Entre vozes e silêncios, um sujeito se inscreve na experiência da ...
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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE
DOCENTES EM ARTE E EDUCAÇÃO
A OBRIGATORIEDADE DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO
MARCIA MARIA CARLOS
Fortaleza – CE 2012
MARCIA MARIA CARLOS
A OBRIGATORIEDADE DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Arte-Educação, do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Arte-Educação da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Orientador: Prof. Ms. Vicente de Lima-Neto
Fortaleza – CE 2012
Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Arte-Educação, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Arte-Educação, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF.
_________________________________________________ Marcia Maria Carlos
___________________________________________________ Professor Orientador: Ms. Vicente de Lima-Neto
Nota obtida:________________
Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____
DEDICATÓRIA
A Deus por demonstrar inúmeras vezes sua bondade e presença em minha
vida. Pela luminosidade imprimida em minha mente, proporcionando-me inteligência
suficiente para a conclusão deste curso, minha eterna gratidão.
Dedico à minha família, que são os maiores responsáveis pelo que sou
hoje.
Aos meus pais, que sempre estiveram ao nosso lado, servindo de alicerce,
por serem sinônimo de simplicidade e união.
.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS pela força para continuar apesar do cansaço e
sobrecarga de atividades e por nos conceder a vida.
Agradeço também pela saúde, pela proteção e por nos dar forças e
coragem para não desanimar no meio do caminho.
Agradeço a família pelo apoio, pela força e acima de tudo por sempre
estarem presentes nas nossas vidas, nos guiando durante esse tempo no qual
pudemos contar.
Agradeço aos amigos por ter nos ajudado a superar as dificuldades,
preocupações, nervosismo, e até mesmo o desanimo.
A TODOS, meu muito Obrigada!
“O único homem que educa é aquele que aprendeu como aprender; que aprendeu como se
adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro, que nenhum processo
de buscar conhecimento oferece uma base de segurança”.
Carl R. Rogers.
RESUMO
Nas escolas, o ensino das Artes em muitas ocorrências deixam muito a desejar, pois é desenvolvida de forma aleatória, sem tanto compromisso como nas demais disciplinas. As escolas deveriam tomá-la como um instrumento mais eficaz e prazeroso na construção do conhecimento, já que a mesma possui uma história de vida, e através dela se desenvolve as mais variadas formas de expressão humana. Portanto, o presente trabalho é resultado de uma pesquisa exploratória, didático- pedagógica, na qual teve a intenção de contribuir para a compreensão da função da música, que está incluída na disciplina de Artes, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, tendo como temática a Lei 11.769 de 2008, que torna obrigatório o ensino da música. Deste modo, o objetivo deste estudo é de verificar se uma instituição de ensino está realizando a emenda musical de forma que os alunos aprendam a musicalização. A justificativa deste trabalho é pelo fato da música ser de suma importância para o aprendizado do aluno, porém para que isso ocorra os professores devem utilizar os recursos pedagógicos de forma apropriada, fazendo assim com que os alunos expressem sua imaginação, facilitando a aprendizagem. Palavras-chaves: Música, Aprendizagem, Metodologias
ABSTRACT
In schools, the teaching of the Arts in many instance leave much to be desired as it is developed randomly without much commitment as in other disciplines. Schools should take it , as a more effective and enjoyable tool in the construction of knowledge, since it has a life story, and it develops through the various forms of human expression. Therefore, this work is the result of an exploratory research, teaching, educacional, which was intended to contribute to understanding the function of music, which is included in the discipline of Arts, in the early grades of elementary school, taking as its theme the law 11,769 of 2008, mandating the teaching of music. Thus, the objective of this study is to determine whether an educational institution is performing the musical seam so that students learn music, this work is justified because the music is very important for student learning, but so that this can occur, teachers must use teaching resources properly, thus causing students to express their imagination, bringing ease of learning. Keywords: Music, Learning, Methodologies
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 14
HISTÓRIA DA MÚSICA ............................................................................................ 14
2.1 A MÚSICA NO BRASIL ....................................................................................... 17
2.2 O ENSINO DAS ARTES E DA MÚSICA ............................................................. 19
2.3 O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA ............................................. 21
2.4 O PROFESSOR DE ARTES QUANTO AO ENSINO DA MÚSICA ..................... 23
2.5 A MÚSICA COMO PROCESSO DE MOTIVAÇÃO E DE APRENDIZAGEM ...... 26
CAPÍTULO III ............................................................................................................ 30
METODOLOGIA ........................................................................................................ 30
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 30
3.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS .............................................................. 31
3.3 CONSTRUÇÃO DOS DADOS ............................................................................ 32
3.4 UNIVERSO DE ANÁLISE.................................................................................... 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
ANEXOS ................................................................................................................... 46
ANEXO A – QUESTIONÁRIO - PROFESSORES .................................................... 47
ANEXO B – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – ÁREA ARTES VISUAIS ........ 50
LISTA DE ABREVIATURAS
ABEM Associação Brasileira de Educação Musical
LDB Lei de Diretrizes e Bases
PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais
SEED Secretaria de Estado da Educação do Paraná
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
10
INTRODUÇÃO
Estamos vivendo na era do desenvolvimento de novas tecnologias,
revolucionando o modo com que estamos acostumados a viver e pensar, deste
modo, não seria diferente nas escolas, onde neste novo ambiente educadores
e educandos descobrem o mundo de maneira espontânea, sem as imposições
da pedagogia tradicional. Pensando desta forma, pode-se utilizar diversos
recursos para se despertar o prazer e a motivação dos alunos.
A história da humanidade vem sendo relatada através da arte, a qual
sempre esteve presente em todas as formas culturais, desde a época da pré-
história, onde o homem desenhou um bisão na caverna, aprendendo de algum
modo seu ofício. Da mesma maneira, ensinou para alguém o que aprendeu,
nos mostrando que o ensino da arte faz parte de valores estabelecidos em
cada ambiente cultural, na qual envolve a produção artística em todos os
tempos (PCN, 1998).
A música faz parte de nossa vida, pois vivemos rodeados de sons
intercalados com o silêncio. Os silêncios tornam significativos esses sons, na
medida das nossas experiências, da nossa interação e da convivência com o
meio.
Segundo Hummes (2004), a escola é parte importante da sociedade,
onde os jovens têm a oportunidade de focar o mundo em que vivem,
estabelecendo relações entre vários conhecimentos, assim sendo, é de
fundamental importância o ensino da música nas escolas, pois ela desenvolve
a criatividade, tornando o processo de aprendizagem mais fácil.
Poucas pessoas possuem uma noção correta de que vem a ser
educação musical, e qual é o seu papel na educação formal dos indivíduos,
Portanto, ela deve ser realizada de maneira lúdica, em forma de projetos
integrados com outras disciplinas, tendo respauto da Lei 11.769 de 2008, que
torna obrigatório o ensino da música na educação básica.
A motivação dos alunos representa sempre a elaboração de novas
formas de aprendizagem, ou seja, novas maneiras de se ensinar, fazendo-se
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da música um instrumento de grande conteúdo, uma metodologia onde o aluno
pode aprender de forma fácil e prazerosa, porém não se deve restringir a
música como metodologia de recreação, datas comemorativas, hora do lanche,
dentre outras ocasiões que são utilizadas.
Nas escolas, a música não deve ser uma disciplina exclusiva, mas sim
parte integrante do ensino de Artes, sendo ela trabalhada de forma
interdisciplinar, ou seja, será que esta disciplina está sendo bem
desempenhada? Será que temos profissionais qualificados?
Portanto, à partir da Lei 11.769, há preocupação do ensino da música nas
séries iniciais do Ensino Fundamental, principalmente com a formação musical
desses professores, ou seja, como os conteúdos musicais devem ser incluídos em
suas atividades pedagógicas. Deste modo, este estudo se justifica, pois a música
traz uma expressão de sentimentos de prazer e de bem estar físico, mental e
social, fazendo com que os alunos aprendam a se ordenar, sicronizar, desenvolver
habilidades musicais, adquirir a imposição da voz e sua linguagem, onde as
instituições de ensino devem cumprir a lei, na qual estabeleceu o prazo do ano de
2011, para que todas as escolas do ensino fundamental, se adaptem para esse
recurso de modalidade da educação musical.
Com base nessa argumentação, o objetivo principal deste estudo é de
averiguar se uma institução de ensino está realizando o ensino musical de forma
que os alunos aprendam a musicalização. Acredita-se que este estudo possa
auxiliar significativamente os professores de artes, pois fará com que haja
contribuição para a compreensão da função da música nas séries iniciais da
educação básica.
O estudo foi realizado durante o primeiro bimestre do ano de 2012, nas
turmas de 5ª a 8ª séries, de um colégio da rede particular, da cidade de Terra
Rica, estado do Paraná, revendo as metodologias adotadas pelo professor de
Artes Visuais que deveria ter conhecimento na área musical.
No capítulo II, veremos um breve histórico da música, nos mostrando
que ela esteve presente em todos os momentos da vida humana, esclarecendo
a sua importância, desde o período da pré história até os tempos atuais.
Através dela podemos conhecer novas culturas, valores, desenvolver
habilidades, tornando o indivíduo em um cidadão mais crítico e participativo.
Além disso, será abordada a importância da Arte em suas colocações, como:
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arte musical, teatral, dança e artes visuais, dentre outros, sendo que através
destes processos há um amplo subsídio para a criatividade e aprendizagem
dos alunos, dando maior ênfase para a musicalização, no qual a Lei 11.769/08
veio contribuir para uma educação musical de qualidade, onde não se pretende
criar músicos profissionais, mas sim preparar o aluno para a musicalização, ou
seja, organizar e relacionar expressivos sons e silêncios de acordo com
princípios de ordens, realizando assim o entendimento da arte musical.
Também será abordado a música como processo de motivação para a
aprendizagem.
No capítulo III, veremos a metodologia utilizada para a realização deste
estudo, os procedimentos metodológicos a construção dos dados e uma breve
análise da instituição de ensino em estudo.
No capítulo IV, desenvolvemos a análise de nossos dados e, por fim,
teremos as considerações finais do trabalho realizado.
Portanto, os objetivos almejados com este estudo consistem em
diagnosticar se o ensino da musicalização está sendo coerente com a Lei
11.769, ou seja, como a música está sendo trabalhada na escola, bem como
ela pode influenciar na vida do aluno, e qual o perfil adequado de um bom
profissional para o ensino da música, pois se pretende demonstrar o quanto a
musicalização é rica e tem muito a ser explorada, porém deve-se ter
consciência da sua importância e endendê-la como um instrumento de
aprendizagem que possibilita a formação de um cidadão.
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CAPÍTULO II
HISTÓRIA DA MÚSICA
A música é uma linguagem universal, presente na história da
humanidade desde as primeiras civilizações, onde foi utilizada em rituais como
forma de expressão de alegrias e de tristezas, pois cantavam e dançavam para
exteriorizar suas emoções. Há inscrições e desenhos de instrumentos musicais
nas cavernas, como flauta feita de ossos e outros índices que nos mostram que
a música foi praticada pelo homem há muito tempo atrás.
Segundo Martins (1998, p.06) “a busca do conhecimento é uma das
mais importantes características dos seres humanos, provavelmente a mais
importante. Em todas as civilizações, em todas as sociedades, em diferentes
épocas ou períodos [...], assim podemos destacar a música como um dos mais
incríveis tipos de conhecimento que os humanos conseguiram decobrir.
O homem primitivo produzia ruídos e sons, tendo como princípio o corpo
humano, como a garganta, a boca, o estalar dos dedos, palmas, até que braços
e pernas acabaram produzindo uma música corporal rítmica, também imitavam
a natureza que os cercavam, criando nomes para as coisas, depois
aprenderam a falar e puderam comunicar-se, entoar cânticos na guerra, na paz,
na alegria e na dor. Portanto, eram monódicos ou monófonos1, cantavam através
dos gritos-simbólicos, onde imitavam os animais realizando uma melodia.
(FREDERICO, 1999).
Os cantos mágicos eram ensinados para as outras gerações, na qual
tinham o intuito de cantar para a paz e para a guerra, para pedir a chuva ou seca,
contra epidemias, pertubações mentais, mordidas de serpentes ou qualquer outra
doença. (GRANJA, 2006).
Os instrumentos sonoros construídos foram inventados a partir de
instrumentos que eles utilizavam no seu dia-a-dia, como o arco de madeira, que
servia para arar a terra, virou um arco ritual e depois a Lira, o recipiente se
transformou em vaso de sacrifício, depois em tambor, sendo utilizado em
1 Monódica ou monófono – melodia de uma só voz, ou uníssona, sem harmonização.
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cerimônias não tendo intúito de prazer, e sim como arma para acalmar a ira dos
inimigos superiores.
Podemos classificar os instrumentos música is primitivos como:
• Idiófonos – feitos com material que por si só produzem som. Nao têm cordas ou peles esticadas. Um simples pedaço de madeira vira uma placa do futuro Xilofone.
• Membranófonos – também são de percussão mas têm uma peleo esticada, num crânio humano ou num vaso.
• Cordófonos – têm cordas esticadas. Podiam ser de tripas de macaco ou de baleia.
• Aerófonos - a flauta (de cana, osso humano ou chifre de veado) e a Trombeta (feita de madeira e uma concha de caracol domo boquilha). (FREDERICO, 1999, p.09 grifo do autor).
Já na civilização grega a linguagem musical era obrigatória na educação,
sendo considerada fator fundamental na formação do cidadão, pois para os gregos
a música “educa, aprofunda e refina as idéias, os sentimentos e as expressões do
ser humano”, havendo assim uma profunda preocupação pedagógica, sendo
importante tanto quanto a filosofia e a matemática, “com o desenvolvimento do
pensamento grego, a disciplina musical foi ampliada passando a incluir poesia e
letras”, há índices de que já havia orquestras naquela época, Pítágoras de Samos,
filósofo grego da Antiguidade, ensinava determinados acordes musicais e certas
melodias que criavam reações definidas no organismo humano. (MARTINS, 1998,
p.07).
Para os Romanos, a música era tida apenas como um acompanhamento
dos festins e teatros. Era vista mais pelo lado lúdico, não possuía um sentido ético,
mas influenciou na formação dos cantos da igreja. Durante a Idade Média a música
era destinada ao serviço de culto, tinha um grande sentido social, crescendo sua
importância chegando as universidades ao lado de disciplinas como aritmética,
geografia e astronimia. Porém, sofria influência da música hebraica e dos cantos
populares romanos, sendo realizada segundo as técnicas musicais dos gregos.
(MARTINS, 1992).
No século VI, o Papa Gregório Magno criou uma reforma nos cultos,
atingindo o "cantochão2" que foi submetido a normas bem definidas de
2 Cantochão é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada nas
liturgias cristãs, originalmente desacompanhada. Canto tradicional da Igreja, também chamado canto gregoriano, por ter sido coordenado, completado e fixado por São Gregório, o Grande. (WIKIPÉDIA).
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composição e execução passando a ser chamada de "canto gregoriano" em
homenagem ao Papa.
Com o Renascimento surge uma nova era na música ocidental,
considerada uma grande paixão do homem deste tempo. O gosto pelo luxo e a
vida sossegada leva ao desenvolvimento da música recreativa: a canção e
cançoneta3 eram formas mais simples, enquanto o madrigal, mais requintado, o
preferido pelas classes da nobreza. Aos poucos a música vai se desenvolvendo,
se aperfeiçoando cada vez mais.
No final do século XVI surgem os corais, enriquecendo a música
instrumental, tornando-a bem estruturada, onde neste período o “ensino da música
fica cada vez mais acessivel às crianças e aos jovens, tal como na Grécia antiga.
Lutero dizia que a música governa o mundo e apregoava sua nivelação à filosofia e
às ciências nas escolas públicas”. (ROSA, 1990, p.14).
A música Barroca surgiu com a ópera no século VXIII, tendo como marco
final a morte de Johann Sebastian Bach4 em 1750, sendo ele, um génio que abriu
amplos panoramas para a música do mundo moderno, surgindo formas já
amadurecidas como: a sinfonia e a sonata. Neste período a música se caracteriza
pelas formas bem estruturadas, denominadas formas puras, retratavam a
dramacidade dos conflitos entre corpo e alma presentes, as grandes paixões
estavam presentes nas obras que expressavam os conflitos relacionados aos
mistérios da vida e da morte, da fé, do amor e dos dilemas humanos, como
ambição, vaidade, ciúme e amor, poder, etc., na cultura européia daquela época é
considerado pelos estudiosos um dos movimentos mais importantes,
revolucionários e influentes da música ocidental.
3 Cançoneta - pequena canção, de assunto ligeiro ou mordaz, posta em música. (INTERNET). 4 Johann Sebastian Bach, nascido em uma família de longa tradição musical, cedo
mostrou possuir talento e logo tornou-se um músico completo. Estudante incansável, adquiriu um vasto conhecimento da música europeia de sua época e das gerações anteriores. Desempenhou vários cargos em cortes e igrejas alemãs, mas suas funções mais destacadas foram a de Kantor da Igreja de São Tomás e Diretor Musical da cidade de Leipzig, onde desenvolveu a parte final e mais importante de sua carreira. Absorvendo inicialmente o grande repertório de música contrapontística germânica como base de seu estilo, recebeu mais tarde a influência italiana e francesa, através das quais sua obra se enriqueceu e transformou, realizando uma síntese original de uma multiplicidade de tendências. Praticou quase todos os gêneros musicais conhecidos em seu tempo, com a notável exceção da ópera, embora suas cantatas maduras revelem bastante influência desta que foi uma das formas mais populares do período Barroco.
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Atualmente temos vários estilos musicais, onde podemos destacar o hip-
hop, sendo este um movimento cultural que nasceu no século XX, no Bronx, em
Nova Iorque, em uma das regiões mais atingidas pela grande crise social nos
Estados Unidos, assim, surgindo uma alternativa para os jovens excluídos. Deste
modo, os jovens promoviam festas comunitárias nas ruas com atividades culturais
e artísticas, expressando assim a situação de exclusão e miséria pela qual
passavam, e buscando transofrmar a realidade. (POSITIVO, 2010).
Juntamente com o hip-hop, vem o hap, na qual o termo vem do inglês
rhythm and poetry, ritmo e poesia, na qual também está relacionada com os
problemas sociais, não apenas relatando críticas, mas propondo soluções. Suas
caracteríticas são marcadas pelo bumbo e pela caixa, e as letras reflexivas, e seu
vocabulário é sempre em gírias.
Portanto, existem muitas teorias sobre a origem e a presença da música
na cultura humana, onde a linguagem musical é interpretada, entendida e definida
de várias formas nas diversas épocas e culturas, dependendo da forma de pensar,
com valores e concepções estéticas vigentes, fazendo parte do cotidiano do
homem e sua evolução, sendo ela uma das formas mais importantes, pois
expressa as sensações humanas, sensibilizando o ser e expressando a
criatividade.
2.1 A MÚSICA NO BRASIL
No Brasil, a música teve influência dos portugueses, espanhóis,
ameríndios e africanos, contribuindo assim para uma nova cultura, pois trouxeram
suas línguas e culturas, suas canções e danças, passando por inúmeras
mudanças. (OLIVEIRA, 1994).
A história da música brasileira abrange vários períodos como: o colonial, o
de D. João VI, onde neste período as músicas só eram cantadas em igrejas, tendo
objetivo de ornamentação para a vida da classe alta, assim foram construídos os
primeiros teatros e o processo de secularização das artes foi acelerado.
(OLIVEIRA, 1992).
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É de suma importância a música indígena no período colonial brasileiro
mesmo não encontrando muitos elementos de referência para entendê-la, sabe-se
apenas que eles tinham seus cânticos de melodias simples e muito ritmadas,
acompanhados por sons corporais e instrumentos criados por cada grupo. Com a
chegada dos Jesuítas no Brasil, que dominavam os ambientes, teve-se um
trabalho de conversão dos índios, pois foram ensinado a eles o cantochão e cantos
religiosos, destruindo a música espontânea e natural da sua própria cultura,
perdendo sua característica, porém houve os índios que não sofreram a pressão
da ação civilizadora dos brancos, mantendo suas raízes.
Outro estilo que chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses por volta de
1930, foi o carnaval, onde faziam brincadeiras e utilizavam fantasias inspirados nos
bailes italianos e máscaras, inspirados nos bailes franceses, neste período a
população mais pobre não podia freqüentar os bailes de salão, assim eles se
reuniam nas ruas, formando blocos e cordões que desfilavam. A música tocada
nestes bailes eram diferentes das músicas carnavalescas de hoje, os bailes eram
compostos de orquestras, na qual tocavam trechos de óperas, polcas, valsas e
quadrilhas, atualmente o carnaval é considerado uma das comemorações
populares mais significativas, pela riqueza de suas festas, desfiles e bailes, porém
não foi sempre assim.
Também podemos destacar a música caipira, que vem de kaai pirana
língua indígena significa o que vive afastado (Kaa – mato; pir –corta mata; pira –
peixe), alguns dizem que o estilo surgiu da miscigenação entre brancos e
indígenas, já outros dizem que foi o nome que os indios guaianás (do interior de
São paulo) deram aos colonizadores, caboclos, mulatos e negros. Deste modo, é
um termo utilizado pelas pessoas que moram nas regiões situadas no interior do
sudeste e centro-oeste do Brasil, que por morarem distantes das grandes cidades,
criaram uma nova cultura que preservavam hábitos e costumes da época em que
o Brasil era Colônia de Portugal, sendo caracteizado pela religião, folclore e um
dialeto próprio (como dizer ‘regunta’ e não ‘pergunta’). Deste modo, a música
caipira é conhecida como música raiz, ou música do interior, suas letras são
românticas e abordam temas rurais, por vezes tristes. (POSITIVO, 2010).
Podemos apurar que a música atual brasileira foi construída à partir da
miscigenação de vários povos, que vieram para o Brasil e trouxeram com eles,
suas culturas e crenças, formando assim novas culturas, sua finalidade varia desde
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um passa tempo até um monumento sonoro, passando toda gama de sentimentos
humanos, despertando emoções e sensações aos ouvintes.
2.2 O ENSINO DAS ARTES E DA MÚSICA
A arte faz parte do cotidiano do homem, e reflete a sua evolução
humana e as descobertas científicas, pois, ao longo da história, podemos
constatar muitas conquistas através da produção de instrumentos para facilitar
seu trabalho e instrumentos que fazem sons para cultos e festejos, dentre
outros elementos que podemos citar como arte.
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas mais diferentes culturas. (PCN, 1998, p.19).
Segundo do PCN (1998), a arte é um tipo de conhecimento que deve
ser adquirido através de produtos artísticos onde entra as leituras de obras de
arte e outros, mas que também deve acontecer através da realização de
formas artísticas, na qual as percepções, observações, imaginações e
sensibilidades, ocasionam uma aprendizagem significativa dos conteúdos das
outras disciplinas.
Segundo Bresler5 (1996 apud HUMMES 2004) o ensino de artes tem
orientações para o ensino, no qual se destacam as funções musicais, teatrais,
dança e artes visuais:
As artes como orientação (ou função) social: artes como construtor da comunidade, ou seja, artes como elemento que serve de elo entre a comunidade e a escola. Isso é muito entre a comunidade e a escola. Isso é muito presente nos eventos comemorativos de Natal, Dia dos Pais, nas datas comemorativas nas quais a comunidade escolar se reúne para troca de galanteios [...]. (BRESLER, 1996 apud HUMMES, 2004, p.23).
O processo de aprendizagem através da arte auxilia o aluno,
possibilitando a descoberta de inúmeros fatos e acontecimentos do mundo que
5 BRESLER, L. Traditions as change across the arts: case studies of arts education. International Jounal of Music Education, n 27, 1996.
19
o cerca, auxiliando no desenvolvimento, estando sempre ligados à imaginação
e à criatividade. Deste modo, os professores acreditam que as habilidades
artísticas podem contribuir para a aquisição de outros conhecimentos em
outras áreas, além da orientação afetiva como a auto-expressão, podendo ter
mais sucesso em seus saberes. (BRESLER, 1996 apud HUMMES, 2004).
[...] a função da arte, na escola, é ensinar a ver, e por isso é preciso desencadear um processo de formação dos sentidos, pois os objetos, mais do que vistos, precisam ser compreendidos em seus significados. Para tanto, é necessário um trabalho contínuo e sistemático com a produção cultural [...]. (SCHLICHTA, 2006, p.08. grifo do autor).
Deste modo, com a aprendizagem da arte, os alunos podem expressar-
se através da dramatização, dança, desenho a música e o canto, não se
esquecendo da seriedade do trabalho que proporciona o desenvolvimento das
potencialidades.
Portanto, a arte como um processo de aprendizagem auxilia o aluno a
descobrir inúmeros fatos e acontecimentos do mundo que o cercam,
auxiliando-o no seu desenvolvimento, estando sempre ligados a imaginação e
a criatividade.
A LBD contribui para com essa situação e modo de aprendizagem,
primeiramente substituindo o termo ‘Educação Artística’ por ‘Ensino das Artes’,
onde a música tornou-se parte integrante do ensino das Artes (música, dança,
artes visuais e teatro), sendo componente obrigatório na educação básica
oportunizando e valorizando as aulas de música nos currículos escolares.
(CERESER, 2004).
Por esse motivo, é de suma importância que as instituições de ensino
possam promover a educação musical nas escolas, pois através de um ensino
diversificado, o aluno terá oportunidades de entender as diversas áreas das
Artes, sendo a música uma linguagem expressiva, onde suas representações,
comunicações e conhecimentos devem estar presentes no cotidiano dos
alunos, onde os métodos artísticos sejam uma representação da relação do
homem com o mundo que o cerca.
2.3 O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
20
O currículo escolar é composto por inúmeras disciplinas, sejam elas da
Base Nacional Comum (Matemática, História, Português, Ciências, etc.) como
a parte diversificada (Arte, Filosofia, etc.), onde se faz necessário que as
mesmas sejam complementares, haja a interdisciplinaridade e a Instituição de
ensino possua profissionais habilitados e capacitados para atuarem com
destreza suas funções de formadores de conhecimento.
A Lei 11.769/08 estabelece que a música é conteúdo curricular obrigatório, o que implica uma série de adaptações por parte dos sistemas educacionais para que tal conteúdo seja devidamente incorporado ao conjunto de componentes dá presentes nos currículos escolares. (FIGUEIREDO apud SALTO PARA O FUTURO, 2011, p.05).
A música é uma das formas mais importantes de expressão humana,
segundo Sekeff (2007, p.14).
Ela não é somente um recurso de combinação e exploração de ruídos, sons e silêncio, em busca do chamado gozo estético. Ela também um recurso de expressão (de sentimentos, idéias, valores, cultura, ideologia), um recurso de comunicação (do indivíduo consigo mesmo e com o meio que o circula), de gratificação (psíquica, emocional, artística), de mobilização (física, motora, afetiva, intelectual) e auto-realização (o indivíduo com aptidões artístico-musicais mais cedo ou mais tarde direciona-se nesse sentido, seja criando – compondo, improvisando – re-criando – interpretando, tocando, cantando, ‘construindo’ uma nova parição-, ou simplesmente apreciando – vivenciando o prazer da escuta.
À partir da aprendizagem musical, o homem concretiza seus
sentimentos, levando-o a se conhecer mais profundamente, despertando seu
interior e ampliando seus conhecimentos. A musicalização amplia a
capacidade expressiva e reflexiva dos indivíduos, sendo uma atividade
importante para o desenvolvimento dos alunos. Muitos professores ainda
encontram dificuldades em realizar um planejamento para suas aulas, pois em
alguns casos associa-se o ensino da música somente ao cantar ou tocar um
instrumento.
A educação musical começou a ser repensada no Brasil por meio da obrigatória inserção da música como disciplina no currículo da escola regular. Não se deve esquecer, no entanto, que a legislação já estabelece, há trinara anos, a presença da música na escola, muito embora, durante esse período, as práticas musicais escolares
21
tenham sido marcadas por ‘indefinição, ambigüidade e multiplicidade’ (POSITIVO, 2010, p.89).
As metodologias da musicalização vêm sendo repensadas, pois muitas
instituições encontram dificuldades para colocar esta linguagem em prática
como instrumento de ensino/aprendizagem. Sob esta ótica, a música é tratada
como algo pronto e acabado que somente pode ser aprendida e reproduzida
em particular, ou seja, em cursos de algum instrumento, não uma linguagem
onde o conhecimento irá se construindo.
Segundo Montagnini (2010) para a aprendizagem da música é muito
importante trabalhar com a interdisciplinaridade6, pois cada ser humano possui
uma habilidade, na qual se destaca, e quando um aluno se destaca ao
expressar-se musicalmente, outro possui fluência verbal e expressividade
lingüística, todos acabam aprendendo, formando assim um grupo.
Aprender a sentir, expressar e pensar a realidade sonora ao redor do
ser humano, que constantemente se modifica auxilia os alunos em fase de
escolarização básica a desenvolver capacidades, habilidades e competências
através da música.
Atualmente podemos empregar a musicalização, e suas práticas para o
ensino/aprendizagem através de vários recursos que despertam o prazer, a
curiosidade e a motivação nos alunos, podendo ser utilizado através de vários
recursos pedagógicos para que o aluno possa entender a sua importância no
seu cotidiano, o qual deve estar relacionada a projetos integrados com outras
disciplinas, exigida pela Lei 11.769 que exige que esta disciplina seja realizada
de forma eficaz, ou seja, com professores e instrumentos adequados.
O ensino da música nas escolas brasileiras segue a orientação do
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e dos Parâmetros
Curriculares Nacionais7, estabelecidos pela LDB/96, Lei nº 9394, de 20 de
6
� Interdisciplinariedade – [...] o prefixo ‘multi’, no termo ‘multidisciplinar’, estaria indicando a existência de um trabalho entre muitas disciplinas, sem que estas se percam suas características ou suas fronteiras. Já o prefixo ‘inter’ vai indicar a inter-relação entre duas ou mais disciplinas, sem que nenhuma se sobressaia sobre as outras, mas com que se estabeleça uma relação de reciprocidade e colaboração, com o desaparecimento de fronteiras entre as áreas do conhecimento. (RICHTER, 2008, p.85). 7
� Diretrizes Curriculares Nacionais - De acordo com o parecer CEB 4/98, entende-se que é o conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimentos
22
dezembro de 1996, sendo parte integrante do currículo denominada ‘Arte’,
incluindo assim a música. Portanto através desta lei, a musicalização tornou-se
uma das linguagens artísticas que podem ser trabalhadas na educação, tanto
no nível Infantil quanto no Fundamental. (BRASIL, 1996).
Apesar de todas as transformações que vêem ocorrendo no mundo do conhecimento e da educação, a música ainda é pouca valorizada pela escola. Ainda que os parâmetros curriculares recomendem a inserção da música na grade curricular, na prática, poucas escolas abrem espaço em seu currículo para um programa consistente e contínuo de aprendizagem musical. Há escolas que desenvolvem projetos musicais durante alguma etapa da formação, principalmente na educação infantil, mas são casos isolados. Quando se chega ao Ensino Médio, dificilmente entramos a música no currículo das escolas brasileiras. Essas situação é resultado de um processo equivocado de políticas educacionais ao longo do século passado, que fizeram com que a música praticamente desaparecesse da escola. (GRANJA, 2006, p.14).
Aliar a música à educação, faz com que os professores assumam uma
nova postura como profissionais, desenvolvendo nos alunos o pensamento
artístico, onde a percepção estética deva se caracterizar e dar sentido à novas
experiências humanas, desenvolvendo a sensibilidade, percepção e
imaginação, tanto no desempenhar as formas musicais quanto na ação de
apreciar e conhecer novos estilos.
2.4 O PROFESSOR DE ARTES QUANTO AO ENSINO DA MÚSICA
A Lei 11.769/08 teve como intuito contribuir com a educação musical e sua
aquisição, que deve ser aprendida e não apenas condicionada, sabendo que este
processo de crescimento cognoitivo depende do aperfeiçoamento contínuo, deste
modo, o papel do professor é de estimular os alunos para as percepções auditivas,
onde este possa vir a reconhecer, interpretar, dentre outros estímulos, entendendo
o significal musical.
na Educação Básica, expressas pela Câmera de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orienta as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, na organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas propostas pedagógicas (BRASIL, 1998 apud MAIA, 2006, p.87).
23
Embora as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino da Arte
tenha avançado, ainda deixa a desejar em alguns aspectos, pois há muitos
professores despreparados para o ensino da Arte, talvez por falta de
conhecimento, habilidades, afinidades e formação específica, assim
comprometendo a qualidade do trabalho a ser realizado e o conhecimento dos
alunos, pois este profissional não tem suporte teórico para orientar e planejar8
uma aula de Arte.
No entanto, ainda é possível constatar que muitos profissionais que trabalham o ensino das artes nas escolas são oriundos do curso de licenciatura em educação artística. Esses professores, devido à formação polivalente na área das artes (artes visuais, música e teatro), não conseguem trabalhar de forma satisfatória todas as modalidades artísticas. (CERESER, 2004, p.28).
Em muitas situações o professor de Artes emprega a música nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, mas geralmente a utiliza de forma não
apropriada, ou seja, ele a emprega como aprendizagem de outros conteúdos,
atividades lúdicas, datas comemorativas, dentre outras situações que
demonstram sua falta de preparação musical, pois o realiza de maneira ilusória
em função de não ter conhecimentos significativos e consistentes nesta área
ao longo de sua formação acadêmica.
Os professore de música adotam, basicamente, os processos de ensino tradicionalmente prescritos há muito anos. Há, evidentemente, vantagens e inerentes a tais métodos; porém, há algumas oportunidades em que tais métodos poderiam ser modificados. (AMARAL, 1991, p.16).
O professor de Artes deve estar preparado para atuar no ensino da
música de forma apropriada, pois o fazer musical requer estilos de
agrupamentos e envolvimento com as atividades sugeridas, de modo que
permaneçam durante todo o método educativo, em suas distintas fases.
Entende-se que fazer música implica organizar e relacionar expressivos sons e
silêncios de acordo com princípios de ordens, sendo assim se torna uma
questão fundamental a ser trabalhada desde cedo. 8 Planejamento de aula – Planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: o real a ser comandado pelo ideal, o planejamento ajuda a realizar aquilo que se deseja. (VASCONCELLOS, 1995 apud MAIA, 2006, p.13).
24
As aulas de música na escola devem envolver práticas que vão além do ‘cantar e tocar instrumentos de percussão’. A audição é essencial na formação musical do aluno, apresenta-se como base e inspiração para que ele vivencie sua prática de execução musical de forma ampla, explorando novos materiais de novas idéias. Além disso, torna-se um subsídio para o momento da composição, onde os alunos são convidados a criar e a se colocarem nas músicas. Para que essas formas de convivência com a música – execução, audição e criação – aconteçam de forma satisfatória, é importante que o professor apresente propostas e materiais diversos; (ARALDI9, 2007 apud CAMARGO, 2009, p.13).
Segundo Cereser (2004, p.29) “considerando esses fatos, surge a
necessidade de preparar professores especialistas em música para atuarem
nos contextos pedagógico-musicais escolares”, pois há uma grande
necessidade de educadores musicais, assim deve-se ter professores
licenciados, que consigam interagir com as concepções musicais atuais da
educação, defendendo e valorizando a inserção da música no currículo em
todos os níveis da educação básica, proporcionando a seus alunos novas
experiências musicais.
Atualmente o papel do professor de música está sendo questionado. Este deve ter flexibilidade, ser reflexivo, possuir um conhecimento pedagógico-musical fundamentado na literatura e experienciado na prática, além de ter a competência de perceber e agir em realidades distintas. É necessário proporcionar aos licenciados, na formação inicial de professores de música, a capacidade de ‘saber administrar e gerenciar o conhecimento dos alunos, capacitando-os a atribuir sentido ao mundo musical á sua volta’. (HENTSCHKE, 2001 apud CERESER, 2004, p.28).
Ao instruir a metodologia musical, o professor deve respeitar a forma
natural de como o aluno se expressa musicalmente, pois quando ele chega à
escola, este já possui um repertório sonoro musical, onde foi aprendido no seu
dia-a-dia, por meio da natureza, seus pais amigos e até mesmo pelas mídias,
deste modo o professor deve descobrir o universo sonoro e musical e, aos
poucos fazer intervenções para que ele possa despertar para o seu
conhecimento musical, envolvendo-o em atividades variadas, explorando
diversas possibilidade para a formação musical do aluno. “O processo de
9 ARALDI, Juciane; FIALHO, Vania Malagutti; DEMORI, Polyana. Ensinando música na escola: conceitos, funções e práticas educativas. In: RODRIGUES, Eliane; ROSIN, Sheila Maria (org). Infância e práticas educativas. Maringá, Eduem, 2007, p. 91-100
25
aprendizagem pode ser mais rico quando baseado em tarefas como a
apreciação, a execução e a criação”. (CAMARGO, 2009, p.12).
2.5 A MÚSICA COMO PROCESSO DE MOTIVAÇÃO E DE APRENDIZAGEM
A música vem desenvolvendo, ao longo da história um importante
papel no desenvolvimento da humanidade, seja no aspecto religioso, moral ou
social, assim contribuindo para a aquisição de hábitos e valores indispensáveis
ao exercício de cidadania.
A palavra música segundo Loureiro (2003, p.33) “vem do grego
mousiké e designava, juntamente com a poesia e a dança, a ‘arte das musas’.
O ritmo, denominador comum das três artes, fundia-as numa só”.
Atualmente surgem vários pressupostos teóricos, que auxiliam no
processo ensino/aprendizagem, pois a motivação dos alunos para a
aprendizagem escolar é um dos temas importantes, onde profissionais da
educação realizam estudos onde a preocupação principal é idealizarem formas
que auxiliem nesse processo, pois a aprendizagem deve ser atraente, deve
despertar nos alunos o prazer em desempenhar as atividades propostas.
Deste modo, surge a idéia da musicalização, na qual alunos aprendem
à partir de atividades musicais. Segundo Granja (2006, p.21) a música é uma
das manifestações mais antigas. “Inscrições e desenhos de instrumentos
musicais nas cavernas, flautas feitas de osso e outros indícios mostram que a
música é praticada pelo homem há muito tempo”, assim sendo, a cultura grega
possui uma grande importância, pois a música era indispensável no
acompanhamento do canto, da poesia e da dança, desempenhando assim a
memorização das partituras e as letras das músicas educando a percepção
estética dos ouvintes, assim sendo, não podia ser diferente com a
aprendizagem escolar.
A música também tinha função de educar a percepção estética dos discípulos da sociedade pitagórica. Estes deveriam apreciar a beleza dos sons individuais e de suas composições da mesma forma com que apreciava as belas formas da geometria e suas simetrias, como o círculo, o quadrado, os poliedros regulares. Acreditava-se que o homem que era educado musicalmente, desenvolvia naturalmente o sendo estético, podendo perceber com exatidão o que havia de belo ou inexato numa obra. (GRANJA, 2006, p.30).
26
A motivação educacional é um fator preponderante para alcançarmos
uma educação de qualidade, visto que o aluno desmotivado demonstra pouco
ou quase nenhum interesse de aprender. Dessa forma a motivação é um
problema inicial em seu meio, refletindo em todo o processo de aprendizagem.
Segundo a assessora de comunicação do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) em Brasília, Florrance Bauer, “a música atrai a criança,
serve de motivação, deixa-a mais atenta e é um instrumento de cidadania
contribuindo para a elevação de sua auto-estima”. (LOUREIRO, 2003, p.15).
Alunos desinteressados, com pouca concentração e baixo comprometimento, que apresentam superficialidade em suas relações com o ensino-aprendizagem, precisam ser incitados a experimentar formas de apreensão da linguagem musical, mesclando estilos e procedimentos, proporcionando maior abertura para o diálogo e o fazer musical, aliando experiências e vivências com as possibilidades do encontro com o novo. (LOUREIRO, 2003, p.14).
Para que haja a motivação na aprendizagem, podemos contar com um
grande aliado, o lúdico, pelo qual através da musicalização os alunos
aprendem de forma prazerosa, desenvolvendo as habilidades cognitivas,
motoras e significativas da própria música. Porém a música não é uma das
disciplinas mais valorizadas dentro do currículo, assim sendo, há professores
que se recusam a utilizar essa metodologia, pois a música não reprova, nem irá
futuramente cair em vestibular. Também pode-se relatar que poucas escolas
incluem em seu currículo a disciplina de Música porém, quando a tem, é
utilizada exclusivamente para a prática do canto, de modo inconsciente e
mecânico, onde esta não faz parte da realidade do aluno, levando-o cada vez
mais distante do prazer e do fazer musical. (LOUREIRO, 2003).
É prática comum nas escolas, principalmente nas séries iniciais, ouvir música na entrada e na saída do período escolar, no recreio, e ainda, de forma bastante acentuada, nos momentos de festividades que obedecem a um calendário com datas a serem comemoradas pela comunidade escolar. Porém, embora a música esteja presente no cotidiano da escola, questões precisam ser estabelecidas para entendermos o porquê da ausência do ensino sistemático da música e do lugar que ela vem ocupando no cenário educacional brasileiro. (LOUREIRO, 2003, p.13).
27
Portanto, para que a música fosse realizada de forma apropriada, no
dia 18 de agosto do ano de 2008, o Presidente da República atuante naquele
momento, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 11.769, na qual obriga o
ensino da música na educação básica. A lei vale para o Ensino Fundamental e
Médio, de todas as escolas brasileiras, que tiveram até o ano de 2011 para
adaptar-se no seu currículo, deste modo, partituras e instrumentos musicais, já
podem fazer parte da lista de material escolar.
A Arte está presente em todos os momentos da nossa existência, seja
na sociedade, em casa, na escola, ou em qualquer que seja o local, ela dá
oportunidades de conhecer novas culturas, valores, histórias, desenvolvendo
habilidades e tornando o indivíduo um cidadão crítico e participativo.
O educador musical Sergio Henrique Alves de Andrade, nos relata que
a música não está na escola como uma atividade recreativa, mas sim na
construção de conhecimento. Ele vê como primordial, a realização de projetos,
onde há o resgate cultural, e ressalta que “as crianças geralmente não têm
acesso à música popular, à diversidade de ritmos. Quando levamos isso para a
sala de aula, elas se interessam”. (LOUREIRO, 2003, p.15).
Segundo os PCNs
[...] as oportunidades de aprendizagem de arte, dentro e fora da escola, mobilizaram a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como exterior. (BRASIL, 1998, p.19),
A música é como um universo de conhecimento que pode e deve estar
presente na escola. Podem alguns profissionais da educação indagarem para
que serve a música na escola? O que se irá aprender com a música?
Algumas pessoas podem até mesmo achar que é algo que deveria
estar fora de cogitação, mas música também é cultura e comunicação.
Já foi comprovado por estudiosos que através da música pode-se ter
uma didática pedagógica inovadora e criativa, onde os alunos aprenderão com
mais facilidade certos conteúdos que ao longo dos tempos tornaram-se
maçantes e cansativos, assim sendo pode-se notar com que facilidade os
alunos aprendem os ritmos, letras e danças atuais.
28
A música é, sem dúvida, uma das mais valiosas formas de expressão
da humanidade, consideravelmente as referências musicais das sociedades
pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda a produção mundial por
meio de discos, fitas, rádios, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema e
publicidade.
Através da arte musical o aluno pode estudar as mais diversas
culturas, países, estabelecendo em um determinado período histórico, além de
integrado em outras disciplinas, ser um grande instrumento para a
aprendizagem.
Atualmente, a linguagem musical é estudada e analisada em diferentes aspectos: como terapia, como relação importante entre certos comportamentos da sociedade e o consumismo, com recursos dos meios de comunicação de massa, como meio de sensibilização na educação de deficientes auditivos e como auxiliar em psicoterapia. (ROSA, 1990, p.15).
Vários estudos comprovam a importância da música ao ser humano,
especialmente às crianças, nas fases de seu desenvolvimento e
aprendizagem, e aos adolescentes, como forma de expressar ou substituir a
tão famosa rebeldia, sendo esta uma característica da idade. Neste sentido, é
importante que a educação musical seja incentivada e desenvolvida desde os
níveis mais elementares da escolarização de alunos e sua inclusão no currículo
escolar, assim contribuindo para a formação geral do cidadão.
29
CAPÍTULO III
METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
O presente trabalho apresenta uma pesquisa exploratória, que
segundo GIL (2010) consiste em investigação, tendo o intuito de aprimorar as
idéias ou a descoberta de intuições, sendo que seu planejamento é bastante
flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos
relativos ao fato estudado.
O trabalho apresentado é de natureza qualitativa levando em
consideração não somente os atributos mensuráveis, mas também definidos
descritivamente. Trata-se de um estudo intensivo no qual leva a compreensão
como um todo do assunto investigado. (FACHIN, 2003).
Neste sentido, a pesquisa foi realizada em um ambiente escolar real,
com a finalidade de compreender de que forma a música está sendo inserida
nas séries iniciais do Ensino Fundamental com a participação de duas
professoras das séries iniciais. As informações foram adquiridas através de um
questionário e observações do ambiente escolar. A finalidade foi a exploração
de situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos, ou seja,
se a instituição está adotando de forma apropriada a Lei 11.769, sendo
avaliado quais são suas conquistas e suas falhas. Seu propósito é proporcionar
uma visão global dos problemas e identificar os possíveis fatores que
influenciam ou são por ele influenciados. (GIL, 2010).
Deste modo, o trabalho em questão foi realizado a partir da pesquisa
bibliográfica, na qual se trata da busca de um problema do pesquisador através
de referências teóricas publicadas em documentos, buscando conhecer e
analisar conhecimentos científicos sobre um determinado assunto, contribuindo
para os estudos acadêmicos Diante desse trabalho de pesquisa, foram
analisadas várias obras literárias, sendo estes documentos já analisados e
publicados, constituindo-se de livros, revistas, publicações avulsas que
permitiram assim, o posicionamento da pesquisa em relação as contribuições
30
teóricas já existentes, tendo como objetivo descobrir novos conhecimentos, que
pudessem auxiliar para futuras pesquisas.
Também foi utilizada a pesquisa exploratória:
A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão. (GIL, 2010, p.41).
As informações foram obtidas através de um questionário, aplicado
com duas professoras que atuam na disciplina de Artes, buscando assim
observar os fatos em particular de maneira que leve a reflexão, sempre
buscando os verdadeiros conceitos. “A indução e a dedução são antes de mais
nada, formas de raciocínio ou de argumentação e, como tais, são formas de
reflexão, e não de simples pensamento”. (CERVO, 2002, p.31).
Portanto, o referido trabalho teve início a partir da investigação de
forma de observação, com alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental,
onde se pode analisar as formas e estilo das aulas, as quais estavam sendo
realizadas pelos professores de Artes em relação a música.
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para chegar a uma conclusão, primeiramente houve-se a
necessidade de investigar sobre o assunto em questão. Depois de ter o
conhecimento necessário, foram realizadas observações no Colégio X e em
sala de aula, para que pudéssemos conhecer o público em estudo, e se a
prática estava condizendo com o material pesquisado. Posteriormente foi
elaborado um questionário com 10 perguntas fechadas e 4 abertas,
direcionado às professoras da disciplina de Artes, tendo o intuito de averiguar o
conhecimento sobre o tema, tendo o intuito de investigar se a instituição está
31
adotando de forma apropriada a Lei 11.769, sendo avaliadas quais foram suas
conquistas e suas falhas, realizando assim a coleta dos dados, pertinentes
para a elaboração deste estudo.
Deste modo, o material coletado, os questionários, foram analisados
e interpretados, reavaliando as hipóteses, relembrando o que já havia sido
estudado e assim vivenciando-o com a prática pedagógica, tendo uma visão
mais clara e objetiva do que queria constatar, elaborando assim, a conclusão
deste trabalho.
3.3 CONSTRUÇÃO DOS DADOS
Os dados foram construídos à partir da pesquisa bibliográfica e
exploratória, tendo a finalidade de confrontar a teoria com a prática. São vários
os procedimentos para a realização da coleta de dados, porém foi escolhido o
questionário, que é um modelo de documento que possui um elenco de
questões que são apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o
objetivo de obter respostas para a coleta de informação, cujas respostas
devem ser preenchidas pessoalmente pelos informantes. (FACHIN, 2003).
As perguntas foram elaboradas de forma a deixar claras as
informações que o pesquisador desejava obter, sendo que estas indagações
foram trazidas desde o início do referido estudo. Assim sendo, as questões
foram essenciais, sendo ordenadas de forma a conduzir as respostas das mais
simples às mais complexas, evitando sistematicamente questões que não
serviam para o esclarecimento das dúvidas obtidas. Portanto, as questões
foram elaboradas de forma que produzissem efetivamente as informações
desejadas.
Deste modo, foi realizada uma série de 10 perguntas fechadas e 4
abertas, sendo estas aplicadas a duas professoras do ensino fundamental e
médio. O questionário não foi extenso, pois pode causar fatiga no
entrevistador, que acaba respondendo com mais dificuldade e menos
disposição às últimas perguntas.
Os dados aqui apresentados foram coletados entre 27 e 28 de
fevereiro de 2012, em uma escola particular denominada neste trabalho como
32
Colégio X, oferecendo aos seus alunos desde a Educação Infantil até o Ensino
Médio, localizada na cidade Terra Rica, Paraná.
3.4 UNIVERSO DE ANÁLISE
O Colégio X foi fundado em 13 de fevereiro de 1995, após realização
de várias assembléias, na qual participaram pais preocupados com a formação
escolar de seus filhos, assim formaram uma cooperativa escolar sem fins
lucrativos composta por Presidente, Vice-presidente, Tesoureiro, Secretário
sendo todos voluntários.
O ensino está voltado ao método Positivo, com a qual o Colégio X é
conveniado tendo a tendência construtivista, de aquisição de conhecimento
essencial para uma visão plena do mundo ampliando o horizonte de
conhecimento, não só dentro das salas de aula, mas também com atividades
extra-classe.
A equipe pedagógica preconiza juntamente com os pais, comunidade e
alunos atividades que ressalte os valores morais e éticos do educando visando
ampliar o cooperativismo.
O currículo pode ser identificado como provisório, inacabado e aberto
para inclusão de saberes e expressões culturais, há espaço para projetos
interdisciplinares que busca resgatar valores morais, éticos, religiosos, cívicos;
trabalhar com a auto estima, valorizando o aluno como ser humano inteligente
e capaz além das diversidades, excluindo todo tipo de preconceito; a inclusão
educacional responsável como direito das pessoas portadoras de
necessidades especiais, direito e dever de todos e ainda, eventos em datas
comemorativas que tragam conhecimentos, cultura e experiência de formas
diferentes de aprender.
O Colégio X oferta as seguintes modalidades:
a) Educação Infantil - matutino e vespertino;
b) Ensino Fundamental – matutino e vespertino;
c) Ensino Médio – matutino e vespertino.
33
O calendário escolar é elaborado anualmente de acordo com as
instruções emanadas pela SEED, posteriormente apreciado pela equipe do
N.R.E. que homologa para vigência do próximo ano letivo, que em consonância
com LDB, 9394/96 e Artigo 56 da Lei complementar nº 07, de 23/12/76
(Estatuto do Magistério do Paraná), oferta o mínimo de 200 dias letivos e 800
horas, intercalado por um período de 60 dias de férias, dos quais 30 dias
consecutivos no mês de janeiro e mais 30 dias alternados entre os meses de
fevereiro, julho e dezembro. O período matutino atende 152 alunos, já o
período vespertino atende cerca de 85 alunos.
Segundo o Projeto Político Pedagógico do Colégio X, os pressupostos
Teóricos referente à disciplina de Artes Visuais do Ensino Fundamental, se
encontram no Anexo B.
34
CAPÍTULO IV
ANÁLISE DE DADOS
Com base nos dados coletados através do questionário realizado com
as professoras da observação feita e bibliografia estudada, pode-se constatar
que é importante que o professor insira no cotidiano da escola diversas
situações para o desenvolvimento dos alunos, onde estes possam ouvir e
perceber e sentir diferentes gêneros, estilos e ritmos musicais, cuidando para
que as músicas utilizadas no repertório não seja apenas os infantil/folclórico ou
os que estão na moda no rádio e na televisão, deve-se lidar com os vários
estilos musicais, para que os alunos sintam a harmonia da melodia criando um
ambiente de aprendizagem. O professor bem fundamentado usa esses
momentos do cotidiano na escola conectados a outros momentos em que o
aluno tem a oportunidade de criar ou compreender conceitos musicais à partir
da sua vivência. Deste modo, deve-se criar situações que oportunizem os
alunos a brincar, e assim perceber e expressar sensações, sentimentos e
pensamentos em relação ao que a música comunica.
A caracterização da produção musical nos alunos, no período do
Ensino Fundamental, deve ser realizado através da exploração de sons e suas
qualidades que são altura, duração, intensidade e timbre – e não a criação de
temas ou melodias definidos precisamente, ou seja, diante de um instrumento
musical. (MARTINS, 1998).
Portanto, através da observação realizada em sala de aula, pode-se
constatar que as professoras que atuam com a disciplina de Artes, ensinam a
música à partir de sons, sendo esses naturais e culturais, como:
Sons naturais: são os sons encontrados na natureza, exemplo:
pássaros, trovão, chuva, vento, etc.
Sons culturais: são sons criados pelos homens como buzina, sirene,
telefone, celular, etc.
A expressão musical deve ser caracterizada pela ênfase nos aspectos
intuitivo e afetivo e pela exploração (sensório-motora) dos materiais sonoros,
integrando a música às demais brincadeiras e jogos: cantam enquanto
35
brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e
dramatizam situações sonoras diversas, conferindo ‘personalidade’ e
significados simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à sua
produção musical. Porém, deixamos bem claro, que o objetivo da educação
musical na escola, não é de formar músicos profissionais, e sim, auxiliar os
alunos no processo de apropriação, transmissão e criação de práticas como
parte da construção de sua cidadania.
A metodologia musical deve despertar o interesse do aluno em tocar
pequenas linhas, metódicas nos instrumentos musicais, buscando entender
sua construção, tornando-se importante poder reproduzir ou compor uma
melodia, mesmo que usando apenas dois sons diferentes e assim poder
perceber o fato de que para cantar ou tocar a melodia, é preciso respeitar a
ordem, a semelhança do que ocorre com escrita de palavras.
Durante o período de observação, realizada em sala de aula, pode-se
averiguar que a música teve inúmeros objetivos e vários propósitos, porém
alguns não foram muito adequados. Houve práticas de músicas onde eram
empregadas para serem cantaroladas, pequenas e repetitivas canções que
fazem parte do dia a dia do aluno, como músicas folclóricas e de brincadeiras.
São músicas, porém cantadas de modo mecânico, acompanhadas por gestos
também mecânicos, não tendo nenhum significado para o aluno, pois deve-se
ter a sensibilização para se apreciar os sons musicais.
Os PCNs e o Referencial Curricular Nacional nos dizem que a
qualidade do trabalho musical está em defasagem, pois está caracterizado em
atividades de reprodução e de imitação. (BRASIL, 1998).
Através da observação em sala, também pode-se analisar o
despreparo dos professores que ocorre devido à falta de conhecimentos, para
o ensino da música, a falta de condições míninas para a realização de
atividades variadas devido a precariedade das escolas.
A escola em estudo não possui uma sala apropriada para as aulas de
música, desfavorecendo os alunos para essa prática, pois a cada aula, a
professora tem que transportar vários materiais, tornando assim dificultoso seu
trabalho, além da perda de tempo. Outro ponto negativo observado durante o
estudo realizado no ambiente escolar foi a posição dos próprios pais, em
relação ao ensino da música, pois estes entendem que seus filhos devem sair
36
tocando algum tipo de instrumento, porém a música não deve ser só tocada,
deve ser sentida, pois desta forma abrange seus conhecimentos, envolvendo-
se com sua sensibilidade e descobrindo o mundo a sua volta, de forma
prazerosa, porém a maioria dos pais não entendem esse conceito de
musicalização.
Quanto ao ensino da música em sí, a apostila adotada pelo Colégio X,
não traz muitas atividades relacionada ao tema, dando mais ênfase nas
atividades artísticas das Artes Visuais, assim as professoras elaboram
atividades a parte (fora da apostila) para o ensino da musicalização.
Seria necessário que tivesse uma aula específica para essa atividade,
onde pudesse ter uma sala específica com os devidos instrumentos
necessários.
Quanto ao questionário, ele foi efetivado com duas professoras da
instituição, as quais chamaremos de professora 1 e 2.
Pode-se constatar que ambas possuem formação acadêmica para o
ensino das Artes, porém não possuem conhecimentos específicos para o
ensino da música, também relataram que para se aprender música, não é
necessário talento, porém para tocar um instrumento da forma certa sim,
necessita de talento e muito esforço e dedicação.
Segundo o questionário respondido, a professora 1 leciona nesta
instituição há 5 (cinco) anos, porém já atuava na rede pública há 10 (dez) anos.
A professora 2, leciona apenas nesta instituição há 2 anos, pois ela terminou
sua graduação neste período.
Ambas as professoras concordam com a Lei 11.769, onde determina o
ensino da música, porém relataram que o Colégio X não possui uma estrutura
física adequada para as atividades musicais, não tendo instrumentos
disponíveis para a realização das atividades. Também replicaram que não
possuem o domínio necessário para ministrar tal disciplina e que as atividades
que realizam são de forma superficial, sendo necessário trabalhar com um
profissional que atuassem na área musical, possibilitando assim uma troca de
experiências.
Quanto às atividades curriculares, ambas concordam que o trabalho
musical deveria ser integrado de forma interdisciplinar.
Quanto às atividades o Colégio X:
37
• Não possui aulas com instrumentos musicais;
• Não possui conjuntos instrumentais;
• Não possui bandas de sopros ou metais;
• Possui coral ou grupo vocal;
• Não possui grupos de música popular
• Possui hora cívica;
• Possui festivais de músicas, geralmente folclóricas;
• Não tem apresentações musicais.
Quanto aos conteúdos os professores ensinam:
• Análise musical;
• Audições de músicas;
• Canto;
• Construção de instrumentos;
• Dança;
• História da música;
• Improvisação;
• Movimentação;
Quanto às perguntas abertas:
6. Como Educador(a), você acha que a música na escola proporciona algum tipo de conhecimento?
Professora 1:
Sim, sendo extremamente importante, pois desde o útero materno o
bebê, desenvolve reações a estímulos sonoros, sendo importante
também na vida das/dos crianças/jovens/adolescentes, pois a música
desenvolve as expressões da auto-estima, integração social,
equilíbrio, bem-estar, acalma o aluno e o faz se sentir mais motivado.
Professora 2:
Sim, através da música é possível trabalhar as áreas cognitivas,
motora e sócio-afetivas de cada aluno, além de proporcionar o
conhecimento de outras culturas e a época que foram realizadas. A
38
música contribui para a formação intelectual do aluno, pois
desenvolve a capacidade de expressar através de uma linguagem
não-verbal e os sentimentos e emoções, a sensibilidade, o intelecto, o
corpo e a personalidade.
As professoras entrevistadas concordam definindo a música como
maneira de aprendizado e conhecimento, sendo muito importante para o
desenvolvimento da imaginação, sendo criadora e meio para conhecimento de
si mesma. Através da música o aluno desenvolve sensibilidade, percepção,
imaginação e criatividade. Portanto, para que a música possa ser sentida e
significativa, o profissional deve ter competências profissionais, para transmitir
tais sentimentos, formando assim sujeitos mais criativos e competentes.
7. O Colégio X, possui carga horária disponível para a
realização de atividades musicais ou faz parte da disciplina
de Artes?
Professora 2:
O Colégio não possui carga horária específica para a realização das
atividades musicais, apenas está integrada na apostila, sendo bem
superficial.
Professora 2:
O Colégio não possui carga horária específica para a realização das
atividades musicais, faz parte da apostila utilizada para ao ensino das
Artes.
Portanto, percebe-se a precariedade em relação as atividades com a
música, na qual as professorem sentem dificuldades em formular conceitos e
metodologias para desenvolverem suas aulas com qualidade, criatividade, pois
as atividades já vem prontas na apostila utilizada, tendo que ser seguida
rigorosamente, além de não possuir uma carga horária específica para a
disciplina.
39
8. Quais os instrumentos que o Colégio X, dispões para as
aulas de música?
Professora 1:
O Colégio não possui muitos instrumentos, apenas violão, teclado,
flauta doce dentre outros que foram confeccionados pelos próprios
alunos com materiais de sucata, pois construir materiais sonoros com
os alunos é uma experiência prazerosa, lúdica trazendo muita
aprendizagem.
Professora 2:
Violão, teclado, flauta.
Os professores disseram haver dificuldades em relação a falta de
recursos e materiais para desenvolver seus trabalhos musicais, estando
descontentes com a situação, quando dizem que “precisam atender a nova
geração de alunos que estão cada vez mais críticos e exigentes”.
Através da apostila do Positivo adotada pelo Colégio X, pode-se
constatar que o fazer musical esta relacionada com:
• Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais
das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons:
altura (grave ou agudo), duração (curtos ou longos), intensidade
(fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e
personaliza cada som)
• Reconhecimento e utilização de algumas produções musicais.
• Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e a
improvisação musical.
• Repertório de canções para desenvolver memória musical.
Quanto à apreciação musical, na qual refere-se a audição e a interação
com as músicas podemos relacionar:
• Escuta de obras variadas.
• Participações que integrem músicas, canções e movimentos
corporais.
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• Ouvir, e assim expressar sensações, sentimentos e pensamentos,
por meio de improvisações, composições e interpretações
musicais.
• Explorar e identificar elementos da música para se expressar,
interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo.
Deste modo, diante dos resultados apresentados e das teorias
estudadas no decorrer deste trabalho, fica claro que a instituição de ensino
estudada está realizando as aulas de música, porém de forma precária, não
estando debelada na Lei 11.769, ou seja, não está adaptada conforme a lei
exige, porém existem vários itens que podemos colocar a favor, como é o caso
da busca de novas metodologias de aprendizagem, pois as professores estão
sempre buscando novos meios inovadores para o processo de ensino-
aprendizagem, não ficando na mesmice do ensino tradicional.
Percebe-se que há um olhar dos professores para a formação musical,
ou seja, que existe interesse para a complementação da aprendizagem
musical, pois assim há possibilidades de novas leituras, que vão além dos
conhecimentos das notas musicais, e deste modo elas possam compreender e
analisar a linguagem musical durante o desenvolvimento das atividades, pois
em esse domínio os profissionais anulam o saber musical na sua essência.
Também podemos concluir a partir dos relatos das professoras o
desprezo que a disciplina já sofreu, porém atualmente este quadro vem se
modificando, levando ao atrelamento com outras disciplinas, fazendo com que
professores e alunos façam um contraponto com as outras áreas dos saberes,
deixando claro que a disciplina de Artes (música) não pode permanecer
estática, tida como desnecessária dentro da educação.
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ser humano evolui, encontrando novas formas de expressar e de se
comunicar com o outro suas emoções e sensações, seu pensar e seu sentir,
usando diferentes linguagens. Uma dessas linguagens é a música, identificada
pelas relações expressivas entre silêncio e som.
Podemos aprender música de várias maneiras, freqüentando aulas
particulares de instrumentos, técnica vocal, tocar em uma banda, cantar em um
coral, dentre outros modos, porém na escola a música deve acontecer por meio
de atividades que a faça de modo internamente, onde o aluno reaja, mova-se
com ela, buscando desenvolver esquemas de apreensão da linguagem
musical. Deste modo, qualquer pessoa, de qualquer faixa etária pode ser
musicalizada pelo processo com o contato com a música.
A música é uma linguagem que se traduz em formas sonoras capazes
de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos. Compõe-se
de quatro propriedades formadoras do som: altura, duração, timbre e
intensidade. É na articulação dessas propriedades que surge a música.
O trabalho com esse eixo deve permitir ao aluno: perceber como foram
tratadas as propriedades do som na composição musical, assim como qual foi
a intenção do compositor, ou seja, o objetivo principal da educação musical é
facilitar o acesso a multiplicidade de manifestações musicais da nossa cultura,
bem como possibilitar a compreensão de manifestações musicais de outras
culturas.
Aprender a ouvir e compreender o que ouve para produzir a apreciar a
arte musical está relacionado aos gestos e movimentos corporais no trabalho
musical. Ao trabalhar-se com a música deve-se respeitar o nível de percepção
e o desenvolvimento de cada aluno em cada fase, bem como as diferentes
socioculturas.
Aliar a música ao ensino das Artes Visuais, fez com que os professores
assumissem uma nova postura, sendo esta mais dinâmica e interativa junto ao
aluno. Isso nos mostra que a música foi introduzida na educação ao longo do
tempo, mudando a maneira de ensinar, refazendo uma nova metodologia
42
pedagógica, pois atualmente temos vários recursos que auxiliam os alunos no
processo ensino-aprendizagem. Pode-se averiguar que existem muitos
educadores que estão preocupados com os novos métodos, sempre tentando
renovar suas práticas, de acordo com a realidade de cada aluno.
Porém engana-se o professor que acredita que para realizar um
trabalho musical na escola, necessite de instrumentos, pois temos um valioso
instrumento musical, a voz. O trabalho com a música deve reunir toda e
qualquer fonte sonora: objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa
qualidade, até materiais reciclados, porém é preciso lembrar que a voz é o
primeiro instrumento e o corpo humano é fonte de produção sonora. A voz bem
usada em sala de aula proporciona uma valiosa vivência musical e auxilia na
execução de atividades que não precisam de nenhum outro recurso material.
Nas escolas muitas vezes, a música é empregada apenas como plano
de fundo ou motivo de recreação e desconcentração. Isso se deve pela falta de
conhecimento dos professores, pois estes profissionais não têm habilidade,
afinidade e formação específica, comprometendo assim, a qualidade do
trabalho realizado em sala de aula. Pois sabe-se que a maioria dos professores
que atuam na disciplina de artes, não possuem a formação específica,
comprometendo assim a aprendizagem dos alunos. Esta falta de conhecimento
por parte dos profissionais faz com que as produções dos alunos fiquem sem
reflexão, sem sentido, apenas realizam porque é exigido. Quando o profissional
tem o conhecimento específico embasado em métodos, o aluno reflete sobre
sua produção, tais como os procedimentos utilizados pelo músico, as
informações sobre as técnicas, deste modo, o professor deve conhecer os
conteúdos da musicalização, exercitando suas capacidades dentro desta
linguagem, para que assim, possa trabalhar de forma mais profunda e segura
com seus alunos.
Um dos questionamentos deste trabalho foi o de entender que a
disciplina de Artes (música) poderia contribuir para o desenvolvimento da
criatividade e do intelecto do aluno, assim sendo, a resposta foi confirmada a
partir das análises de dados, realizado através de questionamentos com as
professoras, onde pode-se constatar que a música contribui para que o aluno
expresse a maneira de ver o mundo que o cerca, o que está sentindo, além de
43
expandir e libertar sua imaginação, pois a música não impõe limites para a
criatividade.
Quanto a indagação, se a música está sendo bem utilizada, há muitos
pontos desfavoráveis, na qual podemos citar dentre esses o despreparo da
formação musical das professoras, a falta de um lugar apropriado para as aulas
de música, a falta de instrumentos musicais e um horário apropriado, ou seja,
um horário fora da carga horária da disciplina de Artes, sendo esta exclusiva
para o ensino da música.
Portanto, o resultado deste trabalho ficou evidente, onde nos
demonstrou que a instituição em estudo, não esta realizando o ensino da
música conforme a Lei 11.769/08, que nos diz da sua obrigatoriedade na
educação básica, concebendo um avanço para a educação musical no Brasil,
já que constitui a sua conciliação no currículo escolar de forma inequívoca.
Deste modo, as escolas devem acrescentar em seus projetos políticos
pedagógicos, junto com a disciplina de Artes, a música e esta deve ser
ministrada por um educador musical, sendo realizada de forma correta,
conforme solicita a Lei.
A música deve estar presente tanto no nosso cotidiano como na
escola, como um dos elementos formadores do indivíduo, fazendo com que os
educadores reflitam sobre o seu valor e assim ela aconteça através de
inúmeras atividades já citadas.
Deste modo, podemos constatar a importância da educação musical
nas escolas, devendo ser incentivada e desenvolvida desde os níveis mais
elementares da escolarização, sabendo que sua inclusão no currículo contribui
para a formação de cidadãos com capacidades intelectuais aprimoradas. Assim
sendo, a música torna-se uma grande aliada no processo ensino-
aprendizagem, visto que ela esta presente desde a educação infantil até a vida
adulta.
44
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45
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ANEXOS
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ANEXO A: QUESTIONÁRIO - PROFESSORES
1. Qual sua formação acadêmica : _____________________________
2. Quanto tempo você leciona a disciplina de Artes?
_____________
3.3.3.3. As atividades musicais estão previstas no currículo do Colégio X?
a. Sim b) Não
4.4.4.4. Você concorda com a Lei 11.769, onde determina o ensino da música?
a) Sim b) Não
5. Você domina a arte da música para poder ministrar a disciplina?
a. Sim b) Não
6.6.6.6. Como Educador(a), você acha que a música na escola proporciona algum tipo de conhecimento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
7.7.7.7. O Colégio X, possui carga horária disponível para a realização de atividades musicais ou faz parte da disciplina de Artes?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
O Colégio X, possui espaço disponível para a realização de atividades musicais?
a. Sim b) Não
8.8.8.8. O Colégio X, possui recursos e instrumentos disponíveis para a realização de atividades musicais?
a. Sim b) Não Caso Sim, o Colégio possui:
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Atividades Sim Não
Aulas de Instrumentos Musicais
Conjuntos instrumentais
Bandas de sopros ou metais
Coral ou grupo vocal
Grupos de música popular
Hora cívica
Festivais de música
Apresentações musicais
9.9.9.9. Quais os instrumentos que o Colégio X, dispões para as
aulas de musica? _______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
10.10.10.10. Você utiliza os conteúdos da musicalização de forma a ensinar, os alunos a tocarem instrumentos? Se sim, assinale o que você utiliza:
Atividades Sim Não
Análise musical
Arranjos de músicas
Audição de músicas
Canto
Construção de instrumentos
Composição ou criação de músicas
Dança
História da música
Improvisação
Leitura e escrita musicais
Movimentação
Percepção e discriminação dos parâmetros musicais
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11.11.11.11. Em sua opinião, qual é o efeito que a música produz nos alunos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
12.12.12.12. Você considera que para aprender música, é necessário ter
talento para desenvolver algumas habilidades musicais? a. Sim b) Não
13.13.13.13. O trabalho musical deveria ser realizado de forma integrada
nas atividades curriculares? a. Sim b) Não
14.14.14.14. Você acha necessário e desejaria trabalhar em conjunto com
um professor especialista em música, possibilitando assim uma troca de experiências?
a) Sim b) Não
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ANEXO B: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
ÁREA ARTES VISUAIS
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Olhando à nossa volta, constatamos que vivemos rodeados de uma enorme quantidade de objetos, seja em casa, no trabalho, na sala de aula ou nos diversos lugares. As artes são linguagens que estão presentes no cotidiano da vida infantil.
Ao longo da história, o homem sempre produziu ferramentas para facilitar seu trabalho e muitas destas ferramentas estão guardadas em museus.
Dessa forma, as obras de arte não devem ser encaradas como algo extraordinário dentro da cultura humana.
O desenvolvimento dos conhecimentos de arte em música, artes visuais, dança e teatro, contribuem para o fortalecimento da experiência sensível e inventiva dos alunos e para o exercício da cidadania e da ética construtora de identidades artísticas.
A arte é uma área de conhecimento que requer espaço e constância, como todas as áreas do currículo escolar, da primeira à ultima etapa da Educação Básica.
Então, mais do que nunca, o homem necessita e a sociedade exige a arte na escola, incluída no processo de formação do ser individual e social.
O aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas pela natureza e nas diferentes culturais.
Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para valorização do que é próprio e favorece a abertura à riqueza e à diversidade da imaginação humana.
A arte também está presente na sociedade em profissões que são exercidas no mais diferentes ramos de atividades, o conhecimento em artes é necessário no mundo do trabalho e faz parte do desenvolvimento profissional do cidadão.
É importante que os alunos compreendam sentido do fazer artístico. Ou seja, entendam que suas experiências de desenhar, cantar e dramatizar propiciam conhecimentos diversos sobre a sua relação com mundo.
O ser humano que não conhece arte tem experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida.
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OBJETIVO
O aluno deve saber se comunicar através das artes mantendo uma atitude de busca pessoal e, ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ou realizar e fruir produções artísticas.
A partir da prática, ser capaz de interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados das artes (artes visuais, música, teatro) experimentando-os e de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais.
A sensibilidade resultante desse conhecimento constitui a edificação de relações de auto-confiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções.
Ter a capacidade de observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando argumentando e apreciando arte de modo sensível.
Atingir portando, o buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela livros revistas, jornais, ilustrações, dispositivos, vídeos, cartazes e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura bibliotecas, fonotecas, videotecas) reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias.
METODOLOGIA
Aprender a arte é desenvolver um percurso de criação pessoal, alimentado pelas interações com fonte de informação (obras, trabalhos dos colegas, acervos, reproduções, mostras e apresentações) e com o seu próprio percurso criados.
Fazendo arte o aluno poderá garantir situação de aprendizagem, e o modo de produzir.
Ensinar a arte significa não isolar a escola da informação histórica - social da arte e, ao mesmo tempo garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias, dando possibilidade de sentir e pensar-se no meio ambiente em que vive.
Aprender com sentido de prazer, esta associado a compreensão mais clara daquilo que é ensinado os conteúdos da arte não podem ser banalizados.
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Cabe ao professor escolher os modos e recursos didáticos vinculados aos Temas Transversais, adequados para apresentar as informações, observando sempre a necessidade de introduzir formas artísticas, porque ensinar arte como é o caminho mais eficaz.
É papel da escola, concluir as informações sobre a arte produzida nos âmbitos regional, nacional e internacional compreendendo também aquelas produzidas pela média para democratizar o conhecimento e ampliar possibilidades de participação social do aluno.
No que se refere à arte, o aluno pode tornar-se consciente da existência de uma produção social concreta e observar que essa produção tem história.
A aprendizagem em arte acompanha o processo de desenvolvimento geral da criança, assim como a ação artística também costuma envolver criação grupal. Cabe ao professor informar os procedimentos de arte, orientar e preservar o trabalho pessoal dando oportunidade ao aluno de realizar suas próprias escolhas, de modo a desenvolver a criticidade.
A arte está presente em diferentes manifestações que compõem os acervos da cultura popular, erudita, modernos meios de comunicações e novas tecnologias.
A arte deve estar interligada com todas as disciplinas, abrangendo todas as áreas do ensino fundamental. É importante ressaltar a questão da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais dentro do ensino regular e quando necessário, adaptarmos a metodologia as essa questão.
CONTEÚDOS
- Relação dos homens com os objetivos e a realidade a) Análise do modo de relação dos homens com os objetos e a realidade; b) Análise dos modos de compor; c) Conteúdos relativos a atitudes e valores (artes visuais, dança, música,
teatro).
- Saber estético a) Elementos visuais; b) Composição.
- Trabalho Artístico - Leitura das qualidades Plásticas dos objetos e da realidade - Saber estético
a) Elementos Visuais;
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b) Qualidades plásticas; c) Composição.
- Leitura das Qualidades plásticas dos objetos e da realidade
a) Análise do modo de relação dos homens com objetos e a realidade; b) Análise dos modos de Compor.
- Artes Visuais
a) Expressão e comunicação na prática dos alunos em artes visuais; b) As artes visuais como objeto de apreciação significativa; c) As artes visuais como produto cultural e histórico.
- Dança
a) A dança na expressão e comunicação humana; b) A dança como manifestação coletiva; c) A dança como produto cultural e apreciação estética.
- Música a) Comunicação e expressão em música: interpretação; b) Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e
compreensão da linguagem musical; c) A música como produto cultural e histórico: música e som no mundo.
- Teatro
a) O teatro como expressão e comunicação; b) O teatro como produção coletiva; c) O teatro como produto cultural e apreciação estética.
VINCULAÇÃO DOS TEMAS TRANSVERSAIS
A área de Arte, dada a própria natureza de seu objeto de conhecimento, apresenta-se como um campo privilegiado para o tratamento dos temas transversais propostos nestes Parâmetros Curriculares Nacionais.
As manifestações artísticas são exemplos vivos da diversidade cultural dos povos e expressam a riqueza criadora dos artistas de todos os tempos e lugares. Em contato com essas produções, o aluno do ensino fundamental pode exercitar suas capacidades cognitivas, sensitivas afetivas e imaginativas, organizadas em torno da aprendizagem artística e estética. Neste sentido, podem contribuir para uma reflexão sobre temas como os que são enunciados transversalmente, propiciando uma aprendizagem alicerçada pelo testamento vivo de seres humanos que transformam tais questões em produtos de arte.
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Assim como plano da experiência mais imediata dos alunos, uma classe é feita de diferentes crianças; no plano da realidade estética, um trabalho de arte é feito da articulação entre os elementos diversos que o compõem. .
É importante mobilizar a curiosidade dos alunos sobre contrates, contradições, desigualdade e peculiaridades que integram as formações culturais em constante transformação e as distinguem entre si, por meio da escolha de trabalhos artísticos que expressem tais características.
No plano da realidade sociocultural, inferir que o Brasil é um país onde existem diferentes regiões, cada um com sua cultura local e que o mundo é composto de diferentes países com formas culturais especificas.
O universo da arte popular brasileira envolve cantigas e folguedos, contos tradicionais, danças, textos escritos (literatura de cordel) cerâmica utilitária e ornamental, tecidos e uma infinidade de objetos que são diferentes em cada região do Brasil. Professores e alunos podem pesquisar na arte local e/ou regional de sua comunidade uma fonte inestimável de aprendizagem para seus alunos.
As obras de arte, constantemente representam figuras humanas e retratam relações humanas entre homens e mulheres, mães, pais e filhos, meninos e meninas, nas mais variadas formas: pinturas, gravuras, esculturas, canções sobre heróis e heroínas, peças de teatro e contos. Também podem contribuir para ampliar as dimensões da compreensão dos alunos sobre sexualidade humana, quando documentam ações de homens e mulheres em diferentes momentos da história e em culturas diversas.
A arte esta presente em diferentes manifestações que compõe os acervos da cultura popular, erudita, moderna meios de comunicação e novas tecnologias. Deve estar interligada com todas as disciplinas, abrangendo todas as áreas do ensino fundamental.
E importante ressaltar a questão da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais dentro de o ensino regular e quando necessário, adaptarmos a metodologia a essa questão.
AVALIAÇÃO
O professor atento conhece o desempenho de seus alunos. Sua avaliação é diária, contínua, diagnóstica.
Essa avaliação constante permite que ele verifique não só as dificuldades especiais de cada aluno e da classe, mas também avalie o seu trabalho, suas metas e objetivos refazendo-os sempre que necessário.
A utilização da auto-avaliação despertando no aluno, a autocrítica, o desenvolvimento de sua honestidade, ordem, participação na aula e em grupo, nos projetos e principalmente o despertar de sua criatividades para a formação
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dos jovens com competências e habilidades dando um novo rumo para suas vidas. Será um ser humano com potencial criativo que desabrochará em um mundo competitivo.