FATORES QUE INFLUENCIAM O ERRO PROFISSIONAL DE...
Transcript of FATORES QUE INFLUENCIAM O ERRO PROFISSIONAL DE...
FATORES QUE INFLUENCIAM O ERRO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM
UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO
RESUMO: O serviço de saúde principalmente no que se abrange o cuidado de enfermagem
está muito vulnerável às ocorrências de erros, devido o contado direto e contínuo ao paciente.
Objetivou identificar os possíveis agentes, que podem influenciar o profissional de
enfermagem a cometer erros durante a assistência ao paciente, no ambiente hospitalar. Tratou-
se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva com 31 técnicos de enfermagem. O
lócus dessa pesquisa foi em uma instituição pública hospitalar de um município localizado na
região médio norte do estado de Mato Grosso através de um questionário estruturado
elaborado nos referenciais de pesquisas que abordam o erro profissional e, que foi após coleta
dos dados analisado sobre a ótica da análise de conteúdo. O perfil profissional em maior
prevalência é do sexo feminino com a média de idade de 39 anos de cor parda, casadas, com
filhos e em regime estatutário. Derivam em maior prevalência de formação de instituição
privada, com mais de 10 anos e com vínculo na instituição com períodos de 10 a 15 anos,
possuem somente um vínculo empregatício e jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Registra-se casos de técnicos, em menor número, de contratos temporários e que possuem
jornada de trabalho de quase 80 horas semanais. As categorias apontaram: a falta de estrutura
física, de materiais, de uma análise detalhada da qualidade dos materiais, além da
superlotação de pacientes e de um dimensionamento correto para a assistência principalmente
de técnicos de enfermagem, tem influenciado aos erros quando cometidos nessa instituição.
Outra dimensão encontrada direcionada para o ambiente enquanto interação apresenta que o
tumulto de pessoas gritando e falando ao mesmo tempo sinalizam stress na ambiência. Nesse
conjunto os participantes apontam que o trabalho torna-se exaustivo pelo fato de necessitar de
uma atenção redobrada no intuito de minimizar os possíveis erros. A última dimensão
explora-se a relação com a coordenação de enfermagem e direção do hospital ao surgir que as
cobranças e críticas colocadas no processo de trabalho causam no quadro profissional
depressão, insatisfação, além da necessidade emergencial de contratar pessoas com pouca
experiência e não possuir um plano de integração. Percebe-se que os dados encontrados expõe
dimensões que sinalizam a necessidade de compreender as dimensões do erro e a necessidade
de intensificar essas discussões nos entes representativos da classe profissional.
Palavras-chave: Avaliação em Enfermagem; Cuidados de Enfermagem; Serviço Hospitalar
de Enfermagem.
INTRODUÇÃO
Apesar de a enfermagem ser uma profissão regulamentada no Brasil com a lei 7.498
de 1986, os profissionais dessa área ainda enfrenta muitos obstáculos em sua vivência
profissional, como não possuir um piso salarial e nem a quantidade de horas semanais
trabalhadas definidas. Deste modo muitos profissionais possuem mais que um emprego,
enfrentando assim, cargas exaustivas de trabalho, onde a demanda da clientela bem maior que
a quantidade da oferta de instituições de saúde pública e insumos necessários para a
assistência ao paciente.
Esses fatores afetam o comportamento profissional, considerando que causam
insatisfação profissional e excesso de trabalho, condições estas inadequadas para exercer a
profissão, assim favorecendo os erros que acontecem cotidianamente desde a atenção primária
até os níveis mais complexos da assistência, como relata Barbosa (2012): “profissionais de
enfermagem atribuem erros a falta de condições adequadas de trabalho”
Pedreira, Harada (2009) comentam que nas últimas décadas o estudo sobre o erro
humano vem se aprofundando principalmente na área da saúde, uma consequência é a
conduta dada ao erro como um atributo de mau profissionalismo trazendo o erro para o
indivíduo e muitas das vezes não incorporando na instituição o problema.
Os autores comentam que a área da saúde é uma ciência que se desenvolveu na
erradicação de doenças, no alivio do sofrimento e aumento da longevidade, com isso cria-se a
idéia de se fazer sempre o melhor para o paciente, família e comunidade, onde não se podem
cometer erros.
A definição de Senders e Moray (1991 apud VINCENT, 2009), é mais utilizada para
o erro profissional, ela propõe que o erro é algo que: não é desejado pelo grupo de regras ou
um observador externo; havia levado o sistema a ultrapassar os limites aceitáveis de
funcionamento; não é o que o profissional deseja alcançar.
James Reason baseado em seus estudos sobre o comportamento humano voltado ao
erro reconhece que o erro é algo presente na natureza humana a qual não pode ser
desvencilhado, assim propôs uma teoria em que o erro é favorecido por fatores
organizacionais, desde modo só pode ocorrer um erro humano na prestação de serviços se
houver falhas nas barreiras de defesas, ou seja, a organização (REASON apud CORREIA;
JUNIOR, 2007).
Em 2000 o instituto de medicina dos EUA publicou um estudo que descreve que os
erros são frequentes, quando se trata de assistência em saúde, provocando milhares de mortes
e sequelas irreversíveis, onde nos EUA é a oitava maior causa de morte ultrapassando os
acidentes automobilísticos e os casos de câncer e de AIDS. A Organização Mundial de Saúde
aponta que em média, um em cada de dez pacientes no mundo são acometidos por erro
médicos e na assistência a saúde (PEDREIRA; HARADA). Kohn e colaboradores (2000 apud
PEDREIRA: HARADA), relatam que por dia cerca de 100 norte-americanos hospitalizados
morrem por danos relacionado ao erro e não em resultado de doenças.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008), um em cada 10 pacientes
no mundo é vítima de erros e eventos adversos evitáveis durante a prestação de assistência a
saúde. Atualmente no Brasil encontramos muitos relatos de erro da equipe de enfermagem,
sendo os mais comuns a realização de técnicas de modo incorreto, como as trocas de
medicações e sua administração em vias erradas. O cenário que expomos conduziu a
sociedade impor inúmeras críticas referentes à enfermagem, como apresentados em recortes
de jornais.
No Brasil, o conselho regional de enfermagem do estado de São Paulo relatou que
em 2010 ocorreram 250 casos de erro na enfermagem sendo que 20 deles resultaram em
mortes ou danos definitivos ao paciente, isso apenas no estado. (CIDADES, 2011).
Diante disto, faz-se necessário identificar os possíveis agentes, que podem
influenciar o profissional de enfermagem a cometer erros durante a assistência ao paciente, no
ambiente hospitalar.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 TEORIAS DO ERRO HUMANO
Para Houaiss (2009), “Erro é o ato ou efeito de errar, juízo ou desacordo com a
realidade observada, qualidade daquilo que é inexato, incorreto, ou ainda o desvio do caminho
considerado bom, apropriado”.
Erro será tomado como um termo genérico para abranger todas as ocasiões em que
uma sequência planejada de atividades mentais ou físicas não consegue atingir o
resultado pretendido, e quando essas falhas não podem ser atribuídas à intervenção
de um agente acidental (REASON, 1990, p.302).
Quando falamos em erro humano, temos que entender a singularidade do
comportamento humano, para isso pode-se citar Rasmussen (apud ZAMBON, 2010), que traz
o erro humano como reflexo da resposta mental sob uma determinada atividade. Assim os
autores apresentam três níveis para o desempenho humano de acordo com sua resposta
mental: o primeiro baseado nas habilidades, ou seja, as funções já familiarizadas pelo
individuo, o segundo ligado a regras onde há a utilização de atividades já familiarizadas com
a lógica e, por último, o conhecimento, onde o desempenho cognitivo se faz presente,
ocorrendo em situações novas que as ações devem ser planejadas.
Kantowitz e Sorkin (1983 apud OLIVEIRA; SELLITO, 2010), explicam as
possibilidades de erro e o comportamento humano como: fatores operacionais (fadiga ,
duração e complexidade para exercer a tarefa); Fatores ocupacionais (atividades múltiplas e
simultâneas, tipo de supervisão e carga de trabalho); Fatores pessoais (motivação, confiança,
perda sensorial, idade, capacitação, atitude e experiência pessoal); Fatores ambientais
(temperatura, iluminação, ruído e espaço físico).
Nascimento (2010) cita o professor James Reason, como um pesquisador que
aprofundou sua teoria no comportamento humano, e com isso publicou seu livro Human
Error editado em 1990 que trás como principal proposta a teoria do erro humano.
Para Reason (2000 apud CORREA; JUNIOR, 2007) “erros humanos podem ser
estudados sob dois pontos de vista: aproximação pessoal e aproximação do sistema, cada qual
possuindo um modelo próprio de causa dos erros, e conseqüentemente cada um apresenta uma
filosofia diferente de gerenciamento”. Correa e Junior colaboram explicando que a
aproximação pessoal está focada em atos inseguros resultantes de processos mentais
aberrantes sendo eles a desatenção, baixa motivação, esquecimento, falta de cuidado. Na
aproximação do sistema existe a ideia de que os humanos falham, portanto o erro já é
esperado por melhor que seja a organização, sendo os erros considerados consequências e não
causas, tendo origem de fatores sistêmicos.
O modelo apresentado por Reason é denominado “queijo suíço”, onde o sistema é
organizado como fatias, representando barreiras de segurança. Para ocorrer um erro todas
essas barreiras estariam quebradas, ilustrada pelos buracos nas fatias de queijo, como
representado na Figura 1.
Figura 1- Esquema gráfico de como as defesas podem ser lesadas pelos perigos
levando ao dano. Fonte: Reason (2000 apud CORREA; JUNIOR, 2007).
Essas barreiras são consideradas as defesas da organização sendo elas defesas
humanas, materiais, tecnológicas e de procedimento, como o erro é um fator humano e não
pode ser desvencilhado de sua natureza. (CORREA; JUNIOR, 2007)
Reason (1990), explica que para ocorrer um erro/acidente, a organização tem que
passar por falhas nas suas defesas, então as classifica como: falhas activas que são os atos
inseguros cometidos por componentes da organização (pessoas), esses se referem a
esquecimentos, erros, violação de procedimentos e deslizes; e as condições latentes, que são
considerados os fatores inevitáveis provocados por decisões e gestores do topo da
organização, essas decisões levam a dois efeitos adversos, atribuído ao local de trabalho como
falta de pessoal, equipamento inadequado, inexperiência e cansaço; ou erros que vem sendo
construídos a muito tempo, os quais causam “buracos” nas defesas da organização como
indicadores ineficientes, deficiências de concepção e construção, procedimentos
disfuncionais e etc. (SILVA 2010 apud REASON, 1990).
Reason também apresenta o sistema de modelos gerais dos erros que delimitam suas
origens, classificando-os em três tipos: deslizes e lapsos com base na habilidade que são
atribuídos a falhas no monitoramento de ações rotineiras e continuas devido a desatenção ou
excessiva concentração, sendo denominadas falha no modo de controle, ex: troca de passos de
um procedimento padrão; o engano com base nas normas é aquele onde um boa norma é
aplicada de forma errada ou a aplicação de normas erradas, essas ligadas a resolução de
PERIGOS
DANO
S
problemas, e o engano baseado no conhecimento levando em consideração dois fatores da
cognição humana, a racionalidade limitada entendida como o processo de raciocínio lento,
seqüencial e de recursos limitados frente a resolução de problemas e o fato do conhecimento
para resolução de problemas é incompleto e impreciso. (NASCIMENTO, 2010).
2.2 ERRO PROFISSIONAL NA ENFERMAGEM
“A enfermagem é uma ciência e uma arte que fundamenta suas ações na prevenção
de doenças, no alivio do sofrimento e na proteção, na promoção e na recuperação a saúde de
indivíduos, de famílias, de comunidades e de populações.” (PEDREIRA; HARADA, 2009). A
prática da enfermagem esta voltada para atender as necessidades do paciente, cuidando de
modo integral e individual do ser humano.
Em 2009, Erdman at.al (apud PEDREIRA; HARADA, 2009) apontou que os
profissionais da enfermagem no Brasil, somam mais de 1.535,568 trabalhadores (COFEN,
2011), destaca ainda que a classe é o maior contingente do mundo realizando a maioria das
ações de cuidados, deste modo o número de erros que causam dano ao paciente, fica mais
evidente.
Em 1859 Florence Nightingale, titulada a matriarca da enfermagem, postulou a
seguinte frase: “Talvez pareça estranho enunciar como dever de um hospital não causar mal
ao paciente” (PEDREIRA, 2009 apud PEDREIRA; HARADA). Ela, há mais de 150 anos
atrás levantou uma pesquisa, com o objetivo de buscar resultados sobre o cuidado ao paciente,
encontrou falta de condições sanitárias, higiene e de qualidade hospitalar, a partir disto
instituiu medidas básicas para corrigir essas necessidades, feita essa correção observou que a
taxa de mortalidade diminuiu consideravelmente. (CHEUNG et. al., 2008 apud PEDREIRA;
HARADA).
Quando falamos em erro profissional na pratica clínica não podemos esquecer-nos
dos seguintes termos:
a) Evento adverso que se entende como as ocorrências,
indesejáveis não intencionais, que causam dano ou prejuízo e
comprometem a segurança da paciente que esta em cuidado de um
profissional da saúde. (VITURI; MATSUDA, 2009 apud BRAGA. Et.al.,
2010);
b) Negligência que para Kfouri (2001 apud SOBRINHO;
CARVALHO, 2004), é considerada como a falta de cuidados ou atenção por aquele
que possui o conhecimento para fazê-lo, mas não o faz, por preguiça, falta de
interesse, ou cansaço, causando danos ao paciente/cliente;
c) Em Silva (2003 apud SOBRINHO; CARVALHO. 2004), por
imperícia, “entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de
conhecimento que se mostram necessário para o exercício de uma profissão”. Ou
seja, imperícia é a ignorância, incompetência, inabilidade e desconhecimento pelo
profissional que a realiza;
d) A imprudência é resultado da imprevisão do profissional, sendo
considerada como consequência de uma ação que poderia ser evitada, ou seja, é um
descuido, o profissional tem conhecimento sobre como fazer, porém o faz errado
favorecendo ao dano. (SOBRINHO; CARVALHO. 2004).
3.3 IMPLICAÇÕES LEGAIS DO ERRO PROFISSIONAL
De acordo com Gelain (apud SOBRINHO; CARVALHO, 2004), no Código de Ética
da Enfermagem em seu capitulo I apresenta como princípios fundamentais que: “a
Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano”(art.1º), “O
profissional de enfermagem exerce sua atividade com justiça, competência,
responsabilidade...”(art.4º) e que “O profissional de enfermagem exerce a sua atividade com
autonomia, respeitando os preceitos legais”(art 6º).
Por lidar com vidas humanas, o profissional de enfermagem deve atuar de acordo
com os preceitos do Código Cívil e Penal, não se isentando também de atuar segundo o
Código de ética da profissão. Quando ocorre um erro profissional, cabe ao Conselho Regional
de enfermagem (COREN) e ao Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) aplicar
penalidades previstas no seu conselho de ética, porém, se o erro cometido pelo profissional
causar dano ou prejuízo ao paciente, o profissional poderá sofrer penalidades legais.
(PEDREIRA; HARADA).
Para Cavalieri Filho (apud SOBRINHO; CARVALHO) o dano é definido como
“lesão de um bem jurídico, tanto patrimonial como moral”. O dano material definido como a
“efetiva diminuição do patrimônio da vítima”, e o dano moral “é uma violação do direito à
dignidade”.
Quando falamos em implicações legais da enfermagem temos de falar sobre a
responsabilidade civil, Cavalieri Filho (apud SOBRINHO; CARVALHO) define
responsabilidade civil como o dever de alguém reparar o prejuízo que causou a outro alguém,
enfatizando a necessidade da presença do dano. A responsabilidade civil é classificada em:
subjetiva que é aquela ligada a idéia de culpa abrangendo o dolo e a Objetiva onde não se liga
a idéia de culpa e sim usa-se a teoria do risco, onde não se pode prova a culpa do agente.
Como pressupostos da responsabilidade civil apresentam-se: a conduta culposa do agente
onde o mesmo por ação ou omissão causou dano a alguém; O nexo causal é a ligação entre
conduta culpa e o dano; E o dano que é o prejuízo ou lesão causada. (SOBRINHO;
CARVALHO).
3 DELINEAMENTO DO MÉTODO
Tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva. Minayo (1999)
contribui referenciando a pesquisa qualitativa ao trabalho com os significados, atitudes,
crenças, motivações, valores e aspirações, correspondendo a um espaço profundo de relações,
fenômenos e processos onde não se pode haver operacionalização ou quantificação. Para
Menga (1986 apud MARCONI; LAKATOS, 2010) estudo qualitativo é aquele que ocorre em
um ambiente natural e focaliza de forma contextualizada e complexa a realidade social e
individual na inserção do coletivo.
O lócus dessa pesquisa foi em uma instituição hospitalar de um município localizado
na região médio norte do estado de Mato Grosso com distância de 218 quilômetros da capital
do estado, Cuiabá, área territorial de 11.323,640 km² e população em 2010 conforme senso de
83.432 habitantes (IBGE, 2010). Trata-se de uma empresa pública, administrada pelo
município que realiza atendimento de urgência, ambulatorial, internamento e regulação.
Possui 46 leitos, sendo 26 de atendimento clínico geral, 1 leito de isolamento, 16 leitos de
pediatria e 3 leitos de cuidado intermediário neonatal (CNES, 2014).
Foram convidados os 35 técnicos de enfermagem para participar e quando
apresentado o objetivo e o Termo de Consentimento Livre Esclarecido houve adesão de 31
participantes, obtidos através dos critérios de inclusão: serem profissionais empregados nas
unidades pesquisadas, com no mínino 3 (três) anos de formação e atuação profissional e que
possuam registro profissional. Exclui da pesquisa o profissional que apresentar menos de 3
(três) anos de atuação profissional mesmo que tenha uma formação superior ao critério de
inclusão. Os sujeitos foram identificados na pesquisa por nomes de flores e sua respectiva
idade a fim de respeitar os padrões éticos.
A coleta de dados aconteceu na segunda quinzena do mês de Outubro de 2014 no
período de quatro dias, sendo utilizados os períodos matutino, vespertino e noturno de acordo
com a indicação da instituição. Os questionários foram estruturados com base no roteiro de
entrevista Mulatinho (2001), Affonso; Rocha (2010), Carvalho et.al (1999) e Oliveira;
Carvalho; Rosa (2012). A aplicação dos questionários foi dada a partir da aprovação do
Comitê de Ética e Pesquisa com o Parecer nº 835655 de 16/10/2014. Primeiramente
aconteceu uma reunião com os sujeitos envolvidos na pesquisa, explicando a importância da
pesquisa sua justificativa e objetivo a segurança da fidedignidade, após conduziu a assinatura
dos Termos de Consentimento Livre Esclarecido para os que voluntariamente ofereceram a
participar.
“A análise dos dados é um processo complexo que envolve retrocessos entre dados
pouco concretos e conceitos abstratos, entre raciocínio indutivo e dedutivo, entre descrição e
interpretação” (Teixeira, 2003). O objetivo da análise é organização e sumarização de dados
que possibilitam a formação de respostas a um problema proposto (GIL, 2002).
A análise qualitativa deu-se através: 1) Organização e preparo de dados para análise.
2) Codificação (organização do material em blocos e segmentos de texto) e categorização da
análise de conteúdo de Bardin (1977): “A categorização é uma operação de classificação de
elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por
reagrupamento segundo gênero (analogia), com os critérios previamente definidos.” 3)
utilização das narrativas para comunicar-se aos resultados das análises.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES
A amostra desse estudo deu-se por 31 técnicos de enfermagem de nacionalidade
Brasileira, distribuídos pelo sexo feminino 26(83.88%) e 05 (16.12%) do sexo masculino,
trazendo uma predominância para o sexo feminino. A média de idade dos profissionais foi de
39 anos.
Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) em 2010 os técnicos
de enfermagem no Brasil representavam 43,2% do contingente profissional na área de
enfermagem. Observa o número expressivo de mulheres atuando na profissão em
conformidade com o expressado do contingente analisado da instituição pesquisada.
Tabela 1 – Distribuição dos dados demográficos dos técnicos de enfermagem de um
município do médio norte do estado de Mato Grosso, 2014.
Dados sociodemográficos
N %
Raça
Branca
10 32.25
Negra 2 6.45
Parda 18 58.08
Amarela 1 3.22
Estado Civil
solteiro(a) 4 12.90
divorciado(a) 6 19.31
casado(a)/união estável 21 67.79
Filhos
Sim 29 93.55
Não 2 6.45
Tipo de vínculo empregatício
Estatutário 28 90.33
contrato temporário 3 9.67 Fonte: Elaboração Própria
Se observarmos em um aspecto histórico, assim como refere Lopes e Leal (2005) a
prática do cuidado advém das funções vocacionais que eram aplicadas as mulheres detentora
do cuidado doméstico e cuidado dos filhos, logo se aplicava a elas, a função de cuidar de
doentes. Seguindo essa cultura histórica, de maneira geral o serviço de enfermagem é
composto em sua maioria por pessoas do sexo feminino (PAFARO, 2004).
A tabela 1 apresenta os dados sócio-demográficos dos profissionais. Nota a
predominância para a raça parda, com vínculo estatutário, casados, esses com filhos ou não,
para os que possuem filhos apresenta uma média de distribuição 2,24.
Ao observar a predominância dos profissionais casados e com filhos, podemos
afirmar segundo Pafaro (2004) quando cita Bernik (2000), que esse fator implica em jornadas
duplas (trabalho formal e trabalho doméstico/cuidado dos filhos) ou triplas (2 vínculos
formais e trabalho doméstico/cuidado dos filhos), desta forma resulta em acúmulo de
responsabilidades e atribuições o que segundo estudos indicam a maior possibilidade de
ocorrer erros com esses profissionais.
Tabela 2 - Dados sobre formação, tempo de atuação profissional dos técnicos de enfermagem
pesquisados.
Dados sobre formação
N %
Instituição de formação
Pública 8 25.80
Privada 23 74.20
Intervalo de periodicidade de formação
1981l---1990 1 3.22
1990l---2000 4 12.90
2000l---l2010 26 83.88
Tempo de atuação profissional
0l---5 4 12.90
5l---10 8 32.25
10l---15 11 35.51
15l---20 2 6.45
20l---25 1 3.22
25l---30 1 3.22
30l---l33 2 6.45 Fonte: Elaboração Própria
Göttems e colaboradores (2007) apontam que na evolução histórica do nível médio
em enfermagem no Brasil atenta ao fato de 1999 havia 250 mil profissionais de enfermagem
sem nenhuma qualificação formal. Em 1996 foi criado o PROFAE programa de formação na
área de enfermagem onde foram cadastrados todos os trabalhadores informais, e através de
escolas públicas e privadas acabou formando mais de 280 mil profissionais. Esses fatos
podem justificar intervalo de formação maior entre os anos de 2000 e 2010 encontrados na
amostra.
5.2 DESCRIÇÃO DE CARGA HORÁRIA DE TRABALHO SEMANAL
Pafaro (2004) refere em sua pesquisa que o aumento da carga horária de trabalho ou
a sua dupla jornada, resultam em um desgaste físico e mental acima do normal para os
profissionais, desta maneira, observamos na pesquisa que apenas 22,58% dos participantes
possuem um vínculo duplo, porém, quando observamos a quantidade de horas semanais
trabalhadas vemos que a maioria dos profissionais trabalha mais que 40 horas.
Tabela 3 – Distribuição dos dados de carga horário de trabalho dos técnicos de enfermagem
de um município do médio norte do estado de Mato Grosso, 2014.
Dados sobre carga horária de trabalho.
N %
Horas semanais trabalhadas nessa empresa
Menos de 30 horas 0 0
30l---36 9 29,03
37l---40 13 41,95
41l---45 5 16,12
Mais de 45 horas 4 12,9
Quantidade de Vínculos empregatícios
Apenas 1 24 77,42
2 7 22,58
3 0 0
Mais de 3 0 0
Horas semanais trabalhadas em todos os vínculos
Fonte: Elaboração Própria
Silva e colaboradores (2006) evidenciaram em sua pesquisa que o principal motivo
do profissional de enfermagem procura mais que um vínculo ou admite a sobrecarga com
horas extras é o interesse financeiro. Nascimento (2010) identificou nos profissionais a
remuneração baixa em relação ao ritmo de trabalho realizado, sendo considerado insuficiente
para as necessidades do sustento da família, induzindo assim, que o profissional busque outras
formas de renda como o duplo vínculo, plantões e horas extras, que podem resultar em tensão,
fadiga, estresse e conflitos familiares.
Silva e Pinto (2012) apontam que a escassez de profissionais, a disponibilidade de
jornada de trabalho, juntamente com os baixos salários propicia o acumulo de funções em
mais de um emprego gera outra análise de pesquisa ao citar a predisposição à qualidade na
prestação da assistência.
5.3 RELACIONAMENTO COM A EQUIPE E AMBIENTE DE TRABALHO
Ao serem abordados na relação com a equipe e se eles consideram parte de uma
equipe profissional os técnicos de enfermagem julgam a composição de 100,00% para sim e
apenas 25,80% deles não justificaram, dentre os argumentos justificados estão:
“Porque temos nossas diferenças, mas quando temos que nos unir para algumas
questões trabalhista todos falamos a mesma língua” (Lírio, 43 anos).
“Porque sou ouvido, minha percepção é levada em consideração e isso me deixa
bem” (Dormideira, 30 anos).
Buss e colaboradores (2010) identificam que a cooperação para o trabalho ao realizar
suas atividades, provocam expressões de amizade e solidariedade favorecendo o
comprometimento profissional e a realização das ações.
Em relação à gerência de enfermagem, em quase sua totalidade os profissionais
disseram ter uma boa relação e apenas 12,90% dos pesquisados disseram ter uma relação
regular e questionado quanto a relação entre ele e a enfermeiro assistencial do seu plantão
26(83.88%) dos entrevistados afirmaram ter uma boa relação. A afinidade entre as hierarquias
30l---40 8 25,80
40l---50 14 45,18
50l---60 2 6,45
60 a mais 3 9,67
80 a mais 4 12,9
da equipe de enfermagem tem papel importante no desenvolvimento das ações na qualidade
de assistência de enfermagem.
5.4 SENTIMENTO RELACIONADO À PROFISSÃO
Quando questionados sobre qual o sentimento em relação a sua profissão 15
(48,40%) se disseram satisfeitos, afirmando:
“Porque gosto do que eu faço e tenho um bom relacionamento com a equipe”
(Açucena, 42 anos).
“Por contribuir para o bem” (Dalia,43 anos).
Observamos que a satisfação do profissional esta voltada para o sentimento de fazer,
e por se sentir bem em realizar as ações de trabalho da profissão. Batista et. al (2005) afirmam
que a satisfação e a motivação do profissional é uma questão que afeta a harmonia e a
estabilidade dentro do ambiente de trabalho.
Carvalho e Kalinke (2008) identificaram que realizar algo e alcançar o sucesso é
fator importante na motivação do profissional, e essa favorece a produtividade e o gostar do
que faz, e quando se fala em cuidar do ser humano esses fatores se tornam essenciais.
Já os insatisfeitos e muito insatisfeitos representam respectivamente 11 (35,48%) e 3
(9,67%), desta maneira, afirmando:
“Falta de incentivos e o reconhecimento da profissão” (Perpétua, 40 anos).
“Falta de respeito para a categoria; desvalorização profissional; sem piso salarial
digno” (Tulipa, 41 anos).
A insatisfação dos profissionais pesquisados em maior prevalência ligada a fatores de
valorização profissional, remuneração e condições de trabalho inadequadas, assim como
observado no estudo de Batista et. al. (2005). Identifica os autores que seus sujeitos
comentam em relação à insegurança na realização de suas atividades devido as condições de
trabalho desaforáveis.
Complementa a insatisfação pela evidencia na pesquisa o salário como justificativa
de maior predominância nos insatisfeitos 13 (41,93%). Quando questiona se o profissional
sentia valorizado nas atividades que realiza, observa que 18 (58,07%) dos sujeitos
responderam que não, justificando com o exemplo do argumento abaixo:
“Trabalho na saúde são muito exaustivo, perigoso e não tem ninguém que nos
defendem e nem para valorizar nosso trabalho”(Crisântemo, 51anos).
Foram questionados se já pensaram em abandonar a profissão 58,07% (18) disseram
não querer abandar a profissão, 41,93% (13) dos profissionais disseram que já pensaram. As
principais argumentações para o abandono estão relacionadas à desvalorização da profissão,
más condições de trabalho e remuneração salarial como observado na seguinte afirmação:
“Pouco reconhecimento do trabalho que realizo, não temos motivação para
melhorias de trabalho, salário é pouco, exposição muitos riscos a saúde”(Gérbera, 31 anos).
Através da análise podemos elencar que 61,30% (19) dos profissionais disseram
pensar em trocar de emprego, mas não abandonar a profissão, tais justificativas são
exploradas nos recortes das falas:
“... instituição em péssimas condições de trabalho” (saudade, 54 anos). “Porque não tem estrutura nem equipamentos adequados para trabalhar com
segurança” (Orquídea, 33 anos).
5.5 OPINIÃO DO PROFISSIONAL RELACIONADA AOS FATORES DOS ERROS
Os profissionais foram questionados sobre a opinião de cada um em relação aos
fatores que influenciam o erro profissional na enfermagem, os principais fatores segundo os
mesmo são:
“Falta de estrutura física, falta de materiais, falta de qualidade dos materiais, excesso
de pacientes e falta de funcionários”(Magnólia,33 anos).
“O que pode me levar a cometer erros, é ou será o tumulto de pessoas gritando e falando ao mesmo tempo no meu ouvido, porém faço de tudo para que isso não tire
a minha atenção”(Beladona,35 anos).
“Falta de estruturas, local impróprio, super lotação, mas procuramos trabalhar com
atenção redobrada, vem estress e cansaço”(Tulipa, 41 anos).
Como observado nas falas de Magnólia e Tulipa, a falta de estrutura física, local
inadequado para o trabalho e falta de materiais estão presentes no seu dia a dia o que é
considerado por elas fatores de risco para ocorrências de erros. Silva e Pinto (2012) referem
que os materiais ou a falta deles interferem diretamente no cuidado prestado e, além disso,
aumenta o risco de acidente para o cliente e para o profissional.
Carvalho et. al. (1999) evidenciaram em 11,6% condições e sobrecarga de trabalho
como fatores que favorecem a ocorrência de erros ou eventos adversos. Silva e Pinto (2012)
ao citar Leitão et. al. (2008) afirmam que o desempenho profissional quando afetado, acarreta
em falhas de percepção e concentração nas tarefas a serem executadas, assim o estado mental
e emocional do profissional é afetado levando ao estresse, e considerando essas ações na
rotina de trabalho as chances de acontecer erros aumentam.
Na fala de Beladona , os ruídos são apontados como fator que tira sua atenção e isso
a favorece ao erro. Graça Junior e colaboradores (2009) defendem que a exposição contínua a
ruídos sonoros podem ocasionar comprometimento do sono e prejuízo mental no profissional.
5.6 DO REFERENCIAL TEÓRICO A CONSTATAÇÃO EMPÍRICA DA PESQUISA.
A partir da ideia que o ser humano é passível de erros faz-se a necessidade de avaliar
o fatores externos que oportunizam e intensificam o processo de desenvolvimento do erro. Ao
considerar o profissional um possível executor de eventos que podem somar à um erro tende-
se a levantar as necessidades físicas, mentais e sociais, observando na singularidade do
indivíduo um reflexo das suas condições de prática.
A escuta dos profissionais na caracterização da instituição propõe que existem
fatores ligados à aproximação pessoal e a do sistema como corroborado por Reason (1990).
Reason apresenta classificações de fatores que favorecem a ocorrência de erros
dentro de uma organização a primeira é a aproximação pessoal, que envolve os fatores
pessoais como motivação, esquecimento, falta de cuidado e desatenção, que foram percebidas
nas falas
“Depressão, insatisfação, estado psicológico afetado... (Peônia, 58 anos).
“Falta de experiência, excesso de confiança...” (Violeta, 42 anos).
“...só recebemos cobrança ou criticas em tudo” (Gérbera, 31 anos),
A outra classificação é a aproximação dos sistemas conceituada como falhas no
processo da disposição da organização. Para esse referencial observa uma atenção maior, já
que a organização deve envolver-se de atenção enquanto ambiente prestador de serviço. Nota-
se em falas de uma demanda ainda insipiente para o trabalho.
“Falta de estrutura física, falta de materiais, falta de qualidade dos materiais, excesso
de pacientes e falta de funcionários” (Magnólia, 33 anos).
“...o tumulto de pessoas gritando e falando ao mesmo tempo no meu ouvido”
(Beladona, 35 anos).
“A falta de reciclagem, cursos de atualização e materiais adequados” (Jasmim, 38
anos).
“...falta de condições de trabalho (Peônia, 58 anos).
“...ambiente de trabalho estressante e cansaço” (Violeta, 42 anos).
“...só recebemos cobrança ou criticas em tudo” (Gérbera, 31 anos).
Segundo James Reason (1990) quando o erro acontece são avaliados duas
situações as falhas activas atos inseguros realizados pelo profissional como esquecimento,
violação de regras e de procedimentos, e deslizes, também constatado em estudo análise das
falas.
“Fato de improvisar” (Azaléia, 26 anos).
“Cansaço físico e mental” (Cacto, 30 anos).
“Pressa, pressão, excesso de tarefas, falta de ajuda...” (Amarílis, 33 anos)
As falas dos técnicos de enfermagem evidenciam queixas relacionadas às ações que
favorecem as falhas activas, justificadas pela carga de trabalho, acúmulo de funções e falta de
pessoal que, segundo Reason (1990) falhas latentes dos gestores e a organização. Deste modo
o ambiente pesquisado possui ao analisar o discurso frente a teoria do erro de Reason, fatores
que contribuem para o acontecimento de erros internos na instituição.
James Reason apresenta a teria do “queijo suíço” que pode ser adaptada a nossa
realidade propomos então um queijo com o alinhamento das evidencias desse estudo capaz de
sinalizar frente à teoria uma ideia de aproximação do sistema tem como conseqüência a
aproximação pessoal.
Quando as barreiras de segurança não são identificadas ou negligenciadas, os
profissionais buscam maneiras de continuar a assistência utilizando ações de improviso, se
sobrecarregando e aumentando a carga horária de trabalho. Os trabalhos de Nascimento
(2010) falam sobre essa perspectiva. Essas ações culminam em insatisfações, estress,
desmotivação, cansaço e fadiga como já citados em vários argumentos dos profissionais
estudados.
Figura 2 – Adaptação da teoria de Reason denominada “queijo suíço”, à realidade apresentada. As fatias do
queijo representam as barreiras de segurança da instituição que lesionadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Refletindo sobre o pensamento que o profissional de enfermagem antes de tudo é um
ser humano passível de erros, e como a ocorrência desses, provocam danos irreparáveis. A
pesquisa foi possível apresentar fatores que segundo a teoria de “ERRO HUMANO” de James
Reason (1990) podem influenciar o profissional de enfermagem atuante em uma unidade
hospitalar a cometer erros na prestação da assistência.
Concluí-se que na realidade pesquisada os fatores que podem desencadear a
ocorrência de erros são: carga horária de trabalho excessiva, falta de estrutura física e
materiais para realizar a assistência, desmotivação relacionada a não valorização da classe e a
baixo salário.
A partir dos dados encontrados na realidade da pesquisa conduz ao diálogo com os
fatores já encontrados em diversas pesquisas em todo o país. Assim, faz-se a necessidade da
observação desses fatores para que as instituições de saúde possam criar planejamentos para
que os profissionais tenham suas necessidades individuais atendidas como: horas de trabalho
e dimensionamento de profissionais previamente definidos, evitando cargas exaustivas de
trabalho, capacitação contínua dos profissionais, salários de acordo com um piso salarial da
classe e meios para a melhoria da condição de trabalho, como, estruturas físicas adequadas e
insumos para que ofereçam um atendimento integral ao indivíduo livre de danos.
PERIGOS
DANOS
Algumas limitações surgiram durante a realização do estudo, a instituição de
pequeno porte e um número reduzido de profissionais é a mais prevalente dentre elas, o
número de pesquisas que envolvem diretamente os fatores do profissional no acontecimento
de erros se encontram em pequeno número o que dificultou a discussão do tema.
Sugere uma leitura detalhada das falas dos sujeitos principalmente os gestores e
enfermeiros para que reflitam sobre o ambiente e condições de assistência. Levanta-se a
necessidade de outras pesquisas que englobem o tema, já que o tema impacta oportunamente
na mídia a profissão nos últimos anos recorrentes ao número de erros em saúde cometidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFFONSO, Lígia Maria Fonseca; ROCHA, Henrique Martins. Fatores organizacionais que
geram insatisfação no servidor público e comprometem a qualidade dos serviços prestados.
Simpósio de eficiência em gestão e tecnologia 2010.
BRAGA, Quéren de Pádua; BEZERRA, Ana Lúcia Queiros;PARANAGUÁ, Thatianny T. de
Brito; Silva, Ana Elisa B. de Camargo. Percepção dos profissionais de enfermagem sobre a
ocorrência de eventos adversos e incidentes na unidade de pronto socorro de um hospital
sentinela. Faculdade de enfermagem-UFG .[S.d].
BARBOSA, Rogério. Profissionais de enfermagem atribuem erros a falta de condições
adequadas de trabalho . Uol notícias. São Paulo, 2012.
BATISTA, Anne. V.; VIEIRA, Maria J.; CARDOSO, Normaclei C. S.; CARVALHO
,Gysella R. P. Fatores de motivação e insatisfação no trabalho do enfermeiro Rev Esc
Enferm USP. 2005
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução: Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro;
Edições 70. Lisboa – Portugal, 1977.
BUSS, Thofehrn L.; LEOPARD, M.; COELHO, A.; OLIVEIRA, A. Formação de vínculos
profissionais para o trabalho em equipe na enfermagem. Revista electronica cuatrimestral
de enfermeria. 2010.
CARVALHO, Viviane Tosta; CASSIANI, Silvia Helena de Bortoli; CHIERICATO, Adriana
Inocent. Erros mais comuns e fatores de risco na administração de medicamentos em unidades
básicas de saúde. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v.7, n. 5, p. 67-75.dezembro
1999.
CARVALHO, D.R. ; KALINKE, L.P.Perfil do Enfermeiro Quanto a Motivação Profissional e
suas Necessidades de Desenvolvimento. Boletim de Enfermagem: Curitiba,PR, v.1, n.2,
2008.
CIDADES, Terra noticias. 2011. [S.N].
CNES. Cadastro nacional de estabelecimentos de Saúde. 2014.
COFEN. Conselho Federal de enfermagem. 2014.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto.
Tradução: Magda Lopes; 3 ed. – Porto Alegre; Artmed, 2010.
CORREA, Cármen Regina Pereira; JUNIOR, Moacyr Machado Cardoso. Análise e
classificação dos fatores humanos nos acidentes industriais. Produção V.17, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed.- São Paulo: Atlas, 2002.
GRAÇA JÚNIOR, C. A. G. G. et al. Riscos ocupacionais a que a equipe de enfermagem está
submetida no ambiente hospitalar. 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Fortaleza,
2009.
GÖTTEMS, Leila B. D.; ALVES Elioenai D.; SENA, Roseni R. A enfermagem brasileira e a
profissionalização de nível técnico: análise em retrospectiva. Rev Latino-am Enfermagem.
2007
HOCHMAN, Bernardo; NAHAS, Fabio Xerfan; Filho, Renato dos Santos de Oliveira;
FERREIRA, Lydia Masako. Desenho de Pesquisa, 2005. Acta Cirúrgica Brasileira – vol.
20.
HOUAISS, Antônio e Villar, Mauro de Salles. Dicionário de Língua portuguesa.1.ed.-Rio
de Janeiro: Objetiva, 2009.
IBGE. Instituto Brasileiro de geografia e estatística. 2010.
LEITÃO, I. M. T. A.; FERNANDES, A. L.; RAMOS, I. C. Saúde ocupacional: Analisando os
riscos relacionados à equipe de enfermagem numa unidade de Terapia Intensiva. Ciência
Cuidado e Saúde, vol. 7, n. 4, p. 476 – 484, out - nov. 2008.
LOPES, Marta J. M.; LEAL, Sandra M. C. A feminização persistente na qualificação
profissional da enfermagem brasileira. Cadernos Pagu. 2005.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 5.ed. –
São Paulo: Atlas
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo
– Rio de Janeiro: Hucitec – Abrasco, 1999.
MULATINHO, Leticia Moura. Análise do sistema de gestão em segurança e saúde no
ambiente de trabalho em uma instituição hospitalar. João Pessoa, 2001, 155 p.
Dissertação (Mestrado em desenvolvimento e meio ambiente) – Universidade Federal da
Paraíba/UFPB, Campus I, João Pessoa – PB.
NASCIMENTO, Nadia Bonfin. Segurança do Paciente: Violação às Normas e Prescrições
em Saúde. 2010, 183 p. Tese (Doutorado em ciências na área de saúde pública). Escola
nacional de saúde publica da Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2010.
OLIVEIRA, Daniele de; CARVALHO, Roberto José; ROSA, Adriano Carlos Moraes. Clima
organizacional: fator de satisfação no trabalho e resultados eficazes na organização in
Simpósio de eficiência em gestão e tecnologia 2012.
OLIVEIRA, Aline Fernanda de; SELLITO, Miguel Affonso. Análise qualitativa de aspectos
influentes em situações de risco observadas no gerador de vapor de uma planta petroquímica.
UNISINOS, 2009. São Leopoldo – RS
PAFARO, Roberta Cova. Estudo do estress do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em
um hospital de oncologia pediátrica de campinas. Revista da escola de enfermagem da
USP, São Paulo, 2004.
PEDREIRA, Malvide da Luz Gonçalves; HARADA, Maria de Jesus Castro Souza.
Enfermagem dia a dia: segurança do paciente – São Caetano do Sul,SP: Yendis Editora,
2009.
REASON, James. Human Error. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. 302
SILVA, Ermeando António dos Santos. Percepção do Risco e Cultura de Segurança – O
Caso Aeroportuário -. Faculdade de Economia-Universidade de Coimbra, 2010.
SILVA, Cinthya D. L. ; PINTO, Wilza M. Riscos ocupacionais no ambiente hospitalar:
fatores que favorecem a sua ocorrência na equipe de enfermagem. Faculdade de Integração
do Sertão, Serra Talhada – PE, 2012.
SILVA, Bernadete M.; LIMA, Flávia R. F.; FARIAS, Francisca S. A. B.; CAMPOS, Antônia
C. S. Jornada de trabalho: fator que interfere na qualidade da assistência de enfermagem.
Texto Contexto Enfermagem. Florianópolis, 2006
SILVA, Edna Lúcia; MENEZES, Estera M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de
Dissertação. 4.ed. Florianópolis: UFSC, 2005.
SOBRINHO, Vicente Grossi; CARVALHO, Eloa Carneiro. Uma visão jurídica do exercício
profissional da equipe de enfermagem. R. Enferm. UERJ, 2004.
TEIXEIRA, Enise Barth. A análise de dados na pesquisa científica: importância e desafios em
estudos organizacionais. Revista unijuí, 2003.
VINCENT, Charles. Segurança da paciente: Orientações para evitar eventos adversos.
Tradução: Rogério Videira.- São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009.
ZAMBON, Lucas Santos. Erro humano-conceito. 2010.