fascículo biologia

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DIVERSIDADE ANIMAL, VEGETAL E DOS FUNGOS E A FÍSICO-QUÍMICA

DAS CÉLULAS

Jeane M. Fogaça de Assis Barreto

Lúrnio Antônio Dias Ferreira

Lenicy Lucas de Miranda Cerqueira

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Cuiabá , 2011

LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA - UAB - UFMT

D i v e r s i Da D e an i m a l , ve g e ta l e D o s Fu n g o s e a Fí s i co - Q u í m i c a Da s cé lu l a s

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Instituto de FísicaAv. Fernando Correa da Costa, s/nº

Campus UniversitárioCuiabá, MT - CEP.: 78060-900

Tel.: (65) 3615-8737www.fisica.ufmt.br/ead

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Autores

Lenic y Lucas de M iranda Cerqueira

Jeane M . Fogaça de A ssis Barreto

Lúrnio Antônio D ias Ferreira

D i v e r s i Da D e an i m a l , ve g e ta l e D o s Fu n g o s e a Fí s i co - Q u í m i c a Da s cé lu l a s

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Corpo Editorial

• DeniseVargas• CarlosRinaldi• IramaiaJorgeCabraldePaulo• MariaLuciaCavalliNeder

ProjetoGráfico:PauLo H. Z. Arruda / Eduardo H. Z. Arruda / Everton Botan Revisão:Denise Vargas Secretária(o):Neuza Maria Jorge Cabral / Felipe Fortes

C o P y R I g h T © 2011 UAB

FICHA CATALOGRÁFICA

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s u m á r i o

i X

1. D i v e r s i D a D e B i o l ó g i c a

2 . c r i t é r i o s D e c l a s s i F i c a ç ã o D a B i o D i v e r s i D a D e

3. r e i n o Fu n g i

4. r e i n o P l a n ta e

5. r e i n o a n i m a l i a

6. i n t e r a ç õ e s e c o l ó g i c a s

7. c a r a c t e r í s t i c a s Fí s i c o - Q u í m i c a s D a c é l u l a

r e F e r ê n c i a s B i B l i o g r á F i c a s

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D i v e r s i D a D e B i o l ó g i c a

1“Dificilmente qualquer aspecto da vida é mais característico que sua quase

ilimitada diversidade. Não existem dois indivíduos, nas populações sexualmente reproduzíveis, que sejam iguais, nem duas populações da mesma espécie, nem duas espécies, nem dois táxons superiores, nem quaisquer associações, e assim

ad infinitum. Para qualquer lado que olhamos, encontramos a singularidade, e a singularidade acarreta a diversidade.” (Mayr, 1988, p. 161).

Figura 1 – Biodiversidade.

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ando sequência ao tema biodiversidade, lem-bramos que uma das mais evidentes caracterís-

ticas da vida é sua variabilidade. Tal variabilidade mani-festa-se através de diferenças entre indivíduos e ocorre em vários níveis hierárquicos (espécies, gêneros, famílias...). Todos esses tipos de diferenças são englobados pelo con-ceito de biodiversidade, que refere-se a variedade de vida no planeta, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora (plantas e algas macroscópicas), da fauna (animais), de fungos macroscópicos e de microorganismos (bactérias, protozoários, fungos unicelulares e algas unicelulares). Neste fascículo vamos nos dedicar ao conhecimento da biodiversidade nos Reinos Plantae, Fungi e Animalia.

A palavra biodiversidade originou-se da contração da expressão “biological diversity” (Wilson & Peter 1988) e foi adotada por Huston (1994) englobando todos os níveis de variação natural, do nível molecular e genético até o nível de espécies.

on De está a i m Po r tância Do co nheci m ento so Br e a Bio Diver siDaDe?

Apesar da biodiversidade ser uma das maiores riquezas do planeta, ainda é a menos reconhecida como tal (Wilson, 1992). Nós, seres humanos, dependemos da biodiversidade para nossa sobrevivência. Nosso alimento, remédios, matéria-prima in-dustrial, são produtos oriundos dessa biodiversidade, sem esquecer que somos parte dela.

Figura 2 – Biodiversidade.Fonte: http://watchmojo.com/Blogs/images/ world-hands.jpg

D

a m P l i a n D o s e u c o n h e c i m e n t o

Cerca de 20% da biodiversidade do mundo está no Brasil (WWFBrasil, 2010).

l i n k s Pa r a c o n s u lta :• WWFBrasil. Disponível em http://www.wwfbrasil.com.br• IBAMA. Disponível em http://www.ibama.br

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estudo da diversidade biológica teve início na Grécia Antiga com Aristóteles, onde todos os organismos eram agrupados em um sistema de classificação. Nesse sistema, os organismos eram agru-

pados de acordo com características gerais que não indicavam nenhuma relação evolutiva entre os organismos. Em 1735, Lineu propôs um novo sistema de classificação da diversidade biológica, mas essa proposta também não indicava nenhuma relação de parentesco entre os organismos. Com a publicação da Teoria da Evolução através da Seleção Natural de Darwin, modificações tiveram de ser realizadas nos sistemas de classificação dos seres vivos. A partir da compreensão dos processos da evolução, a classificação dos organismos passou a ter um enfoque evolutivo (FERREIRA, et.al., 2008).

Os cientistas estimam que pelo menos 3 milhões e, talvez 30 milhões, de espécies de organismos vivos existam hoje. O esforço para discernir ordem nesta incrível variedade deu origem a sistemática, a classificação do mundo vivo.

As opiniões em relação aos reinos da vida começaram a mudar na década de 1960, principalmente devido ao conhecimento obtido pelas novas técnicas bioquímicas e da microscopia eletrônica. Um siste-ma de 5 reinos (plantas, animais, fungos, protoctistas e bactérias), primeiramente proposto por Robert Whittaker em 1959 e baseado no trabalho anterior de Copeland de 4 reinos (plantas, animais, protoctistas e bactérias) tem consistentemente se sustentado por mais de 3 décadas. Com algumas modificações pro-

cr i t é r i o s D e cl a s s i F i c a ç ã o D a B i o D i v e r s i D a D e

2

Em 1973 Dobzhansky escreveu uma das mais célebres frases da Biologia: “Nothing in Biology makes sense except in the light of evolution”

(“Nada na Biologia faz sentido exceto sob a luz da evolução”).

OQ u a l a r e l a ç ã o e n t r e a B i o D i v e r s i D a D e e a e v o l u ç ã o?

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vocadas por dados mais recentes, o sistema de Whittaker é o usado por Margulis & Schwartz (2001).

A sequência molecular dos ácidos nucleicos provocou um enorme ganho para nossa compreensão durante esses últimos 15 anos. O sistema proposto por Margulis & Schwartz (2001) apresenta cinco grandes reinos de vida divididos em dois grandes do-mínios ou super-reinos, o Prokarya com a sua arquitetura celular simples, com ausência de núcleo e outras organelas formando o reino Bacteria versus o Eukarya, composto de células, mais complexas e incluindo os outros quatro reinos: o Protoctista, Animalia, Fungi e Plantae (Figura 3). Neste fascículo vamos nos dedicar ao conhecimento da biodiversidade nos Reinos Plantae, Fungi e Animalia do Domínio Eucarya.

Q u e r s a B e r m a i s? Acesse http://www.youtube.com/watch?v=iKjia22oZog e veja um vídeo sobre

biodiversidade ou http://www.youtube.com/watch?v=HVZL__cqZo8, para ver um vídeo produzido pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP).

Figura 3 – domínios prokarya e eukarya e os cinco reinos. Fonte: Biologia – césar e sezar, editora saraiva

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r e i n o Fu n g i

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o discutirmos o Reino Fungi estaremos nos referindo a diversas situações do nosso cotidiano, pois nesse reino encontramos uma diversidade de organismos com uma potencialidade reprodu-

tiva intensa que os fazem presentes em praticamente tudo que nos rodeia. Os fungos podem ser encontra-dos em qualquer ecossistema do planeta, principalmente os terrestres e os aquáticos de águas continentais e em muito menor número em águas marinhas. Embora, às vezes sejam prejudiciais aos organismos vivos, outras vezes são fundamentais para existência dos mesmos. Além disso, a peculiaridade de sua atividade celular propicia que, de diferentes formas, o homem utilize suas propriedades em benefício da vida.

Q u a i s s ã o o s i n D i v í D u o s Q u e s e e n c o n t r a m n e s t e r e i n o?

Os indivíduos do Reino Fungi foram por muito tempo classificados dentro do Reino Plantae. No en-tanto, sabemos hoje que esses organismos não se encaixam no Reino Plantae por possuírem características do Reino animal, como cé-lulas heterotróficas e presença de quitina (uma proteína animal), ausência de clorofila e presença de glicogênio como substância de reserva. Dessa forma, desde 1969 esse grupo de organismos é reconhecido como um segmento a parte (Figura 4).

Os fungos são encontrados nas seguintes formas básicas: Filamentosa e Leveduriforme. A forma filamentosa é repre-sentada pelos bolores (figura 5), são caracterizados por apre-sentarem micélios, tipo de tecido específico do grupo, consti-tuído por unidades filamentosas denominadas, hifas, com uma

A

Figura 4 – Fungos em um tronco de árvore.

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apresentação aveludada, algodoada ou pulverulenta. Os cogumelos, apresentam uma organização bastante específica dos seus micélios, são corpos de frutificação de deter-minados grupos. Já as leveduras (figura 6) se apresentam predominantemente na forma unicelular e de forma pastosa.

Figura 5 – Bolores. Fonte: http://Br.olhares.com/ Bolores_Foto1537475.html

Figura 6 – leveduras. Fonte: http://www.amBientenet.eng.Br/

Fotos.html

co m o s ã o a s h i Fa s?

va m o s e n t e n D e r m e l h o r o m i c é l i o , o u s e j a , c o m o s e a P r e s e n ta e s s e c o n j u n t o D e h i Fa s?

Estamos em contato com diversos tipos de fungos a todo momento. A forma mais fácil de reconhecê-los é pelo micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo, o micélio aéreo. Quem de nós não percebeu que quando um alimento estra-ga, começa a apresentar manchas que vão crescendo com o tempo, ou não se deparou com determinadas superfícies mofadas, principalmente quando em desuso, também alguns já observaram em regiões bastante úmidas, a presença de orelhas de pau, e as

Fi g u ra 7 – ti p o s d e hi Fa s. Fo n t e: h t t p://w w w.p o rta l-

s ao F ra n c i s co.co m.B r/a lFa/F u n g o s/i m ag en s/h i Fa s.j p g

As hifas são filamentos celulares septa-dos, ou seja, separados por divisórias, ou ce-nocíticas, não septadas. Monocarióticas (com apenas um núcleo) ou dicarióticas (possuem dois núcleos) quando septadas, e multinucle-adas quando cenocíticas.

CENoCíTICA

DICARIóTICA

MoNoCARIóTICA

SEPTA

DA

S

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casinhas de sapo (cogumelo), já ouviram falar? Pois é, a grande maioria dessas estruturas observadas são micélios aéreos, muitas vezes é possível perceber regiões que se diferenciam em corpos de frutificação, são os micélios reprodutivos (orelha de pau e casinha de sapo). A estrutura do fungo ainda é composta pela porção contida no substrato, que muitas vezes são muito maiores que a porção aérea. Esse micélio que se desenvolve no interior do substrato fornecendo elemento de sustentação e absorção de nutrientes, é denominado de micélio vegetativo (figura 8).

Ao identificar a estrutura desses organismos podemos per-ceber que para se desenvolver, os fungos necessitam de matéria orgânica. Onde há vida ou seu produto, podemos encontrá-los. Eles se alimentam por meio da absorção direta dos nutrientes que se dissolvem com as enzimas que secretam. Junto com as bactérias são responsáveis pela decomposição de qualquer maté-ria orgânica. Por um lado essa é a grande vantagem de conviver-mos com esses organismos a nossa volta, pois essa decomposição é fundamental para a ciclagem de nutrientes nos ecossistemas. Por outro lado, alguns organismos são parasitas e causam diver-sas doenças e prejuízos na Natureza. Outros fungos ainda, vi-vem em simbiose com as algas formando estruturas conhecidas como líquens (ver “interações ecológicas”).

vejamos como estão DistriBuíDos os organismos Do reino Fungi

Segundo Margulis & Schwartz (2001), a sistemática molecular justifica a classi-ficação Reino Fungi em apenas 3 filos:

- Zygomycota ou Zigomicetos: agrupa os fungos terrestres (figura 9-A)- Basidiomycota ou Basidiomicetos: agrupa os cogumelos, ferrugens e

fungos gelatinosos (figura 9-B). - Ascomycota ou Ascomicetos: agrupa as leveduras, fungos azul-esver-

deados, trufas, líquens e os antigos deuteromicetos (figuras 9-C).

Figura 8 – micélio vegetativo, reproduti-vo e aéreo. Fonte: http://Biosigma.Blogs-

pot.com/2008_05_01_archive.html

Figura 9 – (a) microscopia eletrônica de varredura.

(B) Basidiomiceto no Formato de cogumelo. (c) ascomiceto da espécia galiella.

Fonte: http://www.clarku.edu/Faculty/ dhi-BBett/tFtol/content/1introprogress.html

Estrutura reprodutora

Micélio

Estruturas produtoras

de esporos

Hif

as {(A)

(B)(C)

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c a r a c t e r í s t i c a s F í s i c o Q u í m i c a s

A maioria dos fungos são aeróbios obrigatórios, no entanto, muitos são fermenta-

tivos facultativos, ou seja, podem obter energia tanto por oxidação como por fermenta-ção. São raros os fungos que não toleram oxigênio, sendo portanto, anaeróbios obriga-tórios. Concentrações muito baixas de oxigênio têm sido correlacionadas a mudança da fase micelial para a leveduriforme em alguns fungos. Os níveis de gases respiratórios estão associados a alterações morfogenéticas.

n u t r i e n t e s

A água é fundamental para o desenvolvimento dos fungos, com exceção de al-gumas estruturas especializadas para resistir ao estresse hídrico, como os esporos de resistência, os clamidoconídios. O alto potencial de água é fundamental para vida dos fungos, portanto, a secagem, defumação e adição de sal ou açúcar baseiam-se na desi-dratação do alimento, como estratégia de conservação.

O nitrogênio na forma orgânica é o principal nutriente assimilado pela maioria dos fungos. Mas a capacidade de assimilação do nitrogênio inorgânico também é bas-

tante comum. Os carboidratos disponíveis são utilizados como fonte de carbono.

i n t e r a ç ã o e c o l ó g i c a

A principal função ecológica desempenhada pelos fungos é a decomposição, prin-cipalmente em ambientes terrestres. Esses organismos são predominantemente sapró-bios (decompositores), mas também podem ainda viver associados a outros organismos (simbiontes) como parasitas ou mutualistas ou ainda formando associações que não compreendem nem relação de parasitismo estrito nem mutualismo estrito, como no

a m P l i a n D o s e u c o n h e c i m e n t o

• A maioria das doenças microbianas em vegetais é causada por fungos e não por bactérias e o oposto é verdadeiro em relação às doenças em animais. Esta relação faz sentido, uma vez que o pH de células vegetais varia de ácido a fracamente ácido enquanto que o pH dos fluidos corpó-reos dos animais geralmente é alcalino.

• A radiação magnética, seja na forma de luz visível ou radiação ultravio-leta (A e B) está relacionada tanto a processos morfogenéticos, como por exemplo, à esporulação, formação de ascomas e basidiomas, assim como à indução e/ou aumento da biossíntese de diversos pigmentos.

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caso dos líquens e fungos endofíticos. Existem também fungos predadores.Fungos decompositores são importantes para degradação da matéria orgânica.Fungos parasitas causam uma série de doenças em vegetais, animais, outros fun-

gos ou ainda em algas. As micoses nos humanos são um exemplo típico desse tipo de interação.

Fungos mutualistas apresentam associações benéficas para ambos organismos, por exemplo as micorrizas, fungos e raízes de vegetais, os fungos anaeróbios do rúmen e ceco de mamíferos herbívoros ruminantes e fungos dos ninhos de formigas.

A associação liquênica não pode ser considerada como mutualística já que apenas o micobionte (fungo) é completamente dependente do fotobionte (alga), o qual, contra-riamente ao fungo, pode ocorrer isoladamente na natureza.

Fungos endófitos são aqueles que vivem no interior de partes aéreas de vegetais, sem prejuízo ao hospedeiro, e em alguns casos, conferem uma vantagem seletiva para os vegetais onde vivem ao produzirem metabólitos secundários que previnem a herbi-voria e infecção por microorganismos patogênicos.

Fungos predadores são espécies de fungos do solo, predadores ativos de protozóa-rios e pequenos animais, especialmente nemátodos. Na presença da presa, o micélio do fungo cresce ativamente em direção ao animal, imobilizando-o através de várias estruturas somáticas como anéis hifais e extremidades adesivas.

i m P o r tâ n c i a e c o n ô m i c a

Os fungos são estudados tanto por seus aspectos negativos, ou seja, os danos que estes organismos podem causar à economia, quanto pelos aspectos positivos, que por sua vez, são mais representativos.

Os fungos tipicamente sapróbios também podem trazer grandes prejuízos atra-vés da biodeterioração de materiais de constituição orgânica. Esta biodeterioração é crítica no caso de produtos alimentícios, podendo se tornar um problema de saúde pública. Embora pouco frequentes, acidentes provocados pela ingestão direta de fungos tóxicos ou alucinógenos também podem ocorrer. Além disso, os prejuízos causados pelo parasitismo de fungos em espécies vegetais de importância agrícola, em animais de importância veterinária e aqueles que causam micoses em humanos também são importantes aspectos negativos para a economia.

Por outro lado, no setor agropecuário, os fungos já são utilizados para a micor-rização de sementes de algumas plantas cultivadas, levando a um aumento direto na produção. O impacto positivo dos fungos na economia decorre principalmente do setor industrial, já que diversos produtos são resultado direto da atividade biológica de fun-gos (fig. 10). Toda a indústria de processos fermentativos quer de bebidas ou alimentos fermentados, baseia-se na utilização industrial do processo natural de fermentação rea-lizado por fungos. Os fungos são ainda utilizados para a produção tanto de metabólitos

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primários como álcoois, ácidos orgânicos, enzimas e vitaminas e es-teróis como de metabólitos secundários como antibióticos, alcaloi-des e pigmentos. Recentemente, os fungos ainda têm sido utilizados na biorremediação de compartimentos ambientais (ex. solo) com-prometidos por altos índices de poluentes de forma que vêm sendo utilizados para uma decomposição mais eficiente do lixo orgânico.

Figura 10 – as manchas escuras no queijo roquefort são Fungos. Fonte: http://micologiana net.Blogspot.com/2010_05_01_archive.html

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r e i n o Pl a n ta e

4

A

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maioria das plantas está muito pre-sente no nosso dia a dia. A diver-

sidade de tamanho de plantas é algo do conhe-cimento de todos. Podemos observar plantas com

altura menor que 1cm até árvores com mais de 100m. A morfologia das plantas, ou seja, a sua forma é, também,

bastante diversa. Baseado nessa diversidade de formas, nós poderíamos sugerir, por exemplo, que os “ipês” teriam pouco em comum com as gramíneas. No entanto, a despeito de suas diferenças morfo-lógicas, as plantas realizam os mesmos processos fisiológicos.

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co m o P o D e m o s c l a s s i F i c á- l a s?

Existem dentro do reino Plantae dois grandes grupos – as plantas avasculares (in-formalmente chamadas de briófitas, também chamadas de Bryatas, sendo representada por 3 filos ou “divisão”) e as plantas vasculares (chamadas de traqueófitas, representa-das por 9 filos) (Margulis & Schwartz, 2001) (fig. 11).

r e c o n h e c e n D o u m a P l a n ta a Pa r t i r D e s e u s P r i n c í P i o s B á s i c o s :

• Como produtoras primárias, as plantas são as coletoras da energia solar (Fotossíntese).

• As plantas não são móveis.• As plantas terrestres são estruturalmente reforçadas para suportar a sua mas-

sa, visto que elas crescem em direção à luz, contra a força da gravidade. • Apresentam impermeabilização das superfícies expostas, o que evita a perda

excessiva de água.• As plantas terrestres possuem mecanismos para transportar água, nutrientes

minerais e os produtos da fotossíntese, os vasos condutores.• As plantas crescem, se desenvolvem e interagem com o ambiente.

Todas as plantas avasculares (Bryatas) têm um talo – um corpo vegetal sem folhas verdadeiras, caule ou raízes. Conheceremos agora seus 3 filos:

Bryophyta: somente os musgos estão incluídos neste filo. Em regiões úmidas ou bem irrigadas, nas rochas em uma floresta ou próximo de uma cachoeira, podemos encontrar as briófitas formando um revestimento aveludado (fig.12).

Hepatophyta: os espécimes deste filo são comumente chamadas de hepáticas. São mais simples e menos conhecidas que os musgos (fig. 13).

Anthocerophyta (antocerófitas): cerca de 100 espécies vivem em todo o mundo em regiões temperadas e tropicais, sobre troncos de árvores, rochedos e margens de áreas respingadas por água.

Figura 11 – cladograma mostrando uma das

hipóteses soBre as relações Filogenéticas

dos principais Filos do reino plantae.

1-gametângios revestidos por células estéreis;

2-emBrião retido no ga-metângio Feminino;

3-vasos condutores de seiva (plantas vasculares); 4- presença de sementes;

5-Flores e Frutos. Fonte: lopes, 2002. -1,2

Brióf itas Pteridóf itas Gimnospermas Angiospermas

-3

-4

-5

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Em relação as plantas vasculares vamos adotar uma classificação didática sem fazer referências aos grupos taxonômicos equivalentes a filos ou classes, propostos mais recentemente (usaremos os termos pteridófitas para as plantas sem sementes, gimnos-permas para as espermatófitas que não produzem frutos e angiospermas para as plantas que possuem flores e frutos).

As pteridófitas possuem raízes e folhas verdadeiras e produzem tecidos vascu-lares e de sustentação, por isso encontramos organismos um pouco maiores (fig. 14). Embora as plantas avasculares, como os briófitas, também existam no meio terrestre, as plantas com vasos condutores foram as que invadiram com maior sucesso esse meio.

co m o a s B r i ó F i ta s e P t e r i D ó F i ta s s e r e P r o D u z e m?

Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas se reproduzem num ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Iremos usar como exemplo uma sa-mambaia. Esta é uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporófito. De vez em quando, na superfície inferior das folhas das samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros, o que indica que as sa-mambaias estão em época de reprodução - em cada soro são produzidos inúmeros esporos. Quando os esporos amadurecem, os soros se abrem. Então os esporos caem no solo úmido, podendo germinar e originar um protalo (uma plantinha em forma de co-ração) (figura 15). O protalo é uma planta sexuada, produtora de gametas e representa a fase chamada de gametófito. No protalo das samambaias formam-se os anterozoi-des e oosferas (gametas masculinos e femininos). No interior do protalo existe água

Figura 12 – a) musgos (esporóFito). Fonte: http://www.treknature. com/gallery/europe/spain/ photo96549.htm. B) musgos soBre as rochas. Fonte: http://www.mundovestiBular.com.Br/ articles/392/1/BrioFitas/paacutegina1.html.

Figura 13 – hepática. Fonte: http://www.nucleodeaprendizagem.com.Br

Figura 14 – pteridóFitas. a) samamBaia do gênero dryopteris. B) avenca. Fonte: http://www. nucleodeaprendizagem.com.Br

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onde o anterozoide se desloca e “nada” em direção à oosfera, fecundando-a. Surge então o zigoto, que se desenvolve e forma o embrião. O embrião, então, se desenvolve e forma uma nova samambaia, um novo esporófito, iniciando novo ciclo de reprodução.

Podemos perceber então que, tanto as briófi-tas como as pteridófitas dependem da água para a fecundação. A diferença é que, nas briófitas, o ga-metófito é a fase duradoura e os esporófitos, a fase passageira. Já nas pteridófitas, o gametófito é passa-geiro (morre após a produção de gametas e a ocor-rência da fecundação) e o esporófito é duradouro.

Q u e m s ã o a s P l a n ta s c o m s e m e n t e s?

O principal grupo, dentre as plantas terrestres, é constituído pelas plantas com sementes. Existem duas categorias de plantas com sementes: as Gimnospermas, com sementes nuas, e as Angiospermas, com sementes protegidas pelo fruto. A principal inovação das angiospermas foi a flor, por isso elas são referidas como plantas que flo-rescem. Nas gimnospermas o principal grupo é o das coníferas, incluindo pinheiros e sequóias. Cerca de 250 mil espécies de angiospermas são conhecidas, porém muitas ainda permanecem sem ser caracterizadas.

No sul do Brasil a araucária (Araucaria angus-tifolia) é uma gimnosperma típica e de ocorrência natural no nosso país, cuja semente é muito consu-mida e apreciada.

O Ginkgo biloba de origem chinesa, uma árvore considerada um fóssil vivo é bastante utili-zada pela medicina alternativa (Figura 16).

Você com certeza deve ter ou conhecer al-guma espécie de angiosperma no seu quintal ou na sua rua e vizinhança. Elas são as mais difundidas e utilizadas pelo ser humano. Podemos dividi-las em dois grupos: monoco-tiledôneas (um cotilédone) e dicotiledôneas (dois cotilé-dones) (Figura 17). Além da distinção baseada no número de cotilédones no embrião da semente, os dois grupos tam-bém apresentam diferentes aspectos anatômicos, como o arranjo dos tecidos vasculares, a morfologia do sistema radicular e a estrutura da flor (Figura 18).

Cotilédone: (do grego: kotyedon, cavidade em forma de taça) Estrutura, semelhante a folha, no embrião de uma planta; relaciona-se com o arma-zenamento de alimento que irá nutrir o embrião vegetal nas primeiras fa-ses de vida. Fonte: http://dicionario.babylon.com/cotilédone/

Figura 15 – reprodução da pteridóFitas. Fonte: http://estudosdeBio.Blogspot.com/2010/05/pteridoFitas.html

Prófalo(gametófito haplóide)

Esporos(haplóides)

Novo esporófitoou planta

Esporófito(diplóide)

Fronde

Soros

Esporângio

Brotojovem

Rizoma

Anterozóide

Anterídio

Ovo ou zigotoArquegônio

Óvulo

Figura 16 – GinkGo bilobaFonte: www.mortonarB.org

araucaria

Figura 17 – a) milho, exemplo de monocotiledônea. B) ipê amerelo, exemplo de dicotiledôcea

A B

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va s o s c o n D u t o r e s

O surgimento de sistemas para aquisição e transporte de água e minerais a longa distância (xilema) e de solutos orgânicos (floema) favoreceu a conquista do ambiente terrestre pelas plantas.

Primeiro, vamos pensar no caminho que a água percorre do solo até as folhas. A água do solo é absorvida pelas raízes, penetrando em suas células até atingir a região central da raiz, onde se localiza um conjunto de vasos condutores denominado xilema. É por esse vaso que a água irá subir das raízes até as folhas. A mistura de água e sais minerais que segue o caminho das raízes até as folhas é denominada seiva bruta.

O floema é um tecido especializado para o transporte dos nutrientes orgânicos

Figura 18 – monocotiledôneas e dicotiledôneas, disponível em: http://Biologiace-saresezar.editorasaraiva.com.Br/Biologia/site/apoioaoproFessor/

m o n o c o t i l e D ô n e a s e D i c o t i l e D ô n e a s

D i F e r e n ç a s e n t r e m o n o - e D i c o t i l e D ô n e a s , Q u a n t o à m o r F o l o g i a e X t e r n a

Órgão

R aiz Pivotante ou axial

Normalmente com crescimento

em espessura. São comuns

caules lenhosos.

Feixes vasculares dispostos em

círculo.

Feixes vasculares dispostos irregular-

mente.

Bainha geralmente desenvolvida. Ner-

vuras paralelas

Bainha quase sempre redu-

zida. Nervuras reticuladas.

Normalmente sem crescimento em

espessura: herbáce-os, colmos, bulbos e

rizomas.

Caule

Folha

Monocotiledôneas Dicocotiledôneas

Em feixe (fasciculada)

Sépalas e pétadas em geral organi-zadas em base 3

(trímeras)

Um cotilédone re-duzido, sem reserva.

Dois cotilédones com ou sem

reserva.

Sépalas e pétadas em geral organizadas em base 5 (pentâ-meras). Mais raramente 2

ou 4.

Flor

Semente

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26 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

produzidos nas folhas durante a fotossíntese. Os nutrientes orgânicos são formados, principalmente, por açúcares solúveis, dentre os quais o mais frequente é a sacaro-se. Além dos açúcares, encontram-se aminoácidos, ácidos graxos e outras substâncias. Essa solução de nutrientes orgânicos forma a seiva elaborada, orgânica ou liberiana. A seiva elaborada produzida nas folhas é distribuída para todo o corpo vegetal. Dessa maneira, as substâncias chegam às raízes, caules e outros tecidos vegetais.

e s t r u t u r a s r e P r o D u t i va s

Os órgãos responsáveis pela formação das células reprodutivas dos vegetais estão nas flores, como vemos na Figura 19.

A maioria dos vegetais possui os componentes reprodutivos masculinos e femini-

Figura 19 - típica Flor das angiospermas. Fonte: http://www.Biomaniacos.com.Br

nos na mesma flor. Analise a Figura 19 e identifique a parte feminina dessa flor (gine-ceu) composta por estigma e ovário. É dentro do ovário que se desenvolve o óvulo. Se o óvulo for fecundado, se transformará em semente. A parte masculina da flor é chamada de androceu. É no androceu que ocorre a produção dos grãos de pólen. A célula repro-dutiva masculina se forma dentro do grão de pólen.

Para que haja fecundação, é preciso que o pólen chegue até o óvulo (polinização). Em geral, o pólen de uma flor alcança o gineceu de outra flor.

a F o r m a ç ã o D o F r u t o D a s o j a

Para discutirmos a formação do fruto, vamos partir de dois exemplos: os frutos da soja e do mara-cujá. O fruto da soja é a vagem, dentro da qual se de-senvolvem as sementes, ou seja, os grãos de soja (Fi-gura 20). Para que essa vagem se desenvolva é preciso que ocorra a fecundação.

Sem a fecundação, o ovário se desprende e cai, não gerando fruto nem sementes. Os óvulos fecunda-

Antena com grãode pólen

Gineceuou

Pistilo

Pétala

AnteraEstame

Óvulo

ReceptáculoSépala

OvarioOvario

EstileteEstilete

Estigma

Estigma

Filete

Figura 20 – grão de soja. Fonte http://www.talisma.agr.Br

Page 27: fascículo biologia

UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 27

dos se transformam em sementes e o ovário se transforma em fruto. O fruto da soja é a vagem que protege as sementes até seu amadurecimento.

Os frutos secos são aqueles que, ao se desenvolverem, não acumulam materiais nutritivos, como por exemplo, os frutos do algodão e feijão.

a F o r m a ç ã o D o F r u t o D o m a r a c u j á

As flores do maracujá, grandes e belas (Figura 21), são visitadas por insetos que procuram substâncias adocicadas (néctar) ou o próprio pólen, para se alimentarem, como por exemplo a “mamangava”, seu po-linizador natural. Nesse processo, os insetos ficam cobertos de pólen e, ao visitarem outra flor, o transferem para o estigma delas (polinização cruzada).

Após a polinização da flor, ocorre a fecundação e alguns compo-nentes da flor se desenvolvem, ou seja, o óvulo se converte em semente e o ovário em fruto. Durante o desenvolvimento de seu ovário, haverá o acúmulo de substâncias nutritivas, formando a parte suculenta que

comemos. Os frutos produzidos, como os do maracu-já, do pequizeiro, da mangueira, do abacateiro, entre outros, são

chamados de frutos carnosos (Figura 22).Agora podemos entender por que a seca prolongada, a

chuva em excesso ou qualquer outro fator que prejudique a formação de flores nas plantas estará prejudicando a formação de frutos, pois sem flores não há frutos!

Figura 21 – Flor do maracujazeiro.

Figura 22 - maracujá.Fonte: www.guiasaude.org

co n h e c e n D o u m a s e m e n t e

Quando falamos em reprodução sexuada de vegetais, estamos nos referindo à formação de embriões que ficam no interior das sementes. Estas são compostas por uma parte rica em materiais úteis para o crescimento do embrião que lá se encontra. O tipo de substância presente na semente varia de espécie para espécie, que pode ser rica em óleos, amido, celulose ou proteínas. O embrião se encontra ligado a esse tecido de reserva da semente (Figura 23).

o u t r o s m o D o s D e r e P r o D u ç ã o v e g e ta l

Vimos até agora a reprodução sexuada. Existem também ou-tras maneiras de os vegetais gerarem descendentes, das quais as flores não participam. Para se produzir uma nova planta de hibisco, roseira, mandioca etc., basta cortar um pedaço do caule e mergulhá-lo na água para enraizar, ou plantá-lo

{ radículacaulículo

gêmula

tegumentoalbúmen

embrião

embrião

milho

Feijão

cotilédone único

pericampo

Figura 23 – semente com emBrião.

Page 28: fascículo biologia

28 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

diretamente no solo. Essa forma de gerar novas plantas a partir de estacas é chamada de estaquia. As plantas que possuem caules subterrâneos, como a batata-inglesa, o bambu, a bananeira, a cana, o gengibre, a espada-de-São-Jorge, a grama etc., formam brotos que desenvolvem novos indivíduos. Há ainda casos como o da violeta e o da fortuna, que podem produzir novas plantas a partir de suas folhas.

O ser humano desenvolveu diversas técnicas para aumentar a produção dos poma-res. Uma delas é a enxertia, utilizada quando se quer formar um pomar em que todas as plantas tenham as mesmas características. Nesse processo, um ramo de uma planta com características genéticas de interesse comercial, como frutos mais doces e mais bonitos, por exemplo, é colocada em cima de outro vegetal para se desenvolver. A plan-ta que serve de suporte (cavalo) para o cavaleiro (ramo da planta com características de interesse) é sempre de uma espécie próxima. O cavalo precisa ser mais resistente a pragas e garantir uma boa nutrição para o cavaleiro. Um exemplo é a planta de laranja (cavaleiro) é enxertada em pés de limão-cravo (cavalo).

Esse tipo de plantação garante a uniformidade das características do pomar, pois os frutos produzidos terão o mesmo padrão de qualidade da planta-mãe. Mas se a planta-mãe for sensível a uma determinada praga, todo o pomar também o será.

Objetivo: Identificar os componentes das sementes e frutos.

Material: 1 pires; 1 faca; 1 copo transparente; 1 conta-gotas; solução de iodo diluída; papel de filtro para café ; 1 chumaço de algodão; grãos crus de feijão; batatinha; banana.

Procedimento: Pegue alguns grãos (sementes) crus de feijão. Coloque as sementes de feijão sobre um pires e, com a ajuda de uma pequena faca separe as duas metades (parte branca) da semente do feijão. Examine com atenção o embrião que ficou preso em uma das metades. Agora remova com cuidado o pequeno embrião e observe que ele está ligado à parte branca da semente, que contém substâncias nutritivas para o crescimento da plantinha (embrião). Para descobrir qual é o principal nutriente do feijão, pingue sobre a parte branca da semente duas gotas de uma solução de iodo. Para conseguir a diluição adequada, coloque 1 colher das de chá da tintura de iodo num copo e acrescen-te 9 colheres das de chá de água. Com que coloração ficou a semente de feijão?

Se a coloração da semente do feijão ficar roxa ou azulada é porque nela existe amido. Se ficar da mesma cor da tintura de iodo (amarela) é porque não há amido na semente.

Agora repita o mesmo procedimento para raspagens de bananas e batatinhas e observe ao microscópio a coloração do material após a reação com a solução de iodo e compare com as das sementes de feijão.

at i v i D a D e P r át i c a:

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UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 29

A polinização pode ser realizada por fatores físicos, como o vento e a água, ou por seres vivos, como insetos, pássaros, etc. Os agentes po-linizadores (vento, abelhas, beija-flores etc.), normalmente carregam muitos tipos de grãos de pólen, que são depositados no estigma da flor. A fecundação só ocorre se o pólen alcança o estigma de uma flor da mesma espécie.

a m P l i a n D o s e u c o n h e c i m e n t o

Cinco classes de hormônios são fundamentais durante o crescimento e desenvol-vimento dos vegetais. Nas plantas superiores, diferentemente dos animais, o desen-volvimento ocorre predominantemente nos estágios pós-embrionário, ou seja, a maior parte do desenvolvimento ontogenético se dá ao longo da vida da planta, com a for-mação contínua e repetitiva de órgãos, como os ramos, raízes, folhas, flores e frutos (KERBAUY, 2004).

Neste fascículo, serão citados apenas alguns efeitos fisiológicos atribuídos a esses hormônios, sendo que vários desses efeitos são controlados por mais de um hormônio.

A auxina, primeiro hormônio a ser descoberto atua na divisão celular e diferen-ciação celular, ações importantes na determinação da arquitetura das plantas e das funções que as células desempenham na constituição anatômica dessas plantas. O cres-cimento direcionado da parte aérea da planta à uma fonte de luz, também se deve ao efeito do alongamento e divisão das células que permanecem na porção não iluminada da planta.

O ápice do caule, que contém o meristema apical, é o responsável pela síntese de auxina, tendo como consequência, o crescimento predominantemente no sentido ver-tical. Essa concentração de auxina na gema apical inibe o desenvolvimento das gemas laterais. A esse efeito dá-se o nome de dominância apical, que pode ser revertido pela retirada da gema apical, num processo corriqueiro denominado de poda, que por sua vez promoverá o desenvolvimento das gemas laterais, causando formação de novos ra-mos. A formação desses ramos a partir das gemas laterais, se deve a ação de um outro hormônio, a citocinina, que assim como a auxina também atua na divisão e diferen-ciação celular.

O terceiro hormônio presente é a giberelina, que apresenta entre outras funções o alongamento celular, importante na definição da altura das plantas. A giberelina atua também na indução da floração de algumas plantas, na germinação de sementes de cereais, etc.

Outro hormônio, o ácido abscisico (ABA), regula vários processos no ciclo de vida das plantas. Condições ambientais desfavoráveis como baixa disponibilidade de água, temperatura reduzida e alta salinidade, são fatores que levam esse hormônio a atuar na prevenção das atividades metabólicas, diminuindo dessa forma, o efeito danoso no

h o r m ô n i o s ve g e ta i s

Page 30: fascículo biologia

30 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

a l g a s P l u r i c e l u l a r e s

Em relação a classificação do reino Plantae, atualmente não considera-se as algas pluricelulares como pertencentes a este reino (segundo Margulis & Schwartz, 2001), porém, por questões didáticas iremos fazer uma pertinente apresentação destas.

Vivemos em um planeta coberto por grandes extensões de águas, doces ou mari-nhas. Nesta imensa “solução” destacamos a diversidade de organismos, de certa forma relacionada à diversidade das comunidades de algas. Cabe a estas a estabilidade dos ecossistemas naturais, pois um maior número de espécies equivalentes funcionalmente, mas com diferentes capacidades de tolerância aos inúmeros fatores ambientais, resiste melhor a alterações no meio aquático, inclusive a alterações decorrentes da atividade humana.

As algas são organismos capazes de ocupar todos os meios que lhes ofereçam luz e umidade suficientes, temporárias ou permanentes; assim, são encontradas em águas doces, na água do mar, sobre os solos úmidos ou mesmo sobre a neve. Quer sejam uni ou pluricelulares, as algas retiram todos os nutrientes que precisam do meio onde estão –solução ou umidade- e, portanto, são organismos fundamentalmente aquáticos. En-tretanto, apesar da simplicidade aparente destes organismos, algumas algas possuem “sistemas” internos que só são encontrados nos vegetais superiores!

desenvolvimento das plantas; Em condições de baixa disponibilidade de água, o ABA regula o grau de abertura dos estômatos, reduzindo a perda de água pela transpiração.

O quinto hormônio é o etileno, que se caracteriza por ser um hidrocarboneto gasoso. Dentre seus efeitos fisiológicos podemos citar sua ação na maturação dos fru-tos, principalmente nos carnosos como tomate, abacate, maçã, pêssego, ameixa, figo manga e banana. Esses frutos conhecidos como climatéricos, apresentam um aumento intenso e rápido na produção de etileno, durante a fase de amadurecimento. Os frutos que apresentam baixa taxa de produção de etileno, como por exemplo, a uva, morango cereja e abacaxi, são conhecidos como não climatéricos.

Outro efeito controlado pelo etileno é a abscisão ou queda de folhas, flores, partes de flores e frutos. Esse efeito está relacionado com frutos maduros, órgãos senescentes ou danificados.

Objetivo: Observar o fototropismo (crescimento dos vegetais em direção a luz).

Procedimento: Plante uma semente (exemplo: feijão) em um ambiente escuro (caixa fechada) com apenas um orifício para entrada de luz. A planta crescerá em direção à luz. Discuta em sala as possíveis causas desse fenômeno.

at i v i D a D e

Page 31: fascículo biologia

UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 31

Apesar da grande variação de cor, tamanho, forma e tipo de reprodução, todas as algas têm em comum o fato de produzirem seu próprio alimento através da fotossínte-se, pois todas possuem clorofila.

» o s P r i n c i Pa i s g r u P o s D e a l g a s P l u r i c e l u l a r e s s ã o :• Chlorophyta (Figura 24)São as chamadas algas verdes; são responsáveis pela maior parte da produção de

oxigênio molecular disponível no planeta a partir da fotossíntese. Habitando águas do-ces ou salgadas, solos úmidos ou troncos, estes organismos podem também estabelecer relações de mutualismo com outros seres vivos, como os fungos, formando os líquens. As algas verdes acumulam amido no interior de suas células, e contêm os pigmentos clorofilas a e b, carotenos e xantofilas; a presença de clorofilas a e b sustenta a ideia de que as algas verdes tenham sido as ancestrais das plantas, por serem estas possuidoras destes tipos de clorofila.

•rhodophyta (Figura 25)As algas vermelhas são quase que exclusivamente

pluricelulares e marinhas. A principal característica é a presença do pigmento ficoeritrina em suas células, res-ponsável pela coloração avermelhada destes organismos. As algas vermelhas possuem clorofilas a e d e carotenoi-des, e armazenam amido como material de reserva.

Figura 25 – rodóFita. Fonte: http://chiekochikamatsu.Blogspot.com/2010/12/rhodo-phyta-ganggang-merah.html

Figura 26 – sargassum hystrix. Fonte: http://Biology.unm.edu/ccouncil/Biology_203/summaries/protists.htm

Figura 24 – ulva sp. ou alFace-do-mar. Fonte: http://cantaBrico2007.Blogspot.

com/2007/08/mundo-vegetal.html

• phaeophyta (Figura 26)Algas pardas, organismos pluricelulares predominantemente

marinhos, vivendo fixados em um substrato ou flutuando, formando imensas florestas submersas. As algas pardas são as maiores existen-tes, podendo atingir mais de 25m. Nestes organismos são encontra-dos os pigmentos fucoxantina, clorofilas a e c e carotenoides e, como substâncias de reserva, óleos e polissacarídeos (laminarina).

» i m P o r tâ n c i a h i s t ó r i c a

Neste grupo há organismos, com origem há mais de 3 bilhões de anos, que são responsáveis pela estruturação da atmosfera terrestre tal como a conhecemos, possibi-litando a vida sobre a superfície da Terra de todos os seres vivos aeróbios.

» i m P o r tâ n c i a e c o l ó g i c a

As algas são produtores primários que sustentam a vida nos mares e oceanos

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32 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Figura 27 – sushi. Fonte: http://Felipeoreen.Blogspot.com

desempenhando, assim, um papel ecológico fundamental na manutenção destes ecos-sistemas.

• AsAlgAscomobioindicAdoreseAbiorremediAção:Algumas espécies de algas encontram uso na avaliação da qualidade dos sistemas

aquáticos, para os quais, inclusive, já foi sugerido um “índice de poluição” baseado nos gêneros de algas presentes: quanto menos diversificada a população, maior a poluição do sistema.

A utilidade das algas como organismos testes tem por base seu ciclo de vida curto, facilitando os estudos de exposição com várias gerações, além das altas taxas de cresci-mento, da facilidade em manter culturas e da capacidade de crescer em meios sintéticos bem definidos.

Apesar de já ter sido mostrado o grande potencial a ser explorado quanto à ca-pacidade das algas de “limpar” os sistemas aquáticos, este processo, denominado biorremediação, apenas há pouco tempo passou a ser considerado de fato. A avaliação de águas contaminadas com poluentes orgânicos, utilizando filamentos de cianobacté-rias, por exemplo, mostrou a habilidade natural destes microrganismos na degradação de pesticidas alifáticos clorados e de outros poluentes.

» i m P o r tâ n c i a e c o n ô m i c a

Uma grande variedade de espécies de algas encontram uso bastante diversificado em vários países no mundo, da indústria alimentícia à de medicamentos, da cosmética à agricultura.

A morte das diatomáceas (crisófitas) contribui para a formação de um sedimento denominado “terra de diatomáceas”, utilizado na fabricação de filtros, produtos abrasi-vos, cremes dentais, lixas para polimentos finos ou na indústria de cosméticos.

Muitas rodofíceas são utilizadas comercialmente como alimento para homens (Figura 28) e para o gado, na extração do agar utilizado na fabricação de gomas, la-xantes ou, ainda, como meio de cultura para bactérias. As algas pardas são utilizadas

na alimentação humana e também como fertilizantes.Outro aspecto de interesse econômico é a extração da car-

ragenana, um hidrocoloide usado na produção de alimentos, principalmente nas indústrias de laticínios (iogurtes, flans, sorvetes, achocolatados) e embutidos (salsichas, presuntos), na fabricação de gelatinas e geleias, e como espessante em sopas e molhos. A carragenana é usada, também, como emulsificante e estabilizante; sua aplicação substitui o ami-do e a gordura na preparação de certos produtos alimentí-cios.

Também são encontradas diversas aplicações em in-dústrias não alimentícias (tintas, têxteis, perfumes) e far-macêuticas (produtos anticoagulantes e anti-inflamatórios).

Page 33: fascículo biologia

UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 33

r e i n o a n i m a l i a

5

reino Animalia, merece atenção especial por apresentar uma grande variedade de espécies, porém, com algumas características em comum, considerando toda diversidade biológica dos

seres vivos. Ao pensar que somos uma espécie dentro deste grande Reino, a espécie Homo sapiens sapiens, o que podemos identificar num ser vivo para considerá-lo um animal? Definimos animais como organismos heterotróficos, diploides, multicelulares, que normalmente se desenvolvem a partir de uma blástula.

O

P r i n c í P i o s Bá s i c o s D a vi D a a n i m a l

• Possuem células eucariontes com au-sência de parede celular;

• São heterotróficos, ou seja, dependem de outros seres vivos para sua nutrição;

• A principal fonte de reserva das células é o glicogênio;

• São capazes de se locomover (os que não se locomovem são aquáticos);

• São capazes de reagir a estímulos;• A reprodução geralmente é sexuada.

Figura 28 – reino animal.

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34 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

o Q u e c o n h e c e m o s D a B i o D i v e r s i D a D e a n i m a l?

Agora que já definimos as características dos organismos que se encontram co-nosco no mesmo Reino, por possuírem os mesmos princípios básicos de vida, vamos entender como são determinadas as classificações dentro deste reino Animalia.

Da mesma forma como fizemos para os reinos Fungi e Plantae, iremos adotar uma classificação simplificada e discutiremos apenas alguns dos 37 filos do reino Ani-malia, segundo Margulis & Schwartz, 2001.

Para determinar as classificações taxonômicas das espécies, são observadas as ca-racterísticas peculiares na organização ou na função especializada de determinadas estruturas. Neste sentido, podemos observar o seguinte quadro:

Fi loscl a ss e s/

re Pr e s e ntante sestr utu r a

re Pr o -D u ç ão

haB itatco n si D e r açõ e s

g e r ai s

Po r í F e r a

Esponjas. Aglomerado de célu las que não formam tecido

verdadeiro.A

ssex

uada

e

sexu

ada.

Ass

exua

da e

se

xuad

a.A

ssex

uada

e

sexu

ada.

Sexu

ada.

Aqu

átic

o.A

quát

ico.

Aqu

átic

o e

terr

estr

e.A

quát

ico

e te

rres

tre.

Vivem reunidas em colônias.

cn i Da r i a

• Hidrozoários: Hidra e Obelia.• Cifozoários:

Águasvivas.• Astozoários: Corais

e anêmonas.

Simetr ia radia l Diblást icos.

Tubo digest ivo incompleto.

Possuem cnidoblastos.

Pl at y h e l m i n t h e s•Turbelár ios:

Planár ia.•Trematódeos: Esquistossomo.•Cestoides:

Cestoideo.

Corpo achatado dorsoventra lmente

com simetr ia bi latera l .

Vida l iv re e parasita.

Vida l iv re e parasita.

ne m at o Da

Nematódeos: Lombriga e

Anci lóstomo.Corpo ci l índrico e

fusiforme.

Sexu

ada.

Terr

estr

e

Vida l iv re e parasita.

ch e l i c e r ata

Arachnida: ara-nhas, escorpiões,

ácaros, carrapatos.

Corpo segmenta-do; não possuem

antenas.

Page 35: fascículo biologia

UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 35

Sexu

ada.

Sexu

ada.

Sexu

ada.

Sexu

ada.

Sexu

ada.

Aqu

átic

o e

terr

estr

e.A

quát

ico

e te

rres

tre.

Aqu

átic

o e

terr

estr

e.A

quát

ico

e te

rres

tre.

Aqu

átic

o.

man D i Bu l ata

cr ustace a

an n e li Da

Insecta: insetos.Miriápodes (Chi lo-poda e Diplopoda).

Corpo com cabeça, tórax e abdômen.

Fi lo com maior número de espécies.

Camarões, sir is e caranguejos.

Corpo com cabeça, tórax e abdômen.

Dois pares de antenas na cabeça.

Oligoquetos: mi-nhocas.

Pol iquetos: Nereis.Hirudíneos:

Sanguessugas.

Corpo segmentado.Encontrado em

solos úmidos, água doce e sa lgada.

mo llusc a

eQ u i n o D e r m os

Gastrópodos: caramujos.

Pel icípodos: ostras e mariscos.

Cefa lópodos: lu las e polvos.

Animais de corpo mole, gera lmente

com concha ca lcár ia.

Marinhos, de água doce e terrestre.

Asteroides: estrela do mar.

Of iuroides: of iurosEquinoides: ouriço

do mar.Holoturoides:

pepino do mar.Crinoides: l í r io do

mar.

Espinhos na su-perf ície do corpo. Esqueleto interno

formado por placas ca lcár ias.

Exclusivamente marinhos.

Capacidade de regeneração.

Sexu

ada.

Aqu

átic

o e

terr

estr

e.

Pei xes car t i lagino-sos: Tubarão, ca-

ção, ra ia, quimera.

Peixes ósseos: Cava lo-marinho, bagre, dourado,

cava l inha.

Anfíbios: sapos, rãs e pererecas.

Répteis: cobras, jacaré e tar taruga.

Aves: Ema, pinguim, tuiuiú,

canár io.

Mamíferos: Ba leia, gol f inho, morcego, homem, cachorro,

vaca.

Esqueleto car t i laginoso.

Esqueleto ósseo.

Na fase lar va l são aquáticos e, quando adultos, terrestres.

Andar rastejante. Escamas ou placas

córneas.

Capazes de voar. Dípedes. Bicos e

penas.

Tetrápodos. Pêlos e glândulas mamárias.

Todos têm um cérebro que se

situa dentro de um crânio.

c r a n i ata(suBFilo verteBr ata*)

Page 36: fascículo biologia

36 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Figura 29 – poríFeros. Fonte: http://www.soBiologia.com.Br/conteudos/reinos2/BioporiFero.php

Filo Cnidaria Ao longo de todo o corpo do animal, mas em maior quantidade nos tentáculos,

aparecem células especiais chamadas cnidoblastos que, quando tocadas, lançam para fora um filamento com um líquido urticante. Você já deve ter ouvido falar do cuidado

*O termo invertebrado não representa uma categoria taxonômica , como por exemplo, um f ilo, gênero, etc . Já vertebrata representa um subf ilo do f ilo Cra-niata.

Em seguida detalharemos cada filo mencionado na tabela anterior, para comple-mentarmos nosso estudo.

Filo PoríFera

Os poríferos são esponjas, recobertas por poros (Figura 29), daí o nome de Po-rífera (poros = poro, phorus = portador de) ao filo. As esponjas têm no ápice do corpo uma abertura denominada ósculo e internamente uma cavidade chamada átrio ou espongiocélio. São animais sésseis (fixos) que vivem em ambiente marinho e de água doce. São animais filtradores: a água e os alimentos entram pelos poros, circulam pelo átrio, e pelo ósculo são eliminados juntamente com água os restos não-aproveitáveis.

As esponjas podem ser tubulares, ramificadas globulares, em forma de copa etc.. Quanto à cor, em geral são cinzentas ou pardas. Encontram-se, contudo, esponjas vermelhas, amarelas, violetas, negras e azuis. Vivem reunidas em colônias que podem variar em tamanho de 1 milímetro a 2 metros.

As esponjas podem se reproduzir tanto assexuadamente, por brotamento, quanto sexuadamente. Na reprodução por brotamento aparece uma gêmula (figura 29); no corpo do animal que, depois de um determinado tempo pode soltar-se ou não e formar outro indivíduo.

espongiocélio ósculo

ramificação

gémula

poro

Page 37: fascículo biologia

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Figura 30 – reprodução em cnidários. Fonte: http://www.FlaviocBarreto.Bio.Br/ens_medio/teste500.htm

que devemos tomar com as águas-vivas nas praias, pois, esse líquido urticante pode provocar sérias queimaduras no ser humano. Os cnidoblastos participam na captura de alimentos. Os animais que compõem o grupo dos cnidários são aquáticos e quase todos marinhos. Possuem simetria radial, pois seu corpo pode ser dividido em vários planos de simetria, dispostos em raios.

Os cnidários compreendem as hidras, águas-vivas, caravelas, corais e as anêmo-nas-do-mar. Nesse filo encontramos dois tipos de indivíduos: as medusas e os pólipos (figura 31). A forma pólipo é cilíndrica, com uma das extremidades apoiadas num substrato qualquer e a outra livre. A medusa é arredondada (forma de guarda-chuva) e de vida livre. Eles podem formar colônias, como é o caso dos corais (colônias sésseis), e das caravelas (colônias flutuantes).

A reprodução dos cnidários pode ser assexuada por brotamento. A reprodução sexuada se faz por gametas, com fecundação externa (os gametas se unem na água) ou interna (no interior da fêmea) (Figura 30).

MACho

zigoto

blástula

plânulapólipo estrobilização

éfiras

medusa

FÊMEA

Filo Platyhelminthes

Os platelmintos são vermes com o corpo achatado (plathyes = achatado; helminthes = verme ), também chamados de vermes em forma de fita (figura 31).

São os primeiros animais a apresentar simetria bilateral, assim como nós, que também temos apenas um plano que divide imaginariamente nosso corpo em duas metades simétricas. Alguns platelmintos, como as planárias, de vida livre, vivem na água ou na terra. Outros, como a tênia ou solitária e o esquistossomo, são parasitas de vertebrados, inclusive do homem. Muitos platelmintos têm grande interesse médico,

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38 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Filo nematoda

Dentre os invertebrados vários nematódeos podem ser parasitas do homem cau-sando diversas doenças (figura 35). O Ancylostoma, a lombriga e o bicho geográfico são exemplos clássicos da presença desses vermes parasitas entre nós. No entanto, medidas simples de higiene e saneamento básico são fundamentais para evitar as contaminações (ver quadro abaixo):

pois causam doenças em vários animais, inclusive no homem. A planária tem grande poder de regeneração: às vezes utiliza esta capacidade e

divide-se assexuadamente ao meio. Porém, os platelmintos reproduzem-se, na grande maioria das vezes, sexualmente. Existem platelmintos hermafroditas e platelmintos de sexos separados (esquistossomo).

Fi l o P l at y h e l m i n t h e s

Vermes de corpo achatado

Fi l o n e m at e l m i n t o s

Vermes em forma de “fio”

Figura 31 - platelmintos e nematelmintos. Fonte: http://ilhareal.Blogspot.com/2010/09/reino-animal.html

ve r m e Do e n ç a co n ta m i n aç ão si n t o m a s Pr o F i l a X i a

an c y lo s t o m a D u o D e n a l e

Ambos causam amarelão.

Andar desca lço: as lar vas

penetram na sola do pé;

Ingestão de ovos do verme.

Anemia, diarreia, ú lceras intest inais e ge-ofagia (vontade de comer terra).

Cuidados com o loca l de decom-posição de fezes

humanas.ne c at o r a m e r i c a n u s

Page 39: fascículo biologia

UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 39

Fonte: modiFicado de http://educar.sc.usp.Br/ciencias/seres_vivos/seresvivos3.html

Filo CheliCerata

c l a s s e a r a c h n i D a

Esses animais são representados pelos carrapatos, aranhas, escorpiões e ácaros. São principalmente terrestres, pequenos, de vida livre vivendo sob pedras, troncos ou buracos construídos em barrancos. Muitos possuem glândulas venenosas e mandíbulas ou ferrões venenosos, com os quais matam insetos e outros animais pequenos, cujos líquidos e tecidos moles sugam como alimento. O corpo de um quelicerado é dividido em cefalotórax e um abdômen. Nenhum possui antenas. O primeiro par de apên-dices são estruturas alimentares, chamadas quelíceras. O segundo são os pedipalpos e encontram-se modificados para realizar diferentes funções nas diversas classes. Os

ascaris lumBricoiDes (lomBriga)

Ascaridíase. Ingestão de ovos do verme.

Fa lta de apet ite; dor no abdô-

men; diarreia ou pr isão de ventre;

vômitos.

Tomar água f i lt rada, c lorada ou fer v ida. As

verduras devem ser lavadas antes

do consumo.

Wuchereria BancroFti

Elefantíase ou f i lar iose.

Transmissão de lar vas do verme através da pica-da do mosquito Culex fatigans.

Hipertrof ia (aumento) das

regiões a fetadas (pernas, mamas

ou saco escrota l).

Combate ao mosquito trans-missor em sua fase adulta ou

lar vár ia.

an c y lo s t o m a B r a s i l i e n s i s

e n t e r o B i u s v e r m i c u l a r i s

Bicho geográf i-co.

Oxiur íase ou oxiurose.

Através da penetração das

lar vas (presentes nas fezes de gato

e cachorro) na pele .

Marcas na pele por onde a

lar va passa, coceira e

i r r itação no loca l.

Evitar contato com fezes de

animal, pr inci-pa lmente cães e

gatos.

Ingestão de ovos junto aos

a l imentos; auto-infecção (levam os ovos

da região per iana l à boca).

Prurido ana l (gera lmente à

noite).

Roupa de cama bem lavada;

unhas cortadas rentes; higiene

pessoa l.

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40 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

pedipalpos são geralmente seguidos por quatro pares de patas. Os escorpiões (figura 32) machos durante a estação de acasalamento, perambulam

até encontrar uma fêmea, com quem inicia uma prolongada corte. As aranhas (figura 33) desenvolveram especialidades, como glândulas capazes de produzir seda, com a qual confeccionam a teia. Nestes animais, os pedipalpos possuem funções reproduto-ras.

Filo mandibulata

c l a s s e i n s e c ta

Presentes em nosso dia a dia, os insetos vivem em quase todos os ambientes: ar,

terra e na superfície da água. Apresentam o corpo dividido em cabeça, tórax e abdô-men; três pares de patas; respiração traqueal (Figura 34).

1a perna

2a perna

3a perna4a perna

Metatarso

Olho mediano

Quela(garra do pedipalpo) Pedipalpo

Cefalotórax Abdome

AguilhãoCauda

(pós-abdome)

Quelícera

TarsoTíbiaPatela

Coxa

TrocanterGarra

Fêmur

Estômago

Estômago sugador

Glânduladigestiva

Coração

Tubos de Malpighi

Cloaca

ÂnusTraqéia

VaginaEspermatecaCeco gástrico

CérebroBoca

Pedipalpos

Glândula de veneno

Filotraquéias“Pulmão foliáceo”

OvárioGlândula

sericígena

Figura 32 – escorpiões. Fonte: http://www.soBiologia.com.Br/conteudos/reinos3/artropodes2.php

Figura 33 – aranha. Fonte: http://semacentotudojun-to.Blogspot.com/

Figura 34 – inseto. Fonte: http://www.portalsaoFran-

cisco.com.Br/alFa/classe--insecta/insetos-4.php

Cabeça Tórax Abdome 1o par de asas

2o par de asasEspiráculos

Olho composto

Olho simples

Antena

Os insetos têm sexos separados e sua fecundação é interna. São animais ovíparos (ver quadro abaixo):

Page 41: fascículo biologia

UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 41

Ovíparos são animais de fecundação interna, cujas fêmeas liberam ovos de seus corpos. Dessa forma, os embriões se desenvolvem no meio externo, dentro dos ovos, e se alimentam de reservas nutritivas presentes nesse sistema. Aves, in-setos e répteis são exemplos de ovíparos.

Já em animais ovovivíparos, o ovo permanece dentro do corpo materno até o fim do desenvolvimento embrionário e posterior eclosão, liberando filhotes já formados. Neste, também, o ovo, além de diversas outras funções, exerce a de nutrir o embrião durante este período. Exemplos: alguns peixes, como o lebiste, escorpiões, répteis.

No último caso (animais vivíparos), o embrião se desenvolve completamente dentro do organismo da mãe, se alimentando e recebendo oxigênio diretamente de fontes fisiológicas provenientes do sangue materno. Este tipo dá origem, geral-mente, a uma prole única ou pequena, a cada gestação, sendo predominantemente típica em mamíferos.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com.Br/Biologia/ovuliparos-oviparos-ovoviparos-viviparos.htmFonte: http://www.mundoeducacao.com.Br/Biologia/ovuliparos-oviparos-ovoviparos-viviparos.htm

ti P o s D e r e P r o D u ç ã o s e X u a D a

Os insetos podem apresentar três tipos de desenvolvimento: 1) Direto, sem meta-morfose (desenvolvimento ametábolo). Do ovo eclode um jovem semelhante ao adulto. Ex.: traça de livro. 2) Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta (desenvolvi-mento hemimetábolo). Do ovo eclode uma forma chamada ninfa, que é semelhante ao adulto, mas que não tem asas desenvolvidas. Ex.: gafanhoto, barata, percevejo. 3) Indi-reto, com metamorfose completa (desenvolvimento holometábolo). Do ovo eclode uma larva, bastante distinta do adulto. Essa larva passa por um período em que se alimenta ativamente, depois de um certo tempo secreta um casulo que o envolve, esse estágio chama-se pupa, quando ocorre a metamorfose. Dentro do casulo, a larva transforma-se no adulto, que emerge completamente formado. Ex.: borboletas e mosquitos. Alguns insetos holometábolos possuem a fase larval aquática, como é o caso de importantes mosquitos vetores de doenças, exemplos: Culex, que transmite a elefantíase, Anopheles, que transmite a malária e Aedes aegypti, que transmite a dengue e a febre amarela.

c l a s s e m y r i a P o D a

• OrdemChilopoda: São exclusivamente terrestres, vivem ao abrigo da luz, lu-gares úmidos sob folhas, madeiras, pedras e outros. Têm o corpo achatado dorsoventralmente, dividido em cabeça e tronco segmentado: apresentam um par de antenas. Há um par de patas por segmento do corpo, sendo que o primeiro segmento é dotado de estruturas para injetar veneno, denominado forcípulas (figura 35). São animais carnívoros, de deslocamento rápido, com tamanho variado de 1cm a 20cm, genericamente chamados de lacraias ou

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42 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

centopeias. A coloração do corpo desses animais geralmente é escura, podendo ser parda clara ou com tons alaranjados.

Fi l o c r u s ta c e a

São exemplos de crustáceos: a lagosta, o camarão, o siri e o caranguejo. Predo-minantemente aquáticos, de água doce ou marinhos, vivem também nas areias das praias, como os caranguejos, e em terra úmida, como os tatuzinhos-de-jardim. Exis-tem indivíduos macroscópicos e muitas formas microscópicas. São característicos por possuírem: Corpo dividido em cefalotórax e abdômen; dois pares de antenas; cinco ou mais pares de pernas e respiração branquial (Figura 37).

Fi l o a n n e l i D a Os anelídeos são animais com o corpo segmentado em anéis, característica que

deu nome ao filo. Alguns vivem no mar, outras na água e na terra, enquanto outros são exclusivamente terrestres. Os anelídeos têm aparelho digestório completo, com boca e

Figura 35 – quilópodes. Fonte: http://www.entomo-logy.umn.edu/cues/4015/morpology/

Figura 36 – diplópodes. Fonte: http://Br.olhares.com/milipedeoudiplopo-deFoto 996585.html

Figura 37 – crustáceos. Fonte: http://www.inFoescola.com/Biologia/ crustaceos-crustacea/

• OrdemDiplopoda: têm o corpo cilíndrico e não possuem forcípulas: seu tronco apresenta dois pares de patas por segmento, com exceção do primeiro. Também possuem a coloração do corpo geralmente escura, podendo ser parda clara ou com tons alaranjados. São animais herbívoros e de deslocamento lento, que se enrolam quando são atacados e possuem glândulas que liberam líquidos. São denominados embuás ou piolho de cobra (figura 36).

Antena

Quelícera(pinça)

CefalotóraxPata

Abdome

Cauda

Terra e marO pitu é um crustáceo

de água doce. O tatuzinho (abaixo)

vive na terra.

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ânus. A respiração é cutânea ou através de brânquias modificadas (nos aquáticos). Os anelídeos são subdivididos em: poliquetas, oligoquetas e hirudíneos. Essa classificação foi feita com base na presença e no número de filamentos locomotores, as cerdas.

Poliquetos (Ex.: nereida e sérpula): são marinhos com muitas cerdas, inseridas em projeções laterais ao corpo chamadas parapódios. O primeiro anel do corpo desses animais forma a cabeça que é destacada do resto do corpo do animal. Raramente são hermafroditas; a maioria possui sexos separados.

Oligoquetos (Ex.: as minhocas; figura 38): são animais com poucas cerdas, ge-ralmente terrestres. Respiram pela pele. São hermafroditas porém a reprodução ocorre por fecundação cruzada (dois indivíduos trocam esparmatozoides entre si). As minho-cas vivem sob o solo, onde cavam túneis e galerias com movimentos ondulatórios do corpo. Dessa forma, elas favorecem a aeração no solo, facilitando a respiração das raízes dos vegetais e tornando-se úteis à agricultura.

Hirudineos (Ex.: sanguessugas): Não possuem cerdas, com ventosas ao redor da

Ânus

IntestinoBoca

Faringe

Esófago

Papo

Moela

Figura 38 – minhoca. Fonte: http://sites.google.com/site/geologiaeBiologia/oBteno-de-matria-pelos-seres-heterotrFicos

boca e na região posterior do corpo que auxiliam na locomoção. Podem ser aquáticos e terrestres. Algumas sanguessugas são parasitas externos, alimentando-se de sangue. Nesse caso fixam-se à pele do hospedeiro por meio das ventosas.

Antigamente, era uma prática comum dos médicos utilizarem san-guessugas e as colocarem sobre as costas dos pacientes para diminuir a pressão arterial de pessoas que sofriam de hipertensão (pressão alta). Após uns 15 minutos, o médico retirava os animais que haviam se prendido fortemente na pele, por ventosas. Essa é uma descrição de uma sangria, feita com Hirudo medi-cinalis, a sanguessuga medicinal.

a m P l i a n D o s e u c o n h e c i m e n t o

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44 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Figura 39 – moluscos. Fonte: http://www.Brasilescola.com/Biologia/moluscos2.htm

Fi l o m o l l u s c a O temo molusco deriva-se do grego mollis, que significa mole. Os moluscos cons-

tituem um dos maiores filos animais, incluindo formas como ostras, caramujos, lulas e polvos (figura 39).

O grupo dos moluscos apresenta geralmente três partes especializadas: a cabeça, com a boca e os órgãos sensoriais: o pé, geralmente adaptado para locomoção; e a massa visceral, que aloja nos órgãos internos. Essa região é revestida por uma dobra da pele, chamada manto, responsável pela produção da concha. Ela pode ser externa, formada por uma só peça, como no caso dos caramujos; ou formadas por duas peças, como no caso das ostras. Entretanto, a lula, por exemplo, apresenta uma concha interna reduzi-da, enquanto a lesma e o caracol não possuem nenhuma.

a m P l i a n D o s e u c o n h e c i m e n t o

O grupo dos moluscos é muito numeroso e variado. Há moluscos de grande importância econômica, como as ostras utilizadas na alimentação e as

produtoras de pérolas. A pérola é formada entre o manto e a concha pela sucessiva deposição de madrepérola em torno de um grãozinho de areia, um fragmento de concha ou em torno de vermes microscópicos que ali tenham penetrado.

Fi l o e c h i n o D e r m ata

Todos os equinodermos apresentam espinhos na pele: característica que deu nome a este grupo de animais (esquino = espinho, derma = pele). Apresentam um aparelho ambulacrário, que participa da movimentação, da respiração, da excreção e da circula-ção desses animais e corpo com simetria radial.

Quais são as formas encontradas?Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, encontrados ao longo

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Figura 40 – equinodermos. Fonte: http://www.starFish.ch/ underwater-Foto/malasya-photos.html

da costa e do fundo do mar. Alguns vivem fixos e os que se locomovem o fazem len-tamente. São exemplos de equinodermos: estrela-do-mar, ouriço-do-mar, pepino-do--mar, bolacha-da-praia (figura 40).

agor a vamos c ar ac ter iz ar os verteBr aDos

1 - P e i X e s

ChondriChthyes (Peixes cartilaginosos). Compreendem os tubarões, os cações, e as raias e as quimeras. Apresentam pele com muitas glândulas mucosas e recoberta por pequenas escamas; esqueleto cartilaginoso; boca ventral e cloaca (bolsa na qual ter-minam os sistemas digestivo, urinário e reprodutor); respiração branquial; ausência de bexiga natatória; reprodução sexuada com fecundação interna e temperatura corporal variável com o ambiente (exotérmicos).

osteiChthyes (Peixes ósseos). Englobam espécies como o bonito, o baiacu, o bagre, a sardinha, o cavalo-marinho. Apresentam pele com muitas glândulas mucosas, geralmente recoberta de esca-mas; linha lateral de cada lado do corpo, contendo órgãos sensíveis às vibrações da água circundante; boca anterior; es-queleto ósseo; respiração por pares de brânquias cobertas por uma placa cha-mada opérculo; bexiga natatória geral-mente presente; reprodução sexuada; geralmente são ovíparos; temperatura corporal variável com o ambiente (exo-

Figura 41 – peixes cartilaginosos. Fonte: http://www.ecophotoexplorers.com/greatwhite.asp

{

Nadadeira Caudal

Nadadeira AnalNadadeira

PelvicaNadadeira Peitoral

Mandibulasuperior

Mandibula inferior

EspiraculoFendas branquiais

1a Nadadeira Dorsal

2a Nadadeira Dorsal

Page 46: fascículo biologia

46 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Figura 42 – peixes ósseos.

Figura 43 – anFíBios.

Figura 44– répteis.

térmicos). Os animais desse grupo têm o corpo fusi-forme o que faz com que sejam excelentes nadadores. O coração apresenta duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, por onde só passa o sangue venoso.

2 - s u P e r c l a s s e te t r a P o D a (a n i m a i s c o m q u at r o p ata s)

a m P h i B i a

Os anfíbios (amphis = duplo; bios = vida-) compreendem os sapos, rãs, pererecas, salamandras e cobras-cegas. Esses animais dependem da água, onde ocorre a fecun-dação. O ovo origina uma larva com respiração branquial, que posteriormente sofre metamorfose, transformando-se em um adulto com respiração pulmonar. É daí que

provém o nome da classe, uma vez que os anfíbios têm uma vida aquática quando jovens e outra terrestre quando adulto. São ani-mais de quatro patas em sua maioria (tetrápodos). Os anfíbios não apresentam escamas. Seu corpo é recoberto por uma pele lisa, fina e umedecida pela secreção de glândulas, de tal modo que parte da respiração se faz pela pele (respiração cutânea). São animais exotérmicos ou pecilotérmicos. O coração apresenta-se formado por três cavidades, duas aurículas e um ventrículo. A classe dos anfíbios é dividida em três ordens: Anura – sem cauda e com pa-tas. Ex.: sapos, pererecas, rãs. Urodela – com cauda e com patas. Ex.: salamandras e tritões. Ápoda – com cauda e sem patas. Ex.: cobra-cega.

r e P t i l i a

Os répteis compreendem as tartarugas, serpentes, lagartos, jacarés e crocodilos. São animais tetrápodos ou ápodos. Seu corpo é recoberto por escamas ou por placas córneas. Apresentam fecundação interna e são na maioria ovíparos. Alguns porém são ovovivíparos. Assim como os anfíbios os répteis são animais exotérmicos. A classe dos répteis pode ser dividida em três ordens principais: Chelonia: tartarugas, cágados e jabutis; Crocodilia: jaca-

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Figura 45 – répteis.

rés e crocodilos; Lepidosauria: tuatara, lagartos, serpentes e cobras-de-duas-cabeças. Possuem respiração pulmonar e o coração apresenta-se formado por quatro câmaras, duas aurículas e dois ventrículos. A separação entre os ventrícu-los não é completa, de modo que ocorre certa mistura do sangue venoso com o arterial.

av e s

Os membros anteriores transformam-se em asas, órgãos fundamentais para o voo. São animais com o corpo recoberto de penas, sem dentes e com um bico córneo. As aves são animais homeotermos, isto é, possuem mecanismos de manutenção da temperatura corporal, a qual mantém-se constante independen-temente da temperatura ambiente. A fecundação é interna e são ovíparas. A respiração é pulmonar, e o coração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não ocorren-do mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.

Membrana nictitante

Cerebelo desenvolvido

Esterno com quilha

Músculo peitoral

Ossos pneumáticos

Sacosaéreos

Penas

Asa

m a m m a l i a

São exemplos de mamíferos o homem, o maca-co, o boi, a baleia, o morcego. A principal caracte-rística dos mamíferos é a presença de glândulas ma-márias nas fêmeas, daí o nome que receberam (do latim: mamma = mama, teta: feros = portador). Outra característica importante nos mamíferos é a presen-ça de pelos recobrindo o corpo. Todos os mamíferos são homeotermos e têm respiração pulmonar, inclu-sive os aquáticos como a baleia, o golfinho e o peixe--boi. Os mamíferos são animais vivíparos (as fêmeas parem as crias já completamente formadas) e com fecundação interna. A grande vantagem apresentada pelos mamíferos é a capacidade das fêmeas gerarem seus filhotes dentro do ventre. E isso só se tornou possível para os mamíferos porque neles as fêmeas

Figura 46 – aves. Fonte: http://www.soBiologia.com.Br/conteudos/reinos3/aves.php

Figura 47 – mamíFeros.

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48 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Sugestão de AtividadeConstrua um quadro com as principais características diferenciais de cada grupo

estudado.

possuem um órgão chamado útero, em cujo interior se desenvolve um embrião. O co-ração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não ocorrendo mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.

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i n t e r a ç õ e s e c o l ó g i c a s

6

asta um passeio mais atento pelo parque ou bosque da nossa cidade para percebermos que os seres vivos estabelecem relações e associações. Estas lhes trazem benefícios (harmônicas) ou

prejuízos (desarmônicas) e tanto podem ser entre indivíduos da mesma espécie (relações intraespecíficas) quanto de espécies distintas (relações interespecíficas). Vale a pena ressaltar que o termo “desarmônica” se aplica a relação entre os indivíduos, mas não ao resultado da interação para a população, visto que as relações entre os seres vivos respondem pelo equilíbrio e pela complexidade de um ecossistema.

r e l a ç õ e s h a r m ô n i c a s i n t e r e s P e c í F i c a s

» m u t u a l i s m o

É uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, as duas espécies envolvidas são beneficiadas e a associação é necessária para a sobrevivência de ambas. Um bom exemplo dessa relação é a associação de algas e fungos formando os líquens. Neste caso os fungos abrigam as algas e as mesmas alimentam os fungos. Os líquens são considerados indicadores ambientais (Figuras 49 e 50).

B

Figura 48 – ilustração representando as vantagens/desvantagens nas interações ecológicas. Fonte: http://www.portaldoproFessor.mec.gov.Br

Mutualismo Comensalismo Parasitismo

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50 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

» P r o t o c o o P e r a ç ã o

Nesta relação, os indivíduos de espécies diferentes podem viver de modo independente sem que isso pos-sa prejudicá-las. Você já deve ser vis-to um pássaro sobre um boi ou outro mamífero, que em geral são aliviados de seus carrapatos por esses pássaros, que os comem.

Figura 49 – líquen em árvore. Fonte: http://www.Feirade-ciencias.com.Br/sala26/26_Feira_01.aspFigura 50 – rhizoBium e leguminosas. Fonte: http://portal-doproFessor.mec.gov.Br/Fichatecnicaaula.html?aula=1530

Figura 51 – protocooperação. Fonte: http://www. Flickr.com/photos/14025208@n05/1430529772

Figura 52 – exemplo de comensalismo: tartaruga e peixes-piloto.Fonte: http://viajeaqui.aBril.com.Br/national-geographic/

Figura 53 – inquilinismo. Fonte: http://vivendociencias.Blogspot.com/2010/12/

comensalismo.html

» co m e n s a l i s m o

Relação onde apenas uma das espécies envolvidas se beneficia sem, no entanto, prejudicar ou beneficiar a outra. Nesse tipo de relação, o comensal se alimenta daquilo que é rejeitado pela outra espécie. Trata-se de uma relação observada entre o urubu e o ho-mem, onde o urubu alimenta-se dos restos deixados pelo homem em lixões e aterros. Outro exemplo é a relação entre o tubarão e a rêmora (figura 52).

» i n Q u i l i n i s m o

Nesta associação mantida por indivíduos de espécies diferentes, apenas uma se beneficia sem prejudicar a outra. O inquilino (espécie beneficiada) obtém abrigo ou ainda suporte no corpo da espécie não beneficiada (hospedei-ro). Um exemplo desse tipo de relação é o das bromélias e orquídeas que se fixam no tronco das árvores.

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r e l a ç õ e s h a r m ô n i c a s i n t r a e s P e c í F i c a s

» s o c i e D a D e

É um tipo de relação entre indivíduos da mesma espécie, sem união física, porém caracterizada pela divisão de trabalho. As sociedades das abelhas, das formigas e dos cupins são bons exemplos deste tipo de relação (Figura 54).

Figura 54 – exemplo de sociedade: aBelhas. Fonte: http://educacao.uol.com.Br/Biologia/ult1698u25.

Figura 55 – caravela. Fonte: http://www.typicallyspanish.com/news/ puBlish/article_17350.shtml

» co l ô n i a

Indivíduos associados anatomicamente. Estes podem se apresentar semelhantes (colônias isomorfas), ou com dife-renciação corporal de acordo com a atividade que desempe-nham (polimorfas). Exemplos: Com divisão de trabalho → caravela (colônia de cnidários ou celenterados) (figura 55); Sem divisão de trabalho → agrupamento de bactérias.

relações Desarmônicas intraesPecíFicas e interesPecíFicas

» co m P e t i ç ã o

Relação em que organismos da mesma espécie (intraespecíficas) ou de espécies diferentes (interespecíficas) disputam por recursos do meio que não existem em quan-tidades suficientes para todos (alimento, território, reprodução, luminosidade). A com-petição pode ser:

• Territorial → demarcação de área por alguns mamíferos: cães e lobos;• Por luminosidade → plantas de uma floresta densa para realização de

fotossíntese;• Por alimento → plantas cujas raízes atingem a mesma profundidade no solo.

r e l a ç õ e s D e s a r m ô n i c a s i n t e r e s P e c í F i c a s

» P r e D at i s m o

Relação mantida por indivíduos de espécies diferentes, na qual um organis-mo captura e mata outro para se alimentar. Carnívoros → gavião, cascavel e onça (figura 56).

Figura 56 – predatismo. all rights reserved © 2007 By clande moreillon

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» Pa r a s i t i s m o

Relação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes, onde uma espécie é be-neficiada (o parasita) e a outra é prejudicada (o hospedeiro). Os parasitas podem viver sobre (ectoparasita) ou dentro (endoparasita) do corpo do hospedeiro. Exemplos de ectoparasita → piolho e o homem; exemplo de endoparasita → lombriga e o homem.

» a m e n s a l i s m o

Uma espécie inibe o desenvolvimento de outra. Ex: liberação de antibióticos por determinados fungos, causando a morte de certas bactérias (figura 57).

relações Desarmônicas intraesPecíFicas

» c a n i B a l i s m o

Uma relação que envolve indivíduos da mesma espécie, onde um deles mata o outro para se alimentar. Exemplos de canibalismo → a viúva-negra (aranha) e a fêmea do louva-a-deus, devoram o macho após a cópula (ato sexual).

Figura 57 – Fungos do gênero penicillium iniBindo o crescimento de Bactérias sta-phylococcus aureus: exemplo de amensalismo. Fonte: http://www.Brasil escola.com/

Biologia/relacoes-ecologics.htm

sugestão de avaliação

• De associações observadas entre organismos presentes na natureza, confeccione um quadro que use os sinais + e - para indicar a influência (harmônica ou desarmô-nica) das relações ecológicas sobre as espécies envolvidas, deduzindo a partir do que foi exposto teoricamente.

• Apresente pelo menos dois exemplos para cada tipo de associação (harmônicas e de-sarmônicas).

li n k s pa r a c on s u lta :• Vídeomostrandoopeixepalhaçoemumaanêmona.Disponívelem:http://www.youtube.com/watch?v=D6wf joEZwFM&NR=1• Video sobre predação. Disponível em: http://w w w.youtube.com/watch?v=uy9QLKPdPoc• VídeomostrandoainteraçãoentreanêmonaseoBernardo-eremita.Disponível em: http://ww w.youtube.com/watch?v=IdaQBFuj67K

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a s P é c t o s Fí s i c o - Q u í m i c o s D a s cé l u l a s

7

e uma forma geral o que podemos definir com relação à diversidade no nível da unidade morfo-fisiológica da vida? Ou seja, como essas diferenças se apresentam nos princípios celulares?

Ao conhecer um pouco das características celulares observamos uma série de peculiaridades, certo? As mitocôndrias e cloroplastos ambos se parecem com bactérias no tamanho e no formato, com seu pró-prio material genético e maquinaria proteica, o que levou Lynn Margulis a elaborar a hipótese de que essas organelas evoluíram a partir de bactérias aeróbias de vida livre que formavam relações simbióticas com eucariotos primordiais.

Além da diversidade celular devido as suas peculiaridades, sabemos que elas podem se organizar formando os indivíduos multicelulares, não é? No processo de história evolutiva, células eucarióticas indi-viduais (Figura 58) atuando de uma maneira mutuamente benéfica originaram organismos multicelulares, para os quais a divisão de trabalho fornecia uma vantagem competitiva.

D

Microtúbulos

Centríolos

Mitocondria

Complexo de Golgi Nucleolo

Membrana nuclear

Cromossomo

NucleoplasmaRetículo

endoplasmático rugoso

VesículasCitoplasma

Ribossomos

Vacuolos

Cromossomos

Membrana plasmática Parede Vegetal

Complexo de Golgi

Retículo endoplasmático

liso

Retículo endoplasmático

rugoso

Nucleolo

Nucleoplasma

VesículasCitoplasma

Ribossomos

MitocondriaCloroplasto

Microtúbulos

Figura 58 – esquema da célula eucariótica a) animal e B) vegetal. Fonte: (a) http://Bloggeae.Blogspot.com/2009/11/de-celulas-eucariontes-e-procariontes.html

(B) h t t p://a m i g a s da108. B lo g s p o t.co m/2007/11/co n t exto-d e-c lu la-e u ca ri o ta-a n i m a l.h t m l

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Fora a ausência total de plastos e grãos de amido (acabamos de ver que os fungos são heterotróficos), a célula de fungo pouco difere das células animais e vegetais.

A seguir vamos apresentar uma tabela com as estruturas celulares e suas funções metabólicas:

e s t r u t u r a c e l u l a r e s u a s Fu n ç õ e s m e ta B ó l i c a sM

itoc

ôndr

ia

Respiração celular (Ciclo do áci-do cítr ico, fosfori lação oxidativa, oxidação dos ácidos graxos).

estr utu r a ce lu l ar Fu n ç ão

Fotossíntese.

Clo

ropl

asto

Granum

Espaçointramembranar

Tilacóides

Membra-na externa

Membra-na interna

Lamela

Estroma

GrânulosRibossomos

Cristas

Matriz

Membrana internaMembrana externaDNA

Partículas sintetizadoras de ATP

Espaço intermembranoso

Cit

osol

ou

mat

riz

cito

plas

mát

ica

Compreende o espaço entre as organelas e depósitos de substân-cias (grânulos de gl icogênio ou gotículas de l ipídio), que contém água, íons diversos. É o loca l e corrência da Glicól ise, biossínte-se dos ácidos graxos e muitas das reações da gl iconeogênese.

Citosol

Membrana plasmática

Digestão enzimática de compo-nentes celulares e materia l inge-rido.

Lis

osso

mos

Ret

ícul

o

End

opla

smát

ico

Rug

oso

Síntese de proteínas l igadas à membrana e proteínas secretoras.

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Replicação e transcrição do DNA, processamento do RNA.

Núc

leo

Apa

relh

o ou

C

ompl

exo

de G

olgi

Processamento pós-traducional de proteínas de membrana e pro-teínas secretoras; formação da membrana plasmática e de vesí-culas secretórias.

Ret

ícul

o E

ndop

lasm

átic

o L

iso Biossíntese de l ipídeos e esteroi-

des.

Membrana externaMembrana interna

NucléoloNucleoplasma

Heterocromatina

Poros nucleares

Eucromatina

Ribossomas

Vesícula de Secreção

Cen

trio

lo

Div isão celular que origina cí l ios e f lagelos.

Rib

osso

mos

Síntese de proteínas.

Pero

xiss

omo

Reações de oxidação, cata l isa-das por aminoácido-oxidases e cata lase.

Peroxissomas

Núcleo

Mitocôndria

Cloroplasto

Parede celular

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56 | Ciências Naturais e Matemática | UAB

Glio

xiss

omo Tipo de peroxissomo que têm as

enzimas do ciclo do gl ioxi lato, uma v ia metabólica que converte l ipídios em glicídios quando da germinação das sementes.

Plas

mod

esm

os

Rea l iza comunicação entre célu-las vegetais.

Mitocôndrias

Glioxissomo

Parede celular

Membrana celular

Lamela

Plasmodesmos

Célula 1

Célula 2

Agora veja no quadro abaixo, resumidamente, as principais diferenças entre as células animais e vegetais:

p r i n c i pa i s di F e r e n ç a s e n t r e a s c é l u l a s a n i m a i s e ve g e ta i s

e s t ru t u r a /ca r ac t e r í s t ic a c é l u l a ve g e ta l c é l u l a a n i m a l

Cloroplasto Presente AusenteVacúolos Maiores MenoresPeroxissomos Presentes PresentesComplexo de Golgi Vesículas isoladas Vesículas empilhadasCentríolos Ausentes PresentesPlasmodesmos Presentes AusentesParede Celular Presente AusenteReserva Amido Glicogêneo

Ainda considerando a diversidade biológica, podemos notar a presença de carac-terísticas celulares bioquímicas que inferem em muitas das diferenças classificatórias nos táxons. Afinal, o metabolismo celular de todos os organismos vivos constitui um sistema estável de reações químicas e processos fisicoquímicos utilizando a energia proveniente do meio em que se encontram.

Os nutrientes podem ser inorgânicos ou orgânicos. Alguns microorganismos oxi-dam substâncias inorgânicas para obtenção de energia (Fascículo anterior). No entan-to, a maioria dos microorganismos e os demais organismos vivos oxidam substâncias orgânicas.

Praticamente todos os componentes moleculares de um organismo podem reagir uns com os outros. Muitas dessas reações são favoráveis de modo termodinâmico, ou

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seja espontâneas. Para atuar no caminho pelo qual os reagentes são transformados em produtos, as células utilizam diversos tipos de catalisadores. Os catalisadores biológicos são chamados de enzimas e a maioria são proteínas.

Uma multidão de enzimas medeia o fluxo de energia em cada célula. À medida que a energia livre é colhida, armazenada ou usada para realizar trabalho celular, ela pode ser transformada em outras moléculas, em calor, em trabalho elétrico ou mecâ-nico, de acordo com as necessidades do organismo e da maquinaria bioquímica com a qual ela foi equipada ao longo do tempo.

O metabolismo, processo geral por meio do qual os sistemas vivos adquirem e usam energia livre para realizarem suas funções, é tradicionalmente dividido em duas partes: O catabolismo ou degradação é o processo de aproveitamento dos componen-tes dos constituintes celulares e dos nutrientes para utilização e/ou geração de energia; e o anabolismo ou biossíntese que é o processo de síntese das biomoléculas a partir dos componentes mais simples.

Cada estratégia trófica utilizada pelos diferentes organismos os agrupam da se-guinte forma:

Os organismos autotróficos podem ser fototróficos, usam a energia lumi-nosa como fonte energética como fazem as plantas e algas, ou quimiotróficos, que usam a energia retirada do catabolismo de compostos químicos. Os heterotróficos não conseguem sintetizar seu próprio alimento, necessitando de uma fonte externa, podendo citar como exemplos os animais e fungos.

Os organismos que não usam o oxigênio molecular como receptor final de elé-trons (ou seja, que não respiram oxigênio, mas sim outro composto químico) são deno-minados anaeróbios. Os anaeróbios que não suportam sequer a presença de oxigênio são anaeróbios obrigatórios. Alguns procariontes apresentam características mistas: podem por exemplo usar oxigênio em algumas ocasiões, mas também utilizar metabo-lismo anaeróbio quando a quantidade de oxigênio é limitante (aeróbios facultativos).

Quase todos os eucariontes conhecidos dependem da presença de oxigênio para o seu metabolismo normal, ou seja, são organismos aeróbios. O oxigênio é necessário na fosforilação oxidativa como receptor final de elétrons. Em contraste, os procariontes apresentam uma grande diversidade de metabolismo energético, podendo classificar-se de diferentes formas quanto ao aceptor final de elétrons e quanto à fonte de carbono usada para o seu desenvolvimento.

As diversas vias metabólicas relacionam-se entre si de forma complexa, de forma a permitir uma regulação adequada. Este relacionamento envolve a regulação enzimá-tica de cada uma das vias, o perfil metabólico característico de cada órgão e controle hormonal.

Assim como alteramos o nosso ritmo no dia a dia em virtude dos acontecimentos, o fluxo da via metabólica também pode sofrer alterações constantemente.

O ambiente da maioria dos organismos encontra-se em constante mudança, sendo necessária uma regulação das reações metabólicas de modo a manter um conjunto de condições mais ou menos constantes nas células, chamado homeostase. A regulação metabólica permite aos organismos dar resposta a estímulos do exterior, permitindo a

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interação com o seu ambiente. Os processos metabólicos aqui citados serão detalhados nos fascículos “Física am-

biental e processos biogeoquímicos” e “Ciclos e metabolismos vitais”.

É interessante fazer uma aula de campo, uma vez que espécies dos diferentes grupos de seres vivos estudados e algumas interações ecoló-

gicas podem ser facilmente encontradas em parques ecológicos ou ambientes naturais. Cabe ao professor conhecer previamente o lugar e avaliar se o lugar é

adequado e fornece recursos interessantes para abordar o tema, como presença de co-gumelos, diferentes espécies de animais e plantas, trilhas que contenham epífitas para abordar o inquilinismo, árvores com líquens (bom inclusive para abordar a utilização como indicador ambiental), formigueiros para exemplificar sociedades, e assim por diante.

O transecto é um método de quantificação sem medição da área amostrada. Consiste em caminhar ao longo de uma linha (transecto), de preferência predetermi-nada, registrando, em pontos equidistantes, as espécies mais próximas desses pontos. Desta forma obtêm-se abundâncias relativas das espécies registradas. O comprimento do transecto e a distância entre os pontos amostrados dependem dos objetivos do es-tudo, do tempo disponível e, logicamente, do tipo de habitat a amostrar.

Os objetivos são a aprendizagem e prática de um método simples e eficaz de amostragem, bem como, o conhecimento dos habitats e de suas espécies mais impor-tantes.

Os materiais utilizados serão: fita métrica de 50m; relógio, de preferência com contagem reversa com alarme ou com cronômetro; vestuário adequado ao trabalho de campo (umidade, frio, chuva).

at i v i D a D e D e i n t e g r a ç ã o D o Fa s c í c u l o

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