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Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto Programa de Pós-graduação em Enfermagem Carla Somaio Teixeira ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DA AUTOIMAGEM E RISCOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES. São José do Rio Preto 2016

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Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Programa de Pós-graduação em Enfermagem

Carla Somaio Teixeira

ESTADO NUTRICIONAL DE

ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DA

AUTOIMAGEM E RISCOS DE

TRANSTORNOS ALIMENTARES.

São José do Rio Preto

2016

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Carla Somaio Teixeira

ESTADO NUTRICIONAL DE

ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DA

AUTOIMAGEM E RISCOS DE

TRANSTORNOS ALIMENTARES.

Dissertação apresentada à Faculdade de

Medicina de São José do Rio Preto para

Obtenção do Título de Mestre no Curso de

Pós-Graduação do Programa de

Enfermagem, Mestrado Acadêmico.

Grupo de Pesquisa: “EDUS: Educação em

Saúde”.

Área de Concentração: Processo de

Trabalho em Saúde.

Linha de Pesquisa: Educação na Saúde e

Processo do Cuidar nos Ciclos de Vida.

Orientadora: Profa. Dra. Claudia Bernardi Cesarino

São José do Rio Preto

2016

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Ficha Catalográfica

Teixeira, Carla Somaio

Estado Nutricional de Adolescentes: Percepção da autoimagem e

Riscos de transtornos alimentares/. Carla Somaio Teixeira.

São José do Rio Preto; 2016.

60 p.

Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina de São José do Rio

Preto.

Eixo Temático: Educação na Saúde e Processo do Cuidar nos Ciclos de

Vida

Orientadora: Profª Drª Claudia Bernardi Cesarino

1. Anorexia Nervosa; 2. Bulimia Nervosa; 3. Transtornos Alimentares;

4. Adolescente; 5. Obesidade.

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Carla Somaio Teixeira

ESTADO NUTRICIONAL DE

ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DA

AUTOIMAGEM E RISCOS DE

TRANSTORNOS ALIMENTARES.

BANCA EXAMINADORA

DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE

Presidente e Orientadora: Profª Drª Claudia B.Cesarino

1º Examinadora: Drª Sabrina Neves Casarotti

2º Examinadora: Profª Drª Neide Aparecida Miceli Domingos

1º Suplente: Drª Tainara Costa Singh

2º Suplente: Profª Drª Maria Rita Rodrigues Vieira

São José do Rio Preto, 06/12/2016.

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SUMÁRIO

Dedicatória....................................................................................................... i

Agradecimentos............................................................................................... ii

Epígrafe............................................................................................................ iv

Lista de Figuras............................................................................................... v

Lista de Tabelas e Quadros............................................................................ vi

Lista de Símbolos e Abreviaturas.................................................................. vii

Resumo............................................................................................................. viii

Abstract ........................................................................................................... ix

Resumen........................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 1

1.1 Objetivos................................................................................................. 5

2 MANUSCRITOS.......................................................................................... 6

2.1 Manuscrito 1........................................................................................... 8

2.2 Manuscrito 2........................................................................................... 19

3 CONCLUSÕES............................................................................................ 38

4. REFERÊNCIAS.......................................................................................... 40

APÊNDICE...................................................................................................... 45

ANEXOS.......................................................................................................... 51

DIVULGAÇÃO............................................................................................... 59

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i

Dedicatória

Dedico esta dissertação aos meus queridos pais, Waldir e Maria Amélia, que sempre

acreditaram em mim e me deram apoio, amor, carinho, sacrifícios. Além de ensinar a

busca de proteção e forças em Deus nos momentos bons e difíceis com perseverança e

fé, alcançando assim, a vitória. Por todos os motivos da minha existência, gostaria de

dedicar-lhes este trabalho e expressar a minha eterna gratidão e amor. “Minhas

conquistas são nossas”.

Em especial minha irmã Vânia, irmã amada! Incentivadora para que eu sempre busque

meus sonhos!

Ao meu amado esposo, Junior, por ter estado ao meu lado, incentivando e estendendo a

mão nas dificuldades, companheiro inseparável, fonte de sabedoria e compreensão.

Aos meus filhos, Alexandre, Renan e Marcelo, presente de Deus, iluminam minha vida

e motivadores para essa conquista, alegra os meus dias. Amo vocês mais que tudo no

mundo.

“A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante”.

(Paulo Coelho)

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ii

Agradecimentos

Agradeço a Deus, pela saúde de viver e realizar mais essa etapa na minha vida.

À minha família, meu alicerce, pelo amor, apoio, incentivo e compreensão que

me dão inspiração e motivação na vida.

À Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, FAMERP, pelo

acolhimento e qualificação ao programa de mestrado de enfermagem.

À Profa. Dra. Claudia Bernardi Cesarino, agradeço a oportunidade, que me foi

dada a mim, pela paciência, orientação e certeza da minha capacidade. Você é

minha eterna inspiração, pela delicadeza e conforto que suas palavras e

ensinamentos proporcionaram.

Aos docentes do Mestrado, queridos professores, que contribuíram para o

desenvolvimento do trabalho.

Agradeço aos meus queridos alunos da Unilago do último período de nutrição

do ano 2015, Regiane, Marcela, Rodner, Erievelin, Camila e Sílvia Letícia que

ajudaram com suas disponibilidades de horários, para que esse trabalho

acontecesse!

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iii

Aos docentes que aceitaram ser examinadores na banca de qualificação e defesa,

pelas contribuições.

Aos colegas do mestrado, companheiros de atividades e anseios. Turma especial

e querida.

À nutricionista Jéssica Cristina Cavalheiro, que contribuiu com seu

profissionalismo para realização desse sonho.

À minha querida ex-aluna Profa. Dra. Sabrina Casarotti, pelo incentivo durante

a minha jornada de docente, acreditando em mim e dando muita força nos

momentos de desânimo.

À Beatriz Dinardi, meus agradecimentos pela dedicação e contribuição para

realização deste estudo.

A todos o meu muito obrigada.

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iv

Epígrafe

“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais

certo de vencer é tentar mais uma vez”. (Thomas Edison)

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v

Lista de Figuras

MANUSCRITO 2

Figura 1. Análise de Correspondência Múltipla das variáveis referentes

aos transtornos alimentares, índice de massa corporal e

avaliação da autoimagem em relação aos alunos das escolas

pública e privada............................................................................ 29

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vi

Lista de Tabelas e Quadros

MANUSCRITO 1

Tabela 1. Resultados da associação do Índice de Massa Corpórea com os

riscos de transtornos alimentares das alunas da rede pública e

privada - São José do Rio Preto/SP, 2015..................................... 12

Tabela 2. Associação dos sintomas de transtornos alimentares com a cor

da pele das alunas da rede pública e privada São José do Rio

Preto

2015...............................................................................................

13

MANUSCRITO 2

Tabela 1. Percentual das variáveis de caracterização amostral. São José do

Rio Preto, 2015.............................................................................. 26

Tabela 2. Resultados da associação do índice de massa corporal com as

demais variáveis de caracterização dos alunos de escolas pública

e privada. São José do Rio Preto, 2015.......................................... 27

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vii

Lista de Símbolos e Abreviaturas

AN - Anorexia Nervosa

APA - Associação Psiquiátrica Americana

BN - Bulimia Nervosa

EAT - Eating Attitude Test

IC - Imagem Corporal

IMC - Índice de Massa Corporal

TA - Transtornos Alimentares

TASOE - Transtornos Alimentares Sem Outras Especificações

TCAP - Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

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viii

Resumo

Introdução: A adolescência é caracterizada por grandes transformações biológicas,

emocionais e sociais, podendo ocorrer mudanças no estado nutricional, sendo o

aumento de peso uma das principais causas da insatisfação corporal, com ganho de

gordura significante entre as meninas e ganho de massa muscular duas vezes maior

entre os meninos. Adolescentes obesos são mais susceptíveis à insatisfação corporal,

que gera uma negação do próprio corpo, por não se enquadrar aos padrões de beleza da

moda. Objetivos: Identificar os riscos de transtornos alimentares de adolescentes,

correlacionar com idade, cor, índice de massa corpórea, risco cardiovascular e imagem

corporal entre as escolas pública e privada. Casuística e Métodos: Estudo descritivo,

transversal e de abordagem quantitativa realizado em duas escolas de São José do Rio

Preto, do Estado de São Paulo; uma pública e a outra privada. Uma amostra

representativa de 546 adolescentes de ambos os sexos, sendo 230 da escola pública e

316 da privada. O instrumento Eating Attitude Test (EAT-26), respondido somente

pelas adolescentes. Para avaliação da imagem corporal, foi aplicada a escala de silhueta

de Thompson e Gray em ambos os sexos. Foram aferidos os dados antropométricos

peso, altura e circunferência de cintura. Utilizou-se o software Statistical Package for

the Social Sciences, sendo que as médias foram comparadas pelo teste t de Student, as

proporções pelo teste Fisher e as associações o teste qui-quadrado. Realizou a análise de

correspondência múltipla para observar a relação entre as variáveis coletadas dos

adolescentes das escolas públicas e privadas. O nível de significância adotado foi de 5%

(p<0,05). Resultados: Dos 230 adolescentes da escola pública a maioria apresentou

mais de 13 anos; alunos com estado nutricional de sobrepeso e obesidade, com risco

cardiovascular, insatisfação com a imagem corporal para excesso de peso e

comportamento alimentar de risco para transtorno alimentar. Para o estado nutricional

de eutrofia, os adolescentes não apresentaram risco cardiovascular, ausência de risco

para transtorno alimentar, mas insatisfação com a imagem corporal por excesso de peso.

Alunos com índice de massa corpórea abaixo do peso não apresentaram risco

cardiovascular e insatisfação com a sua imagem corporal relacionada à magreza. Dos

316 adolescentes da escola privada, a idade era entre 10 e 13 anos; para o estado

nutricional de eutrofia e sobrepeso não apresentou risco cardiovascular, insatisfação

com a imagem corporal para excesso de peso e ausência de comportamento alimentar de

risco para transtorno alimentar. Há também os alunos classificados com índice de massa

corpórea obesidade que relataram estar insatisfeitos com sua imagem corporal para

excesso de peso, com risco cardiovascular e comportamento de risco para transtornos

alimentares. Adolescentes de baixo peso, associação significativa para ausência de

riscos cardiovasculares e comportamento de risco para transtornos alimentares, mas

estão insatisfeitos com a imagem corporal relacionada à magreza. Todas essas

associações foram significativas em ambas às escolas (p<0,001). Conclusão: O estudo

possibilitou identificar adolescentes com comportamento alimentar inadequado,

suscitando a necessidade de estratégias educativas para prevenção de transtornos

alimentares e imagem corporal.

Palavras-chave: 1. Anorexia Nervosa; 2. Bulimia Nervosa; 3. Transtornos Alimentares;

4. Adolescente; 5. Obesidade

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ix

Abstract

Introduction: Adolescence is characterized by great changes, such as biological,

emotional and social. Changes can occur in the nutritional status and the weight

increase is a main cause of body dissatisfaction. The fat gain becomes significant among

girls and muscle mass gain, twice as higher among boys. Obese adolescents are more

susceptible to body dissatisfaction, leading to a body denial since this does not fit

according to the standards of beauty in fashion. Objectives: To identify the risks of

eating disorders in adolescents and to correlate them with age, color, body mass index,

cardiovascular risk and body image among the public and private schools. Casuistics

and Methods: A descriptive, cross-sectional study of quantitative approach was carried

out in two schools of São José do Rio Preto, São Paulo state: a public and private one.

The sample comprised 546 female and male adolescents; 230 from public schools and

316 from private school. Female adolescents answered the Eating Attitude Test

instrument (EAT-26), and to evaluate the body image of adolescents, Thompson and

Gray silhouette scale was used. Anthropometric data weight, height and waist

circumference were measured. Software Statistical Package for the Social Sciences was

used, and the averages were compared by the Student t test, the proportions by Fisher

test and associations, the Chi-Square test. Multiple correspondence analysis was used to

observe the relationship between the variables collected from adolescents from public

and private schools. The significance level used was 5% (p <0.05). Results: Out of the

230 adolescents from public schools most of them was older than 13 years; the

adolescents with the nutritional status of overweight and obesity showed cardiovascular

risk, dissatisfaction with body image to overweight and risk of dietary behavior for

eating disorder. For nutritional status of Eutrophia, adolescents showed no

cardiovascular risk, no risk for eating disorders and body image dissatisfaction to

overweight. Students with body mass index of underweight showed no cardiovascular

risk and no dissatisfaction to their body image to thinness. Out of the 316 adolescents

from private school, the age was between 10 and 13 years; the nutritional status of

Euthrophia and overweight did not show cardiovascular risk; they are dissatisfied with

their body image to overweight and no dietary behavior for eating disorder. There are

also students classified as obese body mass index that reported being dissatisfied with

their body image to overweight with cardiovascular risk and risk behaviors for eating

disorders. Low weight adolescents, no significant association for cardiovascular risk

and risk behaviors for eating disorders, but are dissatisfied with their body image to

thinness. All these associations were significant in both schools (p <0.001).

Conclusion: The study identified adolescents with inappropriate dietary behavior,

enhancing the need for educational strategies to prevent eating disorders and body

image dissatisfaction.

Keywords: 1. Anorexia Nervosa; 2. Nervous Bulimia; 3. Eating Disorders; 4.

Adolescents; 5. Obesity.

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x

Resumen

Introducción: La adolescencia se caracteriza por grandes transformaciones biológicas,

emocionales y sociales, lo que puede ocasionar cambios en el estado nutricional y el

aumento de peso que es una de las principales causas de la insatisfacción corporal, con

el aumento de grasa significativa entre las niñas y el doble de la masa muscular entre los

niños. Adolescentes obesos son más susceptibles a la insatisfacción corporal, lo que

genera una negación del cuerpo, ya que no se encuadran en los estándares de belleza de

la moda. Objetivos: Identificar los riesgos de trastornos alimentarios en adolescentes,

correlacionar con la edad, color, índice de masa corporal, el riesgo cardiovascular y la

imagen corporal entre las escuelas públicas y privadas. Casuística y Métodos: Estudio

descriptivo, transversal y de enfoque cuantitativo en dos escuelas de São José do Rio

Preto, estado de São Paulo; una pública y una privada. Una muestra representativa de

546 adolescentes de ambos sexos, con 230 de una escuela pública y 316 de una escuela

privada. Las adolescentes respondieron al instrumento Eating Attitude Test (EAT-26) y

a la escala de la silueta de Thompson y Gray para la evaluación de la imagen corporal

en adolescentes. Se midieron los datos antropométricos de peso, altura y circunferencia

de la cintura. Se utilizó el programa Statistical Package for the Social Sciences, y las

medias se compararon mediante la prueba t de Student, las proporciones mediante la

prueba de Fisher y las asociaciones de la prueba de x² de Pearson. Se hizo el análisis de

correspondencia múltiple para observar la relación entre las variables recogidas de

adolescentes de escuelas pública y privada. El nivel de significancia fue del 5% (p

<0,05). Resultados: De los 230 adolescentes de la escuela pública, la mayoría de ellos

tenía más de 13 años; aquellos con el estado nutricional de sobrepeso y obesidad

mostraron riesgo cardiovascular, insatisfacción de la imagen corporal con el sobrepeso y

el riesgo de la conducta alimentaria para los trastornos alimentarios. Para el estado

nutricional de eutrofia, los adolescentes no mostraron riesgo cardiovascular o el riesgo

para los trastornos alimentarios, pero la insatisfacción de la imagen corporal con el

sobrepeso. Los estudiantes con índice de masa corporal abajo del peso no mostraron

riesgo cardiovascular e insatisfacción con su imagen corporal de delgadez. La edad de

los 316 adolescentes de la escuela privada fue entre 10 y 13 años; para el estado

nutricional de eutrofia y con sobrepeso ellos no mostraron ningún riesgo cardiovascular

o riesgo de trastornos alimentarios, pero no están satisfechos con su imagen corporal

con el sobrepeso. Hay también estudiantes clasificados como obesos, en el índice de

masa corporal, que reportaron satisfacción con su imagen corporal con el sobrepeso,

pero presentaron riesgo cardiovascular y comportamientos de riesgo para los trastornos

alimentarios. Ninguna asociación significativa de riesgo cardiovascular y riesgo de

conductas para los trastornos alimentarios fue observada entre los adolescentes de bajo

peso, pero no están satisfechos con su imagen corporal de delgadez. Todas las

asociaciones fueron significativas en las dos escuelas (p <0,001). Conclusión: El

estudio identificó los adolescentes con comportamiento alimentario inapropiado,

planteando la necesidad de estrategias de educación para prevenir los trastornos

alimentarios y de imagen corporal.

Palabras clave: 1. Anorexia nerviosa; 2. Bulimia nerviosa; 3. Trastornos Alimentarios; 4.

Adolescente; 5. Obesidade.

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Introdução

1

1 INTRODUÇÃO

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Introdução

2

1 INTRODUÇÃO

A adolescência é um período compreendido dos 10 aos 19 anos,1 em que

ocorrem grandes mudanças cognitivas, psicossociais e físicas, sendo um período em que

o adolescente tem dificuldade em aceitar-se, ter responsabilidades e responder por si.2

A fragilidade desta faixa etária indica a necessidade de um cuidado amplo e

perceptivo, por ser determinada pelo processo de desenvolvimento, atributos

psicológicos e o contexto social em que está incluso, o que coloca o adolescente na

condição de maior suscetibilidade às mais variadas situações de risco.3

Durante a adolescência, podem ocorrer mudanças no estado nutricional como o

aumento de peso, uma das principais causas da insatisfação corporal,4

com ganho de

gordura significante entre as meninas e ganho de massa muscular duas vezes maior

entre os meninos.5

Todas essas transformações fazem parte do desenvolvimento do adolescente,

sendo que a estatura aumenta em torno de 25% e a massa corporal 50%, expondo

mudanças não desejadas pelos adolescentes.6 Paralelamente a isso, esses jovens estão

mais propícios a hábitos alimentares inadequados e não saudáveis.5

Ao longo da história, as meninas tiveram uma mudança corporal que era

considerada atraente: formas arredondadas para uma silhueta mais magra. Já os meninos

também sofreram transformações, tornando-se mais musculosos, ombros largos, cintura

afinada com músculos abdominais definidos, provocando em meninos e meninas,

tentativas ilícitas para atingirem um corpo considerado ideal.7

As tendências de mudanças no padrão alimentar da população brasileira nas

últimas décadas destacam-se com relação ao aumento do consumo de alimentos

industrializados, refrigerantes, doces, refeições prontas, bebidas açucaradas, outros

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Introdução

3

alimentos com alta densidade energética e também a diminuição no consumo de

leguminosas, hortaliças e frutas, propiciando assim, aumento do peso corporal e

aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis.5,8

A insatisfação com a imagem corporal (IC) é percebida em adolescentes de

vários países, até no Brasil,9 os jovens se sentem desconfortáveis quanto às suas

características físicas.8 A maneira com a qual cada indivíduo esculpe sua IC, assume um

conceito importante na preservação da saúde e em como o cérebro reconhece o corpo,

com repercussões na autoestima, nos relacionamentos afetivos e sociais.10

A IC tem sido relacionada a várias causas como: sexo, cor da pele, massa

corporal, atividade física, alimentação, moradia, entre outros.11

No tocante ao sexo, o

feminino tem maior prevalência na insatisfação corporal, mas, nos meninos, também

está aumentando.12

Adolescentes obesos são mais susceptíveis à insatisfação da IC, que gera uma

negação do próprio corpo, por não se enquadrar aos padrões de beleza da moda, sendo

vítima de apelidos e preconceitos, por parte daqueles que se enquadram no padrão de

normalidade, havendo isolamento social.13

Além disso, o medo de engordar e o desejo

de emagrecer podem aumentar uma preocupação excessiva com os alimentos e alterar o

comportamento alimentar, independentemente da presença de obesidade.14

Em

contrapartida, muitos adolescentes que estão com peso adequado para idade relatam

estar insatisfeitos com seu peso.15

A obesidade é o problema de saúde pública mais prevalente nas populações

adulta e infantil, um fator de risco para desenvolver doenças cardiovasculares como

diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias e esteatose hepática,16

sendo que

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Introdução

4

um dos métodos para avalia-la é o índice de massa corpórea (IMC) e para o risco

cardiovascular é a medida da cintura.17

Estudos populacionais sobre a IC, utilizam a aplicação da escala de silhuetas,

com imagens humanas desde o mais magro ao mais gordo e os adolescentes escolhem

as forma corporais que mais assemelham a si mesmo.18-19

Estudos mostram que a etnia pode estar relacionado com a insatisfação da IC20-

21. As propagandas publicitárias difundem um padrão de beleza que, até um tempo atrás,

se restringia a mulheres brancas, loiras, bonitas e magras, associadas a produtos para

emagrecer ou até mesmo produtos de beleza, como se toda a mulher tivesse a obrigação

de ser magra e bonita.22

A mídia influencia esses jovens, que, enfaticamente, sugerem um padrão de

beleza ideal de magreza e estimula o consumo de alimentos calóricos,23

possibilitando o

aparecimento de comportamentos de riscos para transtornos alimentares (TA) como:

anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN).24

Os transtornos alimentares (TA) são alterações psiquiátricas causadas por vários

fatores, caracterizados por consumo, padrões e atitudes alimentares extremamente

confusas e com exagerada preocupação com o peso e a forma corporal. O diagnóstico

de um TA tem critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, no Código

Internacional de Doenças e pela Associação de Psiquiatria Americana, no Manual de

Estatísticas de Doenças Mentais (DSM-V).25

Segundo Associação Psiquiátrica Americana (APA)25

estima-se entre 0,5 a 1%

para AN e 1 a 3% para BN, havendo um crescimento nos últimos trinta anos, que

acometem, em sua maioria, o sexo feminino.

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Introdução

5

As particularidades da AN são quadros de pavor de ganho de peso, valorizar em

excesso a forma ou tamanho do corpo e restrição alimentar. A bulimia nervosa é

caracterizada por incidência repetitiva de comer grandes quantidades de alimentos e

posteriormente por comportamentos purgativos (provocação de vômitos, uso de

diuréticos, inibidores de apetite ou enemas) ou não purgativas (jejuns e exercícios

físicos excessivos).8 Esses tipos de comportamentos, são maléficos à saúde, podendo

haver perda de massa óssea, com um processo de recuperação demorado.26

Outras

morbidades relacionadas aos TA, são: anemia, leucopenia, hipocalcemia, hiponatremia,

miocardiopatias, desidratação, insuficiência renal crônica, diabete melito tipo I,

osteoporose, pancreatite, entre outras.27

Para identificar adolescentes em risco de comportamentos alimentares, é

importante utilizar testes de triagem, autopreenchíveis, para auxiliar no diagnóstico

clínico e riscos de desenvolverem algum tipo transtorno alimentar.

Um dos testes mais utilizados para tal, é o Eating Attitude Test (EAT), com

versão resumida em português e validado para adolescentes brasileiras.28

Dentre os TA, estão também os transtornos alimentares sem outra especificação

(TASOE), no qual se inclui o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP),

acometido em obesos,14

portanto a obesidade pode levar a TA.

1.1 Objetivos

Neste contexto, o estudo teve como objetivos identificar os comportamentos de riscos

para transtornos alimentares (TA) em adolescentes, correlacionar com idade, cor da

pele, índice de massa corpórea (IMC), risco cardiovascular e imagem corporal entre

adolescentes das escolas pública e privada.

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Manuscritos

6

2 MANUSCRITOS

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Manuscritos

7

2 MANUSCRITOS

Os resultados do presente estudo deram origem a dois manuscritos e

submetidos à publicação em revistas indexadas.

2.1. MANUSCRITO 1

Título: RISCOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM

ADOLESCENTES

Autores: Carla Somaio Teixeira, Beatriz Dinardi, Daniele Alcalá Pompeo,

Tainara Costa Singh, Claudia Bernardi Cesarino, submetido à apreciação da Revista

de Nutrição - Brazilian Journal of Nutrition

2.2 MANUSCRITO 2

Título: ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES RELACIONADO

AO RISCO CARDIOVASCULAR E IMAGEM CORPORAL

Autores: Carla Somaio Teixeira, Claudia Bernardi Cesarino, a ser submetido.

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Manuscritos

8

2.1 MANUSCRITO 1

RISCOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM ADOLESCENTES

RESUMO:

Objetivo: Identificar os riscos de transtornos alimentares em adolescentes e comparar com

índice de massa corpórea (IMC) a idade e a cor da pele entre as escolas pública e privada.

Métodos: Estudo descritivo e transversal realizado com 339 adolescentes do sexo feminino de

escolas pública e privada na faixa etária de 10 a 19 anos, residentes na cidade de São José do

Rio Preto (SP). Foi utilizado como instrumento de coleta de dados, o questionário Eating

Atittude Test-26 e autodeclaração da cor. Foram realizados aferição de peso, altura e o cálculo

do IMC. Análise estatística foi feita pelo software Statistical Package for the Social Sciences e

aplicados os testes t de Student, Fisher e o qui-quadrado, sendo que o nível de significância

adotado foi de 5% (p<0,05).

Resultados: As adolescentes da escola pública com sobrepeso e obesidade apresentaram

associação significativa para riscos de transtornos alimentares. Já as adolescentes obesas da

escola particular tiveram associação significativa para riscos de transtornos alimentares. Na

comparação entre os riscos para transtornos alimentares e o IMC, as adolescentes da escola

pública apresentaram ausência para o estado nutricional de baixo peso e eutrofia, e as

adolescentes da escola particular para o IMC de baixo peso, eutrofia e sobrepeso. Não houve

associação significativa em relação à idade e cor com riscos de transtornos alimentares em

ambas escolas.

Conclusão: Os resultados deste estudo identificaram que o risco transtorno alimentar está de

acordo com a literatura nacional e, ainda, que as adolescentes obesas são mais susceptíveis aos

transtornos alimentares em ambas escolas pública e privada.

Palavras-chave: 1. Anorexia Nervosa. 2. Bulimia Nervosa. 3. Transtornos Alimentares. 4.

Adolescent.

ABSTRACT

Objective: To identify the risks of eating disorders among adolescents and to compare their

body mass index (BMI) with age and color in public and private schools.

Methods: A descriptive and transversal study was carried out with 339 female adolescents

aged from 10 to 19 years of public and private schools in São José do Rio Preto, SP. The

questionnaire Eating Atittude Test-26 and self-declaration of color were used for data

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9

collection. Test weight, height and BMI calculation were performed. The Statistical Package

for Social Sciences software was used for statistical analysis and Student ´s t test, Fisher and

chi-square tests were applied; the significance level was 5% (p <0.05).

Results: Adolescents with overweight and obesity from public school presented significant

association with risks for eating disorders. While the obese adolescents from private schools

had a significant association for eating disorders risks. Comparing the risks between eating

disorders and BMI, adolescents from public school showed no nutritional status of underweight

and Eutrophia, and adolescents from private school for BMI of low weight, Eutrophia and

overweight. There was no significant association in relation to age and color with eating

disorders risks in both schools.

Conclusion: The results of this study have found that the risks for eating disorder are

according to the national literature and , moreover, that obese adolescents are more susceptible

for eating disorders in both public and private schools.

Keywords: 1. Anorexia Nervosa. 2. Bulimia Nervosa. 3. Eating Disorders. 4.

Adolescent.

INTRODUÇÃO

A adolescência abrange a faixa etária dos 10 aos 19 anos de idade1 considerada um

período crítico, pois é o momento em que se instalam os costumes alimentares e as práticas de

atividades físicas, além da ocorrência de grandes transformações fisiológicas, psicológicas,

cognitivas e da imagem corporal. Os distúrbios alimentares, geralmente, desenvolvem-se

durante a infância, adolescência ou início da idade adulta2,3

.

Os transtornos alimentares como Anorexia Nervosa (AN) e Bulimina Nervosa (BN) são

doenças graves que apresentam significativos graus de morbidade e mortalidade4,5

e afetam

predominantemente a população jovem. Estima-se uma incidência entre 0,5% a 1% para AN e

1% a 3% para BN em meninas adolescentes, valores que podem estar subestimados pelo fato de

que apenas os casos considerados mais graves procuram os serviços de saúde6. Um estudo

português apresentou estimativa de 0,3% para anorexia nervosa e 1% para bulimia, também

para o sexo feminino7.

As manifestações clinicas mais comuns nos transtornos alimentares são: inanição, hipotermia,

bradicardia sinusal, tonturas, déficit no crescimento, entre outras8.

Pesquisadores verificaram que os transtornos alimentares atingem diversas classes sociais,

culturais e raciais, mas que a maioria dos indivíduos acometidos é o adolescente do sexo

feminino, da raça branca e de classe econômica alta. O índice de transtorno alimentar é maior no

sexo feminino, principalmente BN e a AN, em consequência da pressão social para o corpo

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10

magro, influenciada principalmente pela mídia que impõe o perfil do corpo perfeito, que, na

atualidade, para as mulheres, seria o corpo magro e para os homens corpos atléticos e

definidos9.

Um estudo chinês observou que as adolescentes realizavam métodos purgativos, como

utilizar drogas dietéticas ou até mesmo não realizar algumas refeições10

. Uma das justificativas

do sexo feminino estar mais propenso a transtornos alimentares é o aumento da massa de

gordura corporal na puberdade, tornando-se fora dos padrões da sociedade que cultua o corpo

magro11

. Somando-se a isso, as meninas adolescentes estão mais sujeitas a se deixarem

influenciar por comentários negativos e depreciativos de sua imagem corporal12

.

Segundo aspectos fisiológicos, os meninos possuem maior peso e estatura corporal do que as

meninas e podem ganhar mais massa magra do que as mulheres; esses aspectos diferenciam a

necessidade nutricional entre os sexos. Sendo assim, os homens apresentam maior risco para

sobrepeso e obesidade, enquanto as mulheres apresentam maiores riscos para AN e BN13

.

Portanto, o estudo teve como objetivo identificar os riscos de transtornos alimentares em

adolescentes e comparar com idade, índice de massa corpórea (IMC) e cor entre as escolas

pública e privada.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa realizado em

duas escolas de São José do Rio Preto, do Estado de São Paulo; uma pública e a outra privada.

Todos os estudantes que estavam matriculados no quinto ano do ensino fundamental até

o segundo ano do ensino médio nas escolas de São José do Rio Preto, constituíram a população

total para realização do cálculo amostral, de acordo com a fórmula proposta por Martins14

,

considerando erro amostral de 5%, intervalo de confiança de 90%. As escolas foram escolhidas

por sorteio simples, uma amostra representativa de 339 adolescentes do sexo feminino, sendo

147 da escola pública e 192 da privada. Os critérios de inclusão foram: estarem regularmente

matriculadas na escola no quinto ano do ensino fundamental até o segundo ano do ensino

médio, estarem na faixa etária entre 10 a 19 anos completos, residirem na cidade de São José do

Rio Preto (SP).

A coleta de dados ocorreu durante os meses de maio e outubro de 2015. Os Termos de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram distribuídos uma semana antes, para que os

responsáveis autorizassem a coleta de dados. Na semana seguinte foram recolhidos os TCLE e

agendados os dias e horários nas escolas para a coleta de dados. Nos dias programados para

coleta de dados, as adolescentes assinaram o Termo de Assentimento, aceitando participarem da

pesquisa.

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11

Depois deste aceite, as adolescentes responderam o instrumento Eating Attitude Test

(EAT-26) e no mesmo formulário, foram registrados os valores de peso e altura, bem como, a

cor autodeclarada: branca ou não branca.

Para os dados antropométricos (peso e altura) foram utilizados balança digital da marca GTECH

para aferir peso com capacidade de até 200 quilos e um estadiômetro da marca Caumaq, portátil

para altura, posteriormente, foi calculado o IMC por meio da fórmula: peso dividido pela altura

ao quadrado. A interpretação do estado nutricional foi realizada por meio da curva do IMC da

Organização Mundial de Saúde (OMS)15

, analisada pelo percentil (P), para P<3 baixo peso, P≥3

a P≤85 eutrofia, P>85 a P≤97 sobrepeso e P>97 obesidade.

O EAT-26 foi traduzido para o português na população brasileira em 1994 por Nunes16

e em 2003 foi validado por Biguetti12

somente para o sexo feminino. Trata-se de uma versão do

EAT-26, elaborado por Garner & Garfinkel17

em 1979, com o objetivo de avaliar sintomas de

TA, especialmente, anorexia nervosa. O valor de alfa de Cronbach foi igual a 0,82,

consideradas a confiabilidade e consistência interna do EAT-2612

.

O questionário EAT-26 é reconhecido internacionalmente e consta de 26 questões sobre

comportamento alimentar e imagem corporal, com seis opções de resposta: sempre, muitas

vezes, às vezes, poucas vezes, quase nunca, nunca. As questões são subdivididas em 13 itens

relacionados ao comportamento alimentar, grupos de alimentos e imagem corporal; outra

relacionada à bulimia e preocupações acerca da dieta, com 6 itens relacionados à compulsão,

compensação (vômitos) e preocupação com a dieta e as relacionadas ao controle oral, com 7

itens a respeito da duração das refeições, sua relação com a fome e a pressão social para a perda

de peso.

A pontuação ocorre da seguinte forma: para a opção “sempre” contam-se três pontos;

“muitas vezes” dois pontos; “às vezes” um ponto e as demais não recebem pontuação. Ao fim

das questões respondidas, se a somatória dos pontos for igual ou maior que o número vinte, há

indícios de comportamento alimentar de risco. Se a pontuação for menor que o número vinte,

não há riscos para TA12,15-16

.

Utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), sendo que as

médias foram comparadas pelo teste t de Student, as proporções pelo teste Fisher, teste qui-

quadrado para associações de transtornos alimentares e índice de massa corpórea. O nível de

significância de 5% (p<0,05) foi adotado em todos os procedimentos.

Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de São

José do Rio Preto CAAE 40504215.7.0000.5415, atendendo às recomendações contidas na

Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde-Ministério da Saúde.

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12

RESULTADOS

Das 339 adolescentes pesquisadas, 147 pertenciam a escola pública e 192 à privada. A

idade média das participantes das escolas públicas e privadas foram respectivamente 13,25±1 e

12,89± 1,92 anos. A maioria das adolescentes da rede pública eram não brancas e as da rede

privada brancas. No caso da comparação do TA com a idade das adolescentes, não houve

diferenças significativas para escola pública (P=0,834) e privada (P=0,508), sendo assim, a

idade não foi um fator que influenciou a ocorrência de transtornos alimentares.

O objetivo da análise comparativa intragrupos foi observar a existência de associações

significativas entre o IMC das alunas e os riscos de TA. A Tabela 1 mostra os resultados obtidos

da relação do IMC com os riscos de TA.

Tabela 1. Resultados da associação do Índice de Massa Corpórea com os riscos de transtornos

alimentares das alunas da rede pública e privada - São José do Rio Preto/SP, 2015.

Escola Transtorno

Alimentar

Índice de Massa Corpórea

Valor p Baixo

peso Eutrófico Sobrepeso Obesidade

Pública

Privada

N % N % N % N %

Riscos de TA* 5 3,40 112 76,19 23 15,65 7 4,76

Sem riscos TA* 5 100 79 70,54 11 47,83 1 14,29

0,0011 Comportamento

alimentar de

risco

0 0,00 33 29,46 12 52,17 6 85,71

Riscos de TA* 3 1,56 146 76,04 34 17,71 9 4,69

Sem riscos TA* 3 100 120 82,19 18 52,94 4 44,44

<0,0011 Comportamento

alimentar de

risco

0 0,00 26 17,81 16 47,06 5 55,56

*TA Transtorno Alimentar, 1Valor p referente ao teste associativo qui-quadrado a P<0,05.

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13

Os riscos para TA foram associados de forma significativa com o IMC, sendo que

adolescentes da escola pública com baixo peso e eutróficas foram associadas à ausência de

riscos de transtornos, enquanto que adolescentes com sobrepeso e obesidade foram associadas

com comportamento alimentar de risco, conforme demonstrado na Tabela 1.

Na escola privada, os riscos para TA também apresentou associação significativa com

IMC, sendo que as alunas com baixo peso, eutróficas e sobrepeso foram associadas com

ausência de riscos para transtornos e em contrapartida, alunas obesas foram associadas de forma

significativa ao comportamento alimentar de risco.

Não foram identificadas associações significativas entre risco de transtorno alimentar e

a cor da pele nas escolas pública e privada respectivamente (p=0,193) (0,601), conforme a

Tabela 2.

Tabela 2. Associação dos sintomas de transtornos alimentares com a cor das alunas da rede

pública e privada - São José do Rio Preto 2015

Escola

Risco de transtorno

alimentar

Valor p1

Não Sim

N % N %

Pública

96 65,31 51 34,69

Branca 77 80,21 36 70,59

0,193

Não branca 19 19,79 15 29,41

Privada

145 75,52 47 24,48

Branca 122 84,14 41 87,23

0,601

Não branca 23 15,86 6 12,77

1Valor p referente ao teste de associação qui-quadrado a P<0,05.

DISCUSSÃO

No presente estudo a prevalência das adolescentes das escolas pública e privada com

riscos de transtornos alimentares foi de 28,9%, sendo superior aos encontrados em outras

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14

pesquisas: 23,3%2 e 20,7%

3 em Minas Gerais e 26,6% no Rio Grande do Sul

13. Uma pesquisa

realizada em Vila Velha (ES), encontrou 38%18

, um valor acima dos estudos citados.

Em relação ao IMC e riscos para transtornos alimentares, o estado nutricional de eutrofia

não apresentou associação significativa. Achados corroboram resultados de uma pesquisa com

adolescentes que não apresentou riscos de TA para o estado nutricional de eutrofia, com

percentual de 83,78%19

. Estudo realizado na cidade de São Paulo em adolescentes caucasianas

na idade pós-menarca, obtiveram uma frequência menor de riscos de TA em eutróficas20

.

O aumento do peso e do IMC são agravantes para o desenvolvimento de riscos de

transtornos alimentares10

, apoiando nosso resultado, que encontraram forte significância com

meninas obesas e com sobrepeso para riscos de transtorno alimentar, com pontuação maior ou

igual que 20 para o EAT-26. Como o EAT-26 possui perguntas que abrangem comportamentos

alimentares inadequados, provavelmente, as de excesso de peso responderam “sempre” ou

“muitas vezes”, que possuem pontuação três e dois respectivamente, para questões, “ sinto-me

preocupada com os alimentos”, “continuar a comer em exagero faz com que eu sinta que não

sou capaz de parar”, “sinto-me extremamente culpada depois de comer”, “preocupo-me com a

ideia de haver gordura no meu corpo”, “sinto que os alimentos controlam a minha vida”, “passo

muito tempo pensando em comer” e “gosto de experimentar alimentos ricos em calorias”.

O comportamento alimentar de pessoas com anorexia é oposto ao das pessoas obesas,

mas ambos percebem seus corpos com imagens distorcidas21

. Entretanto, um estudo realizado

com adolescentes no Estado de São Paulo revelou que o risco das adolescentes obesas

apresentarem sintomas de anorexia nervosa foi 3,63 vezes maior que as adolescentes

eutróficas20

.

Pesquisa realizada em Juiz de Fora (MG), que estudou os TA em adolescentes do sexo

feminino, também encontrou pontuações maiores (maior ou igual que 20) do EAT-26 em

adolescentes com sobrepeso e obesidade11

. Essas evidências em relação ao excesso de peso e

TA, em meninas com esse estado nutricional, têm mais predisposição de preocupações com a

imagem corporal em comparação com as de estado nutricional de eutrofia e baixo peso.

Pesquisadores justificam que isso ocorre pelos fatores associados, tais como, a cultura do corpo

magro, a propaganda nos meios de comunicação sobre a beleza física que apresentam impacto

negativo nas adolescentes com excesso de peso13,21

. Como consequência, as adolescentes obesas

iniciam um processo de emagrecimento e quando isso acontece, o medo de engordar novamente

é intenso, podendo gerar algum tipo de TA como AN ou BN22

.

Em relação aos riscos para TA e o IMC para baixo peso, não mostrou associação

significativa para TA em ambas as escolas, diferindo da pesquisa feita com adolescentes

residentes em Salvador. Esta mostrou diferença significativa, conforme o IMC aumentava, o

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15

risco para comportamentos alimentares inadequados diminuía, ou seja, adolescentes de baixo

peso e eutróficas eram mais propensas a transtornos alimentares23

. Outro estudo relacionado a

adolescentes do sexo feminino caucasianas, não apresentou transtornos alimentares para o

estado nutricional de baixo peso20

.

No Brasil, 47,7% da população é constituída por pessoas brancas e o restante de pardos,

negros e amarelos. No Estado de São Paulo, a cor branca é representada por 63,9% da

população, sendo a maior concentração em Santa Catarina e Rio Grande do Sul24

. No presente

estudo, em relação à cor, ambas as escolas tiveram um índice maior de meninas brancas, sendo

a escola pública 80,2% e privada 84,1%, porém a escola pública apresentou mais não brancas

comparadas com a escola particular, assim sendo estatisticamente significante p< 0,001.

Estudo realizado em adolescentes do sexo feminino de cor branca, apresentou maior

incidência de transtorno alimentar em pertencentes à classe socioeconômica mais alta25

, mas a

presente pesquisa não realizou a avaliação sócioeconômica. Apesar dos índices de transtornos

alimentares estarem aumentando, é percebido, que os japoneses antes da ocidentalização, por

exemplo, não tinham preocupação com isso, o mesmo acontece com a raça negra e indianos7.

Em adolescentes baianas não houve diferença significativa para riscos de transtornos

alimentares em meninas negras e pardas, mas as amarelas ou indígenas tinham 3,6 vezes de

chances de desenvolver riscos de TA quando comparadas com a raça branca23

.

CONCLUSÃO

As prevalências de riscos para TA estão de acordo com a literatura, demonstrando o

acréscimo desses tipos de transtornos.

Na presente pesquisa os sintomas para TA são observados em adolescentes do sexo

feminino, em relação ao estado nutricional de sobrepeso e obesidade na escola pública e

obesidade na escola privada, ao contrário para o IMC de baixo peso e eutrofia. A obesidade já é

considerada uma doença de saúde pública e não existem ainda, meios para que essa questão seja

solucionada e que possa prevenir o que o estudo referiu como transtornos alimentares: anorexia

nervosa e bulimia.

Em relação à cor da pele e à idade, o estudo não apresentou associação significativa para

riscos de TA, ao contrário de alguns estudos que relatam que mulheres não brancas tenham

maior riscos de TA, por sofrerem pressão social e cultural da sociedade.

Esse tipo de instrumento, EAT-26 pode ser aplicado nos serviços de saúde para apontar

possíveis riscos para TA, identificando, assim, adolescentes propensos a AN e BN, pois é

autoaplicativo e de fácil entendimento.

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O ambiente em que a adolescente vive e convive pode influenciar no desenvolvimento de

TA, portanto, a família, a escola e a sociedade têm um papel fundamental nas práticas

alimentares saudáveis e podem incentivar outros tipos de valores que não sejam de cultuar o

corpo, sobretudo, dar atenção maior a essas adolescentes que apresentam estado nutricional para

excesso de peso. Acredita-se que mais pesquisas são necessárias para um maior entendimento

de riscos para TA, estado nutricional e etnia.

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19

2.2 MANUSCRITO 2

ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES RELACIONADO AO RISCO

CARDIOVASCULAR E IMAGEM CORPORAL

RESUMO

Objetivos: Identificar o estado nutricional relacionado à imagem corporal e ao risco

cardiovascular de adolescentes das escolas pública e privada. Métodos: Estudo

descritivo, transversal e de abordagem quantitativa realizado em duas escolas de São

José do Rio Preto, do Estado de São Paulo; uma pública e a outra privada, sendo 546

adolescentes de ambos os sexos, cursando quinto ano do ensino fundamental até o

segundo ano do ensino médio e faixa etária entre 10 a 19 anos completos. Foi utilizado

o instrumento de Thompson & Gray para identificar a imagem corporal, aferidos peso e

altura para o cálculo do índice de massa corpórea e medida da cintura para identificar

risco cardiovascular. Utilizou-se o software Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS), sendo que as médias foram comparadas pelo teste t de Student, as

proporções pelo teste Fisher, teste qui-quadrado para associações do índice de massa

corpórea e avaliação da imagem corporal. Realizou a análise de correspondência

múltipla para observar a relação entre as variáveis coletadas dos adolescentes das

escolas pública e privada. O nível de significância de 5% (p<0,05) foi adotado em todos

os procedimentos. Resultados: A maioria dos adolescentes de ambas escolas estudadas

era do sexo feminino. Os adolescentes da escola pública apresentaram, em sua maioria,

risco cardiovascular, associado ao estado nutricional de obesidade. Adolescentes com

índice de massa corpórea abaixo do peso, insatisfeitos com a sua imagem corporal

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relacionada à magreza. Os adolescentes da escola privada apresentaram índice de massa

corpórea de eutrofia e sobrepeso, satisfeitos com a imagem corporal ou insatisfeitos

devido ao excesso de peso. Adolescentes classificados com estado nutricional de

eutrofia estavam insatisfeitos com sua imagem corporal para excesso de peso e não

apresentavam riscos cardiovasculares. Todas essas associações foram significativas em

ambas escolas (p<0,001). Conclusão: Os resultados possibilitam concluir que há

evidências da insatisfação da imagem corporal entre os adolescentes com peso

adequado e que alunos com sobrepeso e obesos apresentaram risco cardiovascular. Os

serviços de saúde devem utilizar esses indicadores para detecção e prevenção de

doenças futuras.

Palavras-chave: 1. Índice de massa corporal. 2. Imagem corporal. 3.Circunferência de

cintura 4. Adolescente.

ABSTRACT

Objectives: To identify the nutritional status related to body image and cardiovascular

risk of adolescents from public and private schools. Methods: A descriptive, cross-

sectional study of quantitative approach carried out in two schools of São José do Rio

Preto, state of São Paulo: a public and private one. A total of 546 male and female

adolescents enrolled from the fifth grade of elementary school to the second year of

high school, aged from 10 to 19 years participated in the study. Thompson & Gray

instrument was used to identify the body image, measured weight and height to

calculate body mass index, and waist measurement to identify cardiovascular risk. The

software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) was used, and the averages

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were compared by the Student t test, the proportions by Fisher test, chi-square test for

associations of body mass index and evaluation of body image. The significance level

of 5% (p <0.05) was used in all procedures. Results: The majority of adolescents from

both schools were female sex. Most adolescents from public school presented

cardiovascular risk associated with nutritional status of obesity. Adolescents with

underweighted body mass index were dissatisfied with their body image to thinness.

Adolescents from private school presented body mass index of eutrophy, and

overweight, satisfied with body image or dissatisfied due to some overweight.

Adolescents classified with nutritional status of eutrophy were dissatisfied with their

body image to overweight and did not have cardiovascular risks. All these associations

were significant in both schools (p <0.001). Conclusion: These results have allowed to

conclude that there is evidence of dissatisfaction of body image among adolescents with

normal weight, and overweighted and obese students presented cardiovascular risk. To

prevent and detect such further disorders, the health services should use those

indicators .

Keywords: 1. Body Mass Index. 2. Body Image. 3. Waist Circumference 4.

Adolescentes.

INTRODUÇÃO

O mundo ocidental, expõe uma inquietação exagerada com os modelos de

beleza, em que há uma exaltação do corpo belo e uma procura sem fim pela magreza1.

Consequentemente, há um aumento da insatisfação com a imagem corporal (IC),

atingindo de forma negativa algumas perspectivas da vida dos adolescentes,

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especialmente no que diz respeito ao comportamento alimentar, psicossocial, físico e à

autoestima2.

A autoestima relaciona-se a um acervo de sentimentos e pensamentos do

indivíduo a respeito do seu próprio valor, competência e adequação, que se reflete em

atitudes positivas e negativas em relação a si3, sendo que estudo mostrou a relação da

autoestima com a insatisfação da IC4.

A adolescência é apontada por crescimento e desenvolvimento rápido,

caracterizados por forte transformações físicas, cognitivas, emocionais e sociais, que

demandam ajustes para introduzir novas realizações, comportamentos e independência

para a fase adulta e, concomitante a isso, as alterações na personalidade e do corpo; a

imagem mental modifica-se, portanto, ao imaginar que a IC ideal não condiz com a IC

real que o adolescente tem de si5.

Essa visão da insatisfação da IC que o adolescente tem de si mesmo é justificada

pelo aumento da obesidade, marcada pelo aumento do tecido adiposo6, ao qual as

meninas são mais susceptíveis, nessa fase, do que os meninos7.

A pressão social excessiva para se ter um corpo magro e musculoso está

relacionada ao padrão de beleza imposta pela sociedade8. As meninas estão mais

vulneráveis à insatisfação da IC, ao que pode acarretar sérias consequências como:

depressão, ansiedade, baixa autoestima e distúrbios alimentares9,10

.

Paralelamente a isso, a obesidade é uma consequência de um distúrbio alimentar,

caracterizado pelo consumo de alimentos em demasia em um período curto de tempo11

,

causando sérios problemas à saúde como as doenças crônicas não transmissíveis6 e

riscos cardiovasculares justificados pelo aumento de gordura na região abdominal12

.

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Diante do panorama relacionado ao estado nutricional dos adolescentes, o

presente estudo teve como objetivo identificar o estado nutricional relacionado à

imagem corporal e ao risco cardiovascular de adolescentes das escolas pública e

privada.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa

realizado em duas escolas de São José do Rio Preto, do Estado de São Paulo; uma

pública e a outra privada.

Todos os estudantes que estavam matriculados no quinto ano do ensino

fundamental até o segundo ano do ensino médio nas escolas de São José do Rio Preto,

constituíram a população total para realização do cálculo amostral, de acordo com a

fórmula proposta por Martins13

, considerando erro amostral de 5%, intervalo de

confiança de 90%. As escolas foram escolhidas por sorteio simples, sendo que a

amostra representativa foi de 546 adolescentes do sexo feminino e masculino, sendo

230 da escola pública e 316 da privada. Os critérios de inclusão foram: estarem

regularmente matriculados na escola no quinto ano do ensino fundamental até o

segundo ano do ensino médio, faixa etária entre 10 a 19 anos completos e residirem na

cidade de São José do Rio Preto (SP).

A coleta de dados ocorreu durante os meses de maio e outubro de 2015. Os

Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram distribuídos uma semana

antes, para que os responsáveis pelos alunos autorizassem a coleta de dados. Na semana

seguinte, foram recolhidos os TCLE e agendados os dias e horários com as escolas para

a coleta de dados. Nos dias programados para coleta de dados, os adolescentes

assinaram o Termo de Assentimento, aceitando participarem da pesquisa.

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Para os dados antropométricos (peso e altura) foram utilizados balança digital da

marca GTECH para aferir peso com capacidade de até 200 quilos e um estadiômetro da

marca Caumaq, portátil para altura, posteriormente, foi calculado o IMC por meio da

fórmula: peso dividido pela altura ao quadrado. A interpretação do estado nutricional

foi realizada por meio da curva do IMC da Organização Mundial de Saúde (OMS),

analisada pelo percentil (P), para P<3 baixo peso, P≥3 a P≤85 eutrofia, P>85 a P≤97

sobrepeso e P>97 obesidade14

.

A medida da circunferência de cintura foi determinada em duplicata da mínima

referência entre a crista ilíaca e a última costela, através de uma fita métrica inextensível

com precisão em milímetros (mm). Os alunos foram classificados com risco

cardiovascular, para a idade e sexo, quando a medida da circunferência de cintura for

igual ou maior que o percentil 80, segundo os critérios propostos por Taylor e et al em

200015

. Dos 546 alunos que aceitaram participar da pesquisa, de apenas 533 foi coletada

a medida da cintura, pois alguns alunos recusaram a realização da mesma.

O instrumento utilizado para avaliação da imagem corporal de adolescentes foi a

escala de silhueta de Thompson e Gray 199516

, validado no Brasil por Conti em 200917

que constam de 18 figuras (nove do sexo feminino e nove do sexo masculino), com

silhuetas de figuras humanas, que vão desde o mais magro até o mais obeso. A

reprodutibilidade confirmada pela análise de correlação intraclasse para meninos

(r=0,86) e meninas (r=0,80).

Foi solicitado aos alunos de ambos os sexos, para o preenchimento da escala,

que respondessem a duas questões: escolha de uma única figura que melhor o

representasse no momento e escolha de uma única figura que melhor o representasse da

forma que gostaria de ter/ser. O escore da escala é calculado pela diferença entre o valor

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que o aluno gostaria de ter/ser e o valor que o representa no momento. Os valores

variam de – 8 e + 8 e quanto maior a diferença, maior a discrepância corporal e mais

insatisfeito está o adolescente.

Utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), sendo

que as médias foram comparadas pelo teste t de Student, as proporções pelo teste

Fisher, teste qui-quadrado para associações do índice de massa corpórea e avaliação da

imagem corporal. Realizou a análise de correspondência múltipla para observar a

relação entre as variáveis coletadas dos adolescentes das escolas pública e privada. O

nível de significância de 5% (p<0,05) foi adotado em todos os procedimentos.

Esse projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de

Medicina de São José do Rio Preto sob o protocolo CAAE 40504215.7.0000.5415,

garantindo o cumprimento à Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde-

Ministério da Saúde.

RESULTADOS

O número total dos alunos participantes do estudo foi de 546, dos quais, 230

alunos pertencentes à escola pública e 316 à escola privada. O sexo feminino foi a

maioria tanto na escola pública quanto na privada, sendo respectivamente 64,35% e

61,39%. A idade média e o desvio padrão dos alunos da escola pública foram 13,25+

1,19 anos e da escola privada de 12,89+1,92 anos.

Tanto na escola pública como na escola privada, a maioria dos alunos era

constituída por eutróficos e sem risco cardiovascular. No entanto, a imagem corporal

para os alunos de ambas as escolas relataram estar insatisfeitos por excesso de peso

(Tabela 1).

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Tabela 1. Percentual das variáveis de caracterização amostral. São José do Rio Preto,

2015.

Variáveis de caracterização amostral Pública Privada

Valor p N % N %

Sexo 230 100 316 100

Feminino 148 64,35 194 61,39 0,5311

Masculino 82 35,65 122 38,61

Classificação IMC 230 100 316 100

Baixo peso 6 2,61 7 2,22

Eutrófico 171 74,35 235 74,37 0,6832

Sobrepeso 35 15,22 56 17,72

Obesidade 18 7,83 18 5,70

Risco cardiovascular 230 100 303 100

Não 179 77,83 268 88,45 0,0011

Sim 51 22,17 35 11,55

Classificação da imagem 229 100 316 100

Insatisfeito por excesso de peso 124 54,15 179 56,65

Insatisfeito por magreza 70 30,57 55 17,41 <0,0012

Satisfeito 35 15,28 82 25,95

1Valor p referente ao teste exato de Fisher a P<0,05.

2Valor p referente ao teste

associativo qui-quadrado a P<0,05.

A proporção observada para o risco cardiovascular e imagem corporal

apresentou diferença significantiva quando os alunos da escola pública foram

comparados com os alunos da escola privada.

A ausência de risco cardiovascular também é significativamente superior nos

alunos da escola privada. Em contrapartida, os alunos da escola pública apresentaram

maior percentual de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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A imagem corporal apresentou diferenças significativas quando as escolas

foram comparadas, os alunos da escola pública obtiveram um maior percentual de

insatisfação corporal para magreza. A Tabela 2 indica a presença de associação

significante em todas as variáveis avaliadas, independentemente de a escola ser a

pública ou privada.

Tabela 2. Resultados da associação do índice de massa corporal com as demais variáveis

de caracterização dos alunos das escolas pública e privada. São José do Rio Preto, 2015.

Escola

Variáveis de

caracterização

amostral

IMC

Valor p Baixo

peso

N %

Eutrófico

N %

Sobrepeso

N %

Obesidade

N %

Pública

Risco

cardiovascular 6 2,61 171 74,35 35 15,22 18 7,83

Não 6 100 163 95,32 10 28,57 0 0,00 <0,0011

Sim 0 0,00 8 4,68 25 71,43 18 100

Classificação

da imagem 6 2,62 170 74,24 35 15,28 18 7,86

Insatisfeito por

excesso de peso 0 0,00 76 44,71 32 91,43 16 88,89

Insatisfeito por

magreza 6 100 61 35,88 2 5,71 1 5,56 <0,001

1

Satisfeito 0 0,00 33 19,41 1 2,86 1 5,56

Privada

Risco

cardiovascular 7 2,31 226 74,59 53 17,49 17 5,61

Não 7 100 225 99,56 32 60,38 4 23,53 <0,0011

Sim 0 0,00 1 0,44 21 39,62 13 76,47

Classificação

da imagem 7 2,22 235 74,37 56 17,72 18 5,70

Insatisfeito por

excesso de peso 0 0,00 109 46,38 52 92,86 18 100

Insatisfeito por

magreza 6 85,71 49 20,85 0 0,00 0 0,00 <0,001

1

Satisfeito 1 14,29 77 32,77 4 7,14 0 0,00 1Valor p referente ao teste associativo qui-quadrado a P<0,05.

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Na escola pública os alunos de baixo peso não apresentaram risco

cardiovascular. A maioria dos alunos eutróficos não apresentou risco cardiovascular,

mas 4,68% (8) apresentou risco cardiovascular. Alunos com sobrepeso e obesidade

apresentaram risco cardiovascular.

A associação do IMC com a IC foi possível observar que todos os alunos de

baixo peso relataram estar insatisfeitos pelo excesso de magreza, no entanto os alunos

com estado nutricional de eutrofia, sobrepeso e obesidade, em sua maioria, declararam-

se insatisfeitos com a IC pelo excesso de peso.

Na escola privada, as associações foram significativas em relação aos alunos

com diagnóstico nutricional de baixo peso, eutróficos e sobrepeso com ausência de risco

cardiovascular, ao passo que os alunos com obesidade relacionaram-se de forma

significativa com o elevado risco de doenças cardiovasculares.

Em relação ao IMC e IC, foi semelhante aos resultados obtidos na escola

pública, ou seja, alunos de baixo peso se dizem insatisfeitos pelo excesso de

magreza e alunos com estado nutricional de eutrofia, sobrepeso e obesidade

relataram estar insatisfeitos com a IC para excesso de peso.

A Figura 1 indica a análise de correspondência múltipla, sendo que a ideia

principal dessa ferramenta multivariada é observar a disposição das variáveis

referente aos riscos cardiovasculares, IMC e avaliação da autoimagem em um

espaço bidimensional, relacionando-as com o fato de os alunos pertencerem à escola

pública ou privada.

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Figura 1. Análise de Correspondência Múltipla das variáveis referentes aos

transtornos alimentares, índice de massa corporal e avaliação da

autoimagem em relação aos alunos das escolas pública e privada. São

José do Rio Preto, 2015.

Os resultados da análise de correspondência múltipla indicam que os alunos da

rede pública são os que apresentam, em sua maioria, mais de 13 anos, risco

cardiovascular, sendo esses fatores ligados à ocorrência de obesidade. Adicionalmente,

há outro grupo de alunos da rede pública que está abaixo do peso e se sente insatisfeito

com a sua imagem devido à magreza.

Em contrapartida, alunos da rede privada são os que apresentaram, em sua

maioria, idade entre 10 e 13 anos, eutróficos ou com sobrepeso, sendo eles satisfeitos

com sua imagem ou insatisfeitos devido ao excesso de peso, respectivamente. Vale

ressaltar que há casos de alunos classificados como eutróficos que relataram estar

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insatisfeitos com sua imagem devido ao excesso de peso. Além disso, esses alunos, em

sua maioria não apresentou riscos cardiovasculares.

DISCUSSÃO

A prevalência de insatisfação com a IC no presente estudo foram

respectivamente para escola pública e privada de 84,72% e 74,06%, em média 79,4%, é

semelhante a pesquisa realizada em escolares em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul,

que foi de 71,5% e Taiwan 73,7%18,19

. Em outras regiões do Brasil, a prevalência de IC

foi menor em Minas Gerais 48,4%5, Santa Catarina 60%

12, Rio Grande do Sul 31,2%

20,

Recife 31,8%21

. Os meios de comunicação são os principais autores que propagam

imagens de corpo magro e esbelto relacionado à felicidade e sucesso, que estão longe da

realidade dos jovens, o que motiva sentimentos como baixa autoestima e infelicidade4.

Essas variações podem ser devidas ao delineamento do estudo, faixa etária e

instrumentos aplicados para a investigação da IC.

Nessa pesquisa, observou-se que, em ambas as escolas, os adolescentes com

estado nutricional de eutrofia, apresentaram peso de acordo com sua altura e idade,

relataram estar insatisfeitos com a IC vinculada ao excesso de peso num percentual para

escola pública e privada de 44,71% e 46,38%, respectivamente, próximo dos resultados

encontrados em Pelotas de 43,1%22

sendo inferior ao estudo realizado no Rio Grande do

Sul em escola pública, na qual tiveram uma prevalência de 75,8%23

, em contrapartida,

outro estudo em Gravataí, 19% dos alunos eutróficos apresentaram insatisfação com a

IC24

. A gravidade desse resultado, é que os adolescentes que estão insatisfeitos com sua

imagem corporal, possam desencadear algum tipo de transtorno alimentar sendo

saudáveis sob a ótica do estado nutricional.

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Os adolescentes com sobrepeso e obesidade, como esperado, apresentam

insatisfação com a IC para excesso de peso em torno de 93%, em ambas escolas. Vários

estudos no estado de Santa Catarina, verificaram resultados semelhantes12,25-26

.

Alunos com estado nutricional de baixo peso, quase na sua totalidade,

mostraram-se insatisfeitos com a IC para magreza, o que corrobora o estudo em

adolescentes que residem em zona rural e urbana em Santa Catarina25

e outro no mesmo

Estado12

; em contrapartida, outra pesquisa com adolescentes evidenciou que houve

satisfação corporal para IMC de baixo peso5, resultado semelhante ao presente estudo,

mas apenas na escola privada.

Em relação à avaliação do risco cardiovascular, medido pela circunferência de

cintura, houve uma prevalência de 33,72% nas escolas pública e privada, resultado

similar em um estudo realizado nas cidades de Caxias do Sul de 28,7%27

, Vitória de

27,3%28

e Janurária de 25%26

, apontando uma preocupação em relação a saúde desses

adolescentes, no que tange ao aumento das morbidades como: diabetes, doenças

cardiovasculares e hipertensão arterial.

Quanto ao índice de massa corporal relacionado ao risco cardiovascular, um

percentual de 4,68% com estado nutricional de eutrofia, apresenta risco cardiovascular,

embora não houvesse associação significativa, alguns estudos mostram que, muitas

vezes, a distribuição da gordura desses adolescentes esteja mais concentrada na região

abdominal do que em outras regiões do corpo29

.

Para o estado nutricional de obesidade, todos adolescentes apresentaram risco

cardiovascular para medida de cintura em ambas as escolas, com exceção para o IMC

de sobrepeso dos alunos da escola privada, que não teve associação significativa para

risco cardiovascular comparada aos alunos com sobrepeso da escola pública. Um estudo

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realizado na cidade de Botucatu verificou que 100% dos alunos com obesidade

apresentavam risco cardiovascular para cintura e 88,9% com estado nutricional de

sobrepeso, mas 11% não apresentaram cintura aumentada para sobrepeso30

. De acordo

com estudo em Viçosa, para um mesmo valor de IMC, pode haver adolescentes com

maior ou menor risco cardiovascular, dependendo da quantidade de gordura intra-

abdominal31

. Outro estudo realizado no Estado do Piauí, também encontrou associação

significativa entre IMC e risco cardiovascular em adolescentes com excesso de peso32

.

Muitas pesquisas estão sendo realizadas com adolescentes para observância dos

comportamentos alimentares em questão: AN, BN e TANE. A modernidade e padrões

de beleza impostos pela sociedade impõem de forma implícita a esses jovens práticas

alimentares inadequadas, aumentando a prevalência de TA nessa população.

A família tem um papel importante na alimentação adequada a seus filhos, pois

hábitos alimentares saudáveis praticados na infância diminuem o risco de

desenvolverem obesidade e doenças cardiovasculares. O mesmo acontece nas escolas,

quanto à merenda escolar, no tocante da quantidade consumida pelos alunos e a venda

de produtos com alta densidade calórica nas cantinas.

CONCLUSÃO

O estudo mostrou que a insatisfação com a imagem corporal independe do IMC,

sexo e idade, tanto os adolescentes de baixo peso, eutróficos, sobrepeso e obesos

apresentaram insatisfação corporal. O IMC e risco cardiovascular são importantes

parâmetros clínicos para avalição de possíveis riscos para doenças cardiovasculares

desde a infância.

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33

Utilizar esses indicadores nos serviços de saúde pelos profissionais que atendem

esses adolescentes é fundamental para prevenir doenças cardiovasculares na fase adulta.

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Manuscritos

37

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Conclusões

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3 CONCLUSÕES

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Conclusões

39

3 CONCLUSÕES

Os resultados deste estudo possibilitaram concluir que o risco de transtorno

alimentar está de acordo com a literatura e que às adolescentes obesas são mais

susceptíveis a ocorrência de insatisfação com a imagem corporal aparece em ambas as

escolas.

Observou-se que os adolescentes com estado nutricional de eutrofia também

podem apresentar insatisfação com a imagem corporal, mesmo estando com peso

adequado.

O risco cardiovascular foi predominante para os adolescentes com estado

nutricional de sobrepeso e obesidade, devido à adiposidade abdominal. A cor da pele e

idade não teve associação com riscos de transtornos alimentares.

São necessários estudos sobre o referido assunto para analisar a influência da

família, amigos e a alimentação fornecida pelas escolas.

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Referências

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4 REFERÊNCIAS

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Apêndice

45

APÊNDICE

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Apêndice

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Apêndice 1 - Teste de atitudes alimentares (EAT-26)

TESTE DE ATITUDES ALIMENTARES (EAT - 26)

Por favor responda seguintes questões: sempre muitas vezes às vezes poucas vezes quase nunca nunca

1 - Fico apavorada com a idéia de estar engordando

2 - Evito comer quando estou com fome

3 - Sinto-me preocupada com os alimentos

4 - Continuar a comer em exagero faz com que eu sinta que não sou capaz de parar

5 - Corto meus alimentos em pequenos pedaços

6 - Presto atenção à quantidade de calorias dos alimentos que eu como

7 - Evito, particularmente, os alimentos ricos em carboidratos ( pão, arroz, batata)

8 - Sinto que os outros gostariam que eu comesse mais

9 - vomito depois de comer

10 - sinto-me extremamente culpada depois de comer

11 - preocupo-me com o desejo de ser mais magra

12 - penso em queimar calorias a mais quando me exercito

13 - as pessoas me acham muito magra

14 - preocupo-me com a idéia de haver gordura em meu corpo

15 - demoro mais tempo para fazer minhas refeições do que as outras pessoas

16 - evito comer alimentos que contenham açúcar

17 - constumo comer alimentos dietéticos

18 - sinto que os alimentos controlam a minha vida

19 - demonstro auto-controle diante dos alimentos

20 - sinto que os outros me pressionam para comer

21 - passo muito tempo pensando em comer

22 - sinto desconforto após comer doces

23 - faço regimes para emagrecer

24 - gosto de sentir meu estomago vazio

25 - gosto de experimentar novos alimentos ricos em calorias

26 - sinto vontade de vomitar após as refeições

Eat ® David M Garner & Paul E Garfinkel (1979); David M Garner ( 1982)

Interpretação: sempre 3 pontos, muitas vezes 2 pontos, às vezes 1 ponto, demais

não recebem pontos. >20 comportamento alimentar de risco, <20 ausência de trans-

torno alimentar.

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Apêndice

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Apêndice 2. Escala de Silhuetas de Tompson & Gray - Sexo feminino

Nascimento:___________________ Cor: Branca ( ) Não Branca ( )

Peso:________altura:__________ IMC:___________ Cintura:_____________

1 - Circule o número da imagem abaixo que mais representa você no momento.

2. Circule o número da imagem abaixo que você gostaria de ter ou ser.

Escala de siluetas de Thompson and Gray (1995) «Contour Drawing Rating Scale».

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Apêndice

48

Apêndice 3. Escala de Silhuetas de Tompson & Gray - Sexo masculino

Data de Nascimento:___________________ Cor: Branca ( ) Não Branca ( )

Peso:________altura:__________ IMC:___________ Cintura:_____________

1 - Circule o número da imagem abaixo que mais representa você no momento.

2. Circule o número da imagem abaixo que você gostaria de ter ou ser.

Escala de siluetas de Thompson and Gray (1995) «Contour Drawing Rating Scale».

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Apêndice

49

Apêndice 4. Curvas de índice de Massa Corporal (OMS) - Sexo feminino e Masculino

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Apêndice

50

Apêndice 5. Interpretação do índice de massa corporal de adolescentes

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Anexos

51

ANEXOS

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Anexos

52

Anexo A - Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

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Anexos

53

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Anexos

54

Anexo B - Comprovante de Submissão do Manuscrito 1

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Anexos

55

Anexo C - Termo de consentimento livre e esclarecido - responsáveis

Título do estudo: Riscos de transtornos alimentares e percepção da autoimagem

relacionado com estado nutricional de adolescentes Pesquisador(es) responsável(is): Dra. Cláudia Cesarino; Carla Somaio Teixeira .

Instituição/Departamento: Faculdade de Mediciana de São José do Rio Preto/Pós-

Graduação em Enfermagem/ Curso de Mestrado.

Telefone para contato: (17)3308-3805; (17)991539949

Local da coleta de dados: Escola Estadual Voluntários de 32

Eu ________________________________, confirmo que recebi as informações

necessárias para compreender os objetivos e métodos da coleta dos dados deste estudo

sobre a Riscos de transtornos alimentares e percepção da auto imagem relacionado com

estado nutricional de adolescentes de uma escola pública e privada. Compreendo,

assim, que o objetivo desta pesquisa é identificar os riscos de possíveis transtornos

alimentares como anorexia nervosa e distorção da imagem corporal relacionado com

estado nutricional.

O motivo que nos leva a estudar esse assunto é poder contribuir com as políticas

públicas de saúde e na identificação desses transtornos e posteriormente apresentar o

diagnóstico aos pais. Para esta pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: será

realizado aferição de peso e altura, cálculo do índice de massa corpórea e medida da

cintura e responder a um questionário de 26 perguntas sobre o comportamento alimentar

e identificar imagens corporal de si mesmo e como gostaria de ser, através de figuras,

onde o aluno irá realizar um círculo nas imagens.

A pesquisadora se comprometeu a manter o anonimato da instituição e dos

adolescentes participantes da pesquisa. Compreendi também que:

- Em qualquer etapa do estudo, terei acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa

para esclarecimento de eventuais dúvidas, bem como a possibilidade de retirar meu

consentimento da participação dos adolescentes na pesquisa.

- Tenho o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores.

- Não haverá despesas para a instituição na participação da pesquisa. Também não há

compensação financeira relacionada à participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

- O tempo aproximado para coleta de dados, em que os adolescentes irão participar do

projeto será de 2 horas.

- Os pesquisadores se comprometem a utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito do que foi lido ou que foram

lidas para mim. Declaro que ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo,

os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de

confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a

participação dos adolescentes, pelas quais respondo nesse consentimento, é isenta de

despesas. Concordo voluntariamente em permitir a participação dos adolescentes neste

estudo e podendo retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o

mesmo.

_________________________, ____ de _____________ de 2014.

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Anexos

56

__________________________________ ________________

Assinatura do representante legal do sujeito da pesquisa N. identidade

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste

sujeito de pesquisa ou representante legal a participação neste estudo.

____________, _____de ______________de 2014.

________________________________

Assinatura do responsável pelo estudo

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:

CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - FAMERP

AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 5416 – VILA SÃO PEDRO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)

FONE: (17)3201 5813

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Anexos

57

Anexo D - Termo de assentimento - alunos

Termo de assentimento - alunos

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa Riscos de

Transtornos Alimentares e Percepção da Autoimagem relacionado com Estado

Nutricional em Adolescentes. Nesta pesquisa pretendemos identificar os riscos de

possíveis transtornos alimentares como anorexia nervosa e distorção da imagem

corporal relacionado com estado nutricional.

O motivo que nos leva a estudar esse assunto é poder contribuir com as políticas

públicas de saúde e na identificação desses transtornos e posteriormente apresentar o

diagnóstico aos pais. Para esta pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: será

realizado aferição de peso e altura , cálculo do índice de massa corpórea e responder a

um questionário de 26 perguntas sobre o comportamento alimentar e identificar imagens

corporal de si mesmo e como gostaria de ser, através de figuras, onde o aluno irá

realizar um círculo nas imagens.

Para participar desta pesquisa, o responsável por você deverá autorizar e assinar um

termo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem

financeira. Você será esclarecido(a) em qualquer aspecto que desejar e estará livre para

participar ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou

interromper a sua participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a

recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em

que é atendido(a) pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões

profissionais de sigilo. Você não será identificado em nenhuma publicação. Esta

pesquisa apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades

rotineiras como conversar, tomar banho, ler e entre outras. Apesar disso, você tem

assegurado o direito a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos

eventualmente produzidos pela pesquisa.

Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada esta pesquisa. Seu nome ou o

material que indique sua participação não será liberado sem a permissão do responsável

por você. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o

pesquisador responsável por um período de cinco anos, e após esse tempo serão

destruídos. Este termo de assentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que

uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você.

Eu, __________________________________________________, portador(a) do

documento de Identidade ____________________, fui informado(a) dos objetivos da

presente pesquisa, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a

qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá

modificar a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu

responsável já assinado, declaro que concordo em participar dessa pesquisa. Recebi uma

cópia deste termo de assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as

minhas dúvidas.

São José do Rio Preto, ____ de _______de 20___

_____________________________ __________________________

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Anexos

58

Assinatura do Menor Assinatura do(a) pesquisador(a)

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá

consultar:

CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - FAMERP

AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 5416 – VILA SÃO PEDRO

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) - CEP:

FONE: (17)32015813

PESQUISADOR(A) RESPONSÁVEL: CARLA SOMAIO TEIXEIRA

ENDEREÇO: AV JOSÉ MUNIA Nº 7475 AP 102 BL 3

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) - CEP:15085-895

FONE: (17)3308-3805 / E-MAIL:[email protected]

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Divulgação

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DIVULGAÇÃO

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DIVULGAÇÃO