Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieB … · 2017-12-22 · mercado de...

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SEGMENTAçãO AQUECE MERCADO DE COSMéTICOS Empresas do setor inovam produtos e modelos de negócio e apostam na retomada do crescimento em 2018 BAHIA INDúSTRIA ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XXIV Nº 251 2017

Transcript of Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieB … · 2017-12-22 · mercado de...

Segmentação aquece mercado de coSméticoSEmpresas do setor inovam produtos e modelos de negócio e apostam na retomada do crescimento em 2018

Bahia

indúStriaISSN 1679-2645Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieB

aNo XXIv Nº 251 2017

A indústria baiana tem como uma de suas características a resiliência, a capacidade de

se transformar para superar adversidades. É o que acontece com o segmento de cosmé-

ticos e perfumaria. Depois de amargar queda nas vendas durante 2015-2016, o ano de

2017 trouxe a retomada dos investimentos e das vendas, com um crescimento estimado

de 3%, segundo o Sindcosmetic-BA. O ano de 2018 promete ser ainda melhor.

A recessão econômica, agudizada pela

crise política, bem como a alta indiscrimi-

nada dos tributos (a mudança na cobrança

de PIS/Cofins, que passou a incidir também

sobre as distribuidoras, além da elevação

de impostos estaduais sobre vários produ-

tos) impactaram a indústria de cosméticos

e perfumaria. A volta por cima começou a

se desenhar quando a indústria percebeu a

necessidade de se reinventar para atender

a um consumidor que mudou seus hábitos

com a crise, migrando para produtos de

menor valor agregado. Grandes indústrias,

principalmente, passaram a investir em li-

nhas populares, substituindo margem por

quantidade vendida.

Mesmo o consumidor com maior poder

aquisitivo passou a utilizar menos os serviços dos salões de beleza. Percebendo isso,

várias empresas passaram a ofertar produtos profissionais, para que eles cuidem da

aparência em casa. Este foi o caminho trilhado especialmente pelas empresas de me-

nor porte, que precisam oferecer produtos de maior valor agregado, pois não vendem

grandes quantidades. A solução, portanto, é focar em mercados específicos, especiali-

zando-se em nichos. Há uma preocupação, por parte dos empresários em inovar, inves-

tir na qualidade de produtos e em design de embalagem. As redes sociais também são

um meio cada vez mais utilizado para campanhas de divulgação, com o uso, inclusive,

de influenciadores digitais.

As perspectivas desse mercado são altamente promissoras. O Brasil é o quarto maior

mercado consumidor mundial de produtos de higiene pessoal, atrás apenas dos Esta-

dos Unidos, China e Japão. Além disso, é o segundo maior consumidor de perfumes,

desodorantes, produtos de beleza masculinos e de protetor solar. O terceiro maior em

artigos infantis e o quarto em itens para banho, cabelo e higiene oral. Isso mostra que,

para o consumidor brasileiro, estes são itens essenciais ao seu bem-estar e autoestima.

Regionalmente, a indústria baiana de cosméticos ocupa a sexta posição no ranking

nacional e a primeira colocação no Nordeste. Se, até certo tempo atrás, a preocupação

em geral das empresas locais era produzir muito e vender barato, hoje o foco maior

é mirar em mercados específicos e se especializar neles. Com isso, várias empresas

locais estão presentes em outros estados e algumas já estão de olho no mercado inter-

nacional. Para estas, o Sistema FIEB oferece apoio por meio do Centro Internacional de

Negócios, em parceria com a Apex Brasil.

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Segmento de cosméticos se reinventa

indústrias

investem na

qualificação

de produtos e

em design de

embalagem

editorial

Planta deuma indústria de cosméticos

nº 251 nov/dez 2017

shutterstock

4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEB

Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS Vege-

taiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e

de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de

madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo,

milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eSta-

do da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-

dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS

d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS

induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, gra-

nitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS,

concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sin-

dicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e

tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-

dúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS

hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução

e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do

nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (Sina-

Val) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected]

Filiada à

fiEBPReSiDeNte Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° ViCe-

-PReSiDeNte carlos henrique Jorge Gantois. ViCe-

-PReSiDeNteS Josair santos Bastos; eduardo catha-

rino Gordilho; edison Virginio Nogueira correia;

Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DiRetOReS

titULaReS Alberto cánovas ruiz;eduardo Meirelles

Valente; renata Lomanto carneiro Müller; Fernando

Luiz Fernandes; Juan José rosario Lorenzo; theofilo

de Menezes Neto; José carlos telles soares; Angelo

calmon de sa Junior; Jefferson Noya costa Lima;

Luiz Fernando kunrath; João schaun schnitman;

Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio toledo de

Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DiRetOReS

SUPLeNteS Guilherme Moura costa e costa; Glads-

ton José Dantas campêlo; cléber Guimarães Bastos;

Jorge catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araú-

jo; roberto Mário Dantas de Farias

conSElhoSmiCRO e PeqUeNa emPReSa iNDUStRiaL carlos henri-

que Jorge Gantois; aSSUNtOS FiSCaiS e tRiBUtáRiOS

sérgio Pedreira de oliveira souza; COméRCiO exte-

RiOR Angelo calmon de sá Junior; eCONOmia e De-

SeNVOLVimeNtO iNDUStRiaL Antonio sergio Alipio;

iNFRaeStRUtURa Marcos Galindo Pereira Lopes;

iNOVaçãO e teCNOLOgia José Luis Gonçalves de Al-

meida; meiO amBieNte Jorge emanuel reis cajazei-

ra; ReLaçõeS tRaBaLhiStaS homero ruben rocha

Arandas; ReSPONSaBiLiDaDe SOCiaL emPReSaRiaL

Marconi Andraos oliveira; JOVeNS LiDeRaNçaS iN-

DUStRiaiS Nayana carvalho Pedreira; PetRóLeO,

gáS e NaVaL humberto campos rangel; PORtOS

sérgio Fraga santos Faria

ciEBPReSiDeNte Jorge emanuel reis cajazeira. 1° ViCe-

-PReSiDeNte hilton Moraes Lima. 2° ViCe-PReSi-

DeNte carlos Antonio Borges cohim da silva. 3°

ViCe-PReSiDeNte roberto Fiamenghi. DiRetOReS

titULaReS Arlene Aparecida Vilpert; Benedito

Almeida carneiro Filho; cleber Guimarães Bastos;

Luis Fernando Galvão de Almeida; Luiz da costa

Neto; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lass-

mann; Paula cristina cánovas Amorin; sudário

Martins da costa; thomas campagna kunrath;

Walter José Papi; Wesley kelly Felix carvalho.

DiRetOReS SUPLeNteS Antônio Fernando suzart

Almeida; carlos Antônio unterberger cerentini;

Décio Alves Barreto Junior; Jorge robledo de oli-

veira chiachio; Fernando elias salamoni cassis;

José Luiz Poças Leitão Filho; Mauricio carvalho

campos. CONSeLhO FiSCaL – eFetiVOS Luiz Augusto

Gantois de carvalho; rafael c. Valente; roberto

Ibrahim uehbe. CONSeLhO FiSCaL – SUPLeNteS Fe-

lipe Pôrto dos Anjos; rodolpho caribé de Araújo

Pinho Neto; thiago Motta da costa

SESiPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPeRiNteNDeNte Armando da costa Neto

SEnaiPReSiDeNte DO CONSeLhO Antonio ricardo A. Alban.

DiRetOR RegiONaL Luís Alberto Breda

DiRetOR De teC. e iNOVaçãO Leone Peter Andrade

iElPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPeRiNteNDeNte evandro Mazo

DiRetOR exeCUtiVO Da FieB

Vladson Menezes

SUPeRiNteNDeNte exeCUtiVO De SeRViçOS

CORPORatiVOS cid Vianna

Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

UNiDaDeS DO SiStema FieB

sistema fieb nas mídias sociais

CONSeLhO eDitORiaL Mônica Mello, cleber Borges e Patrícia Moreira. COORDeNaçãO eDitORiaL cleber Borges. eDitORa Patrícia Moreira. RePORtagem Patrícia Moreira, ca-rolina Mendonça, Marta erhardt, Iverton Bispo (estagiário), Luciane Vivas (colaboração). PROJetO gRá-

FiCO e DiagRamaçãO Ana clélia re-bouças. FOtOgRaFia coperphoto. iLUStRaçãO e iNFOgRaFia Bamboo editora. imPReSSãO Gráfica trio.

FeDeRaçãO DaS iNDÚStRiaS

DO eStaDO Da Bahia

rua edístio Pondé, 342 – stiep, ceP.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessaria-

mente o pensamento da FIeB.

FieB – Federação daS indúStriaS do eStado da BahiaSede: (71) 3343-1200

SeSi – Serviço Social da indúStriaSede: (71) 3343-1543@Barreiras: (77) 3611-8212@Camaçari: (71) 3627-3489@Candeias: (71) 3418-4700@Eunápolis: (73) 3281-6670@Feira de Santana: (75) 3602-9705@Ilhéus: (73) 3222-7072@Itapagipe: (71) 3254-9900@Jequié: (73) 3526-5518@Juazeiro: (74) 2102-7132@Lucaia: (71) 3879-5390@Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-2080@Piatã: (71) 3503-7400@Retiro: (71) 3234-8217@Rio Vermelho: (71) 3616-7064@Simões Filho: (71) 3296-9301@Valença: (75) 3641-3040@Vitória da Conquista: (77) 3201-5708

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iel – inStituto euvaldo lodi Sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista (77) 3201-5720@Guanambi (77) 3451-6070@Jequié (73) 3527-2331

cieB - centro daS indúStriaS do eStado da Bahia Sede: (71) 3343-1214

Bahia

indúStriaeditada pela Gerência

de comunicação Institucional do sistema Fieb

sumário

Sistema que vai gerir os dados

fiscais, tributários e

previdenciários das empresas

passa a ser obrigatório a partir de

janeiro de 2018 e vai exigir que as

organizações aperfeiçoem seus

processos de gestão

Indústria de cosméticos

baiana aperfeiçoa

práticas e ganha

projeção no mercado

26 Portal do IElPotEncIalIza nEgócIos

Com mais de 60 empresas

cadastradas, Portal de Negócios

foi lançado em novembro pelo

Instituto Euvaldo Lodi e vai

aproximar empresas e

fornecedores, além de dar mais

visibilidade às empresas baianas

Revolução digital modificou de

forma profunda o perfil do

formador de opinião e fez surgir

uma legião de ícones da

comunicação no universo on line

12 EmPrEsas dE olho nosInfluEncIadorEs dIgItaIs

LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

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16mErcado dabElEza Em alta

MArceLo cAMArGo/ABr

22 EsocIal Passaa valEr Em 2018

Por patrícia moreira

6 Bahia Indústria

Tramita na Assembleia

Legislativa do Estado da

Bahia projeto de lei que

cria o Código de Direitos,

Garantias e Obrigações do Contri-

buinte. Resultado de uma mobi-

lização que envolve a Federação

das Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB), a Federação do Comércio

de Bens, Serviços e Turismo do

Estado da Bahia (Fecomércio-

-BA), a Associação Comercial da

Bahia (ACB) e o Fórum Empresa-

rial da Bahia.

O Projeto de Lei Complementar

(PLC) 127/2017, que está na Co-

missão de Constituição e Justiça

da Assembleia, é de autoria dos

Código vai regular relação enTre FisCo e ConTribuinTeProjeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa da Bahia busca mais transparência e segurança jurídica nas questões tributárias

deputados Nelson Leal (PSL) e

Pablo Barrozo (DEM) e tem como

relator o deputado Luciano Ribei-

ro (DEM), que apresentou parecer

favorável à proposta, por conside-

rá-la um avanço. “O Código che-

ga traçando direitos e obrigações

para as partes, consolidando a re-

lação entre ambos. Entendo que

as relações entre contribuinte e

Fisco devem ser regulamentadas

para que não haja surpresa.”, ex-

plica Ribeiro.

Antes de ser aprovado em ple-

nário, o projeto terá um longo ca-

minho pela frente. Depois da CCJ,

ele terá que ser aprovado em diver-

sas comissões e, até lá, na avalia-

ção do deputado Nelson Leal, será

necessário construir um bom diá-

logo. “O PLC 127/2017 é extrema-

mente importante para a Bahia,

pois dá segurança e tranquilidade

a quem quer de fato investir, gerar

emprego e renda. É uma evolução.

Mas vamos ter que ter capacidade

grande de articulação e de nego-

ciação”, pondera.

Leal explica que é preciso ter

flexibilidade para acatar as pro-

postas de emendas dos deputa-

dos, negociando com todos os en-

volvidos, incluindo as entidades

parceiras que ajudaram a elaborar

a proposta do Código do Contri-

buinte. Apesar da necessária fle-

Sessão da

Comissão de

Constituição

e Justiça da

assembleia

ArquIVo AG. ALBA

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G. ALB

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Bahia Indústria 7

xibilidade, o deputado acredita

que a proposta não enfrentará re-

sistências além do que é natural

na tramitação de um projeto legis-

lativo. “Temos a flexibilidade de

aceitar sugestões e tenho certeza

absoluta de que ninguém é contra

a proposta. Quem quiser poderá

trazer alguma sugestão, desde que

seja algo que não descaracterize

o objetivo maior do projeto, que é

garantir segurança jurídica”, res-

salta o parlamentar.

A expectativa de Nelson Leal é

de que o projeto esteja apto a ser

votado em plenário até o final do

primeiro semestre de 2018. “Esta-

mos fazendo tudo com tranquili-

dade, mostrando as vantagens do

projeto e convencendo os deputa-

dos. Estamos abertos a dar todos

os esclarecimentos”.

Leal acredita ainda que o mo-

mento para aprovar o Código do

Contribuinte é oportuno, pois a

economia começa a sinalizar uma

retomada. “A única forma de o

país voltar a crescer é atraindo in-

vestimentos e, para isso, a gente

tem que criar condições de tran-

quilidade para o empresário fazer

investimentos e o Código vem jus-

tamente para isso”.

Também autor do projeto de lei,

o deputado Pablo Barrozo (DEM)

destaca um ponto fundamental a

ser levado em conta. Para ele, o có-

digo diminui a diferença entre Fis-

co e contribuinte, dando mais tem-

po para este último se defender e

tornando o processo mais justo.

“O prazo para o contribuinte, às

vezes é muito exíguo”, justifica.

Barrozo avalia que a Bahia es-

tá ficando para trás em relação a

outros estados, que já adotaram

a regulamentação, o que traz o

risco de evasão de investimentos.

“Na Bahia, as empresas enfren-

tam maiores dificuldades do que

nos estados onde as regras já são

claras. Em um momento de crise,

qualquer descuido tem reflexos na

manutenção das empresas e todo

incentivo ou regulamentação pa-

ra que a relação fique mais clara

e transparente só vem a somar”,

alerta o deputado.

conSolidaçãoO advogado tributarista Márcio

Duarte, especialista, mestre e

doutor em Direto Civil, lembra

que em São Paulo, Minas Gerais,

Santa Catarina e Ceará, onde o

Código já existe, há reflexos na

atração de investimentos e no de-

senvolvimento regional. Para ele,

a proposta em tramitação na As-

sembleia visa estabelecer normas

gerais com o objetivo de proteger

o contribuinte e promover o enten-

dimento entre as partes.

O Direito Tributário, explica

Duarte, “é um emaranhado de

legislações esparsas e temos que

juntá-las como se fosse uma col-

cha de retalhos. O Código dá re-

gramento, sensação de justiça,

auxilia o trabalho dos advogados.

Além disso, uniformiza os enten-

dimentos fiscais”.

Ainda de acordo com o advoga-

do, a exemplo do que aconteceu

com o Código do Consumidor, a

norma vai permitir uma interpre-

tação da lei mais favorável ao con-

tribuinte. “Tudo isso vem para aju-

dar as empresas a se desenvolve-

rem. Quando se tem regras claras,

isso facilita a entrada de capital no

estado”, arremata. Márcio Duarte

revela ainda que já houve tentati-

vas anteriores de implantar o Có-

digo na Bahia, sem avanço. “Des-

ta vez, o empresariado está mais

unido e a proposta deve avançar”,

conclui.

“O código diminui a diferença entre Fisco e contribuinte, dando mais tempo para este último se defender e tornando o processo mais justo”Pablo Barrozo, deputado e um dos autores do projeto de lei

“PLC 127/2017 é extremamenteimportante para a Bahia,pois dá segurança e tranquilidade a quem quer de fato investir”Nelson Leal, deputado e um dos autores do projeto de lei

8 Bahia Indústria

CaRNe BRaSiLeiRa VOLta a CONqUiStaR meRCaDOSsindicato promoveu encontro para discutir temas que preocupam a indústria de carne no Brasil

Hoje, 95% das restrições à

carne brasileira e seus deri-

vados no mercado interna-

cional, decorrentes da Operação

Carne Fraca, da Polícia Federal,

já foram superadas. A avaliação

é do presidente executivo da As-

sociação Brasileira de Frigoríficos

(Abrafrigo), Péricles Pessoa Sala-

zar, para quem essa recuperação

de espaços foi decorrente do traba-

lho técnico altamente profissional

do Ministério da Agricultura.

Os principais países importa-

dores de carne e derivados prove-

nientes do Brasil são China, Irã,

Chile, Rússia, Arábia Saudita e

Argélia. “O ministro Blairo Maggi

e sua equipe muniu-se de dados e

argumentos técnicos e visitou nos-

sos principais compradores para

mostrar que as denúncias decor-

rentes da operação da Polícia Fe-

deral não comprometiam a quali-

dade da carne brasileira”, afirmou

Salazar.

Além disso, opinou, a partir da

Operação Carne Fraca – deflagra-

da em março, para investigar de-

núncias de que empresas estariam

pagando propinas para evitar a

fiscalização de seus produtos – o

governo se viu obrigado a revisar a

fiscalização e a ampliar seus con-

troles de qualidade para preservar

o acesso a mercados importantes.

Já os produtores estão cons-

cientes de que é preciso atender a

todas as recomendações fitossa-

nitárias. “Já passou o tempo em

que se dava um jeitinho para tudo.

Hoje, temos que trabalhar de for-

ma ética, com responsabilidade,

observando todas as negras fitos-

sanitárias, ainda que isso signifi-

que sofrer a concorrência desleal

daqueles que teimam em burlar as

regras, produzindo carne sem pro-

cedência”, afirmou Salazar.

FunruralOutro problema enfrentado pela

indústria da carne no Brasil é a

nova cobrança do Fundo de Assis-

tência do Trabalhador Rural (Fun-

rural). Desde que, por 6 votos a 5,

o Supremo Tribunal Federal (STF)

decidiu, no dia 30 de março, que

é constitucional a União cobrar a

contribuição ao Funrural sobre a

Bet

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Pho

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IeB

encontro realizado na Fieb debateu o cenário para a indústria do setor

receita bruta da comercialização

dos empregadores rurais pessoa fí-

sica, o setor passou a arcar com um

brutal aumento da carga tributária.

O Funrural é usado para auxi-

liar no custeio da aposentadoria

dos trabalhadores rurais, um be-

nefício subsidiado pela União.

Antes, o tributo incidia sobre

a folha salarial do agronegócio.

Agora, representa 2,3% de toda a

receita das empresas do setor. De

acordo com o presidente da As-

sociação Nacional de Defesa dos

Agricultores, Pecuaristas e Produ-

tores de Terra (Andaterra), Sérgio

Pitt, a nova sistemática faz com que

o produtor pague, em média, quase

cinco vezes mais de Funrural.

A decisão ocorreu enquanto

tramitavam na Justiça cerca de

15 mil processos aguardando de-

cisão final do STF sobre o tema.

Segundo Sérgio Pitt, a Andaterra

propôs uma ação coletiva e obteve

liminar, confirmada em tribunal

de segunda instância, para deixar

de recolher a referida cobrança,

com provimento estendido a todos

os associados.

Sendo assim, afirma Sérgio

Pitt, produtores rurais pessoas

físicas, empregadores, pessoas

jurídicas e agroindústrias que re-

colhem ou têm retida a contribui-

ção no momento de comercializar

sua produção, podem aderir a essa

ação coletiva para suspender o re-

colhimento do Funrural e, após o

trânsito em julgado, buscar a de-

volução do que pagaram indevida-

mente nos últimos cinco anos.

Sérgio Pitt e Péricles Salazar es-

tiveram em Salvador para o Semi-

nário Cadeia Produtiva da Carne

– Perspectivas para 2018, realiza-

do pelo Sindicato da Indústria de

Carnes e Derivados, em outubro,

na FIEB.

» poSSeNo dia 18 de outubro, o Sincar realizou a posse da sua diretoria. O presidente Júlio Farias segue à frente da entidade até 2020.

Bahia Indústria 9

circuito Por clEbEr borgEs

“Não importa o quão sereno o dia pode ser, o amanhã é sempre incerto. Mas não deixe esta realidade assustar você.”

Warren Buffet, considerado o mais bem sucedido investidor financeiro das últimas décadas

indústria voltará a crescer

Após a crise dos últimos anos, a economia baiana pode voltar a

crescer a partir de 2018. É o que a FIEB espera que aconteça, ao me-

nos para o setor industrial, no qual os principais segmentos devem

recuperar aos poucos a atividade. No segmento químico/petroquí-

mico, por exemplo, a Braskem deve voltar à plena operação, após in-

vestimentos para o uso de gás etano como matéria-prima; a área de

alimentos e bebidas será beneficiada com a recuperação do consu-

mo; e o segmento de papel e celulose terá mercado global favorável

para celulose de fibra de eucalipto. Outros segmentos, como refino

de petróleo e construção civil também experimentarão crescimento.

Bahia acima da média nacionalNa Bahia, 66,8% dos trabalhadores da indús-

tria têm pelo menos o ensino médio completo. O

percentual está muito acima da média brasileira

(61,9%) e coloca o estado em primeiro lugar nes-

te quesito na região Nordeste e em terceiro lugar

no Brasil, atrás apenas do Amazonas (82,1%) e

de São Paulo (68,5%). A elevada participação de

trabalhadores com escolaridade média do setor

contribui para que a indústria da Bahia tenha o

maior salário do Nordeste e o sétimo do Brasil. No

ano passado, os industriários baianos receberam

R$ 2.471,81 em média. O maior salário industrial,

de R$ R$ 4.065,44, foi o do RJ, informa o Perfil da

Indústria nos Estados, elaborado pela Confedera-

ção Nacional da Indústria.

emprego parou de cairA produção cresceu e o emprego na indústria

brasileira parou de cair. O indicador de evolução

da produção alcançou 52,6 pontos em outubro.

Como ficou acima de 50 pontos, o índice mostra

crescimento da produção industrial na passagem

de setembro para outubro, diferentemente do que

tinha ocorrido nos últimos dois anos. Por sua vez,

o indicador de emprego no setor subiu para 49,7

pontos em outubro, o maior valor desde novembro

de 2013. As informações são da Sondagem Indus-

trial, divulgada pela Confederação Nacional da

Indústria. Os indicadores da pesquisa variam de

zero a cem pontos. Quando ficam acima de 50 pon-

tos mostram aumento da produção e do emprego.

empresário pretende investirMesmo com a elevada ociosidade, a disposição

dos empresários para investir continua crescen-

do. O indicador de intenção de investimentos su-

biu para 50,6 pontos em outubro. Foi o quinto mês

consecutivo sem queda no índice que alcançou,

em outubro, o maior valor desde fevereiro de 2015.

O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto

maior o índice maior é a intenção de investimen-

to dos empresários. O economista da CNI Marcelo

Azevedo explica que o aumento na disposição pa-

ra investir é resultado da melhora das condições

da indústria em geral e das boas expectativas dos

empresários para os próximos seis meses quanto

à demanda e exportações.

10 Bahia Indústria

sindicatos

O presidente do Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia

(Sincafé), Antônio Roberto Almeida, participou do 3º Intercâmbio de

Lideranças do Setor da Alimentação e Laticínios, nos dias 9 e 10 de no-

vembro, na CNI. A iniciativa do Programa de Desenvolvimento Associa-

tivo (PDA) reuniu líderes de sindicatos de indústrias dos segmentos de

alimentação e laticínios para discutir os desafios da competitividade e

promover a troca de experiências em gestão sindical.

LiDeRaNçaS Da aLimeNtaçãO DeBatem DeSaFiOS

em Salvador,

costureiras

foram

atendidas no

Condomínio

Bahia têxtil

LúcIo táVorA / coPerPhoto / sIsteMA FIeB

DIV

uLG

Ação

» Minas Trend PreviewEmpresários conheceram as tendências para o inverno 2018 no Minas Trend Preview, um dos principais eventos de moda do país. A missão foi iniciativa dos sindicatos das indústrias de vestuário de Salvador e de Feira de Santana.

Setor da construção civil debate insegurança jurídica

Mais de 150 empresários

e profissionais dos setores

da construção civil e imo-

biliário participaram do II

Seminário Jurídico CBIC,

promovido pela CBIC, em

parceria com Sinduscon-

-BA e Ademi. No evento,

palestrantes discutiram

como minimizar a insegu-

rança jurídica. “Precisa-

mos reduzir as incertezas

para melhorar os negó-

cios”, afirmou Carlos Hen-

rique Passos, presidente

do Sinduscon.

aplicativo facilita mobilização empresarial

Uma ferramenta que

reúne informações sobre

temas de interesse da in-

dústria e facilita a comu-

nicação entre sindicatos

empresariais, federações

estaduais e a CNI, além de

ser um instrumento de mo-

bilização acerca de assun-

tos relevantes para o setor

produtivo. Assim é o apli-

cativo Rede Sindical da

Indústria, lançado pela

CNI. Gratuito, o

app é voltado

para líderes

e executivos

de sindicatos,

além de re-

presentantes do

Sistema Indústria.

O app está disponível na

Apple Store e no Play Store.

SiNDiCatOS eStimULam PReVeNçãO De CâNCeR De mama

Cerca de 280 trabalhadoras do segmento de vestuário realizaram ma-

mografia gratuita na ação Outubro Rosa, promovida pelos sindicatos das

indústrias de vestuário de Salvador e de Feira de Santana, em parceria

com o SESI. A iniciativa teve foco na prevenção e diagnóstico precoce do

câncer de mama. “Muitas vezes, pelas dificuldades, as mulheres não fa-

zem o exame e quando descobrem a doença já está em estágio avançado”,

alerta a vice-presidente do Sindvest Salvador, Eunice Habibe. Em Feira

de Santana, as colaboradoras foram atendidas na unidade do SESI. “Ob-

servamos a satisfação das colaboradoras por participar da campanha”,

ressaltou o presidente do Sindvest Feira, Edison Nogueira.

intercâmbio setorial foi realizado na sede da CNi, em Brasília

Bahia Indústria 11

VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

LúcI

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IeB

Sindirepa capacita reparadores em novas tecnologias e gestão

O Sindirepa, em parceria com a Ford, realizou em outubro o trei-

namento técnico Freios Avançados, em Salvador e Feira de Santa-

na. Além disso, até o final de novembro, aconteceram os cursos in

company, voltados para as áreas de gestão e produção, em Feira de

Santana. As capacitações integram o Programa Ativos Estratégicos.

Renovado benefício fiscal para corretivo agrícola

As indústrias de calcário co-

memoraram a ampliação da vi-

gência, até 30.04.2019, do Con-

vênio 100/97, que reduz a base

de cálculo do ICMS nas saídas de

alguns insumos agropecuários,

entre eles o calcário corretivo de

solos. A conquista foi publicada

dia 05 de outubro pelo Conselho

Nacional de Politica Fazendária

(Confaz) e é resultado da mobili-

zação dos Sindicatos de Calcário,

a exemplo do Sindical-BA, além

da FIEB, ABRACAL e CNI.

Sindileite participou da FenagroO Sindileite-BA marcou presença na 30ª Fena-

gro, realizada entre os dias 25 de novembro e 03 de

dezembro, no Parque de Exposições de Salvador.

No estande do sindicato, visitantes conheceram

e degustaram produtos lácteos

de indústrias baianas. Já em

outubro, o sindicato pro-

moveu missão técnica

empresarial aos Estados

Unidos, com o objetivo

de conhecer novas práti-

cas e tecnologias, tendên-

cias e centros tecnológicos

do setor leiteiro.

Festival destaca produtos de origemValorizar a história e produção de produtos tipi-

camente baianos foi o objetivo do 1º Festival Origens,

realizado em Cachoeira, entre os dias 30.11 e 02.12. A

programação incluiu workshops de harmonização

do charuto com chocolate, café e cachaça, conduzi-

dos pelo sommelier Cesar Adames. Os participantes

também visitaram fazendas que cultivam a folha do

tabaco e fábricas produtoras de charuto situadas na

região. O festival foi uma iniciativa do Sinditabaco.

Sipaceb debate tendências de mercado

Tendências de mercado e es-

tratégias inovadoras para ala-

vancar negócios no setor de pa-

nificação foram apresentadas

pelo empresário, mestre pani-

ficador e consultor técnico, Ro-

gério Shimura, no III Encontro

Técnico de Panificação do Estado

da Bahia. Promovido pelo Sindi-

cato da Indústria de Panificação

(Sipaceb), nos dias 27 e 28.10, no

SENAI de Feira de Santana, no

evento também contou com ofici-

nas técnicas.

FóRUm PROmOViDO PeLO SiNDPaCeL DeBate SUSteNtaBiLiDaDe

Para discutir temas como Reforma Trabalhista,

sustentabilidade e responsabilidade social, o Sin-

dicato da Indústria de Papel e Celulose (Sindpacel)

promoveu, dia 28.11, o II Fórum de Recursos Huma-

nos e Sustentabilidade. O evento contou com pales-

tras sobre o engajamento da indústria com a sus-

tentabilidade, além de exemplos práticos de como

lidar com a sustentabilidade em tempos de crise. O

encontro também discutiu a Reforma Trabalhista e

a cultura do engajamento nas empresas. Na abertu-

ra do evento, o presidente da FIEB, Ricardo Alban,

destacou a importância da iniciativa do sindicato

para as indústrias.

12 Bahia Indústria

o poder do inFluenCiador digiTalA cena digital ampliou o leque de possibilidades para divulgarprodutos e fidelizar clientes

gabriela

martinez

tem mais de

100 mil

seguidores nas

redes sociais

Há 13 anos no mercado, a

empresa de cosméticos

Amazun decidiu lançar

uma nova linha profis-

sional. Ao longo do seu desen-

volvimento, fechou parceria com

blogueiras baianas capazes de

influenciar consumidores do seg-

mento. “Levamos elas à fábrica

para conhecer nosso processo pro-

dutivo, mostramos como é feito

um shampoo, um creme e expli-

camos nossa intenção de lançar

a linha nova”, conta a diretora da

Amazun, Kelly Lima (leia na p. 18).

No processo de criação da nova

linha, as influencers foram testan-

do as amostras e dando feedbacks

sobre os novos produtos, auxi-

liando no seu desenvolvimento.

Segundo Kelly Lima, o uso de in-

fluenciadoras digitais é uma ten-

dência que veio para ficar. “Elas

são hoje as principais formadoras

de opinião em nosso segmento,

um canal aberto entre a empresa e

o consumidor final”, afirma.

Ao propagar uma marca, in-

ro

Ber

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Breu

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MA F

IeB

Por cleber borges

fluenciadores digitais usam o pro-

duto e o indicam aos seguidores,

o que ajuda a ampliar mercados.

“Com isso, passamos a receber de-

mandas de fora da Bahia, de clien-

tes que queriam saber como adqui-

rir nossos produtos. O investimen-

to necessário para ter essa parceria

compensa”, avalia Kelly Lima.

A estratégia dos departamentos

de marketing das empresas, de

utilizar influenciadores para ven-

der produtos e serviços, é antiga.

No passado, garotos-propaganda

emprestavam voz e imagem para

popularizar marcas. Este é um uso

ainda comum – quem não assistiu

às campanhas de duas empresas

de carnes e derivados, feitas por

um ator e uma apresentadora glo-

bal? –, porém a revolução digital

modificou profundamente o perfil

do formador de opinião.

celeBridadeS virtuaiSHoje, as celebridades televisivas

dividem espaço com as do mundo

virtual – youtubers, instagram-

mers e outros influenciadores –,

na glamorosa tarefa de divulgar

marcas. Enquanto as celebridades

“globais” costumam ser reconhe-

cidas e tietadas nas ruas, os digi-

tal influencers podem até passar

desapercebidos no universo físico,

mas são ícones da comunicação

no universo online.

Boa parte dos grandes anun-

ciantes brasileiros estão apostan-

do forte em mídia online, abrindo

um grande espaço para jovens de

todas as tribos munidos de uma

câmera e de uma boa ideia na ca-

beça. A internet deu voz e cara a

jovens que viram celebridades

instantâneas. Eles desenvolveram

uma audiência cativa com a cria-

ção e veiculação de conteúdo pró-

prio, tocando em assuntos sobre

Danilo Pestana

cita pesquisa

que aponta o

crescente

poder dos

influenciadores

os quais têm afinidade. Seus con-

teúdos são vistos e reproduzidos

por milhares de internautas.

Segundo Danilo Pestana, pla-

nejamento da agência de publici-

dade Morya, uma pesquisa recen-

te divulgou que quase 1/3 das pes-

soas levam mais em consideração

a recomendação de um influencia-

dor digital do que a de qualquer

outra fonte na hora de comprar um

produto. O que explica por que as

agências lançam mão do recurso.

Mas, o que diferencia o garoto

de propaganda tradicional do in-

fluenciador digital? Para Pestana,

é preciso diferenciar fama de in-

fluência. Uma pesquisa do Institu-

to Ipsos, com 2 mil brasileiros, re-

velou que, das cinco celebridades

mais lembradas da TV, nem todas

aparecem no top cinco de influên-

cia. Um influenciador digital pode

ser um garoto propaganda, mas

não necessariamente um garoto

propaganda tem influência para

motivar a compra de um produto

ou serviço. A explicação é que o in-

fluencer geralmente é alguém com

autoridade sobre os assuntos de

que trata e que possui seguidores.

Gabriela Martinez, redatora pu-

blicitária, criou o blog Onde comer

em Salvador, com perfis no Face-

book e no Instagram, com mais de

100 mil seguidores. A ideia surgiu

da afinidade com o mundo digital

e do hábito de visitar restaurantes,

o que significou transformar gasto

Arq

uIV

o P

esso

AL

Bahia Indústria 13

em investimento. O

primeiro desafio foi

conquistar a confian-

ça do público. “Quem

nos define como digital

influencer é o público. Só

influenciamos de verdade as

pessoas que confiam e se identi-

ficam com nosso perfil e opiniões.

Com isso, trazemos credibilidade à

mensagem que as marcas querem

passar, seja por sermos especialis-

tas em determinado tema, seja pe-

lo interesse que despertamos, ou

mesmo pela simpatia”, afirma.

Gabriela afirma que o macete é

sempre trazer informações úteis,

variadas e de interesse dos segui-

dores, com um toque de personali-

dade. “O retorno é geralmente po-

sitivo. Os haters (críticos) existem,

mas são minoria”, explica.

SegmentaçãoPaulatinamente, os jovens estão

migrando dos meios tradicionais

de acesso à informação para as

mídias digitais. Quando se quer

atingir esse público, um bom ca-

minho é o uso dos influenciadores

digitais. Foi o que levou o SENAI

Cimatec a desenvolver, em 2016,

uma campanha para mostrar a

estrutura da unidade, visando di-

vulgar uma campanha de vestibu-

lar. Os resultados foram positivos.

Qual o segredo para que uma

marca se mantenha relevante

diante da revolução digital em

curso? A resposta não é simples,

mas a capacidade de adaptação

às mudanças de mercado e de ati-

tudes é, sem dúvida, o primeiro

passo. Outro aspecto é entender

que um produto ou serviço nunca

está pronto. Sua evolução é funda-

mental para acompanhar as trans-

formações de um mundo cada vez

mais dinâmico e multifacetado.

30%

das pessoas levam mais em consideração a recomendação de um influenciador

digital do que a de qualquer outra fonte na hora de comprar um produto

FoNte: daNIlo PeStaNa

14 Bahia Indústria

“A impressora digital vai mudar o panorama de comunicação na mídia impressa, reduzindo custos e simplificando processos”

Silvio Araújo Netto consultor da ONU para a indústria gráfica da América Latina

hORizONte POSitiVO PaRa a iNDÚStRia gRáFiCaconsultor da oNu estima retomada de 10% a 12% para o segmento no próximo ano

depois de registrar dois anos

de queda, o setor gráfico de-

ve apresentar recuperação

de 10% a 12% em 2018. Esta é a

avaliação do consultor da Orga-

nização das Nações Unidas (ONU)

para a indústria gráfica da Améri-

ca Latina, Silvio Araújo Netto. Ele

foi um dos palestrantes do XVI

Seminário da Indústria Gráfica

do Norte e Nordeste, realizado no

auditório da Federação das Indús-

trias do Estado da Bahia (FIEB),

que discutiu as perspectivas e de-

safios para o segmento industrial.

O consultor apontou a neces-

sidade de melhoria na gestão dos

negócios nas áreas financeira, de

produção e de mercado. “O em-

presário gráfico não tem uma vi-

vência maior na área de gestão de

produção, de melhora de proces-

sos. Por isso existem gargalos que

precisam ser tratados”, pontuou.

Um deles é relacionado ao pro-

cesso produtivo. Silvio Araújo Net-

to observa que o tempo de acerto de

máquina, que é o intervalo entre o

término de um trabalho e o início

de outro, ainda é lento. “Temos má-

quinas com velocidade excelente,

porém o setup compromete a pro-

dutividade. Isso por falta de plane-

jamento e treinamento. Esses pon-

tos comprometem a rentabilidade

do setor”, avalia o consultor.

Segundo ele, um avanço que

deve colaborar para reduzir o tem-

po de setup é a impressão digital.

“A impressora digital comanda

diretamente do computador para

o papel. Este advento vai mudar

profundamente o panorama de

comunicação na mídia impressa,

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

reduzindo custos e simplificando

processos”, explica.

Outras tendências para o setor

foram apresentadas pelo consul-

tor na área gráfica Hamilton Terni

Costa, que falou sobre a necessi-

dade de as gráficas incorporarem

mais serviços, oferecendo algo

além do produto impresso. Ele ci-

ta como exemplo uma empresa de

São Paulo, voltada para a área de

embalagens, que fornece um con-

junto de serviços para o cliente,

como logística e distribuição.

“Além de fabricar, esta empresa

distribui a embalagem do cliente

em qualquer ponto do Brasil e tem

também um sistema de previsão

de demanda para os clientes”,

conta, lembrando que este tipo

de serviço será cada vez mais co-

mum. “Ás vezes, os gráficos ficam

preocupados essencialmente com

aquilo que têm que produzir, mas

é preciso começar a pensar em ser-

viços que podem agregar aos ma-

teriais impressos”, alerta.

atualizaçãoPromovido pelo Sindicato das

Indústrias Gráficas do Estado da

Bahia (Sigeb), em parceria com

o SENAI Cimatec e o Serviço de

Apoio às Micro e Pequenas Empre-

sas da Bahia (Sebrae-BA), o evento

encerrou o calendário de ações do

Sigeb para 2017. “É uma oportu-

nidade para que os empresários

possam se atualizar sobre temas

relevantes para o setor”, comentou

o presidente do sindicato e vice-

-presidente da FIEB, Josair Bastos,

na abertura do seminário, que

também contou com a presença do

gerente da área gráfica do SENAI,

Sérgio Martins, do diretor técnico

do Sebrae-BA, Franklin Santos, e

do coordenador de Indústria do

Sebrae, Tércio Calmon.

Bahia Indústria 15

eStUDaNte DO SeSi Vai RePReSeNtaR O BRaSiL NOS eUa em eVeNtO De iNiCiaçãO à PeSqUiSaAlunos da escola Djalma Pessoa foram destaque em evento latino-americano de tecnologia, quando conquistaram vagas para feira científica internacional

o Programa de Iniciação Cien-

tífica Júnior da Escola Djal-

ma Pessoa, do SESI Bahia,

conquistou um passaporte inter-

nacional na edição 2017 da Mostra

Internacional de Ciências e Tecno-

logia (Mostratec), maior evento de

iniciação científica internacional

do país. A escola irá representar o

Brasil na Intel-Isef 2018 - Feira In-

ternacional de Ciências e Engenha-

ria (International Science and En-

gineering Fair, na sigla em inglês),

que acontecerá em Pittsburgh-Pen-

sivâlnia, nos Estados Unidos, em

maio de 2018. Este foi o principal

resultado da participação da escola

na Mostratec.

O Programa de Iniciação Cien-

tífica Júnior se qualificou dentre

os quatro melhores nas áreas de

Ciências Ambientais e Bioquímica

e Química, concorrendo com 420

projetos de pesquisa de 20 países.

A mostra internacional aconteceu

em Novo Hamburgo (RS), no final

do mês de outubro.

Na linha de pesquisa Bioquími-

ca e Química, o estudante Gabriel

Negrão Morais conquistou o 2º

lugar na classificação geral, além

do Prêmio Destaque da Mostratec

2017, que o credenciou para repre-

sentar o Brasil na Intel-Isef 2018,

a maior feira de ciências pré-uni-

versitária do mundo. Ele também

recebeu o Prêmio de Incentivo a

Pesquisa em Ciência e Tecnologia

Carlos Armando Koch, que garan-

te passagens e hospedagem para

participar da Intel-Isef. A feira é

realizada desde 1950 e reúne os

melhores projetos de 78 nações.

Gabriel Negrão apresentou o

“Estudo sobre a síntese orgânica

assimétrica do álcool 1-feniletanol

através de processos biocatalítico,

utilizando-se casca de laranja (Ci-

trus sinensis)”. Além de Negrão,

também se destacaram na Mostra-

tec 2017 os estudantes João Vitor

Oliveira e Marcos Felipe Pereira

com o projeto “Redução dos níveis

do CO2 antrópico na atmosfera

utilizando o metabolismo da mi-

croalga Dunaliella salina e apro-

veitamento de sua biomassa para

produção de tensoativos”.

O projeto conquistou o 4º lugar

na categoria Ciências Ambientais

e se credenciou para a Mocinn

2018 (Mostra de Ciência do Norte e

Nordeste). O projeto desenvolvido

por João Oliveira e Marcos Perei-

ra também foi premiado este ano

em 1º lugar no Desafio C02, evento

científico nacional realizado pelo

Instituto Akatu e Dow e também

conquistou o 1º lugar no Encontro

de Jovens Cientistas, promovi-

do pela Universidade Federal da

Bahia, de 21 a 24 de novembro.

Jovem cientiStaNo Encontro de Jovens Cientistas,

o SESI conquistou todas as pre-

miações na categoria ensino mé-

dio. Além do 1º lugar, ficou em 2º

com o projeto Sexualidade e Cur-

rículo; em 3º lugar com o projeto

PET’s em Horta & Teatro Científico

e também recebeu menção honro-

sa com o projeto MOVIE & Quando

elas se declaram mulher?.

Betto Jr/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

João, gabriel

e marcos:

destaques na

mostratec 2017

16 Bahia Indústria

retomada ocorre após dois anos de retração e uma leve retomada em 2017, que lança uma perspectiva positiva para o setor. Por marta erhardt

seTor de

Vitrine com

produtos de

indústrias baianas

COSmétiCObaiano

Se ReiNVeNta

Bahia Indústria 17

ano de 2018 promete ser positivo para

o setor de higiene pessoal, perfuma-

ria e cosméticos. Depois da queda nas

vendas registrada em 2015 e 2016, en-

tidades do setor têm boas perspectivas

para o próximo ano. O Sindicato das

Indústrias de Cosméticos e Perfumaria

do Estado da Bahia (Sindcosmetic-BA)

estima crescimento de até 3% em 2017, comparado ao ano

anterior, e acredita que 2018 terá recuperação ainda maior.

“Será um ano de crescimento tanto para a indústria de

cosméticos, quanto para a indústria em geral. A empresa

que estiver mais preparada vai aproveitar este momento”,

avalia o presidente do sindicato, Raul Menezes.

Já na visão da Associação Brasileira da Indústria de Hi-

giene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), “existe

boa perspectiva para as vendas em datas sazonais, mas

ainda há incertezas quanto ao risco de impactos das tur-

bulências políticas na confiança do consumidor”, destaca

seu presidente executivo, João Carlos Basílio. Ele enumera

alguns fatores que contribuíram para a retração de 2015-

16. “Nos dois últimos anos, o setor brasileiro de higiene

pessoal, perfumaria e cosméticos sofreu com a alta indis-

criminada de tributos e com a recessão econômica. Além

da queda no consumo, também houve elevação de carga

tributária das empresas. Um exemplo é a mudança na co-

brança de PIS/Cofins, que passou a incidir também sobre

as distribuidoras, além de elevação de impostos estaduais

sobre vários produtos”, pontuou.

Apesar deste cenário, dados da Abihpec mostram a rele-

vância do setor: o Brasil é o 4º maior mercado consumidor

do mundo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e

cosméticos, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, com

19,1%, 11,3% e 8,3% do consumo mundial, respectivamen-

te. O país também é o 2º maior consumidor de desodoran-

tes, perfumes, produtos masculinos, protetor solar e depi-

latórios. O 3º em artigos infantis; o 4º em itens para banho,

cabelo e higiene oral; e o 5º em maquiagem.

LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Tudo isso mostra como os artigos do setor são con-

siderados essenciais. “O consumidor é fiel aos produ-

tos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, por

compreender a sua essencialidade em seu dia a dia,

ou seja, as pessoas não vão deixar de cuidar da sua

higiene e bem-estar”, avalia Basílio.

Mas a crise levou o consumidor a mudar alguns

hábitos, migrando, por exemplo, para produtos de

menor valor agregado. Outra mudança foi em relação

às idas ao salão de beleza. “Com a crise econômica,

desde 2014, as consumidoras passaram a racionali-

zar esse tipo de gasto. A indústria, percebendo essa

retração, vem aumentando a oferta de produtos pro-

fissionais ou ‘tipo salão de beleza’ para aproveitar es-

sa demanda reprimida”, explica o gerente de contas

da Kantar Worldpanel, empresa de pesquisa de mer-

cado, Guilherme Machado.

De olho nesta demanda, a empresa baiana Ama-

zun lançou em 2017 a nova linha profissional Make

Your Beuty (MYB). Há 13 anos no mercado, a micro-

empresa atuava com preços mais competitivos, mas

investiu em produtos de qualidade superior. “Iden-

tificamos que havia oportunidade no mercado para

esta linha com maior valor agregado, com ativos de

última geração, para atender a um público disposto a

gastar um pouco mais para adquirir o produto”, conta

a diretora da empresa, Kelly Lima.

O caminho seguido pela Amazun é a alternativa

para as indústrias de pequeno porte, na avaliação do

presidente do Sindcosmetic-BA, Raul Menezes. “Se

a indústria pequena focar no consumidor que busca

preço, já sai em desvantagem. Oferecer produtos com

mais qualidade e maior performance, mesmo que o

preço seja mais elevado, é a única saída”, destaca.

Menezes avalia que o momento atual da indústria

baiana de cosmético é de reinvenção. “Antes, a pre-

18 Bahia Indústria

Fábrica do

grupo O

Boticário foi

inaugurada na

Bahia em 2014

Amazun investe em nova linha e e-commerceAlém de lançar uma nova linha de produtos, a Amazun também investiu no e-commerce. Em novembro deste ano, entrou no ar o portal de vendas da empresa, desenvolvido em parceria com o Sebrae, através do Sebraetec. A expectativa é incrementar as vendas entre 5% e 10% até o final do primeiro semestre de 2018. “Vamos atender consumidores de outros estados que querem adquirir os nossos produtos, especialmente daqueles estados onde ainda não temos distribuidores”, conta a diretora da empresa, Kelly Lima. Ela explica que a demanda de consumidores de fora da Bahia foi percebida através das redes sociais, um canal de comunicação utilizado pela

empresa para divulgar a marca no mercado.

LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

o BotIcárIo/DIVuLGAção

ocupação era produzir muito e vender mais barato.

Mas quem foi por este caminho está em dificuldade.

Agora, as empresas estão focando em mercados espe-

cíficos, procurando uma especialidade cosmética pa-

ra oferecer ao público”, ressalta, sinalizando que os

empresários também se preocuparam com inovação

e investiram qualidade de produtos e embalagem.

internacionalizaçãoNa Bahia, o setor movimenta anualmente cerca de

R$ 300 milhões, segundo estimativa do sindicato. A

maior parte da produção é consumida aqui no estado,

mas algumas empresas já estão de olho no mercado

internacional. Uma delas é a Acqua Aroma, que ini-

ciou operação nos Estados Unidos neste ano, com a

abertura de uma distribuidora em Orlando, na Flóri-

da. “Nossa expectativa é fechar o ano com mais de

500 pontos de venda no território americano”, revela

a diretora administrativa Nayana Pedreira.

Durante um ano, a empresa fez estudo de merca-

do, verificando as marcas e produtos de maior acei-

tação para definir o mix de exportação. Algumas fra-

grâncias também foram adaptadas para atender às

preferências do consumidor americano. “Mesmo com

planejamento, na prática, estamos aprendendo muito

sobre hábitos e continuamos a fazer adaptações para

melhor atender às necessidades daquele mercado”,

conta. Para internacionalizar, a empresa contou com

o apoio do Centro Internacional de Negócios (CIN) da

DIVuLGAção

Bahia Indústria 19

Rafael

mamede

e Nayana

Pedreira,

da empresa

acqua aroma

Acqua Aroma busca expansãoCom quatro lojas físicas em operação em Salvador e Região Metropolitana, a Acqua Aroma apresenta crescimento de 35% em 2017, frente ao ano de 2016. Além das lojas próprias, a empresa lançou o e-commerce no final do ano passado e, atualmente, está investindo no sistema de franquias. A primeira loja fora da Bahia será inaugurada no final deste ano em São Caetano do Sul, São Paulo. “Em nosso plano de expansão, pretendemos abrir 70 franquias Acqua Aroma nos próximos cinco anos e esse sem dúvida é o nosso maior desafio”, revela a diretora administrativa Nayana Pedreira. Os produtos Acqua Aroma também são vendidos em mais de mil pontos de venda multimarcas em todo o Brasil. A Acqua Aroma é um braço da Aromarketing, empresa de marketing olfativo que desenvolve fragrâncias exclusivas para marcas nacionais.

Amávia investe em franquiasAlém de investir em lojas próprias em shoppings da capital baiana, os

sócios Emerson Ferreira e Carlos Nunes também estão estruturando um novo modelo de negócios, com franquias.

“Acreditamos que 2018 será um ano melhor. Se todos os investimentos derem o retorno esperado, podemos crescer até 30%”, acredita Ferreira.A empresa entrou em operação em 2012, com uma linha de 20 itens direcionados aos cuidados dos cabelos, com produtos premium. “Focamos no público que busca um produto melhor, que dê resultado de tratamento para o fio de cabelo e que tenha um diferencial. É preciso entregar qualidade e benefício. Sem isso, você não permanece no mercado”, relata o sócio

Emerson Ferreira. Atualmente, o portfólio conta com 120 itens, incluindo coloração, pó descolorante, linha de alisamento,

tratamento de selagem gradativa. As vendas começaram no Rio de Janeiro e hoje o principal mercado é o baiano. A empresa também

está presente em outros estados do Norte e Nordeste, como Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Paraíba.

LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

20 Bahia Indústria

FIEB e a parceria da Apex Brasil.

A internacionalização também

está nos planos da Amávia. Depois

de participarem como expositores

da feira Expocosmética, na cidade

do Porto, em Portugal, os diretores

da empresa baiana fizeram pes-

quisa de mercado e abriram, com

um sócio português, uma empresa

de distribuição dos produtos Amá-

via em Portugal. “Estamos em pro-

cesso de legalização dos produtos

para iniciar a exportação”, deta-

lha o sócio Emerson Ferreira.

Para 2017, ele projeta crescimen-

to de 10%, em comparação ao ano

de 2016, resultado de investimen-

tos em lojas próprias localizadas

ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Avatim comemora 15 anosSituada em Ilhéus, a Avatim conta com mais de 120 lojas em 24 estados, 210 colaboradores diretos, além de mil revendedores porta a porta. A empresa, que comemora 15 anos em 2017, inicialmente focou no ramo do marketing olfativo, produzindo perfumes para ambientes e desenvolvendo fragrâncias exclusivas para lojas como Água de Coco e Ellus do Brasil, além do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.“Comemorar 15 anos de Avatim é como debutar. É o momento de celebração da passagem para uma nova etapa em que o propósito da marca e o compromisso com parceiros e consumidores se fortalece”, pontua a empresária Mônica Burgos.Atualmente o portfólio conta com mais de 450 produtos. Um deles é o perfume Gigi, que ganhou o troféu Atualidade Cosmética de melhor perfume feminino da América Latina em 2017. A empresa já cresceu 36% neste ano e almeja incremento de 40% para 2018. O mercado externo também está no foco da Avatim, que já começou a expandir para Espanha.

DIVuLGAção

em shoppings da capital baiana e

também na ampliação da planta

para fabricação de tintura capilar.

empregoSA indústria baiana de cosméticos

ocupa a 6ª posição no ranking na-

cional e a 1ª colocação no Nordeste

quanto ao número de empregos e

à quantidade de empresas instala-

das. São 83 indústrias, a maior par-

te de micro e pequeno portes, que

empregam mais de 1.400 trabalha-

dores, segundo dados do Ministé-

rio do Trabalho e Emprego (2015).

Mais de 750 empregos diretos

foram gerados com a chegada do

Grupo O Boticário, presente no es-

tado desde 2014, quando inaugu-

rou uma fábrica de cosméticos e

perfumes em Camaçari e um cen-

tro de distribuição em São Gonça-

lo dos Campos, com investimentos

de R$ 732 milhões.

A localização estratégica foi

um dos fatores para a escolha da

Bahia, segundo o gerente indus-

trial da fábrica de Camaçari, Le-

andro Balena. “Com a fábrica em

Camaçari, foi possível melhorar a

vazão logística e agilizar o aten-

dimento aos consumidores da re-

gião. Atualmente, as regiões Norte

e Nordeste representam, juntas,

37,3% do consumo do mercado de

cosméticos do Brasil e 47,6% do

mercado de perfumaria”, explica.

Em 2017, a fábrica de Camaça-

ri completou três anos de opera-

ção, com mais de 125 milhões de

frascos de perfume e quase 75

milhões de potes de cremes en-

vasados. E ainda há condições de

crescer. “A planta foi projetada

para produzir até 150 milhões de

itens/ano e expandir sua capaci-

dade sem a necessidade de novos

investimentos em obras e edifica-

ções”, destaca Balena.

“será um ano de crescimento para a indústria de cosméticos. a empresa que estiver mais preparada vai aproveitar este momento”Raul Menezespresidente Sindcosmetic

Bahia Indústria 21

mUDaNçaS DiSRUPtiVaS mOVimeNtam CeNáRiO iNDUStRiaL

O homem levou milênios para avançar do estágio de caça-

dor para o de agricultor; levou centenas de anos para avan-

çar da produção artesanal para a industrial. Mas, bastaram

pouco mais de 30 anos, desde a introdução da internet, para

que a evolução do conhecimento e o surgimento de inovações

na área industrial tomassem uma nova dinâmica, avaliou Lu-

ciano Coutinho, executivo da Dow, no Fórum Técnico Desen-

volvimento Sustentável: Desafios da Gestão e da Indústria Dis-

ruptiva, que aconteceu em novembro, na FIEB. O executivo

citou a aposta no uso de dados da internet em novos negócios

por grandes empresas, como Uber e AirBNB. Já Herman Lepi-

kson, pesquisador do SENAI Cimatec, afirmou que as novas

tecnologias estão revolucionando os modelos de negócios.

Segundo observou, nas manufaturas avançadas, 30%

dos empregos atuais não existiam há dez anos. A geren-

te de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB,

Arlinda Coelho, lembrou que em um cenário marcado por

mudanças disruptivas, é imperativo atentar para a ques-

tão da sustentabilidade: atenção às oportunidades; aos re-

quisitos legais; buscar formas de integração com as partes

interessadas no negócio; e agregar valor à marca. O evento

foi realizado pelo Conselho de Responsabilidade Social da

FIEB, coordenado por Marcone Andraos.

conSelhoS

ANGeLo PoNtes/ coPerPhoto/sIsteMA FIeB

Sucessão familiarna pauta do CJLi

Visando capacitar jovens para

a sucessão familiar em empresas,

o Conselho de Jovens Lideranças

da Indústria, em parceria com a

Câmara Portuguesa de Comércio

da Bahia e a Fecomércio, realizou,

em novembro, um Talk Show sobre

o tema. No evento, cases de suces-

so foram apresentados por Thiago

Andrade, diretor da Petrobahia, e

Claudio Carvalho, presidente da

Morya Comunicação. “Esta inicia-

tiva contempla um pilar estraté-

gico do CJLI, que é o de preparar

sucessores de indústrias baianas.

Porém, as discussões foram muito

ricas e o evento superou nossas

expectativas”, contou Braulio Bar-

reto, coordenador do Conselho.

investimentos em Portugal

O programa de incentivos

Portugal 2020 foi apresentado a

jovens empresários em palestra

realizada na FIEB, em novembro,

numa iniciativa do Conselho de

Comércio Exterior (Comex), em

parceria com o Conselho de Jo-

vens Lideranças da Indústria e a

Câmara Portuguesa de Comércio

da Bahia. O programa dispõe de

cinco Fundos Europeus Estrutu-

rais e de Investimento até 2020, no

valor de € 25 bilhões de euros. De

acordo com Alexandre Jaleco, CEO

da Warmhole - Partner Globalse-

ven, empresa que dá consultoria

a interessados em se submeter

aos apoios financeiros da UE, é

mais fácil uma empresa sediada

em Portugal exportar para a Itália

e a Polônia, por exemplo, do que

vender um produto da Bahia para

São Paulo, dadas a burocracia a os

impostos exigidos no Brasil.

evento reuniu

especialistas

no auditório

da FieB

MArceLo cAMArGo / AGêNcIA BrAsIL

sistema passa a ser obrigatório a partir de janeiro de 2018 e exigirá que as empresas adaptem seus processos de gestão

Por patrícia moreira

empresas ingressam numa nova era Com o esoCial

adiada a entrada em vigor em pelo menos duas

ocasiões, a implantação do Sistema de Escri-

turação Digital das Obrigações Fiscais, Pre-

videnciárias e Trabalhistas, mais conhecido

como eSocial, agora será para valer. O cronograma de

implantação, que ocorrerá em cinco fases a partir do

primeiro semestre de 2018, foi anunciado no final do

mês de novembro pelo Governo Federal. Em um pri-

meiro momento, as empresas com faturamento supe-

rior a R$ 78 milhões anuais passam a ser obrigadas

a utilizar o programa a partir de 8 de janeiro de 2018.

Esse grupo representa 13.707 empresas e cerca de 15

milhões de trabalhadores, o que equivale a aproxima-

damente um terço do total de trabalhadores do país.

22 Bahia Indústria

Bahia Indústria 23

O QUE É

Plataforma digital em que haverá o registro contínuo do que acontece com o trabalhador – desde sua admissão até seu desligamento. Determina a integração de informações de diversas áreas – em especial da Segurança e Saúde no Trabalho, da Folha e dos Recursos Humanos

foi lançada pelo Governo Federal.

“Temos o compromisso de prover

soluções completas em Segurança

e Saúde no Trabalho (SST) para a

indústria”, frisa Maria Fernanda

Faiçal, engenheira de segurança e

gerente de Negócio no SESI Bahia.

orientaçãoSomente em 2017, o SESI realizou

mais de seis eventos, na capital e

no interior, levando especialistas

para orientar as indústrias para o

novo cenário com relação às obri-

gações fiscais, previdenciárias e

trabalhistas. Apesar disso, Maria

Fernanda explica que ainda há

muito a ser feito. “Ainda há um

caminho a percorrer e será neces-

sário que as indústrias adotem

vários aperfeiçoamentos para a

implantação completa do eSocial,

pela abrangência e impacto que

ele representa nos processos da

empresa”, reforça a engenheira.

Maria Fernanda Lins esclarece

que o eSocial não traz nenhuma

mudança de legislação, porém

requer um melhor gerenciamento

das informações pelas empresas.

Neste sentido, o SESI disponibi-

liza uma consultoria para ajudar

as organizações no atendimento

ao programa nas questões de SST,

bem como fez adaptações no seu

portfólio para estar afinado com

as novas diretrizes.

Para o gerente de Saúde e Segu-

rança na Indústria do SESI Bahia,

Amélio Miranda, o eSocial deve

ser visto como oportunidade e não

como entrave. “É uma oportunida-

de para as empresas reverem seus

processos e se ajustarem às exigên-

cias em SST, proporcionando um

ambiente de trabalho produtivo,

seguro e saudável. O eSocial deve

ser visto como investimento para

que as empresas evitem problemas

judiciais no futuro, servindo como

evidência no cumprimento das

obrigações legais”, acrescenta.

As empresas que descumpri-

rem o envio de informações por

meio do eSocial estarão sujeitas à

aplicação de penalidades e multa.

Do ponto de vista da administra-

ção pública, o programa amplia

a capacidade de fiscalização do

Estado. Para conhecer melhor o

programa, a Confederação Nacio-

nal da Indústria, o SESI e o IEL

elaboraram uma cartilha que está

disponível para consulta no Portal

da Indústria.

A cartilha detalha as obriga-

ções que poderão ser substituídas

pelo novo sistema, a qualificação

cadastral exigida, como funciona

e os pontos que as empresas de-

vem ficar atentas em relação ao

eSocial. O documento também

contextualiza os principais desa-

fios que as empresas terão pela

frente e dá dicas de como fazer a

adaptação para o novo sistema.

A implantação em cinco fases também será ado-

tada para as demais empresas de capital privado,

incluindo micros e pequenas empresas e MEIs que

possuam empregados. Para estes, o eSocial torna-se

obrigatório a partir de 16 de julho do ano que vem.

Já para os órgãos públicos, a obrigatoriedade será a

partir de 14 de janeiro de 2019. Quando estiver con-

solidado na sua implantação, o eSocial reunirá infor-

mações de mais de 44 milhões de trabalhadores do

setor público e privado do país em um único sistema.

Com o papel de oferecer informações e soluções

qualificadas para a indústria, o Serviço Social da In-

dústria (SESI) vem fazendo o seu dever de casa des-

de que a proposta de mudanças dos procedimentos

encontro

com traders

estrangeiros

realizado

na FieB

Conhecer mercados de consumo de outros paí-

ses e preparar-se para exportar contribui para

a melhoria dos produtos e processos e aumen-

ta a competitividade das empresas. É o que o

Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEB cons-

tata a cada participação de empresários em missões,

rodadas de negócios e outros eventos de promoção

comercial. Além de resultar em vendas, estas ações

ajudam a se adaptar às “intempéries”, principalmen-

te em tempos de incerteza no cenário nacional.

“Participar destas ações faz com que o empresá-

rio profissionalize mais o seu negócio, passando a ter

maior abrangência de atuação, o que amplia as possi-

bilidades de sucesso”, afirma a gerente do CIN, Patrícia

Orrico. Os números confirmam a avaliação de Patrícia.

De agosto e dezembro, as atividades promovidas pelo

CIN e parceiros geraram U$ 6,3 milhões em negócios já

concretizados e quase U$ 30 milhões em vendas para

os próximos 12 meses (ver quadro na página ao lado).

Mas a experiência vai além do que se pode conta-

bilizar. Para Bráulio Barreto, proprietário da marca

de pipocas gourmet Las Palomitas, que participou do

de olHo nos merCados esTrangeirosInvestimento em ações para a internacionalização de produtos brasileiros gera negócios imediatos e futuros

Por carolina mendonça

Encontro Internacional de Negócios (Projeto Compra-

dor), em novembro, estar com compradores e traders

internacionais foi uma oportunidade de aprendiza-

do. “Aqui, numa manhã, ainda que não feche negó-

cio, você recebe muita informação valiosa, passando

a conhecer mercados, a realidade daquele país. Você

fica sabendo o que precisa fazer para adequar o pro-

duto àquele mercado”, definiu.

Este foi o segundo encontro do ano realizado pela

rede de parceiros (CNI – Confederação Nacional da

Indústria, Rede CIN – Rede Brasileira de Centros In-

ternacionais de Negócios e APEX Brasil - Agencia Bra-

sileira de Promoção de Exportações e Investimentos)

com o objetivo de estimular a internacionalização de

empresas. O primeiro foi a Rodada de Negócios Brasil

Trade, que aconteceu em agosto, na Federação, e ge-

rou mais de US$ 3 milhões em vendas.

“Tivemos (no Encontro Internacional) compradores

da Espanha, Suriname, Equador, Guatemala, Costa

Rica, Guianas e Colômbia. Eles foram selecionados a

partir de indicações das empresas dos segmentos es-

colhidos e também dos sindicatos filiados à Federa-

ção”, conta a analista de Comércio Exterior da FIEB,

Lila Ribeiro. Ruben Mantilla, trader da distribuidora

de produtos Fhalconfood, do Equador, viu no evento

a chance de concretizar boas compras para o seu país.

“Já estivemos no Brasil, em 2016, participando deste ti-

po de evento. Nossa expectativa é conhecer novos pro-

dutos para introduzir no mercado equatoriano”, disse.

SuporteA fabricante de granola e biscoitos Tia Sônia, de Vitó-

ria da Conquista, – que ficou em 6º lugar do ranking

no Nordeste e o 59º no Brasil na12a. edição da pesqui-

sa As Pequenas e Médias Empresas Que Mais Cres-

cem, realizada pela consultoria Deloitte em parceria

com EXAME – também aposta em ações de promoção Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB

24 Bahia Indústria

Produtos

baianos têm

mais chances

no exterior

participando

de rodadas

Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB

ROdAdA BRASiL TRAdEParticipação de 25 empresas da Bahia, 5 Tradings e 3 compradores internacionais

AçõES dO CiN

ENCONTRO iNTERNACiONAL dE NEgóCiOS (PROjETO COMPRAdOR)Participaram 20 empresas baianas e traders, e compradores do Equador, Guatemala, Guiana, Costa Rica, Panamá, Angola e Espanha

FiHAV/CUBAA ação contou com 20 empresas e 32 participantes do Brasil; não houve participantes da Bahia

SALON dU CHOCOLAT PARiS, FRANçAParticiparam da missão 33 empresas, das quais 16 baianas. A ação já gerou U$ 6,3 milhões em negócios

comercial voltadas para a internacionalização. Re-

presentantes da empresa estiveram na Rodada Brasil

Trade, realizada, em agosto, na FIEB, e que teve como

objetivo promover a cultura exportadora nas empre-

sas. “Para a Tia Sônia foi de extrema importância a

participação, pois foi nosso primeiro contato, desde

o momento em que decidimos iniciar o Projeto de Ex-

portação. Pudemos observar as diferenças entre as

culturas e as tendências de cada país”, conta Tatiane

Moraes, responsável pela área de Exportação.

Na visão de Rogério Kamei, proprietário da Mesti-

ço Chocolates, que esteve presente no Salon du Cho-

colat, na França, o suporte da equipe do CIN fez dife-

rença na prospecção de parceiros comerciais. “Desde

a organização do stand até a articulação com os tra-

ders para as rodadas de negócios, o apoio de pesso-

as especializadas na área foi fundamental para criar

oportunidades”, disse.

O CIN ainda vem atuando em visitas, como a da

delegação de embaixadores e cônsules europeus,

realizada em outubro, para os quais foi organizada

uma agenda de encontro com empresários baianos,

além de palestra sobre as possibilidades de coopera-

ção econômica e investimentos.

eStimativa de negócioS para oS

próximoS 12 meSeS

u$12,6milhões

u$8,3milhões

u$5milhões

u$3,5milhões

Bahia Indústria 25

26 Bahia Indústria

NegóCiOS eNtRe emPReSaSLançado em novembro, portal busca aproximar compradores e fornecedores

um ambiente virtual volta-

do para o setor industrial,

onde é possível identificar

clientes e fornecedores. Assim é

o Portal de Negócios da Indústria

(www.portaldenegociosbahia.

com.br), iniciativa da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB), em parceria com o IEL, de-

senvolvida para aproximar com-

pradores e fornecedores.

Na nova plataforma é possível

anunciar o produto ou serviço

que se deseja comprar ou contra-

tar. Os usuários também podem

localizar fornecedores no estado,

entrar em contato, solicitar orça-

mento, cadastrar cotações e se in-

formar sobre eventos de negócios

realizados pelo IEL e entidades

parceiras. Além disso, o portal

também dará visibilidade para as

empresas baianas.

Mais de 80 empresas estão ca-

dastradas no Portal de Negócios

da Indústria. O perfil delas conta

com portfólio, serviços oferta-

dos e também as demandas para

fornecimento. “A ideia é que as

empresas se conectem com mais

agilidade”, destaca a gerente de

Desenvolvimento Empresarial do

IEL, Fabiana Carvalho, ressaltan-

do que o portal atende a uma de-

manda de empresários.

encontroO portal foi lançado em novembro

no VII Encontro de Compradores

e Fornecedores, que contou com

rodada de negócios envolvendo

73 empresas e tem expectativa

de movimentação de mais de R$

15 milhões em negócios futuros.

O encontro foi Promovido pelo

IEL, em parceria com o Serviço de

Apoio às Micro e Pequenas Empre-

sas da Bahia (Sebrae-BA).

O superintendente do IEL,

Evandro Mazo, alertou que as em-

presas precisam estar atentas aos

desafios que a digitalização dos

LúcIo táVorA / coPerPhoto / sIsteMA FIeB

Fabiana Carvalho, do ieL, apresenta a nova ferramenta

modelos de negócios apresenta.

“A tendência é que o fornecedor

entregue cada vez mais valor e

mais serviços. Para isso, a compe-

titividade e a busca pela eficiência

são fundamentais”, destacou.

Já o diretor técnico do Sebrae,

Franklin Santos, falou sobre a

importância do encontro para a

aproximação comercial. “Esta-

mos felizes por apoiar ações co-

mo esta, que viabilizam o contato

entre empresários, promovendo

a aproximação comercial”, disse,

reforçando a necessidade de as

micro e pequenas empresas se

adequarem aos pré-requisitos das

grandes corporações instaladas

no estado.

inovaçãoA programação do evento também

incluiu palestra sobre inovação e

competitividade, com o consultor

Cláudio Forner, especialista em

varejo internacional e empreen-

dedorismo. Segundo ele, o Brasil

passa por uma crise de envelhe-

cimento dos modelos de negócios

que implica na queda da compe-

titividade. Ele destacou que as

empresas precisam modernizar

seus processos, com foco nas ten-

dências de mercado. “É preciso

estar atento às oportunidades, ter

flexibilidade e estar aberto para as

mudanças”, aconselhou.

O encontro também contou com

experiências de sucesso na área

de suprimentos, apresentadas pe-

lo diretor de Suprimentos do Gru-

po Boticário, Fábio Miguel, e pelo

diretor da planta da Faurecia na

Bahia, Leandro Perroni.

» qualiFicarCom o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), o IEL qualifica micro, pequenas e médias empresas baianas, auxiliando na implantação de práticas de excelência. Neste ano, 14 empresas participantes do PQF foram certificadas.

Bahia Indústria 27

theOPRax gaRaNte FORmaçãO DiFeReNCiaDa PaRa O meRCaDOMetodologia adotada nos cursos técnicos do seNAI Bahia está entre as 10 melhores práticas do sistema Indústria

a metodologia alemã TheoPrax, adotada pelo

SENAI Bahia há 11 anos, foi escolhida uma das

10 práticas do Sistema Indústria. A seleção, fei-

ta por consultores e dirigentes do SENAI Nacional,

analisou mais de 800 práticas enviadas, consideran-

do suas contribuições para os desafios do plano es-

tratégico integrado SESI/SENAI/IEL.

Pelo método, que alia teoria e prática e é aplica-

do para todos os estudantes dos cursos técnicos do

SENAI Bahia, o aluno precisa desenvolver soluções

criativas para produtos ou processos da indústria.

Com isso, ele aprende a desenvolver projetos, de for-

ma estruturada, no mundo real.

“Soluções que, muitas vezes, são inviáveis para as

indústrias, principalmente as micro e pequenas, tor-

nam-se possíveis, por meio do TheoPrax. A metodo-

logia permite a execução de projetos muito baratos,

que geram impacto nas empresas”, afirma o gerente

do SENAI Bahia, Luís Breda Mascarenhas.

A qualidade dos projetos vem aumentando e já

tem o reconhecimento dos criadores do método. Em

novembro, o coordenador do TheoPrax no SENAI-

-BA, Augusto Araújo, e a técnica em Automação In-

dustrial, Joilma Batista, formada pelo SENAI Cetind,

em Lauro de Freitas, estiveram na sede do Instituto

Fraunhofer de Química (Fraunhofer ICT), na Alema-

nha, para receber o Prêmio TheoPrax Internacional

2017, um feito inédito no Brasil. O projeto Medição

Assertiva da Vazão do Processo do Refino Eletrolítico

do Cobre, elaborado para a empresa Paranapanema

S.A., levou o segundo lugar. “Foi muito importante

para nós, é o indicativo de que estamos no caminho

certo” diz Araújo.

O “pai” e a “mãe” da metodologia, os representan-

tes do Instituto Fraunhofer, Peter Eyerer e Doerthe

Krause, também estiveram em Salvador para uma

semana de imersão durante ações de planejamento e

escolha de projetos com as equipes do SENAI Bahia.

“Para nós, é fantástico ver como Theoprax se desen-

volveu na Bahia e, agora, começa a ser disseminado

em outras partes do Brasil. É um exemplo para a Ale-

manha”, disse Peter Eyerer.

Eyerer e Doerthe participaram ainda da premiação

anual que escolhe três entre os 20 melhores projetos

dos alunos baianos, selecionados nas dez unidades

do SENAI no estado. Eles se surpreenderam com

a variedade de trabalhos, que revelaram soluções

inovadores, de impacto na indústria e na sociedade.

“Como o nível de todos os projetos finalistas é alto, a

disputa é acirrada, fica difícil escolher”, orgulha-se

Mascarenhas. Os trabalhos apresentados pelos estu-

dantes, entre os quais uma tabela periódica interati-

va, uma mão mecânica feita em impressora 3D e uma

máquina descascadora de amêndoa de cacau 60%

mais barata que as disponíveis no mercado, têm cri-

térios exigentes de avaliação, como caráter inovador

e viabilidade econômica. Conheça e solicite projetos

no portal http://www.fieb.org.br/senai.

ÂNGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

equipe

vencedora

do Prêmio

theoprax

posa com a

"mãe" da

metodologia,

Doerthe

Krause (dir.)

“Soluções que, muitas vezes, são inviáveis para asindústrias, principalmente as micro e pequenas, tornam-se possíveis por meio do método TheoPrax”

Luís Breda Mascarenhas, diretor regional do SENAI Bahia

28 Bahia Indústria

NúmeroS da INdúStrIa

PRODUçãO Cai, maS O tOmBO é meNORqueda na produção física alcançou 3,8% em 12 meses até setembro

a indústria de transformação da Bahia apre-

sentou queda de 3,8% da produção física

no acumulado de 12 meses até setembro de

2017 (uma evolução, comparando-se com

o resultado negativo de 4,7% do mês anterior), ocu-

pando a penúltima posição no ranking dos 14 esta-

dos que participam da Pesquisa Industrial Mensal

– Produção Física, à frente somente do Pará. Além da

Bahia, registraram resultados negativos os seguintes

estados: Pará (-4,8%), Minas Gerais (-1,3%), Goiás

(-0,6%), Mato Grosso (-0,3%) e Pernambuco (-0,1%).

Os estados que apresentaram crescimento foram:

Paraná (4,6%), Santa Catarina (2,5%), Amazonas

(2,3%), Rio de Janeiro (1,7%), Espírito Santo (1,4%),

São Paulo (0,9%), Ceará (0,5%) e Rio Grande do Sul

(0,4%). Na média, a indústria de transformação na-

cional apresentou ligeira queda de 0,2% no período

em análise.

Em relação à indústria de transformação baiana,

cinco dos 11 segmentos analisados apresentaram cres-

cimento em termos anualizados: Veículos automoto-

res (19,5;Couro e Calçados (10,7%); Borracha e Plástico

(3,2%); Celulose e Papel (2,5%) e Alimentos (1,2%).

Por outro lado, os seis segmentos restantes re-

duziram a produção: Equipamentos de Informática

(-49,7%); Metalurgia (-27,4%, em virtude de uma pa-

rada para manutenção da Paranapanema iniciada no

fim de março); Refino de petróleo e biocombustíveis,

setor que representa 29,0% do VTI da indústria de

transformação (-10,8%, devido a uma parada progra-

mada nos meses de janeiro e fevereiro, nas unidades

U-09 e U-18 da RLAM, além do crescimento da con-

corrência dos combustíveis importados); Minerais

não metálicos (-4,1%); Bebidas (-3,8%) e Produtos

Químicos (-1,9%).

No acumulado do ano até setembro de 2017, a pro-

dução física da indústria de transformação baiana

apresentou retração de 3,0% (ante -3,9% no mês pas-

sado), enquanto a indústria nacional contabilizou

indicadoreS

Bahia Indústria 29

FONTE: IBGE; ELABORAÇÃO FIEB/SDI. NOTA: EXCLUSIVE A INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL; BASE = 100 (MÉDIA 2012)

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

115

110

105

100

95

90

85

80

75

70

2016

20152017

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2015-2017)

FoNte: IBGe; elaboração FIeB/SdI

Indústria de Transformação 4,2 -3,0 -3,8

Refino de petróleo e biocombustíveis 2,8 -7,8 -10,8

Produtos químicos -7,2 -1,4 -1,9

Veículos automotores 30,6 19,2 19,5

Alimentos 2,6 1,4 1,2

Celulose e papel -4,8 0,6 2,5

Borracha e plástico 8,9 6,0 3,2

Metalurgia 19,7 -30,5 -27,4

Couro e Calçados -5,6 9,3 10,7

Minerais não metálicos -5,2 -0,5 -4,1

Equipamentos de Informática -73,1 -67,8 -49,7

Bebidas 10,7 -2,7 -3,8

Extrativa Mineral 14,0 -2,5 -9,8

VArIAção (%)

SetOReS Set17/Set16 JaN-Set17/ OUt16-Set17/ JaN-Set16 OUt15-Set16

bahia: pim-pf de setembro 2017

FoNte: IBGe; elaboração FIeB/SdI. Nota: exclusive a Indústria extrativa Mineral; BaSe = 100 (Média 2012)

crescimento de 0,9%. Seis seg-

mentos industriais da Bahia apre-

sentaram queda: Equipamentos

de Informática (-67,8%); Metalur-

gia (-30,5%, menor fabricação de

barras, perfis e vergalhões de co-

bre e de ligas de cobre); Refino de

Petróleo e Biocombustíveis (-7,8%,

redução na produção de óleo die-

sel, naftas para petroquímica

e óleos combustíveis); Bebidas

(-2,7%); Produtos Químicos (-1,4%)

e Minerais não Metálicos (-0,5%).

Por outro lado, cinco segmentos

apresentaram crescimento: Veícu-

los Automotores (19,2%, aumento

na produção de automóveis); Cou-

ro e Calçados (9,3%); Borracha e

(8,9%, crescimento da produção

pneus novos usados em automó-

veis, ônibus e caminhões e filmes

de material plástico para embala-

gem); Refino de petróleo e biocom-

bustíveis (2,8%, maior produção

de gasolina automotiva e óleo die-

sel) e Alimentos (2,6%).

Em sentido contrário, cinco seg-

mentos registraram queda: Equi-

pamentos de Informática (-73,1%,

menor produção de gravador ou

reprodutor de sinais de áudio e ví-

deo (DVDs)); Produtos Químicos

(-7,2%); Couro e Calçados (-5,6%,

menor produção de calçados de

material sintético e de couro fe-

mininos); Minerais não metálicos

(-5,2%) e Celulose e Papel (-4,8%).

A indústria baiana registra si-

nais de lenta recuperação de sua

produção no ranking nacional

anualizado. A produção industrial

local tem sido bastante impactada

pelos resultados do setor de refi-

no, já que detém 29% do VTI da

indústria; e o de Metalurgia (4,3%

do VTI). Ambos têm registrado

expressivas quedas na produção.

A indústria nacional vem se recu-

perando a passos mais céleres e

a expectativa é positiva para o fe-

chamento de 2017.

O aspecto político vem dificul-

tando a retomada efetiva da eco-

nomia brasileira e, especialmente,

o cumprimento de toda uma agen-

da de competitividade e reformas

estruturais até então previstas.

De acordo com as informações do

Banco Central (relatório Focus, 03

de novembro), as perspectivas pa-

ra 2017 são: (i) inflação (IPCA) de

3,08%; (ii) crescimento de 2,0% na

produção industrial; (iii) queda da

taxa Selic para 7,00% no final do

ano; e (iv) crescimento de 0,73%

no PIB brasileiro.

Plástico (6,0%); Alimentos (1,4%)

e Celulose e Papel (0,6%).

alta em SetemBro Na comparação de setembro de

2017 com igual mês do ano ante-

rior, a produção física da indústria

de transformação baiana cres-

ceu 4,2%, enquanto a indústria

nacional registrou alta de 2,7%.

Seis segmentos apresentaram in-

cremento: Veículos Automotores

(30,6%, maior produção de auto-

móveis e painéis para instrumen-

tos dos veículos automotores);

Metalurgia (19,7%, num possí-

vel sinal de recuperação); Bebi-

das (10,7%); Borracha e Plástico

30 Bahia Indústria

iNVeStimeNtOS PaRa O NORDeSte Com o objetivo de divulgar incentivos fiscais, linhas de financia-

mento e outros instrumentos de fomento ao setor produtivo, a Sudene

e Associação Nordeste Forte (que reúne as federações das indústrias do

Nordeste) realizaram, em novembro, o Roadshow “Investimento e De-

senvolvimento do Nordeste”. O evento, que aconteceu na FIEB, contou

com a presença do vice-governador da Bahia, João Leão, e de dirigen-

tes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos

(Apex-Brasil), Sebrae, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Confederação na-

cional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Rio Grande do

Norte, Desenbahia e Frente Parlamentar da Indústria da Alba.

Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB

MIGueL ÂNGeLo/cNI

Roadshow

divulgou

instrumentos

de fomento

produtivo

encontro foi

aberto pelo

presidente

da FieB,

Ricardo alban

Licenciamento ambiental

Com o objetivo de disse-

minar informações sobre

as etapas do Licenciamento

Ambiental na Bahia, a FIEB

- por meio da sua gerência

de Meio Ambiente e Respon-

sabilidade Social (Gmars)

– promoveu um workshop,

em outubro. No evento, es-

pecialistas do Instituto do

Meio Ambiente e Recursos

Hídricos (Inema) realizaram

palestras sobre os procedi-

mentos e atos administra-

tivos exigidos pelo órgão.

Para a gerente da Gmars,

Arlinda Coelho, o workshop

“configurou-se como exce-

lente estratégia de defesa de

Interesses, pois otimizou o

atendimento de 19 demandas

levantadas pelas empresas

participantes, as quais fo-

ram discutidas diretamente

com os técnicos do Inema”.

painel

Bahia ReCeBe aDVOgaDOS DO SiStema iNDÚStRiaA capital baiana sediou o 15° Encontro Nacional dos Advogados do Sistema Indústria (Enasi). O even-

to reuniu especialistas em relações do trabalho para tratar de temas como o futuro dos sindicatos,

negociação coletiva, processos do trabalho e terceirização. Entre os palestrantes, o professor da Uni-

versidade de São Paulo (USP) José Pastore, o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI,

Alexandre Furlan, e o juiz do Trabalho Rodolfo Pamplona. Na abertura do encontro, o presidente da

FIEB, Ricardo Alban, criticou o excesso de processos jurídicos. “Num país onde a judicialização virou

a primeira opção, temos que ter proatividade. E temos a convicção que nós, do Sistema Indústria, rea-

lizamos um bom serviço”, disse.

Bahia Indústria 31

Fotos LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB

hOmeNagem àS LetRaSNO CiRCO LiteRáRiO

Campanha incentiva associativismo

Para estimular a união dos empresários, por meio

da participação nos sindicatos empresariais da in-

dústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI),

em parceria com as Federações de Indústrias, lançou

uma campanha que destaca a importância dos sin-

dicatos empresariais para o fortalecimento do setor.

A campanha tem como foco mostrar a importância

do empresário para a sociedade e os benefícios de

participar de um sindicato empresarial. O site www.

industriaforte.com.br reúne mais informações.

Bahia está entre vencedores do Prêmio ieL de estágio

A empresa Kordsa Brasil, multinacional do ramo

têxtil sediada em Camaçari/BA, foi vencedora da eta-

pa nacional do Prêmio IEL de Estágio 2017, na catego-

ria média empresa. Também se destacaram na premia-

ção as empresas Tecon Salvador e Lacerta Consultoria

Projetos e Assessoria Ambiental Ltda, que ficaram em

terceiro lugar nas categorias grande e micro/pequena

empresa, respectivamente. Já a instituição de ensino

Sete Serviços Empresariais Trabalho e Educação ficou

na terceira colocação entre as instituições de ensino

técnico. A cerimônia de entrega da premiação foi rea-

lizada em outubro, em Curitiba.

Rede de Prevenção da incapacidade se reuniu em Salvador

Representantes de 22 Departamentos Regionais

do Serviço Social da Indústria (SESI) de todo o país,

além de médicos do trabalho e gestores de Recursos

Humanos de indústrias parceiras, participaram, no

dia 27 de novembro, de Reunião Presencial da Rede

SESI de Prevenção da Incapacidade. O encontro foi

uma iniciativa do Centro de Inovação SESI, que visa

desenvolver e oferecer à indústria brasileira novas

soluções para gerir o afastamento e a incapacidade

de seus funcionários no ambiente laboral. O diretor

do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, Kari-

-Pekka Martimo fez a palestra de abertura e chamou

a atenção para a importância de uma nova aborda-

gem na gestão dos afastamentos. Para ele, é neces-

sário envolver todos os atores, incluindo o médico do

trabalho, equipe de recursos humanos e os supervi-

sores. Kari-Pekka destaca que investir na saúde ocu-

pacional do trabalhador aumenta a produtividade,

dando mais robustez à economia.

espetáculo

uniu dança,

literatura,

e música

Os estudantes da Escola SESI Reitor Miguel

Calmon, localizada no bairro do Retiro, encer-

raram o ano letivo com um espetáculo emocio-

nante, apresentado no Teatro Jorge Amado.Eles

revisitaram grandes nomes da literatura de lín-

gua portuguesa em O Grande Circo Literário, co-

mo José de Alencar, Jorge Amado, Monteiro Lo-

bato, Carlos Drummond de Andrade, mas sem

deixar de contemplar poetas da Música Popular

Brasileira, como Chico Buarque e Cazuza, den-

tre muitos outros. No programa do espetáculo,

as diversas expressões artísticas – dança, tea-

tro, música e canto – reafirmaram o sucesso da

5ª edição do Multart. Como fio condutor, a nar-

rativa do espetáculo ficou a cargo da bailarina

da história do Soldadinho de Chumbo, interpre-

tada pela estudante Catarina Leite.

32 Bahia Indústria

governo regulamenta o sistema de logistica reversaFoi publicado, em 24.10.17, o Decreto Federal

nº 9.177, que, dentre outros, regulamenta o

art. 33 da Lei nº 12.305, de 02.08.10, que insti-

tuiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O Decreto estabelece normas para assegu-

rar a isonomia na fiscalização e no cumpri-

mento das obrigações imputadas aos fabri-

cantes, aos importadores, aos distribuidores

e aos comerciantes de produtos, seus resídu-

os e suas embalagens sujeitos à logística re-

versa obrigatória.

Namir mangabeira integra a equipe da Gerência Jurídica da FIEB

a reforma trabalhista entrou em vigor. e agora?

No dia 11/11/2017 a Reforma Traba-

lhista entrou em vigor. A moder-

nização das leis trabalhistas re-

presenta importante avanço, seja

pela adequação da lei à realidade

social, seja pela valorização da

negociação coletiva ou pela acla-

mada segurança jurídica, que visa

reestabelecer a confiabilidade no

ordenamento jurídico.

O Poder Executivo editou a

Medida Provisória 808/2017, que

passou a valer na data da sua pu-

blicação (14/11/2017), para alterar

e esclarecer pontos da Reforma.

Dentre outras modificações, esta-

beleceu que a Lei nº 13.467/17 se

aplica, na integralidade, aos con-

tratos de trabalho vigentes.

A discussão sobre a aplicabi-

lidade da nova Lei, mesmo após

a publicação da MP, permanece

acirrada em razão da resistência

daqueles que insistem em afirmar

que a nova legislação é inconsti-

tucional e se configura como um

retrocesso social.

Por namir mangabeira Diante desse cenário, o certo é

que muitos se perguntam, de for-

ma genérica, o que será possível

modificar nos processos judiciais

e contratos de trabalho em curso.

Os questionamentos são pertinen-

tes, mas carecem de análise em

concreto.

Avaliar abstratamente o que foi

alterado nas leis trabalhistas para

concluir quais mudanças possuem

ou não aplicabilidade imediata é

uma tarefa árdua e pouco segura,

além de resultar em trabalho des-

necessário, já que muito do que foi

modificado não necessariamente

se aplicará à realidade de todas as

empresas.

E agora, o que fazer? Adotar

uma postura conservadora e não

aplicar as melhorias trazidas pela

Reforma, decerto, não é a solução.

Não se pode permitir que a nova

legislação se torne “letra morta”

e a modernização não produza os

efeitos positivos na retomada do

crescimento econômico e desen-

volvimento social do país.

A Lei nº 13.467/17 deve ser apli-

Jurídico

Programa de conversão de multas ambientais é instituídoAtravés do Decreto Federal nº 9.179, publicado em

24.10.17, foi alterado o Decreto nº 6.514/08, o qual dis-

põe sobre as infrações e sanções administrativas ao

meio ambiente e estabelece o processo administrati-

vo federal para apuração destas infrações.

Dentre as alterações, foi instituído o Programa de

Conversão de Multas Ambientais emitidas por órgãos

e entidades da União integrantes do Sisnama, que

possibilita a conversão da multa simples em serviços

de preservação, melhoria e recuperação da qualidade

do meio ambiente.

cada, inclusive aos contratos em

curso, de forma responsável, ob-

servada a realidade/necessidade

de cada empresa, cada segmento.

Não cabe analisar as mudanças de

forma geral. É preciso se pergun-

tar quais alterações impactam no

seu negócio e auxiliam no cres-

cimento econômico, competitivi-

dade e geração de emprego. Após

esse filtro, caberá verificar se a al-

teração não fere direito adquirido,

ato jurídico perfeito e coisa julga-

da, bem como se não gera prejuízo

ao trabalhador, vez que o art. 468

da CLT, que proíbe alteração con-

tratual lesiva, não foi revogado.

A modernização das leis tra-

balhistas representa significativo

avanço para as relações de traba-

lho e, com efeito, se aplicada com

seriedade, figura como importante

marco na superação da crise e re-

tomada do desenvolvimento eco-

nômico e social, afinal, confere

maior previsibilidade às relações,

privilegia o diálogo e valoriza a

negociação em detrimento do con-

flito judicial.

Bahia Indústria 33

Por agenor sampaio neto

O gênio de Orlando Gomes já pro-

clamou que a “Economia é a maté-

ria prima do Direito”. De fato, tem

razão o Mestre Orlando já que a

Economia exerce uma forte e ins-

tigante relação no campo jurídico,

a ponto de dizer que os influxos

econômicos têm um papel de for-

mação e o Direito exerce um logos

de conformação, ou seja, recorren-

do a uma metáfora, a economia é o

quadro, a tela, e o direito é a mol-

dura dessa tela, o direito, como

dito, exerce aí um papel de (con)

formar o que vem do mercado.

Não podemos esquecer que

um importante princípio jurídico

no mundo moderno é o da fun-

ção social da empresa, na medida

em que os empresários, princi-

palmente os pequenos e médios,

exercem relevante função social,

ao pagarem tributos de variadas

ordens, que contribuem para sus-

tentar a pesada máquina estatal.

Também, essas empresas pagam

e remuneram os seus empregados/

colaboradores. Nesse sentido, já

afirmou Grazielle Benediti Santos,

para quem: “(...) é indubitável a

partir desse prisma[função social

A eMPreSA é O FeNôMeNO MAiS iMPOrTANTe dO Breve SéCuLO XX, A erA dAS (iN)CerTezAS e dO eXTreMO, uM TeMA que, APeSAr de MuiTO viSiTAdO, AiNdA MereCe ALguMAS iNCurSõeS – uMA rOuPAgeM NOvA eM uM veLhO ArTiSTA

agenor Sampaio Neto é consultor jurídico e professor de Direito do Consumidor e Teoria do Direito da Uefs

a instigante relação entre a economia e o direitoda empresa] que a empresa passa a representar uma atividade comer-

cial e social e não apenas uma entidade destinada somente à obtenção

de lucros”.

A empresa é o fenômeno mais importante do breve século XX, a era

das (in)certezas e do extremo, um tema que, apesar de muito visitado,

ainda merece algumas incursões – uma roupagem nova em um velho

artista. Deste modo, ainda é possível construir um novo figurino, afi-

nal, o direito se cria e se regenera, não é dádiva natural. Assim, a Eco-

nomia “full time” contribui para a formação e mudanças do Direito.

Mas, por outro lado, como numa relação de retroalimentação, o Di-

reito não legisla tudo, portanto, não absorve tudo que vem da econo-

mia, exercendo aí o papel de uma espécie de “esponja” para amortecer

os excessos que vêm do campo eco-

nômico. É aí que o Direito tem a ver

com que o doutrinador francês La-

chance chama de sua face protetora,

de evitar o arbítrio e de proteger os

mais fracos frente ao mercado.

Com efeito, segundo o ministro

Eros Roberto Grau, “ordem econô-

mica”, aliás, deve ser entendida co-

mo parcela da ordem jurídica. Grau chama ainda a atenção para o fato

de que, no pretérito, já se encontrava nas Constituições escritas, no bo-

jo de suas ordens jurídicas (como parcelas delas), “normas institucio-

nalizadoras das ordens econômicas (mundo do ser) nelas praticadas”.

Ou seja, a economia define a ação (ser) e o direito institucionaliza tal

proposta (mundo do ser), daí que segundo citado autor a ordem jurídi-

ca está voltada à regulação da ordem econômica (mundo do ser).

Portanto, o direito ocupa o papel relevante de acomodação do mun-

do do ser econômico, ou, como prefere Grau, a conformação do proces-

so econômico. Para ele, o direito é a instância de um todo complexo

(estrutura social global), daí ser um equívoco entender que o papel do

direito é reduzido ao “conformar” o processo econômico, já que este é

elemento constitutivo do modo de produção. Assim, tais relações não

se reproduzem sem a atuação do direito.

Desta forma, fica evidente a importância do direito na institucio-

nalização (conformação) da ordem econômica, devendo também es-

te ser entendido como “técnica de acomodação pacífica socialmente

sentida”, naquele clássico conceito do saudoso professor Washington

Trindade, percebendo-se, assim, a imbricação entre o ser e o dever-ser

(sein/sollen), daí reafirmarmos, não por outro motivo, a lição de Orlan-

do Gomes no sentido que “a economia é a matéria prima do direito”.

ideiaS

leitura&entretenimento

livros música

múSica

história em cartas Intrigas, confissões, ameaças, es-

tratégias, declarações de amor. O livro

traz a correspondência de personagens

marcantes da história do Brasil, em

uma seleção espirituosa e diversificada

de oitenta cartas brasileiras inesque-

cíveis, fartamente ilustrada por fac-

-símiles das cartas originais e dezenas

de fotos. São mensagens recebidas ou

enviadas por escritores, artistas e po-

líticos, que conduzem o leitor por um

deleitoso passeio pelos grandes mo-

mentos de nossa trajetória.

Por trás da h Stern Ao articular pesquisa histórica

profunda a fotos, cartas e documentos

inéditos, a jornalista Consuelo Die-

guez capta o espírito dos tempos, as

dúvidas, anseios e desafios de Hans

Stern desde a fuga da Alemanha na-

zista até seus últimos dias no Brasil,

onde construiu o que viria a se tornar

uma das empresas brasileiras mais

bem-sucedidas. Além da valorização

das pedras brasileiras e das estraté-

gias inovadoras no treinamento dos

vendedores e no trato com os clientes,

ele fez da H.Stern uma companhia de

prestígio internacional.

Cartas Brasileiras, Sérgio rodrigues (org), Companhia das Letras, 232 p.R$ 99,90

H Stern: A história do homem e da empresa, Consuelo Dieguez, record272 p. R$ 77,90

34 Bahia Indústria

DIVuLGAção

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Bit: experimentando a arte do improviso A Batalha de Improvisação Teatral - “BIT", está em nova tem-

porada na programação do Teatro SESI Rio Vermelho, às quintas-

-feiras de dezembro e aos domingos do mês de janeiro, sempre

às 20 horas. Tendo como mote principal a arte do improviso, o

espetáculo/batalha explora dos atores a capacidade de pronti-

dão, inventividade e sagacidade. No palco, jogos e participações

especiais de atores renomados da cena baiana levam o improviso

ao seu mais alto grau, com a performance de duas equipes. Jun-

tas, elas criam cenas a partir da provocação vinda do público,

deixando para a plateia o poder de decidir “o baba”, votando no

grupo que teve o melhor desempenho.

matita Perê reverencia ritmos da terra

O grupo Matita Perê apresenta

o show do disco Reino dos Encou-

rados, lançado em abril deste ano.

Formado pelos músicos e composi-

tores Borega, Rafael Galeffi e Lucia-

no Aguiar, o grupo traz no repertó-

rio canções autorais. A obra é uma

reverência aos ritmos de grande

apreço ao nordestino e a Feira de

Santana, antigamente conhecida

como Santana dos Olhos d’Água,

por conta das lagoas que abaste-

ciam tropeiros e boiadas. O disco

também é uma homenagem ao ar-

tista Giberval Melo (1939-2006).

Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, às quintas, 20h. R$ 20 e R$ 10 (meia). Informações (71) 3616-7064

Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, 17.1, às 20h. R$ 30 e R$ 15 (meia). Informações 3616-7064

livroS teatro