Farinha de Carne e Ossos

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Revista Eletrônica Nutritime, v.2, n°4, p.221 –234 julho/agosto de 2005. Revista Eletrônica Nutritime 221 Artigo Número 24 FARINHA DE CARNE E OSSOS Evandro Campestrini 1 Introdução A indústria de rações depara com a necessidade de grandes volumes de ingredientes, havendo com freqüência a escassez de ingredientes alternativos ao milho e ao farelo de soja. Mesmo não havendo falta de farelo de soja deve-se lembrar que seu preço é regulado no mercado internacional. A formulação é dependente da qualidade, bem como dos preços dos ingredientes, e por isso a competição entre as empresas comprime a margem de lucro e põe mais pressão para redução de custos de produção das rações. As boas fontes protéicas têm em geral altos custos e os ingredientes alternativos podem ser usados, mas depende (na dependência) do conhecimento de sua qualidade, preço, e do resultado no desempenho dos animais. Evidentemente que se defende a melhoria da qualidade dos subprodutos de modo a tratá-los como ingredientes e não como commodities, cujo comércio dispensa maiores cuidados sobre qualidade nutricional e sanitária. Toda a indústria animal e o governo deveriam estar atentos para a qualidade e a importância que as farinhas de origem animal têm no cenário nacional, pois há muito a ser feito e com possibilidades de grandes melhorias no setor (Bellaver, 2001). A farinha de carne e ossos (FCO) é um dos alimentos alternativos que merece estudos mais detalhados sobre sua composição química de modo a se obter o máximo sucesso na utilização desta matéria-prima. É o principal subproduto de abatedouro utilizado na nutrição animal, sendo uma excelente fonte protéica (apresenta teor de proteína bruta entre 35 e 55%) e importante fonte de cálcio e fósforo (Vieites et al.,1999). Nos últimos anos, a utilização de produtos de origem animal em rações, tem sido muito discutida mundialmente, devido aos vários problemas decorrentes principalmente na União Européia com doenças como o “mal da vaca louca” e a febre aftosa. Segundo Dale (2002), não há motivos para a suspensão do uso de subprodutos de origem animal para aves, pois no continente americano não se tem notícia da ocorrência de enfermidades como o “mal da vaca louca”, tendo em vista que esta síndrome também nunca foi observada em aves, além do que, a utilização de farinhas de origem animal causa efeito aditivo quando utilizada com proteínas de origem vegetal, principalmente em relação a aditividade observada na utilização dos aminoácidos dietéticos pelas aves. Outro fator de extrema importância é que as farinhas de carne e ossos são fontes de cálcio e fósforo, sendo este o terceiro limitante em relação a custo na formulação de rações. 1 Mestrando em Zootecnia - Nutrição de Monogástricos (Avicultura) -Universidade Estadual de Maringá – UEM; [email protected]

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  • Revista Eletrnica Nutritime, v.2, n4, p.221 234 julho/agosto de 2005.

    Revista Eletrnica Nutritime

    221

    Artigo Nmero 24

    FARINHA DE CARNE E OSSOS

    Evandro Campestrini 1

    Introduo

    A indstria de raes depara com a necessidade de grandes volumes de

    ingredientes, havendo com freqncia a escassez de ingredientes alternativos ao milho e ao farelo de soja. Mesmo no havendo falta de farelo de soja deve-se lembrar que seu preo regulado no mercado internacional. A formulao dependente da qualidade, bem como dos preos dos ingredientes, e por isso a competio entre as empresas comprime a margem de lucro e pe mais presso para reduo de custos de produo das raes. As boas fontes proticas tm em geral altos custos e os ingredientes alternativos podem ser usados, mas depende (na dependncia) do conhecimento de sua qualidade, preo, e do resultado no desempenho dos animais.

    Evidentemente que se defende a melhoria da qualidade dos subprodutos de modo

    a trat-los como ingredientes e no como commodities, cujo comrcio dispensa maiores cuidados sobre qualidade nutricional e sanitria. Toda a indstria animal e o governo deveriam estar atentos para a qualidade e a importncia que as farinhas de origem animal tm no cenrio nacional, pois h muito a ser feito e com possibilidades de grandes melhorias no setor (Bellaver, 2001).

    A farinha de carne e ossos (FCO) um dos alimentos alternativos que merece

    estudos mais detalhados sobre sua composio qumica de modo a se obter o mximo sucesso na utilizao desta matria-prima. o principal subproduto de abatedouro utilizado na nutrio animal, sendo uma excelente fonte protica (apresenta teor de protena bruta entre 35 e 55%) e importante fonte de clcio e fsforo (Vieites et al.,1999).

    Nos ltimos anos, a utilizao de produtos de origem animal em raes, tem sido

    muito discutida mundialmente, devido aos vrios problemas decorrentes principalmente na Unio Europia com doenas como o mal da vaca louca e a febre aftosa.

    Segundo Dale (2002), no h motivos para a suspenso do uso de subprodutos de

    origem animal para aves, pois no continente americano no se tem notcia da ocorrncia de enfermidades como o mal da vaca louca, tendo em vista que esta sndrome tambm nunca foi observada em aves, alm do que, a utilizao de farinhas de origem animal causa efeito aditivo quando utilizada com protenas de origem vegetal, principalmente em relao a aditividade observada na utilizao dos aminocidos dietticos pelas aves. Outro fator de extrema importncia que as farinhas de carne e ossos so fontes de clcio e fsforo, sendo este o terceiro limitante em relao a custo na formulao de raes.

    1 Mestrando em Zootecnia - Nutrio de Monogstricos (Avicultura) -Universidade Estadual de Maring UEM; [email protected]

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    Definio, Composio e Caractersticas da Farinha de Carne e Ossos

    As definies dos produtos de origem animal so muito importantes para sua padronizao, permitindo que o produto seja classificado da mesma forma em diferentes locais e por diferentes profissionais.

    Na definio de ingredientes de origem animal est o inicio da variabilidade encontrada nas tabelas, havendo muitas vezes dvidas e enquadramento errneo de subprodutos.

    Farinha de carne e ossos

    produzida em graxarias e frigorficos, a partir de ossos e tecidos de animais, aps a desossa completa da carcaa de bovinos e/ou sunos. No deve conter cascos, chifres, plos, contedo estomacal, sangue e outras matrias estranhas. Nos EUA a definio de FCO implica em teor no mnimo 4% de fsforo. O clcio no deve exceder 2,2 vezes o seu nvel e a protena deve ter solubilidade em pepsina superior a 86%. A composio do material bruto ter significante efeito na qualidade do produto obtido sendo que a gordura protege a lisina no processamento da FCO. O sobreaquecimento influencia na palatabilidade e qualidade da FCO e cuidados especiais devem ser tomados para eliminar os microrganismos prevenindo a contaminao da FCO aps o processamento. Sua cor de dourada a marrom com densidade de 657 a 689 kg/m3.

    Farinha de carne

    o produto oriundo do processamento industrial de tecidos animais. So especificados 5 tipos de FC com base na PB (35, 40, 50 e 55% de PB). A farinha de carne obtida semelhante a FCO, mas o nvel de fsforo ser no superior a 4% (Bellaver, 2001). Quando a farinha de carne apresentar mais de 26% de matria mineral, dever ser considerada como farinha de carne e ossos. Segundo a American Feed Manufacture Association, a farinha de carne que apresentar mais de 4,4% de fsforo (P) ter a palavra ossos includa em seu nome (Sartorelli, 1998).

    Segundo ANFAR (1985) so especificados trs tipos de farinhas de carne e ossos, como demonstrado no Quadro 1. Porm, na Tabela Brasileira para Aves e Sunos, so descritos seis tipos de farinhas de carne e ossos, como mostra o Quadro 2 (Rostagno et al., 2000).

    Quadro 1. Especificao para farinha de carne e ossos, segundo ANFAR (1985).

    TIPO (%) Especificao Unidade

    45 40 36 Umidade (Maximo) % 7,0 7,0 7,0 Protena Bruta (mnimo) % 45,0 40,0 36,0 Dig. Pepsina (mnimo) % 85,0 85,0 85,0 Extrato etreo (mnimo) % 8,0 8,0 8,0 Extrato etreo (Maximo) % 12,0 12,0 12,0 Acidez (Maximo) Mileq 6,0 6,0 6,0 Fibra bruta % 1,0 1,0 1,0 Matria mineral % 36,0 42,0 48,0 Clcio (mximo) % 13,0 15,50 17,50 Fsforo (mnimo) % 5,50 6,50 7,50 Teste de EBER - Negativo Negativo Negativo Salmonella - Negativo Negativo Negativo Retido peneira 2,83 mm % 0,0 0,0 0,0 Retido peneira 2,00 mm % 5,0 5,0 5,0 ANFAR (1985).

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    Quadro 2. Especificaes para farinha de carne e ossos segundo Rostagno, (2000). TIPO (%)

    Especificaes Unidade 36 40 45 50 55 60

    Matria seca % 92,34 92,50 92,20 91,83 92,71 92,14 Protena % 35,96 40,69 45,37 50,11 54,50 61,28 PDA/ sunos % 24,45 31,74 36,26 40,61 46,00 52,28 Gordura % 12,00 11,82 11,10 11,15 10,44 7,88 Ac linoleico % 0,30 0,35 0,33 0,33 0,23 0,20 Fibra bruta % 0,93 1,24 1,28 1,24 1,50 0,94 Matria mineral % 42,11 36,22 33,99 29,04 23,18 19,92 Clcio % 15,05 14,31 11,29 9,98 8,46 7,98 Fsforo total % 7,50 6,20 5,91 5,12 4,18 3,90 Fsforo disp. % 7,50 6,20 5,91 5,12 4,18 3,90 Potssio % 0,70 0,70 0,67 0,59 0,56 0,40 Sdio % 0,57 0,71 0,70 0,53 0,69 0,50 Cloro % 0,50 0,60 0,60 0,46 0,50 0,45 Energia Bruta Kcal/kg 3.126 3.561 3.692 3.812 4.145 4.341 EMA/aves Kcal/kg 1.703 1.945 2.004 2.277 2.286 2.362 EMV/aves Kcal/kg 1.778 2.233 2.243 2.401 2.410 2.430 EDig/sunos Kcal/kg 1.794 2.348 2.377 2.409 2.846 2.926 EM/sunos Kcal/kg 1.588 2.137 2.247 2.277 2.619 2.693

    O tipo de farinha quanto a sua origem: suna, bovina ou mista, tem influencia na digestibilidade dos nutrientes, principalmente de aminocidos, sendo que as farinhas mistas de bovinos e sunos apresentam menor digestibilidade do que quando separadas por espcies. Dale (1997) citado por Bellaver (2001), calculou a energia metabolizvel da farinha de carne e ossos, encontrando que medida que h mais resduos de ossos na farinha, reduz a energia metabolizvel estimada quando essa obtida com nveis de substituio altos em uma dieta de referencia (40% por exemplo).

    Os resduos que entram na composio das farinhas so importantes do ponto de vista que, dependendo de suas propores podem alterar a digestibilidade das farinhas.

    No se admite e so consideradas adulteraes a adio de plos, p de chifre ou cascos, contedo gastrintestinal, couro, excesso de sangue, etc (Lima, 1995; citado por Sartorelli, 1998). O mesmo autor salienta ainda, que os fabricantes usam propores variveis de ossos nas misturas durante o processo de produo, o que gera diversos tipos de farinhas de carne e ossos, que so diferentes entre si em valor nutricional e em valores econmicos na formulao de raes animais.

    Devido falta de uma fiscalizao rigorosa, verificam-se ainda fraudes e adulteraes nas farinhas de carne, tais como: aplicao de calcrio para reduzir a acidez, raspa de couro curtido para elevar a protena bruta, e aplicao de uria com a mesma finalidade.

    Por desconhecimento ou em decorrncia de problemas no sistema de extrao de gordura, razoavelmente comum o processamento a temperaturas muito elevadas (acima de 120C) ou por tempo desnecessariamente longo, tornando o produto, de qualidade inferior. Contudo um dos maiores problemas relacionados com protenas de origem animal o fato de haver muita variao entre produtos. Isso significa que o nutricionista no pode incluir o produto nas frmulas sem uma anlise cuidadosa dos seus valores nutricionais (Sartorelli, 1998).

    A farinha de carne e ossos (FCO) um ingrediente largamente utilizado em dietas para frangos de corte e poedeiras comerciais, atuando geralmente como redutor nos custos de formulaes (Faria Filhoet al., 2002). Segundo Lesson & Summers (1997), para cada tonelada de carne preparada para o consumo humano, cerca de 300 kg so

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    descartados como produtos no comestveis, e desses, aproximadamente 200 kg se transformam em farinha de carne. Trata-se de um ingrediente rico em protena bruta (PB), clcio (Ca) e fsforo (P). Fundamentalmente a matria inorgnica dos ossos est formada em sua maior parte por fosfato triclcico. O fosfato de magnsio, o carbonato e fluoreto de clcio, bem como traos de cloretos e sulfatos alcalinos complementam o teor das cinzas dos mesmos. Ossos provenientes de animais jovens so mais moles e elsticos do que aqueles oriundos de animais adultos e em conseqncia so menos ricos em substncias minerais (Andrigueto et al., 1988a).

    Caractersticas Macroscpicas

    Farinha de carne e farinha de carne e ossos so de partculas em forma de grnulos, de cor marrom claro a marrom escuro, cujo tamanho varia conforme a sua granulometria. Sua cor, textura e uniformidade so bastante variadas. Partculas de ossos esto presentes nas farinhas de carne e ossos, o que no ocorre com as farinhas de carne, porm ambas so ligeiramente gordurosas devido ao seu alto teor de gordura. O odor de carne e gordura cozidos, mas no de rano (Butolo, 2002).

    Caractersticas Estereoscpicas

    A parte fina granular e as partculas maiores so grosseiras, ligeiramente gordurosas com quantidades variveis de partculas finas aderidas nelas Os fragmentos de ossos so grosseiros, de cor branca, cinza ou marrom claro. Ossos de mamferos so densos e se quebram em partculas grossas e os de aves so menos densos e se quebram em lascas com pontas afiadas, sendo considerada fraude. Plos esto sempre presentes e as vezes passam por processo de hidrolise e voltam a fazer parte da farinha. Sua caracterstica quanto a forma plana ou cilndrica, apresentando cores que variam do amarelo claro ao preto (Butolo, 2002).

    Caractersticas Histolgicas

    Partculas de msculo estriado esto presentes tanto na farinha de carne como na farinha de carne e ossos. Ossos, casco, chifre, sangue e plos so as caractersticas mais usuais para a identificao. Os ossos so compostos de espaos (lamelas), arranjadas em forma anelar, circundando pequenos canais por onde fluem os vasos sanguneos. Aparecem tambm espaos de ar (lacunas), que so conectados a canalculos por onde fluem os nutrientes que fazem parte da composio ssea. Usando aumento de 100x, as lacunas apresentam-se negras contra superfcie cinza, sendo a melhor caracterstica desse constituinte. Partculas de casco e chifre aparecem nas cores cinza escuro ou partculas negras com inmeras linhas paralelas na superfcie (Butolo, 2002).

    A viabilidade de incorporao da FCO em dietas para frangos de corte depende em grande parte do valor de energia metabolizvel (EM) desse ingrediente. Vrios autores consideram que os valores de EM da FCO esto normalmente subestimados quando obtidos com metodologias nas quais o nvel de incluso de FCO na dieta-referncia varia de 40 a 50%, possivelmente porque os elevados nveis dietticos de clcio e fsforo proporcionados pela alta incluso da FCO comprometem a utilizao dos demais nutrientes (Faria Filho et al., 2002).

    Processamento

    Das fontes proticas alternativas, a soja tem qualidade mais varivel e vai da a importncia de conhecer a origem e o processamento do ingrediente em questo. Isso far com que se conhea de antemo a formulao, as limitaes do ingrediente, o que determinar o sucesso ou no sobre a reduo dos custos da rao e o efeito no desempenho animal com o ingrediente alternativo.

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    O processo bsico de produo de farinhas animais pode ser visualizado conforme o esquema geral mostrado na Figura 1.

    Resduos do abatedouro

    Vsceras/gua Penas/gua Sangue

    Peneira

    gua peneira Peneira Depsito

    gua de piso Gases/Trat

    Gases Digestor Vapor Pr-aquec

    Tratamento Fossa Digestor

    Percolador Flotao

    Gordura Coagulador

    Lagoa Percolador

    Prensa Depsito Expeller Vapor separador Detector gua/sang

    metais

    Expedio Moinho

    Fossa de

    Vapor Secador de Flocao

    Silos anel

    Lagoas

    Expedio Silos

    Expedio

    Figura 1. Fluxogama industrial de subprodutos, segundo Maffi (1994) citado por Bellaver

    (2001).

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    Consiste em retirar os excessos de gua, picar e/ou triturar os resduos no comestveis da matana, quando isso for necessrio, devido ao tamanho das peas, lev-los aos digestores para coco com ou sem presso, por tempo varivel dependendo do processo, sendo a gordura drenada, prensada ou centrifugada e o resduo slido modo na forma de farinha com especificaes de granulometria variveis. Benati (S.n.t) citado por Bellaver (2001), indicou vrios pontos onde a qualidade da farinha pode ser prejudicada.

    Fatores Que Afetam A Qualidade

    Umidade

    Sendo superior a 8% poderia facilitar a contaminao bacteriana e suas conseqncias, e se com baixa umidade, indica a queima do ingrediente no processo. A queima poderia estar associada ao desgaste do equipamento, excessivo tempo de reteno e ou mau funcionamento de manmetros e termmetros (Butolo, 2002);

    Textura

    Na composio da farinha entram em quantidades variveis os ossos que so de difcil mensurao, mas que podem ser segregados pedaos maiores para remoagem e manuteno da granulometria adequada. A textura ideal seria sem reteno em peneira Tyler 6 (3,36 mm), no mximo 3% de reteno na Tyler 8 (2,38 mm) e mximo 10% reteno na Tyler 10 (1,68 mm);

    Altas temperaturas e tempo excessivo no digestor

    Por desconhecimento ou por decorrncia de problemas no sistema de extrao de gordura, comum no processamento que a temperatura se eleve muito (acima de 120C) por tempo desnecessariamente longo, alterando a qualidade do produto, reduzindo a digestibilidade de aminocidos (Butolo, 2002);

    Excesso de gordura

    As farinhas de carne e ossos so classificadas pelo nvel de protena bruta e usadas pelo nvel de fsforo. A diversidade de tipos de equipamentos para extrao de gordura faz com que haja uma variao acentuada de nveis de gordura residual nas farinhas e no raro o uso de produtos em discordncia com os valores considerados nas formulaes, causando em determinadas circunstncias o desbalanceamento do clcio e fsforo (Butolo, 2002);

    Contaminaes do processo

    (sangue, penas, resduos de incubatrio, cascos, chifres, plos, contedo digestivo), as quais devem ser minimizadas em funo da definio de cada produto produzido e manuteno dos padres de qualidade;

    Contaminaes com materiais estranhos ao processo Em geral so associados falta de equipamentos adequados ou fraude e visam produzir subprodutos de baixo preo e sem qualidade. Deveriam aqui ser considerados a no incluso de materiais mortos, exceto aqueles originados no transporte e na plataforma de recebimento de animais dos abatedouros;

    Tempo entre o abate e o processamento

    Est se tornando muito importante devido ao aparecimento de novos processadores independentes. O processamento deve ser feito preferencialmente em seguida ao abate ou sempre no mesmo dia do abate, evitando assim a putrefao (Bellaver, 2001). O produto final deve ser ensacado em sacos de papel multifoliados e

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    armazenado em ambiente amplo, seco e arejado. O perodo de armazenamento depende da umidade do produto e do teor de gordura (Butolo, 2002).

    Limitaes Para Uso Em Raes Sem o conhecimento da origem do material possvel que esse item se torne um

    problema. Embora os custos e as facilidades para analisar cada ingrediente, torne a rotina de anlises difcil de ser implementada. preciso ter em mente que os fatores antinutricionais: bactrias (Salmonelas, E.coli), prons, cheiro, cor, sabor, podem afetar a qualidade final das raes produzidas. Est se tornando cada vez mais importante para o comrcio internacional a rastreabilidade de ingredientes usados no sistema produtivo, na qual determina os ingredientes que podem e os que no podem ser utilizados. No caso dos subprodutos de abatedouros entendemos que alguns pontos so importantes:

    Contaminao bacteriana

    Na produo das farinhas grande parte da contaminao bacteriana eliminada, porm, deve-se fazer um monitoramento dessa farinha para evitar a recontaminao. Para reduzir o risco de bactrias em farinhas, tem sido prtica comum na graxarias o uso de substncias a base de formaldedo, o que impede o crescimento bacteriano, embora seja um procedimento desejvel, isso pode, em hiptese, reduzir a degestibilidade dos aminocidos e da energia das farinhas, havendo que se testar o efeito dessas substncias sobre o metabolismo digestivo dos animais (Bellaver, 2001).

    Peroxidao das gorduras

    As farinhas de origem animal so ricas em gorduras e, por conseguinte tem facilidade em se auto-oxidarem pelo inicio da formao de radicais livres. A oxidao um processo autocataltico e desenvolve-se em acelerao crescente, uma vez iniciada. Fatores como temperatura, presena de enzimas, luz, e ons metlicos podem influenciar a formao de radicais livres. Portanto, importante impedir o inicio da formao de radicais livres, que poder ser feito pelo manejo adequado de produo e armazenamento. Substncias antioxidantes naturais e sintticos podem ser incorporados para diminuir a auto-oxidao dos cidos graxos das farinhas (Bellaver, 2001).

    Presena de poliaminas

    As poliaminas (putrescina, espermidina e espemina) esto presentes em diferentes concentraes nos alimentos vegetais e animais e parecem ser a fonte principal de poliaminas para o homem e animais. Poliaminas tm sido apontadas como substncias que causam toxicose quando ingeridas pelos animais. A putrescina, que a mais simples das aminas biognicas usada at 0,2%, foi considerada promotora de crescimento de frangos e txica medida que aumenta o consumo at 1% (Bellaver, 2001).

    Encefalopatia Espongiforme Bovina

    A instruo normativa do MAA (Ministrios da Agricultura Pecuria e Abastecimento, Instruo Normativa n 6 de 01 a 02 de fevereiro de 2001. DOU Seo 1 pagina 4), revogou as instrues normativas anteriores e imps varias proibies para o uso de fontes de protena e gordura de mamferos na alimentao de ruminantes, enfatizando tambm que os processos industriais utilizados para obteno dessas matrias-primas, no garantem a inativao do agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). A proibio oportuna no aspecto geral, porm, algumas consideraes precisam ser feitas em nome da clareza sobre o assunto. Na Unio Europia, o nico material permitido reciclar aquele declarado para atender ao consumo

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    humano, mas por razes comerciais ou tecnolgicas no direcionado ao consumo humano; devem respeitar os padres de processamento de 133C/3 Bar (~3 Atm) durante 20 minutos para toda transformao dos materiais de animais mamferos e proibio desde julho de 1994 de alimentao de ruminantes com protenas animais de origem mamfera (Bellaver, 2001).

    Segundo Rostagno e Silva (1998), nas raes formuladas para aves, o fornecimento de fsforo disponvel (Pd) pelas fontes de origem vegetal no o suficiente para atender as exigncias nutricionais a fim de proporcionar adequado desempenho e mineralizao ssea, havendo necessidade de suplementao com fontes de P inorgnico, que geralmente obtida pela utilizao de fosfato biclcico ou as farinhas de carne e ossos.

    A importncia da farinha de carne e ossos advm, primariamente, de seu valor como fonte de fsforo; portanto, seria mais racional classific-la de acordo com o teor desse nutriente; outra justificativa usada o fato de se utilizarem tecidos animais como matria-prima para a produo dessas farinhas que contm protena de baixo valor nutritivo, ocorrendo uma melhora em funo do processamento industrial com aplicao de temperatura e presso (Lima, 1995, citado por Sartorelli, 1998).

    A suplementao de fsforo inorgnico s raes geralmente realizada utilizando-se o fosfato biclcico ou as farinhas de carne e ossos. Nesse sentido, Lima (1995), citado por Sartorelli (1998) determinou a biodisponibilidade relativa de diversas fontes de fsforo, entre elas a farinha de carne e ossos, em relao ao fosfato biclcico, considerado como padro. Os resultados mostraram que no houve diferena significativa de biodisponibilidade de fsforo do fosfato biclcico em relao farinha de carne e ossos.

    Para as aves, a farinha de carne chegou a representar a principal fonte de fornecimento de protenas. usada em nveis que permitam ajustar o equilbrio e as necessidades em aminocidos limitantes, alm do fsforo. Tanto para aves como para sunos, as farinhas de carne podem ser utilizadas nas raes a nveis nos quais o teor em clcio das mesmas funciona como limitante, isto , alcance o teor indicado na rao para a fase e espcie em questo.

    Em termos atuais a maior parcela da protena das raes destinadas a sunos proveniente de sementes oleaginosas, entretanto, a farinha de carne e ossos ainda utilizada, particularmente para equilibrar os nveis de aminocidos, bem como o fsforo.

    Fiscalizao Sanitria e Nutricional das Farinhas de Origem Animal O episdio sobre a vaca louca no Brasil deu uma trgua, mas alertou efetivamente

    para a necessidade indiscutvel de fiscalizao que deve ser exercida pelos rgos competentes, sem a qual, a instruo normativa existente ineficaz. Alm disso, os estabelecimentos devem aferir seus equipamentos para adequar o processo das farinhas visando a reduo do risco de infectividade por prions.

    Existem normas estabelecidas sobre o controle de produtos de origem animal j definidos e que serviro de subsidio para o MAA rever os padres oficiais das matrias-primas destinadas a alimentao animal. A qualidade organolptica conhecida por provas sensoriais, com especial cuidado a rancificao, acidez e putrefao e tambm por testes bioqumicos. As gorduras presentes nas farinhas so muito susceptveis a peroxidao e por isso as farinhas de origem animal devem ser estabilizadas com antioxidantes para prevenir o inicio da peroxidao. As provas de acidez e ndices de perxidos em farinhas de carne e ossos devem apresentar no mximo 4 mg de NaOH/g de amostra e 20 meq/1000g de amostra, respectivamente, para serem usadas na rao animal. A digestibilidade da protena em pepsina um bom meio de obter informaes

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    com relao qualidade da protena e pode ser estimada pela solubilidade da protena em pepsina na concentrao de 0,0002%.

    A composio das farinhas bastante varivel e segundo Bellaver, (2001) necessrio agrup-la quanto as suas caractersticas multivariadas. Muitos dos agrupamentos de farinhas tm sido feito com base na protena, sendo que os autores questionam a utilizao de apenas uma varivel para classificao (protena), eles chegaram a concluso, com base em analises de clusters, que esse mtodo permite uma melhor categorizao das farinhas (Bellaver, 2001).

    Efeito do Tamanho das Partculas Foi visto por Brugalli (1996) que a EMAn dependente do tamanho da partcula da

    farinha de carne e ossos. Partculas mdias (DGM 0,51 mm) e finas (DGM 0,42 mm) tiveram maior EMAn do que farinhas grossas (DGM 0,59 mm). Embora os autores classificaram as farinhas em trs diferentes categorias quanto ao DGM. importante observar que as farinhas podem ter DGM maiores, chegando inclusive no DGM de 1 mm. Tamanho de partculas maiores so particularmente importantes em farinhas de carne e ossos devido disponibilidade do fsforo que pode ficar comprometida (diminuir) se as partculas forem grossas (Bellaver, 2001).

    Anlise Para Diferenciao De Componentes Da Farinha Utiliza-se de spot tests pra diferenciar ossos de calcrio, cartilagens de casco e

    de chifre. Esses testes microqumicos podem ser efetuados da seguinte maneira: Mtodo I Ossos x calcrio x fosfato biclcico Reagente: cido clordrico Procedimento: a) Colocar uma amostra em 1 vidro de relgio; b) Adicione cido clordrico; c) Observe a efervescncia. O calcrio reage imediatamente, o fosfato biclcico

    reage leve e momentaneamente e os ossos reagem lentamente, mas de forma constante.

    Mtodo II Cartilagens x cascos ou chifres Reagente: cido actico glacial misture 1:1 cido actico com gua destilada

    (V/V). Procedimento: a) Coloque a amostra no spot plate ou cadinho de porcelana e cubra-o

    com reagente misturado; b) Observe a amostra aps 60 minutos; c) As cartilagens ficaro inchadas e macias, enquanto que casco ou chifre

    permanece resistente. Mtodo III presena de sangue Reagentes: 1. 3,3,5,5 tetramethylbenzidina, cido actico glacial e gua oxigenada

    (perxido de hidrognio) 2. 3,3,5,5 tetramethylbenzidina (sigma T-2885), misture 1g com

    100ml de cido actico glacial. Dilua com 150ml de gua destilada. Procedimento:

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    a) Antes do uso, misture 4 partes do reagente misturando (1) com 1 parte de gua oxigenada a 3%.

    b) Coloque um pouco das partculas do material analisado em uma lmina de microscpio;

    c) Adicione 1 gota do reagente. Se o sangue estiver presente, uma cor azul aparecer em torno das partculas;

    d) Use pequeno aumento para anlise (Butolo, 2002)

    Citaes De Trabalhos

    Santos et al. (2000) avaliando a qualidade de farinha de carne e ossos por meio

    da pesquisa de grupos microbianos indicadores de contaminao como contagem de mesfilos, fungos, coliformes fecais, presena de Salmonella e anlises microscpias (Tabela 1) e concluram que a contaminao por Salmonella constituiu a principal fonte de veiculao de patgenos nas raes.

    Tabela 1. Anlise de microscopia de ingredientes das raes.

    Elemento de analise (farinha de carne e ossos) Amostra

    Plos Couro/colg Fneros Contaminantes FCO 1 ++ +++ ++ Plstico (+) FCO 2 ++ ++ + Ausente FCO 3 ++ ++ + Sangue (+) FCO 4 +++ +++ +++ Fibras vegetais, semi-digeridas (+) FCO5 + ++ ++ Fibras vegetais, semi-digeridas (+) FCO 6 + +++ ++ Sangue (+) FCO 7 ++ +++ - Fibras vegetais, semi-digeridas (+),

    partculas super aquecidas (++) FCO 8 + ++ - Fibra vegetal semi-digerida (+), plstico

    (+), partculas metlicas (+) FCO 9 + +++ - Vsceras (+) FCO 10 +++ +++ - Fibras vegetais, semi-digeridas (+), penas

    (+), sangue (+) (+) = Escasso; (++) = moderado; (+++) = abundante; (++++) = campo repleto. FCO = Farinha de carne e ossos Adaptado de Santos et al., 2000.

    Faria Filhoet al., (2002) avaliando a utilizao de farinha de carne e ossos sobre o

    desempenho e rendimento de carcaa de frangos de corte observaram que com a incluso de farinha de carne e ossos (3% e 6%), prejudicou o desempenho das aves nos perodos de 0 a 21 dias e de 21 a 49 dias de idade (Tabela 2), observaram ainda que a deposio de gordura abdominal mais elevada em frangos alimentados com dietas contendo farinha de carne e ossos e as demais caractersticas de carcaa no foram comprometidas (Tabela 3).

    Vieites et al. (1999a), determinando valores energticos de seis amostras de farinha de carne e ossos, concluram que necessria a padronizao fsico-qumico das farinhas de carne e ossos a fim de usarem valores energticos mais exatos na formulao de raes para aves.

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    Tabela 2. Consumo de rao (CR), ganho de peso (GP), converso alimentar (CA) e viabilidade criatria (VC) nos perodos de 0 a 21 dias e 21 a 49 dias de idade.

    Caractersticas avaliadas Fatores

    0 a 21 dias de idade 21 a 49 dias de idade Incluso FCO DR(g) GP(g) CA(g/g) VC(%) DR(g) GP(g) CA(g/g) VC(%) 3% 1118 794 1,41 99,6 4352a 2024a 2,15 89,6 6% 1096 779 1,41 99,0 4221b 1963b 2,15 91,2 Mdia FCO 1107B 787 1,41 99,3 4287 1993B 2,15A 90,4 Test 1145A 803 1,43 98,4 4421 2115A 2,09B 93,3 Mdias seguidas de diferentes letras minsculas em cada fator e de letras maisculas para testemunha e mdias das dietas com FCO, dentro das mesmas colunas, diferem entre si (p

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    Tabela 4. Mdias de ganho de peso (GP), consumo de rao (CR), converso alimentar (CA) de 1 a 28 dias de idade e ocorrncia de diarrias na primeira semana de idade, conforme as FCO e probiticos utilizados.

    Variveis Raes

    GP (g) CR (g) CA Diarria (%) Controle 1018,27a 1808,58a 1,77b 5,5 FCO alta 1035,70a 1784,01a 1,72a 12,5 FCO mdia 1047,20a 1815,81a 1,73a 11,1 FCO baixa 1015,70a 1771,40a 1,74a 6,3 Probiticos Ausncia 1027,53a 1804,91a 1,76a 13 Na rao 1031,77a 1797,12a 1,74a 5,2 Na gua 1028,36a 1782,82a 1,73a 8,3 Mdia geral 1029,22 1794,95 1,74 8,8 CV 3,793 3,678 2,590 Mdias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem pelo teste de SNK (5%).

    Tabela 5. Resultados para consumo de rao (CR), ganho de peso corporal (GP), converso alimentar (CA), viabilidade criatria (VC) e ndice de eficincia produtiva (IEP) de 1 a 49 dias de idade.

    Caractersticas avaliadas Fatores

    CR (g) GP (g) CA (g) VC (%) IEP Nveis de incluso de FCO 3% 5.389a 2.783a 1,94a 89,2a 262a 6% 5.260b 2.718b 1,94a 90,2a 259 Protena Bruta da FCO 41,58% 5.319a 2.746a 1,94a 91,1a 264 37,51% 5.330a 2.756a 1,94a 88,3a 257 Mdias seguidas de mesma letra na mesma coluna no diferem entre si pelo teste de Turkey (5%). Adaptado de Junqueira et al. (2000). Tabela 6. Resultados para rendimento de carcaa (RC), peito (RP), coxa + sobrecoxa

    (CS), asa (AS) e dorso (DR) aos 49 dias de idade. Caractersticas avaliadas

    Fatores RC (%) RP (%) CS (%) AS (%) DR (%) GA (%)

    Nveis de incluso de FCO 3% 81,8a 27,6a 27,1a 10,3a 22,3a 2,4a 6% 81,9a 28,1a 26,8a 10,3a 21,8a 2,4a Protena bruta da FCO 41,48% 81,5a 28,1a 27,2a 10,2a 21,8a 2,4a 37,51% 82,2a 27,6a 26,8a 10,4a 22,3a 2,3a Mdias seguidas de mesma letra na mesma coluna no diferem entre si pelo teste de Turkey (5%). Adaptado de Junqueira et al. (2000).

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    Consideraes Finais

    Os altos custos de produo tm feito com que os nutricionistas busquem

    alternativas para atenderem as exigncias dos animais fazendo o uso cada vez maior de alimentos no convencionais, a FCO um alimento em potencial para o uso, principalmente em avicultura, como forma de baratear os custos, pois uma excelente fonte protica e importante fonte de clcio e fsforo.

    As variaes encontradas na composio dos diversos subprodutos de origem dificultam sua utilizao, isso devido falta de padres para o processamento desses subprodutos, e tambm ao crescente numero de empresrios produtores independentes de farinhas de origem animal, os quais, muitas vezes, por desconhecimento ou at mesmo por negligncia, no seguem as normas de fabricao desses subprodutos, originando farinhas de qualidade inferior e com altas taxas de contaminaes, pondo em risco a produo animal.

    recomendvel que se faa o uso de farinhas de origem animal adquiridas de fabricas idneas ou de integraes, uma vez que se admite que essas farinhas sejam de melhor qualidade.

    Referncias Bibliogrficas

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