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Faculdade Regional do Jacuípe – FARJ Rua Maria Eleonora, 101, Bairro Novo Oeste, Capim Grosso – BA CEP: 44.695-000 Telefones para contato: Sede: (74) 3651- 0681/ Núcleo Araripina: (87) 3873-0278 Autorizada pelo MEC portaria 563 de 09/05/2008 CNPJ n° 09.485.207/0001-78 PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO Prof: Elianeta Santos

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PEDAGOGIA E EDUCAO

Faculdade Regional do Jacupe FARJ Rua Maria Eleonora, 101, Bairro Novo Oeste, Capim Grosso BA CEP: 44.695-000Telefones para contato: Sede: (74) 3651-0681/ Ncleo Araripina: (87) 3873-0278Autorizada pelo MEC portaria 563 de 09/05/2008CNPJ n 09.485.207/0001-78 PEDAGOGIA E EDUCAO Prof: Elianeta Santos

ACOLHIDAO que educao?

O que pedagogia? EMENTA DA AULAEstudo dos processos educativos contemporneos e as diferentes pedagogias ao logo da histria.A relao entre pedagogia e educao.A pedagogia enquanto rea de produo de conhecimento.O contexto de surgimento do curso de pedagogia no Brasil.Anlise de documentos legais que normatizam o curso de Pedagogia no Brasil.4DEFINIO PEDAGOGIA: A cincia que investiga a teoria e a prtica da educao dos seus vnculos com a prtica social e global a Pedagogia. EDUCAO: Ato ou efeito do educar (-se). Processo de desenvolvimento da capacidade fsica, intelectual e moral do ser humano. Atravs da ao educativa o meio social exerce influncias sobre os indivduos e estes, ao assimilarem e recriarem essas influncias tornam-se capazes de estabelecer uma relao ativa e transformadora em relao ao meio social, (Jose Carlos Libneo). Em sentido amplo, a educao compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivduos esto envolvidos de modo necessrio e inevitvel pelo simples fato de existirem socialmente; neste sentido, a prtica educativa existe numa grande variedade de instituies e atividades sociais decorrentes da organizao econmica, poltica e legal de uma sociedade, da religio, dos costumes, das formas de convivncia humana. Em sentido estrito, a educao ocorre em instituies especficas, escolares ou no, com finalidades explicitas de instruo e ensino mediante uma ao consciente deliberada e planificadas embora sem separa-se daqueles processos formativos gerais. A educao no intencional refere s influncias do contexto social e do meio ambiente sobre os indivduos.A educao intencional refere-se a influncias em que h intenes e objetivos definidos conscientemente, como o caso da educao escolar e extra escolar. H uma intencionalidade, uma conscincia por parte do educador quanto aos objetivos e tarefas que deve cumprir.

Educao Escolar A educao escolar constitui-se num sistema de instruo e ensino com propsitos intencionais, prticas sistematizadas e alto grau de organizao ligado intimamente s demais prticas sociais. Pela educao escolar democratizam-se os conhecimentos, sendo na escola que os trabalhadores continuam tendo a oportunidade de prover escolarizao formal aos seus filhos, adquirindo conhecimentos cientficos e formando a capacidade de pensar criticamente os problemas e desafios postos pela realidade social.

Pedagogia A Pedagogia, sendo cincia da e para a educao, estuda a educao, a instruo e o ensino.

O CURSO DE PEDAGOGIA E A FORMAO DO EDUCADOR As licenciaturas foram criadas, no Brasil, nas antigas faculdades, de Filosofia na dcada de 30, como resultado das preocupaes com o preparo de docentes para a escola secundria. E o curso de Pedagogia surgiu, ento, para formar os bacharis denominados tcnicos em educao. Essas licenciaturas surgiram, portanto, seguindo a formula 3+1, isto significava que durante trs anos se estudavam as disciplinas de contedo de fundamentos tericos, e em seguida se estudavam as disciplinas de cunho didtico (pedaggico).

Isso significa que o curso oferecia o ttulo de bacharel a quem cursasse trs anos de estudos especficos da rea, como sejam fundamentos e teorias educacionais; e o ttulo de licenciado que permitia atua como professor, aqueles que, tendo concludo o bacharelado, deveriam cursar mais um ano de estudos dedicados Didtica e Prtica de Ensino. Dessa forma, no referido curso havia uma dicotomia muito grande entre o campo da cincia Pedaggica e o contedo da Didtica, visto que estes eram oferecidos em cursos distintos.DICOTOMIADiviso de um conceito em dois elementos em geral contrrios.Vale ressaltar que o curso de Pedagogia foi regulamentado pela primeira vez em 1939, nos termos do Decreto Lei n 1.190. As tcnicas eram, na poca, professores primrios que buscavam cursar estudos superiores em Pedagogia, para em seguida assumirem funes de administrao, planejamento de currculos, orientao a professores, inspeo de escolas, avaliao dos alunos e dos docentes, de pesquisa de desenvolvimento tecnolgico da educao, nas instncias superiores, como o prprio Ministro da Educao, e nas secretarias de educao dos estados e municpios. Com a Lei de Diretrizes e Bases n 5.540, de Dezembro de 1968, o governo militar, na tentativa de reorganizar o ensino superior do pas, em funo da poltica de Estado vigente na poca, define o curso de Pedagogia como o formador de profissionais para atuar nas escolas como professores de disciplinas gerais e, ainda, formar os tcnicas como especialistas em planejamentos, superviso, administrao, orientao, inspeo nos nveis de unidade e de sistemas escolares.

Os cursos de Pedagogia passaram, a partir da dcada de 70, a habilitar cada vez mais profissionais nas reas de superviso, orientao, administrao, planejamento e magistrio. A formao dos especialistas transformou-se na prioridade de muitos cursos. Conforme Pimenta (1996), no final dos anos 70 tambm surge o movimento de redefinio dos cursos de Pedagogia. Neste perodo comearam a questionar a identicidade do curso de Pedagogia e do profissional pedagogo. Esses movimentos eram contra a concepo tecnoburocrtica oficial, que no permitia o engajamento dos educadores / especialistas na definio da poltica educacional.

DCADA DE 80: MOMENTOS DOS GRANDES DEBATESA dcada de 80 destacou-se pelo grande momento de efervescncia nos debates em relao educao no Brasil. neste perodo que surge a Associao Nacional do Profissionais da Educao (ANFOPE), que teve uma atuao muito importante no cenrio atual brasileiro com a realizao de inmeros encontros, onde se refletiu e produziu vrias propostas envolvendo educadores de vrios estados e universidade. Nesse perodo, conforme PEREIRA (2000) ganha fora o movimento de rejeio viso de educao e de formao de professores que predominava na poca. E surgem nos debates acerca da formao do educador dois pontos bsicos: o carter poltico da prtica pedaggica e o compromisso do educador com as classes populares.

Embora j se constate algumas mudanas no currculo do curso, na primeira metade dos anos 80 que o tema funo da educao escolar passou a ser discutida pelos profissionais da educao, e de suma importncia para o professor em seu processo de formao conscientizar-se da funo da escola na transformao da realidade social dos seus alunos e ter clareza da necessidade da prtica educativa estar associada a uma prtica social mais global.

A FORMAO DOS PROFESSORES NOS ANOS 90Nos anos 90, a parti das mudanas ocorridas no cenrio internacional em meados dos anos 80, e que repercutiram bastante no iderio educacional, especificamente na formao dos educadores, vrios temas so apontados como sendo os principais dessa anlise, como por exemplo: a relao ensino pesquisa saber escolar, saber docente e formao prtica do professor, e a formao continuada do professor.Para Perrenoud (1993, p. 25), ensinar , antes de tudo, fabricar artesanalmente os saberes tornando os ensinveis e possveis de avaliao no quadro de uma turma, de um ano, de um horrio, de um sistema de comunicao e trabalho. As reflexes sobre a formao continuada do professor contribuem para o entendimento de que a formao profissional no concluda com a sua diplomao mas completa-se em servio. Isto significa dizer e se compreender que a formao do professor comea bem antes de sua formao acadmica e prossegue por toda sua vida profissional. O CURSO DE PEDAGOGIA A PARTIR DA NOVA LDBAps longo tempo de transio pelo Congresso Nacional foi aprovada a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Quanto formao docente, as diretrizes da Lei 9.394/96 conferem necessidade de se repensar a formao dos professores do nosso pas. Conforme essa nova lei, a formao de docentes para a Educao Bsica dever acontecer em nvel superior, em curso de licenciatura, de graduao plena, em universidades e institutos superiores de educao, admitindo como formao mnima para o exerccio do magistrio na educao infantil e nas quatro primeiras sries do Ensino Fundamental, a oferecida em nvel mdio na modalidade Normal (Art. 62). Segundo Beillerot, (1985 apud Libneo, 2000 p. 51-52) podem-se definir para o pedagogo duas esferas de ao educativa: a escolar e a extra-escolar.

No campo da ao pedaggica escolar distinguem-se trs tipos de atividades:a) a de professores de ensino pblico e privado, de todos os nveis de ensino, e dos que exercem atividades correlatas fora da escola convencional;b) a de especialistas da ao educativa escolar operando nos nveis centrais, intermedirios e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedaggicos, gestores escolares, planejadores, coordenadores, orientadores educacionais etc.);c) especialistas em atividades pedaggicas para escolares atuando em rgos pblicos, privados e pblicos no-estatais, envolvendo associaes populares, educao de adultos, clnicas de orientao pedaggica/psicolgica, entidades de recuperao de deficientes etc. (instrutores, tcnicos, animadores, consultores, orientadores, clnicos, psicopedagogos etc).

No campo da ao pedaggica extra-escolar distinguem-se profissionais que exercem sistematicamente atividades pedaggicas e os que ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades: a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, tcnicos, consultores, orientadores, que desenvolvem atividades pedaggicas (no-escolares) em rgos pblicos, privados e pblicos no-estatais, ligados s empresas, cultura, aos servios de sade, alimentao, promoo social etc. b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades pedaggicas em rgos pblicos estatais e no-estatais e empresas referentes transmisso de saberes e tcnicas ligadas a outra ativdade profissional especializada. Neste sentido, o perfil do graduado em Pedagogia, conforme Projeto de Resoluo que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduao Licenciatura Plena em Pedagogia do CNE/dez.2005, dever contemplar consistncia na sua formao terica, diversidade de conhecimentos e prticas que devem se articular no decorrer do curso. Assim sendo, o campo de atuao do licencido em Pedagogia deve ser composto das seguintes dimenses: Docncia na Educao Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas pedaggicas do curso de Ensino Mdio na modalidade Normal, assim como em Educao Profissional, na rea de servios e apoio escolar, alm de em outra reas nas quais os conhecimentos pedaggicos sejam previstos;

Gesto educacional, entendida numa perspectiva democrtica que integre as diversas atuaes e funes do trabalho pedaggico e do processo educativos escolares e no escolares, especialmente no que se refere ao planejamento, administrao, coordenao, ao acompanhamento, avaliao de planos e de projetos pedaggicos, bem como anlise, formulao, implementao, acompanhamento e avaliao de politicas pblicas e institucionais na rea de educao;

Produo e difuso do conhecimento cintifico e tecnlogico do campo educacional.

Diante do exposto, o mesmo documento afirma que o egresso do referido curso dever estar apto a: Atuar com tica e compromisso com vista construo de uma sociedade justa, equnime, igualitria; Compreender, cuidar e educar crianas de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimenses fsica, psicolgica, intelectual, social; entre outras; Fortalecer o desenvolvimento e as aprendizagens de crianas do Ensino Fundamental, assim como daqueles que no tiveram oportunidade de escolarizao na idade prpria;Trabalhar em espaos escolares e no-escolares, na promoo da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano em diversos nveis e modalidades do processo educativo;Aplicar modos de ensinar e diferentes linguagens, lngua portuguesa, matemtica, cincias, histria, geografia, artes, educao fsica, de forma interdisciplinar e adequada s diferentes fases do desenvolvimento humano, particularmente de crianas;Relacionar as linguagens dos meios de comunicao aplicadas educao, nos processos didtico-pedaggicos, demonstrando domnio das tecnologias de informao e comunicao adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas;Participar da gesto das instituies em que atuem planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares e no-escolares.

O CENRIO DAS TENDNCIAS PEDAGOGICAS NO BRASILSaviani (1997, P. 17) denominou as teorias do primeiro grupo de teorias no-crticas" e classificou nelas as Pedagogias Tradicional, Nova.e Tecnicista, pois as mesmas acreditavam ter a educao o poder de determinar as relaes sociais. A pedagogia tradicional foi a primeira a ser utilizada na educao logo no inicio da sociedade moderna, pois, com esse novo meio social, surgia uma nova classe, a classe dos burgueses, que se preocupavam em construir uma sociedade democrtica. Para isso, os burgueses procuravam esclarecer os povos para ascender na sociedade e, sendo assim, os indivduos eram educados atravs do ensino sistematizado para ento serem considerados cidados livres e com o domnio do saber. Vale salientar que nem todos tinham acesso a essa educao, por isso, aos poucos, na nova sociedade, ia surgindo uma espcie de margem, aquela em que no se tinha acesso ao conhecimento.

Os jesutas foram os principais facilitadores da educao tradicional, educando os povos de acordo com os ensinamentos da doutrina religiosa. Eram especializados no ensino mdio e atendiam basicamente nobreza e alta burguesia. Aos trabalhadores, era repassado apenas o ensinamento necessrio para servir a Deus. Por isso, as camadas populares eram menos instrudas.

Ver vdeo:A breve histria da educao no Brasil.A pedagogia tradicional tinha como metodologia encher os indivduos de novas informaes, de novos conhecimentos, seguindo uma teoria pedaggica de mtodos, os quais consideram apenas a assimilao e a transmisso de contedos. Para esse processo, a educao era voltada para o professor como figura central, pois ele era quem possua o conhecimento, apesar de que esse educador no necessitava de muitas informaes, apenas o essencial para a transmisso. O aluno era um mero receptor que escutava e reproduzia as informaes do professor, que era a autoridade da escola.

Pedagogia tradicional

Vrios foram os motivos expressos pelos revoltosos da pedagogia tradicional: a metodologia, o autoritarismo, o grande nmero de indivduos marginalizados, sem direito escola e aquisio do conhecimento, sem a real condio de se adequarem, aos condicionantes sociais e, principalmente, a concepo diferenciada para com a criana, que, a partir de ento, passou a ser considerada no mais como objeto da educao, e, sim, como sujeito. Nesse contexto, foi surgindo outra forma de pensar a educao, outra teoria voltada para uma educao mais humanizada, a Pedagogia Nova. Esta percebia na tradicional uma excluso social e acreditava que era atravs da escola que a sociedade poderia ser equiparada, equalizada.

Diferentemente da Escola Tradicional, a Escola Nova precisava de um ambiente distinto para realizar as atividades educativas. Tambm isso acontecia com a formao do professor, o qual teria um papel tambm diferente: ele no dominaria os alunos, e, sim, seria um orientador, agindo como um estimulador para a aquisio do conhecimento dos alunos, que, por sua vez,- tomariam a iniciativa principal. A " aprendizagem acontecia de forma espontnea, com interao entre aluno e contedo e aluno e professor. O educador trabalharia com uma turma pequena, na qual facilitaria o processo da relao escolar. Ver vdeo: escola nova!Porque a Pedagogia Nova no deu certo?Com esse destaque, a Pedagogia Nova no foi eficaz sobre a questo da marginalidade. Uma vez que, a mesma no garantiu a maioria da populao o acesso a escola, sendo assim, continuou marginalizando as classes inferiores, pois em sua maioria era a classe dominante que continuava tendo acesso a educao de qualidade. Saviani em relao a Escola Nova considera que, quanto mais se falou em democracia, menos ela existiu, pois foi na teoria da Escola Nova, nos movimentos que travaram a luta contra a pedagogia tradicional, que se falava e se propunha a democracia na educao, como j foi explicitado, o direito de todos a terem acesso ao conhecimento. Porem, na prtica, a maioria no teve esse direito atendido.

Podemos dizer que o manifesto em defesa da Escola Nova se concretizou em um manifesto em defesa da escola pblica, pois foi atravs dele que surgiram as primeiras organizaes do ensino na forma de sistema nacional, voltado para a populao, em especial a de classe baixa, pois isso era um atraso para o Brasil. Enquanto pases como, Argentina, Uruguai e Chile elaboraram seus sistemas de ensino ainda na metade do sculo XIX o Brasil ainda se arrastava nesse processo. Nesse quadro, outra tendncia foi tomando corpo: surgia a Pedagogia Tecnicista, baseada nos princpios da racionalidade, eficincia e produtividade.

Com o reforo das empresas internacionais no Brasil, na dcada de 1960 a 1970, havia como demanda a melhoria da educao para a preparao da mo de obra nas indstrias. Os trabalhadores necessitavam de conhecimentos, mesmo o mnimo possvel para ingressarem no trabalho tecnolgico das fabricas e grandes indstrias. Nesse processo, foi-se implementando na educao brasileira um modelo pedaggico voltado para o enfoque sistmico e o controle das mquinas luz das ideias do taylorismo e do fordismo.

Vale salientar que essa tendncia ganhou forma na Ditadura Militar, momentos triunfal para essa prespectiva, pois os alunos eram educados para produzir e no para pensar, no havia lugar para a criatividade e isso ajudava o combate do governo em relao a populao que o reinvidicasse. Nessa tendncia, professor e aluno tm; caracterstica secundria, pois quem define a relao ensino-aprendizagem so os elementos dos meios. AS TEORIAS CRTICAS REPRODUTIVISTASAs teorias reprodutivistas so contra-hegemnicas, esto contra a hegemonia da burguesia. Foram difundidas na Frana a partir do movimento de maio de 1968. Atravs do fracasso da tentativa da revoluo cultural, esse movimento foi assegurado pelos jovens estudantes. No Brasil, essas teorias tambm se difundiram no final da dcada de 1960, com a Ditadura Militar. Por meio de suas atitudes reacionrias com a educao, os jovens lutavam contra o sistema de governo. Nesse movimento, muitas" bandeiras eram levantadas a favor da sociedade, inclusive a favor de uma educao de qualidade e de livre expresso - ao anulada pela ditadura, pois os estudantes e os" professores no podiam criticar o governo, nem mesmo cit-lo em qualquer demonstrao verbal ou escrita. Quem o criticasse era penalizado: muitos foram exilados, perseguidos, espancados e at mortos por expressarem seus pensamentos e no concordarem com o sistema.UMA TEORIA PARA A SUPERAO DA PEDAGOGIA TRADICIONAL E DA PEDAGOGIA NOVA Percebendo as reaoes contraditrias das pedagogias Tradicional e Nova, Saviani utilizou, como Lnin, a "teoria da curvatura da vara". Segundo Lnin (apud-SAVIANI, 1997), "[...] quando a vara est torta, ela fica curva de um lado e se voc quiser endireit-la, no basta coloc-la na posio correta. preciso curv-la para o lado oposto". Saviani utiliza a teoria da curvatura da vara para compreender os condicionantes histricos das pedagogias tradicional e nova, colocando a vara de um lado, percebe os limites e os entraves da tradicional. Colocando do outro lado, compreende os movimentos que conclamaram a pedagogia nova, entendendo as criticas Tradicional e as propostas para a superao da mesma Contudo, no seu bloco . histrico, tambm fica claro o desfavorecimento em relao s classes sociais mais baixas - acomodando a ideia de que tudo isso acontecia porque cada individuo era diferente e, portanto, possua capacidades distintas.

Nesse sentido, Saviani explica em trs teses que a Pedagogia Tradicional teve um carter revolucionrio e um mtodo cientifico. A Escola Nova, por sua vez, teve um carter reacionrio e um mtodo pseudocientifico. Na terceira e ltima tese, o autor afirma que, quanto menos se falou em democracia, mais ela esteve articulada; e quando mais se falou em democracia, menos a escola foi democrtica. Com isso, ele tenta explicitar as contradies da Pedagogia Nova, no favorecendo a tradicional, mas na expectativa de deixar a vara no ponto correto que, segundo ele, "[...] est justamente na valorizao dos contedos que apontam para uma pedagogia revolucionria".

Para contrapor esse cenrio, Saviani trouxe como proposta uma teoria voltada p .ra a classe trabalhadora, uma pedagogia revolucionria, que incentive a luta de classes e valorize a prtica social. Ele props a Pedagogia Histrico-Crtica, visando uma prtica educativa que favorea a educao do proletariado.PEDAGOGIA HISTRICO-CRTICA: UMA TEORIA PARA ALM DAS PEDAGOGIAS CRTICAS E CRTICAS REPRODUTIVISTASPara a Pedagogia Histrico-Critica, educao o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que produzida, histrica e coierivamente pelo conjunto dos homens. (SAVIANI, 2008).

Atravs dos estudos levantados sobre as tendncias pedaggicas e em busca de , solues para os problemas da educao brasileira, Saviani elaborou a Pedagogia Histrico-Critica, a teoria que busca captar o movimento objetivo do processo histrico. Fundamentada nos princpios marxistas, uma pedagogia que favorece as camadas populares, voltada para uma educao de conscientizao e de prtica social, especialmente para a classe trabalhadora, com o intuito de desencadear a luta contra a classe dominante, contra a burguesia. Esta corrente pedaggica frmou-se fundamentalmente a partir de 1979, procurando deter o carter crtico/social que as teorias reprodutivistas possuem, visando, porm historicizar a educao, o que elas no propem.

Dentro desse quadro que postulamos a necessidade de uma teoria histrico-social da formao do individuo, por considerar que tal teoria pode se construir no centro desse corpo terico mediador. Afinal, sendo a educao um processo mediador entre a vida do individuo e a sociedade, (e, portanto, a histria), no nos parece possivel analisar criticar e historicamente o processo pedaggico sem a mediao de uma teria na qual a formao do individuo seja concebida enquanto um processo essencialmente histrico e social.

EDUCAO NUMA ABORDAGEM CONTEMPORNEA: De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) sobre a educao: Art.1. A educao abrange os processos formativos que se desenvolve na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais.Art.2 A educao, dever da famlia e do Estado, inspiradas nos principios de liberdade e nas ideias de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho (BRASIL, CNE /CEB.1999).

A comisso internaciona! sobre educao para o sculo XXI, incorporadas nas determinaes da lei n 9.394/96: a) Educao deve cumprir um triplo papel: econmico, cientifico, e cultural. b) Educao deve ser estruturada em quatro alicerces: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. (BRASIL, CNE / CEB /1999:31)Ver vdeo: Arnaldo Jabor Educao no Brasil!Num mundo cada vez mais competitivo e excludente, engendra a ideia de que somente os mais preparados tero xitos: Portanto, nesse processo de transformao poltica, econmica e social, no se pode eximir o papel da educao como mediador de conflitos e produtora de uma sociedade capaz de superar seus obstcuios; A educao atual deve preparar o aluno qualificao de conhecimento bsico, preparao cientifica e capacidade para usar as diferentes tecnologias relativas s reas de atuao.A educao pode ser considerada como um bem pblico e seus benefcios devem atingir toda a sociedade, contribuindo para o melhoramento da mesma. Assim, talvez um dos maiores desafios da educao brasileira seja: "formar um cidado consciente e critico capaz de participar e de usufruir dos meios, acessvel em diversas linguagens".

Ainda reportando-se atuao do professor no contexto do ensino, Rosa enfatiza: o professor educador por excelncia, deve contribuir fortemente para que seus alunos se transformem em profissionais competentes no desempenho de seus funes junto sociedade (ROSA, 1997:38).

Ver vdeo a evoluo da educaoO QUE EDUCAO

Carlos Rodrigues Brando

Estudo coletivo do texto e debate entre alunos e professor.Ver vdeo: A educao no Brasil!Educao na GrciaNa Grcia antiga, dada supremacia do estado, educao visava preparar os jovens para as relaes com a cidade-estado. Cada estado tinha suas caractersticas e os sistemas educacionais deviam adaptar-se a elas para preparar adequadamente a juventude. Da decorrem as concepes de Plato e de Aristteles, de uma educao uniforme, regulamentada em seus mnimos detalhes pela autoridade estatal e compulsria para todos os homens livres. Plato, na Repblica e nas Leis, mostra a que extremos pode chegar a educao quando extrapola os aspectos essenciais da vida. O cidado-guarda do estado ideal no tem direito vida domstica e aos laos familiares. Aristteles no chega a esse exagero, mas considera a educao familiar prejudicial criana.

Plato e Aristteles

Educao em RomaQuando os romanos conquistaram a Grcia, j encontraram um sistema educacional decadente. No incio da repblica, a educao romana era ministrada na famlia e na vida social. O pai tinha poder limitado sobre os filhos e era publicamente censurado quando fracassava no ensino dos preceitos morais, cvicos e religiosos. Ainda no havia escolas, mas o jovem aprendia a reverenciar os deuses, a ler e a conhecer as leis do pas.

A partir do princpio de que o ensino simultneo no levava em conta as diversas aptides com tipos de inteligncia dos alunos, procuraram-se estabelecer a "diferenciao pedaggica" em graus e ciclos sucessivos, da qual j se havia cogitado anteriormente. Nesse sentido, o psiclogo suo Edouard Claparde, que deu a seu mtodo a denominao de "educao funcional", criou o "sistema de grupos mveis". Desse sistema, a pedagogia passou individualizao do aprendizado, no que sobressaiu o trabalho da italiana Maria Monessor. baseado no princpio da auto-educao. Na Amrica Latina, Lorenzo Luzuriaga, Loureno Filho e Ansio Teixeira foram os grandes pedagogos da escola ativa.Educao em liberdade. O ingls Alexander S. Neili, em sua escola de Summerhil, ps em prtica a educao em liberdade. Aboliu a hierarquia professor-aluno e, portanto, a relao d autoridade na experincia pedaggica, encaminhando a criana auto-educaao, de acordo com seu ritmo individual de desenvolvimento.Ver vdeo: Pedagogia Libertaria!Educao socialista. S no sculo XX foi elaborada uma doutrina marxista para a educao. A maior figura da pedagogia marxista foi o sovitico Anton Semenovitch Makarenko, que criou as "escolas da comunidade". Outros pensadores de orientao marxista, como o francs Lotris Altbusser, analisaram o pape! da escola tradicional que, ao inculcar no educando o sistema de valores das classes sociais dominantes, seria responsvel pela perpetuao das desigualdades sociais.

Educao libertadora. Para o brasileiro Paulo Freire o objetivo da educao deveria ser a liberao do oprimido, que lhe daria meios de transformar a realidade social a sua volta mediante a "conscientizao" (conhecimento critico do mundo). No perodo 1958-1964 no Brasil e depois de 1964 no Chile, Paulo Freire ps em prtica, com bons resultados, seu mtodo de alfabetizao de adultos. A eficcia e a validade do mtodo estribam-se no fato de partir da realidade do alfabetizando, do seu universo, do valor pragmtico das coisas e fatos de sua vida cotidiana, de suas situaes existenciais. Obedece s normas metodolgicas e lingusticas, mas vai alm delas, ao desafiar o homem ou a mulher que se alfabetizam a se apropriarem do cdigo escrito com vistos a sua politizao. O trabalho de Paulo Freire pode ser visto no apenas como um mtodo de alfabetizao, mas como um processo de conscientizao, por levar em conta a natureza poltica da educao.Educao em uma sociedade sem escolas. O austraco Ivan Illich, que passou a trabalhar no Mxico a partir de 1962, props a desescolarizao da sociedade. Segundo ele, a maior parte dos conhecimentos teis se aprendiam fora da escola, em contato com as realidades familiares, sociopolticas e culturais. Abolido o "monoplio" dispendioso e irracional do ensino pblico, deveria ser instalado um sistema educativo capaz de assegurar simplesmente a quantos desejassem instruir-se, em qualquer assunto, o acesso aos conhecimentos adequados. De "funil" seletivo e autoritrio, o sistema educacional passaria a ser uma igualitria "rede de intercmbio" entre espritos curiosos, libertos de toda autoridade docente. S uma renovao toial das instituies educativas, segundo Illich, propiciaria a esperada mudana social.

Educao Permanente. Em 1965 a UNESCO passou a usar o termo "educao permanente" para designar a educao contnua, planejada para cobrir todo o ciclo da existncia humana. Diferencia-se do conceito tradicional de educao, dado que este sempre se compreendeu como processo de integrao social e cultura a consumar-se durante parte da vida, ou seja, durante o transcurso da infncia e da adolescncia \ educao permanente constitui, portanto, um conceito novo, uma tendncia da educao. Contempornea, e no um ramo especial da educao. Figura ao lado de outros que o complementam, ofereeendo-Ihe meios de realizao, como por exemplo, o de educao extra-escolar ou paralela. Esta engloba todas as formas assistemticas de educao, como: educao de rua, educao familiar, educao de grupos etc. Atinge, assim, a sociedade inteira.

Educao e tecnologia. Todas as correntes citadas abordaram, sob ngulos diversos, os problemas gerados pelo desenvolvimento tecnolgico no mbito da educao. As novas situaes criadas pela sociedade ps-industrial, o avano contnuo da informtica e dos meios de comunicao e a complexidade crescente dos novos conhecimentos e tcnicas acentuaram o conflito entre dois tipos de orientao educacional: a educao cientfica e a humanista. Alm disso, a desigualdade econmica entre as naes industrializadas e os pases subdesenvolvidos constituiu um obstculo a um planejamento global da educao, que sempre foi reflexo das condies socioeconmicas.Ver vdeo: Motivao para o professor!