FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE MESTRADO …Tabela 1 – Associação entre a adesão ao teste de...
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FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO
PARA O ENSINO NA ÁREA DE SAÚDE
REBECA LUIZ DE FREITAS
TESTE DE PROGRESSO PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM
UMA FACULDADE ESPECIALIZADA EM CURSOS NA ÁREA DA
SAÚDE: AVALIAÇÃO DA ADESÃO E DESEMPENHO
RECIFE
2015
FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO
PARA O ENSINO NA ÁREA DE SAÚDE
REBECA LUIZ DE FREITAS
TESTE DE PROGRESSO PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM
UMA FACULDADE ESPECIALIZADA EM CURSOS NA ÁREA DA
SAÚDE: AVALIAÇÃO DA ADESÃO E DESEMPENHO
Dissertação apresentada na Faculdade
Pernambucana de Saúde como requisito
para obtenção do grau de mestre em
Educação para o Ensino na Saúde.
Linha de Pesquisa: Avaliação de estudantes, da aprendizagem e
de ambientes de ensino-aprendizagem.
Orientadora: Prof. Taciana Duque de Almeida Braga
Co-orientadora: Prof. Manoela Almeida Santos da Figueira
RECIFE
2015
REBECA LUIZ DE FREITAS
TESTE DE PROGRESSO PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO
EM UMA FACULDADE ESPECIALIZADA EM CURSOS NA ÁREA
DA SAÚDE: AVALIAÇÃO DA ADESÃO E DESEMPENHO
Dissertação apresentada em: 27 de abril de 2015 para Banca
Membros da Banca Examinadora:
Profa. Dra. Taciana Duque de Almeida Braga – Orientador
Profa. Dra. Patrícia Gomes de Matos Bezerra – Membro interno
Profa. Dra. Suênia Tavares de Machado Franca – IMIP
DEDICATÓRIA
“Contigo encontrei forças pra mudar
No teu espelho vi meu rosto mais feliz
Lembro das noites da paulicéia
dos ensaios de um verão
E eu nunca mais seria o mesmo, desde então
que um brilho estranho me tocou...
E quem te conheceu não esquecerá
Tua coragem e loucura de se dar
na poesia,
tua alegria e solidão
teu generoso coração
te deste à luz de ser o eterno sonhador
Tua presença não morreu com teu corpo.
Longe demais
foi teu caminho
e breve demais
teu tempo aqui
Longe daqui
onde tu estás
Onde vai a canção
Vou ficar pensando em ti
é impossível não ter saudade...” BRILHO ESTRANHO - Guilherme Arantes
Porque seria uma vitória sua também, Painho!
AGRADECIMENTOS
A Profa. Taciana Duque pela dedicação, orientação e confiança;
A Profa. Manoela Figueira por acreditar que eu seria capaz e pelo incentivo. Jamais
esquecerei o apoio no momento mais difícil de minha vida;
As amigas que fiz nos encontros do NDE de Odontologia: Manu, Lu, Lud e Alci;
Aos que fazem a odontologia do IMIP, em especial a Dra. Veronica que esteve sempre
confiante na minha capacidade;
A minha amiga Maria Goretti por ter sido uma irmã;
Aos meus queridos e grandes novos amigos do mestrado, com destaque ao Grupo com
uma Segunda Opinião;
A Profa. Rafaella Cursino e seus estudantes pela contribuição, permitido engrandecer
minha pesquisa ajudando na validação do instrumento;
Aos estudantes da FPS que concordaram em participar desta pesquisa alvo de minha
inquietação;
Ao IMIP e a FPS, instituições que contribuem de forma marcante, com a minha
formação pessoal, profissional, acadêmica e docente;
A Deus, pela família que tenho, pois sempre foi a minha fortaleza, meu apoio e fonte de
amor e dedicação. Hoje incompleta, mas ainda assim forte. Obrigada a minha mãezinha
e meus irmãos Thales e Claudinha.
“Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o
universo de cada um se resume ao tamanho do seu saber.”
Albert Einstein
Rebeca Luiz de Freitas
Cirurgiã-Dentista – Odontopediatra do IMIP
Taciana Duque de Almeida Braga
Médica – Coordenadora do Curso de Medicina da FPS
Manoela Almeida Santos da Figueira
Cirurgiã-Dentista – Ortodontista do IMIP
RESUMO
Introdução: O teste de progresso é uma avaliação em que grupos de estudantes em
diferentes estágios de aprendizagem recebem o mesmo teste escrito no mesmo
momento. É um teste abrangente por conter várias áreas de conhecimento, é transversal
quando compara o desempenho de diferentes grupos de níveis diferentes de um mesmo
curso e pode ainda ser considerado longitudinal quando compara o desempenho ao
longo do tempo. Usado como um instrumento de avaliação comparativo nos cursos da
área de saúde em vários países, inclusive o Brasil, o teste de progresso deve ser visto
como uma ferramenta valiosa no processo de ensino e aprendizagem. A Faculdade
Pernambucana de Saúde instituiu, desde a sua criação, o teste de progresso para todos
os seus cursos, como instrumento formativo. O teste de progresso proporciona ao
estudante conhecer sua evolução cognitiva, identificando seus próprios problemas.
Acredita-se que a aceitação e adesão a esse teste dependerão da compreensão dos
estudantes sobre os seus benefícios. Objetivos: Avaliar o conhecimento dos
estudantes sobre o teste de progresso como instrumento de acompanhamento do
progresso da aprendizagem, além de avaliar a associação da adesão e o desempenho no
teste de progresso com os fatores sociodemográficos e acadêmicos. Método: Estudo
quantitativo de corte transversal descritivo com componente analítico, mediante a
aplicação de questionário estruturado, observando as variáveis de fatores acadêmico e
sociodemográfico do estudante, e de avaliação do conhecimento do estudante sobre o
teste de progresso através de escala de Likert. A amostra foi composta por estudantes
dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia da Faculdade
Pernambucana de Saúde. Os dados foram analisados no programa Microsoft Office
Excel® e no programa Epi info® versão 7.1.3.10. O teste t de student foi utilizado para
comparar a diferença de médias entre as variáveis contínuas e o teste do qui-quadrado
para comparar a diferença de proporções entre as variáveis categóricas, empregando-se
o teste exato de Fisher, quando indicado. A opinião dos estudantes sobre o teste de
progresso foi avaliada através da análise do Ranking Médio. Resultados: Foram
pesquisados 288 estudantes. A idade dos estudantes, em média, foi de 23,7 anos, sendo
78,8% do sexo feminino, a maioria solteiros. A adesão ao teste foi de 84,9%, sendo
maior nos estudantes de Medicina. Os estudantes que trabalhavam, além de estudar,
apresentaram menor adesão ao teste de progresso que os demais. A análise da opinião
dos estudantes sobre o teste demonstrou concordância com a maioria das assertivas que
apontavam para os benefícios do teste, como considerar o teste importante e útil para o
aprendizado. Embora considerem um teste longo e cansativo, os estudantes concordam
que o tempo é suficiente para respondê-lo. Conclusões: A população estudada
apresentou uma adesão ao teste de progresso de 84,9% e o reconhece como importante
ferramenta no processo de aprendizagem; os estudantes que trabalham apresentaram
menor adesão. As contradições a respeito da importância do feedback podem apontar
para a necessidade de uma discussão mais ampla sobre o formato de obtenção desse
feedback.
Palavras-chave: Teste de Progresso; Educação Superior; Avaliação Educacional;
Aprendizagem.
ABSTRACT
Background: Progress test is an assessment that student´s groups at different stages
receive the same written test at the same time. It is considered a comprehensive test
because it contains several knowledge areas, it is transverse when comparing the
performance of diferente levels of the same course and it can still be seen as
longitudinal since it compares the performance over time. Used as a comparative
assessment tool in in healthcare courses in several countries, including Brazil, the
progress test should be seen as a valuable tool in the process of teaching and learning.
The Faculdade Pernambucana de Saúde instituted the progress test for all its courses, as
a formative tool, since its inception. The progress test provides the student to know their
cognitive development, identifying their own problems. It is believed that the
acceptance and adherence to the test will depend on the students' understanding of its
benefits. Objectives: To evaluate students' knowledge about the progress test as a
monitoring tool of the learning progress, and to evaluate the association between
adherence and performance in the progress test with sociodemographic and academic
factors; Methods: This is a cross-sectional descriptive quantitative study with analytical
component, by applying a structural questionnaire, evaluating the variables of students’
socio-demographic and academic factors and assessing the student´s knowledge about
the progress test. The sample consisted of students of Medicine, Nursery, Physiotherapy
and Pharmacy from Faculdade Pernambucana de Saúde. The data were analyzed on
Microsoft Office Excel® and Epi info® version 7.1.3.10. The t student test was used to
compare the mean differences between continuous variables and the chi-square test to
compare the difference in proportions between categorical variables, using Fisher's
exact test, when appropriate. Students’ opinion about the progress test was evaluated by
Mean Scores analysis. Results: 288 students were studied. The average age of the
students was 23.73 years, being 78% female, and most of them were single. Adherence
to progress test was 84.97% and it was higher on the medical student. Students who
worked, beside studying, had lower adherence to the test, then the others, which was
statistically significant. Their opinios’ analysis about the test showed agreement with
most of the assertives that pointed to benefits of the test, such as considering the test
important and useful for learning. Although they consider the test long and tiring, the
students agreed they have enough time to answer it. Conclusions: The studied
population had good adhesion to the progress test and recognizes it as an important tool
in the learning process; working students had lower adhesion. The contradictions about
the importance of feedback can pointed out to the need for a broader discussion about
the its format.
Key-words: Assessment, Evaluation, Health Education, Educational Measurement.
LISTAS DE ABREVIATURAS
ABP – Aprendizagem Baseada em Problemas
DP – Desvio Padrão
FPS – Faculdade Pernambucana de Saúde
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMIP – Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira
NDE – Núcleo Docente Estruturante
PBL – Problem Based Learning
RM – Ranking Médio
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
LISTA DE TABELAS
Páginas
Tabela 1 – Associação entre a adesão ao teste de progresso e as características
sociodemográficas. FPS, 2014
55
Tabela 2 – Associação entre a adesão ao teste de progresso e as características
acadêmicas. FPS, 2014
56
Tabela 3 – Ranking Médio para escala de Likert – Opinião dos estudantes
sobre o Teste de Progresso. FPS, 2014
57
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO .......................................................................... 16
II. OBJETIVOS .............................................................................. 25
2.1 Objetivo Geral ................................................................................ 25
2.2 Objetivos Específicos ...................................................................... 25
III. MÉTODO .................................................................................... 26
3.1 Desenho do estudo ......................................................................... 26
3.2 Local do estudo .............................................................................. 26
3.3 Período do estudo ........................................................................... 26
3.4 População do estudo ....................................................................... 27
3.5 Amostra do estudo ......................................................................... 27
3.6 Critérios para seleção dos participantes ............................................... 27
3.6.1 Critérios de inclusão .............................................................. 27
3.6.2 Critérios de exclusão ............................................................... 28
3.7 Definição dos termos e variáveis ...................................................... 28
3.8 Coleta de dados ............................................................................ 30
3.8.1 Identificação dos estudantes/apresentação e
recrutamento/elaboração do questionário ...................................
30
3.8.2 Instrumento para coleta de dados ............................................. 31
3.9 Processamento e análise de dados ................................................... 32
3.10 Aspectos éticos ........................................................................... 32
IV. RESULTADOS ........................................................................... 34
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................... 58
VI. REFERÊNCIAS ......................................................................... 59
APÊNDICE ......................................................................................... 67
Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................... 67
Apêndice B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Piloto)............... 69
Apêndice C – Instrumento de Coleta de Dados: Questionário – Validação
Semântica .......................................................................................
71
Apêndice D – Instrumento de Coleta de Dados: Questionário ...................... 74
ANEXO ............................................................................................. 77
Anexo A – Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa............ 77
Anexo B – Ata de Aprovação da Defesa ................................................... 79
Anexo C – Normas e Instruções da Revista ................................................. 80
I- INTRODUÇÃO
Avaliar faz parte da vida do ser humano e para alguns, limita-se a classificar em
aptos ou não de acordo com uma média considerada ideal e criada pelo avaliador.
Informa o grau de rentabilidade cognitiva, e, pode ainda ser um ato punitivo na medida
em que pode ser classificatório e excludente.1 Pensar e fazer avaliação em um contexto
onde o entendimento de avaliar ainda não foi entendido ou sedimentado como peça de
um processo da aprendizagem, torna-se um desafio para todos os envolvidos nesse
processo.2,3
São muitas as definições criadas para o que chamamos avaliação, alguns autores
acreditam na máxima de que cada autor cria a sua própria definição.3,4
Portanto,
avaliação possui pontos de vistas críticos que vão desde as injustiças e a ansiedade que
pode produzir até a dificuldade na prática de uma pedagogia de descobertas3,5
e vale
salientar que as consequência da avaliação são tão importantes quanto o processo e as
intenções.6
Foi analisando os princípios postulados por Tyler, que Kliebard em 2011,
ofereceu a informação de que fazer uma comparação entre os resultados finais e as
expectativas sob a forma de objetivos de comportamentos geradas durante o inicio de
um processo,7,8
foi a definição de avaliação concebida por Ralph Tyler em 1949. Essa
concepção ficou conhecida como Avaliação por Objetivos e passou a ser um referencial
teórico. A subjetividade no ato de avaliar é provavelmente o fator que desperta novos
caminhos para avaliação, não havendo ainda um consenso sobre os melhores métodos
de avaliar. É notória que a avaliação perfeita é uma ilusão.9
Um processo de avaliação vai muito além de apenas quantificar ou medir, é
preciso antes que o avaliador esteja à disposição para acolher. Acolher no sentido de
perceber aquilo que esta sendo avaliado da forma como realmente é, ou seja, sem um
prévio julgamento. Será preciso conhecer o estado que o objeto a ser avaliado se
apresenta para então qualificá-lo em positivo ou negativo, satisfatório ou insatisfatório,
partindo das bases de como é realmente o objeto.10
É possível ir além quando os estudiosos consideram a avaliação como um
processo ou um produto, que pode ser explícita ou implícita, formal ou informal e em
qualquer ponto ao longo do processo de aprendizagem, ou contínua.6 Considerando os
objetivos que o processo avaliativo possui, muitos autores atribuem funções à avaliação,
e dentro desta perspectiva ela assume tipos distintos. Podendo ter um caráter
diagnóstico de reconhecimento da situação para definir o avanço e o crescimento da
aprendizagem, ou ser um instrumento processual e formativo. 11-16
Seguindo a mesma direção no raciocínio de avaliar sob uma tendência
comportamentalista de Tyler, foi que Scriven tipificou e propôs, em 1967, os conceitos
para dois tipos de avaliação: a somativa e a formativa. Com a publicação do Manual de
Avaliação Formativa e Somativa do Aprendizado Escolar por Bloom e colaboradores
em 1971 tem-se o resgate desses conceitos, mesmo respeitando a concepção positivista
de avaliação dada por Tyler.8
Além dos princípios norteadores capazes de classificar a avaliação em formativa
e somativa, foi descrito por Gil em 2012 uma outra tendência de classificação, de
acordo com sua função em: diagnóstica, de verificação e de apreciação.3,8,11
A função diagnóstica fornece informações das capacidades dos estudantes antes
de iniciar um ciclo de aprendizagem, seria, portanto, um panorama de reconhecimento.
A função de verificação está intimamente relacionada à avaliação formativa enquanto
que a função de apreciação é representada pela avaliação somativa, cujo objetivo é
determinar o grau de domínio cognitivo do educando.11
A avaliação somativa que para alguns é considerada hierarquizante e capaz de
determinar competitividade e acirramento entre estudantes,17
é definida como aquela
que classifica como bom ou ruim, e determina se o avaliado está pronto a seguir em
frente ou repetir o programa.15
Ocorre no fim de um período de estudos,12
e possui
acreditação externa,6 por isso pode receber também o nome de avaliação creditativa.
11
Já a avaliação formativa tem o intuito de auxiliar cada estudante a aprender,18
sem finalidade seletiva, e a saber como intervir para melhorar.15
Acredita-se que o papel
ou a função do erro em cada modalidade avaliativa é o que verdadeiramente as
distingue.19
Para ser considerada formativa, porém, a avaliação precisará gerar um
feedback dentro da sala de aula.6
O termo avaliação formativa está incorporado ao processo de formação3,12
e
deve ocorrer de forma periódica para o reconhecimento das aquisições dos avaliados,
auxiliando no direcionamento da progressão da aprendizagem.18
Deve não apenas ser
contínua e parte de um processo progressivo, mas precisa favorecer a autoavaliação dos
estudantes e permitir a eles a percepção de sua própria aprendizagem seguindo seus
resultados.8 A avaliação formativa eficaz é baseada na informação qualitativa rica.
20
Acredita-se que a avaliação possui uma posição importante na aprendizagem no
momento em que a dirige 20,21
e muitas vezes a avaliação assume papel punitivo como
instrumento de arbitrariedade. É com base nesses pressupostos que se pode entender o
ponto importante localizado no erro como fonte de virtude. O erro é considerado crucial
para a superação e reconhecimento do ponto de apoio na reorientação e identificação
dos benefícios vindos com ele.14
É preciso que se defina um ponto considerado como padrão de referência, que
seria aquela qualidade valorizada e que se almeja atingir, para que se instaure um
processo de comparação entre o estado presente e este padrão de referência. Este
processo é a definição de autoavaliação, e é partindo do erro que o aprendiz poderá
identificar a lacuna existente e assim avaliar sua completude, traçando uma meta a ser
atingida. A busca por essa meta completa o processo ao qual se define a
autoavaliação.19
Essa característica é desejável e deve ser incentivada para que o
profissional de saúde exerça sua auto regulação mantendo alto o seu nível de
competência profissional.22
É sabido que a avaliação direciona a aprendizagem e o efeito na aprendizagem é
mediado pela percepção que o estudante tem com o processo avaliativo.20
Aqueles que
trabalham de forma autodirigida e baseada em inquéritos capacitam os estudantes a
desenvolver uma aprendizagem de alta qualidade, centrada no aprendiz como a filosofia
da aprendizagem baseada em problema.23
Neste sentido o papel da avaliação passa a ser
um meio de ajuda para que os estudantes tomem para si a responsabilidade pela sua
própria aprendizagem.24
Mas não é tão simples como parece, pois é preciso uma
mudança no entendimento sobre avaliação além da mudança cultural e acadêmica.25
Diante desse novo paradigma é que as escolas Médicas em Maastricht e
Missouri criaram, de forma independente, um tipo de avaliação longitudinal abrangente
nos conhecimentos e desenvolvida para evitar a preparação dos estudantes para o
exame, conhecido hoje como teste de progresso.23
Avaliação abrangente a todas as disciplinas do currículo, o teste de progresso é
aplicado a todos os estudantes dos diferentes estágios do curso e repetido regularmente
em um espaço de tempo.26
Ele surgiu como uma necessidade de novos métodos para
avaliar os conhecimentos de forma coerente com a aprendizagem baseada em problemas
(PBL – Problem Based Learning) que foi introduzida em 1970. As escolas pioneiras
foram as Universidades de Maastricht e Missouri e esse teste é hoje parte significativa
da avaliação na educação médica em todo o mundo.26,27
Muitos autores concordam com a definição do teste de progresso como um tipo
de avaliação onde grupos de estudantes em estágios diferentes de um currículo realizam
o mesmo teste escrito26-28
no mesmo momento e em intervalos regulares27-29
contendo o
completo domínio do conhecimento que é considerado requisito para o estudante na
conclusão do curso de graduação.28
Estudantes dos primeiros anos do curso serão capazes de responder poucas
questões, os que se encontram no segundo ano responderão um pouco mais e assim
sucessivamente até o nível final.29-31
É um teste considerado abrangente na medida em que apresenta muitas áreas de
conteúdos, é transversal quando comparado ao desempenho de diferentes grupos de
capacidades ou níveis de um mesmo curso29
e é ainda longitudinal quando comparado o
desempenho ao logo do tempo.26
Estudiosos afirmam que evidências empíricas observadas nas escolas de
graduação e mesmo de pós-graduação mostram que a característica longitudinal do teste
de progresso fornece medição única e demonstrável do crescimento capaz de mostrar a
aquisição de conhecimento dos estudantes durante todo o curso, sendo possível usar
esses resultados para um diagnóstico, prognóstico ou mesmo intervenções no processo
da aprendizagem.27,28
O teste de progresso foi idealizado dentro de uma filosofia da aprendizagem
mais profunda e ele tem como uma das principais características que o estudante não se
prepare para realizá-lo.23,29
É constituído de um número abrangente de conteúdos que
torna quase que inviável a preparação do aluno para a realização especifica do teste.30
Especula-se que aqueles que se preparam para o teste são os estudantes que
apresentam dificuldade de aprendizagem no curso e seu esforço não é muito eficaz para
atingir melhores pontuações.30
O que se deseja e deve ser incentivado é a construção do
conhecimento e, todo hábito de estudar que resulta na aquisição do conhecimento
relevante será recompensado nos testes. Além de que, os repetidos testes de progresso
permitem a exposição aos mesmos domínios do conhecimento abrangente, promovendo
a retenção do conhecimento a longo prazo.26,29,32
O teste de progresso pode assumir um caráter formativo ou somativo e isso vai
variar de acordo com o entendimento de cada instituição que o adota. Quando assume
um caráter somativo requer que o estudante passe no teste para conseguir progressão de
nível. Quando assume uma abordagem formativa, o foco principal está nos resultados
que fornecem o feedback para a aprendizagem do estudante.27,29,33-35
Acredita-se que
existem diferenças no efeito do teste como uma avaliação somativa ou formativa, o que
pode influenciar a atitude do estudante diante da realização da prova.29
O teste de progresso é um ensaio que ocorre em intervalos que podem resultar
de 4 a 6 episódios ao ano e é constituindo de um grande número de questões de múltipla
escolha ou de alternativas de verdadeiro e falso. Esse número de questões poderá variar
de 100 até 250 itens por teste, podendo chegar até 400. 25,27,29,31, 33,34,36
Quando o teste de progresso é construído com questões de múltipla escolha,
algumas escolas adotam a opção de resposta “não sei”. 35
Esse modelo vem sendo usado
nos testes de progresso das escolas médicas da Holanda, Alemanha e Canadá com o
intuito de reduzir a tentativa de adivinhar a resposta correta daquilo que não se sabe. E
isso deve ser visto como um ponto positivo, desenvolvendo a competência em
reconhecer o que não se sabe, podendo ser extrapolado para a vida profissional.27, 28,37
Por outro lado, a opção “não sei” introduz erro na medição da análise
matemática, além de ter como outra desvantagem a frequência muito alta da escolha
desta opção pelos iniciantes, o que gera uma desmotivação e sensação negativa
indesejada no resultado do teste de progresso.27,38,39
A forma de devolver para o estudante o resultado do seu teste de progresso
(feedback) ainda precisa de aprofundamento e compreensão, pois apesar de ser essencial
no desenvolvimento de uma prática reflexiva pode apresentar efeito negativo quando
realizado inadequadamente. Alguns estudos mostram que o feedback do teste de
progresso deve ser considerado de grande relevância para auxiliar no aprendizado, e
deve ser visto como algo inerente ao teste, sendo reconhecida a sua importância nas
escolas médicas. 23,33,34
40
Um feedback gerado após o teste de progresso poderá fornecer informações ao
estudante sobre o que ele ainda não sabe, permitindo que avalie a base de dados de seus
conhecimentos e o seu estado de desenvolvimento em relação ao que precisa alcançar
ao final do curso.30
Quando usado corretamente o teste de progresso poderá fornecer
informações que traduzirão tanto o panorama de um instante ou longitudinalmente.28,40
Usado como um instrumento de avaliação comparativo, o teste de progresso
deve ser visto como uma ferramenta valiosa no processo de ensino e aprendizagem nas
escolas de saúde,27,33
independente do currículo,25
permitindo previsões sobre as
competências e os desempenhos futuros, embora apresente como desvantagem o custo e
a operacionalização.28-30
Outro ponto considerado por muitos como negativo é a
expectativa criada pelo teste de progresso nos alunos noviços por possuir uma parte
limitada de questões referentes ao primeiro ano do currículo.25,30
Fica cada vez mais evidente a tendência do compartilhamento do material do
teste de progresso entre as diferentes escolas médicas para a construção de um único
teste com itens de alta qualidade, que constituirá o teste que será administrado
simultaneamente nas escolas participantes, este compartilhamento recebe o nome de
consórcio.29,36
Este consórcio tem demonstrado excelente potencial, combinando
benefícios econômicos com vantagens educacionais que superam os potenciais de cada
instituição participante.34,36
A Faculdade Pernambucana de Saúde é especializada em cursos na área de
saúde que utiliza metodologia de aprendizagem baseada em problemas e inclui no seu
Sistema de Avaliação o teste de progresso como um dos instrumentos formativos, sendo
realizado duas vezes ao ano em todos os cursos da faculdade desde a sua criação, de
forma presencial. A partir do ano de 2012, o curso de Medicina começou a participar de
um consórcio com outras seis escolas médicas de outros estados da federação.
A característica marcante do teste de progresso pode ser a capacidade de avaliar
o crescimento do conhecimento que os estudantes estão adquirindo ao longo da vida
acadêmica permitindo a percepção do seu progresso, inclusive nas diferentes áreas de
conhecimento,30,41,42
além de apoiar na aprendizagem clínica.23,31
Portanto, o teste de
progresso pode ser considerado como uma forte ferramenta de controle de qualidade
para a avaliação da melhora da aprendizagem, do ensino e mesmo para a demonstração
de padrões educacionais entre as escolas de saúde.27
Como todo processo avaliativo, o teste de progresso deve apresentar algumas
características que o tornem confiável, válido, aceitável, de baixo custo e com impacto
educacional.33
A adesão e aceitação aos testes avaliativos podem ser influenciadas por
fatores relacionados aos envolvidos neste processo e esse envolvimento ocorrerá por
meio da informação da finalidade da avaliação e o conhecimento sobre os objetivos
deste teste, tornando mais claro seu propósito e importância.30
Dessa forma a execução
deste trabalho permitiu identificar a função percebida do teste de progresso, criando e
aprimorando esclarecimentos e incentivos aos envolvidos neste processo avaliativo.
II- OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar o conhecimento dos estudantes dos cursos de graduação da Faculdade
Pernambucana de Saúde sobre o teste de progresso e os fatores associados à adesão e ao
desempenho dos mesmos nesse teste.
2.2 Objetivos Específicos
a) Avaliar o conhecimento dos estudantes sobre o teste de progresso como instrumento
de acompanhamento do processo de aprendizagem;
b) Avaliar a associação entre os fatores sociodemográficos e a adesão e o desempenho
no teste de progresso;
c) Avaliar a associação entre os fatores acadêmicos dos estudantes e a adesão e o
desempenho no teste de progresso.
III- MÉTODO
3.1 Desenho do estudo
Foi realizado um estudo quantitativo de corte transversal, descritivo com
componente analítico.
3.2 Local do estudo
O estudo foi realizado na Faculdade Pernambucana de saúde – FPS, localizada
na cidade do Recife no Estado de Pernambuco. É uma instituição de ensino superior
especializada em saúde criada em 2005, que oferece os cursos de graduação de
Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Medicina; e tem como
metodologia de ensino a Aprendizagem Baseada em Problemas – ABP, e Sistema de
Avaliação que objetiva mensurar as competências nos eixos cognitivos, psicomotor e
afetivo sendo um processo contínuo e sistemático. O Sistema de Avaliação possui
componentes somativos e formativos, compondo esse último, entre outros instrumentos,
o Teste de Progresso. 41
3.3 Período de estudo
Este estudo foi realizado no período de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015.
3.4 População do estudo
A população do estudo foi composta pelos estudantes dos cursos de graduação
em Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia e Medicina da Faculdade Pernambucana de
Saúde, escolhidos por terem turmas já concluídas, e, portanto, com mais experiência na
realização do teste de progresso.
3.5 Amostra do estudo
Para a obtenção de informação sobre o comportamento longitudinal da variável
do estudo, foram estabelecidos como unidades primárias de amostragem os estágios do
currículo: segundo e último ano dos cursos pesquisados.
Os estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia
foram os elementos da amostra não probabilística de conveniência.
No período do estudo, estavam matriculados 57 estudantes no segundo ano do
curso de Enfermagem, 36 no de Fisioterapia, 19 no de Farmácia e 145 no de Medicina.
No último ano estavam matriculados 52 no curso de Enfermagem, 28 em Fisioterapia,
21 em Farmácia e 125 em Medicina.
Os estudantes foram incluídos no estudo somente após a determinação dos
critérios de elegibilidade e o consentimento em participar da pesquisa através da
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
3.6 Critérios para a seleção dos participantes
3.6.1 Critérios de inclusão
Foram considerados como critérios de inclusão os estudantes regularmente
matriculados nos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia da FPS que
estivessem cursando os segundos e últimos anos do curso.
3.6.2 Critérios de exclusão
Como critério de exclusão foram considerados os que estivessem afastados, de
licença e os menores de 18 anos.
3.7 Definição dos termos e variáveis
- Teste de progresso é a avaliação longitudinal que, ocorre semestralmente na FPS,
permite aos alunos acompanhar o seu progresso cognitivo durante o curso de graduação.
- Realizou o último teste de progresso: variável categorizada em escala nominal sim
e não, considerando o teste de progresso do segundo semestre do ano de 2014.
- Adesão ao teste de progresso: variável dependente. Foi entendido como adesão ao
teste de progresso aquele estudante que realizou dois ou mais testes.
- Proporção entre oportunidade e a adesão ao teste de progresso: a variável
categorizada em escala intervalar tendo o item nenhum, apenas 1, de 2 a 4 e mais de
quatro.
- Desempenho no teste de progresso: variável expressa em escala de razão que
indica o percentual de acertos no teste de progresso.
- Sexo: variável mensurada pela escala nominal em masculino e feminino.
- Estado civil: variável categorizada com escala nominal em solteiro, casado,
separado, viúvo e outros.
- Idade: a variável idade da amostra é contínua categorizada em anos.
- Estudante-trabalhador (ocupação adicional): variável nominal categorizado em sim
e não, quanto à ocorrência de ocupação adicional (trabalho).
- Vinculação ao curso de graduação que está matriculado: categorizada com uma
escala nominal em Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia.
- Período do curso: variável ordinal.
- Turno: variável nominal categorizada em integral, manhã ou tarde.
- Tempo diário reservado aos estudos: variável nominal categorizada em nenhuma,
uma hora, duas horas, três horas, quatros horas e cinco horas ou mais.
- Preparação para o teste de progresso: variável nominal categorizada em sim e não.
- Conhecimento sobre teste de progresso: variável que indica o conhecimento sobre
o teste de progresso considerando a significação, opinião ou ponto de vista que os
estudantes fazem sobre o teste de progresso e foi avaliada pelas assertivas propostas
com a categorização pelo grau de concordância da escala de Likert com 5 pontos. Para
fins de análise foi considerada a medida de tendência central.
- Possuir outro curso de graduação: variável nominal categorizada em sim e não,
que indica se o estudante possui alguma outra formação de nível superior.
- Coeficiente de rendimento: variável numérica que indica a média geral do
semestre, e foi considerado o semestre que realizou o teste de progresso.
- Histórico de reprovação: variável nominal categorizada em sim e não, que indica
se o estudante tem alguma história de reprovação durante o curso de graduação que
estava cursando.
- Histórico de dependência: variável nominal categorizada em sim e não, que indica
se o estudante tem história de dependência em alguma unidade curricular.
3.8 Coleta de dados
3.8.1 Identificação dos estudantes/apresentação e recrutamento/elaboração do
questionário
Foi obtida a relação dos estudantes regularmente matriculados nos períodos de
interesse para o estudo. Os dados foram coletados pela aplicação do questionário aos
estudantes da amostra. Foi uma aplicação coletiva, de acordo com o período e o curso,
em sala climatizada e ocorreu preferencialmente após as atividades de tutorias.
Os estudantes foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e a forma de
preenchimento do instrumento e após concordância em participar da pesquisa, foi
solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. (Apêndice A)
Foram realizadas 2 visitas por turma para os procedimentos de coleta de dados de
forma a reduzir perdas na amostra.
Os questionários foram codificados para que o sigilo dos dados fossem
preservados, minimizando a possibilidade de causar constrangimento aos participantes.
Foi criada uma lista com os nomes e os respectivos códigos para permitir a
identificação do questionário em caso de desistência em continuar participando da
pesquisa.
A coleta de dados foi complementada com informações obtidas na secretaria
acadêmica da FPS, como: a adesão e o desempenho dos estudantes no teste de
progresso, e o coeficiente de rendimento do semestre.
3.8.2 Instrumento para coleta de dados
Foi elaborado um questionário, composto por 2 seções: seção 1, contendo
perguntas sobre características sociodemográfico e acadêmicas dos participantes e a
seção 2, para avaliar o conhecimento e opinião sobre o teste de progresso, através de
perguntas do tipo Escala de Likert de cinco pontos com conteúdo elaborado com base
na revisão de literatura sobre o tema. Utilizou-se as base de dados Medline, Education
Researsh Complete, SciELO, PubMed e ERIC com os seguintes uni termos: assessment,
evaluation, avaliação, teste de progresso, progress testing, progressive test.
Foi realizada a validação semântica do questionário com um grupo piloto de
estudantes do segundo ano do curso de Psicologia da FPS, que não participaram da
pesquisa, para avaliar a clareza das perguntas e o entendimento das mesmas. Ajustes
foram feitos ao questionário e só então aplicado à amostra do estudo.
A validação ocorreu em uma sala de exposição de aula, logo após uma tutoria.
Todos estavam cientes que faziam parte de uma etapa de validação semântica da
pesquisa, e concordaram em participar. (Apêndice B)
Em seguida a essa etapa, foi entregue o mesmo questionário com uma
formatação diferente. Esta formatação permitiu que os estudantes opinassem marcando:
1) Não é pertinente; 2) Está claro; 3) Não está claro e 4) Observação, local onde
poderiam escrever aquilo que achassem pertinente para cada item do questionário.
(Apêndice C)
Todas as informações sugeridas pelos estudantes foram concentradas em um
arquivo do Microsoft Word®
(Office, 2010) correspondente ao questionário com
formatação modificada para que fosse possível uma visualização plena dos comentários
e sugestões, permitindo dessa forma que os pesquisadores optassem, após análises e
discussões, pela mudança ou não dos itens.
Os pesquisadores também optaram por utilizar os dados coletados no
questionário para fazer uma simulação de análise de resultados e construção de tabelas
de resultados, a fim de detectar qualquer dificuldade nesta etapa.
3.9 Processamento e análise de dados
As informações contidas na coleta de dados foram revisadas e digitadas em
banco de dados construídos para esta pesquisa. Foram criados dois arquivos de planilha
que foram confrontados com o intuito de detectar erros de digitação. A análise foi
realizada no programa Epi info®
versão 7.1.2.
Foram utilizadas tabelas e gráficos para a demonstração da frequência dos dados
categóricos. O teste t de student foi utilizado para comparar a diferença de médias entre
as variáveis contínuas e o teste do qui-quadrado para comparar a diferença de
proporções entre as variáveis categóricas, empregando-se o teste exato de Fisher,
quando indicado.
3.10 Aspectos éticos
A pesquisa obedeceu aos critérios éticos estabelecidos na Resolução 466 do
Conselho Nacional de Saúde. Sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade Pernambucana de Saúde sob parecer número 556.167 de 13 de março de
2014. Os participantes da pesquisa foram devidamente informados sobre os objetivos e
métodos do estudo, sendo devidamente esclarecido que eles tinham a opção de não
participar da pesquisa sem qualquer prejuízo para eles. Os participantes só foram
incluídos na pesquisa após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
Este estudo teve riscos mínimos aos participantes, reduzindo a possibilidade de
causar constrangimento, já que os mesmos tiveram a liberdade de optar pelo anonimato,
embora tenhamos considerado o tempo gasto para os estudantes preencherem o
questionário.
Tendo em vista que este trabalho teve como proposta avaliar o conhecimento
que os estudantes dos cursos de graduação da FPS (Medicina, Enfermagem, Fisioterapia
e Farmácia) possuem em relação aos testes de progresso, temos como benefícios da
pesquisa para os participantes, a possibilidade de proporcionar um maior conhecimento
sobre a importância do teste para sua aprendizagem.
Quanto aos benefícios para profissionais de educação, este estudo facilita a
compreensão da utilização dos testes de progresso como ferramenta pedagógica
importante para o processo de avaliação e colabora com a difusão do significado entre
os discentes.
IV- RESULTADOS
Nesta seção serão apresentados os resultados e discussão da pesquisa em forma
de artigo conforme as normas o periódico Medical Teacher, (Anexo C) fator de
impacto em 2013 de 2.045
Artigo – Adesão e Desempenho no Teste de Progresso.
Autores: Rebeca Luiz de Freitas
Taciana Duque de Almeida Braga
Manoela Almeida Santos da Figueira
Pesquisa Realizada na Faculdade Pernambucana de Saúde
Rebeca Luiz de Freitas
e-mail: [email protected]
Endereço: Rua Jean Emile Frave, 422, Imbiribeira, Recife – PE Brasil
CEP: 51200-060
Fone: 81 3035-7777
Abstract
Introduction: The progress test provides the students capacity to know their evolution
on following the teaching-learning progress, identifying their problems. It is believed
that adherence to this test will depend on how the student understands its benefits in the
learning process. Aim: To evaluate students' knowledge about the progress test as a
monitoring tool of the learning progress, and to evaluate the association between
adherence and performance in progress test with sociodemographic and academic
factors. Methods: This is a cross-sectional descriptive quantitative study with analytical
component, by applying a structural questionnaire, evaluating the variables of students’
socio-demographic and academic factors and assessing the students knowledge about
the progress test, through a questionnaire in Likert model. Study population consisted of
students of health courses of Faculdade Pernambucana de Saúde. Results: Adherence to
progress test was 84.9%, being higher among medical students. Working besides
studying was associated with lower adherence to the test. Students agreed with most of
the benefits statements relating to progress tests. Conclusions: Good adherence was
identified to progress test, being higher among medical students and those who did not
work. Students showed positive view on the test, identifying its benefits. Working
besides studying was associated with lower adherence to the test.
Keywords: Assessment, Evaluation, Progress Testing, Progressive Test
Introdução
Nos últimos anos tem-se percebido uma mudança na educação, e na área da
saúde essa mudança tem ocorrido de forma intensa destacando-se a aprendizagem
autodirigida e baseada em inquéritos. Essa mudança traz uma nova realidade ao cenário
da educação onde os estudantes passam a apresentar uma aprendizagem mais
significativa e de alta qualidade, o que contribui de forma marcante para o
desenvolvimento profissional contínuo (Wade et al. 2012). Com a introdução do PBL
(Problem Based Learning) em meados de 1970, surge com ela a necessidade de um tipo
de avaliação coerente com os princípios e a metodologia usada (Freeman et al. 2010;
Wrigley et al.2012). Foi de forma independe que as escolas de Maastricht e Missouri
instituíram um teste de múltiplas escolhas denominado teste de progresso (Freeman et
al. 2010).
O teste de progresso é uma avaliação onde grupos de estudantes de períodos
diferentes no curso recebem o mesmo teste escrito no mesmo momento. Sendo um teste
abrangente a todas as disciplinas consideradas relevantes de um currículo, ele é repetido
regularmente dentro de um espaço de tempo (Freeman et al. 2010).
Um teste considerado abrangente, na medida em que apresenta muitas áreas de
conteúdos, é transversal quando comparado ao desempenho de diferentes grupos de
capacidades ou níveis de um mesmo curso (Verhoeven et al. 2005) e é ainda
longitudinal quando comparado o desempenho ao logo do tempo (Freeman et al. 2010).
Com uma filosofia da aprendizagem mais profunda, o teste de progresso tem como
característica evitar que o estudante se prepare para a realização do teste (Wade et al.
2012; Verhoeven et al. 2005). E essa preparação torna-se quase sempre inviável, devido
ao conteúdo abrangente. Esse aspecto deve ser considerado e o estudante precisa ser
esclarecido sobre o verdadeiro significado do seu desempenho no teste de progresso,
comprovando assim a aprendizagem significativa (Van de Vleuten et al. 1996).
Os propósitos do teste de progresso podem assumir um caráter formativo ou
somativo (Ricketts et al. 2010; Schuwirth et al. 2010; Muijtjens et al. 2008) e isso vai
variar de acordo com o entendimento de cada instituição que adota o teste. Quando
assume um caráter somativo requer que o estudante passe no teste para conseguir
progressão de nível. Quando assume uma abordagem formativa, o foco principal está
nos resultados que fornecem o feedback para a aprendizagem do estudante (Wrigley et
al. 2012; Verhoeven et al. 2005; Schuwirth et al. 2010). Acredita-se que existem
diferenças no efeito do teste como uma avaliação somativa ou formativa, o que pode
influenciar a atitude do estudante diante da realização da prova (Verhoeven et al. 2005).
O teste de progresso é um ensaio que ocorre em intervalos que podem resultar
de 4 (Muijtjens et al. 2008) a 6 episódios ao ano (Schuwirth et al. 2012; Wrigley et al.
2012; Verhoeven et al. 2005; Ricketts et al. 2010; Schuwirth et al. 2010; Van der
Vleuten et al. 2004) e é constituindo de um grande número de questões de múltipla
escolha ou de alternativas de verdadeiro e falso. Esse número de questões poderá variar
de 100 até 250 por teste, (Wrigley et al. 2012; Ricketts et al. 2010; Schuwirth et al.
2010; Muijtjens et al. 2008) podendo chegar até 400 (Rademakers et al. 2005).
Algumas escolas de saúde que utilizam o teste de progresso adotam a opção de
resposta “não sei” (Muijtjens et al. 2008). Esta opção fornece ao avaliado uma medida
de limite do conhecimento e permite mostrar o que o estudante ainda não sabe e vai
desencorajar a prática da tentativa de adivinhar a resposta correta (Burton 2002; 2004).
Sabe-se, porém que esta opção introduz erro na medição da análise matemática, além de
ter como outra desvantagem a frequência muito alta da escolha desta opção pelos
iniciantes, o que gera uma desmotivação e sensação negativa indesejada no resultado do
teste de progresso (Wrigley et al. 2012).
Um item que ainda precisa de aprofundamento e compreensão neste contexto é o
feedback do teste de progresso, definido como a informação que descreve e discute o
desempenho do estudante (Zeferino 2007). Por ser essencial no desenvolvimento de
uma prática reflexiva pode apresentar efeito negativo quando realizado
inadequadamente (Schuwirth et al. 2010). O feedback deve ser visto como algo inerente
ao teste, (Ricketts et al. 2010) sendo reconhecida a sua importância nas escolas médicas
(Coombes et al. 2010).
Um feedback gerado após o teste de progresso poderá fornecer informações ao
estudante sobre o que ele ainda não sabe, permitindo que avaliem a base de dados de
seus conhecimentos e o seu estado de desenvolvimento em relação ao que se precisa
alcançar ao final do curso (Van der Vleuten et al. 1996). Quando usado corretamente, o
teste de progresso poderá fornecer vários tipos de feedbacks: o individual; daquele
teste; das habilidades; e da performance de um currículo e suas mudanças. E esse
feedback poderá mostrar o panorama de um instante ou longitudinalmente (McHarg et
al. 2005; Coombes et al. 2010).
Usado como um instrumento de avaliação comparativo, o teste de progresso
deve ser visto como uma ferramenta valiosa no processo de ensino e aprendizagem nas
escolas de saúde, (Wrigley et al. 2012; Ricketts et al. 2010)
independente do
currículo,(Schuwirth et al. 2012) permitindo previsões sobre as competências e os
desempenhos futuros, embora apresente como desvantagem o custo e a
operacionalização do teste (McHarg et al. 2005; Verhoeven et al. 2005; Van der Vleuten
et al. 1996). Outro ponto considerado por muitos como negativo é a expectativa criada
pelo teste de progresso nos alunos noviços por possuir uma parte limitada de questões
referentes ao primeiro ano do currículo (Freeman et al. 2010; Van der Vleuten et al
1996).
Avaliar deve ser uma prática reflexiva para auxiliar o processo de ensino-
aprendizagem, sendo um passo importante neste processo e, como todo processo
avaliativo, o teste de progresso deve apresentar algumas características que o tornem
confiável, válido, aceitável, de baixo custo e com impacto educacional. (Ricketts 2014)
A adesão e aceitação aos testes avaliativos podem ser influenciadas por fatores
relacionados aos envolvidos neste processo e esse envolvimento ocorrerá por meio da
informação da finalidade da avaliação e o conhecimento sobre os objetivos deste teste,
tornando mais claro seu propósito e importância. (Van der Vleuten et al. 1996)
Preocupados com esse ponto de grande importância no processo de
aprendizagem, a Faculdade Pernambucana de Saúde que é especializada em cursos na
área da saúde e utiliza a metodologia de aprendizagem baseada em problemas, inclui no
seu Sistema de Avaliação o teste de progresso como um dos instrumentos formativos. O
teste vem sendo realizado duas vezes ao ano em todos os cursos da faculdade desde a
sua criação, de forma presencial, e a partir do ano de 2012 o curso de Medicina
começou a participar de um consórcio com outras seis escolas médicas de outros
Estados da federação. Com isso a faculdade segue uma tendência natural em tornar o
teste de progresso com cada vez mais credibilidade, podendo influenciar na aceitação
dessa ferramenta auxiliar do processo educativo dos seus estudantes. Este estudo se
propôs a avaliar o conhecimento dos estudantes dos cursos de graduação da Faculdade
Pernambucana de Saúde sobre o teste de progresso e os fatores associados à adesão e ao
desempenho dos mesmos nesse teste.
Método
Foi realizado um estudo quantitativo de corte transversal, descritivo com
componente analítico, mediante aplicação de questionário elaborado e validado para
esta pesquisa. Este estudo aconteceu na Faculdade Pernambucana de Saúde – FPS,
localizada na cidade do Recife no Estado de Pernambuco. Instituição que utiliza como
metodologia de ensino o ABP (Aprendizagem Baseada em Problemas) e realiza o teste
de progresso em todos os seus cursos desde sua fundação. O teste de progresso compõe
o Sistema de Avaliação da instituição com um caráter formativo, aplicado duas vezes ao
ano. Para este estudo foi considerada adesão ao teste de progresso aquele estudante que
realizou dois ou mais testes de progresso.
O estudo ocorreu no período de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015 tendo
como população os estudantes dos cursos de graduação em Medicina, Enfermagem,
Fisioterapia e Farmácia, sendo a amostra não probabilística de conveniência composta
pelos estudantes dos segundos e dos últimos anos destes cursos. Menores de 18 anos
foram excluídos deste estudo.
O instrumento de coleta de dados foi composto de informações do perfil
sociodemográfico e acadêmico dos participantes e uma seção para avaliar o
conhecimento e opinião dobre o teste de progresso, através de perguntas do tipo Escala
de Likert de cinco pontos.
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
Pernambucana em Saúde de acordo com a Resolução 466/2012, com parecer sob
número 556.167 de 13 de fevereiro de 2014.
Resultados
Foram avaliados 288 estudantes matriculados nos segundos e últimos anos dos
cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia da Faculdade Pernambucana
de Saúde, sendo 49,6% (143) do curso de Medicina, 27,4% (79) do curso de
Enfermagem, 13,1% (38) do curso de Fisioterapia e 9,7% (28) do curso de Farmácia.
Do total de estudantes que participaram da pesquisa 57,2% (165) estavam matriculados
no segundo ano do curso e 42,1% (123) estavam matriculados no último ano do curso.
A idade em média, foi de 23,7 (DP 2,12) anos, 78,8% (227) eram do sexo
feminino, e 86% (247) dos estudantes eram solteiros. Cerca de 10% (30) possuíam outra
formação acadêmica e 16,1% (46) além de estudar, também trabalhavam.
A adesão ao teste de progresso, considerada como aquele que fez dois ou mais
testes de progresso, foi identificada em 84,9% (243) dos estudantes. Com relação à
quantidade de teste de progresso que realizaram, 4,2% (12) nunca fizeram o teste,
10,8% (31) fizeram apenas uma vez, 68,8%(197) fizeram de 2 a 4 testes e 16% (46)
responderam que já fizeram mais de 4 testes de progresso.
Sobre a rotina de estudos e desempenho acadêmico, o número de horas diárias
dedicadas aos estudos, foi em média de 3,9 (DP 2,52). Cerca de 3% (8) referiram
reprovação de período e 13,9% (40), dependência por reprovação de módulo.
Em relação à associação entre a adesão ao teste de progresso e as características
sociodemográficas, não foi observada em relação à idade, sexo e estado civil dos
estudantes. Entretanto, a adesão ao teste foi maior entre estudantes que não trabalham
(p=0,002). (Tabela 1)
Em relação ao perfil acadêmico, observou-se uma associação do curso de
Medicina com maior adesão ao teste (p=0,02), por outro lado, histórico de reprovação,
possuir outra formação acadêmica, e preparação para o teste não esteve associado com
adesão ao teste de progresso. Também não foi observado diferença na adesão ao teste de
progresso entre os estudantes do segundo e do último ano do curso (p=0,34) (Tabela 2)
A opinião dos estudantes sobre o teste de progresso foi avaliada através da
análise do Ranking Médio (RM) com um questionário tipo Likert e foi observado que
os estudantes concordaram com a maioria das assertivas que apontavam para os
benefícios do teste (Tabela 3). Em relação aos itens sobre a apresentação do teste,
concordaram com a afirmativa que se trata de um teste longo e cansativo (RM 3,64),
tem uma quantidade grande de questões (RM 3,68), mas o tempo dado para respondê-lo
é suficiente (RM 3,98), e que a alternativa “não sei”, deixaria o teste mais justo (RM
3,35).
Sobre a relação do teste com o aprendizado, apesar de concordarem que o teste é
útil para identificar o que precisa estudar (RM 3,21), que mostra áreas que tem
dificuldades e precisa se dedicar (RM 3,71) e que é uma forma de identificar o quanto
aprendeu (RM 3,28), concordaram, com RM limítrofe, com a afirmativa que o teste não
permite mostrar os conhecimentos (RM 3,09). Em relação ao feedback, apesar de
concordarem que poderá ajudar a identificar o que precisa aprender (RM 3,99) e que é
capaz de mudar o desempenho (RM 3,13), não concordaram com a afirmativa de que
usa o feedback para regular o processo de aprendizagem (RM 2,87).
Discussão
Em nosso estudo foi possível perceber o predomínio do sexo feminino nos
estudantes da amostra, seguindo um aumento progressivo do sexo feminino nos cursos
da área de saúde ao longo dos anos (Baldissera et al, 2010), e sabe-se que há esta
predominância na população brasileira (IBGE, 2011). Esta característica de gênero nos
cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia são achados que concordam
com os dados obtidos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes em 2013
(INEPEAT 2013a, INEPEAT 2013b, INEPEAT 2013c, INEPEAT 2013d), embora
alguns estudos específicos possam diferir, como no estudo descritivo transversal com
370 estudantes de Medicina realizado em Pernambuco em 2006 e 2007 que encontrou
percentual de 57,0% para o sexo feminino (Alves et al, 2010).
Em relação à média de idade, os dados encontrados mostram estudantes em uma
faixa de idade jovem o que se assemelha aos dados encontrados em um estudo
realizados nas Instituições Federais de Ensino Superior do Brasil em 2010, que
encontrou um taxa de 75% dos estudantes universitários como jovens na faixa etária de
até 24 anos. Neste universo eram solteiros 86,6%,(Andifes 2011) dado com igual
representação em nosso estudo e está em conformidade com os encontrados na
literatura. (Alves et al., 2010; Nakamae, 1997)
Em uma avaliação do perfil socioeconômico e cultural realizado em 2010 com
estudantes de graduação das Universidades Federais Brasileiras, mais de um terço dos
estudantes trabalhavam, com uma representação percentual de 37,6% (Andifes 2011).
Este dado foi coletado com estudantes das diversas áreas, porém esta circunstância
difere muito da realidade do nosso estudo quando encontrou um percentual de apenas
16,1%. Este panorama pode ser o reflexo de uma particularidade dos cursos da área de
saúde.
Foi possível perceber uma assiduidade no teste de progresso quando
encontramos um percentual de 68,8% dos participantes afirmando ter realizado de dois
a quatro testes. Dos matriculados no segundo ano do curso, 82,9% fizeram dois ou mais
testes de progresso e no último ano esse número passa a ser de 87,7%. Sendo um teste
ofertado na Faculdade Pernambucana de Saúde, em duas ocasiões ao ano, o estudante
do segundo ano pode ter tido no mínimo três oportunidades de realizar o teste de
progresso, e no máximo quatro. Já no último ano podemos considerar a oferta de no
mínimo nove e no máximo doze, de acordo com a duração do curso matriculado. Não
houve associação entre o ano vinculado e a adesão ao teste de progresso.
Porém este dado pode representar uma característica dos estudantes desta
instituição que utilizam uma metodologia ativa de ensino e aprendizagem que é o ABP
(Aprendizagem Baseada em Problemas), o que torna os seus participantes autodirigidos
em sua aprendizagem. Nenhum processo avaliativo pode, sozinho, exercer uma
influência sobre a aprendizagem do estudante, contudo ficou evidente que o teste de
progresso quando introduzido na Universidade de Maastricht dentro de um bloco
formativo, os educandos mudaram seu foco para a aprendizagem contínua e
autodirigida (Schuwirth et al. 2012). Este panorama apresenta semelhança ao do grupo
estudado pois o teste de progresso na FPS tem este caráter formativo.
A característica autodirigida do estudante que engloba o planejamento, o
monitoramento e mesmo a avaliação do seu processo de aprendizagem pode ser
expressa nesta pesquisa pela dedicação em horas diárias aos estudos que ficou acima da
média nacional de 2013 (INEPEAT 2013).
A adesão ao teste, observada no presente estudo, torna-se ainda mais relevante
considerando que se trata de avaliação formativa com participação voluntária. A
participação no teste de progresso teve um percentual de 84,9%, percentual semelhante
ou superior só foi observado por um estudo brasileiro sobre dez anos de experiência do
teste de progresso feito por Sakai et al (2008), após a obrigatoriedade da participação no
teste (Sakai et al. 2008).
A motivação do candidato em realizar o teste de progresso foi mencionada no
estudo de Nouns e Georg (2010) quando relataram a experiência de um consórcio
formado por 13 escolas médicas de países de língua alemã. Unidas, elas elaboram o
teste de progresso e aplicam duas vezes ao ano, sendo obrigatória a participação dos
estudantes, embora tenha um caráter puramente formativo. E é esse aspecto formativo
que foi considerado como desvantagem devido a grande variação da motivação dos
candidatos em fazer o teste (Nouns e Georg, 2010).
Considerando a adesão por curso, observamos que foi maior dentro do curso de
Medicina, seguido dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia dentro dessa
ordem. Embora o teste de progresso tenha sido instituído na FPS desde a criação dos
cursos, essa diferença pode estar relacionada com o fato de ser o curso de Medicina um
integrante de um consórcio com outras seis escola médicas do país, gerando uma
motivação diferenciada para o teste. Além da duração do curso que possibilita mais
oportunidades de realização. Porém para Van de Vleuten e colaboradores a
aceitabilidade de um procedimento de avaliação é crucial para a apreciação dela e
reforça que um teste pode ser viável, confiável e válido, mas terá vida curta se não for
aceito por ninguém (Van de Vleuten et al, 1996).
Em nosso estudo, percebe-se que não houve associação entre a adesão ao teste
de progresso e a idade, o sexo e o estado civil dos estudados, ficando evidente que
trabalhar além de estudar esteve associado a menor adesão ao teste. Dado importante
que reflete uma realidade do estudante que precisa trabalhar e encontra dificuldades em
conciliar suas atividades acadêmicas e profissionais.
Um traço marcante do teste de progresso é o conteúdo amplo do domínio do
conhecimento cognitivo de todo um currículo, o que dificulta a preparação do estudante
para o teste, contudo considera-se que esse teste foi especificamente desenvolvido para
evitar a preparação para o exame. Este princípio está representado nesse estudo quando
91,7% dos estudantes que aderiram ao teste de progresso afirmaram não se prepararem
para o exame. Estudo realizado em 1996 na Universidade de MacMaster no Canadá,
onde o teste de progresso é aplicado três vezes ao ano, encontrou um percentual de
73% dos estudantes que não se preparam para o teste de progresso (Blake et al. 1996).
Pouco se sabe sobre a maneira como o teste de progresso é considerado nos
currículos e como ele afeta a percepção que os estudantes tem sobre esse tipo de
avaliação. Louise Wade, et al em 2012, através de estudo comparativo entre escolas
médicas que avaliou a perspectiva do teste de progresso e seu impacto na aprendizagem,
encontraram resultados confirmando que os sentimentos dos estudantes com relação ao
teste de progresso ajudam a melhorar sua aprendizagem e ajudam na identificação dos
seus próprios pontos fortes e fracos neste processo (Wade et al. 2012).
Ao considerar o teste de progresso um instrumento útil e importante para a vida
acadêmica e profissional, os estudantes parecem reconhecer o papel desse teste como
uma ferramenta de auxílio no aprendizado. E este entendimento é bem representado
quando concordam que o teste de progresso contribui para o aprendizado. Percebe-se,
porém, uma imparcialidade neste pensamento quando encontramos um Ranking Médio
de 3,04 para a assertiva de que o teste de progresso tem um impacto pequeno no
aprendizado. Isto pode ser um reflexo do paradigma de que a avaliação é hierarquizante
e classifica um estudante como bom ou ruim. Sendo ainda marcante o entendimento
sobre a característica seletiva para avaliação quando concordam que o teste de progresso
não permite mostrar os conhecimentos que ele possui.
O conceito de avaliação precisa ser entendido como um instrumento-guia
essencial para o acompanhamento contínuo da progressão do aluno. Esta definição
precisa vir atrelada às variações do processo de desenvolvimento das habilidades e
conhecimentos que servirão de guia para a própria regulação da aprendizagem do
estudante (Carvalho & Matinez 2005). Usar os resultados do teste de progresso para se
concentrar naquilo que pode melhorar na dedicação dos estudos; usar o teste para
identificar as áreas que o estudante precisa se dedicar mais; assim como perceber que o
teste pode mostrar o quanto se aprendeu; são traços marcantes de um tipo de regulação
da aprendizagem que ficou evidente neste estudo.
A informação fornecida ao estudante descrevendo e discutindo o desempenho no
teste de progresso poderá gerar uma conscientização valiosa para a aprendizagem, pois
destacará aquilo que está em desarmonia entre o esperado e a realidade do resultado.
Este feedback gerado, se causar mudança no padrão de desempenho teremos um
processo de aprendizagem (Zeferino et al. 2007). Ao concordar que o feedback pode
influenciar no seu desempenho e que ele pode ajudar a identificar o que se precisa
aprender, o estudante mostra uma prática reflexiva, autodiretiva e ativa, embora não
concorde que usa o feedback para regular seu processo de aprendizagem. Essa postura
contraditória pode ser entendida como possível falha na maneira que vem sendo
fornecido este feedback.
Conclusão
O teste de progresso é uma avaliação de uso crescente em educação na área da
saúde no Brasil e no mundo, sendo preciso mais aprofundamentos e estudos para o
conhecimento das características, experiências e vivências dos participantes. Dar
significação ao processo avaliativo em si dará ao teste de progresso cada vez mais
destaque na sua função formativa e direcionadora do processo de aprendizagem.
A amostra estudada apresentou uma adesão de 84,9% ao teste de progresso e o
reconhece como importante ferramenta no processo de aprendizagem, sendo importante
acompanhar os estudantes que necessitam trabalhar para que a adesão desse grupo possa
ser melhorada. As contradições a respeito da percepção dos estudantes sobre a
importância do feedback podem apontar para a necessidade de uma discussão mais
ampla sobre o formato de obtenção desse feedback.
Ao considerar o teste de progresso um instrumento útil e importante na sua
formação, o educando demostrar sua capacidade de identificar os benefícios que esse
instrumento pode trazer para auxiliar no seu processo de construção do conhecimento.
Mais estudos são necessários sobre o conhecimento dos estudantes em relação
ao teste de progresso e os fatores que favorecem a sua adesão. Análises qualitativas
poderão contribuir para melhor compreensão desses aspectos.
Pontos Práticos
O consórcio entre as escolas parece ser uma boa alternativa para a aceitação ao
teste de progresso;
Pouco ainda se sabe sobre os fatores que podem influenciar a adesão ao teste de
progresso;
É preciso dar significação ao teste de progresso com destaque na sua função
formativa e direcionadora do processo de aprendizagem.
Declaração de interesses
Os autores declaram não haver conflito de interesse na pesquisa.
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Tabela 1 – Associação entre a adesão ao teste de progresso e as características sociodemográficas.
FPS, 2014.
Variáveis Adesão*
Sim
N %
Não
N %
Análise
estatística**
P
Sexo
Masculino 51 83,6 10 16,4 0,44
Feminino 192 85,3 33 14,7
Estado Civil
Solteiro 212 86,2 34 13,8 0,12
Casado 20 71,4 8 28,6
Outros 10 90,9 1 9,0
Idade
De 18 a 20 anos 65 79,3 17 20,7 0,18
De 21 à 30 anos 154 88,0 21 12,0
Acima de 30 anos 23 85,2 4 14,8
Além de estudar
também trabalha
Sim 31 68,9 14 31,1 0,002
Não 209 87,8 29 12,2
* Total de 286 estudantes responderam a pergunta sobre adesão; ** Qui quadrado.
Tabela 2 – Associação entre a adesão ao teste de progresso e as características acadêmicas. FPS, 2014.
Variáveis Adesão*
Sim
N %
Não
N %
Análise estatística**
P
Curso
Medicina 127 89,4 15 10,6
Enfermagem 68 87,2 10 12,8 0,02
Fisioterapia 28 73,7 10 26,3
Farmácia 20 71,4 8 28,6
Possui outra formação acadêmica
Sim 24 80,0 6 20,0 0,421
Não 219 85,5 37 14,6
História de Reprovação em
Módulo
Sim 30 75,0 10 25,0 0,08
Não 212 86,9 32 13,1
História de Reprovação em
Período
Sim 6 75,0 2 25,0 0,341
Não 237 85,2 41 14,7
Preparação para o Teste de
Progresso
Sim 20 90,9 2 9,1 0,751
Não 222 85,1 39 14,9
Ano vinculado
Segundo ano 136 82,9 28 17,1 0,34
Último ano 107 87,7 15 12,3
* Total de 286 estudantes responderam a pergunta sobre adesão; ** Qui-quadrado 1Teste exato de Fisher.
Tabela 3: Ranking Médio para escala de Likert – opinião dos estudantes sobre o Teste de
Progresso. FPS, 2014.
Questões RM-geral/(DP)
Teste de progresso é útil 3,86 (1,01)
Teste é injusto por possuir conteúdo que ainda não estudei 2,79 (1,34)
Possuir conteúdos importantes para minha profissão 4,43 (0,84)
O teste é importante para minha vida acadêmica 3,70 (1,11)
É um teste envolvente e agradável 2,81 (1,25)
É longo e cansativo 3,64 (1,17)
É uma ferramenta importante para me tornar um bom profissional 3,25 (1,24)
É desestimulante porque possui conteúdos que ainda não sei 2,97 (1,31)
Contribui para meu aprendizado 3,76 (1,19)
É uma avaliação bem elaborada 3,60 (1,08)
O teste não permite mostrar os meus conhecimentos 3,09 (1,24)
Permite que articule os conhecimentos prévios para respondê-lo 3,77 (1,09)
Preciso da minha capacidade de memorização para respondê-lo 3,56 (1,15)
Alternativa “não sei” deixaria o teste mais justo 3,35 (1,46)
Uso os resultados do teste para concentrar naquilo que posso melhorar 3,47 (1,34)
É uma forma de determinar o quanto eu aprendi 3,28 (1,38)
Eu uso o teste para identificar o que preciso estudar 3,21 (1,35)
O teste tem um impacto pequeno no meu aprendizado 3,04 (1,18)
Uso o feedback para regular meu processo de aprendizado 2,87 (1,28)
Eu considero o feedback é capaz de mudar meu desempenho 3,13 (1,30)
Um feedback poderá ajudar a identificar o que preciso aprender 3,99 (1,06)
O teste mostra áreas que tenho dificuldade e que preciso me dedicar 3,71 (1,19)
Estudar uma semana antes ajudará a melhorar o desempenho no teste 2,55 (1,37)
O tempo para responder ao teste é suficiente 3,98 (1,10)
Tem uma quantidade grande de questões 3,68 (1,21)
O teste tem um nível de dificuldade alto 2,95 (1,12)
É preciso capacidade de compreensão para responder ao teste 3,56 (1,15) RM – Ranking médio; DP- Desvio Padrão; RM<3 – discorda; RM=3 – não concorda nem discorda; RM>
3- concorda.
V- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de o teste de progresso ser uma realidade cada vez mais crescente na
educação brasileira, ainda há pouca literatura retratando as experiências deste tipo de
avaliação e suas características, como também as experiências e vivências dos
participantes.
O entendimento de avaliação como um instrumento pedagógico auxiliar na auto
avaliação se faz cada vez mais necessário tendo em vista o sentimento punitivo que
ainda está arraigado no docente e principalmente no discente. As crenças e atitudes dos
estudantes frente à avaliação tem papel importante na qualidade do aprendizado.
O teste de progresso vem compor um sistema de avaliação como elemento
primordial na medida em que apresente suas características formativas e abrangentes
nos conteúdos cognitivos, que permitem expor as fragilidades e potencialidades de um
currículo, mas também o direcionamento de um processo de aprendizagem
individualizado.
A relação inversamente proporcional entre o entendimento do que é avaliação e
o próprio desempenho nela deixa pairar dúvidas de quem influencia e quem é
influenciado. Dar significação ao processo avaliativo em si dará ao teste de progresso
cada vez mais destaque na sua função formativa e direcionadora do processo de
aprendizagem.
É com base nesses pressupostos que podemos considerar o estudo sobre
avaliação, e mais especificamente sobre o teste de progresso, ainda parco e carente de
aprofundamentos, principalmente nos campos das funções da avaliação e da
compreensão sobre o que ela é.
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Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://censo2010.ibge.gov.br/resultados
46. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Relatório de Área ENADE 2013: Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes Medicina. Brasília, 2013.[Internet] Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2013/201
3_rel_medicina.pdf
47. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Relatório de Área ENADE 2013: Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes Medicina. [Internet] Brasília, 2013. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2013/201
3_rel_enfermagem.pdf
48. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Relatório de Área ENADE 2013: Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes Medicina. [Internet] Brasília, 2013. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2013/201
3_rel_fisioterapia.pdf
49. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Relatório de Área ENADE 2013: Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes Medicina. [Internet] Brasília, 2013. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2013/201
3_rel_farmacia.pdf
50. Alves JGB, Tenório M, Anjos AG Dos, Figueroa JN. Qualidade de vida em
estudantes de Medicina no início e final do curso: avaliação pelo Whoqol-bref.
Rev Bras Educ Med. 2010;34(1):91–6.
51. Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior
(ANDIFES). Perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das
Universidades Federais Brasileiras. Fórum Nacional de Pró-Reitores de
Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE). Brasília. TC. 2011;64p.
52. Nakamae DD, de Araújo MR, Carneiro ML, Vieira LJ, Coelho S. Caracterização
socioeconômica e educacional do estudante de enfermagem nas escolas de
Minas Gerais. Rev Esc Enferm USP. 1997;31:109–18.
53. Sakai MH, Ferreira Filho OF, Almeida MJ, Mashima DA, Marchese MC. Teste
de progresso e avaliação do curso: dez anos de experiência da medicina da
Universidade Estadual de Londrina. Universidade Estadual de Londrina. Rev
Bras Educ Med. 2008;32(2):254–263.
54. Nouns ZM, Georg W. Progress testing in German speaking countries. Med
Teach. 2010;32:467–70.
55. Blake J M, Norman GR, Keane D R, Mueller C B, Cunnington J, Didyk N
Introducing progress testing in McMaster University’s problem based medical
curriculum: Psychometric properties and effect on learning. Academic Medicine.
1996: 71:1002–1007
56. Sakai MH, Ferreira Filho OF, Matsuo T. Avaliação do crescimento cognitivo do
estudante de medicina: aplicação do teste de equalização no teste de progresso.
Rev Bras Educ Med. 2011;35(4):493–501.
57. Zeferino AMB, Domingues RCL, Amaral E. Feedback como estratégia de
aprendizado no ensino médico. Rev Bras Educ Med. 2007;31(2):176–9.
APÊNDICE
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Faculdade Pernambucana de Saúde - FPS
Convidamos você para participar da pesquisa Avaliação da adesão e do desempenho
no teste de progresso dos estudantes de graduação de uma faculdade de saúde do Recife,
sob a responsabilidade da pesquisadora Rebeca Luiz de Freitas, a qual pretende avaliar a
conhecimento dos estudantes dos cursos de graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde
(Medicina, Fisioterapia, Enfermagem e Farmácia) em relação aos Testes de Progresso.
Sua participação é voluntária, não acarretará custos ou compensação financeira e se
dará por meio de um questionário estruturado composto de duas secções (I. Perfil
sociodemográfico e acadêmico e II. Conhecimento do estudante sobre o Teste de Progresso).
Adicionalmente serão solicitados à secretaria acadêmica os dados referentes ao percentual de
desempenho no teste de progresso e o coeficiente de rendimento. Caso não deseje participar,
isso não irá comprometer sua nota no teste, ou em qualquer outra atividade da FPS.
Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são mínimos devido à
insignificante possibilidade de causar constrangimento, já que não serão divulgados os
resultados individuais do questionário e não haverá necessidade de se identificar. Se você
aceitar participar desta pesquisa, estará contribuindo para proporcionar um maior
conhecimento sobre a importância do Teste de Progresso para a sua aprendizagem, além de
facilitar a compreensão, por parte dos profissionais de educação, da utilização dos Testes de
Progresso.
Se depois de consentir em sua participação você desistir de continuar participando,
tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja
antes ou depois da coleta dos dados, independe dos motivos e sem nenhum prejuízo a sua
pessoa. Você não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os
resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada,
sendo guardada em sigilo. Para qualquer informação, você poderá entrar em contato com o
pesquisador no endereço Estada do Arraial, 3344, sala 05, Casa Amarela, Recife/PE, pelo
telefone (81) 3269 0448, ou poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa –
CEP/FPS, na Rua Jean Emile Favre, 422, Imbiribeira, Recife/PE, bloco 9, 1° andar sala 9.1.10B,
telefone 81 – 3035-7732 de segunda a sexta feira das 8:30 as 11:30 1 das 14 as 16:30 horas ou
pelo e-mail comitê[email protected].
Consentimento pós- informação
Eu, _______________________________________, fui informado sobre o que o
pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por
isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou receber nada e que posso
desistir quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por
mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós.
Assinatura do participante Assinatura do pesquisador responsável
Assinatura da testemunha
data____/____/_____
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – (Piloto)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – (Piloto)
Faculdade Pernambucana de Saúde - FPS
Convidamos você para participar da pesquisa Avaliação da adesão e do desempenho
no teste de progresso dos estudantes de graduação de uma faculdade de saúde do Recife,
sob a responsabilidade da pesquisadora Rebeca Luiz de Freitas, a qual pretende avaliar a
conhecimento dos estudantes dos cursos de graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde
(Medicina, Fisioterapia, Enfermagem e Farmácia) em relação aos Testes de Progresso.
Sua participação é voluntária, não acarretará custos ou compensação financeira e se
dará por meio de um questionário estruturado composto de duas secções (I. Perfil
sociodemográfico e acadêmico e II. Conhecimento do estudante sobre o Teste de Progresso).
Caso não deseje participar, isso não irá comprometer sua nota no teste, ou em qualquer outra
atividade da FPS.
Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são mínimos devido à
insignificante possibilidade de causar constrangimento, já que não serão divulgados os
resultados individuais do questionário e não haverá necessidade de se identificar. Se você
aceitar participar desta pesquisa, estará contribuindo para proporcionar um maior
conhecimento sobre a importância do Teste de Progresso para a sua aprendizagem, além de
facilitar a compreensão, por parte dos profissionais de educação, da utilização dos Testes de
Progresso.
Se depois de consentir em sua participação você desistir de continuar participando,
tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja
antes ou depois da coleta dos dados, independe dos motivos e sem nenhum prejuízo a sua
pessoa. Você não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os
resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada,
sendo guardada em sigilo. Para qualquer informação, você poderá entrar em contato com o
pesquisador no endereço Estada do Arraial, 3344, sala 05, Casa Amarela, Recife/PE, pelo
telefone (81) 3269 0448, ou poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa –
CEP/FPS, na Rua Jean Emile Favre, 422, Imbiribeira, Recife/PE, bloco 9, 1° andar sala 9.1.10B,
telefone 81 – 3035-7732 de segunda a sexta feira das 8:30 as 11:30 1 das 14 as 16:30 horas ou
pelo e-mail comitê[email protected].
Consentimento pós- informação
Eu, _______________________________________, fui informado sobre o que o
pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por
isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou receber nada e que posso
desistir quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por
mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós.
Assinatura do participante Assinatura do pesquisador responsável
Assinatura da testemunha
data____/____/_____
APÊNDICE C – Instrumento de Coleta de Dados: Questionário – Validação
Semântica
APÊNDICE D - Instrumento de Coleta de Dados: Questionário
ANEXO A – Carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO B - Ata de Aprovação da Defesa
ANEXO C – Normas e Instruções da Revista