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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO Mauro Sérgio Vanin O efeito da rede no acesso aos recursos e no desempenho da empresa Passo Fundo 2018

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

Mauro Sérgio Vanin

O efeito da rede no acesso aos recursos e no desempenho da empresa

Passo Fundo

2018

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Mauro Sérgio Vanin

O efeito da rede no acesso aos recursos e no desempenho da empresa

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da Escola de

Administração da Faculdade Meridional –

IMED, como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Administração, sob a

orientação do Prof. Dr. Claudionor Guedes

Laimer.

Passo Fundo

2018

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CIP – Catalogação na Publicação

V258e VANIN, Mauro Sérgio

O efeito da rede no acesso aos recursos e no desempenho da empresa / Mauro

Sérgio Vanin. – 2018.

93 f. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade Meridional – IMED,

Passo Fundo, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Claudionor Guedes Laimer.

1. Relações interorganizacionais. 2. Redes interorganizacionais. 3.

Desempenho organizacional. I. Laimer, Claudionor Guedes, orientador. II. Título.

CDU: 658.011.4

Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857

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À minha família, minha esposa Adriana, pelo

amor, compreensão e incentivo, à Julia, Pedro

Isaac e Davi Augusto, meus filhos, pelo amor

e motivação, aos meus pais Sérgio e Maria de

Lourdes pelo amor incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida e tudo o que Ele me proporciona.

A todos os meus familiares, pela compreensão no período de ausência e paciência

sempre disponibilizada.

Ao Grupo RBS pelo apoio concedido para a realização do Mestrado.

Ao meu orientador, professor Dr. Claudionor Guedes Laimer, por confiar em mim,

acreditar no meu potencial, por seu apoio incondicional, amizade e carinho.

Ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Administração da Faculdade

Meridional (PPGA/IMED), em especial aos professores Dr. Vitor Francisco Dalla Corte,

coordenador do Mestrado, e professor Dr. Kenny Basso, pelo incentivo, e pela contribuição de

cada um, disponibilizando condições para realização da pesquisa.

Aos colegas de Mestrado, em especial à Lusimar, Bruna, Vanessa e Alessandro pela

parceria nos grupos de estudo, pelos desafios e pelos momentos agradáveis que

compartilhamos.

Enfim, para todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho, meu muito obrigado.

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“A persistência é o menor caminho do êxito”.

(Charles Chaplin)

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RESUMO

A estratégia da formação de redes interorganizacionais, adotando práticas colaborativas, que

possibilitam o compartilhamento de recursos, visando aumentar a competitividade, melhorar o

desempenho e garantir a sobrevivência no mercado, tem recebido cada vez mais atenção em

estudos e pesquisas científicas. Nesta ótica, o presente estudo tem por objetivo investigar o

efeito da rede no acesso aos recursos e no desempenho das empresas. Pois, pressupõe-se que

pertencer à rede pode propiciar um melhor acesso aos recursos e melhorar o desempenho,

podendo, ainda, moderar a influência do acesso aos recursos no desempenho da empresa. Essa

influência pode, inclusive, ser diferente entre os diversos tipos de redes, a idade, o tamanho ou

o segmento da empresa. Para elaboração da pesquisa foi realizada uma survey com 117

empresas de radiodifusão do estado do Rio Grande do Sul, abrangência escolhida pela técnica

de amostragem por conveniência de aplicação dos questionários por parte do pesquisador. Os

resultados confirmaram as relações diretas admitidas por hipótese, indicando efeitos positivos

do acesso aos recursos no desempenho. Quanto aos efeitos moderadores, suportaram-se todas

as relações propostas, uma vez que os efeitos do tipo de rede, da idade, do tamanho, e do

segmento da empresa entre recursos e desempenho foram significativos e positivos. Em termos

acadêmicos, a pesquisa contribui para preencher lacunas identificadas na literatura como o

estudo de um contexto específico, a radiodifusão, na literatura de redes interorganizacionais.

Quanto às contribuições gerenciais, este estudo trouxe informações importantes para poder

direcionar gestores sobre o acesso aos recursos e parcerias para ampliação de redes.

Palavras-chave: Relações Interorganizacionais. Redes Interorganizacionais. Radiodifusão.

Recursos. Desempenho.

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ABSTRACT

The strategy of forming interorganizational networks, adopting collaborative practices that

allow the sharing of resources, aiming to increase competitiveness, improve performance and

ensure market survival, has received increasing attention in studies and scientific research. In

this perspective, the present study aims to investigate the effect of the network in the access to

resources and in the performance of companies. For, it is assumed that belonging to the network

can provide better access to resources and improve performance, and may also moderate the

influence of access to resources on company performance. This influence may even be different

between the different types of networks, the age, the size or the segment of the company. For

the elaboration of the research, a survey was carried out with 117 broadcasting companies from

the state of Rio Grande do Sul, chosen by the technique of sampling for convenience of

application of the questionnaires by the researcher. The results confirmed the hypothesized

direct relationships, indicating positive effects of access to resources on performance. As for

the moderating effects, all the proposed relations were supported, since the effects of network

type, age, size, and the company segment between resources and performance were significant

and positive. In academic terms, research contributes to fill gaps identified in the literature as

the study of a specific context, broadcasting, in the literature of interorganizational networks.

Regarding the managerial contributions, this study brought important information to be able to

direct managers about the access to resources and partnerships for network expansion.

Keywords: Interorganizational Relationships. Interorganizational Networks. Broadcasting.

Resources. Performance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tipologias de rede .................................................................................................... 26

Figura 2 - Mapa conceitual de tipologias ................................................................................. 27

Figura 3 - Modelo teórico da pesquisa ..................................................................................... 43

Figura 4 - Tipologia das redes de rádios pesquisadas .............................................................. 53

Figura 5 - Idade das empresas pesquisadas .............................................................................. 53

Figura 6 - Classificação das rádios quanto ao porte ................................................................. 54

Figura 7 - Número de empregados quanto ao tipo de empresa ................................................ 55

Figura 8 - Segmento das Empresas .......................................................................................... 55

Figura 9 - Equação da regressão simples entre as variáveis Rede e Recursos ........................ 70

Figura 10 - Equação da regressão simples entre as variáveis Rede e Desempenho ................. 71

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Condições estratégicas de recursos ........................................................................ 30

Quadro 2 - Resumo dos conceitos da pesquisa......................................................................... 36

Quadro 3 - Resumo das hipóteses de pesquisa ......................................................................... 43

Quadro 4 - Construtos do modelo teórico ................................................................................ 47

Quadro 5 - Número de rádios acessadas por tipo de coleta ...................................................... 49

Quadro 6- Técnicas de análise de dados ................................................................................... 50

Quadro 7 - Assimetria e curtose das variáveis em estudo ........................................................ 61

Quadro 8 - Hipóteses de pesquisa............................................................................................. 77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Rádios no Rio Grande do Sul .................................................................................. 45

Tabela 2 - Elementos da amostra de rádios pesquisadas .......................................................... 45

Tabela 3 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Físicos (n = 116) ................ 56

Tabela 4 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Financeiros (n = 116) ........ 57

Tabela 5 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Organizacionais (n = 116) . 57

Tabela 6 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Humanos (n = 116) ............ 58

Tabela 7 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Reputacionais (n = 116) .... 59

Tabela 8 - Estatística descritiva e matriz de correlação Relações com Outras Empresas (n = 116)

.................................................................................................................................................. 59

Tabela 9 - Estatística descritiva e matriz de correlação Desempenho (n = 116) ...................... 60

Tabela 10 - Estatística descritiva e matriz de correlação Inovação (n = 116) .......................... 61

Tabela 11 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Físicos ..................................................... 62

Tabela 12 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Financeiros .............................................. 63

Tabela 13 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Organizacionais....................................... 64

Tabela 14 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Humanos ................................................. 64

Tabela 15 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Reputacionais .......................................... 65

Tabela 16 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Relação com Outras Empresas ............................... 66

Tabela 17 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Desempenho ........................................................... 67

Tabela 18 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Inovação.................................................................. 67

Tabela 19 - Matriz de correlação das variáveis (n = 116) ........................................................ 68

Tabela 20 - Teste de significância dos coeficientes de regressão parciais do modelo de regressão

com a variável dependente e variável independente ................................................................ 69

Tabela 21 - Resumo dos modelos de regressão linear do estudo (n = 116) ............................. 72

Tabela 22 - Análise da variância (ANOVA) dos modelos ....................................................... 72

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Tabela 23 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(tipo de rede) ............................................................................................................................. 73

Tabela 24 - Análise do efeito moderador do tipo de rede na relação entre recursos e desempenho

.................................................................................................................................................. 74

Tabela 25 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(Idade da empresa).................................................................................................................... 74

Tabela 26 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(Tamanho da empresa) ............................................................................................................. 75

Tabela 27 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(Segmento da empresa) ............................................................................................................ 76

Tabela 28 - Análise do efeito moderador do segmento da empresa na relação entre recursos e

desempenho .............................................................................................................................. 76

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LISTA DE SIGLAS

AGERT – Associação Gaúcha de Rádio e Televisão

AM – Amplitude Modulada

ANOVA – Análise da Variância

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Des – Desempenho

FM – Frequência Modulada

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

In – Inovação

MICTIC – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

MPE – Micro e Pequena Empresa

RBV – Resource-Based View

RFin – Recursos Financeiros

RFis – Recursos Físicos

RH – Recursos Humanos

RO – Recursos Organizacionais

ROE – Relação com Outras Empresas

RR – Recursos Reputacionais

SDECT - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio

Grande do Sul

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

SET – Sociedade Brasileira de Engenharia e Televisão

SPSS – Statistical Package for Social Scienses

VPL – Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17

1.1 Justificativa e delimitação do problema de pesquisa .......................................................... 18

1.2 Objetivo geral e específicos ................................................................................................ 20

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 20

1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 20

1.3 Estrutura da dissertação ...................................................................................................... 21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 22

2.1 Redes Interorganizacionais ................................................................................................. 22

2.1.1 Determinantes para a formação de Redes Interorganizacionais ...................................... 23

2.1.2 Estruturas de rede ............................................................................................................ 25

2.1.3 Tipologia de Redes Interorganizacionais ........................................................................ 26

2.1.4 Resultados a partir de redes interorganzacionais ............................................................. 29

2.2 Visão Baseada em Recursos ............................................................................................... 29

2.2.1 Tipologia de recursos ...................................................................................................... 31

2.2.2 Inovação como recurso intangível ................................................................................... 32

2.3 Desempenho ....................................................................................................................... 34

2.4 Hipóteses da pesquisa ......................................................................................................... 36

2.4.1 Redes interorganizacionais e acesso aos recursos ........................................................... 36

2.4.2 Diferenças de desempenho de empresas em redes .......................................................... 37

2.4.3 Relação de recursos compartilhados e desempenho ........................................................ 39

2.4.4 O efeito moderador da tipologia de redes, da idade, do tamanho e do segmento da empresa

40

2.5 Modelo teórico da pesquisa ................................................................................................ 43

3 MÉTODO .............................................................................................................................. 44

3.1 População e amostra ........................................................................................................... 44

3.2 Instrumento de Pesquisa ..................................................................................................... 46

3.2.1 Pré-teste do instrumento .................................................................................................. 48

3.3 Coleta de dados ................................................................................................................... 49

3.4 Análise dos dados ............................................................................................................... 49

4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 52

4.1 Caracterização da amostra .................................................................................................. 52

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4.2 Recursos físicos .................................................................................................................. 56

4.3 Recursos financeiros ........................................................................................................... 56

4.4 Recursos organizacionais ................................................................................................... 57

4.5 Recursos humanos .............................................................................................................. 57

4.6 Recursos reputacionais ....................................................................................................... 58

4.7 Relações com outras empresas ........................................................................................... 59

4.8 Desempenho ....................................................................................................................... 59

4.9 Inovação.............................................................................................................................. 60

4.10 Teste de normalidade ........................................................................................................ 61

4.11 Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais

61

4.12 Correlação de Pearson ...................................................................................................... 68

4.13 Regressão .......................................................................................................................... 69

4.14 Variáveis moderadoras ..................................................................................................... 72

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 78

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 82

APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa ................................................................................ 90

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1 INTRODUÇÃO

Com o avanço tecnológico, a conectividade e a diversificação estão transformando o

setor de tecnologia da informação e comunicação. A facilidade de interação entre as pessoas

tem facilitado em muito as conexões; isto não deve ser visto como algo negativo, e sim como

uma boa notícia; é possível que algumas empresas fiquem pelo caminho, mas quem for ágil e

criativo, colaborativo e adaptável tem ótimas oportunidades pela frente. O desafio aos gestores

parece ser a busca por diferenciação nas atividades estabelecidas, o que remete à consideração

de novas formas relacionais capazes de desenvolver uma maior agregação de valor para os

consumidores, organizações e mercados (BRASS et al., 2004).

No Brasil, as incertezas e turbulências políticas e econômicas, os riscos gerados por

diversos fatores do ambiente externo e a exigência constante pela redução de custos tem

impulsionado organizações a buscarem alternativas para a sobrevivência. Na avaliação das

alternativas ou opções estratégicas, as organizações estão imersas em relações

interorganizacionais, que possibilita a criação de redes interorganizacionais. Assim, as redes

surgem com o propósito de direcionar organizações para uma relação de comprometimento,

compartilhamento e confiança com o intuito de fortalecer sua vantagem competitiva (SANTOS;

TEIXEIRA; 2005).

Este tema tem sido objeto de debate ao longo dos anos por pesquisadores nas mais

diversas partes do mundo. De acordo com Nohria e Eccles (1992), existem três principais

motivos para os pesquisadores buscarem estudar redes interorganizacionais. Primeiramente, a

alta competitividade entre as empresas, exigindo atualizações na sua forma de se estruturar, em

segundo, o desenvolvimento tecnológico de forma desintegrada e, por fim, para a consolidação

de uma disciplina acadêmica.

O compartilhamento de recursos e riscos, a sinergia resultante da interação

organizacional e a estrutura de relacionamentos desenvolvida proporcionam uma configuração

de elementos que pode resultar em aumento de competitividade para as organizações que

formam redes interorganizacionais como alternativa de desenvolvimento (POWELL, 1998).

A formação de redes interorganizacionais oportuniza a seus participantes, aprendizado

mútuo com trocas de informações e experiências, aumentando a assertividade de suas

estratégias, ganhos de escala e melhor aproveitamento dos recursos (BALESTRIN;

VERSCHOORE; PERUCIA, 2014). Assim, a cooperação entre as empresas visa ganhos

competitivos e, também, uma melhoria no desempenho (BALESTRIN; VERSCHOORE;

PERUCIA, 2014).

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A cooperação está fundamentada em dois pilares principais: a conectividade entre

empresas, ou seja, a capacidade estrutural da rede que facilita as comunicações sem ruídos entre

as empresas, e a coerência no que tange aos objetivos da rede, sendo importante que as empresas

estejam engajadas no propósito da rede (CASTELLS, 1999).

1.1 Justificativa e delimitação do problema de pesquisa

Na busca de melhores resultados, aumento de competitividade e perpetuação do

negócio, muitas empresas criam estratégias colaborativas participando de redes

interorganizacionais. Desse modo, as redes interorganizacionais têm sido uma opção estratégica

para as empresas melhorarem a sua competitividade.

No Brasil, as micros e pequenas empresas representam a maioria dos empreendimentos,

representando 25% do Produto Interno Bruto do país (IBGE, 2013). Os dados do Sebrae (2011)

demonstram que no Brasil cerca de 1,2 milhões de negócios são abertos em um ano, mas que

27,1% não conseguem sobreviver a mais que dois anos no mercado, no Rio Grande do Sul este

percentual fica em 25%.

No estado do Rio Grande do Sul, há 260 redes interorganizacionais dos mais diversos

setores, as quais contam com mais de 7.000 empresas, gerando mais de 81 mil empregos

(SDECT, 2015). No ano de 2000 foi instituído o programa “rede de cooperação” no estado,

para estreitar parcerias entre empresas, governo e universidades (FAGUNDES, 2016). Esta

proposta vem ao encontro de estudos anteriores como o de Galvão (1997), que trata redes de

cooperação como uma alternativa de sucesso em outros países do mundo, aumentando a

eficiência coletiva entre empresas e proporcionando um nível de competitividade maior em

comparação a outras empresas não participantes.

Desta forma, as redes interorganizacionais estão presentes em diversos setores, a

exemplo do setor de radiodifusão, que tem sido responsável pela formação de inúmeras redes,

tanto verticais quanto horizontais, em todo o território brasileiro (KURTH, 2006). Segundo

dados do extinto Ministério das Comunicações (MINCOM, 2014), o Brasil conta com o número

de 5.130 rádios AM e FM1, sendo que no Rio Grande do Sul, estado em que se realizou esta

pesquisa, existem cerca de 885 rádios, destas 481 estão inseridas em redes e cerca de 404 rádios

são independentes.

1 AM: Faixa operante em amplitude modulada, com som mais grave do que FM. Possui resposta inferior à FM,

porém, seu alcance é maior. FM: Faixa operante em frequência modulada. Sua resposta é maior e seu alcance

menor, oposto da AM.

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Na década de 80, as redes de rádio começavam a serem formadas com o intuito de obter

maior maximização de lucros, por meio da ampliação de sua ação em outras regiões,

aumentando, assim, o seu público e o seu poder de anúncio, além da redução de investimento

pelos proprietários de rádio (ORTIWANO, 1985). Em 2013 foi determinado pelo governo

federal a extinção do serviço de radiodifusão sonora em ondas médias de caráter local (AM),

devendo as rádios adaptar-se ou reenquadrar-se, ou seja, fazer a migração de rádio AM para

rádio FM (BRASIL, 2013).

A rádio FM apresenta a vantagem de ter melhor qualidade na prestação do serviço de

radiodifusão em virtude da redução de interferências e/ou ruídos, mas atinge uma distância mais

curta, em torno de 100 km, quando comparada com a rádio AM. Esse fato poderá proporcionar

uma maior expansão das redes em outras regiões e/ou maior integração entre as empresas ou

redes de diferentes regiões, pois a área de cobertura de cada rádio estará limitada pela distância

geográfica.

Neste contexto, a participação de pequenas empresas em redes vem sendo vista como

uma estratégia importante para além da sobrevivência, criação de novos valores e vantagem

competitiva (EBERS; JARILLO, 1998). As redes interorganizacionais são consideradas um dos

métodos mais representativos na busca por um equilíbrio econômico, sendo formadas em sua

maioria por meio de um forte conglomerado local aliado a uma movimentação e

compartilhamento de recursos (FLEURY, 2003).

Verschoore e Balestrin (2008) afirmam ser relevante para o avanço do conhecimento da

área a elaboração de estudos em que são analisados de forma comparada os ganhos competitivos

de empresas em rede em relação às empresas que não participam de redes interorganizacionais.

De acordo com Mariano, Guerrini e Rebelatto (2012), a análise de empresas pertencentes a

redes interorganizacionais pode ser realizada pelo viés de estrutura e desempenho. Segundo Li

e Geng (2012), as redes interorganizacionais facilitam o acesso à recursos e proporcionam uma

melhoria significativa no desempenho das empresas.

Leana e Pil (2006) por meio de seu estudo demonstraram que recursos compartilhados

como o capital social influenciam positivamente no desempenho das organizações. No mesmo

sentido, Geletkanycs e Hambrick (1997) apresentam este recurso como uma fonte importante

de conhecimento e informação, colocando as organizações detentoras destes recursos em um

plano acima da média das demais.

As redes interorganizacionais já vêm sendo estudadas há algum tempo, embora no

Brasil, o tema só tenha ganhado verdadeira relevância a partir dos anos 2000 (SANTOS;

TEIXEIRA, 2005). Existe um número significativo de estudos que apresentam os benefícios da

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20

inserção dos pequenos empreendimentos em redes interorganizacionais (VERSCHOORE;

BALESTRIN, 2008; OLIVEIRA; REZENDE; CARVALHO, 2011; ZANCAN et al., 2013).

No estudo de Wegner et al. (2016) foram comparados os desempenhos de empresas

independentes e de empresas participantes de redes e de franquias, porém não foi investigada a

relação de recursos e desempenho das empresas em redes.

Desta forma, a presente dissertação visa conduzir uma pesquisa no campo da

radiodifusão, haja visto que o tema de redes ainda não possui grande discussão teórica nesta

área. Segundo Baraldi, Gressetvold e Harrison (2012), estudos empíricos na área de redes

interorganizacionais devem continuar sendo desenvolvidos a fim de um desenvolvimento

teórico contínuo. Com isso, pretende-se responder a seguinte problema de pesquisa: Quais são

os efeitos das redes interorganizacionais no acesso aos recursos e no desempenho das empresas?

1.2 Objetivo geral e específicos

Com o intuito de responder ao problema de pesquisa, foram traçados o objetivo geral e

os objetivos específicos, apresentados na sequência.

1.2.1 Objetivo geral

O estudo tem como objetivo investigar o efeito das redes interorganizacionais no acesso

aos recursos e no desempenho das empresas. Pois, pressupõe-se que pertencer à rede pode

propiciar melhor acesso aos recursos e melhorar o desempenho das empresas, podendo, ainda,

moderar a influência do acesso aos recursos no desempenho da empresa. Essa influência pode,

inclusive, ser diferente entre os diversos tipos de redes, a idade, o tamanho ou o segmento da

empresa.

1.2.2 Objetivos Específicos

Com base no objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos do

estudo:

a) caracterizar as empresas, quanto à tipologia de redes, à idade, ao tamanho e ao

segmento da empresa;

b) verificar a relação entre pertencer à rede e o acesso aos recursos;

c) verificar a relação entre pertencer à rede e o desempenho;

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d) verificar a relação entre o acesso aos recursos e o desempenho;

e) verificar o efeito moderador da rede na relação entre o acesso aos recursos e o

desempenho, a partir da tipologia de redes, da idade, do tamanho e do segmento da

empresa.

1.3 Estrutura da dissertação

A presente dissertação apresenta em sua estrutura cinco capítulos para melhor

entendimento da pesquisa. O capítulo número um apresenta a introdução, por onde buscou-se

introduzir o tema de estudo, bem como sua delimitação, justificativa, problema e seus objetivos

– geral e específicos.

No segundo capítulo, a apresentação da fundamentação teórica que serve de base para

atingir os objetivos estabelecidos. Nesse tópico foi debatido a concepção de redes

interorganizacionais, seus determinantes, tipologias e estruturas, além dos principais ganhos

das empresas em participar de redes interorganizacionais. Ainda, buscou-se elucidar o papel

dos recursos nas empresas por meio de pressupostos da RBV (Visão Baseada em Recursos) e

da tipologia de recursos e o desempenho da empresa como medida de vantagem competitiva.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia aplicada a este estudo, sendo composta por

subseções como a definição da amostra, população e coleta, além do tratamento e análises dos

dados. No quarto capítulo, apresenta-se os resultados e discussões que tratam da descrição da

amostra e dos testes estatísticos utilizados para testar as hipóteses da pesquisa.

Por fim, no quinto capítulo apresenta-se as conclusões do estudo, com as implicações

acadêmicas e gerenciais, as limitações da pesquisa e as sugestões para estudos futuros.

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22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo apresenta-se a fundamentação teórica acerca do tema e dos principais

construtos abarcados no estudo, bem as hipóteses e o modelo de pesquisa proposto. Desse

modo, dividiu-se o capítulo em três partes: Redes Interorganizacionais (estrutura,

determinantes, tipologias, resultados), Visão Baseada em Recursos (tipologia e inovação) e

Desempenho como medida de vantagem competitiva.

2.1 Redes Interorganizacionais

Nas últimas décadas e, sobretudo, a partir dos anos 1970 e 1980, as organizações

empresariais passaram por diversas readaptações estruturais devido às transformações sociais e

econômicas em todo o mundo, oportunizando, assim, o aparecimento de novas formas

organizacionais conduzidas em uma lógica de cooperação (FERNANDES, 2014). Porém,

nunca antes a cooperação e as redes receberam tanto destaque como nos últimos anos, em que

se tem observado um aumento na quantidade e na qualidade de pesquisas e de publicações que

enfocam as redes de cooperação interorganizacional (LAIMER, 2015).

O assunto tem sido analisado por diversas abordagens teóricas. Oliver e Ebers (1998)

apresentam as principais correntes teóricas utilizadas nas pesquisas: a economia industrial, a

abordagem de dependência de recursos, a teoria de redes sociais, as teorias críticas, a teoria

institucional, a teoria dos custos de transação e a abordagem de estratégias organizacionais.

Esta variedade de abordagens teóricas também reflete na criação de diferentes termos e

definições a respeito do fenômeno das redes: redes de cooperação, redes organizacionais, redes

interorganizacionais, redes interempresas e business networks. Entretanto, este estudo adotada

o termo redes interorganizacionais (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2010).

O conceito de redes interorganizacionais foi defendido por Ebers (1997). Nesta visão,

elas representam uma determinada forma de organização em que há trocas entre as partes, tanto

entre a empresa e clientes, fornecedores ou concorrentes, ou ainda, com outras formas como

instituições de pesquisa e ensino, órgãos governamentais e não governamentais (EBERS,

1997). Pode-se assim dizer, que as redes constituem um fenômeno presente da teoria

organizacional e através da qual as organizações unem-se num novo modelo, reunindo atributos

numa estrutura sustentada por objetivos comuns, a fim de atingir ganhos coletivos, que

individualmente seriam difíceis de alcançar (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).

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23

As redes configuram-se como um conjunto de unidades de produção ou comercialização

que operam de forma interligada, porém, mantendo sua individualidade. Elas podem

estabelecer estratégias voltadas à cooperação e à competição capitalizando os relacionamentos

e criando valor máximo no mercado. Desse modo, elas organizam-se através de diversas

formas: clusters, redes de empresas, alianças estratégicas ou redes de cooperação, parcerias e

alianças (BRITTO, 2004).

Redes interogranizacionais possuem em seu pensamento central a cooperação de

organizações em prol de melhorar seu desempenho. A priori, as redes buscam oferecer as

mesmas condições a todos os participantes da rede para que não ocorra diferenças exacerbadas

em seus desempenhos, o que possívelmente ocasionaria na perda de organizações da rede

(JARILLO, 1988).

Embora a busca por uma linearidade no desempenho e competitividade seja uma

característica em redes interorganizacionais, a pratica demonstra que os níveis que cada

organização alcança é diferente, devido a recursos como por exemplo o capital social, que

possuí uma capacidade de absorção que influencia diretamente no desempenho da empresa

(NAHAPIET, 2008).

As redes permitem que organizações e seus colaboradores obtenham acesso aos recursos

que antes, só conseguiriam caso adquirissem no mercado muitas vezes com custo elevado e as

vezes nem estariam a disposição, como por exemplo o conhecimento que em sua maioria não

é compartilhado (WEGNER; MAEHLER, 2012).

A inclusão da empresa em uma rede interoganizacional não significa que ela não terá

mais relações com empresas de fora da rede, mas o fato dela estar credenciada a uma rede

facilitará a ela o acesso aos recursos de outras organizações, aumentado consequentemente seu

desempenho (WEGNER; MAEHLER, 2012).

2.1.1 Determinantes para a formação de Redes Interorganizacionais

Para que as organizações possam estabelecer o aspecto de cooperação em uma rede

interorganizacional é importante a execução de interesses comuns em prol de ganhos coletivos,

compartilhando, assim um maior número de informações. Este fato permitiria uma maior

interação entre os integrantes e, consequentemente, uma comunicação mais eficaz, o que

garantiria ganhos competitivos às organizações pertencentes (LAIMER, 2015).

Para se configurar como uma estrutura de redes interorganizacionais, Balestrin e

Verschoore (2008) listam cinco fatores para a criação de redes de cooperação, os quais reúnem

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o conjunto de ganhos às indústrias participantes. A primeira delas é a Escala e Poder de

Mercado, ou seja, quanto mais empresas associadas maior será a possibilidade de ganhos e

poder de mercado. A rede também proporciona o acesso a soluções, ou seja, serviços ou

produtos e infraestrutura para o desenvolvimento dos associados. Através das redes também é

possível a socialização e o compartilhamento de ideias e experiências entre os associados, o

que provoca a divulgação das ações positivas e negativas para os participantes, permitindo,

assim, a aprendizagem e inovação. O quarto determinante é a redução de custos e riscos, já que

é oportunizada a possibilidade de partilhar os custos e os riscos de determinadas ações entre os

associados, além dos investimentos comuns. E, por fim, porém, não menos importante,

consolidando as relações sociais entre os indivíduos, expandindo o capital social e levando as

relações do grupo para além daquelas puramente econômicas (BALESTRIN; VERSCHOORE,

2008).

Há ainda autores como Oliver (1990), que defende a existência de seis motivos que

levam as organizações a pertencerem a uma rede interorganizacional e são tratados como

contingências críticas a formação de redes. São elas: a necessidade, ou seja, exigências legais

ou regulatórias ou mesmo a dependência de recursos levando a formação das redes; a

assimetria, quando determinada organização exerce autoridade pelos demais membros da rede

ou mesmo por falta de recursos de uma empresa; a reciprocidade, quando entende-se que as

relações baseiam-se no equilíbrio, na harmonia, na equidade e no apoio mútuo; a eficiência,

quando esta busca aumentar o retorno e reduzir os custo; a estabilidade, quando se pretende

diminuir as incertezas no negócio; e, a legitimidade, quando se pretende buscar uma melhor

imagem, reputação, prestígio ou credibilidade (LAIMER, 2015).

Oliver (1990) pesquisou sobre a importância de entender os determinantes da formação

de relacionamentos interorganizacionais, sob a perspectiva de seis contingências fundamentais

na formação de relacionamento: i) necessidade; ii) assimetria; iii) reciprocidade; iv) eficiência;

v) estabilidade; e vi) legitimidade. Um exame das condições em que as contingências críticas

são susceptíveis de prever a formação de relacionamentos interorganizacionais, revela padrões

gerais nos fatores que influenciam a necessidade, a assimetria, a reciprocidade, a eficiência, a

estabilidade e a legitimidade. Estas são, respectivamente, leis ou mandatos executáveis,

ameaças externas ou restrições, compatibilidade interparticipante, custos e benefícios de

relacionamento, incerteza e risco ambiental, e desaprovação institucional ou indiferença

(OLIVER, 1990).

Embora esses padrões sejam apenas categorias preliminares para comparar as condições

de formação de relacionamento em diferentes tipos de vínculos, eles sugerem que: i) as

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contingências críticas de necessidade, assimetria, estabilidade e legitimidade são moldadas

principalmente por fatores externos; ii) que as contingências de eficiência são influenciadas em

grande parte por fatores internos e o custo do relacionamento em si; e iii) que as contingências

de reciprocidade são afetadas principalmente pelas propriedades relativas ou comparativas dos

participantes e seus graus de congruência um com o outro (OLIVER, 1990).

2.1.2 Estruturas de rede

Redes interorganizacionais podem se caracterizar por tipologias e estruturas diferentes.

As diferentes estruturas e configuração podem conduzir as redes a terem diferentes resultados,

isso devido a maneira que conduzem seus relacionamentos de aliança entre as empresas

participantes (KENIS; OERLEMANS, 2008).

As relações entre as organizações podem ser definidas por meio de diferentes

parâmetros como a intensidade do relacionamento, o tempo e serviços prestados entre as

empresas, sendo também chamadas de laços. Estes laços podem se caracterizar como

relacionais ou associativos, sendo que, os laços relacionais possuem um caráter de interação

entre as organizações participantes de uma rede, e os laços associativos possuem um viés ligado

ao senso de pertencimento da organização em relação à rede ou a um local (GRANOVETTER,

1983).

Laimer (2013) destaca que interações em laços relacionais podem gerar benefícios para

as organizações por meio da troca de informações compartilhadas em ambiente de rede,

possibilitando que os indivíduos das empresas possuam uma conexão mais direta entre eles,

proporcionando um ganho para si mesmo e também coletivo. Neste sentido, as organizações

podem gerar diferenciais competitivos, ou também, em alguns casos gerar uma dificuldade de

comunicação entre indivíduos que não possuam ou não consigam se relacionar com outros

integrantes da rede (BURT, 1997).

Com relação ao comportamento dos indivíduos dentro da rede, estes laços serão afetados

pela imersão estrutural presente na rede, impactando na atividade econômica do grupo. Desta

maneira se a rede de organizações é fragmentada, o comportamento dos indivíduos não será

linear, o que poderá resultar em diferentes normas e resultados econômicos diferentes

(GRANOVETTER, 1973).

Alguns indicadores buscam mensurar e reduzir buracos estruturais derivados de uma

dificuldade no relacionamento entre indivíduos de uma rede. O primeiro indicador é a

densidade, que pode ser mensurada por meio da relação entre o número de possíveis conexões

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da rede, e o número de conexões existentes. Existe também indicadores atrelados um ao outro,

como é o caso da centralidade e a centralização. A centralidade pode ser medida a partir do

número de conexões estabelecida por cada nó inserido dentro das redes, assim como a

centralização partindo do indicador centralidade, considera o nó como tendo um papel central,

estando altamente conectado à rede. A proximidade é o indicador que trata a capacidade de um

ator central conectar-se a todos os nós da rede. O último indicador é a intermediação que se

refere a capacidade de um ator da rede intermediar a conexão entre outros nós (BURT, 2004;

MOTE, 2005; FREEDMAN; BESS, 2011).

2.1.3 Tipologia de Redes Interorganizacionais

Apesar de já mencionado é importante ressaltar que há diferentes focos de análises e

uma grande variedade de formas e possibilidades que uma rede interorganizacional pode

assumir, o que sugere uma grande variedade de tipologias. Porém, neste trabalho opta-se por

apresentar formas propostas por alguns autores.

Uma das primeiras foi de Grandori e Soda (1995), os quais qualificam as redes segundo

seus graus de formalização, centralização e mecanismos de cooperação, apresentando-se como:

Sociais, Burocráticas e Proprietárias, sendo que em cada uma de suas esferas, se dividem em

simétricas e assimétricas, como apresentadas na Figura 1.

Figura 1 - Tipologias de rede

Fonte: Adaptado de Grandori e Soda (1995)

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Redes sociais caracterizam-se por relações interorganizacionais sem formalidade. As

simétricas partem do princípio de uma relação linear, onde não há uma organização acima de

outras em questão de comando ou poder. Normalmente, identifica-se essas redes em pólos e

distritos industriais, existindo um alto poder tecnológico, troca de informações e informalidade.

Em redes sociais assimétricas, as redes possuem uma referência central, com relações

contratuais formais com relação a serviços negociados entre as organizações (GRANDORI;

SODA, 1995).

Redes burocráticas têm como padronização a formalização não apenas de serviços e

produtos negociados entre as empresas, como também as condições e tratativas entre as

organizações. Redes burocráticas simétricas possuem acordos formais entre empresas dos

mesmos setores, valorizando o grupo sem individualizar as organizações. Um dos exemplos

que pertencem e formam esta rede são as associações comerciais. As assimétricas são redes

com características de franquias e redes de agências (GRANDORI; SODA, 1995).

Redes proprietárias têm por característica a formalidade em assuntos envolvendo

acionistas e organizações. Redes proprietárias simétricas são aplicadas a joint ventures, no

estabelecimento de atividades ligadas a pesquisa e desenvolvimento (P&D). Redes proprietárias

assimétricas relacionam acionistas e empresas, uma rede muito comum em setores de

tecnologia (GRANDORI; SODA, 1995).

Por outro lado, Marcon e Moinet (2000) constituíram um mapa para posicionar as redes

dentre quatro quadrantes. O mapa está apresentado na Figura 2.

Figura 2 - Mapa conceitual de tipologias

Fonte: Adaptado de Marcon e Moinet (2000).

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Balestrin e Verschoore (2008) classificam as tipologias como: i) Redes Verticais: a

dimensão da Hierarquia: a dimensão da verticalidade - redes que se caracterizam por uma

estrutura hierárquica, com poder centralizado. É o caso de grandes empresas constituídas por

aglomerações - normalmente dispersas geograficamente, que atribuem a essas aglomerações

autonomia administrativa, porém, imputam-lhes decisões estratégicas, estas tomadas pela

“cabeça de rede”. Redes verticais ainda carecem de um maior número de estudos no Brasil, pois

em sua maioria, as pesquisas têm sido realizadas em pequenas e médias empresas onde

dificilmente buscam relacionamentos com organizações em posições diferentes no mercado

(BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008); ii) Redes Horizontais: a dimensão da Cooperação –

são redes compostas por empresas que conservam a sua autonomia, mas que se unem para

alcançar objetivos comuns. Estudos de redes horizontais são mais comuns de serem

encontrados, uma vez que esse formato de rede tem por padrão reunir agentes similares em

termos econômicos, promovendo a cooperação, buscando aliar interesses individuais e

coletivos (OLIVEIRA; REZENDE; CARVALHO, 2011); iii) Redes formais: a dimensão

contratual – estas redes são formalizadas mediante contratos, que estabelecem a forma de

conduta dos seus membros, direitos e deveres. Neste caso, há regras claras para a gestão; iv)

Redes informais: a dimensão da conivência – estas redes admitem encontros informais entre

outras organizações com preocupações comuns. São formalizadas sem contrato formal e

baseadas na confiança entre os membros.

De acordo com Hoffmann et al. (2007), as redes classificam-se de acordo com quatro

características, quais sejam: direcionalidade, localização, formalização e poder. A primeira

delas, a direcionalidade é um indicador de direção das relações entre as partes, podendo ser

vertical ou horizontal. A rede vertical caracteriza-se pela cooperação entre empresas em seus

processos produtivos a fim de melhorar sua eficiência coletiva, enquanto que na rede horizontal,

há competição entre as empresas em termos de produtos e mercado, sendo que o objetivo da

integração é obter ganhos em certos domínios como por exemplo, aprendizagem

organizacional, suporte de custos, riscos em pesquisas, defesa de interesse, entre outros

(HOFFMANN et al., 2007)

A classificação proposta por Marcon e Moinet (2001), e também a adotada nesse estudo,

apresenta a nomenclatura de rede integrada ou quase integração vertical, como uma forma de

rede parcialmente vertical (quase-hierarquia), pois as rádios afiliadas possuem uma relação de

dependência total ou parcial no volume de negócios (produtos/serviços adquiridos ou

concedidos), embora possuam independência e autonomia. Dessa forma, essa pesquisa tratou

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de três tipos de redes: i) rede vertical (própria); ii) rede quase vertical (afiliada); e, iii) rede

horizontal (associada ou cooperada).

2.1.4 Resultados a partir de redes interorganzacionais

Os estudos de Human e Provan (1997) identificaram que pequenas empresas em redes

interorganizacionais atingem benefícios econômicos em um espaço menor de tempo, por

somarem seus recursos criando um diferencial competitivo em comparação as empresas

individuais.

A busca pelo conhecimento tem levado as organizações participantes de redes à obtenção

de vantagem competitiva e a uma melhora no desempenho em termos de inovação (POWELL,

1998). Sanches e Machado (2013) em seu estudo demonstraram que por meio da visão baseada

em recursos as organizações conseguirão atingir um grau de inovação maior, otimizando seus

próprios recursos internos.

De acordo com Balestrin, Verschoore e Perucia (2014), o bom relacionamento entre

gestores das organizações afeta diretamente o desempenho da empresa, pois transmite uma

relação de confiança maior entre as organizações, reduzindo a impressão de oportunismo.

A participação de empresas está condicionada a algumas metas estratégicas que ela

busca obter. Neste sentido, as organizações buscam desde o compartilhamento de informações,

a troca de conhecimento e o relacionamento de seus gestores com os de outras empresas. Outra

meta estratégica de suma importância para as organizações buscarem a participação em redes é

o desempenho financeiro (HUMAN; PROVAN, 1997; BALESTRIN; VARGAS, 2004).

De acordo com Venkatraman e Ramanujan (1986), o desempenho financeiro poderá ser

medido por meio de indicadores, de maneira que se estabeleça metas e por meio delas observe

o seu resultado. Caso as metas financeiras forem alcançadas, considera-se que o objetivo

financeiro foi alcançado e que a organização obteve vantagem competitiva por meio de seus

recursos.

Wegner et al. (2016) em seu estudo apresenta resultados que demonstram que o

desempenho financeiro de empresas interligadas na rede em termos de crescimento econômico

e lucratividade, são maiores em empresas de rede do que em empresas individuais.

2.2 Visão Baseada em Recursos

A Visão Baseada em Recursos (Resource-Based View) se formou a partir de 1980 e

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30

consiste na importância da avaliação do ambiente interno da organização para o

desenvolvimento de uma estratégia que permita o alcance de vantagem competitiva. Assim, a

empresa obterá uma vantagem competitiva quando outras não forem capazes de replicar os

benefícios dessa estratégia já que são baseados nos recursos raros e valiosos daquela

organização (ZEN; DALMORO; FENSTERSEIFER, 2009).

Os recursos e capacidades de uma empresa incluem todos os atributos que a capacitam

para definir e implementar estratégias e, na visão de Barney (1991), esta guia-se em dois

pressupostos: o primeiro, na heterogeneidade, ou seja, os recursos e capacidades podem variar

significativamente entre as empresas; e o segundo, na mobilidade, ou seja, os recursos podem

ser transferidos de uma empresa para outra desde que as mesmas sejam estáveis. Neste contexto,

Peteraf (1993) adicionou outros dois pressupostos aos encontrados por Barney (1991), sendo

limites ex-ante à competição e limites ex-post à competição. Estes pressupostos estratégicos

dos recursos estão demonstrados na Figura 3.

Quadro 1 - Condições estratégicas de recursos

Vantagem

Competitiva

Heterogeneidade Condição que diferencia uma empresa das demais por possuir um

recurso com valor superior a o de outras empresas.

Mobilidade Imperfeita Condição que gera vantagem competitiva para empresa quando o

recurso é mantido dentro da organização.

Limite ex-ante à

competição

Condição que determina uma competição por tal recurso antes que

ele possa gerar vantagem competitiva.

Limites ex- post à

competição

Condição que determina após a geração de vantagem competitiva

pelo recurso, que ele seja imperfeitamente substituível e imitável.

Fonte: Adaptado de Peteraf (1993).

Condições de heterogeneidade se dará quando recursos são limitados em uma indústria,

e as empresas detentoras destes recursos condicionam que sejam fixos (sem expansão destes

recursos) ou que sejam expandidos lentamente. Assim, os recursos na indústria serão mais

escassos permitindo as empresas que detêm estes recursos os lucros de monopólio, sendo que

empresas concorrentes utilizaram recursos de menor valor para suprir estes (PETERAF, 1993).

Condições de mobilidade imperfeita vão gerar vantagem competitiva para a organização

a partir do seu uso interno. Isto deve-se aos elevados custos na transferência de recursos, a

sinergia entre recursos utilizando-os em conjunto dentro de uma e assim agregando maior valor

e também a dificuldade para se definir um proprietário destes recursos (PETERAF, 1993).

As condições estratégicas de recursos ex-ante à competição caracterizam-se quando o

recurso antes de gerar uma vantagem competitiva em relação à indústria possua uma

competição limitada por ele, tendo em conta que quanto maior a competição, maior seria a

dissipação dos lucros. Condição ex-post à competição caracteriza-se após o recurso ter

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proporcionado vantagem competitiva na indústria, preservando sua condição de

heterogeneidade por meio dos lucros obtidos e garantindo direitos de propriedade a empresa

que o detêm (PETERAF, 1993).

Existem outros argumentos sobre as características de recursos a fim de gerar vantagem

competitiva sustentável. Na concepção de Grant (1991) os recursos estratégicos da firma devem

ser: duráveis; não passíveis de imitação; não transferíveis e; não replicáveis através do

desenvolvimento interno das firmas concorrentes. Eles podem ser considerados como os inputs

do processo de produção, como equipamentos, habilidades individuais dos empregados,

patentes, marcas e recursos financeiros (GRANT, 1991).

Segundo a teoria da RBV, cada recurso levará a uma diferente estratégia que irá

impactar em diferentes vantagens competitivas e níveis de desempenho. Para tanto, a

organização deve ter consciência que os recursos devem ser combinados e explorados em todos

seus setores (GULATI et al., 2000; WEVER; MARTENS; VANDENBEMPT, 2005).

2.2.1 Tipologia de recursos

A partir da visão baseada em recursos é possível identificar recursos e capacidades que

permitem a geração de vantagem competitiva, sendo assim um precedente crucial para a

definição e implementação de estratégias (LAIMER; LAIMER, 2009).

Barney (1991) classifica os recursos em três categorias: recursos de capital físico

(tecnologia, equipamentos, indústria, localização geográfica e acesso a matérias-primas);

recursos de capital humano (inteligência, experiência, treinamento, relacionamentos); e

recursos de capital organizacional (sistemas e estruturas formais, planejamento formal e

informal, relações entre grupos).

De acordo com Barney (1991), os recursos poderão se classificar como fortes ou fracos

dentro de uma organização, sendo que serão responsáveis por prover a manutenção e a geração

da vantagem competitiva dentro da organização. Esses recursos poderão se dividir em dois

tipos, de maneira que caberá a organização identifica-los para que obtenha vantagem em relação

aos concorrentes, são eles os recursos do tipo VRIN (valiosos; raros; imperfeitamente imitável;

não substituível) e VRIO (valiosos; raros; imitabilidade; organizacional).

Para Grant (1991) os recursos são tangíveis (físicos, financeiros e tecnológicos) e

intangíveis (Inovação, organizacional, reputação, humanos). Recursos financeiros tangíveis

permitem a organização utilizar para a implementação de sua estratégia diversas fontes de

dinheiro como buscar empréstimos em bancos e do governo, além do dinheiro de acionistas ou

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sócios da organização. Recursos físicos tangíveis são caracterizados por estruturas físicas da

empresa, assim como sua localização geográfica. Os recursos tecnológicos são caracterizados

por softwares e hardware, assim como patentes que a organização possua (HITT et al., 2011;

LAIMER; LAIMER, 2009).

Quanto aos intangíveis, recursos de cultura organizacional estão ligados a forma com

que o indivíduo conduz suas relações internas e de que maneira ele absorve a cultura da sua

organização. Recursos humanos são caracterizados pelos colaboradores da organização e as

ações realizadas entre eles como treinamentos, troca de conhecimentos, troca de experiências e

desenvolvimento de talentos.

O estudo de Carvalho, Prévot e Machado (2014) trata dos recursos sob a ótica da RBV,

os quais são unidades de análise que permitem a compreensão, ao nível da empresa, das

vantagens competitivas sustentáveis individuais, e inclui aos tipos de recursos já citados nesse

estudo, os recursos reputacionais, que compreende a boa imagem junto aos stakeholders,

transparência quanto à questões sociais e ambientais, e ainda um bom e amplo network.

O recurso intangível de inovação parte das ideias internas da organização e da

capacidade científica de cada indivíduo de transformar ou melhorar algo já existente. Por fim,

a reputação é considerada um recurso intangível, desde o atendimento que atenda as

expectativas dos stakeholders, até o fortalecimento da marca e da confiança em termos de

mercado (HITT et al, 2011; LAIMER; LAIMER, 2009).

2.2.2 Inovação como recurso intangível

O conceito inovação surgiu originalmente a partir da obra Teoria do Desenvolvimento

Econômico de Joseph A. Schumpeter em 1912. A importância do estudo da inovação é

destacada desde então como um dos fenômenos fundamentais do desenvolvimento econômico

para uma organização (MANUAL DE OSLO, 2005), visto que o lançamento de novos produtos

no mercado combinando fatores mais eficientes de produção ou aplicando na prática alguma

invenção ou inovação tecnológica faz com que a empresa se destaque de seus concorrentes,

ganhando competitividade e fomentando crescimento e desenvolvimento econômico

(SCHUMPETER, 1934).

A literatura sobre inovação não apresenta uma delineação consistente sobre o que é

considerado alto, moderado e baixo grau de inovação; e se esta classificação está correlacionada

com as categorias radical, novo e incremental ou alguma outra tipologia (GARCIA e

CALANOTE, 2002). Apesar dessa falta de conformidade na definição de inovação, este estudo

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não se deteve em buscar classificações diferentes na literatura, mas discorrer sobre a

importância da inovação para as organizações no dinâmico ambiente de negócios.

Além da inconsistência acerca da definição do assunto, as diferentes organizações

também fornecem contextos muito diferentes para as inovações, e algumas características

destas, tanto estrutural como cultural podem influenciar a probabilidade de que uma inovação

será assimilada com sucesso, como adotada por todos os indivíduos relevantes e incorporada

ao negócio (LAURSEN; SALTER, 2006).

Para Van De Ven (1986) a inovação é definida como o desenvolvimento e

implementação de novas ideias por pessoas que, ao longo do tempo, se envolvem em transações

com outras, dentro de uma ordem institucional. Esta definição se concentra em quatro fatores

básicos: novas ideias, pessoas, operações e contexto institucional (VAN DE VEN, 1986).

Individualmente, as pessoas adotam diferentes inovações e depois as espalham em taxas

diferentes para outros indivíduos. Algumas inovações nunca são adotadas e outras

posteriormente abandonados (LAURSEN; SALTER, 2006). Da mesma forma, diferentes

grupos têm diferentes tipos de redes sociais. Os médicos, por exemplo, tendem a operar em

redes informais, horizontais, e enfermeiros com mais frequência têm redes formais, verticais

(WEST et al., 1999). Diferentes redes sociais também têm usos diferentes para diferentes tipos

de influência; por exemplo, as redes horizontais são mais eficazes para espalhar a influência

dos pares e apoiando a construção e remodelagem de sentido, enquanto que as redes verticais

são mais eficazes para cascata de informação codificada e transmitir decisões autorizadas

(ROGERS, 1995).

Em estudos de comunicação (ROGERS; KINCAID, 1981) em que as inovações foram

conceituadas como novas informações ou até mesmo como notícias, e a disseminação foi vista

como a transmissão dessa informação, tanto pela mídia de massa como pela comunicação

interpessoal, foram medidas a velocidade e a direção da transmissão da mensagem e avaliado

o impacto de alterar variáveis-chave como o estilo de mensagem, o canal de comunicação

(falado, escrito, etc.) e a natureza da exposição.

Ao nível da organização, o movimento de considerar uma inovação para rotinização

com sucesso é geralmente um processo não-linear caracterizado por choques múltiplos,

contratempos e acontecimentos inesperados (VAN DE VEN et al., 1999).

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34

2.3 Desempenho

De acordo com Porter (1989), a vantagem competitiva se dá a partir da diferenciação

econômica que uma organização possui em relação a seus concorrentes. Além disso, a

vantagem competitiva também irá se caracterizar pelo sucesso estratégico da organização,

fazendo com que ela cresça em termos econômicos estruturais.

Segundo Venkantraman e Ramanujan (1986) por meio da mensuração do desempenho

financeiro da organização, pode-se analisar se os recursos da organização lhe conduziram a

obter vantagem competitiva em relação a seus concorrentes.

Com relação a empresas em ambientes de redes interorganizacionais estudos empíricos

realizados ao longo dos anos (SINGH; MITCHELL, 1996; SAXTON, 1997; MCEVILY;

ZAHEER, 1999), demonstram que uma maior vantagem competitiva é obtida quando empresas

estão formatadas como alianças.

Embora a visão de RBV tenha por objetivo inicial a vantagem competitiva a partir de

recursos internos, esta teoria apresenta mecanismos para suplantar limitações internas, a partir

de colaboração de empresas (BITENCOURT; KLIEMANN, 2009). Neste sentido, pode-se

observar diferentes desempenhos econômicos a partir dos recursos que cada empresa possui

individualmente, e da combinação de recursos de uma ou mais empresas caracterizando a

heterogeneidade do ambiente onde estão inseridas por meio dos lucros obtidos por cada uma,

abaixo ou acima da média (VASCONCELOS; CYRINO, 2000).

Desta forma, uma organização empresarial é constituída com a finalidade da obtenção

de objetivos sejam eles sociais e/ou econômicos. Porém, apesar dos avanços nas novas

estruturas organizacionais e das avaliações de desempenhos serem uma preocupação

relativamente antiga, há ainda muita carência em ferramentas e modelos de avaliação

específicos de desempenho e nível de sucesso das redes de empresas, os quais permitem

comparar o desempenho esperado e o alcançado (WEGNER et al., 2016). Os autores citados

colocam a contabilidade como uma ferramenta para o acompanhamento e avaliação do

desempenho organizacional, apesar de nem sempre ser adequada à gestão das organizações, por

vários motivos, entre eles a inexatidão das informações.

Ao mesmo tempo, citam Laurindo e Carvalho (2003), e a tendência nos últimos anos

em aferir objetivos não-financeiros e relacioná-los ao desempenho das organizações, já que em

medições tradicionais há sempre as medições financeiro-contábeis, que não consideram os

ativos intangíveis, elementos fundamentais no ambiente competitivo atual, como o

relacionamento com os clientes, a habilidade e o conhecimento dos empregados, a tecnologia

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35

da informação e uma cultura corporativa que encoraje a inovação e a melhoria contínua, apesar

de terem-se tornado fonte de vantagem competitiva (LAURINDO; CARVALHO, 2003).

A teoria RBV voltada a vantagem competitiva sugere que a partir dos recursos internos

estão as respostas para os diferentes desempenhos das organizações. Nesta perspectiva, é o

núcleo central para justificar o desempenho da empresa de maneira a gerar valor para a mesma,

sejam eles recursos tangíveis ou intangíveis (MATHEWS, 2002).

Com relação a recursos intangíveis, estudos de inúmeros autores (CHAUVIN;

HIRSCHEY, 1993; MEGNA; KLOCK, 1993; CONNOLLY; HIRSCHEY, 2005) encontraram

como resultados a relação entre estes recursos e um alto desempenho financeiro além de

aumentar a criação de valor.

O desempenho financeiro de recursos tangíveis é limitado, ou seja, utilizando economias

escalonáveis ou de escopo, mas dentro de um limite. Desta forma, a escalabilidade da produção

será até determinado ponto, assim como ampliações de escopo serão aceitas apenas se os

projetos possuírem Valor Presente Líquido (VPL) positivo (LEV, 2001).

No caso de redes interorganizacionais a leitura do desempenho torna-se ainda mais

relevante, pelo fato de que estas informações podem servir como subsídio para uma tomada de

decisão de permanecer ou não na rede, comparando com o ambiente externo.

Além disso, a importância de conhecer o desempenho de outras organizações inseridas

na rede, verificando as razões pelas quais tem desempenhos distintos sejam maiores ou

menores. Esses desempenhos poderão ser medidos pela inovação, além de meios financeiros e

não financeiros. Meios financeiros caracterizam-se pelo: o aumento de vendas pela

organização, lucratividade, e fatia de mercado. O desempenho também poderá ser medido por

meios não financeiros como: qualidade no atendimento, satisfação de clientes e qualidade no

serviço e de produtos (PROVAN; SYDOW, 2008).

O estudo de Camarinha-Matos e Abreu (2007) apresentam uma proposta de identificar

por indicadores os benefícios de estar em uma rede interorganizacional. Seus resultados

ofereceram constatações importantes para esta literatura, sendo uma delas que a variação de

tipo de rede e o tipo de valor que ela prega para suas organizações influenciará diretamente nos

benefícios, sendo assim os indicadores para avaliação de benefícios deverão ser mutáveis para

se adequar a rede participante.

A formulação e relação de indicadores de desempenho podem estar ligadas a diversos

fatores como a inovação, riscos, custos e flexibilidade (CAMARINHA-MATOS; ABREU,

2007). Estudos anteriores (CALVO; DOMINGO; SEBÁSTIAN, 2008; MOTE, 2005)

buscaram definir indicadores de desempenho fundamentais para setores e redes

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36

interorganizacionais.

No caso do setor P&D (pesquisa e desenvolvimento) identificou-se como essenciais

indicadores como: produtividade e pesquisa, levando em conta o que foi realizado e o que foi

consumido de recursos, e o nível de inovação proporcionado, com relação ao grau de qualidade

e novidade do que foi produzido (MOTE, 2005). No estudo de redes ligadas ao conceito de

“Fabricação Ágil”, verificou-se que a relação de desempenho e assim a formulação de seus

indicadores deverão passar fundamentalmente por noções de desempenho e agilidade.

Como potencializador de desempenho, Klein e Pereira (2014) destacam a combinação

de fatores como os contatos geradores de fluxos informacionais, know-how sobre o mercado

de atuação, bem como conhecer os concorrentes, as tecnologias e processos. Outra estratégia

para destacar o desempenho da rede e assim aumentar sua vantagem competitiva no mercado

seria compreender os modelos de seleção do sócio, bem como averiguar sua compatibilidade

com a firma (HITT et al., 2000).

Quadro 2 - Resumo dos conceitos da pesquisa Variável Conceito Autor

Redes

interorganizacionais

Forma de organização em que há trocas entre as partes

envolvidas, a fim de atingir ganhos coletivos, operando de

forma interligada, porém, mantendo sua individualidade.

Ebers (1997); Balestrin;

Verschoore (2008; 2010)

Recursos

Os recursos compreendem a avaliação do ambiente interno

da organização para o desenvolvimento de uma estratégia

que permita o alcance de vantagem competitiva e incluem

todos os atributos que a capacitam para definir e

implementar estratégias.

Barney (1991); Zen;

Dalmoro; Fensterseifer

(2009)

Desempenho

Medido por indicadores financeiros (lucratividade,

rentabilidade, vendas), comparando os indicadores de

desempenho com os principais concorrentes no segmento de

mercado, e não financeiros, relacionados à dimensão

operacional que envolvem a produtividade e redução de

desperdícios.

Venkantraman e

Ramanujan (1986)

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

2.4 Hipóteses da pesquisa

2.4.1 Redes interorganizacionais e acesso aos recursos

De acordo com Human e Provan (1997), as empresas tem quatro objetivos estratégicos

quando decidem entrar em uma rede interorganizacional, são eles: trocas entre empresas,

credibilidade organizacional, desempenho financeiro e acesso aos recursos. Com relação aos

recursos, as organizações buscam principalmente os não-disponíveis anteriormente a sua

inserção na rede (HUMAN; PROVAN, 1997).

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Os estudos de Balestrin e Vargas (2004), demonstram que o acesso aos recursos

humanos também é facilitado por meio de redes, possibilitando troca de informações valiosas

para adquirir vantagem competitiva em seu ambiente. Neste sentido, Powell (1987) cita que por

meio de redes, recursos tecnológicos são acessados mais rapidamente através dos seus canais

de informação.

Van Waarden (1992) destaca em sua pesquisa que dentro de diversas iniciativas de

cooperação, o acesso às soluções pelas organizações da rede por si só, é uma motivação clara

para a participação em rede. Os estudos de Verschoore e Balestrin (2008) corrobora o estudo

dos autores anteriores, citando que o acesso facilitado às soluções compartilhadas são um dos

principais fatores para que organizações se integrem às redes.

Com isso, a participação em redes interorganizacionais facilita o compartilhamento de

recursos, comparando-se a uma empresa independente. Especificamente, a combinação desses

elementos, ou seja, dos diversos recursos tangíveis e intangíveis que as redes compartilham

através das alianças, se traduz em aumento de vantagem competitiva para a empresa

participante da rede. Com base nos argumentos apresentados elaborou-se a seguinte hipótese

de pesquisa:

H1 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes maior acesso aos

recursos, sejam eles físicos, financeiros, organizacionais, reputacionais, relações com outras

empresas ou recursos de inovação, se comparado às empresas não pertencentes.

2.4.2 Diferenças de desempenho de empresas em redes

Os estudos de Ebers e Jarillo (1998) trazem o argumento que os gestores de empresas

ligadas à rede poderão criar ou manter vantagem competitiva em relação aos concorrentes de

fora da rede. No mesmo sentido, corroborando a ideia do referido autor, as redes

interorganizacionais são caracterizadas pelas ligações entre empresas de forma direta ou

indireta, ocasionando uma redução no tempo nas interações entre elas e agilizando processos

que auxiliem na formulação de estratégia competitiva (FAYARD, 2000).

Para a constituição de uma rede, as organizações deverão ter recursos a compartilhar,

pois, caso não os tenham dificilmente se formará uma rede. Neste sentido, destacam-se os

recursos físicos e humanos (MARCON; MOINET, 2000). Dentro da literatura de redes

interorganizacionais, a teoria da RBV (Visão Baseada em Recursos) é utilizada em um grande

número de estudos (MORGAN; VOHRIES, SCHLEGELMILCH, 2006; WU, 2010). A

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38

utilização da RBV na literatura de redes, deve-se a sua essência que está pautada na formulação

de vantagem competitiva a partir de recursos internos heterogêneos, que por serem diferentes,

explicam os desempenhos distintos entre organizações. Desta maneira, estudos anteriormente

citados, buscaram investigar se o alinhamento de recursos internos com recursos externos

compartilhados na rede teriam efeito sobre o desempenho destas organizações. As redes

possibilitam que recursos sejam compartilhados de maneira mais rápida, reduzindo custos, se

beneficiando de fatores como troca de informações e conhecimento que empresas individuais

teriam mais dificuldade para obter (LI; GENG, 2012).

Empresas participantes de redes tendem a ser próximas geograficamente, favorecendo

um intercâmbio de relações entre elas por meio de seus gestores e gerentes, formando redes de

relacionamento particulares entre estas empresas, com o capital social de cada organização

sendo disseminado na rede (LI; GENG, 2012). Estas relações são particulares à redes

interorganizacionais, sendo de difícil imitabilidade, que segundo Barney (1991) é um dos

preceitos para a formulação da vantagem competitiva e consequentemente o aumento do

desempenho. Com isso, empresas individuais dificilmente conseguiram reproduzir estes

movimentos que acontecem dentro das redes, assim, diminuindo sua capacidade de criação de

vantagem competitiva em relação às organizações participantes das redes (LI; GENG, 2012),

pois trata-se de uma estratégia para atuar no mercado, usada pelas redes de cooperação com

objetivo de gerar mais valor às empresas e obter vantagem competitiva (KLEIN; PEREIRA,

2014).

Diante do exposto, o desempenho de uma empresa participante de rede

interorganizacional pode ser melhor, se comparado a uma empresa independente. Por mais que

seja perceptível a diferença nos resultados de cada empresa de uma rede, de maneira individual,

e isso depende da capacidade de absorção dos conhecimentos e recursos compartilhados, é

notório que os benefícios desfrutados por meio da organização em rede reflita no desempenho.

Assim, os argumentos apresentados postulam a seguinte hipótese de pesquisa:

H2 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um melhor

desempenho, se comparado às empresas não pertencentes.

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39

2.4.3 Relação de recursos compartilhados e desempenho

Em redes interorganizacionais o compartilhamento de recursos faz com que aumente a

competitividade do ambiente, fazendo com que se torne mais fácil e rápido a exploração de

recursos externos.

De acordo com Barney (1991), recursos são a principal fonte competitiva das

organizações. Por meio destes recursos pode-se atingir diferentes níveis de desempenho em

termos de mercado, desde que possuam características preconizadas pelo autor, como ser raros

e de difícil imitação.

O processo para o compartilhamento de recursos dentro da rede inicia-se com a própria

empresa, olhando para sí, buscando identificar se possui os mesmos com as características

citadas anteriormente (BARNEY, 1991). Empresas de menor porte são as que mais possuem

dificuldades neste sentido, pois possuem poucos recursos, e portanto a participação delas em

redes interorganizacionais pode facilitar a captação e o compartilhamento de recursos, o que

individualmente seria mais complicado (TRACEY; CLARCK, 2003).

O compartilhamento de recursos em rede permite às organizações melhorarem suas

condições de acesso aos recursos, aumentando desempenho, e tornando-se mais eficazes na

forma de lidar com a complexidade dos negócios propostos por seu ambiente (ALVES;

PEREIRA, 2015).

Em sua maioria, as organizações possuem limitações de capital humano, fazendo com

que sua aliança com outras empresas seja um fator estratégico para sobrevivência e manutenção

da empresa. Redes têm por característica a promoção de ambientes para a troca de informações

e relacionamento entre empresas, favorecendo o acesso a recursos humanos (BALESTRIN;

VARGAS, 2004).

A origem do capital humano em redes interorganizacionais deriva do capital social,

constituído nas relações de cooperação entre indivíduos da rede. A partir do momento que as

redes interorganizacionais são estabelecidas, os recursos humanos de cada empresa aliada a

seus valores culturais participarão do processo de formulação de características sociais dessa

rede, podendo ser elementos fundamentais para seu sucesso (WEGNER et al., 2016).

Corso e Fossa (2008) destacam que questões relacionadas ao capital social da rede

interorganizacional podem definir o sucesso no desempenho da mesma, e que gestores

participantes da rede devem ter a atenção a esse aspecto, e não apenas a recursos financeiros e

estruturais.

Recursos físicos são considerados em sua essência capitais individuais dentro de redes

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40

interorganizacionais, caracterizando-se por ferramentas e tecnologias (COSTA, 2005).

Vasconcelos (2004) cita que recursos físicos se caracterizam por matérias-primas, insumos,

máquinas e equipamentos, veículos, imóveis e localização física.

Porter e Krammer (2011) citam que o desenvolvimento de redes interorganizacionais

faz com que ocorra a valorização do capital humano, o aumento e melhora do capital físico, que

pode conduzir as organizações ao sucesso a partir de alianças entre empresas e do apoio a

infraestrutura das organizações. De acordo com Vale, Amância e Lima (2006), capitais físicos

e capitais humanos são os principais geradores de riquezas e consolidação de redes

interorganizacionais.

Dessa forma, o acesso aos recursos pode contribuir para um melhor desempenho da

empresa na medida que, quanto mais recursos uma empresa consegue acessar, maior

aprendizagem organizacional e conhecimento, refletindo no seu desempenho. A lógica dessa

hipótese de pesquisa está consolidada abaixo:

H3 – O acesso aos recursos está positivamente associado com o desempenho.

2.4.4 O efeito moderador da tipologia de redes, da idade, do tamanho e do segmento da

empresa

Como estratégia para se manter no mercado e se tornar independente de grandes

empresas, se organizar em um modelo de arranjo organizacional no formato de rede pode ser

extremamente eficaz (WEGNER, 2005). Nesse sentido, e levando em conta os objetivos,

estrutura e formalização de poder, as redes de cooperação empresarial podem assumir diferentes

configurações (ENGELMAN; NAGEL; WEGNER, 2013). A mais frequente destas

configurações é estabelecida pelas relações entre os atores envolvidos e pelo grau em que se

formaliza o arranjo, podendo ser do tipo horizontal ou vertical (MARCON; MOINET 2000,

BALESTRIN; VARGAS, 2004), ainda, essa relação pode ser em formato de rede associativa

(BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).

As pesquisas de Engelman, Nagel e Wegner (2013) compararam os benefícios e desafios

de participar de dois tipos diferentes de rede: horizontal e vertical e encontraram que os maiores

benefícios em participar das redes horizontais estão concentrados em ganhos de escala e

redução de custos, e os principais desafios estão na falta de cooperação e geração de

conhecimento. Já na configuração vertical, todos os ganhos competitivos são observados,

mostrando o caráter mais estratégico desta modalidade de rede.

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41

Quanto às associativas, outro tipo de rede, um dos principais aspectos positivos de fazer

parte desta configuração consiste na redução das incertezas ambientais conquistada que por

meio de ferramentas que promovem a formação e o crescimento dos grupos de empresas,

administrando o fluxo de recursos entre os associados e entre estes e as demandas externas.

Esse tipo de rede é encontrado principalmente em setores onde as grandes empresas concorrem

com as micro e pequenas empresas, as quais buscam na associação uma orientação e motivação

para sua sobrevivência (ENGELMAN; NAGEL; WEGNER, 2013).

Nesse sentido, o tipo de rede, seja ela quase vertical, vertical ou horizontal, pode

produzir um efeito moderador na relação entre recursos e desempenho, visto que cada tipo

possui características peculiares de conjuntura empresarial. Assim, apresenta-se a primeira

hipótese de moderação:

H4a: O tipo de rede modera a relação entre recursos e desempenho.

O tamanho da firma, idade, posição do competidor e o mix de produtos como fatores

decisivos para formação de uma rede interorganizacional foi estudado por Diniz Pereira et al.

(2010), os quais encontraram resultados significativos, principalmente, quanto ao tamanho da

firma, na medida que quanto maior a empresa, comparada aos seus concorrentes diretos, menor

o incentivo para procurar alianças estratégicas. O controle de mercado está entre as principais

razões para o sucesso das grandes empresas (PERROW, 1998), vantagem esta que as empresas

menores não conseguem usufruir, buscando as redes como opção estratégica para ampliar seu

poder de mercado.

Os ganhos competitivos que as empresas usufruem ao participar de uma rede estão

fortemente vinculado à sua idade, ou seja, seu tempo de atuação. As redes mais jovens, com

menor tempo de atuação, priorizam a redução de custos e a oferta de soluções aos seus

associados. Por outro lado, as redes mais maduras usufruem de outros ganhos como as relações

sociais, aprendizagem e inovação (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). A maior

discrepância entre empresas com idade mais jovem e mais maduras está no fator Redução de

Custos e Riscos, visto que os participantes de redes com menos tempo de atuação valorizam

em maior grau se comparados aos das redes com mais de dois anos de existência

(VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008).

Dessa forma, a idade da empresa pode moderar a relação entre recursos e desempenho,

na medida que a diferença no tempo de atuação da empresa também reside na valorização de

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42

fatores diferentes, ou seja, empresas mais maduras valorizam fatores que são diferentes dos

valorizados pelas empresas mais jovens. Essa lógica é representada pela hipótese a seguir:

H4b: A idade da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

Verschoore e Balestrin (2008) pesquisaram os fatores que afetam o estabelecimento de

redes de cooperação no Rio Grande do Sul. O fator ganho de escala é valorizado por redes com

menos de 15 associados, pois redes maiores se beneficiam da maior escala e do maior poder de

mercado. Por outro lado, redes maiores, com mais de 30 associados valorizam em menor grau

o fator aprendizagem e inovação em relação às redes menores, indicando que nas redes maiores

pode haver dificuldade nos processos de inovação e até mesmo em propiciar um ambiente

voltado ao aprendizado.

O tamanho da rede e a relação direta com o valor atribuído a acesso às soluções, escala

e poder de mercado, demonstra que as diversas vantagens obtidas por meio das redes de

cooperação dependem do contínuo crescimento do número de seus membros, visto que a

geração de ganhos competitivos das redes de cooperação está fortemente condicionada a seu

tamanho e a seu tempo de atuação. As redes menores, ainda em fase de consolidação, priorizam

a redução de custos e a oferta de soluções aos seus associados, sendo que os benefícios reais

vão se alcançando à medida que a rede vai evoluindo em tempo e tamanho (VERSCHOORE;

BALESTRIN, 2008). Diante o exposto, postulou-se a seguinte hipótese de pesquisa:

H4c: O tamanho da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

Os tipos de segmento de rede foram estudados por Ferraretto (2014), o qual discorre

acerca de vários tipos de segmento além dos citados neste estudo. Sendo assim, as rádios do

segmento comercial são caracterizadas pela venda de anúncios comerciais, destinados ao

público ouvinte daquela rádio. As rádios do segmento cultural ou comunitária voltam sua

programação para o entorno onde a emissora atua, adotando uma linha de trabalho afinada aos

objetivos da comunidade e formação da cidadania (FERRARETTO, 2014). Com base nos

argumentos apresentados elaborou-se a seguinte hipótese de pesquisa:

H4d: O segmento da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

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2.5 Modelo teórico da pesquisa

A partir da elaboração das hipóteses de pesquisa, as quais foram elaboradas levando em

consideração a literatura estudada e, também, os objetivos propostos por este estudo, está

constituído o modelo teórico desta pesquisa (Figura 4). Por meio do modelo, buscou-se alinhar

os construtos responsáveis por responder os objetivos propostos por esta pesquisa, tendo como

fator central o desempenho, o acesso aos recursos e o pertencimento à rede.

Figura 3 - Modelo teórico da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

No quadro a seguir, apresenta-se um resumo das hipóteses de pesquisa estabelecidas

nessa dissertação.

Quadro 3 - Resumo das hipóteses de pesquisa Hipótese de pesquisa

H1 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes maior acesso aos recursos se

comparado às empresas não pertencentes.

H2 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um melhor desempenho, se

comparado às empresas não pertencentes.

H3 – O acesso à recursos está positivamente associado com o desempenho.

H4a - O Tipo de rede modera a relação entre recursos e desempenho.

H4b – A idade da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

H4c - O Tamanho da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

H4d - O Segmento da empresa modera a relação entre recursos e desempenho.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Rede

Recursos

Desempenho

Tipo H4a

Idade H4b

Tamanho H4c

SegmentoH4d

H1

H2

H3

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3 MÉTODO

Este estudo tem como objetivo investigar as relações entre rede, recursos e desempenho e

o possível efeito moderador da tipologia, idade, tamanho e segmento da empresa. Dessa forma,

levando-se em conta o problema de pesquisa e o objetivo, a natureza da pesquisa é de

abordagem quantitativa, de caráter descritivo e corte transversal, operacionalizada por meio de

uma survey. O método quantitativo foi escolhido devido a melhor aderência em relação ao

problema de pesquisa – quais são os efeitos das redes interorganizacionais no acesso aos

recursos e no desempenho das empresas? Pois, há o interesse em saber se existe diferença de

desempenho entre empresas que utilizam determinados tipos de recursos e empresas que não

utilizam.

3.1 População e amostra

Um dos segmentos com propensão a se inserir no contexto de redes interorganizacionais

nos próximos anos é o de radiodifusão, caracterizado pela transmissão via ondas sonoras do

rádio (PIERANTI; MARTINS, 2007). Segundo a Sociedade Brasileira de Engenharia de

Televisão – SET (2016), o panorama deste século indica uma era de convergência e

compartilhamento entre radiodifusão, internet e comunicação. De acordo com o SET (2016),

por meio do evento Summit realizado em 2016 foram proporcionados os primeiros contatos e

início de formações cooperativas entre empresas de radiodifusão, comunicação e fabricantes.

Segundo dados fornecidos pelo IBGE (2013), o Rio Grande do Sul ocupa a terceira

colocação no número de empresas no Brasil com 8,5% (5,4 milhões). No estado em 2015,

haviam 260 redes interorganizacionais, sendo que estas são constituídas por mais de 7000

empresas de diferentes segmentos (SDECT, 2015). Segundo a Associação Gaúcha de Rádio e

Televisão (AGERT, 2017) estão associadas ao órgão 327 organizações do Rio Grande do sul.

A Tabela 1 apresenta um resumo da quantidade de rádios presentes em redes e as

independentes em nível nacional e estadual, bem como a população estimada. Cabe destacar, a

discrepância das informações encontradas nas bases de dados dos órgãos e/ou instituições

analisados, como a AGERT, a Gaúcho Rádio e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações

e Comunicações (MCTIC), o que impossibilita ter dados fidedignos da população pesquisada.

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Tabela 1 - Rádios no Rio Grande do Sul Rádio (FM e AM) Número

Rádios no Brasil 5.130

Rádios no Rio Grande do Sul 885

Rádios em rede no Rio Grande do Sul 481

Rádios independentes no Rio Grande do Sul 404

Fonte: Ministério das Comunicações (2014).

A Tabela 2 apresenta as emissoras de rádios que fizeram parte da amostra da pesquisa.

O critério para a seleção das emissoras desta amostra tem por base a acessibilidade do

pesquisador ao grupo de rádios selecionado. Assim, a amostra foi composta por 55 empresas

participantes de redes e 62 empresas que atuam no mercado individualmente, um total de 117

empresas de radiodifusão, representando 13% da população, uma amostra considerável por se

tratar de um número representativo de empresas.

Tabela 2 - Elementos da amostra de rádios pesquisadas Rádio Tipo de rede População Amostra Percentual

Rede Atlântida Vertical 8 8 100 %

Rede Atlântida Quase vertical 4 1 25 %

Rede Mais Nova Vertical 1 0 0 %

Rede Mais Nova Quase vertical 9 3 33 %

Rede Gaúcha Vertical 5 3 60 %

Rede Gaúcha Quase Vertical 149 9 7 %

Rede Guaíba Vertical 2 0 0 %

Rede Guaíba Quase vertical 68 1 2 %

Rede Bandeirantes Vertical 2 1 50 %

Rede Bandeirantes Quase vertical 20 3 15 %

Rede Alegria Vertical 1 0 0 %

Rede Alegria Quase vertical 1 0 0 %

Rede Tua Radio Vertical 1 0 0 %

Rede Tua Radio Quase vertical 7 0 0 %

Rede Tchê Horizontal 3 2 66 %

Rede Cultura Vertical 4 0 0 %

Rede UCS Vertical 3 0 0 %

Rede Scalabrina Vertical 3 3 100 %

Rede Radio Club Vertical 2 0 0 %

Rede Oásis Vertical 2 0 0 %

Rede Fan Vertical 3 0 0 %

Rede Fronteira Vertical 3 0 0 %

Rede Radios Horizontal 7 7 100 %

Rede Pampa Vertical 17 1 6 %

Rede EPU Vertical 3 0 0 %

Rede Via Vertical 77 0 0 %

Rede Joao Dehon Horizontal 3 1 33 %

Rede UPF Vertical 4 4 100 %

Marinha Quase vertical 1 0 0 %

Nossa Radio Quase vertical 2 0 0 %

Rede Plug Quase vertical 3 0 0 %

Rede Boa Vontade Quase vertical 1 0 0 %

Rede Deus é Amor Quase vertical 2 0 0 %

Rede Novo Tempo Quase vertical 1 0 0 %

(continua...)

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46

Continuação da Tabela 2 Rede Sara Brasil Quase vertical 1 0 0 %

Rede RSCom Vertical 5 0 0 %

Rede Dial Vertical 6 0 0 %

Rede Meridional Vertical 5 0 0 %

Rede Jauru Vertical 2 0 0 %

Rede Diário da Manhã Vertical 3 1 33 %

Rede Guaramano Vertical 2 0 0 %

Rede Pilau Vertical 3 0 0 %

Rede Visão Vertical 3 0 0 %

Rede Gazeta Vertical 4 0 0 %

Rede Tridio Vertical 3 0 0 %

Rede Colinas Quase vertical 6 5 83 %

Rede CBN Quase vertical 1 0 0 %

Rede Jovem Pan Quase vertical 5 2 40 %

Rede Antena 1 Quase vertical 4 0 0 %

Rede Mix Quase vertical 2 0 0 %

Rede Aleluia Quase vertical 4 0 0 %

Rede Nossa Radio Quase vertical 1 0 0 %

Rede Canção Nova Quase vertical 1 0 0 %

Total Radios em Rede ---------- 481 55 11 %

Independentes ---------- 404 62 15 %

TOTAL ---------- 885 117 13 %

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

A amostra caracteriza-se como não probabilística, pois utilizou-se da técnica de

amostragem por conveniência, tendo por base a acessibilidade do pesquisador ao grupo de

rádios. Essa técnica é considerada um método rápido, barato e bastante cabível para realizar

coletas de dados de forma ágil (MALHOTRA, 2011). Para Gil (1999), a amostragem não

probabilística, por conveniência é menos rígida do que outras, uma vez que a manipulação dos

dados não exige grande precisão.

Malhotra (2011) define a abordagem não probabilística como uma maneira onde o

pesquisador conscientemente tem a possibilidade de incluir ou excluir elementos da amostra.

Esta amostra não permite a generalização dos dados, pois para tanto seria necessário o cálculo

de uma amostra probabilística.

3.2 Instrumento de Pesquisa

Para realização desta pesquisa utilizou-se um questionário estruturado (Apêndice A),

inicialmente com instruções sobre o preenchimento e dados de contato dos pesquisadores. As

escalas utilizadas nesta pesquisa foram adaptadas de outros estudos, a saber: Recursos Físicos

(BARNEY, 1991); Recursos Financeiros (BARNEY, 1991); Recursos Organizacionais

(BARNEY, 1991); Recursos Humanos (BARNEY, 1991); Recursos Reputacionais (BARNEY,

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47

1991); Relações com outras empresas (EBERS; JARILLO, 1998); Desempenho (PROVAN;

SYDOW, 2008; CORSO; FOSSA, 2008) e Inovação (TIDD; BESSANT, 2015).

No Quadro 1 apresentam-se os construtos avaliados por meio das escalas utilizadas e

suas respectivas variáveis, utilizando-se estudos já apresentados na fundamentação teórica, com

a proposta de serem medidos em escala Likert de sete pontos, variando entre 1 – “discordo

totalmente” e 7 – “concordo totalmente”.

Quadro 4 - Construtos do modelo teórico

Construtos Variáveis Observáveis Nº

Itens Origem

Recursos Físicos

RFis1) A rádio tem facilidade na aquisição de máquinas e

equipamentos.

4

BARNEY, 1991;

GRANT, 1991;

HITT; IRELAND;

HOSKISSON,

2011.

RFis2) A rádio tem facilidade na aquisição de matérias-

primas, produtos e/ou mercadorias.

RFis3) A rádio tem facilidade em melhorar a infraestrutura

física (prédio, instalações, etc.).

RFis4) A rádio tem facilidade na aquisição de programas

(software) e equipamentos de informática (hardware).

Recursos

Financeiros

RFin1) A rádio tem facilidade na obtenção de empréstimo

bancário para capital de giro.

4

BARNEY, 1991;

COLLIS;

MONTGOMERY,

1995; HITT;

IRELAND;

HOSKISSON,

2011.

RFin2) A rádio tem facilidade na obtenção de financiamento

bancário para aquisição de máquinas, equipamentos e

veículos.

RFin3) A rádio tem facilidade na obtenção de financiamento

bancário para construção, reforma e ampliação

RFin4) A rádio tem facilidade na obtenção de recursos dos

sócios para investimentos no negócio.

Recursos

Organizacionais

RO1) A rádio tem flexibilidade e rapidez para responder as

condições e mudanças do mercado.

4

BARNEY, 1991;

HITT; IRELAND;

HOSKISSON,

2011.

RO2) A rádio possui habilidade de identificar e aproveitar as

oportunidades de mercado.

RO3) A rádio tem facilidade na realização das rotinas,

procedimentos e processos organizacionais.

RO4) A rádio tem facilidade na realização dos processos

organizacionais para atender os clientes.

Recursos

Humanos

RH1) A rádio tem facilidade na contratação de funcionários

qualificados.

4

BARNEY, 1991;

HITT; IRELAND;

HOSKISSON,

2011.

RH2) A rádio tem facilidade na realização de treinamento dos

funcionários.

RH3) A rádio tem facilidade em proporcionar a troca de

informações entre os funcionários.

RH4) A rádio tem facilidade na utilização dos conhecimentos

gerados pelos funcionários.

Recursos

Reputacionais

RR1) A rádio tem credibilidade junto aos clientes,

fornecedores e instituições locais.

4 BARNEY, 1991;

GRANT, 1991;

RR2) A rádio tem visibilidade junto aos clientes, fornecedores

e instituições locais.

RR3) A rádio tem status e prestígio junto aos clientes,

fornecedores e instituições locais.

RR4) A rádio tem boa reputação junto aos clientes,

fornecedores e instituições locais.

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48

Relações com

outras empresas

ROE1) A rádio realiza compra, venda ou propaganda em

conjunto com outras empresas do setor.

4 EBERS;

JARILLO (1998)

ROE2) A rádio realiza projetos e/ou atividades em conjunto

com empresas do setor.

ROE3) A rádio realiza a contratação e treinamento de pessoal

em conjunto com empresas do setor.

ROE4) A rádio troca informações e conhecimentos com

outras empresas do setor.

Desempenho

Des1) A rádio teve aumento no faturamento nos últimos anos.

6

PROVAN;

SYDOW, 2008

CORSO; FOSSA,

2008

Des2) A rádio teve crescimento nas vendas nos últimos anos.

Des3) A rádio teve aumento nos lucros sobre as vendas nos

últimos anos.

Des4) A rádio teve aumento na produtividade nos últimos

anos.

Des5) A rádio teve aumento na rentabilidade nos últimos

anos.

Des6) A rádio teve redução dos custos nos últimos anos.

Inovação

In1) A rádio desenvolveu novos produtos e/ou serviços

(comercial/editorial) nos últimos anos.

6

PINTEC, 2011;

TIDD;

BESSANT,

2015.

In2) A rádio melhorou significativamente seus produtos e/ou

serviços (comercial/editorial) nos últimos anos.

In3) A rádio desenvolveu novos processos organizacionais

nos últimos anos.

In4) A rádio melhorou significativamente seus processos

organizacionais nos últimos anos.

In5) A rádio investiu em pesquisa e desenvolvimento de

produtos e processos (novas plataformas/digital) nos últimos

anos.

In6) A rádio contratou ou investiu no treinamento de

funcionários para as atividades de inovação nos últimos anos.

Fonte: elaborado pelo autor (2017).

O instrumento foi validado por especialistas (avaliado por dois gestores e dois

acadêmicos). Após essa fase, foi realizado o pré-teste junto aos gestores das empresas

integrantes da amostra deste estudo.

3.2.1 Pré-teste do instrumento

O pré-teste do instrumento foi realizado com três gestores, após ter sido avaliado por

especialistas e realizado os devidos ajustes. Assim, os dados do pré-teste não sofreram ajustes,

sendo integrados à amostra de pesquisa. A aplicação do pré-teste ocorreu no mês de outubro de

2017, de maneira presencial, sendo agendada uma visita junto aos gestores.

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49

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por meio de uma survey, utilizada quando o projeto de

pesquisa envolve a coleta de informações de uma grande amostra de indivíduos (MALHOTRA,

2011) e também quando se deseja coletar dados primários dos inquiridos (HAIR JR et al., 2009).

Após a construção do instrumento de pesquisa em editor de texto Microsoft Word, o

arquivo foi enviado diretamente aos gestores das rádios, por e-mail e via redes sociais para os

endereços de contato do pesquisador.

Como não foi atingido o número mínimo desejado de participantes pelo envio de e-mail

e também do arquivo via rede social, partiu-se para a coleta física através de questionários

impressos, entregues diretamente aos participantes (gestores das rádios). Neste processo, foram

abordados 25 gestores das rádios que fazem parte da amostra, que após o aceite em participar

da pesquisa responderam o questionário nas dependências da rádio. A coleta de dados da

pesquisa ocorreu entre os meses de outubro e novembro de 2017.

Quadro 5 - Número de rádios acessadas por tipo de coleta Tipo de coleta Nº de rádios acessadas

Coleta Online 92

Coleta Presencial 25

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

3.4 Análise dos dados

Após a fase da coleta de dados, os mesmos foram tabulados em planilha eletrônica

Microsoft Excel. Nessa fase, os dados sofreram procedimento de purificação, com o intuito de

excluir casos que apresentaram distorções no estudo, dos quais foram observados escores

extremos, com análise de outliers univariados e multivariados, pois, a partir desse tipo de

análise, verificou-se a existência de escores extremos em mais de uma variável ou se a

configuração dos escores é pouco usual (KLINE, 2014). Este procedimento levou à exclusão

de um questionário que apresentava a maioria das respostas em branco.

Posteriormente, a fim de realizar tratamento estatístico e análise dos dados, foi utilizado

o software Statistical Package for Social Scienses® (SPSS), Versão 21. Para realizar a

normalidade dos dados foi calculada a assimetria e a curtose que deve ser menor que 8 e a

assimetria maior que 3, para que os dados analisados sejam considerados normais (HAIR, 2009;

KLINE, 2014).

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50

A análise de confiabilidade das escalas foi efetivada pelo critério Alpha de Cronbach,

que aceita índices superiores a 0,6 (MALHOTRA, 2011). O teste de homoscedasticidade foi

realizado pois a técnica de análise foi a regressão linear e assim este procedimento demonstrou

se os dados da pesquisa são lineares ou não. Também, foi realizado os procedimentos para

verificação de multicolinearidade entre as variáveis, ou seja, se existe alguma inter-relação entre

as variáveis independentes dos modelos. A elevada multicolinearidade pode levar a resultados

superestimados ou equivocados (MALHOTRA, 2011). A ausência de multicolinearidade foi

observada por meio do teste de correlação de Pearson.

Para o teste de hipótese foi realizado o procedimento de regressão linear com o intuito

de analisar a relação de uma variável dependente com outra independente (HAIR et al., 2009).

Convém destacar que a variável independente do modelo (rede) foi codificada em uma variável

dummy, sendo 0 para empresa que não pertence à rede, e 1 para empresa que pertence à rede.

Além do teste das relações principais (H1, H2 e H3), também foi realizada análise de

moderação do tipo de rede, idade, tamanho e segmento da empresa entre a relação entre recursos

e desempenho. Um efeito moderador ocorre quando um terceiro construto muda a relação entre

dois ou mais construtos relacionados, ou seja, um moderador significa que a relação entre duas

variáveis muda com base na quantia que outra variável acrescentou ao modelo (HAIR et al.,

2009).

Para um melhor entendimento do processo de análise dos dados, no Quadro 6 apresenta-

se uma síntese desta etapa, com a técnica de análise utilizada para o teste de hipótese.

Quadro 6- Técnicas de análise de dados

Etapa Objetivo Hipótese Técnica de

análise

1

Caracterizar as empresas,

quanto à tipologia de rede, à

idade, ao tamanho e ao

segmento da empresa

- Análise

Descritiva

2

Verificar a relação entre

pertencer à rede e o acesso aos

recursos

H1: As redes interorganizacionais

possibilitam às empresas pertencentes

maior acesso aos recursos se comparado

às empresas não pertencentes.

Regressão Linear

e Teste t

3 Verificar a relação entre

pertencer à rede e o desempenho

H2: As redes interorganizacionais

possibilitam às empresas pertencentes

um melhor desempenho, se comparado

às empresas não pertencentes.

Regressão Linear

e Teste t

4 Verificar a relação entre acesso

aos recursos e o desempenho

H3: O acesso aos recursos está

positivamente associado com o

desempenho.

Regressão Linear

5

Verificar o efeito moderador da

rede na relação entre o acesso

aos recursos e o desempenho, a

H4a: O tipo de rede modera a relação

entre recursos e desempenho.

H4b: A idade da empresa modera a

relação entre recursos e desempenho.

Regressão linear

com moderação

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51

partir da tipologia, idade,

tamanho e segmento da empresa

H4c: O tamanho da empresa modera a

relação entre recursos e desempenho.

H4d: O segmento da empresa modera a

relação entre recursos e desempenho.

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

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52

4 RESULTADOS

Para alcançar o objetivo a que se propôs este estudo, de investigar o efeito da rede no

acesso aos recursos que influenciam no desempenho das empresas, este capítulo apresenta os

resultados obtidos sobre a análise das relações entre as variáveis, bem como das respectivas

hipóteses de pesquisa.

4.1 Caracterização da amostra

A amostra deste estudo constitui-se de 117 empresas de radiodifusão, todas localizadas

no estado do Rio Grande do Sul, acessadas de maneira não probabilística, utilizando-se de

técnica de amostragem por conveniência, pois os respondentes foram selecionados pela

facilidade de acesso pelo pesquisador. Essas empresas foram recrutadas pela rede de contato do

pesquisador por e-mail.

Na fase de limpeza dos dados eliminou-se um questionário por apresentar várias

questões com não resposta, configurando missing values. Nenhum questionário apresentou

respostas concentradas em uma única alternativa (outliers). Desse modo, a amostra final

constitui-se por 116 casos válidos.

Na sequência, apresenta-se a análise descritiva das rádios pesquisadas, envolvendo a

tipologia das redes, a idade, o tamanho, o número de empregados e segmento das empresas.

Assim, na análise da tipologia de rede, realizou-se a divisão das rádios que pertencem a uma

rede e as que não pertencem (rádio independente), sendo caracterizado o tipo de rede para

aquelas pertencentes a uma rede.

Quanto ao fato de pertencer a uma rede ou não, 53% das rádios são configuradas como

independentes e 47% pertencem a uma rede. Das que pertencem a uma rede (54 rádios), estas

foram segmentadas por tipo de rede (Figura 5), sendo rede vertical, rede quase vertical e rede

horizontal. As redes do tipo vertical ou rede própria, ou seja, pertencentes ao mesmo grupo

econômico, totalizam 20 rádios pesquisadas, ao passo que as redes do tipo quase vertical ou

rede afiliada, que são rádios que reproduzem/repetem os serviços gerados por outra rádio,

totalizam 24 rádios. As redes do tipo horizontal ou cooperadas/associadas, são caraterizadas

por rádios independentes que estabelecem cooperação com objetivos comuns para obtenção de

ganhos coletivos, que isoladamente não conseguiriam alcançar, totalizam 10 rádios.

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53

Figura 4 - Tipologia das redes de rádios pesquisadas

Fonte: dados da pesquisa (2018).

Quanto à idade das empresas, a rádio mais antiga, levando-se em conta seu ano de

fundação, data de 1905 e a mais recente de 2015, havendo uma elevada amplitude estatística

quanto ao tempo de atuação das rádios pesquisadas. A maioria das rádios (8), foram fundadas

em 2001, seguidas daquelas com data de 2008 (7) e 2009 (6), as demais estão pulverizadas

dentro da amplitude observada (Figura 6).

Figura 5 - Idade das empresas pesquisadas

Fonte: dados da pesquisa (2018).

44%

37%

19%

Quase vertical

Vertical

Horizontal

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020 2040

Em

pre

sas

Ano Fundação

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54

Na análise do tamanho das 116 rádios realizou-se a classificação com base no

faturamento anual, ou seja, definiu-se as categorias do porte das empresas (BNDES, 2013). Na

Figura 7 verifica-se que a maioria das rádios (39,7%) se classificam como microempresas,

37,9% como pequenas empresas, 15,5% como médias empresas e 6,9% como grandes

empresas.

Figura 6 - Classificação das rádios quanto ao porte

Fonte: dados da pesquisa (2018).

Observando a classificação das empresas quanto ao porte e ao pertencimento a uma rede

ou não, a maioria das empresas que pertence a uma rede classifica-se como pequena empresa

(19,86%) e das empresas individuais, ou seja, que não pertencem a rede, a maioria (29,31%)

classifica-se como microempresa.

Quanto ao número de empregados, as 116 rádios somam o total de 1931 funcionários,

sendo que a rádio com maior número de colaboradores emprega 405 pessoas. As empresas

configuradas em rede (54 empresas) empregam o maior número de funcionários (1237 pessoas)

comparada às empresas independentes (62 empresas), que empregam 694 pessoas. É importante

observar que as empresas em rede, em menor número, emprega quase o dobro de pessoas

comparado às empresas independentes.

10,34%

19,86%

10,34% 6,03%

29,31%18,10%

5,17%

0,86%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Microempresa Pequena Média Grande

% F

req

uên

cia

Porte das empresas

Pertence à rede

Não pertence

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55

Figura 7 - Número de empregados quanto ao tipo de empresa

Fonte: dados da pesquisa (2018).

Das rádios pesquisadas, 69% são do segmento comercial, empresas de mídia de capital

privado, enquanto que 31% pertencem ao segmento comunitária ou cultural, modalidade de

serviço de radiodifusão que opera em baixa potência e com cobertura restrita, outorgado a

fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação

do serviço (ANATEL, 2015). É importante frisar que existem outros tipos de segmento além

dos dois mencionados neste estudo, porém o recorte foi feito em função das características da

amostra pesquisada, não ignorando os demais, somente pelo fato de que não houve ocorrência

de outros tipos dentre as rádios pesquisadas, e que estes dois segmentos também são os mais

frequentes em todo contexto nacional (FERRARETTO, 2014).

Figura 8 - Segmento das Empresas

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

COMERCIAL COMUNITÁRIA\CULTURAL

Em

pre

sas

Segmento

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Independente Rede

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56

4.2 Recursos físicos

O primeiro tipo de recurso mensurado foi o de capital físico, que compreende a estrutura,

bens materiais e tecnologia (BARNEY, 1991). As variáveis observáveis que compõe o

construto foram mensuradas em escala de 1 a 7, e para todas elas os valores ficaram acima da

média, sendo a variável RFis4, que representa a facilidade com que a empresa adquire

programas (softwares) e equipamentos de informática (hardware), com maior valor (5,095).

As correlações entre as variáveis também foram mensuradas, e todas elas apresentaram

alto grau de significância (p<0,01) e direção positiva das relações. A correlação mais baixa foi

observada entre a variável RFis1 e RFis3 (0,484), que conforme Hair Jr et al. (2005) é

considerada moderada; o coeficiente representando maior força de associação foi observado

entre as variáveis Rfis1 e Rfis2 (0,825), representando uma associação alta (HAIR JR et al.,

2005). Nenhuma correlação ficou abaixo de 0,3, não sendo necessária remoção de itens da

escala.

Tabela 3 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Físicos (n = 116) Variáveis Média SD RFis1 RFis2 RFis3 RFis4

RFis1 4,759 1,580 1,000

RFis2 4,802 1,510 0,825** 1,000

RFis3 4,060 1,726 0,484** 0,532** 1,000

Rfis4 5,095 1,497 0,781** 0,739** 0,499** 1,000

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A média de respostas da escala Recursos Físicos foi de 4,679. A confiabilidade interna

foi verificada por meio do alfa de Cronbach, o qual apresentou coeficiente 0,873, índice muito

bom, indicando coerência nas respostas (HAIR JR et al., 2005).

4.3 Recursos financeiros

Os recursos financeiros contemplam a facilidade com que a empresa adquire

empréstimos junto à instituições financeiras, bem como recursos dos sócios para investimento

(BARNEY, 1991). Todas as variáveis do construto Recursos Financeiros apresentaram valores

acima da média, sendo a maior média verificada na variável RFin4, que representa a facilidade

que a empresa tem em obter recursos dos sócios para investimento. A média de respostas do

construto ficou em 4,33.

As correlações entre as variáveis foram mensuradas e todas as relações apresentaram

alta significância (p<0,01) e direção positiva. As variáveis RFin1, RFin2 e RFin3 apresentaram

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57

variação do coeficiente com força de associação muito alta (>0,91) entre elas. A variável RFin4

apresentou coeficiente de força moderada na relação com as demais variáveis.

Tabela 4 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Financeiros (n = 116)

Variáveis Média SD RFin1 RFin2 RFin3 RFin4

RFin1 4,397 1,817 1,000

RFin2 4,310 1,922 0,935** 1,000

RFin3 4,086 1,931 0,904** 0,937** 1,000

RFin4 4,526 1,766 0,422** 0,415** 0,410** 1,000

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A confiabilidade interna, verificada pelo valor do alfa de Cronbach, obteve coeficiente

de 0,894, considerando a intensidade da associação como muito boa (HAIR JR et al., 2005).

4.4 Recursos organizacionais

De características intangíveis, os recursos organizacionais envolvem o comportamento

dos indivíduos e da organização, sua velocidade de resposta frente às mudanças do mercado e

também relaciona-se com a cultura organizacional (BARNEY, 1991). Quanto a esse construto,

que apresentou média de 5,31, indicando que os gestores das rádios percebem os recursos

organizacionais da empresa, com médias bem próximas entre as quatro variáveis observáveis.

As correlações entre as variáveis apresentaram-se positivas e significativas (p<0,01),

sendo a mais alta entre a variável RO3 e RO4 (0,731), e a mais baixa entre RO2 e RO3 (0,444).

O Alfa de Cronbach da escala ficou em 0,836, indicando confiabilidade interna.

Tabela 5 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Organizacionais (n = 116) Variáveis Média SD RO1 RO2 RO3 RO4

RO1 5,405 1,194 1,000

RO2 5,491 1,197 0,729** 1,000

RO3 5,233 1,058 0,462** 0,444** 1,000

RO4 5,129 1,219 0,483** 0,516** 0,731** 1,000

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.5 Recursos humanos

Os recursos humanos de uma organização compreendem o capital humano que desta

fazem parte, tratam-se dos indivíduos, das competências e talentos (BARNEY, 1991; GRANT,

1991). Dessa forma, o construto foi avaliado por algumas questões acerca da contratação,

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58

treinamento, comunicação e conhecimento dos funcionários. Algumas variáveis apresentaram

valores abaixo da média, como é o caso de RH1 (3,690), que trata sobre a facilidade da empresa

em contratar funcionários qualificados. Outra variável que apresentou valor baixo, ligeiramente

acima da média foi RH2 (4,095), que trata do treinamento de funcionários.

A confiabilidade da escala foi confirmada pelo valor do alfa de Cronbach (0,805).

Quanto à correlação entre as variáveis, a relação entre RH1 e RH4, apesar de significativa,

apresentou valor do coeficiente (0,297) com força de associação pequena, logo abaixo do

mínimo recomendado pela literatura (0,3) (HAIR JR et al., 2005). A associação entre RH1 e

RH3 (0,372) também apresentou-se como pequena apesar de fortemente significativa. Todas as

relações foram significativas (p<0,01) e positivas.

Tabela 6 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Humanos (n = 116) Variáveis Média SD RH1 RH2 RH3 RH4

RH1 3,690 1,696 1,000

RH2 4,095 1,554 0,532** 1,000

RH3 4,957 1,327 0,372** 0,646** 1,000

RH4 5,103 1,204 0,297** 0,585** 0,759** 1,000

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.6 Recursos reputacionais

Os recursos reputacionais avaliam a reputação da empresa frente aos seus stakeholders

(BARNEY, 1991; GRANT, 1991). Pela média das respostas (6,429) foi o construto com valores

de respostas mais altos, sugerindo que as empresas pesquisadas possuem uma boa reputação na

visão dos seus gestores. Todas as variáveis do construto apresentaram médias maiores do que

6,0.

A confiabilidade da escala foi verificada pelo coeficiente do alfa de Cronbach (0,903),

valor excelente conforme indicado pela literatura (HAIR JR et al., 2005). Na análise de

correlação, todas as associações foram positivas e significativas (p<0,01), com coeficientes

variando entre força moderada (0,41 e 0,70) entre as variáveis RR1 e RR2 e entre RR2 e RR4

e alta (0,71 e 0,90) entre as variáveis RR1 e RR3, RR1 e RR4, RR2 e RR3 e entre RR3 e RR4.

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59

Tabela 7 - Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Reputacionais (n = 116) Variáveis Média SD RR1 RR2 RR3 RR4

RR1 6,457 0,651 1,000

RR2 6,259 0,845 0,683** 1,000

RR3 6,414 0,735 0,710** 0,722** 1,000

RR4 6,586 0,633 0,715** 0,689** 0,763** 1,000

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.7 Relações com outras empresas

O construto com menores médias foi o de relações com outras empresas (3,265), com

três das quatro variáveis com valores abaixo da média da escala, como ROE3, que representa a

contratação e treinamento de pessoal em conjunto com outra empresa do setor, com média de

2,353, ROE1, que avalia se a empresa compra, vende ou contrata propaganda em conjunto com

outras do setor com média de 2,966 e ROE2, que avalia a realização de projetos ou atividades

com outras empresas, com média de 3,362.

A confiabilidade da escala foi atestada (Alfa de Cronbach = 0,853) e os coeficientes de

correlação foram medidos, sendo que todas as associações foram positivas e significativas ao

grau de p<0,01, sendo que o maior coeficiente encontrado foi entre ROE1 e ROE2 (0,792),

atestando uma correlação alta, e o menor coeficiente entre ROE1 e ROE4 (0,398), sugerindo

uma correlação de força pequena mas definida e acima do mínimo recomendado pela literatua

(HAIR JR et al., 2005).

Tabela 8 - Estatística descritiva e matriz de correlação Relações com Outras Empresas (n = 116)

Variáveis Média SD ROE1 ROE2 ROE3 ROE4

ROE1 2,966 1,977 1,000

ROE2 3,362 1,966 0,792** 1,000

ROE3 2,353 1,653 0,639** 0,677** 1,000

ROE4 4,379 1,839 0,398** 0,558** 0,493** 1,000

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.8 Desempenho

O desempenho contempla os resultados da empresa nos últimos anos, sejam eles

financeiros, de vendas, produtividade ou lucratividade. Esse construto com média de 4,871,

contou com seis variáveis observáveis que avaliou o desempenho nos diversos indicadores,

sendo que a variável com maior média foi Des4 (5,034) que avaliou o desempenho em

produtividade, e a variável Des3 que avaliou o aumento nos lucros com a menor média (4,707).

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60

A correlação entre as variáveis foi mensurada pelo coeficiente de correlação de Pearson,

apresentando algumas relações não significativas, como é o caso de Des1 e Des6, Des2 e Des6.

Porém manteve-se a variável Des6 no modelo, devido à sua confiabilidade interna (Alfa de

Cronbach = 0,905) e também por ser uma escala já validada em outros estudos.

Ainda sobre a correlação, cabe destacar o relacionamento entre as variáveis Des1 e

Des2, com valor do coeficiente em 0,950, atestando uma correlação muito forte entre o

faturamento e o crescimento das vendas, uma correlação alta entre Des1 e Des3, Des1 e Des4,

Des1 e Des5, Des2 e Des3, Des2 e Des4, Des2 e Des5, Des3 e Des4, Des3 e Des5, Des4 e Des5.

Uma pequena correlação foi percebida entre as relações de Des3 e Des6, Des4 e Des6 e Des5

e Des6.

Tabela 9 - Estatística descritiva e matriz de correlação Desempenho (n = 116) Variáveis Média SD Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des6

Des1 5,017 1,6364 1,000

Des2 4,974 1,6390 0,950** 1,000

Des3 4,707 1,7446 0,849** 0,834** 1,000

Des4 5,034 1,5656 0,801** 0,810** 0,796** 1,000

Des5 4,733 1,6958 0,794** 0,820** 0,867** 0,888** 1,000

Des6 4,759 1,8864 0,142 0,108 0,309** 0,230* 0,314** 1,000

* Nível de significância p<0,05

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.9 Inovação

A inovação como recurso intangível de uma organização, contempla elementos como

desenvolvimento de produtos ou serviços, processos organizacionais, pesquisa e

desenvolvimento de produtos e processos (PINTEC, 2011; TIDD; BESSANT, 2015).

Pela avaliação dos gestores, a média da Inovação ficou em 5,139, sugerindo que as

empresas estão empenhadas em inovar. A maior média (5,681) foi observada na variável In1,

que avaliou o desenvolvimento de novos produtos e serviços nos últimos anos, e a menor média

observada na variável In6 (4,621), que avaliou o investimento no treinamento de funcionários

para as atividades de inovação.

Quanto à correlação entre as variáveis, esta foi mensurada pelo coeficiente de correlação

de Pearson, o qual apresentou valores positivos, significativos e acima de 0,3 entre todas as

relações, sendo a relação mais forte entre In1 e In2 (0,774) e a mais fraca entre In4 e In5 (0,400).

A confiabilidade interna da escala foi atestada pelo alfa de Cronbach (0,867).

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61

Tabela 10 - Estatística descritiva e matriz de correlação Inovação (n = 116) Variáveis Média SD In1 In2 In3 In4 In5 In6

In1 5,681 1,161 1,000

In2 5,397 1,369 0,774** 1,000

In3 5,112 1,369 0,548** 0,695** 1,000

In4 5,009 1,494 0,427** 0,657** 0,777** 1,000

In5 5,017 1,171 0,378** 0,386** 0,455** 0,400** 1,000

In6 4,621 1,597 0,323** 0,475** 0,572** 0,519* 0,625** 1,000

* Nível de significância p<0,05

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.10 Teste de normalidade

Para atestar a normalidade dos dados, foram verificados os valores de assimetria e

curtose, visto que o teste de Kolomorof-Smirnov é mais sensível para amostras menores. Com

isso, e seguindo as premissas de Kline (2005), os dados são considerados extremamente

assimétricos quando apresentam um valor de assimetria superior a ±3,00, e para curtose, são

considerados extremamente fora da distribuição dos dados valores superiores a 8,00. Neste

estudo nenhuma variável apresentou valor fora da distribuição normal.

Quadro 7 - Assimetria e curtose das variáveis em estudo Construto Nº de itens Assimetria Curtose

Recursos Físicos 4 -0,377 -0,268

Recursos Financeiros 4 0,001 -0,917

Recursos Organizacionais 4 -0,329 -0,282

Recursos Humanos 4 -0,093 -0,494

Recursos Reputacionais 4 -1,000 0,098

Relação com Outras Empresas 4 0,350 -1,017

Desempenho 6 -0,393 -0,453

Inovação 6 -0,318 -0,485

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Após realizado teste de normalidade dos dados, partiu-se para a comparação das médias

das empresas pertencentes e não pertencentes à redes e os construtos pesquisados.

4.11 Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais

As empresas podem apresentar percepções diferentes na maneira com que acessam os

recursos, sejam eles físicos, financeiros, organizacionais, humanos, reputacionais, inovativos,

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62

no relacionamento com outras empresas ou no seu desempenho. Com o intuito de atender aos

objetivos da pesquisa, de comparar a percepção das empresas pertencentes e não pertencentes

às redes organizacionais em relação a essas variáveis, realizou-se o teste t apresentado na

sequência.

Os recursos físicos representam neste estudo a estrutura física, construção, materiais,

equipamentos de informática e tecnologia. Comparando as médias das respostas dos dois

grupos (pertencentes e não pertencentes à rede), observa-se pela análise do teste t, que apenas

a variável Rfis3, que representa a facilidade que a empresa tem em melhorar a infraestrutura

física não apresentou significância (p > 0,05) na comparação das médias entre os dois grupos,

os demais (RFis1, RFis2 e RFis4) demonstraram significância no teste t. Porém, a média de

respostas da variável latente Recursos Físicos não apresentou signficância estatística (Tabela

11), sugerindo que a percepção de acesso a recursos físicos é a mesma para os dois grupos.

Tabela 11 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Físicos

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

RFis1 Pertentente à rede 54 4,370 1,508

-2,526* Não pertencente à rede 62 5,097 1,575

RFis2 Pertentente à rede 54 4,481 1,501

-2,165* Não pertencente à rede 62 5,081 1,474

RFis3 Pertentente à rede 54 4,333 1,769

1,601 Não pertencente à rede 62 3,823 1,664

RFis4 Pertentente à rede 54 4,648 1,481

-3,109* Não pertencente à rede 62 5,484 1,411

Construto

Recursos Físicos

Pertentente à rede 54 4,458 1,409 -1,660

Não pertencente à rede 62 4,871 1,267

* Nível de significância p<0,05

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Quanto aos recursos financeiros, que representa a facilidade na obtenção de recursos

junto à instituições bancárias e aos sócios, das quatro variáveis, RFin4, que representa a

facilidade de obtenção de recursos junto aos sócios para investimento no negócio, não

apresentou valor para o teste t significativo (p > 0,05). RFin1, RFin2 e RFin3 apresentaram t-

valor significativo (p < 0,05). Avaliando o construto Recursos Financeiros, a partir do teste t,

este apresentou significância estatística entre os grupos, ou seja, as empresas pertencentes e não

pertencentes à redes, avaliam os recursos financeiros de maneira diferentes, sendo que a média

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63

para o grupo de empresas pertencentes (4,685) foi maior do que para o grupo de empresas não

pertencentes (4,020), e essa diferença entre as médias foi estatisticamente significativa ao nível

de p < 0,05.

Assim, são reforçadas as propostas teóricas de que as empresas que buscam ingressar

em rede interorganizacional querem alavancar seus resultados, principalmente financeiros, e

percebem um maior acesso a esse recurso após o ingresso (HUMAN; PROVAN, 1997;

BALESTRIN; VARGAS, 2004). Também, as empresas em rede ampliam suas fontes de

recursos financeiros quando estabelecidas em rede e aumentam o seu desempenho quanto à

lucratividade e crescimento econômico (GRANT, 1991; WEGNER et al., 2016).

Tabela 12 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Financeiros

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

RFin1 Pertentente à rede 54 4,833 1,634

2,469* Não pertencente à rede 62 4,016 1,894

RFin2 Pertentente à rede 54 4,889 1,678

3,140* Não pertencente à rede 62 3,806 1,990

RFin3 Pertentente à rede 54 4,704 1,744

3,353* Não pertencente à rede 62 3,548 1,939

RFin4 Pertentente à rede 54 4,315 1,841

1,203 Não pertencente à rede 62 4,710 1,692

Construto

Recursos Financeiros

Pertentente à rede 54 4,685 1,572 2,243*

Não pertencente à rede 62 4,020 1,610

* Nível de significância p<0,05

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Quanto aos Recursos Organizacionais, que são recursos intangíveis envolvendo

procedimentos e processo, duas variáveis apresentaram diferença estatística significativa na

comparação das médias (RO1 que atenta sobre a flexibilidade e rapidez de resposta às condições

e mudanças do mercado, e RO3 sobre a facilidade na realização dos processos organizacionais).

RO2, que refere-se à habilidade que a empresa possui em identificar e aproveitar oportunidades

de mercado e RO4, sobre a facilidade na realização dos processos organizacionais para atender

os clientes não apresentaram diferença significativa para o valor de teste t na comparação das

médias entre os dois grupos.

Em suma, para o construto Recursos Organizacionais, os dois grupos assumiram

diferenças de média de respostas significativas ao nível de p <0,05, sendo que para o grupo que

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64

pertence a rede a média foi maior (5,513) em relação ao grupo de empresas que não pertence

(5,141). As empresas em rede acessam melhores soluções para seus processos, visto que o

acesso facilitado à soluções compartilhadas traz resultados positivos para o negócio, bem como

agiliza processos que auxiliam na formulação de estratégia competitiva (FAYARD, 2000,

VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008).

Tabela 13 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Organizacionais

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

RO1 Pertentente à rede 54 5,648 1,261

2,075* Não pertencente à rede 62 5,194 1,099

RO2 Pertentente à rede 54 5,704 1,326

1,799 Não pertencente à rede 62 5,306 1,049

RO3 Pertentente à rede 54 5,444 1,110

2,039* Não pertencente à rede 62 5,048 0,982

RO4 Pertentente à rede 54 5,259 1,362

1,072 Não pertencente à rede 62 5,016 1,078

Construto

Recursos Organiacionais

Pertentente à rede 54 5,513 1,044 2,125*

Não pertencente à rede 62 5,141 0,844

* Nível de significância p<0,05

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Para os Recursos Humanos que avaliou a contratação, treinamento e comunicação de

funcionários, por mais que para o grupo que pertence à rede as médias em todas as questões

foram maiores do que para o grupo que não pertence, essa diferença não foi estatisticamente

significativa, pois nenhuma das variáveis apresentou t-valor significativo, não havendo

diferenças entre os respondentes dos dois grupos quanto aos recursos humanos.

Tabela 14 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Humanos

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

RH1 Pertentente à rede 54 3,944 1,664

1,518 Não pertencente à rede 62 3,468 1,705

RH2 Pertentente à rede 54 4,241 1,612

0,943 Não pertencente à rede 62 3,968 1,503

(continua...)

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65

Continuação da Tabela 14

RH3 Pertentente à rede 54 4,981 1,447

0,185 Não pertencente à rede 62 4,935 1,226

RH4 Pertentente à rede 54 5,167 1,193

0,526 Não pertencente à rede 62 5,048 1,220

Construto

Recursos Humanos

Pertentente à rede 54 4,583 1,109 1,060

Não pertencente à rede 62 4,354 1,199

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A reputação das empresas pesquisadas foi avaliada por meio de quatro variáveis

observáveis, e após realizado o teste t, não foi observado diferença estatística nas médias das

respostas dos grupos, visto que a média de respostas para esse construto ficou bem próxima

entre os dois, 6,439 para o grupo pertencente à rede e 6,419 para o grupo não pertencente, sendo

esta variável com maior média entre as demais observadas. Os dois grupos percebem a

reputação da empresa como alta, e as médias de respostas não apresentaram diferenças

significativas.

Tabela 15 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Recursos Reputacionais

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

RRep1 Pertentente à rede 54 6,444 0,663

-0,191 Não pertencente à rede 62 6,468 0,645

RRep2 Pertentente à rede 54 6,333 0,890

0,887 Não pertencente à rede 62 6,194 0,806

RRep3 Pertentente à rede 54 6,407 0,858

-0,087 Não pertencente à rede 62 6,419 0,615

RRep4 Pertentente à rede 54 6,574 0,689

-0,192 Não pertencente à rede 62 6,597 0,585

Construto

Recursos Reputacionais

Pertentente à rede 54 6,439 0,698 0,172

Não pertencente à rede 62 6,419 0,579

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O relacionamento com outras empresas foi avaliado por meio de quatro variáveis a

respeito da interação que a empresa estabelece para fazer negócios em conjunto com outras

empresas do setor. Apenas uma variável (ROE1) que avaliou se a rádio realiza compra, venda

ou propaganda em conjunto com outras empresas do setor apresentou t-valor significativo, as

demais variáveis não apresentaram significância estatístiva para confirmar a diferença das

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66

médias entre os dois grupos pesquisados. Dessa forma, o construto Relações com outras

Empresas não apresentou valores de médias com diferença estatística, ou seja, as médias de

respostas dos dois grupos não foi significativamente diferente, sendo o que apresentou menores

médias em geral, o que se pode inferir que a maioria das empresas não estabelece relações com

outras empresas para desenvolver seus negócios.

Tabela 16 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Relação com Outras Empresas

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

ROE1 Pertentente à rede 54 3,370 2,242

2,087* Não pertencente à rede 62 2,613 1,653

ROE2 Pertentente à rede 54 3,722 2,086

1,860 Não pertencente à rede 62 3,048 1,814

ROE3 Pertentente à rede 54 2,444 1,859

0,551 Não pertencente à rede 62 2,274 1,461

ROE4 Pertentente à rede 54 4,204 1,897

-0,959 Não pertencente à rede 62 4,532 1,789

Relação com Outras

Empresas

Pertentente à rede 3,435 1,733 1,102

Não pertencente à rede 3,116 1,373

* Nível de significância p<0,05

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os valores de teste t com maior nível de significância foram observados na variável

Desempenho das empresas, que apresentou valores significativos em todas as variáveis

observáveis, sendo que para Des3, Des4, Des5 e Des6 os valores foram altamente significativos

(p <0,01), e para as demais variáveis, significativos ao nível de p <0,05. Dessa forma, as

empresas que pertencem à rede avaliam o seu desempenho com maior intensidade (Média =

5,478) comparado às empresas que não pertencem à rede (Média = 4,341), e essa diferença é

significativa ao nível de p <0,01.

Empresas ligadas à rede podem criar ou manter vantagem competitiva maior em relação

aos concorrentes fora dela, tanto pelo compartilhamento de recursos de maneira mais rápida,

quanto pela redução de custos, se beneficiando de fatores que empresas individuais teriam mais

dificuldade para obter, e isso tudo impacta no desempenho (JARILLO, 1998; LI; GENG, 2012).

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67

Tabela 17 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Desempenho

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

Des1 Pertentente à rede 54 5,537 1,610

3,330* Não pertencente à rede 62 4,565 1,532

Des2 Pertentente à rede 54 5,463 1,633

3,109* Não pertencente à rede 62 4,548 1,533

Des3 Pertentente à rede 54 5,389 1,720

4,204** Não pertencente à rede 62 4,113 1,548

Des4 Pertentente à rede 54 5,648 1,362

4,218** Não pertencente à rede 62 4,500 1,544

Des5 Pertentente à rede 54 5,407 1,596

4,291** Não pertencente à rede 62 4,145 1,566

Des6 Pertentente à rede 54 5,426 1,765

3,752** Não pertencente à rede 62 4,177 1,806

Construto

Desempenho

Pertentente à rede 54 5,478 1,251 4,763**

Não pertencente à rede 62 4,341 1,309

* Nível de significância p<0,05

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

No quesito Inovação, avaliado por meio de seis questões envolvendo desenvolvimento

de novos produtos e serviços, e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, as empresas dos

dois grupos não apresentaram diferença estatística, sendo que das seis variáveis observáveis,

apenas uma apresentou significância estatística (In2), que refere-se à melhorias em

produtos/serviços nos últimos anos. Sendo assim, as empresas dos dois grupos não apresentam

diferença estatística no que se refere à Inovação.

Tabela 18 - Comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes

interorganizacionais quanto ao construto Inovação

Variáveis Tipo de Empresa Nº de

Empresas Média

Desvio

padrão t-valor

In1 Pertentente à rede 54 5,870 0,991

1,650 Não pertencente à rede 62 5,516 1,277

In2 Pertentente à rede 54 5,741 1,152

2,588* Não pertencente à rede 62 5,097 1,478

In3 Pertentente à rede 54 5,352 1,261

1,777 Não pertencente à rede 62 4,903 1,433

In4 Pertentente à rede 54 5,241 1,439

1,571 Não pertencente à rede 62 4,806 1,524

(continua...)

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68

Continuação da Tabela 18

In5 Pertentente à rede 54 5,074 1,778

0,332 Não pertencente à rede 62 4,968 1,669

In6 Pertentente à rede 54 4,611 1,595

-0,060 Não pertencente à rede 62 4,629 1,611

Inovação Pertentente à rede 54 4,986 1,071

1,567 Não pertencente à rede 62 5,314 1,170

* Nível de significância p<0,05

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A partir do estudo das possíveis interferências dos respondentes, identificou-se que o

pertencimento à rede é relevante quanto à avaliação dos Recursos Financeiros, Recursos

Organizacionais e no Desempenho das empresas e que esses fatores são avaliados com maiores

índices se comparado às empresas que não pertencem à rede; e quanto aos Recursos Físicos,

Recursos Humanos, Recursos Reputacionais, Relação com Outras Empresas e Inovação, o fato

de pertencer ou não à uma rede não modifica o nível de respostas dos participantes da pesquisa.

4.12 Correlação de Pearson

Antes de partir para as análises de regressão, realizou-se também o teste de correlação

de Pearson, a fim de verificar a existência ou não de associação entre os construtos e ainda,

cumprir com um dos pré-requisitos para regressão, ou seja, a ausência de multicolinearidade,

verificada a partir da tabela de correlação.

Um coeficientes de correlação de uma amostra entre duas variáveis independentes maior

do que +0,70 ou menor que -0,70 é evidência de problemas potenciais de multicolineariedade.

Analisando as relações entre as variáveis, observou-se que todas cumprem o requisito de

ausência de multicolinearidade, sendo a maioria significativa, exceto as relações estaelecidas

entre Rfis e RR, Rfis e ROE, Rfin e RR, e entre RR e ROE.

Tabela 19 - Matriz de correlação das variáveis (n = 116)

Construto RFis Rfin RO RH RR ROE Des Ino

Rfis 1,000

Rfin 0,459** 1,000

RO 0,347** 0,334** 1,000

RH 0,294** 0,405** 0,598** 1,000

RR 0,159 0,132 0,401** 0,304** 1,000

ROE 0,110 0,368** 0,353** 0,311** 0,117 1,000

Des 0,199* 0,402** 0,514** 0,446** 0,290** 0,338** 1,000

Ino 0,241** 0,406** 0,592** 0,554** 0,260** 0,489** 0,625** 1,000

* Nível de significância p<0,05

**Nível de significância p<0,01

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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69

4.13 Regressão

Cumpridos os requisitos para realização da análise de regressão, foram executados os

modelos de regressão (Tabela 20). O modelo 1 apresenta os recursos como variável dependente

e o pertencimento à rede (ou não) como variável preditora. O modelo 2 apresenta o desempenho

como variável dependente e o pertencimento à rede (ou não) como variável preditora. Por fim,

no modelo 3, o desempenho também como variável dependente e os recursos como variável

independente.

Tabela 20 - Teste de significância dos coeficientes de regressão parciais do modelo de

regressão com a variável dependente e variável independente

Modelo Variável

Dependente Variável independente

Coeficiente

padronizado

(Beta)

t Sig.

1 Recursos

Rede

-0,188 -1,384 0,172

2 Desempenho

Rede

0,074 0,533 0,597

3

Desempenho

Recursos

0,594 7,879 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O modelo 1 estabelece que o pertencimento ou não a uma rede prediz o acesso à

recursos. O resumo do modelo foi de um R² de 0,036, que mede o quanto o modelo consegue

explicar a variabilidade dos Recursos (HAIR et al., 2005), isto é, o pertencimento ou não a uma

rede explica apenas 3,6% da variação do acesso à recursos. Somado a isso, o valor do

coeficiente padronizado da regressão não apresentou valor significativo.

Observa-se (Figura 09) que a diferença das médias entre os dois grupos é pequena, visto

que a inclinação da linha de tendência é pequena. Na equação da regressão simples, a linha

parte do intercepto (x = 0) quando a média de respostas dos que não pertencem à rede é de

4,702, quando aumentamos uma unidade de x, ou seja, quando as empresas passam a pertencer

a uma rede, o valor da média aumenta (4,917), e essa diferença é de 0,215.

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70

Figura 9 - Equação da regressão simples entre as variáveis Rede e Recursos

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Apesar do teste de regressão do modelo 1 não ter sido significativo, a Hipótese 1 foi

confirmada parcialmente, pois, considerando a análise do teste t (Tabelas 11, 12, 13, 14, 15,16

e 18) dos fatores que formam o construto “Recursos”, percebeu-se uma diferença de média

significativa quanto aos recursos financeiros e organizacionais, entre as empresas pertencentes

às redes interorganizacionais em relação às empresas individuais. Apresentando-se assim no

contexto deste estudo uma construção de vantagem para as empresas pertencentes às redes

interorganizacionais comparadas as empresas que não pertencem às redes.

Tal resultado é consistente com os obtidos por Human e Provan (1997), os quais

entendem que uma das estratégias para obter recursos não-disponíveis enquanto empresa

individual, é a entrada em uma rede, e que esta possibilita acesso à recursos inatingíveis. Da

mesma forma, Powell (1987) e Balestrin e Vargas (2004) comprovam por meio de pesquisas

que o acesso a vários recursos, dentre eles os tecnológicos e humanos é facilitado por meio de

redes. Essa relação positiva entre participação em rede e acesso a recursos segue em resultados

de pesquisas mais contemporâneas, como as de Sanches e Machado (2013), que encontraram

evidências de que adotando a lógica da visão baseada em recursos, a empresa consegue otimizar

seus próprios recursos. Provavelmente, por ocasião da amostra ser do mesmo segmento de

mercado, os dois grupos de empresas percebem o acesso aos recursos de maneira similar.

Já no modelo 2, o pertencimento ou não a uma rede previa o desempenho da empresa.

O poder de explicação foi de um R2 de 0,005, indicando que apenas 0,5% do desempenho das

empresas é explicado pelo pertencimento ou não a uma rede. Observa-se (Figura 10), que na

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 0,5 1 1,5

Rec

urs

os

Pertence à rede?

Rede x Recursos y = 0,215x + 4,702

R2 = 0,036

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71

equação da regressão, o valor do intercepto (4,341) trata-se da média das respostas da variável

Desempenho quando x = 0, isto é, quando a empresa não pertence a uma rede. Quando aumenta-

se uma unidade de x, isto é, se a empresa passar de não pertencente para pertencente a uma

rede, a média de respostas para variável Desempenho aumenta (5,477), e a diferença entre as

duas médias é de 1,136.

Figura 10 - Equação da regressão simples entre as variáveis Rede e Desempenho

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

A Hipótese 2 foi suportada pela análise do teste t (Tabela 17), visto que para todos os

fatores da variável desempenho, há diferença significativa entre as empresas pertencentes à

rede e as que não pertencem. Esse resultado corrobora os achados das pesquisas realizadas por

Li e Geng (2012) e Klein e Pereira (2014), as quais revelam que a participação em redes

interorganizacionais é fator crucial para conquistar vantagem competitiva e aumentar o

desempenho.

Por último, no modelo 3 foi verificado se os recursos são capazes de prever o

desempenho das empresas. A análise resultou em um modelo estatisticamente significativo,

com poder de explicação de 35,3%. Estes resultados confirmam que o desempenho é

influenciado positivamente pelos recursos e vão ao encontro de pesquisas realizadas

anteriormente (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008; LAIMER, 2013).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 0,5 1 1,5

Des

emp

enho

Pertence à rede?

Rede x Desempenho y = 1,136x + 4,341

R2 = 0,005

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72

Tabela 21 - Resumo dos modelos de regressão linear do estudo (n = 116)

Modelo Variável

Dependente

Variável

Independente R R2

R2

Ajustado

Erro padrão da

Estimativa

1 Recursos Rede 0,188 0,036 0,017 0,793

2 Desempenho Rede 0,074 0,005 -0,014 1,259

3 Desempenho Recursos 0,594 0,353 0,347 1,129

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

A análise da variância (ANOVA) apresenta os testes de significância dos modelos

obtidos (Tabela 22) que verificam a significância dos modelos propostos, observando o teste F

e sua significância. Observa-se que apenas o modelo 3 é estatisticamente significativo ao nível

de p < 0,001.

Tabela 22 - Análise da variância (ANOVA) dos modelos

Modelo Variável

Dependente

Variável

Independente Item

Soma dos

Quadrados

Quadrado

Médio F Sig.

1 Recursos Rede

Regressão 1,207 1,207 1,915 0,172

Resíduos 32,778 0,630

Total 33,986

2 Desempenho Rede

Regressão 0,450 0,450 0,284 0,597

Resíduos 82,497 1,586

Total 82,497

3 Desempenho

Recursos

Regressão 79,250 79,250 62,079 0,000

Resíduos 145,533 1,277

Total 224,783

Fonte: elaborado pelo autor (2018).

Diante disso, estes achados estão em congruência com os de Megna e Klock (1993) e

de Connolly e Hirschey (2005), os quais encontraram uma forte relação entre recursos

intangíveis como a inovação e um alto desempenho financeiro. Recursos financeiros e a

inovação, enquanto recurso intangível são fortes preditores de desempenho (KLEIN;

PEREIRA, 2014).

Após realizadas as análises dos modelos de regressão, partiu-se para o teste de

moderação com as variáveis tipo de rede, idade, tamanho e segmento da empresa.

4.14 Variáveis moderadoras

Além de verificar as relações diretas entre os construtos, esta pesquisa também se propôs

a investigar o efeito moderador de três variáveis nominais – tipo de rede, idade, tamanho da

rede e segmento da rede na trajetória (paths) entre as relações estabelecidas no modelo. Um

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73

efeito moderador ocorre quando um terceiro construto muda a relação entre dois ou mais

construtos relacionados, ou seja, um moderador significa que a relação entre duas variáveis

muda com base na quantia que outra variável acrescentou ao modelo (HAIR et al., 2009).

Para o teste das hipóteses moderadoras, realizou-se análise de moderação por meio da

regressão linear para explicar o efeito moderador do tipo de rede, idade, do tamanho e do

segmento da empresa na relação entre recursos e desempenho. A análise do efeito moderador

foi realizada a partir do script de Hayes (2017), seguindo os procedimentos indicados e após ter

instalado a ferramenta Process junto ao SPSS.

Análise o efeito moderador do tipo de rede na relação entre recursos e desempenho

O primeiro modelo proposto de moderação estabelece recursos como variável

independente, desempenho como variável dependente e o tipo de rede como variável

moderadora. O resumo do modelo indica que há efeito de moderação, sendo altamente

significativo (p<0,001), pois o tipo de rede interfere ou condiciona o efeito dos recursos sobre

o desempenho. A variável independente explica 42,1% (R2 = 0,421) da variável dependente

com a presença da variável moderadora, ou seja, os recursos explicam 42,1% do desempenho

das empresas, de acordo com o tipo de rede.

Tabela 23 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora -

tipo de rede Variável

Dependente

Variável

Independente R R2 F p

Desempenho Recursos 0,649 0,421 12,129 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Para melhor compreensão do comportamento da variável moderadora (tipo de rede)

sobre a relação testada, ou seja, sobre o efeito dos recursos sobre o desempenho, esta foi

observada entre os diferentes tipos de rede. Observou-se que este efeito é estatisticamente

significativo entre as redes quase vertical (afiliada) e vertical (própria) ao nível de p < 0,001.

Contudo, o tipo de rede horizontal não exerceu um efeito significativo na relação entre recursos

e desempenho (p >0,05).

Tal constatação vem ao encontro de estudos como os de Engelman, Nagel e Wegner

(2013), os quais compararam dois tipos de rede – vertical e horizontal e encontraram benefícios

e desafios semelhantes aos observados neste estudo, principalmente associados aos ganhos de

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74

escala e ganhos competitivos. Quanto ao tipo associada ou cooperada, talvez pela pequena

representatividade desse tipo na amostra, o efeito não foi observado com significância.

Tabela 24 - Análise do efeito moderador do tipo de rede na relação entre recursos e

desempenho Tipo de Rede Coeficiente Desvio padrão t p

Rede Quase Vertical 1,315 0,233 5,641 0,000

Rede Vertical 0,746 0,190 3,910 0,000

Rede Horizontal 0,177 0,369 0,480 0,633

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Análise do efeito moderador da idade da empresa na relação entre recursos e desempenho

O segundo modelo de moderação estabelece recursos como variável independente,

desempenho como variável dependente e a idade da rede como variável moderadora, esta

transformada em uma variável dummy, sendo “0” para as empresas fundadas até 1990 e “1”

para as empresas com fundação a partir dessa data.

Tal divisão utilizou o ano de 1990 como parâmetro de divisão dos grupos, considerando

que a década de 1990 foi um período de profundas mudanças econômicas, sociais e

tecnológicas. Tais aspectos podem ser descritos a partir do advento da internet. O final dos

períodos econômicos fracassados que encerraram com a estabilidade econômica do Plano Real

(1994), a constituição federal de 1988 e respectivas constituições estaduais e municipais que

impuseram novas normas legais com reflexos sociais, o consenso de Washington que

determinou uma agenda política para os países em desenvolvimento com o Brasil, devendo ter

uma orientação para o mercado.

O resumo do modelo indica que há efeito de moderação, sendo altamente significativo

(p<0,001), pois a idade da empresa interfere ou condiciona o efeito dos recursos sobre o

desempenho. A variável independente explica 35,3% (R2 = 0,353) da variável dependente com

a presença da variável moderadora, ou seja, os recursos explicam 35,3% do desempenho das

empresas, de acordo com a idade da empresa.

Tabela 25 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(Idade da empresa) Variável

Dependente

Variáveis

Independentes R R2 F P

Desempenho Recursos 0,594 0,353 20,386 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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75

Esse resultado corrobora os achados de Verschoore e Balestrin (2008), os quais

encontraram evidências significativas sobre o tempo de atuação da empresa na valorização de

diferentes recursos, comparando-se empresas com mais e menos tempo de atuação.

Análise do efeito moderador do tamanho da empresa na relação entre recursos e

desempenho

A terceira hipótese de moderação previa o efeito moderador do tamanho da empresa na

relação entre recursos e desempenho. Observando o resumo do modelo de regressão, este

mostrou-se estatisticamente significativo ao nível de p<0,001, com força de explicação do

modelo em 45,3% (R2 = 0,453). Esse resultado permite inferir que o tamanho das empresas

(microempresa, pequena, média ou grande) condiciona o efeito dos recursos no desempenho.

Tabela 26 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(Tamanho da empresa) Variável

Dependente

Variáveis

Independentes R R2 F P

Desempenho Recursos 0,673 0,453 30,994 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Tal resultado demonstra uma convergência com os encontrados na literatura.

Verschoore e Balestrin (2008) verificaram a relação entre o tamanho da empresa e o valor

atribuído a acesso às soluções. O resultado de tal pesquisa foi positivo e significativo, na medida

que as diversas vantagens obtidas por meio das redes de cooperação dependem do contínuo

crescimento do número de seus membros.

Análise do efeito moderador do segmento da empresa na relação entre recursos e

desempenho

Por fim, verificou-se o efeito do segmento da empresa na relação entre recursos e

desempenho. O segmento da empresa mostrou-se significativo (p<0,001) como moderador da

relação entre recursos e desempenho, com nível de explicação do modelo em 38,8%.

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Tabela 27 - Resumo do modelo de regressão linear com a presença da variável moderadora

(Segmento da empresa) Variável

Dependente

Variável

Independente R R2 F p

Desempenho Recursos 0,623 0,388 10,593 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Analisando o segmento da empresa, seja comercial ou cultural, apenas o segmento

comercial apresentou-se como significativo no modelo de moderação, sendo seu coeficiente

significativo ao nível de p<0,001 e o segmento de rádio cultural ou comunitária não foi

significativo.

Tabela 28 - Análise do efeito moderador do segmento da empresa na relação entre recursos e

desempenho Segmento Coeficiente Desvio padrão T p

Comercial 0,910 0,173 5,262 0,000

Cultural/Comunitária -7,241 3,927 -1,843 0,071

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Com base nos resultados, é possível inferir que o tipo de rede, a idade, o tamanho e o

segmento da empresa contribuem para explicar o efeito dos recursos no desempenho das rádios.

O modelo que apresentou maior poder de explicação, maior R2, foi o que incluiu o tamanho da

empresa como moderador entre a relação dos recursos com o desempenho.

Avaliando o teste das hipóteses, a primeira delas foi confirmada parcialmente, sendo

que, para determinados recursos (Financeiros e Organizacionais), a diferença das médias entre

os dois grupos de empresas (pertencentes e não pertencentes à rede) foi significativo, indicando

que pertencer à rede contribui para acessar recursos financeiros e organizacionais e não

significativo quando se trata de recursos físicos, humanos, reputacionais, relação com outras

empresas e recursos de inovação.

As hipóteses H2 e H3 foram confirmadas, com respaldo estatístico e teórico, permitindo

algumas observações, como a significância do teste t, quando comparados os dois grupos de

empresas na métrica do construto desempenho, confirmando a hipótese dois, sendo que todas

as variáveis observáveis foram significativas no teste de diferença entre os grupos. Na H3, que

previa o relacionamento positivo e significativo entre recursos e desempenho, sendo o primeiro

como preditor do segundo, os resultados foram positivos e significativos, corroborando a

literatura existente sobre o assunto.

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77

Quanto às hipóteses de moderação (H4a, b, c e d), todas apresentaram-se significativas

e positivas, sendo que foi testada moderação do tipo da rede, idade, tamanho e segmento da

empresa na relação entre recursos e desempenho. O resumo das hipóteses de pesquisa pode ser

conferido no Quadro 8.

Quadro 8 - Hipóteses de pesquisa Hipótese de pesquisa Resultado

H1 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas

pertencentes maior acesso aos recursos se comparado às empresas não

pertencentes.

Confirmada

parcialmente

H2 – As redes interorganizacionais possibilitam às empresas

pertencentes um melhor desempenho, se comparado às empresas não

pertencentes.

Confirmada

H3 – O acesso à recursos está positivamente associado com o

desempenho. Confirmada

H4a - O Tipo de rede modera a relação entre recursos e desempenho. Confirmada

H4b – A idade da empresa modera a relação entre recursos e

desempenho. Confirmada

H4c - O Tamanho da empresa modera a relação entre recursos e

desempenho. Confirmada

H4d - O Segmento da empresa modera a relação entre recursos e

desempenho. Confirmada

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo investigar o efeito das redes interorganizacionais no

acesso aos recursos e no desempenho das empresas, se há diferença entre empresas pertencentes

e não pertencentes às redes interorganizacionais, e, ainda, avaliar o efeito moderador entre os

diversos tipos de redes, a idade, o tamanho ou o segmento da empresa entre recursos e

desempenho. A proposta teórica deste estudo está ancorada na literatura sobre redes

interorganizacionais, nos recursos estratégicos da organização sob a ótica da RBV e no

desempenho como medida de vantagem competitiva.

Para cumprir com o objetivo específico “a”, de caracterizar as empresas, 116 empresas

de radiodifusão foram pesquisadas, todas no estado do Rio Grande do Sul, sendo que destas, 54

fazem parte de alguma rede e 62 são independentes, a maioria configurada quanto ao porte

como micro e pequena empresa, divididas entre o segmento comercial ou comunitária. Os tipos

de rede encontrados na amostra foram o vertical (própria), quase vertical (afiliada) e, ainda, o

tipo de rede horizontal (cooperada/associada).

Avaliando a possível diferença existente na percepção dos diferentes grupos de

empresas, identificou-se que o pertencimento à rede é significativo quanto à avaliação dos

Recursos Financeiros, Recursos Organizacionais e no Desempenho. Quanto aos Recursos

Físicos, Recursos Humanos, Recursos Reputacionais, Relação com Outras Empresas e

Inovação, estas variáveis não foram significativas, mesmo que as médias em todas as variáveis

tenha sido maior para o grupo de empresas pertencente à rede.

Verificada a relação entre pertencer à rede e o acesso aos recursos (objetivos específicos

“b”), os resultados sugerem que, para alguns tipos de recursos como os financeiros e

organizacionais, há diferença estatística significativa na diferença de percepção entre os dois

grupos de empresas, pertencentes e não pertencentes à rede, suportando parcialmente a hipótese

1. A relação entre pertencer à rede e o desempenho (objetivos específicos “c”) foi verificada

por meio do teste t, confirmando a hipótese H2, ou seja, existe diferença estatística na percepção

dos diferentes grupos de empresas no que diz respeito ao desempenho, na medida que, as

empresas em rede percebem um desempenho melhor comparado às empresas independentes.

Diante disso, esses resultados convergem com a literatura sobre redes, que apontam

melhor acesso à recursos quando empresas pertencem à rede (VAN WAARDE, 1992;

BALESTRIN; VARGAS, 2004; LAIMER, 2015), aumentando sua vantagem competitiva e

acessando recursos valiosos que dificilmente seriam acessados quando em formato de empresa

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independente. Da mesma forma, o desempenho das empresas em rede é percebido como

superior se comparado às empresas independentes. Estudos como os de Ebbers e Jarillo (1998),

Marcon e Moinet (2000), Li e Gemg (2012) e Klein e Pereira (2014) apresentam em seus

resultados que a conjuntura em rede facilita a atuação no mercado, por meio de movimentos

que agregam valor à empresa, compartilhamento de recursos e acesso mais rápido a estes.

Empresas que compartilham recursos melhoraram suas condições de acesso aos mesmos

e, por consequência, aumentam seu desempenho tornando-se mais eficazes na forma de lidar

com a complexidade dos negócios propostos por seu ambiente (ALVES; PEREIRA, 2015).

Consonante com a literatura, a relação entre o acesso aos recursos e o desempenho (objetivo

específico “d”) mostrou-se positiva e significativa, permitindo confirmar a hipótese 3 da

pesquisa e corroborar os achados de Balestrin e Vargas (2004) e Porter e Krammer (2011), os

quais conferem que quanto maior for o acesso aos recursos organizacionais e compartilhados,

melhor será o desempenho.

A relação da variável moderadora tipo de rede entre recursos e desempenho foi

confirmada com significância estatística, visto que para os tipos vertical e quase vertical, o

coeficiente foi positivo e significativo, confirmando a hipótese moderadora H4a, quanto ao tipo

associada ou cooperada, talvez pela pequena representatividade desse tipo na amostra, o efeito

não foi observado com significância. A moderação da idade da empresa entre recursos e

desempenho (H4b) também foi confirmada estatisticamente, bem como o porte da empresa

(H4c), sendo que o porte da empresa condiciona o efeito dos recursos no desempenho. Da

mesma forma, o segmento da empresa de rádio que foi dividido em comercial e cultural também

se mostrou significativo como moderador da relação entre recursos e desempenho (H4d). Os

resultados de moderação se somam aos de outros autores que comparam o tamanho das

empresas (DINIZ PEREIRA et al., 2010), tipos de rede| (MARCON; MOINET 2000;

ENGELMAN; NAGEL; WEGNER, 2013) e o segmento (FERRARETTO, 2014).

Empresas de menor porte possuem poucos recursos e, portanto, são as que mais sentem

as dificuldades (TRACEY; CLARCK, 2003). Por sua vez, a literatura, em sua generalidade,

trata do acesso aos redes como fator determinante para acessar melhores recursos e aumentar o

desempenho da empresa (BALESTRIN; VARGAS, 2004; KRAMMER, 2011; ALVES;

PEREIRA, 2015; WEGNER et al., 2016).

Em termos acadêmicos, a pesquisa contribui para preencher lacunas identificadas na

literatura como, por exemplo, o estudo de um contexto específico, a radiodifusão, na literatura

de redes interorganizacionais. Uma das contribuições deste estudo para as pesquisas

acadêmicas reside nos resultados obtidos para avaliar a relação entre os recursos específicos

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80

(financeiros e organizacionais) e o pertencimento à rede, com suporte teórico (BALESTRIN;

VARGAS, 2004; VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008; SANCHES; MACHADO, 2013) e

estatístico. Outra contribuição desta dissertação reside no framework para análise de empresas

em rede (ou não) no que diz respeito ao desempenho, a qual identificou que empresas em rede

possuem desempenho melhor comparadas à empresas não pertencentes. Este achado pode estar

relacionado ao acesso facilitado aos recursos, disseminação de informação e compartilhamento

de estratégias para atingir vantagem competitiva.

Além do mais, este estudo trouxe importante discussão no que diz respeito à moderação

do tipo de rede, idade, tamanho e segmento da empresa na relação entre recursos e desempenho,

visto que todas as variáveis moderadoras apresentaram efeito positivo e significativo, sugerindo

que o tipo de rede, seja ela vertical, quase vertical ou horizontal, apresenta efeito de moderação

na relação entre recursos e desempenho, no mesmo sentido que Engelman, Nagel e Wegner

(2013) observaram em seu estudo, principalmente quanto aos ganhos de escala. No mesmo

sentido, pode-se citar o efeito da idade da empresa como moderadora da relação entre recursos

e desempenho, uma vez que foram observadas evidências significativas sobre o tempo de

atuação da empresa, na mesma direção dos achados de Verschoore e Balestrin (2008), sobre

valorização de diferentes recursos conforme o tempo de atuação e também sobre o tamanho da

firma, na medida que as diversas vantagens obtidas por meio das redes de cooperação dependem

do contínuo crescimento do número de seus membros. Ainda, sobre o segmento da empresa

como moderador da relação entre recursos e desempenho, enfatiza-se o segmento comercial

com maior efeito entre os demais. Esses resultados positivos do efeito de moderação entre as

variáveis métricas recursos e desempenho indicam novos horizontes de pesquisa para o

universo acadêmico, com um modelo de análise que inclui variáveis de moderação em um

contexto específico, redes de radiodifusão, ainda incipiente na literatura.

Quanto aos aspectos gerenciais, com extinção do serviço de radiodifusão sonora em

ondas médias AM, por obrigatoriedade de lei, para o FM, frequência esta que aumenta a

qualidade do sinal, porém diminui o alcance comparado ao AM para uma distância máxima de

100 Km, este fato oportuniza uma possibilidade da execução de estratégias de expansão e ou

integração das redes em outras regiões, assim ampliando a área de cobertura de atuação.

Assim, o estudo corrobora com o entendimento das vantagens das empresas ampliarem

a utilização da rede, seja na forma vertical, com a possibilidade de aumento do número de filiais,

se utilizando dos recursos disponíveis e otimizando os custos de operação que possibilitam

atuação em novos mercados com ganhos de escala e gerando maior vantagem competitiva; na

forma quase vertical, agregando novas possibilidades, buscando aumentar a parceria e

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81

utilização de recursos, principalmente humanos e organizacionais, mantendo a sua

independência e autonomia, não ficando atrelados em sua maioria tão somente no

compartilhamento de programas; e na forma horizontal, buscando expandir a rede com a

aderência de novas empresas independentes, potencializando recursos e desempenho através

das relações e trocas.

O estudo pode vir a fortalecer os laços entre as empresas que buscam novas parcerias

na ampliação da rede e chamar a atenção de gestores sobre a importância dos recursos, do se

investir em recursos e o compartilhamento destes para aumentar o desempenho; principalmente

no que tange aos recursos físicos, trocando equipamentos, comprando em conjunto, utilizando

TI, softwares específicos para melhorar as análises gerenciais; recursos humanos, visando

treinamentos e uma qualificação conjunta das pessoas, criação de banco de talentos; recursos

reputacionais e relações com outras empresas, fortalecendo a imagem através do

compartilhamento e curadoria de informações, realizando pesquisas em conjunto; inovação,

colocando esforços na busca por estudos conjuntos de novas práticas, processos, novas

plataformas, novas ações que tragam redução de custos e aumento de resultados.

Embora a execução deste estudo apresente rigor científico, algumas limitações

metodológicas devem ser consideradas para efeito da compreensão dos resultados. A primeira

delas é relativa à composição da amostra. Os resultados aqui expressos devem ser apreciados

sob o contexto da amostra pesquisada, não devendo ser generalizados para contextos amostrais

muito divergentes deste. Para superar esta limitação imposta pelo estudo, sugere-se que novas

coletas de dados sejam efetuadas em outros contextos, com maior número de participantes, com

maior variabilidade, visto que a amostra obteve em sua maioria PME’s, e ainda, comparando

diferentes redes de empresas de outros segmentos de mercado.

Apesar das limitações destacadas, espera-se que este trabalho tenha vindo a contribuir

para um melhor e maior entendimento a respeito de redes interorganizacionais, fomentando

novas discussões teóricas a respeito do assunto, assim como, contribuir com os gestores de

empresas para um melhor planejamento.

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90

APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa

Senhor gestor!

Este questionário faz parte de um projeto de pesquisa que está sendo realizado na IMED, sob

a coordenação do professor Dr. Claudionor Guedes Laimer e tem como objetivo investigar o

pertencimento ou não às redes, o acesso à recursos e o desempenho das empresas de radiodifusão.

Salientamos que todos os dados e informações obtidos nesta pesquisa são de caráter

confidencial e destinam-se ao estudo acadêmico. Não serão divulgados dados ou informações

individuais das empresas. Os dados serão analisados de forma agregada.

Agradecemos desde já a sua colaboração.

Mauro Sergio Vanin | Pesquisador

[email protected] Claudionor Guedes Laimer | Pesquisador

[email protected]

QUESTIONÁRIO Nº _____

Preencha os dados de identificação da empresa:

Nome empresarial: Cidade:

Ano de fundação da empresa: Número de empregados:

Assinale com um “X” na alternativa que corresponde à realidade da empresa:

A rádio pertence a qual segmento? [ ] Rádio comercial

[ ] Rádio comunitária / cultural

A rádio pertence a

alguma rede?

[ ] Não (rádio independente). [ ] Própria (rádio de um mesmo grupo empresarial) [ ] Afiliada (p. ex: Gaúcha, Guaíba, Band, etc.). Qual?___________________ [ ] Cooperada / associada. Qual?____________________

Qual é o porte (tamanho) da empresa,

faturamento-ano?

[ ] Microempresa [ ] Pequena [ ] Média [ ] Grande

Inferior a R$ 360.000,00 Entre R$ 360.000,00 a R$ 1.200.000,00 Entre R$ 1.200.000,00 a R$ 2.400.000,00 Superior a R$ 2.400.000,00

OBS: Se a rádio pesquisada for uma filial indicar o porte (tamanho) com base na média de faturamento dessa filial.

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Avalie cada uma das afirmativas, indicando a sua opinião quanto ao grau de concordância ou

discordância. Marque um “X” no número que melhor representa a sua opinião.

Recursos físicos Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

1) A rádio tem facilidade na aquisição de máquinas e equipamentos. 1 2 3 4 5 6 7

2) A rádio tem facilidade na aquisição de matérias-primas, produtos e/ou mercadorias. 1 2 3 4 5 6 7

3) A rádio tem facilidade em melhorar a infraestrutura física (prédio, instalações, etc.). 1 2 3 4 5 6 7

4) A rádio tem facilidade na aquisição de programas (software) e equipamentos de informática (hardware). 1 2 3 4 5 6 7

Avalie cada uma das afirmativas, indicando a sua opinião quanto ao grau de concordância ou

discordância. Marque um “X” no número que melhor representa a sua opinião.

Recursos financeiros Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

5) A rádio tem facilidade na obtenção de empréstimo bancário para capital de giro. 1 2 3 4 5 6 7

6) A rádio tem facilidade na obtenção de financiamento bancário para aquisição de máquinas, equipamentos e veículos. 1 2 3 4 5 6 7

7) A rádio tem facilidade na obtenção de financiamento bancário para construção, reforma e ampliação 1 2 3 4 5 6 7

8) A rádio tem facilidade na obtenção de recursos dos sócios para investimentos no negócio. 1 2 3 4 5 6 7

Recursos Organizacionais Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

9) A rádio tem flexibilidade e rapidez para responder as condições e mudanças do mercado. 1 2 3 4 5 6 7

10) A rádio possui habilidade de identificar e aproveitar as oportunidades de mercado. 1 2 3 4 5 6 7

11) A rádio tem facilidade na realização das rotinas, procedimentos e processos organizacionais. 1 2 3 4 5 6 7

12) A rádio tem facilidade na realização dos processos organizacionais

para atender os clientes. 1 2 3 4 5 6 7

Recursos Humanos Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

13) A rádio tem facilidade na contratação de funcionários qualificados. 1 2 3 4 5 6 7

14) A rádio tem facilidade na realização de treinamento dos funcionários.

1 2 3 4 5 6 7

15) A rádio tem facilidade em proporcionar a troca de informações entre os funcionários.

1 2 3 4 5 6 7

16) A rádio tem facilidade na utilização dos conhecimentos gerados pelos funcionários. 1 2 3 4 5 6 7

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Recursos Reputacionais Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

17) A rádio tem credibilidade junto aos clientes, fornecedores e instituições locais. 1 2 3 4 5 6 7

18) A rádio tem visibilidade junto aos clientes, fornecedores e instituições locais. 1 2 3 4 5 6 7

19) A rádio tem status e prestígio junto aos clientes, fornecedores e instituições locais.

1 2 3 4 5 6 7

20) A rádio tem boa reputação junto aos clientes, fornecedores e instituições locais.

1 2 3 4 5 6 7

Avalie cada uma das afirmativas, indicando a sua opinião quanto ao grau de concordância ou

discordância. Marque um “X” no número que melhor representa a sua opinião.

Relações com outras empresas Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

21) A rádio realiza compra, venda ou propaganda em conjunto com outras empresas do setor.

1 2 3 4 5 6 7

22) A rádio realiza projetos e/ou atividades em conjunto com empresas do setor.

1 2 3 4 5 6 7

23) A rádio realiza a contratação e treinamento de pessoal em conjunto com empresas do setor.

1 2 3 4 5 6 7

24) A rádio troca informações e conhecimentos com outras empresas do setor.

1 2 3 4 5 6 7

Desempenho Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

25) A rádio teve aumento no faturamento nos últimos anos. 1 2 3 4 5 6 7

26) A rádio teve crescimento nas vendas nos últimos anos. 1 2 3 4 5 6 7

27) A rádio teve aumento nos lucros sobre as vendas nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

28) A rádio teve aumento na produtividade nos últimos anos. 1 2 3 4 5 6 7

29) A rádio teve aumento na rentabilidade nos últimos anos. 1 2 3 4 5 6 7

30) A rádio teve redução dos custos nos últimos anos. 1 2 3 4 5 6 7

Inovação Discordo Totalmente

Concordo Totalmente

31) A rádio desenvolveu novos produtos e/ou serviços (comercial/editorial) nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

32) A rádio melhorou significativamente seus produtos e/ou serviços (comercial/editorial) nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

33) A rádio desenvolveu novos processos organizacionais nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

34) A rádio melhorou significativamente seus processos organizacionais nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

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35) A rádio investiu em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos (novas plataformas/digital) nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

36) A rádio contratou ou investiu no treinamento de funcionários para as atividades de inovação nos últimos anos.

1 2 3 4 5 6 7

Caso deseje receber uma cópia do resultado final desta pesquisa, por favor, informe um e-mail para

que possamos entrar em contato futuramente:

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MUITO OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!