadas pela incidncia dos raios solares. Os
painis fenlicos tendem a perder a cor ao longo do tempo devido exposio aos raios
ultravioleta. A perda de cor poderia ser atenuada com a introduo de uma proteo
ultravioleta na superfcie dos painis fenlicos, o que neste caso no foi acautelado.
Figura 36 - Diferenas cromticas
4.1.3.2 Manchas superficiais
As manchas superficiais (figura 37) podem ser causadas pela incidncia dos raios solares. A
superfcie melamnica perdeu a sua cor a longo do tempo devido exposio solar.
Figura 37 - Manchas superficiais
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.1.3.3 Sujidade
As marcas de sujidade encontradas na situao em estudo (figura 38) so provenientes da
parede de beto onde esto colocados os painis fenlicos. O beto sofre a dissoluo e o
arraste do hidrxido de clcio (Ca(OH2)) depois de endurecido, pela ao da gua, criando
manchas de cor esbranquiada.
4.1.4 Edifcio de escritrios e servios
Trata-se de um edifcio de escritrios e servios, situado na zona Norte do Parque das Naes,
na alameda dos Oceanos. Apenas parte da fachada principal (figura 39) revestida a painis
fenlicos, sendo a fachada posterior (figura 40) toda ela revestida a painis fenlicos em
sistema de fachada ventilada, fixos com parafusos.
Figura 38 - Marcas de sujidade
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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As principais patologias encontradas no edifcio so:
Diferenas cromticas
Desprendimento pontual de elementos de fixao
Rotura de painis
4.1.4.1 Diferenas cromticas
Como foi explicado anteriormente, a perda de cor (figura 41) por parte dos painis fenlicos
causada pela incidncia dos raios solares. Neste caso, possvel ver-se espectros ou
fantasmas da estrutura de suporte dos painis fenlicos.
Figura 41 - Diferenas cromticas e "espectros ou fantasmas"
Figura 39 - Fachada principal Figura 40 - Fachada posterior
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.1.4.2 Desprendimento pontual de elementos de fixao
O desprendimento dos elementos de fixao (figura 42, 43 e 44) pode ser causado pelo mau
dimensionamento em projeto dos mesmos, ou m colocao em obra. A fixao utilizada
neste caso so parafusos.
Figura 42 - Desprendimento dos elementos de fixao
Figura 43 - Desprendimento de elementos de fixao
Figura 44 - Desprendimento de elementos de fixao
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.1.4.3 Rotura de painis
A rotura dos painis fenlicos (figura 45 e 46) causada pelo excesso de tenso interna. Um
correto dimensionamento do tipo de painel, nmero e disposio das fixaes ajuda a prevenir
o aparecimento de fissuras (figura 47) e consequente rotura dos painis. No caso das fixaes
com parafusos, deveria ter sido deixada uma folga de 0,5mm para permitir que os painis se
movimentassem devido s dilataes e contraes trmicas (Simes, 2010).
Figura 45 - Rotura de painel fenlico
Figura 46 - Rotura de painel fenlico
Figura 47 - Fissurao em painel fenlico
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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4.2 Solues de reparao
Na reparao das patologias identificadas nos edifcios em estudo, pode-se optar por duas
solues:
Substituio do painel ou painis danificados
Pintura da superfcie dos painis fenlicos
4.2.1 Substituio do painel ou painis danificados
Na substituio do painel ou painis danificados, deve-se ter em ateno a causa da patologia
e elimin-la. Assim, pode ser necessrio um novo dimensionamento da estrutura de suporte e
dos sistemas de fixao, assim como a espessura do painel. Caso sejam substitudos apenas
painis pontuais, deve-se respeitar a cor e sistema de fixao utilizados anteriormente.
4.2.2 Pintura da superfcie dos painis fenlicos
Apesar da pintura de painis fenlicos no ser uma soluo recomendada por alguns
fabricantes, as alteraes cromticas podem ser resolvidas com a pintura. Alguns fabricantes
excluem da garantia de fabrico as alteraes cromticas. Logo, em projeto pode ser uma boa
opo a escolha de fabricantes que ofeream garantia s mudanas de cor. Caso se opte pela
pintura dos painis fenlicos deve-se ter em conta as seguintes indicaes:
Limpeza e desengorduramento do painel fenlico utilizando um detergente neutro
Raspar a superfcie do painel de forma a dar-lhe alguma rugosidade
Aplicar um sistema de pintura recomendado pelo fabricante e seguir recomendaes
dadas pelo mesmo (aes optativas):
o Colocao de primrio e pintura
o Colocao de poliuretano asfltico de um componente e pintura
o Pintura de dois componentes
Deve-se ter em conta que a introduo de uma pintura na superfcie dos painis fenlicos
pode afetar a sua estabilidade dimensional (dilataes e contraes trmicas) e tambm o seu
comportamento ao fogo.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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5 APLICAO DE PAINIS FENLICOS EM OBRA
A obra acompanhada, localizada em Vila Franca de Xira, foi um supermercado Aldi
construdo de raiz, em que todas as fachadas foram revestidas a painis fenlicos de espessura
de 8mm em sistema de fachada ventilada. O acompanhamento da obra teve incio a 19 de
Outubro de 2012 e o fim a 24 de Novembro de 2012.
Os painis fenlicos utilizados na fachada so do fabricante Trespa
, designados por Trespa
Meteon FR (figura 48). As iniciais FR significam que na superfcie foi aplicado um retardador
de chama em caso de incndio.
Figura 48 - Trespa Meteon FR
Antes da aplicao dos painis fenlicos necessrio fixar a estrutura de suporte. A estrutura
de suporte fixa fachada construda em tijolo ou em blocos de cimento. No caso desta obra,
foram usadas as duas solues construtivas, ou seja, parte da fachada revestida a blocos de
cimento e a outra parte revestida a tijolo. A estrutura de suporte constituda por
esquadros (figura 49), peas em forma de L, que so fixos fachada j construda atravs
de parafusos com anilha. Os esquadros podem ter dimenses entre 30 mm e 250 mm e
devem estar espaados entre 400 mm e 650 mm. A sua escolha feita consoante a
verticalidade da parede, o isolante trmico utilizado e a caixa-de-ar, tendo sempre em conta
que no fim os painis fenlicos tm que ficar aprumados.
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Figura 49 - Esquadro fixo fachada
Os esquadros servem de suporte aos montantes metlicos. Os montantes metlicos so
perfis em forma de T ou de L. Os perfis em forma de T (figura 50) so utilizados nas
juntas dos painis fenlicos, ou seja, quando se colocam dois painis num mesmo perfil. Os
perfis em forma de L (figura 51) so utilizados apenas para a fixao do painel. Estes perfis
em L devem estar espaados entre 400 mm e 650 mm.
Figura 50 - Perfil em "T"
Figura 51 - Perfil em "L"
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Existem outros perfis designados por mega () (figura 52), utilizados na chamada
estrutura direta. Os perfis mega so utilizados em locais da fachada em que no possvel
a colocao dos esquadros e respetivos montantes. Os perfis mega foram aplicados na
pala junto entrada principal do supermercado, fixos estrutura metlica.
Figura 52 - Perfil em
Aps a concluso da estrutura de suporte, colocado o isolamento trmico da fachada (figura
53) com uma espessura de 60 mm. Para a fixao do isolamento trmico fachada utilizado
um fixador circular (figura 54) que aperta atravs de um parafuso parede.
Terminada a colocao do isolamento trmico em toda a fachada, pode-se proceder aos
trabalhos preparatrios para a fixao dos painis fenlicos na fachada. Os painis em obra
devem ser preservados em local seco e protegidos dos agentes atmosfricos (sol e chuva). Os
painis chegam obra com a dimenso de fabrico (3650mm x 1860mm) sendo cortados
Figura 53 - Isolamento trmico Figura 54 - Fixador circular
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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posteriormente. Os painis colocados na fachada tm 1860mm por 895mm (figura 55).
Contudo, alguns painis tm que ser cortados com dimenses menores para acabamentos.
O corte dos painis em obra feito recorrendo a uma mquina de corte (figura 56)
especializada para o efeito. A serra de corte utilizada deve ser de fio de metal duro ou disco
com dentes diamantados. Neste caso, foi utilizado um disco com dentes diamantados (figura
57). O corte deve ser efetuado numa bancada apropriada, usando uma rgua (figura 58), fixa
com o auxlio de fixadores (figura 59) que possui encaixes onde a mquina de corte
colocada (figura 60) permitindo cortes mais precisos. Devido ao elevado peso dos painis
vindos de fbrica (73,2 kg/painel), a colocao na bancada de corte feita usando uma pega
com uma ventosa. A ventosa (figura 61) possui duas patilhas que ajudam a prender e a
desprender o painel.
Figura 57 - Disco com dentes diamantados
Figura 55 - Painis fenlicos na fachada
Figura 56 - Mquina de corte
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Aps concludo o corte dos painis fenlicos, estes podem comear a ser aplicados na
fachada. O tipo de fixao dos painis oculto recorrendo a colas e adesivos especficos. As
colas e adesivos aplicados so da marca Bostik, tendo a designao Simson Foam-Tape para
os adesivos, Simson Paneltack para as colas e Simson SX Black para a tinta. O adesivo
fornecido em rolo e a cola em cartuchos. Os adesivos so de dupla face (figura 62 e 63) e so
colocados na estrutura de suporte em primeiro lugar, uma vez que so eles que vo garantir
que o painel fica fixo antes da cola secar. Antes da colocao do adesivo na estrutura de
suporte, esta deve ser limpa com um detergente ou produto neutro, de modo e eliminar
possveis poeiras ou gorduras que contenha a estrutura. Aps a limpeza, deve-se aguardar 15
minutos para que se possa colocar o adesivo.
Figura 58 - Rgua Figura 59 - Fixadores
Figura 60 - Mquina de corte colocada na rgua Figura 61 - Ventosa
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Antes da colocao das colas na estrutura de suporte, esta deve ser pintada de preto na zona
das juntas dos painis fenlicos e depois da pintura secar, deve-se limpar novamente a
estrutura de suporte com um detergente ou produto neutro, de modo a que possveis poeiras e
gorduras sejam eliminadas da superfcie. Tambm a face interior dos painis fenlicos deve
ser limpa com estes produtos, antes da sua aplicao na fachada. Aps a limpeza deve-se
aguardar 10 a 15minutos at se poder aplicar a cola na estrutura de suporte. A cola aplicada
atravs de uma pistola com um cartucho (figura 64).
Figura 64 - Pistola com cartucho para aplicao da cola na estrutura de suporte
Figura 62 - Adesivo de auxlio fixao dos painis Figura 63 - Adesivo na zona de junta de dois painis
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Painis Fenlicos para aplicao em fachadas exteriores
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Aps os procedimentos descritos, coloca-se a cola na estrutura de suporte (figura 65).
De seguida, os painis fenlicos so colocados na fachada (figura 66). Os painis devem ficar
alinhados e aprumados