FATOS RIMADOS
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São Paulo 2008
Yolanda Teixeira Monteiro
Fatos RimadosPoemas de Vida
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Prefácio
a apresentação de um livro não pode ser longa porque é preciso deixar que o leitor entre rapidamente em contato com a obra, ainda mais quando essa obra tem as qualidades desta.
Quem conhece Yolanda sabe de antemão que o que vai ler é de qualidade. Possuidora de muitas virtudes, sua retidão de caráter, competência e dedicação que imprime a tudo o que faz são traços que marcam sua personalidade.
neste livro, em boa hora editado e que tenho a alegria de partilhar com novos leitores, reafirmam-se seus méritos e, em particular, sua sensibilidade.
repetindo Graciliano ramos, a palavra não foi feita para enfeitar, para brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para di-zer, e Yolanda tem o que dizer e o faz de forma apropriada.
Seus versos caracterizam-se, sobretudo, pela construção de imagens do cotidiano; imagens amplas, pintadas em poemas marcados pela sensibilidade, como registrou em “Quem Primeiro”: Mãe para tudo tive eu, / Até para um medo de inveja que viria. /
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Oitava filha, com mais escola? Como veriam seu dia-a-dia? ou como em “chão lavado”: Limpeza na casa. / Chão sem cera. / Assoalho molhado. / Secando. ou, ainda, como no encantador “nunca na Madeira”: Sangra-me o espírito, / Ao sufocar meu gri-to. / Pobre criança! / Descalça, / Roupinha simples, / A barra da saia / Da mãe costureira.
Ser comum e sem mistérios indecifráveis. assim é Yolan-da. em sua poesia, a realidade é desnudada, mostrada. a autora volta-se para dentro de si mesma e revela ao leitor seu coração, num livro comovente.
a poesia existe em toda parte; nós é que não a vemos; apreendê-la e passá-la para o papel cabe ao poeta. Foi o que Yolanda fez com este belo trabalho que tenho a honra de parti-lhar com você, leitor.
Mais poderia dizer já que quem fala é a poesia de Yolanda: ela está aqui viva, vibrante, inefável: dialogue com ela.
leonor lopes Fávero
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Apresentação
ao leitor
em Fatos Rimados, o hino de felicidade, mesmo quando descompassado por inerências existenciais ou acontecimentos tantos, consome a amargura da vivência doída, graças à atmosfera de paz, brotada da fé verdadeira no Bem, alimentada pela plenitude do amor.
A autora
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22.1.1972
Maio pleno,no sereno vaivém, no carmo,
Único sentido,no balanço das horas,
desde que diva se fora.
Tudo se vai...até Igreja pequenina,em largo trabalhado,
Que chorou o desfile do adeus.
Igreja-Santuário já se fazendo,Gente de toda parte ajudando.
Isolou-se a tibieza.abraçou-se à saudade.
em pouco tempo reluz o querer,Xadrez rico,
rico demais para cabeça parada,afoitamente, cabeceando outra vez.
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25.1.1972
Sabia...analisava,narrava.
Trabalhava tudo, enfim!
ah, horas felizes,Todas cadenciadas...
embalavam-me a marcha,rubricando o teclado!
entrem, amigos, amigas,zerando tudo,
amortecendo o pensar em golpe...
não quero que o rito continue,adiando o encontro, amigas, amigos!
vejam a luz,esbranquiçando tudo!
Imaginem o bom, a vitória, a paz!Gritem o amor do divino peito comigo!
alimento salutar, a fé na esperança!Fatias áureas de sustento e vida,
Incalculável âncora!
luminosa presença do amor,Hoje...
ontem e sempre!
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4.2.1972
Com amigas,na corrida para a escola,com saudade revivida,
Minha irmãvejo e revejo.
deixavam as perninhas de sete anos,correndo com o peso da mala,
Já com o friono espírito lento,
com os primeiros ais ao vento!
eu corria, corriae chorava,
chorava e chamava!achavam engraçado
e mais riam, mais corriam.
Hoje, a mesma corrida da vida,no esforço para estrada de risada,
Sem maldade marcada,como a da criançada risonha,Que o mal a mim não queria.
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13.6.1972
Quem primeiroPara o Grupo escolar me levou,
no final, ouviu dizerQue continuar eu deveria.
vaidosamente, aceitou meu paia realidade
Que a mestra elvira dizia.
Mãe para tudo tive eu,até para um medo de inveja que viria.
oitava filha, com mais escola?como veriam seu dia-a-dia?
Sofremos rindo vazios falares,amando a quem os dissera
e a quem os diria.
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