Falando de ingratidão

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Luzia 06-03-2015

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Luzia06-03-2015

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É comum se ouvir falar de ingratidão. Amigos que depois de terem privado da maior intimidade, se voltam violentos,

desejando destruir.

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Basta uma pequena contrariedade, uma questão política, um diverso ponto de vista religioso. Eis formada a querela.

O distanciamento.

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Esquece-se de todos os benefícios recebidos. Dos abraços, das promessas,

das alegrias repartidas e vividas em conjunto.

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Esse tipo de comportamento demonstra como o homem, embora se diga

humano, muito necessita crescer para se considerar como verdadeiro

participante da Humanidade.

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Recordamos de uma antiga lenda judia que fala de um homem condenado à

morte e que ia ser apedrejado.

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Os carrascos lhe jogaram grandes pedras. O réu suportou o terrível castigo

em silêncio. Nenhum grito. Na sua condição, compreendia que a desgraça

havia caído sobre ele e que seus gritos de nada serviriam.

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Passou por ali um homem que havia sido seu amigo. Pegou uma pequena

pedra e atirou na direção do condenado. Somente para demonstrar

que não era do seu partido.

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O pobre condenado, atingido pela diminuta pedra, deu um grito

estridente.

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O rei, que a tudo assistia, ordenou que um de seus lacaios perguntasse ao réu porque ele gritara quando atingido pela pequena pedra, depois de

haver suportado sem se perturbar as grandes.

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O condenado respondeu: As pedras grandes foram atiradas por homens que

não me conhecem, por isso me calei. Mas o pequeno seixo foi jogado por um

homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei.

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Lembrei de sua amizade nos tempos de minha felicidade.

E agora vi sua felicidade quando me encontro na desgraça.

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O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo que

mais culpado do que ele era aquele que abandonava o amigo na desgraça.

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A lenda nos dá a nota de quanto dói a ingratidão de um amigo. Naturalmente, quanto mais estimamos e confiamos em alguém,

mais nos atormentará a sua traição. A sua ingratidão.

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É importante pois que examinemos nossas próprias ações, observando se não somos ingratos. Em especial

com aqueles que estenderam a preciosidade da sua amizade, por longos e longos anos.

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Não sejam as notas distantes de algumas rusgas que nos permitam

agredir, de forma cruel, os que ontem nos sustentaram nas lutas.

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Soubemos, há poucos dias, de uma aluna que, depois de ter recebido do seu

mestre todo o apoio, em forma de ensino, livros, oportunidades de estágio,

decidiu estabelecer uma questão judicial.

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Esquecida dos tantos benefícios, das longas horas de dedicação do

antigo mestre, depois de um desentendimento em que se

sentiu lesada, resolveu requerer vultosa quantia como pagamento

pelas horas de trabalho ao lado dele.

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Olvidou o aprendizado, do quanto lhe devia por sua própria formação profissional. E mais: de quantas portas, graças à fama dele e experiência, se haviam

aberto para ela.

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Ingratidão. Sentimento que somente floresce nos corações enfermiços.

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Moléstia do caráter que requer o remédio da compaixão.

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Se alguém te retribui com a ingratidão o bem que doaste, não te entristeças.

É melhor receber a ingratidão do que exercê-la em relação ao próximo.

FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELEEMAIL: [email protected]: DO LIVRO REPOSITÓRIO DE SABEDORIA V. II JOANNA DE ÂNGELIS PSICOGRAFIA DE DIVALDO FRANCOFOTOS: INTERNETMÚSICA: ENRIQUE CHIA LA CUMPARSITADATA : 06 DE MARÇO DE 2015

Repasse sem modificarLuzia Gabriele