Fátima Oliveira Caiado - Drawings portfolium/ DESENHOS PORTFOLIUM
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Transcript of Fátima Oliveira Caiado - Drawings portfolium/ DESENHOS PORTFOLIUM
Ilustrações de
“Livro do Desassossego”
Obra em prosa de Fernando Pessoa, por
Bernardo Soares, 1ª e 2º partes, Publicações
Europa América, nº 468 e 469, 1986
Fátima Caiado
“Há porcos que repugnam a sua
própria porcaria, mas se não afastam
dela por aquele mesmo extremo de
um sentimento, pelo qual o apavorado
não se afasta do perigo. Há porcos de
destino, como eu, que se não afastam
da banalidade quotidiana por essa
mesma atracção da própria
impotência. São aves fascinadas pela
ausência de serpente; moscas que
pairam, nos troncos sem ver nada, até
chegarem ao alcance viscoso da
língua do camaleão.” In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa,
por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº
468, 1986, pág. 211-212
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china
sobre papel manteiga
Fátima Caiado
“Com que vigor da alma sozinha fiz
página sobre página reclusa, vivendo
sílaba a sílaba a magia falsa, não do
que escrevia, mas do que supunha
que escrevia! Com que
encantamento irónico me julguei
poeta da minha prosa, no momento
alado em que ela me nascia, mais
rápida que os movimentos da pena,
como um esforço falaz aos insultos
da vida! E afinal, hoje, relendo, vejo
rebentar meus bonecos, sair-lhes a
palha pelos rasgos, despejarem-se
sem terem sido...” In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de
Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª
parte, Publicações Europa América, nº 468,
1986, pág. 244
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrilica,
vieux-cheine, tinta da china
sobre papel manteiga
“Rei-Virgem que desprezaste o amor,
Rei-Sombra que desdenhaste a luz,
Rei-Sonho que não quiseste a vida!
Entre o estrépito surdo de címbalos e atabales, a Sombra te aclama Imperador!” (Marcha Fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera.)
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 2ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 40
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da
china sobre papel manteiga
Fátima Caiado
“Coroaram-te com flores misteriosas, de cores ignotas, grinalda absurda que te cabe como a um deus deposto.
... Teu/ purpúreo culto/ do sonho, [...] fausto da antecâmara da Morte.
(...) O Rei da Morte vai chegar ao seu domínio!” (Marcha Fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera.)
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 2ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 41
Ano: 1988
Dimensões: 34,5 x
46,5 cm
Técnica: Pintura
acrílica, vieux-
cheine, tinta da
china sobre
papel manteiga
Fátima Caiado
“Flores do abismo, rosas negras, cravos de cor branca do luar, papoulas de um vermelho que tem luz.” (Marcha Fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera.)
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 2ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 41.
Ano: 1988
Dimensões: 34,5 x
46,5 cm
Técnica: Pintura
acrilica, vieux-
cheine, tinta da
china sobre
papel manteiga
Fátima Caiado
“Senhor Rei Pastor das Vigílias, cavaleiro andante das Angústias, sem glória e sem dama ao luar das estradas, senhor nas florestas nas escarpas, perfil mudo, de viseira caída, passando [?] nos vales, incompreendido pelas aldeias, chasqueado pelas vilas, desprezado pelas cidades.” (Marcha Fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera.)
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 2ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 40.
Ano: 1988
Dimensões: 34,5 x
46,5 cm
Técnica: Pintura
acrílica,
vieux-cheine,
tinta da china
sobre papel
manteiga
Fátima Caiado
“Quando vivemos constantemente no abstracto – seja o abstracto do pensamento, seja o da sensação pensada -, não tarda que, contra nosso mesmo sentimento ou vontade se nos tornem fantasmas aquelas coisas da vida real que, em acordo com nós mesmos, mais deveríamos sentir.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 176
Ano: 1988
Dimensões: 34,5 x
46,5 cm
Técnica: Pintura
acrilica, vieux-
cheine, tinta da
china sobre
papel manteiga
Fátima Caiado
“A intriga, a maledicência, a prosápia falada do que se não ousou fazer, o contentamento de cada pobre bicho vestido com a consciência inconsciente [?] da própria alma, a sexualidade sem lavagem, as piadas como cócegas de macaco, a horrorosa ignorância da inimportância do que são... Tudo isto me produz a impressão de um animal monstruoso e reles, feito no involuntário dos sonhos, das códeas húmidas dos desejos, dos restos trincados das sensações.” 10-4-1930
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 75
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china
e colagem sobre papel
manteiga
“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser... Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.”
(...)
“Saber que será má a obra que se não fará nunca. Pior porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. Essa planta é a alegria dela, e também por vezes a minha.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 231 e pág. 234
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrilica,
vieux-cheine, tinta da china
e colagem sobre papel
manteiga
“Todos aqueles acasos infelizes da nossa vida, em que fomos, ou ridículos, ou reles, ou atrasados, consideramo-los, à luz da nossa serenidade íntima, como incómodos de viagem.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 173.
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china
e colagem sobre papel
manteiga
Fátima Caiado
“O tédio... Sofrer sem sofrimento, querer sem vontade, pensar sem raciocínio. (...)
O tédio...É talvez, no fundo, a insatisfação da alma íntima por não lhe termos dado uma crença, a desolação da criança triste, que intimamente somos, por não lhe termos comprado o brinquedo divino. (...)
O tédio... Quem tem Deuses nunca tem tédio. O tédio é a falta de uma mitologia. A quem não tem crenças, até a dúvida é impossível, até o cepticismo não tem força para desconfiar. Sim, o tédio é isso: a perda, pela alma, da sua capacidade de se iludir, a falta, no pensamento, da escada inexistente por onde ele sobe sólido à verdade.” 1-12-1931
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 132-133
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da
china e colagem sobre
papel manteiga
“Repudiei sempre que me compreendessem. Ser compreendido é prostituir-se. Prefiro ser tomado a sério como o que não sou, ignorado humanamente, com decência e naturalidade.”
(...)
“Quero gozar comigo a ironia de me não estranharem. Quero o cilício de me julgarem igual a eles. Quero a crucifixão de me não distinguirem.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando
Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 97.
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china
e colagem sobre papel
manteiga
“Espectador irónico de mim mesmo, nunca, porém, desanimei de assistir à vida. E, desde que sei, hoje, por antecipação de cada vaga esperança que ela há-de ser desiludida, sofro o gozo especial de gozar já a desilusão com a esperança, como um amargo com doce que torna o doce contra o amargo. Sou um estratégico sombrio, que, tendo perdido todas as batalhas, traça já, no papel dos seus planos, gozando-lhe o esquema, os pormenores da sua retirada fatal, na véspera de cada sua nova batalha.” 2-9-1931
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 110-111
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da
china e colagem sobre
papel manteiga
“Não me indigno porque a indignação é para os fortes; não me resigno, porque a resignação é para os nobres; não me calo, porque o silêncio é para os grandes. E eu não sou forte, nem nobre, nem grande. Sofro e sonho. Queixo-me porque sou fraco e, porque sou artista, entretenho-me a tecer musicais as minhas queixas e a arranjar os meus sonhos conforme me parece melhor à minha ideia de os achar belos.
Só lamento o não ser criança, para que pudesse crer nos meus sonhos, o não ser doido para que pudesse afastar a alma de todos os que me cercam.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 245
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china e
colagem sobre papel manteiga.
“Mas a exclusão, que me impus, dos fins e dos movimentos da vida; a ruptura, que procurei, do meu contacto com as cousas – levou-me precisamente àquilo a que eu procurava fugir. Eu não queria sentir a vida, nem tocar nas cousas, sabendo, pela experiência do meu temperamento em contágio do mundo, que a sensação da vida era sempre dolorosa para mim. (...) Mas esse isolamento total não pode realizar-se. Por menos que eu faça, respiro, por menos que haja, movo-me. E, assim, conseguindo exacerbar a minha sensibilidade pelo isolamento, consegui que os factos mínimos, que antes a mim nada fariam, me ferissem como catástrofes. Errei o método de fuga.” (Páginas de Diário.)
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 2ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 92.
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china e
colagem sobre papel manteiga
“Uns dizem que sem esperança a vida é impossível, outros que com esperança é vazia. Para mim, que hoje não espero nem desespero, ela é um simples quadro externo, que me inclui a mim, e a que assisto como espectáculo sem enredo, feito só para divertir os olhos – bailado sem nexo, mexer das folhas ao vento, nuvens em que a luz do sol muda de cores, arruamentos antigos, ao acaso, em pontos desconformes da cidade.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando
Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações
Europa América, nº 468, 1986, pág. 111.
• Ano: 1988
• Dimensões: 34,5 x 22,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica, vieux-
cheine, tinta da china e colagem
sobre papel manteiga
Fátima Caiado
“Não sente a liberdade quem nunca viveu constrangido.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 196
• Ano: 1988
• Dimensões: 70 x 50 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china
e colagem sobre papel
manteiga
Fátima Caiado
“Pode ser mesmo que eu sinta duas cousas inconjugáveis ao mesmo tempo. Não importa.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 183.
• Ano: 1988
• Dimensões: 70 x 50 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da china
e colagem sobre papel
manteiga
Fátima Caiado
“Refiro-me aos místicos e aos ascetas” (...). “Estes, ainda que no absurdo, tentam de facto, libertar-se da lei animal. Estes, ainda que na loucura, tentam, de facto, negar a lei da vida, o espojar-se ao sol e o aguardar a morte sem pensar nela. Buscam, ainda que parados no alto de uma coluna; anseiam, ainda que numa cela sem luz; querem o que não conhecem, ainda que no martírio dado e na mágoa imposta.
Nós outros todos, que vivemos animais com mais ou menos complexidade, atravessamos o palco como figurantes que não falam, contentes da solenidade vaidosa do trajecto. Cães e homens, gatos e heróis, pulgas e génios, brincamos a existir, sem pensar nisso (que os melhores pensam só em pensar) sob o grande sossego das estrelas. Os outros – os místicos da má hora e do sacrifício – sentem ao menos, com o corpo e o quotidiano, a presença mágica do mistério. São libertos, porque negam o sol visível; são plenos porque se esvaziaram do vácuo do mundo.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 105.
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica, vieux-cheine, tinta da china e
colagem sobre papel manteiga
“O tempo! O passado![...] Aquilo que fui e nunca mais serei! Aquilo que tive, e não tornarei a ter! Os Mortos! Os mortos que me amaram na minha infância. Quando os evoco toda a alma me esfria e eu sinto-me desterrado de corações, sozinho na noite de mim próprio, chorando como um mendigo o silêncio fechado de todas as portas.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 278.
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da
china e colagem sobre
papel manteiga
Fátima Caiado
“Uma acuidade horrível das sensações, e a compreensão profunda de estar sentindo... Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter... Uma vontade morta e uma reflexão que a embala, como a um filho vivo...”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 50.
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da
china e colagem sobre
papel manteiga
Fátima Caiado
“O cansaço de todas as ilusões e de tudo o que há nas ilusões – a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa das ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 57.
• Ano: 1988
• Dimensões: 46,5 x 34,5 cm
• Técnica: Pintura acrílica,
vieux-cheine, tinta da
china e colagem sobre
papel manteiga
Fátima Caiado
“ Há uma erudição do conhecimento, que é propriamente o que se chama erudição, e há uma erudição do entendimento, que é o que se chama cultura. Mas também há uma erudição da sensibilidade.
A erudição da sensibilidade nada tem que ver com a experiência da vida. A experiência da vida nada ensina, como a história nada informa. A verdadeira experiência consiste em restringir o contacto com a realidade e aumentar a análise desse contacto. Assim a sensibilidade se alarga e aprofunda, porque em nós está tudo; basta que o procuremos e o saibamos procurar.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 97.
• Ano: 1988
• Dimensões: 61 x 43 cm
• Técnica: Acrílico, esmalte
sintético, vieux-cheine, tinta
da china, lexivia e colagem
sobre papel.
“Tinha-me levantado cedo e tardava em preparar-me para existir. Passeava de um lado ao outro do quarto e sonhava alto coisas sem nexo nem possibilidade – gestos que me esquecera de fazer, ambições impossíveis realizadas sem rumo, conversas firmes e contínuas que, se fossem, teriam sido. E neste desvaneio sem grandeza nem calma, neste atardar sem esperança nem fim, gastavam meus passos a manhã livre, e as minhas palavras altas, ditas baixo, soavam múltiplas no claustro do meu simples isolamento/.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 50.
• Ano: 1988
• Dimensões: 61 x 43 cm
• Técnica: Acrílico, esmalte
sintético, vieux-cheine, tinta
da china, lexivia e colagem
sobre papel.
“As vozes saem do ar, e não de gargantas. Ao fundo, o rio está cansado.”
(...) “Havia estagnação no próprio voo das gaivotas.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 80.
• Ano: 1988
• Dimensões: 61 x 43 cm
• Técnica: Acrílico, esmalte
sintético, vieux-cheine, tinta
da china, lexivia e colagem
sobre papel.
Fátima Caiado
“Não é tédio o que se sente. Não é mágoa o que se sente. É uma vontade de dormir com outra personalidade, de esquecer com melhoria de vencimento. Não se sente nada, a não ser um automatismo cá em baixo no chão, na marcha involuntária, uns pés que se sentem dentro dos sapatos. Nem isto se sente talvez. À roda dos olhos e como dedos nos ouvidos há um aperto de dentro da cabeça.”
In “Livro do Desassossego.”, Obra em prosa de Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, 1ª parte, Publicações Europa América, nº 468, 1986, pág. 80.
• Ano: 1988
• Dimensões: 61 x 43 cm
• Técnica: Acrílico, esmalte
sintético, vieux-cheine, tinta
da china, lexivia e colagem
sobre papel.
Fátima Caiado
Desenhos
Bestiário Pintura Acrílica, tinta da china, cola polivinilica e purpurinas
sobre papel manteiga Din A3 (46,5 x 34,5 cm)
1989
Título: “Dia/ noite; positivo/ negativo: Insecto sugador de pólen.”
Técnica: grafite e gravura (ponta seca) sobre papel
Dimensões: 50 x 70 cm
Desenhos
• Série: E_fabula
• Dimensões: 35 x 47,5 cm ou
• 47,5 x 35 cm
• Técnica: PITT artist pen da Faber-Castell e
pintura acrílica sobre papel manteiga.
2007/2008
Título: “Conversa privada entre os dois representantes dos humanos..”
Dimensões: 30,5 x 42 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel com acrílico e vieux-cheine sobre papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Conferência dos ministros das causas humanas (cegonha, touro e macaco).”
Dimensões: 30,5 x 42 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel com acrílico, cola polivinilica e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “A seiva da árvore
soprano.”
Dimensões: 42 x 30,5 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel
com acrílico e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “O caminho da vida.”
Dimensões: 42 x 30,5 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel
com acrílico e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Labirinto da graça e da
desgraça.”
Dimensões: 42 x 30,5 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel
com acrílico e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Momento em que Eva se
tornou ser humano.”
Dimensões: 42 x 30,5 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel
com acrílico e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Mãe natureza.”
Dimensões: 30,5 x 42 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel com acrílico e vieux-cheine sobre papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Sol/Lua – simetria
simbólica alquimica – Feminino/
masculino.”
Dimensões: 42 x 30,5 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel
com acrílico e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Descida da Lua para a
Terra – Conferência sobre o destino
dos homens.”
Dimensões: 42 x 30,5 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel
com acrilico e vieux-cheine sobre
papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Rodar o mundo da Virtude.”
Dimensões: 30,5 x 42 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel com acrílico e vieux-cheine sobre papel manteiga.
Fátima Caiado
Título: “Rodar o mundo da Filosofia.”
Dimensões: 30,5 x 42 cm
Ano: 1997
Técnica: desenho a aparo e pincel com acrilico e vieux-cheine sobre papel manteiga.
Fátima Caiado
Desenhos
• Série: California Babes • Dimensões: 35 x 47,5 cm
• Técnica: PITT artist pen da Faber-Castell e pintura acrílica sobre papel
manteiga.
• Ano: Nov. 2007
Fátima Caiado
“Cabeças femininas” “A procura do corpo que caracteriza o rosto”
Din A4: 21 x 29,7 cm
Ponta de feltro ou grafite
DESENHOS
Fátima Caiado
“Cabeças femininas” “A procura do corpo que caracteriza o rosto”
Din A4: 21 x 29,7 cm
Ponta de feltro ou grafite
DESENHOS
“Cabeças femininas” “A procura do corpo que caracteriza o rosto”
Din A4: 21 x 29,7 cm
Ponta de feltro ou grafite
DESENHOS
Fátima Caiado
REINTERPRETAÇÃO / ILUSTRAÇÃO
“Alice no País das Maravilhas” Caderno de desenhos – Din A4
Ponta de feltro fina
2004
Fátima Caiado
Alice está a ler um livro, aquele que a
transportará, “em sonhos”, para o
reino do impossível.
Fátima Caiado
Portuguese: Alice é enviada para o
reino do impossível. A ilha, com a sua
pequena casa (a realidade de uma
criança perdida na sua solidão
imaginária), é o símbolo terreno em
antitese com o seu vôo supresa pelo
espaço de todas as aventuras
inimagináveis.
Fátima Caiado
Alice equilibra-se e não se afunda
nem nada na sua piscina de
lágrimas. Continua perplexa!
Fátima Caiado
Alice puxa a toalha do episódio
literário do “tea time” mais irritante
do mundo, aquele em que o
“nonsense” dos diálogos dos
personagens atinge a sua cúspide. O
homem da cartola sente-se ameaçado.
Alice é, agora, uma criança actual não
uma criança da época victoriana.
Fátima Caiado
O seu gato, na sua forma normal,
dedica toda a sua atenção a um
pássaro que, sem dúvida, comerá.
Fátima Caiado
Alice, pensativa e abandonada à sua
sorte, entre os animais da quinta
incluindo o legendário e extinto Dodo.
Fátima Caiado