FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade...

33
1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ- REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE DISCUTINDO A ALFABETIZAÇÃO FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA SIMONE GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA ORIENTADOR: NILSON GUEDES FREITAS Rio de Janeiro, RJ, agosto / 2002

Transcript of FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade...

Page 1: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DISCUTINDO A ALFABETIZAÇÃO

FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA

SIMONE GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA

ORIENTADOR: NILSON GUEDES FREITAS

Rio de Janeiro, RJ, agosto / 2002

Page 2: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DISCUTINDO A ALFABETIZAÇÃO

FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA

SIMONE GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA

Trabalho monográfico apresentado

como requisito para obtenção do grau

de Especialista em Supervisão Escolar.

Rio de Janeiro, RJ, agosto / 2002

Page 3: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

3

Agradeço a todos que direta e

indiretamente contribuíram para a

execução desta pesquisa.

Page 4: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

4

Dedico o resultado desta pesquisa à

minha filha Nicoly com quem muito

aprendi nos seus sete anos.

Page 5: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

5

TECENDO A MANHÃ

Um galo sozinho não tece uma manhã:

Ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele

E o lance a outro; de um outro galo

Que apanhe o grito que um galo antes

Que com muitos outros galos se cruzem

Os fios de sol de seus gritos de galo,

Para que a manhã, desde uma teia tênue,

Se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando entre tela, entre todos,

Se erguendo tenda, onde entrem todos,

Se entretendo para todos, no toldo

(a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo

Que, tecido, se eleva por si: luz balão. 1

1 NETO, João Cabral de Melo. (1997) p.15

Page 6: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

6

RESUMO

Este trabalho discute as possíveis causas do fracasso

escolar na alfabetização das escolas públicas. Reflete sobre a relação

escola/aluno das classes populares. Aponta as velhas teorias criadas para

justificar o fracasso, atribuindo ao aluno toda a responsabilidade sobre o seu

insucesso. Aborda a importância da afetividade como instrumento de

estabelecimento de diversas relações em sala de aula.

Page 7: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

7

SUMÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO .........................................................................................................8

CAPÍTULO I

1.1- Do Mundo Fantástico da Pré-Escola ao Mundo Real da Alfabetização.....10

1.2- Vidros e Formas .........................................................................................12

1.3- Alfabetização na Escola Pública: Quando Começa? ................................14

1.4- A Escola, A Escrita E a Criança ................................................................16

1.5- O Aluno Visto Como Uma Página em Branco ............................................17

1.6- O Papel do Sentido na Aprendizagem .......................................................19

CAPÍTULO II

2.1- a Escola E Suas Novas Atribuições ..........................................................20

2.2- Classe Social: Influencia na Aprendizagem? ...........................................21

2.3- A Pirâmide Educacional Brasileira ............................................................23

2.4- Dificuladdes de Aprendizagem na Alfabetização: A Medicalização do

Fracasso Escolar.......................................................................................25

CAPÍTULO III

3.1- Aprendizagem Temperada com Emoção ...............................................26

CAPÍTULO IV

3.2- Onde a Pesquisa Aconteceu ........................................................................29

CONCLUSÃO .......................................................................................................31

ANEXOS ...............................................................................................................32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................33

Page 8: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

8

INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido sobre o fracasso escolar. Este

trabalho discute de forma reflexiva as possíveis causas do fracasso escolar que

apontam o aluno como único responsável pelo seu insucesso. Este problema

inquieta vários pesquisadores. Sabe-se que não faz mais sentido usar muitas

dessas desculpas para justificar o fracasso escolar.

O primeiro capítulo identifica aspirações e frustrações

do aluno pobre em relação a escola, e também, o que algumas escolas

esperam e pretendem desse aluno, ao enchergá-lo como uma página em branco.

Algumas escolas se julgam detentoras do conhecimento legítimo e não oferecem

conteúdos aplicáveis à vida dos alunos das classes menos favorecidas.

O segundo capítulo, discute a escola democrática,

as dificuldades dos alunos pobres em se manterem na escola e a medicalização

do fracasso escolar.

O terceiro capítulo aponta de forma reflexiva o papel da

afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos

alunos ditos incapazes, fracassados.

O quarto e último capítulo revela o local onde a

pesquisa foi realizada.

Page 9: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

9

Na conclusão desta pesquisa dá-se ênfase às algumas

mudanças necessárias para se reverter o quadro de fracasso escolar existente

nas classes de alfabetização das escolas públicas.

Page 10: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

10

1.1- “DO MUNDO FANTÁSTICO DA PRÉ-ESCOLA AO MUNDO REAL DA

ALFABETIZAÇÃO.

(..) a alegria começa onde a escola termina:

pode-se fazer o que quiser, como se quiser,

não há mais sanções.

Alguns guardam rancor dentro da escola, mas

o pior talvez seja o fato de que a maioria dos

alunos se resigna docemente a monotonia da

escola, esperando que ela termine ao final de

cada dia, ai final de cada ano, ao final de cada

juventude (...). A escola de hoje, onde não há

mais palmatória, onde quase não castigo, não

tem imagem melhor, em relação à alegria, do

que a mais rude escola do passado.2

Não é possível entender porque ocorre uma mudança

tão drástica na transição “pré - escola / ensino fundamental” , entendendo-se ser

a aprendizagem um processo contínuo.

Na pré - escola são partes da rotina, atividades que valorizam o conhecimento

do aluno, que lhe dão vez e voz. Vejamos algumas contradições:

ü A organização física da sala de aula tende a se tornar mais fria, rígida à

medida que o aluno avança na seriação escolar.

2 SNYDERS (1993) p.14

Page 11: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

11

A arrumação da sala de aula vai perdendo o caráter

coletivo, assumindo um modelo de enfileiramento de carteiras, voltadas para o

quadro-negro e para a professora. “Cada indivíduo no seu lugar e em cada lugar

um indivíduo. “ 3

ü Na pré - escola a ação pedagógica é enriquecida metodologicamente e

através de recursos audiovisuais. Porém, à medida que a escolarização

avança, tais recursos ficam reduzidos a giz, quadro-negro, livro didático e

folhas, quando elas existem.

ü A vivência do aluno tão valorizada na pré-escola, nas séries seguintes fica

do lado de fora da sala de aula.

A atuação do aluno se diferencia na pré-escola e no

ensino fundamental. A interação professor / aluno, aluno / aluno é

“desencantada” dando lugar ao silêncio.

ü Quanto à disciplina, há uma tentativa de criar regras de convivência,

visando garantir a ordem, mais do que promover o exercício de cidadania.

Atos de indisciplina parecem estar intimamente ligado à

inadequação do trabalho pedagógico, à inadequação do espaço ao número de

alunos atendidos.

3 FOCAULT (1977) p.130

Page 12: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

12

1.2- “VIDROS E FORMAS”

A maioria das escolas contribui para que a evasão dos

alunos ocorra. Seu ambiente não é propício para a aprendizagem e não atende

as diferenças culturais dos alunos. Isso ocorre quando a escola não aceita e trata

seus alunos como deficientes culturais. É pretenção das escolas formatar seus

alunos, pregando uma cultura hegemônica que vai em sentido oposto ao

conhecimento do aluno. A escola é vista pelo aluno, por sua família e pela

sociedade como única forma de ascenção e muitas vezes, quando se vê excluído

da escola, o aluno se dá por vencido e desiste.

A evasão escolar, muitas vezes funciona como uma

seleção. Os alunos que continuam na escola, o fazem por entrarem nas “formas”

da escola, e aquelas que evadem são porque não se encaixem nessas “formas” .

Nesse instante, a escola seleciona indiretamente. Os alunos que permaneceram

na escola serão aqueles que escaparem da seleção.

O livro de Ruth Rocha, “Admirável Mundo Louco”

retrata essa situação no texto: “Quando a Escola é de Vidro”. A autora mostra

com clareza as imposições colocadas aos alunos pala escola, com o objetivo de

formatá-los. “...tinha menino que tinha até que sair da esola porque não havia jeito

de se acomodar nos vidros. ”4

Se o aluno não adequar-se ao sistema, regras

impostas pela escola ele corre o risco de ser “convidado”a retirar-se, recebendo

sua transferência escolar.

4 ROCHA, Ruth (1986)

Page 13: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

13

É uma tendência da escola a atribuir a seus

usuários a responsabilidade por todos os

defeitos e dificuldades de sua aprendizagem e

de seu ajustamento escolar. 5

Quando um aluno fala ao professor: “Não entendi”, o

professor o repreende e lhe cobra mais atenção, pois se ele não entendeu foi

porque não quis, já que o professor acredita ter feito uma ótima explicação. Uma

das causas para a criança pobre não se sentir bem na escola, está na dificuldade

que ela encontra em entender e falar a língua da escola. O tempo vai passando,

e ela, a criança, vai se calando, deixando de perguntar e responder.

Mais uma vez a história de Ruth Rocha nos ajuda a

entender o que a escola faz com os alunos:

... Aliás, nunca ninguém se preocupou em saber

se a gente cabia nos vidros.

E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.

... a gente não escutava direito o que os

professores diziam, os professores não

entendiam o que a gente falava...6

Parece que os únicos lugares de maior liberdade se

restringisse as aulas de Educação Física e ao recreio: “A gente só podia respirar

direito na hora do recreio ou na sala de Educação Física.” 7

5 GIFFONI (2000) p.37 6 ROCHA, Ruth (1986) 7 IBIDEM

Page 14: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

14

1.3- ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA: QUANDO COMEÇA?

Na maioria das escolas públicas brasileiras, o processo

de alfabetização fica limitado a apenas um ano letivo. Sendo assim, a

alfabetização não é vista como um processo contínuo, ficando sobre a

responsabilidade do professor alfabetizador realizar a alfabetização de seus

alunos num período determinado. Caso o professor não cumpra as “metas”

estabelecidas, e se o aluno não conseguir se alfabetizar, ele é condenado a

reprovação, o que significa voltar ao ponto de partida do ano seguinte.

O que o aluno aprendeu no ano anterior é desprezado,

ele é obrigado a rever vogais, junções, etc. O professor não considera que o

aluno não sabe nada, e ele passa as mesmas lições que já viu no ano anterior,

então é possível considerar que a reprovação significa uma simples e enfadonha

repetição. Isso no remete a um questionamento: qual é a lógica da “pedagogia

da repetência” ?

Supõe-se que um aluno, ao repetir a série, deverá

recuperar os conteúdos e habilidades que não adquiriu. Porém, isso não

acontece, pois os professores continuam trabalhando da mesma forma com os

alunos repetentes e não repetentes. Isso faz com que o alunos repetente tenha

grande possibilidade de ser novamente reprovado. É possível que esse fato seja

ocasionado pela incapacidade de muitos professores em lidar com

heterogeneidade em sala de aula.

A repetência é em si mesma, uma das principais

causas da ocorrência. A reprovação escolar, entendida pedagogicamente,

deveria ter a finalidade de possibilitar ao aluno, condições de refazer seu

aprendizado, superando as possíveis dificuldades.

Page 15: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

15

É importante ressaltar que as classes de alfabetização

nas escolas públicas são vistas como castigo. São destinadas aos professores

recém formados, sem nenhuma bagagem sobre alfabetização. Salvo em alguns

municípios, como Araruama, localizado no Estado do Rio de Janeiro, que

atribui aos professores alfabetizadores uma gratificação de 30% sobre o seu

salário, 8 o que muitas vezes age como uma “faca de dois gumes” pois não

existindo critério específico para selecionar o professor alfabetizador, prevalece o

critério da antigüidade, ou melhor dizendo, o professor com mais tempo de

serviço. Isso ocorre muitas vezes em virtude da gratificação, o que não é garantia

de uma bom trabalho.

8 Lei Complementar n.15 de 30 de dezembro de 1997. Título III Atr. 27 Parágrafo 4o .

Page 16: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

16

1.4- A ESCOLA, A ESCRITA E A CRIANÇA

Existirá sempre, entre alfabetizador e

alfabetizando, a distância imposta pela escrita.

Quem escreve particularmente, quem escreve

há muito tempo, tem toda uma prática de

reflexão sobre a própria escrita, condicionada

por segmentações que essa pressupõe, pela

expectativa das estruturas, das formas “certas”,

em termos absolutos. “ 9

O professor alfabetizador esquece que, apesar das

diferenças entre linguagem oral e escrita, suas atividades fazem parte de um

mesmo processo cognitivo no qual um determinado conhecimento dá origem a

outro, ou seja, é possível que nesse período transitório, conhecimentos da

linguagem oral sejam usados para o entendimento da linguagem escrita.

Alfabetizar é visto como combater e controlar “erros”,

enquadrar o aluno num método escolhido” : primeiro, a palavra-chave, depois,

a sílaba-chave, as famílias ba-be-bi,..., as palavras e, finalmente

aproximadamente em meados do ano em diante, as frases. No final do ano, os

alunos começam a formular composições, que não passam de frases compostas

de palavras estudadas, fora de um contexto. É bom mencionar que esta escrita

mecânica não é culpa do aluno, é simplesmente resultado de uma aprendizagem

mecânica.

9 ABAURRE (1984) p.13

Page 17: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

17

1.5- “O ALUNO VISTO COMO UMA PÁGINA EM BRANCO”

A alfabetização é um processo que, ainda que

se inicie formalmente na escola, começa de

fato, antes da criança chegar à escola, através

de diversas leituras que vai fazendo do mundo

que a cerca, ...10

A escola a tudo isso ignora. Trata o aluno como uma

página em branco a ser escrita por ela. Ignora e despreza o conhecimento que a

criança já traz consigo, pois só o seu saber elitizado é que é considerado

relevante.

Quando a criança chega na escola ela deve esquecer

ou pelo menos deixar a sua cultura do lado de fora. O que ela aprendeu na sua

comunidade, na sua convivência familiar é visto pela escola como parte não

pertencente de uma cultura, ou pelo menos da cultura valorizada pela escola.

Sendo assim, a escola anula a bagagem que a criança acumulou em sua

experiência de vida anterior a sua entrada na escola.

A escola, no cumprimento do seu papel, acaba por

negar a criança basicamente em dois momento: o primeiro se dá quando julga

irrelevante o conhecimento da criança, buscando “esvaziá-la” e “preenchê-la”

com o que julga importante; o segundo momento em que a criança é negada é

quando se evidencia no instante em que a escola faz “vista grossa” ao esforço que

a criança desempenha para se enquadrar nas regras da escola.

10 GARCIA, Regina (1997) p.66

Page 18: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

18

Praticando uma pedagogia da exclusão, a escola vai

construindo uma história de discriminação de classes e culturas, linguagens e

saberes, submetendo o alunado a inúmeras e sucessivas seleções. Afinal, a

escola segue cumprindo fielmente o seu papel na manutenção do modelo

excludente e reprodutora de classe social. Ela segue selecionando quem pode

ou não aprender a ler, em seguida quem deve ou não permanecer na escola.

Page 19: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

19

1.6- O PAPEL DO SENTIDO NA APRENDIZAGEM

... as crianças aprendem facilmente sobre a

linguagem falada, quando estão envolvidas em

sua utilização, quando esta lhe faz sentido. E

da mesma forma, tentarão compreender a

linguagem escrita se estiverem envolvidas em

sua utilização, em situações onde esta lhe faz

sentido e onde podem gerar e testar hipóteses.11

Infelizmente a escola não preconiza aprendizagem com

sentido para o aprendiz. Ao fazer uso das cartilhas de alfabetização que sugerem

texto compostos por frases do tipo: “Ivo viu a uva.” A escola não estimula a

criticidade de seus alunos e desconsidera o saber popular.

Tais textos não apresentam sentido para o aluno, só

servem para reforçar a idéia de que a leitura e a escrita fazem parte de uma

aquisição de utilidade única para o âmbito escolar. A escola não cria um paralelo

entre a vida dentro e fora dela. Com isso, não torna significativos e aplicáveis os

conteúdos escolares. “ A escola precisa, para ter sentido, sintonizar com o

mundo, dele retirar os “conteúdos pedagógicos”...” 12

Não só na alfabetização em todas as etapas da vida

escolar da criança, o ambiente de aprendizagem deve ultrapassar as quatro

paredes da sala de aula, os muros da escola e ir para as ruas. A alfabetização é

um processo e não deve ser reduzido a momentos estanques dentro da escola e

da sala de aula.

11 SMITH (1989) p.237 12 GARCIA, Regina (1991) p.42

Page 20: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

20

2.1- A ESCOLA E SUAS NOVAS ATRIBUIÇÕES

Atualmente a escola tem sido um espaço de várias

atribuições. Não mais apenas um espaço de ensino / aprendizagem. Caiu sobre

ela a obrigação de prestar serviços sociais antes prestados pelo Estado. São

campanhas para detectar deficiências visuais, auditivas, etc. Como se o tempo

de aula já não fosse ínfimo para o professor realizar sua tarefa de educador.

É como se todos conspirassem para transformar a

escola num lugar pré-destinado para dar errado, para fracassar e gerar fracasso.

Além de tudo, a escola se intuitula “democrática”. É

evidente que essa democracia se restringe a garantir o acesso de alunos oriundos

de várias classes, inclusive os das classes populares. Porém, essa democracia

de desfaz na hora de garantir a permanência desses alunos, dando-lhes o direito

de se beneficiarem de educação de qualidade.

Grande parte dos alunos que ingressam na educação

infantil, são logo carimbados pelo fracasso. Muitos desistem, alguns continuam

lutando e poucos conseguem vencer e ultrapassar a “peneira” do sistema

chegando ao ensino médio.

Page 21: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

21

2.2- CLASSE SOCIAL: INFLUENCIA NA APRENDIZAGEM?

Acredita-se que a criança de classe média se apropria

com facilidade da escrita por viver num ambiente letrado, onde há vários

estímulos para a escrita. Numa família de classe média, faz parte do dia-a-dia da

criança presenciar em vários momentos, o uso da leitura e da escrita sendo útil e

aplicável. Ela pode observar sua mãe fazendo uma lista de compras,

preparando uma receita lida num rótulo ou até mesmo aqueles pequenos bilhetes

que são afixados na geladeira.

Em contrapartida, para as crianças pobres,

provenientes das chamadas classes populares e que pouco presenciam atos de

leitura e escrita em suas casa, a aquisição desses atos mostra-se uma realidade

muito distante e com caminhos tortuosos e que dificilmente chegará ao nível dos

demais. Nessa concepção, o aluno da camada popular será o “diferente”, o

“carente”, o “sem condições”. Cometerá muitos “erros”. Será corrigido e

passivamente aceitará e acreditará em tudo e que a escola disser, distanciando

cada vez mais dos colegas e conseqüentemente, da leitura, da escrita e da

escola.

Embora a escola reconheça as diferenças sócio-

culturais como um dos fatores relevantes do fracasso e evasão escolar, continua

fazendo uso de procedimentos pedagógicos centrados na complexidade da

escrita. E com isso, vai contribuindo para o crescimento das diferenças sociais.

A escola deveria aproximar, ou pelo menos, promover maiores oportunidades

para que as crianças de classes populares possam ir além do que suas realidades

lhes proporcionam.

Page 22: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

22

Infelizmente, a sociedade somente aceita a linguagem

que obedeça a norma culta da língua. Os alunos que fazem uso de uma

linguagem própria, coloquial, que foge as regras, é discriminado na escola e na

sociedade. “...é o uso da língua na escola que evidencia mais claramente as

diferenças entre grupos sociais e que gera discriminação e fracasso.” 13

A escola não se propões a fazer uso da linguagem

popular como instrumento para que o aluno de classe popular entre em contato e

se aproprie da língua culta, de uma maneira prazeirosa, sem discriminar

nenhuma delas, pois cada uma possui sua importância no alcance do objetivo

maior que é estabelecer comunicação.

13 SOARES, Magda (1985) p.17

Page 23: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

23

2.3- PIRÂMIDE EDUCACIONAL BRASILEIRA

As altas taxas de repetência e evasão escolar, mostram

que as crianças que conseguem entrar na escolar, nela não conseguem

aprender, ou não conseguem permanecer nela muito tempo. Isso mostra que

“... a escola que existe é antes contra o povo do que para o povo” 14

A repetência ( a não aprendizagem ), e a evasão

( abandono da escola), explicam o afunilamento progressivo, que vai construindo

a intitulada “pirâmide educacional brasileira”. Essa construção se dá através da

seleção feita pela escola das camadas populares. Pesquisas revelam as relações

entre fracasso e origem social. Sendo assim, a escola que seria para o povo é,

na realidade contra o povo.

Algumas ideologias surgiram para explicar tal

contradição.

A primeira ideologia é a “Ideologia do Dom” 15, que

determina que o sucesso ou fracasso de cada um, depende de suas aptidões.

Cabendo a escola apenas direcionar o aluno, não sendo responsabilizada pelo

seu fracasso.

A Segunda ideologia é a “Ideologia da Deficiência

Cultural” 16, que responsabiliza as desigualdades sociais pelo baixo rendimento

dos alunos das classes populares, que apresentam desvantagens, ou “déficits”,

resultantes de problemas de “deficiência cultural”, “carência cultural” ou “privação

cultural”

14 SOARES, Magda (1992) p. 9 15 SOARES, Magda (1992) P.10 16 SOARES, Magda (1992) P.12

Page 24: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

24

A terceira explicação: a “Ideologia das diferenças

culturais” 17, que qualifica determinados grupos sociais como “culturalmente

deficientes”, “privados de cultura” ou “carentes de cultura”.

A escola incorpora essas ideologias, estando ela a

serviço de uma sociedade extremamente capitalista, vai legitimando os padrões

culturais. Padrões esses que constituem uma cultura socialmente considerada

superior, sendo ela proveniente das classes dominantes. E assim, a classe

dominada é vista como portadora de padrões culturais inferiores frente a cultura

dominante, ou melhor dizendo, é vista por eles como uma “subcultura”.

A escola, não sabendo trabalhar as diferenças

culturais, segue transformando-as em deficiências culturais.

17 SOARES, Magda (1992) P.14

Page 25: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

25

2.4- DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: A MEDICALIZAÇÃO DO

FRACASSO ESCOLAR

Partindo de uma visão preconceituosa das classes

menos privilegiadas, a escola confirma, lançando mão de um teste de prontidão,

suas hipóteses que justifiquem o fracasso escolar de determinados alunos. As

mais comuns são:

ü Famílias desestruturadas:

ü Dificuldades econômicas;

ü Problemas cognitivos;

ü Problemas orgânicos.

A medicalização do fracasso escolar ocorre quando

depois de várias tentativas de que seu aluno avance no processo de

aprendizagem, não obtendo o êxito esperado, o(a) professor(a) comunica a

família, com base num diagnóstico feito por ele(a), e recomenda aos familiares

que busquem a ajuda de um profissional da área médica: um psicólogo ou um

neurologista. Esse ato aproxima a escola e os pais, tornando-os aliados.

Nesse momento, a “culpa ”do fracasso desse aluno

deixa de ser da escola e da família. Todas as possíveis “causas” recaem sobre

um real ou imaginário, problema de saúde.

Page 26: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

26

3.1- APRENDIZAGEM TEMPERADA COM EMOÇÃO

...O bom líder é o que emociona. Emocionando

é que ele envolve e, ao envolver

continuamente, torna-se esperado, aplaudido

( quando não por palmas, mas por palpitações ),

querido, admirado, desejado e, portanto, um

tipo inesquecível.

O grande professor é, sobretudo, o que “mora”

na alma do aluno. É aquele que “fica” na sala de

aula mesmo após ir embora dela com o toque do

sinal.18

Diariamente, professores, pesquisadores ou não, vão

chegando a uma opinião em comum a respeito da importância da afetividade em

sala de aula, e o seu papel no engrandecimento da valorização e auto-estima de

um aluno.

Percebe-se que os sujeitos não precisam de muito,

basta um simples “bom!”, “você é capaz!”, “você é importante!” ... um pouquinho

só de atenção, alguém para ouvir suas histórias particulares. Tudo isso é de

grande importância para um aluno, pequeno aprendiz, que vê no professor um

referencial de vida.

É possível observar no dia-a-dia de alguns

professores que é possível construir um ambiente amigável em sala de aula,

baseada num convívio recheado de carinho e respeito mútuo.

18 ALBUQUERQUE, João Pessoa. Texto recebido em uma capacitação de professores na cidade de Araruama.

Page 27: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

27

Para ilustrar, relataremos a história que retrata o

relacionamento de uma professora com seu aluno.

A professora observava que o aluno Diego era um

menino bastante falante, que adorava contar histórias. Ele chegou a 1a série do

Ensino Fundamental depois de dois anos de alfabetização com um pouco de

“dificuldades”. Descobriu que o Diego era portador de uma deficiência auditiva,

passível de utilizar um aparelho, e que seu tratamento andava interrompido.

No dia-a-dia a professora incentivava-o e o seu

crescimento era visível. Ele já não “errava” como antes, e quando o “erro”

ocorria, ele percebia e realizava a auto-correção em seus trabalhos escolares.

Certa vez, Diego chegou em sala de aula,

acompanhado pela Orientadora Educacional que lhe acompanhava no ano

anterior. Ela mostrou-se surpreendida e feliz com o progresso do menino Diego.

É possível constatar que não houve por parte da

professora, nenhum empreendimento de recursos materiais, simplesmente a

utilização de recursos humanos. O saber ouvir, uma palavra gentil na hora certa,

um olhar diferente e mais atento. Nada que professores voltados para o

desenvolvimento de seus alunos não possam lançar mão.

Page 28: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

28

3.2- ONDE A PESQUISA ACONTECEU

Esta pesquisa se deu na cidade de Araruama, um

município do Rio de Janeiro. Fica localizado na chamada Região dos Lagos.

Araruama era terra dos índios Mataruna que vieram

para esse local atraídos pela abundância de sal. Os portugueses chegaram por

volta de 1575, mas a freguesia de São Sebastião de Araruama foi fundada em

1799. Sua igreja matriz foi construída em 1857. A cidade passou pelos ciclos de

agricultura tradicionais no Brasil: primeiro o da cana-de-açúcar e depois o café.

Atualmente, Araruama é produtora de cítricos.

Sua principal atração turística é a Lagoa de Araruama –

Lagoa das Araras na língua indígena, local de inúmeras águas plácidas, ideais

para quem quer aprender a nadar. É a Segunda lagoa do estado, com extenção

de 300 km2 de superfïcie. Nas suas águas são encontradas todos os matizes de

verde e azul. Suas águas são claras e transparentes e pequenas praias pontilham

sua orla.

Araruama brotou deu uma antiga vila de pescadores.

Sobre a origem do nome, segundo Sylvio Lamas de

Vasconcelos, em seu livro “Apontamentos sobre Araruama”, “segundo a trilha de

Teodoro Sampaio, difundiram a explicação de que Araruama, em Tupi, quer

dizer “comedouro ou bebedouro das araras” 19

19 VASCONCELOS, Sylvio (1998) p.21

Page 29: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

29

Vale Júnior 20, refere-se à explicação folclórica do

nome Araruama, baseada em uma historieta de amor indígena, segundo a qual

um valente índio foi tomado de violenta paixão pela bela arara, filha do cacique da

tribo. Julgando-a indiferente ao seu amor, dispunha-se a abandonar a taba,

quando uma índia lhe segreda: “É mau o jovem guerreiro que quer abandonar a

sua tribo quando a formosa “Arara o ama”. Após a revelação, o índio voltou para

a sua amada e desde então o lugar ficou conhecido como Araruama.

Atualmente, sua população é de 66.148 habitantes

aproximadamente.

Foi em meio a essa cidade de grandes histórias que se

deu a pesquisa para a realização desta monografia, que busca levantar reflexões

a respeito de questões que circundam o fracasso escolar.

20 JÚNIOR, Artur (1936) P.14

Page 30: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

30

CONCLUSÃO

Levando-se em conta o que foi observado, o educador

necessita conscientizar-se de que as limitações do processo pedagógico existem,

mas não deverão ser suficientes para minimizar o processo de democratização da

escola pública.

Para que isso ocorra, faz-se necessário promover

mudanças de olhares, práticas pedagógicas, mudar os discursos, derrubar mitos

e principalmente entender e enchergar a criança como resultado de um sistema.

Por todos esses aspectos, faz-se necessário

mencionar a importância da afetividade como um instrumento que o professor

pode utilizar para resgatar os alunos ditos fracassados.

Page 31: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

31

ANEXOS

Page 32: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOWICZ, Anete. MOLL, Jaqueline (Orgs.) Para além do Fracasso Escolar.

5a ed. Campinas, SP: Papirus, 1997. (Coleção Magistério: Formação e

Trabalho Pedagógico).

ALVES, Nilda. GARCIA, Regina Leite (Orgs.). O Sentido da Escola. Rio de

Janeiro: DP&A, 1999.

FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir. 7a ed., Petrópolis: Vozes, 1997, 277p.

GARCIA, Regina Leite (Org.). Alfabetização dos Alunos das Classes Populares:

ainda um desafio. 3a ed. São Paul;o: Cotez, 1997.

GOMES, Maria de Fátima Cardoso(Org.). Dificuldades de Aprendizagem na

Alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica, 2000 ( Linguagem & Educação).

JÜNIOR, Artur Vale. Monografia: “Ensaio de Levantamento Estatístico do

Município”. Publicado no Boletim de Informações Econômicas e Estatísticas

( ano I, 1936) do Departamento de Estatística e Publicidade do Antigo Estado

do R.J.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando: a aprendizagem pode ser uma

brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

Neto, João Cabral de Melo. A Educação Pela Pedra.Rio de Janeiro: Nova

Fronteira, 1997.

Page 33: FATORES QUE INFLUENCIAM A ALFABETIZAÇÃO NA … GONÇALVES FIGUEIREDO FARIA.pdf · afetividade como ponto de partida para uma educação voltada para o resgate dos alunos ditos incapazes,

33

PAÍN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem.

Tradução de Ana Maria Machado. Porto Alegre: Artyes Médicas, 1985.

ROCHA, Ruth. Este Admirável Mundo Louco. Rio de Janeiro: Salamandra, 1986.

SNYDERS, Georges. Alunos Felizes: Reflexão Sobre a Alegria na Escola a

partir de Textos Literários. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993, 204p.

SOARES, Magda. Linguagem e Escola: Uma Perspectiva Social. 9a ed. São

Paulo: Ática, 1992.

VASCONCELLOS, Sylvio Lamas de. Apontamentos sobre Araruama. 1a ed.

Araruama, RJ: Alves Pereira Editores, 1998.