FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO … · SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL -...

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TRABALHADOR NA DOMA RACIONAL DE EQÜÍDEOS

FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLESPresidente

AMAURI ELIAS XAVIERVice-Presidente

EDUARDO DE MESQUITAVice-Presidente

JOSÉ CANDÊOVice-Presidente

MAURÍCIO LIMA VERDE GUIMARÃESVice-Presidente

LENY PEREIRA SANT'ANNADiretor 1º Secretário

JOÃO ABRÃO FILHODiretor 2º Secretário

MANOEL ARTHUR B. DE MENDONÇADiretor 3º Secretário

LUIZ SUTTIDiretor 1º Tesoureiro

IRINEU DE ANDRADE MONTEIRODiretor 2º Tesoureiro

SIGEYUKI ISHIIDiretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLESPresidente

GERALDO GONTIJO RIBEIRORepresentante da Administração Central

BRAZ AGOSTINHO ALBERTINIPresidente da FETAESP

EDUARDO DE MESQUITARepresentante do Segmento das Classes Produtoras

AMAURI ELIAS XAVIERRepresentante do Segmento das Classes Produtoras

VICENTE JOSÉ ROCCOSuperintendente em exercício

SÉRGIO PERRONE RIBEIROCoordenador Geral Administrativo e Técnico

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TRABALHADOR NADOMA RACIONAL DE

EQÜÍDEOSDOMA RACIONAL

TRABALHADOR NADOMA RACIONAL DE

EQÜÍDEOSDOMA RACIONAL

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SÃO PAULO - ABRIL DE 2005

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TRABALHADOR NA DOMA RACIONAL DE EQÜÍDEOS

IDEALIZAÇÃOFábio de Salles MeirellesPresidente da FAESP e do SENAR/SP

COORDENAÇÃOJair KaczinskiChefe da Divisão Técnica do SENAR/SP

AUTORESJean Clanei GuimarãesTécnico em Agropecuária - Divisão Técnica do SENAR/SP

Luís Celso CubaProfessor Eqüestre

Márcio José Camargo de OliveiraTécnico em Agropecuária/Pedagogo

Paulo Afonso da CunhaProfessor Eqüestre

COLABORADORESCentro de Treinamento “Prof. Paulo Cunha” - Itaberá/SPPaulo Renato da CunhaTreinador de Eqüinos

REVISÃO DO TEXTOAntonio Nazareno FavarinProfessor

DIAGRAMAÇÃOThais Junqueira FrancoDiagramadora do SENAR/SP

FOTOSPaulo Maia da Silva

Ficha Catalográfica elaborada porMaria Amélia L. de Campos Maravieski - Bibliotecária

CRB/8 nº 4898

Direitos Autorais: é proibida areprodução total ou parcial des-ta cartilha, e por qualquer pro-cesso, sem a expressa e préviaautorização do SENAR/SP.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Administração S514t Regional do Estado de São Paulo. Trabalhador na doma racional de eqüídeos: doma racional / Elaboração de Jean Clanei Guimarães, Luis Celso Cuba, Márcio José de Camargo Oliveira e Paulo Afonso da Cunha. São Paulo : SENAR, 2000. 49 p. : il. Bibliografia.

1.Cavalo - Doma 2. Cavalo - Adestramento I. Guimarães, Jean Clanei II. Cuba, Luis Celso III. Oliveira, Márcio José de Camargo IV. Cunha, Paulo Afonso V.Título.

CDU 636.1.088CDU 636.1.088CDU 636.1.088CDU 636.1.088CDU 636.1.088

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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

OSERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEMRURAL - SENAR, criado em 23 de dezembrode 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em

10 de junho de 1992, como Entidade de personalidadejurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve aAdministração Regional do Estado de São Paulo criada em21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura doEstado de São Paulo - FAESP, o SENAR/SP tem comoobjetivo organizar, administrar e executar, em todo o Estadode São Paulo, o ensino da Formação Profissional e daPromoção Social Rurais dos trabalhadores e pequenosprodutores rurais que atuam na produção primária de origemanimal e vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoioe na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o deelevar o nível técnico, social e econômico do Homem doCampo e, conseqüentemente, a melhoria das suas condiçõesde vida, o SENAR/SP elaborou esta cartilha com o objetivode proporcionar, aos trabalhadores e pequenos produtoresrurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-silvo-pastoris e o uso correto das tecnologias maisapropriadas para o aumento da sua produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso defundamental importância para os trabalhadores e pequenosprodutores, será também, sem sombra de dúvida, umimportante instrumento para o sucesso na aprendizagem aque se propõe esta Instituição.

FÁBIO DE SALLES MEIRELLESPresidente do SENAR/SPPresidente da FAESP1º Vice-Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA

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TRABALHADOR NA DOMA RACIONAL DE EQÜÍDEOS

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SUMÁRIOSUMÁRIOINTRODUÇÃO

ASPECTOS GERAIS

I - DOMA RACIONAL ..........................................13

II - P RIMEIROS CONTATOS COM O ANIMAL ...........19

III - F LEXIONAMENTO DO ANIMAL ........................23

IV - TRABALHO DE GUIA .....................................25

V - COMO SELAR O ANIMAL ...............................29

VI - CHARRETEAMENTO DO ANIMAL .....................33

VII - F LEXIONAMENTO DO ANIMAL COM

RÉDEAS ABERTAS.........................................35

VIII -C OMO MONTAR O ANIMAL ............................37

IX - F LEXIONAMENTO DO ANIMAL MONTADO ........41

X - EMBOCADURA DO ANIMAL .............................43

XI - ADAPTAÇÃO DO ANIMAL AO MEIO .................47

XII - B IBLIOGRAFIA ..............................................49

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TRABALHADOR NA DOMA RACIONAL DE EQÜÍDEOS

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOConta a história que um homem levou um cavalo forte,belo e fogoso para ser vendido a um rei.

O animal, contudo, era bravo (xucro) e ninguémconseguia montá-lo.

O Rei, sabendo disso, não se interessou pelo animal.

Contudo, Alexandre Magno, seu filho, convenceu-o acomprar o animal, dizendo que tentaria domá-lo.

Desta feita, observando o temperamento e as reaçõesdo animal, Alexandre, muito inteligente, percebeu queo cavalo tinha medo de sua própria sombra e, porisso, reagia de forma agressiva.

Então, começou a manejar o animal com muitapaciência, perseverança e, sem maltratá-lo, conseguiuconquistá-lo.

Quando o animal já não se assustava e estava bemdócil, foi montado por Alexandre, que, assim, cavalgoucom segurança e tranqüilidade.

Este fato demonstra que a doma, realizada de formaracional, vem sendo desenvolvida e aperfeiçoada hámais de dois mil (2.000) anos.

Como pode ser observado, a doma de eqüídeosremonta à antigüidade.

No decorrer do tempo, os métodos da doma racionalforam evoluindo e se aprimorando, cada vez mais,espalhando-se pela Europa, América etc., até os diasatuais.

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ASPECTOS GERAISASPECTOS GERAISO processo da doma racional, proposto nesta cartilha,sofreu grande influência dos métodos e técnicasutilizados pelos domadores norte-americanos, que sãoconsiderados, hoje, os detentores de um dos melhoresmétodos de doma racional.

Esperamos, pois, que você possa, com a utilizaçãodesta cartilha, obter os melhores resultados eaprimorar, cada vez mais, a sua experiência na domaracional de eqüídeos.

A utilização de eqüídeos é fator relevante no processoprodutivo; cabe, pois, destacar a importância dessaatividade.

O "Trabalhador na Doma Racional de Eqüídeos" éuma ocupação que vem recebendo a atenção doSENAR/SP, em suas ações de aperfeiçoamento damão-de-obra rural, dentre elas, destacando-se a deDoma Racional.

A capacitação dos trabalhadores e pequenosprodutores rurais é de suma importância para aobtenção de melhores resultados nas tarefas de seudia-a-dia, atuando, corretamente, de acordo com astécnicas e procedimentos recomendados nestacartilha.

A profissionalização proporciona ao domador opreparo para a atuação profissional e a competitividadeno mercado de trabalho.

Com isso, poderemos oferecer melhor serviço e,conseqüentemente, bons resultados, tanto no aspectopessoal quanto no financeiro, proporcionandobenefícios ao homem do campo.

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I - DOMA RACIONALI - DOMA RACIONAL

FIG. 1 - Cabresto “hackmore”

A doma racional é um conjunto de técnicas utilizadaspara amansar eqüinos e muares, a fim de que sejamcondicionados a obedecer, sem brutalidade, aoscomandos do homem, resultando em um animal maisproveitoso, confiável e com melhor rendimento emsua vida útil.

O momento ideal para a doma do animal édeterminado em função de sua idade mínima, dois(2) anos, no qual o animal já possui estrutura físicapara desenvolver atividades referentes à doma. Valeressaltar que todo animal, para ser domado, precisaestar saudável.

A doma racional deve ser realizada em ambientepróprio, mangueira ou redondel, proporcionandosegurança e evitando acidentes.

Enfim, a doma racional é um processo pelo qual odomador utiliza os comandos de vozes comtonalidades, tendo sensibilidade, disciplina e paciênciapara com o animal.

Os materiais utilizados para domar os eqüídeos são:cabresto tipo "hackmore", saco de estopa, maneador,manta, sela, martingale, fechador de boca, cabeçadacom bridão, cordas e rédeas, que são indispensáveispara o desenvolvimento da doma racional.

Cada material possui uma função específica, comosegue abaixo:

a) Cabresto tipo "Hackmore"

O "hackmore" é um arco feito com corda de náilondura ou de couro. Tem como finalidade facilitar odirecionamento do animal exigido pelo domador,devendo ser ajustado na altura do chanfro do animal.

O cabresto deve, também, possuir um cabo, o qualdeverá ter cinco (5) metros de comprimento parafacilitar o trabalho e evitar acidentes.

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FIG. 6 - Sela

FIG. 5 - Manta ou bacheiro

FIG. 4 - Corda de náilon

b) Saco de Estopa

O saco a ser utilizado deverá estar bem conservado elimpo, devendo ser aberto em suas laterais, ou seja,nos lados de maior comprimento, facilitando otrabalho.

c) Maneador

O maneador é uma corda de náilon macia, medindo,aproximadamente, dois metros e meio (2,5) decomprimento que tem por finalidade conter osmembros anteriores (patas dianteiras) do animal.

d) Corda para amarrar o rabo

A corda utilizada para amarrar o rabo deve ser denáilon macia, medindo, aproximadamente, três metros(3,0) de comprimento.

e) Manta ou Bacheiro

É um forro que deve ter a espessura, mais ou menos,de três (3) centímetros e ser macio, a fim de protegero dorso do animal. Os mais utilizados são feitos de lãou algodão; contudo, existem outros tipos nomercado.

f) Sela

A sela é um equipamento utilizado na montaria tantopara proteger o dorso do animal, como paraproporcionar maior conforto e segurança ao cavaleiro.Pode ser de couro ou de náilon e deve,indispensavelmente, possuir dois pares de loros comestribos, barrigueira, dianteira e traseira.

Precaução:

A sela deve estar limpa e em boas condições deuso para proporcionar segurança ao domador.

FIG. 2 - Saco de estopa

FIG. 3 - Corda de náilon(maneador)

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FIG. 7 - Corda de náilon

FIG. 8 - Rédeas de lã

FIG. 9 - Martingale de náilon

g) Rédeas abertas de charreteamento

Estas rédeas são compostas por duas cordas de náilonou couro, medindo, cada uma, cinco (5) metros decomprimento, e têm a finalidade de condicionar oanimal em seus movimentos.

São utilizadas, também, para manter a distância entreo domador e o animal quando executadas asmanobras, propiciando maior segurança.

h) Rédeas abertas

São compostas por duas cordas de náilon ou couro,medindo dois metros e vinte centímetros (2,20) decomprimento cada, e têm a finalidade de condicionaro animal em seus movimentos.

Este tipo de rédea é utilizado pelo domador tanto nochão como montado.

i) Martingale

É um equipamento feito de couro ou de náilon,contendo duas argolas nas suas duas extremidades.

O martingale contribui para o posicionamento dacabeça e do pescoço do animal, pois desta forma odomador obterá um maior domínio em seusmovimentos.

DOMA RACIONAL

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FIG. 11 - Cabeçada com bridão “D”

FIG. 10 - A - Bridão “D”liso B - Bridão “O”liso

FIG. 12 -Fechador de couro

j) Cabeçada com bridão

Cabeçada é um equipamento feito de couro ou náilon,que se ajusta à cabeça do animal e serve para prenderos bridões, freios e outros equipamentos utilizados.

Ressaltamos que existem vários tipos de bridões;contudo, no início da Doma Racional, recomenda-seo bridão "D" ou "O" liso, pois estes modelosproporcionam uma melhor aceitação do animal,obtendo um maior rendimento na embocadura.

l) Fechador de boca

O fechador de boca é uma cabeçada mais estreitafeita de couro ou náilon, que tem por finalidadecondicionar o animal a trabalhar com a boca fechada,contribuindo para os comandos exigidos.

Atenção!

Estes materiais deverão estar limpos e emperfeitas condições de uso, de forma a contribuirpara o rendimento, segurança e qualidade doserviço.

A

B

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FIG. 13 - Trajes recomendados

Trajes recomendados para o Domador

O domador também precisa se proteger; para tanto,ele deve usar trajes recomendados, como seguemabaixo:

a) Roupas justas: as roupas justas possibilitammobilidade nas operações, contribuindo para ocontato.

b) Sapatão de couro: o sapatão deve estar emperfeito estado, a fim de propiciar conforto esegurança.

c) Boné ou chapéu: o uso do boné ou chapéuproporciona proteção contra os raios solares sobrea cabeça.

d) Luvas: as luvas são utilizadas para a proteção dasmãos e devem ser de algodão ou lã, possibilitandomaior sensibilidade no tato.

Atenção!

A utilização desses trajes é de suma importância,para prevenir riscos de acidentes como pisõesdo animal e queimadura nas mãos, devido aomanuseio com as cordas e outros. Também,devemos nos preocupar com as doençascausadas pelos raios solares, tais como insolação,câncer de pele etc., uma vez que o domador,devido à sua própria atividade, fica muito expostoao ambiente externo.

Boné

Luvas

Sapatão de couro

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II - PRIMEIROS CONTATOSCOM O ANIMAL

II - PRIMEIROS CONTATOSCOM O ANIMAL

Esta etapa representa o início do relacionamento dohomem com o animal.

O contato inicial é muito importante, pois deleresultará o sucesso da doma racional.

Este contato com o animal deve ser praticado, nomínimo, por três (3) dias consecutivos, sendo realizadocom cautela, paciência e dedicação.

Procedimentos de contato com o animal:

a) o primeiro passo do domador é trazer o animalpara o redondel ou mangueiro de forma natural,utilizando madrinha (animal que serve de guia paraoutros animais), a fim de se evitar o estresse(conjunto de reações do organismo a agressõesde ordem física, psíquica, infecciosa e outras capazesde perturbar). Como se trata de doma racional,este animal não deverá ser laçado a campo.

Atenção!

O redondel deve ter, no mínimo, nove (9) metrosde raio e estar em perfeitas condições para otrabalho.

Precaução:

Tomar cuidados na condução do animal, paraevitar coices, manotaços (patadas dianteiras) oumordidas.

b) o domador deve começar a se aproximar doanimal, de forma lenta, com movimentos suaves eutilizando o comando de voz com tonalidade, ouseja, conversar com ele, procurando condicioná-lopara o desenvolvimento das tarefas.

FIG. 14 - Animal no redondel

FIG. 15 - Aproximação

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FIG. 16 - Colocação docabresto

c) dentro do processo da doma racional, podemoscitar alguns exemplos de comando de voz:

passo: pronunciar a palavra em tonalidade natural;

trote: pronunciar a palavra em tonalidade mais fortedo que o passo;

galope: pronunciar a palavra em tonalidade mais forteque o trote;

ôôôh!: (parar) pronunciar num tom forte (grave).

Estas palavras (comandos) correspondem aosmovimentos exigidos pelo domador, os quais o animalserá condicionado a executá-los.

A utilização de outras palavras pode ser determinadapelo domador, conforme as atividades e suasnecessidades. Salientamos que o animal aprende porrepetição; portanto, quanto mais repetimos, mais oanimal aprende.

d) na colocação do cabresto, o domador deve seposicionar sempre à frente do animal, agindo comcalma e transmitindo segurança, para permitirassim que o animal crie confiança. Após a colocaçãodo cabresto, o domador, como sinal de satisfação,deve fazer agrado no animal, a fim de conquistá-locada vez mais.

Precaução:

Aproxime-se cuidadosamente pela frente doanimal, evitando uma reação agressiva.

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e) o animal deve ser maneado (preso pelas patasdianteiras) para facilitar o domínio. O domadordeve deixar que o animal cheire o maneador,contribuindo para seu reconhecimento, de maneiranatural. Em seguida, deve conduzir o maneadorcom movimentos suaves, para evitar que o animalse assuste, até alcançar os membros dianteiros,posicionando-o e amarrando-o na altura das canelasdo animal.

Precaução:

Realize cuidadosamente esta operação com oanimal, evitando reações agressivas.

FIG. 18 - Trabalhocom o maneador

FIG. 17 - Identificandoo maneador

FIG. 19 - Maneandoo animal

PRIMEIROS CONTATOS COM O ANIMAL

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FIG. 20 - Reconhecimento do saco

FIG. 21 - Flanelamento do pescoçoe membros anteriores (mãos)

FIG. 23 - Flanelamento dalinha de dorso, virilha e garupa

FIG. 22 - Flanelamento dosmembros posteriores (pés)

f) o animal deve ser flanelado (acariciado),inicialmente, com um saco de estopa dobrado. Oflanelamento deve ser feito com movimentoscirculares e no sentido do pêlo, iniciado semprepela parte da frente do animal até atingir a traseira.Esta tarefa deve ser sempre acompanhada pelocomando de voz, trabalhando o corpo inteiro doanimal, a fim de tirar-lhe as cócegas e conquistá-lo.

Precaução:

O flanelamento deve ser feito cuidadosamente,evitando reações agressivas.

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III - FLEXIONAMENTO DO ANIMALIII - FLEXIONAMENTO DO ANIMALO flexionamento é um conjunto de exercícios quetrabalham desde o focinho até a garupa do animal,possibilitando maior agilidade e desempenho.

Esta tarefa será realizada sem que o domador monteno animal. Tem, por finalidade, fazer com que o animalobedeça aos comandos do domador, contribuindono processo da doma racional.

Esta operação dura, aproximadamente, dez (10)minutos para cada lado do animal, ou seja, esquerda edireita, até que este esteja condicionado ao exercício,num período médio de dez (10) dias.

Procedimentos do flexionamento:

a) o rabo do animal deve ser bem amarrado comuma das pontas da corda; porém, a laçada deveser resistente e prática, para ser desamarrada quandonecessário.

Precaução:

Faça a operação com cuidado, evitando coices.

FIG. 24 - Amarrando o rabo

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b) a ponta da corda que ficou livre deverá ser amarradano "hackmore", de modo que o animal fique como pescoço dobrado, flexionando-o. A corda deveser bem amarrada; porém, fácil de ser solta, casoele se atrapalhe.

Precaução:

O flexionamento deve ser feito cuidadosamente,evitando reação agressiva.

c) o maneador deverá ser retirado do animal, mas,ao mesmo tempo, o domador precisa estarsegurando o cabo do cabresto, para assegurar ummovimento controlado e uniforme, garantindo,assim, o flexionamento do animal.

Precaução:

Nesta operação, alguns animais chegam a cair;deste modo, o domador deve acompanharatentamente os exercícios do animal para agir,caso seja necessário, evitando acidentes.

d) o flexionamento deve ser realizado nos dois lados(direito e esquerdo) do animal, durante,aproximadamente, dez (10) minutos para cadalado. Após esta tarefa, desamarre a corda do"hackmore" e do rabo do animal.

FIG. 26 - Acompanhando os exercícios

FIG. 25 - Amarrando a corda

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IV - TRABALHO DE GUIAIV - TRABALHO DE GUIA

FIG. 27 - Trabalho deguia a passo

Consiste em movimentar o animal em círculos, porintermédio de uma guia e do comando de voz, o quecontribui na aprendizagem dos exercícios de guia, quefacilitarão o seu desenvolvimento na doma racional,dando cadência e direcionamento no seu andamento.

Este trabalho deve ser feito de forma alternada como flexionamento (sem montar).

O período de duração será de, aproximadamente, dez(10) minutos para cada lado do animal (direito eesquerdo), totalizando, mais ou menos, vinte (20)minutos para as duas operações (flexionamento etrabalho de guia), num período médio de dez (10)dias.

Procedimentos:

a) o domador deve movimentar o animal em círculos,a passos (andando naturalmente), realizando opercurso desejado.

Precaução:

Mantenha distância do animal a fim de evitaracidentes.

b) o ritmo do andamento deve ser aumentadogradativamente, para que o animal se movimenteem círculos, a trote (marcha trotada), realizando opercurso desejado.

Atenção!

Utilize o comando de voz, com tonalidade(trote!).

FIG. 28 - Trabalho deguia a trote

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FIG. 30 - Animalvoltando a passo

c) o domador deve fazer com que o animal aumenteainda mais o seu ritmo, para que se movimenteem círculos, a galope (carreira rápida), realizando opercurso desejado.

Atenção!

Utilize o comando de voz, com tonalidade(galope!).

d) o domador, antes de parar o andamento do animal,deverá proceder na seguinte ordem: galope, trotee passo, condicionando-o sempre com oscomandos de voz, com tonalidade.

e) o domador deve se posicionar na frente do animale pressionar o cabresto, a fim de que ele ceda e seafaste alinhado, aprendendo a recuar quandoexigido.

FIG. 29 - Trabalho deguia a galope

FIG. 32 - Afastando o animal

FIG. 31 - Animalparado e alinhado

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FIG. 33 - Condução a passo

f) o domador deve conduzir o animal no cabresto,ao seu lado, a passo, condicionando-o sempre comos comandos de voz e tonalidade.

g) nas paradas, o domador deverá posicionar o animalsempre alinhado, a fim de que ele fiquecondicionado.

h) nas mudanças de direção, o domador deveráescorar na paleta (ombros) do animal com a mão,fazendo com que ele se apóie nas patas traseiras ecruze as patas dianteiras, facilitando a sua virada.

Atenção!

Os eqüídeos só aprendem por meio de contínuasrepetições.

FIG. 34 - Parada

FIG. 35 - Virando e flexionando a paleta

TRABALHO DE GUIA

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V - COMO SELAR O ANIMALV - COMO SELAR O ANIMALSelar o animal consiste em colocar os arreamentos(manta e sela) no seu dorso, de maneira correta,utilizando movimentos suaves, de forma que ele osaceite com naturalidade.

O animal só deverá ser selado após ter passado pelasetapas de flexionamento e trabalho de guia.

A sela deverá estar em perfeitas condições de uso,para proteger o dorso do animal e proporcionar maiorapoio e conforto ao cavaleiro. Ela deve ser ajustadasuavemente, evitando reações agressivas.

Procedimento para selar o animal:

a) o animal deve ser maneado e flanelado, antes dacolocação da manta e da sela, evitando reaçõesagressivas.

b) antes da colocação da manta, o domador devedeixar que o animal a cheire, fazendo oreconhecimento, pois, deste modo, ele seacostumará facilmente com os equipamentos.

c) na colocação da manta, o domador deve iniciarpelo pescoço do animal, colocando-a suavemente;depois, deve descer até o dorso, para o corretoposicionamento.

Precaução:

Utilize sempre movimentos suaves com o animal,evitando reações agressivas.

FIG. 36 - Identificação da manta

FIG. 37 - Trabalho com a manta

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d) agora, na colocação da sela, siga o mesmoprocedimento da manta: o domador deve deixarque o animal a cheire, fazendo o reconhecimento,pois, deste modo, ele se acostumará facilmente comos equipamentos.

e) a sela deverá ser colocada suavemente no pescoçodo animal, descendo, cuidadosamente, até o seudorso, para o seu posicionamento.

Precaução:

O domador deve estar atento com o animal,evitando reações agressivas.

Atenção!

Após a colocação da sela, é necessário que odomador a movimente, para frente e para trás,suavemente, para que o animal se acostume comos equipamentos em seu dorso.

FIG. 39 - Trabalho com a sela

FIG. 38 - Identificação da sela

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FIG. 40 - Ajustando abarrigueira dianteira

f) em primeiro lugar, deve-se ajustar a barrigueiradianteira (da frente), de maneira suave, até o pontoem que a sela fique firme no corpo do animal. Emseguida, deve-se ajustar a barrigueira traseira(detrás).

g) o domador deverá retirar o maneador, para que oanimal possa fazer os primeiros movimentos selado.

Atenção!

Certifique-se de que o animal está tranqüilo econfiante, em sua movimentação.

Precaução:

Mantenha o controle do animal, evitando que elepule e cause riscos ao domador.

h) o domador deverá movimentar o animal a passo,trote e galope por, aproximadamente, sete (7) dias,sem montar.

FIG. 42 - Movendo o animal

FIG. 43 - Conduzindo o animal

FIG. 41 - Ajustando abarrigueira traseira

COMO SELAR O ANIMAL

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VI - CHARRETEAMENTO DO ANIMALVI - CHARRETEAMENTO DO ANIMALConsiste em desenvolver a capacidade do animal deobedecer aos comandos do domador e andar dentrode um percurso, facilitando o seu desenvolvimentona doma racional.

Este animal será conduzido com rédeas longas,caminhando em linha reta, em círculos ou recuando.

Esta operação é desenvolvida antes de montar oanimal e deve ter a duração aproximada de uma (1)hora por dia, durante sete (7) dias.

Procedimentos para o charreteamento:

a) os estribos deverão ser amarrados por uma corda,que deverá ser passada por baixo da barriga doanimal, permanecendo na posição normal, ou seja,nem apertado e nem frouxo.

Precaução:

Faça a operação cuidadosamente, evitandoreações agressivas do animal.

b) as rédeas de charreteamento deverão ser presasno "hackmore" e passadas por dentro dos estribos,a fim de contribuir nas manobras executadas.

FIG. 44 - Amarrandoos estribos

FIG. 45 - Amarrando as rédeas FIG. 46 - Passando as rédeas nos estribos

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TRABALHADOR NA DOMA RACIONAL DE EQÜÍDEOS

c) o domador deverá conduzir o animal a passo etrabalhar em círculos, de ambos os lados. Apósexecutar várias manobras, deve parar e alinhar oanimal.

Atenção!

Utilize sempre o comando de voz, comtonalidade.

d) quando o animal estiver parado, o domador deveráafastá-lo e, depois, pará-lo novamente.

Atenção!

Após cada parada do animal, deve-se dar umtempo para que ele "assimile" ("entenda") osensinamentos. Estas operações duram, emmédia, uma (1) hora por dia, e devem serefetuadas durante sete (7) dias.

FIG. 47 - Condução a passo FIG. 48 - Trabalho em círculos

FIG. 49 - Parada FIG. 50 - Afastando o animal

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VII - FLEXIONAMENTO DO ANIMALCOM RÉDEAS ABERTAS

VII - FLEXIONAMENTO DO ANIMALCOM RÉDEAS ABERTAS

O flexionamento do animal consiste no conjunto deexercícios que trabalham desde o focinho até a garupa,possibilitando-lhe maior agilidade e desempenho.

Deve ser realizado sem que se monte no animal e tempor finalidade fazer com que ele fique condicionado eobedeça aos comandos do domador.

O flexionamento com rédeas abertas dura,aproximadamente, três (3) dias.

Procedimento do flexionamento:

a) o domador deverá colocar as rédeas abertas eflexionar o animal do lado esquerdo, direito e nanuca, para que obedeça com mais facilidade aoscomandos das rédeas.

Atenção!

Os flexionamentos (esquerdo, direito e nuca), nestaetapa, duram, aproximadamente, três (3) dias.

FIG. 51 - Prendendo as rédeas

FIG. 52 - Flexionamento dolado esquerdo

FIG. 53 - Flexionamento dolado direito

FIG. 54 - Flexionamento da nuca

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VIII - COMO MONTAR NO ANIMALVIII - COMO MONTAR NO ANIMALEste é o primeiro contato em que o domador iráexercer maior pressão sobre o dorso do animal; porisso, ele deve apoiar-se no estribo e projetar seu corposobre o assento da sela, com muita tranqüilidade.

O animal só deverá ser montado após ter passadopelas etapas anteriores da doma e já estiver aceitandoos comandos do domador com naturalidade.

O animal deve ser montado dos dois lados, direito eesquerdo, indiferentemente, quantas vezes foremnecessárias, até que perca o medo e fique condicionadoa esta operação.

Procedimento para montar no animal:

a) o animal deve estar maneado e selado.

b) o domador deverá encostar no animal suavemente,para que este não se assuste com o contato. Aspernas do domador deverão estar posicionadas,para facilitar a colocação do seu pé no estribo. Eledeve apoiar-se no estribo e montar, com muitatranqüilidade, evitando que o animal se assuste.Após montar, ele deverá levantar-se várias vezessobre a sela, para que o animal se acostume com amovimentação sobre ele.

FIG. 55 - Encostando no animal

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TRABALHADOR NA DOMA RACIONAL DE EQÜÍDEOS

c) o domador deverá montar (subir) de um lado edesmontar (descer) do outro, alternando os lados;esta operação deve ser realizada quantas vezesforem necessárias, até conquistar a confiança doanimal.

FIG. 56 - Pisando no estribo FIG. 57 - Montando o animal

FIG. 59 - DesmontandoFIG. 58 - Levantandosobre a sela

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FIG. 61 - Retirando omaneador

FIG. 63 - Colocando omartingale

d) a ponta do maneador deverá estar no pescoço doanimal, para que fique próxima das mãos dodomador, o que facilita na hora de soltar o animal.

Precaução:

Retire o maneador lentamente, evitando que oanimal se assuste.

e) o domador deve movimentar o animal comtranqüilidade, deixando que ele se solte naturalmentee, após alguns movimentos, parar o animal semprealinhado. Ele deverá utilizar o martingale para obtermaior controle sobre o animal, contribuindo nocondicionamento dos exercícios a serem realizados.

FIG. 62 - Movimentando o animal

FIG. 60 - Posicionamento

COMO MONTAR NO ANIMAL

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IX - FLEXIONAMENTODO ANIMAL MONTADOIX - FLEXIONAMENTODO ANIMAL MONTADO

O flexionamento é um conjunto de exercícios quetrabalham o animal desde o focinho até a garupa.

Possibilita uma maior agilidade e desempenho e érealizado com o animal montado; o domador, porsua vez, deve utilizar os comandos das mãos e apressão das pernas simultaneamente.

Tem por finalidade fazer com que o animal obedeçaaos comandos do domador, contribuindo noprocesso da doma racional.

Este conjunto de exercícios deve ser repetido sempre,durante, aproximadamente, dez (10) minutos, mesmoapós o término da doma racional; pois, desta forma,manterá o animal com bom desempenho noscomandos a serem exigidos.

Procedimento do flexionamento montado:

a) o domador deve colocar o animal a passo, emcírculos, puxando a rédea de dentro e pressionandoa perna deste mesmo lado, para que o animalcoloque o focinho dentro do círculo e realize amanobra com facilidade. Esta operação deverá serrepetida até que o animal ceda, nos dois lados.

Atenção!

A pressão da perna contribuirá para que o animalnão feche o círculo e não force as rédeas.

FIG. 64 - Movimentação em círculos FIG. 65 - Posicionamento dasmãos e pernas

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b) quando parar o animal, o domador deverá alinhá-lo.

c) o animal deverá ser flexionado na nuca paracontribuir nas manobras exigidas.

d) o domador deverá afastar o animal comtranqüilidade e depois parar, para que elecompreenda os comandos.

e) o animal deverá ser trabalhado com "hackmore"durante, aproximadamente, trinta (30) dias, emmovimento de passo, trote e galope.

Atenção!

Antes de parar o animal, deve-se respeitar estaseqüência: galope, trote, passo e pare (ôôôh!),sempre utilizando os comandos de voz.

FIG. 67 - Flexionando a nuca

FIG. 68 - Afastando o animal

FIG. 66 - Parada

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X - EMBOCADURA DO ANIMALX - EMBOCADURA DO ANIMALA embocadura é a etapa na qual o bridão é colocado naboca do animal para se conseguir o total domínio deste.

Ela contribui para seu melhor comando e tem, porfinalidade, sua resposta ao domador, com maiorsensibilidade e destreza.

Será feita quando o animal já estiver obedecendo atodos os comandos no "hackmore".

Esta etapa dura, aproximadamente, de quarenta (40)a sessenta (60) dias, dependendo do desenvolvimentodo animal.

Procedimento da embocadura:

a) o domador deverá colocar no animal a cabeçadacom bridão, sem rédeas.

Atenção!

A cabeçada deve ser ajustada e será utilizada paracondicionar o animal com o equipamento.

b) o animal deverá ser movimentado a passo, trote egalope.

Atenção!

O trabalho ainda continua por três (3) dias no"hackmore".

FIG. 69 - Colocando a cabeçada

FIG. 70 - Movimentando o animal

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c) as rédeas, no "hackmore", deverão ser soltas epresas no bridão.

d) o domador deverá flexionar o animal com bridãono lado esquerdo, direito e na nuca, sem montar.

e) o animal deverá ser montado e colocado emmovimento.

f) montado, o domador deverá flexionar o animalno lado esquerdo, direito e na nuca, utilizandosimultaneamente as mãos e a pressão das pernas.

FIG. 73 - Flexionando com obridão no lado esquerdo

FIG. 74 - Flexionando com obridão no lado direito

FIG. 75 - Flexionando a nuca

FIG. 78 - Flexionando a nuca

FIG. 77 - Flexionando olado direito

FIG. 76 - Flexionando olado esquerdo

FIG. 71 - Retirando asrédeas do “hackmore”

FIG. 72 - Colocando as rédeas no bridão

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g) o domador deverá movimentar o animal nesta ordem:a passo, a trote e a galope, mantendo sempre o ritmo.

h) antes de parar o animal, o domador deverá diminuiro ritmo na seguinte ordem: de galope para trote,de trote para passo e de passo para parada,realizando-o com tranqüilidade.

Atenção!

No momento da parada, posicione-secorretamente na sela.

i) o domador deverá afastar o animal alinhado; apósele ceder, deve parar e dar uma pausa para que oanimal compreenda o comando.

j) após todas as etapas que o animal realizarcorretamente, o domador deverá agradá-lo, emsinal de reconhecimento.

Atenção!

O agrado é um gesto de gratidão do domadorpara com o animal.

FIG. 79 - Movimentando a passo FIG. 80 - Movimentando a trote FIG. 81 - Movimentando a galope

FIG. 83 - Animalafastando alinhado

FIG. 84 - Agradando o animal

FIG. 82 - Posicionamento

EMBOCADURA DO ANIMAL

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l) o fechador de boca deverá ser colocado paracondicionar o animal a trabalhar com a bocafechada, ou seja, evitar que ele adquira vício detrabalhar com a boca aberta. Este equipamentocontribuirá para os comandos exigidos.

m)o domador deverá andar com o animal fora doredondel, contribuindo para sua evolução eproporcionando um desenvolvimento gradativo.

Atenção!

O animal só sairá do redondel após o domadorter total domínio sobre ele.

Precaução:

O domador deve ter controle do animal a fim deevitar reações agressivas fora do redondel.

FIG. 85 - Colocando ofechador de boca

FIG. 86 - Andando com oanimal fora do redondel

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XI - ADAPTAÇÃO DO ANIMAL AO MEIOXI - ADAPTAÇÃO DO ANIMAL AO MEIOA adaptação ao meio é o processo no qual o animal ésubmetido, de forma racional, a uma nova realidade aqual ele não estava, até então, "acostumado".

Neste processo de adaptação, o animal adquire maiorconfiança, proporcionando segurança ao seu condutornos trabalhos do dia-a-dia.

O animal, nesta etapa, é submetido a ambientesdiferentes, como: pisos, barulhos (sons) e movimentos(contatos com pessoas, veículos etc.).

Este trabalho será feito somente quando o animal tiverpassado por todas as etapas do processo da domaracional, na qual ele se tornará confiável para se adaptarno meio onde irá conviver.

Procedimento para a adaptação do animal:

a) o animal deverá participar de atividades de campo,para acostumar-se com elas e contribuir para oprocesso da doma racional.

b) o animal, ao ser conduzido na estrada, deve andarpelo lado direito, evitando possíveis acidentes.

Atenção!

Controle a velocidade do animal, a fim decondicioná-lo em seu andamento.

FIG. 87 - Adaptação doanimal no campo

FIG. 88 - Adaptação doanimal a andar em estradas

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c) o domador deverá andar com o animal emperímetros urbanos, pois este trabalho possibilita aadaptação decorrente da mudança de piso, barulho(sons) e movimentos.

Precaução:

O domador deverá conduzir o animal com plenocontrole e segurança, evitando acidentes comterceiros.

d) após o término das atividades executadas, o animaldeverá ser lavado, escovado e alimentado para que,no dia seguinte, tenha disposição para o trabalho.

Atenção!

O banho do animal deve iniciar-se de baixo paracima, evitando choque térmico.

O animal deve ser alimentado corretamente paraque possa desenvolver todo o seu potencial.

Precaução:

Escove o animal cuidadosamente, evitandoreações agressivas.

"O cavalo é o espelho do cavaleiro""O cavalo é o espelho do cavaleiro""O cavalo é o espelho do cavaleiro""O cavalo é o espelho do cavaleiro""O cavalo é o espelho do cavaleiro"(Dito popular)

FIG. 89 - Adaptação do animala andar em perímetro urbano

FIG. 90 - Lavando o animal FIG. 91 - Alimentando o animal

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XII - BIBLIOGRAFIAXII - BIBLIOGRAFIA11

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CAMARGO, RUY BUENO DE ARRUDA. Doma eadestramento do cavalo: um novo horizonte.2 ed., São Paulo: Ícone, s.d., 200 p.

MARCENAC, LOUIS-NOEL; AUBLET, HENRI; D´AUTHEVILLE,PIERRE. Enciclopédia do cavalo. 4 ed., São Paulo:Organização Andrei, 1990, 2 v.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.Administração Regional do Estado do Paraná.Trabalhador na doma racional. Curitiba:SENAR/PR, 1996, 76 p.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.Administração Regional do Estado do Rio Grandedo Sul. Doma racional: manual do participante.Elaborado por Tales Cunha Leal. Guaíba:Agropecuária; Porto Alegre: FARSUL/SENAR,1994, 79 p.

TORRES, ALCIDES DI PARAVICINI E JARDIM, WALTER R.Criação do cavalo e de outros eqüinos. 3 ed.,São Paulo: Nobel, 1992, 654 p.

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