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UNIVERSIDADE DE LISBOA
Faculdade de Ciências
Departamento de Informática
ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÃO DE SERVICE
DESK MANAGEMENT - ITIL® V3: SERVICE ASSET &
CONFIGURATION MANAGEMENT E SERVICE LEVEL
MANAGEMENT
Ricardo Manuel Vitória Reis
VERSÃO PÚBLICA
MESTRADO EM ENGENHARIA INFORMÁTICA
Especialização em Sistemas de Informação
2011
UNIVERSIDADE DE LISBOA
Faculdade de Ciências
Departamento de Informática
ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÃO DE SERVICE
DESK MANAGEMENT - ITIL® V3: SERVICE ASSET &
CONFIGURATION MANAGEMENT E SERVICE LEVEL
MANAGEMENT
Ricardo Manuel Vitória Reis
ESTÁGIO
Trabalho orientado pelo Prof. Doutor Carlos Jorge da Conceição Teixeira
e co-orientado pelo Eng.º Miguel Ângelo de Jesus Pereira Ramos
MESTRADO EM ENGENHARIA INFORMÁTICA
Especialização em Sistemas de Informação
2011
Agradecimentos
Em primeiro lugar, quero agradecer a todas as pessoas que, de alguma forma, deram o
seu contributo para a minha formação profissional e pessoal.
À Maksen, quero agradecer a maneira como todos os colaboradores me receberam e
acolheram na sua (nossa) equipa, pelo ambiente jovem e profissional que me
proporcionaram, por todo o apoio prestado e por todos os recursos disponibilizados.
Em particular, agradeço ao meu co-orientador Eng.º Miguel Ramos e ao manager Rui
Miguel por terem apostado em mim, pelo tempo dedicado ao meu trabalho e pelos
preciosos conselhos que me deram e que certamente seguirei ao longo da minha carreira
profissional. Muito Obrigado.
Agradeço também ao meu colega e amigo Nelson Pinto, que comigo levou a cabo a
implementação da solução proposta, por toda a camaradagem e espírito de equipa
demonstrados, mas também por todos os sacrifícios feitos em prol do projecto e por
todas as discussões, motivações e esclarecimentos. Muito Obrigado.
Agradeço igualmente ao André Santos e ao Carlos Valente por todo o apoio prestado,
quer na especificação dos requisitos, quer nas sessões de testes, fases determinantes do
projecto, mas também por todo o suporte técnico, em particular com o servidor de
desenvolvimento.
De seguida, quero agradecer ao meu orientador Prof. Carlos Teixeira por todos os
esclarecimentos prestados, especialmente na elaboração dos dois relatórios produzidos.
A todos os colegas e amigos da faculdade, quero agradecer todos os conhecimentos e
troca de ideias ao longo do percurso académico. A este grande grupo de amigos, o meu
Muito Obrigado.
Por fim, mas não com menos importância, agradeço à minha família todo a ajuda e
aconselhamento ao longo de toda a minha vida, quer académica, quer pessoal. Muito
Obrigado.
À minha família.
i
Resumo
Este projecto tem como objectivo efectuar a análise e o desenvolvimento de uma
solução de Service Desk Management segundo as melhores práticas de ITIL® v3.
Dos processos que a framework ITIL® v3 de melhores práticas de Information
Technology Service Management advoga para este tipo de projectos, este documento
referir-se-á aos seis que são âmbito deste projecto: Incident Management, Problem
Management, Change Management, Release & Deployment Management, Service Asset
& Configuration Management e Service Level Management. Os 4 primeiros foram
implementados em conjunto com outro PEI, sendo os restantes dois específicos deste
projecto e que serão aqui particularmente focados.
Relativamente aos seis processos abordados, e no contexto do Projecto de Estágio, será
apresentado o trabalho relacionado já desenvolvido nesta área, bem como serão
detalhados, quer a análise e o desenho da solução proposta, quer a implementação dos
dois processos mais focados no projecto: Service Asset & Configuration Management e
Service Level Management.
Palavras-chave: Service Desk Management; ITIL® v3; OutSystems Agile Platform;
Service Asset & Configuration Management; Service Level Management.
ii
iii
Abstract
This project aims to analyze and develop a Service Desk Management solution based on
ITIL® v3 best practices.
From the processes that the Information Technology Service Management best practices
ITIL® v3 framework advocates for this kind of projects, this document will refer to the
six that are part of the project: Incident Management, Problem Management, Change
Management, Release & Deployment Management, Service Asset & Configuration
Management and Service Level Management. The first 4 were implemented in
conjunction with other PEI, and the remaining two are specific to this project and will
be particularly focused here.
As far as the six processes discussed are concerned, and in the context of this Project, it
will be presented the related work already undertaken in this area and it will be detailed,
both the analysis and design of the proposed solution and the implementation of the two
most focused processes in the project: Service Asset & Configuration Management and
Service Level Management.
Keywords: Service Desk Management; ITIL® v3; OutSystems Agile Platform; Service
Asset & Configuration Management; Service Level Management.
iv
v
Conteúdo
Capítulo 1 Introdução............................................................................................ 1
1.1 Motivação ................................................................................................... 1
1.2 Objectivos ................................................................................................... 3
1.3 Contribuições .............................................................................................. 4
1.4 Enquadramento institucional ...................................................................... 5
1.5 Organização do projecto ............................................................................. 6
1.6 Estrutura do documento .............................................................................. 8
Capítulo 2 Metodologias e planeamento ............................................................. 10
2.1 Framework ITIL® v3 ............................................................................... 10
2.2 OutSystems Agile Platform ...................................................................... 13
2.2.1 Metodologia ...................................................................................... 13
2.2.2 Estrutura da plataforma ..................................................................... 14
2.2.3 Hub Server......................................................................................... 16
2.3 Metodologia de desenvolvimento ............................................................. 18
2.4 Planeamento ............................................................................................. 19
2.5 Gestão de Projecto e Controlo de Qualidade ............................................ 21
2.6 Formações ................................................................................................. 23
Capítulo 3 Processos implementados .................................................................. 24
3.1 Service Asset & Configuration Management ........................................... 25
3.2 Service Level Management ....................................................................... 27
3.3 Outros processos ....................................................................................... 28
3.3.1 Incident Management ........................................................................ 28
3.3.2 Problem Management ....................................................................... 29
3.3.3 Change Management......................................................................... 29
3.3.4 Release & Deployment Management ................................................ 30
Capítulo 4 Trabalho relacionado ......................................................................... 31
4.1 Benchmark de mercado ............................................................................ 31
vi
4.2 Processos analisados ................................................................................. 33
4.3 Método de avaliação ................................................................................. 34
4.4 Resultados ................................................................................................. 35
Capítulo 5 Análise do problema e desenho da solução ....................................... 39
5.1 Definição de requisitos ............................................................................. 39
5.2 Desenho do modelo conceptual ................................................................ 41
5.2.1 Modelo de Casos de Uso ................................................................... 41
5.2.2 Modelo de Domínio .......................................................................... 43
5.2.3 Modelo de Desenho ........................................................................... 44
Capítulo 6 Implementação da solução ................................................................ 49
6.1 Service Asset & Configuration Management ........................................... 49
6.1.1 Secção no painel de administração.................................................... 50
6.1.2 Gestão de activos ............................................................................... 59
6.1.3 Gestão de inventários ........................................................................ 65
6.2 Service Level Management ....................................................................... 70
6.2.1 Níveis de serviço ............................................................................... 71
6.2.2 Acordos e contratos ........................................................................... 74
6.3 Avaliação da solução ................................................................................ 79
Capítulo 7 Conclusões e trabalho futuro ............................................................. 80
Capítulo 8 Bibliografia........................................................................................ 84
vii
viii
Lista de acrónimos
CA – Computer Associates;
CI – Configuration Item;
CMDB – Configuration Management Database;
CMS – Configuration Management System;
DCF – Documento Comparativo de Ferramentas;
DFD – Diagrama de Fluxo de Dados;
FCUL – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa;
GMS – Global Management Solutions;
HP – Hewlett-Packard;
ITIL – Information Technology Infrastructure Library;
ITSM – Information Technology Service Management;
OLA – Operational Level Agreement;
PEI – Projecto de Engenharia Informática;
RDM – Release & Deployment Management;
SACM – Service Asset & Configuration Management;
SDM – Service Desk Management;
SIP – Service Improvement Plan;
SKMS – Service Knowledge Management System;
SLA – Service Level Agreement;
SLM – Service Level Management;
SQL – Structured Query Language;
TI – Tecnologias de Informação;
UC – Underpinning Contract; e
UML – Unified Modeling Language.
ix
x
Lista de Figuras
Fig. 1 – Organograma do projecto .................................................................................... 7
Fig. 2 – Framework ITIL® v3 ........................................................................................ 11
Fig. 3 – Arquitectura da plataforma OutSystems ........................................................... 15
Fig. 4 – Detalhe da arquitectura da plataforma OutSystems, destacando o processo 1-
Click-Publishing ............................................................................................................. 17
Fig. 5 – SCRUM Agile Methodology ............................................................................. 18
Fig. 6 – Planeamento inicial das actividades do projecto ............................................... 19
Fig. 7 – Planeamento das actividades do projecto nos 4 meses finais ........................... 21
Fig. 8 – Modelo de acompanhamento do projecto ......................................................... 22
Fig. 9 – Processos ITIL® v3 implementados e respectivo mapeamento ....................... 24
Fig. 10 – Estudos de 2008 da Forrester [11] e da Gartner [12] ...................................... 32
Fig. 11 – Modelo de avaliação de ferramentas concorrentes ......................................... 34
Fig. 12 – Resultado da avaliação das soluções por dimensão ........................................ 36
Fig. 13 – Resultado da avaliação dos requisitos funcionais ........................................... 37
Fig. 14 – Resultado da avaliação dos requisitos de integração ...................................... 37
Fig. 15 – Diagrama de Casos de Uso simples do processo Service Asset &
Configuration Management ............................................................................................ 42
Fig. 16 – Diagrama de Casos de Uso simples do processo Service Level Management 43
Fig. 17 – Diagrama de arquitectura do Ambiente de Desenvolvimento ........................ 45
Fig. 18 – Diagrama de arquitectura do Ambiente de Qualidade .................................... 46
Fig. 19 – Diagrama de arquitectura do Ambiente de Produção...................................... 46
Fig. 20 – DFD de nível 0 do processo Service Asset & Configuration Management .... 47
Fig. 21 – DFD de nível 0 do processo Service Level Management ................................ 48
Fig. 22 – Ecrã com a lista de tipos de componentes ....................................................... 51
Fig. 23 – Janela de pop-up para a criação/edição de um tipo de componente................ 51
Fig. 24 – Ecrã com a lista de modelos de activos ........................................................... 52
Fig. 25 – Janela de pop-up para a criação/edição de um modelo de activos .................. 53
Fig. 26 – Ecrã com a lista de campos adicionais ............................................................ 54
xi
Fig. 27 – Ecrã de criação/edição de um campo adicional .............................................. 55
Fig. 28 – Ecrã com a lista de estados dos activos ........................................................... 56
Fig. 29 – Janela de pop-up para a criação/edição de um estado de activo ..................... 57
Fig. 30 – Ecrã com a lista de sub-atribuições ................................................................. 58
Fig. 31 – Janela de pop-up para a criação/edição de uma sub-atribuição ...................... 58
Fig. 32 – Ecrã com a lista de activos afectos a um utilizador ......................................... 59
Fig. 33 – Ecrã com as listas de activos ........................................................................... 60
Fig. 34 – Ecrã de escolha do modo de registo de um novo activo ................................. 61
Fig. 35 – Ecrã de registo de um novo activo .................................................................. 61
Fig. 36 – Página de detalhes de um activo ..................................................................... 62
Fig. 37 – Separador “Relações” da página de detalhes de um activo ............................. 63
Fig. 38 – Janela de pop-up para edição das relações pai-filho de um activo.................. 63
Fig. 39 – Separador “Histórico” da página de detalhes de um activo ............................ 64
Fig. 40 – Ecrã com a lista de inventários ........................................................................ 65
Fig. 41 – Página de detalhes de um inventário ............................................................... 66
Fig. 42 – Código da acção RefreshAssetTable, com os 4 caminhos de execução
assinalados ...................................................................................................................... 67
Fig. 43 – Janela de pop-up para a escolha dos activos do inventário ............................. 69
Fig. 44 – Ecrã principal da secção de gestão dos SLA’s (níveis de serviço) ................. 71
Fig. 45 – Janela de pop-up para criação/edição de SLA ................................................ 72
Fig. 46 – Matriz de níveis de serviço de um SLA .......................................................... 73
Fig. 47 – Página com a lista de Service Level Agreements ............................................ 75
Fig. 48 – Ecrã de criação de um novo acordo/contrato .................................................. 76
Fig. 49 – Ecrã de edição de um acordo/contrato ............................................................ 76
Fig. 50 – Ecrã de detalhes de um SLR ........................................................................... 78
xii
1
Capítulo 1
Introdução
Este capítulo introduz o projecto, inserido na cadeira de Projecto de Engenharia
Informática, realizado desde o dia 02 de Setembro de 2010 e que tem como principal
objectivo analisar e desenvolver uma solução de Service Desk Management (SDM)
segundo as melhores práticas de ITIL® v3.
Para além da motivação para construir uma solução desta natureza, são apresentados os
objectivos do projecto, as contribuições deste, a instituição onde foi desenvolvido e, por
fim, a organização do presente documento.
1.1 Motivação
A motivação geral para a adopção de soluções de SDM está associada à cada vez maior
complexidade dos ambientes de Tecnologias de Informação (TI) distribuídos e ao
aumento da dependência da tecnologia por parte das empresas, levando à criação dos
alicerces para uma gestão de serviços bem sucedida. Os helpdesks reactivos e
autónomos já não são suficientes. Para satisfazer as exigências empresariais em termos
de serviços de tecnologia fiáveis, as empresas de TI necessitam de processos de gestão
de serviços integrados que vejam os componentes da tecnologia como partes inter-
relacionadas dos serviços de TI a si prestados.
As incessantes alterações das condições de mercado que se verificam actualmente
levaram a uma adaptação contínua por parte das organizações. A capacidade de
2
resposta, fortemente ligada à flexibilidade das organizações, é o factor que dita a
sobrevivência e bem-estar no mercado.
A estruturação das organizações, tendo em conta os seus processos de negócio, tornou-
se uma abordagem recorrente por permitir melhorar cada vez mais os processos internos
às organizações, cortando custos e maximizando a eficácia. Desta forma, aumentou o
interesse na área da gestão de processos de negócio.
O principal modo pelo qual os processos oferecem a flexibilidade desejada pelas
organizações é a possibilidade de executar processos, tornando imediatamente reais as
alterações desenvolvidas durante a fase de modelação. Isto permite aos elementos das
organizações alterarem e melhorarem os seus processos sempre que necessário e ver as
suas alterações repercutidas na organização, podendo voltar a ser alteradas caso
necessário. Em última análise, a fase de execução é essencial para a flexibilidade
necessária para as organizações se manterem de acordo com as inconstantes condições
de mercado.
Ao longo do tempo, tem sido reconhecido que a informação é o recurso estratégico mais
importante que uma organização tem de gerir, sendo fulcral a qualidade dos serviços de
TI, no que diz respeito à recolha, análise, produção e distribuição dessa mesma
informação dentro da organização. É, portanto, fundamental que os serviços de TI sejam
considerados como cruciais e estratégicos, bem como activos organizacionais nos quais
se deve investir apropriados níveis de recursos no seu suporte, entrega e gestão, assim
como nos sistemas de TI que os suportam. Porém, todos estes aspectos são quase
sempre desprezados ou superficialmente abordados pelas organizações. [1]
Neste sentido, os gestores de TI têm de cooperar activamente com a componente de
negócio, adoptando uma abordagem mais orientada ao cliente e ao negócio, a fim de
prestarem serviços de TI de elevada qualidade, ao mesmo tempo que se minimizam os
custos. [1]
3
1.2 Objectivos
O principal objectivo deste projecto é fazer a análise e o desenvolvimento de uma
solução de SDM segundo as melhores práticas de ITIL® v3, focando-se principalmente
nos processos Service Asset & Configuration Management e Service Level
Management.
A solução deve ser capaz de automatizar e dar resposta aos processos de service desk,
gestão de incidentes, gestão de problemas, gestão de alterações e gestão do ciclo de vida
dos activos e serviços, assim como implementar uma Configuration Management
Database (CMDB), com um modelo de dados único, plataforma de workflow e interface
de utilizador.
São adoptados os standards de ITIL® v3 para a gestão dos serviços acima
mencionados, seguindo uma abordagem unificada que, quando aperfeiçoada com outras
soluções para gestão de infra-estruturas, permite a melhoria proactiva e contínua de
disponibilidade de serviços, qualidade e poupança de custos em ambientes empresariais
complexos.
É objectivo que a solução final automatize os processos de gestão de pedidos, incidentes
e problemas, permitindo a qualquer organização, ou Clientes desta, responder
rapidamente e com eficiência às condições que quebram os serviços críticos. A solução
deve actuar como um único ponto de contacto para os pedidos de utilizador, incidentes
submetidos pelo mesmo e incidentes gerados nas infra-estruturas. Os seus workflows
ITIL® profundos, flexíveis e com as melhores práticas devem acelerar a restauração do
serviço normal, ajudar a prevenir futuros eventos de serviços empresariais de impacto
adverso e aumentar a eficiência dos recursos de TI.
Devem estar previstos workflows que capturem e localizem relações – do início do
incidente à correlação do problema –, implementem a investigação da causa, erros
conhecidos e pedidos de alterações. A inclusão de um knowledge management deve
4
oferecer authoring rico, pesquisa de linguagem natural e serviço autónomo para reduzir
o volume de incidentes e permitir uma maior resolução de suporte de primeiro nível. A
CMDB deve referir quais os serviços empresariais e os utilizadores afectados e ajudar a
diagnosticar a causa através da visibilidade para as dependências da infra-estrutura.
Do conjunto de processos que compõem a framework ITIL® v3, foram implementados,
no âmbito deste projecto, os seis processos que mais se adequam ao seu
desenvolvimento, nomeadamente: Incident Management, Problem Management,
Change Management, Release & Deployment Management, Service Asset &
Configuration Management e Service Level Management. Estes processos serão
abordados com maior profundidade em secções futuras deste documento.
1.3 Contribuições
No âmbito da solução de SDM implementada, podem ser identificados os seguintes
benefícios que a mesma traz:
Aumento da disponibilidade dos sistemas críticos para o negócio (ex.: Customer
Relationship Management – CRM), quer da organização onde a solução de SDM
esteja implementada, quer dos seus Clientes, acelerando a resolução de
incidentes e problemas;
Redução da duração e do volume das chamadas de suporte;
Aumento da produtividade dos agentes de service desks, apoio aos recursos de
TI e aos utilizadores;
Identificação das causas principais dos incidentes, tendo em vista a prevenção da
sua ocorrência recorrente;
Localização do desempenho segundo os acordos de nível de serviço para
garantir que os objectivos são atingidos;
Possibilidade de utilização, de forma global, regional e/ou local, quer por uma
qualquer organização, quer pelos Clientes desta;
Rápido encaminhamento dos pedidos para o suporte correcto; e
Aumento da disponibilidade das infra-estruturas de TI.
5
1.4 Enquadramento institucional
A Maksen (inicialmente GMS) é uma empresa cujo objectivo é o de prestar serviços de
consultoria estratégica, de negócio, de sistemas de informação e de engenharia/redes de
comunicações, focando a sua actividade nos sectores de estratégia empresarial e de
negócio, organização, processos e análises económico-financeiras, sistemas e
tecnologias de informação, e engenharia e redes de comunicações. Através desta
especialização, a empresa adquiriu um elevado nível de conhecimento e experiência,
adequados às exigências actuais de cada indústria.
Para responder de forma eficaz às exigências do mercado, a Maksen é constituída por
três divisões [2] que se complementam:
Consulting: divisão que centra a sua actividade na prestação de serviços de
consultoria estratégica, operacional e de sistemas de informação, especializando-
se em aspectos como a redefinição estratégica de negócios, a transformação
empresarial e processual, e as análises económico-financeiras. Os serviços
prestados por esta divisão apoiam-se num elevado nível de conhecimento e
experiência especializada, adaptados às especificidades de cada cliente;
Engineering: divisão vocacionada para a prestação de serviços na área de
engenharia e redes de comunicações, não só desenhando a arquitectura do
sistema, como também fazendo a sua implementação e integração tecnológica; e
IT Management: divisão cuja oferta consiste essencialmente na prestação de
serviços continuados de consultoria e outsourcing, no âmbito da evolução
tecnológica e exploração operacional de plataformas e sistemas de informação.
Aqui, as grandes mais-valias são os conhecimentos técnicos especializados e as
parcerias efectivas com as equipas tecnológicas dos clientes, criando condições
para que a Maksen seja um parceiro presencial rigoroso, competente e de valor
acrescentado para esses clientes.
6
A cadeira de Projecto de Engenharia Informática é constituída pela componente de
trabalho autónomo supervisionado, tendo este sido co-orientado pela Maksen, através
do Eng.º Miguel Ramos, ao qual estiveram atribuídas as tarefas de coordenação e
acompanhamento das actividades realizadas.
1.5 Organização do projecto
Para este projecto, reuniu-se um conjunto de profissionais com conhecimento e
experiência nas áreas abrangidas, propondo a afectação de uma equipa multidisciplinar
de elementos da Maksen e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com
competências de intervenção necessárias.
A Figura 1 mostra a disposição dos stakeholders do projecto num organograma, o qual
indica também os intervenientes que compõem cada um dos papéis mencionados.
7
Os stakeholders encontram-se organizados da seguinte forma:
1. Comité de Acompanhamento – tem a responsabilidade de aprovar os outputs
intermédios e finais do projecto (descritos ao longo dos capítulos 4 a 6 deste
documento), confirmar a adequação do trabalho desenvolvido face aos
objectivos definidos e coordenar e facilitar a integração das decisões de carácter
estratégico com os princípios gerais de gestão.
2. Comité Operacional – com responsabilidades de validação dos outputs
intermédios e finais do projecto e da adequação do trabalho desenvolvido face
aos objectivos definidos, bem como coordenar a Equipa de Projecto.
3. Sponsor de Projecto – encarregue de dinamizar o projecto internamente,
contribuindo de forma determinante para o sucesso da solução na resposta às
necessidades específicas.
4. Controlo de Qualidade – é política da Maksen, para a realização de qualquer
Projecto, incluir nas equipas de trabalho uma figura de controlo da qualidade,
Fig. 1 – Organograma do projecto
8
que tem como responsabilidade principal validar os outputs do projecto face às
expectativas e necessidades.
5. Gestão de Projecto – disponibilizar os recursos humanos, logísticos, técnicos e
funcionais da Maksen necessários ao desenvolvimento do projecto, intermediar
os contactos e reuniões necessárias ao desenvolvimento do projecto e participar
na execução de tarefas planeadas com a restante equipa de trabalho.
6. Equipa Core de Projecto – executar as actividades de projecto planeadas, assim
como as de Gestão de Projecto.
1.6 Estrutura do documento
O presente Relatório Final encontra-se estruturado em oito capítulos, pelo que de
seguida se descrevem os sete capítulos seguintes.
Capítulo 2 – descreve a framework ITIL® v3 de melhores práticas de Information
Technology Service Management, a qual é o conceito teórico principal inerente a este
projecto; apresenta a plataforma de desenvolvimento rápido OutSystems Agile Platform,
a qual foi utilizada para implementar a aplicação de SDM decorrente do projecto; refere
a metodologia de desenvolvimento que foi usada neste projecto, e que também é
advogada pelo fabricante da plataforma OutSystems, a SCRUM Agile Methodology;
apresenta o planeamento efectuado para realizar o projecto, bem como uma
confrontação com o plano de trabalho inicial; aborda o modelo de acompanhamento do
projecto, referindo por fim, as formações iniciais realizadas.
Capítulo 3 – dá uma descrição de cada um dos processos ITIL® v3 que foram
implementados no contexto da solução desenvolvida.
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Capítulo 4 – pretende dar uma visão do trabalho relacionado que já foi realizado na
área de SDM, através da comparação de duas ferramentas líderes de mercado.
Capítulo 5 – descreve a análise de requisitos do problema proposto, assim como os
documentos de desenho produzidos no âmbito da solução implementada.
Capítulo 6 – aborda em detalhe a implementação dos dois processos ITIL® v3 focados
neste documento, englobados no âmbito da solução desenvolvida, abordando também a
forma como a mesma foi testada.
Capítulo 7 – apresenta as conclusões do trabalho descrito neste relatório e o trabalho
futuro no âmbito da aplicação entregue.
Capítulo 8 – lista a bibliografia usada para desenvolver o projecto e o presente
documento.
10
Capítulo 2
Metodologias e planeamento
O presente capítulo tem o objectivo de fornecer um contexto teórico sobre o principal
conceito abordado neste projecto, a framework ITIL® v3 de melhores práticas de
Information Technology Infrastructure Library (ITSM), bem como dar uma visão da
plataforma e da metodologia de desenvolvimento usadas para implementar a solução
proposta, a OutSystems Agile Platform e a metodologia SCRUM Agile,
respectivamente.
2.1 Framework ITIL® v3
A versão 3 da framework ITIL® é uma nova abordagem, com base no ciclo de vida dos
serviços e numa nova estrutura, diferenciando as práticas essenciais do modelo com
novos processos, preenchendo lacunas da versão anterior. A visão é integrada de
Tecnologias de Informação (TI), negócios e fornecedores.
Conceitos chave:
Serviço de TI – “Um serviço é uma forma para criar valor acrescentado nos
clientes, propiciando os resultados que eles queiram alcançar sem que tenham
que assumir custos e riscos específicos.” [3]; e
11
Gestão de Serviços de TI – Gestão de serviços é um conjunto de capacidades
organizacionais específicas (processos, métodos, funções, papéis e actividades)
para providenciar valor aos clientes sob a forma de serviços. [3]
Ciclo de vida de serviços de TI:
1. Service Strategy – Esta fase visa decidir os princípios base usados para
desenvolver as políticas, os objectivos (quer estratégicos, quer aqueles que a
organização espera alcançar através dos serviços que presta), os guidelines e os
processos necessários ao longo do ciclo de vida do serviço de TI. Os requisitos
de negócio são identificados e os resultados esperados são acordados num
Service Level Package (SLP). Também envolve a identificação de oportunidades
de negócio;
2. Service Design – Durante esta fase, é realizado o design e o desenvolvimento do
serviço de TI requerido. O design engloba todos os aspectos do serviço, ou seja,
os planos, processos, infra-estrutura, ambientes, aplicações e recursos de dados,
os quais devem cumprir todos os requisitos de negócio e objectivos e são
Fig. 2 – Framework ITIL® v3
12
documentados num Service Design Package (SDP). O design do serviço é
também baseado nos princípios estabelecidos na fase anterior;
3. Service Transition – Aqui, o objectivo é criar a framework que vai garantir que
o serviço desenhado é eficaz e eficientemente implementado no ambiente final,
incluindo também determinar os riscos, as restrições e o grau de satisfação dos
requisitos, assegurando que a performance esperada vai estar em conformidade
com o planeado. Adicionalmente, o Service Knowledge Management System
(SKMS) é actualizado com as informações do ambiente de produção. Decorrente
desta fase, o prestador de serviços torna-se mais adaptável e competitivo para
conseguir lidar com uma grande quantidade de alterações, melhoramentos e
releases para os seus clientes;
4. Service Operation – Esta fase lida com as actividades e processos requeridos
para o eficaz desenrolar do serviço criado, de modo a que a framework
desenvolvida na fase anterior seja eficazmente implementada, garantindo assim
a obtenção dos níveis de serviço acordados no Service Level Agreement (SLA).
Posto isto, os objectivos desta fase são:
Fazer a manutenção contínua da tecnologia que acompanha o serviço;
Garantir que a operação diária dos processos é conduzida e controlada
apropriadamente;
Garantir a eficaz e eficiente gestão dos processos de operação; e
Monitorizar continuamente o desempenho do serviço de TI, conduzindo
avaliações e recolhendo informação.
Em suma, a fase de Service Operation permite recolher e consolidar o valor que
cada uma das outras fases fornece.
5. Continual Service Improvement – Esta última fase tem a missão de manter o
valor para os clientes, gerado nas fases anteriores, através da contínua avaliação
e melhoramento da qualidade dos serviços prestados e da maturidade geral de
todo o ciclo de vida da gestão de serviços e dos processos que a suportam.
13
Os seus objectivos principais são:
Garantir que as áreas que necessitam de melhoramentos são
identificadas, e que esses melhoramentos são apropriadamente
administrados;
Garantir a satisfação do cliente, mantendo o equilíbrio financeiro;
Melhorar cada fase do ciclo de vida; e
Desenvolver actividades para melhorar a generalidade dos processos de
ITSM.
2.2 OutSystems Agile Platform
A plataforma OutSystems destina-se principalmente ao desenvolvimento de aplicações
empresariais com uma estrutura web-based. Esta tem suporte para redes móveis e de e-
mail e permite integração com os sistemas legacy normalmente existentes nas
organizações actuais.
A principal diferença em relação a outras ferramentas semelhantes assenta na
metodologia de desenvolvimento proposta e na flexibilidade apresentada.
Nas secções seguintes, abordar-se-ão a metodologia de desenvolvimento que a
plataforma OutSystems promove, os seus componentes e finalmente uma visão mais
detalhada do componente responsável pela execução das aplicações desenvolvidas.
2.2.1 Metodologia
Com a sua plataforma, a OutSystems sugere uma abordagem diferente para o controlo e
organização de projectos baseada em metodologias ágeis. A OutSystems Agile
Methodology aborda a actual necessidade de rápido desenvolvimento e contínua
mudança das aplicações desenvolvidas, permitindo a criação de aplicações que
respeitem, quer as necessidades tecnológicas, quer as necessidades de negócio das
14
organizações. Esta metodologia surgiu da adaptação dos conceitos da SCRUM Agile
Methodology (detalhada na secção 2.3) às características da plataforma criada.
Apoiando-se nesta metodologia, a OutSystems promove uma abordagem built-to-
change, na qual, independentemente da fase do ciclo de vida das aplicações, novas
funcionalidades podem ser facilmente adicionadas, erros corrigidos e feedback
analisado, com riscos reduzidos e sem graves consequências para o negócio.
Ao contrário do comum das ferramentas de desenvolvimento, esta plataforma aposta
num estilo de programação visual “drag and drop”, sendo possível a criação de
aplicações sem ter de se escrever qualquer linha de código. Desde o desenho do modelo
de dados, criação de interfaces, definição da lógica de negócio ou instalação, tudo pode
ser feito visualmente.
Esta abordagem permite diminuir o desalinhamento existente entre o negócio e as TI,
pois torna as aplicações mais fáceis de compreender para os elementos do negócio e
permite aos elementos das TI responder atempadamente às necessidades que lhes são
apresentadas.
2.2.2 Estrutura da plataforma
Esta plataforma é destinada ao desenvolvimento de aplicações para Internet/Intranet ou
redes móveis e é composta por quatro componentes. Estes pretendem endereçar as fases
de desenvolvimento, integração de sistemas, execução e monitorização das aplicações
criadas.
15
A Figura 3 ilustra a arquitectura da plataforma OutSystems, seguindo-se uma descrição
mais detalhada de cada um dos componentes dessa arquitectura:
Service Studio: Componente de desenvolvimento visual, destinado à criação,
alteração e instalação das aplicações desenvolvidas. Todo o processo de
desenvolvimento é realizado neste componente, desde o desenho e criação do
modelo de dados, desenho de interfaces e criação da lógica de negócio. A
instalação das aplicações é feita neste componente recorrendo ao processo
denominado 1-Click-Publishing, o qual verifica, guarda, efectua o upload no
componente de execução, compila e instala a aplicação. Se todo este processo
decorrer sem erros, obtém-se uma aplicação pronta a executar.
Integration Studio: Componente de integração. Neste componente é possível
fazer a integração com diversos sistemas legacy, quer através de wizards
disponibilizados ou recorrendo à programação tradicional, oferecendo assim
flexibilidade para integrar com qualquer tipo de sistema. Uma vez publicados,
estes adaptadores podem ser utilizados na componente de desenvolvimento
como blocos visuais para permitir a interacção das aplicações com os sistemas
existentes.
Fig. 3 – Arquitectura da plataforma OutSystems
16
Hub Server: Componente central responsável pela execução. Orquestra todas as
compilações, instalações e qualquer actividade que decorra em tempo de
execução. Todos os objectos desenvolvidos necessitam de ser aqui publicados
para que possam ser usados nos vários componentes.
Service Center: Componente de monitorização e gestão das aplicações. Este
componente permite monitorizar todos os objectos necessários à execução,
desde aplicações, serviços, adaptadores e quaisquer outros recursos. Permite, por
exemplo, ter acesso aos registos dos erros gerados durante a execução das
aplicações, facilitando assim a sua correcção.
Com o conjunto dos componentes descritos anteriormente, a plataforma OutSystems
aborda praticamente todos os factores necessários ao desenvolvimento de aplicações
empresariais.
2.2.3 Hub Server
Para melhor se perceber as propostas e o trabalho realizado, segue-se uma descrição
mais detalhada de algumas partes do componente de execução.
Após a ordem de publicação, proveniente do Service Studio, é enviado para o Hub
Server o ficheiro com a definição completa e detalhada do que foi desenvolvido
visualmente no componente de desenvolvimento. Este ficheiro oml está estruturado de
acordo com a linguagem interna OutSystems Markup Language (OML).
Após o upload do ficheiro com a definição da aplicação, este é processado e utilizado
num gerador de código responsável por criar todo o código da aplicação que
anteriormente tinha sido desenvolvida visualmente. São geradas as classes, as queries
SQL, os ecrãs e tudo o que é necessário à execução da aplicação.
17
Uma vez gerado o código da aplicação, este é compilado e os resultados desta
compilação, bem como os da geração de código são instalados. A instalação
corresponde a colocar os ficheiros criados nos locais respectivos para que possam ser
acedidos durante a execução, a criar tabelas na base de dados ou reflectir alterações
efectuadas, agendar serviços, produzir informação para a componente de monitorização
e ainda a publicar a aplicação no Service Center.
Qualquer erro que seja encontrado durante este processo é reportado ao programador,
que ficará responsável por o corrigir e republicar a aplicação.
Após este processo (1-Click-Publishing), a aplicação está pronta para executar.
Qualquer pedido que lhe chegue, ela vai utilizar os executáveis criados anteriormente
que irão actuar, quer sobre a base de dados, quer sobre outros ficheiros ou sistemas com
que a aplicação tenha de comunicar.
Fig. 4 – Detalhe da arquitectura da plataforma OutSystems, destacando o processo 1-Click-Publishing
18
2.3 Metodologia de desenvolvimento
Para implementar a solução de SDM proposta para este projecto, usou-se a metodologia
de desenvolvimento SCRUM Agile.
Nesta metodologia (ver Figura 5), os projectos são compostos por uma sequência de
iterações, denominadas de sprints, no final das quais uma versão funcional limitada do
sistema está pronta. Estas iterações, com duração de duas a quatro semanas, são desta
forma compostas por actividades de análise, desenvolvimento e teste, no final das quais
uma ou mais funcionalidades do sistema final é terminada. No final de todas as
iterações consegue-se um sistema com todas as funcionalidades disponíveis, que foram
sendo testadas, adaptadas e aprovadas paralelamente com o seu desenvolvimento.
Todos os dias é realizada uma Daily Standup Meeting, de modo a manter toda a equipa
de desenvolvimento sincronizada e focada nos objectivos para o sprint corrente.
No final de cada sprint, os stakeholders e os membros da equipa de desenvolvimento
reúnem-se para avaliar o progresso do projecto e definir os próximos passos a dar,
permitindo assim que o rumo do projecto seja ajustado com base no trabalho já
desenvolvido, e não em previsões, as quais podem ser irrealistas.
Fig. 5 – SCRUM Agile Methodology
19
2.4 Planeamento
Esta secção pretende dar a conhecer o planeamento inicial das tarefas realizadas no
projecto, bem como a evolução desse planeamento até ao final do estágio, referindo as
razões dos desvios ocorridos.
Como já foi referido, este Projecto de Engenharia Informática (PEI) realizou-se em
parceria com a instituição de acolhimento descrita na secção 1.4 deste relatório e teve o
seu início no dia 02 de Setembro de 2010, tendo terminado no dia 15 de Julho de 2011,
um mês e meio depois da data prevista de 31 de Maio.
Como demonstra a Figura 6, o projecto encontra-se dividido em sete fases, as quais
estão distribuídas em três etapas. A primeira etapa (denominada INPUT) composta pela
“Fase I – Organização e Planeamento” e pela “Fase II – Definição de requisitos” foi
realizada durante os meses de Setembro e Outubro.
A segunda etapa (denominada CONCEPÇÃO), com a duração de dois meses
(Novembro e Dezembro), compreendeu a “Fase III – Desenho do modelo conceptual” e
Fig. 6 – Planeamento inicial das actividades do projecto
20
a “Fase IV – Especificação funcional e técnica”. A partir desta etapa, começou-se a
efectuar o desenvolvimento segundo os métodos advogados pela SCRUM Agile
Methodology, pelo que as tarefas a realizar foram divididas em sprints. Não se
aplicaram esses métodos na Etapa I, pois considerou-se ser inadequado face à natureza
das actividades inerentes à mesma. A Etapa II dividiu-se assim nos seguintes sprints:
Sprint 1 – Teve a duração de três semanas e compreendeu a realização de todas
as actividades da Fase III;
Sprint 2 – Teve a duração de duas semanas e nele foram produzidos dois dos três
deliverables da Fase IV; e
Sprint 3 – Teve a duração duas semanas e foi elaborado o outro deliverable da
Fase IV.
Por fim, a terceira etapa (denominada OUTPUT) é composta pela “Fase V –
Configuração / Implementação”, pela “Fase VI – Formação de utilizadores e testes de
aceitação” e pela “Fase VII – Roll-out e documentação da solução”. Esta última etapa
teve a duração 6 meses e meio (de Janeiro até meados de Julho).
Ao longo de todo o projecto, existiram actividades transversais de Gestão de Projecto e
Controlo de Qualidade, as quais correspondem a reuniões semanais onde se monitorizou
o progresso do mesmo.
À medida que se foram implementando as funcionalidades dos vários módulos, o
planeamento inicial foi sofrendo várias alterações. Os desvios ocorridos ficaram a
dever-se à quantidade e complexidade dos requisitos a implementar o que, aliado à falta
de experiência na plataforma OutSystems e aos vários problemas técnicos com o
servidor de desenvolvimento, fez com que a implementação da aplicação se prolongasse
por mais um mês para além da data estabelecida.
21
A Figura 7 ilustra as últimas alterações efectuadas ao planeamento, apresentando o
diagrama das actividades do projecto nos últimos 4 meses do mesmo (de Abril a Julho).
2.5 Gestão de Projecto e Controlo de Qualidade
Com o objectivo de acompanhar todo o progresso do projecto, identificando e
monitorizando também todos os riscos que lhe são inerentes, o modelo de
acompanhamento do presente projecto foi o seguinte:
Fig. 7 – Planeamento das actividades do projecto nos 4 meses finais
22
Reuniões semanais de Ponto de Situação (PdS) com o Comité Operacional, de
modo a fazer um ponto de situação em relação às actividades planeadas e à
monitorização dos riscos inerentes às mesmas, rever os outputs actualmente em
produção e discutir os principais aspectos a considerar e as decisões
operacionais a tomar;
Reuniões quinzenais de PdS que, para além do Comité Operacional, contam
também com a presença do Comité de Acompanhamento (excepto o orientador
da FCUL), com o propósito de, juntamente com a realização das tarefas do tipo
de reuniões anterior, tomar decisões estratégicas e de gestão transversal do
projecto; e
Reuniões trimestrais de Controlo de Qualidade com todos os intervenientes do
projecto, cujos principais objectivos são dar a conhecer o ponto de situação do
projecto aos orientadores da FCUL e verificar que o progresso do mesmo está
alinhado com os objectivos da disciplina de PEI.
Fig. 8 – Modelo de acompanhamento do projecto
23
O planeamento das actividades e o progresso das mesmas foram registados e mantidos
num ficheiro elaborado na ferramenta Microsoft Office Project 2007, a qual é ideal para
cobrir estes aspectos de uma forma eficiente e eficaz.
2.6 Formações
Durante a Fase I foram realizadas, para além do planeamento inicial das tarefas a
realizar, a organização e confirmação das responsabilidades da equipa de projecto,
formações em ITIL® v2, ITIL® v3 e na plataforma OutSystems, e a reunião de kick-off
com os responsáveis da instituição de acolhimento envolvidos no projecto, na qual se
deu a conhecer o mesmo aos referidos intervenientes.
Detalha-se de seguida as actividades que requereram um maior esforço durante esta
fase.
Nas três primeiras semanas do estágio, teve lugar um conjunto de 3 formações que
permitiram assimilar os conceitos essenciais, em primeiro lugar para uma boa
compreensão dos requisitos, através das formações em ITIL® v2 (ITIL V2 Foundation)
e ITIL® v3 (IT Infrastructure Library (ITIL) v3 Foundation Syllabus v4.2), e em
segundo lugar para uma boa implementação da aplicação a desenvolver, através das
formações em OutSystems Agile Platform (OutSystems Developer – Course 1,
OutSystems Developer – Course 2 e OutSystems Developer – Course 3.
As três formações realizadas foram ministradas em plataformas de e-learning, sendo
que as da framework ITIL® foram na plataforma SkillPort [4] da SkillSoft, e as da
plataforma OutSystems foram na OutSystems Agile Network Academy [5].
24
Capítulo 3
Processos implementados
No âmbito do presente projecto, foram implementados seis processos da framework
ITIL® v3, de modo a cumprir os objectivos estabelecidos, no que ao desenvolvimento
da solução diz respeito. Os processos encontram-se destacados na Figura 9.
A implementação desses processos está organizada da seguinte forma:
Conjunto de quatro processos (Incident Management, Problem Management,
Change Management e Release & Deployment Management) implementado em
parceria com o outro PEI; e
Fig. 9 – Processos ITIL® v3 implementados e respectivo mapeamento
25
Dois processos (Service Asset & Configuration Management e Service Level
Management) da responsabilidade do autor.
Seguidamente, descreve-se cada um dos processos implementados.
3.1 Service Asset & Configuration Management
O processo de Service Asset & Configuration Management (SACM), integrado no
módulo Service Transition [6] do ITIL® v3, é um dos dois processos que serão
detalhados neste relatório.
Este processo [6] visa definir e controlar os componentes dos serviços e da infra-
estrutura da organização, bem como manter informação de configuração precisa sobre o
estado desses serviços e da própria infra-estrutura. Por outras palavras, o propósito deste
processo é identificar, controlar, registar, reportar, auditar e verificar os activos de
serviços e Configuration Items (CI), incluindo versões, baselines, componentes
constitutivos, os seus atributos e relações.
Neste processo, os activos de serviços e os CI’s são os conceitos centrais. Um activo de
serviços, ou simplesmente “activo”, representa um componente da infra-estrutura
tecnológica organizacional usado para prestar um serviço ao Cliente. Um CI representa
um componente de um desses activos de serviços
O SACM pretende ainda proteger a integridade dos activos de serviço e os itens de
configuração, ao longo do ciclo de vida do serviço, bem como assegurar a integridade
dos activos e configurações requeridas para controlar os mesmos e a infra-estrutura de
Tecnologias de Informação (TI), estabelecendo e mantendo um Configuration
Management System preciso e completo.
26
A componente de Asset Management do processo abrange todos os activos de serviços
em todo o ciclo de vida do serviço. Fornece um inventário completo dos activos, sendo
responsável pelo seu controlo, e inclui:
Toda a gestão do ciclo de vida de TI e dos activos de serviço, desde a aquisição
até à eliminação; e
Manutenção do inventário de activos.
Por seu lado, o Configuration Management assegura que os componentes seleccionados
de um serviço completo, sistema ou produto são identificados, mantidos e que as
alterações efectuadas sobre eles são controladas. Também garante que o lançamento de
versões, em ambientes controlados e operacionais, é realizado com base em aprovações
formais. Além disso, fornece um modelo de configuração dos serviços, activos e itens
de configuração.
A componente de Configuration Management permite ainda ter acesso ao modelo dos
serviços, dos activos e da infra-estrutura, registando as relações entre os itens de
configuração. Isto permite que outros processos possam gerar informação valiosa, tal
como:
Avaliação do impacto e da causa dos incidentes e problemas;
Avaliação do impacto de alterações propostas;
Planeamento e desenho de novos serviços ou alteração de serviços existentes;
Planeamento de actualização da tecnologia e do software;
Planeamento do lançamento de versões de software/hardware desenvolvido e
migração de activos de serviços para diferentes localizações; e
Optimização da utilização dos activos e dos custos.
27
3.2 Service Level Management
O processo de Service Level Management (SLM), parte integrante do módulo Service
Design [7] do ITIL® v3, é um dos processos, para além do SACM, que serão alvo de
maior detalhe neste relatório.
A função deste processo é negociar, acordar e documentar níveis de serviço adequados
com o negócio, fazendo depois toda a monitorização desses níveis de serviço, através da
produção de relatórios onde se possa comparar o desempenho real com o que foi
acordado.
Assim, o objectivo do SLM é garantir que todos os serviços em produção, e respectivo
desempenho, são medidos de um modo profissional e consistente em toda a
organização, fazendo com que esses serviços, bem como os relatórios produzidos,
satisfaçam as necessidades do negócio e dos clientes.
Deste processo, resultam vários documentos [3]:
Service Level Agreement (SLA) – Um acordo entre o prestador de serviços de
TI e o cliente. Descreve o serviço de TI, os níveis de serviço e as
responsabilidades dos dois intervenientes. Um único SLA pode cobrir vários
serviços ou vários clientes;
Operational Level Agreement (OLA) – Um acordo entre um prestador de
serviços de TI e uma outra parte da mesma organização. Suporta a prestação dos
serviços de TI, definindo os bens ou serviços a fornecer, bem como as
responsabilidades de ambas as partes. Por exemplo, pode haver um OLA entre:
o O prestador de serviços de TI e o departamento comercial para obter
hardware em períodos de tempo acordados; ou
o O Service Desk e um grupo de suporte para o fornecimento de resolução
de incidentes em períodos de tempo acordados.
Underpinning Contract (UC) – Um contrato entre o prestador de serviços de TI
e uma organização externa, a qual fornece bens ou serviços que apoiam a
prestação de um serviço de TI a um cliente. O UC define as metas e
28
responsabilidades necessárias para satisfazer os níveis de serviço acordados num
SLA; e
Service Improvement Plan (SIP) – Plano formal para implementar
melhoramentos num processo ou num serviço de TI.
3.3 Outros processos
Seguidamente, descrevem-se os processos desenvolvidos em conjunto com o outro PEI.
3.3.1 Incident Management
O propósito deste processo, descrito no módulo Service Operation [8], é o de restaurar o
normal funcionamento do serviço de TI no mais curto espaço de tempo possível,
minimizando assim o impacto negativo no negócio.
Um incidente [8] é uma interrupção não planeada de um serviço de TI, ou uma redução
na qualidade do mesmo, bem como a falha de um CI que ainda não tenha tido impacto
no serviço.
O ciclo de vida de um incidente começa com a sua detecção, geralmente pelo processo
de Event Management (não abordado neste projecto) ou por utilizadores que contactam
o service desk, seguindo-se o seu registo e categorização, com o objectivo de identificar
a equipa de apoio que o tratará e para fazer uma análise de tendências. Após um
diagnóstico inicial, o incidente pode ser escalado para um nível de suporte mais
especializado, caso não se consiga resolvê-lo dentro do tempo esperado. De seguida, a
equipa de suporte investiga as causas que estão na origem do incidente e põe em prática
os resultados da sua investigação. Depois de efectuados os devidos testes, o Service
Desk tem de garantir que o utilizador ficou satisfeito com a resolução para dar o
incidente como encerrado, através do envio de um inquérito de satisfação que o
29
utilizador deverá preencher com o seu feedback e posteriormente submeter para o
Service Desk.
3.3.2 Problem Management
Neste processo, também ele descrito no módulo Service Operation [8], a atenção centra-
se em minimizar o impacto de incidentes que não podem ser prevenidos e prevenir a
recorrência dos incidentes.
Um problema [8] é a causa de um ou mais incidentes. Aquando do seu registo, a sua
causa não é conhecida, pelo que o processo de Problem Management é responsável por
investigar essa causa e tentar resolver o problema. A partir do momento em que se
conhece a causa para um problema, este passa a ser um erro conhecido.
Este processo inclui, para além do diagnóstico das causas dos problemas, determinar a
sua resolução e garantir que a mesma é implementada. Para além disso, também é
responsável por gerir a informação sobre problemas e respectivas soluções.
Aqui, os problemas são categorizados de forma semelhante aos incidentes, mas o
objectivo é entender as causas, documentar as soluções (numa Known Error Database,
o que melhora a eficácia e eficiência do Incident Management) e requerer alterações que
permanentemente resolvam os problemas.
3.3.3 Change Management
O processo de Change Management, descrito no módulo Service Transition [6], tem a
missão de gerir o ciclo de vida das alterações de uma maneira controlada,
nomeadamente o registo, avaliação, autorização, prioritização, planeamento, teste,
implementação, documentação e revisão das mesmas.
30
Uma alteração [6] é a adição, modificação ou remoção de um serviço autorizado,
planeado ou suportado, ou componente de um serviço e respectiva documentação.
O propósito deste processo é o de garantir que são utilizados métodos padronizados para
o tratamento eficiente e imediato de todas as alterações, que todas elas são registadas no
Configuration Management System (CMS) e que o risco geral do negócio é optimizado.
O processo de Change Management é relevante para todas as etapas do ciclo de vida do
serviço, sendo aplicado a todos os níveis da gestão de serviços: estratégico, táctico e
operacional.
Este processo tem como finalidade a prestação de serviços mais precisos, mais rápidos e
com menos erros, mas também a concentração dos recursos, financeiros ou não, nas
alterações que trazem maior benefício ao negócio.
3.3.4 Release & Deployment Management
Este processo, descrito no módulo Service Transition [6], tem como objectivo principal
gerir todos os aspectos relacionados com a entrada em produção das várias releases dos
serviços prestados pela organização, assim como o estabelecimento de um uso eficaz
dos mesmos, cobrindo assim todas as fases de montagem e implementação do novo
serviço, ou de um serviço alterado, desde o planeamento da release até ao suporte
inicial no ambiente de produção.
O sucesso deste processo acarreta grande valor para o negócio, na medida em que as
releases são lançadas com rapidez, risco e custos optimizados. É igualmente possível
obter, através deste processo, uma implementação consistente, apropriada e auditável de
serviços úteis para o negócio.
31
Capítulo 4
Trabalho relacionado
Uma vez identificados os processos a desenvolver no âmbito deste projecto, procedeu-
se à produção de um documento comparativo de ferramentas de Service Desk
Management (SDM) líderes de mercado, a fim de suportar a caracterização de uma
solução deste género e tendo como objectivos principais:
Obter uma melhor compreensão dos processos a implementar, para posterior
construção do documento de análise de requisitos; e
Avaliar o comportamento de soluções best-of-breed de mercado face aos
requisitos base disponibilizados.
4.1 Benchmark de mercado
Para uma análise das melhores ferramentas de SDM de mercado, optou-se por recorrer à
Gartner [9] e à Forrester [10], pois são duas empresas, reconhecidas a nível mundial,
especializadas em pesquisa e consultoria em Tecnologias de Informação (TI). A sua
actividade centra-se em apoiar os business and technology leaders a terem o
pragmatismo, a visão de futuro e a introspecção necessárias para tomarem as decisões
mais acertadas no dia-a-dia da actividade das suas empresas.
32
Para decidir quais as ferramentas que iriam ser avaliadas, tendo em vista a elaboração
do documento de trabalho relacionado, foram considerados, tanto o estudo [11]
elaborado em Abril de 2008 pela Forrester, como o estudo [12] realizado em Outubro
de 2008 pela Gartner. Os resultados destes estudos estão ilustrados na Figura 10.
Segundo a Forrester, as quatro ferramentas líderes de mercado são a BMC Software -
Remedy IT Service Management, a HP Service Manager, a CA Unicenter Service Desk
e a IBM Tivoli Service Request Manager, pois têm uma oferta de soluções e uma
estratégia de negócio fortes, fazendo com que ocupem uma posição de liderança de
mercado actualmente.
Segundo a Gartner, as ferramentas líderes de mercado são a BMC Software - Remedy
IT Service Management e a HP Service Manager, pois são as que apresentam, não só
uma visão de negócio mais consolidada, mas também uma maior capacidade para
implementar essa visão.
Fig. 10 – Estudos de 2008 da Forrester [11] e da Gartner [12]
33
Analisando os dois estudos, concluiu-se que deveriam ser analisadas as quatro
ferramentas apontadas no estudo da Forrester. Porém, decidiu-se que só se iriam avaliar
as ferramentas da BMC e da CA, uma vez que são as que têm mais expressão no
mercado português.
4.2 Processos analisados
Com base na análise das referidas ferramentas, foram avaliados os requisitos base
disponibilizados, sendo estes suportados pelos seis processos a implementar:
Incident Management;
Problem Management;
Change Management;
Release & Deployment Management;
Service Asset & Configuration Management; e
Service Level Management.
Para a análise comparativa entre a solução a desenvolver e as ferramentas
supramencionadas, usaram-se como fontes de informação, manuais de utilizador [13]
[14] [15] e vídeos demonstrativos das ferramentas.
Por falta de documentação disponível, não foi possível analisar os requisitos suportados
pelos processos Release & Deployment Management e Service Level Management.
34
4.3 Método de avaliação
Para a análise das ferramentas da BMC e da CA, usou-se, para cada requisito, a seguinte
abordagem:
Inicialmente, determinou-se que o peso atribuído a cada requisito seria o mesmo
(ponderação usada no cálculo das médias apresentadas na secção 4.4), procedendo-se
posteriormente à sua avaliação com base numa escala de 0 a 5.
Consoante a avaliação feita e a documentação existente das ferramentas acima
mencionadas, elaboraram-se comentários sobre a forma como cada uma responde aos
mesmos.
De acordo com os valores obtidos da avaliação a cada requisito, efectuou-se uma média
ponderada sobre o modo como as ferramentas respondem ao conjunto dos requisitos. O
valor representa essa média ponderada, de 0 a 5, que cada processo obteve segundo a
avaliação realizada a todos os requisitos, com o seguinte racional de avaliação:
0 – Inexistente: Ausência total de evidências da implementação do requisito;
Fig. 11 – Modelo de avaliação de ferramentas concorrentes
35
1 – Inicial/Ad-hoc: Há evidências que o requisito existe e deve ser considerado.
No entanto, existem apenas abordagens ao mesmo;
2 – Básico/Incipiente: O requisito foi desenvolvido, porém não há
documentação de que o requisito tenha sido padronizado. Possível tendência a
erros;
3 – Definido: O requisito foi padronizado e documentado, contudo é pouco
provável que sejam detectadas falhas durante a execução em ambiente de
produção. A forma como o requisito foi implementado não é a mais sofisticada;
4 – Gerido: É possível monitorizar e medir o cumprimento do requisito. Embora
haja automatização, o requisito não está optimizado; e
5 – Optimizado: O requisito foi refinado ao nível das melhores práticas, com
base nos resultados de modelagem de maturidade com outras ferramentas. O
requisito está assim automatizado e optimizado.
4.4 Resultados
Na análise final das duas ferramentas, o resultado obtido para BMC Software – Remedy
IT Service Management e CA – Unicenter Service Desk foi de 2,67 e 2,79,
respectivamente. Os resultados obtidos representam a média ponderada dos valores de
cada requisito classificado. Deste modo, tanto a ferramenta da BMC como a da CA são
ferramentas cujos requisitos foram documentados e implementados, no entanto não da
forma mais sofisticada. A Figura 12 reflecte estas conclusões.
36
Neste gráfico, os dois primeiros pares de barras representam, respectivamente, os
resultados obtidos para os requisitos funcionais e os resultados obtidos para os
requisitos de integração. O terceiro par de barras representa a média dos dois resultados
anteriores.
A nível funcional (ver Figura 13), a ferramenta da BMC tem um melhor desempenho
em Incident Management e Change Management, enquanto a ferramenta da CA se
destaca pela positiva em Problem Management e Service Asset & Configuration
Management.
Fig. 12 – Resultado da avaliação das soluções por dimensão
37
Por outro lado, a nível de integração (ver Figura 14), a ferramenta da BMC é superior
no processo de Incident Management, enquanto a ferramenta da CA se superioriza em
Problem Management e Change Management.
Fig. 13 – Resultado da avaliação dos requisitos funcionais
Fig. 14 – Resultado da avaliação dos requisitos de integração
38
Após a análise das ferramentas mencionadas no decorrer deste estudo comparativo, a
BMC Software - Remedy IT Service Managem System e CA Unicenter Service Desk,
chegou-se à conclusão de que a comparação efectuada não foi a mais precisa devido à
falta de documentação sobre os processos de Release & Deployment Managment e
Service Level Manangement, bem como sobre alguns dos requisitos dos outros
processos analisados.
39
Capítulo 5
Análise do problema e desenho da solução
Este capítulo tem o objectivo de fornecer uma descrição detalhada dos documentos
produzidos no âmbito das tarefas de análise do problema e desenho da solução.
São apresentados, para além do documento de análise de requisitos, os modelos de
casos de uso, de domínio e de desenho.
5.1 Definição de requisitos
Na Fase II do projecto (ver secção 2.4), para além da elaboração do documento
comparativo de ferramentas (DCF) de Service Desk Management, descrito no Capítulo
4, foi produzido o documento de análise de requisitos, baseado no documento anterior e
vital para o sucesso, em primeiro lugar da etapa seguinte (Etapa II – CONCEPÇÃO), e
em segundo lugar de todo o projecto, pois uma boa análise de requisitos é o primeiro
grande passo para se conseguir implementar uma aplicação de qualidade e que cumpra
todos os requisitos especificados.
Depois de produzido o DCF, a tarefa que se seguiu foi a elaboração do documento de
análise de requisitos, um dos deliverables cruciais para o bom desenvolvimento da
solução proposta.
40
Este documento teve como objectivos principais:
Disponibilizar informação detalhada sobre um conjunto de requisitos que deva
servir de base para a fase de desenho da aplicação; e
Complementar o entendimento dos processos a implementar, com base na
avaliação de versões trial de outras soluções e nos comentários dos utilizadores
finais proferidos em entrevistas com os mesmos.
Para a produção deste documento, foram analisadas várias ferramentas, com o objectivo
de obter informação complementar relativamente aos seis processos a implementar, os
quais estão listados na secção 4.2.
A especificação de cada um dos processos pretendeu detalhar o workflow existente no
mesmo, bem como os atributos que constarão nos formulários e nas entidades
associadas aos processos.
Para o detalhe e entendimento dos processos, foram utilizadas como fontes de
informação, versões trial das ferramentas acima mencionadas e comentários dos
utilizadores finais obtidos em entrevistas. Os utilizadores entrevistados foram os
stakeholders da instituição de acolhimento indicados no organograma do projecto
(Sponsor, Manager de Quality Assurance e Gestor de Projecto), o gestor da área
administrativa da empresa e dois outros com perfil de administrador do sistema, pois
são aqueles que desempenham funções enquadradas nos perfis de utilizador
identificados como inerentes à solução proposta.
Após a análise das versões trial das ferramentas supramencionadas, verificou-se a
impossibilidade de compreender, na sua totalidade, alguns dos processos a implementar
no âmbito deste projecto. Dos seis processos a implementar, não foi possível especificar
o processo Release & Deployment Management, visto que as ferramentas analisadas não
o implementam.
41
Porém, este problema foi mitigado, uma vez que durante as entrevistas com futuros
utilizadores da aplicação, a maior parte dos processos foram especificados segundo a
sua percepção dos mesmos. Deste modo, e ao longo de cada entrevista, foi possível
obter informação complementar à especificação já existente de cada processo.
No final do processo de levantamento de requisitos, foram compiladas as descrições
obtidas em cada uma das entrevistas, bem como as descrições baseadas em ferramentas
líderes de mercado e outras ferramentas, e construída uma descrição final com a
especificação detalhada de cada requisito, de modo a ser usada na fase de desenho da
aplicação.
5.2 Desenho do modelo conceptual
A Etapa II do projecto iniciou-se com a elaboração do desenho do modelo conceptual da
solução implementada. O Sprint 1, e simultaneamente a Fase III, compreendeu a
realização desta actividade, que consistiu em produzir cada um dos três documentos
previstos para esta fase, usando a notação UML.
Seguidamente detalham-se os três documentos elaborados: Modelo de Casos de Uso,
Modelo de Domínio e Modelo de Desenho.
5.2.1 Modelo de Casos de Uso
Este documento teve o propósito de ilustrar o desenho dos casos de uso referentes à
solução de SDM desenvolvida. Nesse sentido, os seus objectivos principais foram:
Identificar, para cada processo, os casos de uso envolvidos, de modo a perceber
quais as funcionalidades a implementar e a dar cobro a todos os requisitos
propostos; e
Especificar, para cada caso de uso, o cenário principal, os cenários alternativos,
bem como os actores envolvidos.
42
Com base na descrição final de cada requisito, elaborada no documento de análise de
requisitos, procedeu-se à identificação dos casos de uso de cada um dos seis processos,
e também dos requisitos gerais, a implementar no âmbito da solução de SDM. A
especificação de cada um dos casos de uso pretendeu ser a base principal para a
identificação das funcionalidades a implementar, assim como os actores intervenientes
em cada uma delas, os quais são baseados nos papéis ITIL® v3 associados a cada
processo.
Para essa especificação, em cada processo, procedeu-se, em primeiro lugar, à
elaboração de um Diagrama de Casos de Uso simples, seguindo-se depois a descrição
do cenário principal de utilização, assim como dos possíveis cenários alternativos, para
cada um dos casos de uso identificados.
As Figuras 15 e 16 mostram os Diagramas de Casos de Uso simples para os processos
Service Asset & Configuration Management e Service Level Management.
Fig. 15 – Diagrama de Casos de Uso simples do processo Service Asset & Configuration Management
43
Após a elaboração deste documento, concluiu-se que foram cumpridos os dois
objectivos iniciais do mesmo. Com o desenho dos Diagramas de Casos de Uso, foram
identificadas as fronteiras do sistema, ou seja, aquilo que pertence e não pertence a ele.
5.2.2 Modelo de Domínio
O segundo deliverable desta fase consistiu no desenho do Modelo de Domínio referente
à solução de SDM implementada. Os objectivos principais do documento foram:
Identificar e representar as classes conceptuais do domínio do problema;
Identificar e representar as relações conceptuais entre essas classes; e
Constituir-se como uma das bases principais para a construção da base de dados
relacional da aplicação.
Neste documento, foram considerados os conceitos envolvidos na definição do
problema proposto para o Projecto de Estágio, representados através de classes
conceptuais, bem como as relações conceptuais existentes entre os mesmos.
Neste sentido, o processo de produção do Modelo de Domínio foi o seguinte:
1. Identificar as classes conceptuais, inspeccionando os cenários dos casos de uso
que foram alvo do Sprint 1;
Fig. 16 – Diagrama de Casos de Uso simples do processo Service Level Management
44
2. Desenhar essas classes no Diagrama de Domínio; e
3. Adicionar as associações entre as classes, de modo a representar relações cujo
conhecimento é importante preservar, mesmo que seja durante pouco tempo.
Com a produção deste documento, conclui-se que todos os objectivos propostos para a
realização do Modelo de Domínio foram cumpridos: as classes conceptuais inerentes ao
problema, bem como as relações entre elas, ficaram identificadas, permitindo assim ter
uma boa base para implementação da base de dados relacional da aplicação.
5.2.3 Modelo de Desenho
Por fim, o terceiro e último deliverable da Fase III do projecto consistiu na elaboração
do Modelo de Desenho da solução desenvolvida, cujos objectivos principais foram:
Capturar a topologia (ambiente) de hardware da solução, sobre a qual são
executados os componentes de software; e
Esquematizar os processos do sistema, as entidades externas com quem este
dialoga e os fluxos de dados existentes.
Posto isto, o Modelo de Desenho pretendeu, por um lado, dar a conhecer, através de
diagramas de arquitectura, os principais componentes de hardware, e respectivas
características técnicas, que fazem parte de cada um dos ambientes em que a aplicação
esteve presente (Ambiente de desenvolvimento, Ambiente de Pré-produção/Qualidade e
Ambiente de Produção) e, por outro lado, identificar, através de Diagramas de Fluxos de
Dados (DFD) de nível 0 (Figs. 20 e 21), os processos, as entidades externas e os
principais fluxos de dados que constituem a mesma aplicação.
Os diagramas de arquitectura foram construídos da seguinte forma:
1. Averiguação da arquitectura de hardware da instituição de acolhimento para
cada ambiente da aplicação; e
45
2. Obtenção das especificações técnicas dos vários componentes presentes nessa
arquitectura.
As Figuras 17, 18 e 19 representam os diagramas de arquitectura para cada um dos 3
ambientes por onde a solução final esteve/está instalada: Ambiente de
Desenvolvimento, Ambiente de Qualidade e Ambiente de Produção.
Fig. 17 – Diagrama de arquitectura do Ambiente de Desenvolvimento
Ambiente de Desenvolvimento
Browser
Application
Servers
DB Server
Lenovo T400
Web Server
Application Server
DB Server
Máquina Lenovo T400
Sistema Operativo Windows XP Pro SP3
CPU
RAM
Disco
Software
Intel® Core™ 2 Duo P8600
2,40GHZ
3 GB
160 GB
SQL Server 2005
Caracteristicas Técnicas Application Server
Máquina Lenovo T400
Sistema Operativo Windows XP Pro SP3
RAM
Disco
3 GB
160 GB
Caracteristicas Técnicas DB Server
CPUIntel® Core™ 2 Duo P8600
2,40GHZ
46
Fig. 18 – Diagrama de arquitectura do Ambiente de Qualidade
Fig. 19 – Diagrama de arquitectura do Ambiente de Produção
Máquina HP proliant dl 380 g6
Sistema Operativo Windows 2008 r8
CPU
RAM
Disco
Software
Intel xeon E5506
6 GB
300GB
SQL Server 2005
Caracteristicas Técnicas Application Server
Ambiente de Qualidade
Browser
Application
Servers
DB Server
Lenovo
Web Server
Application Server
DB Server
Máquina HP proliant dl 380 g6
Sistema Operativo Windows 2008 r8
CPU
RAM
Disco
Intel xeon E5506
6 GB
3 x 150GB
Caracteristicas Técnicas DB Server
Ambiente de Produção
Browser
Application
Servers
DB Server
Lenovo
Web Server
Application Server
DB Server
Máquina HP proliant dl 380 g6
Sistema Operativo Windows 2008 r8
CPU
RAM
Disco
Software
Intel xeon E5506
6 GB
3 x 150GB
SQL Server 2005
Caracteristicas Técnicas Application Server
Máquina HP proliant dl 380 g6
Sistema Operativo Windows 2008 r8
CPU
RAM
Disco
Intel xeon E5506
6 GB
3 x 150GB
Caracteristicas Técnicas DB Server
47
Para elaborar os DFD’s de nível 0, utilizou-se o seguinte processo:
1. Visualização dos Diagramas de Casos de Uso simples, elaborados no Modelo de
Casos de Uso, a fim de identificar, como entidades externas, os actores
envolvidos em cada processo a implementar; e
2. Examinação das descrições dos casos de uso, produzidas no mesmo documento,
com intuito de determinar os fluxos de dados entre as entidades externas e os
vários processos do sistema.
As Figuras 20 e 21 ilustram os DFD’s de nível 0 elaborados para os processos Service
Asset & Configuration Management e Service Level Management.
Fig. 20 – DFD de nível 0 do processo Service Asset & Configuration Management
48
Após a elaboração deste documento, determinou-se a arquitectura do sistema e as suas
componentes para os três ambientes da aplicação, bem como o fluxo de dados entre os
processos implementados e os actores envolvidos no mesmo.
Fig. 21 – DFD de nível 0 do processo Service Level Management
49
Capítulo 6
Implementação da solução
O presente capítulo descreve em pormenor a implementação dos dois processos da
framework ITIL® v3 que são objecto deste relatório: Service Asset & Configuration
Management (SACM) e Service Level Management (SLM).
A implementação destes processos insere-se no contexto da solução de SDM proposta
para este projecto, ou seja, os dois processos constituem dois dos oito módulos da
aplicação.
De referir que houve participação activa na implementação dos outros módulos, porém
apenas serão enfatizados os dois módulos acima mencionados.
6.1 Service Asset & Configuration Management
Como referido no contexto teórico apresentado na secção 3.1 deste relatório e com o
objectivo de cumprir os requisitos disponibilizados, o módulo de SACM da aplicação
proporciona duas funcionalidades principais, que são a gestão de cada um dos activos de
TI individualmente e a gestão desses mesmos activos como um todo, ou seja, através de
inventários. Para além disso, este módulo conta ainda com uma secção no painel de
administração onde se pode configurar a hierarquia (tipos de componentes e modelos)
dos activos, os campos adicionais da página de detalhes de cada um, os estados dos
activos e as sub-atribuições.
50
Neste módulo, são considerados os dois papéis ITIL® v3 fundamentais para a sua
concretização:
Configuration Manager: Papel desempenhado pela pessoa responsável por gerir
todo o processo de SACM. Possui as permissões máximas sobre o mesmo; e
Configuration Team Member: Papel desempenhado por uma pessoa da equipa
de gestão de activos, a qual está subordinada à pessoa que desempenha o papel
anterior. Possui permissões semelhantes às do papel anterior, com a excepção de
não poder aprovar ou rejeitar o registo de um novo activo.
Seguidamente, são detalhadas cada uma das funcionalidades deste módulo, juntamente
com a secção do painel de administração.
6.1.1 Secção no painel de administração
Como referido anteriormente, nesta secção, o administrador do sistema tem a
possibilidade de configurar vários aspectos relacionados com o módulo de SACM.
Esses aspectos passam pela configuração de:
Hierarquia de activos
Na solução de SDM, os activos estão organizados segundo uma hierarquia de 3 níveis,
em que no nível mais baixo estão cada um dos activos registados, os quais estão
agrupados em modelos (nível intermédio) que, por sua vez, estão afectos a um tipo de
componente (nível mais alto). Um exemplo desta hierarquia é ter o activo com o
número de série X que tem o modelo Lenovo T400, o qual pertence ao tipo de
componente “Portátil”.
Posto isto, esta área é composta por uma lista de tipos de componentes (Figura 22) e por
uma lista de modelos (Figura 24).
51
A adição de um novo tipo de componentes é efectuada através de uma janela de pop-up
(Figura 23), que é acedida através do botão “Adicionar tipos de componente…”
Como um tipo de componente é apenas caracterizado por um nome e uma descrição,
nesta janela, apenas é necessário introduzir estes dados e pressionar um dos botões de
gravação para registar o novo tipo de componente na base de dados. Para a edição de
um tipo de componente existente, é usada a mesma janela de pop-up, a qual é acedida
Fig. 22 – Ecrã com a lista de tipos de componentes
Fig. 23 – Janela de pop-up para a criação/edição de um tipo de componente
52
através da hiperligação presente no nome do tipo pretendido na tabela de tipos de
componente.
Para remover um tipo de componente, o administrador de sistema deve pressionar o
botão “Remover” à frente do tipo pretendido, fazendo despoletar a acção de remoção
respectiva. Esta acção começa por verificar se existem activos associados ao tipo de
componente e, apenas no caso de não existirem, é que o tipo é removido; caso contrário,
isso não é possível.
A lista de modelos de activos é gerida de forma semelhante à da lista de tipos de
componentes.
Para além do nome e da descrição, um modelo de activos é caracterizado pelo tipo de
componente a que pertence e pelo fornecedor que fornece os activos desse modelo à
organização, pelo que, neste ecrã, a lista de modelos pode ser filtrada por tipo de
componente e/ou por fornecedor.
A adição de um novo modelo é efectuada através de uma janela de pop-up (Figura 25),
que é acedida através do botão “Adicionar modelos…”
Fig. 24 – Ecrã com a lista de modelos de activos
53
Nesta janela, é necessário introduzir todos os dados indicados e pressionar um dos
botões de gravação para registar o novo modelo de activos na base de dados. Para a
edição de um modelo existente, é usada a mesma janela de pop-up, a qual é acedida
através da hiperligação presente no nome do modelo pretendido na tabela de modelos.
Para remover um modelo de activos, o administrador de sistema deve pressionar o botão
“Remover” à frente do modelo pretendido, fazendo despoletar a acção de remoção
respectiva. Esta acção, à semelhança dos tipos de componentes, começa por verificar se
existem activos associados ao modelo e, apenas no caso de não existirem, é que o
modelo é removido; caso contrário, isso não é possível.
Formulário de detalhes
Nesta área, são configurados campos adicionais que podem ser adicionados ao
formulário de detalhes de um activo. Esta opção insere-se no carácter genérico da
aplicação, permitindo deste modo que qualquer organização possa definir o formulário
de acordo com as suas necessidades. No entanto, é importante referir que aqui apenas se
Fig. 25 – Janela de pop-up para a criação/edição de um modelo de activos
54
configuram campos adicionais, não sendo possível alterar os campos pré-definidos do
formulário.
A área de configuração dos campos adicionais apresenta uma lista com todos os campos
já adicionados, na qual podemos visualizar o nome e o tipo de dados1 de cada campo.
Esta lista pode ser filtrada por tipo de dados.
Pressionando o botão “Adicionar campos…”, é iniciada a criação de um novo campo
adicional. Para isso, foi implementada a página da Figura 27.
1 Existem 4 tipos de dados possíveis: Texto, Numérico, Data/Hora e DropBox.
Fig. 26 – Ecrã com a lista de campos adicionais
55
No topo da página, o utilizador tem sempre a indicação de quantos campos, por tipo de
dados, ainda pode criar. Foi decidido impor um limite de campos que se podem criar
devido à necessidade de guardar os valores inseridos nesses campos e não ser possível
prever, em tempo de execução, quantos campos o administrador decidiu criar.
Após o preenchimento dos dados do novo campo e da submissão dos mesmos, o novo
campo é registado na base de dados. Para a edição de um campo existente, é usada a
mesma janela (Figura 27), a qual é acedida através da hiperligação presente no nome do
campo pretendido na tabela de campos adicionais.
Para remover um campo adicional, o administrador de sistema deve pressionar o botão
“Remover” à frente do campo pretendido, fazendo despoletar a acção de remoção
respectiva.
Fig. 27 – Ecrã de criação/edição de um campo adicional
56
Estados
A área de configuração dos estados dos activos tem o objectivo de definir quais os
estados que um activo de TI pode ter ao longo do seu ciclo de vida. Segundo a
framework ITIL® v3, existe um conjunto de estados pré-definidos, os quais estão
presentes na aplicação e não podem ser alterados pelo administrador. Sendo assim, nesta
área, apenas é possível configurar estados adicionais, o que, mais uma vez, está inserido
no carácter genérico da solução.
Esta área, à semelhança de outras, é composta por uma tabela com a lista de estados
registados (Figura 28) onde, para adicionar um novo estado, deve-se pressionar o botão
“Adicionar estados…”.
Isto faz com que surja uma janela de pop-up como aquela que mostra a Figura 29.
Fig. 28 – Ecrã com a lista de estados dos activos
57
Nesta janela, apenas é preciso inserir o nome e a descrição do novo estado,
pressionando depois um dos botões de gravação para que esse estado seja gravado na
base de dados. Para a edição de um estado existente, é usada a mesma janela, a qual é
acedida através da hiperligação presente no nome do estado pretendido na tabela de
estados dos activos.
Para remover um estado, o administrador de sistema deve pressionar o botão
“Remover” à frente do estado pretendido, fazendo despoletar a acção de remoção
respectiva. Como já foi referido, apenas os estados não pré-definidos podem ser
alterados e/ou removidos.
Fig. 29 – Janela de pop-up para a criação/edição de um estado de activo
58
Sub-atribuições
Nesta área, são configuradas as sub-atribuições que os activos de TI podem ter. Uma
sub-atribuição designa o tipo de pessoa à qual o proprietário do activo delegou a
responsabilidade de fazer uso desse mesmo activo. Por exemplo, a sub-atribuição
“Pessoal” significa que o activo é única e exclusivamente da responsabilidade do
proprietário do mesmo. Por outro lado, a sub-atribuição “Outsourcer” significa que o
proprietário do activo delegou a responsabilidade do mesmo a um colaborador em
regime de outsourcing.
Mais uma vez, esta área é composta por uma tabela com a lista de sub-atribuições
registadas (Figura 30) onde, para adicionar uma nova sub-atribuição, deve-se pressionar
o botão “Adicionar sub-atribuições…”.
Isto faz com que surja uma janela de pop-up como aquela que mostra a Figura 31.
Fig. 30 – Ecrã com a lista de sub-atribuições
Fig. 31 – Janela de pop-up para a criação/edição de uma sub-atribuição
59
Nesta janela, apenas é preciso inserir o nome da nova sub-atribuição, pressionando
depois um dos botões de gravação para que essa sub-atribuição seja gravada na base de
dados. Para a edição de uma sub-atribuição existente, é usada a mesma janela, a qual é
acedida através da hiperligação presente no nome da sub-atribuição pretendida na tabela
de sub-atribuições.
Para remover uma sub-atribuição, o administrador de sistema deve pressionar o botão
“Remover” à frente da sub-atribuição pretendida, fazendo despoletar a acção de
remoção respectiva.
6.1.2 Gestão de activos
A funcionalidade de gestão de activos tem a missão de facilitar a gestão de cada um dos
activos de TI da organização individualmente.
Para implementar esta funcionalidade, foi desenvolvido, em primeiro lugar, o ecrã “Os
meus activos” (Figura 32) que é acessível a todos os utilizadores e onde cada um deles
pode visualizar os activos de que é proprietário e ter acesso aos detalhes de cada um.
Os activos do utilizador estão listados na tabela presente neste ecrã, a qual permite
visualizar, para cada activo, o nome (contém hiperligação para a página de detalhes), o
tipo de componente, o modelo, a versão e o estado em que se encontra actualmente, para
além dessa tabela poder ser filtrada por tipo de componente, modelo e estado.
Fig. 32 – Ecrã com a lista de activos afectos a um utilizador
60
O segundo ecrã implementado no âmbito desta funcionalidade foi o ecrã “Lista de
activos” (Figura 33), o qual está acessível apenas a utilizadores que possuam os papéis
de Configuration Manager ou Configuration Team Member.
A figura acima mostra o ecrã como ele é visto pelo Configuration Manager. Este
utilizador tem acesso a duas tabelas de activos nesta página:
Activos para aprovar: Esta tabela só está disponível para este utilizador e lista
os activos que foram submetidos para sua aprovação/rejeição. Este processo será
explicado mais adiante nesta secção; e
Todos os activos: Esta tabela está disponível, quer ao Configuration Manager,
quer aos utilizadores com o papel de Configuration Team Member, e lista todos
os activos registados na aplicação.
O processo de registo de um novo activo tem início quando é escolhida a opção criada
para o efeito no menu principal, a qual faz surgir um ecrã como aquele que exibe a
Figura 34.
Fig. 33 – Ecrã com as listas de activos
61
Neste ecrã, o utilizador deve escolher o modo como quer registar o novo activo:
1. Novo activo: Proporciona o registo do novo activo “de raiz”, ou seja, com todos
os campos do formulário de registo vazios; ou
2. A partir de baseline: O utilizador deve seleccionar, da tabela que surge
automaticamente com a escolha desta opção, o activo a partir do qual quer
registar o novo activo. Esta tabela é preenchida com a lista de todos os activos
que foram registados como baseline. Seleccionando o activo pretendido e
confirmando essa escolha, é mostrado o ecrã de registo do novo activo com os
campos do formulário preenchidos de acordo com os dados do activo escolhido
(Figura 35). Isto permite o registo mais eficiente e mais rápido de novos activos.
Após o preenchimento dos campos do formulário e pressionando um dos botões de
gravação, é iniciada a acção de registo do novo activo. Esta acção começa por verificar
se o número de série do activo que se está a registar já existe na tabela de activos na
Fig. 35 – Ecrã de registo de um novo activo
Fig. 34 – Ecrã de escolha do modo de registo de um novo activo
62
base de dados, uma vez que o número de série é um atributo do activo que o identifica
univocamente. Posto isto, se o número de série já existir, é lançada uma mensagem de
erro informando o utilizador de que não é possível proceder com o registo; caso
contrário, o novo activo é registado.
Se o utilizador que registou o novo activo for um Configuration Team Member, o activo
fica com o estado “Submetido”, ficando assim sujeito à aprovação/rejeição do
Configuration Manager. O activo fica, deste modo, disponível na lista de activos para
aprovar. Se o Configuration Manager aprovar o activo, este fica definitivamente
registado, passando para o estado “Aprovado”; caso contrário, este utilizador deverá
inserir os motivos pelos quais rejeita o novo activo, sendo esses motivos comunicados
ao Configuration Team Member que efectuou o registo. Neste caso, o activo passa para
o estado “Rejeitado” e o Configuration Team Member tem a possibilidade de efectuar as
alterações necessárias, voltando depois a submeter essas alterações para o Configuration
Manager.
Estas opções de aprovação e rejeição estão disponíveis no ecrã de detalhes do activo,
como mostra a Figura 36.
Por outro lado, se tiver sido o Configuration Manager a efectuar o registo do novo
activo, o mesmo fica automaticamente aprovado, pois não faz sentido este utilizador
aprovar/rejeitar um activo que ele próprio registou.
Fig. 36 – Página de detalhes de um activo
63
No ecrã de detalhes de um activo, existe o separador “Relações” que permite editar as
relações pai-filho que o activo tem estabelecidas. A Figura 37 exibe esse separador.
A tabela presente no separador “Relações” lista todos os activos que são “filhos” do
activo do qual estamos a visualizar os detalhes. Para editar as relações pai-filho desse
activo, pressiona-se o botão “Editar relações…” que faz com que surja a janela de pop-
up como aquela que se pode observar na Figura 38.
Fig. 37 – Separador “Relações” da página de detalhes de um activo
Fig. 38 – Janela de pop-up para edição das relações pai-filho de um activo
64
Esta janela apresenta duas listas, sendo que a da esquerda é a de todos os activos que
podem ser adicionados como “filhos” do activo e a da direita lista todos os activos que
já foram identificados como “filhos” do mesmo. Através dos dois botões entre as duas
listas, é possível mover os activos pretendidos entre elas.
Após a confirmação das alterações, os activos presentes na lista da direita são mostrados
na tabela de activos “filho” no separador “Relações”.
Para uma correcta manutenção desta lista, criaram-se duas tabelas auxiliares na base de
dados, AssetCacheIn e AssetCacheOut, em que a primeira guarda os activos
identificados como “filhos” e a segunda guarda todos os outros activos que ainda podem
ser identificados como tal. Sendo estas tabelas auxiliares, há a necessidade de limpar o
seu conteúdo sempre que se quer utilizá-las, de modo a evitar inconsistências, pois estas
tabelas são também utilizadas em funcionalidades de outros módulos onde é igualmente
necessário lidar com uma lista de activos semelhante.
Para remover um activo da lista de activos “filho”, pressiona-se o “X” vermelho ao lado
da lista de activos e da tabela AssetCacheIn, e adicionado à tabela AssetCacheOut.
Por fim, a página de detalhes de um activo apresenta um terceiro separador
(“Histórico”) que permite consultar os logs de todas as acções efectuadas sobre o registo
do activo. A Figura 39 exibe esse separador.
Fig. 39 – Separador “Histórico” da página de detalhes de um activo
65
6.1.3 Gestão de inventários
Como referido anteriormente, a funcionalidade de gestão de inventários tem como
objectivo gerir os inventários de activos de TI da organização.
Para concretizar esta funcionalidade, foram desenvolvidos dois ecrãs principais: um
com a lista de todos os inventários registados (Figura 40) e outro onde podemos aceder
aos detalhes de cada um deles (Figura 41).
Neste ecrã com a lista de inventários, podemos visualizar, para cada um deles, o seu
título (contém hiperligação para a página de detalhes), a sua data de criação, a data da
última actualização, bem como a pessoa que efectuou essa última actualização.
Podemos ainda dar início à criação de um novo inventário.
Tanto para a criação, como para a edição de um inventário, é utilizada a mesma página,
cujo layout é adaptado consoante cada uma destas opções, tirando assim partido da
reutilização de código. As diferenças entre os dois layouts são:
Possibilidade de alteração do título do inventário na opção de criação, não
sendo possível fazê-lo na edição. Esta opção foi tomada de acordo com as
indicações fornecidas pelos utilizadores finais; e
Visualização do separador com o histórico do inventário, apenas disponível para
a opção de edição, pois não faz sentido estar disponível para a opção de criação,
uma vez que, nesta opção, o inventário ainda não foi registado na base de dados.
Fig. 40 – Ecrã com a lista de inventários
66
Nesta página, para além do título e da descrição, é disponibilizada uma lista, em forma
de tabela, que contém os activos do inventário.
Para uma correcta manutenção desta lista, utilizaram-se também as duas tabelas
auxiliares AssetCacheIn e AssetCacheOut, em que, neste caso, a primeira guarda os
activos que pertencem ao inventário e a segunda guarda todos os outros activos que
ainda não estão no inventário.
Para o preenchimento da lista e, consequentemente, da tabela de activos, usou-se a
acção RefreshAssetTable, cujo código é o que está ilustrado na Figura 42.
Fig. 41 – Página de detalhes de um inventário
67
Fig. 42 – Código da acção RefreshAssetTable, com os 4 caminhos de execução assinalados
68
Como o ecrã de detalhes de um inventário é utilizado para visualizar qualquer uma das
versões do mesmo, decidiu-se que só se poderia editar a lista de activos se a versão que
estivéssemos a visualizar fosse a mais recente, pois não faz sentido alterar versões
antigas do inventário.
Posto isto, esta acção permite preencher, quer a lista (tabela) de activos da versão mais
recente, como a de uma versão antiga.
Na Figura 42, estão assinalados os 4 possíveis caminhos de execução da acção
RefreshAssetTable. Os caminhos 1 e 4 fazem com que a tabela de activos da versão
mais recente seja preenchida (variável IsCurrentVersion com valor True) e os caminhos
2 e 3 preenchem a tabela de activos de uma versão antiga (variável IsCurrentVersion
com valor False). No preenchimento das tabelas de activos, há que distinguir duas
situações:
1. Carregamento da página: Ocorre quando o utilizador acede à página de
detalhes do inventário através de uma hiperligação. Neste caso, se estiver a
aceder à versão mais recente, é executado o caminho 1 da acção
supramencionada, o qual começa por obter as versões mais recentes de todos os
activos que pertencem ao inventário, através da acção GetAssetsByInventoryId e,
de seguida, os insere, um a um, na lista que guarda esses activos (acção
AssetList_Append), na lista que guarda os activos pré-adicionados2 (acção
PreAddedList_Append) e na tabela auxiliar AssetCacheIn (acção
AddValuesToAssetCache). Se estiver a aceder a uma versão antiga, é executado
o caminho 2; e
2. Interacção com uma tabela de activos: Ocorre quando o utilizador interage
com uma tabela de activos do inventário, quer seja a da versão mais recente,
quer seja a de uma versão antiga. Exemplos de interacção são a adição de
2 Lista usada aquando da gravação da nova versão do inventário para perceber quais os activos que
foram adicionados e quais os que foram removidos, de uma versão para outra.
69
activos à tabela ou a ordenação dessa mesma tabela. No caso da versão mais
recente, é executado o caminho 4, o qual usa a acção GetAssetCacheIn para
carregar os activos que estão na tabela auxiliar AssetCacheIn e refrescar a tabela
com esses activos. No caso de uma versão antiga, é executado o caminho 3.
Para adicionar um ou mais activos à lista (e à tabela), está disponível o botão “Adicionar
activos…” que, quando pressionado, faz aparecer uma janela de pop-up, como mostra a
Figura 43, onde se devem escolher os activos a adicionar.
Esta janela contém uma lista de todos os activos que podem ser adicionados ao
inventário, os quais estão guardados na tabela auxiliar AssetCacheOut. Escolhendo os
activos, através das respectivas check boxes, e pressionando o botão “Adicionar”, os
activos seleccionados são adicionados à tabela de activos, sendo removidos da tabela
AssetCacheOut e inseridos na tabela AssetCacheIn, recorrendo a queries SQL
apropriadas.
Para remover um activo da lista, pressiona-se o “X” vermelho ao lado do nome do
activo que se quer remover, fazendo assim com que o activo seja removido da lista de
activos e da tabela AssetCacheIn, e adicionado à tabela AssetCacheOut.
Fig. 43 – Janela de pop-up para a escolha dos activos do inventário
70
6.2 Service Level Management
De modo a cumprir os requisitos estabelecidos e baseado no contexto teórico
apresentado na secção 3.2 deste documento, o módulo de SLM da aplicação
desenvolvida apresenta duas secções principais, as quais são descritas nas subsecções
seguintes.
Neste módulo, um dos conceitos centrais é o de Service Level Agreement (SLA), o qual
é tratado de duas formas:
1. Como um conjunto de pares tempo de resposta - tempo de resolução, ou
seja, dado um tipo de ticket (incidente ou pedido de serviço), uma empresa e
uma categorização3 para esse ticket, o SLA define-se pelo conjunto de pares
constituídos pelos tempos de resposta e tempos de resolução para os tickets que
sejam registados por um utilizador daquela empresa e que sejam categorizados
de acordo com a categorização dada.
Um exemplo deste tipo de SLA’s seria o conjunto de pares formados pelos
tempos de resposta e pelos tempos de resolução para todos os tickets de
incidente, categorizados como “Hardware Servidor Servidor
OutSystems”, e que sejam registados por utilizadores da empresa A; e
2. Como um acordo celebrado entre o prestador de serviços (neste caso, a
organização onde a aplicação está implementada) e um dos seus clientes, no qual
o prestador de serviços se compromete a cumprir os níveis de serviço
estabelecidos nesse acordo. Estes SLA’s estabelecidos são do tipo de SLA’s
descritos no ponto anterior, isto é, conjuntos de pares tempo de resposta – tempo
de resolução.
3 Na aplicação desenvolvida, cada ticket é categorizado de acordo com uma hierarquia de 3 níveis.
Um exemplo de categorização é Software Microsoft Office Word, em que “Software” corresponde
ao nível 1, “Microsoft Office” ao nível 2 e “Word” ao nível 3.
71
De seguida, são detalhadas as três secções que compõem o módulo de SLM da solução
implementada.
6.2.1 Níveis de serviço
Nesta secção, são geridos os níveis de serviço estabelecidos com vista à resolução, quer
de incidentes, quer de pedidos de serviço. Aqui, o conceito de SLA é tratado tal como
está descrito no ponto 1 da secção anterior.
A Figura 44 mostra o ecrã principal desta secção, o qual é composto por uma lista de
todos os SLA’s definidos para os tickets de incidente, por um conjunto de filtros que
permitem filtrar a lista e por um botão que permite a criação de um novo SLA.
Adicionalmente, a partir da lista, é possível, não só activar/desactivar um SLA através
da checkbox respectiva, como também aceder aos seus detalhes, assim como aceder à
respectiva matriz de níveis de serviço.
Os SLA’s são guardados na tabela “SLA” da base de dados, pelo que, para preencher a
lista de SLA’s, é efectuada uma query SQL a esta tabela, passando como parâmetros de
pesquisa os valores seleccionados nas drop boxes de filtragem.
Fig. 44 – Ecrã principal da secção de gestão dos SLA’s (níveis de serviço)
72
Para dar início ao processo de criação de um novo SLA, pressiona-se o botão criado
para o efeito, o qual faz aparecer a janela de pop-up exibida na Figura 45.
Fig. 45 – Janela de pop-up para criação/edição de SLA
Esta janela é usada, tanto na criação, como na edição de um dado SLA. Após o
preenchimento dos campos indicados, procede-se à submissão desses dados, através de
um dos botões de gravação, e um novo SLA é registado na base de dados, caso ainda
não exista um com as mesmas características. Esta verificação permite que não haja
informação duplicada na base de dados. Caso já exista um SLA idêntico (ou seja, com
as mesmas características), é apresentada uma mensagem de erro ao utilizador
informando desta situação; caso contrário, o novo SLA é registado na base de dados e a
lista de SLA’s é novamente preenchida através da mesma query SQL usada no primeiro
preenchimento.
O próximo passo é a edição da matriz de níveis de serviço do SLA criado. Esta matriz
(ver Figura 46) é acedida através do botão correspondente ao SLA na lista de SLA’s.
73
Nesta matriz, são editados os pares tempo de resposta – tempo de resolução para todas
as combinações de impacto (o mesmo que o nível de perfil do utilizador4) e urgência
com que os tickets com as características do SLA são classificados.
Após a gravação dos tempos da matriz, o SLA fica pronto para ser usado no processo ao
qual o SLA está associado, desde que o mesmo esteja activo. Isto significa que, quando
um novo ticket com as características do SLA é registado, é verificado se o mesmo está
activo. Caso não esteja, o tempo de resposta para o ticket fica indefinido; caso contrário,
é o tempo de resposta definido na matriz, de acordo com o nível de perfil do utilizador
que o registou e com a urgência com que foi classificado.
O mesmo processo de verificação do SLA é realizado quando for necessário calcular o
tempo de resolução do mesmo ticket. Isto acontece quando o ticket for seleccionado por
um helpdesker para por si ser tratado.
4 Na aplicação, cada utilizador tem associado a si um nível de perfil, o qual pode variar de 1 a 5,
sendo o nível 5 o mais importante e o nível 1 o menos importante. Isto é útil na medida em que permite
mapear a hierarquia da organização e, assim, atribuir diferentes prioridades aos vários utilizadores.
Fig. 46 – Matriz de níveis de serviço de um SLA
74
6.2.2 Acordos e contratos
A segunda secção do módulo de Service Level Management foi implementada com o
objectivo de gerir os acordos e contratos que uma organização mantém com outras
entidades. Os tipos de contrato contemplados nesta secção são:
Service Level Requirement (SLR): É um acordo entre a organização e um dos
seus clientes, no qual se especificam os requisitos a cumprir para criação de um
novo serviço ou para a alteração de um serviço já existente;
Service Level Agreement (SLA): Tal como descrito no ponto 2 da secção 6.2
deste relatório, é um contrato celebrado entre a organização e um dos seus
clientes, no qual a organização se compromete a cumprir os níveis de serviço
estabelecidos;
Operational Level Agreement (OLA): É um acordo entre a organização e um dos
departamentos da mesma, no qual este último fica responsável por fornecer um
determinado conjunto de serviços ou bens, de acordo com as condicionantes
estabelecidas; e
Underpinning Contract (UC): É um contrato entre a organização e uma entidade
externa (prestador de serviços ou fornecedor), no qual esta fica com a
responsabilidade de fornecer bens ou serviços que apoiam a prestação de um
serviço de TI a um cliente da organização.
A secção “Acordos e contratos” é composta pelas listas dos vários tipos de contratos
que uma organização possui, cada uma com hiperligações para as páginas de detalhes de
cada um deles.
75
A título de exemplo, a Figura 47 ilustra a página com a lista de SLA’s celebrados.
Para além da lista de contratos, na qual a coluna da esquerda contém as hiperligações
para as respectivas páginas de detalhes, esta página apresenta a possibilidade de
filtrarmos a lista por cliente e/ou por estado do contrato. Os estados possíveis para um
contrato são:
Novo: Significa que a data actual é anterior à data de entrada em vigor do
contrato;
Em vigor: O contrato encontra-se actualmente em vigor;
Expirado: A data actual atingiu ou é posterior à data estipulada para a expiração
do contrato; e
Inactivo: O contrato foi desactivado pelo Service Level Manager.5
Esta página permite igualmente aceder às listas dos outros tipos de contratos, através de
hiperligações, bem como dar início ao processo de criação de um novo contrato. Este
processo é despoletado clicando no botão criado para o efeito, o qual faz abrir a página
destinada à criação de contratos (ver Figura 48).
5 Service Level Manager – papel ITIL® v3 desempenhado pela pessoa responsável pelo processo
de Service Level Management.
Fig. 47 – Página com a lista de Service Level Agreements
76
Neste ecrã, para além da inserção dos dados relativos ao acordo, há a possibilidade de
anexar o ficheiro com o contrato assinado pelas duas partes, de modo a que a gestão
fique mais completa. Enquanto os dados do novo acordo não forem submetidos, é
sempre possível alterar o tipo de acordo (SLA, OLA ou UC) que se quer registar. Para o
registo de um SLR, é usado um outro ecrã que será descrito mais à frente. Após a
validação e submissão dos dados, o novo acordo é registado na base de dados, sendo
criada a versão 1 do mesmo.
A Figura 49 mostra a página de detalhes de um acordo (neste caso, um SLA) já
existente.
Fig. 49 – Ecrã de edição de um acordo/contrato
Fig. 48 – Ecrã de criação de um novo acordo/contrato
77
Neste ecrã, sempre que se pressiona um dos dois botões de gravação dos dados, é criada
uma nova versão do acordo, sendo que são igualmente gravados registos (logs) de todas
as alterações efectuadas de uma versão para a outra, permitindo assim registar todas as
actualizações do ciclo de vida do acordo.
Em termos de layout, as diferenças do ecrã da Figura 49 para o da Figura 48 são a
adição de um separador “Histórico” e de um botão “Desactivar acordo…”.
No separador, é possível aceder a cada uma das outras versões do acordo, bem como
consultar os logs de todas as alterações efectuadas.
O botão dá o início ao processo de desactivação do acordo, fazendo, em primeiro lugar,
aparecer uma janela de pop-up que contém uma caixa de texto onde se devem inserir os
motivos pelos quais se vai desactivar o acordo. Após a submissão dos motivos, é gerada
uma nova versão do acordo, sendo o seu estado alterado para “Inactivo”.
Enquanto o estado do acordo for “Inactivo”, não é possível fazer qualquer alteração aos
dados já inseridos. Para voltar a reactivar o acordo, está disponível o botão “Reactivar
acordo”, o qual volta a colocar o acordo activo, actualizando o seu estado.
Por fim, a última funcionalidade da secção “Acordos e contratos” é facilitar a gestão dos
Service Level Requirements. Para isso, esta secção apresenta, à semelhança dos outros
tipos de acordo, uma página com a lista dos SLR’s registados, a qual contém
hiperligações para as páginas de detalhes de cada um deles.
A Figura 50 exibe a página de detalhes de um dos SLR.
78
Como referido anteriormente, um SLR é usado para especificar os requisitos a cumprir
para a criação de um novo serviço ou para a alteração de um serviço existente. Posto
isto, para além de campos de texto para o nome e para a descrição do SLR, este ecrã dá,
não só a possibilidade de se escolher que tipo de alteração se quer fazer, nomeadamente
através de uma caixa de texto para a inserção do nome do novo serviço a criar, ou
através de uma drop box para a escolha do serviço que se quer alterar, como também
disponibiliza uma caixa de texto para a inserção desses requisitos a cumprir.
De modo a complementar a gestão do SLR, é facultada a oportunidade de se anexar o
ficheiro com o acordo entre as duas partes.
Ao contrário dos outros tipos de acordos, a gravação dos dados do SLR não faz com que
seja gerada uma nova versão do mesmo. Esta opção foi tomada, pois considerou-se não
ser necessário registar o histórico de alterações do SLR.
Fig. 50 – Ecrã de detalhes de um SLR
79
6.3 Avaliação da solução
Com o objectivo de testar os módulos implementados, foram realizadas sessões de teste
com alguns utilizadores finais da aplicação.
Para isso, foram elaborados casos de teste para cada um dos módulos, de modo a
garantir que eram testadas todas as funcionalidades implementadas.
Ao longo das várias sessões, os utilizadores finais assinalaram algumas debilidades nas
funcionalidades implementadas e identificaram alguns pontos de melhoria, pelo que,
findas as sessões de teste, essas debilidades foram corrigidas e os pontos de melhoria
implementados.
De seguida, efectuaram-se novas sessões de teste com esses utilizadores, com o fim de
testar as correcções implementadas e proceder à aceitação da ferramenta. Aqui, foram
utilizados os mesmos casos de teste das sessões descritas anteriormente e, no final, os
utilizadores finais aprovaram as novas alterações, terminando assim o procedimento de
testes.
80
Capítulo 7
Conclusões e trabalho futuro
Este capítulo pretende analisar criticamente o trabalho desenvolvido neste projecto de
Estágio, apresentando também as possibilidades de trabalho futuro no contexto da
aplicação desenvolvida.
Com o trabalho desenvolvido, conclui-se que, de um modo geral, todos os objectivos
propostos foram cumpridos.
A integração na Maksen foi muito satisfatória, tendo-me sido proporcionado um
ambiente de trabalho bastante profissional, desde o primeiro dia.
Em relação ao projecto propriamente dito, as formações inicialmente realizadas, quer na
framework ITIL®, quer na plataforma OutSystems, foram essenciais para uma correcta
compreensão dos requisitos a implementar e para a ambientação às funcionalidades que
a plataforma de desenvolvimento oferece.
Os resultados obtidos com a elaboração do documento comparativo de ferramentas, no
âmbito do trabalho relacionado, espelham a pouca informação disponível para a
avaliação dessas ferramentas. Com base na experiência adquirida através da
visualização de outras ferramentas de SDM e com base nos estudos das prestigiadas
empresas Gartner e Forrester, acredita-se que esses resultados não representam o real
valor das ferramentas avaliadas. Este situar-se-ia, de acordo com a escala proposta (0 a
81
5), num intervalo entre os 4 e os 5 valores, o que significa que, no mínimo, é possível
monitorizar e medir o cumprimento dos requisitos. Embora haja automatização, os
mesmos não estão optimizados.
Seguidamente ao estudo de trabalho relacionado, procedeu-se à elaboração do
documento de análise de requisitos. Aqui, a grande complexidade residiu na
especificação do processo Release & Deployment Management, uma vez que as
ferramentas líderes não têm informação disponível e uma das versões trial analisadas
não implementa este processo. No entanto, com a realização de entrevistas aos
utilizadores finais da aplicação, esta dificuldade foi ultrapassada, uma vez que os
futuros utilizadores forneceram informações suficientes que permitiram o detalhe do
processo.
A elaboração do Modelo de Casos de Uso cumpriu todos os objectivos propostos para
esse documento, porém revelou-se uma tarefa complexa identificar correctamente os
actores envolvidos em cada caso de uso, devido à diferença que existe entre os
conceitos de “Papel do utilizador” e “Perfil de utilizador”.
Durante o processo de entrevistas, ficou decidido que se deveriam usar os papéis ITIL®
para cada um dos processos a implementar, de modo a definir as permissões que cada
utilizador final pode ter quando usar a aplicação. Ao serem definidos estes papéis,
poder-se-á então associá-los aos perfis de utilizador existentes na organização, e assim
completar o modelo de permissões da solução proposta. Esta solução permite que a
aplicação final tenha uma grande flexibilidade e uma grande adaptabilidade a este nível,
pois, qualquer que seja a organização, ou Clientes desta, em que esteja implementada, a
mesma só tem de associar os papéis ITIL®, que são imutáveis, aos seus próprios perfis
organizacionais, podendo sempre, e a qualquer altura, configurar os papéis associados a
cada perfil.
82
Posto isto, a complexidade esteve em distinguir claramente um papel de um perfil, na
medida em que, por exemplo, no caso de uso “Registar incidente” do processo Incident
management, primeiramente foram considerados que todos os actores envolvidos
estariam relacionados com o caso de uso, pois todas as pessoas da organização,
independentemente do(s) papel(is) associados ao seu perfil, devem poder registar um
incidente. Mas, numa segunda análise, e recorrendo à bibliografia de ITIL® v3, chegou-
se à conclusão que só faz sentido que os actores (e ao mesmo tempo papéis ITIL® v3)
User e 1st level support estejam relacionados com o caso de uso mencionado. O papel
de User corresponde àquele que tem as permissões mínimas sobre a aplicação, logo toda
e qualquer pessoa, independentemente dos papéis que lhe estão associados, tem essas
permissões mínimas, ou seja, todas as pessoas têm o papel de User associado, não
fazendo assim sentido que todos os actores estejam relacionados com o caso de uso.
Porém, o actor 1st level support ficou também associado ao caso de uso para representar
o facto de uma pessoa com este papel poder, para além de registar um pedido de serviço
em nome próprio (como User), poder também fazê-lo em nome de outra pessoa,
conforme um dos requisitos base disponibilizados.
Para o processo Service Level Mangement, não houve qualquer tipo de dificuldade a
este nível, pois apenas existe um actor envolvido neste processo: o Service Level
Manager.
No que diz respeito à implementação da solução de SDM, e particularmente aos dois
processos que são objecto deste relatório, o ponto mais crítico prende-se com a
utilização das duas tabelas auxiliares, AssetCacheIn e AssetCacheOut, para efectuar a
manutenção das listas de activos. Esta solução é um pouco ineficiente, na medida em
que são necessárias várias interacções com a base de dados, o que torna a
navegabilidade da aplicação mais lenta. Uma solução para mitigar este problema passa
por usar, em vez das duas tabelas, duas variáveis de sessão do tipo estrutura (Structure)
que tenham os mesmos atributos daquelas tabelas. Isto faz com que o desempenho da
plataforma seja melhorado substancialmente, pois são evitadas as interacções com a
83
base de dados, sendo o processamento feito do lado do cliente, para além de evitar
também acessos concorrentes à mesma tabela física.
Por fim, o trabalho futuro, no âmbito da aplicação implementada, passa por desenvolver
secções de monitorização para cada um dos módulos, à excepção do módulo de SACM.
Cada uma destas secções tem o objectivo de proporcionar a produção de relatórios de
desempenho para o módulo respectivo, em forma de tabelas e/ou gráficos. Poderão ser
feitas também algumas simplificações ao código da aplicação, sendo que uma delas
seria, no seguimento do parágrafo anterior, implementar a solução descrita para fazer a
manutenção das listas de activos.
84
Capítulo 8
Bibliografia
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ITIL®. Reading : itSMF Ltd, 2004, 1.
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SkillSoft. [Online] SkillSoft, 2010.
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An Introductory Overview of ITIL® v3. s.l. : The UK Chapter of the itSMF, 2007, 6.
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15. Lassiter, William e Beal, Ashley. CA Unicenter Service Desk Training Instruction
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