Fases Do Deselvolvimento Infantil

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FASES DO DESELVOLVIMENTO INFANTIL Ol caros leitores Este artigo pretende propiciar algumas noes das linguagens e desenvolvimento infantil. Com isto vocs conhecero um pouco de Jean Piaget, onde juntamente com ele, diversos educadores deixam claro em considerar, que os primeiros anos de vida de uma criana so muito importantes para seu desenvolvimento fsico, emocional, social e mental. Jean Piaget preocupou-se em explicar a psicologia gentica, onde como a criana adquire conhecimento e como se desenvolve. conhecida como a teoria da inteligncia, do desenvolvimento cognitivo. Para Piaget as crianas adquirem conhecimento por meio de: - aes sobre os objetos - de experincias cognitivas concretas ( experimentaes diversas ) - elas constroem o seu conhecimento intelectual em estgios, tais como ? Sensrio motor ? zero a 2 (dois) anos ? Pr-operatrio ? 2 a 7 anos ? Operatrio concreto ? sete a 11 anos ? Operatrio formal ? onze a 15 anos SENSRIO MOTOR ? zero a 2 anos ? Nesta fase a criana explora o mundo atravs dos sentidos, isto ? Ela precisa tocar, ? Provar objetos Esta explorao no intencional, ela ocorre acidentalmente, por reflexos. PR-OPERATRIO ? de 2 a 7 anos ? Educao pr-escola ? Nesta fase apresenta estgios diferenciados ? Estgio egocntrico ? De 2 a 4 anos ? Estgio intuitivo ? De 5 a 7 anos - aparece a funo silbica ? coisas que comeam a ser representadas por smbolos como: a) Uma vassoura um cavalo b) uma cadeira empurrada um trem, etc FASE PURAMENTE EGOCNTRICA ? a criana pensa que todos pensam como ela. - a noo de espao, adquirida por volta dos 2 anos, antecede a noo de tempo, que s adquirida por volta dos 4 anos. ? - nessa fase dos 2 anos a criana ainda no consegue entender transformaes mesmo que elas ocorram na sua presena ? - no ocorre raciocnio lgico ? - a percepo que orienta o seu conhecimento OPERATRIO CONCRETO 7 a 11 anos A criana j consegue usar a lgica para chegar s solues da maior parte dos problemas concretos. Entretnto, sua dificuldade aumenta quando se trata de lidar com problemas noconcretos. OPERATRIO FORMAL 11 aos 15 anos

O Pr adolescente e o adolescente Seu pensamento lgico j consegue ser aplicado a todos os problemas que surgem ? O que no implica dizer que todo adolescente totalmente lgico nas suas coes CONCLUSO GERAL Piaget destaca tambm que desenvolvimento das operaes mentais depende de um meio rico de estmulos. Em u ambiente adequado e propcio, a criana desenvolve suas potencialidades, favorecendo assim no s seu crescimento fsico, como emocional e social. Cabe, ento, j pr-escola um papel importante nesse processo e, os professores e educadores em geral, o de estimulador e agente desse desenvolvimento. A CRIANA PR-ESCOLAR REFLETE A POLTICA EDUCACIONAL VIGENTE HOJE NO BRASIL ? Creche ou berrio- zero a 3 anos ? Maternal ? e 3 e 4 anos ? Jardim ? divididos em I e II ? 4 e 5 anos ? Pr escola- 5 e 6 anos Nesse perodo as crianas apresentam habilidades que nos permitem a sistematizao. Explorao dessas habilidades em todos os sentidos. CARACTERISTICAS DESSAS FASES 1 fase crianas de 3 a 4 anos ? A atividade motora est em primeiro lugar ? A criana tem desembarao e espontaneidade ? Imita facilmente os movimentos que observa nos outros ? Melhora a coordenao dos movimentos ? Principalmente na vertical e na horizontal ? Desenvolve o equilbrio para cima e para baixo ? O sensrio-motor bem intenso ? Aos trs anos anda de velocpede, joga bola, corre, vira rapidamente, salta para cima e para baixo ? capaz de executar jogos de encaixe e construes de pequenas torres ? Recorta papel com as mos ? Brinca com massa de modelar ? Os lpis as atraem, rabiscam por todos os lados e em todos os sentidos ? ESTA EXPERIMENTAO LIVRE LHE PERMITE DESCOBRIR AS POSSIBILIDADES DO MATERIAL E DAS MOS ? Aos 4 anos sobe cadeiras, mesas, salta num p s, carrega copos ou xcaras com lquidos sem derrubar, desde que no estejam to cheios ? Aprende a se vestir ? Abotoa roupas ? Amarra sapatos ? Se penteia ? Escova os dentes e presta pequenos servios em casa ? preciso que os adultos a estimulem, em vez de fazer tudo por elas ? capaz de copiar uma figura geomtrica simples ? Desenha com prazer e s vezes seus desenhos so reconhecidos ? Usa pincel e gosta de estmulos com pinturas livres ? Consegue usar tesoura sem ponta e se esfora em cortar certo ? Descobre a realidade exterior a ela, comea a ver o mundo como ele ? Compreende a necessidade de fazer bem feito o que lhe solicitado ? Sua atitude mais realista e objetiva ? Seu vocabulrio passa de 1000 palavras e melhora sua comunicao verbal ? Mantm longas conversas longas e em suas frases entra muito o "eu".

? Segue instrues se bem dirigida ? Tem iniciativa prpria ? Tem grande interesse pelo mundo ? Quer saber o tempo todo ? Como, por que das coisas, por isso pergunta sempre. ? Comove-se ao ouvir histria, gosta de reproduzir as histrias utilizando a linguagem corporal ? Na dramatizao no mantm o mesmo papel por muito tempo ? Conta histrias com fico e realidade, usa fantasia e encontra pretextos com muita facilidade ? Nessa fase realiza o maior nmero de cantos sociais ? Diverte-se menos com jogos individuais ou solitrios ? No indiferente a presena de companheiros e explica-lhes o que est fazendo ? ATENO ESSA CONVERSA AINDA NO COLABORAO ? ELA AINDA EGOCNTRICA ? exibicionista ao extremo ? A colaborao pequena, dependendo muito do meio em que vive ? Comea a aceitar brincadeiras em grupos pequenos ? Descobre-se a si mesma atravs destas relaes de igualdade, sente-se uma entre muitos ? Aparece a competio por ocasio das atividades comuns CRIANAS DE 5 ANOS ? A atividade sensrio-motora aumenta ? Orienta-se pelo resultado e no mais pela simples satisfao ? Ganha mais desembarao e ousadia ? Pode pular corda, ? Patinar, andar de bicicleta, subir na mesa e saltar para o cho, trepar em rvores ? Executa exerccios de provas fsicas ? gil e tem maior controle corporal e equilbrio ? Maneja lpis com mais segurana ? Desempenha formas de relao entre si ? Descobre valor representativo de desenhos comeando a utiliz-los como expresso de pensamentos ? Apega-se ao realismo ? Aumenta sua capacidade de ateno ? mais responsvel e prtica ? Guarda seus brinquedos de forma ordenada ? capaz de comparar, tem percepo de ordem, forma e detalhe ? O sentido de tempo e durao se desenvolve ? Seguem enredo de histrias com ateno, sendo capaz de repetir muitos trechos ? A linguagem ganha coerncia e clareza , facilitando a comunicao, o desenvolvimento social, intelectual e emocional .ATENO aqui que devemos ter muito cuidado nesta fase. ? As perguntas diminuem, mas quando surgem so mais srias ? Seu vocabulrio chega a 2 mil palavras ? Melhora a comunicao e a interao ? Distingue mo esquerda de direita ? No desenvolveu ainda o raciocnio lgico ? capaz de interiorizar percepes e aes, mas ainda continuam no concreto, tem apenas pensamento intuitivo, o que ignora liga a sua prpria experincia ou s explicaes dos adultos ? Aos 5 anos torna-se mais socivel ? mais amistosa do que hostil ? Os desejos dos companheiros comeam a ser mais considerados, com promessas compensatrias, mas ainda se coloca em primeiro lugar ? J tem sentido de grupo

? Aparece a regra no brinquedo ? O acordo e a combinao prvia entre os participantes contribuem para a socializao ? Quando as crianas no esto de acordo preferem resolver de seu modo , sendo dispensvel a interveno dos adultos ? Nas discusses ou brigas so mais freqentes quando envolvem objetos pessoais.

SEIS ANOS A atividade nessa fase constante ? A criana tem maior controle da musculatura fina ? Tem conscincia das mos como instrumento ? Equilibra conscientemente o corpo no espao ? Tem melhor desenvolvimento motor ? Melhor acuidade visual e auditiva ? Gosta de jogos agitados ? Salta mais alto que pode ? Quer correr mais que todos ? Constri torres mais altas que ela ? Pode fazer pular uma bola e peg-la com facilidade ? Experimenta usar ferramentas ou costurar com pontos largos ? muito ativa e o ritmo bem desenvolvido ? Comea a ganhar fora ? Impe-se tarefas mais precisas a medida que o meio lhe restringe a liberdade de movimentos ? A grande expanso do desenvolvimento intelectual ? Certo nvel de maturidade atingido ? Adquire conhecimentos variados ? A linguagem est completa ? As necessidades sociais e culturais so incorporadas ao pensamento, contribuindo para estrutur-lo. ? Com o apoio da linguagem, as classes lgicas se constituem gradualmente ? Os conceitos ganham preciso ? Imensa curiosidade e necessidade de comunicao A PARTIR DO SEXTO ANO A sociedade impe as crianas novas formas de contato social, novos conhecimentos e novos modelos de comportamento. Ela consegue adaptar-se a grupos cada vez maiores, muito socivel. Faz questo de no destoar do resto do grupo. sensvel ao estado emocional de outras pessoas, principalmente ao dos pais. No trata bem os irmos menores sem a superviso dos pais, nem colegas, sem a dos professores. Precisa de normas para dirigir sua conduta. Gosta de brincar em grupo, porm tem cimes dos amigos. Fica feliz ao ser elogiada. muito mais fcil conseguir dela um comportamento adequado atravs do estmulo do que pela censura. Ento deixo aqui esta pequena parcela de contribuio para todos aqueles que necessitam, ou tiverem alguma dvida sobre o tema, atenciosamente, Professora Solange.

EDUCAO INFANTILOBJETIVO PEDAGGICO

Quando

ingressa

na

Educao

Infantil,

a

criana

inicia

uma

nova

trajetria

de

desenvolvimento. Nesta etapa, ela ganha segurana no andar e mergulha definitivamente na descoberta da oralidade. As atividades propostas pelo EN Infantil visam ampliar as oportunidades de interao da criana com diferentes situaes e temticas, enriquecendo sua rotina para a construo de sua identidade e vnculos afetivos com o mundo ao redor. Seguindo o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil, objetivamos contribuir com a formao de um cidado autnomo que consiga acompanhar as transformaes e mudanas do mundo moderno.

INFANTIL III Nessa fase visamos explorar atividades que desenvolvam a criana fisicamente, socialmente e psicologicamente, estimulamos a linguagem oral atravs de histrias, dramatizao e brincadeiras, respeitando, sempre, as diferenas individuais de cada um. Idade que vai de 2 anos e 6 meses a 3 anos e 6 meses. INFANTIL IV Nessa fase, visamos o desenvolvimento da criana nos principais conceitos bsicos do esquema corporal, da orientao espacial, da organizao temporal, do ritmo, da coordenao viso-motora, alm de, buscar o desenvolvimento da linguagem como forma de comunicao. Idade que vai 3 anos e 6 meses a 4 anos e 6 meses. INFANTIL V Nessa fase visamos o desenvolvimento integral da criana atravs de uma evoluo harmoniosa nos aspectos biolgicos, fsico-motor, cognitivo e afetivo-emocional, dando realce coordenao motora e ao preparo para a escrita (perodo preparatrio). Buscamos o desenvolvimento da linguagem como forma de comunicao e ampliao do pensamento. Temos a preocupao com a pronncia correta dos fonemas (prontido para o 1 Ano Alfabetizao). Procuramos desenvolver conceitos bsicos de cidadania, respeito mtuo, cooperao e colaborao com os colegas e todos os funcionrios da escola, bem como a importncia e o cuidado com a natureza. Atravs de conceitos bsicos e material concreto buscamos o desenvolvimento do raciocnio lgico matemtico. Idade que vai de 4 anos e 6 meses a 5 anos e 6 meses.

__________________________________________________________ AULAS ESPECIALIZADAS

Na Educao Infantil, a criana busca experincias em seu prprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal e a psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formao e estruturao do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prtica do movimento em todas as etapas da vida de uma criana. Por meio de atividades dinmicas, as crianas, alm de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por meio de atividades recreativas as crianas desenvolvem suas aptides perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. A recreao dirigida proporciona a aprendizagem das crianas em vrias atividades esportivas que ajudam na conservao da sade fsica, mental e no equilbrio scio-afetivo.

Clique para Ampliar - Musicalizao A msica, alm de suas atribuies prprias, socializa e sensibiliza a criana, desenvolve seu poder de concentrao e raciocnio, fator importante em todas as fases da vida, auxiliando, ainda, na coordenao motora e no desenvolvimento da parte auditiva, que colabora diretamente no processo de alfabetizao.

Clique para Ampliar Escolinhas Esportivas -Dana A dana uma atividade que prioriza uma educao motora consciente e global, no s uma ao pedaggica, mas tambm psicolgica com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criana, alm de proporcionar o resgate de valores culturais, o aprimoramento do senso esttico, e o prazer da atividade ldica para o desenvolvimento fsico, emocional e intelectual.

Clique para Ampliar - Futebol na categoria chupetinha O futsal o esporte mais popular do Brasil e, por isso, no podemos deixar de destacar sua relevncia para a cultura corporal de movimento da escola e sua conseqente influncia na aprendizagem sociocultural e motora das nossas crianas.

Clique para Ampliar - Aulas de Flauta A iniciao musical na Educao Infantil estimula as reas do crebro da criana que vo beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. Alm, claro, de ser um grande barato! - Xadrez de grande importncia este jogo para o desenvolvimento dos processos psicolgicos bsicos da criana. Pensando no crescimento intelectual, cognitivo, emocional, moral e social das crianas, o xadrez uma das melhores lies que uma criana pode obter na escola que como organizar seu pensamento, e esta valiosa lio pode ser obtida mediante o estudo de xadrez. - Bambinos em Destaque A EN Infantil baseia seu trabalho nos parmetros curriculares nacionais, que constituem referncia em todo o pas, abordando metas de excelncia educacional, levando os alunos a se relacionarem com o mundo atual como cidado consciente, responsvel, crtico, tico, dinmico, solidrio e feliz. Sabemos que as crianas procuram ativamente aquilo que vivenciam, construindo hipteses que lhes paream razoveis. Elas vo, portanto, construindo seus conhecimentos e organizando noes atravs de sua interao com o meio. EN INFANTIL, LUGAR DE CRIANA FELIZ!

Clique para Ampliar PROJETOS Os Projetos possibilitam o desenvolvimento de habilidades cognitivas. Essas habilidades incluem, entre outras, o raciocnio, a investigao e a formao de conceitos.

A criana mediada pelo professor para que reflita, aprenda a argumentar, a respeitar a opinio do outro, e a ter uma postura crtica diante da vida. A criana deve ter oportunidade de se tornar um indivduo questionador, crtico, autnomo, ativo e participante, transformando o meio atravs de suas aes. Sabemos que as crianas procuram ativamente aquilo que vivenciam, construindo hipteses que lhes paream razoveis. Elas vo, portanto, construindo seus conhecimentos e organizando noes atravs de sua interao com o meio. Apresentao de Paradidticos

Clique para AmpliarINTRODUO O desenvolvimento da criana um fator relevante em todos os aspectos, pois preciso que se tenha um desenvolvimento integra, ou seja, social, psicolgico, por isso fundamental que se possa oferecer condies a criana de ter um desenvolvimento scio-afetivo adequado e desenvolver tambm a sua capacidade de aprendizagem respeitando os limites de cada idade. A formao de indivduos crticos e atuantes, exige das escolas um novo modo de envolvimento do educando na produo do seu prprio conhecimento, baseado agora num olhar maior sobre a democratizao e o processo de socializao de saberes que conseqentemente tende a lev-lo a autonomia. Pensar a importncia da educao na formao de indivduos crticos, atuantes e conscientes pensar tambm em alternativas que valorizem a realidade educacional dos aprendizes, criando ambientes dinmicos e estimuladores que favoream mais, a efetivao da aprendizagem, de modo que possam interferir e transform-la em um espao com vista ao bem comum e principalmente a prtica da cidadania, portanto, a prtica educacional na formao dos indivduos deve configurar numa proposta aberta, dinmicas, flexveis, refletidas num projeto poltico pedaggico calado como objeto de norteamento, reflexo e anlise por toda comunidade escolar. O presente estudo foi realizado a partir de muitas fontes de informaes em pesquisa exploratria com levantamento de reviso de literatura sobre o tema estudado. De acordo com Gil (2004, p.32) as pesquisas exploratrias e descritivas so fundamentais para a realizao de um trabalho mais aprofundado sobre o tema abordado. O presente estudo tem por objetivo: Verificar a importncia de compreender o desenvolvimento infantil at a adolescncia como forma de dinamizar o processo de aprendizagem.

DESENVOLVIMENTO INFANTIL Uma criana apresenta dois aspectos distintos de evoluo: o crescimento e o desenvolvimento. O crescimento corresponde ao ganho de massa corporal registrado ao longo da vida, j o desenvolvimento corresponde a um conjunto de fenmenos que se refere a evoluo neuropsicolgica e motora da criana. A boa qualidade de vida favorece ao desenvolvimento saudvel da criana em todos os aspectos. Os fatores que favorecem a boa qualidade de vida e desenvolvimento so os fatores genticos, biolgicos, nutricionais e psicolgicos. Quando o ambiente em que a criana cresce oferece estmulos para os sentidos, habilidades fsicas e para a inteligncia formal, ajuda muito na formao dos indivduos, que desenvolvem aptides para os desafios da vida adulta. Sendo assim, a educao seja ela infantil ou no deve comear desde cedo instigar os indivduos a respeitar os demais, pois no existem formas educar se no tendo como base o respeito desde cedo sendo instigado. Como defendeu Piaget fundamental ainda que o elo exista entre professor e aluno para que se possa existir um processo de aprendizagem relevante.

Para Muoura et al (2009, p.1) Piaget defende a inteligncia e seu desenvolvimento em estgios. O primeiro estgio o da inteligncia sensrio-motora, a criana trabalha encima de seus reflexos inatos (sugar, engolir, tossir, agarrar, etc.) e aprende a se movimentar e dirige as sensaes na construo do objeto. Piaget chama este nvel de sensrio motor, porque com seus movimentos fsicos a criana dirige as sensaes provenientes do meio, e vice-versa.

A criana precisa de um ambiente saudvel para crescer. Sendo assim, o Estatuto da Criana e do Adolescente o ECA, tem evoludo de forma a garantir os diretos aos pequenos de crescerem com dignidade. A criana de seis anos multiplica suas experincias a partir do convvio com novos colegas em ambiente escolar, uma vez que se volta para os jogos e atitudes dos demais. Nesse contexto ocorrem mudanas rpidas surgidas pela vivencia escolar. O convvio social fundamental para o desenvolvimento intelectual e afetivo da criana. Anncios Google

A criana passa efetivamente por muitos estgios de adaptao ao meio social, e as funes do seu comportamento social modifica-se intensamente em face dessa ou daquela fase etria. Por isso o comportamento social deve ser visto como comportamento reiterante refratado em funo do desenvolvimento social do organismo. (VYGOTSKY, 2001. P.278).

Para Vygotsky, defende ainda que necessrio uma interao social apra que se possa ter uma cognio desenvolvida. Segundo o autor funo do professor lembrar e fazer associaes da linguagem e o conhecimento cientfico com a linguagem e o conhecimento do educando, para que assim se possa ter uma aprendizagem adequada e eficiente, ao mesmo tempo que integra o aluno no seu contexto, com novos conhecimentos adquiridos. Concorda com ele Freire (1997), quando diz que a linguagem e a viso de mundo interfere na leitura de mundo e da palavra, ou seja, o aluno tem conhecimentos prprios e adquiridos que devem ser associados e interagir, nunca se deve desprezar o conhecimento que o aluno traz para a escola, e sim associar e melhorar os mesmos.

Aos sete anos a criana comea a adquirir uma certa capacidade se colocar no lugar do outro, esse perodo marcado pelos acontecimentos sociais que desperta para os sentimentos com os demais a sua volta. Aos oito anos, j compreende melhor as diferenas entre elas e os adultos, fator que facilita a construo da auto-estima. Sua oscilao de humor quase constante. O perodo correspondente aos dez anos a criana possui grande desenvoltura social, e se mostra capaz de analisar valores culturais e sociais, as meninas se mostram mais interessadas nas conversas de adultos e uma certa repudia pelo sexo oposto. Quanto aos meninos sua maturao sexual ainda se mostra invisvel, mas j demonstra interesse pelo sexo oposto.

J parece um adulto em formao; est em contato com o ambiente dos mais velhos graas as numerosas adaptaes. Encontram-se mais avanada na dinmica e organizao do seu sistema de ao. Mostra-se ecltico, com mltiplos interesses. Apela para as diferentes vlvulas de escape como roer unhas e brincar com o cabelo. Os temores vo perdendo intensidade. As meninas tornam-se mais propensas ao choro e os meninos a ira, Soifer,( 1985. P.100).

A adolescncia tem incio com a puberdade que comea por volta dos doze anos, nesse perodo as mudanas so considerveis tanto no plano fsico quanto no psicolgico, com mudanas rpidas de humor e procura firma-se no ambiente com gritos e rebeldias. As meninas criam laos afetivos mais fortes com as amigas, a interessar-se por dinheiro e o que acontece depois da morte. O apetite desses indivduos gigantesco compatvel com o crescimento acelerado dessa fase da vida. Para o professor conhecer essa fase fundamental, pois a escola proporciona a estes o ingresso ao mundo das cincias e dos contatos pessoais. A OMS Organizao Mundial da Sade, diz que a adolescncia tem incio aos doze anos, portanto durante esse perodo entre nascimento e adolescncia fundamental que a criana se desenvolva em um ambiente que proporcione a sua integridade fsica e intelectual.

ART.227. dever da famlia, da sociedade e do Estado assegura criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, a profissionalizao, cultura, aa dignidade, ao respeito, liberdade e a convivncia familiar e comunitria, alm de coloca-los salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.

O ECA afirma que todos os direitos devem ser preservados e para tanto a famlia, o Estado e a sociedade como um todo tem responsabilidades para com as crianas. O Brasil tem a legislao mais avanada com relao a proteo aos direitos das crianas e adolescentes, mas a realidade ainda dura muitos brasileirinhos que vivem nas ruas, pois o ECA no tem oferecido muito em relao as crianas brasileiras.

No Brasil a realidade ainda permanece com a influncia de preconceitos, alguns aspectos de violncia e principalmente de excluso social, o que gera um desestimulo em relao as expectativas para o futuro. Fatores que no possibilitam o desenvolvimento adequado e sadio para as crianas brasileiras. Sendo assim, perceptvel que o estatuto da Criana e do Adolescente precisa ter uma nova reformulao e um empenho efetivo das autoridades para que esse venha a ser respeitado. O que se ver na verdade que a criana precisa de um ambiente que venha a favorecer o seu desenvolvimento psicolgico e fsico de maneira adequada, o desenvolvimento do conceito e da noo de cidadania tambm relativamente importante, por isso o professor deve ter uma postura firme e descentralizada, onde se tem uma posio definida, nunca uma posio convenientemente neutra quanto s questes sobre a cidadania, a criana, o adolescente e seu desenvolvimento integral. A escola um lugar fundamental na vida de todo os seres humanos, a transformao que acontece de forma individual e coletiva na formao da cidadania um fator relevante para todos os estudiosos das teorias de aprendizagem. importante ressaltar que por trs da formao do educando, no deve haver s uma pessoa, mas sim, um profissional, um educador que se movimenta, que se atenta a todos os fatos para mediar situaes e fazer acontecer o aprendizado a todo momento. neste movimento ininterrupto de intervenes na realidade do aprendiz em contnua construo e transformao que o aprendizado tende a se concretizar.

CONSIDERAES FINAIS A criana desde que nasce desenvolve-se de forma relevante e dinmica, o desenvolvimento fsico corresponde a sua maneira de crescer com fatores gentico e biolgicos interferindo nesse processo. J o desenvolvimento social e afetivo outro fator relevante que deve ser levado em considerao em especial no processo de aprendizagem. preciso interagir com o ambiente social para qus e tenha uma viso de mundo mais ampliada e melhorada, sem para tanto que seja desconsiderado o conhecimento que a criana j traz para escola. Por isso, a escola deve ser um ambiente estimulador e dinmico para a aprendizagem dos educandos, somente assim e pode ter uma educao de qualidade e transformadora para todos.

REFERENCIAS BRASIL. Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990. Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente, e d outras providncias. Disponvel em: http:/www.planalto.gov.br Acessado em 23 de junho de 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa Paz e Terra. So Paulo 1997.

MOURA Ana Maria. et al. As Teorias de Aprendizagem e os Recursos da Internet Auxiliando o Professor na Construo do Conhecimento. Disponvel em: http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=17. ltimo acesso em 01 de julho de 2009.

SOIFER, R. Psiquiatria Infantil Operativa. Porto Alegre: Artes Mdicas,1985a. V.I

EPGRAFE A respeito das atividades de repetio e fixao, como aparecem nos manuais, as crianas so ensinadas e aprendem bem. To bem que se tornam incapazes de pensar coisas diferentes. Tornam-se ecos das coisas ensinadas e aprendidas. Tornam se incapazes de dizer o diferente. Se existe uma forma certa de pensar e fazer as coisas, porque se dar ao trabalho de se meter por caminhos no explorados? Basta repetir aquilo que a tradio sedimentou o saber sedimentado nas poupas dos riscos da aventura de pensar.(RUBEM ALVES, 1994. 1. RESUMO Atravs deste trabalho nonogrfico de carter bibliogrfico de concluso do curso de Ps-Graduao em Educao Infantil ser mostrada a importncia do ldico no processo de socializao das crianas como tambm sua importncia no processo ensino e aprendizagem, atravs dos jogos, dos brinquedos, das brincadeiras. Tendo como tema central O ldico na construo do processo de ensino e aprendizagem na educao infantil, que de suma importncia, fazendo deste assunto um fator primordial a ser trabalhado por todos os pedagogos, professores, comunidade, escola e familiares que tenham a inteno de educar, sabendo que isto no se limita a repassar informaes ou mostrar apenas um caminho, mas sim ajudar a criana a tomar conscincia de si mesma, dos outros e da sociedade. Consequentemente, projeto-se neste, a funo dos jogos ldicos na educao infantil e na construo interdisciplinar do processo ensino e aprendizagem, tambm o desenvolvimento dos educandos alcanado atravs deste. Alm disso, sero abordados em alguns captulos certos elementos que caracterizam os diversos tipos de jogos, brinquedos, brincadeiras e espaos que esto sendo criados como as brinquedotecas para facilitar em maior mbito a aprendizagem das crianas. Tambm ser abordada a importncia dos jogos na construo dos conceitos matemticos e para isto, precisamos considerar a opinio de diversos autores, muitos conhecidos, como Vygotsky, Piaget, Palangana, Jos Ricardo Cozac e muitos outros que de forma direta ou diretamente citam em seus livros a importncia do ldico no cotidiano infantil. 2. INTRODUO O brincar faz parte do mundo da criana, assim elas aprendem melhor e se socializam com facilidade, apreendem o esprito de grupo, aprendem a tomar decises e percebem melhor o mundo dos adultos.

Sistematizar o brincar significa uma reorganizao da prtica pedaggica desempenhada pelo professor, prtica essa que deve abandonar os moldes da educao bancria e absorver o ldico atravs dos jogos como o instrumento principal para o desenvolvimento da criana. O jogo, e a maneira como o professor dirigem o brincar, desenvolvero psicolgica, intelectual, emocional, fsico-motora e socialmente as crianas, e por isso os espaos para se jogar so imprescindveis nos dias de hoje. Atravs dos jogos ldicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a criatividade, a capacidade de tomar decises e ajuda no desenvolvimento motor da criana, alm destas razes, tornam as aulas mais atraentes para os alunos, so a partir de situaes de descontrao que o professor poder desenvolver diversos contedos, gerando uma integrao entre as matrias curriculares. Atualmente em nossa sociedade, extremamente capitalista, que influencia todos, inclusive as crianas, exercendo poder e controle atravs dos meios de comunicao, principalmente a televiso. Uma das alternativas para se burlar essa influencia est no ldico, nas brincadeiras de uma forma geral, onde as crianas trabalhariam alm do corpo a interao com o outro. A criana tem a caracterstica de entrar no mundo dos sonhos das fbulas e normalmente utiliza como ponte s brincadeiras. Quando esta brincando se expressa mostrando seu intimo, seus sentimentos e sua afetividade. Os espaos ldicos so ambientes frteis tambm para a aprendizagem e o desenvolvimento, principalmente da socializao. Isso no assunto novo, pois Frebel, que ocupa tambm uma posio relevante na histria do pensamento pedaggico sobre a primeira infncia e pertence corrente cultural filosfica do idealismo alemo, sempre defendeu que o jogo constitui o mais alto grau de desenvolvimento da criana, j que a expresso livre e espontnea do interior. As brincadeiras so importantes por fazerem parte do mundo das crianas e por proporcionarem momentos agradveis dando espao criatividade. Todos devemos buscar o bemestar dos pequenos durante o processo de ensino e aprendizagem, resgatando assim o ldico como instrumento de construo do conhecimento. 3. CAPTULO I 3.1. Os jogos ldicos O acesso gratuito escola conforme nossa Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo n. 205, diz que: A Educao um direito de todos e dever do Estado [...]. condio

indispensvel para a garantia dessa premissa constitucional e para que se complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de procedimentos que assegurem condies para sua concretizao. O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criana precisa de tempo para brincar. As aulas muitas vezes, tornam-se meras repeties de exerccios educativos, ficando a aula montona e como conseqncia vazia, procura-se a soluo com a utilizao dos jogos para despertar na criana o interesse pela descoberta de maneira prazerosa e com responsabilidade. Vivemos uma poca em que a tecnologia avana aceleradamente inclusive na educao, mas as atividades ldicas no podem ser esquecidas no cotidiano escolar; porque a alternativa de trabalhar de maneira ldica em sala de aula muito atraente e educativa.

De acordo com RONCA (1989, p. 27) O movimento ldico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criana constri classificaes, elabora seqncias lgicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das vrias reas da cincia. Percebemos desse modo que brincando a criana aprende com muito mais prazer, destacando que o brinquedo, o caminho pelo quais as crianas compreendem o mundo em que vivem e so chamadas a mudar. a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criana experimenta, descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experincia que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo. Para VIGOTSKY (1989, p.84) As crianas formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criao de situaes imaginrias surge da tenso do individuo e a sociedade. O ldico liberta a criana das amarras da realidade. Verificamos, portanto que as atividades ldicas propiciam criana a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu interior, elas demonstram atravs das brincadeiras como v e constri o mundo, como gostaria que ele fosse quais as suas preocupaes e que problemas a esto atormentando, ou seja, expressa-se na brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras. E aliar atividades ldicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia, para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto: O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas prticas escolares como importante aliado para o ensino, j que colocar o aluno diante de situaes ldicas como jogo pode ser uma boa estratgia para aproxim-lo dos contedos culturais a serem veiculados na escola. (1994, p. 13). Dessa maneira percebemos a necessidade do professor de pensar nas atividades ldicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando que o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociaes e trocas, promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais. Destacando ainda mais a importncia do ldico, lembramos as palavras de Ronca: O ldico permite que a criana explore a relao do corpo com o espao, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condies mentais para sair de enrascadas, e ela vai ento, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, no s no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu carter como tambm ao longo da construo de seu organismo cognitivo. (1989, p.27). A tal ponto isso se faz verdade, que a criana sente e expressa a curiosidade e importante noo de que viver brincar. E ao brincar ,conhece a si prpria e aos outros e realiza a dura tarefa de compreender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo. A aprende e internaliza normas sociais de comportamentos e os hbitos fixados pela cultura, pela tica e pela moral. De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educao Infantil:

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construo e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (tambm chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didticos, corporais, etc., propiciam a ampliao dos conhecimentos da criana por meio da atividade ldica. (l998, v1.p.28). E sobre esse ponto de vista o ldico se torna de vital importncia para a educao. Pois de acordo com Ronca: O ldico torna-se vlido para todas as sries, porque comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas infncia. Na realidade, embora predominante neste perodo, no se restringe somente ao mundo infantil. (1989, p.99). E nessa perspectiva o ldico se torna muito importante na escola, porque pelo ldico a criana faz cincia, pois trabalha com a imaginao e produz uma forma complexa de compreenso e reformulao de sua experincia cotidiana. Ao combinar informaes e percepes da realidade problematizada, tornando-se criadora e construtora de novos conhecimentos. Segundo o Referencial Curricular Nacional Para Educao Infantil (1998, v1. p.27) as atividades ldicas, atravs das brincadeiras favorecem a auto-estima das crianas ajudando-as a superar progressivamente suas aquisies de forma criativa. Assim sendo entendemos que o ldico contribui para o desenvolvimento da auto-estima o que favorece a auto-afirmao e valorizao pessoal. E ainda, as brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e devem ser objetos de crescimento, possibilitando criana a explorao do mundo, descobrir-se, entender-se e posicionar-se em relao a si e a sociedade de forma ldica e natural exercitando habilidades importantes na socializao e na conduta psicomotora. De acordo com os PCNs de Educao Fsica (vol. 7. 1997, p.36) As situaes ldicas competitivas ou no, so contextos favorveis de aprendizagem, pois permitem o exerccio de uma ampla gama de movimentos, que solicitam a ateno do aluno na tentativa de execut-la de forma satisfatria. A partir dessas definies constatamos que o ldico est relacionado a tudo o que possa nos dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginao e a curiosidade, desafiando a criana a buscar soluo para problemas com renovada motivao. Ressaltando que segundo NOVAES (1992, p.28) O ensino, absorvido de maneira ldica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligncia da criana. Desse modo, brincando a criana vai construindo e compreendendo o mundo ao seu redor. Lembrando que as atividades ldicas so de grande valia para o educador que souber se utilizar apropriadamente dessas atividades, sendo que o aluno ser o maior beneficiado. O jogo uma fonte de prazer e descoberta para a criana, o que poder contribuir no processo ensino e aprendizagem; porm tal contribuio no desenvolvimento das atividades pedaggicas depender da concepo que se tem do jogo. Os jogos no so apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianas, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o processo de ensino e aprendizagem e no processo de socializao das crianas.

O jogo normalmente visto por seu carter competitivo, ou seja, uma disputa onde existem ganhadores e perdedores; esta viso est vinculada postura de muitos educadores, para estes o jogo um ato diferente do brincar, no podemos considerar o jogo apenas como uma competio. A atividade ldica o bero obrigatrio das atividades sociais e intelectuais. Um dos principais objetivos da escola proporcionar a socializao, por esse motivo no devemos isolar as crianas em suas carteiras, devemos incentivar os trabalhos em grupos, a trocas de idias, a cooperao que acontece por ocasio dos jogos. Dentro da realidade brasileira qualquer instituio que tenha como objetivo potencializar atividades ldicas ou de aprendizagens ter por si mesma um grande significado social. Alertar aos educadores em relao represso corporal existente e forma mecnica e descontextualizada como os contedos vm sendo passados para as crianas. O que podemos perceber em algumas escolas, que existe ainda uma aprendizagem apoiada em mtodos mecnicos e abstratos, totalmente fora da realidade da criana. Predominado sempre durante as aulas a imobilidade, o silencio e a disciplina rgida. O professor comanda toda a ao do aluno, preocupando-se excessivamente em coloc-los enfileirados, imveis em suas carteiras comandando os olhares das crianas para que ficassem com os olhos no quadro negro. Nestas escolas, as atividades ldicas so descartadas, ou sofrem distores sobre a sua funo. Os jogos so vistos apenas como disputa, competies, fruto da imaginao das crianas, deixando de lado o valor pedaggico, a sua importncia para o desenvolvimento cognitivo. Porm para FRIEDMANN (1996: 75) o jogo no somente um divertimento ou uma recreao. Atualmente o jogo no pode ser visto e nem confundido apenas como competio e nem considerado apenas imaginao, principalmente por pessoas que lidam com crianas da educao infantil. O jogo uma atividade fsica ou mental organizada por um sistema de regras, no apenas uma forma de divertimento, mas so meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, proporcionam a relao entre parceiros e grupos. Atravs da interao a criana ter acesso cultura, dos valores e aos conhecimentos criados pelo homem. Para que essa viso seja realmente difundida e aplicada h uma necessidade de reestruturao da formao e conduta profissional dos professores para que se aproveite a atividade ldica como centro das idias sobre o processo de socializao. Alm das indagaes sobre a conduta profissional dos professores, pergunta-se ainda se as escolas esto ou no preparadas para essa renovao de atitude do quadro docente, se essa renovao ser bem vista e apoiada para que esta realmente obtenha sucesso. Quando o professor recorre aos jogos, ele est criando na sala de aula uma atmosfera de motivao que permite aos alunos participarem ativamente do processo ensino aprendizagem, assimilando experincias e informaes, incorporando atitudes e valores. Para que a aprendizagem ocorra de forma natural necessrio respeitar e resgatar o movimento humano, respeitando a bagagem espontnea de conhecimento da criana. Seu mundo cultural, movimentos, atitudes ldicas, criaturas e fantasias.

Brincar e jogar so coisas simples na vida das crianas. Parecem simples, mas depois de observ-los, se verifica que a atividade ldica est no centro de muitas idias sobre o desenvolvimento psicolgico, intelectual, emocional ou social do ser humano. O jogo, o brincar e o brinquedo desempenham um papel fundamentalmente na aprendizagem e no processo de socializao das crianas. Conseqentemente, entendendo que o jogo deve fazer parte do processo de ensino esta monografia pretende mostrar que a educao ldica facilita no s o processo de socializao, mas tambm no processo de aprendizagem. O ato de jogar to antigo quanto o prprio homem, na verdade o jogo faz parte da essncia de ser dos mamferos. O ensino utilizando meios ldicos cria ambiente gratificante e atraente servindo como estmulo para o desenvolvimento integral da criana. de suma importncia que ns, educadores, saibamos como usar os jogos para ajudar o aluno no desenvolvimento do raciocnio lgico, pois o ldico pode estar presente na aprendizagem e no desenvolvimento, sem esquecer que a sua principal importncia conhecer sua aplicao na escola. Considero que por meio dos jogos ldicos, dos brinquedos e das brincadeiras em sala de aula possamos desenvolver o hbito do pensar nos educandos sem desvi-los do mundo real e de seu cotidiano. Para uma utilizao eficiente e completa de um jogo educativo necessrio realizar previamente uma avaliao, analisando tanto aspectos de qualidade de software, como aspectos pedaggicos e fundamentalmente a situao pr-jogo e ps-jogo que se deseja atingir. Acredito que esse tema tem importncia no s para a prtica diria do professor que se configura como um meio, mas maior conhecimento sobre a importncia da utilizao dos jogos ldicos na construo e no desenvolvimento do raciocnio lgico dos meus alunos 3.2. Brinquedo: caracterizao geral A importncia do brinquedo no desenvolvimento da criana tem sido demonstrada, na

contemporaneidade, pelo crescente nmero de pesquisas existentes no campo da educao. Segundo abordagens diversas nas reas sociolgica, psicolgica e pedaggica, estas pesquisas tm como objeto de estudo, entre outros, a influncia da cultura na constituio dos brinquedos, a funo destes na construo do psiquismo infantil ou ainda a importncia de utiliz-los como recurso pedaggico, seja no contexto familiar ou em instituies coletivas, como creches ou pr-escolas. No demais, no entanto, lembrar que esta preocupao com o brinquedo esteve presente, j na idade antiga, por exemplo, em Plato e Aristteles (sculo IV a.C.). Segundo Kishimoto (1995), Plato colocava a importncia de a criana aprender brincando para combater a opresso e a violncia, enquanto Aristteles enfatizava a necessidade de se utilizar em jogos srios na educao de crianas pequenas, como forma de prepar-las para a vida. Posteriormente, esta mesma preocupao ressurgiu no sculo XVIII, associada redescoberta da infncia e das particularidades infantis e se tornou valorizada com as concepes de Rousseau sobre a natureza infantil. Esse filsofo e pedagogo buscaram mostrar, em seus estudos, que a infncia no devia mais ser compreendida apenas como uma etapa que precede a idade adulta, mas, sim, como um perodo da vida que possui caractersticas e necessidades prprias.

A esse respeito, interessante considerar os estudos desenvolvidos por Aris (1986) em sua obra Histria Social da Criana e da Famlia. Nela o autor relata a transformao ocorrida no sentimento de infncia (entendido como conscincia da particularidade infantil) e de famlia, a partir do exame de pinturas, antigos dirios, testamentos, tmulos, etc., e conclui que a criana no aparecia representada na iconografia da poca (sc.XVII), pelo fato de haver um alto ndice de mortalidade infantil, que fazia com que considerassem que no valia a pena conservar a imagem de um ser fadado a um desaparecimento to precoce: vemos uma vizinha, mulher de um relator, tranqilizar assim uma mulher inquieta, me de cinco pestes, e que acabara de dar luz. Antes que eles te possam causar muitos problemas, tu ters perdido a metade, e quem sabe todos.Perdi dois ou trs filhos pequenos, no sem tristeza, mas sem desespero, () pequena no conta. () no reconhecer nas crianas nem movimento na alma, nem forma reconhecvel no corpo (). as minhas morrem todas pequenas, dizia ainda Montaigne. Essa indiferena era uma conseqncia direta e inevitvel da demografia da poca. Persistiu at o sculo XIX, no campo, na medida em que era compatvel com o cristianismo, que respeitava na criana batizada a alma imortal. (Aris, 1986: pp.56-7). Ainda segundo Aris, somente a partir do sculo XVIII, quando surgem novas descobertas, entre inmeras outras no campo da medicina (descoberta de vacinas, de novos medicamentos, da relao higiene/sade), possibilitada por novas condies de vida que se estavam colocando ao homem, e quando a famlia passa a reorganizar o seu espao e a relao entre seus membros que surge o moderno sentimento de infncia. E esse sentimento que vai corresponder a duas atitudes contraditrias em relao criana: uma a considera ingnua, inocente, graciosa; a outra, que surge concomitantemente primeira, mas a ela se contrape, toma a criana como um ser incompleto, imperfeito, que necessita da moralizao e da educao do adulto. dessa preocupao, antes no encontrada, de preservar a moralidade da criana e tambm de educ-la, que surge a necessidade de se proibir os jogos entendidos como maus e recomendar-se queles ento conhecidos como bons. Segundo Wayskop (1995), tanto Rosseau como Aris, contriburam para um novo sentimento de valorizao da infncia. Para Rousseau, tal valorizao baseava-se em uma concepo protetora da criana e aparecia em propostas voltadas para a educao dos sentidos da criana, utilizando brinquedos, e direcionadas recreao. No princpio da vida quando a memria e a imaginao so ainda inativas, a criana s presta ateno quilo que afeta seus sentidos no momento, sendo suas sensaes o primeiro material de seus conhecimentos oferece-las numa ordem conveniente e preparar sua memria a fornece-las um dia na mesma ordem de seu entendimento, mas como ela s presta ateno a suas sensaes, basta primeiramente mostrar-lhe, bem distintamente a ligao destas sensaes com os objetos que a provocam. Ela quer meter a mo em tudo, tudo manejar: no contrarieis esta inquietao; ela sugere um aprendizado muito necessrio. Assim que ela aprende a sentir calor, frio, a dureza, a moleza,(.). (Rousseau, apud Leme Goulart, 1994: p. 14).

Como observa Leme Goulart (1994), para Rousseau, a educao deve ser ativa, em sua concepo, pois o que d o sentido de viver agir, utilizar todos os rgos e no simplesmente respirar: por isso, necessrio habituar a criana a observar e seguir o caminho da natureza, de forma gradual e cuidadosa. Assim, a partir da influncia da postulao de Rousseau sobre a natureza do conhecimento da criana, deu-se incio elaborao de mtodos prprios para a educao infantil, e o brinquedo introduzido nos currculos das pr-escolas (Wayskop, 1995). o que se verifica, por exemplo, nas propostas de alguns estudiosos e educadores do sculo XVIII em diante (Pestalozzi, Froebel, Decroly e Montessori, entre outros) nas quais se evidencia o interesse dos mesmos pelas crianas pequenas. Froebel (1782-1852), por exemplo, preocupando-se com a educao das crianas em idade pr-escolar, considerava-as, tal como Pestalozzi, como plantas humanas que precisavam ser cuidadas e protegidas. Nesse sentido, props a criao de escolas destinadas criana os jardins de infncia (Kindengarten) , e de uma educao com atividades livres e espontneas, que facilitassem o contato com a natureza. Assim, Froebel queria um lugar onde as crianas tivessem livre acesso aos brinquedos e pudessem manipul-los vontade. A necessidade de uma educao especial para a primeira infncia, como base de qualquer ensinamento, era, portanto, defendida por ele (Leme Goulart,1994). J segundo Piquemont (1963), para Froebel, a criana devia estar em contato com a natureza, isto , possuir o seu jardinzinho e cultiv-lo, o que despertaria seu interesse e seu amor pela natureza e pelos seus bens. O jardim de infncia devia ser para o educador fonte de observao e conhecimentos e seu objetivo seria o de promover o desenvolvimento da criana, sem coagi-la, ou seja, manter a ordem, ensinar-lhe a disciplina, sempre a respeitando e proporcionando prazer nas atividades, o que a prepararia para o futuro. Ainda segundo Piquemont, Froebel dava muito valor ao desenvolvimento sensorial da criana e, em funo disso, criou materiais educativos especiais para os pequeninos, materiais esses que receberam o nome de dons, os quais ainda so utilizados nos dias de hoje nos jardins de infncia e nas escolas maternais. So eles: modelagem, picagem, recortes, tecelagem, desenhos e trabalho com contas e agulhas. Percebe-se, assim, a importncia de Froebel, pelo fato de ter contribudo muito para a discusso sobre a educao infantil, na medida em que valorizava o brinquedo, a atividade ldica e os destacava como de extrema validade no processo de desenvolvimento infantil. Com o nascimento da Psicologia Infantil, no despontar do sculo XX, surgem novas concepes e pesquisas por parte de pensadores como Piaget, Bruner e Vygotsky, entre outros, que passam a discutir e a reafirmar a importncia do ato de brincar. Emerge, assim, a valorizao dos brinquedos e brincadeiras como nova fonte de conhecimento e de desenvolvimento infantil. Aps estas consideraes iniciais, parece-nos importante, para o objetivo do presente trabalho, apresentar algumas idias bsicas a respeito do que consiste o brinquedo e o brincar. 3.3. O que o brinquedo Muitos autores usam indistintamente o termo brinquedo para nomear tanto o jogo quanto brincadeira. Da, muitas vezes, ser impraticvel distinguir estes termos com nitidez. Em seu livro Brinquedo e

Indstria Cultural, Salles Oliveira (l986: p.25) aponta quatro possibilidades para se definir o que o brinquedo, tiradas de um dos mais conhecidos dicionrios brasileiros, organizado por Aurlio Buarque de Holanda Ferreira (apud Oliveira, 1986: p. 25). 1) Objeto que serve para as crianas brincarem; 2) Jogo de crianas, brincadeira; 3) Divertimento, passatempo, brincadeira; 4) Festa, folia, folguedo, brincadeira. Reforando tambm esta idia de que em nossa lngua os termos jogo e brincadeira so utilizados de forma similar, Bomtempo (1986) acrescenta, no entanto, que na maioria das vezes as pessoas se referem palavra jogo, quando a brincadeira envolve regras, e brinquedo, quando se trata de uma atividade no estruturada. Concordando com as posies de Oliveira e Bomtempo, Kishimoto (1996) vem confirmar que muito difcil fazer a definio de jogo devido variedade de fenmenos considerados como jogo e acrescenta que essa dificuldade cresce, quando o mesmo objeto pode ser visto como jogo ou no jogo, dependendo apenas do significado a ele atribudo pelas diferentes culturas e pelas regras e objetos que o caracterizam. J ao referir-se ao brinquedo, a autora coloca que atravs deste estabelecida uma relao ntima com a criana, sem um conjunto de regras para a sua utilizao. Acrescenta que o brinquedo, visto como objeto, sempre o suporte da brincadeira e que esta ltima se constitui na ao que a criana exerce ao valorizar as regras do jogo, ao mergulhar na ao ldica. Assim, se considerarmos que a criana pr-escolar aprende de modo intuitivo, adquire noes espontneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognies, afetividade, corpo e interaes sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevncia para desenvolv-lo. Ao permitir a ao intencional (afetividade), a construo de representaes mentais (cognio), a manipulao de objetos e o desempenho de aes sensrio-motoras (fsico) e as trocas nas interaes (social), o jogo contempla vrias formas de representao da criana ou suas mltiplas inteligncias, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. (Kishimoto, 1996: p.36). Tambm ao discutir tipos de brinquedos e brincadeiras, Kishimoto (1996) comenta algumas modalidades de brincadeiras presentes na educao infantil, fazendo uma diferenciao entre elas: a) O brinquedo/jogo educativo ao assumir, por exemplo, a funo ldica, propicia diverso, prazer e at mesmo desprazer quando escolhido por vontade prpria, enquanto ao assumir a funo educativa, o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreenso do mundo. Como ilustrao, a autora coloca que a criana ao manipular livremente um quebra-cabea, diferenciando cores, a funo educativa e a ldica esto presentes. Mas, se a criana preferir apenas empilhar peas, fazendo de conta que est construindo um castelo em uma situao imaginria, a funo ldica est presente. a inteno da criana que vale e no exatamente o que o professor deseja.

b) A brincadeira tradicional infantil, por sua vez, um tipo de jogo livre, espontneo, no qual a criana brinca pelo prazer de o fazer. c) A brincadeira de faz-de-conta, a que deixa mais evidente a presena da situao imaginria. No entanto, importante ressaltar que o contedo do imaginrio provm de experincias anteriores adquiridas pelas crianas em diferentes contextos, assunto este ao qual nos reportaremos adiante. d) Os jogos ou brincadeiras de construo so de grande importncia para a experincia sensorial, estimulando a criatividade e desenvolvendo habilidades da criana. No mesmo sentido de Kishimoto, tambm Cunha (1998) acredita que o brinquedo estimula a inteligncia, fazendo com que a criana solte sua imaginao e desenvolva a criatividade. Alm destes aspectos, a autora enfatiza que o brinquedo diminui o sentimento de impotncia da criana, pois, ao manipul-lo, ela cria situaes novas, reconhece outras, compara, experimentam, desenvolve sua imaginao e habilidades. Brougre (1995), em seu livro Brinquedo e Cultura, tambm faz uma diferenciao entre jogo e brinquedo. Para este autor, o brinquedo um objeto que a criana manipula livremente, sem estar condicionado s regras ou a princpios de utilizao de outra natureza. O brinquedo um objeto infantil; o jogo, ao contrrio, pode ser destinado tanto criana quanto ao adulto, sem restrio de uma faixa etria, enquanto o brinquedo, para um adulto, torna-se sempre motivo de zombaria, de ligao com a infncia. Campagne (apud Andrade, 1994) outro autor que, preocupado com o papel do brinquedo no desenvolvimento infantil, nos mostra as diversas funes deste para as crianas em idade pr-escolar. Para este autor, o brinquedo, o suporte do jogo, o objeto que desperta a curiosidade, exercita a inteligncia, permite a inveno e a imaginao e possibilita que a criana descubra suas prprias capacidades de apreenso da realidade. Ele permite, pois, criana, testar situaes da vida real ao seu nvel de compreenso, sem riscos e com controle prprio. 3.4. O que brincar Normalmente, brincar um ato reconhecido como espontneo e natural, que se constitui, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianas e que passa de gerao a gerao, de acordo com os interesses e necessidades de cada grupo e poca. Rosamilha (apud Salles Oliveira, 1986: p. 19), por exemplo, apresenta, sintetizadas em seis pontos, algumas das principais tendncias sobre o que leva a criana a brincar: 1) as crianas brincam porque tem excesso de energias (Spencer). 2) as crianas brincam porque esse um instinto que as leva a preparar-se para a vida futura (Gross). 3) As crianas brincam porque a hereditariedade e o instinto as levam a recapitular as atividades ancestrais importantes para o indivduo (Stanley Ha 11). 4) as crianas brincam para descarregar suas emoes de forma catrtica (Aristteles, Claparede, Freud e Erikson). 5) as crianas brincam porque e agradvel. O jogo importante pelo seu aspecto hednico (Hurlock e SultonSmith).

6) o brincar um aspecto de todo comportamento. Ele est implcito na assimilao que o indivduo realiza em relao a realidade (Piaget). Pelas definies acima expostas, podemos perceber que h grande dificuldade em se encontrar uma concordncia sobre o que significa o comportamento de brincar. Se, por um lado, para alguns autores, o brincar livre e se ope a toda regra fixa, por outro, podemos questionar as idias dos autores que vem o brincar como meio para descarga de energias, isto , no lhe atribuindo importncia. Parece, pois, que vrios motivos levam a criana a brincar. No , portanto, somente por simples prazer ou para gastar suas energias que as crianas brincam. Existem amplos aspectos que devem ser considerados, no se devendo de forma alguma subestimar esta atividade, que , sem dvida, essencial para o desenvolvimento da criana em idade pr-escolar. De qualquer modo, atravs do brincar que a criana aprende a se preparar para o futuro e para enfrentar direta ou simbolicamente dificuldades do presente. Brincar, alm de ajudar a descarregar o excesso de energias, agradvel, d prazer criana e estimula o desenvolvimento intelectual da mesma. o que nos afirma, por exemplo, Bettelheim (1988): as crianas brincam porque esta uma atividade agradvel e ao brincar a criana exercita tambm a mente, alm do corpo, pois ambos esto envolvidos. O brincar muito importante porque, alm de estimular o desenvolvimento intelectual da criana, ensina, sem for-la, os hbitos necessrios para seu crescimento. De seu lado, Bomtempo (1986) faz um levantamento de como as crianas brincam. Segundo ela, as crianas tm vrias maneiras de brincar, tanto sozinhas, como em grupo. Quando a criana muito pequena, por exemplo, seu mundo, de certo modo, muito restrito; ela no tem condies de brincar com um nmero grande de pessoas; no mximo, com duas ou trs crianas, ou sozinhas. Alm disso, nem sempre ao dividir os brinquedos, as crianas, nessa idade, esto brincando juntas e, sim, muitas vezes, brincam uma ao lado da outra, porm, sem brincar uma com a outra. Ao falar de crianas maiores, a autora coloca que estas j conseguem se organizar em grupos mais amplos e, na maioria das vezes, dividem tarefas, desenvolvendo atividades iguais ou semelhantes. Bandet & Sarazanas (apud Andrade, 1994) tambm mostram preocupao sobre a forma como as crianas brincam e colocam que todos os meios de educao deveriam informar-se sobre este aspecto e sobre os objetos que poderiam ajudar na atividade construtiva da brincadeira. Acrescentam ainda que no se possa conhecer nem educar uma criana sem saber por que e como ela brinca. Cunha (1998), por sua vez, coloca que brincando a criana experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades (p. 9). Acrescenta ainda que brincar um dom natural que contribuir no futuro para o equilbrio do adulto, pois o ato de brincar indispensvel sade fsica, emocional e intelectual da criana. J Wayskop (1995) afirma que a brincadeira precisa perder o carter de jogo e, assim, ganhar confiana para poder mostrar que til ao futuro da criana, para poder ser aceita como atividade infantil. Tambm acrescenta que a atividade do brincar tem sido reconhecida como uma forma mais livre e informal de educao de crianas em idade pr-escolar.

Para Lima (1992), o brincar a combinao da fico com a realidade. Ao brincar, a crianas trabalham com informaes, dados e percepes da realidade, mas na forma de fico. Assim, vo crescendo e incorporando a representao que fazem da sua realidade, dos conhecimentos adquiridos e de seus desejos e sentimentos. Conclui-se, pois, que conhecer a criana, bem como a importncia do brincar e do por que e para que a criana brinca fundamental para ajud-la em seu desenvolvimento, pois, no brincar que a criana aprende modos de se comportar, de reagir, de expressar emoes, de se relacionar. Logo, brincando a criana est aprendendo a criticidade, preparando-se para o futuro. 3.5. Fundamentao Terica Estabelecida caracterizao geral do que o ldico e brinquedoe em que consiste o brincar, passamos agora a enfocar, de maneira mais especfica, a teoria de um dos autores que mais tm contribudo para a compreenso do papel do brinquedo/brincar no desenvolvimento da criana em idade pr-escolar a teoria de Piaget. Como veremos, para esse autor, a criana em idade pr-escolar conhece o mundo atravs do relacionamento que ela estabelece com pessoas e objetos, sendo que deste mundo fazem parte o brinquedo e os jogos, ambos assumindo diferentes modalidades e contribuindo de diferentes formas para o desenvolvimento do pensamento infantil. No entanto, dados os objetivos e limites do presente trabalho, apresentaremos, de forma sinttica, os conceitos bsicos da teoria piagetiana, a caracterizao dos dois primeiros estgios do desenvolvimento cognitivo e, em seguida, faremos uma breve anlise do papel atribudo por Piaget ao brinquedo no desenvolvimento da criana em idade pr-escolar. Cabe ao educador por meio da interveno pedaggica propiciar atividades significativas que levem a uma aprendizagem de sucesso. Para que isso acontea necessrio que o professor reflita sua prtica pedaggica percebendo o aluno mais que um mero executor de tarefa, mas algum que sente prazer em aprender. Ensinar exige a convico de que a mudana possvel e que contribuir significativamente para formao de cidados que atendam as demandas do sculo XXI. De acordo com FREIRE (1996, p.67) Saber que deve respeito autonomia e identidade do educando exige de mim uma prtica em tudo coerente. Palavras que levam a refletir sobre a importncia de uma prtica pedaggica voltada a valorizao e respeito da individualidade do aluno. Mas a preocupao com uma educao significativa, atualizada e que respeite o aluno, no comeou hoje. Podemos perceber isso claramente atravs das palavras de FREINET (1975, p.38) o professor deve ter sensibilidade de atualizar a sua prtica. O autor com essas colocaes chama o professor a pensar sobre sua prtica visualizando a necessidade de uma constante atualizao. Reflexo essa que o autor e tambm educador j fazia nos anos vinte do sculo passado, propondo uma mudana na escola que considera terica demais.

Fazendo inclusive sugestes como o uso de: jogos pedaggicos, trabalho em grupo, aulas passeio, jornal escolar, entre outras. Defendia ainda a idia de que a escola deveria ser um lugar bastante alegre com atividades prazerosas, como a brincadeira, por exemplo, sobre o qual nos fala WINNICOTT (1975, p32) A criana brinca para buscar prazer, para controlar ansiedade, para estabelecer contatos sociais, para realizar a integrao da personalidade, por fim para comunicar-se com as pessoas. Considerando as palavras do autor, vemos que o ato de brincar para criana mais que uma atividade ldica, representa um meio riqussimo de expresso. E com base no Referencial Curricular Nacional Para Educao Infantil: A interveno intencional baseada na observao das brincadeiras das crianas oferecendo-lhe material adequado, assim como espao estruturado para brincar permite o enriquecimento das competncias imaginativas, criativas e organizacional. (1998 V1, p.29). Mas para que isso ocorra o professor precisa ter sensibilidade ao intervir permitindo que as crianas possam elaborar atravs da brincadeira de forma pessoal e independente, suas emoes, sentimentos, conhecimentos e regras. E o brincar uma das atividades fundamentais da criana. Atravs da brincadeira ela fala, elabora seus sentidos, busca compreender o mundo. De acordo com OLIVEIRA (1995, p.36) No brinquedo a criana comporta-se de forma mais avanada do que nas atividades da vida real e tambm aprende; objeto e significado. Ou seja, a brincadeira possibilita a ao com significados, alm disso, as situaes imaginrias fazem com que as crianas sigam regras, pois cada faz-de-conta supe comportamentos prprios da situao, ao brincar com um tijolinho de madeira como se fosse um carrinho por exemplo, ela se relaciona como o significado em questo (a idia de carro) e no com o objeto concreto que tem nas mos. Para Vigotsky, A criana aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social, psicolgico. (1979, p.45) Percebemos atravs das palavras do autor importncia da brincadeira na vida da criana e a necessidade que a criana tem de ser respeitada enquanto brinca, pois seu mundo mutante e esta em permanente oscilao entre fantasia e realidade. E a infncia tempo de brincar, est uma verdade que no se pode mudar. Para o adulto, o jogo e a brincadeira so atividades para as horas de lazer, um passatempo. Para as crianas algo muito srio, que permite dar asas a imaginao, permitindo descobrirem a si mesmos e ao mundo. Se estudarmos a histria do jogo, veremos que sua importncia foi reconhecida em todos os tempos, como nos cita PIAGET (1978, p.47) O indivduo, seja criana ou adulto, revive no jogo a maioria das atividades pelas quais passou a espcie, em sua metdica evoluo, durante milnios. Desse modo vemos a importncia do jogo na vida da criana, sendo o mesmo, uma atividade construda socialmente e culturalmente. uma forma de a criana entrar em contato com a cultura. Segundo PIAGET (1978, p.29), os jogos de regra so: a atividade ldica do ser socializado.

Ou seja, atravs dos jogos de regras, a criana assimila a necessidade de cumprimento das leis da sociedade e das leis morais. E principalmente na escola, que a criana comea a incorporar regras de conduta, a se socializar, entrando em contato com uma aprendizagem mais sistematizada, mas preciso que a escola se apresente a criana no como um bicho papo, mas um lugar prazeroso e importante. Pois de acordo com KISHIMOTO (1994, p. 134) O brinquedo, o jogo, o aspecto ldico e prazeroso que existem nos processos de ensinar e aprender no se encaixam nas concepes tradicionalistas da educao. A escola um espao que deve promover o desenvolvimento da criana, promover uma aprendizagem significativa, mas esta no precisa ser forada, pode ocorrer atravs do prazer e da alegria que os jogos e brincadeiras proporcionam. E, ainda, sobre a importncia do jogo, nos fala Vygotsky: na atividade de jogo que a criana desenvolve o seu conhecimento do mundo adulto e tambm nela que surgem os primeiros sinais de uma capacidade especificamente humana, a capacidade de imaginar (). Brincando a criana cria situaes fictcias, transformando com algumas aes o significado de alguns objetos. (1991, p.122). Desse modo a criana envolve-se em um mundo ilusrio nos quais todos os desejos so realizveis, desenvolvendo atravs do brinquedo sua imaginao, onde atravs da fantasia um simples pedao de pau transforma-se de acordo com seu desejo. A criana cria um mundo de papis e relaes sociais. E assim, os jogos despertam na criana interesse e atrao, onde ao mesmo tempo em que, participam com prazer desfrutam da oportunidade que eles lhes oferecem para o seu desenvolvimento. Enfim, atravs da brincadeira e do jogo, a criana aprende a lidar com o mundo, formando sua personalidade, vivenciando sentimentos como amor e medo. No jogo a criana se coloca em movimento num universo simblico, projetando-se no mundo ao seu redor. A escola ao valorizar o ldico, estendendo-o tambm ao ato pedaggico, ajuda s crianas a formarem um bom conceito de mundo, um mundo onde a afetividade acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos da criana respeitados. 3.6. Procedimentos Metodolgicos A ao fsica a primeira forma de aprendizagem da criana, estando motricidade ligada atividade mental, a criana se movimenta pelo prazer do exerccio para adquirir maior mobilidade e explorar o meio ambiente. Toda a ao humana envolve atividade corporal, a criana movimenta-se nas aes do cotidiano: brincar, correr, saltar e danar, so algumas das atividades que esto ligadas a sua necessidade de experimentar o corpo no s para o seu domnio, mas na construo da sua autonomia. Lembrando que o jogo, a brincadeira e a diverso fazem parte deste maravilhoso mundo do movimento e estaro presentes nas mais diversas atividades aqui propostas, as quais sero permeadas pela ludicidade e a busca constante do envolvimento de todas as crianas. Ressaltando que o trabalho com jogos e brincadeiras sem dvida, um grande avano para superao de uma prtica desestimulante e esttica.

O professor que v nas atividades ldicas um recurso valioso para a aprendizagem de seu aluno, com certeza ter seus objetivos alcanados com maior xito. 4. CAPTULO II 4.1. A educao infantil e seu desenvolvimento por meio da utilizao dos jogos ldicos A educao infantil divide-se em vrias etapas, de acordo com a faixa etria da criana. O ldico nosso companheiro dirio, j que desse modo s crianas se conhecem e se expressam melhor, adquirindo conhecimentos, conhecendo limites de maneira agradvel e saudvel. As atividades realizadas so proporcionadas de forma ldica: jogos, brincadeiras, expresso corporal, que promovem o desenvolvimento motor e scio-afetivo das crianas. Enfatizamos os jogos na rea do conhecimento lgico-matemtico, e preservao na rea de cincias. No que corresponde faixa etria de cinco anos, procuramos dar maior nfase ao desenvolvimento motor, atravs das tcnicas de recorte, colagem, dobradura, movimento de pina e modelagem, por meio de jogos de equilbrio e direo. Desta forma, procuramos converter a maior parte das atividades dirias da criana em jogos motores e ldicos. J no Pr-escolar, o objetivo acompanhar a evoluo emocional de cada criana atravs da criatividade individual e integrao com as demais, oferecendo ambientes para que ela possa descobrir e realizar tarefas com prazer e alegria. Convm relembrar que o carter ldico nas brincadeiras, jogos e atividades infantis so essenciais para o desenvolvimento da personalidade das crianas. Assim como os jogos, a prtica esportiva assume um a importncia fundamental no processo da sociabilidade infantil. Segundo Cozac psiclogo do esporte: [...] a atividade esportiva, seja ela apenas um exerccio ou uma modalidade esportiva onde haja competio, deve ser feita com amor e dedicao. Este ponto unanimidade na maioria das crianas. Infelizmente, visvel apenas, no olhar das crianas. Poucos pais possibilitam a seus filhos uma escolha livre do esporte/exerccio que iro praticar (COZAC, 2001,p16). Ento o que fazer, efetivamente, para no pressionar a criana na escolha do esporte ou dos jogos adequados? Cozac alerta para o fato de que muitas vezes, as crianas so obrigadas a fazer esse ou aquele esporte por desejo dos pais. Os pais devem dar liberdade mxima para a escolha do esporte que seus filhos queiram desenvolver. As crianas j vivenciam muitas cobranas na rotina de suas vidas: so cobradas na escola pelos professores; em casa, por seus pais; na expectativa social de gerarem uma sociedade mais justa. Os jogos acabam sendo uma importante vlvula no exerccio da liberdade e auto-descoberta infantil (Cozac, 2001, p.31). Sendo assim o jogo ldico uma atividade que tem valor educacional intrnseco. Jogar educa, assim como viver educa: sempre sobra alguma coisa. A utilizao de jogos educativos no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, entre elas:

O jogo um impulso natural da criana funcionando assim como um grande motivador;

A criana atravs do jogo obtm prazer e realiza um esforo espontneo e voluntrio para atingir o objetivo do jogo; O jogo mobiliza esquemas mentais: estimula o pensamento, a ordenao de tempo e espao; O jogo integra vrias dimenses da personalidade: afetiva, social, motora e cognitiva; O jogo favorece a aquisio de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades como coordenao, destreza, rapidez, fora, concentrao, etc. A participao em jogos contribui para a formao de atitudes sociais: respeito mtuo, cooperao, obedincia s regras, senso de responsabilidade, senso de justia, iniciativa pessoal e grupal. O jogo o vnculo que une a vontade e o prazer durante a realizao de uma atividade. O ensino utilizando meios ldicos cria ambientes gratificantes e atraentes servindo como estmulo para o desenvolvimento integral da criana. 4.2. Objetivos no Desenvolvimento dos Jogos Ldicos com Alunos da Educao Infantil:

Difundir os conhecimentos existentes sobre ambientes e programas de tempo livre entre os profissionais de planejamento e polticos. Tomar medidas para permitir que as crianas se movimentem em segurana na comunidade, favorecendo um melhor ordenamento do trfego e uma melhoria dos transportes pblicos. Aumentar a conscincia da grande vulnerabilidade das crianas que vivem em favelas, apartamentos e espaos deteriorados. Encorajar cada vez maior nmero de pessoas de diversas formaes e nveis etrios a ocuparem-se das crianas. Encorajar o uso e a conservao de jogos tradicionais. Por termo explorao das brincadeiras infantis atravs da manipulao da publicidade, acabar com a produo e a venda de brinquedos de guerra de jogos violentos de destruio. Proporcionar a todas as crianas bons materiais ldicos, sobretudo para as que tm necessidades especiais, atravs da pesquisa e cooperao com servios da comunidade como grupos de animao para crianas em idade pr-escolar, bibliotecas e veculos de animao itinerantes de brinquedos. Se o objetivo formar professores que vo educar crianas de 0 a 6 anos, em escolas temos que questionar como crianas dessas faixas etrias aprendem, se desenvolvem e se socializam. pelo contato com brinquedos e materiais concretos ou pedaggicos que se estimulam s primeiras conversas, as trocas de idias, os contatos com parceiros, o imaginrio infantil, a explorao e a descoberta de relaes. Portanto, estudar o brinquedo e o material pedaggico essencial para a formao docente. Partindo do pressuposto de que brincando que a criana ordena o mundo a sua volta, assimilando experincias e informaes, interessei-me pelas atividades ldicas e seus valores, tambm sua aplicao na rea educacional. Portanto, acredita-se que atravs do uso dos jogos que poderemos introduzir os educandos e estimular e seu desenvolvimento lgico, definido, fazendo relaes, concluindo e concretizando de forma agradvel e interessante. Para Vygotsky (1994, p.56) [...] o jogo traz oportunidade para o preenchimento de necessidades irrealizveis e tambm a possibilidade para exercitar-se no domnio do simbolismo. A razo fundamental prende-se com a atualidade da teoria do desenvolvimento cognitivo de Vygotsky (1994, p.58), autor que tem sido bastante referido nos cursos e disciplinas de Educao, focando-se, no

entanto, essencialmente os aspectos da sua teoria que se centram no desenvolvimento e na aprendizagem da criana em idade escolar. Para compreender a importncia que Vygotsky atribui ao jogo em relao criana precisamos esclarecer idias a propsito da sua teoria de que o desenvolvimento cognitivo resulta na interao entre a criana e as pessoas com quem mantm contatos regulares. Diz ele que a adaptao da criana bastante mais ativa e menos determinista (SUTHERLAND apud Vygotsky, 1996), ou seja, Vygotsky deu maior nfase cultura do que herana biolgica para o desenvolvimento cognitivo. No processo de socializao para a respectiva cultura, as crianas aprendem coisas que constituem as caractersticas comuns da sua cultura, por exemplo: mitos, contos de fadas, canes e historia. As ferramentas integram uma arte extremamente importante de uma cultura, a criana precisa de ir conhecendo as ferramentas fundamentais para a nossa cultura [...] (SUTHERLAND, 1996, p. 78). O conceito central da teoria de Vygotsky o de Zona de Desenvolvimento Proximal, e o autor define como a discrepncia entre o desenvolvimento atual da criana e o nvel que atinge quando resolve problemas com auxlio. Partindo deste pressuposto considera-se que todas as crianas podem fazer mais do que o conseguiriam fazer por si ss. No desenvolvimento a imitao e o ensino desempenham um papel de primeira importncia. Pem em evidncia as qualidades especificamente humanas do crebro e conduzem a criana a atingir novos nveis de desenvolvimento. A criana far amanh sozinha aquilo que hoje capaz de fazer em cooperao. Por conseguinte, o nico tipo correto de pedagogia aquele que segue em avano relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo no as funes maduras, mas as funes em vias de maturao (VYGOTSKY, 1979, p. 138). Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam o conceito de Zona do Desenvolvimento Proximal fazem referncia criana em idade escolar, no entanto isto no significa que o autor considere que este conceito seja apenas aplicvel em idade escolar e em conseqncia do papel exercido pelas aprendizagens formais. O autor reala igualmente o papel do jogo da criana na medida em que este possibilita a criao de uma Zona de Desenvolvimento Proximal. Baquero sintetiza em trs pontos fundamentais o que h de comum entre a atividade de jogo e as situaes escolares de aprendizagem: a presena de uma situao ou cenrio imaginrio; a presena de regras de comportamento; a definio social da situao. Porm, o autor esclarece que Vygotsky (1979) distingue no jogo a sua amplitude. Ainda que se possa comparar a relao brincadeira-desenvolvimento relao instruodesenvolvimento, a brincadeira proporciona um campo muito mais amplo para as mudanas quanto a necessidades e conscincia (VYGOTSKY in BAQUERO, 1998, p. 103). No o carter espontneo do jogo que o torna uma atividade de vanguarda no desenvolvimento da criana, mas sim o duplo jogo que existe entre exercitar no plano imaginativo capacidades de planejar, imaginar situaes, representar papis e situaes quotidianas; e o carter social das situaes ldicas, os seus contedos, e a regra inerente situao.

A ludicidade faz a criana criar uma situao ilusria e imaginria, como forma de satisfazer seus desejos no realizveis. A criana brinca pela necessidade de agir em relao ao mundo mais amplo dos adultos e no apenas ao universo dos objetos a que ela tem acesso. No brinquedo como se ela fosse maior do que na realidade. Mesmo havendo uma significativa distncia entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuao no mundo imaginrio e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento. ( VYGOTSKY, 1991, p.74. Em sntese, a regra e a situao imaginria caracterizam o conceito de jogo infantil em Vygotsky (1991): Tal como a situao imaginria tem de ter regras de comportamento tambm todo o jogo com regras contm uma situao imaginria (VYGOTSKY, 1991, p.36). Como afirma Palangana (1994), as concepes de Vigotsky e Piaget quanto ao papel do jogo no desenvolvimento cognitivo diferem radicalmente. Para Piaget (1975) no jogo prepondera a assimilao, ou seja, a criana assimila no jogo o que percebe da realidade s estruturas que j construiu e neste sentido o jogo no determinante nas modificaes das estruturas. Para Vygotsky o jogo proporciona alterao das estruturas. Por ltimo importa referir que existe outra idia fundamental em Vygotsky (1979) relativamente ao jogo que se relaciona com o papel que o autor atribui imaginao, um dos pontos em que, em nossa opinio, a discrepncia entre o autor e Piaget mais se acentua. Haver dois tipos fundamentais de conduta humana que constituem a plasticidade do nosso crebro: atividade reprodutora, em estreita relao com a memria; atividade criadora e combinatria, em estreita relao com a imaginao. Ora, a relao entre o jogo e o desenvolvimento cognitivo na criana deve tambm procurar se na relao entre o jogo e a atividade combinatria do crebro, a essncia da criatividade. Segundo Vygotsky (1979), uma das questes mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito criatividade das crianas, o seu desenvolvimento e a importncia do trabalho criador para a evoluo e maturao da criana. Como este afirma, os processos de criao so observveis, sobretudo nos jogos da criana, porque no jogo a criana representa e produz muito mais do que aquilo que viu. Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criana desempenha a imitao, com muita freqncia estes jogos so apenas um eco do que as crianas viram e escutaram aos adultos, no obstante estes elementos da sua experincia anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criana no uma recordao simples do vivido, mas sim a transformao criadora das impresses para a formao de uma nova realidade que responda s exigncias e inclinaes da prpria criana (VYGOTSKY, 1979, p. 12). Esta idia de transformao criadora completamente diferente da idia de Piaget de assimilao do real ao eu. Tanto em Vygotsky como em Piaget se fala numa transformao do real por exigncia das necessidades da criana, mas enquanto que em Piaget (1975) a imaginao da criana no mais do que atividade deformante da realidade, em Vygotsky a criana cria (desenvolve o comportamento

combinatrio) a partir do que conhece das oportunidades do meio e em funo das suas necessidades e preferncias. Na concepo de Vygotsky (1979), o que a criana v e escuta (impresses percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criao, ela acumula material com o qual depois estrutura a sua fantasia que progride num complexo processo de transformao em que jogam a dissociao e a associao como principais componentes do processo. Toda a impresso representa um todo complexo composto por um conjunto de partes diferentes e a dissociao consiste na diviso dessas partes, das quais se destacam apenas algumas atravs de um processo de comparao entre elas. Para unir posteriormente os diferentes elementos o homem tem de romper com a relao natural em que os elementos foram percebidos. Para Vygotsky (1979) a imaginao depende da experincia, das necessidades e dos interesses, assim como da capacidade combinatria e do exerccio contido nessa atividade e no podemos reduzir a imaginao s necessidades e sentimentos do homem. 5. CAPTULO III

5.1. O jogo no processo de ensino e aprendizagem O ato de jogar to antigo quanto o prprio homem, na verdade o jogo faz parte da essncia de ser dos mamferos. O jogo necessrio ao nosso processo de desenvolvimento, tem uma funo vital para o indivduo principalmente como forma de assimilao da realidade, alm de ser culturalmente til para a sociedade como expresso de ideais comunitrios. Na concepo piagetiana, os jogos consistem numa simples assimilao funcional, num exerccio das aes individuais j aprendidas gerando ainda um sentimento de prazer pela ao ldica em si e pelo domnio sobre as aes. Portanto, os jogos tm dupla funo: consolidar os esquemas j formados e dar prazer ou equilbrio emocional a criana (PIAGET apud FARIA, 1995). Segundo Vygotsky (1991), o ldico influencia enormemente o desenvolvimento da criana. atravs do jogo que a criana aprende a agir, sua curiosidade estimulada, adquire iniciativa e autoconfiana, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentrao. Passerino (1996) afirma que existem certos elementos que caracterizam os diversos tipos de jogos e que podem ser resumidas assim:

Capacidade de absorver o participante de maneira intensa e total (clima de entusiasmo, sentimento de exaltao e tenso seguidos por um estado de alegria e distenso), ou seja, envolvimento emocional. Atmosfera de espontaneidade e criatividade. Limitao de tempo: o jogo tem um estado inicial, um meio e um fim. Isto , tem um carter dinmico. Possibilidade de repetio. Limitao do espao: o espao reservado seja qual for a forma que assuma como um mundo temporrio e fantstico. Existncia de regras: cada jogo se processa de acordo com certas regras que determinam o que vale ou no dentro do mundo imaginrio do jogo. O que auxilia no processo de integrao social das crianas. Estimulao da imaginao, auto-afirmao e autonomia. 5.2. Pontos bsicos da Teoria de Piaget

Segundo Piaget, o desenvolvimento do indivduo se faz ao longo de um processo gradual, dinmico e contnuo, de forma integrada com os aspectos cognitivo, afetivo, fsico-motor, moral, lingstico e social. Para este autor, o que possibilita o desenvolvimento a interao do sujeito com o seu meio, ou seja, na interao sujeito-objeto (meio) que vo sendo assimiladas determinadas informaes, segundo o estgio de desenvolvimento cognitivo em que este sujeito se encontra. Face-a este postulado, o desenvolvimento , pois, conseqente de combinaes entre o que o organismo traz e as circunstncias oferecidas pelo meio. Em sua constituio, vrios fatores interatuam e se entrelaam de forma dinmica e contnua: 1) a maturao, que seria o crescimento biolgico dos rgos; 2) os exerccios, experincias que supem o funcionamento dos esquemas e rgos que implicam a formao de hbitos e a utilizao das possibilidades adaptativas do indivduo em relao dos objetos do meio; 3) a aprendizagem social, que significa a aquisio de valores, linguagens, costumes e padres culturais, que decorrem da interao social, j que atravs desta que se realiza a transmisso social; e 4)-a equilibrao, que se constitui no processo de auto-regulao interna do organismo, ou seja, na busca sucessiva de reequilbrio aps cada desequilbrio. Em relao a cada um destes fatores, de acordo com Wadsworth (1992), pode-se dizer o seguinte: A maturao um aspecto intrnseco ao indivduo e desempenha papel importante tambm em seu desenvolvimento cognitivo, uma vez que este se constitui a partir das transformaes ocorridas nos esquemas com os quais a criana nasce. Tais esquemas so estruturas, inicialmente de natureza reflexa, que se adaptam e se modificam com o desenvolvimento mental. Ao nascer, a criana possui poucos esquemas. Com o seu desenvolvimento, os esquemas se transformam, tornam-se mais diferenciados, mais numerosos. O meio fsico conhecido e conquistado atravs das experincias que a criana realiza, as quais podem ser de ordem fsica e lgico-matemtica. Atravs da experincia fsica, a criana capaz de extrair informaes dos objetos, como: forma, peso, tamanho, etc.. J a experincia lgico-matemtica est relacionada s aes sobre os objetos. A criana baseia-se no mais nas caractersticas fsicas dos objetos, mas nas propriedades das aes que foram exercidas sobre eles. Como exemplo, poderamos citar uma criana que ao brincar com blocos, de repente, resolve separar os blocos pequenos dos grandes para brincar. Mas, ao terminar de selecion-los, conta-os e descobre a quantia dos mesmos. E, assim, brincando, faz outras descobertas, ultrapassando o conhecimento do objeto utilizado e estabelecendo descobertas em torno do mesmo. Em relao ao ambiente social, a criana ir perceber inmeras situaes ocorridas em relao s pessoas, objetos e a si prpria. Nessas situaes, ocorrem interferncias da criana, que podero resultar em diferentes tipos de interao. Contudo, tanto as influncias sociais, quanto a experincia, s podem ter efeito sobre o sujeito se ele for capaz de assimil-las, isto , se o indivduo for capaz de relacionar essas novas experincias com as adquiridas anteriormente. Por fim, a equilibrao entendida no sentido mais amplo da auto-regulao ou seqncia de compensaes ativas do sujeito em resposta s perturbaes exteriores.

O fator de equilibrao extremamente importante no processo de desenvolvimento. Quando o indivduo est em equilbrio, ele atinge o conhecimento. O equilbrio , portanto, um estado de balano entre assimilao e acomodao. Estes dois processos, a assimilao e a acomodao, so os responsveis pela adaptao do sujeito ao mundo. So processos distintos, porm, indissociveis. Vejamos em que eles consistem. Na assimilao, o sujeito age sobre os objetos que o rodeiam, aplicando esquemas j constitudos ou solicitados anteriormente. Ou seja, a assimilao a tendncia a relacionar um novo acontecimento com uma idia que a criana j possui. Ela acontece sem interferir no conhecimento, no havendo, portanto, modificao do mesmo. J a acomodao representa o momento da ao do objeto sobre o sujeito. Ao contrrio da assimilao, a acomodao exige mudanas no nvel das idias. A criana muda suas idias prprias para que possam coincidir com um novo acontecimento. A assimilao/acomodao apresenta-se como suporte para o restabelecimento do equilbrio. No como volta ao equilbrio anterior, mas como um novo equilbrio, sendo esse de nvel superior e que se constituir em um novo ponto de partida para novos conhecimentos. Segundo Piaget (1982), a inteligncia , pois, o resultado da experincia do indivduo, e atravs da experincia (como ao e movimento) que o indivduo incorpora o mundo exterior e o vai transformando ao longo de sua vida. Para que haja, portanto, o desenvolvimento da inteligncia, Piaget admite a necessidade de o indivduo se adaptar ao meio e, a partir do contato com o mesmo, garantir a construo do seu prprio pensamento, do ato de conhecer. Conhecer significa, portanto, para este autor, organizar, estruturar, explicar o real a partir das experincias vividas. E modificar, transformar o objeto, compreender o mecanismo de sua transformao e, conseqentemente, o caminho pelo qual o objeto construdo. 5.3. Caracterizao dos estgios do desenvolvimento cognitivo Segundo Wadsworth (1992), Piaget definiu o desenvolvimento como um processo contnuo, no decorrer do qual ocorrem mudanas graduais, sendo atravs destas mudanas que os esquemas so modificados continuamente. Assim, com o propsito de explicar o crescimento cognitivo, Piaget dividiu o desenvolvimento intelectual em quatro grandes estgios: o sensrio-motor; o pr-operacional; o das operaes concretas e o das operaes formais. O primeiro e